stability studies of a hybrid compound for glioma treatment using hplc technique

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Investigation Project at Faculty of Pharmacy, University of Lisbon

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  • Am-s

    FACULDADE DE FARMCIA

    UNIVERSIDADE DE LISBOA

    Estudos de estabilidade por HPLC de

    um composto hbrido para o tratamento

    do glioma

    Relatrio da Unidade Curricular de Projecto II

    Julho, 2014

    Ana Sofia Cruz Fernandes Ferreira

    Orientador: Professora Doutora Maria Eduarda Mendes

    Co-orientador: Professora Doutora Maria de Jesus Perry

  • ii

    RESUMO

    A temozolomida (TMZ) o principal agente antitumoral para gliomas. um

    triazeno alquilante do cido desoxirribonucleico (DNA) e, devido sua lipofilia, tem duas

    caratersticas que o tornam num antitumoral de eleio: pode ser administrado

    oralmente e capaz de atravessar a barreira hemato-enceflica. No entanto, a eficcia

    teraputica frequentemente dececionante, devido em grande parte, falta de

    seletividade para clulas tumorais, baixa concentrao do frmaco no local de ao e

    ocorrncia de resistncias do tumor ao tratamento. importante desenvolver

    abordagens teraputicas alternativas.

    Os inibidores das deacetilases de histonas (iHDAC) tm vindo a emergir como

    potenciais componentes teis teraputica antitumoral devido aos seus efeitos de

    aumento da sensibilidade s radiaes usadas em radioterapia, influenciado pela

    expresso da protena p53 (codificada pelo gene supressor tumoral p53), e de aumento

    da especificidade para as clulas malignas. Estes inibidores induzem a acumulao de

    histonas hiperacetiladas que leva ao aumento da expresso de um pequeno conjunto

    de genes silenciados e, consequentemente, diminui a proliferao celular maligna,

    aumenta o grau de maturao celular (diferenciao) e aumenta a apoptose das clulas

    malignas.

    Dentro deste mbito, a equipa de investigao esteve envolvida no design de

    uma nova molcula com duas unidades, um triazeno antitumoral e um iHDAC, o cido

    valprico (VPA). Este hbrido denominado HYBCOM.

    Neste trabalho foram feitos estudos cinticos de estabilidade em tampo fosfato

    (0.01 M, pH 7.4) e no plasma humano e a determinao das suas propriedades

    lipoflicas atravs da cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC).

    Palavras-chave: glioma; triazeno; inibidor das deacetilases de histonas

    (iHDAC); cido valprico

  • iii

    ABSTRACT

    Temozolomide (TMZ) is the most widely used antitumor agent for gliomas. It is a

    triazene that alkylates deoxyribonucleic acid (DNA) and, due to its lipophilicity, it has two

    features that make it an antitumor of choice: it can be administered orally and is capable

    of crossing the blood-brain barrier. However, the therapeutic efficiency is often

    disappointing largely due to lack of selectivity for tumor cells, the low concentration of

    the drug at the site of action and the occurrence of tumor resistance to the treatment. It

    is important to develop alternative therapeutic approaches.

    Histone deacetylase inhibitors (iHDAC) are emerging as potentially useful

    components of the antitumor therapy due to its effects of increased sensitivity to radiation

    used in radiotherapy, influenced by protein p53 expression (encoded by the tumor

    suppressor gene p53), and increased specificity for malignant cells. These inhibitors

    induce the accumulation of hyperacetylated histones that leads to increased expression

    of a small subset of silenced genes and thus reduces the malignant cell proliferation,

    increases the level of cell maturation (differentiation) and increases apoptosis in

    malignant cells.

    Within this context, the research team was involved in the design of a new

    molecule with two units, an antitumor triazene and an iHDAC, valproic acid (VPA). This

    hybrid is called HYBCOM.

    In the present study, kinetic stability studies were made in phosphate buffer (0.01

    M, pH 7.4) and in human plasma and the determination of its lipophilic properties by high

    performance liquid chromatography (HPLC) was also made.

    Keywords: glioma; triazene; histone deacetylase inhibitors (iHDAC); valproic

    acid

  • iv

    NDICE

    RESUMO ...................................................................................................................... ii

    ABSTRACT .................................................................................................................. iii

    LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... v

    LISTA DE TABELAS .................................................................................................... vi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS .................................................................. vii

    1. INTRODUO .......................................................................................................... 1

    1.1. Gliomas malignos ............................................................................................... 1

    1.2. Tratamento do glioma maligno ........................................................................... 1

    1.2.1. Triazenos: agentes alquilantes ..................................................................... 1

    1.2.2. Resistncia das clulas tumorais aos triazenos e inespecificidade do

    tratamento ............................................................................................................. 3

    1.2.3. Inovaes no tratamento do glioma maligno ................................................ 4

    1.3. Objetivos ............................................................................................................ 5

