revista sindipi nº 13
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Revista Sindipi Nº 13 - Referente aos meses Janeiro e Fevereiro de 2006.TRANSCRIPT
_SINDIPI 13 CAPA 0k.indd 3SINDIPI 13_CAPA 0k.indd 3 14/5/2007 16:47:5114/5/2007 16:47:51
Índice
EDITORIAL 4
ENTREVISTA: Evaldo Kowalsky 6
DENÚNCIA:Senador Mozarildo Cavalcanti 10
MEIO AMBIENTE: Instrução Normativa Nº 5 12
EMPRESA QUE FAZ: FEMEPE 14
REFORMA SINDICAL: Futuro incerto 16
HOMENAGEM: Antônio Carlos Momm 22
DIÁLOGO: Armadores discutem futuro 24
PESQUISA: Substâncias nocivas no salmão 26
O TEMPO: Ciclone extratropical 28
SAPERJ: Terminal pesqueiro não sai do papel 30
ATUALIZE-SE: Recadastramento de sindicatos 32
A ARTE DE Marcello Sokal 34
REIVINDICAÇÃO: Indústrias se unem 36
ARTE E CULTURA: A poesia de Alencar Cabral 37
CONSUMO: Altos juros prejudicam vendas 38
SAÚDE: Ômega-3 no atum 40
CULINÁRIA: Charuto (sardinha) 42Capa: Pedro Japiassu / Foto: Marcello Sokal
REVISTA SINDIPI A REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO
Diretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Departamento Comercial: João Manoel da Silva – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – CEP: 88301-030 – [email protected] – Fone: (47) 348-1083 – Envie suas cartas para: [email protected] Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm. Produção: GRUPO ALPHA SUL COMUNICAÇÃO: Jornalista responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Projeto gráfico e diagramação: Gerson Reis; Coordenação gráfica: Peu Japiassu; Reportagens: Rogério Pinheiro; Fotos: João Souza e Marcello Sokal; Revisão: Neusa Japiassu; Impressão: Gráfica Coan – Tubarão, SC – www.coan.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional
Editorial F
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A partir desta edição
temos muitas novidades.
A REVISTA SINDIPI
passou por uma
reformulação e retoma sua
periodicidade.
Uma nova equipe traz
dinamismo, novas idéias e
reforça o nosso objetivo de
ser “A Tribuna dos associados do SINDIPI, dos
armadores, empresários da pesca e todas as pessoas
ligadas ao setor pesqueiro, integrando-se ao
cotidiano político e cultural”.
Confira as novidades com a editora.
Antônio Carlos Momm, presidente
* * *
Estamos com muita garra e com a certeza de
que vocês vão compartilhar as mudanças: um novo
perfil, seguindo nova linha editorial e reformulação
gráfica. A Revista agora é elaborada por
profissionais do Grupo Alpha Sul Comunicação:
jornalistas, repórteres, publicitários e artistas
gráficos, empenhados nesse novo desafio.
Para esta edição, confira as matérias: a Reforma
Sindical, que traz assuntos que envolvem diretamente
os empresários e empregados. Na sessão Entrevista,
conversamos com um dos ícones da pesca industrial, o
empresário Evaldo Kowalsky. Uma reportagem com o
diretor do Cepsul, Luís Fernando Rodrigues, que fala
da polêmica Instrução Normativa nº 5 do MMA.
Matérias que apontam a falta de incentivo para as
Indústrias. A divulgação de uma pesquisa que constata
as ações benéficas do atum para as mulheres grávidas.
A sessão A arte de, com o fotógrafo Marcello Sokal. Na
sessão Empresa que faz, uma matéria sobre o
lançamento do produto Alu-lata da Femepe, além da
sessão Culinária, artigos, reivindicações do setor
pesqueiro e muito mais. Escreva para a sessão Cartas,
um novo canal de comunicação, onde estaremos
recebendo sugestões ou críticas, no endereço:
Boa leitura e até a próxima.
Daniela Maia, editora
4 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 5
Entrevista: EVALDO KOWALSKY
Daniela Maia
Uma herança que não tem preço e marca a história do pescado em Santa Catarina. “Uma empresa familiar”, expressão dita com orgulho pelo sócio-gerente EVALDO KOWALSKY, que administra a empresa, juntamente com seu irmão, o subgerente, José Francisco Kowalsky.
A dedicação ao trabalho, o espírito empreendedor, a humildade e a sabedoria, são características dos irmãos Kowalsky, herdadas do pai, o fundador da empresa, David Kowalsky, pescador-armador que se tornou um empresário reconhecido e respeitado no ramo da pesca.
Considerados arrojados, a empresa familiar adquiriu em 1988, a embarcação Vô David, o primeiro barco no Brasil para pesca
A empresa Comércio e Indústria de Pescados Kowalsky Ltda, fundada em 1960, completa 45 anos. São décadas de aprendizado, lições passadas de pai para filho
Empreendedor da pesca
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6 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
portando ovos de tainha) e Japão. SINDIPI – Qual é o carro-chefe da
empresa?
Kowalsky – É o atum skipjack ske-
ap. 60% da produção é exportada. A empresa também trabalha há dois anos com o peixe-sapo, “a nossa la-gosta brasileira”. Esse peixe é vendi-do fresco e congelado, sem cabeça e sem víscera e 95% é exportado para os EUA, Itália e Espanha. A nossa embarcação Monk Fish, que
captura o peixe-sapo, é um barco-fá-brica (captura, processa, embala, congela; o produto sai acabado). A novidade é que nesta captura também estamos trazendo o caranguejo, que vem como fauna acompanhante.
Temos a embarcação Long Line/ Es-pinhel, denominada Kopesca I, uma recente aquisição da empresa. Este já é o sexto barco da modalidade de pesca Espinhel. Um barco que levou cinco anos para ser construído e custa em média um milhão e meio de reais. Esta embar-cação, com 28 metros e capacidade para 40 toneladas de pescados con-gelados a bordo, está exportando pei-xe fresco para os Estados Unidos. A
primeira viagem foi realizada no dia 24 de julho deste ano. A Kopesca I tem autonomia para trinta dias no mar e pesca cação, meca, atum e outros peixes de grande porte, que pe-sam em média 100 a 200 kg.
SINDIPI – Para incrementar
esse mercado, o senhor
acredita que falta uma política
industrial brasileira?
Kowalsky – O governo esque-ceu dos exportadores. Estamos
à espera do incentivo da equipara-ção do óleo diesel que ainda não foi repassado. Temos um crédito peran-te o governo. Nós recebemos uma parcela desta subvenção só em 2005 e ainda temos uma parcela de 2004
oceânica. Um barco de 38 metros com capacidade para 200 toneladas que continua pescando no mar.
Em entrevista à equipe da REVISTA SINDIPI, Evaldo Kowalsky, se mostrou um empresário transparente e dividiu conosco opiniões sobre o setor e a experiência profissional.
SINDIPI – Qual o potencial da
Kowalsky?
Kowalsky – Atualmente a so-ciedade conta com uma frota pesqueira com treze embarca-ções e 10 caminhões. A empre-sa tem unidades frigoríficas de transporte rodoviário voltadas para o escoamento da produ-ção, e um potencial frigorífico de sete mil toneladas de capa-cidade de manipulação e indus-trialização, inclusive fábrica de gelo, com uma produção de 50 to-neladas/dia. A empresa captura cer-ca de oito mil toneladas de pescado ao ano. Nós exportamos para o Mer-cosul, Estados Unidos, Europa, Mer-cado Asiático, Coréia, Tailândia (ex-
“O governo esqueceu dos exportadores.
Estamos à espera do incentivo da
equiparação do óleo diesel que ainda não
foi repassado.”
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 7
para receber. Quando o governo en-trou tínhamos o óleo diesel de 280 dólares por tonelada. Hoje custa mais de 600 dólares a tonelada de óleo. E, na pesca, o óleo diesel representa mais de 50% da atividade. O óleo diesel é a alavanca da pescaria.
SINDIPI – Para reverter este
quadro, qual política que o
Brasil deveria implantar?
Kowalsky – Eu acompanhei o Ministro José Fritsch, da Se-cretaria Especial de Aqüicultu-ra e Pesca da Presidência da República, na Espanha, e vi-mos como eles fazem para re-novar a frota pesqueira. E esse é o projeto do governo brasi-leiro, o Profrota, que seria a re-novação da frota. Isso já faz dois anos e meio e ainda não saiu nenhum barco por esse Profrota. Ainda não está de-cidido o custo desse dinheiro. Eles estão querendo mais do que o pró-prio barco como garantia.
SINDIPI – Muita burocracia?
Kowalsky – É muita burocracia, muito difícil. Fritsch viu que o di-
nheiro na Europa custa 3,5% ao ano, 40% é a fundo perdido do go-verno. Hoje a Espanha tem a mai-or frota pesqueira do mundo. Já su-perou o Japão. Tem barcos de duas,
três mil toneladas que capturam o atum. E hoje nós estamos aí, ainda pescando nas nossas canoas.
SINDIPI – O Brasil comporta uma
alta produção pesqueira?
