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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM
EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DE SAÚDE
NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN
OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA
PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO
CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO
Mestrado Profissional
SOROCABA- SP
2014
NATHALIE EMANUELLE PIGORETTI LOUSAN
OS DESAFIOS DO PROFESSOR DE BIOLOGIA NA
PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ESCOLA PÚBLICA:
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM COMO
CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO
PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS
EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL
SOROCABA – SP
2014
Dissertação apresentada à Banca Examinadora da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
como exigência para obtenção do título de Mestre
Profissional em Educação nas Profissões de Saúde
sob a orientação Profª Drª. Lúcia Rondelo Duarte.
Banca Examinadora
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__________________________________
__________________________________
Dedico este trabalho aos meus queridos
alunos, que despertam e motivam em mim o
desejo de aprender sempre. A todos os meus
professores, pelos ensinamentos, por fazerem
de mim o que sou hoje e por me mostrarem a
dignidade e nobreza de nossa profissão.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado o dom de ensinar.
À professora Leni Boghossiam Lanza, pelo incentivo e exemplo de vida e força, que me
inspiraram ainda mais na realização deste trabalho.
À professora Lúcia Rondelo Duarte, pela orientação e paciência para que este trabalho se
concretizasse.
Aos funcionários do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde,
especialmente a Heloísa Helena Armênio e a Isabel Cristina Campos Feitosa, pela
disponibilidade e constante boa vontade em ajudar.
Aos docentes do Programa de Pós Graduação Educação nas Profissões de Saúde, por tudo o
que aprendi dentro e fora da sala, contribuindo com meu amadurecimento profissional e
pessoal.
As professoras Maria Helena Senger e Maria Otília José Montessanti Mathias, pelas
importantes contribuições dadas no exame de qualificação.
Aos meus companheiros de turma e colegas do Programa de Pós Graduação Educação nas
Profissões de Saúde, pela amizade sincera e pelo apoio nos momentos difíceis.
Ao meu amigo Yasushi Matsumoto, pela ajuda incansável na organização e formatação de
tabelas e referências bibliográficas.
Ao querido Alexandre La Luna, pela enorme boa vontade com que me ajudou na dinâmica da
coleta de dados, pelas dicas, palavras de incentivo e amizade.
A Diretoria de Ensino de Votorantim e ao Núcleo Pedagógico dessa diretoria, por aceitarem e
contribuírem com a realização desta pesquisa.
A todos os professores participantes, razão desta pesquisa.
Aos meus amigos e familiares, por compreenderem meus momentos de ausência. E,
particularmente a minha mãe, Maria Aparecida Silva Pigoretti, pelo colo, carinho e ouvidos
nos momentos de angústia, e a minha sogra, Valdina Marins Pereira, por sempre se prontificar
a tirar minhas dúvidas sobre a pesquisa, mesmo aos almoços de domingo.
E, em especial, ao meu esposo, Fabio Luís Pereira, por abrir mão de seus próprios sonhos para
que este se concretizasse, e por sempre estar ao meu lado em todos os momentos desde que
entrou em minha vida.
“Sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca, não aprendo
e nem ensino”.
(Paulo Freire)
RESUMO
O tema Transversal Saúde, presente na Proposta Curricular (PC) da Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo – SEE-SP, está inserido na disciplina de Biologia, que tem como
pressuposto a aplicação de seus conteúdos e conceitos para a prática de uma cidadania
reflexiva e consciente nas questões da evolução da vida natural e da vida humana em toda a
sua diversidade de organização e interação. Uma das atribuições dos professores de Biologia é
articular os temas propostos no currículo em trabalhos de promoção de saúde e prevenção de
doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada comunidade escolar,
para que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do aluno, melhorando sua
qualidade de vida. No entanto muitos desses profissionais encontram dificuldades para
relacionar as atividades da PC da SEE-SP, contidas nos cadernos do professor e aluno da
disciplina de Biologia, a ações preventivas eficazes. Diante dessa realidade, pretendeu-se com
este estudo identificar os recursos didático-pedagógicos utilizados por esses professores para
trabalhar os temas sobre saúde, os facilitadores e dificultadores desse trabalho bem como o
feedback dos alunos e o sentimento de responsabilidade sobre a saúde do aluno, manifestado
nos professores. Além disso, buscou-se evidenciar a percepção desses atores sobre as
metodologias ativas de aprendizagem e sua aplicação na educação em saúde. Para a coleta de
dados foram realizadas 24 entrevistas semiestruturadas com professores pertencentes a
unidades escolares (U.E) da Diretoria de Ensino de Votorantim (D.E Vot). Na organização
dos dados, foi utilizado o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e a nuvem de palavras para
visualização da ocorrência das palavras contidas nos discursos dos entrevistados. Para análise,
foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade da Análise Temática (AT). Constatou-
se que, mesmo mesclando recursos didático-pedagógicos característicos da aula tradicional e
participativa, tendo o sentimento de responsabilidade pela saúde dos alunos, os professores
têm dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o estudo dos temas sobre saúde.
Aqueles que percebem alguma devolutiva, percebem-na sempre de forma subjetiva. Os
maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde foram o interesse dos alunos
por temas relacionados ao seu cotidiano, a valorização dos seus saberes prévios e experiências
com que chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciados. Eles
não conhecem as Metodologias Ativas de Aprendizagem, mas possuem o desejo de conhecer,
acreditando que elas podem contribuir para a aprendizagem significativa dos alunos e com a
educação em saúde no ambiente escolar. Concluindo, propõe-se aos professores de Biologia a
capacitação e a implementação da Aprendizagem Baseada em Equipes - a princípio para
trabalhar os temas relacionados à saúde – que, como modalidade das Metodologias Ativas de
Aprendizagem, pode contribuir tanto com a aprendizagem significativa dos alunos como para
a educação permanente dos professores, além de ser aplicável a turmas com grande número de
alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde, Ensino de Biologia, Metodologias Ativas de
Aprendizagem.
ABSTRACT
The health transverse theme, wich is present at the curriculum proposal (PC) from the
departament of education from the state of Sao Paulo- SEE-SP, it its subscribed in the subject
of Biology that have a goal to apply its contents and concepts to practice a reflexive and
conscious citzenship on the questions of evolution of natural life and human life, within all
diversity of organization and interaction. One of the biology teacher's atributions is to
articulate the proposal themes from the curriculum into works to promote health and to
prevent deseases, taking in consideration, the specific needs of each school community,
because in this way, they can contribute for effective learning of the student to increase his
quality of life. However, many of these professionals find difficult to relate the PC activities
from SEE-SP contain in the teacher's and student notebooks of the biology subject into actual
preventive actions. Facing this reality, it was pretend with this study to identify the diadatic
pedagogy resources that are used by the teachers to work the theme about health, the easy and
hard ways of the work, as a feedback of the students and the feeling of responsability about
the student health,that is manifested on the teacher. Besides that, we were looking for the
evidence of these actors perception about the active metadology of learning and its application
in health education. For the data collecting were made 24 interviews semi stuctured by
teachers that belong from Unit School (U.E), the board of eduaction from Votorantim (D.E
Vot). On the data organization it was used the colective subject speech (DSC) and the words
clouds to visualize the procedure of the words that contained on the interviewer’s speech. For
the analisys it was used the content analisy (AC), category theme analisy (AT). It was shown
that even melding pedagogic didatics resources that are part of a traditional and participative
class, having the feeling of responsability of the students health, the teachers have a difficulty
to mesuare the feedback of the students after the health themes study, those who notices
something is always in a subjective way.The major suporters for the work with themes that
are related to your day by day, the improvement of your previous knowlogy and experiences
that they arrive in school and the use of resources and metadology of different studies. They
do not know the active metadology of learning, but they have the desire to know beliving that
it can contribute of positive learning of the students and with the health education in a school
enviroment. To conclude, it its propose for the biology teachers the capacitation and
implementation of learning based in teams- at first to work with health relate theme- that one
of the modalities is the active metadology of learning can contribute with the real knowledge
of the students but also for the fix education of teachers, besides it can be apply to a large
number of students.
KEY WORDS: education in health, Biology study, active meatadology of learning.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO 14
1. Da educação e os profissionais da educação 14
2. Da saúde e os profissionais da educação 17
3. Da prática de saúde escolar 20
II OBJETIVOS 23
III METODO 23
1. Características do estudo 23
2. Cenário da pesquisa 24
3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Padagógico 25
4. Sujeitos da pesquisa 21
5. Coleta de dados - Entrevistas 24
6. Organização e análise dos dados 27
IV ASPECTOS ÉTICOS 29
V RESULTADOS 30
1. Caracterização dos participantes do estudo 30
1.1 Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino 30
1.2 Perfil dos professores entrevistados 31
2. Representações dos professores entrevistados sobre ensino-aprendizagem do tema
transversal saúde 34
2.1 Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde 34
2.2 Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde 38
2.3 Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde 41
2.4 Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 44
2.5 Conhecimentos sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem 47
VI DISCUSSÃO 49
1.Recursos e metodologias do ensino aprendizagem do tema transversal saúde 49
2.Participação e interesse dos alunos pelo tema transversal saúde 54
3. Devolutiva dos alunos ao estudar o tema transversal saúde 58
4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno 61
5. Conhecimentos sobre as metodologias ativas de aprendizagem 64
VII CONCLUSÕES 67
VIII REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
APÊNDICES 77
1. Formulário sóciodemográfico e profissional 77
2. Roteiro de questões norteadores entrevista semiestruturada 78
3. Termo de consentimento livre e esclarecido 79
4. Tabelas com depoimentos, expressões chave e ideia central referentes às entrevistas 81
LISTA DE TABELAS
Tabela1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de
ensino................................................................................................................................ ........30
Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo...........................31
Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e
tempo de formação....................................................................................................................32
Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço
docente e tempo de serviço na atual escola...............................................................................33
Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de
ensino em que lecionam............................................................................................................33
Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de
trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP ...................................34
Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos
recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do
currículo...................................................................................................... ..............................35
Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde......................................39
Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas
sobre saúde.................................................................................................... ............................42
Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do aluno e de seus familiares ...........................................................................................45
Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o conhecimento dos professores sobre as Metodologias Ativas de Aprendizagem .......48
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 1 da
entrevista...................................................................................................................................38
Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 2 da
entrevista....................................................................................................... ............................41
Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 3 da
entrevista....................................................................................................... ............................44
Figura 4- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 4 da
entrevista....................................................................................................... ............................47
Figura 5- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes à questão 5 da
entrevista....................................................................................................... ............................49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PC: Proposta Curricular
SEE-SP: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
U.E: Unidade Escolar
D.E. Vot: Diretoria de Ensino de Votorantim
DSC: Discurso do Sujeito Coletivo
A.C: Análise de Conteúdo
A.T: Análise Temática
O.T: Orientação Técnica
PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais
MAA: Metodologias Ativas de Aprendizagem
OMS: Organização Mundial da Saúde
DNA: Ácido Desoxirribonucleico
PSE: Programa de Saúde na Escola
CEEJA: Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos
E.I: Ensino Integral
E.F.II: Ensino Fundamental II
PCNP: Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico
D.E: Diretoria de Ensino
CRE: Centro de Referência em Educação Mário Covas
ATPC: Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
E-CH: Expressões Chave
IC: Ideia Central
ABP / PBL: Aprendizagem baseada em problemas
ABE: Aprendizagem Baseada em Equipe
TBL: Team Based Learning
14
I INTRODUÇÃO
1. Da educação e os profissionais da educação
A escola como a conhecemos hoje, estruturada no século XVIII e consolidada no
século XIX, sob princípios de exclusão e homogeneização, não parece estar dando conta das
demandas e necessidades de uma sociedade democrática, inclusiva, permeada pelas diferenças
e pautada no conhecimento inter, multi e transdisciplinar, como a que vivemos neste início de
século XXI, o que vem impactando as metas de qualidade do conhecimento almejadas pelas
sociedades contemporâneas1. Por essas razões a educação está na pauta das discussões em
diferentes lugares do mundo, em busca de uma reinvenção dos sistemas educativos formais,
cuja tendência tem sido a de privilegiar o acesso a um tipo de conhecimento em detrimento de
outras formas de aprendizagem, devendo conceber a educação de forma mais ampla, seja ao
procederem a reformas educativas, seja ao elaborarem propostas curriculares. Com a chegada
do novo milênio, ampliou-se ainda mais o papel fundamental da Educação no
desenvolvimento das pessoas e da sociedade, apontando para a necessidade de (re)construir
uma escola voltada para a formação de cidadãos críticos, autônomos e livres2.
Para que esta mudança produza aprendizado significativo, faz-se necessário uma
transformação de relações e posturas entre professores e alunos3, mudando o próprio papel dos
sujeitos envolvidos nos processos educativos. Essas relações devem sofrer uma inversão,
deixando de centrar-se no ensino para centrar-se na aprendizagem e no protagonismo do
sujeito da educação4,5. Destaca-se ainda o respeito pela dignidade do educando, pela sua
identidade, pelas condições em que vem existindo (sociais, culturais e econômicas) e pelo
“conhecimento de experiência feito” (senso comum) com que chegam à escola6.
O profissional da educação não pode limitar-se apenas ao processo mecânico e
conceitual de aprendizagem, como se este fosse resultante somente da transferência de
conhecimentos. Mas deve explorar novos saberes e práticas didáticas pertencentes ao
cotidiano dos alunos, uma vez que a aprendizagem só acontece em resposta às suas
necessidades, principalmente as que propiciem seu bem-estar e a resolução de seus problemas
7-9.
Um aspecto relevante na relação professor-aluno é a criação de um novo ensinar, a
instalação de uma nova forma de comunicação educacional, a construção da nova identidade
15
do professor que, de transmissor de informações prontas e de verdades inquestionáveis, torna-
se um mediador.
Entende-se a mediação como intervenção do professor para desencadear o processo de
construção do conhecimento (aprendizagem) de forma intencional, sistemática e planejada,
potencializando ao máximo as capacidades do aluno, possibilitando a transmissão de valores,
as motivações, os saberes culturais, os significados e auxiliando na interpretação da vida10. Na
ação de mediar, o professor oportuniza condições para que o aluno construa uma autoimagem
positiva, na medida em que se sentir competente, criativo e produtivo, além do
aprimoramento da capacidade de comunicar-se, pois na medida em que o aluno é solicitado a
verbalizar e a expressar o seu pensamento, ele estabelece uma relação dialógica de
reciprocidade com o professor. Esse vínculo coloca o professor numa posição de
flexibilidade, na qual sua atenção está voltada para três aspectos fundamentais: as
necessidades do aluno, as exigências do conteúdo e as próprias limitações do professor. A
postura mais flexível do professor contribuirá para a constituição de um aluno também mais
flexível na relação com o outro, com o conhecimento e consigo mesmo.
O Ensino Médio no Brasil vem sofrendo diversas mudanças ao longo do tempo. Na
década de 90, devido à consolidação do Estado democrático, o volume de informações
produzidas em decorrência da chegada de novas tecnologias, constantemente superadas, e da
produção dos bens de serviço, que passou a exigir novos parâmetros para a formação dos
cidadãos, não se trata mais de acumular conhecimentos, mas de se ter como foco principal a
aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as
diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação. Coube, então, à escola possibilitar ao
aluno as dimensões fundamentais de cidadania e do trabalho de modo que este se integre ao
mundo contemporâneo11. Dessa maneira, um novo currículo foi construído com o auxílio de
educadores de todo o país, em parceria com o Ministério da Educação, buscando-se dar
significado ao conhecimento escolar através da contextualização e interdisciplinaridade,
incentivando o raciocínio e a capacidade de aprender.
Fundamentados nos princípios gerais da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação –
Lei 9.394/96, que propõe ao Ensino Médio a formação geral, em oposição à formação
específica; o desenvolvimento das capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las e
selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular, ao invés do simples exercício de
memorização12 – surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para auxiliar as
equipes escolares na execução de seus trabalhos, servindo de estímulo e apoio à reflexão
16
sobre a prática diária, ao planejamento de aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo
da escola, orientando o professor na busca de novas abordagens e metodologias, e
contribuindo ainda para a atualização profissional13.
As novas abordagens e metodologias remetem à aprendizagem significativa, conceito
central da teoria da aprendizagem de David Ausubel, e envolve a interação da nova
informação com uma estrutura de conhecimento específica, baseando-se na premissa de que
existe uma estrutura na qual organização e integração da aprendizagem se processam14. Para
ele, o fator que mais influencia a aprendizagem é aquilo que o aluno já sabe ou o que pode
funcionar como ponto de ancoragem para as novas ideias, pois possui um significado. Suas
ideias também se caracterizam por basearem-se em uma reflexão específica sobre a
aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à
aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou
contextos de aprendizagem. Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas
condições: I- o aluno precisa ter uma disposição para aprender, II- o conteúdo a ser aprendido
tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente
significativo. O significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado
psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos
conteúdos que têm ou não significado para si próprio15.
A atividade desenvolvida com o propósito de ensinar deve ser apreciada por todos
aqueles que dela participam16. A aprendizagem que envolve a autoiniciativa, alcançando as
dimensões afetivas e intelectuais, torna-se mais duradoura e sólida17. O ato de aprender deve
ser, portanto, um processo reconstrutivo que permita o estabelecimento de diferentes tipos de
relações entre fatos e objetos, desencadeando ressignificações/reconstruções e contribuindo
para a sua utilização em diferentes situações18.
As Metodologias Ativas de Aprendizagem (MAA) conceituam-se como processos
interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais e coletivas,
com o objetivo de entender e encontrar soluções para determinado problema, valorizando os
conhecimentos e experiências prévias dos alunos. Esta seria, assim, uma motivação intrínseca
para o aprendizado, desenvolvendo a capacidade de autoaprendizagem, o trabalho em equipe,
a aprendizagem colaborativa e significativa e a reflexão crítica. Nessas metodologias, o
professor atua como um facilitador ou orientador, ajudando os alunos a escolherem os
17
próprios caminhos para atingirem os objetivos de aprendizagem estabelecidos, dando-lhes
mais autonomia por ser uma metodologia centrada no estudante, com técnicas que estimulam
as interações estudante-professor, estudante-estudante e estudante-material didático e demais
recursos de aprendizagem 19.
2. Da saúde e os profissinais da educação
A saúde hoje possui uma concepção dinâmica, entendida como direito universal e algo
que as pessoas constroem ao longo de suas vidas, em suas relações sociais e culturais. Por
essa razão, a educação é considerada um dos fatores mais significativos para a promoção da
saúde. Ao educar para a saúde, de forma contextualizada e sistemática, o professor e a
comunidade escolar contribuem de maneira decisiva na formação de cidadãos capazes de
atuar em favor da melhoria dos níveis de saúde pessoal e da coletividade20.
Sendo a escola entendida como um espaço de relações, um espaço privilegiado para o
desenvolvimento crítico e político, que contribui na construção de valores pessoais, crenças,
conceitos e maneiras de conhecer o mundo, constitui-se em um ambiente propício por inserir
todas as dimensões do aprendizado: ensino, relação lar-escola-comunidade, ambiente físico e
emocional10, tendo como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem e
desempenhar o papel fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as áreas da
vida social. Juntamente com outros espaços sociais, ela cumpre papel decisivo na formação
dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso às políticas públicas.
Desse modo, pode tornar-se lócus a ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e
jovens adultos21.
A promoção da saúde supõe uma concepção que não restrinja a saúde à ausência de
doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus determinantes, incidindo sobre as condições
de vida da população e ultrapassando a prestação de serviços clínico-assistenciais. Portanto
supõe ações que envolvam a educação, o saneamento básico, a habitação, a renda, o trabalho,
a alimentação, o meio ambiente, o acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros
determinantes sociais da saúde22,23.
Num primeiro enfoque, tem-se uma noção de promoção da saúde vinculada à
transformação do comportamentos das pessoas, concentrando componentes educativos
relacionados com riscos comportamentais passíveis de mudança. Um segundo enfoque da
promoção da saúde sustenta-se na dimensão social dela e condiciona sua promoção à
qualidade de vida, incluindo-se estilos de vida responsável, oportunidades de educação ao
18
longo da vida, apoio social para famílias e indivíduos23,24. Inclui-se também reforço ao
desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento de instrumentos de participação popular,
conquista da cidadania e ampliação das capacidades individuais e coletivas25.
Já a prevenção em saúde "exige uma ação antecipada, baseada no conhecimento da
história natural da doença, a fim de tornar improvável o seu progresso posterior" 26. Definem-
se como ações preventivas as intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças
específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações, tomando como base o
conhecimento epidemiológico moderno. Seu objetivo é o controle da transmissão de doenças
infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Os
projetos de prevenção e de educação em saúde estruturam-se mediante a divulgação de
informação científica e de recomendações normativas de mudanças de hábitos.
A aquisição do conhecimento propicia o desenvolvimento de hábitos saudáveis,
promovendo qualidade de vida27,28. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde
como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência
de doença” 13. Porém, não havendo um consenso sobre a definição de qualidade de vida, a
OMS, por meio de especialistas de todo o mundo, definiu-a como “a percepção do indivíduo
de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em
relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”29. É, assim, um conceito
amplo, que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio ambiente com
aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças pessoais.
Nas escolas, o trabalho de promoção da saúde com os estudantes e a comunidade
escolar precisa ter como ponto de partida “o que eles sabem” e “o que eles podem fazer”,
desenvolvendo em cada um a capacidade de interpretar o cotidiano e atuar de modo a
incorporar atitudes e/ou comportamentos adequados para a melhoria da qualidade de vida 30.
Nesse processo, as bases são os saberes e atitudes de cada um, desenvolvendo a autonomia
através de competências para o exercício pleno da cidadania. Dessa forma, espera-se que os
profissionais da educação, no exercício de suas funções, estimulem o exercício da cidadania e
a participação comunitária dos estudantes, princípio básico da promoção da saúde21,31.
Por possuir uma dinâmica cultural muito rica, a escola torna-se um espaço de
referência social muito importante para crianças e adolescentes e cada vez mais tem a
possibilidade de promover em seu interior experiências significativas da vida em comunidade.
Por isso é considerada por alguns como o espaço de transição entre o mundo da casa e o
mundo mais amplo. Portanto a cultura escolar constitui-se de práticas socioculturais e
19
comportamentais mais amplas, ultrapassando as barreiras da escola. Dentro desse enfoque,
justifica-se a implementação de um programa de saúde na escola, inserido e integrado no
cotidiano e na cultura escolar, que se irradiará além de seus limites.
As principais áreas da Biologia são sintetizadas em sete temas estruturadores, sendo as
condições de vida e saúde abordadas no tema “Qualidade de vida das populações humanas”,
por meio do qual os alunos poderão aprofundar seus conhecimentos e se preparar para uma
ação de intervenção que vise à transformação de suas condições. Aborda-se a saúde a partir
do conceito atual da OMS, avançando ao procurar relacioná-la às condições de vida das
populações, como renda, educação, trabalho, habitação, saneamento básico, transporte, lazer,
alimentação, longevidade, liberdade de expressão e participação democrática, além de traçar o
perfil de saúde do brasileiro destacando-se os contrastes regionais e locais. Suas unidades
temáticas são: I- O que é saúde, II- A distribuição desigual de saúde pelas populações, III- As
agressões à saúde das populações, e IV- Saúde ambiental31.
Vale apena destacar que o tema saúde é abordado de forma indireta nos outros temas
por meio do estudo sobre a composição e funcionamento dos seres vivos, tecnologias de
manipulação genética, entre outros. Logo, uma das atribuições dos professores de Biologia é
articular os conteúdos e temas propostos no currículo a trabalhos de promoção da saúde e
prevenção de doenças, levando em consideração as necessidades específicas de cada
comunidade escolar de modo que, dessa forma, contribuam para a efetiva aprendizagem do
aluno, melhorando sua qualidade de vida32.
Os outros temas estruturadores dessa disciplina são: “A interdependência da vida”,
“Identidade dos seres vivos”, “Transmissão da vida e mecanismos de variabilidade genética”,
“Tecnologias de manipulação do DNA: a receita da vida e seu código” e “Origem e evolução
da vida”.
Cada disciplina ou área de saber abrange um conjunto de conhecimentos que não se
restringem a tópicos disciplinares ou a competências gerais ou habilidades, mas constituem-se
em sínteses de ambas as intenções formativas. Ao se apresentarem dessa forma, esses temas
estruturadores do ensino disciplinar e seu aprendizado não mais se restringem, de fato, ao que
tradicionalmente se atribui como responsabilidade de uma única disciplina. Incorporam metas
educacionais comuns às várias disciplinas da área e das demais, e também por isso tais
modificações de conteúdo implicam modificações em procedimentos e métodos que já
sinalizam na direção de uma nova atitude da escola, do professor33, e de abordagens
pedagógicas.
20
Na abordagem por competências, recoloca-se o papel dos conhecimentos a serem
aprendidos na escola, tornando-os recursos para que o indivíduo, diante de situações de vida,
tome uma decisão, identifique ou enfrente um problema, julgue um impasse ou elabore um
argumento. Dessa forma, instrumentaliza-se o aluno para que, diante de uma situação real,
seja capaz de se posicionar ou, pelo menos, apontar argumentos de maneira fundamentada. É
por essa razão, ou seja, porque se aprende e se percebe o aprendido apenas em situações reais,
que o contexto e a interdisciplinaridade são essenciais numa abordagem por competências.
Um ensino por competências nos impõe o desafio de organizar o conhecimento a
partir não da lógica que estrutura a ciência, mas de situações de aprendizagem que tenham
sentido para o aluno, que lhe permitam adquirir um instrumental para agir em diferentes
contextos e, principalmente, em situações inéditas de vida33.
Diariamente grande quantidade de informações veiculadas pelos meios de
comunicação se refere a fatos cujo completo entendimento depende do domínio de
conhecimentos científicos. Nesses últimos anos, em especial, os conhecimentos biológicos
têm, por essa via, estado presentes em nossa vida com uma frequência incomum, dado o
avanço dessa ciência em alguns de seus domínios. A linguagem científica vem,
crescentemente, integrando nosso vocabulário. Termos como DNA, cromossomo, genoma,
clonagem, efeito estufa, transgênico não são completamente desconhecidos das pessoas
minimamente informados.
Como notícia política, como notícia econômica, como parte de uma discussão ética,
assuntos biológicos cruzam os muros acadêmicos e são discutidos em jornais e revistas de
grande circulação ou em programas de entretenimento veiculados pela televisão ou pelo rádio.
Portanto apreender os saberes biológicos permite aos alunos compreender e participar de
debates contemporâneos, sendo esta apenas uma das finalidades do estudo da ciência no
âmbito escolar36.
3. Da prática de saúde escolar
A percepção dos países sobre o conceito e a prática de saúde escolar e de promoção
da saúde mudou ao longo das décadas. Na década de 80, a crítica do setor de Educação em
relação ao setor de Saúde era que este não utilizava a escola como uma parceira. Ao mesmo
tempo, os resultados de vários estudos indicaram que a educação para a saúde, baseada no
modelo médico tradicional com foco no controle e na prevenção de doenças, não é suficiente
21
para estabelecer mudanças de atitudes e opções mais saudáveis de vida que minimizem as
situações de risco à saúde de crianças, adolescentes e jovens adultos34.
No início dos anos 90, diante das propostas do setor de Educação, da crescente crítica
de pouca efetividade da educação em saúde nas escolas e do fortalecimento das políticas de
promoção da saúde, o Ministério da Saúde recomendou a criação de espaços e ambientes
saudáveis nas escolas com o objetivo de integrar as ações de saúde na comunidade
educativa34. A formulação das bases da promoção da saúde e da estratégia para a criação de
espaços saudáveis e protetores apoiou-se no documento oficial do governo do Canadá,
Lalonde, publicado em 1974, que define o conceito de Campo da Saúde como sendo
constituído por quatro componentes: biologia humana, meio ambiente, estilo de vida e
organização da atenção à saúde35. Assim, a promoção da saúde escolar tem evoluído durante
as últimas décadas, acompanhando as iniciativas de promoção da saúde de todo o mundo.