    2. MATERIAIS E MTODOS ........................................................................................ 6

    2.1. Cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC) ................................................. 6

    2.2. Determinao do comprimento de onda mximo de absoro dos compostos... 6

    2.3. Curvas de calibrao .......................................................................................... 7

    2.4. Estudos cinticos ............................................................................................... 7

    2.4.1. Tampo fosfato-salino (PBS) (0.01 M, pH=7.4) ............................................ 8

    2.4.2. Plasma humano (80% v/v) ........................................................................... 8

    2.5. Determinao do logaritmo do coeficiente de partio ....................................... 8

    2.5.1. Fundamento terico ..................................................................................... 8

    2.5.2. Procedimento experimental ......................................................................... 9

    2.5.3. Mtodo computacional ............................................................................... 10

    3. RESULTADOS E DISCUSSO .............................................................................. 11

    3.1. Estudo de estabilidade em tampo fosfato salino ............................................. 11

    3.2. Estudo de estabilidade em plasma humano ..................................................... 12

    3.3. Determinao do logaritmo do coeficiente de partio ..................................... 13

    4. CONCLUSO ......................................................................................................... 15

    AGRADECIMENTOS .................................................................................................. 16

    BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 17

    ANEXOS ..................................................................................................................... 20

  • v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Representao qumica do composto triazeno genrico ............................... 1

    Figura 2 - Mecanismo de ativao da temozolomida e mecanismo de alquilao do DNA

    adaptado de [10] .................................................................................................... 2

    Figura 3 - Variao da concentrao de pr-frmaco ao longo do tempo no ensaio em

    tampo fosfato pH 7.4.......................................................................................... 12

    Figura 4 - Variao da concentrao de pr-frmaco ao longo do tempo no ensaio em

    plasma humano 80% (v/v) ................................................................................... 13

  • vi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Comprimentos de onda mximos de cada composto. .................................. 6

    Tabela 2 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas ao longo do

    tempo no estudo cintico em tampo fosfato ....................................................... 11

    Tabela 3 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas ao longo do

    tempo no estudo cintico em plasma humano ..................................................... 12

    Tabela 4 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas no estudo da

    determinao do Log P ........................................................................................ 13

  • vii

    LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

    AAI Amina aromtica inativa

    ACN Acetonitrilo

    DNA cido desoxirribonucleico

    iHDAC Inibidor das deacetilases de histonas

    HPLC Cromatografia lquida de alta eficincia (High-performance liquid

    chromatography)

    Log P Logaritmo do coeficiente de partio octanol-gua

    MMT Monometiltriazeno

    OGAT O6-alquilguanina-DNA transferase

    OMS Organizao Mundial de Sade

    PBS Tampo fosfato-salino

    PF Pr-frmaco

    RP-HPLC Cromatografia lquida de alta eficincia de fase reversa

    TMZ Temozolomida

    UV Ultravioleta

    Comprimento de onda

  • 1

    1. INTRODUO

    1.1. Gliomas malignos

    Os gliomas malignos so tumores das clulas gliais (estas clulas protegem,

    nutrem e do suporte aos neurnios). O sistema de classificao da Organizao

    Mundial de Sade (OMS) agrupa os gliomas em quatro classes histolgicas definidas

    por graus crescentes de indiferenciao, anaplasia e agressividade (Anexo I). Segundo

    a OMS, os gliomas malignos incluem os tumores de classe III (variantes anaplsicas de

    astrocitoma, oligodendroglioma e oligoastrocitoma) e os tumores de classe IV

    (glioblastoma e as suas variantes). um dos tipos de tumor maligno mais comuns a

    nvel mundial na espcie humana com uma incidncia anual de 5.26 por 100 000

    habitantes ou 17 000 novos diagnsticos por ano. Estes tumores so tipicamente

    associados a fatores hereditrios e m qualidade de vida. Tm origem principalmente

    no encfalo e possuem a capacidade de se infiltrar no tecido cerebral saudvel e formar

    tumores satlite. Esta migrao faz com que o tratamento se torne extremamente

    complicado e invariavelmente fatal [1, 2].

    1.2. Tratamento do glioma maligno

    O tratamento de doentes com gliomas malignos paliativo e inclui

    cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Grande parte dos compostos farmacuticos

    antitumorais disponveis no mercado caracteriza-se pela interao com o DNA ou com

    os seus percursores, de modo a inibir a replicao celular ou provocando leses

    irreparveis na cadeia [3].

    A maioria dos agentes quimioteraputicos pode ser dividido em agentes

    alquilantes, antimetabolitos e agentes intercalantes de DNA [4, 5, 6].

    1.2.1. Triazenos: agentes alquilantes

    Os triazenos so espcies qumicas constitudas por cadeias abertas contendo

    trs tomos de azoto ligados entre si (grupo diazoamina), como observado na Figura 1.

    Estas cadeias de azoto podem ser facilmente estabilizadas por substituintes orgnicos

    nos azotos terminais, levando formao de diversos anlogos [7].

    Figura 1 - Representao qumica do composto triazeno genrico

  • 2

    Estes compostos so alvo de muitas pesquisas cientficas, uma vez que,

    alterando a sua estrutura qumica, os derivados podem adquirir diferentes propriedades,

    entre elas: atividade antimicrobiana, antifngica, mutagnica, anticarcinognica e

    teratognica [8]. O grupo diazoamina responsvel pelas propriedades qumicas,

    fsicas e antitumorais destas molculas [9].

    A quimioterapia em monoterapia com agentes quimioteraputicos a estratgia

    mais usada no tratamento de gliomas em estado avanado [5]. Os triazenos, como a

    temozolomida (TMZ), so agentes alquilantes que so usados atualmente no tratamento

    de gliomas malignos como teraputica de primeira linha [10].

