rima - spsl

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E S T U D O D E C O N C E P Ç Ã O E P R O J E T O B Á S I C O D O S I S T E M A P R O D U T O R S Ã O L O U R E N Ç O cia. de saneamento básico do estado de são paulo sabesp SISTEMA PRODUTOR SÃO LOURENÇO RELATÓRIO DE IMPACTO AO MEIO AMBIENTE - RIMA mar/2011 R R I I M M A A

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  • ESTUDO DE CONCEPO E PROJETO BSICO DO SISTEMA PRODUTOR SO LOURENO

    cia. de saneamento bsico do estado de so paulo sabesp

    SSIISSTTEEMMAA PPRROODDUUTTOORR SSOO LLOOUURREENNOO

    RREELLAATTRRIIOO DDEE IIMMPPAACCTTOO AAOO MMEEIIOO AAMMBBIIEENNTTEE -- RRIIMMAA

    mmaarr//22001111 RRIIMMAA

  • SISTEMA PRODUTOR SO LOURENO RIMA sabesp

    0814.C.02.AMB.RIMAF.00 1

    APRESENTAO

    Este documento constitui o Relatrio de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA) do empreendimento denominado Sistema Produtor So Loureno (SPSL), de responsabilidade da Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo - Sabesp, e foi preparado com o objetivo de instruir a obteno da Licena Ambiental Prvia (LP) junto Companhia Ambiental do Estado de So Paulo Cetesb.

    O SPSL consiste em um conjunto de instalaes para captao de uma vazo mdia anual de 4,7 m3/s de gua no Reservatrio Cachoeira do Frana (na bacia do Alto Juqui), e posterior recalque, aduo de gua bruta, tratamento e aduo de gua tratada para reforo e regularizao do abastecimento pblico de gua de cerca de 1,5 milhes de pessoas na zona oeste da Regio Metropolitana de So Paulo (RMSP), mediante interligao ao Sistema Integrado Metropolitano (SIM) operado pela Sabesp.

    O Decreto Federal de concesso Companhia Brasileira de Alumnio (CBA) do aproveitamento hidreltrico das UHEs de Frana, Fumaa, Barra, Porto Raso, Alecrim e Serraria, situadas ao longo do rio Juqui, e o respectivo Contrato de Concesso firmado entre a ANEEL e a CBA, reservam o direito de reverso de uma vazo de at 4,7 m3/s para abastecimento pblico da RMSP.

    O SPSL compe-se de um conjunto de instalaes lineares com 48,22 km de adutora de gua bruta (com 2100 mm de dimetro), 30,75 km de adutora de gua tratada (em 2100, 1800, 1500 e 1200 mm de dimetro), 14,3 km de 4 sub-adutoras (em 800 e 400 mm), cerca de 40,36 km de linha de transmisso em 138 kV, e mais instalaes localizadas tomada de gua, estaes elevatrias, chamins de equilbrio, Estao de Tratamento de gua (ETA) e reservatrios situadas no territrio de 10 municpios da RMSP e mais Ibina.

    O SPSL permitir atender o crescimento previsto das demandas do Sistema Integrado Metropolitano at por volta de 2020, j considerando a economia de gua decorrente do amplo Programa de Reduo de Perdas e Eficincia Energtica em execuo pela Sabesp.

    O SPSL ser responsvel pelo suprimento de gua de 13 setores de abastecimento em 7 municpios da zona oeste da RMSP, que hoje so abastecidos pelos Sistemas Produtores Alto Cotia, Baixo Cotia, Guarapiranga e Cantareira. Esses 13 setores tm uma populao estimada de 1,43 milho de habitantes em 2015 e 1,7 milho de habitantes em 2025.

    O SPSL beneficiar tambm diversos outros municpios que sero melhor abastecidos pelos atuais sistemas produtores. Por exemplo, a gua liberada do Cantareira permitir atender melhor municpios do extremo norte da RMSP, como Franco da Rocha e Francisco Morato, e a gua liberada do Alto Cotia permitir reforar o abastecimento dos municpios de Itapecerica da Serra e Embu Guau.

    O SPSL ter intervenes nos seguintes 11 municpios:

    Ibina

    Juquitiba

    So Loureno da Serra

    Embu Guau

    Cotia

    Vargem Grande Paulista

    Itapevi

    Jandira

    Barueri

    Carapicuba

    Santana de Parnaba

    O Relatrio apresenta as razes da proposio do projeto, as caractersticas principais do projeto bsico do Sistema, as principais caractersticas fsico-biticas e socioeconmicas das reas de influncia do empreendimento, assim como os impactos scio-ambientais e as medidas destinadas a evit-los, mitig-los ou compens-los.

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    IDENTIFICAO DO EMPREENDIMENTO

    Sistema Produtor So Loureno - SPSL

    IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR

    Razo Social: Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo - Sabesp

    CNPJ: 43.776.517/0001-80

    Superintendncia de Gesto de Empreendimentos TE

    Rua Nicolau Gagliardi, 313 Pinheiros, CEP 05429-010 So Paulo SP

    Fone: (11) 3388-8225

    Representante legal: Eng. Silvio Leifert Superintendente de Gesto de Empreendimentos

    RG: 5.761.049. CPF: 011.772.948-50.

    Pessoa de contato: Eng Antonio Srgio da Cunha Guasco. Fone (11) 3388-8320

    IDENTIFICAO DAS EMPRESAS RESPONSVEIS PELO ESTUDO

    Empresa consultora responsvel pelo Estudo de Concepo e Projeto Bsico do Sistema Produtor So Loureno, incluindo os estudos ambientais:

    Razo Social: Encibra S.A. Estudos e Projetos de Engenharia

    CNPJ: 33.160.102/0001-23

    Endereo: Av. Naes Unidas, 13.797 Bloco III 17 andar, CEP 04794-000, So Paulo, SP

    Telefone: (11) 5501-1622 Fax: (11) 5506-1662

    Pessoa de contato: Eng. Rogers Baladi Diretor de Engenharia Sanitria e Ambiental

    e-mail: [email protected]

    Empresa consultora responsvel pela elaborao do EIA-RIMA, em contrato com a Encibra:

    Razo social: Prime Engenharia e Comrcio Ltda.

    CNPJ: 62.803.473/0001-84

    Endereo: Av. Vereador Jos Diniz, 2466, Campo Belo, CEP: 04604-004, So Paulo, SP

    Telefone: (11) 5535-1618 Fax: (11) 5535-1618 R. 103

    Representantes legais:

    - Carlos Henrique Aranha - Diretor

    - Guillermo Raul Fernandes dOliveira - Diretor

    Responsvel Tcnico: Eng. Civil Carlos Henrique Aranha, CREA 0600573692

    Pessoa de contato: Guillermo Fernandes dOliveira Coordenador

    e-mail: [email protected]

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    Sumrio

    Apresentao

    Identificao do Empreendimento

    1. Metodologia dos Estudos Ambientais

    2. O Empreendimento

    3. Objetivos e Justificativa: Regularizao do Abastecimento de gua na Zona Oeste da RMSP

    4. Estudo de Alternativas

    5. Caractersticas do Empreendimento

    6. Sntese do Diagnstico Ambiental

    7. Impactos do Empreendimento

    8. Plano de Manejo Ambiental

    9. Concluses e Recomendaes

    10. Equipe Tcnica

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    1. METODOLOGIA DOS ESTUDOS AMBIENTAIS Abordagem dos Estudos Ambientais

    O SPSL possui um eixo preferencial em L, na borda oeste da RMSP, e que envolve direta e ou indiretamente 11 municpios, de sul para norte: Ibina, Juquitiba, So Loureno da Serra, Embu Guau, Cotia, Vargem Grande Paulista, Itapevi, Jandira, Barueri, Santana de Parnaba e Carapicuba.

    Considerando essa abrangncia metropolitana da instalao e operao do SPSL, os estudos ambientais consideraram trs mbitos de anlise:

    O enfoque metropolitano O Sistema Integrado Metropolitano (SIM) constitudo por uma rede de adutoras, estaes elevatrias e reservatrios de distribuio que conformam um sistema integrado de abastecimento de gua de mbito metropolitano, abastecido por vrios sistemas produtores e que atende a toda a rea conurbada da RMSP. A adio de um novo sistema produtor a essa rede de vasos comunicantes ter necessariamente repercusses no abastecimento das demais regies da metrpole. Desta forma, a primeira abordagem do estudo busca captar o alcance metropolitano das ofertas prestadas pelo SPSL frente s demandas, verificando sua necessidade e benefcios, assim como os requisitos quanto viabilidade do empreendimento no contexto das restries poltico institucionais que podero advir da importao de guas e da passagem das adutoras por outras bacias, envolvendo atores e interesses diversos.

    O enfoque regional A partir desse macro enquadramento metropolitano, o estudo volta-se para a anlise das zonas sudoeste e oeste da metrpole paulistana, onde os efeitos do empreendimento sero mais fortes, tanto em termos de regularidade do abastecimento de gua e de execuo de obras, quanto de situaes especficas de municpios, unidades de conservao, cobertura vegetal, ecossistemas, bacias hidrogrficas, etc. Ou seja, as zonas sudoeste e oeste da metrpole paulistana so focadas em termos fsicos, biticos e de dinmica socioeconmica, com vistas eventual adoo de medidas mitigadoras de carter mais global para a regio.

    O enfoque linear e local O empreendimento possui um carter linear, que requer uma anlise dos efeitos que se fazem sentir localmente, como conseqncia das intervenes lineares e pontuais das adutoras, LT e demais instalaes: deslocamento compulsrio de atividades e moradores, alterao da paisagem, alteraes de trfego e transportes, supresso de vegetao, interferncia em APP, entre outros. A metodologia abriga, portanto, a anlise e avaliao de impactos nesse nvel linear e local, de reas de influncia direta e diretamente afetada, tambm objetivando a proposio de medidas mitigadoras para eles.

    Esses trs ltimos mbitos espaciais foram caracterizados em termos fsicos, biticos e socioeconmicos, e suas caractersticas relevantes, confrontadas com aquelas do projeto, permitiram a identificao e avaliao dos impactos, bem como das medidas necessrias para evitar, mitigar ou compensar tais impactos. Essas medidas so articuladas em Programas, destinados a viabilizar o empreendimento de maneira ambientalmente adequada. Estes Programas compem o Plano de Manejo Ambiental, a ser implantado anterior e concomitantemente s intervenes fsicas.

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    2. O EMPREENDIMENTO Breve histrico

    O Projeto do Sistema Produtor So Loureno - SPSL constitui uma evoluo do antigo Projeto Juquitiba, proposto pela Sabesp em 1996/97. Esse projeto previa a captao a fio dgua no rio Juqui (no municpio de Juquitiba, logo aps a foz do rio So Loureno) da vazo de 4,7m3/s, autorizada legalmente, e sua reverso mediante estao elevatria, adutora e tnel para a bacia do Guarapiranga. A vazo revertida seria descarregada nas cabeceiras do ribeiro Santa Rita, seguindo pelo leito desse rio at o reservatrio Guarapiranga, em cuja margem esquerda haveria uma segunda captao para alimentao de nova ETA, denominada ETA Alvorada.

    Naquela poca, a Secretaria do Meio Ambiente manifestou preocupaes em relao a: (i) o impacto do Projeto Juquitiba sobre a atividade de canoagem (rafting) no rio Juqui; (ii) a descarga da vazo no ribeiro Santa Rita e o conseqente impacto sobre a vegetao ribeirinha e os riscos de inundaes nas vrzeas do Embu Guau; e (iii) o risco de introduo de espcies indesejveis no reservatrio Guarapiranga, por conta da transposio de guas entre represas.

    Concepo atual

    O Estudo de Concepo do SPSL realizado pela Sabesp em 2008/10, analisou um amplo leque de alternativas de captao, localizao da ETA e traado das adutoras de gua bruta e tratada, considerando de forma integrada critrios tcnicos, operacionais, econmicos e scio-ambientais, que levaram soluo ora proposta. A concepo atual do SPSL prev a captao no reservatrio Cachoeira do Frana e a aduo mediante adutora enterrada, evitando totalmente os impactos acima mencionados.

    O SPSL foi dimensionado para a derivao de uma vazo mdia diria de 4,7 m3/s e vazo nominal de 6,0 m3/s para bombeamento durante cerca de 18,8 hs/dia (fora do horrio de ponta), para melhor aproveitamento da tarifa horo-sazonal de energia eltrica.

