spirit of judo #03
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Spirit of JUDO, a revista do Boletim OSOTOGARI.TRANSCRIPT
03
EDITORIALNesta edição celebramos o judô infanti l . O motivo
é simples: Judô infanti l é o principal motor da
modalidade. Saber que com o judô podemos ajudar na
educação, na formação das crianças é gratificante. E
então resolvemos dar um destaque especial para as
crianças, apesar de sempre estarem em evidência
aqui na Spirit.
Eu e meu sócio Alberto Nunes Jr, tivemos a
oportunidade de acompanhar bem de perto o
Campeonato Mundial no Rio de Janeiro. Realizamos a
cobertura fotográfica da competição, trabalhando na
divulgação e nos contendo na torcida da equipe
brazuca! Uma matéria sobre o mundial, com destaque
aos dois judocas representantes de São Paulo, Maria
Suelen Altheman e Rafael Silva que conquistaram
medalhas de prata nessa importante competição.
Com exclusividade, o Alberto também teve a honra
de participar da cerimônia que homenageou os
melhores judocas de todos os tempos: O Hall da
Fama da FIJ, onde, entre os vinte e um judocas
homenageados, estava o nosso campeão olímpico
Aurélio Miguel!
Teremos também a estréia de mais um
colaborador da revista, o judoca e artista Leonardo
Mazzer. Muito criativo, nos brindou com uma crônica
em forma de mangá.
Campeonatos paulistas e os torneios e festivais
dentro de São Paulo também tem e sempre terão o
seu espaço na nossa revista.
Estamos em um longo caminho de aprendizado e
tentando melhorar aos poucos a revista. Esperamos
que apreciem a edição número 03 da Spirit of JUDO, a
revista do boletim OSOTOGARI.
Boa leitura a todos!
Everton Monteiro
ÍNDICE1 8ª Taça cidade de Guaratinguetá1 7º Torneio de Junqueirópolis1 7º Torneio do Floresta A. C. Amparo27º Torneio São João T.C. AtibaiaCampeonato Paulista Sub 1 5 e Sub 23Falando de JudôCampeonato Paulista Masters e de KataCampeonato Paulista Sub 11 e Sub 1 3Treinamento EsportivoHall da FamaDesafio Inter Estadual Top Team RioMundial Rio 201 3Judocas Paulistas no Kodokan JapãoMangá - Golpe de OuroFestival do Mesc - São BernardoMatéria de CapaPerfi l - José Jantál iaEntrevista Uchikomi - Hatiro Ogawa
040506081 01 61 82026283033363738404446
EXPEDIENTEEdição:
Everton Monteiro
Comercial:Alberto Nunes Junior
Fotografia:Everton Monteiro
Alberto Nunes Junior
Gabriel Galvão Monteiro
Assinaturas:[email protected]
Publicidade e Anúncios:publ [email protected]
Pessoas que fazem a Spirit acontecer:Gerardo Sici l iano, Celso de Almeida Leite, Antonio Mesquita, MárioManzatti , Hatiro Ogawa, Carlos Bortole, Fernando Ikeda e MarcosLopes.
G4 GRÁFICA E EDITORACNPJ 11 670 564 / 0001 58
18º TAÇA CIDADE DE GUARATINGUETÁ DE JUDÔTexto: Everton Monteiro Fotos: 2ª Delegacia Regional
Torneio reuniu judocas da 2ª Delegacia Regional da FPJ
Guaratinguetá recebeu, no dia 1 6 de junho, judocas
das agremiações da 2ª Delegacia Regional do Vale do
Paraíba, para as disputas da 1 8ª Taça Cidade de
Guaratinguetá.
O evento ocorreu no ginásio de esportes do Itaguará
Country Clube.
Na solenidade de abertura, o Delegado Regional
Claudio Calasans Camargo fez uso da palavra,
enaltecendo a presença e participação dos atletas,
técnicos e árbitros e também agradecendo a presença dos
convidados da mesa de honra. No final da competição, as
cinco melhores equipes classificadas foram premiadas.
Judocas durante a cerimônia de abertura da competição
Professor Claudio Calasans durante seu discurso na
abertura do evento.
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Em 09 de junho, na cidade de Junqueirópolis, à 623
Km de São Paulo, foi real izado no Ginásio Municipal de
Esportes “Cícero Gomes” o 1 7º Torneio de Judô de
Junqueirópolis.
O evento foi organizado pela Associação
Junqueiropolense de Judô, contou com o apoio da
Prefeitura Municipal e supervisão da 4ª Delegacia Regional
da Alta Paulista da FPJ, através de seu delegado regional
Raul de Mello Senra Bisneto.
Quinhentos e trinta atletas representaram as vinte
agremiações participantes na competição, nas classes
mirim à sênior. Com excelente organização e muito
entusiasmo dos participantes, o Torneio transcorreu de
forma tranquila e amistosa, que começou com um festival
com cento e trinta e nove crianças iniciantes e na
sequência ocorreram as disputas das demais categorias.
Ao final do evento a equipe de Pompéia foi a campeã
geral, ficando o SESI com o vice-campeonato e a ACERT
de Tupã em terceiro lugar.
17º TORNEIO DE JUDÔ DE JUNQUEIRÓPOLISTorneio reuniu 500 judocas da 4ª Delegacia Regional da FPJ e outras regiões do estado
Texto: Everton Monteiro Fotos: Nelson Morimoto
17º TORNEIO DE JUDÔ DE JUNQUEIRÓPOLIS
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Realizado no dia 1 6 de junho, domingo, a XVI I edição
do tradicional Torneio do Floresta Atlético Clube, na
Estância Turística de Amparo, no Circuito das Águas
Paulista, contou com um grande número de participantes
vindos da região da 1 5ª Delegacia Regional da Grande
Campinas e também de cidades de outras regiões do
Estado e da capital paul ista.
Na abertura do evento, a presença do Delegado
regional da 1 5ª Delegacia da Grande Campinas, Celso de
Almeida Leite, do coordenador técnico da FPJ, Joj i Kimura,
do tesoureiro da 1 5ª Delegacia e conselheiro do Floresta
Atlético Clube, Admir Nora, do Presidente do Floresta
Atlético Clube, José Fernandes da Silva, do técnico e
professor de judô do Floresta A.C. , Fábio Nora e demais
autoridades. O mestre de cerimônias foi o professor Mauro
Cazetto.
