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BIOLOGY & HEALTH JOURNAL
Revista de Biologia e Saúde
ISSN - 2177-0239
Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
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1 - Biologia e Saúde – Periódicos
Volume: 04, n.2, Janeiro a Julho de 2011.
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Volume: 04, n.2, Janeiro a Julho de 2011.
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SUMÁRIO
Influência da obesidade hipotalâmica sobre o metabolismo e fertilidade de ratos wistar machos.
Margaret Seghetto Nardelli & Greicy Kiel .................................................................................................09
Efeitos do aprendizado motor sob a aquisição e o aperfeiçoamento das atividades dos membros superiores.
Cristhyano Pimenta Marques, Cláudio Silva Teixeira & Pollyanna F. M. G. Pimenta ..............................18
Quebra da dormência de sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert) e íris (Íris germanica).
Clair Aparecida Viecelli, Eliseu José Fiorese, Leandro Rampim & Vandeir Francisco Guimarães............28
Método pilates como recurso para tratamento conservador da escoliose idiopática adolescente.
Dora C. A. Segura, Fabiano C. Nascimento, Manoel A. A. da Silva, Carlos Alexandre Chiossi & Juliane
Honório Guilherme ...................................................................................................................................36
Normas para publicação............................................................................................................................44
Art
igo
1Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239
Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
09
INFLUÊNCIA DA OBESIDADE HIPOTALÂMICA SOBRE O METABOLISMO E FERTILIDADE DE RATOS WISTAR MACHOS
Margaret Seghetto NARDELLI¹ & Greicy KIEL²
¹Bióloga - Faculdade Assis Gurgacz - FAG- Av. das Torres, 500. 85810-110 - Cascavel - PR -
E-mail: [email protected]
²Profª Mestre da Faculdade Assis Gurgacz – FAG – Av. das Torres, 500. 85810-110 -
Cascavel - PR - E-mail: [email protected]
Recebido em: 16/05/2010 - Aceito para publicação em: 23/06/2011
RESUMO: O glutamato monossódico (MSG) lesa regiões hipotalâmicas, gerando a obesidade e
aumento do colesterol, que é um esteróide e um possível andrógeno. Com objetivo
de avaliar a influência da obesidade na fertilidade, ratos wistar machos N=10,
receberam por 5 dias pós-natos 4mg/g/peso de MSG e o controle (CON) salina.
Após cruzamento, foi avaliado número de fêmeas grávidas e de filhotes, após
sacrifício, peso, comprimento naso-anal (CNA), peso/volume dos testículos, peso
das gorduras retroperitoneal (GR) e colesterol. O volume testicular e CNA do
CON (0,88±0,20, 24,5±1,8) foi maior que os MSG (0,719±0,11, 21,6±1,4). Já GR e
o colesterol (22,8±6,8, 229,5±41,3) foram maiores no MSG comparado ao CON
(12,2±4,2, 175,4±43,2). O resultado do peso do animal e dos testículos foi
insignificante. O número de fertilizações (MSG 30=4 COM 30=28) e da média de
nascimentos (12=6) foi menor nos MSG comparado ao CON. Dessa forma
acredita-se que a obesidade interfere na morfofisiologia testicular dos animais
obesos-MSG.
Palavras-chave: Obesidade, glutamato-monossódico, fertilidade.
ABSTRACT: “Influence the obesity hypothalamic on the metabolism and fertility of male
wistar rats”. The Monosodium glutamate (MSG) damages hypothalamic regions,
causing obesity and increased cholesterol, which is a steroid and a possible
androgen. To evaluate the influence of obesity on fertility, male Wistar rats N=10,
received by 5 days 4mg/g/ weight post-native MSG and control (CON) saline.
After crossing, we evaluated the number of pregnant females and pups, after
sacrifice, the weight, nose-anal length, weight /capacity of the test, the weight of
recto-peritoneum fat and cholesterol. Testicle measure and nose-anal length, CON
(0.88±0.20, 24.5±1.8) was higher than the MSG (0.719±0.11, 21.6±1.4). Already
recto-peritoneum fat and cholesterol (22.8± 6.8/229.5±41.3) were higher in MSG
compared to CON (12.2±4.2/175.4±43.2). The result of the animal's weight and
testicle was insignificant. The number of fertilizations (MSG 30=4 CON 30=28)
and the average number of births (12=6) was lower in MSG compared to CON.
Thus it is believed that obesity interferes with testicle morphophysiology of MSG-
obese animals.
Keywords: Obesity, Monosodium glutamate, fertility
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1.0 - INTRODUÇÃO
A condição de obesidade segue uma
linha variável no tempo conforme valores
culturais e científicos. Durante muito
tempo na história da humanidade, o ganho
de peso bem como o acúmulo de gordura
foram tidos como sinais de saúde e
prosperidade. Hoje, contudo, a obesidade
é considerada uma doença crônica pela
Organização Mundial de Saúde (OMS)
(Almeida; Ferreira, 2007). A prevalência
da obesidade no Brasil aumentou 70%
entre 1975 e 1989, mostrando que tal
processo está se tornando mais
proeminente que a desnutrição (Claudino;
Zanella, 2007; Carneiro,2007), apontando
uma importante condição para uma maior
taxa morbimortalidade (Peres, 2007).
