riscos da internet
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Concurso Geração Móvel e Desafios - AEPB - 2010/2011TRANSCRIPT
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Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … Geração Móvel e Desafios … … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração Móvel e Desafios … Concurso Geração
Riscos da Internet
Concurso Geração Móvel e Desafios
Março - 2011
Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca
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Título: Riscos da Internet
Autores: Alunos dos 7.º C, D e E e 8.º D
Edição: Equipa PTE (Plano Tecnológico) e Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca
Colaboração: Grupo Disciplinar de Língua Portuguesa/Português
Local: Escola Básica e Secundária Diogo Bernardes – Ponte da Barca
Data de edição: Março de 2011
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ÍNDICE
APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 4
AGENTE DUPLO .................................................................................................... 5
DEI TUDO… ......................................................................................................... 7
O MELHOR PREÇO .............................................................................................. 10
QUE GRANDE ENGANO! ...................................................................................... 13
RAPTO EM CURSO .............................................................................................. 15
UMA SENSAÇÃO INEXPLICÁVEL! .......................................................................... 17
SORTE GRANDE ................................................................................................. 19
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APRESENTAÇÃO
O e-Book que ora se apresenta é o resultado dos trabalhos produzidos,
no âmbito do concurso “Geração Móvel e Desafios”, assinalando o Dia da
Internet Segura (8 de Fevereiro de 2011).
Esta iniciativa, promovida pelas Equipas do Plano Tecnológico (PTE) e
da Biblioteca Escolar (BE/CRE), em articulação com os docentes de Língua
Portuguesa, pretendeu, a exemplo do ano anterior, proporcionar aos alunos,
através da expressão escrita, um momento de reflexão e de alerta no sentido
de os consciencializar para uma utilização segura, crítica e responsável da
Internet e dos dispositivos móveis, aprofundando, deste modo, os princípios de
cidadania digital.
Destinado aos alunos dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico do
Agrupamento, o concurso desafiava-os a produzir um texto criativo, apelando à
capacidade imaginativa, que desse continuidade a cinco casos que
prefiguravam uma situação potencialmente insegura, no uso da Internet e dos
dispositivos móveis.
Os resultados obtidos são as sete narrativas que corporizam este livro
digital (também ele a desenvolver competências no âmbito da utilização das
TIC), mostrando o trabalho empenhado de vinte e três alunos dos 7.º e 8.º anos
que, individualmente ou em grupo, deram asas à imaginação e simularam
casos verosímeis e, por isso mesmo, compagináveis com situações da vida
real. A participação na actividade proporcionou-lhes o desenvolvimento da
autonomia e do espírito crítico e uma maior consciencialização dos desafios
que são colocados no uso quotidiano das novas tecnologias.
Com a divulgação destes trabalhos, pretende-se, de igual modo, que a
mensagem chegue ao maior número de utilizadores, alertando-os também para
a problemática em questão.
Prof. António Rocha,
Coordenador do Departamento de Línguas
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AGENTE DUPLO
Olá! O meu nome é Real Virtual. A minha família e os meus amigos
conhecem-me por Real, já para a malta dos chats e dos jogos, na internet, sou
simplesmente a Virtual. Como Real, sou pequeno, moreno, tímido, mas como
Virtual faço de conta que sou alta, que tenho o cabelo loiro, olhos verdes, gira,
jeitosa e tenho 19 anos.
Porque faço isto? – perguntam vocês. Bom, porque acho divertido
colocar-me na pele de outras pessoas e, como na net não me podem ver,
posso ser quem eu quiser…
Na semana passada, encontrei uma rapariga na internet que me
pareceu muito fragilizada com o amor e, então, propus-lhe ser sua amiga. Ela,
extremamente frágil, logo aceitou… Aí, eu pensei para mim: já tenho um alvo!
Numa sexta à noite, tivemos uma conversa muito íntima:
Marta – Estou muito triste, tenho de me divertir com coisas “diferentes”,
estás a perceber?
Virtual – Sim, estou a perceber, “tb” tenho o mesmo problema.
Marta – Keres ter um encontro comigo para “faxer” essas coisas
“diferentes”?