Kowalsky – Não temos uma estru-tura em terra. Nós temos que moder-
nizar nosso sistema de congelamen-to, investir mais, faltam câmaras fri-goríficas. E o dinheiro que temos para isso é financiamento a juros altíssi-mos. O que se faz no país é cobrar o
juro daquele que produz e co-brar imposto. Ainda temos que reduzir preço, competir. E além de competir com as empresas nacionais ainda temos de com-petir agora com as empresas ar-gentinas e uruguaias que estão entrando com o pescado aqui mais barato que o nosso, moti-vados pelo câmbio.
SINDIPI – Acredita que com as
ações da Secretaria da Pesca
(Seap), ainda há perspectiva
de melhora para o setor?
Kowalsky – Essa foi a nossa esperança quando o governo Lula implantou a secretaria da Pesca. Pelo menos nós íamos
ter alguém para olhar por nós. Só que simplesmente ficamos com o endereço da secretaria da Pesca. Só temos um endereço em Brasília. Só que esta secretaria de Pesca não tem participação no orçamento do governo, não tem verba. Se ela (Seap) se transformasse em um Mi-
Entrevista: EVALDO KOWALSKY
“Temos que modernizar nosso sistema de
congelamento, investir mais, faltam câmaras
frigoríficas. E o dinheiro que temos
para isso é financiamento a juros altíssimos. O que se faz no país é cobrar o juro daquele que produz
e cobrar imposto.”
8 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 20058 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
nistério da pesca com mais capaci- juros e impostos, tem certos entraves viva, eu acho que nós temos que pre-dade junto ao governo, que fizesse de alguns ambientalistas. Como em servar a área ecológica. As pesqui-parte de um orçamento para inves- torno da reserva ecológica do Arvo- sas devem ser direcionadas a todos, timentos, seria bem melhor. redo, foi um ato político no final do porque se ninguém pescar ali, nós va-Sabemos que temos um potencial governo Sarney. Não foi consultado mos ter mais peixe fora dali. Quan-de oito mil e quinhentos qui- do o peixe passar para a sua lômetros de costa. Só que nós fase adulta, ele vai sair da área não sabemos o que temos. “Essa foi a nossa ecológica. A área ecológica é Não temos pesquisa e faltam realmente uma área de repro-incentivos. esperança quando o dução. Se fosse preservado por
governo Lula implantou a todos, seria bom pra todos. SINDIPI – A Kowalsky captura
Secretaria da Pesca.tanto o atum, quanto a SINDIPI – A empresa investe
sardinha. Como o senhor Pelo menos nós íamos ter em ações sociais?
analisa esta situação? alguém para olhar por Kowalsky – Nós fomos a pri-Kowalsky – Se nós administra- meira empresa a trazer o lixo mos bem a pesca da sardinha nós. Só que simplesmente de bordo para terra. Temos nós vamos pescar atum e sardi- ficamos com o endereço da também um convênio com nha a vida toda e não vai faltar projeto Tamar, da tartaruga. sardinha. Se nós tivermos dois secretaria da Pesca.” defesos e preservar os dois, nós SINDIPI – Para os pequenos
vamos ter um estoque de sardi- empresários que almejam
nha no mar que vai ter condições de o setor produtivo e é direcionado so- crescer no ramo da pesca, há
nos fornecer a isca para os atuneiros mente aos barcos atuneiros pratica- algum segredo?
e pescar para o comércio industrial. mente. Porque ali tem pesca de mer- Kowalsky – O segredo é não ter se-É só questão de administrar o poten- gulho, a pesca artesanal de arrasto, gredo. Hoje é mais negócio ser pe-cial que temos no mar. que é a mais predatória. Além das queno do que ser grande. Os peque-
reservas ecológicas, existem as secre- nos hoje que trabalham junto com a SINDIPI – Qual a sua avaliação tarias de meio ambiente de alguns família, tem condições de crescer. sobre a proibição da pesca em municípios que querem ser superio- Desde que trabalhe com seriedade, algumas áreas? res à Lei Federal. Se nós temos uma que é o principal, e sempre preser-Kowalsky – Além do pagamento de licença de pesca para pescar com isca vando a qualidade do produto.
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 9AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 9
Mozarildo Calvacanti no Senado
DIV
ULGAÇÃO
Denúncia
“Amazônia é uma espécie de zoológico”
O senador Mozarildo Cavalcanti
(PTB) de Roraima, mais conhecido
como “O Senador da Amazônia”,
alerta sobre interesses políticos e o
descaso com a Amazônia
Na avaliação do “Esses países que falam tanto
Senador, a cada dia que passa, por em proteger a Amazônia não
um detalhe ou por outro, protegeram suas florestas, seu
brasileiros, que têm o dever de meio ambiente. Apenas foram em
defender a Amazônia, estão busca do desenvolvimento e,
colaborando para que a área fique hoje, mandam no mundo,
disponível para ser ocupada fazendo exatamente o contrário
futuramente ou, como diz Pascal do que querem nos impor”, diz.
Lamy, ex-dirigente da União O Senador cita uma frase do
Européia, “para ser administrada Programa de Governo do
por um consórcio de países ricos, Presidente Luis Inácio Lula da
porque nós, brasileiros, não Silva: “Todo mundo sabe o que
sabemos cuidar dela”. não se pode fazer na Amazônia,
10 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
mas o que é que se pode fazer minerais de terceira geração, na reserva, consorciados com os
naquela região?” estratégicos. Portanto, os países índios, e exploravam os
Na opinião do parlamentar, que dominam o mundo não têm diamantes, que eram divididos
qualquer coisa que se pretende interesse que o Brasil explore a entre os índios e os garimpeiros.
fazer no desenvolvimento da região. Os países ricos não E todo esse diamante era vendido
Amazônia esbarra nas questões querem que o Brasil seja rico”, para quem? Para contrabandistas
ambiental, ecológica e indígena. argumenta. que levavam para fora do Brasil,
“Será que não há uma que não recebia sequer um tostão
inteligência brasileira capaz de de imposto”, conta. “Os países queformular um plano efetivo de Segundo Cavalcanti, há
ocupação para o dominam o mundo projetos aprovados no Senado
desenvolvimento da Amazônia não têm interesse que estão na Câmara dos
de maneira racional”, indaga o Deputados há décadas e que não
Senador. E completa: “Essa que o Brasil explore são aprovados naquela Casa, não
imposição e esse radicalismo a região” são regulamentados. “Por quê?
ecológico chegaram a tal ponto, Porque os países ricos não deixam.
que todas as cédulas de real Nós, brasileiros, precisamos de
estampam bichos; não há um No seu discurso, o Senador mais dinheiro, e apenas com as
vulto histórico. Portanto, entra citou a Reserva Roosevelt. “Nessa riquezas minerais da Amazônia
governo e sai governo, e a reserva indígena – segundo ele – pagaríamos a dívida externa e
Amazônia é vista apenas como existe uma mina de diamantes faríamos programas sociais mais
uma espécie de zoológico que que, de acordo com especialistas, avançados”, alerta. “Estou entre
tem de ser preservado”, desabafa. pode ser a maior e a de melhor aqueles que defendem um
Outro ponto levantado pelo qualidade do mundo.” Cavalcanti desenvolvimento inteligente,
Senador é em relação às áreas disse que durante vários anos, o racional, mas não posso aplaudir
indígenas. “Mais de 50% da área diamante daquela região foi essa política de engessamento e
do meu Estado são ocupadas por explorado e contrabandeado, e de retrocesso em relação à minha
reservas indígenas, que, nada se fez. O Senador conta que região”, conclui.
coincidentemente, detêm as houve o massacre de 29
reservas minerais existentes. E garimpeiros que estavam dentro As afirmações do senador Mozarildo
não há apenas ouro e diamante, da reserva, autorizados pelos Cavalcanti foram pronunciadas no há nióbio, titânio, urânio, índios. “Os garimpeiros entravam Senado, em Brasília.
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 11
Meio ambiente
Setor pesqueiro aindasem respostas
Diretor do Cepsul afirma que a Instrução Normativa
Nº 5 do Ministério do Meio Ambiente está valendo edecisão de Fritsch não é reconhecida
Rogério Pinheiro
Quando foi lançada no
dia 21 de maio de 2004, a
Instrução Normativa Nº 5 (IN5), do
Ministério do Meio Ambiente
(MMA), teve efeito “bomba” no
setor pesqueiro nacional. O
documento assinado pela ministra
Marina Silva proibia a captura de
384 espécies de animais marinhos,
em todo o litoral brasileiro. A
reação do setor foi rápida. Em julho
do mesmo ano, pescadores,
industriais e armadores saíram às
ruas para protestar contra a medida
que pode paralisar cerca de 99%
da produção pesqueira.
Após as manifestações, o
ministro José Fritsch, da Secretaria
de Aqüicultura e Pesca (Seap),
suspendeu a medida que não foi
reconhecida. O diretor do Centro
de Pesquisa e Gestão de Recursos
Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul
(Cepsul), em Itajaí, SC, Luís
Fernando Rodrigues, explicou que,
apesar do anúncio feito por
Fritsch, a lei continua valendo
e por conseqüência de
pressões políticas o Ibama
virou o vilão da história. “Nós
não somos contra a atividade
produtiva, ao contrário, nós temos
os mesmos interesses que a
atividade produtiva tem, de
recuperar os estoques, o que é bom
para todo mundo, é bom para o
meio ambiente, é bom para quem
vive daquilo”, defende Rodrigues.