Durante os anos 90, a OMS desenvolveu o conceito e iniciativa das Escolas
Promotoras de Saúde. Trata-se de uma abordagem multifatorial que envolve o
desenvolvimento de competência em saúde dentro das salas de aula, a transformação do
ambiente físico e social das escolas e a criação de vínculo e parceria com a comunidade de
abrangência36, o que inclui os serviços de saúde comunitários, como as Unidades Básicas de
Saúde e as equipes de Saúde da Família.
Ainda na década de 90, com a criação dos PCNs, houve uma valorização do
conhecimento e da aprendizagem significativo-participativa. O tema saúde foi disposto como
um tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar, justamente
por representar um desafio para a educação no que se refere à possibilidade de garantir uma
aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida.
A transversalidade aqui é entendida como processos intensamente vividos pela
sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e pelos educadores em seu
cotidiano, debatidos em diferentes espaços sociais, e por esse motivo de natureza diferente das
áreas convencionais de construção de conhecimento37. Sendo assim, os temas não constituem
novas áreas, mas devem integrar todas as áreas convencionais, de modo que pertençam a
todas elas, trazendo discussões atuais e que orientem um bom convívio escolar.37 Nessa nova
perspectiva, aumenta-se a responsabilidade com a aprendizagem do aluno, pois rompe-se com
o confinamento das disciplinas e da atuação dos professores com atividades formais de
ensino.
O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído por Decreto Presidencial nº 6.286, de 5
de dezembro de 2007, resulta do trabalho integrado entre o Ministério da Saúde e o Ministério
22
da Educação, na perspectiva de ampliar as ações específicas de saúde aos alunos da rede
pública de ensino – Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede Federal de Educação
Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos – e possui como objetivo contribuir
para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção
à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno
desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino38 .
As experiências mostram que transmitir informações a respeito do funcionamento do
corpo e da descrição das características das doenças bem como de hábitos saudáveis não são
suficientes para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saudável. É preciso educar para a
saúde, levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que
acontecem no cotidiano, dentro e fora da escola.
O processo ensino-aprendizagem é complexo, apresenta um caráter dinâmico e
não acontece de forma linear como uma somatória de conteúdos acrescidos aos anteriormente
estabelecidos39,40. Exige ações direcionadas para que o aluno aprofunde e amplie os
significados elaborados mediante sua participação, enquanto requer do docente o exercício
permanente do trabalho reflexivo, da disponibilidade para o acompanhamento, da pesquisa e
do cuidado, o que pressupõe a emergência de situações imprevistas e desconhecidas41.
O ato de ensinar-aprender deve ser um conjunto de atividades articuladas, nas quais
esses diferentes atores compartilham, cada vez mais, parcelas de responsabilidade e
comprometimento. Segundo Temporini, aproximadamente 70% dos professores da rede
pública que conhecem as orientações do currículo consideram-se atingidos pela observação de
saúde e medidas para solucionar a falta de saúde de seus alunos42.
Porém, percebe-se que muitos desses profissionais encontram dificuldades para o
efetivo exercício desta função e como relacionar/envolver as atividades da PC da SEE-SP,
contidas nos cadernos do professor e do aluno da disciplina de Biologia43,44, a ações
preventivas eficazes, de uma forma que seu aluno se interesse e participe dessa prática,
apropriando-se desse conhecimento. A implementação de uma estratégia educativa no campo
da saúde requer que os docentes tenham conhecimento e interesse necessários a respeito do
tema45.
Como professora da rede há cinco anos, lecionando em diferentes unidades
escolares, inseridas em diferentes comunidades, vivo constantemente os conflitos
anteriormente mencionados, percebendo que, quando ouvimos o aluno, quando levamos em
consideração o que já sabem, valorizando-os, torna-se mais fácil e prazerosa a aprendizagem,
23
pois ela passa a ter um significado, podendo ser reconhecida como um caminho para a
mudança.
Porém encontramos muitos obstáculos ao longo do caminho, como falta de espaços
adequados, salas lotadas e curto espaço de tempo para cumprir cada conteúdo do currículo,
provocando a desmotivação do professor e do aluno e, consequentemente, o prejuízo do
processo ensino-aprendizagem. Diante dessa realidade, julgo necessário e oportuno um
trabalho de acompanhamento e apoio para o desenvolvimento dessas orientações,
principalmente aos professores de Biologia, que possuem em seu currículo a maior variedade
de temas relacionados à saúde e, portanto, grande parte dessa responsabilidade32.
II OBJETIVOS
Identificar os principais recursos e metodologias utilizados pelos professores de
Biologia do Ensino Médio ao trabalhar os temas sobre saúde propostos no currículo.
Caracterizar as facilidades e dificuldades dos professores ao trabalhar os temas sobre
saúde.
Reconhecer as mudanças percebidas pelos professores nos alunos ao estudarem sobre
os temas de saúde
Evidenciar a percepção dos professores de Biologia sobre sua função enquanto
promotores de saúde.
Conhecer a percepção desses professores sobre o uso de metodologias ativas de
aprendizagem e sua aplicação em educação em saúde.
III MÉTODOS
1. Características do estudo
Estudo exploratório, de perfil qualitativo, com ênfase nos significados, experiências e
necessidades apontadas pelos participantes, buscando compreender o mundo dos sujeitos e
identificando sua percepção da realidade e necessidades de mudança46,47.
24
As pesquisas de abordagem qualitativa baseiam-se na premissa de que o conhecimento
sobre pessoas só é possível a partir da descrição de experiência humana tal como ela é vivida
e tal como ela é definida pelos seus próprios atores48. Nesse tipo de investigação, a fonte
direta de dados é o ambiente natural, sendo o investigador o instrumento principal para a
coleta. Os dados, por sua vez, são descritivos por se tratarem de palavras e/ou imagens. Os
investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos
resultados, sendo o significado algo de vital importância49.
2. Cenário da pesquisa
O estudo foi realizado em parceria com a D.E de Vot, que atende a sete municípios,
sendo estes: Araçoiaba da Serra, Capela do Alto, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora,
Tapiraí e Votorantim, constituída por 40 escolas estaduais, dentre Escolas de Ensino
Fundamental II, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. O cenário do estudo foi
constituído por 25 unidades de ensino médio com modalidade de ensino presencial que
aceitaram participar da pesquisa.
Foram excluídas da pesquisa seis U.Es, sendo estas: CEEJA de Votorantim, por ser uma
instituição de Educação de Jovens a Adultos (EJA) em regime semipresencial; E.E. Profª
Benedicto Rodrigues, por ser uma instituição de ensino de tempo integral (E.I) do Ensino
Fundamental II (E.F.II); E.E. Anna Cuevas Guimarães e E.E. Bairro da Barra, unidades
apenas de E.F.II, e duas unidades, uma do município de Votorantim e outra do município de
Piedade, que não aceitaram participar desta pesquisa por razões não explicitadas por seus
gestores.
3. Caracterização e atribuições do Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico
(PCNP)
Os Núcleos Pedagógicos são unidades de apoio à gestão do currículo da rede estadual
de ensino, atuando, preferencialmente, através de oficinas pedagógicas e orientações
técnicas, em articulação como as Equipes de Supervisão de Ensino.
A equipe do núcleo pedagógico é composta por um ou mais PCNP de cada disciplina,
de acordo com as necessidades de cada D.E. Dentre as funções exercidas pelos PCNP,
estão: implementar ações de apoio pedagógico e educacional que orientem os professores na
25
condução de procedimentos relativos a organização e funcionamento do currículo nas
modalidades de ensino; avaliar a execução do currículo e propor os ajustes necessários;
acompanhar e orientar os professores em sala de aula, quando necessário, para garantir a
implementação do currículo; implementar e acompanhar programas e projetos educacionais
da Secretaria relativos à área de atuação que lhes é própria; identificar necessidades e propor
ações de formação continuada de professores e de professores coordenadores no âmbito da
área de atuação que lhes é própria; participar da implementação de programas de formação
continuada, em articulação com a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores;
acompanhar e apoiar reuniões pedagógicas realizadas nas escolas; promover encontros,
oficinas de trabalho, grupos de estudos e outras atividades para divulgar e capacitar
professores na utilização de materiais pedagógicos em cada disciplina; participar do
processo de elaboração do plano de trabalho da D.E; elaborar o plano de trabalho do Núcleo
para melhoria da atuação docente e do desempenho dos alunos; orientar, em articulação
com o Centro de Atendimento Especializado do Departamento de Desenvolvimento
Curricular e de Gestão da Educação Básica, as atividades de educação especial e inclusão
educacional no âmbito da área de atuação que lhes é própria; acompanhar o trabalho dos
professores em suas disciplinas e as metodologias de ensino utilizadas em sala de aula para
avaliar e propor ações de melhoria de desempenho em cada disciplina; organizar o acervo
de materiais e equipamentos didático-pedagógicos; articular com o Centro de Biblioteca e
Documentação, do Centro de Referência em Educação “Mário Covas” – CRE – e com as
escolas a implantação e supervisão das salas de leitura; analisar os resultados de avaliações
internas e externas e propor medidas para melhoria dos indicadores da educação básica, no
âmbito da área de atuação que lhes é própria50.
Colaborou ativamente com esta pesquisa o PCNP da disciplina de Biologia da D.E
Vot, disponibilizando tempo e apoio à pesquisadora ao conversar com os gestores das U.Es
sobre a relevância desta pesquisa, pedindo-lhes autorização para convidar seus professores à
participar desta pesquisa, na solicitação e agendamento das entrevistas com os professores
colaboradores e cedendo horários em sua agenda para acompanhar a pesquisadora em
algumas U.Es para a realização das entrevistas.
4. Sujeitos da Pesquisa
Participaram do estudo 24 professores de Biologia do Ensino Médio, convidados pelo
PCNP de Biologia da D.E.Vot., de acordo com sua agenda de visitação às U.E, que aceitaram
26
o convite para participação no presente estudo. Foram entrevistados um ou dois professores
de cada unidade, sendo que, em apenas um caso, foram entrevistados três professores da
mesma U.E. (Tab.1)
5. Coleta de dados - Entrevista
Primeiramente foram contatados os gestores da U.E pelo PCNP de Biologia, pedindo-
lhes a autorização para conversar com os professores de Biologia e convidá-los a participar da
pesquisa. Uma vez concedida essa autorização, o PCNP agendava um horário com o professor
durante a Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC) em que ele estivesse presente, para
a pesquisadora entrevistá-lo. A ATPC é uma atividade que ocorre de duas a três vezes por
semana, com duração entre 50 a 110 minutos, e tem como principais objetivos a formação
permanente dos docentes e a resolução de problemas pedagógicos encontrados pelos mesmos.
Esses encontros são dirigidos pelos Coordenadores Pedagógicos de cada U.E e constituídos
de momentos de socialização entre todos os professores e momentos em que estes são
reunidos de acordo com a área em que ministram suas aulas.
Durante a ATPC, no dia e horário agendado, a pesquisadora encontrava-se com o
professor e, em local isolado, após os esclarecimentos sobre os objetivos e métodos do estudo
ao possível participante e sua aceitação, procedia a leitura e assinatura do TCLE e a
entrevista.
Os participantes responderam a um formulário sociodemográfico (Apêndice 1) para
levantamento de seus dados pessoais e profissionais. Em seguida, eram realizadas as
entrevistas orais, que tinham formato semiestruturado, apresentando como característica
questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam com o tema da
pesquisa, de modo a favorecer não só a descrição dos fenômenos sociais mas também a
explicação e compreensão de sua totalidade.
Foi utilizado um roteiro com questões norteadoras (Apêndice 2), de forma a que se
obtivessem informações básicas para ajudar na interação entrevistador-informante, mas com a
possibilidade de complementação de questões inerentes às circunstâncias da entrevista,
surgidas a partir das respostas dos informantes, buscando-se informações de uma forma mais
livre, sem a padronização de respostas condicionadas a algumas alternativas51,52,53. As
entrevistas foram gravadas para facilitar sua transcrição e garantir a integridade da coleta de
dados.
27
6. Organização e análise do dados
O conteúdo das entrevistas orais foi organizado em quadros com as expressões
chave e ideias centrais do discurso de cada sujeito, segundo o referencial do DSC. O DSC é
uma ação organizadora e de tabulação de dados verbais e qualitativos que consiste
basicamente em analisar o material extraído de cada depoimento, criando-se uma resposta
única sob a forma de um ou vários discursos-síntese, escritos na primeira pessoa, utilizando-se
o vocábulo original, não interpretado, como se a coletividade fosse o emissor do discurso.54
São selecionadas de cada resposta "expressões-chave" que são partes importantes das
respostas dos sujeitos. Estas expressões correspondem às ideias centrais das respostas. As
expressões chave (E-CH) são trechos do discurso que devem ser selecionados pelo
pesquisador e revelar a essência do conteúdo do depoimento ou discurso sendo fundamentais
para a confecção do DSC. A Ideia Central (IC) é uma expressão que revela e descreve, da
maneira mais sintética e precisa, os sentidos presentes nas Expressões Chave e também no
conjunto de discursos de diferentes sujeitos que possuem semelhança de sentido, possuindo
uma função discriminadora e classificatória e permitindo identificar e distinguir os vários
sentidos ou posicionamentos contidos no discurso55.
A proposta do DSC fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais e seus
pressupostos sociológicos, criando-se uma ponte entre o senso comum e o conhecimento
científico, além de mediar as perspectivas metodológicas qualitativa e quantitativa, tratando
os sujeitos como possuidores de caráter racional e cognitivo compartilhado56.
A Teoria das Representações sociais é um campo de conhecimento multidisciplinar,
entendida por muitos teóricos como uma interface entre sociologia e psicologia social. A
representação social tem a vocação de ser um campo de interesse de todas as ciências
humanas, uma vez que articula elementos mentais, sociais e afetivos, vinculando a
comunicação e a linguagem às relações sociais que intervém nas representações e não podem
ser entendidas como pertencentes a uma área particular do conhecimento humano56.
A sociedade é formada por um sistema de crenças que permite a comunicação entre os
membros que a compõe e ilustra o senso comum entre as representações que fazem parte do
cotidiano que os seres humanos habitam, possuindo como base para as formações sociais dois
tipos de códigos compartilhados: um código linguístico e, a partir dele, um código ideológico,
que é o sistema compartilhado de crenças57,58. Sendo a existência do discurso uma
manifestação concreta da língua e dotada de sentido e significados socialmente construídos,
28
esse sistema pode ser percebido também nos processos estratégicos durante a interação dos
praticantes da estratégia, aproximados pela metodologia do DSC58.
Em síntese, as representações sociais são sustentadas pelas influências da
comunicação e se constituem nas realidades da vida, servindo como meio de estabelecer uma
ligação entre as pessoas. Entretanto também interage com os conhecimentos que emergem no
mundo onde as pessoas atuam com interesses parecidos59.
Para a análise, foi utilizada a Análise de Conteúdo (AC), modalidade Análise
Temática (AT). A análise temática consiste em propor inferências e adiantar interpretações a
propósito dos objetivos previstos. Método muito utilizado na análise de dados qualitativos,
propõe-se a "descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença
ou frequência signifiquem alguma coisa para o objetivo analítico visado", utilizando-a de
forma mais interpretativa.
Os dados são classificados em temas principais que resultam de reagrupamentos
analógicos. Vale destacar que os títulos das categorias temáticas são definidos pela descoberta
dos núcleos de sentidos, preocupando-se com a frequência desses núcleos sob a forma de
dados segmentáveis e comparáveis, classificados como subtemas60,61. As categorias e
subcategorias agrupadas em relação às expressões chave dos discursos coletivos estão
demonstradas em tabelas.
Os dados sociodemográficos foram organizados em tabelas e analisados segundo a
frequência das suas variáveis.
Foram construídas nuvens de palavras para visualização da ocorrência das palavras
contidas nos discursos de cada questão da entrevista. A nuvem de palavras utiliza algumas
técnicas de processamento de linguagem por meio de ferramentas on-line, criando uma
expressão visual das palavras do texto em que o número de ocorrências dos termos no texto
sinaliza o tamanho do termo na nuvem. Método Heurístico de Análise, aponta caminhos para
o que se observar em um texto ou em um grupo de textos. Os aplicativos que fazem nuvem de
palavras são reveladores por apresentar, de forma bem resumida, uma visão geral dos
conceitos e termos com mais destaque nos conteúdos de um dado texto ou conversações62,63.
29
IV ASPECTOS ÉTICOS
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, de acordo com a Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho
Nacional de Saúde sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo
seres humanos. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice3), sendo garantido o sigilo das suas identidades.
V RESULTADOS
1. Caracterização dos participantes do estudo
1.1.Distribuição dos professores entrevistados pelas unidades de ensino
Tabela 1 - Distribuição dos professores entrevistados por município e unidade de ensino. D.E.
Votorantim, 2014.
Município Escolas. D.E. Vot Nº de prof.
Entrevistados
Araçoiaba da Serra Maria Angélica Baillot 3
Bairro Jundiaquara 3*
Capela do Alto Cel. Pedro Dias de Campos 1*
Piedade Carlos Augusto de Camargo 1
Clementino Vieira Cordeiro 1
Profª Dimpina Rocha Lopes 1*
Pilar do Sul Maria A. Mendes Silva Lacerda 1*
Maria Richinelli Modanezi 1*
Padre Anchieta 2
Salto Dr. Afonso Vergueiro 1
Jardim Daniel David Haddad 2
Tapiraí Bairro do Turvo 1*
João Rosa Cel 1
Votorantim Alice Rolim de Moura Holtz 1
Antonieta Ferrarese 1
Selma Maria Martins Cunha 2
30
Armando Rizzo 1
Azarias Mendes 1
Clotilde Beline Capitani 1*
Daniel Verano 1
Evilázio de Góes Vieira 1
José Ermírio de Moraes S. 1
Pedro Augusto Rangel 2
Pereira Inácio Comendador 2
* Professores que lecionam em mais de uma U.E na mesma D.E.
Fonte: Autora
A tabela 1 mostra que a maioria dos professores entrevistados leciona no Município de
Votorantim, por ser o município com o maior número de U.Es pertencentes a D.E.Vot.
1.2.Perfil dos professores entrevistados
Este estudo revelou que a maioria dos professores entrevistados é do sexo
masculino, com idade entre 21 e 40 anos, formação em Ciências Biológicas, tempo de
formação de 1 a 23 anos, de docência de 1 a 20 anos e de trabalho na atual escola de 1 a 10
anos; leciona nas disciplinas de Ciências e Biologia para as séries do Ensino Médio,
cumprindo jornada semanal entre 30 a 49 horas/aulas, com vínculo empregatício do tipo
efetivo por concurso público. A seguir são apresentadas as tabelas que demonstram o perfil
mencionado.
Tabela 2 - Distribuição dos professores entrevistados segundo idade e sexo. D.E. Votorantim,
2014.
Idade Nº %
21 a 30 6 25,0
31 a 40 9 37,5
41 a 50 5 20,8
51 a 60 4 16,6
Sexo
Feminino 11 45,8
31
Masculino 13 54,1
Fonte: Autora
Tabela 3 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua formação acadêmica e
tempo de formação. D.E. Votorantim, 2014.
Formação Acadêmica Nº %
Ciências Biológicas 10 41,6
Ciências Biológicas — Especialização em Genética 1 4,1
Ciências Biológicas / Pedagogia 1 4,1
Ciências Biológicas / Pedagogia / Educação Física 1 4,1
Ciências Biológicas / Físicas 3 12,5
Educação Física 3 12,5
Educação Física / Pós em Gestão Escolar 1 4,1
Engenharia Agrônoma / Ciências Biológicas 1 4,1
Matemática 1 4,1
Mestrado em Biologia 1 4,1
Mestrado em Ciências 1 4,1
Ano de conclusão
Até 1980 1 4,1
1981 a 1990 3 12,5
1991 a 2000 7 29,1
32
2001 a 2010 9 37,5
2011 a 2014 4 16,6
Fonte: Autora
Tabela 4 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com o tempo total de serviço
docente e tempo de serviço na atual escola. D.E. Votorantim, 2014.
Tempo total de serviço docente Nº %
Até 1 ano 1 4,1
1 a 10 anos 11 45,8
11 a 20 anos 11 45,8
Mais de 21 anos 1 4,1
Tempo de serviço na atual escola Nº
Até 1 ano 3 12,5
1 a 10 anos 15 62,5
11 a 20 anos 5 20,8
Mais de 21 anos 1 4,1
Fonte: Autora
Tabela 5 - Distribuição dos professores entrevistados de acordo com as disciplinas e nível de
ensino em que lecionam. D.E. Votorantim, 2014.
33
Disciplina que leciona Nº %
Biologia 5 20,8
Ciências 2 8,3
Biologia / Ciências 13 54,1
Educação Física 1 4,1
Biologia / Educação Física 2 8,3
Biologia / Matemática /
Física
1 4,1
Nível de ensino
Fundamental / Médio 2 8,3
Médio 22 91,6
Fonte: Autora
Tabela 6 - Distribuição dos professores entrevistados segundo sua jornada semanal de
trabalho em horas/aula e tipo de vínculo empregatício com a SEE-SP. D.E. Votorantim, 2014.
Jornada semanal Nº %
10 a 19 horas 1 4,1
20 a 29 horas 2
30 a 39 horas 7 29,1
40 a 49 horas 7 29,1
50 a 59 horas 5 20,8
60 a 69 horas 2 8,3
Tipo de vínculo Nº %
Professor Efetivo 18 75,0
Professor categoria F 4 16,6
Professor categoria O 2 8,3
Fonte: Autora
2. Representações sociais dos professores entrevistados sobre o ensino-
aprendizagem do Tema Transversal Saúde
34
2.1. Recursos e metodologias do ensino-aprendizagem do Tema Transversal Saúde
Analisando as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Fale sobre
os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso
currículo” emergiram as categorias temáticas: Aula Tradicional, Aula Participativa, Recursos
Audiovisuais e Enfoque Multidisciplinar, como demonstrado na Tabela 7 a seguir.
Tabela 7 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas dos
recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar os temas sobre saúde do
currículo. D.E.Votorantim, 2014.
Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões
Chave
Recursos audiovisuais Imagens e vídeos
Entrevistas
Peças anatômicas
10
1
2
Total 13
Aula tradicional Apostila
Lousa
Leitura de textos
Livro didático
Sem inovação
Saúde no ciclo de
doenças
9
2
4
8
1
1
Total 25
35
Aula participativa Debate
Contextualização
Pesquisa/Seminário
Caixa de perguntas
Temas polêmicos
7
6
5
4
4
Total 26
Enfoque multidisciplinar Projetos
Tema transversal
1
1
Total 2
Fonte: Autora
O número de expressões chave que compõem as categorias aula tradicional e aula
participativa aponta para uma prática pedagógica que mescla as duas modalidades no ensino
dos temas de saúde, adotada pela maioria dos entrevistados.
Os DSC sobre os recursos e metodologias utilizados pelos participantes para trabalhar
os temas sobre saúde do currículo são os que seguem.
1) Recursos audiovisuais
DSC1: Imagens e vídeos (P1, P2, P3, P5, P7, P8, P14, P15, P23, P24)
Dependendo do tema como doença, saúde, sistema imunológico, sistema nervoso a
gente sempre trabalha com data show, pois tem o recurso na sala, daí já acessa,
mostra vídeos. Uso vídeos para algumas turmas, uso como material de apoio, vídeo
do youtube. Eu utilizo banners que tem aqui na escola, do corpo... Cada escola você
acaba trabalhando de um jeito porque cada escola você tem ferramentas diferentes,
se você tem vídeo dá pra utilizar vídeo, se tem data show dá pra utilizar.
DSC 2: Entrevistas (P11)
Levo entrevistas de especialistas, como aquela sexóloga Laura Müller, do Altas
Horas.3: Peças anatômicas de plástico (bonecos) (P21, P24)
Também utilizamos o laboratório, por exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos, pra
eles terem uma noção do corpo.
2) Aula tradicional
DSC 4: Apostila (P1, P2, P3, P5, P8, P9, P12, P17, P24)
Eu sigo mais o currículo mesmo, aquilo que está na apostila, no caderno do aluno.
DSC 5: Resumo/ tópicos na lousa (P4, P 23)
36
Tento ser mais dinâmico, ter uma aula mais falada do que escrita, apresento a aula
fazendo um resumo na lousa, escrevendo tópicos pra eles lembrarem.
DSC 6: Leitura de textos para reflexão (P4, P7, P11, P19)
Leitura e discussão de textos diversos para reflexão. O foco principal do aprendizado
é esse, colocar ele pra refletir, ele tem que estar ciente do que ele está produzindo, eu
acho que ele tem que ser capaz de produzir um situação, de ele parar depois de
realizar qualquer tipo de exercício e ver que eles conseguiram fazer, que eles
chegaram a determinado resultado, eles mobilizaram vários conhecimentos dentro de
um texto.
DSC 7: Livro didático (P6, P8, P9, P11, P17, P19, P21, P22)
Uso bastante o livro didático como ferramenta para dar base, pois o material que o
Estado trabalha tem pouca informação sobre saúde. Primeiro uma base a respeito de
certos assuntos eles tem que ter, acho isso imprescindível.
DSC 8: Não dá pra inovar (P15)
Com duas aulas por semana, tendo que cumprir o planejamento, o programa do
Estado, não dá pra inovar muita coisa.
DSC 9: Saúde nos ciclos de doenças (P18)
Basicamente a saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças, bactérias
fala um pouquinho, de vírus um pouquinho.
3) Aula participativa
DSC 10: Debate (P1, P5, P 7, P11, P16, P20, P21)
A metodologia que a gente usa depende muito da sala, a gente pega gancho da
própria discussão deles, faz um debate, o tema saúde mexe demais com eles. Na
questão da sexualidade, faço bastante roda de conversa. Quando envolve prevenção,
eu procuro usar cada aula, cada momento que eu sinta que eles estão com
necessidade de aprender para uma conversa.
DSC 11: Pesquisa /Seminários (P4, P5, P6, P10, P 12)
Em algumas salas eu procuro dar o tema como seminários também. Peço para os
alunos fazerem pesquisas, como por exemplo sobre DSTs
DSC 12: Contextualização/ conhecimento prévio (P7, P10, P12, P20, P23, P24)
Eu levo o que está no dia a dia, busco a curiosidade do aluno, contextualizando a
realidade. Primeiro a gente faz, logicamente em cima do currículo, uma pesquisa
com eles pra ver em que nível eles se encontram, que informações eles tem sobre
37
saúde, para depois transformar em uma informação científica. É preciso trabalhar
saúde na escola porque é do dia a dia, do cotidiano deles.
DSC 13: Caixa de perguntas (P11, P16, P18, P21)
É muito interessante fazer caixa de perguntas sobre sexualidade, muitas vezes tem
coisas que querem perguntar só pra você, assim eles não se expõem. O Kit do Vale
Sonhar, que veio do Estado, usei a primeira vez no ano passado, eu achei
interessante, tem alguns jogos, algumas perguntas.
DSC 14: Temas polêmicos (P5, P10, P20, P22)
Eu trabalho a saúde no âmbito geral, coloquei a definição da OMS, tento colocar pra
eles temas polêmicos, assuntos que sejam do interesse deles, reportagens do cotidiano
que eles assistem na televisão, como sexualidade, drogas, má alimentação, dormir
pouco, porque eles acabam muitas vezes se voltando pra coisas que acabam
prejudicando a saúde deles. Esse tema saúde vai além da proposta curricular.
