sÃo paulo, 21 de marÇo de 2013...mundo está inerte para crise da água causada pelo clima, alerta...
TRANSCRIPT
SÃO PAULO, 06 DE FEVEREIRO DE 2015
Comércio tem 60 dias a partir de hoje para se adaptar as novas regras de
uso das sacolas plásticas
http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=37775733&I
dEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0
Agricultura e Meio Ambiente preparam estudo sobre água no
Brasil
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse nesta quinta-feira que sua pasta e a do
Meio Ambiente preparam um novo estudo sobre água. Esse levantamento, segundo
ela, ficará pronto em três meses e tem como objetivo mapear as lâminas d'água e o
volume de rios e lagos do País para se criar áreas de "reservação". "Reservação é
represa ou lago para perenizar a água", explicou a ministra.
Segundo ela, o governo deve investir, ainda, no programa Produtor de Água, que
remunera os produtores rurais que recuperam matas ciliares degradadas, entre outras
iniciativas. De acordo com a ministra, serão atendidas primeiro as áreas mais críticas,
para depois universalizar.
Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, informou que será feita um acordo de
colaboração com Agência Nacional de Águas (ANA) para ampliar o programa Produtor
de Água.
Mundo está inerte para crise da água causada pelo clima, alerta o IPCC
Seca e falta de água já são resultados da mudança climática.
Painel de cientistas da ONU prevê alta de até 4,6ºC na temperatura global.
A escassez de água pode levar a conflitos entre comunidades e nações, já que o mundo
ainda não está plenamente consciente da crise hídrica que muitos países enfrentam como
resultado da mudança climática, alertou o chefe do conselho climático da Organização das
Nações Unidas (ONU).
O relatório mais recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC,
na sigla em inglês) prevê um aumento de 0,3 a 4,6 graus Celsius na temperatura global até
o final do século 21.
Países como a Índia devem ser fortemente atingidos pelo aquecimento global, que trará
mais anomalias climáticas, como secas, que levarão a uma carência séria de água e afetarão
a produção agrícola e a segurança alimentar.
“Infelizmente, o mundo não acordou de fato para a realidade do que iremos enfrentar em
termos de crises no que diz respeito à água”, declarou o chefe do IPCC, Rajendra Pachauri,
aos participantes de uma conferência sobre segurança da água.
“Se você olhar os produtos agrícolas, as proteínas animais – cuja demanda está
aumentando –, são muito dependentes de água. Ao mesmo tempo, do lado do
abastecimento, haverá várias limitações. Primeiro porque haverá profundas mudanças no
ciclo da água devido à mudança climática.”
O cientista indiano Rajendra Pachauri, presidente do IPCC (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Especialistas em desenvolvimento de todo o mundo vêm demonstrando uma preocupação
cada vez maior com a segurança da água nos últimos anos.
Inundações e secas mais frequentes causadas pela mudança climática, a poluição dos rios e
lagos, a urbanização, o abuso na extração de água subterrânea e o aumento das
populações fazem com que muitas nações como a Índia enfrentem graves carências de
água.
Além disso, a demanda de mais energia em países como a Índia para sustentar seu
crescimento econômico resultou na necessidade de direcionar mais água para hidrelétricas
e usinas nucleares.
Os meses secos de junho e julho, durante os quais acontecem cortes de energia e falta
água com frequência, são um retrato da crise hídrica iminente na Índia.
Os hospitais de Nova Délhi cancelaram operações a certa altura de 2013 por não terem
água para os funcionários esterilizarem os instrumentos, limparem as salas de cirurgia ou
lavarem as mãos. Shoppings de luxo foram forçados a desligar o ar-condicionado e fechar
banheiros.
Pachauri disse ser necessário usar a tecnologia para ajudar a utilizar a água de maneira mais
eficaz, especialmente na agricultura, área na qual há muito desperdício.
“Naturalmente, esta (crise hídrica) também levará a tensões – provavelmente algum
conflito entre grupos e Estados ribeirinhos”, declarou.