Nessa ciranda foi criado um
grupo de trabalho formado
pelo MMA, Ibama, Seap e
Organizações Não
Governamentais (Ong's) para
tentar solucionar esse impasse.
O setor produtivo pesqueiro foi
deixado de lado nas discussões.
Hoje, quem vive da pesca está
sem respostas. Afinal, se a suspensão
anunciada pelo Ministro não está
valendo, qual é a explicação para o
setor, e principalmente, quem
responde pelas normas publicadas na
Instrução?
O SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA
12 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO (SINDIPI),
aguarda uma resposta da ministra do
Meio Ambiente, Marina Silva, desde
julho de 2003, quando protocolou e
encaminhou um documento,
contendo diversas indagações, entre
elas, quais critérios utilizados para
determinar as espécies ameaçadas.
Esse documento contou com a
participação de sindicatos,
empregadores e trabalhadores do
setor pesqueiro dos estados do Pará,
Pernambuco, Espírito Santo, Rio de
Janeiro e São Paulo.
Como se passaram mais de doze
meses e o Sindicato não obteve
resposta, a reportagem da REVISTA
SINDIPI entrou em contato com o
MMA e encaminhou os mesmos
questionamentos sobre a IN5.
Segundo a assessoria de imprensa
do MMA, a Ministra não irá
responder as perguntas. Como
justificativa, a assessoria alegou que
a competência técnica para
responder cabe ao Ibama.
Através do Cepsul, o Ibama
informou que não teve nenhuma
participação na elaboração da lista de
espécies ameaçadas. “O órgão
governamental, que é subordinado
ao Ministério do Meio Ambiente,
apenas tomou conhecimento da IN5,
depois que a lista ficou pronta”, disse
o diretor do Cepsul. “Aqui nós temos
pessoas especialistas em tubarão, na
época, essas pessoas não foram
consultadas” exemplifica. O diretor
lembra ainda que, assim que o Ibama
ficou ciente da proposta, conseguiu a
tempo modificar a lei, criando dois
anexos: um que proíbe a pesca, e
outro que segue ordenamento
pesqueiro. “Nós ficamos durante um
ano argumentando essas questões,
que não era possível simplesmente
proibir as espécies, porque isso
tornaria inviável, inclusive ficaria uma
situação complicada para a
fiscalização”, destaca.
Mas a ciranda continua...
O Ibama jogou a
responsabilidade para a ONG
Biodiversitas, de Minas Gerais, que
teria sido contratada pelo MMA
para realizar um estudo sobre a
Conservação da Diversidade
Biológica.
Além da Biodiversitas, o MMA
também teria contado com apoio
da Sociedade Brasileira de
Zoologia e da Conservation
International. Na área do peixe, o
projeto vencedor foi do Instituto Ibá
de Desenvolvimento Ambiental e
Social, Iideas, da Universidade
Federal da Bahia, que coordenou a
criação da listagem de animais
marinhos, junto com outras
universidades e institutos de
pesquisas.
Na avaliação do diretor do
Cepsul, do jeito que está a IN5, não
há a menor chance de ser posta em
prática. “A grande questão é
regulamentar de outra forma a
pesca de arrasto. Nós não somos
contra a IN5, a lei até tem valor
como instrumento de proteção dos
recursos pesqueiros, só que tem
que ser reformulada de uma forma
que possa ser aplicada. Não
adianta ter uma lista de espécies
ameaçadas e você não pode aplicar
a lei. A pesca é legal e a caça não”,
opina Luís Fernando Rodrigues.
Segundo o Diretor, “a lei está
em vigor e a fiscalização está
sendo feita. Se eu vir alguém
pescando alguma espécie da
lista, minha obrigação é
autuar, o Ibama tem que
cumprir a lei, mudem a lei que
nós faremos diferente”, conclui. Nesta ciranda, o setor
pesqueiro, uma das grandes alavancas da economia nacional, é o mais prejudicado e ainda aguarda respostas.
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 13
Empresa que faz
A nova embalagem do atum
Pescador, batizada de Alu-lata,
deve promover uma revolução na
Complexo industrial com área total de
30.000 m2
Vale mais do que pesaVale mais do que pesa
indústria nacional de alimentos, um produto mais leve e
100% reciclável
Após três anos de pesquisa em embalagem de alumínio do latas de refrigerantes e cervejas no e desenvolvimento junto à Novelis, Brasil. As duas empresas dividiram início dos anos 90, o alumínio maior produtora mundial de um investimento de cerca de R$ 2 deverá substituir gradativamente o alumínio, a Indústria de Pescados de milhões para desenvolver a nova aço na produção de embalagens de Navegantes (Femepe), SC, lança no embalagem – batizada de “Alu-lata”. diversos segmentos alimentícios. mercado, o primeiro alimento sólido Assim como ocorreu com as A Alu-lata chega ao mercado
14 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
confeccionava os flanders – será capaz de produzir 2 milhões de embalagens de alumínio por mês, trabalhando em turnos de 8 horas diárias.
As latas de atum A Femepe alcançou um faturamento de
terão tampas com o R$ 88 milhões em 2004, no comércio de atuns e sardinhas em conserva.
em setembro, com lançamento do atum ao natural em pedaços, da marca Pescador e também nas versões de atum sólido e ralado, com 170 gramas e um novo rótulo prateado, que inclui receitas culinárias. Os três produtos marcam um significativo avanço tecnológico no mercado de embalagens de alimentos no Brasil – o segmento de “pet-food” deve ser o próximo a aderir à Alu-lata.
As principais vantagens em relação às tradicionais latas de aço (flanders) é que o alumínio não oxida, nem enferruja, não altera o sabor do pescado ao longo do tempo, preservando suas propriedades naturais, podendo ser colocado diretamente na geladeira ou no forno.
O maior desafio no desenvolvimento da Alu-lata foi a criação de uma lâmina de alumínio com boa resistência. O alumínio é, em média, três vezes mais leve que o aço, além de ser um produto reciclável que ajuda a preservar o meio-ambiente.
A Femepe Metalgráfica – empresa que já
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prático sistema “abre-fácil”, que dispensa abridor. Elas possuem uma “dobra de segurança” que deixa as pontas arredondadas e protege o consumidor de possíveis cortes.
O investimento de R$ 5 milhões em maquinário importado irá garantir que, dentro de um ano,
100% da produção da Femepe seja armazenada em latas de alumínio, estendo-se, assim, para todas as linhas de 32 produtos da empresa, que detém as marcas, Pescador, Alcyon e Navegantes.
A empresa está se capacitando para alcançar uma produção
mensal de 30 milhões de embalagens em três tamanhos. Com isto, a Femepe abre a possibilidade de comercializar embalagens para outros segmentos do mercado nacional e internacional, já que utilizará apenas 30% de sua capacidade de fabricação para suprir suas linhas de produtos.
A Empresa emprega 1200 funcionários diretos e gera mais 6.000 empregos indiretos
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 15
Reforma Sindical
O futuro da reforma sindical
ainda gerapolêmica
16 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
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A extinção da
unicidade sindical é
um dos temas mais
controversos da
reforma.
O assessor jurídico
do SINDIPI, Marcus
Mugnaini, relata
que este ponto da
reforma, além de
confuso e de
constitucionalidade
duvidosa, contraria
o princípio da
liberdade sindical
Na mesma situação das reformas política, tributária e trabalhista, a reforma sindical ainda espera para ser votada no Congresso Nacional. Com a crise política, que o país enfrenta, o futuro da reforma é incerto. O próprio presidente da Câmara dos
Deputados, Severino Cavalcanti, em nota a imprensa, descarta a possibilidade da reforma sindical ser votada este ano. Segundo Severino, as reformas política e tributária deverão ser votadas antes, pois são prioridades. O ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Ministro do Trabalho Luiz Marinho, em discurso de posse em julho, se comprometeu a retomar o debate da proposta da reforma sindical ainda este ano no Congresso Nacional. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho, mesmo com os recentes acontecimentos políticos no país, a proposta do Ministro é continuar dialogando com os deputados para que a Reforma Sindical entre o mais rápido em votação.
Entre os pontos mais polêmicos estão o fim do imposto sindical, a unicidade e o fortalecimento das centrais sindicais.
A nova lei prevê o livre direito de filiação, desligamento, permanência e participação nas entidades sindicais. Também assegura o direito de as entidades sindicais elegerem seus representantes, organizar sua
administração, formular seu programa de ação, filiar-se a entidades internacionais e elaborar seus estatutos segundo princípios democráticos, que assegurem a ampla participação dos representados. Além disso, coíbe qualquer tipo de ingerência política, financeira ou administrativa, que dificulte a atividade sindical autônoma de trabalhadores e de empregadores. Ela ainda protege contra despedida arbitrária e transferência unilateral de dirigentes de centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos.