Pela primeira vez na região, foi uti l izado o sistema de
video replay nas seis áreas da competição, com apenas
um árbitro atuando na área. Um recurso tecnológico que
vem agregar garantias de decisões corretas e imediatas
durante os combates, auxil iando em caso de dúvidas a
garantindo o acerto nas decisões dos árbitros, o que
beneficia todos os participantes.
Celso de Almeida Leite, agradeceu a todos os
envolvidos no projeto, árbitros, professores, técnicos e
equipe de infra estrutura, pelo apoio incondicional para que
o sistema pudesse ser uti l izado nesta competição e disse
que está à disposição para receber sugestões e idéias que
possam trazer mais melhorias para o sistema.
Na contagem geral de pontos o São João Tênis Clube /
APAJA, de Atibaia foi o campeão, seguido da Associação
Amigos do Judô de Itapira, Circulo Mil itar de São Paulo,
Clube Concórdia/Ômega Academia. Associação Marcos
Mercadante e Floresta Atlético Clube, fechando as seis
primeiras colocações.
XVII TORNEIO DE JUDÔ DO FLORESTA A.C.Texto: Everton Monteiro Fotos: Gabriel Galvão Monteiro
Um dos mais tradicionais Torneios da 1 5ª Delegacia estreou o sistema de video replay
Judocas de todas as idades participaram do torneio
Em sua 1 7ª edição, o torneio é um dos mais tradicionais da
Professor Admir Nora, tesoureiro da 1 5ª Delegacia e
1 5ª Delegacia Regional
evento, junto com seu fi lho, professor Fábio Noraconselheiro do Floresta Atlético Clube, foi o anfitrião do
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O XXVII Torneio de Judô do São João Tênis Clube de
Atibaia, em parceria com a prefeitura da Estância Turística
de Atibaia, Associação Paulo Alvim de Judô e 1 5ª
Delegacia Regional de Campinas, foi real izado no dia 07
de julho, domingo, no ginásio de esportes do clube.
Seiscentos atletas da região da 1 5ª Delegacia e demais
regiões do Estado de São Paulo prestigiaram o evento,
que primou pela organização e também pela excelente
premiação, já uma marca registrada deste torneio.
Presentes na cerimônia de abertura o Presidente do
SJTC, Jair César Michels, o Secretário de Esportes e
Lazer da PEA, Carlos Marcelo Pistoresi, o Presdente da
APAJA, André Menezes Bio, o Deputado Estadual, José
Roberto Tricol i , o Presidente da Câmara Municipal, Emil
Ono, o Delegado Regional da FPJ, Celso Almeida Leite, o
Vice-presidente Financeiro do SJTC, Demilso Soranz, o
Diretor de Esportes SJTC, Muri lo Bassi, e o Diretor Social
SJTC, Hamilton Marcondes Machado.
Foi uti l izada nesta competição o novo sistema de vídeo
replay da FPJ, com apenas um árbitro central e os
auxil iares fazendo uso de um radio e do sistema de
câmeras e vídeo replay, dando suporte ao árbitro central,
caso fosse necessário, resolvendo qualquer dúvida no
momento, evitando prejudicar algum atleta com uma
pontuação incorreta.
Houve também disputas da categoria absoluto,
masculino e feminino, com premiação em dinheiro e
troféus para os três primeiros colocados.
No final da competição, na contagem geral de pontos,
as dez primeiras classificadas receberam um troféu. A
equipe do São João Tênis Clube ficou com a primeira
colocação na contagem geral, porém, por ser a anfitriã,
cedeu sua colocação.
Texto e fotos: Everton Monteiro
No destaque, professor Paulo Alvim (Pi) e mestre Isato Yamamoto
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Foi real izado no ginásio principal do Sport Club
Corinthians Paulista, na capital, o Campeonato Paulista
Sub 1 5 e Sub 23. Cerca de seiscentos atletas participaram
da competição, para buscarem o título estadual da
respectiva classe e categoria de 201 3. A abertura do
evento foi marcado pelos discursos do presidente da
Federação Paulista de Judô, Alessandro Puglia, do vice-
presidente da Confederação Brasileira de Judô, Francisco
de Carvalho Filho, do diretor de esportes terrestres do S.C.
Corinthians, Sr. Fausto Bittar, e pelo coordenador do
conselho de ética da Federação Paulista de Judô, Mateus
Sugizaki. O mestre de cerimônias, o vice-presidente da
FPJ, José Jantál ia, mais uma vez comandou com
galhardia a cerimônia de abertura.
A participação dos judocas da classe sub 23 foi recorde
e segundo o diretor técnico da FPJ, Joj i Kimura, esse
grande número de participantes se deve ao fato da
competição ter sido realizada na capital paul ista, pois o
acesso à cidade é facil itada pelo grande número de
opções existentes, de transporte e de estradas, o que
motivou os atletas a participarem desta competição.
O campeonato seguiu por todo o dia, iniciando-se com
a classe sub 1 5 e posteriormente a classe sub 23. As finais
foram realizadas no final de todas as eliminatórias, e foi o
ponto alto da competição, onde a torcida e a emoção são
sempre maiores.
Texto e fotos: Everton Monteiro
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FALANDO DE JUDÔO uso do judô noCOTIDIANOSegunda Parte
Texto: Fernando Ikeda
FALANDO DE JUDÔO uso do judô noCOTIDIANOSegunda Parte
Texto: Fernando Ikeda
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devemos agir de forma incisiva, de forma decidida,
sem hesitação ou segundas intenções. O quarto
princípio nos adverte que uma vez atingida a meta é o
momento de parar de executar a técnica. No ultimo
princípio reside a essência do Judô como define o
Mestre Jigoro Kano:
“Caminhe em um único caminho, não torne-se
convencido com a vitória nem submisso com a
derrota, sem se esquecer de cautela quando tudo está
calmo ou assustar-se em situações de perigo.
Implícito aqui é a advertência que se nos deixarmos
ser levado pelo sucesso, a derrota será inevitável logo
em seguida.”
