robert capa

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  Universidade Federal do Acre Centro de Filosofia e Ciências Humanas Comunicação Social/Jornalismo Disciplina de Introdução às Técnicas Fotográficas Professora: Aleta Dreves Seminário: Robert Capa Rio Branco/AC Setembro de 2011

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Universidade Federal do AcreCentro de Filosofia e Ciências Humanas

Comunicação Social/JornalismoDisciplina de Introdução às Técnicas Fotográficas

Professora: Aleta Dreves

Seminário:

Robert Capa

Rio Branco/ACSetembro de 2011

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ALINE NASCIMENTOAMANDA BORGES

CAIO NÉLIO FUGÊNCIOEDUARDO DUARTE

JÉSSICA OLIVEIRA BRAGAKAREN YASMIM AIACHE

MARCELA NUNESNATHACHA ALBUQUERQUE

Seminário:

Robert Capa

Trabalho apresentando à disciplina deIntrodução às Técnicas Fotográficas sob aorientação da Professora Aleta Dreves paracomposição da nota da N1.

Rio Branco/ACSetembro de 2011

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Introdução 

Robert Capa, pseudônimo de Endre Ernõ Friedmann, começou a carreira como

assistente e garoto de recados em 1931, Com o regime nazista ganhando cada vez mais espaçona Europa, foi obrigado a fugir para Alemanha mesma época em que ainda estudava na

Universidade de Berlim no curso Ciências Política. Somente 1932 quando foi mandado para

cobrir um evento de Trotsky em que explicava a revolução russa em Copenhagen fez-se

notável, e partir disso teve cada vez mais espaço e respeito como fotógrafo. Em 1933 mudou-

se para Paris, onde conheceu Gerda Taro, sua companheira de fotos e amante fiel, que

compartilhou de seus sonhos. Juntos criam Robert Capa, personagem que já nasce como um

famoso fotógrafo americano, assim conseguem os dois vender as suas fotos por um preçomelhor.

Gerda e Capa, em 1936 acompanham de perto a Guerra Espanhola, onde um ano

mais tarde sua companheira morreria num acidente de viação, onde um tanque passara por

cima de seu carro. Mesmo sem ela, Capa continua sua missão, é neste momento que tira a foto

que durante toda sua vida segue como enigma: „‟A queda do soldado Legalista‟‟ou

„‟Guernica‟‟ em Cerro Muriano. A foto mostra o exato momento onde um miliciano leva um

tiro na cabeça, a foto é desfocada e mal enquadrada, ainda assim foi publicada na revista Lifee surpreendeu ao mostrar de perto um recorte da guerra, algo inovador para a época, onde os

fotojornalistas em geral, publicavam fotos estáticas, sem naturalidade. A polêmica da foto do

Soldado Legalista envolve a veracidade da foto. Teorias afirmam que a foto era posada, já que

se verdadeira, Capa estaria (conforme a angulação) sendo um alvo mais fácil que o próprio

miliciano.

Em 1944 Robert Capa torna-se o único a participar da invasão a Normandia

“armado” apenas com a sua inseparável máquina fotográfica, mesmo usando farda, capacete e

botas de fuzileiro naval. Tornou-se o único a documentar essa batalha histórica, por meio de

divulgação das fotos na revista Life.

Essas imagens podiam ser consideradas as piores fotografias de uma reportagem.

Tremidas, desfocadas e com uma luz difusa, sem muitas escolhas pois são apenas 12

fotografias, após um incidente na revelação dos tapes. Porém são consideradas, apesar desses

problemas técnicos e editoriais, as melhores imagens da história do fotojornalismo.

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A maior contribuição de Capa  – Agência Magnum

Dois anos após a Segunda Guerra Mundial a Agência Magnum foi fundada. A agência

de maior prestígio foi formada por quatro fotógrafos, além de Robert Capa, Henri Cartier-

Bresson, George Rodger e David “Chim” Seymour. Foi criada em meio à sensação de alívio

após a guerra e pela curiosidade do mundo em ter informações. Eles criaram a Magnum em

1947 para refletir sua natureza independente, como pessoas e fotógrafos  –  a mistura

idiossincrática de reporte e artista que continua a definir a empresa, enfatizando não só o que

é visto, mas também a forma como se vê-lo.