UNICIDADE SINDICAL, UM
DOS PONTOS MAIS POLÊMICOS
DA REFORMA
A unicidade sindical (permissão para que haja apenas um sindicato por categoria em uma determinada região) é dos pontos mais controversos da reforma. Prova disso são as inúmeras manifestações, tanto de sindicatos patronais, quanto de trabalhadores. Segundo o presidente do SINDICATODAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ EREGIÃO (SINDIPI), Antônio Carlos
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 17
Reforma Sindical
Momm, esse ponto da Reforma
Sindical é um meio do governo
enfraquecer e trazer desordem à
sociedade organizada. Para o
presidente, é injustificável afirmar
que para ter representatividade é
preciso criar novos sindicatos.
“Como sindicalista, posso afirmar
que a extinção da unicidade
acarretaria em prejuízo a todos os
setores envolvidos, é o mesmo que
dividir forças da sociedade civil
organizada, indo ao desencontro
da nossa filosofia sindical, da união
de classe”, alerta.
Na prática, o atual projeto
extingue a unicidade sindical, já
que permite a coexistência de
vários sindicatos na mesma base
territorial. Na redação atual, os
sindicatos, para se constituírem,
devem apresentar um percentual de
sindicalização mínimo de 20% ou
se filiarem a uma Central (que
passa a ser reconhecida como
entidade sindical), Confederação
ou Federação que possua o nível
de sindicalização mínimo de 22%
dos trabalhadores da base.
O projeto possibilita a
manutenção da exclusividade da
representação sindical pelos
sindicatos existentes até a data de
promulgação da Emenda
Constitucional, desde que
demonstrem terem o nível de
sindicalização exigido por lei. Não
demonstrado o nível de
sindicalização mínimo, o sindicato
perde a exclusividade de
representação, criando-se a
pluralidade sindical naquela base
sindical. O Ministério
do Trabalho, a
pretexto de induzir
uma agregação por
ramo de produção,
passa a ter poderes
inéditos para, ouvido
um Conselho
Consultivo, formado
por representantes
sindicais, extinguir,
fundir ou dividir
bases de
representação
sindical. Segundo o assessor jurídico
do SINDIPI, Marcus Vinícius Mendes
Mugnaini, na negociação coletiva,
existindo vários sindicatos de
trabalhadores na mesma base
territorial, qualquer sindicato pode
celebrar acordo, em nome de
associados ou não associados. Na
prática, isso significa que será o
empregador quem poderá escolher
com que sindicato de trabalhadores
pretende celebrar o convênio
coletivo, aplicável a todos os
trabalhadores da base. “O projeto,
como se vê, além de confuso e de
constitucionalidade duvidosa (já que
permite uma intervenção excessiva
do Estado, contrariando o princípio
da liberdade sindical), importa em
claro debilitamento doDIVULGAÇÃO
poder dos sindicatos”,
alerta.
De acordo com o
coordenador da FNT
André de Oliveira Bucar,
a unicidade é uma
forma criada para que
um sindicato se perpetue
na sua área de atuação.
“Essa foi a maneira
encontrada para
possibilitar um consenso
que abrisse caminho
para dinamizar o movimento sindical
e ampliar a sua representatividade. A
diferença é que a unicidade sindical é
obrigatória, aplica-se a todo o sistema
confederativo, não exige
comprovação de representatividade e
tem caráter vitalício”, explica. O
coordenador disse ainda, que a
exclusividade de representação será
opcional e vai valer apenas para o
Marcus Vinícius Mendes
Mugnaini
18 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
sindicato com registro no Ministério
do Trabalho e até a promulgação da
nova lei, que estará sujeita a
confirmação e poderá ser perdida, se
houver contestação de
representatividade, e o Sindicato
questionado não conseguir
comprová-la junto à Comissão
Nacional de Direito e Relações do
Trabalho (CNDRT).
Para o Assessor Jurídico do
SINDIPI, a unidade sindical é um
valor imprescindível, e que qualquer
reformulação da estrutura sindical
deveria ter em conta que a unidade
organizativa, mais que uma
possibilidade, é uma meta a ser
buscada pelo conjunto do
movimento sindical. “Esperar-se-ia
que, mesmo os mais intransigentes
defensores do modelo pluralista,
reconhecessem o valor da união dos
trabalhadores em suas reivindicações.
Portanto, do ponto de vista dos
trabalhadores, certamente não
interessam propostas (sejam
unitaristas ou pluralistas) que
importassem em insuperável cisão da
unidade sindical, nem que
inviabilizassem a unificação pela
base”, destaca.
O Presidente do SINDIPI reforça
que os sindicatos que se encontram
imobilizados, tem pela frente o
caminho democrático, as eleições, no
qual novos diretores assumem. “Não
é com a quebra da unicidade que se
resolve, pelo contrário, poderia
perpetuar a desorganização e o
enfraquecimento das lutas de classe”,
ressalta Antônio Momm.
O FIM DO IMPOSTO SINDICAL
O Imposto Sindical e as
contribuições confederativas e
assistenciais serão extintas com a
reforma sindical. Segundo a nova lei,
a contribuição sindical obrigatória, o
chamado imposto sindical, será
abolido gradualmente, com regras e
prazos diferenciados para as
entidades sindicais de trabalhadores e
de empregadores. O período da
extinção vai ser de cinco anos. Nos
dois primeiros anos, o imposto
sindical continuará a ser recolhido
integralmente, conforme as tabelas de
arrecadação. A partir daí, haverá a
redução gradual para 75% no
terceiro ano, 55% no quarto ano e
35% no quinto.
Com o fim dos impostos, a
sustentação financeira dos sindicatos
virá da contribuição associativa e na
contribuição de negociação coletiva,
além de eventuais frutos de
rendimentos de seu patrimônio,
doações, multas e outras rendas. O
presidente do SINDIPI, Antônio Carlos
Momm, destaca que este é um dos
pontos importantes a favor do fim do
Imposto Sindical. Segundo o
sindicalista, para o sindicato
sobreviver é preciso encontrar
alternativas, ter prestação de serviço.
“Acredito que assim, só vão
permanecer os sindicatos sérios, que
trabalham e representam a categoria
com dignidade”, ressalta.
Essa contribuição vai substituir o
imposto sindical, as contribuições
confederativa e assistencial. Ela
poderá ser cobrada tanto pelas
entidades sindicais de trabalhadores
como de empregadores.
No caso dos sindicatos patronais,
o valor da contribuição não poderá
ultrapassar 0,8% do valor do capital
social da empresa. A contribuição
será paga por todas as empresas ou
unidades econômicas
independentemente do porte e do
número de trabalhadores. Estão
isentas apenas aquelas que não
tiveram empregados no ano anterior
à definição da contribuição,
conforme a Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS).
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 19
Reforma Sindical
Conheça mais sobre aReforma SindicalA Reforma Sindical atual
surgiu através de uma
negociação entre governo,
confederações empresariais e
centrais sindicais. A Reforma
começou a ser discutida, através
do Fórum Nacional do Trabalho
(FNT), criado em agosto de
2003. Representantes dos
trabalhadores do Governo
Federal e Empregadores se
reuniram e em 2004,
estabeleceu-se as novas bases
das relações sindicais. Dessas
discussões surgiram uma
Proposta de Emenda
Constitucional (PEC), e de um
anteprojeto de Lei, em que
prevê a redefinição das normas
de organização sindical,
representação dos trabalhadores
no local de trabalho, negociação
coletiva, solução de conflitos do
trabalho, direito de greve e
substituição processual.
Para elaboração das novas
regras da reforma sindical, além
das entidades sindicais, de
trabalhadores e de
empregadores, foram ouvidos
também juristas, especialistas
em relações do trabalho e
membros de várias entidades da
área trabalhista, como da
Associação Nacional dos
Magistrados do Trabalho
(ANMT), Associação Nacional
dos Procuradores do Trabalho
(ANPT) e a Comissão Nacional
de Direito e Relações do
Trabalho (CNDRT). Durante
as atividades de elaboração
da reforma, a FNT recebeu
diversas propostas de
pessoas e instituições, que
foram encaminhadas aos
membros da Comissão de
Sistematização. No entanto,
alguns pontos ainda não
foram resolvidos pela Frente
Nacional do Trabalho. A
transferência do papel, hoje
desempenhado pelas Comissões
de Conciliação Prévia, para a
representação dos trabalhadores
no local de trabalho, e o
estabelecimento de honorários
advocatícios, são alguns deles.
PONTOS DE VISTA
“Pelos dados levantados pelo Ministério do Trabalho, o Imposto Sindical arrecadado em 2002 no setor urbano, foi da ordem de R$ 600 milhões. O Imposto Sindical hoje representa só 18%, em média, da receita dos sindicatos representativos. Ele é mais significativo para as
Osvaldo Bargas
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20 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
confederações, onde chega a representar 80% da receita. Daí porque são justamente as confederações e, em menor grau, as federações, as entidades que mais resistem à sua extinção”.