    A TMZ um agente de alquilao de 2 gerao da classe das imidotetrazinas

    que tem sido amplamente utilizado no tratamento de gliomas de alto grau [11]. Pode ser

    administrada oralmente, atravessa a barreira hemato-enceflica e tem efeitos

    secundrios mnimos (genotoxicidade, nuseas, obstipao, anorexia e fadiga) em

    relao a outros frmacos alquilantes usados [12]. uma molcula de baixo peso

    molecular que, aps ingesto oral, totalmente absorvida e, aps 8h da ingesto,

    completamente eliminada e, por este motivo, representa um risco reduzido de toxicidade

    para a medula ssea. A sua eficcia no tratamento de gliomas envolve um primeiro

    evento caracterizado por alteraes na organizao da heterocromatina e o seu

    silenciamento, que seguido por apoptose e senescncia [13].

    A TMZ utilizada em clnica um pr-frmaco (PF), ou seja, um derivado

    qumico farmacologicamente inativo que, s aps a sua transformao, quer por

    metabolizao quer por hidrlise qumica espontnea, se torna farmacologicamente

    ativo, libertando o metabolito de ao citotxica [14, 15, 16] (Figura 2).

    Figura 2 - Mecanismo de ativao da temozolomida e mecanismo de alquilao do DNA adaptado de [10]

  • 3

    Aps a ingesto, a TMZ convertida no seu metabolito ativo, sem necessidade

    de desmetilao enzimtica por hidrlise no fgado [12, 17]. Depois de absorvida no

    intestino, a TMZ sofre um ataque nucleoflico por parte da gua e d-se a abertura do

    anel heterocclico formando-se um derivado do monometiltriazeno citotxico (MMT) e

    dixido de carbono. Os MMTs, em meio aquoso, sofrem decomposio espontnea,

    resultando na formao de uma amina aromtica inativa (AAI) e do io metildiaznio,

    num processo de converso irreversvel dependente do pH. Este io, por sua vez,

    alquila os cidos nucleicos impossibilitando a diviso celular. A interao final do agente

    com o DNA consiste na transformao da base guanina atravs da metilao nas

    posies N7-guanina, O6-guanina e O3-adenina do DNA [10].

    Os efeitos citotxicos/mutagnicos deste frmaco baseiam-se na presena de

    aductos de O6-Metilguanina que geram desemparelhamentos de bases com a citosina

    e a timina. Estes aductos conduzem morte celular ou, se a clula sobreviver, provocam

    mutaes pontuais somticas representadas por uma transio C:G T:A na hlice do

    DNA [15, 16, 18].

    No entanto, as clulas humanas conseguem desenvolver mecanismos de defesa

    e de reparao dos danos causados pelos triazenos, o que leva resistncia aos

    frmacos [10].

    1.2.2. Resistncia das clulas tumorais aos triazenos e

    inespecificidade do tratamento

    A resistncia inata ou adquirida das clulas de glioma terapia com triazenos

    um problema que tem surgido devido diminuio da ao alquilante destes agentes.

    O mecanismo de resistncia destas clulas est relacionado com a capacidade de

    reparao das clulas humanas face aos danos induzidos pelos triazenos. Como foi

    referido anteriormente, a O6-Metilguanina a principal leso citotxica e mutagnica.

    Aps estas alteraes no DNA d-se a reparao celular mediada pela protena O6-

    alquilguanina-DNA transferase (OGAT), codificada pelo gene O6-metilguanina-DNA-

    metiltransferase. Esta protena remove os aductos de DNA atravs de um mecanismo

    de reao SN2. No considerada uma verdadeira enzima, uma vez que remove o

    grupo alquilo da leso por uma reao estequiomtrica e a enzima ativa no

    regenerada depois de alquilada, sendo assim referida como uma enzima suicida [19,

    20]. Os nveis elevados de atividade de OGAT so o principal elemento responsvel

    pela resistncia a estes frmacos. Apesar disto, os triazenos tm a capacidade de

    inativar esta protena por mecanismos diretos e indiretos [16, 20, 21].

    Os frmacos usados atualmente na prtica clnica com ao antitumoral afetam

    clulas em proliferao de modo sistmico, principalmente as clulas em diviso ativa,

  • 4

    independentemente da fase em que se encontram. Deste modo, tm capacidade para

    eliminar um grande nmero de clulas malignas (que se encontram em diviso

    descontrolada) [22]. O maior obstculo destes frmacos a falta de especificidade para

    as clulas tumorais, pois a concentrao do frmaco que atinge o tecido-alvo reduzida.

    Alm disso, como h uma fraca seletividade, pode provocar uma toxicidade sistmica

    pois no existe distino entre as clulas saudveis e as clulas malignas, provocando

    grandes alteraes na proliferao das clulas saudveis [23, 24].

    1.2.3. Inovaes no tratamento do glioma maligno

    Como referido anteriormente, a eficcia teraputica dos triazenos

    frequentemente dececionante, devido em grande parte, falta de seletividade para

    clulas tumorais, baixa concentrao do frmaco no local de ao e ocorrncia de

    resistncias do tumor ao tratamento. Deste modo, importante desenvolver abordagens

    teraputicas alternativas, como a sntese de pr-frmacos com melhor atividade

    teraputica [25]. A sntese de um pr-frmaco um importante meio de aumentar a

    eficincia do frmaco, podendo ser constitudo por vrias molculas que, combinadas,

    tenham uma maior eficcia teraputica que o frmaco j existente e usado na prtica

    clnica. Um requisito importante do pr-frmaco que este deve ser convertido

    rapidamente, ou a uma taxa controlada, no agente teraputico ativo in vivo e, ao mesmo

    tempo, ser suficientemente estvel in vitro de modo a que possa ser desenvolvido um

    produto farmacutico estvel [26].

