revista potência - edição 92 - junho de 2013

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MOTORES ELÉTRICOS Cresce a demanda por equipamentos que aliam menor consumo de energia e melhor desempenho. GASES E VAPORES Substâncias liberadas por produtos inflamáveis colocam em risco a segurança das plantas. ENTREVISTA Georges Blum fala sobre o processo de profissionalização da ABilumi e analisa o avanço da logística reversa e dos produtos de LED na área de iluminação no Brasil. JUNHO’2013 ANO 9 – Nº 92 • POtêNciA ANO 9 92 CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS Redes Subterrâneas Busca por maior segurança e aumento da confiabilidade na distribuição de energia estimula investimentos em sistemas subterrâneos. Parque brasileiro instalado ainda é pequeno se comparado às redes aéreas, mas avanço registrado na última década anima fornecedores de produtos e serviços, que projetam crescimento para os próximos anos. Alto investimento inicial ainda é entrave para novos projetos. ElétricA, ElEtrôNicA, ilumiNAçãO E ENErgiA

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Page 1: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

Motores elétricosCresce a demanda por equipamentos que aliam menor consumo de energia e melhor desempenho.

gases e vaporesSubstâncias liberadas por produtos inflamáveis colocam em risco a segurança das plantas.

entrevista Georges Blum fala sobre o processo de profissionalização da ABilumi e analisa o avanço da logística reversa e dos produtos de LED na área de iluminação no Brasil.

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Redes Subterrâneas

Busca por maior segurança e aumento da confiabilidade na distribuição de energia estimula investimentos em sistemas subterrâneos.

Parque brasileiro instalado ainda é pequeno se comparado às redes aéreas, mas avanço registrado na última década anima fornecedores de produtos e serviços, que projetam crescimento para os próximos anos. Alto investimento inicial ainda é entrave para novos projetos.

E l é t r i cA , E l E t rô N i cA , i l u m i N AçãO E E N E r g i A

Page 2: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013
Page 3: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

sumário | Potência| 3

Substâncias inflamáveis podem liberar gases e vapores que oferecem riscos relevantes às instalações industriais. Prevenção passa pelo Estudo de Classificação de Áreas e, muitas vezes, por medidas simples e de baixo custo.

1014

4 Ponto de Vista

6 Ao Leitor

6 Cartas

8 Holofote

38 Espaço Abreme

42 Sigamt

44 Radar

46 Praticando Ideias

51 Vitrine

52 GTD

54 Economia

57 Link Direto

58 Agenda

• Foto: Dreamstime • Capa: Sérgio Ruiz

10 Entrevista Novo presidente-executivo da ABilumi, Georges Blum fala sobre a im-

portância do processo de profissionalização da associação e destaca os avanços da logística reversa no setor de iluminação e a entrada dos pro-dutos de LED no mercado.

14 Matéria de Capa Parque brasileiro de redes subterrâneas ainda é pequeno se comparado

às redes aéreas, mas avanço registrado na última década anima forne-cedores de produtos e serviços, que vislumbram oportunidades e pre-veem crescimento para os próximos anos.

24 Mercado Atentos às necessidades dos usuários, fabricantes investem no desen-

volvimento de motores elétricos mais eficientes, que aliam menor con-sumo de energia elétrica e melhor desempenho operacional nos pro-cessos produtivos.

48 Ilumexpo 2013 Transferência dos ativos de iluminação pública das concessionárias de

energia para as prefeituras domina os debates durante o evento.

4824

PÁGINAExcl

usiv

o

CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

32

Page 4: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

Beth Brididiretora de redação [email protected]

Filiada ao

Circulação e t i ragem auditadas

E X P E D I E N T E

a n o I X • n º 9 2 • J u n h o ' 1 3

Publicação mensal da Grau 10 Jornalismo e Comuni-cações Ltda, com circulação nacional, diri gida a indús-trias, compradores corporativos, distribuidores, varejis-tas, home centers, construtoras, arquitetos, engenharia e insta ladores que atuam nos segmentos elétrico, eletrônico e de iluminação; geradoras, trans misso ras e distribuido-ras de energia elétrica. Órgão oficial da Abreme - Asso-ciação Brasileira dos Re vendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos.

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Po-tência não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios, informes publicitários. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme são de responsabilidade da Associação. Não publicamos matérias pa-gas. Todos os direitos são reservados. Proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a autorização escrita da Grau 10 Editora, as-sinada pela jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada de acordo com a Lei de Imprensa.

Redaçã[email protected]

Diretora de Redação: Beth BridiEditor: Marcos OrsolonRepórter: Paulo MartinsFotos: Ricardo BritoJornalista Responsável: Beth Bridi (MTB nº 17.775)

Conselho [email protected]

Beth Bridi, Francisco Simon, José Luiz Pantaléo, Mauro Delamano, Nellifer Obradovic, Paulo Roberto de Campos e Roberto Said Payaro.

[email protected]

Diretor Comercial: Edvar LopesCoord. de Atendimento: Cléia TelesContato Publicitário: Silvana Ricardo e Christine Funke

Produção Visual e Grá[email protected]

Chefe de Arte: Sérgio RuizDesigner Gráfico: Márcio Nami

Atendimento ao [email protected]

Coordenação: Paola Oliva

Administraçã[email protected]

Gerente: Edina SilvaAssistentes: Bruna Franchi e Ana Claudia Canellas

Impressão

Prol Editora

Redação, Administração e PublicidadeSede Própria:Rua Afonso Braz, 579 - 11º andarVila Nova Conceição - 04511-011 - São Paulo-SPPABX: (55) (11) 3896-7300Fax redação: (55) (11) 3896-7303Fax publicidade: (55) (11) 3896-7307Site: www.grau10.com.br

Fechamento Editorial: 16/07/2013Circulação: 24/07/2013

Diretores: Habib S. Bridi (in memorian)

Elisabeth Lopes Bridi

ISSN 2177-1049

4 | Potência | ponto de vista

Luzes sobrea realidade

Quando o povo sai às ruas, levantando bandeiras contra

gastos excessivos em certas áreas, em detrimento de outras,

prioritárias, os holofotes se voltam para estas situações, que

não destoam em nada do que há muito falamos aqui.

A infraestrutura brasileira merece cuidados. Hospitais e es-

colas, sim, mas também portos, aeroportos, hidrovias, estradas

e transporte público.

A sociedade de maneira geral sente a falta de esforços dos

governantes naquilo que é básico, exatamente como a classe

empresarial, em específico, naquilo que envolve o escoamento

da produção, condições de competitividade nas exportações,

entre outros pontos.

O Brasil tem uma das mais competentes produções agríco-

las do mundo, graças ao empenho e investimento do produtor,

mas perde competitividade nas estradas e portos, no tempo que

leva para o deslocamento, nas péssimas condições nas estra-

das, nos obsoletos e morosos portos, sem contar o Custo Brasil.

Parece que a sociedade brasileira cansou de medidas pa-

liativas. Quer dar um basta na política populista e pede ações.

Ações estas que levem o país a um melhor posicionamento

social e econômico. A grande maioria das empresas e cida-

dãos cumpre com seus deveres, paga seus impostos, se esforça

em prol do desenvolvimento. Quer, apenas, que os impostos

voltem para a sociedade, na forma de estradas, escolas, hos-

pitais, portos e aeroportos, metro, sistema viário e energia. E

de quebra, estádios de futebol! Desde que nada disso seja su-

per faturado.

Page 5: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

[email protected] tel.: +55 11 3457 0300

• CONSTRUÇÃO CIVIL • INDÚSTRIA E MINERAÇÃO • GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA • • ÓLEO, GÁS, PETRÓLEO E ENERGIAS ALTERNATIVAS • TELECOMUNICAÇÕES E TRANSMISSÃO DE DADOS • INFRAESTRUTURA •

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Page 6: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

6 | Potência | ao leitor cartas

PARA ENVIAR RELEASES E INFORMAÇÕES [email protected]

FALE DIRETO COM A DIRETORA DE REDAÇÃ[email protected]

PARA ENVIAR OPINIÕES/CRÍTICAS E SUGESTÕ[email protected]

PARA [email protected]

PARA RECEBER A REVISTA OU ALTERAR [email protected]

Fale com a Revista Potência

Marcos Orsolon, editor

N ão é novidade que o Brasil passa por um mo-

mento diferente. Depois de anos adormeci-

da, a população (ou pelo menos parte dela)

parece ter acordado em meio ao aconchego

das festas juninas. E a fogueira ganhou corpo, cresceu, in-

cendiou o País e ninguém, nem mesmo os analistas políti-

cos mais experientes e perspicazes, sabem ao certo o que

virá pela frente.

Mas como fica o setor elétrico nesse contexto? Bem, assim

como ocorre com o resto da sociedade, não há como preci-

sar o que irá acontecer. No entanto, a expectativa geral dos

empresários que atuam no mercado eletroeletrônico é que a

cúpula política desperte para questões relevantes para o País,

como as reformas política e tributária, e avanços na logística,

apenas para citar alguns pontos.

De concreto, temos alguns aspectos que podem até ser

comemorados no campo econômico. O primeiro deles é o

câmbio. Há anos o empresariado do setor, representado pela

Abinee, vinha se queixando da valorização do real frente ao

dólar. O principal argumento é que a indústria eletroeletrô-

nica nacional tem sofrido com a entrada de produtos impor-

tados, e que o real valorizado colaborava, e muito, para este

cenário. Pois em 2013 o quadro mudou, e o dólar se aproxi-

mando da casa de R$ 2,30 dá certo alívio a nossas empresas.

Outra reivindicação antiga foi atendida no início de julho,

com a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 200/2012,

que extinguiu o adicional de 10% do Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço (FGTS) pago ao governo em caso de de-

missão sem justa causa. Evidente que é pouco para dar mais

competitividade à indústria, mas é fato que é um custo a me-

nos num cenário preocupante.

De outro lado, na área de energia os projetos não pararam.

Os leilões seguem acontecendo, assegurando investimentos

nos próximos anos, que abrem oportunidades de negócios

para fornecedores de produtos e serviços.

Como se vê, em meio aos protestos há muita coisa acon-

tecendo. Agora é ficar de olho e trabalhar por um País mais

justo. E que dias melhores venham para o setor e para o Brasil.

Manifestações e o setor elétrico

ErrataNa edição 89 publicamos uma nota sobre Sensores de

Presença da marca Soprano. Porém, a imagem não condiz

com o texto. Abaixo, as informações e foto corretas.

A Soprano lança, por meio de sua Divisão de Materiais

Elétricos, os Sensores de Presença para Iluminação. Com

grande aplicabilidade, os sensores estão disponíveis nos mo-

delos: de teto, de parede, de embutir com e sem interruptor

e para soquete E27, tensão 220V/110V. De fácil manuseio,

os produtos apresentam fotocélula e tempo ajustáveis. São

capazes de detectar o movimento de fontes de calor, como

pessoas e carros, através de um sensor infravermelho. Isso,

acionando a carga e desligando-a após a sua

ausência, de acordo com o tempo programa-

do, de uma distância máxima pré-determinada

e um raio de ação específico.

Leitura importanteEstive na FIEE deste ano e tive a oportunidade de visitar o es-

tande da Grau 10 Editora, onde recebi um exemplar da Revista Po-

tência. Gostaria muito de, a partir de hoje, receber os exemplares

desta revista. Sou engenheiro eletricista e julgo ser muito importante

me manter inteirado acerca dos assuntos do nosso setor.

Jader Costa | Engenheiro Eletricista | São Paulo | SP

Redação responde: Sua solicitação foi encaminhada ao se-

tor de atendimento ao leitor, que tomará as devidas providências.

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10

Page 7: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

Hoje em um crescente número de aplicações, seja emplantas industriais ou em construção de máquinas, são necessárias soluções simples e baratas para controle de velocidade.

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Page 8: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

8 | Potência | holofoteNotícias do Setor

Foto

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ção

Identidade visualA Divisão de Elétricos da 3M resolveu integrar inovação e tradição com

a modernidade e familiaridade exigida pelo mercado ao apresentar as novas

embalagens da linha de fitas isolantes: Scotch 33+, Scotch 23BR, Highland,

Imperial e Imperial Cores.

“A padronização da linha dá mais visibilidade e auxilia na identificação

visual entre as fitas no ponto de venda. O desafio foi transmitir uma percep-

ção clara de mudança, sem romper de vez com a imagem sedimentada ano

após ano entre os profissionais eletricistas”, explica Bruno Marques, gerente

de Marketing da Divisão de Elétricos da companhia.

Cores vivas e bem definidas, design moderno e dinâmico, além de in-

formações claras e destacadas, marcam as novas embalagens que já estão

disponíveis no mercado e podem ser encontradas em lojas de materiais elé-

tricos e de construção.

Descarte corretoCom foco na correta destinação dos resíduos sólidos,

a Avant participou da Semana do Meio Ambiente promo-

vida pela Secretaria de Meio Ambiente do município de

São Francisco do Conde (BA), onde a empresa do setor

de iluminação mantém uma unidade fabril. A companhia

doou à cidade cerca de 100 urnas coletoras de lâm-

padas queimadas.

A iniciativa vai ao encontro do Programa Nacional

de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a responsabi-

lidade compartilhada dos resíduos urbanos entre go-

verno, empresas e população. Com o mote “De bem

com a natureza”, as urnas da Avant estão disponíveis

nos pontos comerciais da cidade e são o primeiro pas-

so para a destinação correta dos produtos, de forma a

não poluir o meio ambiente, nem gerar resíduos que

possam ser acumulados em lixões ou aterros.

Para quem curtir

A Carbinox entra no segundo

semestre com o objetivo de for-

talecer o relacionamento com os

clientes. A empresa aposta no Fa-

cebook como um canal estratégico

para conversar com os parceiros e

fornecer informações sobre a com-

panhia e os mercados em que atua.

A empresa criou a campanha “Eu

curto a Carbinox”, que dará Ipads 4,

DVDs para carro e câmeras digitais.

A campanha será finalizada em de-

zembro com o sorteio de uma moto-

cicleta. “Queremos que o Facebook

da Carbinox tenha participação qua-

litativa, que as pessoas que curtem a

nossa página estejam relacionadas ao

nosso negócio, pois acreditamos nes-

te canal como um meio de estreita-

mento das relações e de diálogo com

os clientes, muitas vezes atendendo

até uma necessidade comercial dele”,

enfatiza Maurício Moura Jr, gerente

Comercial da Carbinox. Para parti-

cipar os clientes da Carbinox pre-

cisam acessar a fanpage www.face-

book.com/carbinox, clicar no menu

“Eu curto a Carbinox”, preencher o

cadastro com seus dados pessoais e

indicar um vendedor da Carbinox.

Conquista comemorada

Para Gilberto Grosso, CEO da empresa, o programa e a

parceria com a Prefeitura de São Francisco do Conde anteci-

pam o atendimento da PNRS, que prevê a Logística Reversa

de produtos que podem ser tóxicos se descartados sem os

cuidados necessários. “A expectativa é que a prefeitura co-

lete em torno de cinco mil lâmpadas ao ano, independen-

temente da marca do fabricante, que serão encaminhadas

para a correta descontaminação e descarte, dando continui-

dade ao seu ciclo de vida como matéria-prima na fabrica-

ção de novos produtos”. Com o aumento do consumo das

lâmpadas conhecidas como econômicas ou compactas que,

gradativamente, substituem as incandescentes, cresce a ne-

cessidade de cuidar desses produtos depois de utilizados.

Isto porque, se quebradas, as lâmpadas fluorescentes emitem

pequenas quantidades de mercúrio, um metal pesado tóxico

e contaminante que pode gerar problemas de saúde pública.

A Havells Sylvania renovou sua

certificação no Inmetro na categoria

de lâmpadas eletrônicas, que possui

16 linhas. Significa que a marca atende

todas as mudanças ocorridas na norma

do órgão regulatório, garantindo assim

que os produtos são adequados para

comercialização no mercado nacional.

Hoje, a maioria dos produtos da

empresa possui selo de aprovação jun-

to ao Inmetro e também o selo Procel,

administrado pela Eletrobras, indicando

que o item possui padrões de eficiência

superiores, ou seja, é classificado como

mais econômico e eficiente. Segundo a

empresa, as lâmpadas Sylvania apresen-

taram durabilidade de 7 anos e 2 meses.