OSVALDO BARGAS, Secretário de Relações
do Trabalho do Ministério do Trabalho
“Não é segredo que existem centenas de sindicatos de fachada, de trabalhadores e patronais, cujos dirigentes se apoderam do Imposto Sindical e das contribuições de forma vergonhosa, imoral e antiética, para usar o dinheiro em benefício próprio, sem prestar contas ou qualquer serviço aos trabalhadores e empregadores que representam. Com essa nova realidade, os sindicatos que não negociarem não terão arrecadação. Esses “sindicatos de carimbo” vão acabar. Sobrarão os sindicatos fortes e representativos. “É claro que ele pode ser melhorado, mas é preciso estar atento para a mão
nem sempre distraída daqueles que, de olho no passado, não querem nenhuma mudança, só querem preservar seus privilégios”.
PAULO PEREIRA DA SILVA, Presidente da Força Sindical
“Conforme decidido na 11ª plenária nacional, a CUT reafirma a necessidade de democratizar a estrutura sindical, de forma a contar com entidades realmente representativas, que fortaleçam a luta dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho. Diante disso,
estatutos; organização sindical por setores e ramos de atividade; fim do Imposto Sindical (contribuição compulsória) e das taxas confederativa e assistencial e instituição da Contribuição Negocial; direito de Organização por Local de Trabalho (OLT); Contrato Coletivo Nacional por Ramo; Direito de Negociação e Greve no Setor Público nas três esferas e Ultratividade dos Contratos”.
JOÃO ANTONIO FELÍCIO, Presidente da Central Única
dos Trabalhadores (CUT)
João Antonio Felício
DIV
ULGAÇÃO
reiteramos o nosso compromisso com uma plataforma democrática que inclui: o reconhecimento das Centrais Sindicais com liberdade na estrutura vertical; manutenção da estrutura atual nos sindicatos de base, condicionado a critérios de representatividade e democratização dos
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 21
22 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
Diretoria homenageia
Antônio Carlos Momm Vídeo com depoimentos e placa de bronze foram algumas das
surpresas na Noite de Integração em homenagem ao Presidente do SINDIPI
Transparente, persistente, íntegro, honesto, empreendedor são qualidades ditas pela
trajetória do presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm. Os depoimentos foram gra
realizada no último dia 6 de agosto, no Iate Clube Cabeçudas. O sindicalista também
evento a Diretoria do Sindicato, representantes da Intersindical Patronal Sul-Sudeste e
Presidente do SINDIPI com o armador Joaquim Felipe Anacleto e o coordenador da Câmara Setorial da Sardinha, Wilson Cabral
Dario Luiz Vitalli, Antônio Carlos Momm, João Manoel e Liria Santos
Diretoria: Hilson Siqueira, Luciano Cabral, José Kowalsky, Antônio Carlos Momm, Dario Vitali, João Manoel, José Neves, Idalício Alves, Francisco Gervásio e Joaquim Anacleto
O empresário da Pesca, José Neves Santana, Antônio Carlos Momm e o secretário Municipal da Sepesca, Manoel Xavier de Maria
Homenagem
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 23
mm as
Diretoria efetiva do Sindicato: Dario Luiz Vitali, Antônio Carlos Momm e João Manoel da Silva
ela Diretoria, funcionários e amigos que acompanham a
gravados em vídeo e exibidos na Noite de Integração,
bém recebeu uma placa em homenagem. Participaram do
te e entidades locais.
Liria Santos, secretária executiva do Sindicato, Antônio Carlos Momm, Cristina da Maia, auxiliar administrativa e Daniela Maia, assessora de imprensa
FOTOS JOÃO SOUZA
Alcântaro Corrêa, presidente da Fiesc, Ida Áurea Costa, presidente do Sindifloripa e Antônio Carlos Momm
Antônio Carlos Momm entre os presidentes
do Sitrapesca, Jairo da Veiga e do Sitipi,
Jotaci Leite
O presidente do Saperj, Alexandre Espogeiro, Antônio Momm e o vice-presidente do Saperj, Thomé Cristelo Espogeiro
O presidente do Sindicato com os filhos Denise e Rodrigo e a esposa Margareth
Diretores do Sindicato em companhia das esposas: Hilson Manoel Siqueira e Lucimar Rodrigues Siqueira, Dario Vitali e Lucimara Ferreira, Antônio Carlos Momm e Margareth Momm, Natalicia da Costa e João Manoel da Silva
FOTO JOÃO SOUZA
Diálogo
SINDIPI reúne armadores para discutir o futuro da sardinha Defeso monitorado e contratação de pesquisadores são alguns dos pontos defendidos pelo setor
O titular da Intersindical Patronal Sudeste/Sul da Pesca na área da sardinha, Konstantinos Me-intanis, e o suplente, Wilson Cabral, também coordenador da Câmara Setorial da Sardinha, SINDICATO DAS
INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO
(SINDIPI), reuniram armadores de San-ta Catarina no dia 27 de julho, na sede do SINDIPI, Itajaí.
Temas como o monitoramento de cardumes, estoques, a forma como serão realizados os defesos, e outros pontos de interesse da categoria, fo-
ram alvo de debates durante três ho-ras entre os armadores. Para o presi-dente da Câmara Setorial da Sardinha, Wilson Cabral, a hora de discutir é ago-ra. “Se nós não fizermos alguma coi-sa agora, teremos problemas futuros. É hora de parar, refletir e aproveitar a oportunidade”, alerta.
De acordo com o presidente in-terino do SINDIPI, Dario Luiz Vitali, a reunião em conjunto com os arma-dores é uma forma de fazer com que os órgãos competentes se sensibili-zem e dêem o respaldo de que o se-
tor necessita. “Não podemos passar a responsabilidade ao setor público sobre os assuntos relacionados à pes-ca. É necessário que a categoria par-ticipe dessas decisões, dando aber-tura para que o setor opine, e, em conjunto com as decisões, direcionar o futuro da sardinha na região sul e sudeste”, ressalta.
Entre os pontos discutidos na reu-nião, um dos mais ressaltados pela categoria é o defeso monitorado. A proposta é para quem manipula o pescado interno, observar a quanti-
24 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
dade de peixe que está em ponto de maturação de ova ou não. “Devemos começar a fazer isso com observador em terra e não empiricamente”, re-lata Meintanis. A proposta do setor é sugerir que um observador do Co-mitê de Gestão do Uso Sustentável de Sardinha Verdadeira (CGSS) faça essa análise e o setor privado forne-ça os técnicos. De acordo com o re-presentante da Intersindical, há uma porcentagem de sardinha ovada o ano todo, logo há também a desova. “A pesca do peixe arenque na Escan-dinávia ocorre uma vez ao ano. O lance dá na hora exata da desova. Se lá consegue determinar a hora certa da desova, por que aqui não poderia?”, argumenta.
Além dos órgãos competentes que tradicionalmente trabalham na área da pesquisa, a categoria também sugeriu que o setor tenha seus pró-prios técnicos ou cientistas. “É uma forma de acompanhar as pesquisas já realizadas, traduzir as informações aos armadores e, até, apresentar fa-tos novos. Poderíamos chamar de um observador de bordo”, disse.
A indicada é Patrícia Sfair Sunier, mestranda em oceanografia biológica, com estudo e trabalhos divulgados so-bre a sardinha na Universidade Fede-
ral de Santa Catarina, UFSC. Outra sugestão apresentada na
reunião, é a de que o Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), verifique se a permissão de pesca é compatível com a pesca praticada, eliminando ainda, todas as licenças de sardinha ino-perantes. O sindicalista alerta que al-guns barcos não têm licenciamento cor-reto. “É importante renovar a licença, a idéia é ter o apoio da Marinha, já que ela já faz o despacho de barcos a cada 45 dias. Além da licença, a Marinha pode comunicar qualquer irregulari-dade aos órgãos competentes, auxi-liando também no dimensionamen-to da frota”, justifica.
No encontro também foi destacado a importância da frota de traineiras em parti-cipar ativamente do levanta-mento do estoque, através dos mapas de bordo. De acordo com a legislação, os mapas de bordo deverão ser entregues ao Ibama ou Seap, caso contrário, a em-barcação poderá ter a licen-ça suspensa temporariamen-te ou cancelada. Segundo o representante da CGSS, o estoque correto é de extre-
ma necessidade, já que o defeso tam-bém é baseado nesses números.
Todas as preposições discutidas serão apresentadas na próxima reunião do Comitê de Gestão do Uso Susten-tável de Sardinha Verdadeira (CGSS), marcada para o dia 21 de outubro, onde também será constituído um co-mitê de avaliação para analisar as pro-postas. “Até lá, continuaremos reunin-do o setor pesqueiro para fortalecer a nossa luta”, disse o presidente interino do SINDIPI, Dario Vitali. Segundo Vitali, a expectativa é que a colocação da ca-tegoria seja aceita e resulte em fatos po-sitivos. “Cabe a nós, consenso, respon-sabilidade e consciência”, conclui.