Virtual – “Tb” estava a pensar nisso. Ok. Amanhã, às 23:30, na esquina
do prédio, ao lado do rio!
Marta – Até amanhã.
Fim de conversa. Marta Esteves está offline.
No dia seguinte, ou seja, no sábado, às 23:20, lá estava a Marta de
costas com uma gabardina preta e com um chapéu de cowboy preto, parecia
mesmo um homem.
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Entretanto, chegou a Virtual vestida muito discretamente.
– Devo ter chegado muito cedo, o alvo ainda não está aqui – pensou a
Virtual para consigo.
Depois de toda a gente ter ido embora, só lá ficou Real e a Marta.
– Como te chamas? – pergunta a Marta.
– Virtual e tenho uma surpresa para ti… Acho que vais gostar!
Só que, quando se virou, Virtual descobriu que a Marta era um
homem…
Nunca mais se ouviu falar do Real Virtual.
Bruno Catalão, 7.º E João Pinheiro, 7.º E
Tiago Fernandes, 7.º E Vasco Cardoso, 7.º E
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DEI TUDO…
Eu dei os meus dados: pedia-me correio electrónico, número de
telemóvel, morada, cartão de crédito, idade e data de nascimento.
Passados alguns dias, chegaram os jogos. Na Internet, pediam
cinquenta euros, mas na conta da minha mãe começou a desaparecer muito
mais…
A minha mãe contactou a contabilista para ver o que se passava, porque
lhe estava a desaparecer dinheiro da sua conta.
Nesse mesmo dia, a contabilista telefonou-lhe e disse:
– “Bom dia! Sobre o assunto de que hoje me falou, não tenho boas
notícias. O seu dinheiro foi retirado por um site de jogos e, para não
continuarem a retirar-lhe, deve cancelar a sua conta. Passe por aqui amanhã!”
No dia seguinte, a minha mãe cancelou a conta e, desde aí, nunca mais
lhe retiraram dinheiro.
Uns meses mais tarde, apareceram uns homens engravatados à porta
de casa e perguntaram à minha mãe se não queria comprar loiça, copos de
cristal e talheres de primeira qualidade. Ela disse-lhes que não, mas os
homens tanto insistiram que acabou por comprar um pouco de tudo.
Enquanto a minha mãe foi buscar dinheiro, eles entraram pela porta
mais próxima e foram ter ao quarto dos meus pais. Roubaram todas as jóias da
minha mãe, o dinheiro, o plasma, o rádio, o leitor de DVD, a colecção de
relógios e a espingarda do meu avô que tinha acabado por passar para o meu
pai.
Quando a minha mãe voltou para lhes entregar o dinheiro, reparou que
não estavam lá e pensou que se tinham ido embora, que não tinha de lhes
pagar. Só quando foi ao quarto é que viu que tudo o que lá tinha de valor fora
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roubado. Claro, roubaram muito, muito, muito, mas muito mais do que lhe
tinham pedido pelas coisas que ela tinha acabado de comprar.
Ao chegar a casa, ouvi a minha mãe a chorar. Parecia-me que esse
choro vinha do seu quarto e fui lá ver o que se passava. Estava tudo
desarrumado e foi aí que ela me contou tudo o que se tinha passado, até que
eu lhe disse para ir apresentar queixa à polícia, mas ela respondeu-me que os
ladrões já deviam estar a milhas a vender as coisas noutros lugares e, por isso,
não lhe ia adiantar nada.
Queria saber mais acerca deste tipo de casos e fui à Internet pesquisar.
Vi que havia muitos casos iguais e que tudo começava como começou com a
minha mãe e que, no fim, os produtos roubados iam ter à Internet para serem
comprados, tal como eu fizera com os jogos.
Então, lembrei-me que podia procurar nuns sites para ver se estavam lá
alguns objectos roubados na minha casa.
Procurei em muitos, muitos sites, mas não encontrei nada do que nos
tinham roubado. Pensei que talvez ainda não tivessem posto nada na Internet e
que deveria tentar de novo, no dia seguinte ou noutro dia qualquer.
Passaram-se dois, três, quatro dias, e nada aparecia, até que me
lembrei de ir ao Google e procurar em sites recentes. Demorei duas horas até
conseguir encontrar os objectos roubados na minha casa.