De volta à França, eu estava completamente perdido, o fotógrafo Henri Cartier-Bresson

explicou em uma entrevista. “Na época da liberação, as pessoas tinham uma curiosidade nova.

Eu tinha um pouco de dinheiro da minha família, que me permitiu evitar o trabalho em um

banco. Eu me empenhava em olhar para a foto por si só, um pouco como se faz com um

poema. Com a Magnum nasceu a necessidade de contar uma história. Capa disse-me: "Não

mantenhas o rótulo do fotógrafo surrealista. Diz-te fotojornalista, senão vais cair em

maneirismos. E deixa o surrealismo no teu coração.” E continuou: "Se te dizes artista, não te

encomendarão nenhum trabalho. Apresenta-te como fotojornalista e poderás fazer o que

quiseres." Esta era a liberdade de Robert Capa.

A Magnum foi formada para permitir que os seus integrantes, os fotojornalistas,

seguissem seus trabalhos fora das fórmulas do jornalismo de revista. A agência, inicialmente

com sede em Paris e Nova York e, mais recentemente, a adição de escritórios em Londres e

Tóquio, trabalhou de forma bastante radical. Foi fundada como uma cooperativa em que os

funcionários e co-fundadores iriam apoiar, em vez de dirigir os fotógrafos. Os autores das

fotos é que tinham a autonomia, e não as revistas que publicavam o trabalho. Isto significava

que um fotógrafo podia decidir cobrir a fome em algum lugar, publicar as fotos no revista

“Life” e a agência poderia, então, vender as fotografias para revistas em outros países, dando

aos fotógrafos os meios para trabalhar em projetos que particularmente os inspirava.

Naqueles dias, um fotógrafo tinha uma vantagem significativa: grandes áreas do mundo

mal tinham visto um fotógrafo. Eles poderiam optar por ir (quase) em qualquer lugar que eles

quisessem, como George Rodger apontou que nos primeiros dias se poderia “tirar fotos de

qualquer coisa. As revistas estavam pedindo por isto, o erro foi pensar que iriam continuar”.

Ainda assim, com a idade de 75 anos, Rodger vendeu em um mês todas as fotografias que

tinha tirado na África no final de 1940.

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O primeiro movimento da Magnum foi dividir o mundo em áreas flexíveis de cobertura,

com Chim na Europa, Cartier-Bresson na Índia e no Extremo Oriente, Rodger na África e

Capa trabalhando no geral e nos lugares substituindo Bill Vandivert (um americano que tinha

ajudado a fundar a Magnum, mas logo havia desistido) nos EUA.

Na Magnum, os fotógrafos tinham essa autonomia de escolher muitas de suas próprias

histórias e trabalhar por longos períodos de tempo nelas. Nenhum dos participantes dessa

agência quis sofrer os ditames de uma única publicação e sua equipe editorial. Eles

acreditavam que os fotógrafos tinham que ter um ponto de vista em suas imagens que

transcende qualquer gravação de fórmulas de eventos contemporâneos.

Principais fotos

A foto mais conhecida de Robert Capa é a morte do soldado legalista de 1936, Robert

Capa tira sua célebre foto em Cerro Muriano, ao norte de Cordaba, Espanha. Questionado por

especialistas que afirmar ser uma foto forjada. Entretanto revelar que a imagem fotográfica

representa um grande poder de comunicação

Morte do soldado legalista, 1936Em 1944 Robert Capa torna-se o único a participar da invasão a Normandia “armado”

apenas com a sua inseparável máquina fotográfica, mesmo usando farda, capacete e botas de

fuzileiro naval. Tornou-se o único a documentar essa batalha histórica, por meio de

divulgação das fotos na revista Life.

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 O desembarque, Omaha Beach, 6 de junho 1944.

Essas imagens podiam ser consideradas as piores fotografias de uma reportagem.

Tremidas, desfocadas e com uma luz difusa, sem muitas escolhas pois são apenas 12

fotografias. Porém são consideradas, apesar desses problemas técnicos e editoriais, as

melhores imagens da história do fotojornalismo.