A Índia se encontra no centro de uma disputa com seus vizinhos do leste e do oeste,
Bangladesh e Paquistão, que acusam Nova Délhi de monopolizar os cursos de água.
Uma garrafa é vista em meio a seca na reserva de Jaquari em Vargem, no estado de São Paulo, em 28 de janeiro de 2015 (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)
Irrigação consome 62% da água; 13% vai para a indústria
O Estado segue tendência nacional e destina 62,1% da água bruta para a
atividade agrícola, em grandes projetos ou plantações locais. Com a
estiagem, apenas três dos 14 perímetros irrigados estão sem restrições
A agricultura é responsável pelas maiores retiradas de água dos mananciais do Ceará.
O percentual do recurso destinado à irrigação no Estado é de 62,1% - seja para grandes
projetos ou pequenos agricultores. O número não reflete o que ainda pode ser perdido
com o desperdício. A segunda maior demanda da água bruta é o abastecimento
urbano (18,6%), seguida pelos fins industriais (13,5%). O retrato da Agência Nacional
de Águas (ANA) é de publicação lançada em 2012 e tem variações mínimas a cada
novo estudo, de cinco em cinco anos.
A destinação da água no Ceará não diverge da tendência nacional, analisa João Abner
Guimarães, doutor em Recursos Hídricos e professor da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). Irrigação, centros urbanos e indústria também têm as
maiores retiradas de água bruta no País. Quando a água é pouca, a irrigação deve ser a
primeira atividade afetada para priorizar os consumos humano e animal, explica.
Onze dos 14 perímetros irrigados no Ceará já tiveram abastecimento alterado devido à
estiagem. Seis já precisaram parar a produção, enquanto outros cinco ainda operam
em racionamento.
A intervenção não deixa de trazer prejuízos. Segundo Laucimar Loiola, diretor de
produção do Dnocs, o perímetro Tabuleiro de Russas já está com 3 mil hectares
parados. “E quando você produz menos, o aumento dos preços vem como
consequência”, diz.
Desperdício
Sistemas defasados de irrigação agravam a falta de água em tempos de escassez.Pelo menos oito perímetros irrigados precisam renovar os sistemas de irrigação para economizar a água retirada. Os pedidos junto ao Ministério da Integração já resultaram em obras de modernização em Icó-Lima Campos (em andamento) e duas licitações para os perímetros Várzea do Boi e Ayres de Souza. Conforme Laucimar Loiola, há propostas de conseguir recursos para readequar cinco projetos: Forquilha, Ema, Curu-Pentecoste, Curu-Paraipaba e Morada Nova. O POVO solicitou entrevistas com representantes da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) e da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) para ter informações sobre os usos múltiplos da água durante o período de estiagem no Ceará. As
solicitações foram enviadas à Coordenadoria de Imprensa do Governo na segunda-feira, 2. A assessoria informou ao O POVO que as entrevistas são concedidas apenas por Francisco Teixeira, titular da SRH, que esteve em Brasília durante a semana.
Saiba mais
A terceira atividade que mais utiliza água bruta no Ceará é a indústria. Restrições no
abastecimento para este setor são necessários de acordo com o caso, defende o
professor João Abner Guimarães. “É preciso analisar que tipos de prejuízo cada
empresa causa e estimular o uso racional”.
Proporcionar o múltiplo uso das águas é um dever da gestão dos recursos hídricos,
segundo a lei federal 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
A Assembleia fará debate sobre a estiagem no próximo dia 27. Na reunião, serão
discutidas as ações governamentais.
62% das árvores que caem em SP são sadias
Das 1.765 árvores que caíram em cerca de três meses na cidade de São Paulo, recorde
absoluto para o período, 62% estavam sadias, segundo o balanço parcial da "Operação
Chuvas de Verão", apresentado na quarta-feira, 4, pela Prefeitura. A queda de árvores
neste verão chegou a matar uma pessoa e fechar pela primeira vez o Parque do
Ibirapuera.