4) Enfoque multidisciplinar
DSC 15: Projetos (P14)
Os professores daqui da escola desenvolvem projetos juntos, trabalhando
sexualidade, DSTs e higiene
DSC 16: Tema transversal (P18)
Figura 1- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 1 da
entrevista.
38
2.2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde
A análise das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Comente
sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordam os temas sobre saúde, seus
facilitadores e dificultadores” indicou duas categorias temáticas: Facilitadores e
Dificultadores como demonstrado a seguir.
Tabela 8 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.
Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões
Chave
Facilitadores Temas de maior interesse
Facilidade do professor
com o tema
Contextualização e
valorização do aluno
Didática diferenciada
21
2
7
3
Total 33
Dificultadores Temas de menor interesse
Aceitação desigual
Ausência de programa de
saúde
5
4
3
Total 12
Fonte: Autora.
39
O interesse dos alunos por temas sobre saúde aumenta a participação nas aulas; a
facilidade e identidade do professor com esses temas também favorecem a aprendizagem,
bem como a sua contextualização com o cotidiano do alunado. A frequência majoritária das
expressões chave sobre aspectos facilitadores relacionados ao Tema Transversal Saúde
destaca essa temática como facilitadora do interesse e participação dos alunos.
Os DSC sobre o interesse e participação dos alunos ao trabalhar temas sobre saúde são
apresentados a seguir.
1) Facilitadores
DSC 1: Temas de maior interesse (P1, P2, P3, P4, P6, P8, P9, P10, P11, P12, P13,
P14, P15, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22. P24)
Quando entra na parte de saúde em si, doenças, daí você vê o interesse porque muitos
apresentam asma, bronquite. Eles ficam com muita dúvida na verdade, por isso têm
interesse maior, eles adoram esse tipo de coisa, se realizam, fazem questões, fazem
brincadeiras, tem que ter jogo de cintura. Trabalhando esses temas, em diversos
momentos eu consigo chamar a atenção deles. Quando o assunto está relacionado à
sexualidade, DST, aí o interesse é maior.
DSC 2: Contextualização e valorização do aluno (P2, P8, P10, P18, P22, P23, P24)
Eles têm interesse maior quando eles são incluídos na discussão, participam mais,
gostam mais, querem conhecer o próprio corpo... temas que estão ligados ao dia a
dia, pois é mais próximo, mais concreto pra ele, a realidade vivida. A mídia também é
uma boa parceira.
DSC 3: Facilidade do professor (P4, P15)
Nesse tema eu tenho facilidade de trabalhar, gosto mais do conteúdo, isso faz com que
o aluno aprenda mais.
DSC 5: Didática diferenciada (P 14, P 15, P 16)
Quando tem uma aula diferenciada, os alunos ficam mais interessados sim. O kit vale
sonhar é uma aula que eles participam, eles adoram. Procuro articular com outros
temas da Biologia, trazer os elementos de saúde.
2) Dificultadores
DSC 6: Temas de menor interesse (P1, P9, P20, P21, P22)
Parasitas, assim, às vezes não chama a atenção deles, porque entra na parte de ciclo
e tal, como que pega, e essa parte desfoca um pouco. Na área de ecologia os alunos
40
hoje tem dificuldade, desinteresse na aprendizagem. Quando você vai tratar de
doenças, existe um pouco de resistência, porque é inconveniente. Temas que os
meninos acham que não estão envolvidos, como menstruação e vacina do HPV.
DSC 7: Aceitação desigual (P5, P7, P15, P23)
Tem sala que aceita bem o tema, mas tem alguns poucos que são indiferentes,
depende da sala, mas geralmente gostam do assunto. Tem sala que você não pode
trabalhar com imagens que chocam, tem gente que não presta atenção. Eu tenho
percebido que o medo de pegar doenças está sumindo. A rotina dificulta.
DSC 8: Ausência de programa de saúde (P18, P20, P21)
Não há um programa organizado sobre saúde, são pinceladas em determinados
conteúdos, são aulas que você insere, não há alguma coisa contínua.
Figura 2- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 2 da
entrevista.
2.3. Devolutiva do aluno ao estudar o Tema Transversal Saúde
A categorização das ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta
“Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do
aluno em relação aos temas sobre saúde, se percebe alguma mudança em seu comportamento”
resultou em duas categorias temáticas: Devolutiva Ausente e Devolutiva Presente,
demonstrado em seguida.
41
Tabela 9 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas sobre
a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula ao trabalhar temas
sobre saúde. D.E.Votorantim, 2014.
Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões
Chave
Devolutiva ausente Difícil de medir
Não consegue
perceber
5
4
Total 9
Devolutiva presente Consegue perceber
Interesse indica que
vai compartilhar
Percebe pela relação
com situações
vivenciadas
Longo prazo
Devolutiva de alguns
alunos
12
2
2
4
8
Total 28
Fonte: Autora.
A tabela 9 mostra que a maioria dos professores consegue perceber uma
devolutiva/feedback dos alunos no dia a dia com eles por meio da observação e conversas,
42
pela quantidade de perguntas que fazem durante as aulas e pelas mudanças de comportamento
após trabalharem temas, como higiene. Alguns professores relataram que não é possível
mensurar essa devolutiva.
Os DSC sobre a percepção de devolutiva/feedback do aluno no dia a dia da sala de aula
ao trabalhar temas sobre saúde são os que seguem.
1) Devolutiva ausente
DSC 1: Difícil de medir (P2, P3, P1, P7, P11)
É difícil de dizer, de contabilizar isso, não é algo mensurável, varia muito.
DSC 2: Não consegue perceber (P12, P13, P14, P20)
Não consigo perceber. São hábitos, e você quebrar hábitos vai muito além de uma
informação, além de uma sensibilização que você receba da escola, depende do corpo
a corpo, da família, são coisas difíceis de trabalhar.
2) Devolutiva presente
DSC 3: Percebe no dia a dia (P6, P23, P6, P7. P11, P16, P17, P18, P19, P20, P21,
P22)
Sim, consigo perceber, quando se fala em saúde se fala também em higiene, então eu
percebo que na sala de aula eles já tomam mais cuidado, se previnem mais. É fácil
ver a mudança. Quando se fala em DST chove de perguntas, a gente percebe que eles
estão muito preocupados. Só consigo perceber no dia a dia com eles, no bate papo e
conversa, da observação do comportamento deles ao longo das aulas, no olhar do
jovem, daí percebo mudanças.
DSC 4: Interesse indica que vai compartilhar (P8, P14)
Esse fato de ele se interessar, entendo eu que ele vai compartilhar essa situação. Se
você falar todo dia isso vai fazendo parte do aluno e normalmente ele vai falar em
casa.
DSC 5: Associação com situações vivenciadas (P15, P23)
Em temas abordando saúde sempre tem alguém que fala: “ahhh meu avô tem, minha
vó tem, já conheço...”, então uma coisa que ele conseguiu perceber, associar à
alteração no seu corpo e o que provocou essa mudança, o que está agindo no seu
corpo...vendo que isso faz parte deles, então estão recebendo bem a informação.
DSC 6: Longo prazo (P2, P19, P21, P23)
43
É mais ao longo praz,o quando ficamos vários anos com a mesma turma, como agora,
que estou completando uma turma, eu consigo perceber. Se comparar o trabalho do
início do bimestre pro final do bimestre você consegue sentir sim.
DSC 7:Devolutiva de alguns alunos (P1, P3, P 4, P5, P8, P 9, P10, P 24)
A quantidade é pouca... no geral a gente não tem esse retorno, mas em alguns casos
particular sim, por exemplo a gente fala de vacina de 15 anos e tal, daí chega na
outra aula algumas já tomaram atitude, vêm falar comigo, demonstram alguma
consciência depois que a gente começa a questionar. Eu acho que é de forma regular
a absorção deles. De algumas salas de aula eu consigo perceber, dependendo do
ambiente você sente, sim, uma melhora, uma evolução nesse entendimento deles na
parte de saúde.
Figura 3- Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 3 da
entrevista.
2.4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno
Ao analisar as ideias centrais expressas nos discursos referentes à pergunta “Descreva
sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e qualidade de
44
vida do seu aluno e dos seus familiares” surgiram as seguintes categorias temáticas: Sente-se
responsável, Não se sente responsável e Sente-se parcialmente responsável, como
demonstrado na Tabela 10 a seguir.
Tabela 10 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do aluno e de seus familiares. D.E. Votorantim, 2014.
Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões
Chave
Sente-se responsável Agente de saúde
Procura dos alunos
Aproximação da realidade
Saúde vai além da sala de
aula
Mediação
20
2
2
1
1
Total 26
Não se sente responsável Transmissão de
informações
1
Total 1
Sente-se parcialmente
responsável
Responsabilidade
compartilhada
4
Total 4
Fonte: Autora.
45
Na tabela acima podemos observar que apenas um professor expressou não possuir
sentimento de responsabilidade em relação à saúde e qualidade de vida de seus alunos e
familiares.
Os DSC sobre o sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a
qualidade de vida do aluno e de seus familiares são apresentados na sequência.
1) Sente-se responsável
DSC 1 Agente de saúde (P1, P2, P3, P4, P5, P7, P8, P9, P10, P11, P12, P14, P16, P17,
P18, P19, P20, P21, P22, P24)
Me sinto responsável principalmente pela orientação, nosso foco aqui é orientar além
de passar o aprendizado, dar a base pra ele poder se prevenir e evitar certas
circunstâncias. O professor é o primeiro agente de saúde que trabalha com eles, sinto
como minha obrigação. A gente sente que tem uma responsabilidade em relação ao
aluno, acho que pela família inteira. Eles aprendem muito com a gente sim. Porque
muitos deles não têm nenhuma noção do que está acontecendo com o corpo, não têm
como chegar e conversar com os pais. Como professor, e de biologia, a gente tem que
ter essa responsabilidade sim, porque estamos mais próximos deles, então acaba que
sendo uma obrigação, um dever. São temas de extrema importância.
DSC 3: Procura dos alunos (P2, P22)
Sou cobrada principalmente por eles. O professor de biologia e ciências são vistos
pelo aluno como alguém que entende sobre saúde, então eles buscam muitas vezes a
gente.
DSC 4: Aproximação da realidade (P4, P8)
Eu tento deixar mais perto da realidade do aluno, de cada sala.
DSC 6: Tema saúde vai além da sala de aula (P7)
Acho que o tema saúde acaba indo muito além da sala de aula.
DSC7: Mediação (P7)
O professor é um mediador, e tem que fazer muito bem isso, senão ele trava a turma.
2) Não se sente responsável
DSC 8: Transmissão de informação (P15)
Responsável não, mas eu acho assim, o que eu posso fazer, posso estar passando
alguma informação.
46
3) Sente-se parcialmente responsável
DSC 2: Responsabilidade compartilhada (P2, P6, P13, P26)
Talvez se fosse um projeto ou que mais professores estivessem juntos, a gente teria
uma resposta melhor. Acho que não deveria ser automaticamente vinculado, exclusivo
do professor de biologia. É um tema transversal, que todos os professores deviam
trabalhar. Isso também é responsabilidade da família e do próprio aluno.
Figura 4 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 4 da
entrevista.
2.5. Conhecimentos das Metodologias Ativas de Aprendizagem
A pergunta “Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de
aprendizagem, se já ouviu falar ou o que desconfia que seja e se gostaria de aprender sobre
elas” suscitou discursos que foram categorizados nos temas: Desconhecimento, Desejo de
Conhecer, Desejo de Mudança e Conhecimento Vago, como segue
47
Tabela 11 – Distribuição das expressões chave pelas categorias e subcategorias temáticas
sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem pelos professores
entrevistado. D.E. Votorantim, 2014.
Categorias Temáticas Subcategorias Nº de Expressões
Chave
Desconhecimento Não conhece
Não conhece com esse
nome
15
7
Total 22
Desejo de conhecer Gostaria de conhecer 6
Total 6
Desejo de mudança Apoio e incentivo
Quebrar resistências
Metodologia
diferenciada
1
1
11
Total 13
Conhecimento vago Já ouviu falar 2
Total 2
Fonte: Autora.
A tabela 11 demonstra que a maioria dos professores não conhece as metodologias
ativas de aprendizagem, porém é significativo o número de expressões favoráveis a mudanças
na metodologia de aprendizagem, sobretudo para uma metodologia diferenciada.
48
Os DSC sobre o conhecimento das Metodologias Ativas de Aprendizagem são os que
seguem.
1) Desconhecimento
DSC 1: Não conhece (P2, P3, P4, P5, P6, P8, P9, P10, P12, P13, P14, P17, P21, P22,
P24)
Não conheço, nunca ouvi falar.
DSC 2 Não conhece com esse nome (P1, P7, P11, P16, P18, P19, P23)
Não conheço por esse nome.
2) Desejo de conhecer
DSC 3: Gostaria de conhecer (P1, P3, P4, P13, P16, P21)
Gostaria de conhecer, toda metodologia nova pode ser enriquecedora, seria legal ter
jogos, fazer dinâmicas, pra que envolvam mais os alunos, aulas práticas, algo que o
aluno pudesse ter acesso direto. Acho que com o aluno sempre tem que ter alguma
coisa a mais, o que a gente percebe que dificulta o trabalho é a rotina.
3) Desejo de mudança
DSC 4: Falta apoio e incentivo (P3)
Falta apoio, uma oportunidade, incentivo.
DSC 5: Quebrar resistências (P7)
Não tem outro caminho pra educação, se a gente continuar assim eles vão sair sem
saber nada. É preciso quebrar resistências, como a da sala ambiente... trabalhar por
áreas, interdisciplinar, contextualização.
DSC 6:Metodologia diferenciada (P8, P9, P10, P11, P14, P15, P18, P19, P21, P22,
P23)
Método diferenciado poderia mudar atitudes, é preciso diferenciar as estratégias para
que os alunos aprendam, aproximar da realidade do aluno, algo que ele pudesse ter
acesso direto. Toda vez que a gente faz eles serem os protagonistas do processo, eles
acabam aprendendo mais, vinculando o lado teórico com a prática. Novos caminhos
pra trabalhar saúde seria muito bom.
4) Conhecimento vago
DSC 7: Já ouviu falar (P15, P20)
Já ouvi falar...
49
Figura 5 - Nuvem de palavras montada com as ideias centrais referentes a questão 5 da
entrevista.
VI DISCUSSÃO
1. Recursos e metodologias utilizadas no ensino aprendizagem do Tema
Transversal Saúde
Durante o processo de ensino-aprendizagem o professor deve levar em consideração
que o conhecimento do aluno está sempre em processo de construção e, por esse motivo, deve
utilizar metodologias adequadas para mobilizar e preparar o estudante na busca constante
pelo64. Nesse processo, as metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas pelos professores
para abordarem o conteúdo estão ligadas a um método de ensino. Existem diversos métodos de
ensino que podem ser empregados para a apropriação do conhecimento pelos alunos, e esses
métodos podem ser recheados com recursos didáticos a fim de serem conquistados os
objetivos propostos.
Considero uma tarefa árdua diferenciar metodologia de ensino de métodos de ensino,
pois existem diferentes concepções para conceituá-los, dependendo do contexto e momento
histórico em que estão inseridos. Ao levarmos em consideração a etimologia da palavra
método, que vem do latim, temos methodus, em que META significa objetivo/finalidade, e
HODOS significa caminho/intermediação, isto é caminho para se atingir um objetivo. Se
pensarmos a palavra metodologia, em que LOGIA significa estudo, conhecimento, teríamos
que método e metodologia significariam o estudo dos métodos, dos caminhos a percorrer,
tendo em vista o alcance de uma meta, objetivo ou finalidade65.
50
Assim, em minha concepção, metodologia de ensino seria o estudo das diferentes
trajetórias traçadas, planejadas e vivenciadas pelos educadores para orientar e direcionar o
processo de ensino-aprendizagem em função dos objetivos propostos. Os métodos de ensino
seriam as ferramentas, os procedimentos e as ações escolhidas pelos professores para atingir
os objetivos propostos pelas situações de ensino-aprendizagem, que têm como finalidade a
aprendizagem do aluno de maneira eficaz. Esses métodos podem ser os tradicionais, que
exigem uma postura passiva do aluno e o professor seria o único detentor do conhecimento,
numa relação de “o professor preenche o vazio do aluno”, ou os modernos, que consideram a
necessidade do aprendizado ativo, em que o aluno participa e se envolve com os saberes,
sendo o professor responsável por promover o ato de pensar, de instigar a curiosidade do
aluno, respeitando o seu tempo e colocando-se no lugar do discente66.
De acordo com Souza67, “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no
processo de ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado pelo professor a
seus alunos”. Esses recursos preenchem as lacunas geralmente deixadas pelo ensino
tradicional, expondo o conteúdo de maneira diferenciada, além de fazer, dos alunos,
participantes de seus processos de aprendizagem.
No que se refere aos recursos didático-pedagógicos e metodologias de ensino
utilizadas pelos professores ao trabalhar os temas sobre saúde propostos pelo currículo da
SEE-SP, foram encontradas quatro modalidades que são utilizadas pelos professores
entrevistados: recursos audiovisuais, aula tradicional, aula participativa e enfoque
multidisciplinar. Todos os vinte e quatro participantes combinam duas ou mais dessas
modalidades.
Dos professores entrevistados, doze utilizam recursos como vídeos, slides, banners e
peças anatômicas de plástico como um atrativo visual ao aluno, para que possam ter uma
clareza maior dos conteúdos trabalhados na teoria ao observá-los, facilitando sua
compreensão e contribuindo para o processo de aprendizagem, além de sair da rotina
tradicional da sala de aula.
No entanto, a diversificação dos recursos e a adequação das aulas estão relacionadas
com sua disponibilidade de uso na escola, pois cada uma apresenta recursos diferentes.
Embora as normas regimentais básicas para as escolas estaduais68 determinem que estas
devem estar organizadas para atender às necessidades socioeducacionais e de aprendizagem
dos alunos em prédios com salas, mobiliário, equipamentos e recursos didático-pedagógicos
adequados, a realidade encontrada não é exatamente de igualdade.
51
A aula tradicional está descrita na literatura didática e pedagógica69-71,porém há
diferentes meios e recursos que podem ser utilizados com resultados comprovadamente
positivos72,73. Entre os participantes desta pesquisa, onze mesclam métodos mais tradicionais
de ensino com aula participativa, e doze mesclam a aula tradicional com recursos
audiovisuais.
O uso de slides nas aulas é defendido por Fernandes74. Segundo ele, permitem uma
projeção de alta resolução, enfatizando cores, beleza e detalhes, visíveis de qualquer ponto de
uma sala de aula. Argumenta ainda que:
As imagens em si não asseguram nenhum aprendizado e devem vir acompanhadas de uma nova abordagem, de sensibilização do aluno para o
mundo natural. Um enfoque naturalista e aventureiro, mas que não se limite
a isso: que também faça com que esse aluno aprenda, pense, questione e principalmente queira saber mais.
Sabe-se que uma aula tradicional, expositiva, consiste basicamente em um modo de
informar os alunos sobre os mais diversos conteúdos, sendo o professor o centro da aula,
tornando-a cansativa e não significante para os estudantes. De acordo com Freire6, “saber
ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou
a sua construção”.
No presente estudo, constata-se a presença do livro didático como ferramenta para dar
base aos conteúdos sobre saúde no currículo, pois oito dos professores acreditam que a
apostila (caderno do professor e do aluno), material oferecido pela SEE-SP é muito raso em
relação a esse tema.
Por esse motivo acredito ser pertinente refletir a ideia de poder atuar utilizando o livro
didático como único recurso no ensino de Biologia, citando Kindel75:
Por mais bem escrito, fundamentado e ilustrado que um livro-didático seja,
jamais dará conta das múltiplas linguagens e explicações da ciência, de
exemplos regionais e de diferentes interpretações sobre diversos eventos biológicos. (p.1)
Outro autor a questionar a supervalorização do livro didático foi Santomé76, apontando
a “urgência da formulação de materiais alternativos que contribuam na preparação de
cidadãos solidários, responsáveis e democráticos, com capacidade de compreender, intervir e
transformar a realidade” 76.
Na aula participativa, podemos observar, destacada por seis participantes deste estudo,
a importância de valorizar os saberes prévios dos alunos e seus interesses, incluindo-os nos
temas propostos pelo currículo e respeitando a autonomia e dignidade de cada um, o que,
52
segundo Freire6, “trata-se de um imperativo ético e não um favor que podemos ou não
conceder uns aos outros”.
Mostrou-se ainda, na pesquisa, a importância de não só incluir esses temas mas
também da relevância do uso de metodologias participativas, dinâmicas e jogos lúdicos como
favorecedores da aprendizagem, tornando-se um importante e significativo ponto de partida,
pois une a construção do conhecimento ao prazer e à motivação de aprender. Para Marandino
et al 77,
Ao professor propor atividades práticas estas provocam a participação do aluno, amplia-se as possibilidades de aprendizado e oportuniza vivências que
os ajudem a fazer relações com os conhecimentos específicos de Biologia.
Um exemplo de metodologia participativa bastante interessante, citada apenas por um
professor, é o chamado “caso investigativo” ou “caso como estratégia de estudo”. O caso está
baseado na instrução pelo uso de narrativas (reais ou fictícias) em que os temas – neste caso
saúde – estão relacionados de forma direta ou indireta com a disciplina – biologia. Os alunos
procuram, então, de forma colaborativa, compreender os fatos, coletar dados para sustentar
suas conclusões e tomar decisões, discutindo com seus colegas sobre seus achados78.
Apresenta-se como um recurso bastante viável e estimulante, mas requer estudo, uma boa
fundamentação na escolha e desenvolvimento dos temas e cuidado na sua aplicação.
Os pressupostos do recurso citado acima encaixam-se com os da aprendizagem
baseada em problemas (ABP ou PBL), que parecem ter sido derivados das teorias de Ausubel,
Bruner, Dewey, Piaget, Rogers 79 e Freire 80, sendo uma das modalidades das metodologias
ativas de aprendizagem (MAA).
As MAA têm origem no construtivismo, dividindo com ele suas duas principais
características: a aprendizagem ativa, envolvendo o aprendiz na construção do conhecimento;
e consideração do papel importante que as ideias prévias dos estudantes possuem no processo
de aprendizagem81. Segundo Solomon82: "O que era lugar comum e indigno de nota se tornou
significante; o que era bem conhecido para ser pensado como merecedor de comentários se
tornou, repentinamente, a substância de uma pesquisa iluminadora".
A ABP pode ser um conceito didático baseado somente na resolução de problemas ou
a conceitos que combinem os cursos tradicionais com resolução de problemas, e possui como
foco o processo de aprendizagem do estudante83.
Originou-se na Universidade de McMaster, no Canadá84, onde foi introduzida como
uma nova metodologia de educação em que a aprendizagem centra-se no aluno e desenvolve
53
habilidades para aprender por toda a vida85. O problema tem a função de motivar os
estudantes86, e sua discussão faz com que os conhecimentos prévios sejam utilizados e o
aprendizado ocorra de forma cooperativa87. Essa metodologia contempla os objetivos
educacionais de conquistar uma aprendizagem ativa, integrada, cumulativa e de compreensão,
em vez da retenção de conhecimento apenas.
Em nossa pesquisa, o uso das modalidades de metodologias e recursos didático-
pedagógicos variaram de acordo com a turma, partindo de questionamentos dos próprios
alunos para o conteúdo a ser trabalhado. Um dos recursos trabalhados pelos professores
envolvendo a ludicidade foi o kit “Vale sonhar”, que aborda os temas relacionados a
sexualidade através de jogos. Assim, destaco Fortuna88, que, referente ao uso de jogos na
educação, diz:
A sala de aula é um lugar de brincar se o professor conseguir conciliar os
objetivos pedagógicos ao desejo dos alunos. Para isso é necessário encontrar
o equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas
- ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e psicológicas – contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do
cidadão autônomo e criativo, na moldura do desempenho das funções sociais
– preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva, incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença.
Apenas um professor referiu desenvolver projetos multidisciplinares para trabalhar os
temas sobre saúde, como sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis e higiene,
envolvendo todos os professores da unidade. Embora não se trabalhe dessa maneira em
outras unidades, muitos professores reconheceram em seus depoimentos a importância de
abordar temas sobre saúde de maneira multidisciplinar, objetivando sempre uma melhor
aprendizagem do aluno e envolvendo outros professores, não apenas o professor de Biologia.
Outrossim, um professor relembrou o caráter transversal dos temas de saúde na
proposta curricular de hoje e que, na década de 80, existia como uma disciplina isolada,
chamada “Programa de saúde”, que era lecionada pelo professor de Biologia como uma
ramificação dessa disciplina.
Os temas transversais – Ética, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Saúde,
Orientação Sexual, Trabalho e Consumo – correspondem a questões importantes, urgentes e
presentes sob várias formas na vida cotidiana, sendo necessário e desafiador seu debate nas
unidades escolares, buscando um tratamento didático que contemple sua complexidade e sua
dinâmica por meio da flexibilização do currículo, uma vez que os temas podem ser
priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades locais e regionais,
54
incluindo ainda novos temas37, além de ser uma tentativa de superar, de certa forma, a
compartimentalização excessiva do saber, característica do ensino contemporâneo, através da
organização curricular em disciplinas estanques.
A proposta pedagógica que fundamenta o currículo integrado, orientado por
competência, busca articular a atuação do professor à proposta de ensino, a prática à teoria, a
instituição educacional à comunidade, passando a valorizar os fenômenos essenciais para a
formação profissional, em que se aplicam conhecimentos interdisciplinares89.
2. Participação e interesse dos alunos pelo Tema Transversal Saúde
O maior interesse dos alunos por temas sobre saúde mostrou ser uma condição
facilitadora do trabalho dos professores ao abordarem esses conteúdos – o que já era esperado
como resultado desta pesquisa. Os alunos se identificam com esse assunto, justamente por
fazer parte de seu cotidiano, criando-se uma ponte entre os conceitos aprendidos na escola e
sua experiência de vida, gerando uma disponibilidade maior em aprender, condição essencial
para uma aprendizagem significativa. 14
Em diversos momentos de seus discursos, os professores referiram que a participação
e o interesse dos alunos são ainda maiores quando se abordam questões sobre a sexualidade,
assim como pesquisa realizada por Lima e Vasconcelos90, que analisava as metodologias
utilizadas no ensino de ciências em escolas municipais de Recife, onde também foi constatado
pelos professores que os temas que mais despertam o interesse dos alunos são sexualidade e
meio ambiente. Os autores concluíram que esse interesse dos estudantes se apresenta por
situarem-se na adolescência, quando ocorrem inúmeras mudanças físicas e comportamentais.
Nesse período, os hábitos para a vida adulta começam a ser definidos, além de a maioria dos
alunos sentir-se mais à vontade em conversar sobre esse assunto com os professores do que
com a família, que pode omitir-se por desconhecimento ou por não saber lidar com essa
situação.
55
Segundo Mattos & Neira* (2000):
Os alunos ao ingressarem no ensino médio têm algumas experiências no que diz respeito aos conhecimentos sobre o corpo, aptidão física, saúde e esporte,
no entanto, a escola promove a ampliação desses conhecimentos, permitindo
e estimulando a sua aplicação em diferentes situações sociais.
Estudo ainda em desenvolvimento, realizado por Wanderley Junior91, sobre a
percepção dos alunos do ensino médio acerca do tema saúde na disciplina de educação física
demonstrou que as discussões sobre o tema realizadas durante essas aulas “exercem um papel
importante na formação dos jovens, tanto em termos de sociabilidade como também em
termos de saúde pessoal e qualidade de vida”.