“Estamos felizes em continuar no

mercado brasileiro, onde hoje somos

referência no setor de lâmpadas”, co-

menta o responsável da área, Celso

Santos. Até o final deste ano, a em-

presa pretende lançar sete produtos

para o complemento da linha.

Foto: Dreamstime

Foto: Dreamstime

Page 9: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

Holofote | Potência | 9Notícias do Setor

Foto

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ulga

ção

Foto: Divulgação

Foto

: Div

ulga

ção

Mauricio Affonso

Novo desafioO engenheiro Mauricio A.

Affonso assumiu a diretoria de Ven-

das da Rockwell Automation do Bra-

sil. Ele aplicará toda a sua experiên-

cia, tanto nas áreas técnica e comer-

cial, quanto no mercado brasileiro,

para contribuir com os planos da

empresa de acelerar o crescimento

no País. Engenheiro eletricista for-

mado pela USP e com MBA pela

FGV, Maurício começou sua carreira

como trainee na Rockwell Automa-

tion, onde trabalhou por 17 anos,

tendo atuado também como ge-

rente de Vendas em São Paulo,

gerente de área CCM e gerente de

Controles Industriais para o Brasil.

Catálogo na redePara facilitar o dia a dia de revendedores, profissionais especifi-

cadores e até dos consumidores finais, a Forjasul Eletrik, fabricante

de materiais elétricos com a marca Tramontina, disponibiliza na sua

página na internet o catálogo completo de sua linha de produtos. A

novidade é que foi totalmente reformulado e atualizado e está dis-

ponível para download também em inglês e espanhol.

No catálogo, o visitante pode conhecer detalhadamente cada

produto que compõe o portfólio da empresa e obter informações

quanto ao uso, funcionalidades e características técnicas de cada

item. De fácil visualização, é organizado de acordo com a área de

aplicação, começando pela descrição de cada uma das diversas linhas

de interruptores (placas e módulos), e seguindo pelos plugues e tomadas da li-

nha Priscus, extensões, caixas de derivação, acessórios para eletrodutos e outros.

“Além de ter à mão todos os códigos e características, com o catálogo di-

gital os lojistas podem tirar dúvidas dos clientes no próprio ponto de venda”,

explica Roberto Aimi, diretor da Forjasul Eletrik. Para conhecer o novo catálo-

go, basta acessar o endereço www.tramontina.com.br, clicar no link Downloads,

no alto da página e, na seção Material Elétrico, fazer o download do catálogo

Materiais Elétricos. Para acessar as versões em inglês e espanhol clique em

um dos idiomas no canto direito da página inicial do site.

Certificação LEED

Campanha publicitária

A SIL dispõe de uma nova cam-

panha publicitária para ser veiculada

no segundo semestre do ano. Com o

tema “Sou mais Brasil, sou mais SIL”,

as peças de cunho institucional refor-

çam a origem nacional da empresa,

fato que contribui para o desenvol-

vimento de produtos e políticas mais

adequadas às necessidades e caracte-

rísticas do mercado brasileiro.

Um dos diferenciais das duas

peças que compõem a campanha é

que foram criadas com foco em todo

o povo brasileiro e não apenas em

públicos específicos, como revende-

dores e eletricistas, mostrando que

a empresa é “100% brasileira”, mas

sempre associando a marca SIL a

seus principais atributos: qualidade

e modernidade.

Segundo o responsável pelo mar-

keting da SIL, Rodrigo Morelli, o obje-

tivo da campanha é que todos os pú-

blicos se identifiquem com a mensa-

gem apresentada nos anúncios.

O principal prédio administrati-

vo da Siemens no Brasil é o segundo

no País a receber a certificação LEED

Gold (Leadership in Energy and En-

vironmental Design) para Operação

de Manutenção de Edifícios Existen-

tes do U.S. Green Building Council

(USGBC).

Localizada na Avenida Mutinga,

em São Paulo, a sede da companhia

atingiu 66 pontos no índice de avalia-

ção ambiental de edificações (de 60

a 79), o que garantiu a obtenção do

LEED Gold à empresa. Atualmente, o

selo criado pelo USGBC é o maior re-

conhecimento internacional e o mais

utilizado em todo o mundo. A subsi-

diária brasileira é a segunda do gru-

po Siemens a receber a

certificação Gold.

A conquista do selo

é o resultado de diver-

sas ações implementa-

das ao longo dos anos.

Construído em 1977, o

prédio da Siemens inte-

gra uma área construída

de 18 mil m² e passou

por ajustes para a máxima eficiência

energética, captação e aproveitamento

da água da chuva, gerenciamento de

resíduos, melhora na qualidade do ar,

controle de erosão, uso de tintas com

baixo índice de compostos orgânicos

voláteis, além da adaptação nos serviços

de limpeza, dedetização e jardinagem.

“A obtenção do LEED Gold é um reco-

nhecimento dos programas e ações da

Siemens que visam o desenvolvimento

sustentável. Essa importante conquista

reforça a responsabilidade da compa-

nhia em promover o equilíbrio entre

meio ambiente, negócios e sociedade.

Receber este selo do Green Building

Council é motivo de grande orgulho

para todos nós”, afirma Jose Kuhn, di-

retor de Real Estate da

Siemens no Brasil. 

Entre as principais

adaptações realizadas

no prédio está a redu-

ção no consumo de

água potável nas tor-

res de resfriamento,

que integra o sistema

de ar-condicionado. Foto: D

ivul

gaçã

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Page 10: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

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10 | Potência | entrevistaGeorges Blum

C riada em 2005, a Associa-ção Brasileira de Importa-dores de Produtos de Ilu-minação (ABilumi) nasceu

para dar voz no mercado às empresas que importam itens para o setor de iluminação. Hoje, com 21 companhias associadas, a associação ganhou cor-po e respeito, participando das prin-cipais discussões que envolvem sua área de atuação, inclusive junto a en-

tidades como Inmetro e Eletrobras.A evolução do setor levou a as-

sociação a iniciar, no começo desse ano, uma nova fase em sua história. Após a eleição que definiu sua nova diretoria, ocorrida em fevereiro, ficou decidido que para atender às crescen-tes demandas a melhor opção seria a profissionalização da entidade, sendo que a ação principal foi a adoção de um presidente-executivo, cargo que

foi ocupado por Georges Blum.Na entrevista que segue, Blum co-

menta a nova fase da ABilumi, desta-ca a importância do seu processo de profissionalização e ressalta que dois assuntos têm dominado a pauta na as-sociação: a logística reversa e o avanço das lâmpadas de LED.

“São temas importantes e que não têm volta. É apenas uma questão de tempo”, afirma o executivo, destacan-

Qual a área de atuação da ABilumi?A ABilumi existe oficialmente desde 2005. Hoje, ela congrega 21 empresas que importam produtos de iluminação. Não apenas lâmpadas (de todos os ti-pos), mas também luminárias (públicas, decorativas, etc.) e componentes rela-cionados à iluminação. O objetivo da entidade é defender os interesses dos associados no que tange à qualidade dos produtos importados, tributação, divulgação e participação no desenvol-vimento de normas técnicas, portarias do Inmetro, e ações da Eletrobras. Um detalhe é que quando falo de importa-dores, são empresas brasileiras que ape-nas importam e outras que importam e também têm fábricas e produzem no Brasil alguns produtos de iluminação.

Podemos dizer que a associação nasceu para ajudar a organizar o mercado de iluminação?Isso mesmo, envolvendo os importa-dores. Ocorre que, no passado, eles

Evolução e organiz ação

não tinham uma associação que coor-denasse todos os interesses. Eles atua-vam isoladamente e resolveram se unir para defender os interesses comuns. Na época do apagão, em 2001, alguns temas já eram discutidos por algumas dessas empresas, como a eficiência energética. Inclusive, alguns importa-dores já participavam das reuniões do Inmetro para começar a colocar crité-rios técnicos mínimos para poder im-portar produtos de qualidade. Este foi o começo. Foram nessas reuniões que eles passaram a discutir a criação da ABilumi, que foi formalizada em 2005.

Hoje, a associação vive um novo momento, passando por um proces-so de profissionalização. Quando teve início esta etapa?Começamos a discutir este assunto em 2012. Na época eu era o diretor Técnico da associação e consultor de uma empresa. Em fevereiro desse ano teve a eleição da nova diretoria e foi

decidido que para atender às deman-das precisávamos de uma pessoa que tivesse tempo disponível para tocar o dia a dia da associação. Foi quando me convidaram para ser o presidente- executivo da ABilumi.

O que muda na associação a partir dessa profissionalização? Em que aspectos ela se fortalece ao contar com um executivo dedicado exclu-sivamente a defender os interesses dos associados?Antes, qualquer que fosse o presiden-te, ele também era dono de uma das empresas. Portanto, a preocupação principal dele era a empresa. Só que de 2012 para cá a demanda de traba-lho aumentou muito na ABilumi, tanto pela parte técnica, quanto pela tribu-tária. Então, há eventos que o presi-dente precisa participar, muitas vezes até dando palestra, entrevista, enfim, o montante de trabalho foi se avolu-mando e ficou difícil para uma pessoa

Page 11: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

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entrevista | Potência | 11Georges Blum

Entrevista a Marcos Orsolon

Evolução e organiz ação

fazer um bom trabalho na associação, tendo que se dividir com uma empre-sa. Isso funcionou até um determinado momento, mas em 2012, com o aumen-to do volume de trabalho, começou a faltar tempo. E como hoje eu tenho uma maior disponibilidade de tempo, minha dedicação à associação é maior. E isso ajuda, pois precisamos divulgar a associação, conquistar novos sócios, aumentar a participação da associação nos diversos fóruns de discussão, etc.

Quanto ao trabalho realizado pela ABilumi, há algum tema mais im-portante, ou urgente, que esteja sendo discutido no momento?No momento é a logística reversa. Es-tamos num momento muito impor-tante. Nós fizemos um acordo setorial atendendo à Lei (de resíduos sólidos), que é uma proposta sobre como fazer a logística reversa. No entanto, a As-sociação Brasileira da Indústria de Ilu-minação (Abilux), que é uma entidade

do que, no caso do LED, a qualidade está melhorando, a tecnologia tem se desenvolvido e os preços estão cain-do rapidamente. “Em um ano muita coisa vai acontecer nessa parte. Em nossos estudos já verificamos que a importação de lâmpadas de LED tem aumentado bastante. É fato que os preços ainda estão altos, mas em um ano já vamos sentir algumas mudan-ças”, ressalta.

Page 12: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

12 | Potência | entrevistaGeorges Blum

similar à nossa, enviou outra propos-ta de acordo. Isso foi no início desse ano. Aí o governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, disse que queria uma proposta só para o setor. Com isso, nos reunimos com a Abilux para fazer uma proposta única para apresentar ao ministério.

Vocês pegaram as duas propos-tas, discutiram todos os pontos e se chegou a um consenso?Exatamente. Fizemos uma proposta e já apresentamos ao governo para ser analisada.

Um ponto crítico quando se fala em logística reversa é o custo envolvi-do em todo o processo. Na proposta elaborada com a Abilux, como vo-cês trataram desse aspecto?A lâmpada tem um problema sério, por-que o custo do resíduo é praticamente zero. Embora a gente vá trabalhar para poder reaproveitar todo o material, na fase inicial, para subsidiar a operação, estamos propondo a cobrança de uma taxa. Hoje, 90% das lâmpadas comerciali-zadas no País são importadas. Há apenas uma fábrica no Brasil que produz lâm-padas. Então, a proposta é que, no ato da importação, toda empresa pague uma taxa de R$ 0,40 por lâmpada importada. Trata-se de um valor que foi calculado num estudo grande de logística feito para se chegar ao custo de toda a operação em nível nacional - que será completa-do em cinco anos, atingindo todo o País. Estes R$ 0,40 por lâmpada é o valor para subsidiar todo o processo, desde a com-pra de contêineres, os dispositivos para recolhimento nas lojas, transporte, des-contaminação, enfim, toda a sequência. E será criada uma entidade para admi-nistrar todo este processo de logística.

Essa entidade será organizada pelo próprio setor?Será uma empresa privada que vai ad-ministrar o trabalho em nome de to-

O grande mercado das lâmpadas

de LED é o que é ocupado

hoje pelas incandescentes e

compactas.

das as marcas. A ideia é que, no ato da importação da lâmpada, a importado-ra pague os R$ 0,40 que irão para esta empresa. Foi a maneira que encontra-mos para que todas as companhias que importam paguem o valor referente ao seu volume de importação, inclusive aquelas companhias que não são as-sociadas à ABilumi ou à Abilux. Este valor vale para todos os modelos de lâmpadas vendidas no Brasil, importa-das ou fabricadas aqui. Para o produ-to fabricado no País, vamos controlar através dos componentes importados. O critério será o mesmo.

Outro tema que tem sido bastante discutido no setor de iluminação é o avanço do LED. Hoje, qual a si-tuação dessa tecnologia no Brasil?Depois de discutirmos por um longo tempo as lâmpadas compactas, chegou a vez das lâmpadas de LED. Antes das compactas se discutiu muito o futuro das incandescentes, quando foi estabe-lecido um critério mínimo de qualidade e foi publicada uma Portaria que esta-beleceu a saída delas do mercado até 2016. Agora vemos algumas reuniões da Eletrobras falando de LED. E nós, na ABilumi, já estamos estudando este assunto. Porque a lâmpada a LED en-volve outra tecnologia. Até hoje, quan-do falávamos de lâmpadas, tínhamos um engenheiro elétrico que entendia do assunto. Para o LED é preciso tam-bém um engenheiro eletrônico, porque é estado sólido, é outro conceito, tudo novo. Então, é uma nova tecnologia não só de fabricação, mas também de entendimento. Muda tudo.

E, obviamente, nesse processo há a necessidade também de uma base normativa para os produtos. Essa parte tem caminhado no Brasil?Sim. Já há normas ABNT de lâmpadas LED sendo desenvolvidas. Inclusive, há algumas que estão em fase de consulta pública para a publicação. Saindo es-sas normas, elas serão a base para a Portaria do Inmetro.

Nesse caso o caminho natural seria a inclusão das lâmpadas no progra-ma de etiquetagem?Exatamente. E terão os ensaios espe-cíficos para as lâmpadas LED e todas as demais exigências.

Com o avanço das lâmpadas LED no País, num primeiro momento há o risco de entrada de produtos de bai-xa qualidade, como ocorreu em 2001 com a chegada das compactas?Acho que são casos distintos. Estamos

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entrevista | Potência | 13Georges Blum

em outra fase, com os importadores mais maduros e mais preparados. O que ocorre é que cada marca tem o seu fa-bricante na China, o que pode levar a algumas variações na qualidade. No en-tanto, essas fábricas chinesas produzem para o mundo inteiro, incluindo os Esta-dos Unidos e países da Europa. As lâm-padas são as mesmas que estão sendo trazidas para o Brasil. Por isso entendo que não corremos este risco de entra-da de produtos de má qualidade. Sem contar que as normas nacionais, quando forem publicadas, trarão os parâmetros mínimos a serem seguidos.

Na ABilumi, vocês estão otimistas com a evolução do mercado de lâm-padas de LED no País?Sim. O avanço do LED não tem volta,

é uma questão de tempo. Porque a qualidade está melhorando, a tecno-logia tem se desenvolvido e os pre-ços estão caindo rapidamente. Em um ano muita coisa vai acontecer nessa parte de LED. Em nossos estudos já verificamos que a importação de lâm-padas de LED tem aumentado bastan-te. Já notamos que em algumas áreas, como a de lâmpadas de facho dirigi-do, como dicróicas, halógenas e AR, o LED começa a avançar. Mas essa é uma pequena parte da iluminação, é muito específica. O grande merca-do das lâmpadas de LED é o que é ocupado hoje pelas incandescentes e compactas. Em um ano já vamos sen-tir algumas mudanças nesse segmento, principalmente em função da queda nos preços.

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14 | Potência | Matéria de CapaRedes Subterrâneas de Energia

E m franco desenvolvimento

social e econômico, o Brasil

enfrenta paralelamente uma

árdua batalha para promo-

ver a modernização de sua infraestru-

tura básica. Nesse processo, sem dú-

vida o setor elétrico está entre aqueles

que vêm apresentando uma visível evo-

lução. Entre as melhorias alcançadas,

é válido citar a grande movimentação

criada no mercado pela realização dos

leilões, o advento do Smart Grid e o

aproveitamento crescente de fontes re-

nováveis de energia, como eólica, fo-

tovoltaica e PCHs.