Características das Fotos

Robert Capa notabilizou-se pela fotografia de guerra. Fotografou 6 guerras durante sua

vida, e durante e nessa trajetória marcou a história do fotojornalismo pela ousadia de chegar

tão perto do conflito que qualquer outro fotógrafo jamais ousou. À coragem exigida por essa

proximidade somavam-se um impressionante senso de composição. As fotos de guerra de

Capa, assim como a maioria de suas fotos são em preto e branco, o que reforça a narrativa do

front, contada por suas imagens.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as câmeras usadas eram do mesmo padrão do fimdo século anterior, apenas um pouco menores, mas apresentavam as dificuldades para o

manuseio. As teleobjetivas eram extremamente pesadas, fixadas por tripés e era inviável levá-

las aos campos de batalha, o que prejudicava o registro das ações. As câmeras levavam tempo

para ser montadas, fixadas além de dificuldades técnicas como o tempo de exposição para

fixação da imagem nas largas chapas de vidro de 4 x 5 polegadas, que precisavam ser trocadas

a cada exposição. Além disso, as fotografias deveriam retratar momentos estáticos e

inexpressivos, uma vez que o tempo de exposição necessário para que se captasse a luz

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mínima para a sensibilização da chapa impossibilitava a tomada de uma imagem de ação.

Tudo que apresentasse um movimento médio tornava-se um borrão na fotografia.

Capa pôde presenciar o fim das grandes câmeras fotográficas que demandavam umdifícil manuseio por parte do fotógrafo, equivalente aos tempos de hoje seria como se o

mesmo tivesse vivido a transição do analógico para o digital e vislumbrado na nova

tecnologia grandes possibilidades para melhorar sua técnica e seu trabalho.

Área de atuação

Jornalista por formação, Robert Capa se especializou no fotojornalismo de guerras,

cobriu a Guerra Civil Espanhola (1936-39), onde fez sua mais famosa foto, a resistência dos

chineses na Manchúria contra a invasão japonesa, em 1938 (Guerra Sino-Japonesa), a

Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e foi o único fotografo no Dia D, a Guerra Árabe-

Israelense (1948) e a Guerra da Indochina (1954) onde morreu ao pisar em mina terrestre.

Porém Capa também documentou o cotidiano europeu entre as guerras, e os bastidores da

industria cinematográfica americana. Como um dos principais fotógrafos da revista Life, capa

era considerado uma celebridade.

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Conclusão

Capa contribuiu para todo grupo como um símbolo de um novo fotojornalismo, onde a

estética vem aliada da informação. O olhar é diferente, seu estilo é inconfundível.

Nascido como Endre Ernö Friedmann, o húngaro, judeu, marxista e fugitivo do regime

nazista chegou aos Estados Unidos e se tornou Robert Capa, personagem que apenas deu

forma para um mito do fotojornalismo. Porém distante de qualquer rotulo, Capa, sem dúvida

foi um dos mais importantes fotógrafos do século XX, tornou-se celebre pela cobertura de

guerras não apenas por associar a técnica da linguagem fotográfica com a narrativa do

conflito, mas por ousar em buscar a foto mais próxima, onde percebe-se claramente que não

estava como mero espectador de uma guerra, mas dentro dos campos de batalha no mesmo

ângulo de visão do soldado no front.

O húngaro, agora norte-americano, e estrela da revista Life acabou voltando a viver na

Europa, entre uma guerra e outra documenta a vida da sociedade da mesma forma como

documentava as guerras, de um ângulo tão próximo que trás o leitor à experiência de perceber

através de seus registros a vida na Europa no entre guerras.

A vida de Capa é carregada de referencias, impressas ao longo de seu trabalhofotojornalístico, a doutrina marxista da adolescência, passando pela formação em jornalismo

na Alemanha e até mesmo ao glamour da fama em Hollywood são palpáveis em todo seu

trabalho. A busca pelo paz é uma marca em seus registros documentais da Europa, Capa

mostra a vida das pessoas sem preocupações com conflitos, no cotidiano de Paris ou de

Londres.