    Resumidamente, o presente Projeto SPSL em licenciamento compe-se de:

    Captao na margem direita do reservatrio Cachoeira do Frana, no brao do rib. Laranjeiras no reservatrio, cerca de 1 km a montante da foz do ribeiro Laranjeiras, no stio denominado Fazenda Editora 3, municpio de Ibina. As instalaes da captao, estao elevatria e subestao ocupam rea de cerca de 2,0 ha.

    Tomada de gua em canal, mediante estrutura de concreto que avana cerca de 30m dentro do reservatrio a partir da margem na cota 640,00. Construo de barragem provisria, tipo ensecadeira, em volta da tomada de gua, para permitir a execuo das estruturas a seco, sem interferncia com a operao do reservatrio e das UHEs da CBA.

    Operao da captao entre as cotas 640,00 e 630,00. O NA do reservatrio pode variar entre as cotas 640 e 623, mas tem ficado acima da cota 630 desde 1986. A Sabesp est negociando com a CBA a fixao do NA mn operacional do reservatrio na cota 630,00.

    Estao Elevatria de gua Bruta (EEAB), localizada na rea da captao, que bombeia para uma chamin de equilbrio situada no ponto alto do traado, na Serra de Paranapiacaba. A EEAB foi concebida com 5 bombas (4+1R) de eixo horizontal, de alta presso, do tipo carcaa bipartida, dupla suco, posicionadas em linha, cada uma delas com capacidade nominal de 1,50 m3/s, altura manomtrica total (AMT) de 360 mca e potncia unitria dos motores de 10.000 CV. Qtotal = 6,0 m3/s.

    Subestao de energia para suprimento de energia eltrica captao e EEAB, na rea da captao, com 2 transformadores de 138/13,2 kV, ambos com potncia nominal de 35 MVA. A subestao ser alimentada por Linha de Transmisso (LT) em 138 kV com 40,36 km de extenso, que sai da subestao Embu Guau da ISA/CTEEP. A LT passa pelos municpios de Embu Guau, So Loureno da Serra, Juquitiba e Ibina.

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    Adutora de gua bruta, trecho por recalque entre a EEAB e a chamin de equilbrio de gua bruta, em ao soldado de alta resistncia, enterrada, com 2100mm e 21,67 km de extenso. Nos primeiros 7 km, a adutora segue rumo norte predominantemente por estradas de servio dentro de fazendas, e depois pelas estradas da Eva, dos Farias, da Sama, Sebastio Xavier, Juquitiba-Ibina e Verava, atravessando territrios de Ibina, Juquitiba e novamente Ibina.

    Chamin de Equilbrio de gua Bruta (CEQ-AB), situada no ponto alto, em terreno de 1.500 m2 junto estrada Verava, em Ibina, que visa proteger a linha contra as presses transientes numa eventual parada no-programada do sistema. Consistir em estrutura de concreto retangular, com 20,00 m x 36,00 m, laje de fundo na cota 962,00 e 10,50 m de altura, sem cobertura, com altura til de 8,00 m e volume de 5.700 m3.

    Acesso virio: O acesso virio s obras da captao, EEAB, adutora de gua bruta por recalque e CEQ-AB ser pela estrada das Laranjeiras, a partir da rodovia Rgis Bittencourt, na divisa de So Loureno da Serra e Juquitiba, seguindo pelas estradas Manoel Maia e da Sama, e depois pelas estradas onde a adutora ser assentada.

    Adutora de gua bruta, trecho por gravidade entre a CEQ-AB e a ETA, em ao soldado, enterrada, com 2100mm e 26,55 km de extenso. A adutora segue rumo norte por estradas vicinais do municpio de Ibina (estr. Verava, rua Firmino Antonio Domingues, av. Nossa Senhora do Carmo, estradas da Campininha e Santana). Entra no municpio de Cotia, e segue por estradas vicinais (Santana, Nhanduca, guas Espraiadas, dos Pereiras e rua Avelino Godinho), alcanando a rea da ETA So Loureno.

    Reservatrio de Compensao de gua Bruta (RCAB), na rea da ETA. O RCAB ser construdo em concreto armado, com 4 cmaras em formato retangular de 31,0 m x 65,0 m x 12,50 m de altura cada, com volume til da ordem de 87.500 m3. O RCAB permitir suprir uma vazo mdia constante de 4,7 m3/s para tratamento na ETA, regularizando a parada do bombeamento na EEAB por um perodo em torno de 4 horas dirias. Uma estrutura de medio e controle de vazo e presso na entrada do RCAB permitir o ajuste de vazo em funo do regime operacional do sistema de aduo de gua bruta e a proteo da adutora com relao ocorrncia de presses transitrias.

    ETA So Loureno, situada ao norte da estrada dos Pereiras no municpio de Cotia, distrito de Caucaia do Alto, em terreno de cerca de 28,23 ha. A ETA constitui uma unidade de tratamento convencional de ciclo completo, com capacidade para tratar 6,0 m/s (vazo mxima diria). A ETA ter unidades de recuperao de guas de lavagem dos filtros e de tratamento de lodos, incluindo rea de secagem natural do lodo.

    Estao Elevatria de gua Tratada (EEAT), na rea da ETA, com 5 (4+1R) bombas de eixo horizontal bipartidas, com capacidade nominal de 1,50 m/s, AMT de 40 mca e potncia unitria dos motores de 1000 CV. Qtotal = 6,00 m3/s.

    Subestao de energia que atender a EEAT e a ETA, com dois transformadores de 88-138/13,2 kV, ambos com potncia nominal de 6 MVA. Ser alimentada mediante extenso da malha de transmisso da AES ELETROPAULO na regio de Caucaia do Alto.

    Adutora de gua tratada (trecho I.1 por recalque), em ao soldado, com 2100 mm e 3,13 km de extenso, nos municpios de Cotia e Vargem Grande Paulista, desde a ETA at a chamin de equilbrio de gua tratada.

    Chamin de Equilbrio de gua Tratada (CEQ-AT), a ser implantada em terreno de cerca de 5.700 m2, junto estrada de Caucaia, no municpio de Vargem Grande Paulista. A CEQ-AT consistir em estrutura de concreto armado, cilndrica, com 24,00 m de dimetro, 16,30 m de altura total e volume total de 5.100 m3, semi-enterrada, com NA mx e mn operacional nas cotas 942,00 e 934,00.

    Adutora de gua tratada (trecho I.2 por gravidade), em ao soldado, com 2100 mm e 2,20 km de extenso, desde a chamin de equilbrio at a interligao com as adutoras do Sistema Alto Cotia, no bairro Tijuco Preto em Cotia.

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    Adutora de gua tratada (trechos II.1 e II.2, por gravidade), desde Tijuco Preto at o Reservatrio Granja Carolina. Adutora em ao soldado, com 1800 mm e 8,07 km de extenso, nos municpios de Cotia e Itapevi. Este trecho inclui a travessia da adutora sob a rodovia Raposo Tavares por mtodo no-destrutivo e assentamento da adutora em tnel de 1,0 km sob macio elevado, com 3,80 m de dimetro.

    Reservatrio de Compensao de gua Tratada (RCAT) Granja Carolina, em rea de 11.700 m2, no futuro Condomnio Granja Carolina Reserva Cotia, municpio de Itapevi. Consistir em estrutura de concreto armado, com 3 cmaras retangulares de 10.000 m3 cada, com 43,50m x 23,00m x 12,00m de altura total cada uma, e volume total de 30.000 m3, com NA mx e mn operacional nas cotas 926,00 e 914,00. Uma estrutura de controle de vazo e presso na entrada do RCAT permitir regular a vazo afluente ao RCAT e o nvel piezomtrico no reservatrio, e proteger a adutora com relao ocorrncia de presses transitrias.

    Adutora de gua tratada (trechos II.3, II.4 e II.5, por gravidade), entre o RCAT Granja Carolina e a derivao para interligao com a adutora do Baixo Cotia. Adutora em ao soldado, enterrada, com 1800 mm e 12,34 km de extenso, atravessa os municpios de Itapevi, Cotia, Jandira e Barueri. Trecho de 376 m sob a rua Silverstone, em Itapevi e Jandira, ser construdo em tnel de 3,60 m de dimetro, para evitar desapropriaes.

    Adutora de gua tratada (trecho III, por gravidade), entre a derivao anterior e a derivao da subadutora Gnesis, em ao soldado, enterrada, com 1500 mm e 2,71 km de extenso, no municpio de Barueri.

    Adutora de gua tratada (trecho IV, por gravidade) entre a derivao anterior e a interligao com a adutora existente Carapicuba-Tambor, em ao soldado, enterrada, com 1200 mm e 2,31 km de extenso, nos municpios de Barueri e Carapicuba. Uma estrutura de dissipao de energia ser implantada no trecho IV para rebaixamento do nvel piezomtrico, antes da interligao com a adutora existente do SIM.

    A interligao do SPSL com a malha do Sistema Integrado Metropolitano (SIM) ocorrer nas seguintes derivaes ao longo do caminho da adutora de gua tratada, as quais atendero setores que hoje apresentam deficincias de abastecimento:

    Derivaes para os reservatrios Caucaia do Alto (cota 973,77) e Vargem Grande Paulista (cota 942,50). Atendimento mediante implantao de duas novas estaes elevatrias de pequeno porte na rea da Chamin de Equilbrio de gua tratada, com suco na CEQ-AT e aduo por meio das subadutoras existentes que atualmente abastecem esses reservatrios a partir da ETA Morro Grande (Sistema Alto Cotia).

    Derivao para o reservatrio Cotia Atalaia (Cotia, cota 934,80). Atendimento mediante implantao de subadutora com 800 mm de dimetro, em ao, com 2,31 km de extenso e booster intermedirio. A subadutora deriva da ala principal na sada do referido tnel no trecho II e atravessa a rodovia Raposo Tavares e ala de acesso por mtodo no-destrutivo. Esta subadutora foi dimensionada para atender tambm, futuramente, o reservatrio Cotia Centro.

    Derivao para o reservatrio Jandira Mirante (Jandira, cota 883,00). Atendimento por gravidade mediante implantao de subadutora com 400 mm de dimetro em FoFo e 0,86 km de extenso. O sistema atual de abastecimento, com bombeamento a partir do reservatrio Jandira ser desativado.

    Derivao para o reservatrio Jd. Tup (Barueri, cota 808,27). Atendimento por gravidade mediante implantao de subadutora com 800 mm de dimetro, em ao, e 1,0 km de extenso. O sistema atual de abastecimento a partir do Booster Baixo Cotia ser desativado.

    Derivao para os reservatrios Itapevi (cota 795,63), Jandira (cota 791,50) e Barueri Centro (cota 787,46). Ser realizada uma interligao da adutora existente, que hoje abastece estes reservatrios a partir da ETA Baixo Cotia, com uma derivao da ala

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    principal da adutora de gua tratada do SPSL. Uma estrutura de controle para reduo de presso ser implantada na derivao, a montante da interligao.

    Derivao para o reservatrio planejado Gnesis (municpio de Santana de Parnaba, cota 853,00). Atendimento por gravidade mediante implantao de subadutora com 800 mm de dimetro, em ao, e 10,19 km de extenso. Implantao do reservatrio Gnesis, em estrutura de concreto armado, cilndrica, com dimetro de 40,00 m, altura total de 9,50 m e volume til de 10.000 m3.

    Interligao com a subadutora existente Carapicuba-Tambor, de 1.200mm do SIM. Esta interligao, no final da adutora de gua tratada do SPSL permitir atender, mediante o sistema adutor existente, o reservatrio Barueri Tambor (cota 789,70) e tambm os reservatrios Carapicuba Centro (cota 810,12), Carapicuba COHAB (cota 788,64) e Carapicuba Vila Dirce (cota 842,70), que hoje so abastecidos a partir do Sistema Cantareira, via Booster Jaguara.

    A Figura 2.1 apresenta a planta geral de traado do setor de gua bruta do SPSL (captao at a ETA) e de trecho da LT at a captao. A Figura 2.2 apresenta a planta geral de traado do setor de gua tratada (ETA at interligao com o SIM) e das subadutoras.