Entre os demais facilitadores encontrados nos discursos dos entrevistados no presente
estudo, vale destacar a facilidade/identidade que alguns professores possuem com os temas
por gostarem de trabalhá-los, transbordando esse gostar aos alunos e proporcionando uma
aula alegre, cheia de bom humor e esperança. Essa atitude positiva do professor é tida como
fator determinante na relação professor-aluno, contribuindo favoravelmente para a
aprendizagem92.
A atitude positiva do professor em relação ao tema, enfocando a saúde e não
a doença é essencial para o processo de educar para a saúde. A relação
professor-aluno, bem como valores relacionados à saúde que se expressam no ambiente escolar como a qualidade da merenda, a higiene das
dependências, as atividades propostas são apreendidos pelos estudantes no
cotidiano da experiência escolar93.
A aceitação desigual dos temas sobre saúde intra e entre turmas, indiferença dos
alunos perante o professor e a aula e dificuldade de compreensão de alguns conteúdos
considerados “chatos” e “difíceis” pelos alunos como, por exemplo, ciclos de vida de
parasitas que causam verminoses, são dificultadores, pois refletem o interesse variável dos
alunos por esses temas que também abordam saúde, mas não despertam tanta curiosidade
como, por exemplo, aqueles relacionados a sexualidade e drogas. Em meu ponto de vista, essa
contradição e desinteresse podem ser superados com a diversidade metodológica e exploração
de diferentes recursos didático-pedagógicos.
A falta de um programa organizado sobre saúde, que é abordado com “pinceladas”
dentro de outros conteúdos inseridos pelo professor, sem apresentar certa lógica e
continuidade, também é dificultador, assim como o tempo, a rotina. Educar para a saúde,
* Mattos & Neira. Educação Física na adolescência: construindo o movimento na escola. São Paulo: Phorte,
2000 apud (91).
56
propósito do Tema Transversal Saúde, vai além de ensinar conteúdos sobre saúde, deve
trabalhar valores, procedimentos e atitudes favoráveis a uma vida saudável.
O tempo e a rotina foram mencionados por quase todos os professores em algum
momento de seus depoimentos, talvez como forma de justificar o sentimento de derrota
apresentado por muitos em relação ao seu trabalho com os alunos, livrando-se da
responsabilidade e da culpa pelo fracasso da educação. Ou, como muitas vezes senti durante
as entrevistas, como um grito de socorro, para que olhem para esses profissionais que tentam,
ao menos, fazer a sua parte, mesmo imersos em tantas dificuldades, e buscam por ajuda,
amparo e valorização.
Tragtenberg94 afirma que, “no seu processo de trabalho, o professor é submetido a
uma situação idêntica à do proletário”, o que é chamado por alguns autores de “proletarização
do magistério”. Atrelado a isso, há uma desvalorização social da profissão docente, fenômeno
que dá origem à fragmentação do trabalho do professor, fazendo com que ele se afaste do seu
objetivo primeiro: fazer com que o aluno aprenda os conteúdos trabalhados e cresça como
pessoa humana. Conforme afirma Esteve95, “muitos profissionais fazem mal o seu trabalho,
menos por incompetência e mais por incapacidade de cumprirem, simultaneamente, um
enorme leque de funções”.
Uma limitação desta pesquisa foi não incluir no roteiro de entrevistas uma questão
referente à concepção dos professores sobre saúde, justamente por acreditar que os
professores têm clareza sobre isso. Mas, durante a organização e análise dos resultados,
observamos que ainda há confusão sobre a conceitualização de saúde ou dos subtemas
abrangidos por essa temática.
Como, por exemplo, ao citarem em seus discursos: “...tema como saúde, doenças...”,
“...saúde a gente vai abordando quando se vê ciclos de doenças...”, “...quando entra na parte
de saúde em sí, doenças..., “quando você vai tratar de doenças...”, “...o medo de pegar
doenças...”, “...são hábitos...coisas difíceis de trabalhar...”, “...quando se fala em saúde se
fala também em higiene...”, “...DST...”, refletindo o conceito de saúde estático, centrado na
doença, e higienicista, atualmente superado. Essa concepção de saúde, aliada à forma
tradicional de trabalhar o tema por meio da transferência de informações e conteúdos, quando
o necessário seria trabalhar valores, atitudes, procedimentos por meio do exemplo escolar que
é apreendido pelo aluno, afasta os movimentos e mudanças favoráveis a uma vida saudável
quando deveria estimulá-los nos alunos e suas famílias.
57
Analisando os fragmentos de discursos citados acima é necessário concordar com a
reflexão realizada por Bassinello96 no artigo “A saúde nos parâmetros curriculares nacionais:
considerações a partir dos manuais de higiene”, segundo quem os PCNs seguem os mesmos
princípios dos manuais de higiene utilizados antigamente pelos médicos higienistas com o
propósito de eliminar maus hábitos, substituindo-os por hábitos mais saudáveis, como não ter
vícios, ter uma boa alimentação e praticar atividades físicas, além de cuidar da higiene pessoal
e ambiental. Até mesmo pela razão de terem sido construídos por especialistas, longe da
realidade escolar, tão diversa e rica em nosso país, desconsiderando a precariedade hoje
instalada no ensino público e, em muitos casos, na formação dos professores.
Acredito ainda ser necessário desenvolver com os docentes uma melhor compreensão
e conceitualização dos termos saúde e doença, já que estes possuem grande implicação para a
educação em saúde, sendo de grande relevância para a qualidade de vida dos seus alunos.
Somente assim se poderá construir uma aprendizagem verdadeiramente significativa, pois,
antes de oferecermos autonomia aos nossos discentes, é necessário conquistarmos a nossa
própria autonomia, aprender a aprender.
Observo ainda que os professores entrevistados, mesmo não demonstrando o domínio
no que se refere ao conceito de saúde, destacaram a importância da educação em saúde nos
espaços escolares, assim como foi encontrado por Costa e Zancul97 na pesquisa intitulada:
“Educação em saúde na escola na concepção de professores de Ciências e de Biologia”,
mostrando ainda a importância da discussão da formação inicial, continuada e da atuação do
professor de Ciências e Biologia como um educador em saúde na escola.
Os alunos do Ensino Médio da SEE-SP na maioria das vezes se deparam com
metodologias que nem sempre despertam seu interesse sobre os conteúdos a serem
trabalhados, nem promovem a efetiva construção de seu conhecimento. Tampouco lhes são
oferecidos mecanismos de compensação por defasagens sociais, que vão desde problemas de
natureza familiar ao limitado acesso a livros, sites e outras fontes de conhecimento. Por outro
lado, o professor também encontra dificuldades, muitas vezes vindas da ausência de uma
graduação solidamente fincada na construção de habilidades e competências, e de uma
formação permanente/contínua, o que aumentaria o contato das instituições de ensino básico
com universidades e centros de pesquisa, estabelecendo laços de pesquisa/conhecimento de
interesse comum.
Certamente, não há o método ideal que garanta a aprendizagem dos nossos alunos
considerando a complexidade dos assuntos trabalhados, mas sim alguns métodos
58
potencialmente mais favoráveis do que outros98. O uso das MAA no cotidiano escolar
contribuiria para a superação de ambos os obstáculos, pois, como já descrito na introdução
deste trabalho, tais metodologias conceituam-se em processos interativos de conhecimento,
estimulando todos os lados envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem mediados por
atividades que construam possibilidades de mudança, visando à formação de um cidadão com
iniciativa, atitude responsável pelo seu aprendizado através de habilidades para a busca de
informações e crivo crítico99.
3. Devolutiva dos alunos ao estudarem o Tema Transversal Saúde
Um dos objetivos desta pesquisa era reconhecer as mudanças percebidas pelos
professores nos alunos ao estudarem sobre os temas de saúde, se havia um feedback do aluno
ou alguma mudança de atitude após terem sido trabalhados tais temas.
Entre os professores, cinco relataram muita dificuldade em quantificar/medir a
devolutiva dos alunos, caracterizando-a como um processo imensurável. Relataram ainda que
o que conseguem perceber geralmente são casos particulares em que o próprio aluno toma
como iniciativa comentar algo com o professor, além de esta também ser uma característica
variável de sala pra sala, assim como o interesse e a participação dos alunos.
Dois professores relataram os comportamentos em relação à saúde como um hábito
que dificilmente pode ser quebrado apenas com a sensibilização e informação recebida na
escola, que depende do “corpo a corpo”, da família, superando as atribuições do professor de
biologia.
Todos esses argumentos levantados pelos professores me fizeram refletir sobre a
importância dos processos avaliativos para aprendizagem, como destacados por Perrenoud100:
A avaliação tanto pode auxiliar o aluno a aprender como proporcionar um melhor conhecimento do aluno pelo seu professor, afim de que este último
59
possa auxiliar seu educando, durante todo o processo de ensino, em seu percurso singular de construção de conhecimentos.
E não apenas como instrumento de controle da disciplina na sala de aula, para passar
ou reter o aluno em determinada série ou ciclo. A avaliação deve contribuir para o sucesso do
aluno, para sua construção de saberes e competências101, mas não pode estar centrada apenas
no final do processo ensino-aprendizagem, como uma avaliação de chegada. Deve, portanto,
ser processual, estar inserida em todo o processo ensino-aprendizagem e contemplar não
apenas conhecimentos adquiridos mas também habilidades e atitudes102.
A principal função da avaliação é verificar o que o aluno aprendeu e apreendeu e
tomar isso como base de decisão para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem na
busca de melhores resultados, que estão diretamente ligados aos procedimentos de ensino
utilizados pelo professor. Dessa forma, o ato de avaliar fornece informações importantes que
permitem verificar diretamente o nível de aprendizagem dos alunos e, também, indiretamente,
determinar a qualidade do processo de ensino. Nesse sentido, a avaliação tem uma função de
retroalimentação (feedback) dos procedimentos de ensino, ou seja, fornece dados ao professor
para repensar e replanejar sua atuação didática, visando ao aperfeiçoamento e melhorias dos
resultados no ensino-aprendizagem103.
Merece destaque, nesse tópico, a avaliação formativa, modalidade de avaliação que é
realizada durante todo o decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos
estão atingindo os objetivos previstos. Logo, a avaliação formativa visa, basicamente, a
avaliar se o aluno domina gradativamente e hierarquicamente cada etapa da aprendizagem,
antes de prosseguir para outra etapa do ensino-aprendizagem. É por meio da avaliação
formativa que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estímulo para
um estudo sistemático. Essa modalidade de avaliação é orientadora, porque orienta o estudo
do aluno e o trabalho do professor. É, ainda, motivadora, pois evita as tensões causadas pelas
avaliações.
Pellegrini104 informa que:
No modelo de avaliação, a ênfase está no aprender, gerando uma mudança em todos os níveis educacionais: currículo, gestão escolar, organização da
sala de aula, tipos de atividades e o próprio jeito de avaliar a turma. Na
avaliação formativa não há como pressuposto a premiação. Prevê que os estudantes possuem processo e ritmos de aprendizagem diferentes.
60
Assim, o professor detecta e identifica deficiências na forma de ensinar, orientando-o
na reformulação do seu trabalho didático, visando a aperfeiçoá-lo. Ela deve ser planejada em
função dos objetivos, desse modo o docente continuará seu trabalho ou irá direcioná-lo de
forma que a maioria dos alunos alcance tais objetivos105.
Justamente por valorizar o aprender e respeitar os ritmos de aprendizagem diferentes
entre os alunos, a avaliação formativa pode contribuir favoravelmente para a aprendizagem
dos temas de saúde. Principalmente se estes forem abordados fazendo uso das metodologias
ativas de aprendizagem, que trabalham os temas mesclando alunos heterogêneos com recursos
também heterogêneos, respeitando essa heterogeneidade e valorizando-a pela troca de
experiências entre os alunos.
Ressalto, ainda, a importância da relação professor-aluno para a efetivação de uma
aprendizagem significativa, pois quanto maior for a afinidade entre professores e alunos,
melhor será a fluência do processo ensino-aprendizagem, pois mais facilmente os alunos
compreenderão o sentido de estudar o que está sendo apresentado pelo professor e terão a
curiosidade de buscar novas informações que possam complementar a aula, tornando-a um
momento de aprendizagem dinâmica para ambos. Para Carl Rogers, “a aprendizagem
autoiniciada, que envolve toda a pessoa do aprendiz – seus sentimentos tanto quanto sua
inteligência – é a mais durável e impregnante” 105. Além disso, há que se considerar que,
como dito por Piletti72:
A relação entre professores e alunos deve ser uma relação dinâmica, como
toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o
professor pode manipular, jogar de um lado para o outro. O aluno não é um
depósito de conhecimentos memorizados que não entende, como um
fichário ou uma gaveta. O aluno é capaz de pensar, de refletir, discutir, ter opiniões, participar, decidir o que quer e o que não quer. O aluno é gente, é
ser humano, assim como o professor.
Já os professores que obtiveram um feedback dos alunos observaram mudanças de
postura/comportamento em relação à higiene e em temas de maior interesse pelos alunos
como DST e sexualidade. Esses os professores veem, por exemplo, a quantidade de perguntas
e o envolvimento do aluno como um indicativo da aprendizagem e do compartilhamento do
assunto com seus familiares.
A contextualização é novamente abordada, agora de forma indireta e sob o ponto de
vista do aluno, ao conseguir fazer uma conexão do conhecimento apreendido na escola com o
seu cotidiano e experiências de vida. Como explicitado no discurso de dois professores: “Em
61
temas abordando saúde, sempre tem alguém que fala: ahhhhh meu avô tem, minha vó tem, já
conheço...”
Como nas metodologias ativas de aprendizagem busca-se o conhecimento por meio da
análise, pesquisas, estudos com decisões individuais e coletivas com o objetivo de entender e
encontrar soluções para determinado problema, estas fazem uma ponte entre os saberes
escolares e a realidade dos adolescentes, valorizando os conhecimentos e experiências dos
alunos e provocando uma motivação intrínseca para a aprendizagem.
Segundo Vieira107, entende-se educação em saúde
Como um processo crítico e transformador, no qual se insere um agente
promotor de comunicação, que proporciona um aprendizado de caráter individual ou coletivo, além de uma mudança de comportamento, antes
desfavorável e de vulnerabilidade à saúde. A promoção da saúde é entendida
como um conjunto de atividades que capacitam um indivíduo ou um grupo
social a desenvolver os recursos necessários para manter ou elevar seu bem-
estar, refletindo-se na sua qualidade de vida.
Destaco a pesquisa realizada por Maia et al108 que, ao validar o uso das metodologias
ativas de ensino-aprendizagem na promoção de saúde alimentar infantil, observou que o
emprego de tais metodologias possibilitou o aprendizado mútuo entre sujeitos e pesquisadores
acerca de hábitos alimentares saudáveis e sua valia ao adequado desenvolvimento infantil.
Possibilitou, ainda, aos discentes de enfermagem envolvidos nesta pesquisa o
desenvolvimento de competências, preparando-os para uma abordagem mais eficaz e
condizente com suas futuras funções profissionais e ofertando-lhes um processo dinâmico e
ativo, capaz de incentivar o outro a ser responsável pelo seu próprio bem-estar através da
mudança de hábitos, em que as condições de saúde dependem de dimensões socioeconômicas,
políticas e culturais e sua promoção vai além do setor saúde, sendo uma atividade
intersetorial109.
Finalizando, quatro professores destacaram a importância de permanecerem com os
alunos ao longo de todas as séries do Ensino Médio, justificando ser a devolutiva da
aprendizagem observada a longo prazo, com a convivência com os alunos e o melhoramento
de sua intimidade e relações com eles, como já foi destacado anteriormente.
4. Sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde do aluno e
de sua família
62
Não há como investigar todas as questões anteriormente mencionadas e discutidas sem
valorizar e evidenciar o sentimento do professor perante a responsabilidade e a capacidade de
influenciar a saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.
Sendo uma das atribuições do professor de Biologia articular os conteúdos e temas no
currículo em trabalhos de promoção da saúde e prevenção de doenças 3, era esperado que a
grande maioria deles tivesse esse sentimento de responsabilidade perante sua contribuição
com a saúde do aluno. Essa hipótese foi comprovada por 20 professores que assumiram tal
responsabilidade.
Esse sentimento está vinculado à procura do aluno pelo professor desta disciplina para
abordar tais temas, assumindo este um papel de mediador do conhecimento que é evidenciado
nesse momento ao articular os debates propostos pelos próprios alunos, aproximando o
conteúdo da realidade. Apesar do conteúdo sobre saúde ir além da sala de aula, como foi
destacado por um professor, eles sentem-se responsáveis pela orientação do aluno, sendo,
muitas vezes, um agente de saúde, a única pessoa que irá conversar com eles sobre esses
temas, podendo facilitar-lhes o aprendizado justamente pela sua proximidade com o aluno e
com os saberes a serem aprendidos.
A partir da relevância dessa comprovação, é preocupante perceber que, mesmo
possuidores desse sentimento e assumindo seu papel como “agentes de saúde” alguns
professores não o fazem de maneira significativa. E não apenas pela falta de tempo, ou de um
programa de saúde na escola, ou até mesmo por não saberem diversificar os recursos didáticos
pedagógicos e metodologias de ensino, mas por não compreenderem de fato a saúde em sua
concepção mais ampla ou por não considerarem que a promoção da saúde envolve o
desenvolvimento de potências para mudanças de atitudes e que essa aprendizagem requer
mais que transmitir ou discutir conceitos, como mencionado anteriormente.
Uma das tentativas de transformar os professores de Biologia em agentes de saúde é o
curso de fisiologia do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo - USP, que visa à
atualização dos conhecimentos dos docentes inscritos e propõe a troca de experiências
didáticas110. O curso propõe compreender e suprir as lacunas da educação básica através de
discussões críticas referentes aos temas de fisiologia humana e seus aspectos relacionados à
saúde. Outras iniciativas como essas são desejáveis, e as universidades podem contribuir
significativamente para isso com a implementação de cursos de capacitação de professores,
63
abordando questões da saúde e sua promoção bem como as metodologias ativas de
aprendizagem, apropriadas para o desenvolvimento de potências transformadoras.
O professor que referiu não sentir-se responsável pela saúde do aluno ainda assim
procura transmitir o máximo de informações sobre o assunto, embora essa não seja a forma
mais adequada para o aprendizado dos temas de saúde.
O compartilhamento dessa responsabilidade, principalmente com a família e até
mesmo com o próprio aluno, foi encontrado nos discursos de dois professores. Venho
lembrar que a educação vai muito além da instituição escolar, ela permeia também outras
instituições sociais, como a família, a igreja e o trabalho111. Sendo assim, se a educação está
intrinsecamente ligada às instituições sociais, não há meios de entendê-la fora delas, ela é um
processo social. Há que se entender a educação como parte de um contexto social, enquadrada
neste contexto, mas principalmente como refletora das ideias dominantes presentes.
Nesse sentido, a educação é um processo social que se enquadra numa concepção particular de mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a
serem atingidos pelo ato educativo e esses fins refletem o espírito da época e
as ideias coletivas dominantes; daí ser possível repetir como Durkheim que não é possível uma educação ideal, perfeita, homogênea e adequada a todos
os homens em todos os tempos, porque esta só pode ser definida tendo em
vista uma situação concreta de uma sociedade historicamente determinada.
A escola é uma grande parceira da família ou vice-versa, o importante é que ambas
cumpram com seu papel de educador.
Participação não é resultado de processos automáticos e espontâneos, mas de
uma conquista diária e consequência do fortalecimento da responsabilidade
dos indivíduos112.
Sabemos que a educação é um processo de mudança do qual a família, primeiro meio
social da criança, precisa fazer parte. E essa participação deve acontecer por meio do auxílio e
da motivação no processo de estudo. Sendo assim, a família e a escola são agências
socializadoras que, apesar de distintas, buscam atingir objetivos complementares.
A parceria família escola é fundamental para que ocorram os processos de
aprendizagem e crescimento de todos os membros deste sistema, uma vez
que a aprendizagem não está circunscrita a conteúdos escolares113.
A autora deixa claro na citação acima a existência de uma necessidade de interação
entre as duas instituições. A história de vida de toda a criança e jovem deve ser conhecida
64
pelos educadores que atuam diretamente com ela, podendo assim compreender melhor seus
alunos e traçar estratégias eficazes para superar possíveis problemas. É preciso, mesmo diante
de toda a diversidade de família que temos hoje ou na ausência desta, reconhecer o respeito à
autonomia e à identidade do educando, exigindo do professor uma prática em tudo coerente
com esse saber6.
Ainda foi sugerido por outros dois professores que, se tais temas fossem abordados
como um projeto em que todos trabalhassem juntos, haveria um melhor resultado. Apareceu
latente a esse discurso um incômodo pela vinculação automática e exclusiva de tal
responsabilidade ao professor de Biologia quando deveria ser de todos, pois a saúde é um
tema transversal.
5. Conhecimentos dos professores sobre as Metodologias Ativas de
Aprendizagem.
Com a finalidade de instigar os professores sobre novas metodologias de ensino e por
acreditar no quanto essas metodologias podem contribuir com uma aprendizagem
significativa e com a autoestima do professor, o último objetivo desta pesquisa e,
consequentemente, a última questão do roteiro de entrevistas foi sobre seus conhecimentos
sobre as metodologias ativas de aprendizagem.
A maioria dos professores entrevistados (22) não conhece nem nunca ouviu falar sobre
as metodologias ativas de aprendizagem, embora algumas práticas citadas por eles, como
projetos e caso investigativo, possuam algumas características dessas metodologias.
Os discursos de alguns professores que desejam mudanças também apontaram para
algumas características das MAA, como construção do conhecimento pelo aluno, valorização
dos conhecimentos prévios do aluno, aproximação teoria/prática, aluno protagonista,
aproximação da realidade do aluno e interdisciplinaridade, demonstrando que esses
professores apropriaram-se de conceitos das MAA, embora não tenham revelado uma
fundamentação teórica sólida e explícita sobre essas metodologias.
65
Atribuo esse saber indireto sobre as MAA por estarem enraizadas na premissa
psicológico-cognitiva de que a aprendizagem não é um processo de recepção, mas de
construção de novos conhecimentos, influenciada pela metacognição e por fatores sociais114.
E pode ser mais rápida e eficaz quando os alunos possuem habilidades de autorregulação, que
são favorecidas nas MAA ao se estabelecerem objetivos (o que vou fazer?), escolhas de
estratégias (como fazer?) e avaliação do processo educacional (funcionou?). Premissas essas
sempre discutidas pelos docentes dentro e fora dos espaços escolares.
Os participantes que demonstraram maior interesse por novas metodologias de
aprendizagem fizeram-no justamente por acreditarem que elas envolveriam mais os alunos,
fazendo-os buscar sua própria aprendizagem, quebrando, ainda, as dificuldades instaladas pela
rotina na sala de aula.
Evidenciou-se o desejo/necessidade de mudanças observado no discurso de onze
professores, os quais reconheceram que metodologias diferenciadas poderiam mudar atitudes,
não só dos alunos, mas dos próprios docentes. Reconheceu-se, ainda, a necessidade de
diferenciar e diversificar as estratégias, para que os alunos aprendam, aproximando-se cada
vez mais de sua realidade de vida e transformando-os em protagonistas do processo de
ensino-aprendizagem.
Um professor reconheceu, também, que não há outro caminho para a educação, pois
cada vez mais os alunos saem da escola sabendo menos. Mas para que essas mudanças se
concretizem será necessário quebrar resistências, como, por exemplo, a do trabalho
interdisciplinar.
Logo, considero oportuno considerar o uso das metodologias ativas de aprendizagem
como proposta de um caminho para a superação dos desafios encontrados por esses
professores nos trabalhos para a promoção de saúde na escola. Sugiro, ainda, a tentativa de
implementação de uma das modalidades de MAA, a Aprendizagem Baseada em Equipes –
ABE (Team Based Learning-TBL, em inglês), que é baseada na interação em pequenos
grupos e tem por objetivo desenvolver e aprimorar as habilidades dos alunos para aplicação
dos conteúdos aprendidos115.
A ABE constitui-se em uma estratégia capaz de estimular os estudantes justamente por
estar baseada em problemas de seu cotidiano, intensificando a aprendizagem ativa
autodirigida, o pensamento crítico, a aprendizagem colaborativa e a discussão entre os alunos,
66
mesmo em salas de aula com uma relação professor/estudante limitada (como, por exemplo,
muitos alunos por classe)116.
Além disso, possui etapas presentes na “aula tradicional”, o que diminui a resistência ao
novo, possibilita o uso de textos sugeridos pelo currículo, como forma de leitura prévia,
estimulando a adequação/modificação dos processos de avaliação do aluno (avaliação
formativa) e proporcionado, ainda, um feedback do aluno ao professor e vice-versa.
A Aprendizagem Baseada em Equipes é desenvolvida em uma sequência de atividades
que propicia ao aprendiz adquirir e aplicar conhecimentos117 como:
1) Preparação pré-classe para o trabalho em grupo. Consiste no aprendizado individual sobre
os conceitos fundamentais, utilizando livros texto, artigos, etc., indicados pelo
professor/facilitador.
2) Logística na sala de aula para garantia de atenção:
a) Aplicação de um teste de garantia do preparo individual com questões de múltipla
escolha. Em cada questão, os participantes apostam o máximo de pontos na resposta
escolhida se tiverem certeza de que é a resposta correta ou distribuem esses pontos se
estiverem em dúvida entre duas ou mais respostas.
b) Avaliação da equipe de estudantes com os mesmos testes. Os grupos, formados pelo
facilitador, respondem o mesmo teste e imediatamente recebem o feedback das
respostas corretas em um instrumento que contém o gabarito encoberto por adesivos.
c) Correção das respostas aos testes. A pontuação individual corresponde aos pontos
indicados na alternativa correta e grupal ao número de adesivos retirados pelo grupo.
Quanto mais adesivos o grupo retirar para alcançar a alternativa correta menor será a
pontuação em uma contagem regressiva de pontos.
d) Recursos das equipes as respostas erradas no teste. Se houver dúvidas ou não
concordância com as respostas indicadas como corretas, o grupo poderá apelar por
escrito, com argumentação, referencial bibliográfico e proposta de nova formulação da
resposta correta.
e) Preleção dialogada proferida pelo professor, que finaliza a sessão comentando os
testes ou apresentando uma miniaula, abordando os conceitos mais importantes. 118
3) Aplicação de conceitos fundamentais: resolução de problemas
a) Seleciona-se um problema relevante;
67
b) Todas as equipes trabalham com o mesmo problema, caso ou questão;
c) Será exigido que cada equipe faça uma escolha específica para a resolução do
problema, respondendo a questões que podem ser de múltipla escolha.
d) As equipes apresentam as suas escolhas simultaneamente, o que torna visível o
raciocínio dos estudantes e provê oportunidade para discutir e comparar as diferentes
escolhas119. Esta etapa deve ser repetida até que os objetivos de aprendizagem sejam
alcançados, considerando-se o tempo disponível para a atividade.
Existem ainda quatro elementos essenciais da ABE que, quando são implementados,
tornam o cenário mais apropriado para a aprendizagem das equipes de estudantes e para as
equipes evoluirem de forma coesa: Equipes (devidamente orientadas), Responsabilidade (os
estudantes são responsáveis pela qualidade dos trabalhos individuais e em equipe),
Comentários (as equipes devem receber feedback frequente) e Projeto de Tarefas e Atividades
(as atividades de casa e de equipe devem promover a aprendizagem e o desenvolvimento da
equipe)120.