Em resumo, o ideal do Mestre Jigoro Kano em
expandir o Judô para um “caminho da vida” nos levam
a acreditar que o verdadeiro Judoca é aquele que age
de forma racional após avaliar todas as condições que
a situação lhe oferece e tomar a decisão mais
coerente para o momento, acredita que sentimentos
negativos não irão trazer benefício para si próprio ou
para outras pessoas ao seu redor tratando isso como
um desperdício de energia. Todas essas definições
são englobadas no princípio fundamental do Judô o da
MÁXIMA EFICIÊNCIA.
Ao questionar um praticante de Judô sobre o que
significa o termo “Judô” prontamente uma surge uma
resposta simples e direta: “Caminho Suave”. No
entanto em uma breve análise histórica percebemos
que “por trás” desse termo, reside um imenso
significado fi losófico que representa o ideal do Mestre
Jigoro Kano ao fomentar o Judô.
Como é sabido, o Judô é oriundo de duas Escolas
de Jujutsu (KitoRyu e TenshinshinyoRyu) seria natural
que o Mestre Jigoro Kano adotasse o nome Jujutsu ao
invés de Judô, porém como o fundador justifica:
“As palavras jujútsu e judô são ambas escritas
com dois ideogramas chineses. OJu em ambos é o
mesmo e significa “suavidade” ou “dar passagem”. O
significado de Jutsu é “arte, prática” e do significa
“princípio” ou “caminho”, sendo o próprio conceito de
modo de vida. Jujutsu pode se traduzido como “a arte
suave,” Judo como “caminho suave” (. . . ) Judo é mais
que uma Arte de ataque e defesa. É um esti lo de
vida.”
Essas palavras dão sentido ao desejo do
Fundador em criar um sistema além dos empregados
pelas Artes Marciais que antecederam ao Judô
integrando a discipl ina tanto física com mental, sendo
possível praticar esses princípios em nossa vida
cotidiana.
O Mestre Jigoro Kano ressalta cinco princípios
básicos que os Judocas devem ter em mente podendo
aplicar no trabalho, na escola, ou seja em diversas
áreas da sociedade.
O primeiro princípio consiste em observar e
analisar tudo ao seu redor, a sua interação com o
ambiente e outras pessoas. O segundo ponto resume
em assumir a l iderança, esse princípio é comumente
aplicado por jogadores de xadrez, que por sua vez
executam um determinado movimento que resultará
na reação do oponente em uma movimentação já
predita. O terceiro princípio em linhas gerais, diz que
A Federação Paulista de Judô realizou no dia 1 5
de junho, na Estância Turística de Amparo, o
Campeonato Paulista de Kata e o Campeonato
Paulista Grand Masters. O prestígio dado pelos
participantes das duas modalidades competitivas fez
bater o recorde da edição anterior, com 370 atletas da
classe Grand Masters e noventa e três duplas para as
apresentações de Kata.
Satisfeito com o novo recorde e com a
organização do evento, Puglia prevê que nos
próximos anos continuaremos tendo esse aumento de
participação de judocas Grand Masters e também de
duplas de kata.
O vice-presidente da Confederação Brasileira de
Judô, Francisco de Carvalho Filho, também prestigiou
o evento, juntamente com o professor Mateus
Sugizaki, coordenador geral da Comissão de Ética da
Federação Paulista de Judô.
E o que se viu nesta competição foi um show de
técnicas tanto no kata como também no shiai e, como
é de costume nessa competição, o fair play é o que
move a competição.
Texto e fotos: Alberto Nunes Junior
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O Campeonato Paulista Sub 11 e Sub 1 3 foi
real izado em 29 de junho, no Ginásio Municipal
Florêncio Pereira (Sarkisão), na cidade de Mairiporã –
SP. Com a participação de seiscentos judocas, o
evento definiu os campeões paulistas 201 3 nas
respectivas categorias das duas classes. A abertura
da competição, que teve as arquibancadas totalmente
lotadas, contou com a presença do prefeito da cidade
de Mairiporã, Doutor Márcio Pampuri, do presidente
da Federação Paulista de Judô, Alessandro Panitz
Puglia, do vice-presidente da Confederação Brasileira
de Judô, Francisco de Carvalho Filho, além de demais
autoridades e dos professores kodanshas de São
Paulo. O mestre de cerimônias foi o vice-presidente da
FPJ, José Jantál ia. A competição foi coordenada pelo
diretor técnico da FPJ, Joj i Kimura.
As disputas ocorreram nas oito áreas de
competição e mais uma vez a equipe de arbitragem do
evento, coordenados pelo diretor de arbitragem da
FPJ, professor Dante Kanayama, contou com a
uti l ização dos recém-adquiridos equipamentos para
vídeo replay e comunicadores, uti l izando apenas um
árbitro central em cada área de competição. Esse
novo processo está aderente às novas regras
internacionais onde apenas um árbitro atua dentro da
área e os demais o auxil iam através de radio
comunicadores e o sistema de vídeo replay.
O sistema já se encontra em uso nos diversos
campeonatos oficiais e amistosos realizados pela FPJ
através de suas delegacias regionais.
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TREINAMENTO ESPORTIVO
Periodização anual eA periodização anual do treinamento esportivo
requer por parte do treinador de jovens atletas
bastante atenção para a adequação de todas as
atividades que a criança e o adolescente exercem ao
longo de seus ciclos (dia, semana, mês,
bimestre, trimestre e semestre); seja na escola, ou em
outras atividades complementares (cursos de inglês,
informática, outras modalidades esportivas, etc.),com
o treinamento esportivo e o calendário de
competições, inclusive durante as férias escolares.
Assim, estabelecer as datas e os eventos mais
importantes para o Esporte, respeitando as outras
atividades do jovem atleta, e planejar os ciclos de
treinamentos exigirá do treinador uma visão sistêmica,
clara e consciente dos caminhos a serem escolhidos e
tri lhados.
Feito isso, acreditamos ser necessário examinar
os registros dos treinamentos realizados nos ciclos
anteriores para visual izar o caminho já percorrido, e,
direcionar e distribuir ao longo dos ciclos as cargas de
treinamento e competição. Vale destacar que o
estabelecimento de metas individuais, possíveis de
serem alcançadas, para a temporada e para carreira
deve ser discutido com cada jovem atleta, bem como,
levantar informações sobre os pontos fortes e fracos,
dentre os aspectos físico, técnico, tático e psicológico.