Fui ter com a minha mãe e disse-lhe para irmos à polícia no dia
seguinte, de manhã, para ver se conseguiam saber qualquer coisa sobre o
caso, mas eles não conseguiram descobrir nada de nada sobre o assunto.
Passaram-se anos até que, mais uma vez, foram à minha casa mais uns
homens ver se conseguiam vender qualquer coisa, mas a minha mãe disse que
não queria nada porque já lhe tinham roubado muitas coisas enquanto ia
buscar dinheiro para pagar a uns homens como eles.
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Quando a minha mãe ia a fechar a porta, um dos homens apontou-lhe
uma faca e disse-lhe que, se não lhe desse dinheiro, era capaz de a matar.
Estava eu quase a entrar em casa quando ouvi a minha mãe a gritar “Não me
matem!”. Pensei que seriam ladrões e fui a correr para o posto da polícia, para
evitar que alguma coisa de muito grave acontecesse. Mal lá cheguei, a polícia
pediu-me que lhes indicasse o caminho para a minha casa, para irem deter
quem quer que fosse que andasse metido nisto.
A polícia ainda ouviu a minha mãe a gritar “Não me matem” e chamaram
mais reforços. Pediram-me para fazer uma planta da casa e foi aí que me
lembrei das traseiras, pois havia uma porta que ligava à cozinha e depois ia ter
à sala onde estava a minha mãe.
Dito e feito! Conseguiram apanhar os ladrões e salvaram a minha mãe
de uma grande tragédia.
Foi nesse momento que percebi que na Internet podemos encontrar
muitas coisas úteis, podem até ser mais baratas, mas isso pode sair muito
caro. É por isso que agora prefiro ir a uma loja e comprar sem ter de dar
nenhum dado meu, mesmo que isso implique gastar mais dinheiro.
Marta Fernandes, 7.º C Natália Gonçalves, 7.º C
Paulo Alves, 7.º C Rúben Gomes, 7.º C
Tiago Silva, 7.º C Tiago Sousa, 7.º C
Verónica Alves, 7.º C
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O MELHOR PREÇO
Todos sabiam o que eu queria para o meu aniversário: dinheiro para
comprar uns jogos. Na internet são mais baratos; por isso, fui ao site com o
“melhor preço”. Só tinha que dar os meus dados para fazer o registo.
Como queria mesmo muito aquele jogo, entrei no site, dei os meus
dados para o registo, procurei o jogo que queria e encomendei-o. Escrevi a
morada, o nome, o número de telemóvel e de contribuinte e tudo o que lá
pedia; dois dias depois, o jogo chegou e logo que o tive nas minhas mãos corri
para o computador, para o instalar e começar a jogar.
Quando comecei, tive que me registar, porque o jogo era online. Assim
fiz e, quando iniciei, reparei que o jogo dava erro e não conseguia abrir. Tirei-o,
guardei-o na caixa e coloquei-o na estante do meu quarto.
Dias depois, comecei a receber mensagens anónimas em branco. Mais
uns dias, e recebia mais mensagens que tinham escrito: “Não jogas”. Eu não
liguei, passaram mais uns dias e as mensagens começaram a entrar no
telemóvel de dois em dois minutos, o que me encheu a memória do aparelho
em menos de um dia.
Uma altura, liguei o telemóvel e tinha cento e cinquenta e cinco
mensagens a insultar-me. Foi aí que me fartei e contei à minha mãe o que se
estava a passar. Ela ficou enervada e ligou para a polícia, contando-lhes tudo.
Só que a polícia nada pôde fazer, pois não tinha informação sobre a
ocorrência. Mostrei-lhes, então, as mensagens e, a partir daí, eles conseguiram
localizar o ponto de onde estavam a ser enviadas e, realmente, reparei que era
a empresa a quem eu comprara o jogo. Quando dei conta disto, comecei a
juntar as peças do puzzle e percebi para que é que me pediram todos aqueles
dados. E lembrei-me que também tinha dado o código do cartão de crédito e o
NIF…
Contei tudo à minha mãe e ela foi ver o dinheiro que tinha na conta.