Justifico ainda o uso de modalidades das MAA na abordagem dos temas sobre saúde
na educação básica por estas fazerem uso do currículo integrado, denominado por Santomé76
como:
Uma tentativa de contemplar uma compreensão global do conhecimento e de
promover maiores parcelas de interdisciplinaridade na sua construção. A integração ressaltaria a unidade que deve existir entre as diferentes
disciplinas e formas de conhecimento nas instituições escolares.
Portanto, a integração coloca as disciplinas e cursos isolados numa perspectiva
racional, promovendo uma iniciativa maior de professores e alunos, uma maior integração dos
saberes escolares com os saberes do cotidiano dos alunos, combatendo, assim, a visão
hierárquica e dogmática do conhecimento. (Bernstein) (SITE). Contribui, ainda, para a
construção de uma educação mais igualitária; sendo esta, quem sabe, a mudança tão
necessária e desejada nas escolas públicas brasileiras.
.
VII CONCLUSÃO
68
Foi possível identificar os principais recursos didático-pedagógicos utilizados pelos
professores colaboradores para trabalhar os temas sobre saúde, sendo perceptível que a
maioria deles mescla recursos da aula tradicional com recursos da aula participativa. Mesmo
com esses resultados, acredito ser possível explorar mais recursos, como vídeos, slides,
pesquisas e seminários, a fim de envolver, efetivamente, o aluno no contexto da sala de aula,
contribuindo para sua aprendizagem.
Os maiores facilitadores para o trabalho com os temas sobre saúde encontrados neste
estudo foram o interesse dos alunos por temas relacionados ao seu cotidiano, como, por
exemplo, a sexualidade, a valorização dos saberes prévios dos alunos e experiências com que
eles chegam à escola e o uso de recursos e metodologias de ensino diferenciadas, como uma
forma de atrair o aluno, incluindo-o na aula e fugindo da rotina. Características essas que
fortalecem a principal ideia desta pesquisa, que é disseminar o uso das metodologias ativas de
aprendizagem na educação básica, principalmente nos temas que se referem à educação em
saúde.
Ao caracterizar as facilidades e dificuldades supracitadas constatamos também a falta
da compreensão do conceito saúde por parte dos professores, vinculando-a sempre à ausência
ou à presença de alguma doença.
Concluiu-se, também, a grande dificuldade em mensurar o feedback dos alunos após o
estudo dos temas sobre saúde. Aqueles que conseguem perceber alguma devolutiva
conseguem-no sempre de forma subjetiva, por meio da observação cotidiana e do bate papo
com os alunos. Deixo aqui minha sugestão das contribuições que uma avaliação formativa
poderia trazer a esse processo, justamente por acompanhar constantemente o desenvolvimento
e a aprendizagens dos alunos, e não apenas ser realizada ao seu final, como geralmente ocorre
nas avaliações puramente somativas.
Fiquei extremamente satisfeita ao observar que grande parte dos participantes possui
um sentimento de responsabilidade em relação à saúde e à qualidade de vida de seus alunos,
sendo este sentimento o primeiro passo para a efetivação dos professores como agentes de
saúde, capazes de transformar a educação em saúde nos espaços escolares. Acredito também,
que este sentimento seja um motivador para o conhecimento e uso das metodologias ativas de
aprendizagem por esses professores, já que a maioria não as conhece e um grupo considerável
deles possui o desejo de conhecer.
Deixo então, como sugestão, observando a necessidade e o grito de socorro dos
participantes desta pesquisa, a capacitação e a implementação da ABE - a princípio aos
professores de Biologia, para trabalhar os temas relacionados à saúde. Como modalidade das
69
MAA, pode contribuir tanto para a aprendizagem significativa dos alunos quanto para a
educação permanente dos professores. Nessa proposta, a aprendizagem será compartilhada
entre professores e alunos, em um trabalho de conscientização, reflexão e discussão para a
promoção de educação em saúde dentro do ambiente escolar, contribuindo para a saúde
individual e coletiva dos alunos, seus familiares e a melhoria da qualidade de vida.
VIII REFERÊNCIAS
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escola a partir do uso de tecnologias e da inclusão social. Edu Tec Dig. 2011;12
(n.esp.):31-48.
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Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais.
Brasília: MEC; 1997. p. 126.
3. Krasilchik M. Docência no ensino superior: tensões e mudanças. São Paulo: Pró-reitoria
de Graduação-USP; 2008. p. 36. (Cadernos de Pedagogia Universitária, 4).
4. Shulman LS. The wisdom of practice. San Francisco: Jossey Bass; 2004.
5. Weimer M. Learner-centered teaching. San Francisco: Jossey-Bass; 2002.
6. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
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8. Alves R. Sobre moluscos e homens. Folha de São Paulo 17 fev. 2002;
Tendências/debates. A3.
9. Freire P. Política e educação. São Paulo: Cortez; 2003. p. 119.
10. Luckesi CC. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez; 1994.
70
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Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC; 2000.
12. Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de agosto de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
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APÊNDICE 1: FORMULÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO E PROFISSIONAL
Instrumento de Coleta de Dados: Formulário Sociodemográfico e Profissional
Data da aplicação: ____/ ____/ ________
Dados pessoais e profissionais
Idade: _______ Sexo: Fem. Masc.
Habilitações acadêmicas: ______
____________________________________________________________________
Ano de Conclusão: _________
Tempo total de serviço docente: _________
Tempo de serviço docente na atual escola estadual:________
Disciplinas que leciona: _________________________________
78
Níveis de Ensino em que trabalha: Fund. I Fund. II EM
Jornada de trabalho semanal: ________
Tipo de vínculo: Professor Efetivo Professor categoria F Professor categoria O
APÊNDICE 2: ROTEIRO DE QUESTÕES NORTEADORAS
Roteiro de Entrevista Semiestruturada
Introdução:
Identifica-se o informante pelo nome e local de trabalho (U.E), passando à entrevista.
Desenvolvimento:
Segue-se o roteiro abaixo conduzindo as questões de acordo com os objetivos propostos por
esta pesquisa.
1. Fale sobre os recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas
sobre saúde do nosso currículo.
2. Comente sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas
sobre saúde, seus facilitadores e dificultadores.
79
3. Relate se você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback
do aluno em relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu
comportamento.
4. Descreva sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a
saúde e a qualidade de vida do seu aluno e dos seus familiares.
5. Comente o que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu
falar ou o que desconfia que seja.
Conclusão:
Agradecer a participação e o tempo disponibilizado para a entrevista;
Valorizar o contributo da entrevista para a referente pesquisa;
Caso demonstrado interesse em aprender sobre o uso do TBL, deixar claro que
logo entraremos em contato para o convite à capacitação.
APÊNDICE 3: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Título do Estudo: “Aprendizagem baseada em equipe na abordagem de temas sobre
saúde na escola pública: limites e possibilidades”
Essa pesquisa tem como objetivos: conhecer a percepção dos professores de Biologia
da 1ª série do Ensino Médio da D.E Vot sobre o uso de metodologias ativas de aprendizagem
e sua aplicação em educação em saúde, propor uma assessoria individual ou em pares, aos
professores interessados em uma das modalidades de metodologias ativas de aprendizagem –
TBL, como estratégia de abordagem dos temas sobre saúde na sala de aula e avaliar o uso
dessa metodologia pelos professores que a utilizarem.
Assinando este termo afirmo ter compreendido os objetivos deste estudo e ter sido
plenamente informada sobre ele, não me restando qualquer dúvida. Declaro concordar em
80
participar voluntariamente desse estudo que tem como responsável a pesquisadora: Nathalie
Emanuelle Pigoretti Lousan sob orientação da Profª. Drª Lúcia Rondelo Duarte.
Declaro ciência e concordância em responder a um questionário sociodemográfico e
participar de entrevista aberta para a coleta de dados. Concordo com a utilização de gravação
de áudio da entrevista para fins de posterior transcrição e análise dos dados. Entendo que não
haverá riscos nessa participação e que estou livre para deixar de participar da pesquisa quando
quiser, não havendo necessidade de justificativas para tanto. Em caso de qualquer dúvida sei
que posso entrar em contato com a pesquisadora responsável pelos telefones (15) 33295202 /
(15) 997606745, email: [email protected] ou com o Comitê de Ética em Pesquisa
da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, pelo fone (15) 32129900 ramal
9896.
Fui informada de que não terei qualquer despesa pela participação no estudo e também
nenhum benefício financeiro e foi me garantido sigilo de minha identidade. Estou de acordo
com a divulgação dos resultados finais deste estudo em encontros e/ou publicação científica.
Ao final do estudo a pesquisadora se compromete a me comunicar os resultados.
Eu, ______________________________________________________, li o texto
acima e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. Eu
concordo voluntariamente em participar do estudo.
___________________________________________________data:______
Assinatura e RG do Participante
_____________________________________
Assinatura e RG do pesquisador
(Este é um documento em duas vias, uma pertence a você e a outra deve ficar arquivada com
o pesquisador).
81
APÊNDICE 4: TABELAS COM DEPOIMENTOS, EXPRESSÕES CHAVE E IDEIAS
CENTRAIS REFERENTES ÀS ENTREVISTAS
Tabela 7- Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 1: Fale sobre os
recursos e metodologias utilizados por você para trabalhar os temas sobre saúde do nosso
currículo.
Profess
or
Colabo
rador
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
P.1
Bom, no caso dos temas de saúde a
gente... Eu sigo mais assim, o currículo
mesmo, aquilo que está na apostila, daí
dependendo do tema, daí traz, né?
Doenças, a gente sempre trabalha com
data show, pois tem o recurso na sala, daí
já acessa, mostra vídeos, discute... nessa
parte mesmo visual de vídeo, slide show
e no caso a proposta, não sai muito disso
não.
...Eu sigo mais assim o
currículo mesmo, aquilo que
está na apostila
...dependendo do tema traz...
Doenças, a gente sempre
trabalha com data show, pois
tem o recurso na sala, daí já
acessa, mostra vídeos,
Apostila
Conforme o tema,
trabalho com data
show, vídeos,
82
discute... nessa parte mesmo
visual de vídeo, slide show e
no caso a proposta, não sai
muito disso não.
debate
P.2
Nos últimos anos do ensino fundamental,
eu trabalho o educação sexual, né, então
DST, e o que relaciona...às vezes uso de
drogas, daí no ensino médio, quando
entra na parte de saúde, qualquer tema
saúde, né…. Aí no ensino médio, no 1º
ano, quando entra na parte de células...eu
trabalho a parte de câncer de pele,
abordo câncer de pele... (que mais
mesmo?) ...ah tá...e mutações
gênicas...câncer...essas coisas
assim....mas no 1º ano, eu não
trabalho...tirando a parte do......a respeito
do sol, a importância do protetor solar,
essas coisas. Levo vídeos e.... trabalho a
apostila mesmo...
Levo vídeos e.... trabalho a
apostila mesmo...
Apostila e Vídeo
P.3
Na realidade eu estava muito apegado ao
caderninho, durante 2 ou 3 anos só usei o
caderninho, até que uma estagiária de
biologia veio acompanhar minhas aulas e
trouxe uns slides bem interessantes sobre
saúde pública e sexualidade, uma
questão que é um pouco complexa pra
mim, por causa da timidez, que atrapalha
bastante. Mas ela veio, expos, em vídeos,
no 1º ano tem aquela parte que é no
último bimestre que esta contemplando a
gravidez na adolescência, mas
sinceramente eu ainda acho muito pouco,
poderia e deveria trabalhar mais, o que
eu faço é apresentar alguns slides sobre
saúde, sobre sistema imunológico, o
sistema nervoso e.... rapidamente no 3
ano que tem um tópico da apostila que
trata esse assunto e a questão da
adolescência no 1 ano, mais tirando isso
acho que.... A própria proposta, o
currículo, pelo menos, pelo que eu vejo
ele é muito fraco nesse sentido.
...estava muito apegado ao
caderninho, durante 2 ou 3
anos só usei o caderninho, até
que uma estagiária de biologia
veio acompanhar minhas aulas
e trouxe uns slides bem
interessantes sobre saúde
pública e sexualidade,
...o que eu faço é apresentar
alguns slides e vídeos sobre
saúde, sobre sistema
imunológico, o sistema
nervoso...
Apostila do aluno
Slides e Vídeos
P.4 Então, assim, eu costumo trabalhar.... Eu
apresento a aula em data show ou
fazendo um resumo na lousa e procuro
.... Eu apresento a aula em
data show ou fazendo um
resumo na lousa e procuro
Data show
Resumo na lousa e
83
colocar bastante imagem para eles verem
o que estou falando ne? E também leitura
de textos diversos, discussão em cima
dos textos, e assim, em algumas salas de
aula eu procuro dar como seminário
também, então eu proponho pra eles
estarem pesquisando e apresentando o
trabalho.
colocar bastante imagem...
...leitura de textos diversos,
discussão em cima dos
textos...
...em algumas salas de aula eu
procuro dar como seminário
também
imagens
Leitura e discussão
de textos
Seminários em
algumas salas
P.5
As aulas de saúde, está mais voltada
agora para o 1 ano do EM, e agora, bem
batido, no 3º bimestre. Então eu trabalho
a saúde no âmbito geral, coloquei a
definição da OMS, tento colocar pra eles,
vinda essa era da modernidade que eles
acabam muitas vezes se voltando pra
coisas que acabam prejudicando a saúde
deles mesmo, temas polêmicos, como
drogas, má alimentação, dormir pouco.
Hoje mesmo passei um vídeo pra eles
que falava de saúde ambiental, as
consequências do mal uso do lixo, do
descaramento do lixo, entrou temas sobre
consumismo, consumismo e saúde,
dentro desse vídeo também, diferenças
sociais, saúde psicológica, emocional,
afetiva, porque saúde também é voltada
para a dignidade humana. Situação de
pessoas que reviram o lixão para obter
alimento, uma falta de dignidade, o
mínimo de cidadania que qualquer
pessoa deveria ter. Então eu trabalho
com vídeos, apostila como material de
apoio porque demora pra chegar, então
peguei o documento da proposta, o livro
preto, eu sigo a proposta, daí dentro dela
eu complemento com os temas
transversais, que são aos temas
pertinentes que eles necessitam, pesquisa
sobre DST, e foi feito um questionário,
tiramos dúvidas a respeito disso, feito um
debate, entro assuntos até relacionados a
masturbação, alguns hábitos, se isso é
saudável ou não, então a gente está
colocando em todas as partes em relação
a saúde.
...eu trabalho a saúde no
âmbito geral, coloquei a
definição da OMS, tento
colocar pra eles, vinda essa era
da modernidade que eles
acabam muitas vezes se
voltando pra coisas que
acabam prejudicando a saúde
deles mesmo, temas
polêmicos, como drogas, má
alimentação, dormir pouco.
...eu trabalho com vídeos,
apostila como material de
apoio porque demora pra
chegar, então peguei o
documento da proposta, o
livro preto, eu sigo a proposta,
daí dentro dela eu
complemento com os temas
transversais, que são aos
temas pertinentes que eles
necessitam, pesquisa sobre
DST, e foi feito um
questionário, tiramos dúvidas
a respeito disso, feito um
debate.
Saúde no âmbito
geral destacando
temas polêmicos
Vídeos
Apostila como
material de apoio
Questionários/
Pesquisa
Debate
P.6 Uso bastante o livro didático e peço para
os alunos fazerem pesquisa,
Uso bastante o livro didático e
peço para os alunos fazerem
Livro didático
84
principalmente quando o tema aborda
pessoas idosas, então dou um
questionário pra eles fazerem pra saber
como eles se locomovem pela cidade, o
que gostariam que tivesse na cidade para
a melhoria de vida, qual aspecto que
você acha negativo na cidade, como você
adquire seu alimento, aquela coisa toda,
então isso ai está contando na apostila do
aluno.
pesquisa...
...está contando na apostila do
aluno.
Pesquisa/questionár
io
Apostila dos alunos
P.7
No 2º ano, a gente trabalha: sexualidade,
somente no final do 2º semestre. E um
pouco de corpo humano. A metodologia
que a gente usa, depende muito da sala
de aula. Tem turma que aceita ou não
aceita. Então, por exemplo a gente usa
vídeo para algumas turmas, utiliza texto,
ou pega o gancho da própria discussão
deles, e vai formando e vai ampliando.
Então, depende muito da turma. Tem
turma que consegue falar, tem turma que
não gosta de falar. Depende muito da
característica deles. Geralmente uso o
texto, vídeos, projetados ou discussões
que eles fazem... Tem turma que o
assunto chama tanta atenção que pelo
menos 60% a 70% deles entra na
pesquisa. Tem grupo que não, tem grupo
que se você passar individual eles
aprendem melhor. Adolescente depende
muito disso, né. Entre eles, mais entre
eles, porque eu não mudo a forma de
trabalhar, mas eles mudam. Então, tem
alguém brincalhão na sala, flui melhor.
Se tem aquele que tira sarro, que se abre
a boca, eles ficam retraídos. E o tema
saúde mexe demais com eles. Eu levo o
que está no dia a dia. Então depende
muito da turma.
... a metodologia que a gente
usa, depende muito da sala de
aula...
... a gente usa vídeo para
algumas turmas, utiliza texto,
ou pega o gancho da própria
discussão deles...
... geralmente uso o texto,
vídeos, projetados ou
discussões que eles fazem...
...o tema saúde mexe demais
com eles. Eu levo o que está
no dia a dia
Depende da sala
Vídeo
Texto
Debate
Contextualização
P.8
Eu num primeiro momento, quando eu
comecei a realizar esse trabalho, até pela
questão de ser formado em educação
física, eu peguei muito em livros a
questão toda desses temas, nos livros de
biologia, e eu tive a oportunidade de
falar um pouco em saúde com os alunos
até agora foram 2 temas que eu me
aproximei um pouco mais, que foi uma
pouco sobre o câncer e sobre DST. E
Eu trabalho com livro
didático, caderno do aluno e
vídeos, tipo do youtube, mais
com professores conhecidos,
professores que você vê que
tem um conhecimento,
Livro didático
Apostila do aluno
Vídeos
85
assim, o que eu senti de dificuldade
dentro do nosso currículo foi um pouco
mais de vídeos né? Sobre esses tipos de
temas, que daí eu tive correr atrás, me
preparar até pra mim estar passando pra
eles e estarmos nos aprofundando nesses
temas.
Eu trabalho com livro didático, caderno
do aluno e vídeos, tipo do youtube, mais
com professores conhecidos, professores
que você vê que tem um conhecimento,
uma formação, nada assim que seja um
professor que não tenha uma formação,
um histórico do conhecimento.
P.9
Então, eu utilizo o caderninho, de acordo
com o currículo, eu trabalho também a
questão... eu tento até diversificar a aula,
dentro do possível, eu trabalho o
caderninho, o livro didático, como
ferramenta, pra dar a base, até porque o
caderninho só não dá, eu acredito que os
livros dão a base, o grande, você se
prepara, você busca uma fonte na
internet, daí eu trabalho dessa forma.
...eu utilizo o caderninho, de
acordo com o currículo, eu
trabalho também a questão...
eu tento até diversificar a aula,
dentro do possível, eu trabalho
o caderninho, o livro didático,
como ferramenta, pra dar a
base,
Apostila do aluno
Trabalha a questão
Diversifica a aula
Livro didático
P.10
Eu acho que esse tema da saúde, além da
proposta curricular ele tem um gancho de
buscar a curiosidade dos alunos, e
sempre focar contextualizando a
realidade, vídeos, entrevistas, a própria
pesquisa do aluno, o próprio... a criação
do aluno mesmo, investigação.
...esse tema da saúde, além da
proposta curricular ele tem um
gancho de buscar a
curiosidade dos alunos...
... focar contextualizando a
realidade, vídeos, entrevistas,
a própria pesquisa do aluno...
Tema vai além da
proposta curricular
Contextualização
Vídeos
Entrevistas
Pesquisa/Investigaç
ão
P.11
Geralmente nessa parte, na vacina e
sexualidade, eu fujo muito do tradicional,
tem que usar metodologia muito
diferenciada, eu acho que.... como são
temas relacionados com a vida deles, e
são coisas extremamente importantes,
porque eu sei que, se na maioria dos
casos, se eles não vem isso comigo, não
vem com ninguém, não terão
oportunidade de ver, aprender e assimilar
Geralmente nessa parte, na
vacina e sexualidade, eu fujo
muito do tradicional, tem que
usar metodologia muito
diferenciada, eu acho
que...como são temas
relacionados com a vida deles,
e são coisas extremamente
importantes...
Metodologia
diferenciada
Base sobre o
assunto e muito
86
isso com nenhuma outra pessoa, não da
forma que estou preparado para ajudá-
los, não tem abertura na família, o
melhor amigo sempre vai acabar
indicando uma maneira errada... tal
pessoa fez isso, faz isso também... aluna
já falou pra mim que ia abortar, porque
uma amiga fez e não deu nenhuma
complicação, até você explicar os riscos,
falar o que é importante, o que é perigoso
pra vida dela, não apenas pra vida da
criança, fazer um trabalho de
conscientização, porque se engravidou,
geralmente ela vai fazer sexo sem
preservativo de novo, engravidar de
novo, de pegar doença, se expondo de
maneira desnecessária, então eu sei que
se eles não verem comigo não vão ver
com ninguém, então eu tenho muito
esclarecido na minha cabeça que não dá
pra eu levar um livro ou passar um texto,
e falar é assim, assim, assim, acha no
texto, esse não é nem meu método de
trabalho....
Primeiro, uma base a respeito de certos
assuntos eles tem que ter, então acho isso
imprescindível, mas daí eu levo muito
vídeo, na parte do sistema imunológico,
produção de vacina, de soro, como que
acontece, muito...vamos dizer assim, não
seria caso clínico, mas parte prática,
vamos pôr a cabeça pra funcionar...a
pessoa foi ficada por uma cobra, dá pra
aplicar uma vacina? Da pra aplicar um
soro? O que que é melhor fazer pra vida
da pessoa? coloco questões pra eles
refletirem, colocar a cabeça pra
funcionar. O foco principal do
aprendizado é esse, colocar ele pra
refletir, ele tem que estar ciente do que
ele está reproduzindo, eu acho que ele
tem que se ver capaz de produzir uma
situação, de ele parar depois de realizar
qualquer tipo de exercício e ver que eles
conseguiram fazer, que eles chegaram
determinado resultado, eles mobilizarem
vários conhecimentos dentro de um texto
ou situação pra ele conseguir construir
alguma coisa, eu acho muito mais
válido....na questão da sexualidade faço
bastante roda de conversa, levo
Primeiro, uma base a respeito
de certos assuntos eles tem
que ter, então acho isso
imprescindível, mas daí eu
levo muito vídeo, na parte do
sistema imunológico,
produção de vacina, de soro...
O foco principal do
aprendizado é esse, colocar ele
pra refletir, ele tem que estar
ciente do que ele está
reproduzindo, eu acho que ele
tem que se ver capaz de
produzir uma situação, de ele
parar depois de realizar
qualquer tipo de exercício e
ver que eles conseguiram
fazer, que eles chegaram
determinado resultado, eles
mobilizarem vários
conhecimentos dentro de um
texto ou situação pra ele
conseguir construir alguma
coisa
...na questão da sexualidade
faço bastante roda de
conversa, levo entrevistas, de
especialistas, aquela Laura
Muller, do Altas Horas, é
muito interesse levar pra eles,
fazer a caixa de perguntas,
muitas vezes tem coisas que
querem perguntar só pra você,
assim eles não se expõem, tem
que trazer muita cosia
diferente, pra atingir, porque é
um tema que eles estão
vivendo
vídeo
Colocar o aluno
para refletir sobre
um texto ou
situação
Roda de conversa,
entrevistas e caixa
de perguntas para o
tema sexualidade
87
entrevistas, de especialistas, aquela
Laura Muller, do Altas Horas, é muito
interesse levar pra eles, fazer a caixa de
perguntas, muitas vezes tem coisas que
querem perguntar só pra você, assim eles
não se expõem, tem que trazer muita
cosia diferente, pra atingir, porque é um
tema que eles estão vivendo.
P.12
Na saúde, na verdade, ela entra agora no
3º Bim no currículo, e a primeira coisa
que a gente faz, logicamente em cima do
currículo, é uma pesquisa com eles pra
ver em que nível eles se encontram pra
dar seguimento ao trabalho. Daí além da
apostila, uso o data show, uso muito a
pesquisa na internet com eles junto, na
própria escola na área de informática.
...a primeira coisa que a gente
faz, logicamente em cima do
currículo, é uma pesquisa com
eles pra ver em que nível eles
se encontram pra dar
seguimento ao trabalho...
...além da apostila, uso o data
show, uso muita pesquisa na
internet junto com eles na
própria escola
Pesquisa de
conhecimentos
prévios
Apostila, data
show, pesquisa na
internet
P.13
Os pontos que eu trabalho são mais
voltados para o currículo mesmo,
basicamente ligado a saúde, nós temos
no 1º ano que você vai trabalhar
questões de DST e algumas atividades
que vem do governo envolvendo a
questão da história da vacina, relação
entre saneamento básico e verminoses,
essas cosias, então você trabalha com
dados muito mais matemáticos essas
coisas, levantam assuntos que sejam
mais do interesse deles, principalmente
DST pois você aborda sexualidade que
eles sempre estão interessados, porque
eles ouvem, experimentam muita coisa,
mas saber de uma fonte fiel, alguma
coisa é difícil, é o que a rua ensina, a
grande maioria não tem liberdade e
acesso e não conversa sobre esses
assuntos com os pais, a sala de aula, a
escola acaba sendo um ponto importante
pra isso. E no caso das verminoses que
eles nem tem ideia de que tudo que está
em volta da gente pode conter ovos, pode
transmitir, a importância de lavar as
mãos, conceitos básicos de higiene que a
gente deveria ter e a grande maioria não
tem.
... Os pontos que eu trabalho
são mais voltados para o
currículo mesmo, basicamente
ligado a saúde...
...levantam assuntos que sejam
mais do interesse deles,
principalmente DST pois você
aborda sexualidade que eles
sempre estão interessados,
porque eles ouvem,
experimentam muita coisa...
Temas do currículo
Aborda temas de
interesse dos alunos
88
P.14
Os professores daqui da escola usam
multimídia, desenvolvem projetos juntos
a SEESP, trabalhando sobre sexualidade,
DSTs, higiene e usam as vezes, nós
temos até material para trabalhar, as
vezes o professor tem que se virar, mas
normalmente tem todo material para
trabalhar com os alunos.
Os professores daqui da escola
usam multimídia,
desenvolvem projetos juntos...
Multimídia
Projetos
P.15
Então, falando assim, 2 aulas por
semana...e tendo que cumprir o
planejamento, o programa do Estado, não
dá pra inovar muita coisa. Eu já tentei
usar livro didático por exemplo, nossa,
você acaba se atrapalhando, porque você
não termina nem uma coisa nem outra,
então minhas aulas praticamente são em
cima da apostila, e assim, o que tem,
como vídeo, o kit vale sonhar que é
usado já faz anos, desde que chegou a
gente trabalha isso ai.
...2 aulas por semana...e tendo
que cumprir o planejamento, o
programa do Estado, não dá
pra inovar muita coisa...
... minhas aulas praticamente
são em cima da apostila...
... o que tem como vídeo, o kit
vale sonhar que é usado faz
anos.
Não dá para inovar
Apostila e vídeo
P.16
Geralmente os assuntos que envolvem
saúde, envolve DST, envolve prevenção
e eu procuro usar cada aula, cada
momento que eu sinta que eles estão com
necessidade de aprender alguma coisa, as
vezes eles vem e fazem uma pergunta eu
sinto que é o momento de eu falar, no
momento de interesse que eu abordo
isso. A gente tem no caderno do aluno,
no 2º semestre tem um momento
especifico pra isso, eu aproveito esse
momento também. Eu procuro, assim, a
aluna veio perguntar pra mim sobre
menstruação dela, daí eu já entro no papo
de saúde. O jogo do vale sonhar, que usei
pela primeira vez no ano passado, e eu
achei interessante, tem alguns jogos,
algumas perguntas, que eles nem
imaginariam como fazer a pergunta,
então acaba ficando legal. Pena que
tenha pouco tempo pra gente desenvolver
isso ai, não dá pra aplicar todos os jogos,
a gente seleciona o mais importante.