Direcionar e distribuir as cargas de treino significa
decidir qual o ênfase ou importância será dada para o
desenvolvimento de cada capacidade física
condicionante (força, velocidade e resistência) e
coordenativa; e, qual volume e intensidade devem
prevalecer em cada momento da temporada para a
aplicação dos diferentes meios e métodos de
treinamento. As capacidades físicas coordenativas,
fundamental para o desenvolvimento técnico e tático,
devem ser trabalhadas ao longo de toda a temporada,
seja de forma geral ou específica dependendo do
momento. Aliás, o Judô possui meios e métodos
específicos para esse aprimoramento, e distribui-los
ao longo do ano respeitando a necessidade do
desenvolvimento multi lateral através de meios e
métodos de treinamento gerais para, inclusive, evitar
especial izações técnicas precocemente, é o principal
desafio.
Em suma, cada modalidade esportiva possui suas
particularidades, soluciona suas tarefas no sistema de
treino uti l izando-se de meios (exercícios físicos)
gerais, complementares, especial izados e de
competição, e de métodos (verbais, visuais e práticos)
para o desenvolvimento das capacidades físicas
(coordenativas e condicionantes) e psíquicas,
necessárias para o melhor desempenho
esportivo.Devemos, portanto, conhece-los
profundamente e aperfeiçoá-los continuamente.
Distribuição das Cargasde treino e competição
Marcos Lopes é Bacharel em Esporte pela
Escola de Educação Física e Esporte da
Universidade de São Paulo (USP)
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PROPAGANDA DILEPÉ
Aurélio Miguel éimortalizado no
Na noite do domingo, 25 de agosto, um jantar
realizado no Rio de Janeiro imortal izou 21 atletas,
fazendo-os a primeira classe do Hall da Fama da
Federação Internacional de Judô. Entre os
eternizados, um brasileiro: Aurél io Miguel. A honraria
foi entregue ao campeão olímpico em Seul 88 pelas
mãos do presidente da Confederação Brasileira de
Judô, Paulo Wanderley Teixeira.
“Aurél io foi um campeão do judô, mas hoje é um
campeão da vida”, disse o presidente.
O ex-atleta, que além de um ouro tem também um
bronze olímpico, em Atlanta 96, aceitou a honra e
agradeceu a homenagem.
“Agradeço primeiramente ao meu pai, por me
introduzir ao judô. Agradeço ao presidente do COB, o
Sr. Carlos Arthur Nuzman, por trazer as Olimpíadas ao
Rio, e ao presidente Paulo Wanderley Teixeira por
todo seu trabalho e apoio. Agradeço, também, ao
presidente Marius Vizer, da FIJ, e todo o seu time por
levarem o judô ao seu nível atual”, falou o imortal.
“Nós já tínhamos anunciado que Jigoro Kano,
Anton Geesink e Charles Palmer fariam parte do Hall
da Fama. Hoje, continuamos a tradição de celebrar
nossos heróis”, disse o presidente Marius Vizer.
Nomes como Ryoko Tani, Patrick Hickey, David
Douil let e Jean-Luc Rouget, também foram
homenageados.
Membros do Hall of Fame da IFJ:Jigoro Kano - Japão
Anton Geesink - Holanda
Charles Palmer - Grã-Bretanha
Patrick Hickey - Irlanda
Ingrid Berghmans - Bélgica
George Kerr - Escócia
Jea- Luc Rougé - França
Wil lem Ruska - Holanda
Franco Capelletti - I tál ia
David Douil let - França
Aurélio Fernandez Miguel - Brasil
Mohamad Ali Rashwan - Egito
Vladimir Nevzorov - Rússia
Ryoko Tani - Japão
Robert van de Walle - Bélgica
Ezio Gamba - I tál ia
Peter Seisenbacher - Austria
Héctor Rodríguez Torres - Cuba
Thierry Rey - França
Kosei Inoue - Japão
Neil Adams - Grã-Bretanha
Com informações da Assessoria de Imprensa da CBJFoto: Alberto Nunes Junior
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Desafio InterestadualTOP TEAM Rio 2013Em 09 de julho, terça-feira, a Confederação
Brasileira de Judô realizou o Desafio Interestadual Top
Team Judô Rio 201 3, que tomou lugar no Centro de
Treinamento da Vila Mil itar, Zona Oeste do Rio de
Janeiro, e contou com a participação de atletas dos
estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. O
Desafio fez parte dos eventos-testes para o
Campeonato Mundial de Judô que a CBJ organizou,
sendo este o primeiro testando o sistema de
competição individual.
“Eventos-teste são sempre de suma importância
para qualquer organização de campeonato de grande
porte. São nestes eventos que nós ajustamos a
equipe, aparamos as arestas e entramos em sintonia.
São necessários para que cheguemos ao resultado
esperado no objetivo final, que é o Mundial ”, disse o
diretor de Relações Institucionais da CBJ, Marcos
Pastori.
O evento preparatório teve o objetivo de testar as
áreas funcionais, institucionais e equipes de trabalho
que atuariam no Mundial. E o teste aconteceu sob os
olhos atentos de convidados ilustres, tais como o
secretário de esportes do município de Queimados,
no Rio de Janeiro, Luiz Carlos Monteiro; o presidente
da Federação Paulista de Judô, Alessandro Puglia; e o
presidente da Federação de Judô do Estado do Rio de
Janeiro, Francisco Grosso.
“O evento teve como objetivo principal testar as
equipes de trabalho. Logística, RH, transportes,
integração entre os componentes e, no fim, eu vi como
tendo sido altamente positivo. O trabalho continua
sendo conduzido intel igentemente e de forma correta.
Essa série de eventos-testes, desembocando no
Mundial, trará ainda mais visibi l idade ao judô não só
aqui no Rio, mas em todo o país. Quanto mais
pessoas perceberem o esporte, suas conquistas e
organização, mais próximos estaremos de nosso
objetivo”, analisou o presidente da FJERJ, Francisco
Grosso.
No tatame, São Paulo dominou e terminou com 26
medalhas totais, sendo dez de ouro, seis de prata, e
outras dez de bronze. Na segunda colocação, o Rio
de Janeiro faturou 1 9 medalhas, das quais quatro
douradas, oito prateadas e sete de bronze. A Bahia
chegou ao final com seis medalhas conquistadas –
todas de bronze.