Para Ramirez e Cavalheiro Neto (2009), “as fotografias de Capa, ao serem consideradas

reflexo de seu tempo, deixam à sociedade internacional uma responsabilidade ética quanto a

sua interpretação”. 

Como fotografo de grandes conflitos sob a tutela de uma das maiores revistas do

mundo, Capa soube tirar proveito do avanço tecnológico na área da fotografia para aprimorar

seu trabalho. Sem as câmeras compactas as cenas de ação registradas por suas lentes jamais

seriam possível. Viveu um momento impar na transformação da fotografia, hoje comparável a

mudança do analógico para o digital, a mudança das grandes câmeras para as compactasimprimiu mobilidade e agilidade ao fotografo que com a ousadia de Robert Capa

acompanhava as tropas durante as batalhas.

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As imagens artísticas mostram toda sua perspicácia, seu olhar treinado aos detalhes,

sem ficar preso aos mesmos ângulos ou fórmulas de tirar foto. Cada foto é uma nova

experiência.

Endre contribuiu para a fotografia de maneira singular e é considerado por muitos como

o melhor fotógrafo de front do século XX, além de deixar como legado a Agência Magnum,

que mantém até hoje a sua linha editorial de um fotojornalismo cru, sem tantas amarras ao

„‟gosto do cliente‟‟. 

Considerado um militante que conseguiu manter uma crítica na “sociedade do

espetáculo” que efervescia na sociedade americana e européia entre os anos 30 e 50, utilizou

da linguagem da fotografia para conduzir a opinião pública, principalmente a internacional, eassim cumprir o seu papel de jornalista, na transformação social. Com engajamento passou a

fazer uma contundente contestação e vislumbrou a possibilidade de influenciar nos rumos dos

conflitos retratados

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://www.brooksphotopedia.com/photographers/robert-capa.shtml. <acesso em 23 de set. de

2011>.

DPTips Central. Robert Capa and His Work. Disponível em: http://www.dptips-

central.com/robert-capa.html. <acesso em: 23 de set. de 2011>.

Magnum Photos. Biography of Robert Capa. Disponível em:

http://www.magnumphotos.com/C.aspx?VP=XSpecific_MAG.Biography_VPage&AID=2K7O3R14TSPQ. <acesso em: 21 de set. de 2011>.

_________________. History of Magnum. Disponível em:

http://inmotion.magnumphotos.com/about/history . <acesso em 21 de set. de 2011>.

MOURA, Flávio. Algo novo no Front. Artes e Espetáculos. Revista Veja Fotografia. Edição

1692 de 21 de março de 2001. Disponível em: http://veja.abril.com.br/210301/p_142.html . <acesso em: 18 de set. de 2011>.

NETO, Rodolpho Cavalheiro e RAMÍREZ, María Dolores Aybar. Robert Capa: espectador

e coadjuvante nos conflitos de seu tempo. Londrina, discursos fotográficos, v.5, n.6, p.99-

130, jan./jun. 2009. Disponível em:

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/2937/2488  

<acesso em: 22 de set. de 2011>.

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Relatório de participação

Aline Nascimento  – Pesquisa para o trabalho escrito: introdução e conclusão. Elaboração emontagem da exposição.

Amanda Borges   –  Pesquisa para o trabalho escrito: introdução e “como começou a

fotografar”, conclusão. Formatação da apresentação dos Slides. Elaboração e montagem daexposição.

Caio Nélio  –  Pesquisa para o trabalho escrito: Principal contribuição do fotógrafo para afotografia, conclusão. Elaboração e montagem da exposição.

Eduardo Duarte  –  Pesquisa para o trabalho escrito: Características de suas fotos, área deatuação, conclusão e referências bibliográficas. Elaboração e montagem da exposição.Formatação do relatório.

Jéssica Buchmeier  – Pesquisa para o trabalho escrito: Principais fotos.

Karen Aiache  – Pesquisa para o trabalho escrito: Principais fotos. Exposição de câmarasantigas.

Marcela Nunes  – Pesquisa para o trabalho escrito: Introdução

Nathacha Albuquerque  – Pesquisa para o trabalho escrito: A vida do fotografo fora doscampos de batalha, conclusão; Elaboração e montagem da exposição.