    Neste mbito, os iHDAC tm vindo a emergir como potenciais componentes teis

    teraputica antitumoral. Estes compostos tm um efeito radiossensibilizador, mas a

    sua contribuio neste aspeto no clara. Pensa-se que a radiossensibilizao pelos

    iHDAC , em alguns casos, influenciada pela expresso da protena p53 [16]. A protena

    p53 codificada pelo gene supressor de tumor p53, tendo uma importante funo no

    ciclo celular que consiste em reparar o DNA quando ocorre uma mutao nas bases da

    molcula. Quando no consegue completar a reparao, a protena induz a apoptose

    da clula mutada. Esta protena demonstrou sensibilizar as clulas de glioma TMZ por

    supra-regulao da via apopttica extrnseca [27].

    Outra caracterstica importante destes inibidores a sua seletividade em termos

    de alterao da expresso gnica em clulas transformadas. Os iHDAC induzem a

    acumulao de histonas hiperacetiladas. Este aumento da acetilao das histonas leva

    ao aumento da expresso de um pequeno conjunto de genes silenciados e,

    consequentemente, diminui a proliferao celular maligna, aumenta o grau de

    diferenciao celular e aumenta a apoptose das clulas malignas [28, 29]. As

    modificaes nas histonas podem criar, estabilizar, romper ou ocluir domnios de

  • 5

    interao na cromatina para protenas reguladoras, como fatores de transcrio,

    protenas envolvidas na condensao da cromatina e reparao do DNA [30, 31].

    O cido valprico (VPA) um antiepiltico da classe dos iHDAC e usado em

    combinao com a TMZ por ter um efeito sinergtico, aumentando a eficincia da

    apoptose induzida por danos no DNA [32]. Como iHDAC, este aumenta a sensibilidade

    aos tratamentos de radiao nas linhas celulares do glioma mediada por alteraes na

    expresso gentica [16, 33]. O VPA tem efeitos indutivos em certos genes, suprimindo

    fatores relacionados com o fator nuclear eritride 2 (Nrf2), fatores de transcrio redox-

    sensveis, que participam na resposta antioxidante. Deste modo, induz a produo de

    espcies reativas de oxignio, que tm um papel importante na induo da apoptose

    [34]. O VPA provoca tambm a depleo de glutationa e a perda do potencial de

    membrana mitocondrial, que so efeitos pr-apoptticos, e um potente inibidor da

    enzima citocromo P450 do fgado, que possui interaes metablicas importantes com

    frmacos utilizados na terapia do glioma. No entanto, a TMZ no necessita de

    metabolismo heptico que envolva o sistema P450 e demonstra uma fraca interao

    com o VPA [32].

    Neste projeto avalia-se a estabilidade de um hbrido em que se combina um

    monometiltriazeno e o cido valprico numa s molcula.

    1.3. Objetivos

    A resistncia dos tumores aos frmacos triazenos um grande obstculo no

    tratamento de gliomas. Uma maneira de contornar este problema associar o triazeno

    a um composto que diminua a resistncia e aumente sinergeticamente o efeito do

    frmaco [32]. Para tal, fez-se uma associao de um triazeno com o cido valprico,

    dando origem ao pr-frmaco HYBCOM.

    O presente projeto consiste na avaliao deste composto hbrido quanto sua

    estabilidade em tampo fosfato salino (pH=7.4) e no plasma humano, assim como a

    determinao das suas propriedades lipoflicas para determinar a facilidade de absoro

    do pr-frmaco.

    Para o efeito, procedeu-se anlise do hbrido HYBCOM por HPLC.

  • 6

    2. MATERIAIS E MTODOS

    2.1. Cromatografia lquida de alta eficincia (HPLC)

    HPLC com detetor ultravioleta (UV) um tipo de cromatografia utilizada em

    anlise de compostos no volteis ou instveis termicamente, sendo o seu campo de

    aplicao muito vasto [35].

    Para realizar os estudos de estabilidade por HPLC foi necessrio escolher o

    melhor eluente (fase mvel), para que os tempos de reteno de cada um dos

    compostos (pr-frmaco e seus produtos de degradao) no ficassem sobrepostos

    permitindo calcular as integraes das reas dos mesmos nos cromatogramas. O

    eluente (fase mvel) escolhido foi uma mistura de acetonitrilo (ACN) J. T Baker de grau

    HPLC, um solvente orgnico polar que dissolve os compostos sem os decompor, e gua

    desionizada no aparelho desionizador Millipore Direct-Q UV 3.

    Neste estudo, todas as anlises foram realizadas por cromatografia lquida de

    alta eficincia de fase reversa (RP-HPLC), em que a fase estacionria escolhida foi uma

    coluna RP-18.

    Usou-se o detetor Merck Hitachi LaChrom UV Detector L-7400, a bomba Merck

    Hitachi LaChrom Pump L-7110 e o integrador Merck Hitachi Integrator D-7500.