Em relação aos ativos de GTD (ge-

ração, transmissão e distribuição), tan-

to governo quanto concessionárias têm

promovido investimentos significativos

na ampliação e melhoria do sistema.

No campo da distribuição de ener-

gia elétrica, em particular, um fenô-

meno que vem chamando atenção é

o aumento da construção de redes

subterrâneas. Essa é uma tendência que está em

pauta principalmente nas grandes cida-

des, por conta da escassez de espaço e

da busca cada vez maior por segurança

e confiabilidade do sistema.

Ainda pequeno, o parque brasileiro de redes subterrâneas de energia elétrica

apresenta boas perspectivas de crescimento, abrindo um amplo leque de

oportunidades para fornecedores de produtos e serviços específicos para a área.

Por Paulo Martins

Crescimento

silencioso

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Matéria de Capa | Potência | 15Redes Subterrâneas de Energia

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16 | Potência | Matéria de CapaRedes Subterrâneas de Energia

Além das vias públicas, as redes subterrâneas vêm ganhando espaço também em condomínios empresariais e residenciais, shoppings, estádios e outros empreendimentos.

Esse crescimento está provocando uma agitação positiva no mercado e ge-rando boas oportunidades de negócios para toda a cadeia, incluindo fabrican-tes de produtos e soluções, concessio-nárias e prestadores de serviços como instaladores elétricos, empreiteiras de obras e escritórios de projetos.

O Brasil já dispõe de modelos tec-nológicos adequados para a implanta-ção das redes subterrâneas de energia e a regulamentação necessária está a ca-minho. Entre os desafios a serem ven-cidos, é impossível não citar a busca pela maior viabilidade financeira. De qualquer forma já houve progresso, e, conforme revelam os especialistas que concederam entrevista para esta matéria, as perspectivas são bastante positivas.

Tecnicamente, a composição da rede subterrânea se assemelha ao sis-tema aéreo. A estrutura envolve con-dutores elétricos, transformadores e demais equipamentos. Porém, em vez de postes, ela depende de dutos en-terrados para a instalação de cabos e de câmaras subterrâneas para abrigar transformadores e chaves.

Pelo fato do cabeamento estar pro-tegido de agentes externos como ár-vores, chuvas e ventos, a rede subter-rânea acaba tendo um desempenho técnico melhor.

A vida útil de ambos os sistemas é similar, chegando a aproximadamente 30 anos. Entretanto, a operação da rede subterrânea exige profissionais com treinamento e qualificação diferencia-da, além de equipamentos especiais para localização de falha e diagnósti-co de cabos. A manutenção de cabos subterrâneos geralmente é mais barata. A exceção é quando ocorrem defeitos. Apesar de raros, esses episódios têm

custo de reparo consideráveis.Quanto ao processo de implanta-

ção, as redes subterrâneas apresentam desafios distintos. Quando o ambiente em questão é um condomínio fechado tem-se uma situação totalmente contro-lada, pois é possível saber onde estão as eventuais interferências existentes e o terreno normalmente está livre de capa asfáltica e calçada. Assim, o tra-balho é mais simples e barato.

Quando se trata de instalar um sis-tema subterrâneo nas cidades, a coisa muda de figura. William Fernandes, di-retor Regional da AES Eletropaulo, con-cessionária que distribui energia para 24 municípios de São Paulo, incluindo a capital, destaca duas dificuldades, em especial: o congestionado subsolo das grandes metrópoles e a interferência na rotina das imediações devido à reali-zação de obras civis em vias públicas.

Walter J. Valente, executivo de Ven-das da fabricante de cabos General Ca-ble, fala sobre a aventura que é abrir um simples buraco em determinadas zonas urbanas: “Cada metro que você cava é uma surpresa, porque muitas vezes dispomos de um cadastro de in-terferência de solo extremamente de-satualizado, que não contempla a rea-lidade. Uma obra que é planejada para um determinado tempo acaba aconte-cendo em prazo maior, devido à com-plexidade da parte civil”, relata.

Isso acontece porque as redes elé-tricas precisam dividir espaço no sub-solo com tubulações de água, esgoto e gás e com os sistemas de telefonia e televisão a cabo. Para complicar ain-da mais, normalmente é preciso tra-balhar à noite, pois fechar uma gran-de avenida durante o dia produziria transtornos inimagináveis. Entretanto, o período noturno também apresen-ta uma série de restrições, como a lei do silêncio. Esse fato pode provocar aumento de prazos e, consequente-mente, de custos.

Apesar de tudo, Valente reconhece

Valorização dos imóveis

Possibilidade de manutenção de mais árvores nas áreas urbanas

Incremento do turismo e do comércio local

Valorização de áreas históricas

Redução do número de interrupções de energia elétrica

Redução do impacto de grandes intempéries climáticas no fornecimento de eletricidade

Geração de empregos com as obras de conversão da rede

Redução de perdas técnicas e comerciais de energia elétrica

Redução de acidentes envolvendo a população (diminuição do contato com a rede elétrica)

Redução do número de acidentes de veículos com postes e estruturas

Benefícios das redes subterrâneasde energia

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que esses contratempos são inerentes ao tipo de serviço, e destaca que resta aos profissionais do setor se adaptar

à realidade: “Temos uma cidade em movimento, viva. Fazer a obra em um condomínio ou parque é uma coisa.

Fazer em uma avenida movimentada requer adequação ao ambiente em que se está”.

  Benefícios, motivações e principais desafiosOs benefícios proporcionados pe-

las redes subterrâneas de energia são diversos. O primeiro deles envolve a qualidade do fornecimento, que tende a apresentar ganho por conta da redu-ção da frequência e da gravidade dos desligamentos acidentais. Afinal, o sis-tema aéreo sempre está sujeito a fenô-menos climáticos, como fortes chuvas, que costumam provocar a queda de árvores sobre a rede de distribuição e interrupção no fornecimento.

O aumento da segurança da popu-lação é outra vantagem, uma vez que as redes aéreas de distribuição de ener-gia são vulneráveis a acidentes como abalroamento de postes por veículos e eletrocussão de pessoas ao empinar pipas e ao executar serviços de cons-trução ou limpeza próximos à fiação.

Do ponto de vista urbanístico, o sistema subterrâneo contribui para melhorar o aspecto visual das regiões atendidas, valorizando áreas históricas e imóveis e fomentando o turismo e o comércio local. Ainda em relação ao aspecto econômico, o enterramento de cabos pode ajudar as concessionárias a reduzir as perdas técnicas e comer-ciais de energia e estimular a geração de empregos.

O aspecto ambiental também é va-lorizado, pois sem os condutores elé-tricos para disputar o espaço aéreo torna-se possível manter mais árvores nas ruas. As redes subterrâneas ajudam ainda a reduzir o número de ligações clandestinas - os populares ‘gatos’.

A Light, concessionária de energia elétrica que atende 31 municípios do Estado do Rio de Janeiro e administra mais de 10 mil quilômetros de redes subterrâneas, explica que a opção pela implantação de um sistema ou de outro depende da análise da densidade de carga. Este fenômeno envolve a junção de dois fatores: a quantidade de car-ga necessária para abastecimento dos consumidores e a densidade popula-cional do local.

Segundo a companhia, o sistema subterrâneo constitui uma alternativa interessante para aplicação em áreas urbanas que apresentam média ou alta densidade de carga. Por exemplo: em uma região com grande crescimento vertical, como o centro da cidade do Rio de Janeiro, é inviável, hoje, a co-locação de postes com os transforma-dores necessários para suprir aque-le bairro.

Mas nem sempre o sistema de rede subterrânea é tecnicamente viável. No caso da existência de terrenos rocho-sos, por exemplo, essa implantação não é possível. “Com relação a am-bientes rurais, esta não é uma prática usual em outras concessionárias por haver uma característica de baixa con-

É preciso discutir formas viáveis para os projetos de enterramento de redes de energia.William Fernandes | AES Eletropaulo

Segurança Rede aérea está sujeita a acidentes diversos envolvendo a população,

como o abalroamento de postes.

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20 | Potência | Matéria de CapaRedes Subterrâneas de Energia

centração de carga. Porém, respeitadas as limitações técnicas e regulatórias, o sistema pode ser implantado”, pondera William Fernandes.

Em relação aos motivadores para a implantação das redes subterrâneas, tem causado certa polêmica a pressão exercida pelo Poder Público. Na cida-de de São Paulo, por exemplo, a Lei Municipal nº 14.023 propõe a meta de enterramento de 250 km/ano de fiação aérea (iluminação pública, telefonia, TV a cabo e energia).

Cabe à prefeitura elaborar o que se chama de Programa de Enterramen-to da Rede Aérea, que definirá quan-do, como e onde esse serviço terá de ser feito por cada uma das empresas que hoje ocupam a rede aérea. “Até o momento a AES Eletropaulo não teve acesso às informações do programa”, conta Fernandes.

O executivo garante que a AES Ele-

tropaulo é favorável “ao que for me-lhor” para as cidades onde atua e des-taca a necessidade de se discutir formas viáveis para os projetos de enterramen-to de redes de energia. “É importante lembrar que os postes possuem fiação de outras empresas, como telecomuni-cações e iluminação pública, que tam-bém são envolvidas no processo de enterramento”, ressalva. Para Fernan-des, é preciso criar uma câmara gesto-ra para operacionalizar e intermediar o programa de enterramento.

Outro aspecto fundamental ine-rente a essa melhoria preocupa Walter Valente, da General Cable: os custos. “A lei é complexa, porque ela fala que tem que enterrar os cabos, mas não diz quem tem que pagar por isso”, observa.

E, geralmente, os valores envolvi-dos são consideráveis. Segundo estudo divulgado pela empresa de consultoria e engenharia InovaTec, quanto maior

o nível de tensão do circuito, maior é o custo por quilômetro ou MVA de ca-bos subterrâneos, comparado com uma linha aérea equivalente.

Na faixa de tensão de 110 a 219kV, o custo de investimento em cabos sub-terrâneos é de cinco a dez vezes maior do que em uma linha aérea. Na faixa de tensão de 220 a 362kV, essa propor-ção sobre para algo entre 9 e 16 vezes. Já na faixa de tensão de 363 a 764kV, os gastos podem variar entre 15 e 25 vezes mais.

Isso obriga os setores envolvidos a buscarem a otimização dos custos, em especial em relação às obras civis, que representam 60% dos gastos com o enterramento de redes. Outro desa-fio importante a ser equacionado passa pelo entendimento e adoção das novas tecnologias, em especial aquelas que compõem as chamadas redes inteligen-tes de energia (Smart Grids).

Perspectivas positivas para o Brasil

Influência Proximidade de árvores e ação das

chuvas podem provocar desligamentos de energia

nas redes aéreas.

Segundo análise da InovaTec, de-vido a motivos como as restrições do uso do solo, é esperado um aumento do enterramento de linhas de distribui-ção no Brasil, em especial as de tensões mais baixas, que apresentam menor relação de custo. Já para tensões mais

elevadas, dentro do horizonte futuro previsível, as linhas aéreas tendem a predominar.

De qualquer forma, a empresa ob-serva que continuam sendo feitos es-forços no sentido de desenvolver novos produtos e técnicas de instalação com

a finalidade de reduzir o diferencial de custos existente hoje.

A Arteche é uma das empresas que consideram o Brasil um mercado sig-nificativo e em expansão, no que se refere ao desenvolvimento das redes subterrâneas de energia. Presente em

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Matéria de Capa | Potência | 21Redes Subterrâneas de Energia

Quanto maior o nível de tensão do circuito, maior é o custo por quilômetro ou MVA de cabos subterrâneos, comparado com uma linha aérea equivalente. A relação entre o custo de investimento de cabos subter-râneos e linhas aéreas são as seguintes:

Faixa de tensão de 110 a 219kV 5 a 10 vezes

Faixa de tensão de 220 a 362kV 9 a 16 vezes

Faixa de tensão de 363 a 764kV 15 a 25 vezes

Relação de custos das linhas subterrâneas

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São Paulo Avenida 23 de Maio é um exemplo de via pública sem fiação aérea na capital paulista.

mais de 150 países, a companhia for-nece soluções e produtos para as áreas de geração, transmissão e distribuição de energia e indústria.

Vinícius de Medeiros Ferraz, ge-rente de Vendas da Arteche, identifica que a tendência crescente dos gran-des centros urbanos aderirem às redes subterrâneas tem provocado aumento na demanda de produtos, contribuin-do assim para a otimização dos custos diretos e auxiliando na execução de projetos importantes.

“As concessionárias de energia in-tensificaram a procura por soluções técnicas e economicamente viáveis para redes subterrâneas, principalmen-te para serem implantadas nos grandes centros urbanos, não só na ampliação de cargas, mas também na revitalização de redes antigas com equipamentos elétricos compactos, de alta confiabili-

dade, manutenção reduzida e seguros”, completa o executivo.

Segundo Ferraz, a Arteche está atenta às oportunidades existentes no mercado nacional. “Temos boas pers-pectivas e queremos participar de for-ma significativa no mercado de equi-pamentos para manobra e proteção em redes subterrâneas, oferecendo produ-tos tecnologicamente avançados e de fabricação nacional, como os cubícu-los de média tensão até 36kV, compac-tos e com isolamento integral em SF6”, exemplifica o porta-voz.

Marcos Banduk, diretor de Ven-das para o segmento de Transmissão e Distribuição de Energia da Nexans, destaca que este é um mercado muito importante para a empresa, pois en-volve produtos de alto valor agregado e grande tecnologia.

De acordo com ele, a expectativa é de que haja forte crescimento. “A de-manda por produtos vem crescendo en-tre 6% e 8% ao ano. Os itens mais requi-sitados ainda são os cabos de média ten-são (1-36kV), mas vemos uma tendência importante de crescimento para os ca-bos de alta tensão (69-230kV)”, revela.

Conforme destaca Banduk, as pers-pectivas para o mercado de redes sub-terrâneas são promissoras pelo fato desse sistema gerar maiores confiabi-lidade elétrica, segurança e qualidade de energia, além de resolver o pro-blema da falta de espaço para novas redes aéreas e para construções nos grandes centros.

“As redes subterrâneas geram ex-celentes oportunidades de negócios na construção civil, pois ao enterrar os ca-bos a superfície dos terrenos fica livre para a construção de novos empreen-dimentos”, complementa o executivo.

Marcos Banduk diz ainda que os sistemas subterrâneos são importantes para melhorar o visual das ruas e ave-nidas, eliminando significativamente a poluição e proporcionando maior se-gurança para a população.

Walter Valente, executivo de Vendas da General Cable, aponta que o merca-do de redes subterrâneas está em plena ascensão devido principalmente às atu-ais políticas de restrição à construção e implementação de redes aéreas. 

“A demanda está em franco cres-cimento. Há muitos mercados para as redes subterrâneas: desde condomí-nios residenciais, que utilizam princi-palmente cabos de média tensão, até redes de transmissão de energia elétri-

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22 | Potência | Matéria de CapaRedes Subterrâneas de Energia

ca cujo principal produto são os cabos de alta tensão”, revela.

De acordo com Valente, a empre-sa atende a demanda por redes sub-terrâneas até a tensão de 500kV, for-necendo produtos para todo tipo de

cliente, incluindo condomínios resi-denciais, indústrias e concessionárias de energia elétrica. “A General Cable tem know-how para implementar so-luções completas, desde o projeto do sistema até a montagem. Esta tecnolo-

gia foi adquirida em mais de 15 anos atendendo ao mercado nacional em projetos turn-key e na compra da Si-lec, empresa francesa especializada em fabricação e instalação de sistemas elé-tricos até 500kV”, comenta.

Mercado demanda produtos eserviços específicos

Embora a composição básica dos sistemas de distribuição de energia elé-trica seja relativamente semelhante, as redes subterrâneas apresentam diferen-ciações, no que se refere às caracterís-ticas de alguns de seus componentes.

Cabos, acessórios e equipamentos precisam ser isolados e submersíveis, de forma a manter o desempenho mes-mo em ambientes onde ocorrem inun-dações. A proteção contra explosão e até mesmo a dispensa de manutenção

são outras características apresentadas por determinados equipamentos.