    As Figuras 2.3 e 2.4 mostram o perfil reduzido e a linha piezomtrica ao longo do traado, ilustrando a concepo hidrulica dos respectivos sistemas de gua bruta e gua tratada.

    O subsistema de gua bruta est localizado em sua maior parte no municpio de Ibina, com pequeno trecho em Juquitiba e o trecho final em Cotia. A ETA fica em Cotia, no distrito Caucaia do Alto. O subsistema de gua tratada atravessa os municpios de Cotia, Vargem Grande Paulista, Itapevi, Jandira, Barueri e Carapicuba. E as subadutoras a implantar atravessam os municpios de Cotia, Barueri, Jandira e Santana de Parnaba.

    O SPSL permitir superar o atual dficit de disponibilidade hdrica nos mananciais do Sistema Integrado Metropolitano e as deficincias na regularidade do abastecimento de gua nos municpios da zona oeste da RMSP, onde a produo dos sistemas Alto e Baixo Cotia insuficiente e requer transferncias dos sistemas Cantareira e Guarapiranga, os quais deixam de atender satisfatoriamente setores das suas prprias reas de influncia.

    A entrada em operao do SPSL permitir a desativao temporria da ETA Baixo Cotia para implantao de projeto de ampliao e reforma previsto pela Sabesp, visando o adequado tratamento das guas do rio Cotia, as quais apresentam elevada variabilidade na sua qualidade pela alta carga de poluio.

    O SPSL permitir atender o crescimento previsto das demandas do Sistema Integrado Metropolitano at por volta de 2020, j considerando a economia de gua decorrente do amplo Programa de Reduo de Perdas e Eficincia Energtica em execuo pela Sabesp.

    TABELA 2.1 - DEMANDAS DE GUA DOS SETORES A SEREM ABASTECIDOS PELO SPSL Vazo Mdia Diria (l/s) Vazo Mxima Diria (l/s)

    Municpio Setor de

    Abastecimento 2015 2020 2025 2015 2020 2025 Vargem Grande Pta. Vargem Grande Pta 149 163 174 160 176 188

    Caucaia do Alto 73 80 86 78 86 93 Cotia

    Cotia- Atalaia 371 410 439 399 441 475 Barueri Centro 422 459 490 480 552 561 Barueri Tambor 394 428 457 448 488 523 Barueri Barueri Jardim Tup 380 412 440 431 470 504

    Jandira Jandira 514 541 564 570 600 627 Itapevi 464 482 501 522 543 564

    Itapevi Granja Carolina 155 160 167 174 180 188 Vila Dirce 540 574 603 560 596 626 Carapicuba COHAB 110 117 125 142 153 163 Carapicuba Carapicuba Centro 683 733 782 785 844 901

    Santana de Parnaba Gnesis 459 519 573 512 579 640 Demanda Total 4.714 5.078 5.401 5.261 5.708 6.053 Vazo do Sistema Produtor So Loureno 4.700 4.700 4.700 6.000 6.000 6.000 Vazo do Sistema Produtor Baixo Cotia 14 378 701 (1) (1) 53 (1) At 2025, a vazo mxima do SPSL suficiente para atender as demandas de sua rea de influncia.

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    3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA: A REGULARIZAO DO ABASTECIMENTO DE GUA NA ZONA OESTE DA RMSP

    O Sistema Produtor So Loureno (SPSL) objetiva aumentar a oferta de gua tratada para reforo e regularizao do abastecimento pblico de gua na zona oeste da RMSP, mediante interligao ao Sistema Integrado Metropolitano (SIM) de Abastecimento de gua da RMSP.

    A RMSP abrange uma rea de 7.944 km e encontra-se subdividida em 39 municpios, com uma populao total estimada em 19,9 milhes de habitantes para 2010. Ela representa cerca de 10,4% da populao do Pas e 48% do Estado de So Paulo, em apenas 2,4% da rea do estado.

    A bacia do Alto Tiet, com rea de drenagem de 5.720 km, abriga quase toda a populao da RMSP. Em face da grande concentrao urbana e da disponibilidade hdrica escassa, agravada por problemas de poluio dos mananciais disponveis, a bacia do Alto Tiet foi se tornando, ao longo do tempo, deficitria para o abastecimento pblico da metrpole em expanso, razo pela qual, alguns dos sistemas produtores atualmente operados pela Sabesp tiveram reforos de vazo por meio de reverses de guas de outras bacias contguas (vide Tabela 3.1).

    3.1 SISTEMA EXISTENTE DE ABASTECIMENTO DE GUA O Sistema Integrado Metropolitano (SIM) abastece uma populao de cerca de 19,6 milhes de habitantes em 30 municpios da RMSP, com praticamente 100% de atendimento, por meio de cerca de 4,67 milhes de ligaes que abrangem 6,92 milhes de economias.

    Outros 9 municpios da RMSP e ncleos de alguns desses 30 municpios so abastecidos por Sistemas Isolados, a maioria dos quais operados pela Sabesp. Estes sistemas atendem uma populao de cerca de 290 mil habitantes e no so objeto de considerao neste Relatrio.

    O SIM conta com 8 Sistemas Produtores, os quais se ligam aos centros de consumo atravs de um complexo de 8 ETAs, 1.270 km de adutoras, 137 centros de reservao, 52 torres, 98 estaes elevatrias, 24 boosters e cerca de 26.000 km de redes de distribuio, projetado de forma a abranger a rea metropolitana conurbada e interligar os principais Sistemas Produtores da Sabesp na regio. A cada Sistema Produtor corresponde uma determinada rea de influncia que proporcional sua produo e geograficamente prxima respectiva ETA. A Figura 3.1 ilustra a estrutura fsica das adutoras e reservatrios que compem o SIM e as reas de influncia dos sistemas produtores.

    A disponibilidade hdrica desse Sistema Integrado era estimada, at 2007, em 66,1 m3/s. A capacidade nominal de produo desses sistemas totaliza 67,8 m3/s, como se observa na Tabela 3.1.

    TABELA 3.1 - DISPONIBILIDADE HDRICA E CAPACIDADE DE PRODUO - SISTEMAS PRODUTORES DA RMSP

    Disponibilidade Hdrica (m/s) Sistema Produtor

    Bacia AT Reverso Total Capacidade Nominal de

    Produo (m/s)

    Cantareira 3,4 27,9 31,3 33,0 Guarapiranga 13,3 1,0 14,3 14,0 Alto Tiet 9,7 --- 9,7 10,0 Rio Grande 4,8 --- 4,8 4,5 Rio Claro 3,5 0,5 4,0 4,0 Alto Cotia 1,1 --- 1,1 1,2 Baixo Cotia 0,8 --- 0,8 1,0 Ribeiro da Estiva 0,1 --- 0,1 0,1

    TOTAL 36,7 29,4 66,1 67,8 Fonte: PMA 2006/2014

    Os estudos prospectivos para a metrpole apontam um crescimento das demandas de gua que esses Sistemas Produtores, mesmo com obras de ampliao e melhoria, no tm condies de atender. Essa restrio hdrica vem provocando ndices crticos na regularidade do abastecimento em parte dos setores abastecidos pelo SAM.

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    3.2 SITUAO DO NDICE DE REGULARIDADE DE ABASTECIMENTO IRA O ndice de Regularidade de Abastecimento - IRA um indicador que corresponde porcentagem de horas do dia em que o setor teve abastecimento pleno, isto , desconta-se o nmero de horas com deficincia no abastecimento. O IRA calculado em base diria para cada Setor de Abastecimento, alm de mdias mensais e anuais. O IRA permite verificar o estado da distribuio de gua pelo SIM e traduz as falhas operacionais e a ocorrncia de dficit de gua em cada Setor de Abastecimento.

    As falhas so classificadas em funo da causa, conforme os seguintes fatores: IA Insuficincia de aduo; IP Insuficincia de produo; ID Insuficincia na Distribuio; IR Insuficincia de recalque; RO Rodzio; MP Manuteno programada; MN Manuteno no-programada; FO Falha na operao; FEE Falta de energia eltrica. A Tabela 3.2 mostra os valores padro de classificao do IRA.

    TABELA 3.2 - CLASSIFICAO DO IRA 0 < IRA 70 70 < IRA 90 90 < IRA 95 95 < IRA 98 98 < IRA 100

    PSSIMO RUIM REGULAR BOM TIMO

    SETORES CRTICOS SETORES COM TENDNCIA

    CRTICOS SETORES NORMAIS

    Uma situao de IRA < 90% (mdia de mais de 10% do tempo com falhas) indica graves dificuldades no atendimento demanda setorial, com desabastecimento bem maior que 10% do tempo em reas crticas do setor, por deficincias na distribuio do prprio setor.

    3.1.1 Situao Atual do IRA na RMSP O IRA vem evoluindo positivamente ao longo dos anos para todo o SIM (Grfico 3.1).

    GRFICO 3.1 - EVOLUO DO IRA DOS SETORES DE ABASTECIMENTO ATENDIDOS PELO SIM

    70,0

    75,0

    80,0

    85,0

    90,0

    95,0

    100,0

    IRA

    (%)

    IRA M nimo 75,5 88,2 84,6 84,5 83,0 80,5 87,1 93,5 90,1 91,6 93,9 93,8 97,3 97,3 96,3 96,5 98,3

    IRA M dio 88,6 94,1 92,2 88,5 86,7 88,0 93,2 95,5 92,9 93,9 95,9 96,2 98,3 97,8 97,9 98,3 98,9

    IRA M ximo 95,1 96,1 96,0 91,3 91,1 91,5 97,3 96,7 94,7 95,3 97,5 97,5 99,2 98,8 98,9 99,4 99,4

    1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

    Entretanto, a Figura 3.2 (IRA em 2008) mostra que h vrios locais perifricos, especialmente onde as populaes mais crescem, onde o ndice apresenta valores com tendncia a crticos ou crticos, com abastecimento irregular ou intermitente. Os sistemas produtores com pior desempenho na regularidade do fornecimento de gua (Tabela 3.3) so os Sistemas Alto e Baixo Cotia, situados na zona oeste da RMSP. O Sistema Alto Cotia apresentou durante todo o ano de 2008 IRA de apenas 92,6%, destacando-se como sistema mais crtico. O Sistema Baixo Cotia tambm apresentou uma performance com tendncia a crtico, com IRA de 96,6%.

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    TABELA 3.3 - IRA MDIO MENSAL, POR SISTEMA PRODUTOR. 2008

    IRA (%) Sistemas Produtores Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    Mdia Anual

    (%) Cantareira 99,1 99,1 98,5 99,1 99,3 98,4 99,3 99,1 99,2 98,7 98,9 98,2 98,9 Guarapiranga 99,2 99,6 99,0 99,0 99,6 99,6 99,2 99,3 99,2 98,8 99,1 98,9 98,9 Alto Tiet 99,8 99,7 98,0 99,7 99,9 99,9 99,9 100,0 98,0 99,8 99,3 99,9 99,5 Rio Grande 99,5 98,2 97,0 98,8 99,8 99,4 99,9 98,6 99,1 99,4 99,6 99,5 98,6 Rio Claro 99,0 98,3 97,6 99,4 99,7 99,7 99,7 99,6 99,2 99,4 99,6 98,7 98,7 Alto Cotia 90,4 89,2 91,7 93,2 95,0 90,8 94,4 95,8 93,0 95,5 97,2 90,0 92,6 Baixo Cotia 96,9 97,3 98,6 97,3 96,5 98,2 98,9 97,2 97,1 98,0 98,1 91,3 96,6 Rib. da Estiva 99,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,9

    Fonte: Fonte: Relatrio Gerencial MAG Sabesp 2009 IRA Ruim (crtico) IRA com tendncia a crtico

    No conjunto do Sistema Integrado, os Setores de Abastecimento com IRA crtico somam 249 mil hab e aqueles com tendncia a crtico outros 3,45 milhes hab (18% da populao total). A zona oeste da metrpole a regio mais crtica no abastecimento da RMSP, como se observa no mapa do IRA mdio de 2008 (Figura 3.2) e na Tabela 3.4.