Estava vazia, não tinha nem um cêntimo. Só que agora já era tarde…
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Perante isto, tentei cancelar a minha inscrição, mas não consegui. Falei
com a polícia acerca disto e eles arranjaram um mandato de busca e, quando
acederam à base de dados da tal empresa, viram que não era só eu, eram
também mais de cinco mil pessoas que estavam a ser roubadas.
Imprimiram a base de dados, confrontaram-nos com a verdade e eles
confessaram, após terem tentado fugir à autoridade. Foram presos e obrigados
a repor todo o dinheiro que tinham roubado. Quanto ao jogo que comprara,
deixou de dar erro e é super fixe.
Ora, um dia, estava em casa a jantar e a ouvir as notícias, quando o
jornalista disse:
– Notícia de última hora: os ladrões mais perigosos do país fugiram da
prisão de alta segurança, aqui estão as suas fotografias…
Depois de ver isto, assustei-me, pois eram os ladrões que me tinham
roubado. Logo, ao mesmo tempo, eu, a minha mãe e o meu pai, exclamámos:
– Temos de sair do país, eles são demasiado perigosos para ficarmos
cá.
Corri para o quarto e comecei a fazer a mala. Guardei toda a minha
roupa, o computador e tudo o que lá coube. No dia seguinte, partimos para o
aeroporto do Porto, de lá apanhámos o avião para a Grã-Bretanha, lá eles não
nos encontrariam. Mal chegámos ao aeroporto, fizemos o check-in e
embarcámos no primeiro avião que havia. Quando chegámos ao nosso destino
e desembarcámos, começámos a procurar casa, emprego e tudo o que
precisávamos.
Depois, fomos dar uma volta pela cidade, conhecer os monumentos. Foi
aí que vimos um cartaz a dizer “Procura-se”, com a imagem dos fugitivos que
nos tinham roubado.
Visto o cartaz, pensámos:
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– Desta vez, não vamos embora, eles que venham, nós estaremos
preparados.
E assim eu aprendi que nunca devemos dar os nossos dados a ninguém
que não conheçamos muito bem.
Vítor Carlos do Souto Brito, 7.º D
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QUE GRANDE ENGANO!
A pessoa continuou sempre a mandar a mesma mensagem, sempre,
sempre, nunca parava, até que um dia o João não resistiu e ligou para aquele
número, porque não aguentava mais as mensagens e estava curioso para
saber quem era.
Ele ligou e atendeu um rapaz chamado Rui. Falaram, falaram, até que o
Rui lhe deu o correio electrónico e lá tinha a sua fotografia, um rapaz com olhos
azuis, cabelos castanhos, nem gordo, nem magro.
E iam falando. O João e o Rui tinham preferência pelo mesmo clube,
idades iguais, mas andavam numa escola diferente.
Noutro dia, o João foi ao correio electrónico e estava lá uma mensagem
do Rui. O João perguntou-lhe como é que o tinha conhecido e o Rui disse-lhe
que o tinha visto e que tinha pensado que era uma pessoa fixe e tinha pedido o
seu contacto a um amigo dele e que este lho tinha dado.
Depois, no sábado, como o João não tinha aulas, esteve o dia inteiro no
computador a falar com o Rui e falaram, falaram, até que o Rui lhe pediu para
se encontrarem à noite, no café, para falarem pessoalmente.
Então, o João, confiante de que já o conhecia bem, pediu à mãe para o
deixar sair à noite com um amigo.
A mãe deixou-o ir, mas estava desconfiada, porque o telemóvel nunca
mais tocara e ele agora estava sempre agarrado ao computador. A mãe, no
entanto, antes de ele sair, ligou à polícia e contou a história toda. E a polícia
seguiu o João…
O rapaz não sabia nada do que se estava a passar e foi andando
sempre, até que ao virar à esquerda, próximo do local do encontro, o Rui
amarrou-o, tapou-lhe a boca, meteu-o dentro de um carro e fugiu.
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A polícia seguiu o carro, a uma certa distância. Entretanto, a viatura
parou e o carro da polícia também parou no mesmo sítio. Seguiram os passos
deles e encontraram-nos numa casa velha. Lá dentro, além do Rui e do João,
estavam muitas crianças presas.