Marcos Banduk, diretor de Vendas da Nexans, explica que os cabos de média tensão para redes subterrâneas geralmente possuem dimensionamen-to de blindagem ou barreira radial e metálica com cobertura e isolação re-forçadas, garantindo o bloqueio longi-tudinal contra a penetração de água.

Já os cabos de alta tensão são sub-metidos a gradientes elétricos mais ele-vados. “Para atender a esta condição mais rigorosa, a Nexans possui uma tecnologia diferenciada da armação ou blindagem do cabo, com tubo de alu-mínio soldado a laser, proporcionando

Avenida Paulista Redes subterrâneas contribuem para

visual limpo e moderno do centro financeiro paulistano.

Há muitos mercados para as redes subterrâneas, e a demanda está em franco crescimento.Walter Valente | General Cable

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Matéria de Capa | Potência | 23Redes Subterrâneas de Energia

Sistemas subterrâneos melhoram visual das ruas e proporcionam maior segurança para a população.Marcos Banduk | Nexans

estanqueidade radial e evitando qual-quer contaminação, assegurando assim um melhor desempenho do cabo e vida útil prolongada”, informa Banduk.   

Walter Valente, executivo da Ge-neral Cable, destaca que os produtos para redes subterrâneas precisam ainda contar com alto grau de confiabilidade e tecnologia de ponta. “Um ponto im-portante neste tipo de rede é a segu-

rança pessoal”, complementa.O cabo Tous-Terrains (Todo Terre-

no) é uma das inovações desenvolvidas pela General Cable para a área. O obje-tivo é reduzir o tempo de instalação de cabos de média e baixa tensão direta-mente enterrados. Segundo a empresa, a utilização do cabo Tous-Terrains no lugar de um produto normal permite fazer valas mais rasas e estreitas para o

enterramento. Além disso, é possível o recobrimento com solo do próprio local.

Também tem havido evolução na tecnologia construtiva utilizada para implantação das redes subterrâneas. A AES Eletropaulo, por exemplo, in-forma que vem utilizando peças pré-moldadas para a construção de novas câmaras subterrâneas, o que propor-ciona maior agilidade e qualidade ao processo de construção.

Em relação à operação do sistema, as redes subterrâneas têm demandado novos sistemas de automação, além de profissionais especializados para a re-alização de manutenção.

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24 | Potência | mercadomotores elétricos

Fabricantes investem no desenvolvimento de motores elétricos mais eficientes para atender a demanda da indústria por equipamentos que aliam menor consumo de energia e melhor desempenho operacional nos processos produtivos.Reportagem: Marcos Orsolon

Num momento em que a economia se mostra ins-tável, empresas de todas as áreas têm procurado

alternativas para ganhar competitivi-dade, principalmente através da dimi-nuição de custos e aumento da pro-dutividade. Nesse contexto, entre as principais ações adotadas na indús-tria, seja qual for o seu segmento de atuação, está a redução do consumo de energia através da utilização de máquinas mais eficientes, capazes de produzir mais, com menos.

E quando se fala em uso de eletri-cidade pelas máquinas, deve-se pen-sar nos motores, que figuram entre os principais consumidores de energia em

unidades produtivas. Estima-se que os motores elétricos sejam responsáveis por cerca de 70% da energia consumi-da na indústria e por aproximadamen-te 26% da energia total consumida no Brasil. Ou seja, se considerarmos o alto custo da eletricidade no País, faz todo o sentido a busca por motores elétricos e acionamentos mais eficientes e de alto rendimento. E é esse o caminho que muitas empresas têm trilhado.

Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indicam que, em 2012, o mercado de motores elétricos fechou em 1,3 milhão de unidades vendidas, incluindo moto-res para uso industrial, comercial e de eletrodomésticos. E a tendência é de

Altorendimento

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mercado | Potência | 25motores elétricos

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26 | Potência | mercadoMotores Elétricos

crescimento para esse ano. Segundo a Abinee, o mercado de motores elétri-cos trifásicos apresenta-se melhor que nos anos anteriores, tendo registrado crescimento de 7% no primeiro trimes-tre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

“O mercado em geral vem apresen-tando um crescimento médio de apro-ximadamente 1% ao ano. Acreditamos que essa tendência aumentará sutil-mente nos próximos anos, estando su-jeita a variáveis como investimentos do governo e exportação de commodities como minerais e grãos”, prevê Daniel Eidelwein, gerente do departamento de Vendas Técnicas e Marketing da WEG.

Cezar Raposo, gerente de Motores de Média e Alta Tensão da ABB, co-menta ainda que o mercado de moto-res elétricos trifásicos está apresentan-do bons sinais depois de passar por um período de dificuldades, iniciado em 2008, logo após a crise financei-ra mundial. “Os anos que sucederam

esta crise foram marcados por uma lenta retomada da atividade industrial e, aos poucos, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria foi retornando ao seu padrão e sinalizan-do a necessidade de investimentos em alguns setores”, destaca o executivo.

Cezar Raposo completa: “No pri-meiro semestre de 2013 a indústria de bens de capital apresentou crescimen-to, o que sinaliza uma lenta retomada dos níveis de atividade na indústria brasileira. Essa retomada, mesmo que lenta, traz boas perspectivas para a ex-pansão do parque industrial instalado e o investimento em plantas industriais passa obrigatoriamente pela aquisição de motores elétricos. Para uma expan-são mais robusta deste mercado, vamos depender dos investimentos e políticas que o governo está propondo como, por exemplo, o Plano Brasil Maior e as desonerações fiscais em alguns seg-mentos da economia”.

Do ponto de vista da concorrência,

Raposo entende que o futuro se dese-nha com um cenário mais competitivo devido aos investimentos de empresas estrangeiras em produção local. “Isso trará outras alternativas aos clientes”, pondera o gerente da ABB, acrescen-tando que, atualmente, há no Brasil sete players atuando no setor de mo-tores elétricos, sendo que cinco deles possuem produção local.

Tendência tecnológica aponta para maiseficiência energética

No que tange às inovações tecno-lógicas apresentadas nos últimos anos, pode-se destacar a busca por motores mais sustentáveis e com maior eficiên-cia energética (baixo consumo e menor emissão de CO2); que emitem níveis menores de ruído, vibração e tempera-tura; com tamanhos e pesos menores,

e com novas aplicações em função das novas tecnologias, com desta-

que para os motores com ímãs permanentes com o objetivo

de aumentar o rendimen-to e reduzir o consumo de

energia.No que diz respeito

à boa performance dos motores, os fabricantes citam

que algumas condições básicas devem ser atendidas. Por exemplo, desde o

projeto, é preciso pensar no design da máquina de forma a atender os requi-sitos de rendimento. Além disso, deve-se optar pelo uso de matérias-primas adequadas, como metais mais nobres e com grau de pureza maior.

Daniel Eidelwein, da WEG, explica que a própria consciência ambiental, que tem crescido por parte dos con-sumidores desse tipo de produto, tem influenciado no desenvolvimento dos motores, principalmente no sentido de ajudar a reduzir a pegada de carbono.

“A busca contínua por rendimen-tos mais elevados, associada à simpli-cidade de manutenção e níveis de ru-ído mais baixos, já são realidades que norteiam nossos desenvolvimentos. Vi-sualizamos também o desenvolvimen-to de materiais alternativos para o au-

Rendimentos mais elevados, simplicidade de manutenção e níveis de ruído mais baixos, são realidades que norteiam desenvolvimentos.Daniel Eidelwein | WEG

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mento de eficiência, desenvolvimento contínuo da tecnologia de motores e sistemas de acionamento para veículos elétricos”, afirma Eidelwein, destacando que os motores elétricos tendem a se tornar cada vez mais eficientes sob o ponto de vista elétrico. “Este continuará sendo um requisito importante, senão o mais importante, em qualquer novo desenvolvimento”, completa.

Ainda em relação aos novos produ-tos, Adriano Carvalho, engenheiro de aplicação da ABB, comenta que uma tendência importante é a utilização de máquinas síncronas de ímãs permanen-tes e motores de relutância magnética, que possuem níveis de rendimento aci-ma dos valores exigidos atualmente pe-las normas brasileiras.

Carvalho destaca que, hoje, o gran-de desafio para os fabricantes de mo-tores elétricos é desenvolver produtos cada vez mais eficientes, daí a necessi-dade de mais investimentos em pesqui-sa e desenvolvimento. “A ABB investe constantemente no desenvolvimen-to de novos produtos e os resultados vêm sendo apresentados ao mercado através de novos conceitos em motores elétricos, como, por exemplo, os mo-tores de relutância magnética e ímãs permanentes”, afirma.

Da mesma forma, Daniel Eidelwein diz que a WEG procura investir em no-vas tecnologias de motores com maior

eficiência e confiabilidade com o intui-to de ajudar as indústrias a aumentarem sua competitividade. Para isso, o exe-cutivo revela que o processo de P&D na companhia está fundamentado em três pilares básicos. O primeiro consiste em pesquisar para entender o compor-tamento dos produtos; descobrir novos materiais e novas técnicas de projetos com o objetivo de aperfeiçoar os pro-dutos atuais e desenvolver produtos e processos mais competitivos, de melhor desempenho e mais confiáveis, colocan-do-os à disposição do mercado.

O segundo consiste em fixar o co-nhecimento gerado, elaborando docu-mentos que perpetuem o conhecimento adquirido e formem uma base tecnoló-gica para as pesquisas e inovações fu-turas. Por último, vem a difusão do co-nhecimento com o objetivo de capaci-tar pessoas relacionadas com inovação.

O resultado deste trabalho tem se refletido em produtos mais eficientes que têm alavancado os negócios da companhia. “A WEG é uma empresa inovadora e na Divisão de Motores Elé-tricos 90,7% do faturamento de 2012 decorreu de produtos lançados nos últimos cinco anos. O investimento da companhia em P&D no ano passado foi de 3,15% da Receita Operacional Líquida, totalizando R$ 143 milhões”, comenta Eidelwein.

Pelo lado do usuário, importante

destacar que a adoção de motores de alto rendimento é viável não apenas em novos projetos, mas também no parque fabril já instalado. Aliás, espe-cialistas afirmam que as oportunidades de ganhos em eficiência energética no parque instalado são maiores do que o potencial de ganhos nas plantas em construção. Primeiro porque o parque instalado é bem maior que o em cons-trução. Segundo, porque a idade média dos equipamentos instalados é bastan-te elevada, o que significa que gran-de parte dos produtos está defasada.

“Existe um volume expressivo de motores elétricos em operação, mas tecnicamente eles estão desatualizados em termos de eficiência energética. As linhas de motores WEG especificadas para estes projetos apresentam rendi-mentos superiores aos exigidos por lei, podendo atingir altos índices de eco-nomia de energia, tendo a eficiência otimizada com o uso de inversores de frequência. Estes projetos trazem re-tornos de investimento bastante inte-

ressantes e temos visto o aumento crescente na demanda por este tipo de trabalho, ates-tando o interesse da indústria em aumen-tar sua competitivida-de, associada à maior conscientização am-

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biental da sociedade em geral”, destaca.Eidelwein cita que implementar

ações voltadas ao uso eficiente da energia cria diferenciais competitivos e vantagens relacionadas à produtivi-dade, disponibilidade de energia e sus-tentabilidade. “O incentivo à eficiência energética na indústria traz a melhor relação custo-benefício entre investi-mento e energia economizada. Além disso, é mais viável aplicar recursos em bons projetos de eficiência energética do que investir na ampliação do for-necimento de energia elétrica. A maio-

ria das indústrias tem em seus parques industriais equipamentos que estão em operação há 10, 20 anos ou mais, como é o caso dos motores elétricos, em que o ganho vem pela substituição deles por produtos novos, que contam com a tecnologia de maior rendimen-to. Os profissionais das áreas técnicas das indústrias sabem que ao substituir motores elétricos antigos por novos ob-tém-se redução no consumo de ener-gia, que pode ser ainda maior com a variação de velocidade através do uso de inversores de frequência”, ressalta.

Incentivo governamental ajudaria toda a cadeiaPara alguns especialistas, a prin-

cipal barreira na implantação desses projetos é a disponibilidade de recur-sos financeiros mais atrativos. Nes-te sentido, Daniel Eidelwein cita que uma política de incentivos do Gover-no Federal para projetos de eficiência energética nas instalações existentes traria benefícios para todos, a come-çar pela redução dos custos operacio-nais na indústria. De outro lado, os stakeholders se beneficiariam com a redução da emissão de CO2, aumento da arrecadação de impostos e geração

de empregos na cadeia de fornecimen-to de produtos e serviços associados.

“Uma possibilidade concreta de via-bilizar isto seria o retorno da linha de financiamento do BNDES Finame PSI a taxas de juros de 2,5%. Outro ponto que pode melhorar é o aumento da fiscaliza-ção de equipamentos importados aciona-dos por motores elétricos com o objetivo de garantir o atendimento pleno à Lei de Eficiência Energética, válida em todo o território nacional”, sugere Eidelwein.

Além de financiamento, também é necessário que os fabricantes invistam

na conscientização dos usuários, visto que muitos deles desconhecem as van-tagens que os motores mais modernos e eficientes podem oferecer. Por isto os fabricantes devem investir em equi-pes de vendas, engenharia de aplica-ção, treinamento e assistência técnica devidamente estruturadas, treinadas e disponíveis para orientar os clientes quanto à correta forma de especifica-ção, armazenamento, instalação e ma-nutenção dos produtos

“Por se tratar de um produto com-plexo, com muitos itens a serem ob-

Produtos especiais Para garantir a segurança, ambientes como o de áreas classificadas exigem a utilização de motores com características específicas.

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servados para um correto dimensiona-mento, é comum encontrar usuários com níveis de conhecimento variados e muitos deles desconhecem os detalhes essenciais que garantirão a longevida-de do produto. Pensando sempre em propor parcerias com foco orientado à satisfação dos clientes, a ABB pos-sui uma equipe de vendas completa e pronta para orientá-los a encontrarem as melhores soluções para cada aplica-ção”, afirma Raposo, da ABB.

Eidelwein, da WEG, cita que um

erro comum cometido pe-los usuários é o superdi-mensionamento dos mo-tores achando que isso au-menta a confiabilidade. Na verdade, isso pode levar ao uso ineficiente da energia elétrica, pois quanto mais “folgado” o motor, menor o seu rendi-mento. “Podemos considerar um motor bem dimensionado aquele que opera consumindo de 75% a 100% de sua po-tência nominal. Caso ele opere abaixo de 75%, os níveis de rendimento e de

fator de potência se reduzem, ou seja, quanto menor o percentual de carga do motor, menor o nível de rendimento. Como consequência, há aumento dos custos de consumo de energia desne-cessariamente”, explica.

Mercado nacional conta com o que há de melhor no mundo

panhias oferecem opções específicas para alguns nichos de mercado, como os produtos para áreas classificadas, mineração, siderurgia e indústrias de alimentos, bebidas, açúcar e etanol, entre outros.

Da mesma maneira, o País também está bem coberto por normas técni-cas, fazendo com que o mercado se mantenha regulado e com produtos de alto nível. “A norma brasileira que rege o setor de motores elétricos é a ABNT NBR 17094-1 e, atualmente, to-dos os fabricantes nacionais cumprem com o exigido”, garante Cezar Rapo-so, da ABB.

Daniel Eidelwein comenta ainda que está em evidência uma lei específica que determina os níveis de rendimento mínimos de eficiência energética para motores elétricos trifásicos de indução, que é a Portaria Interministerial nº 553. Essa Portaria estabelece os níveis má-ximos de consumo específico de ener-gia, ou mínimos de eficiência energéti-ca, para motores elétricos trifásicos de indução, rotor gaiola de esquilo.

“Esta Portaria foi publicada em de-zembro de 2005 e foi definido um pra-zo de quatro anos, a contar da data de publicação, para a mesma entrar em vigor. No dia 12 de dezembro de 2009 ela passou a ser aplicada, implicando na obrigatoriedade de atendimento dos novos níveis de rendimentos estabele-cidos para motores elétricos trifásicos de 1 a 250cv (carcaça 315)”, comenta o executivo.