    2.2. Determinao do comprimento de onda mximo de

    absoro dos compostos

    Para determinar o comprimento de onda () no qual ocorre o mximo de

    absoro do composto hbrido e dos seus produtos de reao recorreu-se

    espetroscopia UV/visvel no espetrofotmetro Shimadzu UV-160 no intervalo de 200 a

    400 nm de comprimento de onda. Na Tabela 1 encontram-se os valores mximos de

    para a amina, MMT e pr-frmaco.

    Composto Comprimento de onda

    mximo (nm)

    Amina 273.4

    MMT 286.0

    PF 295.4

    Tabela 1 - Comprimentos de onda mximos de cada composto.

  • 7

    Os compostos apresentaram mximos de absoro entre 273.4 e 295.4 nm.

    Optou-se por selecionar o comprimento de onda de 300 nm para os estudos em HPLC

    pois um valor prximo dos obtidos no espetrofotmetro e todos os compostos

    absorvem a esse comprimento de onda.

    2.3. Curvas de calibrao

    Com o objetivo de identificar e quantificar a amina, o monometiltriazeno e o pr-

    frmaco por comparao com os respetivos padres foram feitas curvas de calibrao.

    Recorreu-se a vrias solues-padro com diferentes concentraes de cada composto

    em ACN que foram analisadas por HPLC por ordem crescente de concentraes.

    Para a amina e o MMT foram preparadas solues-me de concentrao 10-4

    mol L-1 pesando rigorosamente a quantidade apropriada de composto, na balana

    analtica Mettler Toledo AB204, e dissolvendo em acetonitrilo. A soluo-me do pr-

    frmaco tinha uma concentrao de 1 mol L-1, a partir da qual se fez uma soluo de

    concentrao 10-4 mol L-1 para se proceder s diluies nas mesmas condies que as

    solues-me preparadas. As solues usadas para a realizao das curvas de

    calibrao foram preparadas por diluio a partir das solues previamente referidas

    usando como solvente o acetonitrilo.

    A tabela com os dados da preparao das solues-padro encontra-se no

    Anexo III. As tabelas e representaes grficas das curvas de calibrao podem ser

    observadas nos Anexos IV e V.

    2.4. Estudos cinticos

    A hidrlise do pr-frmaco foi monitorizada por HPLC atravs da quantificao

    do desaparecimento do substrato e aparecimento dos produtos da reao. Para

    identificar os produtos fez-se a comparao dos seus tempos de reteno com os

    tempos de reteno dos padres da amina, MMT e pr-frmaco. Os cromatogramas

    efetuados podem ser observados no Anexo II.

    Foi realizada uma eluio isocrtica em todos os ensaios e a mistura usada foi

    acetonitrilo:gua (65:35) v/v. Antes da anlise, fez-se a desgaseificao da fase mvel

    por ultra-sons no aparelho de banho ultrassnico Bandelin Sonorex TK 52 durante 20

    minutos para evitar a existncia de bolhas de ar que interferem na anlise.

  • 8

    2.4.1. Tampo fosfato-salino (PBS) (0.01 M, pH=7.4)

    Uma alquota de 10 L de uma soluo do PF em ACN com concentrao de 10-

    2 M foi adicionada a 10 mL de PBS (0.01 M, pH=7.4) a 37C. A diferentes tempos foram

    retiradas vrias alquotas da mistura durante 48 horas e analisadas por HPLC a =300

    nm e fluxo de 1.0 mL/min. O ensaio foi feito em duplicado.

    2.4.2. Plasma humano (80% v/v)

    2.4.2.1. Procedimento geral para a obteno de plasma humano

    Foi recolhido sangue de vrios doadores saudveis em heparinato de sdio.

    Depois de centrifugado, o sobrenadante foi separado e distribudo por vrios frascos de

    vidro contendo cada um 2 mL de plasma. Estes frascos foram conservados a -70C.

    Antes da sua utilizao teve o cuidado de se fazer uma descongelao gradual para

    evitar uma possvel desnaturao das protenas plasmticas.

    2.4.2.2. Estudos cinticos em plasma humano

    Uma mistura de 2 mL de plasma humano e 0.5 mL de PBS foi termostatizada a

    37C. A esta mistura foi adicionada uma alquota de 10 L de uma soluo do PF de

    concentrao 10-2 M em ACN. Vrias alquotas (200 L) da mistura reacional foram

    retiradas a diferentes tempos durante 48 horas e colocadas em eppendorfs com 400 L

    de ACN em gelo. Os eppendorfs foram centrifugados a 14000 rotaes por minuto por

    5 minutos e o sobrenadante foi analisado por HPLC com um fluxo de 1.0 mL/min. O

    ensaio foi feito em duplicado.

    2.5. Determinao do logaritmo do coeficiente de partio

    2.5.1. Fundamento terico

    A determinao do logaritmo do coeficiente de partio importante para

    entender a solubilidade dos pr-frmacos em meio aquoso, em ambiente fisiolgico e a

    sua permeabilidade s membranas celulares (lipdicas). Atravs desta determinao

    possvel aferir sobre a capacidade dos pr-frmacos atravessarem as membranas

    biolgicas das clulas do glioma [14].