    TABELA 3.4 - SETORES DE ABASTECIMENTO COM IRA DEFICIENTE Unidade de Negcio Setor de Abastecimento Municpio IRA - 2008

    Cotia Centro Cotia 95,4 Jardim Atalaia Cotia 75,8 Caucaia Cotia 97,5 Vila Dirce Carapicuba 95,9 Mirante Jandira 93,9 Itapevi Itapevi 94,7

    Oeste

    Vargem Grande Paulista Vargem Grande Paulista 87,5 Mdia UN Oeste 7 setores 5 municpios 97,5 Centro Perdizes So Paulo 85,7 Mdia UN Centro 1 setor 1 municpio 99,0

    Jaragu 96,3 Perus So Paulo 93,5 Parque 120 Francisco Morato 89,1 Norte

    Vila Santista Franco da Rocha 97,4 Mdia UN Norte 4 setores 3 municpios 98,4

    Santa Etelvina 97,6 Leste Artur Alvin So Paulo 97,1 Mdia UN Leste 2 setores 1 municpio 99,3

    ABV Vila Olmpia 97,8 Campo Belo 93,1 Jardim ngela

    So Paulo 96,4

    Batistini 92,2 So Jos 97,5 Parque Seleta

    S. Bernardo do Campo 97,6

    Embu Guau Embu Guau 91,4 Itapecerica Centro Itapecerica da Serra 95,4

    Sul

    Vista Alegre Embu 97,0 Mdia UN Sul 9 setores 5 municpios 98,5 Mdia Sistema Integrado 22 setores 12 municpios 98,9 Fonte: Relatrio Gerencial MAG Sabesp. 2009 IRA Ruim (crtico) IRA Regular (tendncia a crtico)

    Em boa parte isso se deve insuficincia de produo dos Sistemas Alto e Baixo Cotia em relao s demandas crescentes dessa zona, e s limitadas possibilidades de transferncia de gua dos Sistemas Cantareira e Guarapiranga, em face das demandas em suas prprias reas de influncia.

    A zona Oeste tem dois setores com IRA ruim, dois com IRA regular, e IRA mdio com tendncia a crtico (97,5). O extremo Norte da RMSP tambm apresenta deficincias srias na regularidade do abastecimento. Os municpios com IRA deficiente em 2008 so: Cotia, Embu Guau, Francisco Morato, Itapecerica da Serra, Itapevi e Vargem Grande Paulista.

    As deficincias estruturais (na produo, aduo, distribuio) representaram, em 2008, 73% das causas de falhas no fornecimento de gua, enquanto as deficincias de gesto e

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    manuteno somaram 27%. Assim, valores de IRA abaixo do padro so indicadores de deficincia da produo e aduo dos sistemas existentes.

    Isto corroborado pelas estimativas de demandas atuais para o Sistema Integrado, que situam as demandas potenciais acima da capacidade atual dos Sistemas Produtores da RMSP.

    3.1.2 Situao Futura de Regularidade de Abastecimento na RMSP As simulaes com as estimativas de demanda para 2014, sem considerar novos investimentos em aduo e produo (Figura 3.3), mostram a expanso das manchas de atendimento deficiente nas bordas perifricas da metrpole, onde a populao cresce a taxas altas, tanto ao sul, como a oeste, leste e norte.

    A Figura 3.4 registra o IRA por setor de abastecimento com as obras previstas no PMA, exceto o novo Sistema Produtor So Loureno (SPSL). Observa-se que as reas com padres deficientes permanecem especialmente concentradas na zona oeste da metrpole.

    J a Figura 3.5 registra o IRA considerando tambm a entrada em operao do SPSL, o que reduz os pontos mal atendidos a setores localizados de Guarulhos, Santo Andr e Mau (municpios fora da rea de influncia do SPSL).

    FIGURA 3.2 - IRA MDIO ANUAL EM 2008

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    FIGURA 3.3 - CENRIO EM 2014, IRA SEM OBRAS DO PMA E SEM O SPSL

    FIGURA 3.4 - CENRIO EM 2014, IRA COM OS INVESTIMENTOS DO PMA E SEM O SPSL

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    FIGURA 3.5 - CENRIO EM 2014, IRA COM OS INVESTIMENTOS DO PMA E COM O SPSL

    3.2 DEMANDAS DE GUA DO SISTEMA INTEGRADO METROPOLITANO SIM

    3.2.1 Estudos de Planejamento Realizados pela Sabesp A Sabesp publicou em 2004/2005 o Plano Diretor de Abastecimento de gua da RMSP PDAA 2025, o qual constitui o estudo mais recente de planejamento geral do abastecimento de gua da metrpole, com horizonte de 20 anos, at 2025. O PDAA 2025 baseou-se em anlise detalhada da distribuio espacial das demandas, em funo da populao por setor censitrio registrada no Censo de 2000, o cruzamento com os consumos de gua e o IRA em cada setor de abastecimento, e critrios fundamentados para projeo das demandas por setor. Do lado da oferta, o PDAA analisou o potencial de melhorias operacionais para ampliao da capacidade de produo dos atuais sistemas produtores, as alternativas de aproveitamento de novos mananciais para os atuais sistemas e de novos sistemas produtores, e as obras de aduo, bombeamento e reservao requeridas para resolver problemas localizados de suprimento e dotar o SIM da necessria flexibilidade de operao para poder transferir gua entre as reas de influncia de cada sistema produtor em situaes especiais ou de emergncia.

    O PDAA 2025 desenvolveu dois cenrios para o crescimento das demandas: o Cenrio Tendencial e o Cenrio Dirigido, sendo que neste ltimo medidas de gesto das demandas e controle de perdas permitiriam, a mdio e longo prazo, reduzir as necessidades globais de gua e adiar por alguns anos o desenvolvimento de novos mananciais e sistemas produtores. Para os primeiros anos o PDAA 2025 apontou um nico programa bsico de obras, pois o sistema necessitava (e ainda necessita) resolver problemas de insuficincia de oferta, em nvel global e em determinados setores.

    O planejamento geral do PDAA feito habitualmente a cada 10 anos, com dados do censo demogrfico mais recente. No meio tempo, a Sabesp atualiza periodicamente o planejamento de obras mediante o Plano Metropolitano de gua (PMA), o qual considera, de forma dinmica, a evoluo das demandas, o desempenho operacional do SIM, fatos novos em termos de disponibilidade hdrica, e a programao de recursos para investimentos.

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    O Plano Metropolitano de gua PMA 2006-2014 fez um detalhamento do programa de obras em duas fases: 2006-2010 e 2010-2014. Este planejamento considerou valores ajustados de demandas, com base nos consumos registrados em 2005 e na projeo de populao do SEADE.

    Nestes ltimos anos e no futuro imediato, os investimentos na produo de gua esto concentrados na ampliao e otimizao do aproveitamento dos mananciais da prpria bacia do Alto Tiet:

    Sistema Produtor Guarapiranga: (i) ampliao da capacidade de reverso de gua do brao do Taquacetuba (reservatrio Billings) para o reservatrio Guarapiranga, de 2,0 para 4,0 m3/s; (ii) otimizao da operao integrada Guarapiranga-Taquacetuba; (iii) controle das cargas difusas afluentes ao reservatrio Guarapiranga; e (iv) ampliao da capacidade de tratamento da ETA Alto da Boa Vista, de 14,0 para 16,0 m3/s.

    Sistema Produtor Alto Tiet: (i) concluso e fechamento dos reservatrios Paraitinga e Biritiba; (ii) fechamento do reservatrio Taiaupeba; (iii) ampliao da capacidade de bombeamento do rio Tiet para o reservatrio Biritiba e operao integrada do sistema de reservatrios; (iv) ampliao da capacidade de tratamento da ETA Taiaupeba, de 10,0 para 15,0 m3/s.

    Sistema Produtor Rio Grande: ampliao da ETA Rio Grande, de 4,5 para 5,5 m3/s.

    Estas ampliaes nos Sistemas Produtores existentes esto acompanhadas de importantes obras de expanso da capacidade de aduo, bombeamento e reservao do SIM.

    O PMA 2006-2014 constitui o planejamento vigente, que fundamenta o plano de obras em execuo. Entretanto, para o ajuste fino da 2 fase do PMA dois fatos novos devem ser considerados: (i) a reduo das disponibilidades hdricas para abastecimento pblico, conforme a ltima reviso do Plano da Bacia do Alto Tiet (FUSP, 2007, aprovado pela Deliberao CBH-AT no 12, de 17/12/2008); (ii) o Plano Corporativo de Reduo de Perdas de gua e Eficincia Energtica, em implementao pela Sabesp em todo o Estado de So Paulo. Estes fatos apontam para tendncias de simultnea reduo das demandas e reduo das vazes disponveis em situaes crticas.

    Em paralelo, recentemente a Sabesp revisou em detalhe a situao do abastecimento de gua na RMSP para fins de renovao do contrato de concesso com o municpio de So Paulo, com nfase nas questes de uso racional da gua, controle das perdas de gua e nas condies tcnicas necessrias para regularizar o abastecimento em favelas (o denominado uso social).

    Assim, para fundamentar o planejamento da entrada do novo Sistema Produtor So Loureno, a Sabesp decidiu atualizar as projees de demandas e disponibilidades para o Sistema Integrado da RMSP, considerando todo este novo contexto e os consumos efetivamente verificados em 2008. Os itens a seguir apresentam as premissas e os resultados destas projees atualizadas.

    3.2.2 Premissas e Critrios para Projeo das Demandas O estudo atualizado mantm a considerao de dois cenrios, o Tendencial e o Dirigido, que diferem apenas no grau de sucesso alcanado no esforo de reduo de perdas.

    O Cenrio Tendencial pressupe a manuteno dos nveis de investimentos em renovao da rede e controle de perdas realizados at passado recente, que evitem a natural tendncia de crescimento das perdas, com o envelhecimento dos sistemas. O Cenrio Dirigido considera atingir as metas dos programas de uso racional e reduo de perdas, j em implementao pela Sabesp. Todos os demais critrios de planejamento: populao, no de ligaes, no de economias, consumos so os mesmos em ambos cenrios.

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    TABELA 3.5 - CRITRIOS PARA PROJEO DAS DEMANDAS NOS CENRIOS TENDENCIAL E DIRIGIDO Cenrios Tendencial Dirigido

    Residencial Reduo de at 4%, progressiva a partir de 2010 Pblico Reduo de 20% a partir de 2005

    Comercial / Industrial Evoluo proposta sem reduo Consumos

    Operacional / Social Reduo progressiva partir de 2010 Em 2000, adotada mdia de 2001

    Apa-rente

    Ligaes existentes e novas Reduo de at 4%, progressiva a partir de 2010

    Para 2000, adotada mdia de 2001 Em 2005, valores iguais aos de 2000

    para 2000, adotada mdia de 2001 2010 a 2025: redues previstas para todos os qinqnios, com incorporao parcial das

    vazes recuperadas, sendo: 70% no perodo 2000/2010 95% no perodo 2010/2015

    Ligaes existentes

    2005 a 2025 mantidos os valores adotados para 2000

    100% no perodo 2020/2025 Per

    das

    na D

    istri

    bui

    o

    Real

    Ligaes Novas Redues previstas para todos os qinqnios(1) 2008: 3,9% 2008: 3,9% Perdas na Aduo 2010 a 2025: reduo progressiva at 3,6% 2010 a 2025: reduo progressiva at 3,25%

    (1) Metas de reduo de perdas: Programa de Reduo de Perdas da Diretoria Metropolitana.

    3.2.3 Demandas Atuais e Futuras do Sistema Integrado Metropolitano As Tabelas 3.6 e 3.7 apresentam a projeo de demandas de gua para o Sistema Integrado da RMSP, para o Cenrio Tendencial e o Cenrio Dirigido, respectivamente, mostrando os valores registrados no ano base de 2008 e os valores projetados por qinqnio, de 2010 a 2025. Essas tabelas explicitam a composio das demandas e o tipo de perda (perda na aduo, perda real e perda aparente). Elas tambm apresentam o consumo por economia e os indicadores de consumo e de perdas por ligao. A Tabela 3.8 apresenta os principais condicionantes do consumo (populao, no de ligaes, no de economias). No conjunto, as tabelas oferecem um panorama amplo das hipteses subjacentes que determinam as demandas previstas.