Embarcação do armador Wilson Cabral,
coordenador da Câmara Setorial da Sardinha
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AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 25
DIVULGAÇÃO
Pesquisa
Pesquisadores alertam sobre
substâncias nocivasno
Nos Estados Unidos, ambientalistas salmãoentraram na Justiça exigindo altas indenizações, pois os consumidores não foram informados sobre a coloração do pescado
O salmão, um peixe que seduz pela sua coloração, que teve seu consumo crescente no início dos anos 1980 no Brasil é, sem dúvida, motivo de muita polêmica e debate na comunidade científica. A estimativa é que 90% do salmão consumido no Brasil são importados do Chile e o restante de países como a Noruega, Alemanha e Dinamarca. Em toneladas, a
importação brasileira passou de 8,5 mil em 2003, para 12 mil em 2004. Um crescimento bom para os produtores, mas que pode afetar diretamente o consumidor. O ponto mais crítico nas discussões científicas é a forma de criação. No Chile, o salmão é criado em cativeiro, bem diferente ao que está na natureza.
De acordo com cientistas, os
peixes criados em cativeiro são
apenas engordados e fertilizados
artificialmente. A disponibilidade de
alimento, que existe nos tanques de
criação, também é totalmente
diferente do mundo real.
A tonalidade deste peixe é
curiosa. Segundo estudiosos, a cor
do peixe salmão só existe no pescado
em alto mar. Ele é colorido por causa
de sua dieta à base de camarão e
26 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
krill. Para ficar com o mesmo tom
do salmão tradicional, recebe uma
ração com aditivos sintéticos,
derivados de petróleo. Segundo
informações do Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor (Idec),
há notícias de que o aditivo possa
ser também um corante natural, o
urucum. Nos Estados Unidos,
ambientalistas entraram na Justiça
exigindo altas indenizações, pois os
consumidores não foram
informados sobre a coloração.
De acordo com pesquisas
divulgadas da UE, União Européia,
o pigmento canthaxanthin é
utilizado nas criações de salmão
para que seu tom rosado seja mais
alaranjado, que é próprio do
salmão natural. As avaliações
científicas demonstraram que um
alto consumo deste corante produz
uma acumulação de pigmentos na
retina, afetando a visão. Por isso, a
UE diminuiu em dois terços a
quantidade máxima permitida
desse corante nas rações oferecidas
às criações de salmão, a partir do
dia 1º de dezembro de 2003.
Segundo os criadores, o pigmento é
utilizado porque os consumidores
esperam chegar a essa cor. O
pesquisador chileno Oscar
Fernandez, da empresa Ingenieria
Pesquera Ltda., de Puerto Varas,
Chile, disse que na ração existem
corantes, todos naturais. O mais
usado é o astaxanthin, encontrado
em microalgas e responsável
também pela coloração
avermelhada do camarão. O Food
and Drug Administration (FDA)
norte-americano – equivalente à
Vigilância Sanitária no Brasil –,
classifica o corante como “Isento de
Certificação”, por ser um corante
orgânico e não-sintético, que causa
pouca ou nenhuma ameaça à
saúde humana.
Além das denúncias e incertezas
do uso de corantes, cientistas
americanos e canadenses
divulgaram na edição da Revista
Science, que o índice de
contaminantes cancerígenos seria
maior no salmão criado em
cativeiro do que no salmão
selvagem. A pesquisa coordenada
pela Universidade de Nova York,
em Albany, ainda relata que a alta
concentração de substâncias
cancerígenas implica que os
consumidores devem reduzir
significativamente a alimentação
com esse pescado.
Na maioria dos casos, consumir
mais de 200 gramas, numa média
mensal desse pescado, apresenta
riscos cancerígenos inaceitáveis, diz
o comunicado da universidade
americana. Já o salmão selvagem
pode ser consumido oito vezes
mais, segundo o estudo. A pesquisa
é resultado de uma investigação, na
qual, sete cientistas especializados
em toxicologia, biologia e
estatísticas, analisaram filés de 700
salmões de viveiros e salmões
selvagens procedentes de oito das
maiores regiões produtoras.
Os autores da pesquisa
recomendam aos consumidores
que diminuam o consumo e exijam
indicações claras nas etiquetas dos
alimentos, que permitam distinguir
entre o salmão de criação e o
selvagem. A informação do país de
origem do produto também é
crucial. Segundo o Idec, isto é
exigido no Código de Defesa do
Consumidor, mas nem sempre é
cumprido por conta de falta de
fiscalização.
Fontes: Adital; CNN Brasil; Consumidor
S.A.; Correio Web; Fapesp; Folha de São
Paulo; France Presse; Idec; Jornal do
Brasil; Journal Science ; Seap;
Terramérica; WWI-Worldwatch Institute
e do EPI-Earth Policy Institute
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 27
O tempo
Ciclone extratropicalCiclone extratropicaldeixa rastro de destruição em SCRogério Pinheiro
Meteoroligista afirma
que não está descartada a
possibilidade de Santa
Catarina ser atingida por
ventos fortes, mais vezes,
ainda este ano
Mais uma vez o litoral
catarinense foi alvo de ventos
fortes, que causaram muita
destruição. Na tarde do último dia
9 de agosto, terça-feira, um ciclone
extratropical se formou perto da
costa e deixou muitas pessoas em
pânico. Com ventos de até 139
quilômetros por hora, em alto mar,
o ciclone ocasionou ondas de até
sete metros, que atingiram todo o
litoral. Ele foi responsável pelo
naufrágio de embarcações de
pequeno porte, desde a capital,
Florianópolis, até a cidade de Barra
Velha, no norte do Estado. No
continente, dezenas de casas foram
destelhadas, árvores caíram,
algumas barreiras desmoronaram.
Por causa do ciclone extratropical,
os aeroportos internacionais de
Navegantes e Florianópolis ficaram
fechados para pousos e decolagens
durante 20 horas. Apesar do susto
e do prejuízo material, o ciclone
não fez vítimas.
Segundo o capitão Carlos
Alberto de Araújo Gomes, da
28 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
Defesa Civil de Santa Catarina,
todo o litoral já estava em alerta
devido a presença de um ciclone
extratropical bem antes dele
aparecer. “O alerta foi dado com
48 horas de antecedência, com
exceção da tripulação da
embarcação de Florianópolis, que
se perdeu, mas logo foi resgatada
por outra embarcação. Não houve
acidentes graves, somente prejuízos
materiais”, concluiu o capitão.
Segundo o pesquisador da
Empresa de Pesquisa Agropecuária
e Extensão Rural (Epagri) de Santa
Catarina, João Guzenski, a
maricultura teve um prejuízo de 2
milhões e trezentos mil reais, em
produção e equipamentos.
De acordo com o levantamento,
cerca de cem pescadores tiveram
perdas com embarcações e
apetrechos de pesca. “A Secretaria de
Agricultura irá avaliar alternativas
para minimizar os prejuízos”.
Há pouco mais de um ano, três
fenômenos naturais atípicos foram
registrados no Brasil. No mês de
março de 2004, o Furacão Catarina,
o primeiro no Atlântico Sul, tirou a
vida de 14 pessoas (onze delas
pescadores) e centenas de feridos.
De acordo com o meteorologista
do Centro de Informações de
Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologia (Ciram) de
Santa Catarina, Clovis Correia, a
única ligação que há com o
Furacão Catarina é que este se
desprendeu de um ciclone e virou
um furacão. “Os ciclones são
fenômenos naturais muito comuns
no litoral da Região Sul,
principalmente no inverno. O que
houve foi a intensificação de uma
área de baixa pressão, que se
formou no litoral, com outra, que
estava no Uruguai”, explica.
Correia disse também que não
está descartada a possibilidade do
Estado ser atingido por ventos
fortes mais vezes, ainda este ano.
“Até a primavera, esses ciclones
extratropicais irão ser formar no
litoral do Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, e podem ser
responsáveis por ventos fortes com
a mesma intensidade, ou até
superiores, principalmente em alto
mar. Os ciclones atingem o litoral
da Região Sul até no verão, embora
com menor intensidade”,
argumenta. O meteorologista
recomenda que todos os
pescadores devem ter o hábito de
saber como está o tempo na sua
cidade e as condições do mar. “O
pescador tem que obedecer todos
os alertas meteorológicos.
Para se ter uma idéia, no
episódio Catarina, havia barcos que
estavam no mar, próximos ao olho
do furacão. A sua segurança depende
disso. Nosso objetivo é fazer o alerta,
e o pescador, respeitá-lo”, enfatiza.
SANTA CATARINA NA ROTA
DOS FURACÕES
No mês de julho, a revista
Sociedade Real de Meteorologia,
da Inglaterra, publicou um estudo
científico, no qual informava que o
Brasil – mais precisamente o litoral
de Santa Catarina – está entre as
novas rotas dos furacões no
Planeta. Os cientistas alegam que a
água no Atlântico Sul está três
graus mais quente e nessas
condições os furações aparecem
com mais freqüência.
As pesquisas apenas
comprovaram os dados dos
institutos de meteorologia da
Inglaterra e Japão, que monitoram
a temperatura da água do Atlântico
Sul, desde 2003. Esse aquecimento
é uma das explicações do Furacão
Catarina, em março de 2004.