O aumento do peso corporal é
notório em países desenvolvidos e em
desenvolvimento. De acordo com a
classificação estabelecida pela OMS,
(1997), sobrepeso é definido como excesso
de peso corpóreo (índice de massa corporal
- IMC 25kg/m² a 29,9kg/m²) já obesidade
é denominada como excesso de gordura no
organismo, levando-se em conta o índice
de massa corpórea (IMC > 30kg/m²)
(Almeida; Ferreira, 2007; Peres, 2007).
Dados apontam a obesidade como a
segunda causa de morte no mundo,
detectando já em 1997, 300 milhões de
pessoas obesas e 750 milhões em sobrepeso
(OMS, 1999). O sobrepeso atinge
indivíduos de todas as classes sociais e tem
etiologia hereditária, constituindo um
estado de nutrição irregular ou da genética
para a obesidade (Claudino; Zanella,
2007).
Com mudanças de hábitos de vida, o
peso corpóreo das populações vem
aumentando, gerando vários problemas de
saúde pública mundial, e trás juntamente
uma gama de co-morbidades, dando outra
variação ao quadro, dificultando muitas
vezes seu reconhecimento (Almeida;
Ferreira, 2007).
Alguns distúrbios ligados à sexualidade e
à satisfação sexual indicam uma relação entre
obesidade e fatores psicológicos (Ribeiro-
Fi lho, 2007) . Além dos problemas
estigmatizados que apresenta, a obesidade gera
inúmeros problemas de saúde, como doenças
crônicas degenerativas (Peres, 2007).
A dislipidemia está associada às
alterações metabólicas e como conseqüência o
aumento dos valores de colesterol de
lipoproteínas beta de baixa densidade (LDL) e
lipoproteínas pré-beta de muito baixa
densidade (VLDL). A cada 1 kg de ganho de
peso corpóreo aumenta-se aproximadamente
20 mg a produção de colesterol total
(Tambascia et al., 2007).
Tendo em vista que o colesterol é um
esteróide e por isso, a base para a síntese de
testosterona e a espermatogênese, a fertilidade
de machos pode ser analisada por diferentes
ângulos (Campos; Damasceno, 2005). A
capacidade espermiogênica pode ser avaliada
por diferentes métodos, incluindo, entre
outros, análises quantitativas de sêmen e
estudos histológicos quantitativos do epitélio
seminífero (Almeida et al., 2004).
Entretanto, Lordelo (2007), realizou um
estudo sobre o comportamento dos
hormônios sexuais no peso. Percebeu nele que
a diminuição da função hipofisária pode levar a
um menor desenvolvimento dos órgãos
sexuais com redução da função testicular,
diminuindo a libido e a produção do sêmen,
desencadeando entre outros a impotência nos
homens (Ribeiro-Filho, 2007).
Homens com obesidade acima de
40kg/m² têm níveis de testosterona livre baixo
sem concomitante aumento de LH. As
alterações são reversíveis com perda gradual da
obesidade (Lordelo et al., 2007). A globulina de
ligação de hormônios sexuais (SHBG)
encontra-se diminuída em indivíduos obesos
causando grande impacto no metabolismo e na
ação dos esteróides sexuais. A diminuição da
SHBG decorre de menor produção hepática e
correlaciona-se inversamente ao IMC,
hiperinsulinemia e relação cintura-quadril
(Lordelo et al., 2007).
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Em homens moderadamente obesos, a
testosterona total é baixa devido à redução de
SHBG, mas a testosterona livre é normal.
Como já mencionado, a testosterona livre
poder ser reduzida em obesos graves
(IMC>40) devido à redução de freqüência e
amplitude de pulso de LH nesses indivíduos
(Lodelo et al., 2007).
Como visto, a obesidade está relacionada
a várias problemáticas em relação à saúde, às
doenças associadas e aos danos colaterais.
Sendo de total importância que se vá mais
longe nesta temática, tentando clarificar as
atenuantes, avaliando a influência da
obesidade na fertilidade e metabolismo de
ratos Wistar machos.
2.0 – MATERIAL E MÉTODOS
2.1 – Grupos - Foram selecionados inicialmente
20 ratos machos neonatos e divididos em dois
grupos: G1) MSG (n=10): Obesos sob indução
neonatal com glutamato monossódico (MSG).
G2) CONTROLE (n=10): Grupo Controle,
com administração de salina neonatal.
Os animais foram mantidos no biotério
setorial da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) em
caixas de polietileno e temperatura (Tº) de 21 ±
1ºC em fotoperíodo claro-escuro de 12 horas e,
alimentados com ração padrão e água a
vontade.
A obes idade foi induzida pela
administração de MSG, do 2º até o 6º dia de
vida. A concentração indicada é baseada no
peso dos animais, sendo calculados pela
formula
MSG = [ ∑ PC . 4 . 0,1 ]
24%
(Dolnikkoff et al., 1988), sendo PC o peso
corpóreo.