De acordo com a Prefeitura, pancadas de chuvas localizadas e fortes rajadas de vento -
que chegaram a atingir 96 km/h - seriam o motivo para tantas árvores terem
desabado. "Anteriormente, estávamos mais preocupados com o funcionamento dos
semáforos", afirmou a vice-prefeita, Nádia Campeão.
Apesar de não considerar a incidência de ventos fortes um acontecimento atípico para
o verão, o gerente do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), Hassan
Mohamad Barakat, afirmou que o pico foi mais intenso neste período. "Quando o
vento chega entre os prédios, é canalizado e aumenta a potência em relação às
arvores, que são distantes uma das outras e não podem apoiar-se entre si. Ainda há
agravante do peso da chuva", explicou.
A Prefeitura mapeou, via satélite, 650 mil árvores distribuídas pelo viário da cidade.
Segundo Nádia Campeão, o próximo passo é fazer o cadastramento de cada uma.
"Vamos alinhar uma série de ações ao longo do ano." Entre outras medidas estão um
manual de podas.
Críticas
Especialistas, no entanto, discordam da versão da Prefeitura. Para o engenheiro
florestal Agnaldo Scarassati, o problema está no que a Prefeitura considera "árvore
sadia". "Eles consideram as plantas que não têm doenças ou pragas, mas o distúrbio
fisiológico, como florescimento em época que não devia estar crescendo, perdas
constantes de folhas e falta de irrigação também comprometem a árvore", explica.
Já para o ambientalista Ricardo Cardim há falta de monitoramento adequado das
árvores. "Das 650 mil monitoradas, só 7,4% foram avaliadas de perto nas suas
condições de saúde. Como podem falar que existe essa fiscalização?", indaga. "Os
números divulgados ontem não condizem com a realidade de estado das árvores de
São Paulo."
Em reunião, ONS determina redução gradual na vazão do Rio Paraíba
A redução da vazão na bacia do Rio Paraíba do Sul deverá ser gradual. Em reunião nesta quinta-feira (5) no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), técnicos apontaram a necessidade de se chegar a 110 mil litros por segundo caso a seca se mantenha. O objetivo é preservar estoques de água ameaçados pela crise hídrica. A tendência é que seja definida a redução para 130 mil litros por segundo na próxima reunião do Grupo de Trabalho que acompanha a operação na bacia, no dia 12. Até o dia 28, está autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) a vazão de 140 mil litros por segundo na estação de Santa Cecília, em Barra do Piraí (RJ). Ali, cerca de dois terços das águas do Paraíba do Sul são desviadas para o Rio Guandu, que abastece 9 milhões de pessoas na região metropolitana do Rio de Janeiro. "O ONS solicitou 110 mil litros por segundo. Agora vamos traçar os cenários e avaliar os impactos dessa vazão. Acredito que a redução será gradual e chegaremos a 130 mil litros por segundo depois do dia 28", disse a vice-presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap), Vera Lúcia Teixeira. Segundo ela, o grupo precisa "pensar no cenário mais negativo para que não haja mais problemas no futuro". Ela criticou o procedimento das grandes indústrias. "Desde abril do ano passado as indústrias já deveriam ter feito adaptações para reutilizar água, mas as pessoas sempre acham que vai chover e ficar tudo bem." Vera também criticou a decisão do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) de negar a hipótese de racionamento. "É um erro estratégico. Na lógica do governo, economizar água significa diminuir recursos." Com a redução drástica da vazão, os primeiros afetados seriam indústrias do polo de Santa Cruz, na zona oeste, e municípios do Norte Fluminense, onde está a foz do Paraíba. Relatório do ONS aponta que há risco de esgotamento das reservas antes do fim de agosto, caso a vazão atual seja mantida e não chova o suficiente para encher parte dos reservatórios. Duas das quatro represas que abastecem o Rio de Janeiro já atingiram o chamado volume morto.