Com informações da Assessoria de Imprensa da CBJ - Fotos: Everton Monteiro
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Ainda foram realizados dois eventos-testes
para o Mundial Rio 201 3: Desafios
Internacionais nos dias primeiro e três de
agosto, no município de Queimados, Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. No dia 01 de
agosto, atletas de Hungria e Espanha vieram
ao país; enquanto que no do dia 03 de agosto
foi a vez dos judocas cubanos e venezuelanos
testarem os brasileiros. Dias antes da grande
competição, houve o Campeonato Brasileiro
Sub 23, que foi disputado na estrutura onde
transcorreu o Campeonato Mundial e
funcionou como uma espécie de ensaio-geral.
Mesmo sendo em um dia úti l , na semana,
quem não pôde comparecer ao ginásio no
Centro de Treinamento da Vila Mil itar no Rio,
pôde acompanhar os combates através da
transmissão ao vivo, via internet, real izada
pelo boletim OSOTOGARI.
Confira os resultados finais do Desafio:MASCULINO LIGEIRO (60kg)1 º - Leonardo Barbosa da Silva (RJ)
2º - Vitor Hugo Delgado Carvalho (SP)
3º - Paulo Frenando da Cruz (BA)
3º - Mike Massahiro Chibana (SP)
MASCULINO MEIO LEVE (66kg)1 º - Lucas Nascimento Bernardo (SP)
2º - Adriano Pereira de Araújo (RJ)
3º - Fagner Fernando G. V. Evaristo (BA)
3º - Guilherme Koji Minakawa (SP)
MASCULINO LEVE (73kg)1 º - Vitor de Paula Ferraz (RJ)
2º - Wil l ian Roberto Pereira (SP)
3º - Ivan Luis R da Costa (BA)
3º - Eduardo Katsuhiro Barbosa (SP)
MASCULINO MEIO MÉDIO (81kg)1 º - Anderon Primo de Souza (SP)
2º - Dennis Rodrigues Silva Barbosa (RJ)
3º - Leandro dos Santos Ferrante (SP)
3º - Kinsley Correia da Silva Oliveira (BA)
MASCULINO MÉDIO (90kg)1 º - Lucas Lauriano Canalle (SP)
2º - Gustavo dos Santos Silva (SP)
3º - Caio Cardoso Fróes de Almeida (BA)
3º - Andre Luis Duque E. A. de Freitas (RJ)
MASCULINO MEIO PESADO (100kg)1 º - Dario Augusto F de Alves (SP)
2º - José Ricardo Fernandes Bravin (SP)
3º - Rodrigo Andrade Garcez (RJ)
3º - Plynho Henrique de S. O. Chagas (RJ)
MASCULINO PESADO (+100kg)1 º - Daniel Placido de Sousa (SP)
2º - Marcus Vinicius de Melo Sabagh (RJ)
3º - Enricke Kanematsu Martins (SP)
3º - Guilherme Martins de Souza Silva (RJ)
FEMININO LIGEIRO (48kg)1 º - Agueda Cristina de Arruda Silva (SP)
2º - Maria Eduarda de S. Gonçalves (RJ)
3º - Veronica M.A. Salgado (SP)
3º - Amanda de Queiroz Anacleto (RJ)
FEMININO MEIO LEVE (52kg)1 º - Thaís Borges dos Santos (SP)
2º - Jessica Couto Lima (SP)
3º - Kamila Gomes Caixeiro (RJ)
3º - Vitoria Regina M. dos Santos (BA)
FEMININO LEVE (57kg)1 º - Tamara dos Santos (SP)
2º - Tamires Crude Andrade da Silva (RJ)
3º - Raila Caroline David dos Santos (BA)
3º - Joice Machado Braga (SP)
FEMININO MEIO MÉDIO (63kg)1 º - Daniel le Karla Lima de Oliveira (RJ)
2º - Gisele Fernandes Silva (RJ)
3º - Amanda Ferreira Culato (SP)
3º - Keyla Raquel dos Santos Dias (SP)
FEMININO MÉDIO (70kg)1 º - Adriana Leite de Souza (SP)
2º - Gabriela Marques Lafaiete (RJ)
3º - Franciel le Diniz Carvalho (RJ)
3º - Taiane Batista Berl ink Santos (BA)
FEMININO MEIO PESADO (78kg)1 º - Pamela Vitorio Ventura (SP)
2º - Renata Cristina da S. Januário (RJ)
3º - Jul ia Cristina Bueno Araujo (SP)
3º - Jul iana Velasquez T. Gomes (RJ)
FEMININO PESADO (+78kg)1 º - Rafaela Nitz (RJ)
2º - Jul iete dos Santos da Silva (SP)
3º - Agatha Martins Silva (SP)
3º - Andreia Santana de Almeida (BA)
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MUNDIAL RIO 2013Foram mais de 700 atletas de 1 26 países que
participaram da competição no Maracanãzinho. Foi o
melhor desempenho da seleção brasileira em
Mundiais em toda sua história. Das seis medalhas
conquistadas, cinco foram para as mulheres, os
destaques brasileiros do campeonato. Rafaela Silva
conquistou o inédito ouro em mundiais para as
mulheres, e com um gostinho muito especial:
Conquistou a medalha em casa!
Érika Miranda e Maria Suelen Altheman
conquistaram as medalhas de prata para o feminino.
Sarah Menezes e Mayra Aguiar conquistaram o
bronze. No masculino, Rafael Silva conquistou a
medalha de prata.
Na grande final masculina da categoria pesado,
um confronto que todos no Maracanãzinho
esperavam. Rafael Silva, bronze nos Jogos Olímpicos
de Londres enfrentaria o mito Teddy Riner, medalha de
Maria Suelen Altheman e Rafael Silva foram
os representantes de São Paulo que
conquistaram medalhas de prata no
Campeonato Mundial de Judô 201 3.
Com seis medalhas conquistadas, Brasil termina naquarta colocação geralouro das Olímpiadas de 201 2. O francês usou todo
seu talento e venceu o duelo de gigantes.