    TABELA 3.6 - SISTEMA INTEGRADO DA RMSP. CENRIO TENDENCIAL, AJUSTADO COM OS DADOS DE 2008 ITEM 2008 2010 2015 2020 2025

    Composio da Vazo Produzida Demanda Mdia (m3/s) 67,0 69,7 73,9 76,9 79,2 Perdas na Aduo e Processo (m3/s) 2,6 2,7 2,8 2,8 2,9 Consumo Total (m3/s) 48,8 50,5 53,4 55,4 56,7 Perda Real na Distribuio (m3/s) 15,6 16,5 17,7 18,6 19,6 Composio do Consumo Total Consumo Total (m3/s) 48,8 50,5 53,4 55,4 56,7 Consumo Micro-medido (m3/s) 36,4 37,8 40,5 43,0 45,0 Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (m/s) 5,4 5,4 5,2 4,4 3,4 Perdas Aparentes na Distribuio (m3/s) 7,0 7,3 7,7 8,0 8,3 Consumo por economia (m/economia.ms) 19,6 18,9 17,9 16,9 16,1 Indicadores por Ligao Consumo Micro-medido (L/lig.dia) 727 699 669 643 624 Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (L/lig.dia) 107 99 86 65 48 Perda Real (L/lig.dia) 311 305 292 279 272 Perdas Aparentes na Distribuio (L/lig.dia) 139 136 127 120 115 Perdas Totais: Reais + Aparentes (L/lig.dia) 450 441 419 399 387 Percentuais de Perdas Perdas na Aduo e Processo (%) 3,9% 3,9% 3,8% 3,7% 3,6% Perdas Reais na Distribuio (%) 23,3% 23,6% 23,9% 24,3% 24,7% Perdas Aparentes (%) 10,4% 10,5% 10,4% 10,5% 10,5% Perda Total (%) 37,6% 37,8% 38,1% 38,1% 38,4% Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (%) 8,0% 7,7% 7,1% 5,7% 4,3%

    TABELA 3.7 SISTEMA INTEGRADO DA RMSP. CENRIO DIRIGIDO, AJUSTADO COM OS DADOS DE 2008 ITEM 2008 2010 2015 2020 2025

    Composio da Vazo Produzida Demanda Mdia (m3/s) 67,0 69,6 71,5 72,3 74,7 Perdas na Aduo e Processo (m3/s) 2,6 2,5 2,4 2,4 2,4 Consumo Total (m3/s) 48,8 50,5 53,8 55,9 57,4 Perda Real na Distribuio (m3/s) 15,6 16,6 15,3 14,0 14,9

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    ITEM 2008 2010 2015 2020 2025 Composio do Consumo Total Consumo Total (m3/s) 48,8 50,5 53,8 55,9 57,4 Consumo Micro-medido (m3/s) 36,4 37,8 40,5 43,0 45,0 Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (m/s) 5,4 5,4 5,2 4,4 3,4 Perdas Aparentes na Distribuio (m3/s) 7,0 7,4 6,8 6,2 6,7 Perdas Aparentes incorporadas ao consumo (m3/s) 0,0 0,0 1,3 2,4 2,3Consumo por economia (m/economia.ms) 19,6 18,9 18,1 17,1 16,3 Indicadores por Ligao Consumo Micro-medido (L/lig.dia) 727 699 669 643 624 Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (L/lig.dia) 107 99 86 65 48 Perda Real (L/lig.dia) 311 306 252 209 207 Perdas Aparentes na Distribuio (L/lig.dia) 139 136 112 93 92 Perdas Totais: Reais + Aparentes (L/lig.dia) 450 443 364 302 300 Percentuais de Perdas Perdas na Aduo e Processo (%) 3,9% 3,6% 3,4% 3,4% 3,2% Perdas Reais na Distribuio (%) 23,3% 23,8% 21,3% 19,3% 20,0% Perdas Aparentes (%) 10,4% 10,6% 9,5% 8,6% 8,9% Perda Total (%) 37,6% 38,0% 34,3% 31,3% 32,1% Usos Operacionais, Emergenciais e Sociais (%) 8,0% 7,7% 7,3% 6,0% 4,6%

    TABELA 3.8 SISTEMA INTEGRADO DA RMSP. DADOS GLOBAIS ITEM 2008 2010 2015 2020 2025

    Populao RMSP 19.459.678 19.887.778 20.779.710 21.535.016 22.125.848Populao Abastecida pelo Sistema Integrado 19.183.284 19.597.433 20.456.543 21.180.550 21.743.862No de Economias 6.455.850 6.919.292 7.717.129 8.471.959 9.107.145No de Ligaes 4.334.211 4.672.480 5.236.209 5.773.591 6.228.300

    As projees mostram que a demanda mdia anual do Sistema Integrado da RMSP deve crescer de 69,7 m3/s em 2010 para 79,2 m3/s em 2025 no Cenrio Tendencial e 74,7 m3/s no Cenrio Dirigido. Isto , um acrscimo de 5,0 a 9,5 m3/s em 15 anos (+7,2% a +13,6%), a depender do sucesso que for obtido na reduo de perdas.

    Cabe salientar que a demanda estimada para 2010 (69,6 m3/s) superior atual produo de gua destinada ao Sistema Integrado (~ 65,5 m3/s), pois este ltimo valor retrata uma situao de demanda parcialmente reprimida, na qual subsistem problemas de oferta insuficiente em setores com IRA menor que o desejvel, os quais abrangem uma populao de cerca de 3,7 milhes de pessoas. J a demanda projetada considera a demanda que haveria sem restries no fornecimento domiciliar.

    Ambos cenrios consideram uma reduo nos denominados usos operacionais (lavagem de redes), emergenciais (carros pipa, combate a incndios) e sociais (gua entregue em favelas, sem medio domiciliar). O componente social representa cerca de 99% desse item, e a reduo de 5,4 para 3,4 m3/s entre 2010 e 2025 considera que as prefeituras avancem significativamente na urbanizao de assentamentos irregulares, permitindo a incorporao de parte desse consumo no-regulado (que embute desperdcio) ao consumo regular medido com hidrmetro em cada domiclio.

    A principal diferena entre os dois cenrios nas perdas reais, especialmente na rede de distribuio; a partir de um valor estimado de 16,5 m3/s em 2010, a perda real na distribuio aumentaria para 19,6 m3/s em 2025 no cenrio tendencial, e diminuiria para 14,9 m3/s no cenrio dirigido.

    3.2.4 ndices de Consumo de gua A projeo SEADE indica um acrscimo de 2,24 milhes hab em toda a RMSP entre 2010 e 2025, e de 2,15 milhes hab no Sistema Integrado (+11%). J o no de ligaes cresce de 4,67 para 6,23 milhes (+33%), na mesma proporo que o no de economias, refletindo a expectativa da Fundao SEADE de uma progressiva reduo do no de habitantes por domiclio. Esta tendncia tem implicaes na demanda de gua, pois a experincia da Sabesp mostra que cerca de 2/3 do consumo mdio do domiclio proporcional ao no de moradores, mas o outro 1/3 inerente ligao, sendo funo de diversos outros fatores tcnicos e socioeconmicos, mas no do nmero de pessoas na casa.

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    O efeito combinado desses fatores uma reduo importante no consumo mdio por economia, de 18,9 para 16,3 m3/econ/ms (-13,8%), e uma estabilidade ou leve declnio do consumo residencial per capita, em torno de 164 L/hab/dia (considerando a soma do consumo micro-medido e dos usos sociais).

    3.3 PROGRAMA METROPOLITANO DE CONTROLE DE PERDAS

    3.3.1 Perdas Reais e Perdas Aparentes Da vazo total produzida nas ETAs, as perdas de gua ocorrem: (i) na aduo, at a entrega da gua nos reservatrios setoriais; e (ii) no sistema de distribuio. A Tabela 3.9 explicita a definio conceitual dos vrios tipos de consumos e perdas que ocorrem no sistema de distribuio, destacando: (a) os vrios tipos de consumos autorizados mas no-faturados, entre os quais sobressaem os usos sociais; (b) as perdas reais; e (c) as perdas aparentes.

    TABELA 3.9 COMPOSIO DOS CONSUMOS E PERDAS NA DISTRIBUIO

    Consumos medidos faturados Consumos Autorizados Faturados Consumos no-medidos faturados (estimados)

    guas

    Fa

    tu-

    rada

    s

    Consumos medidos no-faturados (usos prprios, caminho-pipa etc.) Consumos no-medidos, no-faturados (corpo de bombeiros, etc.) C

    onsu

    mos

    A

    utor

    izad

    os

    Consumos Autorizados

    No Faturados Consumos no-medidos, no-faturados (usos sociais: consumo em favelas)

    Consumos no-autorizados (fraudes e falhas de cadastro) Perdas Aparentes Sub-medio nos hidrmetros

    Vazamentos nas redes de distribuio Vazamentos nos ramais prediais at o hidrmetro Vo

    lum

    e D

    ispo

    nibi

    lizad

    o

    Dis

    trib

    ui

    o

    Perd

    as d

    e

    gua

    Perdas Reais

    Vazamentos e extravasamentos nos reservatrios de distribuio

    gu

    as N

    o-F

    atur

    adas

    A perda real a parcela de gua efetivamente perdida no sistema (perda fsica, ou seja, vazamentos nas tubulaes e extravasamentos em reservatrios). A perda aparente a parcela utilizada pela populao, mas no-medida, por impreciso da micro-medio, fraudes, falhas de cadastro e outros.

    As perdas reais (na aduo e na distribuio) constituem o componente de maior interesse para a avaliao da eficincia na utilizao dos recursos hdricos, pois representam uma vazo derivada dos mananciais que no usufruda pela populao.

    Os usos sociais e as perdas aparentes constituem consumos efetivos da populao, mas que no geram receita para a Sabesp, representando fundamentalmente um problema de gesto tcnica e comercial. Entretanto, na falta de medio e cobrana, os consumos computados como perdas aparentes embutem uma margem maior de desperdcio, sendo de interesse pblico a reduo e regularizao dessas situaes.

    Estudos por amostragem realizados pelo IPT, corroborados pela experincia da Sabesp na gesto da rede de distribuio indicam que as perdas reais constituem cerca de 65% (~2/3) da perda total na distribuio, e as perdas aparentes os restantes 35%. Destes ltimos, 22% so sub-medio em hidrmetros, 11% fraudes e 2% falhas de cobrana.

    Os dados de 2008 apontam perdas de 37,6% do volume produzido, sendo 3,9% de perdas na aduo, 23,3% de perdas reais na distribuio e 10,4% de perdas aparentes.

    A International Water Association (IWA) no recomenda o uso da % de perdas como ndice de gesto, pois tal indicador apresenta distores que dificultam a comparao entre sistemas ou setores de abastecimento distintos. A IWA sugere o indicador especfico de Perdas por Ligao, em L/lig.xdia, como o indicador mais adequado para a situao de densidade de ligaes encontrada na RMSP.

    Os dados de 2008 indicam um ndice de perdas totais de 450 L/ligxdia no sistema de distribuio, sendo cerca de 311 L/ligxdia de perdas reais e 139 L/ligxdia de perdas

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    aparentes. Comparativamente, o consumo micro-medido foi de 727 L/ligxdia e o uso social requereu outros 107 L/ligxdia.

    Outro indicador recomendado, o Infrastructure Leakage Index (ILI), aplicvel apenas s Perdas Reais, compara o nvel de perdas reais com o Volume Perdido Inevitvel, um limite alm do qual redues adicionais consideram-se impraticveis por razes tecnolgicas. Este nvel baseia-se em parmetros verificados em sistemas bem operados, considerados como de excelncia.

    Tanto para as perdas reais como para as aparentes, o ndice Econmico de Perdas representa um valor a partir do qual no compensa reduzir as perdas, j que os custos para a recuperao dos volumes superam os custos de produo e distribuio de gua. Em geral, o ndice econmico bastante superior ao ndice de perdas inevitveis.

    A Tabela 3.10 apresenta uma classificao da performance tcnica de sistemas de abastecimento de gua, em termos de perdas reais, de acordo com metodologia recomendada pelo Banco Mundial.

    A Tabela do BIRD classifica a performance tcnica em 4 categorias (A, B, C, D) de acordo com faixas de valores do ILI (Perdas Reais Perdas Reais Inevitveis), com padres diferenciados para os pases desenvolvidos e pases em desenvolvimento. As categorias A, B, C e D tm os seguintes significados:

    A Reduo adicional de perda pode no ser econmica, a menos que haja insuficincia de abastecimento; so necessrias anlises mais criteriosas para identificar o custo de uma efetiva melhoria.