Um aspecto positivo no mercado brasileiro de motores elétricos é que ele está bem servido em relação à tec-nologia, qualidade, variedade e desem-penho dos produtos, que têm padrão mundial. Além disso, algumas com-

Consumo Motores elétricos são responsáveis por 70% da energia consumida na indústria.

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cio, nas galerias das concessionárias e até em hospitais.

Para começo de conversa, con-vém repassarmos alguns conceitos. Muitos acreditam que Área Classifi-cada é todo lugar onde há risco de explosão. Na verdade, trata-se do local onde existe a probabilidade da presença ou da formação de uma At-mosfera Explosiva.

Uma Atmosfera Explosiva, por sua vez, forma-se quando ocorre a mistura entre o ar ambiente e substâncias in-flamáveis - no caso, gases e vapores - em uma proporção tal que, diante da existência de uma fonte de ignição, ocorrerá a combustão e propagação de chamas.

Assim, a simples existência de um tambor fechado com líquido inflamá-vel em um ambiente não basta para

Gases e vapores oriundos de substâncias inflamáveis constituem um grande risco à segurança. Prevenção exige cuidados especiais das empresas, a começar pelo Estudo de Classificação de Áreas.

Reportagem: Paulo Martins

dizer que essa é uma Área Classifica-da. Enquanto o tambor não for aber-to não haverá a mistura entre o vapor que pode ser liberado e o ar ambien-te. Consequentemente, a Atmosfera Explosiva não será formada. “Uma substância inflamável não ‘pega fogo’ na sua forma líquida. O vapor por ela liberado é que tem a possibilidade de formar a Atmosfera Explosiva”, refor-ça Ivo Rausch, gerente de Projetos da Project-Explo, empresa especializada em soluções para prevenção, prote-ção, controle e eliminação de riscos de explosões.

Além da evaporação, existe outra possibilidade de formação de Atmos-fera Explosiva a partir de líquidos in-flamáveis ou combustíveis: a pulveri-zação - fenômeno comum, por exem-plo, na linha de pintura da indústria

No número 86 da re-vista Potência (novem-bro/2012), o Caderno Atmosferas Explosivas

abordou os riscos inerentes aos am-bientes onde existem poeiras e fibras combustíveis. Dando continuidade ao tema, nesta edição será discutida a classificação de área pela presença de gases e vapores inflamáveis.

São várias as atividades profissio-nais onde existem espaços sujeitos a essa condição. Indústrias farmacêuti-cas, químicas, petroquímicas, do pe-tróleo, de tintas, de fertilizantes e de fragrâncias, usinas de açúcar e álcool e montadoras de veículos são alguns exemplos no ramo industrial. O risco pode estar presente ainda em espaços urbanos, tais como postos de gasoli-na, distribuidoras de GLP, no comér-

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automobilística. “A pulverização forma uma névoa, constituída por minúsculas partículas do produto combustível. Se houver uma fonte de ignição no local haverá a rápida propagação das cha-mas. Portanto, essa é uma Área Classi-ficada”, explica Rausch.

O ponto de fulgor dos líquidos in-flamáveis ou combustíveis é outro as-pecto importante a ser considerado em qualquer processo. Se uma deter-minada substância que tem ponto de fulgor de 100ºC estiver sendo manipu-lada a uma temperatura ambiente de 30ºC, a evaporação será pequena, não chegando a constituir uma Atmosfera Explosiva.

O risco existe se houver aumen-to considerável da temperatura a que a substância é submetida durante a operação. “Se chegar aos 100ºC, ela

irá evaporar em quantidade suficiente para formar a Atmosfera Explosiva”, alerta Rausch.

Além disso, não é qualquer quanti-dade de gás ou vapor que forma uma mistura explosiva. Todo gás ou líqui-

do inflamável possui o que se chama Faixa de Explosividade. Abaixo do li-mite inferior e acima do limite superior dessa faixa não ocorre concentração suficiente para constituir uma Atmos-fera Explosiva.

Ambientes de risco Controlar as Atmosferas Explosivas e as fontes de ignição é fundamental em indústrias químicas e petroquímicas, entre outras.

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Identificar para controlarO Estudo de Classificação de Áre-

as é um mecanismo fundamental para a análise dos riscos existentes em um ambiente. Entretanto, é difícil atingir um estágio de proteção total contra acidentes. “Quando se fala em risco, é possível controlá-lo, mas não eliminá -lo totalmente”, reconhece Ivo Rausch.

Por exemplo: imagine uma central de gás liquefeito de petróleo, onde há uma série de conexões, flanges e vál-vulas interligando os cilindros. Todos esses itens estão sujeitos a falhas ou defeitos, que podem levar a vazamen-tos e que devem ser considerados no Estudo de Classificação de Áreas. Mas algo mais extremo, como o rompimen-to desses cilindros, normalmente nem chega a ser considerado, pois trata-se de uma probabilidade mais remota.

“Esse é um evento raro. Não é im-possível de acontecer, mas é imprová-vel. Nessas condições, onde é possí-vel, mas improvável, não se classifica a área. Senão, seria preciso classificar toda a empresa, desde o refeitório até o prédio administrativo, além da rua que

sistemas eficientes de exaustão de for-ma a diminuir a concentração de gases e vapores na área em questão. Evitar que recipientes contendo substâncias inflamáveis permaneçam abertos é outra providência básica, mas impor-tantíssima.

Também é possível inertizar siste-mas fechados. Tanques normalmente possuem respiro, o que pode propor-cionar a mistura entre o vapor do lí-quido inflamável armazenado e o ar. Assim, em vez de permitir a entrada de ar no tanque para contrabalancear a pressão, pode-se adicionar nitrogênio, um gás que ‘não pega fogo’, portanto, não propicia a formação de Atmosfera Explosiva. Pode ser interessante, ain-da, substituir produtos de limpeza in-flamáveis por outros que não tenham essa característica.

Caso não seja possível administrar satisfatoriamente a Atmosfera Explo-siva, deve-se investir no melhor con-trole possível das fontes de ignição presentes no ambiente. Primeiramen-te é preciso manter instalações elétri-cas adequadas. Nesse aspecto, utilizar equipamentos certificados conforme o tipo de risco que se tem é obrigatório. O aterramento também merece aten-ção especial.

Vale lembrar que instalações mecâ-nicas produzem faíscas que podem de-sencadear grandes acidentes. Ademais, para executar serviços que geram fon-tes de ignição, como o uso de máquina de solda, é preciso obter uma Permis-são de Trabalho específica.

De forma geral, fazer uma boa ma-nutenção também é essencial para evi-tar certos problemas. “Todos os sistemas que visam a segurança dos ambientes têm que passar por inspeção frequente

Apoiador:

passa em frente”, pondera o especialis-ta da Project-Explo. Para estas condi-ções, complementa Rausch, aplicam-se os Planos de Emergência

Partindo para a ação, propriamen-te dita, melhorar a ventilação do am-biente é uma maneira de reduzir os riscos. Para isto podem ser instalados

Às vezes, bastaria a pessoa conhecer o risco com o qual ela estava lidando para evitar o acidente.Ivo Rausch | Project-Explo

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para que mantenham as características de proteção”, lembra Ivo Rausch.

Por fim, mas não menos importan-te, é obrigatório que os trabalhadores que frequentam Áreas Classificadas re-cebam amplo treinamento para cons-cientiza-los sobre os riscos a que es-tão sujeitos e sempre sigam os proce-dimentos corretos. “Uma das melhores

formas de prevenção é o conhecimen-to. Às vezes, bastaria a pessoa conhecer o risco com o qual ela estava lidando para evitar o acidente”, destaca Rausch.

Equipamentos especiais e evolução normativaManter as instalações elétricas ade-

quadas aos riscos que se tem no am-biente é fundamental para garantir a segurança nas empresas que possuem Áreas Classificadas.

Nesse quesito, um dos livros de ca-beceira dos profissionais responsáveis por esse gerenciamento deve ser a nor-ma técnica ABNT NBR IEC 60079-0. O documento especifica os requisitos ge-rais para construção, ensaios e marca-ção de equipamentos elétricos e com-ponentes ‘Ex’ destinados à utilização em atmosferas explosivas.

Presentes em praticamente todos ti-pos de indústrias e oficinas, os motores elétricos são um bom exemplo de equi-pamento que exige atenção especial na

sua especificação. A aplicação de motores para uso

geral em uma atmosfera potencialmen-te explosiva pode causar explosão, seja por centelhamento e/ou temperatura superficial (interna e/ou externa) em operação normal ou durante falhas de operação.

“Esta explosão é tão mais provável quanto maior a concentração de líqui-dos, gases ou poeiras combustíveis pre-sente no ambiente”, observa Charles de Aquino Amorim, gerente do Departa-mento de Vendas, Revenda e Assistên-cia Técnica da fabricante WEG.

Segundo o executivo, Áreas Classi-ficadas por Gases e Vapores exigem a especificação de motores elétricos pro-jetados e construídos para operar em ambientes onde são manuseados, es-tocados ou processados produtos in-flamáveis, de modo que sua operação não cause ignição da mistura explosi-va. “Quando instalados nesses locais, devem eliminar ou isolar a fonte de ignição, evitando a ocorrência simultâ-nea dos três componentes que formam o triângulo do fogo: combustível, oxi-gênio e fonte de ignição”, complemen-ta Amorim.

O especialista explica que os tipos de proteção para aplicação em atmos-feras potencialmente explosivas variam

em função das técnicas construtivas que são incorporadas ao equipamento. Para cada tipo de proteção é atribuída uma simbologia, precedida da sigla ‘Ex’, se-guida de uma letra minúscula indican-do os vários tipos de proteção previstos nas normas técnicas.

Por exemplo: um motor da catego-ria ‘Ex d’ - À Prova de Explosão possui um tipo de proteção na qual as partes que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro capaz de suportar uma explosão interna sem permitir que se propague para o meio externo. Já um modelo ‘Ex n’ - Não acendível possui a proteção aplicada ao material elétrico de modo que, em funcionamento normal e em certas condições anormais espe-cíficas, não possa inflamar o ambiente.

Na opinião de Charles Amorim, nas últimas décadas, o Brasil vem apresen-tando uma boa evolução também no que se refere à elaboração de normas e regulamentos aplicáveis às Atmosfe-ras Explosivas.

Para ele, um marco neste proces-so evolutivo ocorreu em 2008, com a publicação da norma ABNT NBR IEC 60079-19 - Reparo, Revisão e Recupe-ração de Equipamentos. O referido do-cumento estabelece requisitos técnicos para a realização de serviços de reparo

Brasil vem apresentando boa evolução no que se refere à elaboração de normas

aplicáveis às Atmosferas Explosivas.Charles de Aquino Amorim | WEG

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Soluções eficientes

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em equipamentos elétricos que operam em Atmosferas Explosivas.

A norma foi regulamentada pelo In-metro por meio da Portaria Nº 179, pu-blicada em maio de 2010. Segundo este instrumento, a partir de maio de 2013, os serviços de reparo de equipamentos para a área ‘Ex’ devem ser prestados por empresas que estejam em conformidade com a referida norma.

Amorim garante que a WEG investe constantemente no processo de qualifi-cação de sua rede de Assistência Técni-ca Autorizada, promovendo programas específicos de capacitação, avaliação e certificação das oficinas de serviços de reparos de motores ‘Ex’.

Atualmente, a empresa dispõe de 22 ‘Assistentes Técnicos - Atmosferas Explosivas’ certificados por organis-mos acreditados pelo Inmetro con-forme as normas ISO 9001 e NBR IEC 60079-19.

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Daniel Tatini | Diretor Colegiado Abreme | [email protected]

Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

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As certificações no segmento elétrico

Tema recorrente nas mídias especializadas, a certificação dos materiais elétricos é funda-mental para garantir a segurança dos usu-

ários e para a adequada regulamentação do seg-mento. Cada vez mais o Brasil tem desenvolvido normas técnicas que visam justamente atender estes objetivos e o impacto destas normas acaba se estendendo por toda a cadeia de fornecimento e organismos representativos.

As normas técnicas brasileiras são desenvol-vidas na ABNT com a participação de especialistas representantes da indústria, da academia, de enti-dades de classes e do consumidor. Estas prescre-vem as regras mínimas, as diretrizes ou as carac-terísticas necessárias para garantir um padrão de qualidade aceitável dos produtos para comercia-lização no País, inclusive no que diz respeito aos parâmetros técnicos de construção, de segurança e de desempenho dos materiais.

Todas as normas são essenciais para nor-tear o mercado e, embora normalmente sejam utilizadas de forma voluntária, podem tornar-se obrigatórias quando explicitado em algum ins-trumento do Poder Público, como lei, decreto, portaria ou resolução, ou então em um contrato de fornecimento, por exemplo. Além disso, as normas também são referências para as avalia-ções de conformidade, como a certificação rea-lizada por organismos ou entidades acreditadas para esse fim.

A modalidade de certificação de produtos mais adotada no Brasil é o Modelo 5, que consis-te na realização do ensaio do tipo de produto, na avaliação e na aprovação do sistema de qualidade adotado pelo fabricante, além do acompanhamen-to posterior por meio de auditorias e ensaio em amostras retiradas no comércio e no fabricante.

Atualmente, novas normas estão surgindo,

trazendo em seu escopo conceitos atuais, como a eficiência energética e o nível de informação que deve ser repassada aos clientes ou usuários (utilizando-se principalmente das embalagens), mostrando um alinhamento direto com as ne-cessidades da sociedade e da sustentabilidade em nosso planeta.

Todo este movimento crescente em prol do estabelecimento de normas e da realização de certificações é benéfico e essencial para o desen-volvimento e profissionalização cada vez maior do segmento. Entretanto, a tratativa das certificações deve ir além das particularidades e especificações técnicas dos produtos e precisa envolver também as instalações elétricas, visto que produtos cer-tificados instalados de maneira inadequada ou fora da norma de instalação (NBR 5410) podem ter sua durabilidade, seu funcionamento ou seu desempenho comprometido.

A NBR 5410, que no momento encontra-se em processo de revisão, prevê que sejam utiliza-dos nas instalações produtos conforme as normas de desempenho, preferencialmente certificados.

Vale ressaltar que no caso da certificação das instalações, esta tem, atualmente, caráter voluntário e não compulsório, e o organismo responsável para fazer as verificações das ins-talações é a CERTIEL Brasil, que após a inspe-ção da instalação elétrica indica se a mesma está ou não em conformidade com a norma de referência.

Quanto maior o número de projetistas, cons-trutoras, instaladores, eletricistas que realizarem as suas obras em conformidade com as normas e utilizando produtos certificados, maior será a ga-rantia da segurança da instalação, protegendo as pessoas e o patrimônio ali instalados.

Fomentar a disseminação destas informa-

ções e possibilitar a oferta de produtos e soluções alinhados com estes objetivos é uma tarefa que compete não apenas aos fabricantes e associa-ções, mas também aos distribuidores, visto que o portfólio trabalhado pelos revendedores acaba impactando no nível destas instalações.

Para que haja um real e progressivo avanço na qualidade das instalações elétricas brasileiras, a conscientização e o engajamento de toda a ca-deia são, definitivamente, fundamentais.

Rua Oscar Bressane, 291 - Jd. da Saúde04151-040 - São Paulo - SP

Telefone: (11) 5077-4140Fax: (11) 5077-1817

e-mail: [email protected]: www.abreme.com.br

Membros do ColegiadoRoberto Said Payaro Nortel Eletricidade Suprimentos Industriais S/AFrancisco Simon Portal Comercial Elétrica Ltda.José Jorge Felismino Parente Bertel Elétrica Comercial Ltda.José Luiz Pantaleo Everest Eletricidade Ltda.Roberto Varoto Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda.Paulo Roberto de Campos Meta Materiais Elétricos Ltda.Marcos Sutiro Comercial Elétrica PJ Ltda.

Conselho do ColegiadoNemias de Souza Nóia Elétrica Itaipu Ltda.Carlos Soares Peixinho Ladder Automação Industrial Ltda.Daniel Tatini Grupo Sonepar

Secretária ExecutivaNellifer Obradovic

Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

FUNDADA EM 07/06/1988

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A energia elétrica pode representar até 30% das despesas operacionais das empresas. A redução desses custos só pode ser fei-

ta por meio de um controle eficaz e da adoção de uma gestão inteligente. A Schneider Electric é líder global em gestão de energia e oferece uma arquitetura de energia inteligente, inova-dora e sustentável.