“Entrei na luta para fazer o máximo, claro que fico
triste pela derrota. É complicado perder em casa,
contra o meu maior rival, mas eu sei que foi um bom
resultado para o meu país e para a minha carreira. A
torcida foi fundamental, quando você está se sentindo
ameaçado, perdendo uma luta, a energia da
arquibancada é muito boa. Acho que para 201 6 a
torcida do Rio vai estar mais cativada pelo judô e isso
vai ajudar muito a nossa seleção”, comentou Rafael
Silva, medalha de prata no Mundial do Rio.
No último dia de competição, no domingo, 01 de
setembro, as mulheres confirmaram a ótima fase que
estavam e em uma final muito equil ibrada com a
equipe do Japão, ficaram com a medalha de prata. A
equipe masculina não conseguiu classificação na
competição por equipes.
Texto: Everton Monteiro Fotos: Alberto Nunes Junior e Everton Monteiro
Com informações da Assessoria de Imprensa da CBJ
33
Há dois anos, no Mundial de Paris, Rafaela
Silva viu a japonesa Aiko Sato no lugar mais alto
do pódio e ela ficou com a medalha de prata.
Ano passado, uma frustração maior tirou sua
chance de medalha nas Olimpíadas de Londres
por causa de um golpe proibido. Mas o destino
quis que a carioca da Cidade de Deus entrasse
para a história do judô brasileiro dentro de casa,
no Maracanãzinho, diante de uma torcida
barulhenta. Com menos de um minuto de luta
com um belo ippon na americana Marti Malloy
Rafaela Silva se tornou a primeira mulher
brasileira campeã mundial no judô.
Antes dela, apenas o gaúcho João Derly, por
duas vezes, em 2005 e 2007, o paulista Tiago
Camilo, em 2007 e o brasil iense Luciano Correa,
em 2007, haviam conquistado a medalha de ouro
em um Mundial de judô.
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No mês de julho, sete judocas paulistas viajaram
para o Japão em busca de um objetivo comum:
Aperfeiçoamento nas aplicações das técnicas do kata.
A equipe foi composta pelos professores judocas Rioiti
Uchida, Luis Alberto dos Santos, Vinícius Erchov,
Leonardo Yamada, Marcus Michell ini , Wagner Uchida
e Caio Kanayama.
A equipe embarcou no aeroporto de Guarulhos no
dia 1 3 de julho, rumo à terra do sol nascente para
participarem de um curso de aprimoramento de kata,
no Instituto Kodokan, em Tóquio. O curso teve início
no dia 1 8, com duração de sete dias, onde os judocas
puderam refinar os critérios que realmente devem ser
considerados no momento da apresentação do kata.
Ao término do curso cada um escolheu duas
modalidades de kata para apresentarem a uma banca
examinadora, onde foram julgados.
Todos receberam certificação pela apresentação
realizada e o professor Vinícius, em dupla com o
professor Luis Alberto, recebeu do sensei Matsushita,
9º dan, a certificação de Eficiência pela sua
apresentação no Nague no Kata.
“Vou continuar ensinando judô no Projeto Budô,
aprendendo com os professores mais graduados e
tentar ir passando aos poucos o que consegui
assimilar dos professores da Kodokan. Nunca
podemos parar de estudar e devemos estar sempre
preparados para poder agarrar as oportunidades que
nos aparecem”, comentou o professor Vinícius após
receber sua certificação.
“Sei o quanto é importante a ida destes
professores para o Japão. Tive a oportunidade de ir
para lá quatro vezes, onde treinei, competi e estudei
todos os katas no Instituto Kodokan. Com o mesmo
objetivo, esse grupo foi para o outro lado do planeta
buscar conhecimento e tenho certeza que agora irão
comparti lhar esse conhecimento com toda
comunidade do judô do Estado de São Paulo.
Parabéns à todos”, comentou o presidente da
Federação Paulista de Judô, Alessandro Puglia.
aprimoramento técnico deKata no Instituto KodokanJudocas paulistas buscaram
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Realizado em, 24 de agosto, sábado, o Festival de
Judô do MESC de São Bernardo do Campo reuniu 1 50
crianças de escolas e clubes da região para uma
confraternização de judô. O evento contou com a
presença do presidente da Federação Paulista de
Judô, Alessandro Puglia, do delegado da 9ª Delegacia
Regional da FPJ, Jul io Jacopi, do tesoureiro da FPJ,
Valdir Melero, do diretor de judô do MESC, Adib Bittar
Junior, que juntos com o chefe do departamento
esportivo do MESC, Carlos Eduardo, fizeram parte da
mesa de honra na cerimônia de abertura.
O presidente Puglia, em seu discurso, ressaltou a
importância de atividades desta natureza como forma
de integrar e preparar as crianças para um futuro
vitorioso, não só no judô, mas na vida. A prática do judô
para as crianças envolve toda a fi losofia da
modalidade, benéfica para a criação do caráter da
criança.
Para as classes mais novas, além das atividades
lúdicas e exercícios, as crianças puderam "lutar" com
os pais, num momento de descontração e diversão
entre pais e fi lhos.
Todas as atividades realizadas foram monitoradas
pelos professores do MESC e escolas convidadas,
entre eles destacamos Alexandre Garcia, Jul io Jacopi
Fi lho, Marcos André Sabino, Renan Puglia, entre
outros. Neste festival, todas as crianças participantes
foram premiadas com medalhas!
Texto e fotos: Everton Monteiro
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Matricular o fi lho no judô, quer seja no clube em
que é sócio, em uma academia que ofereça aulas
para crianças na faixa etária dos 04 a 07 anos ou nos
colégios onde estudam, normalmente como aulas
extra curriculares, é muito comum. Mas ultimamente
está muito mais comum!
E qual o motivo de tanta procura para matricular
as crianças no judô? Foi divulgado há pouco tempo,
com muita repercursão na mídia, que a UNESCO,
braço das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura, destacou o judô como um esporte que
possibi l ita o relacionamento saudável com outras
pessoas, uti l izando o jogo e a luta como um integrador
dinâmico. O Estudo da UNESCO ainda complementa
que o judô é o melhor esporte como formação inicial
para as crianças e jovens de quatro a vinte e um anos
já que promove uma educação física integral. O
esporte permite, através do conhecimento e prática
regular do mesmo, o aprimoramento de todas as
possibi l idades psicomotoras: local ização espacial,
perspectiva, ambidestria, lateral idade, jogar, puxar,
empurrar, rastejar, pular, rolar, cair, coordenação
conjunta e independente de ambas as mãos e pés,
dentre outras.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou o
judô como o esporte mais completo porque promove
valores de amizade, participação, respeito mútuo e
esforço para melhorar.