    B Potencial para melhorias significativas; considerar o gerenciamento de presso, prticas melhores de controle ativo de vazamentos, e uma melhor manuteno da rede.

    C Registro deficiente de vazamentos, tolervel somente se a gua abundante e barata; mesmo assim, deve-se analisar o nvel e a natureza dos vazamentos e intensificar os esforos para reduo de vazamentos.

    D Uso muito ineficiente de recursos; programa de reduo de vazamentos imperativo e altamente prioritrio.

    TABELA 3.10 PERDAS REAIS. SISTEMA DE BANDAS DO BANCO MUNDIAL

    Os parmetros de perdas por ligao (L/ligxdia) adotados na classificao dependem da presso mdia na rede, pois presses maiores causam inevitavelmente perdas mais altas. O nvel de perdas inevitveis (implcito na Tabela) de: 12,5 / 25 / 37,5 / 50 / 62,5 L/lig.xdia para, respectivamente, nveis de presso mdia de 10 / 20 / 30 / 40 / 50 mca.

    O sistema de distribuio da RMSP situa-se em posio intermediria entre 30-40 mca, com ndice de Perdas Inevitveis de pouco mais de 40 L/lig.xdia. O ndice de perdas reais de

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    2008 (~ 311 L/ligxdia) corresponde a um ILI de pouco menos de 8, com o que o Sistema Integrado da RMSP encontra-se prximo do limite entre as categorias B e C para pases em desenvolvimento, passvel portanto de melhorias significativas em termos de reduo de perdas.

    Cabe salientar que estes so ndices mdios para todo o sistema de distribuio, havendo grandes variaes entre setores de abastecimento.

    3.3.2 Metas de Reduo de Perdas Nos ltimos anos, a Sabesp vem desenvolvendo esforos significativos para reduzir as perdas nos sistemas sob sua responsabilidade. O Grfico 3.2 mostra a evoluo do ndice de perdas totais (reais + aparentes) no conjunto dos sistemas que a Companhia opera no estado de So Paulo, o qual caiu de um patamar de 550 L/ramalxdia at 2003 para 432 L/ramalxdia em 2008. Os nmeros so representativos para o Sistema Integrado da RMSP, pois ele representa cerca de 72% da vazo produzida no Estado.

    Estes esforos so crescentes e foram consolidados com a instituio do Programa Corporativo de Reduo de Perdas e Eficincia Energtica, descrito no item seguinte.

    GRFICO 3.2 - EVOLUO DO NDICE DE PERDAS DA SABESP (ESTADO DE SO PAULO)

    Fonte: Fonte: Superintendncia de Planejamento Integrado Sabesp 2008

    Para fixao de metas de reduo de perdas, a Sabesp desenvolveu estudos com apoio de consultoria e cooperao tcnica internacional. A experincia de cidades com sistemas de gua considerados de excelncia, como Tkio, Kobe e Nagoya no Japo, e Viena na ustria, mostra que a reduo de perdas o resultado de um trabalho sistemtico de longo prazo, ao longo de 20-30 anos.

    Os estudos realizados permitiram estabelecer uma linha de tendncia e faixas de valores para a reduo possvel ao longo do tempo. O conjunto de elementos analisados convergiu para fixar um ILI = 4 como meta de longo prazo, no limite das categorias A e B da classificao do Banco Mundial para pases em desenvolvimento. Nas condies do Sistema Integrado da RMSP, isso representa algo prximo de 170 L/lig.xdia para as perdas reais, valor considerado representativo do provvel nvel econmico de perda.

    Comparativamente aos atuais 311 L/lig.xdia de So Paulo, Londres apresenta perdas reais de 301 L/lig.xdia e Madri de 343 L/lig.xdia. Londres tem um ILI de 8,9 e Tkio de 2,0.

    A meta de longo prazo para as perdas aparentes foi fixada em 80 L/lig.xdia, cerca de duas vezes o que foi adotado como perda aparente inevitvel e pouco mais da metade do valor de 2008 (139 L/lig.xdia).

    Considerando que a meta de longo prazo ser atingida gradativamente, a projeo de demandas do Cenrio Dirigido adotou os seguintes valores:

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    TABELA 3.11 - NDICES DE PERDAS NA DISTRIBUIO. SISTEMA INTEGRADO. CENRIO DIRIGIDO ndice (L/lig.xdia) 2008 2010 2015 2020 2025 Longo Prazo Perdas Reais 311 306 252 209 207 170 Perdas Aparentes 139 136 112 93 92 80 Perda Total na Distribuio 450 443 364 302 300 250

    A reduo maior ocorre nos dois primeiros qinqnios, at 2020, consistente com o Programa Corporativo que prev investimentos substanciais no perodo 2009-2019. Para o perodo 2020-2025 considerou-se basicamente que sero feitos investimentos para manuteno dos ndices alcanados. A meta de longo prazo provavelmente requerer esforos adicionais, a serem avaliados a mdio prazo em funo dos resultados que se alcancem com o Programa em curso.

    3.3.3 Programa de Reduo de Perdas de gua e Eficincia Energtica As aes para o controle das Perdas Reais abrangem, basicamente:

    Pesquisa de vazamentos e controle ativo de vazamentos visveis e no-visveis, mediante troca de ramais, substituio de redes, reparo de vazamentos, etc.; Agilidade e qualidade nos reparos dos vazamentos;

    Gerenciamento de presses na rede de distribuio, no sentido de mant-las estveis e dentro de faixas aceitveis. Isto feito mediante obras de setorizao da rede (implantao de anis primrios e zonas de presso), eliminao de derivaes em marcha, implantao de Distritos de Medio e Controle, instalao de Vlvulas Redutoras de Presso e boosters;

    Gerenciamento da infra-estrutura: os materiais empregados na rede de distribuio e nas adutoras devem ser de boa qualidade, e a execuo dos servios de implantao e de manuteno deve ser feita por pessoal qualificado. As tubulaes que tiveram sua vida til superada e tm apresentado problemas de vazamentos devem ser substitudas por novas tubulaes, de acordo com as especificaes tcnicas mais atualizadas;

    Macro-medio e monitoramento on-line: implantao de macro-medidores (eletromagnticos, ultrassnicos) na entrada dos setores de abastecimento e suas subdivises, instalao de sistemas telemtricos e centrais de controle operacional em cada unidade de negcio do Sistema Integrado.

    As aes para o controle das Perdas Aparentes abrangem, basicamente:

    Gerenciamento da micro-medio: substituio dos hidrmetros de pequena e grande capacidade, de forma corretiva (hidrmetro parado) ou preventiva (hidrmetro vencido pelo tempo de instalao ou pelo volume veiculado);

    Gerenciamento da macro-medio: medio adequada dos volumes produzidos nas ETAs, nos pontos de entrega nos reservatrios setoriais e na entrada dos Distritos de Medio e Controle;

    Combate a fraudes e ligaes clandestinas;

    Melhoria do cadastro das ligaes no Sistema Comercial da Sabesp e investigaes sobre as ligaes consideradas inativas no cadastro comercial, para checar se efetivamente esto fora do rol de consumidores da Companhia.

    A Tabela 3.12 apresenta as despesas e investimentos realizados at 2008 na reduo de perdas de gua no Estado, que totalizaram R$ 219 milhes em 2008 e permitiram a j referida reduo do ndice de perdas para 432 L/ramalxdia.

    TABELA 3.12 - INVESTIMENTOS REALIZADOS PARA A DIMINUIO DE PERDAS (ESTADO DE SP) Indicadores 2005 2006 2007 2008 IPDt (litros/ramal.dia) 520 511 467 432 Despesa (Em R$ mil) 94.729 90.765 92.400 Investimento (Em R$ mil) 67.360 126.600 Total (Em R$ mil) 158.125 219.000

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    O Programa Corporativo de Reduo de Perdas e Eficincia Energtica abrange o perodo 2009-2019 (11 anos), organizado em 3 fases: (i) 2009-2010, executado; (ii) 2011-2013, com recursos j equacionados; e 2014-2019, com recursos ainda a equacionar.

    O Programa Corporativo para todos os sistemas operados pela Sabesp no Estado de So Paulo envolve investimento de R$ 3,3 bilhes nos 11 anos. Os investimentos em reduo de perdas previstos pela Diretoria Metropolitana no Sistema Integrado da RMSP so da ordem de R$ 200 milhes por ano, totalizando R$ 2,27 bilhes em 11 anos, e destinam-se principalmente reduo das perdas reais (controle de vazamentos e adequao da rede de distribuio).

    3.4 DISPONIBILIDADE HDRICA DOS MANANCIAIS PARA ATENDIMENTO DO SIM O atendimento das demandas de gua do Sistema Integrado requer um adequado balano com a capacidade de produo de gua dos sistemas produtores que abastecem o SIM. Dois tipos de balano oferta x demanda devem ser equilibrados ao longo do tempo: (i) a disponibilidade hdrica total dos mananciais utilizados deve atender a demanda mdia anual prevista; e (ii) a capacidade de produo total dos sistemas produtores deve atender a demanda mxima diria, do dia de maior consumo. Adicionalmente, a disponibilidade hdrica a considerar em cada manancial est limitada vazo que o respectivo sistema produtor (formado por captao, aduo de gua bruta, ETA e aduo de gua tratada) pode produzir de forma contnua.

    Em face da enorme extenso da rea conurbada atendida pelo SIM, o balano oferta x demanda deve atender tambm um certo equilbrio espacial nas vazes produzidas por cada sistema, pois a possibilidade de transferncia de vazo entre as reas de influncia de cada sistema produtor limitada.

    A disponibilidade hdrica dos mananciais para abastecimento pblico estabelecida com base na vazo assegurada com 95% de garantia, consideradas as vazes naturais dirias afluentes, a capacidade de regularizao dos reservatrios, as regras operativas, as outorgas de derivao concedidas a outros usos e as restries operacionais associadas.

    O conjunto de mananciais que abastece o Sistema Integrado da RMSP faz parte de um sistema hdrico de enorme complexidade, com reverses / interligaes entre bacias, conflitos entre usos e usurios (na mesma bacia e entre bacias), em um contexto de severa escassez de gua. O equacionamento dessas questes vem sendo objeto de estudos integrados e planos diretores h mais de 50 anos.

    3.4.1 Disponibilidade Hdrica Efetiva dos Mananciais O planejamento da Sabesp (PDAA 2025) considerou em 2004 que os mananciais utilizados para o Sistema Integrado tinham na poca uma disponibilidade hdrica total de 66,1 m3/s (ver Tabelas 3.1 e 3.13). Esse valor resulta da soma das disponibilidades dos sistemas j implantados, incluindo: (i) a reverso de 2,0 m3/s do Taquacetuba para o Guarapiranga; e (ii) a soma das disponibilidades individuais dos reservatrios Taiaupeba, Jundia e Ponte Nova, mais a captao a fio dgua no rio Tiet e no rio Biritiba, com a capacidade de recalque existente, no Sistema Alto Tiet.

    O PMA 2006-2014 partiu dessa mesma linha de base e considerou o aumento da disponibilidade hdrica de 66,1 para 73,7 m3/s, como resultado dos seguintes acrscimos:

    Sistema Guarapiranga: ampliao de 2,0 para 4,0 m3/s na capacidade de reverso do Taquacetuba para o reservatrio Guarapiranga, o que resulta em acrscimo de 1,7 m3/s de vazo garantida com 95% (aumento de 14,3 para 16,0 m3/s).

    Sistema Alto Tiet: (i) adio dos reservatrios Paraitinga e Biritiba, com vazo garantida adicional de 2,5 m3/s; (ii) fechamento do reservatrio Taiaupeba (+0,4 m3/s); (iii) reverso para o reservatrio Biritiba das vazes do rio Tiet geradas na rea incremental entre as barragens de Paraitinga, Ponte Nova e Biritiba, at a foz do Biritiba, e operao integrada do sistema de reservatrios (+3,0 m3/s), o que resulta em aumento da disponibilidade total de 9,7 para 15,6 m3/s.

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    O Plano da Bacia do Alto Tiet (PBH-AT) (FUSP, 2007) fez uma reavaliao das disponibilidades hdricas dos mananciais considerando as sries hidrolgicas mais recentes e a nova realidade de outorgas e regras operativas estabelecidas para vrios sistemas (Tabela 3.13).