Desde a sua criação como produtora de fer-ro e aço na França, em 1836, a empresa vem evoluindo para oferecer as melhores soluções a seus clientes. No Brasil desde 1947, a Schneider Electric conta com 5 mil funcionários; 10 fábricas, que atendem às normas nacionais e internacionais de qualidade e segurança; 13 filiais comerciais, 1 moderno centro de distribuição e a matriz, em São Paulo (SP). Em 2012, a companhia alcançou, glo-balmente, o faturamento de 24 bilhões de euros, sendo que 41% do resultado foi conquistado nos países denominados ‘novas economias’.

Hoje a Schneider Electric oferece solu-ções integradas para diversos segmentos de mercado, como Energia e Infraestrutura, In-dústrias e Fabricantes de Máquinas, Data Cen-ters e Networks e Prédios residenciais e não residenciais, por meio de suas seis unidades de negócios: Industrial, Energia, TI, Predial, Residencial e Partner. Focada em oferecer energia mais segura, confiável, produtiva e sustentável, busca ajudar as pessoas e as or-ganizações a utilizarem a energia de maneira mais eficiente.

Para isso, possui em seu portfólio tecno-logias, produtos e soluções desenvolvidos por marcas relevantes mundial e localmente, como APC, CP Eletrônica, SoftBrasil, Microsol, Steck e Telvent. Somente no Brasil, foram mais de 20 aquisições nos últimos anos.

A Schneider Electric também investe pe-sado em inovação. Em 2012, foram aplicados mais de 1 bilhão de euros em Pesquisa & De-senvolvimento, o que garante à companhia po-sições de liderança em quase todos os merca-dos em que atua.

SCHNEIDER ELECTRIC

Líder em soluções inovadoras e integradas paraeficiência energética

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Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

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Eficiência EnergéticaOs centros urbanos concentram hoje 50%

da população mundial, consomem 75% da energia e emitem 80% dos gases de efeito es-tufa. Calcula-se que, até 2050, a demanda por energia dobrará, enquanto a emissão de gases deve ser reduzida pela metade. Para equilibrar essa equação, a Schneider Electric exibiu, du-

rante o Xperience Efficiency 2013, tecnologias que permitem gerenciar de forma mais eficaz o uso de energia e ainda reduzir o impacto des-se insumo nos negócios e no meio ambiente. O evento ocorreu em junho, simultaneamente no Brasil, nos Estados Unidos, na China, na Colôm-bia e na Rússia. Contou, ainda, com palestras de

convidados, como o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, e a apresentação de cases de eficiência de empresas líderes em seu segmento de atuação, como o Hospital Sírio Libanês, a HP e a Coca-Cola.

Entre os lançamentos apresentados pela Schneider Electric, destacam-se o Altivar 1200 e o Premset. O primeiro auxilia na economia de energia e na otimização de recursos ao permitir o acionamento correto e na faixa adequada do motor. Com tecnologia exclusiva, resultado de uma aquisição feita pela empresa na China, o Altivar 1200 amplia a oferta de tecnologias que promovem a eficiência energética na indústria eletrointensiva.

Já o Premset é o primeiro painel de distri-buição de média tensão que combina dupla Iso-lação Sólida (2 SIS) com elevada compactação e completa modularidade. A associação dessas tecnologias representa uma evolução tecnológi-ca ao oferecer proteção, solidez e flexibilidade para otimizar o desempenho desse produto e estender sua vida útil em 30%. A solução con-ta, ainda, com componentes que estabelecem uma comunicação inteligente, ao tornar possí-vel a utilização de smartphones ou tablets para controlar seu uso, por exemplo.

No mercado de energia elétrica, o Premset é a melhor opção na combinação de secciona-

doras, seccionadoras fusíveis ou disjuntores usados para manobrar, interromper e isolar pai-néis de média tensão. Também é uma solução para redes inteligentes (Smart Grid) e o primei-ro produto global que utiliza duplo isolamento sólido earth-screened (um sistema que reduz drasticamente o risco de arco interno e eleva a segurança e confiabilidade em qualquer am-biente, inclusive em locais agressivos). Além de prolongar a vida útil do equipamento em até 40 anos, a solução proporciona mínima manutenção preventiva gerando, assim, uma economia ainda maior.

Sustentabilidade também dentro de casa

A Schneider Electric também busca integrar seus objetivos de negócios ao desenvolvimen-to das comunidades onde está inserida. Listada nos principais índices de investimento social-mente responsável (Dow Jones Sustainability Index, Ethibel Sustainability Index Excellence e ASPI Eurozone Index), a companhia possui diversas iniciativas voltadas para o desenvolvi-mento sustentável, como o Barômetro Planeta e Sociedade e o BipBop.

Somente no Brasil, a Schneider Electric já formou mais de 6 mil jovens eletricistas em mais de 100 municípios de 20 estados. Também am-pliou o acesso à energia, de 4 para 24 horas, de duas comunidades ribeirinhas do Amazonas. “O projeto levou em consideração a realidade do local e a necessidade do baixo custo de im-plantação para que pudesse ser replicado em outras comunidades pequenas”, explica a pre-sidente da Schneider Electric para a América do Sul, Tânia Cosentino.

O trabalho da Schneider Electric vem sen-do reconhecido nacional e internacionalmente. Além de ser considerada uma das melhores em-presas para se trabalhar, a multinacional francesa foi a vencedora do Prêmio Eco 2012, concedido pela Câmara Americana de Comércio (AmCham); foi eleita, em 2013, uma das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, pela consultoria cana-dense Corporate Knights; e uma das compa-nhias mais éticas do mundo, segundo o Ethis-phere Institute.

ViLLASMART Projeto leva energia elétrica a comunidades ribeirinhas do Amazonas.

xPeRieNCe 2013 empresa aproveitou evento para apresentar seu portfólio de soluções.

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Evento realizado em São Paulo reúne agentes da área de transmissão de energia, que promoveram discussões sobre os desafios e futuro do setor.

Reportagens: Marcos Orsolon

Troca de informações

A capital paulista foi sede, entre os dias 10 e 12 de junho, de um dos mais im-portantes eventos do setor

de transmissão, o SIGAMT – III Semi-nário Internacional de Gerenciamento de Ativos, Manutenção da Transmissão e Desempenho do Sistema Elétrico.

Com organização da CTEEP, pro-moção e coordenação técnica do Co-mitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (Cigré) e apoio institucional da Comissão de In-tegração Energética Regional (CIER), o encontro teve como objetivo principal estimular a discussão sobre gestão da

manutenção e desempenho do setor de transmissão diante das transformações que estão acontecendo no mercado, com destaque para as oportunidades com a renovação das concessões e o atual ambiente regulatório.

“O SIGAMT é um importante infor-me que promove o intercâmbio de co-nhecimento e apresenta experiências de sucesso a respeito de temas cada vez mais relevantes para o desempenho dos profissionais do segmento. Estamos passando por um momento de grandes transformações no setor elétrico, com desafios significativos do ponto de vista da eficiência operacional e da adminis-

tração dos riscos inerentes ao negócio de energia elétrica. Ao mesmo tempo, a evolução das tecnologias nos oferece as ferramentas para que possamos re-pensar a gestão de ativos que realiza-mos atualmente, em busca de resulta-dos mais seguros e efetivos”, comentou César Ramirez, presidente da CTEEP, em seu discurso na abertura do evento.

Ramirez também destacou que as demandas de infraestrutura necessárias para que o Brasil alcance um novo pa-tamar de expansão econômica se mos-tram cada vez mais urgentes, e que elas têm mobilizado tanto a esfera governa-mental, quando o setor privado.

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Manutenção das instalações é importante para a prestação do serviço de transmissão de boa qualidade.Júlio César Rezende Ferraz | Aneel

Setor vive desafios do ponto de vista da eficiência operacional e da administração dos riscos inerentes ao negócio da energia elétrica.César Ramirez | CTEEP

Conhecimento técnico é importante para a sustentabilidade não só do setor elétrico, mas também do País.Antonio Varejão de Godoy | Cigré

“Com este com-plexo cenário em mente é que esta edição do seminá-rio foi organizada. A ideia não é trazer respostas prontas ou definitivas, afinal, as constantes mudanças no setor nos levam

a fazer análises e redirecionar esforços continuamente. O objetivo é incentivar a troca de ideias e o fortalecimento de uma cultura voltada para a gestão estra-tégica de ativos de riscos, contribuindo para o gerenciamento das companhias e também para o crescimento da socie-dade brasileira”, completou o executivo.

Para assegurar um bom nível aos debates propostos, a organização apos-tou na pluralidade dos profissionais convidados. Entre os participantes es-tiveram especialistas nacionais e inter-nacionais, autoridades do setor público, fabricantes, fornecedores, representan-tes de centros de pesquisa e profissio-nais do meio acadêmico.

Antonio Varejão de Godoy, presi-dente do Cigré, ressaltou que mais de 150 profissionais foram reunidos para discutir temas de extrema importância para o País e para o setor. “E isso se dá porque por trás de um evento como

este há empresas que se preocupam com o conhecimento. Entidades como o CIER e o Cigré fazem este papel de produzir, compartilhar e disseminar o conhecimento técnico, que é importan-te para a sustentabilidade do setor e do País”, destacou.

Entre os temas levantados durante o SIGAMT, sem dúvida um dos destaques foi o gerenciamento de ativos, tema que, segundo Godoy, vem sendo estudado pelo Cigré desde 2004.

Júlio César Rezende Ferraz, da Ane-el, ressaltou ainda a importância da ma-nutenção das instalações para a presta-ção de um serviço público de transmis-são de boa qualidade e da extensão da vida útil dos equipamentos.

“Hoje, a regulação dos serviços de transmissão é feita por meio de incenti-vos econômicos e considerando alguns parâmetros técnicos, visando estimular a disponibilização das instalações para os usuários. Há incentivos para que as transmissoras programem a manutenção de forma a deixar indisponíveis suas ins-talações pelo menor tempo possível. O que temos buscado na Aneel é aumen-tar o incentivo. No próximo semestre pretendemos colocar em audiência pú-blica, para a discussão com a sociedade, algumas maneiras de tornar isso ainda mais eficiente”, revelou Ferraz.

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44 | Potência | RadaRComemoração

Marca históricaSiemens entrega turbina de número 1.000 para cliente do interior de São Paulo que atua no setor sucroenergético. Equipamento possui potência de 20MW.

Reportagem: Paulo Martins

O dia 6 de junho de 2013 ficará gravado definiti-vamente na história da Siemens no Brasil. Na

ocasião, uma grande comemoração re-alizada no Complexo Industrial de Jun-diaí (SP) marcou a entrega da milésima turbina a vapor produzida pela empre-sa no País.

O equipamento - uma turbina de condensação com extração modelo

SST300 - possui potência de 20MW e destina-se ao setor sucroenergético.

Ela irá para o município de Guaraci (SP) - mais especificamente para a Usina Vertente, que faz cogeração de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A usina tem como sócias a CLEEL Empre-endimentos (empresa do Grupo Húmus Agroterra) e a Guarani, através de sua controladora Cruz Alta Participações S/A.

A comemoração reuniu executivos e

clientes da Siemens, além de autoridades políticas das esferas municipal, estadual e federal. O cônsul-geral adjunto da Ale-manha, Rainer Müller, parabenizou a uni-dade brasileira pela conquista e lembrou as boas relações existentes entre o Brasil e o país onde fica a matriz da Siemens. Não por acaso, o evento esteve inserido no calendário oficial do ano “Alemanha + Brasil 2013/14”.

A marca atingida pela companhia também ficará registrada no livro “Tur-bina 1000. A milésima união entre expe-riência e tecnologia Siemens”. A publi-cação resgata a história da fabricação de turbinas a vapor da empresa no Brasil e no mundo.

Thiago Pistore, diretor da área de tur-binas a vapor da Siemens no Brasil, des-tacou que o fato representa um marco, não só para a companhia, mas também para a indústria de máquinas e para a própria engenharia brasileira.

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RadaR | Potência | 45Comemoração

E os desafios continuam. Markus Ta-cke, CEO mundial da unidade Industry Power do setor Energy da Siemens, disse que o foco agora volta-se para a produ-ção das próximas mil turbinas.

O executivo falou sobre as perspec-tivas de crescimento do PIB brasileiro, lembrou que o nível global de consumo de eletricidade deverá aumentar 2,8% ao ano e que os combustíveis fósseis ten-dem a perder espaço para as fontes re-nováveis, como biomassa, eólica e solar.

Tacke destacou que toda essa mo-vimentação terá de ser suportada por energia segura e sustentável e que a Sie-mens está pronta para oferecer suporte a essas necessidades por meio de suas tecnologias.

José Aníbal, secretário de Energia de São Paulo, falou sobre o potencial de geração de bioeletricidade. Segundo ele, o estado tem hoje a maior implan-tação sucroalcooleira do Brasil, lideran-do a cogeração de energia a partir da palha de cana. O dirigente mencionou algumas diretrizes do Plano Paulista de Energia 2020. Entre as metas, destaca-se a manutenção da expectativa de cres-cimento econômico, mas atendendo à política estadual de mudanças climáti-cas. A intenção é que em 2020 as emis-sões de poluentes sejam 20% menores do que em 2005.

Existe ainda a preocupação de tornar a matriz energética de São Paulo cada vez mais limpa, aumentando a participa-

ção das energias renováveis de 55% para 69%. Isso será possível, por exemplo, com o maior uso dos produtos da cana (bagaço e etanol) - o que abre perspec-tivas de novos negócios para fornecedo-res de equipamentos como a Siemens.

Com três décadas de trabalho na área, Eduardo Angelo, diretor geral da divisão de Wind Power da Siemens no Brasil, repassou as principais etapas e desafios vencidos pela companhia até chegar a este momento.

A Siemens possui sete fábricas de tur-binas no mundo, sendo uma delas em Jundiaí. Nos últimos anos a produção lo-cal foi triplicada, graças aos investimen-tos em ampliação e modernização. Hoje, a unidade do interior paulista responde por 10% do volume mundial de vendas desses equipamentos.

A filial brasileira produz todos os produtos e serviços para turbinas de até 50MW. Para isso, adquiriu um avançado equipamento de teste de rotores, a balan-ceadora Schenck DH7/DH50. A máquina permite fazer localmente o balanceamen-to de rotores de turbinas e compressores em alta velocidade gerando grande eco-nomia de tempo, já que antes o serviço precisava ser feito na Europa.

A fábrica da Siemens em Jundiaí recebeu a incumbência de fornecer a linha industrial de turbinas a vapor e gás para toda a América do Sul, mas já atendeu também pedidos dos demais continentes.

Parceiros (Da esq. para a dir.): Paulo Stark, CEO e presidente da Siemens no Brasil; Hugo Cagno, diretor da Usina Vertente; Fábio Pelegrini, gerente de Cogeração de Energia e Confiabilidade da Guarani e Ricardo Lamenza, diretor-geral de Energia da Siemens no Brasil.

Inauguração oficial da fábrica da AKZ em Cravinhos (SP)

Primeiros projetos de expor-tação de energia para o siste-ma elétrico a partir do bagaço da cana-de-açúcar

Venda da AKZ para ABB

Venda da divisão de turbinas da ABB para Alstom. Mu-dança da fábrica de turbinas no Brasil de Cravinhos para Taubaté (SP)

Siemens adquire divisão de turbinas da Alstom

Siemens decide construir nova fábrica de turbinas em Jundiaí (SP)

Início da produção de turbi-nas a vapor, com os modelos SST300N e SST600

Primeira ampliação da fábri-ca de turbinas da Siemens em Jundiaí. Grande evento de inauguração do Complexo Industrial Jundiaí

Inauguração da balanceado-ra de rotores em alta rotação em Jundiaí

Venda das maiores turbinas já fabricadas no Brasil, com três unidades destinadas à exportação

Siemens entrega milésima turbina produzida no Brasil

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Experiência sustentávelSchneider Electric realiza evento global no Brasil e reforça

imagem de especialista em gestão de energia.

Reportagem: Marcos Orsolon

A cidade de São Paulo foi escolhida para abrigar um dos mais importantes even­tos realizados pela Schnei­

der Electric no mundo: o Xperience Efficiency. Ocorrido entre os dias 4 e 7 de junho, o encontro aconteceu simul­taneamente em outras sete cidades, de quatro países (Estados Unidos, China, Colômbia e Rússia), e foi arquitetado de modo que a companhia tivesse a opor­tunidade de apresentar seu amplo port­fólio de soluções voltado a temas como sustentabilidade e eficiência energética.