Mas muito antes dessas divulgações, já era de
conhecimento dos amantes da modalidade, que não
são poucos, que o judô ultrapassa a linha do esporte e
se torna uma fi losofia de vida.
Jigoro Kano, que foi estudante de fi losofia na
Universidade de Tóquio e praticante de Ju-Jutsu,
quando fundou o Kodokan em 1 882, desenvolveu uma
técnica de luta mais suave que o Ju-Jutsu e que fosse
eficaz no desenvolvimento educacional para formação
de cidadãos e não de guerreiros.
Então seria esse o motivo dessa grande
movimentação das crianças, levadas pelos pais às
escolas de judô? Talvez não tenhamos essa resposta
ainda.
Outro fator que tem contribuído para isso possa
ser os ótimos resultados que o judô tem obtido, desde
a primeira medalha olímpica, um bronze, de Chiaki
Ishi i , nas olimpíadas de Munique, em 1 972. Ishi i abriu
as portas do judô olímpico para o Brasil . Muitas outras
vieram nas edições seguintes, vindo a primeira de
ouro com Aurélio Miguel há exatos vinte e cinco anos,
em Seul 1 988 e a de Rogério Sampaio em Barcelona
1 992. O mais recente ouro olímpico veio das
olimpíadas de Londres, com a piauiense Sarah
Menezes em 201 2.
É fato que o advento das olimpíadas,
Texto e fotos: Everton Monteiro
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principalmente no ano que ocorre, as academias lotam
de crianças. Como a realização da próxima olimpíada
será no Rio, e o judô estando em bastante evidência,
as crianças estão marcando presença nas aulas. É
notado também um aumento de judoquinhas, das
classes biribas e mirins nos torneios amistosos. Em
média essa faixa etária responde por
aproximadamente 25% do número total de
participantes.
Segundo o Delegado Regional da 1 5ª Delegacia
da Grande Campinas, Celso de Almeida Leite, nos
últimos anos o aumento de participação de crianças
nos torneios amistosos que são realizados em sua
região é bastante visível. “Há alguns anos na classe
biriba (4 e 5 anos) nem existia. Hoje nos nossos
torneios, que realizamos em média a cada 1 5 dias, a
média de judoquinhas é de 25. Se somar os judocas
da classe mirim (7 e 8 anos) esse número tem um
aumento surpreendente”, comentou o Delegado
Regional.
A visibi l idade da mídia com a modalidade, tem
contribuído para popularizar também o judô. As
federações dos estados estão se equipando e dando
subsídios para os professores se especial izarem. A
informatização, as redes sociais, a midia impressa tem
facil itado a prol iferação das informações do judô, o
que também tem ajudado na hora da escolha dos pais
em matricular seu fi lho para praticar esportes.
Não podemos deixar de citar o trabalho realizado
pela Confederação Brasileira de Judô, que trouxe
fortes patrocínios e consequentemente uma
visibi l idade especial e importante da mídia. Todo o
trabalho de desenvolvimento dos atletas de ponta da
seleção principal e de base, os resultados por eles
conquistados, trás visibi l idade e desperta interesse
nos mais jovens em tentar um dia uma vaga na
seleção. Isso também ajuda bastante no movimento e
41
Matéria de Capa
aumento da frequência de crianças nas escolas de
judô. Os eventos nacionais e internacionais realizados
pela CBJ, tem apresentado o “Judô Show” dentro das
competições, atraindo público para os ginásios, e
desse público, crianças de escolas públicas e
particulares.
Existe também uma linha definida pelo Campeão
Olímpico Rogério Sampaio, que comentou durante um
festival de judô escolar realizado no SESC
Belenzinho, na capital paul ista, sobre a importância da
criança ter vivido uma experiência com o judô, mesmo
que somente durante a infância, porque os princípios
morais da modalidade prevalecerão e mesmo longe
dos tatames essa criança no futuro irá acompanhar o
judô, seja em um torneio televisionado, seja através
de notícias na internet, jornais e revistas. Ele sempre
irá parar para ver e acompanhar. E quando tiver fi lhos,
certamente irá matriculá-lo numa escola de judô.
Fundamental também é o incentivo da famíl ia que
as crianças recebem, porém sem as cobranças e
exigências exageradas para que sejam campeões,
pois a especial ização precoce do judô pode também
acarretar o abandono precoce da criança na
modalidade.
Então, podemos arriscar uma conclusão, de que a
somatória de todos esses fatores, e mais outros que
não citamos neste texto, contribui para o sucesso e a
força que o judô infanti l tem nos dias de hoje.
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Matéria de Capa
Nascido em 1 960, na cidade de São Paulo, José
Jantál ia, evangélico, é jornal ista, locutor e ator, onde
realiza alguns trabalhos no teatro, televisão e no
cinema. Na área política, desde a adolescência tem
assessorado diversos parlamentares na Câmara
Municipal de São Paulo e na Assembleia Legislativa
do Estado de São Paulo. Há mais de vinte anos é
colaborador da Federação Paulista de Judô, sendo o
vice-presidente. É também colaborador da Federação
Paulista de Jiu-Jítsu e de outras entidades esportivas.
Ativista na proteção animal, participa de várias
ações em defesa dos bichos, além de administrar o
Orfanato de Animais Clory Jantál ia, no município de
Embu-Guaçu (www.orfanatodeanimais.com.br).