... assuntos que envolvem
saúde, envolve DST, envolve
prevenção e eu procuro usar
cada aula, cada momento que
eu sinta que eles estão com
necessidade de aprender......
no momento de interesse que
eu abordo isso...
... no caderno do aluno, no 2º
semestre tem um momento
especifico pra isso... eu já
entro no papo de saúde.
... O jogo do vale sonhar, que
usei pela primeira vez no ano
passado, e eu achei
interessante, tem alguns jogos,
algumas perguntas...
Conversa
Caderno do aluno
Kit vale sonhar
P.17 A gente sempre aborda as atividades
através de apostila, livros didáticos, e
também utilizamos vídeo aula,
A gente sempre aborda as
atividades através de apostila,
Apostila e Livro
didático
89
informática, até pra poder fazer uma
palestra na sala, a gente utiliza mesmo
pra saúde, pros jovens, pra eles terem
umas prevenções né?
livros didáticos...
...também utilizamos vídeo
aula, informática, até pra
poder fazer uma palestra na
sala, a gente utiliza mesmo pra
saúde, pros jovens, pra eles
terem umas prevenções
Vídeo e informática
P.18
O que se chama currículo de saúde hoje,
ele praticamente não existe. Antigamente
nós tínhamos um programa de saúde, na
década de 80 uma disciplina chamada
programa de saúde que era parte da
biologia. Então quando se trata esses
temas hoje, você trabalha dentro da
biologia, ou com os projetos que vem do
estado, como o “vale sonhar”, então
basicamente a saúde a gente vai
abordando quando se vê ciclos de
doenças, bactérias fala um pouquinho, de
vírus um pouquinho mas não há um
direcionamento da saúde não, ela entra
em temas transversais, ela entra dentro
saúde uma conversa dentro na disciplina
mas não há hoje uma disciplina stand
com o rotulo programa saúde como havia
décadas atrás.
...quando se trata esses temas
hoje, você trabalha dentro da
biologia ...não há um
direcionamento da saúde não,
ela entra em temas
transversais
...ou com os projetos que vem
do estado, como o “vale
sonhar”,
...basicamente a saúde a gente
vai abordando quando se vê
ciclos de doenças, bactérias
fala um pouquinho, de vírus
um pouquinho...
Tema transversal
Projeto vale sonhar
Aborda saúde nos
ciclos de doença
P.19
De recursos eu utilizo o livro didático, eu
acho que o material que o estado trabalha
tem pouca informação sobre saúde,
principalmente quando eu tento trazer
algo que ele não aborda isso, mas....no 1º
ano, que trata mais sobre saúde,
educação sexual, eu trago geralmente
conteúdos de fora, vídeos explicando
sobre....verminoses, tem uma parte que
fala, eles gostam bastante, quando eu
trago vídeos sobre DST, porque só a
gente ficar falando, falando é muito
maçante, então eu trago imagens e textos
de fora para eles poderem ler.
De recursos eu utilizo o livro
didático, eu acho que o
material que o estado trabalha
tem pouca informação sobre
saúde...
...no 1º ano, que trata mais
sobre saúde, educação sexual,
eu trago geralmente conteúdos
de fora, vídeos... eles gostam
bastante, ...porque só a gente
ficar falando, falando é muito
maçante,
Livro didático
Textos de fora e
vídeos
P.20
Então, eu começo, eu tento fazer o
seguinte, primeiro eu tento chamar a
atenção deles com alguma coisa
polemica, pra dessa forma, chamar eles
para o debate, daí eu início um debate,
onde a gente vai conversando, pra eu
tentar captar o máximo possível do que
...primeiro eu tento chamar a
atenção deles com alguma
coisa polemica, pra dessa
forma, chamar eles para o
debate.
Polêmica para
motivar ao debate
90
eles já conhecem do assunto, daí eu
tento, fixar assim, pra ficar mais fácil de
entender alguma coisa eu anoto na lousa,
algumas ideias gerais, trabalho muito
com a ideia, com conceitos populares,
algumas pessoas se vinculam muito ao
que avó falou, a mãe falou, daí trabalho
esses mitos e vai levando dessa forma a
aula, tentando trazer para o cotidiano
deles, tentando descobrir o máximo
possível o que eles sabem e transformar
em uma informação cientifica.
...daí eu início um debate,
onde a gente vai conversando,
pra eu tentar captar o máximo
possível do que eles já
conhecem do assunto...
... daí trabalho esses mitos e
vai levando dessa forma a
aula, tentando trazer para o
cotidiano deles, tentando
descobrir o máximo possível o
que eles sabem e transformar
em uma informação cientifica.
Debate para captar
conhecimentos
prévios
Contextualizando o
assunto
P.21
Normalmente os temas existem no livro
didático, o recurso mais utilizado seria o
livro didático, mas o que eles tem grande
interesse é nas aulas áudio visuais, que a
gente utiliza os recurso ne, data show,
vídeos da internet pré-selecionados, que
a gente trabalha, e eles gostam muito
desse assunto, quando trabalhados dessa
forma mais ainda. Quando utilizei
projetos, na forma de roda de conversas,
marquei lá em Sorocaba no parque da
biquinha, que nós fizemos uma caixa de
perguntas, pra o tema de sexualidade e
eles como são mais inibidos pra falar na
sala de aula, quem fosse na excursão a
gente fecharia o projeto com essa roda de
conversas, foi muito produtivo, inclusive
eles sugeriram que a gente fizesse isso
com outros temas, porque eles gostaram.
Também utilizamos o laboratório, por
exemplo o dorso, pra mostrar os órgãos e
estar falando, mas…gostaria de ter mais
algum recurso, porque toda vez que a
gente usa algo que foge do normal da
sala de aula eles gostam.
... o recurso mais utilizado
seria o livro didático...
...eles tem grande interesse é
nas aulas áudio visuais, que a
gente utiliza os recurso de data
show, vídeos da internet pré-
selecionados
Quando utilizei projetos, na
forma de roda de conversas,
marquei lá em Sorocaba no
parque da biquinha, que nós
fizemos uma caixa de
perguntas, pra o tema de
sexualidade e eles como são
mais inibidos pra falar na sala
de aula, quem fosse na
excursão a gente fecharia o
projeto com essa roda de
conversas, foi muito
produtivo...
Também utilizamos o
laboratório, por exemplo o
dorso, pra mostrar os órgãos e
estar falando, mas…gostaria
de ter mais algum recurso,
porque toda vez que a gente
usa algo que foge do normal
Livro didático
Recursos áudio
visuais
Rodas de conversa
com caixa de
perguntas
Peças anatômicas
no laboratório
91
da sala de aula eles gostam.
P.22
Os temas de saúde são trabalhados assim,
com uso de data show, livros didático,
reportagens do cotidiano, que eles
assistem na televisão, então eles trazem
esse conteúdo, pedem, se estiver
relacionado com o nosso conteúdo eles
pedem, daí eu preparo uma aula, monto,
explicou como que é, com o uso de
imagens também.
... uso de data show, livros
didático, reportagens do
cotidiano que eles assistem na
televisão, então eles trazem
esse conteúdo...
Data show
Livro didático
Reportagens do
cotidiano
P.23
Bom, pra trabalhar temas de saúde com
os alunos, eu tento descobrir o que eles
sabem da área já, por exemplo, quando
eu trabalho DST, fisiologia humana,
anatomia, eu tento saber o que e eles já
sabem pra eu não ficar repetindo tudo,
daí sim eu dou o ponto de partida, o
ponta pé inicial, e a maneira que eu
trabalho com eles é tentar ser o mais
dinâmico possível, sem ser o blá, blá, blá
e pronto e façam, o famoso GLS: giz,
lousa e saliva, tento ser mais dinâmico,
ter uma aula mais falada do que escrita,
escrever tópicos na lousa, pra eles
lembrarem, lembretes e sempre tentar
avaliar no final, pra ver se eles
conseguiram captar, no início de toda
aula, lembra o que eu falei na aula
anterior, vamos continuar isso. Eu utilizo
banners que tem aqui na escola, do
corpo, e é preciso trabalhar saúde na
escola porque é do dia adia, do cotidiano,
então como eu disse tentar sempre
lembrar coisas do cotidiano pra eles, pra
eles saberem o que está acontecendo, o
isso pode acontecer com meu corpo, não
posso fazer isso se não vai afetar a parte
do meu hormônio, então eu sempre tento
trabalhar com eles.
Eu tento descobrir o que eles
sabem da área ... pra eu não
ficar repetindo tudo, daí sim
eu dou o ponto de partida, o
ponta pé inicial, e a maneira
que eu trabalho com eles é
tentar ser o mais dinâmico
possível...
...tento ser mais dinâmico, ter
uma aula mais falada do que
escrita, escrever tópicos na
lousa, pra eles lembrarem,
lembretes e sempre tentar
avaliar no final, pra ver se eles
conseguiram captar...
Eu utilizo banners que tem
aqui na escola, do corpo...
...é preciso trabalhar saúde na
escola porque é do dia adia, do
cotidiano, então como eu disse
tentar sempre lembrar coisas
do cotidiano pra eles
Conhecimentos
prévios
Aula falada com
tópicos e lembretes
na lousa
Banners sobre o
corpo humano
Trabalha r saúde a
partir do cotidiano
p.24
Então...no currículo do caderno do aluno,
ele já começa falando de gráfico e de
tabela. Quando eu pego a turma de
início, e eu não trabalhei com eles antes,
eu procuro sempre trabalhar conceitos; o
que eles acham que é saúde, quais
informações eles tem sobre saúde... então
...no currículo do caderno do
aluno, ele já começa falando
de gráfico e de tabela...
.. Quando eu pego a turma de
Caderno do aluno
Conhecimentos
92
Tabela 8 - Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 2: Comente
sobre o interesse e participação dos alunos nas aulas que abordem os temas sobre saúde, seus
facilitadores e dificultadores.
eu procuro trabalhar desse jeito. Cada
escola você acaba trabalhando de um
jeito porque cada escola você tem
ferramentas diferentes, se você tem vídeo
dá pra utiliza vídeo, se tem data show dá
pra utiliza, se você tem laboratório você
utiliza o laboratório então acaba tendo
uma variação da recepção da turma
mesmo. Hoje, por exemplo, eu comecei a
trabalhar com o 1º ano a parte de saúde
do 3º bimestre, daí eu levei o boneco,
para eles terem uma noção do corpo,
muitos não haviam, não tinham aquela
noção de onde ficava o coração, onde
ficava o rim, então eu começo a
introduzir um pouco mais devagar pra
conseguir trabalhar os conceitos, pra daí
a partir dos conceitos você conseguir
elaborar.
início, e eu não trabalhei com
eles antes, eu procuro sempre
trabalhar conceitos; o que eles
acham que é saúde, quais
informações eles tem sobre
saúde...
Cada escola você acaba
trabalhando de um jeito
porque cada escola você tem
ferramentas diferentes, se você
tem vídeo dá pra utiliza vídeo,
se tem data show dá pra
utiliza, se você tem laboratório
você utiliza o laboratório...
Hoje, por exemplo, eu
comecei a trabalhar com o 1º
ano a parte de saúde do 3º
bimestre, daí eu levei o
boneco, para eles terem uma
noção do corpo...
prévios
Ferramentas
diferentes conforme
a escola
Boneco para
anatomia humana
Profess
or
Colabo
rador
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
P.1
É.... quando é bem relacionado, que nem
o terceiro ano, estava dando a parte do
sistema respiratório, quando entre na
parte de saúde em si, doenças, daí você
vê interesse porque muitos apresentam
uma asma, bronquite, doenças do
coração ou sistema circulatório, então
isso chama atenção, e chamando atenção
de um chama acaba chamando atenção
de outros, porque daí eles falam assim
É....quando é bem
relacionado...
...quando entre na parte de
saúde em si, doenças, daí você
vê interesse porque muitos
apresentam uma asma,
bronquite...
...parasitas, assim, as vezes
Temas relacionados
com doenças
despertam interesse
Ciclo de vida dos
parasitas desfoca a
93
“nossa”, porque não sabiam que o colega
as vezes tinham, ou a mãe do colega
tinha, então isso chama a atenção. Outros
fatos, por exemplo, que aconteceram no
3º ano falar as vezes de doenças né…de
parasitas, assim, as vezes não chama
tanta atenção porque entra na parte do
ciclo e tal, como que pega e essa parte
desfoca um pouco, as vezes eles querem
até saber o que é a doença, quais os
sintomas mas os modos de transmissão, o
ciclo ali pra entender um pouco da
logística de como evitar na prevenção e
tudo mais, daí foca uma pouco a atenção
deles.
não chama tanta atenção
porque entra na parte do ciclo
e tal... como que pega e essa
parte desfoca um pouco
...eles querem até saber o que
é a doença, quais os sintomas
mas os modos de transmissão,
o ciclo ali pra entender um
pouco da logística de como
evitar na prevenção e tudo
mais, daí foca pouco a atenção
deles.
atenção
P.2
Eles ficam com muita dúvida na
verdade...ficam, eu acho... que têm um
interesse maior quando a gente fala de
saúde do que quando fala de outros
conteúdos, eu acho...que tem interesse
maior, às vezes comentam...por exemplo,
quando digo que falar de clonagem...eles
começaram a perguntar, eu levei bom
tempo para explicar, sobre a
espermatozoide, sobre a ovulação, ou
eles começam a perguntar sobre gêmeos,
como é que nascem os gêmeos, aí foram
perguntando...como eu falei que ela foi
feita de inseminação artificial...tive que
explicar a inseminação artificial e ...eu
fiz pós em inseminação...Daí
perguntaram sobre das doenças...Não é
sempre a mulher que tem problemas de
fertilização, expliquei que podia ser do
homem...eles começaram a perguntar...às
vezes...a aula não é daquele assunto
...eles tem interesse maior quando fala da
saúde, ou quando inclui eles na conversa.
Eu acho que participam mais, gostam
mais... Daí eu cito um exemplo:
“Ninguém não conhece ninguém que o
casal não consegue engravidar?”, um
falava: “Ai, minha tia...” então eles
acabam se incluindo...
Eles ficam com muita dúvida
na verdade...têm um interesse
maior quando a gente fala de
saúde do que quando fala de
outros conteúdos...
...eles tem interesse maior
quando fala da saúde, ou
quando inclui eles na
conversa. Eu acho que
participam mais, gostam
mais...
Interesse maior em
temas de saúde
Interesse maior
quando são
incluídos na
discussão
P.3
O interesse é muito grande, eles adoram
esse tipo de coisa, se realizam, fazem
questões, fazem brincadeira, tem que ter
jogo de cintura.
...O interesse é muito grande,
eles adoram esse tipo de coisa,
se realizam, fazem questões,
fazem brincadeira, tem que ter
Interesse grande
nesse tipo de coisa
Brincadeiras
94
jogo de cintura.
P.4
Nesse tema tenho uma facilidade de
trabalhar, uma que eu gosto do conteúdo,
e a outra porque os alunos se mostram
mais interessados. Mas a participação
deles é diferente de sala pra sala, mas
gostam dos debates.
Nesse tema tenho uma
facilidade de trabalhar, uma
que eu gosto do conteúdo...
...alunos se mostram mais
interessados...
...a participação deles é
diferente de sala pra sala...
Facilidade de
trabalhar
Os alunos se
mostram
interessados
Participação
diferente em sala de
aula
P.5
Depende da sala, tem sala que aceita bem
o tema, mas tem alguns poucos assim
que eles são indiferentes, então a gente
tenta colocar de forma mais abrangente,
eu divido o vídeo em partes, o vídeo eu
coloco após eu ter passado a matéria na
lousa, já foi exposta, xerocada, feita uma
leitura compartilhadas, então eu vou
fracionando o vídeo, dividindo em partes
pra que eles raciocinam em cima do que
foi explicado em sala de aula.
...tem sala que aceita bem o
tema, mas tem alguns poucos
assim que eles são
indiferentes...
Alguns aceitam
bem o tema
Outros não aceitam
o tema
P.6
Quando se fala em saúde o interesse é
maior, inclusive quando eles fazem essa
pesquisa eles trazem até a foto da pessoa
que eles entrevistaram, com avó, bisavó.
Ainda mais quando o assunto está
relacionado a DST, aí o interesse é
maior.
Quando se fala em saúde o
interesse é maior...
... quando o assunto está
relacionado a DST, aí o
interesse é maior.
Interesse maior em
saúde e DST
P.7
Isso também depende da sala, geralmente
eles gostam do assunto, fazem
brincadeiras, perguntam...
...depende da sala...
... geralmente eles gostam do
assunto
Interesse depende
da sala
Geralmente gostam
do assunto
P.8
Nesse momento nós conseguimos
bastante atenção deles, trabalhando com
esses temas em diversos momentos eu
consigo mais atenção deles, do que por
exemplo sobre uma cadeia alimentar,
esses temas que estão ligados
diretamente ao dia a dia deles, eu senti
mais facilidade. Por exemplo a primeira
pergunta pra eles quando eu fui falar do
câncer, dentro do meio de vivencia deles,
com certeza eles já ouviram falar de
alguém que teve um câncer, e eu
... trabalhando com esses
temas em diversos momentos
eu consigo mais atenção
deles...
... temas que estão ligados
diretamente ao dia a dia deles,
eu senti mais facilidade...
Temas despertam
atenção
Facilidade com
temas do dia a dia
95
consegui me aprofundar no assunto.
P.9
Eles tem interesse, na área de ecologia,
os alunos hoje tem dificuldade, tem um
certo desinteresse na aprendizagem, mas
na saúde eles fazem na medida do
possível. Saúde é um tema transversal,
que você sempre pode estar colocando,
na medida do possível, quando, é claro,
entra no currículo o foco, em questões
oportunas eu falo dos temas relacionados
a saúde também.
... na área de ecologia os
alunos hoje tem dificuldade,
tem um certo desinteresse na
aprendizagem...
... na saúde eles fazem na
medida do possível...
Desinteresse em
ecologia
Interesse na saúde
P.10
Sim, eu acho que quando se fala na saúde
usa-se muito a mídia também, é uma boa
parceria, então chama sim, pois é mais
próximo, mais concreto pra eles, a
realidade vivida. Participam, tem uma
curiosidade a mais, como na sexualidade,
tem a participação e o interesse maior.
... sim, eu acho que quando se
fala na saúde usa-se muito a
mídia também, uma boa
parceira...
...chama pois é mais próximo,
mais concreto pra eles, a
realidade vivida...
... Participam, tem uma
curiosidade a mais...
Mídia é boa
parceira
Interesse porque é
mais próximo
Participam porque
tem curiosidade
P.11
A questão de saúde, da sexualidade, é o
tema da biologia que eles estão mais
abertos a participação, porque é o corpo
deles, eles estão passando por esse
momento, e como eles não tem auxilio
nenhum em casa, falta diálogo familiar,
eles vem que você está tentando...então é
interessante pra eles, eles se interessam,
eles veem que dá pra aprender, até
aqueles que são mais resistentes, que
acham que já sabem, eles acabam vendo
que a questão é um pouco mais difícil,
acabam vendo que tem muitas cosias que
eles não sabem, que nós acabamos
trazendo, então eles se interessando.
A questão de saúde, da
sexualidade, é o tema da
biologia que eles estão mais
abertos a participação...
... é interessante pra eles, eles
se interessam, eles veem que
dá pra aprender, até aqueles
que são mais resistentes...
Interesse em saúde
e sexualidade
Até os resistentes se
interessam
P.12
Nesse tema eles tem um pouco mais
interesse sim, porque entra agora na
adolescência e qualidade de vida, que
entra a parte da sexualidade, que chama a
atenção deles, então eles tem mais
interesse sim.
Nesse tema eles tem um pouco
mais interesse sim, porque
entra agora na adolescência e
qualidade de vida, que entra a
parte da sexualidade, que
chama a atenção deles...
Mais interesse em
qualidade de vida e
sexualidade
P.13 Ahhh eles se interessam muito por esses
temas, daí é mais fácil de trabalhar.
... se interessam muito por
esses temas...
Interesse pelo tema
P.14 É diferente, porque assim, normalmente
o professor está com o giz, a lousa e.... os
professores são motivados para trabalhar
...quando tem uma aula
diferente os alunos ficam
interessados sim, muito
Interesse pelo tema
Interesse quando a
96
em relação a isso, então quando tem uma
aula diferente os alunos ficam
interessados sim, muito interessados.
Pela didática diferenciada e pelo tema
que não faz parte do dia a dia do aluno.
interessados. Pela didática
diferenciada e pelo tema que
não faz parte do dia a dia do
aluno.
didática é
diferenciada
P.15
Eu acho assim, quando a gente, como
professor de biologia, a gente já vai mais
pra essa área, eu dou aula de ciências
também, a parte de física, química, não é
muito da área, então a parte de saúde é a
parte que eu mais gosto, do corpo
humano, e isso faz com que o aluno
apreenda mais, então eu acredito que o interesse seja maior. O vale sonhar é uma
aula que eles participam, eles adoram,
uma vez o professor de sociologia entrou
na aula, participou junto com a gente,
então sobre sexualidade eles gostam,
então a participação não é sempre a
mesma, todos os anos, cada sala, é tudo
diferente.
... a parte de saúde é a parte
que eu mais gosto, do corpo
humano, e isso faz com que o
aluno apreenda mais...
... eu acredito que o interesse
seja maior...
... O vale sonhar é uma aula
que eles participam, eles adoram...
... sobre sexualidade eles
gostam...
...a participação não é sempre
a mesma, todos os anos, cada
sala é diferente.
Interesse pelos
temas de saúde e
sexualidade
Participação varia
conforme a sala
Vale sonhar desperta muito
interesse
P.16
Nesses temas eles tem mais interesse,
quando a gente usa algo diferente na
aula, tira dúvidas...pena que é pouco
tempo...
Nesses temas eles tem mais
interesse, quando a gente usa
algo diferente na aula, tira
dúvidas...pena que é pouco tempo...
Interesse no tema
saúde
Interesse maior com estratégias variadas
P.17
Pra eles é interessante, tem temas que pra
eles não estão sendo muito atrativos, mas
área da saúde é bastante, surgem muitas
dúvidas, perguntas, e através dos slides,
vídeos e tal eles ficam chocados e tal
com coisas do seu dia a dia.
Pra eles é interessante, tem
temas que pra eles não estão
sendo muito atrativos, mas
área da saúde é bastante,
surgem muitas dúvidas,
perguntas...
Interesse pelo tema
saúde
P.18
Eles são receptivos, parte de ciências e
biologia eu nunca tive muita dificuldade
porque você contextualiza muito, insere
na vida dele, mostra que aquilo tem uma
aplicabilidade prática, tem onde ele usar
aquilo, não é uma cosia assim teórica que está fora da vida dele, eu não sinto
dificuldade nem em ciências, nem em
biologia. Mas na parte de saúde eles se
interessam sim, tanto que tenho uma
aluna do 3 º do médio que pediu pra falar
sobre sexualidade, porque a gente segue
a apostila, mas eles gostam, isso chama a
atenção deles. Quando mostra ciclo de
verminose, porque vem aquele folclore
de que a gente nasce com uma lombriga.
Então tem interesse do aluno, mas ficam
aquela coisa, pinceladas em determinados conteúdos e não há um
programa organizado, vem os projetos, o
vale sonhar é um deles, da sexualidade,
mas são aulas que você insere não há
alguma coisa continua, não sei se é todo
ruim, talvez precisasse mais aulas de
biologia, não apenas 2 aulas, se houvesse
mais tempo de aula, poderia ser melhor
Eles são receptivos, parte de
ciências e biologia eu nunca
tive muita dificuldade porque
você contextualiza muito,
insere na vida dele, mostra que
aquilo tem uma aplicabilidade prática, tem onde ele usar
aquilo, não é uma cosia assim
teórica que está fora da vida
dele, eu não sinto dificuldade
nem em ciências, nem em
biologia.
...na parte de saúde eles se
interessam sim, ...eles gostam,
isso chama a atenção deles...
...pinceladas em determinados conteúdos e não há um
programa organizado, vem os
projetos, o vale sonhar é um
deles, da sexualidade, mas são
aulas que você insere não há
alguma coisa continua...
Interesse em
biologia e ciências
Interesse em saúde
e sexualidade
Não há um
programa organizado
97
tratado, eles tem interesse. No
fundamental também eles se interessam,
usar ou não já é outra coisa, mas.... Ele
tem interesse sim, as vezes tem mais
interesse quando você começa do que propriamente pela biologia padrão essas
coisas, então poderíamos dar uma
atenção maior pra isso.
P.19
Em relação aos temas de saúde eu
percebo que eles possuem um maior
interesse sim, e daí até procuro me
aprofundar melhor, por exemplo no 3º
ano, quando a gente trabalha a
diversidade, dentro dos grupos de
diversidade eu procuro trazer os
elementos de saúde, como doenças
causadas por protozoários, bactérias, discutir isso ai…deixa eu ver o que
mais…então eu procuro sempre trazer
essencial pra eles e eles não tem
conhecimento geralmente, e sempre são
errôneos.
... temas de saúde eu percebo
que eles possuem um maior
interesse sim...
...procuro me aprofundar
melhor, ...quando a gente
trabalha a diversidade...eu
procuro trazer os elementos de
saúde, como doenças causadas por protozoários, bactérias,
discutir isso ai…
Interesse no tema
saúde
Aprofundar e
articular com os
temas de biologia
P.20
A parte que mais importa a eles é a área
da orientação sexual, principalmente,
tirar dúvidas do que do sistema em si, da
reprodução em si, tipo, tamanho e
anatomia de pênis, primeira relação, o
que engravida ou não, o que pega
doenças ou não, tipo um fale garoto do
Groisman, nessa parte é bom ...parece que eles estão do nosso lado. Agora
quando você vai tratar das doenças,
existe um pouco de resistência, porque é
inconveniente, um pouco grande, tem
sala que você não pode trabalhar com
imagem, elas chocam, mas tem gente que
já não presta atenção.... Eu tenho
percebido o seguinte, que o medo de
pegar a doença tá sumindo, por mais que
você trabalhe com imagens, a gente
trabalha com.... um sensacionalismo, perder o pênis, não poder mais ter filho e
tal, mas não tá fazendo muito parte da
vida deles. Eu percebo que no passado a
gente tinha mais esse medo, porque a
gente tinha atrizes, cantores que
morreram de DST, hoje em dia isso está
mais distante.
A parte que mais importa a
eles é a área da orientação
sexual, principalmente, tirar
dúvidas...
...quando você vai tratar das
doenças, existe um pouco de
resistência, porque é inconveniente...
...tem sala que você não pode
trabalhar com imagem, elas
chocam, mas tem gente que já
não presta atenção....
...Eu tenho percebido o
seguinte, que o medo de pegar
a doença tá sumindo, por mais
que você trabalhe com imagens...
Interesse maior em
orientação sexual
Resistência à os
temas sobre
doenças
Não é possível usar
imagens que
chocam
Está se perdendo o
medo de pegar
doença
P.21
Lógico que a gente está sempre lutando
contra alguns casos, como a gravidez na
adolescência que é muito difícil zerar
completamente. Mas pelos comentários
deles a gente nota uma aceitação muito grande desses temas. Algumas coisa que
dificultam são a rotina e temas que os
meninos acham que não estão
envolvidos, como menstruação e vacina
do HPV.