DIV
ULGAÇÃO
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 29
SAPERJ
Terminal de pesca do RJainda não saiu do papel
Sem um local para
descarregar a produção pesqueira
do Estado, o Rio de Janeiro ainda
espera que o projeto do Terminal
Pesqueiro saia definitivamente do
papel. O recurso para a construção
da obra foi anunciado pela
Secretaria Especial da Aqüicultura e
Pesca (Seap), em 2003. Até agora,
A descarga da produção pesqueirafluminense é realizada na cidade de Cabo Frio,sob condições precárias
há apenas um terreno adquirido pela Seap, com dez mil metros quadrados, no bairro do Caju, na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente a descarga da produção pesqueira fluminense é realizada na cidade de Cabo Frio, sob condições precárias. De acordo com o presidente do Sindicato da Pesca do
Rio de Janeiro (Saperj), Alexandre Espogeiro, até agora a Seap não deu nenhuma resposta com relação ao Terminal. “A Secretaria não nos comunicou quando vai iniciar as obras e muito menos deu uma satisfação do dinheiro que foi destinado à conclusão do Terminal”, desabafa.
30 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 31
Atualize-se
Ministério do Trabalho inicia o
recadastramento de sindicatosA medida é uma forma de prevenir
contra sindicatos de "fachada"
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio das Federações e Centrais Sindicais está cadastrando todas as entidades sindicais do país. A proposta do Ministério é formar um banco de dados confiável sobre as relações de trabalho. “Acredito que com esta atitude, as autoridades poderão fiscalizar com mais precisão quem está atuante e, principalmente, verificar aquelas entidades que servem apenas de ‘figura decorativa’”, opina o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm.
Para atualização é só acessar o site www.mte.gov.br. Segundo o último cálculo feito pelo MTE, no Brasil há em torno de 23 mil entidades sindicais, deste número, dez mil não têm a carta sindical. Na
mesma velocidade de crescimento dos sindicatos está a lista de espera no MTE para aprovação das novas entidades sindicais. São duas as explicações para a escalada do número de sindicatos no País. A primeira está ligada à facilidade de se abrir uma entidade sindical.
O processo de concessão de um registro sindical tem início com um simples anúncio de jornal.
Em seguida, dirigentes (fictícios ou não) redigem o estatuto da forma que quiserem e encaminham o pedido ao Governo. A segunda explicação é financeira.
A arrecadação do Imposto Sindical este ano deve alcançar quase R$ 700 milhões. Para os sindicatos sérios, a reforma sindical é vista como um antídoto contra esse tipo de oportunismo.
32 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
Na lista do Ministério têm à espera de cadastro, sindicatos da cerveja, sinuca...
A lista de espera no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é extensa e
não pára de crescer. Pedidos pitorescos não faltam. Há quem solicite
autorização para fundar o Sindicato Nacional da Cerveja. O Sindicato das Famílias de Belo Horizonte também espera sinal verde para atuar. O Sindicato
dos Jogadores de Sinuca fecha a relação de pedidos inusitados. (fonte: MTE).
Curiosidade
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 33
A arte de MARCELLO SOKAL
Marcello Sokal mostra uma visão diferenciada através da câmera Com sensibilidade e
um olhar diferenciado, Marcello Sokal mostra o seu talento em fotos que são verdadeiras obras de arte.
Natureza, viagem, pessoas são temas que mais se identificam com o olhar sempre atento deste carioca com alma de catarinense.
Seu amor pela fotografia começou cedo, aos 15 anos, com um presente de seu pai, que o incentivou na atividade. Desde então, a máquina tornou-se uma fonte de inspiração e a fotografia acompanha a vida do profissional a cada momento.
Com um estilo muito focado na luminosidade, Marcello “brinca” com a luz e a sombra. Antes do clic, a sensibilidade do fotógrafo já faz a diferença em segundos.
“Eu me envolvo completamente em todo trabalho. Tento fazer uma foto com uma visão diferenciada, de diversos ângulos, com luminosidade e volume”, conta.
Marcello passou por diversas experiências profissionais. Com foto-jornalismo nos jornais O Globo
e O Dia, ambos do Rio de Janeiro. “Trabalhar com foto-jornalismo é importante porque educa o profissional a fazer um registro mais rápido”, destaca.
Em Itajaí (SC), Marcello faz trabalhos para diversas agências de publicidade. Realizou duas exposições na Casa de Cultura Dide Brandão, em Itajaí. As fotos mostram cenas do dia-a-dia, que parecem rotineiras, mas no olhar sensível de Marcello, apresentam
um significado especial. Até uma corda, que de primeira vista pode parecer um objeto inexpressivo, recebe vida nas mãos e no olhar do fotógrafo. “São momentos singelos que podem nos mostrar uma nova visão de um objeto conhecido. É uma visão pura que remete ao princípio criativo, nas raízes do registro fotográfico”, revela.
Morando há três anos em Itajaí, onde escolheu para viver com a esposa Amélia Saito, Marcello fotografou diversos pontos da cidade e fatos rotineiros.
Ele lembra que, certa vez, estava na janela do apartamento e viu passar na rua um ciclista carregando um sofá. “Nunca tinha visto nada parecido. Com uma mão o homem conduzia a bicicleta e com a outra, equilibrava o sofá na cabeça. Não pensei duas vezes, corri para registrar aquele momento”, narra.
São histórias até engraçadas, mas que mostram que a câmera fotográfica é mais do que uma ferramenta de trabalho: é uma companheira fiel, dedicada e pronta para ser acionada.
Para conhecer mais o trabalho do fotógrafo é só acessar
o site: www.marcellosokal.com.br.
Reivindicação
Representantes das indústrias de pescase unem em defesa do setor
Na reunião realizada no último dia dois de agosto, em Cabo Frio, Rio de Janeiro, representantes das indústrias da pesca se encontraram para debater os assuntos mais emergenciais do setor. Profrota, Instrução Normativa Nº 5, defeso da sardinha, arrendamento de barcos estrangeiros, o repasse de verba federal do programa de equalização do óleo diesel e investimentos no setor foram os principais temas discutidos.
Participaram do encontro os cinco sindicatos que representam a
intersindical patronal Sudeste/Sul da Pesca: Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado de São Paulo (Sapesp), Sindicato das Indústrias de Pesca de Florianópolis (Sindifloripa), Sindicato das Indústrias de Pescados do Estado do Rio de Janeiro (Siperj) e o SINDICATO DAS
INDÚSTRIAS DE PESCA DE ITAJAÍ EREGIÃO (SINDIPI).
Segundo o presidente interino do SINDIPI, Dario Luiz Vitali, o Programa de
Financiamento da Ampliação e Modernização da Frota Pesqueira Nacional (Profrota) é fundamental, mas falta linha de crédito. “É preciso investir nas embarcações para fomentar o setor pesqueiro nacional e não penalizá-lo”, ressalta.
Vitali completa que o trabalho em conjunto com os representantes dos sindicatos das indústriais, certamente define uma melhor política para o setor.
A implantação de unidades de processamento é outra bandeira defendida pelo setor.
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Arte e Cultura
Em meio a Lua...
Onde, que lua?
Aquela da noite passada...
Como ela é linda!
Brilha em encantos.
No dia em que Ele lhe fez,
Lá Ele estava:
Em meio à praia,
Olhando a luz do luar em
meio ao mar.
Rabiscou-lhe tão
perfeitamente,
Que resolveu deixar com essa
perfeição!
Em que melhorar?...
Se seus olhos da pérola negra
mais perfeita tirei?
Se para sua forma no balanço
do mar me inspirei?
Se seus lábios como as
esculturas das rochas
moldei?
E sua voz, do mais doce
quebrar das marolas do
mar fiquei a escutar?
Como poderia deixar eu de
expressar minha
Na luz do
amanhecer
admiração...
Paixão,
Dor
E Amor...
Ao ver em você tanto
esplendor?
Seu brilho me fascina,
Sua voz me comove!
Como poderei viver
Ao saber que você existe,
E não podendo
Ver-lhe,
Tocar...
Sentir o seu amor!
Amor vindo da perfeição Deus
Que lhe formou...
Para que acima de tudo,
Ao contemplar-lhe...
Eu fosse feliz!
Alencar Cabral
Biólogo
Foto Marcello Sokal
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Consumo
Juros altos e falta de
investimentos afetam
consumo de peixe no
Brasil Rico em nutrientes, de
fácil digestão e muito saboroso.
Mesmo reunindo todas essas
características, o peixe continua
sendo um alimento muito pesado
no orçamento dos brasileiros. Com
exceção da Semana Santa, onde o
consumo aumenta, em geral, o
pescado permanece muito longe
das mesas das famílias. Agora, o
por quê deste baixo consumo?
Na avaliação do presidente
interino do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS
DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO (SINDIPI),
Dario Luiz Vitali, um dos problemas é
a falta de investimento no setor
pesqueiro que, conseqüentemente,
interfere no custo do pescado. “Não é
o peixe que é caro, é o frango que
Empréstimos a juros baixos para incrementar a produção pesqueira poderiam reverter as estatísticas, tanto em relação ao preço do pescado, quanto no aumento da produção
está barato”, alerta. Vitali explica que
antes os produtores de frango
precisavam aguardar vários meses
para o abate do animal e hoje, com
investimentos no setor a juros baixos,
o sistema de criação passou a ser em
alta escala, e o abate ocorre em
apenas 45 dias.