    TABELA 3.13 AJUSTE DA DISPONIBILIDADE HDRICA DOS MANANCIAIS, CONFORME PBH-AT 2007 Sistema Produtor

    PDAA 2004

    PMA 2006 PBH-AT 2007 Comentrios

    Cantareira 31,3 31,3 29,9 Renovao da outorga do Cantareira e exigncia de vazes mnimas no rio Juqueri: de 0,5 m/s para 1,0 m/s

    Guarapi-ranga 14,3 14,3+1,7 = 16,0 13,0 Limitaes na transferncia Taquacetuba-Guarapiranga em funo do nvel mnimo da Billings, reflexo da regra da EMAE para gerao de energia assegurada.

    Alto Tiet 9,7 9,7+5,9 = 15,6 14,6 Regularizao de outorgas para irrigantes a jusante de Biritiba (0,51 m/s), ampliao da outorga para a SEMAE (Mogi das Cruzes) e outros usurios da bacia do Alto Tiet.

    Rio Grande 4,8 4,8 4,0 Regularizao de outorgas de usurios da bacia Rio Claro 4,0 4,0 4,4 / 4,0 (*) Resultados da modelagem do PBH-AT Alto Cotia 1,14 1,14 1,5 Resultados da modelagem do PBH-AT Baixo Cotia 0,8 0,8 1,0 Resultados da modelagem do PBH-AT Rib. Estiva 0,1 0,1 0,1 Sem alterao

    TOTAL 66,1 73,7 68,5 / 68,1 (*) Reduo na disponibilidade hdrica total para o Sistema Integrado. (*) A vazo efetivamente aproveitvel no Sistema Rio Claro de 4,0 m3/s.

    Mesmo considerando a futura ampliao do aproveitamento do rio Cotia em +0,55 m3/s, a disponibilidade hdrica total dos mananciais em uso totaliza 68,1 m3/s, isto , 5,6 m3/s a menos que o valor de 73,7 m3/s antes considerado no planejamento do Sistema Integrado da RMSP com as ampliaes em curso.

    3.4.2 Alternativas de Aproveitamento de Novos Mananciais O PDAA 2025 identificou as alternativas de aproveitamento dos recursos hdricos remanescentes na Bacia do Alto Tiet e nas bacias circunvizinhas: Juqui, rios Itatinga e Itapanha, rio Capivari, rio So Loureno e Baixo Juqui, Alto Sorocaba e Alto Paraba do Sul.

    Os aproveitamentos estudados foram orados e hierarquizados com base em critrios tcnicos, econmicos, ambientais e jurdico-institucionais, do que resultou como prioridades iniciais os reservatrios Paraitinga e Biritiba, o fechamento do reservatrio Taiaupeba e ampliaes das ETAs. Essas obras j esto sendo concludas.

    O fechamento do brao do Rio Pequeno (Billings) tambm foi bem qualificado, mas a ampliao do Sistema Rio Grande no resolve o abastecimento da zona oeste da RMSP, onde se concentram as maiores deficincias de suprimento. A prioridade seguinte o aproveitamento da bacia do Alto Juqui, ora em viabilizao mediante o Sistema Produtor So Loureno.

    A alternativa classificada em ltimo lugar foi o aproveitamento dos rios Itatinga e Itapanha, para reforo do Sistema Produtor Alto Tiet. Este aproveitamento tem severas restries tcnicas, econmicas e ambientais, e situa-se no extremo oposto da zona oeste, aquela com maior carncia de suprimento, o que obrigaria a executar pesadas obras adicionais de aduo por dentro da malha urbana, com alto custo econmico e alto impacto socioeconmico.

    3.5 BALANO DEMANDAS X DISPONIBILIDADE HDRICA O Grfico 3.3 apresenta o confronto entre as curvas de demanda mdia anual, para o Cenrio Tendencial (linha ocre) e o Cenrio Dirigido (linha verde), e uma previso de escalonamento da disponibilidade hdrica, de acordo com a entrada em operao de ampliaes na oferta de gua: o SPSL e o fechamento do brao do rio Pequeno, at 2025. A

    Hierarquizao das Alternativas Estudadas pelo PDAA

    1. Paraitinga e Biritiba, e fechamento do Taiaupeba

    2. Fechamento do brao do rio Pequeno

    3. Projeto Juquitiba

    4. Itatinga-Itapanha (Variante II)

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    oferta de gua considera concludas as obras de ampliao do Sistema Guarapiranga e do Sistema Alto Tiet.

    GRFICO 3.3 EVOLUO DO BALANO DEMANDAS X DISPONIBILIDADE HDRICA PARA O SISTEMA INTEGRADO

    O escalonamento da oferta ilustra a considerao de duas situaes: (i) a disponibilidade hdrica considerada no PDAA 2025 e no PMA 2006-2014 (as faixas horizontais pintadas no Grfico, e a linha azul para o total); e (ii) a disponibilidade hdrica efetiva, considerando as vazes com garantia de 95% determinadas no PBH-AT (linha vermelha tracejada, situada 5,6 m3/s abaixo da anterior).

    O planejamento de mdio e longo prazo da Sabesp prioriza a segurana no abastecimento, com o que a Companhia planeja os empreendimentos com base no Cenrio Tendencial, mas trabalha com afinco para reduzir perdas e incentivar o uso racional, de forma que as demandas evoluam de acordo com o Cenrio Dirigido. Essa postura particularmente necessria no caso do desenvolvimento de um novo sistema produtor de grande porte, que exige como mnimo 5-6 anos para realizar os estudos, projetos, licenciamento ambiental, viabilizao financeira, construo civil, instalao e testes dos equipamentos, at que a gua esteja disponvel para a populao. A reviso peridica do planejamento, considerando a efetiva evoluo das demandas, permite ajustar a programao das aes realidade verificada.

    Se as disponibilidades fossem aquelas supostas no PDAA 2025, os atuais sistemas produtores e respectivos mananciais atenderiam a demanda mdia at final de 2014, no caso do cenrio tendencial, e at final de 2022, no caso do cenrio dirigido.

    Como as disponibilidades efetivas so menores que aquelas supostas no PDAA 2025, o fato real que o Sistema Integrado j est operando em 2010 com disponibilidade total com garantia de 95% (Q95 = 68,1 m3/s) 1,5 m3/s inferior demanda mdia estimada (de 69,6 m3/s), como se observa no Grfico.

    No est havendo falta de gua porque: (i) a situao hidrolgica favorvel, e os mananciais dispem de vazes superiores ao Q95; (ii) a capacidade nominal das ETAs de

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    67,8 m3/s, mas alguns sistemas produtores podem eventualmente produzir por algum tempo acima da sua capacidade nominal; e (iii) subsistem problemas de suprimento de gua por limitaes de capacidade ou falhas na aduo em setores de abastecimento com IRA deficiente que abrangem 3,7 milhes de habitantes, com o que as demandas potenciais no podem manifestar-se de forma integral. Nessas condies, a vazo mdia de cerca de 65,5 m3/s produzida para o Sistema Integrado atende a demanda, mas com as limitaes de demanda reprimida apontadas.

    O hiato entre disponibilidade e demanda tende a ampliar-se nos prximos 5 anos, chegando a uma faixa de dficit entre 3,4 e 5,8 m3/s em 2015 (cenrios dirigido e tendencial, respectivamente). Nesse perodo, as obras de ampliao no interior do SIM devem permitir superar muitas das limitaes existentes em termos de capacidade de distribuio, tornando real a demanda potencial estimada. O aproveitamento de alguns sistemas acima de sua capacidade nominal, em condies hidrolgicas favorveis, pode permitir atender as demandas na maior parte do tempo (com eventuais problemas nos dias de consumo elevado). Entretanto, condies hidrolgicas desfavorveis podem acontecer a qualquer tempo, colocando em risco a segurana do abastecimento da metrpole.

    Pelos critrios normais de planejamento, o Sistema Produtor So Loureno seria necessrio j no curto prazo. Na prtica, a expectativa que ele possa entrar em operao no incio de 2017, permitindo que o Sistema Integrado volte a operar at 2020 com maior segurana, com disponibilidade hdrica prxima das demandas estimadas no Cenrio Dirigido.

    3.6 CONCLUSO. NECESSIDADE DO SPSL O Programa Metropolitano de gua da Sabesp (PMA 2006-2014) visa regularizar o abastecimento nos setores com IRA deficiente (que abrigam cerca de 3,7 milhes hab) e atender o crescimento esperado das demandas, j considerando o esforo de reduo de perdas. Atualmente, o dficit de suprimento est concentrado principalmente nos municpios da zona oeste da RMSP, onde a produo dos sistemas Alto e Baixo Cotia insuficiente e requer transferncias dos sistemas Cantareira e Guarapiranga, os quais deixam de atender satisfatoriamente setores das suas prprias reas de influncia.

    Aps aproveitar quase integralmente os mananciais utilizveis para abastecimento da prpria bacia do Alto Tiet, otimizar a operao integrada dos reservatrios, interligar os sistemas atravs do Sistema Integrado Metropolitano (SIM), e empreender um vultoso programa de reduo de perdas, que dar ao Sistema Integrado um padro de boa eficincia no uso da gua, a Sabesp prope o desenvolvimento do Sistema Produtor So Loureno, a partir da reverso de guas da bacia do Alto Juqui.

    O SPSL emerge como a alternativa tcnica, econmica e ambientalmente mais adequada para atender o dficit potencial atual e o crescimento das demandas de gua do Sistema Integrado da RMSP, com atendimento direto da zona Oeste da metrpole, caracterizada por deficincias no abastecimento atual e por importar gua de sistemas adjacentes.

    Os seguintes fatores fundamentam a necessidade e prioridade de implantao do SPSL:

    a) Disponibilidade Hdrica - A disponibilidade hdrica da bacia do Alto Juqui no reservatrio Cachoeira do Frana de 18,6 m3/s para 100% de garantia e de 22,3 m3/s para 95% de garantia, compatvel com a derivao de 4,7 m3/s do SPSL. A vazo de 4,7 m3/s tem previso legal de uso para abastecimento pblico da RMSP.

    b) Concepo Inovadora - A derivao de gua do Alto Juqui para abastecimento pblico na RMSP est considerada, com arranjos diversos, em todos os planos das bacias do Alto Tiet e Ribeira do Iguape. A concepo adotada evita as interferncias do antigo Projeto Juquitiba e oferece um potencial significativo de recursos financeiros para a gesto da gua na bacia doadora.

    c) Esforos na Reduo de Perdas - De acordo com a classificao do Banco Mundial para sistemas de gua em pases em desenvolvimento, o Sistema Integrado da RMSP opera atualmente com eficincia regular, com ndice de perdas (ILI) prximo de 8, no limite entre

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    as categorias B e C. As perdas de gua vem sendo reduzidas desde 2003 (aps a superao do rodzio) e as perdas reais situam-se hoje por volta de 310 L/lig.xdia. A Sabesp est implementando um amplo Programa de Reduo de Perdas e Eficincia Energtica que visa alcanar um nvel de perdas reais da ordem de 170 L/lig.xdia (ndice ILI = 4), no limite entre as categorias A e B do Banco Mundial. Esse Programa prev investimentos de R$ 2,27 bilhes na RMSP entre 2009-2019 e deve permitir reduzir as perdas reais a pouco mais de 200 L/lig.xdia j em 2020. Portanto, o Sistema Integrado da RMSP caminha para tornar-se um sistema com bom padro de eficincia no uso da gua e a Sabesp j vem alocando recursos financeiros de grande vulto para esse fim (~ R$ 200 milhes/ano).

    d) Demandas Realistas. Atendimento s Demandas Projetadas - As projees de demanda de gua consideram os diversos esforos em curso para racionalizao dos consumos, urbanizao de assentamentos irregulares que permita regularizar o fornecimento no-controlado em favelas (o uso social) e reduo de perdas. As projees indicam que, mesmo no Cenrio Dirigido em que as metas de reduo de perdas so atingidas, a demanda mdia deve aumentar de 69,7 m3/s em 2010 para 74,7 m3/s em 2025 (+5,0 m3/s ou +7,2% em 15 anos), no compatvel com a oferta atual.