... pelos comentários deles a
gente nota uma aceitação
muito grande desses temas...
A rotina dificulta e temas que os meninos acham que não
estão envolvidos, como
menstruação e vacina do HPV.
Aceitação grande
de temas sobre
sexualidade
Rotina dificulta
Desinteresse dos meninos por temas
que não estão
envolvidos
P.22 Eles participam bastante, porque são
temas relacionados ao cotidiano deles,
...eles participam bastante,
porque são temas relacionados
Participam porque
são temas do
98
Tabela 9: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 3: Relate se
você, no dia a dia da sala de aula, consegue ter uma devolutiva, um feedback do aluno em
relação aos temas saúde, percebe alguma mudança em seu comportamento.
muitas vezes eles vivenciam, muitas
vezes os avós passaram por certas
doenças que não existem mais, então eles
querem saber como aquilo ocorreu, como
o familiar dele morreu com determinada doença, então são coisas do cotidiano
deles. Eles tem mais interesse nessa área,
porque também querem saber do corpo
deles, do que eu está acontecendo com
eles ou não.
ao cotidiano deles...
... Eles tem mais interesse
nessa área, porque também
querem saber do corpo deles...
cotidiano
Interesse em
conhecer o corpo
P.23
Não é igual não, tem alguns alunos
aceitam de uma maneira mais legal, tem
outros que não gostam muito de aceitar,
sempre tem aquela brincadeirinha na
sala. A maioria aceita porque, como já
disse, é parte do dia a dia, são cosias que
acontecem om o corpo deles, coisas que eles em que passar, é diferente de você
falar por exemplo de biomas, parte de
vegetação, se não é uma vegetação da
nossa região, da nossa área, pra trabalhar
com eles fica muito nas nuvens, na
imaginação do aluno como que é, então
na parte da saúde, em todo lugar que
você for, é o que vai envolver eles
inteiramente, então eles aceitam de
maneira mais adequada, porque faz parte
do dia a dia, é cosias deles mesmo.
Não é igual não, tem alguns
alunos aceitam de uma
maneira mais legal, tem outros
que não gostam muito de
aceitar, sempre tem aquela
brincadeirinha na sala.
A maioria aceita porque, como
já disse, é parte do dia a dia,
são cosias que acontecem om
o corpo deles, coisas que eles
em que passar,
Aceitação desigual
entre os alunos
Aceitação porque são temas do
cotidiano
p.24
Eu acho que eles tratam saúde, eles
recebem um pouco melhor que alguns temas. Por exemplo, é.... recebem melhor
temas é.... relacionados ao sexo eles
gostam, geralmente eles são bem
interessados. Em saúde parece que
diminui um pouco, cada ano eles se
interessam menos, mas se você acaba
pegando exemplos do cotidiano, por
exemplo, daí você consegue trazer ele
um pouco mais, sempre tem, as vezes,
casos de doenças na família, daí um
acaba perguntando porque tem maior interesse mais por causa disso.
...recebem melhor temas é....
relacionados ao sexo ...
Em saúde parece que diminui
um pouco, cada ano eles se
interessam menos...
...mas se você acaba pegando
exemplos do cotidiano, por
exemplo, daí você consegue
trazer ele um pouco mais...
Aceitação melhor
de temas sobre sexualidade
Interesse menor por
temas
Exemplos do
cotidiano motivam
Profess
or
Colabo
rador
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
P.1
Olha, que nem na vacina, dando exemplo
da vacina, é.... a gente fala a vacina de 15
anos e tal, daí chega na outra aula
algumas já tomaram atitude: “ai
professora, tô com o braço todo doido,
porque tomei a vacina que você falou na
...a gente fala a vacina de 15
anos e tal, daí chega na outra
aula algumas já tomaram
atitude...
...a quantidade é pouca,
porque a gente queria atingir é
Devolutiva de
poucos
99
outra aula”, então acontece isso, mas
assim, é pouca, a quantidade é pouca,
porque a gente queria atingir é 100%, e a
gente não atinge, atinge as vezes 20% da
sala, chutando bem alto né, porque nem
sempre a gente consegue atingir.
100%, e a gente não atinge,
atinge as vezes 20% da sala.
Nem sempre a gente consegue
atingir
Nem sempre se
consegue atingir
P.2
Não sei…é difícil de dizer, de
contabilizar isso...é mais ao longo prazo,
se ficamos vários anos com a mesma
turma.
...é difícil de dizer, de
contabilizar isso...é mais ao
longo prazo, se ficamos vários
anos com a mesma turma.
É difícil medir
A devolutiva é a
longo prazo
P.3
Não dá pra medir isso ai, porque as vezes
algum aluno vem procurar, fiz aquilo que
você falou, as vezes falam da tabelinha,
pedem explicação, num canto... então é
assim.... você vê que ela realmente vai
utilizar aquilo, ou as vezes ele toma
algum anabolizante, algum produto e ele
quer tomar, daí ele vem perguntar, mas
no geral a gente não tem esse retorno,
mas em alguns casos em particular sim.
Não dá pra medir isso...alguns
alunos vem procurar, fiz
aquilo que você falou...
...no geral a gente não tem
esse retorno, mas em alguns
casos em particular sim.
É difícil medir
Devolutiva em
alguns casos
P.4
Olha, por parte de algumas salas de aula
eu consigo perceber, nossa realidade não
é em todas as salas que eu consigo
perceber.... Mas em algumas temos um
retorno, eles comentam o que aconteceu
em casa, o que ele aprendeu, então
sempre tenho esse tipo de conversa com
os alunos.
... de algumas salas de aula eu
consigo perceber...
...algumas temos um retorno,
eles comentam o que
aconteceu em casa, o que ele
aprendeu...
Devolutiva em
algumas salas
P.5
Alguns sim, vem falar comigo, inclusive
foi falado sobre alimentação saudável, e
eu coloquei uma reflexão pra eles
estarem fazendo, um questionário sobre a
alimentação, os que aumentam ou
reduzem a taxa do colesterol, os
alimentos que contribuem com essas
taxas, para a gordura serem maléficas ou
benéficas, daí eles falam assim: “ahhh
esse aqui aumenta o colesterol ruim?”
Daí tinha uma comendo salgadinho
dentro da sala, e ela falou que come
normal, então alguns tem consciência,
mas eu falei que isso não tem valor
nutricional nenhum, que só é prejudicial.
Daí eles responderam o questionário, as
vezes eles criam uma certa consciência,
eu já tive muito mais ansiedade em
relação a isso, hoje eu faço a minha
Alguns sim, vem falar
comigo...
...eles tem sim uma
consciência depois que a gente
começa a questionar, através
dessa autorreflexão.
Devolutiva de
alguns
Alguns demonstram
consciência
100
parte, cobro, ando pela sala de aula, faço
uma avaliação somatória, mas enfim,
eles tem sim uma consciência depois que
a gente começa a questionar, através
dessa autorreflexão.
P.6
Sim, consigo perceber, porque, veja bem,
quando se fala em saúde se fala em
higiene também, então eu percebo que na
sala de aula eles já tomam mais cuidado,
se previnem mais, e quando se fala em
DST, as perguntas são...chove de
perguntas, a gente percebe que eles estão
muito preocupados.
Sim, consigo perceber...
... quando se fala em saúde se
fala em higiene também, então
eu percebo que na sala de aula
eles já tomam mais cuidado...
se previnem mais...
...quando se fala em DST, as
perguntas são...chove de
perguntas, a gente percebe que
eles estão muito preocupados.
Percebe que tomam
mais cuidado
Estão preocupados
com DST
P.7
Ah... só consigo perceber no dia a dia
com eles, no bate papo e conversa, mas
não é algo mensurável, varia muito.
... só consigo perceber no dia a
dia com eles, no bate papo e
conversa...
...não é algo mensurável, varia
muito.
Percebe no dia a dia
Não é mensurável
P.8
Eu sinto que não 100% do grupo, mas
teve uma porcentagem que realmente se
interessou, que veio perguntar e
questionar e não chegaram pra mim com
uma resposta de como trabalharam isso
em casa, mas esse fato de ele se
interessar, entendo eu que ele vai
compartilhar essa situação.
... não 100% do grupo...
...teve uma porcentagem que
realmente se interessou, que
veio perguntar e questionar e
não chegaram pra mim com
uma resposta de como
trabalharam isso em casa, mas
esse fato de ele se interessar,
entendo eu que ele vai
compartilhar essa situação
Devolutiva de
parte do grupo
Interesse indica que
vai compartilhar
P.9
Olha, o objetivo é focar a saúde é que
eles melhorem sempre, mas eu vejo
nossa clientela é ruim, é uma clientela
assim, eles não tem aquele interesse por
parte de…da pesquisa, do estudo, então a
gente procura trabalhar os temas
principais em saúde e conscientizar, eu
acho que é de forma regular a absorção
deles, até pelo desinteresse, isso trava
tudo, no Estado é delicado, tudo isso é
complicado, conforme eu já comentei.
... eu acho que é de forma
regular a absorção deles...
Absorção regular
P.10 Sim... alguns sim, eu acho que é mais ali
momentâneo, pegando uma época, traz
...alguns sim, eu acho que é
mais ali momentâneo,
Devolutiva de
101
perguntas a partir daí começa meu pai,
minha mãe teve, no meu bairro é assim e
eles acabam associando mesmo.
pegando uma época, traz
perguntas a partir daí começa
meu pai, minha mãe teve, no
meu bairro é assim e eles
acabam associando
alguns
P.11
Olha, não medimos nada, é só através da
conversa e da observação do
comportamento deles ao longo das aulas.
...não medimos nada,
...é só através da conversa e da
observação do comportamento
deles ao longo das aulas.
Não é medido
Percebe no dia a dia
P.12 Não consigo perceber, só através da
conversa.
Não consigo perceber, só
através da conversa.
Não consegue
perceber
P.13
Olhe, eu acho que não por conta de que
eu não trago material externo, então a
gente discute, conversa, trabalho com
imagens, com coisas de tecnologia mas
não trago nada de fora diferente pra eles,
nesse sentido. Mas é que são hábitos, e
você quebrar hábitos vai muito além de
uma informação, além de uma
sensibilização que você receba na escola,
depende do corpo a corpo, da família,
são coisas difíceis de trabalhar. É o
mesmo caso das questões sexuais, da
gravidez na adolescência, você pode até
sensibilizar, eu trago imagens, eles ficam
chocados, com o parto, mas a prática
depende de valores, instrução, de
conversa, de algo mais...que eles
deveriam ter na casa e não tem.
...eu acho que não por conta
de que eu não trago material
externo...
... são hábitos, e você quebrar
hábitos vai muito além de uma
informação, além de uma
sensibilização que você receba
na escola... depende do corpo
a corpo, da família, são coisas
difíceis de trabalhar
Não percebe
São temas difíceis
de trabalhar
P.14
Acho que não... mas se você falar todo
dia, vai falando, isso vai fazendo parte do
aluno e normalmente ele vai falar em
casa: mãe, a professora falou que precisa
olhar meu cabelo, o cabelo do meu irmão
se não tem pilho, precisa escovar os
dentes, faz parte do dia a dia do aluno
...acho que não...
... se você falar todo dia isso
vai fazendo parte do aluno e
normalmente ele vai falar em
casa...
Não percebe
Se falar todo dia vai
fazer parte do aluno
P.15
Quando você fala, temas abordando
saúde sempre tem alguém que fala:
“ahhhhh me vô tem, minha vó tem,
minha mãe tem...” sempre acaba vindo
assim, “já conheço tal coisa”, etc. É que aqui a comunidade é meio complicadinha
não são muito participativos,
mas...depende do interesse, e é assim,
sempre tem um ou outro numa sala de
aula que tem mais interesse.
... temas abordando saúde
sempre tem alguém que fala:
“ahhhhh meu a vô tem, minha
vó tem...já conheço tal coisa...
Alguns relacionam
com a vivência
P.16 Não... só através de conversa, do que eles
contam.
Não... só através de conversa,
do que eles contam
Devolutiva em
conversas
102
P.17 Sim, muito, a gente percebe melhor no
olhar do jovem, como também nas
perguntas, porque eles se espantam as
vezes com determinadas situações.
Sim, muito, a gente percebe
melhor no olhar do jovem,
como também nas perguntas...
Percebe
Olhar do jovem
P.18
É difícil de contabilizar isso, é mais
através da conversa, da observação da mudança de atitude, já que dou aulas em
todas as séries do Ensino Médio.
É difícil de contabilizar isso, é
mais através da conversa, da observação da mudança de
atitude
Difícil mensurar
Conversa e Observação
P.19
Agora eu consigo perceber, pois estou
completando uma turma, daí observo o
comportamento deles, as atitudes e
consigo ver uma mudança.
Agora eu consigo perceber,
pois estou completando uma
turma...
... observo o comportamento
deles, as atitudes e consigo ver
uma mudança.
Percebe ao
complementar a
turma
Observa o
comportamento
P.20 Não consigo perceber…é algo muito
discreto, só se eles comentam algo.
Não consigo perceber...
...é algo muito discreto, só se
eles comentam algo.
Não percebe
Percebe apenas
quando comentam
P.21
Olha quando a gente fica com uma turma ao longo de mais de um ano, um tempo
maior pra gente estar percebendo a gente
consegue sim notar uma diferença, até
pelos comentários deles. Convidei uma
profissional dos dentes, uma dentista pra
vir dar uma palestra fechando o que a
gente já tinha trabalhado e ela fez uma
triagem com os alunos e percebeu que
eles tinham uma boa higiene bucal.
Comentou que a nossa turma aqui foi
uma das escolas que ela observou mais resultados.
... quando a gente fica com uma turma ao longo de mais
de um ano, um tempo maior
pra gente estar percebendo...
... a gente consegue sim notar
uma diferença, até pelos
comentários deles...
Percebe quando acompanha a turma
Percebe pelos
comentários
P.22
Ah sim, eles mudam bastante o
comportamento, perguntam bastante me
relação aos temas de saúde, tem alunos
de inclusão que eles perguntam: “Eu
posso? Tenho que ir no médico? Como
chama o médico? O que eles vão fazer
comigo? Você é professora de ciências,
de biologia, você tem quem me ajudar”.
Então eu tento ajudar, explicar sobre
vírus, bactérias, as viroses, doenças,
então sempre procuro ajuda-los.
... mudam bastante o
comportamento, perguntam
bastante me relação aos temas
de saúde...
Percebe pelo
interesse ao tema
P.23
Sim, sim, é fácil de ver mudança porque
aqueles que já conheciam alguma coisa é...eles ficam normais, agora os que não
sabiam já aconteceu de aluno entrar na
sala e falar: “professor hoje, eu tive um
frio na barriga, o ônibus encalhou e eu
tive um frio na barriga e eu sei que foi a
noradrenalina que está agindo no meu
corpo”, então é uma coisa que ele
conseguiu perceber, conseguiu associar a
alteração no seu corpo e o que provocou
essa mudança, o que está agindo em seu
corpo, então alguns tem facilidade de compreensão, vendo que isso faz parte
deles, então estão recebendo bem a
informação também.
...é fácil de ver mudança...
... uma coisa que ele conseguiu perceber, conseguiu
associar a alteração no seu
corpo e o que provocou essa
mudança, o que está agindo
em seu corpo, alguns tem
facilidade de compreensão,
vendo que isso faz parte deles,
então estão recebendo bem a
informação também....
Percebe com
facilidade
Percebe pela
associação com
situações
vivenciadas
103
Tabela 10: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 4: Descreva
sobre seu sentimento de responsabilidade e capacidade de influenciar a saúde e a qualidade de
vida do seu aluno e dos seus familiares.
p.24
Se você, por exemplo, comparar o
trabalho do início do bimestre pro final
do bimestre, você consegue sentir sim,
dependendo da sala, dependendo do
ambiente você sente sim uma melhora, uma evolução nesse entendimento deles
na parte de saúde. Pois eles acreditam
muito no que veem na TV, e nem sempre
é isso que acontece, então as vezes você
mostra uma outra parte pra eles, e
deixam eles na dúvida, então eu sempre
digo pra eles: Nunca acreditem naquilo
que vocês ouvem, escuta e vocês
pesquisam pra ter certeza, pois hoje em
dia qualquer um pode falar alguma coisa
e a gente não sabe se isso é verdade ou não.
…se...comparar o trabalho do
início do bimestre pro final do
bimestre, você consegue sentir
sim...
... dependendo da sala,
dependendo do ambiente você
sente sim uma melhora, uma
evolução nesse entendimento
deles na parte de saúde...
Percebe ao final do
bimestre
Percebe
dependendo do
ambiente
Profess
or
Colabo
rador
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
P.1
Ah, eu acho que somos responsáveis,
principalmente pela orientação né?
Nosso foco aqui é orientar além de
passar o aprendizado, pra ele poder se
prevenir e certas circunstancias ele
evitar, então acho que nosso principal
foco seria a orientação devido essas
doenças mesmo, o modo de transmissão,
pra que ele possa numa situação, poder
dizer: “Não! Isso não é legal porque pode
acontecer aquilo!” Pra ele poder se
prevenir, nosso foco mesmo é a
orientação, tanto na parte de vacinação,
quando a gente entra no 1º ano e fala
muito da história da vacinação, a gente
comenta o que é importante, eles terem
na vida reprodutiva traz, fazendo a
vacinação correta de 15 anos, as meninas
do HPV que teve assim, uma grande
campanha pra vacinação gratuita, é mais
com o intuito de “ai mais dói
professora...”, mas pense bem, essa
dorzinha agora poder evitar um
...eu acho que somos
responsáveis, principalmente
pela orientação...
Nosso foco aqui é orientar
além de passar o aprendizado,
pra ele poder se prevenir e
certas circunstancias ele
evitar,
Responsável pela
orientação
Responsável por
passar o
aprendizado
104
tratamento de câncer que vai ser muito
mais dolorido, então o nosso papel
principal é a orientação e junto com ela a
informação pra eles saberem o porquê,
então é crucial nessa parte.
P.2
Eu acho que sim, que podemos
influenciar. Por exemplo, agora a gente
está participando de um projeto de
drogas, né...só que está no começo, está
no 1º módulo e ... só que nesse projeto a
gente vê a ação assim, que às vezes o
professor tenta trabalhar sozinho, e a
gente sente que tem uma
responsabilidade em relação ao aluno,
mas talvez, se fosse um projeto ou que
mais professores estivessem juntos...a
gente teria uma resposta melhor...Igual
ao projeto do ano passado, nossa escola
fez sobre a sexualidade, eu desenvolvi o
projeto, mas aí...eu senti que os alunos
deram maior importância ainda, porque
os outros professores estavam
comentando também, então eles sentiram
mais interessados, às vezes não houve só
seu ponto de vista, às vezes tem outras
informações, que a gente não sabe, mas
os professores podem passar, mas eu
acho que o professor de ciências e de
biologia eles são vistos pelo aluno como
alguém que entende sobre saúde, então
eles buscam muitas vezes a gente...caso
de aluna grávida...de 1º ano, gestante...
eles vem atrás da gente em busca de
perguntas a respeito de
anticoncepcional...Então, pensando nesta
forma, às vezes não a melhoria do
sistema não parte só dos alunos, mas dos
professores também querer mudar,
porque na verdade a saúde um tema
transversal e transdisciplinar... mesmo
que o aluno veja o professor de ciências
e biologia mais encarregado, mais
próximo dele.
Eu acho que sim, que
podemos influenciar... a gente
sente que tem uma
responsabilidade em relação
ao aluno,
...mas talvez, se fosse um
projeto ou que mais
professores estivessem
juntos...a gente teria uma
resposta melhor...
...eu acho que o professor de
ciências e de biologia eles são
vistos pelo aluno como
alguém que entende sobre
saúde, então eles buscam
muitas vezes a gente...
. a melhoria do sistema não
parte só dos alunos, mas dos
professores também querer
mudar, porque na verdade a
saúde um tema transversal e
transdisciplinar... mesmo que
o aluno veja o professor de
ciências e biologia mais
encarregado, mais próximo
dele.
Sente-se
responsável
Responsabilidade
compartilhada
O professor de
biologia é
procurado pelos
alunos
Os professores
precisam mudar
P.3
Acho que como um professor, e de
biologia a gente tem que ter essa
responsabilidade sim, e tratar desses
temas, realmente orientar corretamente o
...como um professor, e de
biologia a gente tem que ter
essa responsabilidade
sim...…orientar corretamente
Sente-se
responsável como
professor de
105
aluno. Mas quando se fala em
responsabilidade até a consciência pesa,
pois a gente não trata como deveria...
o aluno...
...a gente não trata como
deveria...
biologia
O tema não é
tratado como
deveria
P.4
Com certeza somos responsáveis, até pra
ele pensarem na questão .... Por exemplo,
núcleo celular, que aparentemente parece
algo longe, bem distante dos alunos
porem eu trouxe bem próximo pra eles,
porque deu para falar de material
genético, de tumores de câncer, porque
eu tento deixar mais perto da realidade
do aluno, de cada sala.
Com certeza somos
responsáveis, até pra ele
pensarem na questão ....
...eu tento deixar mais perto da
realidade do aluno, de cada
sala.
Sente-se
responsável.
Aproxima os
conteúdos da
realidade dos
alunos.
P.5 Eu me sinto muito responsável. Eu me sinto muito
responsável.
Sente-se
responsável.
P.6
Olha, em partes, porque isso ai também
depende da família, do pai, da mãe e do
próprio aluno, porque são adolescentes, e
hoje está tudo na internet, os meios de
comunicação divulgam toda hora.
...em partes, porque isso ai
também depende da família,
do pai, da mãe e do próprio
aluno, porque são
adolescentes, e hoje está tudo
na internet, os meios de
comunicação divulgam toda
hora.
Sente-se
responsável em
parte.
P.7
Acho não só com os alunos, acho pela
família inteira. Porque assim, eles sabem
muito do senso comum, porque eles
estão naquele ambiente, a família estava
passando algum tipo de conhecimento
pra ele, e ele leva aquilo como
verdadeiro, e o ponto de vista também é
verdadeiro. Qual é o meu papel como
professor? Não é....mostrar que o que ele
está falando é errado, mas ele tem que
chegar nessa conclusão. Quando ele
muda, quando ele percebe que aquilo ele
acreditava não é realmente o que é, ele
acaba influenciando a própria família.
Então por exemplo, a gente está
discutindo assim com eles, a sexualidade,
o pré-natal; então uma menina ficou
grávida na escola...Quando ela percebe
que ela precisa fazer o pré-natal, por
vários fatores, ela acaba passando isso
para frente, até para às amigas dela, e
acaba influenciando na mãe, no pai, do
...Acho não só com os alunos,
acho pela família inteira...
... Quando ele muda, quando
ele percebe que aquilo ele
acreditava não é realmente o
que é, ele acaba influenciando
a própria família...... eu acho
que o tema saúde acaba indo
mais além do da sala de aula...
...eu leciono há 15 anos, os
alunos mudaram totalmente,
porque eles tem um acesso a
informação absurdo, e eu
venho modificando minha
aulas ....O professor é o
Sente-se
responsável,
inclusive pela
família.
O tema saúde vai
além da sala de aula
O professor é
mediador
106
comportamento do pai, no
comportamento da mãe, eu acho que o
tema saúde acaba indo mais além do da
sala de aula. Não tem como né? Não tem
como você...o ato de ensinar ele não é
estanque, não tem como ensinar alguém
que não quer aprender, o que a gente
tenta fazer, que nunca vai chegar em
100% porque a estrutura de escola que
nós temos não é o ideal, mas ele só
aprende quando realmente quer, e tem
outra questão, o professor tem que estar
aberto pra isso, por exemplo, eu leciono
há 15 anos, os alunos mudaram
totalmente, porque eles tem um acesso a
informação absurdo, e eu venho
modificando minha aulas ....O professor
é o mediador, e tem que fazer muito bem
isso, senão ele trava a turma.
mediador, e tem que fazer
muito bem isso, senão ele
trava a turma.
P.8
Com certeza! Aliás, esse tema sobre
saúde, por eu ser professor de educação
física é um tema que eu bem gosto, gosto
bastante, por exemplo, nessa nova fase
que eu estou vivenciando na biologia
quando eu chego nesses temas eu me
sinto muito mais à vontade até por eu ter
um pouco mais de conhecimento e
facilidade pra trabalhar com eles, e o que
eu acho, pelo que leio dentro da OMS,
falando desses temas, eu acho que é o
ideal, claro que os outros temas são
necessários, mas é o ideal nos
trabalharmos essa vivencia e essa
realidade do nosso aluno.
Com certeza...... eu acho que é
o ideal, claro que os outros
temas são necessários...
...mas é o ideal nos
trabalharmos essa vivencia e
essa realidade do nosso
aluno....
Sente-se
responsável.
Ideal é trabalhar a
realidade do aluno
P.9
A gente se sente responsável em passar e
dar uma base, por outro lado você fica
até decepcionado, pela falta de recepção
por parte deles, de interesse, de focar
saúde, alimentação, obesidade, e eles
quase que não associam tanto, e assim
mesmo a gente trabalha, trabalha e dá a
base porque o foco é sempre dar a base e
auxiliá-los.
A gente se sente responsável
em passar e dar uma base... e
eles quase que não associam
tanto, e assim mesmo a gente
trabalha, trabalha e dá a base
porque o foco é sempre dar a
base e auxiliá-los.
Sente-se
responsável em dar
a base aos alunos,
auxiliá-los.
P.10
Muito, muito, eu acho que a gente como
educadora né, precisa sim, sinto sim, a
gente mesmo...a gente acaba assumindo
mesmo, eu acho porque a gente está mais
próximo dele então acaba que sendo uma
obrigação um dever, principalmente na
Muito, muito...... a gente está
mais próximo dele então acaba
que sendo uma obrigação um
dever, principalmente na nossa
área...
Sente-se
responsável por ser
da área
107
nossa área.
P.11
Sim, nossa, sem dúvida nenhuma, são
temas de extrema importância. O que a
gente percebe que muitas vezes os alunos
tem principalmente, nos temas voltados
a saúde, uma visão muito limitada de
como acontecem os processos, pra que
serve uma vacina, as vezes eles veem na
televisão, porque tem que usar camisinha
numa relação sexual, mas não sabe usar,
não sabe por, não sabe as doenças, as
meninas até em relação ao ciclo
menstrual acham que se tomar o remédio
não pega doença, ou não sabe o ciclo, se
é regulado se não é, então acho que dá
pra ajudar muito nessa parte.
Sim, nossa, sem dúvida
nenhuma, são temas de
extrema importância... O que a
gente percebe que muitas
vezes os alunos tem
principalmente, nos temas
voltados a saúde, uma visão
muito limitada de como
acontecem os processos...
então acho que dá pra ajudar
muito nessa parte.
Sente-se
responsável devido
a importância dos
temas.
P.12
Sim, sim, porque a primeira parte, eles
vem na escola pra ter um educação
também, inclusive nessa parte, eles
aprendem muito com a gente sim,
inclusive nesse parte de prevenção, com
certeza.
Sim, ...eles aprendem muito
com a gente sim, inclusive nesse parte de prevenção, com
certeza.
Sente-se
responsável
P.13
Como professora de biologia não, mas
como professora sim. É claro que na
prática as coisas de saúde parece que está
diretamente relacionada com o professor
de biologia, por conta de, teoricamente,
ele ter mais conhecimento sobre aquilo
do que outros, mas eu acho que isso
devia ser desvinculado, porque muitas
vezes o professor mais acessível, que
poderia ter maior resultado com o aluno
não é o de biologia, é o de matemática, é
a questão da afinidade com o professor
com a sala, que de repente é maior que o
conhecimento, porque ele está ai pra
qualquer um adquirir, pedir ajuda...então
nessa linha de trabalho devia ser
diferente, na pratica a gente fica mais
responsabilizado. Eu não tenho problema
quanto a isso, pois não tenho problema
de conversar com o aluno sobre assunto
nenhum, e o que eu não sei também não
tenho vergonha de falar, de pesquisar.