A polícia prendeu o Rui. E o João, quando viu a mãe, foi a correr dar-lhe
um abraço e prometeu-lhe que nunca mais saía com pessoas estranhas.
Afinal, soube-se que o Rui, na verdade, fazia parte de uma rede de
pedofilia e que era muito diferente daquilo que dizia ser.
João Lucas, 7.º C
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RAPTO EM CURSO
A grande notícia acabou de chegar no meu correio electrónico. Fui eu o
escolhido, entre um milhão de outros alunos, para ganhar a consola de jogos
com que sempre sonhei! E é tão simples, basta clicar onde diz “Aceito o
prémio”. Foi fácil, apenas me pediram informações evidentes, do género
“nome, idade, endereço…”.
Não sei porquê, mas uma vasta e estranha sensação invadiu o meu
corpo. Aquela insegurança apoderou-se de mim. É primoroso. Bastava clicar
em “Aceito o prémio”, mas porquê esta hesitação toda? Sem mais nem menos,
o meu dedo, o meu dedo indicador, apoderou-se de si mesmo e pressionou
“enter”. Não havia volta a dar…
Nesse preciso momento, a minha mãe entrou no quarto… Tentei
disfarçar a minha inquietação, desliguei o ecrã do computador e sorri... Vinha
trazer-me o lanche e saiu logo.
De repente, o meu telefone tocou… E eu, sempre ingénuo, atendi o
número desconhecido, anónimo. Uma voz grave, veluda e intensa, soou do
outro lado: “O rapto do miúdo está em curso…”. Calei-me ao ouvir aquela frase.
A voz continuou: “…ele caiu que nem um patinho no nosso jogo”. O silêncio
perdurou. E a voz do lado de lá, apagou-se, no vazio.
Comecei a questionar-me: “Por que raio é que eu caí na tentação, agora
estou metido nas boas!? Mas, afinal, de quem será aquela voz? Serei eu o
miúdo que está prestes a ser raptado? Por que é que eu não falei com um
adulto antes?” Tantas perguntas, sem alguma resposta.
Isto não podia continuar assim! Tinha de adquirir respostas, a minha
vida dependia disso! Encontrava-me num estado irreversível de melancolia! O
meu destino era negro, escuro, amargo, sombrio… Tinha de tomar uma
decisão, a minha consciência assim mo ditava. Já não me sentia bem com tudo
isto. Mais valia morrer, com honra, do que não passar de um falhado, por não
ter pedido auxílio a ninguém.
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16
Contei à minha mãe.
Os seus olhos falavam, trespassaram o meu corpo, o meu coração! Não
aguentei tanta pressão, o meu frágil músculo do miocárdio entrou em colapso.
E todo o meu problema acabou.
Bárbara Fonte, 8.º D Isa Tavares, 8.º D
Plácido Gomes, 8.º D
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17
UMA SENSAÇÃO INEXPLICÁVEL!
Olá! O meu nome é Real Virtual. A minha família e os meus amigos
conhecem-me por Real, já para a malta dos chats e dos jogos, na Internet, sou
simplesmente a Virtual. Como Real, sou pequena, morena, tímida, mas como
Virtual faço de conta que sou alta, loira, atrevida, e apresento-me com 17 anos.
Esta personagem deve-se ao facto de me criar mais auto-estima, entrar
com alguma facilidade no mundo dos rapazes mais velhos, sim, porque, na
realidade, tenho apenas 13 anos e sinto uma necessidade de parecer mais
bonita do que sou. Não sei explicar a que se deve esta revolta de querer ser
quem não sou, mas a adolescência tem destas coisas!
Um dia, tive uma vontade inexplicável de ir para a Internet, não sei, mas
acho que algo de interessante estava para acontecer. De um momento para o
outro, o Daniel, um amigo da Net que me conhecia por Virtual, ficou online.
As poucas conversas que tivera com ele não se tinham revelado
interessantes, mas esta estava a ir mais depressa do que aquilo que eu
esperava. A certo momento, olhei para o ecrã e tinha acabado de aceitar o
encontro que ele me propusera. Fiquei em pânico. Não sabia se tinha tomado a
decisão correcta. Decidi ficar em silêncio e não contar a ninguém o sucedido.