    Em estudos prvios verificou-se a existncia de uma correlao entre a

    solubilidade de alguns frmacos em lpidos e a sua atividade biolgica. Sendo assim,

    surgiu um modelo que simula o transporte dos frmacos at ao seu local de ao: a

    capacidade de um composto se distribuir entre o 1-octanol (que simula a membrana

    lipoflica) e a gua (que simula a fase aquosa). O 1-octanol constitudo por uma cadeia

    alqulica saturada longa e tem um grupo hidroxilo polar que forma ligaes de hidrognio

  • 9

    com a gua, o que faz com que se dissolva nesta numa concentrao de 1.7 M, levando

    saturao. A combinao das cadeias lipoflicas, grupos hidroflicos e molculas de

    gua confere ao 1-octanol propriedades bastante semelhantes s das membranas

    naturais [36].

    De modo a determinar a lipofilia de um frmaco, foi proposto o logaritmo do

    coeficiente de partio (Log P) entre a gua e o 1-octanol:

    Log P = log [(composto)octanol

    (composto)tampo] (Equao 1)

    Este coeficiente indica a tendncia preferencial do frmaco para se dissolver

    numa fase ou noutra. Com base nesta equao, possvel verificar que se um composto

    for mais solvel na fase aquosa (tampo), P1, logo o valor de Log P

    positivo [37].

    At um certo limite, os compostos mais lipoflicos interagem mais com a fase

    lipdica, ou seja, penetram nas membranas lipoflicas facilmente. Contudo, a relao

    entre o Log P e a penetrao no linear, sendo que, para valores extremos, esta

    interao torna-se demasiado forte e impede o frmaco de atravessar a fase aquosa ou

    de se dissolver nesta pois fica retido na camada lipdica. Inversamente, se o Log P tiver

    um valor prximo de zero, o frmaco fica retido na fase aquosa e no atravessa a fase

    lipdica. De acordo com estudos de correlao dos fenmenos de dissoluo e

    transporte, pode afirmar-se que os frmacos com um coeficiente de partio octanol-

    gua igual ou superior a 100 (Log P>2) so bem absorvidos. O valor de lipofilia ideal,

    que corresponde mxima absoro dos frmacos, Log P2 e poder ir at 3 [37,

    38]. Segundo a Regra dos 5 de Lipinski, um frmaco ter provavelmente uma m

    absoro oral se Log P>5 [39].

    A avaliao da lipofilia atravs do valor do logaritmo do coeficiente de partio

    pode ser realizada experimentalmente por HPLC. Paralelamente pode ser feita a sua

    determinao por um mtodo computacional [40].

    2.5.2. Procedimento experimental

    A determinao experimental do Log P do pr-frmaco foi realizada no sistema

    octanol-tampo fosfato. A saturao deste sistema foi conseguida colocando-se uma

    mistura de 1:1 de octanol e tampo fosfato isotnico (pH 7.4) numa ampola de

    decantao que ficou em repouso durante a noite.

  • 10

    Para determinar o Log Pexp, num eppendorf adicionou-se aproximadamente 2 mg

    de pr-frmaco a um sistema bifsico constitudo por 0.5 mL de octanol (previamente

    saturado de tampo fosfato isotnico) e 0.5 mL de tampo fosfato isotnico

    (previamente saturado de octanol). A mistura foi agitada no vortex durante 4 minutos,

    centrifugada durante 5 minutos e deixada em repouso durante 15 minutos. A alquota

    da fase orgnica foi previamente diluda numa proporo de 1:10 em acetonitrilo e s

    depois analisada por HPLC. O eluente usado foi a mistura ACN:gua (65:35) e o fluxo

    foi de 1 mL/min. A alquota da fase aquosa foi injetada sem qualquer diluio. O Log

    Pexp foi obtido pela razo das reas dos picos a 300 nm, correspondentes aos compostos

    em questo. O ensaio foi feito em duplicado.

    2.5.3. Mtodo computacional

    De modo a fazer uma previso terica do valor de Log P, usou-se o programa

    ALOGPS 2.1. Atravs da introduo da frmula SMILES (simplified molecular-input line-

    entry system), que uma especificao para descrever a estrutura de molculas em

    forma de notao que usa caracteres ASCII (American Standard Code for Information

    Interchange), determinou-se o Log Pterico [41]. O valor dado pelo programa foi 4.53.

  • 11

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    3.1. Estudo de estabilidade em tampo fosfato salino

    Realizou-se o estudo da hidrlise do pr-frmaco com tampo fosfato (0.01 M,

    pH=7.4) a 37C, como descrito anteriormente. As reaes foram monitorizadas por

    HPLC. Os produtos da reao foram identificados por comparao com os respetivos

    padres (Anexo II). No foi possvel visualizar a amina e o MMT pois no foram

    detetados no cromatograma picos com os tempos de reteno correspondentes a estes

    compostos, portanto no foi feita a quantificao destes produtos da reao. O nico

    pico visvel e identificvel foi o pico correspondente ao pr-frmaco. No Anexo VI

    possvel observar cromatogramas deste ensaio a diferentes tempos. Na Tabela 2

    encontram-se os valores mdios de rea detetados ao longo do tempo, relativos ao pr-

    frmaco.

    Tempo / h

    rea / mAU

    0.00 36570.5

    2.50 37657.5

    4.75 38802.5

    22.50 38967.5

    30.50 41008.0

    46.50 39552.5

    71.75 37795.5

    77.00 34463.0

    Tabela 2 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas ao longo do tempo no

    estudo cintico em tampo fosfato

    Recorrendo curva de calibrao correspondente ao pr-frmaco (Anexo V),

    calculou-se a concentrao do hbrido ao longo do tempo e pode afirmar-se que

    estvel em condies semelhantes s fisiolgicas. Na Figura 3 esto representadas as

    concentraes do pr-frmaco ao longo de 77 horas.