Mas acho que não devia ser
automaticamente vinculado, exclusivo do
professor de biologia. É um tema
transversal, que todos os professores
deviam trabalhar, mas acaba a gente
trabalhando mais com eles do que os
... Como professora de
biologia não, mas como
professora sim...
... acho que não devia ser
automaticamente vinculado,
exclusivo do professor de
biologia......É um tema
transversal, que todos os
professores deviam trabalhar,
mas acaba a gente trabalhando
mais com eles do que os
outros professores.
Sente-se
responsável como
professora
Responsabilidade
compartilhada
108
outros professores.
P.14
Lógico, completamente, os alunos que
não tem conselhos de higiene em casa...a
escola é onde nós precisamos, como
educadores passar o que precisa ser feito,
em ciências e biologia porque está mais
junto aos temas, sobre escovar os dentes,
tomar banho, quantas vezes eles vem
cheirando xixi....
Lógico, completamente...a
escola é onde nós precisamos,
como educadores passar o que
precisa ser feito, em ciências e
biologia porque está mais
junto aos temas...
Sente-se
responsável em
passar o que precisa
ser feito
P.15
Responsável não, mas eu acho assim, o
que eu posso fazer, posso estar passando,
alguma informação, ai sim, entendeu? Eu
acho que vai de cada um, mas eu não me
sinto responsável, por exemplo gravidez
na adolescência, todo ano a gente faz a
campanha e eu não posso falar que o
número diminui. O ano passado foi até
bem interessante, pois a menina que mais participou, que pegou bexiga que estava
grávida naquela viagem, foi a a que mais
participou do debate, que disse querer até
fazer intercambio, estava grávida, acho
que até... ou ela engravidou depois da
dinâmica ou ela já estava gravida, e do
jeito que ela falou eu colocava a minha
mão no fogo, pois ela demonstrou ter
perspectiva de vida, de estudar, falou até
de intercambio, pois a maioria dos
nossos alunos aqui já falaram,
principalmente lá no Turvo que vão terminar o EM e acabou, então assim,
não adianta...3 ano apáticos,
desinteressados, não querem saber de
nada...nem com 15 alunos que poderia
ser um paraíso no entanto eles não tem
interesse, não querem estudar, não vão
fazer faculdade, vão trabalhar de
motorista.... Isso não é só em biologia, é
em tudo, eles não tem interesse, você vai
no básico no que eles conseguem fazer
na sala de aula só pra tirar nota, nem ENEM eles fazem inscrição....
Responsável não, mas eu acho
assim, o que eu posso fazer,
posso estar passando, alguma
informação...
Não se sente
responsável
P.16
Eu sinto que isso é fato, porque muitos
deles não tem nenhuma noção do que
está acontecendo com o corpo deles, não
tem como chegar e conversar com os
pais, ainda mais na nossa comunidade
que os alunos tem pais que não tem nem
o ensino primário, então a gente procura
fazer esse trabalho, que é até legal, eu
gosto disso, a medida que eu sei, que eu
posso ajudar, eu estou fazendo.
Eu sinto que isso é fato,
porque muitos deles não tem
nenhuma noção do que está
acontecendo com o corpo
deles, não tem como chegar e
conversar com os pais...
...a gente procura fazer esse
trabalho, que é até legal, eu
gosto disso, a medida que eu
sei, que eu posso ajudar, eu
estou fazendo
...
Sente-se
responsável
Gosta de ajudar
P.17 Sim, me sinto responsável, pois é um tema bastante abrangente, eles
participam, as vezes até relatam casos da
Sim, me sinto responsável, pois é um tema bastante
abrangente...
Sente-se responsável
109
família de doenças...temos que ajudar. ...Temos que ajudar Gosta de ajudar
P.18 Me sinto responsável por contribuir na prevenção, através de informações claras
e precisas, dar um apoio, mas a mudança
de atitude dele não é garantida.
Me sinto responsável por contribuir na prevenção,
através de informações claras
e precisas, dar um apoio...
Sente-se responsável por
contribuir na
prevenção
P.19
Me sinto sim porque eu gosto de abordar
esse tema, tenho bastante liberdade, tento
trabalhar com a maior naturalidade
possível, principalmente os relacionados
a sexualidade e DST que é um tabu pra
criançada…eu me acho responsável sim,
pois grande parte das informações dos
meus alunos que estão no 3º ano tem é
devido todo esse percurso, que agora que eu estou completando uma turma.
Me sinto sim porque eu gosto
de abordar esse tema...
.
Sente-se
responsável
P.20
Eu acredito que o professor de biologia
ele tem tanta função social como
qualquer outro professor, só que a forma
de abordagem nessa na disciplina te dá
mais um pouco de inserção na vida dos
alunos, eu me sinto responsável como
todos deveriam se sentir. Se a gente tem
o conhecimento, e tem alguém que não
tem, a gente tem que passar isso pra eles.
...a forma de abordagem nessa
na disciplina te dá mais um
pouco de inserção na vida dos
alunos, eu me sinto
responsável como todos
deveriam se sentir.
Sente-se
responsável pela
inserção do tema na
vida do aluno
P.21
O professor é o primeiro agente de
saúde, que trabalha com eles. Eu sinto
como minha obrigação mesmo, de estar trabalhando esse tema, é uma
responsabilidade muito grande da gente
estar desenvolvendo, e criando junto com
eles uma responsabilidade pela área da
saúde, principalmente na educação,
higiene pessoal, que são os maiores
vínculos, difundir as verminoses, as
parasitoses, o professor de ciências e
biologia tem uma grande
responsabilidade em diminuir essa
disseminação de doenças.
O professor é o primeiro
agente de saúde, que trabalha
com eles... ... sinto como minha
obrigação...
... professor de ciências e
biologia tem uma grande
responsabilidade em diminuir
essa disseminação de
doenças....
Sente-se
responsável.
P.22
Ahh sim, como professora de ciências eu
sou cobrada principalmente por eles, eles me cobram, professora o que é isso, o
que é aquilo. Principalmente sobre
sexualidade, minha mãe não explica isso,
me ajuda, daí eu explico, tento ajudar,
acho que essa é minha função.
...Sim, como professora de
ciências eu sou cobrada principalmente por eles...
... eu explico, tento ajudar,
acho que essa é minha
função....
Sente-se
responsável
Tenta ajudar
P.23
De certa maneira sim, porque se digamos
assim, a escola hoje em dia, o pessoal
manda, os pais mandam as crianças pra
serem educados na escola, na minha
concepção, então eles fazem isso: “vai lá
e o professor vai ensinar você tudo o que
você tem que saber”, o professor vai ensinar você lá, e não é bem assim.... Por
exemplo, eu estava ensinando métodos
contraceptivos, passam 3 meses a aluna
fica gravida, daí o pai fala: “o professor
não ensino os métodos contraceptivos
pra você?” Então fica uma coisa meio
complicada, então eu me sinto um pouco
responsável…quando você gosta do que
... De certa maneira sim...eu
me sinto um pouco
responsável...
...quando você gosta do que
está fazendo, você quer tomar
conta, você quer que eles aprendam e não façam as
coisas erradas...
Sente-se um pouco
responsável
Cuidado com os
alunos
110
Tabela 11: Depoimentos, expressões chave e ideia central referentes à questão 5: Comente o
que você sabe sobre as metodologias ativas de aprendizagem, se já ouviu falar ou o que
desconfia que seja.
está fazendo, você quer tomar conta,
você quer que eles aprendam e não
façam as coisas erradas, mas não é
sempre que acontece isso, infelizmente
acontece muito dos alunos entrarem em drogas, ficando grávidas, e isso acontece
querendo eu ou não...faz parte, mas eu
tento incentivá-los a não fazerem, tenho
um cuidado com eles.
p.24
Ahhh sim! Com certeza eu me sinto, por
causa que a saúde começa com você
prevenindo não? E tem como você
trabalhar essa parte de prevenir as coisas
aqui nesse momento, pois nessa idade,
geralmente, você não tem tantos
problemas, os problemas se acarretam se
você tem uma alimentação que não seja adequada, dorme pouco, então nesse
momento acho que é legal você trabalhar
esse tipo de coisa, a saúde preventiva
principalmente.
...com certeza eu me sinto, por
causa que a saúde começa
com você prevenindo... então
nesse momento acho que é
legal você trabalhar esse tipo
de coisa, a saúde preventiva
principalmente.
Sente-se
responsável pela
Saúde preventiva
Profess
or
Colabo
rador
Depoimentos Expressões Chave (E-CH) Ideias Centrais (IC)
P.1
Não conheço, não por esse nome, mas
acho que toda metodologia nova pode ser
enriquecedor pra gente no trabalho de
realização, o que a gente puder estar
fazendo pra despertar esse interesse…é
sempre válido pra gente poder estar
trabalhando melhor.
Não conheço, não por esse
nome...
...toda metodologia nova pode
ser enriquecedor...
Não conhece
Toda metodologia
nova é válida
P.2
Não conheço, não imagino o que seja. Não conheço, não imagino o
que seja.
Não conhece
Não conheço mas com certeza gostaria
de conhecer, a gente tem que seguir o
currículo, pode parecer desculpa essa
questão do currículo pra não trabalhar,
até talvez seja um pouco, o fato é que a
cobrança é em cima deste currículo,
realmente a metodologia, esse trabalho
diferenciado, porque tudo que apresenta
de diferente ao aluno ele dá uma
resposta, mas a gente está tão cansado no
Não conheço, mas com
certeza gostaria de conhecer.
...falta um apoio, uma
oportunidade, um incentivo. A
gente está sempre aberto a
Não conhece, mas
gostaria de
conhecer
Falta apoio e
incentivo para
111
dia a dia, são tantas aulas que a gente
acaba relaxando nesse sentido, por uma
questão de comodismo, muito tempo no
estado, muito tempo de serviço, isso vai
procurando uma anestesia na gente que a
gente não busca por essas coisas,
infelizmente vissem talvez da DE, do
próprio currículo, uma forma
diferenciada, funcionaria acho que
melhor, porque se fala muito no
professor, que ele tem que se diferenciar,
mas não se oferece tempo pra gente
trabalhar, preparar nossas aulas, tem que
estar na sala de aula o tempo todo, não se
cumpre uma lei, que é a lei do piso.
Quando eu chego em casa a única coisa
que eu tenho vontade é comer e dormir,
essa é a realidade…e a gente que
trabalhar, não é só desculpa…não é bem
assim....falta um apoio, uma
oportunidade, um incentivo. A gente está
sempre aberto a conhecer,
principalmente aberto a uma nova
proposta e se for possível receber um
material, nem que sejam slides, vídeos,
qualquer coisa que ajude no processo de
aprendizagem, acho que facilita bastante
essa questão ...acho que esse apoio
realmente que as O.T deu uma cessada,
acho que isso prejudicou um
pouco…vem pra escola, vai ver minha
aula e daí? Qual o apoio que eu tenho?
Vê se aula está no currículo, vai estar,
mas não é suficiente, principalmente nos
temas de saúde pública.
conhecer, principalmente
aberto a uma nova proposta e
se for possível receber um
material, nem que sejam
slides, vídeos, qualquer coisa
que ajude no processo de
aprendizagem, acho que
facilita bastante essa questão
novas propostas
P.4
Não conheço mas acredito que seria
enriquecedor sim, porque o que falta pra
eles é material para trabalhar com os
alunos, então quando você trabalha
sistemas do corpo humano por exemplo,
seria legal ter jogos, fazer dinâmicas,
para que envolvam os alunos, para que
eles estejam percebendo o que está
acontecendo realmente, aulas práticas em
biologia, em algumas aulas pelo menos,
não dá pra ser todas, lógico.
Não conheço mas acredito que
seria enriquecedor...
...seria legal ter jogos, fazer
dinâmicas, para que envolvam
os alunos...aulas práticas
Não conhece, mas
acredita ser
enriquecedor
Diversificar
estratégias para
envolver os alunos
P.5
Não ouvi falar, mas se você me falar
como funciona algumas, eu posso até ver
se eu identifico nas minhas práticas
docentes.
Não ouvi falar... Não conhece, nunca
ouviu falar.
112
P.6
Nunca ouvi falar, única cosia que eu
estou seguindo é que eu pego a apostila e
os livros didáticos, eu sinto que o
governo abandonou essa parte de
programa de saúde, como outra matéria,
educação ambiental que faz parte de
saúde, pra você ter uma ideia o currículo
de Minas Gerais tem 3 aulas de ciências
e 1 de educação ambiental, e no estado
de SP não tem aula de educação
ambiental, está inserido em biologia,
assim como programa de saúde, e devia
ter 50 minutos por semana dessas
matérias
Nunca ouvi falar... Não conhece, nunca
ouviu falar.
P.7
Por esse nome não. Mas a estrutura
metodológica…precisa mudar essa
estrutura. Não existe um tempo pro aluno
buscar, só a gente oferece...Não tem
outro caminho pra educação, se gente
continuar assim eles vão sair sem saber
nada... é preciso quebrar as resistências,
com a da sala ambiente... trabalhar por
áreas, interdisciplinar... conexão,
contextualização…
Por esse nome não... Mas a
estrutura
metodológica…precisa
mudar...Não existe um tempo
pro aluno buscar, só a gente
oferece...
Não tem outro caminho pra
educação, se gente continuar
assim eles vão sair sem saber
nada... é preciso quebrar as
resistências, com a da sala
ambiente... trabalhar por áreas,
interdisciplinar... conexão,
contextualização…
Não conhece por
esse nome
É preciso quebrar
resistências e mudar
P.8
Não conheço, mas eu acho que nós
conseguiríamos uma mudança de atitude
mesmo, eu com certeza acho que sim. Na
minha turma do 1º ano, eu estou
trabalhando com eles...no 3º ano estamos
falando sobre alimentação, digestão,
circulação e sistema respiratório, está
falando diretamente da alimentação, e
assim, muitos deles não entendem pra
que que serve o carboidrato, os lipídeos,
as proteínas, mas, é... eu tinha dentro do
caderno do aluno, tinha uma tabela que
se chama guia de bolso, e nesse guia, já
conseguiu prender mais atenção deles,
onde tem pro exemplo a cadeia dos
alimentos, o alimento rico, nutritivo,
então percebi que teve muitos deles
perguntando, porque o jovem de hoje em
Não conheço, mas eu acho que
nós conseguiríamos uma
mudança de atitude mesmo, eu
com certeza acho que sim.
...Se existe um método de uma
maneira diferenciada, como
esse que eu te falei agora,
além de ele pensar na beleza,
eles estaria pensando em sua
saúde, então poderia mudar os
hábitos alimentares, como
nesse exemplo que eu dei pra
você agora. Não, eu acho que
deve ser alguma coisa que seja
Não conhece
Método
diferenciado
poderia mudar
atitudes
113
dia, indiretamente, ele está pensando na
beleza mas está cuidando da saúde.
Então se existe um método de uma
maneira diferenciada, como esse que eu
te falei agora, além de ele pensar na
beleza, eles estaria pensando em sua
saúde, então poderia mudar os hábitos
alimentares, como nesse exemplo que eu
dei pra você agora.
Não, eu acho que deve ser alguma coisa
que seja na prática mesmo.
na prática mesmo.
P.9
Não conheço, mas sem dúvida, se tivesse
uma mudança de estrutura, diminuísse o
número de alunos por sala, mudasse infra
estrutura, tivesse alguma alterações nas
questões de gestão e política de educação
e tivesse um sistema que realmente
motivasse tanto a equipe docente como
os alunos, então eles não veem...hoje a
política é corrupta, o sistema é corrupto,
o sistema é falho, os exemplos vem de
cima, então a política de educação que
devia melhorar…. eu acredito que é de
proposito que eles não querem mudar,
melhora, não investir, é claro que se você
colocar condições, investir, mudar o
foco, isso deveria ser um trabalho árduo,
grande, começar desde as séries iniciais,
no pré, mudar uma concepção, mas pra
isso deveria realmente haver vontade
política, o que na verdade não há, esbarra
nesse lado, e claro, que mesmo não
havendo a gente faz a nossa parte,
trabalha com carinho, respeito, a gente
corre atrás, faz o melhor, procura
diferenciar as estratégias para atingir o
aluno, pra que ele aprenda, a gente é um
vetor, mesmo em situações adversas, a
gente é um vetor pra que o aluno tenha
um aprendizado, então a gente faz com
muito carinho pra que ele realmente
aprenda dentro das circunstancias....
Não conheço, mas sem
dúvida, se tivesse uma
mudança de estrutura,
diminuísse o número de
alunos por sala, mudasse infra
estrutura, tivesse algumas
alterações nas questões de
gestão e política de educação e
tivesse um sistema que
realmente motivasse tanto a
equipe docente como os
alunos...
...a gente corre atrás, faz o
melhor, procura diferenciar as
estratégias para atingir o
aluno, pra que ele aprenda, a
gente é um vetor, mesmo em
situações adversas, a gente é
um vetor pra que o aluno
tenha um aprendizado, então a
gente faz com muito carinho
pra que ele realmente aprenda
dentro das circunstancias...
Não conhece.
Mudanças que
motivem docentes e
alunos
Diferenciar
estratégias para que
o alunos aprendam
P.10
Ativa? Constante? Não sei... Assim,
quanto mais você aproxima a realidade
né, do aluno, quanto mais você, é como
eu falei, é a contextualização ali mesmo,
vivencia, acaba sendo uma metodologia
mais eficaz, eu acredito né, um pouco,
não fica no abstrato, e tem chance de
partir deles também a mudança... o aluno
Ativa? Constante? Não
sei...quanto mais você
aproxima a realidade né, do
aluno, quanto mais você, é
como eu falei, é a
contextualização ali mesmo,
vivencia, acaba sendo uma
metodologia mais eficaz, eu
Não sabe
Metodologia que
aproxima da
realidade do aluno
114
tem aquela mentalidade muitas vez de
biologia, e mesmo ciências... esses dias
dentro da sala uma aluna veio perguntar
alguma coisa sobre a sexualidade, então
a gente acaba que parece que é um
enfermeiro, que sabe mais, que substitui
o médico, então eu tenho um carocinho o
que é... então acaba aproximando mais
da gente por isso então, com certeza
nosso papel é muito importante.
acredito né, um pouco, não
fica no abstrato, e tem chance
de partir deles também a
mudança
P.11
Com esse nome não. Eu acho que seria
fornecer os subsídios necessários pra que
o aluno possa construir algum tipo de
conhecimento, você pegar as pecinhas e
colocar em cima da mesa e direcionar...
dá pra você fazer uma casa com esses
cubos, como você pode fazer isso? Da
pra começar pelo teto? Pela parede?
Seria mais ou menos isso, acho que vai
pra esse ponto. Se a gente tivesse a
oportunidade de trabalhar, todas, ou a
maioria das aulas, pelo menos, você
precisa entrar qualquer tipo de tema com
o aluno, então você aborda um tema, daí
você faz com que ele faça a construção
do conhecimento, daí você dá um
subsídio pra ele montar, fazer uma
exposição daquilo que ele aprendeu,
montar o conhecimento dele, demoraria
... o tempo... o proveito do tempo seria
uma coisa assim, extraordinária, você
aproveitaria o tempo de uma maneira
muito maior do que a gente aproveita, só
que nós esbarramos em muitas
questões...não é que a gente não tenha
vontade, a gente tenta fazer algo muito
dinâmico, fazer eles perceberem muita
coisa, comentarem muita coisa, mas
esbarramos no desinteresse da parte
deles, e assim .... Pensadores, momento
de transição... fatores externos pra
interferirem na escola, pra dar um
subsídio... não dá pra quebrar o pau,
senão vou criar mais barreiras, é preciso
estreitar o laço, eu digo que acredito
neles, que eles conseguem fazer, vamos
fazer pessoal, vamos prestar atenção,
vamos fazer tal coisa hoje? Mas é algo
muito devagar... tem um crescimento
depois esmorece de novo, não dá pra eu
Com esse nome não...... acho
que seria fornecer os subsídios
necessários pra que o aluno
possa construir algum tipo de
conhecimento...você aborda
um tema, daí você faz com
que ele faça a construção do
conhecimento, daí você dá um
subsídio pra ele montar, fazer
uma exposição daquilo que ele
aprendeu...
Seria o ideal que todos os
professores trabalhassem
assim, em cima da construção
do conhecimento, o caminho
da educação realmente é esse,
eles construírem, ele perceber
que ele é capaz, porque aquilo
que você faz você não
esquece, você erra uma vez,
depois aprende....
Não conhece com
esse nome
Todos os
professores
deveriam trabalhar
com construção do
conhecimento
115
insistir muito é complicado...daí
mesclamos o tradicional, com algo
diferente, daí vi que consegui, daí faço
de novo, e assim vai... seria o ideal que
todos os professores trabalhassem assim,
em cima da construção do conhecimento,
o caminho da educação realmente é esse,
eles construírem, ele perceber que ele é
capaz, porque aquilo que você faz você
não esquece, você erra uma vez, depois
aprende....por que nosso sistema de
ensino é um sistema furado....é um
sistema que não prioriza...tem as
questões de competência habilidade, mas
a maioria dos professores não trabalham
assim, não priorizam o aluno....a gente
escuta os professores falando, que passou
um texto na lousa e o aluno não
respondeu...não é interessante pra
ele...então isso dificulta....você faz algo
diferente e os outro não.
P.12
Não conheço, mas acho muito válido, se
tivesse alguma metodologia diferenciada
seria de muito bom uso, pela gente e
pelos alunos também.
Não conheço, mas acho muito
válido, se tivesse alguma
metodologia diferenciada seria
de muito bom uso, pela gente
e pelos alunos também.
Não conhece mas
acha válido
P.13
Por esse nome não conheço, mas tenho
interesse em conhecer.
Por esse nome não conheço,
mas tenho interesse em
conhecer.
Não conhece, mas
tem interesse
P.14
Não conheço. Seria ótimo conhecer, pois
com certeza seria bem melhor, se não
tivesse algo, não só a escola, não só o
professor, se tivesse algo que o aluno
pudesse ter acesso direto, seria melhor.
Não conheço. Seria ótimo
conhecer, pois com certeza
seria bem melhor, se não
tivesse algo, não só a escola,
não só o professor, se tivesse
algo que o aluno pudesse ter
acesso direto, seria melhor.
Não conhece, seria
ótimo conhecer.
P.15
Metodologias ativas…não sei...... já ouvi
falar...eu acho que é assim, que tem a ver
com contextualização, com o
conhecimento prévio do aluno, a
participação…ver o que eles sabem e
partir daquele ponto…isso que eu
ouvi…ahhhh...é o protagonismo não é?
...já ouvi falar...eu acho ...que
tem a ver com
contextualização, com o
conhecimento prévio do
aluno, a participação…ver o
que eles sabem e partir
daquele ponto…isso que eu
ouvi…ahhhh...é o
protagonismo
Ouviu falar
P.16 Não conheço, não por esse nome...mas tenho interesse, tudo é aprendizado
Não conheço, não por esse nome...
... tenho interesse, tudo é
aprendizado
Não conhece por esse nome
Tem interesse
116
P.17 Não conheço, mas pelo nome acho que
alcançaria
Não conheço, mas pelo nome
acho que alcançaria mais
alunos...
Não conhece
P.18
Não, com esse nome não. A gente vai na
prática do dia a dia, do que a gente já tem ao longo dos anos, mas nada assim, com
essa denominação não e eu nunca vi
nada... A única coisa que eu tenho de
noção, que não sei se entra nisso que
você falou é esse do vale sonhar que a
gente trabalha já algum tempo, com
cartões, dinâmicas, mas fora isso não.
Hoje a gente tem um aluno diferente, eu
acho que esse aluno mais agitado, que as
vezes é meio difícil de trabalhar com
eles, novos caminhos, novas metodologias pra trabalhar saúde seria
muito bom. Novo caminhos pra nos são
importantes e interessantes, e tudo que
vocês puderam nos ilustrar, porque a
gente fica preso na escola, mesmo que a
gente se atualize a gente não expande
muito por falta de tempo e condições...
Não, com esse nome não...eu
nunca vi nada... ...única coisa que eu tenho de
noção, que não sei se entra
nisso que você falou é esse do
vale sonhar que a gente
trabalha já algum tempo, com
cartões, dinâmicas...
... esse aluno mais agitado,
que as vezes é meio difícil de
trabalhar com eles, novos
caminhos, novas metodologias
pra trabalhar saúde seria muito bom...
Não conhece por
esse nome
Noção que o kit
vale sonhar é
semelhante
Novas
metodologias para o
aluno agitado
P.19
Não conheço por esse nome, mas eu
acho que traria transformações, pois toda
vez que a gente faz com eles sejam mais
protagonistas do processo, eles acabam
aprendendo mais.
Não conheço por esse nome,
mas eu acho que traria
transformações,
...toda vez que a gente faz com
eles sejam mais protagonistas do processo, eles acabam
aprendendo mais.
Não conhece por
esse nome
Aluno protagonista
aprende mais
P.20 Já ouvi falar, mas não sei como você…os
termos são utilizados de formas
diferentes....
Já ouvi falar, mas não sei
como...
Já ouviu falar
P.21
Não conheço, mas eu acho que com o
aluno sempre tem que ter alguma cosia a
mais, o que a gente percebe que acaba
dificultando o trabalho seria a rotina. Pra
criança e para o adolescente a rotina é
necessária em alguns pontos, mas a gente
tem que ter algo pra fugir da rotina da
sala de aula, desde que não fuja de uma sistematização do conteúdo, pois se você
deixar muito aberto, muito livre e solto o
que você vai trabalhar acaba não criando
vinculo na mente deles, eles tem que
vincular o lado prático com o teórico,
que isso que dá uma consolidação do
aprendizado. Gostaria muito de conhecer
essas metodologias, porque o próprio
professor da área biologia ele é um
questionador, ele é uma pessoa que gosta
de estar aprendendo, a própria profissão da gente faz com que a gente busque
isso, curioso por natureza, então se tiver
a oportunidade é claro que eu vou agarrar.
Não conheço, mas eu acho que
com o aluno sempre tem que
ter alguma cosia a mais, o que
a gente percebe que acaba
dificultando o trabalho seria a
rotina.
... tem que vincular o lado prático com o teórico, que isso
que dá uma consolidação do
aprendizado...
... Gostaria muito de conhecer
essas metodologias...
Não conhece
Gostaria de
conhecer.
Importância de
vincular teoria com
prática
P.22 Não conheço mas acho que elas são...é....
trabalhar com o conteúdo em si, com a
Não conheço
...acho que elas são...é....
Não conhece
Acha que é aliar
117
teoria aliada com a prática do aluno, o
que lê, vê no cotidiano dele, se aquilo se
encaixa ao conteúdo, se ele vê
praticidade na teoria, na vida deles.
trabalhar com o conteúdo em
si, com a teoria aliada com a
prática do aluno,
teoria a pratica
P.23
Eu...com esse nome posso afirmar, não
me lembro, mas eu acredito que possa ser....é praticas? Atividades práticas com
os alunos pra que eles possam ver
realmente como aconteceu? Ver fatos
reais? Atividades relacionadas do dia a
dia, do cotidiano, práticas que eles façam
isso faz isso aquilo faz aquilo...
... com esse nome posso
afirmar, não me lembro...
...mas eu acredito que possa
ser....é praticas? Atividades
práticas com os alunos pra que
eles possam ver realmente
como aconteceu? Ver fatos
reais?
Não conhece por
esse nome
Acredita que é
prática
p.24 Por esse nome não conheço não. ...não conheço... Não conhece