Na FPJ, Jantál ia sempre apoiou Francisco de
Carvalho Filho e destaca alguns pontos que
evidenciaram a gestão de "Chico", como o excelente
desempenho dos atletas paulistas em competições e a
forma como administrou a entidade. E evidencia a
grande preocupação de Francisco com a educação,
com a formação do atleta como pessoa e como ser
humano, integrando-o à sociedade com respeito e
postura diferenciada. Jatál ia ainda afirma que muitas
vezes rompeu a barreira intra-muros (atleta/pai) da
competição, colaborando e até orientando os pais na
educação e na formação do jovem, jamais l imitando-
se aos resultados de competições. São Paulo obtém
sempre os melhores resultados e este nunca foi um
Texto: Alberto Nunes Junior Foto: Everton Monteiro
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l imite a ser abordado e sim consequência de todo um
conjunto de atitudes da direção de "Chico", pois nem
todos os jovens continuam no judô, mas levam
consigo na vida os temas abordados em suas
formações, que serão sempre de grande importância
em suas condutas no dia a dia. Essa característica se
fez marcante em todos estes anos, o que evidencia a
boa conduta e postura dos atletas, técnicos e até
mesmo dos pais de atletas de São Paulo, caso
contrário, existiria uma forte chance de tudo ser como
uma arena de gladiadores, conclui o dirigente.
Segundo ele, os grandes resultados nacionais e
internacionais dos judocas paulistas possuem
inegáveis influencias da FPJ, que com a capacitação
na formação de técnicos e professores, através do
credenciamento técnico e dos cursos de kata que está
sendo aprimorado pela nova administração com o
presidente Alessandro Puglia, afinal o aprendizado do
judô vem do mestre e do técnico. O fortalecimento da
base pelo professor e a estrutura que proporciona o
pagamento de viagens para grande parte dos atletas,
viabil izando as competições, o que antes não
acontecia. Jantál ia lembra que teve uma breve
passagem pelos tatames, com o sensei Katuo Miura,
já falecido, e destaca a grande dificuldade antes
enfrentada pelos atletas.
O fato de ter praticado muito pouco o judô lhe da
uma condição de avaliar com olhos de quem vê de
fora e não com olhos de competidor ou mesmo técnico
a grande evolução do judô paulista. “O olhar para a
arbitragem e o credenciamento técnico orquestrado
pelo Alessandro Puglia na capacitação dos
professores foi maravilhoso. Repare em toda
documentação fotográfica e note a grande adesão de
técnicos de todos os cantos do estado. Isto é incrível”,
comentou José Jantál ia.
Com muita eficiência, educação e lançando o seu
“Salve, salve amigos do esporte. Salve, salve amigos
do judô”, tradicionalmente realiza as aberturas dos
campeonatos oficiais da FPJ. Abusando do dom de
locutor, incorporou também algumas cenas nas
aberturas, como o juramento do atleta, onde os atletas
com empolgação repetem as palavras do maestro e o
“Mokusso”, momento de reflexão, o minuto de silêncio
e concentração.
José Jantál ia deseja ao novo corpo diretivo da FPJ
que jamais esqueçam os caminhos até então
conquistados, mantenham o grupo unido, focado e
com os mesmos objetivos.
Que o bem do judô prevaleça sempre na decisões
a serem tomadas, construindo assim um judô cada
vez mais forte. E que a nova administração apenas
seja uma continuidade de todo o trabalho já feito. O
vice-presidente ressalta essa transição foi conduzida
de uma forma muito tranquila e sem traumas, afinal o
"Chico" e o Alessandro Puglia possuem uma maneira
muito parecida de enxergar o judô. Desta forma limpa
e clara Puglia assume a presidência da FPJ, não
somente para agregar novas ideias e caminhos mas
para sobretudo dar continuidade a todas as atitudes
que sempre deram certo.
José Jantál ia possui um site pessoal:
www.jantal ia.com.br
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Texto e foto: Alberto Nunes Junior
Neto de Ryuzo Ogawa, fi lho de Matsuo
Ogawa, herdeiro do nome Ogawa e do Budokan
no Brasil .
Aos seis anos de idade, Hatiro Ogawa iniciou
seus treinamentos de Judô na academia da
famíl ia – Hombu Budokan – sob o comando de
seu avô que, há mais de setenta anos fundou o
Budokan do Brasil .Para quem não sabe, não
foram poucas as vezes em que seleções
brasileiras foram compostas integralmente por
atletas fi l iados ao Budokan.Frutos desse mestre
ajudaram e ajudam – a construir o bom nome do
Brasil no exterior. Mas nem só de lembranças vive
Hatiro: foi integrante da seleção brasileira de Judô
por muitos anos até ser acometido de uma séria
contusão no ombro que forçou sua parada
prematura (aos 23 anos) quando já acumulava
importantes títulos internacionais como campeão
pan-americano, sul-americano, Copa latina e
Ibero-americano (todos na categoria sênior).Fora
tudo isso, Hatiro ocupa um lugar de honra na
história do Judô mundial: foi o primeiro adversário
do fenômeno Yasuhiro Yamashita quando, em
1 976 abriram o Campeonato Mundial Júnior, na
Espanha.
Spirit- Qual momento da sua trajetória no judô
o senhor gostaria de destacar e porque?
Hatiro- houveram varias etapas e em cada
uma eu tenho boas lembranças, de quando eu
era atleta meu inicio foi bastante difici l ,mas já aos
meus 1 3 anos comecei a conquistar diversos
titulos,até os 23 anos eu competi,quando me
machuquei só voltei a competir novamente aos 27
anos,como professor formei a equipe de São
Bernardo do Campo Juvenil onde conquistamos o
vice-campeonato brasileiro no ano 1 987,depois
no projeto futuro consegui junto de toda a equipe
executar um otimo trabalho (Rafael Silva e Felipe
kitadai) foram alguns dos destaques e na minha
passagem como presidente da FPJ, por 03 anos.
Spirit -O senhor acredita que os resultados de
um judoca acontecem , por quais motivos
específicos?
Hatiro- Até algum tempo atrás eu achava que
o atleta tinha que nascer com o don,mas a gente
começa a perceber que a diferença é que se o
atleta tiver talento é mais rápido os resultados, já
o menos talentoso se tiver dedicação,apoio dos
pais e muito empenho também consegue chegar
lá,hoje com o profissionalismo nos métodos de
treinamento é possível com determinação formar
campeões
Spirit- Tem alguma coisa que o senhor
gostaria ainda de ver acontecer no judô que ainda
não viu?
Hatiro - Eu já vi muita coisa,mas o que
realmente eu espero é que o judô não perca as
raízes,é que a essência não seja perdida é
preciso que todos os professores e os amantes
do judô tenham esta preocupação
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