    e) Oferta dos Mananciais Existentes - O Plano da Bacia do Alto Tiet (PBH-AT, 2007) mostra que as disponibilidades hdricas efetivas para abastecimento pblico so 5,6 m3/s inferiores quelas anteriormente consideradas. Com isso, as ampliaes em curso dos sistemas produtores devem levar disponibilidade com garantia de 95% para 68,1 m3/s, abaixo inclusive da demanda de 69,7 m3/s estimada para 2010. Condies hidrolgicas favorveis e demanda parcialmente reprimida em setores com restries de fornecimento fazem com que a vazo atualmente distribuda de cerca de 65,5 m3/s atenda a demanda, com limitaes. A entrada do SPSL elevar a disponibilidade dos mananciais do Sistema Integrado para 72,8 m3/s (com garantia de 95%), permitindo atender a demanda mdia prevista para o qinqnio 2015-2020, na faixa de 71,5-72,3 m3/s (no Cenrio Dirigido).

    f) Equilbrio nas reas de Influncia dos Mananciais da RMSP - A posio geogrfica do SPSL, cuja adutora de gua tratada segue pelo extremo oeste da RMSP (Cotia, Vargem Grande Pta, Itapevi, Jandira, Barueri, Carapicuba, Santana de Parnaba) permite atender diretamente os setores com maior deficincia e contribui para equilibrar as reas de influncia dos sistemas produtores. O SPSL permitir, por exemplo, liberar gua do sistema Cantareira para que a Sabesp possa atender melhor os municpios do extremo norte da RMSP, como Franco da Rocha e Francisco Morato, e do Sistema Alto Cotia, para atender melhor os municpios de Itapecerica da Serra, Embu e Embu Guau.

    g) Maior Flexibilidade e Segurana Operao do Sistema Integrado - A significativa disponibilidade hdrica do reservatrio Cachoeira do Frana (Q100 = 18,6 m3/s, Q95 = 22,3 m3/s), muito superior vazo mdia anual a derivar (4,7 m3/s) e vazo de dimensionamento (6,0 m3/s, estabelecida para operar a elevatria de gua bruta em regime horo-sazonal) oferece uma contribuio valiosa flexibilidade e segurana do abastecimento do Sistema Integrado como um todo, pois o SPSL poderia atender uma situao crtica de dficit de produo em outros sistemas produtores, sem ultrapassar a derivao mdia anual autorizada de 4,7 m3/s.

    h) Regularizao do IRA na zona oeste da RMSP - As simulaes com as estimativas de demanda para 2014, sem considerar novos investimentos em aduo e produo (Figura 3.3 anterior), mostram a expanso das manchas de atendimento deficiente nas bordas perifricas da metrpole, onde a populao cresce a taxas altas, deteriorando ainda mais a condio de criticidade verificada em 2008 (Figura 3.2 anterior). A Figura 3.4 com as obras previstas no PMA, exceto o novo SPSL, mostra que as reas com padres deficientes permanecem especialmente concentradas na zona oeste da metrpole. J a Figura 3.5 mostra que com o SPSL, toda a zona oeste passa a ter IRA timo.

    O conjunto desses fatores aponta que a entrada em operao do SPSL nos prximos anos constitui condio necessria para superar os dficits atuais e atender as demandas previstas a partir de 2017.

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    4. ESTUDO DE ALTERNATIVAS

    4.1. AS DIRETRIZES DE CAPTAO E DE TRAADO ESTUDADAS E SUAS ALTERNATIVAS A conformao geogrfica do territrio e a presena de grandes macios de matas no divisor de guas Embu Guau Alto Juqui Alto Sorocaba Alto Tiet e na Reserva Estadual Morro Grande determinaram a organizao das possveis alternativas de caminhamento entre o reservatrio Cachoeira do Frana e Carapicuba segundo trs grandes corredores, aqui chamadas Diretrizes: Guarapiranga, Itapecerica e Ibina Cotia.

    Dentro dessas 3 Diretrizes, 9 alternativas de traado e localizao de instalaes foram estudadas. As alternativas locacionais inseridas nas trs Diretrizes seguem rumos geogrficos e atravessam bacias e ambientes naturais distintos tendo, portanto, diferenas sensveis nos impactos ambientais entre elas.

    4.1.1. Diretriz Guarapiranga A Diretriz Guarapiranga compreendeu o estudo de trs alternativas Santa Rita Alvorada, Alvorada e Embu Guau. Elas saem da captao na margem direita (MD) no Reservatrio Cachoeira do Frana no stio Pennsula e seguem rumo a leste atravessando, na maior parte dos percursos, as bacias sensveis do Alto Juqui e Guarapiranga, rumo s ETAs Alvorada ou Embu Guau, depois rumando ao norte at os pontos de entrega da gua tratada em Carapicuba e Barueri. Por conta desse desvio para leste, as alternativas da Diretriz Guarapiranga apresentam maior extenso entre a captao e os pontos de entrega no SIM. Estas alternativas foram sendo construdas como uma busca de aprimoramento ambiental do antigo Projeto Juquitiba, atual alternativa Santa Rita Alvorada.

    FIGURA 4.1 - ALTERNATIVAS DA DIRETRIZ GUARAPIRANGA

    4.1.2. Diretriz Itapecerica A Diretriz Itapecerica compreendeu o estudo de quatro alternativas: Rgis; Padeiros 1, Padeiros 2 e Laranjeiras, todas saindo tambm da mesma captao na MD do Reservatrio e rumando para noroeste.

    Os caminhamentos da Diretriz Itapecerica buscam subir rumo norte em direo a Barueri e Carapicuba passando pelo corredor antropizado situado entre a Reserva Estadual Morro Grande a oeste e o macio de matas a leste que recobre o divisor de guas Alto Juqui Embu Guau e Embu Mirim Embu Guau. Esse corredor situa-se, basicamente, no entorno da rodovia Rgis Bittencourt. Geograficamente, estes caminhamentos sobem para o divisor

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    de guas Alto Juqui Embu Mirim (pelas sub-bacias dos rios So Loureno ou Laranjeiras) e depois descem pela bacia do Embu Mirim, transpem o divisor do Alto Tiet em Embu, e seguem at Carapicuba pelo divisor entre as sub-bacias dos rios Cotia e Carapicuba, afluentes do rio Tiet. A ETA Itapecerica localiza-se prximo do ponto alto do traado, logo aps a transposio do divisor Alto Juqui Embu Mirim.

    FIGURA 4.2 - ALTERNATIVAS DA DIRETRIZ ITAPECERICA

    4.1.3. Diretriz Ibina Cotia Esta Diretriz compreende dois traados alternativos: (i) Alt. Ibina Cotia 1, com captao na MD do reservatrio, stio Pennsula (mesmo local de captao das anteriores alternativas) e ETA junto da estrada Beira Rio, e (ii) Alt. Ibina Cotia 2, com captao no reservatrio na MD no brao do rib. Laranjeiras, stio Editora 3 e ETA junto estrada dos Pereiras. Ambos locais de ETA esto situados no municpio de Cotia, em stios antropizados.

    FIGURA 4.3 - ALTERNATIVAS DA DIRETRIZ IBINA COTIA

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    Os traados rumam para o norte e depois para nordeste, portanto com extenso equivalente diretriz anterior em relao aos pontos de entrega da gua tratada, percorrendo trecho menor na bacia do Alto Juqui e em maior extenso na bacia do Alto Sorocaba. Ambas atravessam grandes pores de reflorestamentos e fragmentos de matas menos significativos que na diretriz anterior.

    Geograficamente, estes caminhamentos logo se aproximam da Serra de Paranapiacaba e atravessam o divisor Alto Juqui Alto Sorocaba a pouco mais de 18-22 km do local da captao, percorrendo depois reas de cabeceiras dos rios Sorocamirim e Sorocabuu em cota superior a 900m. Na bacia do Alto Tiet, continuam em cotas altas e percorrem caminhos prximos do divisor entre as sub-bacias dos rios So Joo e Cotia, afluentes do rio Tiet, para depois acompanhar as proximidades da vrzea do rio Cotia e a vrzea do Tiet.

    4.1.4. Resumo das Caractersticas Fsicas das Alternativas Consideradas

    TABELA 4.1 - RESUMO DAS CARACTERSTICAS FSICAS DAS ALTERNATIVAS Adutoras (m) Elevatrias

    Diretriz Alternativas 2100 1800 1.500 1200

    Tneis(m)

    Extenso Total (m) AMT (m)

    Potncia(CV)

    Santa Rita - Alvorada 69.439 - 3.510 4.803 7.520 77.752 377 10.500Alvorada 105.333 - 3.510 4.803 10.720 113.646 403 10.200Guarapiranga Embu Guau 96.030 - 3.510 4.803 7.520 104.343 387 10.000Regis 75.304 - 3.510 4.803 4.222 83.617 346 9.000Padeiros 1 71.499 - 3.510 4.803 18.328 79.812 358 9.200Padeiros 2 74.120 - 3.510 4.803 11.860 82.433 370 9.200

    Itapecerica

    Laranjeiras 75.017 - 3.510 4.803 8.400 83.330 370 9.400Ibina / Cotia 1 55.639 16.056 4.803 - 7.915 76.498 397 10.050Ibina / Cotia Ibina / Cotia 2 55.180 13.542 4.803 - 1.204 73.525 412 10.715

    4.2. ANLISE MULTICRITERIAL DE DIRETRIZES E ALTERNATIVAS Ciente da complexidade tcnica e do vulto econmico do Sistema Produtor proposto, e dos mltiplos fatores e interesses envolvidos, o Estudo de Concepo elaborado estabeleceu uma metodologia de anlise multicritrio que permitiu ponderar de forma fundamentada os fatores relevantes para a escolha da melhor soluo.

    Dentre os fatores e interesses envolvidos, cabe citar aqueles de ordem local (11-13 municpios e uma diversidade de bairros atravessados), de ordem regional (reverso de bacia, passagem obrigatria por trs bacias hidrogrficas geridas pelos seus respectivos Comits de Bacia, restries impostas pela Lei de Proteo de Mananciais), de ordem social (mais de 1,5 milho de pessoas beneficiadas, populao vizinha afetada por impactos temporrios durante as obras), de ordem ambiental (passagem por ambientes sensveis, com presena de unidades de conservao) e de ordem institucional (interfaces significativas com o setor eltrico, de gerenciamento de recursos hdricos, de rodovias, de meio ambiente, prefeituras etc).

    Trs tipos de critrios foram considerados: o econmico-financeiro, o tcnico-operacional e o scio-ambiental, cujos resultados esto na seqncia.

    4.2.1. Anlise e Comparao de Alternativas sob o Aspecto Econmico-Financeiro

    Todas as alternativas tm o mesmo benefcio econmico, em termos de populao abastecida e prazo similar para iniciar a gerao de benefcios. Assim, a comparao sob o aspecto econmico busca estabelecer a soluo mais favorvel em termos de menor custo total de implantao e operao do Sistema Produtor, no longo prazo.

    O Grfico 4.1 ilustra, comparativamente, o desempenho das alternativas sob o aspecto econmico-financeiro. A alternativa Ibina Cotia 2 desponta como a soluo mais favorvel. As duas seguintes: Ibina Cotia 1 e Rgis apresentam custo total 18-21% superior.

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    GRFICO 4.1 - COMPARAO DAS ALTERNATIVAS EM TERMOS DE CUSTO TOTAL

    0

    200

    400

    600

    800

    1.000

    1.200

    1.400

    1.600

    1.800

    2.000

    Padei

    ros1

    Alvora

    da

    Embu

    Guau

    Padei

    ros2

    StaRit

    aAlvo

    rada

    Laran

    jeiras

    Rgis

    Cotia

    1Co

    tia2

    Milhe

    s(R$)

    CustoInvestimento

    CustoEnergiaEltrica

    CustoTotal

    4.2.2. Anlise e Comparao de Alternativas sob o Aspecto Tcnico-Operacional

    As nove alternativas locacionais foram avaliadas, comparativamente, em termos de um conjunto selecionado de oito indicadores que representam, de modo abrangente, riscos de construo e desempenho do Sistema Produtor.

    4.2.2.1 Facilidades e Dificuldades Construtivas A comparao dos prazos estimados para execuo das obras, das extenses e caractersticas de tneis e obras de arte das alternativas mostrou vantagem para a diretriz Ibina Cotia, em especial para a alternativa Ibina Cotia 2, com a menor extenso de tnel e traado pela zona oeste da RMS