A ideia dos organizadores foi mon­tar um evento para mostrar a clientes, parceiros da indústria e governos algu­mas tecnologias que podem auxiliá­los na busca por mais eficiência na parte de energia, de forma que todos possam fazer mais, consumindo menos.

“A energia tem impacto significa­tivo na competitividade econômica e na inclusão social. Também contribui consideravelmente para a emissão de gases de efeito estufa, influencia na qualidade de vida dos cidadãos e, por ser um recurso limitado, impacta for­

temente nos custos das cidades e das empresas. Para equilibrar essa equação, há hoje tecnologias que permitem ge­renciar de forma mais eficaz o uso de energia, tornando­se a forma mais ba­rata e rápida de reduzir o consumo e garantir o acesso a uma energia segu­ra, ininterrupta e inteligente”, comen­ta Rogério Zampronha, presidente da Schneider Electric no Brasil.

O executivo completa: “A Schnei­der hoje se posiciona como especialista global em gestão de energia. Acredita­mos que gestão de energia e eficiência energética sejam estratégias relevantes para a nossa empresa, não simples­mente porque é uma estratégia de ne­gócios, mas principalmente porque ela pode ajudar empresas e cidades a se­rem melhores. Através do uso mais efi­ciente de energia, as empresas podem ser mais competitivas, pois vão operar num nível de custo menor. E as cida­des serão mais eficientes porque darão mais conforto aos cidadãos”.

Para reforçar a importância do tema eficiência energética para a sociedade, Zampronha apresentou dados de uma pesquisa de mercado encomendada

Page 47: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

Praticando ideias | Potência | 47Estratégia

Cidade Inteligente Área de exposição concentrou soluções desenvolvidas para aumentar a eficiência nos grandes centros.

As empresas estão se mexendo em função da mobilização da sociedade em prol de um mundo mais sustentável.Rogério Zampronha | Presidente

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Seria impossível comunicar para este pessoal tudo o que a gente faz de uma maneira mais eficaz. O Xperience Efficiency foi um sucesso.Edgard Franco | vice-presidente Brasil de Buildings Business

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pela Schneider Electric especialmente para o evento, junto a 50 das maiores empresas do Brasil. A intenção foi en­tender a visão dessas companhias so­bre o tema eficiência energética.

“E tivemos surpresas interessantes. Uma delas foi que 61% das empresas acredita que a questão de eficiência energética é fundamental para o ne­gócio em que estão inseridas. Outras 28% entendem que este é um tema im­

portante”, revela o presidente, acres­centando que também surpreendeu as respostas referentes aos motivos que levam estas companhias a investir em eficiência energética, onde se destaca­ram o compromisso social e as pres­sões sociais. “Isso é muito bom porque indica que as empresas estão se me­xendo em função da mobilização da sociedade em prol de um mundo mais sustentável”, comemora.

Soluções em forma de cidade inteligenteCom o intuito de atingir a todos os

públicos que compareceram ao Xpe­rience Efficiency, a Schneider Electric montou um ciclo de palestras diver­sificado, procurando cobrir todos os aspectos que caracterizam suas solu­ções. Para facilitar, trabalhou em cima de quatro temas principais: tendências de mercado, sistemas e soluções, tec­nologias e inovações, e testemunhos de clientes, onde foram apresentados alguns cases.

No entanto, o ponto alto do even­to foi a reprodução de uma cidade inteligente, que reuniu numa ampla área de exposição as soluções desen­volvidas pela Schneider Electric para aumentar a eficiência nos grandes

centros. Para facilitar o entendimento por parte dos visitantes, muitas des­sas soluções foram de fato instaladas para que todos tivessem a chance de vê­las em funcionamento. E, a julgar pelo balanço feito pelos executivos da companhia, os objetivos foram atendidos. A sensação geral foi que a Schneider Electric conseguiu refor­çar a imagem de empresa especialis­ta em gestão de energia. Além disso, ao reunir em um local uma grande quantidade de soluções, permitiu que clientes de diferentes setores ti­vessem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os produtos e serviços ofertados.

Para Edgard Franco, vice­presiden­te Brasil de Buildings Business, os efei­tos se estendem aos próprios colabo­radores da empresa. “Foi uma transfor­mação para a Schneider. Para os pró­prios funcionários da empresa foi uma aula de tudo o que a gente faz. Acho que não tinha ninguém na companhia que soubesse até onde poderíamos chegar, ou que conhecesse com algum nível de detalhes todas as nossas solu­ções. E isso foi muito bom”, ressalta.

Franco também acredita que o even­to tende a ajudar no incremento dos ne­gócios na área de eficiência energética, que já tem crescido a níveis relevantes.

E ele completa: “Diria que o even­to ajudou muito porque os clientes de outras áreas, de outras unidades de ne­

gócio, passam a entender nosso discur­so de eficiência energética e sustenta­bilidade. Quem compareceu para ver um disjuntor, o distribuidor que vende nosso material elétrico, o integrador de automação, enfim, eles chegaram ao evento, viram tudo junto e falaram

‘puxa, quanta coisa que eu não sabia que a Schneider fazia em termos de sustentabilidade e eficiência energéti­ca’. Então, acho que fizemos um tre­mendo investimento aqui no evento. Seria impossível comunicar para este pessoal tudo o que a gente faz de uma maneira mais eficaz. O Xperience Effi­ciency foi um sucesso”.

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48 | Potência | EvEntoIlumexpo/2013

A 2ª Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pú-blica, ou Ilumexpo/2013, se consolidou como um

importante espaço para a troca de ideias e debates nessa área. Organi-zado pela RPM Brasil e com o apoio da Revista Potência, o evento ocorreu em São Paulo, entre os dias 10 e 12 de junho, contando com a presença de especialistas da indústria, das vá-rias esferas de governo e de entidades como Eletrobras e Inmetro.

A edição desse ano foi diretamente influenciada pelo processo em anda-mento de transferência dos ativos de iluminação pública (IP) das mãos das concessionárias de energia para as pre-feituras. Hoje, estima-se que o País con-

te com 15 milhões de pontos de IP e, considerando os seus 5.474 municípios, cerca de 36% dos ativos ainda estão sob responsabilidade das distribuidoras.

Mas por que existe a necessida-de de se efetuar esta transferência? A resposta foi dada por Marcos Bragat-to, superintendente de Regulação dos Serviços Comerciais da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Duran-te sua apresentação, Bragatto relatou que a iniciativa atende a uma exigên-cia da Constituição Federal promulgada em 1988, que estabelece que compe-te aos municípios organizar e prestar os serviços púbicos de interesse local, incluindo a iluminação pública, o que pode ser feito diretamente ou através de permissões ou concessões.

Assim, para atender à Constituição e organizar o trabalho de transição, a Aneel publicou em setembro de 2010 a Resolução Normativa nº 414, que esta-belece o prazo limite de 31 de janeiro de 2014 para que a transferência ocorra, obviamente, seguindo a um cronograma previamente definido entre distribuidora e prefeitura, de acordo com as possibi-lidades e realidade de cada um.

Aliás, o relacionamento entre mu-nicípio e concessionária é fundamen-tal nesse difícil processo. Isso porque a prefeitura irá assumir uma responsabi-lidade que até então não tinha, com as-pectos técnicos que desconhece e que envolve um serviço essencial para a po-pulação. Ou seja, o apoio da empresa de distribuição no período de transição

Especialistas aproveitam evento para discutir transferência dos ativos de iluminação pública das concessionárias para os municípios. Reportagens: Marcos Orsolon

Momento de transição

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EvEnto | Potência | 49Ilumexpo/2013

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Transferência dos ativos para as prefeituras atende a uma exigência da Constituição Federal de 1988.Marcos Bragato | Aneel

É preciso um período de adaptação para que os conhecimentos sejam transferidos para as prefeituras.José Renato Filippini | CPFL Serviços

Prefeituras precisam se organizar para gerenciar e operar os ativos de iluminação pública a partir de 2014.Fernando Mirancos | Inovafocus

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e, em alguns casos, até mesmo após a sua conclusão, se torna imprescindível.

Em sua palestra, José Renato Filip-pini de Oliveira, supervisor de Projetos da CPFL Serviços, ressaltou a neces-sidade das prefeituras se prepararem para assumir a nova atribuição. E, de outro lado, a obrigação das concessio-nárias darem todo o apoio necessário.

“Temos visto uma quantidade enor-me de dúvidas decorrentes do distan-ciamento que as prefeituras têm das operações técnicas, como operações de rede e de iluminação pública. Na CPFL, nosso projeto visa suprir este espaço e,

a partir daí, conviver com o município e municiá-lo com conhecimento para as operações”, comentou Oliveira.

Fernando Mirancos da Cunha, con-sultor da Inovafocus, também falou sobre as responsabilidades das duas principais partes envolvidas no pro-cesso. No que tange às concessioná-rias, as ações incluem passar informa-ção para as prefeituras sobre prazos e cronograma de transferência; relatório sobre os ativos mobilizados em serviço; algumas providências internas tomadas pelas empresas do ponto de vista de dimensionamento, reorganização do

seu call center, agência e treinamento para a desmobilização dos funcionários que não vão mais operar IP, e o envio para a Aneel de relatórios, minutas e cronogramas preparados.

Do ponto de vista das prefeituras, Cunha ressaltou a necessidade da de-finição da data de transferência, tanto dos ativos quanto da operação propria-mente dita do sistema; as assinaturas dos contratos; e dois pontos muito im-portantes: um relacionado à organiza-ção e implantação da estrutura de ges-tão, e a inclusão nos planos plurianuais de orçamento da prefeitura.

Transição impõe desafios e oferece oportunidadesDiante da complexidade do trabalho,

a migração dos ativos tende a ser mais difícil em municípios de menor porte, visto que muitos deles sequer têm condi-ções de manter equipes específicas para cuidar da iluminação pública. Uma alter-nativa, nesse caso, seria a formação de um consórcio entre várias cidades que, juntas, teriam melhores condições para manter equipes dedicadas a essa área.

No entanto, as dificuldades não se li-mitam aos municípios menores. E, entre os fatores que preocupam alguns prefei-tos, está o custo para assumir os ativos. Para auxiliar as cidades, em 2002 o Con-

gresso Nacional aprovou uma emenda constitucional que criou a Contribuição de Iluminação Pública (CIP). O meca-nismo de arrecadação pode ser feito de diversas maneiras, cabendo a cada mu-nicípio definir a forma de arrecadação, que pode ser anual, mensal, via rateio, etc. O problema é que muitas cidades ainda não se movimentaram para tirar proveito da contribuição.

“Muitos municípios ainda não con-tam com a arrecadação da CIP e nesse momento estudam uma maneira de for-mular essa proposta para as suas res-pectivas Câmaras Municipais. Só que

alguns dos prefeitos já se pronuncia-ram e não conseguirão desenvolver o projeto da CIP”, relatou José Filippini de Oliveira, da CPFL Serviços.

Um aspecto que poderia ajudar al-gumas prefeituras na transição seria a troca de informações com outros muni-cípios, no sentido de se verificar práticas que deram certo. Mas, infelizmente, esse contato não é muito comum. “O fato é que na questão da iluminação pública parece que o pessoal do Brasil inteiro conversa pouco, troca poucas experi-ências. Desde 2002, quando foi criada a CIP, até hoje, o conhecimento é pe-

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50 | Potência | EvEntoIlumexpo/2013

Quanto à evolução tecnológica, a maioria dos especialistas que participaram do evento entende que o futuro da ilumina-ção pública passa pela utilização de equi-pamentos com LED. Embora ainda existam alguns entraves a serem superados, como os custos do sistema e o próprio conhe-cimento sobre o seu comportamento e durabilidade em projetos de maior porte.

Em busca de respostas, recentemente a Eletrobras assinou dois memorandos de entendimento com entidades internacionais. Um com a Clinton Foundation, que tem contato com diversos municípios e empre-sas no exterior, cujo objetivo é ter acesso a informações sobre o que tem sido feito na implantação do LED em larga escala.

O outro memorando foi assinado com uma ONG através do ator Arnold Schwar-zenegger, onde a intenção é fazer estudos e promover o intercâmbio de conhecimen-to nessa área.

“O que buscamos com essas entida-des são as experiências de projetos im-plantados em larga escala. São municípios que já fizeram sua total troca por ilumina-ção a LED. E nesse sentido, visando tirar dúvidas que temos em relação a como fica essa tecnologia ao longo do tempo exposta, em uso, porque temos muitos dados de laboratório, mas temos dúvidas principalmente com relação à qualidade da iluminação ao longo do tempo”, ar-

LED ganha espaço e traz vantagens

queno. Recentemente tivemos a opor-tunidade de ver municípios com a lei aprovada, mas com muitas improprie-dades”, lamentou Carlos Kirchner, da Federação Nacional dos Engenheiros.

Desafios à parte, a transição tam-bém oferece oportunidades significa-tivas aos municípios. Mas elas apenas serão aproveitadas se houver evolu-ção na gestão dos ativos. “Se houver uma boa gestão obtêm- se a melhoria da qualidade da iluminação pública e a redução de consumo. Há municípios

que após assumirem a gestão dos ati-vos reduziram em 40% o consumo de eletricidade, o que tem reflexo imedia-to na conta de energia que o município paga para a distribuidora local”, desta-cou Marcos Bragatto, da Aneel.

Para Fernando Mirancos da Cunha, da Inovafocus, uma questão fundamen-tal é que os prefeitos passem a conside-rar, de fato, a iluminação como uma po-lítica pública, assim como ocorrem em áreas como saúde ou a coleta de lixo. “Por isso, recomendamos que os gesto-

res dos municípios tenham dentro do seu plano diretor um capítulo específi-co sobre iluminação púbica”, destacou.

Cunha observou ainda que o fato da concessionária cuidar de pratica-mente tudo, até então, fez com que muitos gestores públicos transferissem a ela a obrigação de cuidar da ilumina-ção pública. Só que agora a situação é outra e não há espaço para repassar a responsabilidade. “O gestor público tem de entender que a iluminação é uma política pública”, afirmou.

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gumentou Jailson José Medeiros Alves (foto), gerente substituto da Divisão de Eficiência Energética no Setor Público da Eletrobras/Procel.

Alves também destacou que, dentro das novas fontes de financiamento que estão sendo viabilizadas dentro do ProcelReluz, há a possibilidade de aumento na partici-pação em projetos na área de LED.

Custos, gargalos e regulamentaçãoAinda dentro do Ilumexpo/2013, a

evolução técnica e mercadológica do LED recebeu atenção especial no dia 12, com a realização do Workshop com foco na ilu-minação pública. Isac Roizenblatt, consul-tor da Pro Light and Energy Consultants e diretor técnico da Abilux (Associação Bra-sileira da Indústria de Iluminação), iniciou as discussões falando sobre a crescente eficiência atingida pelos LEDs.

Já existiriam no mercado mundial LEDs que produzem 170 Lúmens por Watt. O próximo passo será buscar a marca de 200lm/W. Só para comparar, uma lâmpa-da incandescente de 60W possui eficiência luminosa de aproximadamente 15lm/W.

Outra inovação tecnológica em anda-mento consiste na elaboração de um sof-tware de interface para controlar e monitorar protocolos heterogêneos da rede pública de iluminação, o que vai permitir a ‘conversa’ entre sistemas diferentes.

Quanto aos custos, as perspectivas são de que os preços das lâmpadas a LED caiam significativamente nas próximas décadas. Atualmente o investimento em iluminação baseada nesse sistema ain-da é alto, mas existiriam vantagens em relação aos gastos menores com ma-nutenção, operação e descarte desses produtos.

Mas o desenvolvimento dos LEDs tam-bém pode esbarrar nos conhecidos garga-los estruturais do País. Num momento em que se discute a regulamentação da utiliza-ção dessa tecnologia, Oscar Armando Mal-donado Astorga, professor titular da Unesp, lembra que o País pode sofrer por conta da falta de maior capacitação laboratorial para fazer frente à enorme quantidade de pontos de iluminação existente no Brasil.