Finalmente, chegara o dia. Tinha que me apresentar como uma rapariga
de 17 anos. Vesti uma mini-saia, uma camisa decotada, saltos altos, pus uma
peruca loira e carreguei bastante a maquilhagem.
Quando chegou a hora do encontro, tremia por todos os lados. Tinha
vontade de fugir enquanto podia, mas não podia ser cobarde, tinha que saber
lidar com as minhas decisões.
De repente, apareceu por trás de mim uma sombra. Virei-me e dei de
caras com o Daniel. Nunca o tinha visto. Ele era lindo, mas, ao mesmo tempo,
assustador! Os seus olhos mostravam qualquer coisa que não era normal,
como segundas intenções.
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18
Quando me viu, percebeu logo que eu, fisicamente, não era a pessoa
que descrevera na Internet. Instalou-se um silêncio profundo entre nós.
Arrastou-me para um lugar oculto e negro. Agarrou-me com força no braço e,
nesse momento, desejei ser um pássaro livre para poder sair daquele
pesadelo, que um dia fora uma ilusão. Peguei numa pedra que estava no chão
e atingi-o na cabeça. Ele ficou inconsciente e eu soltei-me dos seus braços e
desatei a correr. As minhas pernas pareciam um tremor de terra, o que me
dificultou a fuga.
Foi uma sensação inexplicável, que permanecerá para sempre no meu
pensamento…
Raquel Fernandes, 8.º D Sofia Sousa, 8.º D
![Page 19: Riscos da Internet](https://reader030.vdocuments.mx/reader030/viewer/2022020422/568c0eb81a28ab955a91816f/html5/thumbnails/19.jpg)
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SORTE GRANDE
A grande notícia acabou de chegar no meu correio electrónico. Fui eu o
escolhido, entre um milhão de outros alunos, para ganhar a consola de jogos
com que sempre sonhei! E é tão simples, basta clicar onde diz ”Aceito o
prémio”. Eu aceitei imediatamente e logo me pediu o número de telemóvel e o
respectivo PIN. Eu logo coloquei o número e o PIN com a excitação de ganhar
a consola de jogos com que sempre sonhara. Depois pediu-me os dados:
morada de minha casa e o número da caixa de correio… e preenchi tudo.
Como dizia no meu correio electrónico, a playstation vinha com vários
jogos que no mundo virtual custam muito dinheiro. Como se não bastassem
essas informações todas que tinha de dar, ainda pedia o nome do meu pai e da
minha mãe e os seus respectivos horários e empregos. Eu tenho um
irmãozinho pequeno e, quando lhe contei que íamos ter a melhor consola de
sempre, ele adorou a ideia e inscreveu-se também. O meu irmão teve que
escrever os mesmos dados que eu.
Isto era o plano de três homens maquiavélicos que raptavam crianças.
Eles acharam que podíamos ser “dois coelhos duma cajadada só”. Já
tinham toda a informação de que precisavam para nos raptar.
Os dias iam passando e os três homens iam preparando o plano para
nos raptar.
Os meus pais não sabiam o que se estava a passar.
Eles já tinham um plano traçado e iam atacar nesse dia. Iam vigiar a
casa até à hora dos nossos pais irem trabalhar.
Saíram como num dia normal, mas nem imaginavam o que se ia passar.
Ficámos sozinhos, em casa, e começámos a ouvir barulhos estranhos na
cozinha e tentámos ligar aos nossos pais, mas não tínhamos dinheiro no
telemóvel.
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20
Então escondemo-nos na despensa. Os raptores partiram todas as
portas e, quando lá chegaram, apareceu o nosso salvador, o nosso cão “Rex”,
que os atacou ferozmente: um ficou sem uma mão, outro sem um pé e outro
fugiu a tempo.
Os ladrões aprenderam a lição, mas a principal lição foi para nós.
Aprendemos que nunca mais devemos comprar coisas através da Internet.
E acabámos por conseguir ter a consola que os nossos pais nos deram
nos nossos aniversários.
Bruno Filipe, 7.º D Francisco Lima, 7.º D
Ivo Barreto, 7.º D José Rafael, 7.º D
Marco Amorim, 7.º D
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Riscos da Internet
Concurso Geração Móvel e Desafios
Março - 2011