O empresário Evaldo Kowalsky,
da empresa Com. e Ind. de
Pescados Kowalsky Ltda., cita os
impostos como vilão. “No final,
50% é imposto, que começa a ser
pago desde o combustível, até
alguns equipamentos importados
que são taxados.”
Para o secretário Manoel Xavier
de Maria, da Secretaria Municipal
de Aqüicultura e Pesca (Sepesca), a
mão-de-obra custa caro no Brasil.
“Se tem que pagar um real para o
seu empregado, tem que tirar o
imposto do empregado, que custa
aos governos de todas as formas:
PIS, Cofins, Fundo de Garantia,
INSS”, cita. Ou seja, desde a
captura até a venda final para o
consumidor, há custos que são
agregados ao peixe.
Quando o peixe chega ao
entreposto e vai para o mercado,
do outro lado da rua, já sofre um
aumento em torno de 40%. Outro
dado alarmante, que faz com que o
preço do pescado seja tão elevado,
é a queda na safra. Nos últimos 30
anos, a produção pesqueira
nacional teve uma queda de 50%.
38 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
Um bom exemplo disso é a sardinha. No auge da produção pesqueira na década de 1970, a safra chegou a 200 mil toneladas por ano, hoje quando atinge 60 mil, o setor pesqueiro comemora. Grande parte da frota pesqueira tem mais de 20 anos de uso e está totalmente sucateada.
Investimentos no setor, como empréstimos a juros baixos para incrementar a produção pesqueira poderia reverter as estatísticas, tanto em relação ao preço do pescado, quanto no aumento da produção.
No mundo são produzidas cerca de 90 milhões de toneladas de pescados ao ano. Mesmo tendo uma costa com mais de oito mil quilômetros (com limite territorial de 200 milhas), o Brasil responde por apenas 0,8% da pesca mundial. O País ocupa a 25ª posição no ranking das nações produtoras de pescado.
O FAO, Fundo para Alimentação das Organizações das Nações Unidas, aponta como ideal para uma alimentação saudável, 13 kg per capita anuais por pessoa. No Brasil, a média é de sete quilos por pessoa.
Iniciativas aumentam o
consumo de peixe em ItajaíA Secretaria Municipal de
Aqüicultura e Pesca (Sepesca), de Itajaí, através da parceria de seis centros de abastecimentos espalhados pelo município, lançou o programa “Peixe nos Bairros”, com proposta de oferecer uma política de incentivo ao consumo de peixe. Todo o pescado é comprado direto dos pescadores, e no valor final ficam somente as despesas de transporte e lucro dos comerciantes dos centros de abastecimentos.
Segundo o diretor de coordenação e infra-estrutura da Sepesca, Luís da Silva, desde que foi criado o programa, o consumo de peixe na cidade teve aumento de mais de 30%. “O ‘Peixe nos Bairros’ foi possível, porque terminou com os atravessadores. Antes eles compravam estoques de peixes, congelavam, estocavam e vendiam no fim da safra com preços exorbitantes para donos de restaurantes.
Hoje a população compra o peixe de safra com preço acessível e com a mesma qualidade”, explica.
Para expandir o Programa, a Sepesca pretende levar o pescado, também a preço de custo, nas localidades afastadas da cidade. Outra iniciativa para aumentar o consumo de pescado, em Itajaí, é a implantação do peixe na merenda escolar. Através de orientação técnica do Curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), os peixes serão adicionados ao cardápio.
O diretor disse que o carro-chefe da Sepesca é a inclusão do peixe na alimentação dos alunos das escolas municipais de Itajaí. “Incluir o peixe na merenda escolar é garantir os futuros consumidores. Comendo o peixe na escola, os alunos podem passar o hábito para os pais”, finaliza Luís da Silva.
AGOSTO/SETEMBRO 2005 REVISTA SINDIPI 39
científica aprova oconsumo de peixe
Saúde
Pesquisa
realizada com
12 mil mulheres
revela que o
atum ajuda na
formação do
bebê
ComunidadeComunidade
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científica aprova oconsumo de peixeSegundo pesquisa da foi publicado numa revista científica calculados os índices de ácidos
Universidade de Bristol, da no Reino Unido, em janeiro de gordurosos conhecidos como Inglaterra, ingerir peixe nos últimos 2005. Os cientistas pediram às ômega-3, que haviam sido meses de gestação diminui a mulheres que anotassem a ingeridos. Em média, as mulheres probabilidade de ter um bebê quantidade de peixe que haviam comiam o equivalente a um terço pequeno. O estudo realizado com consumido em 32 semanas de de uma lata pequena de atum por aproximadamente 12 mil mulheres gravidez. Em seguida, foram dia, o equivalente a 0,15 gramas de
40 REVISTA SINDIPI AGOSTO/SETEMBRO 2005
ácidos ômega-3. Um crescimento fetal ruim aconteceu em 10% das gestações, mas em mulheres que não consomem peixe. Também é possível que os ácidos ômega-3 contribuam para o estímulo do crescimento, ao tornar o sangue menos viscoso e aumentar sua circulação pela placenta, aumentando dessa forma a quantidade de nutrientes que o feto recebe de sua mãe.
O peixe também é um excelente alimento para as crianças e adolescentes. Para os idosos, diminui o risco de desenvolvimento do mal de Alzhemeir, demência e cansaço mental.
Pode ser introduzido na alimentação da criança, em torno de 6 meses de idade, exceto se houver historia familiar de alergia a peixe. Neste caso, sua introdução pode esperar mais um pouco e, quando realizada, deve ser ofertado um tipo de peixe de cada vez. A introdução de peixe na alimentação da criança é importante, para garantir o suprimento de ferro de boa disponibilidade e proteger-lhe do risco de anemia.
Segundo uma pesquisa realizada na Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, em 2003, o consumo de peixes oleosos como o atum, a sardinha e o pescado, pelo menos duas vezes por semana, pode ajudar a reduzir riscos de ataques no coração. Os pesquisadores examinaram 2.033 homens com doenças cardíacas, divididos em três grupos e aconselhados a comer mais gordura, peixe ou fibras. Eles encontraram provas que indicam que os óleos ômega-3 e n3, encontrados nesses peixes, podem impedir arritmias cardíacas.
No Brasil, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), comprovou os efeitos antiinflamatórios do ômega-3, em atletas. De acordo com os pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos, o consumo diário de peixes que contêm ômega-3 pode livrar atletas das freqüentes lesões musculares.
De acordo com a coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Márcia Reis Felipe, o peixe é um alimento leve, de fácil digestão e rico em gorduras não saturadas.“Ele tem grande valor nutricional e deveria fazer parte das
nossas refeições o ano inteiro. As proteínas de alto valor, como ferro, fósforo e inúmeros minerais, são encontradas em abundância no pescado. Alguns tipos são ricos em vitamina A, outros contêm ácidos graxos ômega-3, o que contribui para a diminuição das doenças do coração, quando ingeridos três vezes por semana”, explica a nutricionista. Ela reforça que peixes como o atum e linguado contêm, em 85 gramas, uma variação de 100 a 160 calorias, 17 a 23 gramas de proteínas e um baixo teor de gordura. “Os teores são tão baixos que variam de 0,8 a 1,3 gramas”, diz Márcia. A nutricionista reforça ainda que os peixes também são ricos em vitamina B12 e contém níveis médios de ácidos graxos e ômega-3. “Os nutrientes encontrados na carne de peixe também propiciam melhor controle imunológico nas reações inflamatórias”.
A nutricionista lembra que os peixes devem ser consumidos assados ou grelhados, evitando frituras. “É sempre recomendável trocar a carne vermelha por peixe, já que é menos gordurosa e a gordura que contém é muito mais saudável”, orienta.
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Culinária
CHARUTO (sardinha)
Como fazer:
Em uma panela de pressão, coloque os produtos na seguinte ordem: 1. Metade das rodelas de cebola; 2. Metade das rodelas de tomate; 3. Todas as sardinhas, arrumadas em camadas; 4. Outra metade das rodelas de cebola; 5. Outra metade dos tomates; 6. Dilua o sal no vinagre e regue por cima de tudo; 7. Regue com o óleo; 8. Por cima de tudo, coloque o maço de cheiro
verde inteiro. FOTO MARCELLO SOKAL
Feche a panela e deixe no fogo alto por 15 Ingredientes: minutos, abaixe o fogo e deixe por mais ou
2 kg de sardinha – limpas e sem cabeça 3 cebolas grandes – cortadas em rodelas 4 dentes de alho grandes – picados 5 tomates maduros – sem pele, cortados em
menos 1 hora e meia. O delicioso aroma deve dizer quando estará pronto. Só abra a panela depois que estiver completamente fria.
rodelas Depois de frio, retire o resultado delicioso, com 1 xícara de óleo cuidado, usando uma espátula, e coloque em ½ xícara de vinagre de vinho camadas em um pirex. Bom apetite! 1 colher rasa, das de sopa, de sal 6 pimentas do reino, em grãos Receita de Maria Augusta, Balneário Camboriú
½ ramo de salsa e cebolinha – inteiro e amarrado Foto de Marcello Sokal
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