Só para exemplificar: enquanto existem milhões de pontos de luz, estão disponíveis poucos goniofotômetros - equipamento uti-lizado na realização de testes em luminárias e lâmpadas.

Alexandre Paes Leme, especialista do Inmetro, falou sobre o processo de regu-lamentação de luminárias a LED para ilu-minação pública e também das lâmpadas LED. Iniciados em 2009, os trabalhos en-contram-se agora em fase final de elabora-ção do RAC e RTQ. A expectativa é de que a fase de consulta pública tenha início até agosto deste ano.

Page 51: Revista Potência - Edição 92 - junho de 2013

vitrine | Potência | 51Produtos e soluções

IlumInação eficienteA OSRAM Opto Semicondutores disponibiliza ao mercado o LED

Duris E5, dispositivo voltado para retrofit de tubos fluorescentes e

lâmpadas incandescentes. O produto é indicado para o desenvolvi-

mento de produtos que exigem iluminação homogênea e pode ser

utilizado em ambientes como indústrias, residências e escritórios.

Características como dimensões compactas (5,6x3,0mm), brilho es-

tável e ângulo de 120º do feixe o tornam perfeito para distribuir luz

de maneira uniforme. Com potência de 0,4W e vida útil de 50 mil

horas, o Duris E5 apresenta versões com temperaturas de cor que

variam de 2.700 a 6500K. O dispositivo chega a entregar 140lm/W

em 6.000K e IRC de 70.

DIstrIbuIção de cabosO Grupo Legrand, através da marca Cablofil, oferece a Eletrocalha

Aramada, solução indicada para a distribuição de cabos sob piso ele-

vado e sobre racks, voltada a aplicações em data centers e indústrias

alimentícias. Com acabamento eletro zincado, galvanizado a fogo e

Inox, o produto conta com exclusiva borda de segurança, um sistema

de borda soldada em “T”, patenteada pela marca, e um sistema de ins-

talação rápida de alto nível de desempenho mecânico e elétrico, feito

por meio de engates que dispensam o uso de parafusos.

botões de comanDo e sInalIzaçãoA ACE Schmersal traz ao Brasil os botões da linha Clean para utiliza-

ção em botões de comando e sinalização para aplicações em sala limpa,

uma vez que possuem baixa emissão de partículas – com pureza de ar

classe 1, em conformidade com a norma ISO 14644-1. As peças se desta-

cam pela alta qualidade, longa vida útil e variedade de itens, como botões

de impulso, seletores, sinalizadores luminosos e botões de emergência.

Os botões têm desenho que impede o acúmulo de resíduos, são de fácil

limpeza e, graças ao grau de protecção IP 69K, podem ser limpos com la-

vadoras de alta pressão.

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52 | Potência | GTDGeração, Transmissão e Distribuição

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Comunidade consciente

Educação para o uso consciente da energia e inclusão social são os pilares do Projeto Comunidade Eficiente, que a Light desenvolve desde 2003. Na ci-dade do Rio de Janeiro, as comunida-des Cantagalo, Santa Marta, Cidade de Deus, Babilônia, Batan, Complexo do Alemão, Morro dos Cabritos, Comple-xo do Borel, Chácara do Céu, Cosmos, complexos do Andaraí, Macacos, São Carlos, Santa Teresa e Rocinha estão entre as beneficiadas pela ação.

“O Comunidade Eficiente é gran-de aliado da política de pacificação de comunidades no Rio, ao contribuir para a sustentabilidade do processo de formalização de clientes. Por outro lado, a iniciativa colabora no comba-te às perdas de energia e na melhoria dos indicadores de adimplência da companhia”, destaca o superinten-dente de Relações Institucionais da Light, Eduardo Camillo.

Ao longo desses dez anos, fo-ram executadas reformas em mais de nove mil instalações elétricas de residências com risco elétrico em co-munidades. Cerca de 360 mil visitas educativas e mais de 1,2 mil eventos foram realizados no período. A Light promove ainda a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e a substituição de geladeiras antigas por novas, com selo Procel. As gela-deiras e lâmpadas obsoletas trocadas são descartadas seguindo as normas ambientais. Em dez anos, foram troca-das cerca de 1,5 milhão de lâmpadas e substituídas quase 54 mil geladeiras.

PCHs em pauta

Leilão de Energia

A redução proporcional da capa-cidade de armazenamento vai exigir a construção de mais usinas termelé-tricas, conforme ratificado pela  pre-sidente Dilma Rousseff. Entretanto, as informações do Plano Decenal de Energia (PDE 2021) apontam cresci-mento maior nos próximos anos da participação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), empreendimen-tos de pequeno porte com potência instalada entre 1 e 30MW.

“Hoje, segundo dados da Aneel, estão em operação 456 PCHs, com po-tência total de 4.502MW”, comenta Re-gina Pimentel, assessora de gestão de risco na Trade Energy, comercializa-dora independente de energia, acres-

centando que o Plano Decenal 2021, publicado pelo Ministério de Minas e Energia, prevê crescimento de 65% da capacidade em PCHs neste horizonte.

“As pequenas centrais têm um apelo imediato, se comparadas com alternativas como usinas eólicas e fo-tovoltaicas: a energia que geram não é tão volátil. Além disso, utilizam a tecnologia de geração de energia elé-trica mais tradicional que existe, com mais de um século de maturação”, re-força Regina.

Potência total de 4.502MW

A fase de cadastramento de projetos interessados em participar do primeiro Leilão de Energia A-5/2013, que será re-alizado no dia 29 de agosto para abas-tecer o mercado consumidor do País no ano de 2018, foi encerrada totalizando 68 empreendimentos inscritos. A capa-cidade instalada das usinas cadastradas na EPE soma 7.552 megawatts, entre termelétricas e hidrelétricas.

Entre as 12 hidrelétricas inscritas da EPE, a usina Sinop deverá ser a única a entrar neste primeiro leilão para 2018. O empreendimento, que terá potência instalada de 400MW e está situado no

rio Teles Pires (MT), possui a Licença Ambiental Prévia exigida no processo de habilitação técnica.

A maior parte dos outros projetos hidrelétricos cadastrados na EPE para o Leilão A-5/2013 de agosto ainda não obteve a Licença Prévia necessária para participar desse certame. No entanto, eles poderão, eventualmente, ser in-cluídos no segundo Leilão de Energia A-5/2013, agendado pelo governo para o dia 13 de dezembro. Neste grupo está a UHE São Manoel, também no rio Teles Pires, com 700MW de capa-cidade instalada.

1º Leilão de Energia A-5/2013Resumo do cadastramento (por fonte)

FONTE PROJETOS OFERTA (MW)Termelétricas a Biomassa 30 1.472Termelétricas a Carvão 4 2.140Termelétricas a Gás Natural 2 1.607Pequenas Centrais Hidrelétricas 20 405Hidrelétricas 12 1.928TOTAL 68 7.552

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GTD | Potência | 53Geração, Transmissão e Distribuição

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Desempenho de Itaipu

Conservação de energia

A Eletrobras lançou o Relatório de Resultados do Procel relativo ao ano base de 2012. As ações executadas pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica no ano passado propor-cionaram economia de energia elétrica de 9,097 bilhões de kWh. O programa do governo federal é executado pela Eletrobras desde 1985, sob a coordena-ção do Ministério de Minas e Energia.

O resultado de 2012 equivale a cer-ca de 2,03% do consumo total de ener-gia elétrica no Brasil no período. O montante de energia que não precisou ser gerada evitou a emissão de 624 mil toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera.

O aumento de mais de 36% na energia econo-mizada em relação ao ano an-terior pode ser creditado à me-lhoria na eficiência energética de equipamentos com Selo Procel, bem como ao aumento nas vendas desses equipamentos.

De olho no Brasil

Autoprodução de energiaEm fevereiro de 2013 a fabricante de papel Ibema passou a atuar no Mercado Li-

vre de energia em razão da sua produção nas duas Pequenas Centrais Hidrelétricas: a PCH Cachoeira, com capacidade instalada de 2,92MW no Rio Cachoeira, e a PCH Boa Vista II, com capacidade instalada de 8MW no Rio Marrecas, ambos no Paraná. Para entrar nesse mercado, a empresa adequou a sua rede de transmissão para a cone-xão ao Sistema de Distribuição da Copel, Companhia Paranaense de Energia Elétrica.

De fevereiro até maio, o total de geração de energia nas duas PCHs foi de pou-co mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica e pela Vila Ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh. Desta maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a Ibema comercializou no Mercado Livre.

Em um ano atípico, com cenários hidrológicos extremos, a usina de Itai-pu conseguiu um feito: repetiu a faça-nha de 2012 e, pela segunda vez, ultra-passou a marca dos 50 milhões de me-gawatts-hora (MWh) em um semestre, de forma consecutiva. “Com segurança, vamos buscar no segundo semestre os outros 50 milhões de MWh para bater nosso novo recorde anual”, diz o dire-tor-geral brasileiro, Jorge Samek.

Em 29 anos de operação, desem-penho similar só foi registrado em 2012, quando obteve uma produção histórica anual de 98,2 milhões de

MWh. Recordista mundial de geração de energia, Itaipu tem como meta anual atingir os 100 milhões de MWh.

Para o superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino, fechar o semes-tre com 50 milhões de MWh tem como uma das explicações a qualidade do de-sempenho operacional da Itaipu, que vem progredindo ano a ano desde o iní-cio de sua operação, em maio de 1984.

“Questões como disponibilidade hidrológica do Rio Paraná, onde está instalada a usina de Itaipu, demanda por energia do Brasil e do Paraguai, alta disponibilidade dos equipamen-

tos da hidrelétrica e qualidade técnica das equipes da empresa sempre fo-ram e continuam sendo determinan-tes na conquista de grandes resulta-dos”, avalia Torino.

A italiana CESI, especialista mun-dial em consultoria e testes de sistemas de energia, anunciou a abertura de seu primeiro escritório na América Latina. O Rio de Janeiro será a base para a nova expansão na região.

Com mais de 50 anos de experi-ência em operações em áreas como transmissão e distribuição elétrica, energias renováveis e de armazena-mento, geração de energia, testes, certificação e garantia de qualidade e engenharia & meio-ambiente, a CESI é uma das três maiores fornecedoras mundiais de células solares de alta eficiência em multi-junção avançada para aplicativos espaciais e terrestres.

Segundo o presidente Matteo Co-dazzi, a abertura da sede das opera-ções da empresa no Brasil representa outra importante etapa para o CESI.

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54 | Potência | economiafinanças & investimentos

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Centro Tecnológico

Negócios internacionais

Segurança digital

A Gemalto inaugurou em junho uma fábrica com tecnologia de pon-ta em Pinhais (PR), voltada a produ-tos de tecnologia de segurança digital, incluindo cartões com chip no padrão EMV e cartões SIM (SIM cards). A uni-dade estabelece um novo parâmetro para as práticas de produção sustentá-vel e aumenta a capacidade de produ-ção, atendendo à crescente demanda do mercado por produtos de tecnolo-gia de segurança digital.

“A inauguração da fábrica faz parte do plano de diversificação e expansão permanente da Gemalto para promo-ver a capacidade produtiva do País, atender às crescentes oportunidades de mercado e preservar o ecossiste-ma circundante e meio ambiente glo-bal”, afirma José Luiz Pellegrini, diretor de Operações da Gemalto Brasil, que completa: “Além da contratação de mão de obra e do fomento da econo-mia local, que beneficia toda a região, a fábrica estabelece Pinhais e o Para-ná como um centro de tecnologia, o que, certamente, atrairá outras empre-sas, centros de ensino e instalações de treinamento”.

Infraestrutura em evolução

A Mazak Sulamericana, subsidiária brasileira da japonesa Yamazaki Mazak, especializada na produção de máqui-nas-ferramenta e máquinas de corte a laser, inaugurou em Vinhedo (SP) seu novo Centro Tecnológico no Brasil.

Segundo o general manager da Ma-zak Sulamericana, Martin Vay, a nova sede faz parte do processo de expan-

são da empresa. “Em 2012, crescemos 15% em relação a 2011. As expecta-tivas para 2013, com o novo CT, são aumentar o faturamento em cerca de 20%, ampliar o market share da com-panhia no País e ter maior visibilidade no mercado”.

Os Centros Tecnológicos têm como objetivo ser provedores de soluções para clientes que utilizam as máquinas- ferramenta e de corte a laser da com-panhia. “Nosso foco é oferecer todo o suporte aos clientes na utilização de nossas máquinas, desde a pré-venda e treinamento, até complexas integrações e automações, para que possam extrair o máximo em produtividade dos equi-pamentos”, explica Martin Vay.

A Siemens recebeu pedidos no va-lor de 1 bilhão de euros para os proje-tos de infraestrutura para os megaeven-tos esportivos agendados para o Brasil. Os projetos envolvem estádios, abasteci-mento de água, fornecimento de energia, proteção, segurança, saúde e transporte.

Ao Estádio Nacional Mané Garrin-cha, por exemplo, a empresa está for-

necendo sistemas de proteção, segu-rança e construção. Em Manaus, uma das cidades-sede da Copa do Mundo 2014, a Siemens e suas parceiras estão construindo a usina termelétrica de ciclo combinado Mauá 3, com capaci-dade instalada de 580MW e que subs-tituirá um grande número de gerado-res a diesel.

Doze empresas brasileiras fabri-cantes de luminárias e associadas ao Programa Setorial Lux Export, parce-ria entre a Abilux (Associação Brasi-leira da Indústria de Iluminação) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Inves-timentos),  se reuniram com impor-tadores, distribuidores e atacadistas vindos da República Dominicana, Panamá, Peru, Costa Rica, Namíbia, Tanzânia e Quênia para participar de mais um Projeto Comprador do setor.

A edição, que foi realizada no âmbito do Projeto da Copa das Con-

federações da FIFA através da Apex- Brasil, aconteceu nos dias 24 e 25 de junho na sede da CNI, em São Paulo (SP).

Um showroom com montagem e instalação especial das peças possi-bilitou que as indústrias apresentas-sem as luminárias em pleno funcio-namento aos potenciais compradores. O resultado foi a realização de 71 en-contros de negócios que devem gerar nos próximos meses exportações da ordem de US$ 1,260 milhão, segundo estimativas indicadas pelas empresas participantes do evento.

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58 | Potência | agendaJulho/Agosto 2013

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MEC show 2013 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação Data/Local: 23 a 26/07 – Serra – ES

Informações: (27) 3434-0600 / www.mecshow.com.br

FaiMinas 2013 – Feira Internacional de Automação IndustrialData/Local: 31/07 a 02/08 – Belo Horizonte – MG

Informações: (31) 3592-5428 / www.faiminas.com.br

Construsul 2013 – Feira Internacional da ConstruçãoData/Local: 31/07 a 03/08 – Novo Hamburgo – RS

Informações: (51) 3225-0011 / www.feiraconstrusul.com.br

14º Encontro de Energia – Matriz segura e CompetitivaData/Local: 05 e 06/08 – São Paulo – SP

Informações: (11) 3549-4499 / www.fiesp.com.br

Construir rio 2013 – Feira Internacional da Construção Data/Local: 14 a 17/08 – Rio de Janeiro – RJ

Informações: (21) 3035-3100 / www.feiraconstruir.com.br/rio

Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional & ExpoData/Local: 27 a 29/08 – São Paulo – SP

Informações: (11) 3060-5000 / www.expogbcbrasil.org.br

Projeto de Instalações Elétricas de Baixa tensãoData/Local: 22 a 24/07 – São Paulo – SP

Informações: (11) 5031-1326 / www.barreto.eng.br

Geradores ElétricosData/Local: 22 a 24/07 – Uberlândia – MG

Informações: (34) 3210-9088 / www.tllv.com.br

Energia solar FotovoltaicaData/Local: 24 e 25/07 – Salvador – BA

Informações: (21) 3872-0355 / www.ambienteenergia.com.br

Automação de sistemas ElétricosData/Local: 29/07 a 01/08 – Itajubá – MG

Informações: (35) 3629-3500 / www.fupai.com.br

Proteção de sistemas Elétricos de PotênciaData/Local: 12 a 14/08 – Uberlândia – MG

Informações: (34) 3210-9088 / www.conprove.com.br

Floodlight e Illumination II Data/Local: 20/08 – Vinhedo – SP

Informações: (19) 3856-9680 / www.schreder.com.br

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