  • 12

    Figura 3 - Variao da concentrao de pr-frmaco ao longo do tempo no ensaio em tampo

    fosfato pH 7.4

    Pela anlise da representao grfica observa-se que a concentrao do hbrido

    se manteve constante ao longo do tempo. Deste modo, os resultados deste estudo

    cintico mostraram que o pr-frmaco suficientemente estvel em condies

    fisiolgicas, sendo tambm interessante a avaliao da sua estabilidade em plasma

    humano.

    3.2. Estudo de estabilidade em plasma humano

    O estudo cintico em plasma humano (80% v/v) foi, igualmente, seguido por

    HPLC. Tal como no estudo anterior, o nico pico identificvel detetado foi o

    correspondente ao pr-frmaco. No Anexo VI possvel observar cromatogramas deste

    ensaio a diferentes tempos. Na Tabela 3 encontram-se os valores mdios de rea

    detetados ao longo do tempo, relativos ao pr-frmaco.

    Tempo / h rea / mAU

    0 1204886.0

    2.50 1296815.0

    6.50 1281402.0

    21.50 1391722.5

    26.00 1402908.0

    28.00 1382506.0

    48.00 1252533.5

    Tabela 3 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas ao longo do tempo no

    estudo cintico em plasma humano

    0,0

    1,0

    2,0

    3,0

    4,0

    5,0

    6,0

    0 20 40 60 80 100

    [PF

    ] /

    mo

    l L

    -1

    Tempo / h

  • 13

    Do mesmo modo, recorreu-se curva de calibrao do pr-frmaco (Anexo V)

    para calcular a sua concentrao ao longo do tempo com o objetivo de avaliar a sua

    degradao. Na Figura 4 esto representadas as concentraes do pr-frmaco ao

    longo de 48 horas.

    Figura 4 - Variao da concentrao de pr-frmaco ao longo do tempo no ensaio em plasma

    humano 80% (v/v)

    Analisando os resultados obtidos possvel observar-se que o pr-frmaco

    apresenta boa estabilidade em plasma humano durante 48 horas pois no houve

    grandes variaes da concentrao detetada do hbrido.

    3.3. Determinao do logaritmo do coeficiente de partio

    Para se conseguir determinar o valor de Log Pexp fez-se a anlise de alquotas

    das fases aquosa e orgnica por HPLC.

    As anlises foram feitas em triplicado.

    Os valores de rea da fase orgnica foram multiplicados por 10 (fator de diluio)

    aps a anlise. Na Tabela 4 pode observar-se os valores de rea correspondentes s

    duas fases. Os cromatogramas correspondentes podem ser observados no Anexo VIII.

    rea / mAU

    Fase aquosa 3103.167

    Fase orgnica

    27628355

    Tabela 4 - Valores das reas correspondentes ao pr-frmaco detetadas no estudo da

    determinao do Log P

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    0 10 20 30 40 50 60

    [PF

    ] /

    m

    ol

    L-1

    Tempo / h

  • 14

    De acordo com a Equao 1, efetuou-se o clculo do valor de Log Pexp.

    Log P = log [276283553103.167

    ]= 3.95

    Comparando os valores dos logaritmos dos coeficientes de partio terico

    (4.53) e experimental, verificou-se que o valor experimental se encontra prximo do que

    se espera obter teoricamente. Sendo este um valor positivo e superior a 1, indicativo

    de que a molcula mais solvel em octanol, ou seja, apresenta um comportamento

    lipoflico. Isto tambm permite explicar o fato dos picos do cromatograma da fase aquosa

    serem to pequenos, pois o pr-frmaco pouco solvel em gua.

  • 15

    4. CONCLUSO

    Analisando os resultados obtidos, possvel concluir que o hbrido em estudo

    tem uma grande probabilidade de sucesso como pr-frmaco no tratamento do glioma

    maligno.

    No que respeita aos estudos cinticos de estabilidade em tampo fosfato 0.01 M

    pH 7.4 a 37C, o pr-frmaco mostrou ser estvel durante um longo perodo de tempo

    (77 horas). Por este motivo, ter uma semi-vida bastante longa pois no se verificou

    degradao durante o perodo do estudo.

    Relativamente aos ensaios em plasma humano 80% (v/v), estes possibilitam

    determinar o comportamento do composto hbrido no plasma, que contm diversas

    enzimas que podem ou no interferir no mecanismo do pr-frmaco. Atravs deste

    estudo verificou-se que o composto se manteve estvel durante 48 horas estando na

    presena de enzimas plasmticas. Isto significa que no foi degradado antes de

    alcanar o local alvo, as clulas gliais malignas.

    Na determinao do logaritmo do coeficiente de partio, o valor obtido foi

    semelhante ao teoricamente previsto, portanto considera-se que os valores so

    concordantes. O pr-frmaco apresenta um valor de Log P prximo de 4, o que

    demonstra a sua afinidade para com a membrana lipdica. de referir que, como o valor

    de Log P desta molcula inferior a 5, o hbrido obedece a um dos parmetros da Regra

    dos 5 de Lipinski, tendo uma maior probabilidade de ter uma boa absoro oral.

    Um prximo passo neste estudo pode passar por realizar ensaios com culturas

    de clulas com o objetivo de averiguar se o hbrido tem uma maior seletividade para as

    clulas gliais malignas. Outros estudos podiam ser feitos no sentido de esclarecer a

    influncia da ao do cido valprico no pr-frmaco em relao a outros iHDAC.

  • 16

    AGRADECIMENTOS

    Desejo expressar os meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que, direta

    ou indiretamente, contriburam para a realizao deste projeto:

    Professora Maria Eduarda Mendes pela oportunidade que me deu, pela sua

    orientao e disponibilidade prestadas no decorrer do trabalho, assim como

    pelas crticas, correes e sugestes apontadas a este documento;

    Professora Maria de Jesus Perry pela disponibilidade, auxlio e conhecimentos

    transmitidos no decorrer do projeto;

    Susana Lucas por todos os conhecimentos transmitidos relativamente aos

    aparelhos a utilizar, pela sua pacincia e boa disposio;

    A todos os amigos que me ajudaram a concretizar este objetivo, em especial

    Sara Reis e Ins Ferreira pela pacincia e prontido na ajuda na reviso do

    presente manuscrito. Ao Rodrigo Murteira, Joana Camilo e Bruno Segurado pela

    amizade, palavras de encorajamento e fora.

    minha famlia por toda a motivao e compreenso durante o decorrer do

    projeto.

  • 17

    BIBLIOGRAFIA

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    http://www.vcclab.org.

  • 20

    ANEXOS

    Anexo I

    Figura A.1 - Classificao da OMS dos tumores do Sistema Nervoso Central [2]

  • 21

    Anexo II

    Figura A.2 - Cromatograma correspondente ao padro de amina aromtica

    Figura A.3 - Cromatograma correspondente ao padro de monometiltriazeno

  • 22

    Figura A.4 - Cromatograma correspondente ao padro de pr-frmaco

  • 23

    Anexo III

    [composto] / mol L-1 Vsoluo-me / mL Vacetonitrilo

    0.50 0.05 9.95

    1.00 0.10 9.90

    2.50 0.25 9.75

    5.00 0.50 9.50

    7.50 0.75 9.25

    10.00 1.00 9.00

    Tabela A.1 - Preparao das solues de amina, MMT e pr-frmaco para as curvas de calibrao

  • 24

    Anexo IV

    [amina] / mol L-1 rea / mAU Mdia das reas / mAU

    0.50 47966

    47213.0 46460

    1.00 105051

    105912.5 106774

    2.50 185289

    194200.0 203111

    5.00 406015

    395668.5 385322

    7.50 610696

    568865.5 527035

    10.00 883725

    843361.5 802998

    Tabela A.2 - Curva de calibrao para a amina aromtica em ACN

    [MMT] / mol L-1 rea / mAU Mdia das reas / mAU

    0.50 Sinal no

    detectado

    1.00 Sinal no

    detectado

    2.50

    66881

    56435.7 49908

    52518

    5.00 86146

    91376.5 96607

    7.50

    114996

    113477.3 77246

    148190

    10.00 204057

    190949.5 177842

    Tabela A.3 - Curva de calibrao para o monometiltriazeno em ACN

  • 25

    [PF] / mol L-1 rea / mAU Mdia das reas / mAU

    0.50 Sinal no

    detectado

    1.00 Sinal no

    detectado

    2.50 20071

    21809.0 23547

    5.00 42351

    43634.0 44917

    7.50 63921

    63625.5 63330

    10.00 87939

    85459.0 82979

    Tabela A.4 - Curva de calibrao para o pr-frmaco em ACN

  • 26

    Anexo V

    Figura A.5 Representao grfica da curva de calibrao para a amina aromtica em ACN

    Figura A.6 - Representao grfica da curva de calibrao para o monometiltriazeno em ACN

    Figura A.7 - Representao grfica da curva de calibrao para o pr-frmaco em ACN

    y = 80529x + 3535,3R = 0,9927

    0

    200000

    400000

    600000

    800000

    1000000

    0 2 4 6 8 10 12

    re

    a /

    mA

    U

    [amina] / mol L-1

    y = 17026x + 6649,2R = 0,9297

    0

    50000

    100000

    150000

    200000

    250000

    0 2 4 6 8 10 12

    re

    a /

    mA

    U

    [MMT] / mol L-1

    y = 8437,7x + 896,5R = 0,9997

    0

    20000

    40000

    60000

    80000

    100000

    0 2 4 6 8 10 12

    re

    a /

    mA

    U

    [PF] / mol L-1

  • 27

    Anexo VI

    Figura A.8 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em tampo fosfato (tempo 0 h)

    Figura A.9 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em tampo fosfato (tempo 30.5 h)

  • 28

    Figura A.10 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em tampo fosfato (tempo 77 h)

  • 29

    Anexo VII

    Figura A.11 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em plasma humano (tempo 0 h)

  • 30

    Figura A.12 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em plasma humano (tempo 21.5 h)

  • 31

    Figura A.13 - Cromatograma correspondente ao pr-frmaco no estudo em plasma humano (tempo 48 h)

  • 32

    Anexo VIII

    Figura A.14 - Cromatograma correspondente fase aquosa para a determinao de Log P

  • 33

    Figura A.15 - Cromatograma correspondente fase orgnica para a determinao de Log P