Ao grupo controle foi administrado
solução salina no mesmo período em
concentração indicada e baseada no peso
dos animais, sendo calculado pela fórmula:
Salina = [ ∑ PC.1,25 . 0,1 ]
12,5% (Dolnikkoff et al., 1988).
2.2 - Avaliação de fertilidade - Com
aproximadamente 70 dias cada macho (tanto
do MSG como do Controle) foram colocados
para cópula com 03 fêmeas adultas,
permanecendo juntos por 15 dias. Após este
período os ratos machos foram retirados e as
fêmeas separadas.
Após aguardar o período que se permite
confirmar a gestação, foi avaliado o número de
fêmeas prenhas. Aguardou-se o período
gestacional das prenhas e após o parto (ou
período) foi avaliado o número de filhotes de
cada fêmea.
2.3 - Sacrifício e mensuração das variáveis -
Após período de corte e cópula os machos
foram separados tiveram seu peso e
comprimento avaliados. Em seguida os
machos foram sacrificados através de
decapitação e, seu sangue coletado em tubos de
ensaio, sem presença de anticoagulante.
Todos os animais foram dissecados
sendo retirada a gordura retroperitonial e
epididimal, as quais foram pesadas em balança
semi-analítica UD 2000/0.1 LE. Os testículos
foram retirados e avaliados quanto ao seu peso
volume, com uso de um paquímetro
Mitutoyo, modelo 536-134, (verificando-se
altura x largura x comprimento) e conservados
em formalina 10% tamponado por 48 horas,
seguido de conservação em álcool 70%.
O sangue coletado foi centrifugado e o
soro foi devidamente congelado. A partir do
soro foi realizada a mensuração do colesterol
total dos animais utilizando-se de kits
comerciais Labtest®, para a leitura da
absorbância.
2.4 - Avaliação dos dados - Os dados foram
compilados e analisados estatisticamente
através do Teste t de Student, com significância
para p<0,05. Os valores representam a média
± o erro padrão da média.
3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em análise aos dados obtidos e
apresentados nas figura 1 a 8, verifica-se que no
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grupo Controle 28 fêmeas pariram, sendo que
a média de filhotes nascidos vivos foi de 12. Já
no grupo MSG apenas quatro (de um total de
30) fêmeas pariram, com média de filhotes
inferior a o outro grupo, sendo seis para cada
fêmea que pariu conforme Figuras 1 e 2.
Figura 1 - Número de fêmeas que pariram após período de cruzamento.
Figura 2 - Média de filhotes por fêmea em cada grupo.
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A variação da média de peso do animal
(g), não foi significativa para os dois grupos, o
grupo MSG (375,2 ± 60,8) e o Controle (409,8
± 20,1) conforme Figura 3, o mesmo ocorreu
com a média de peso dos testículos (g) MSG
(1,32 ± 0,14) e controle (1,38 ± 0,11) (Figura
5).
Com relação ao comprimento (cm) naso-
anal, o grupo MSG (21,6 ± 1,4) foi menor que
o controle (24,5 ± 1,8) (Figura 4). Se esta média
do tamanho do rato for comparada com o peso
médio, percebe-se que pesos parecidos diferem
em tamanho.
Figura 3 - Média na variação de peso dos ratos machos.
Figura 4 - Média do comprimento naso-anal dos machos no momento do sacrifício.
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A variável relacionada ao volume médio
dos testículos, estatisticamente contribuiu
para a significância da pesquisa diferindo em
volume (mm³), menor para o grupo MSG
(0,719 ± 0,11) e maior para o grupo Controle
(0,88± 0,20) (Figura 6).
O peso das gorduras (g) (22,8 ± 6,8) e o
colesterol (mg/dL) (229,5 ± 41,3), foram
maiores no MSG comparados ao peso das
gorduras (12,2 ± 4,2) e o colesterol (175,4 ±
43,2) do grupo controle como demonstrado
nas Figuras 7 e 8.
A dislipidemia está associada às
alterações metabólicas e como conseqüência o
aumento dos valores de colesterol total (Peres,
2007).
Figura 6 - Volume médio dos testículos no momento do sacrifício.
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O colesterol é um esteróide encontrado
nas membranas celulares de todos os tecidos do
corpo humano, e transportado no plasma
sanguíneo de todos os animais. O colesterol
quando tem sua cadeia clivada (27C para 20C)
se transforma em pregnenolona que é
convertido a progesterona que passa a ser
andrógeno ou estrógeno. Testosterona é um
andrógeno produzido pelas cé lulas
intersticiais do testículo (Células de Leydig),
com uma produção limitada no córtex da
adrenal (Ribeiro-Filho, 2007).
O processo fisiológico, de formação ou
não de tes tosterona e indução da
espermatogênese, acontece regulado pela
secreção hormonal das gônadas, sendo
induzido pelo feedback endócrino, controlado
pelo hipotálamo e hipófise, mandando
informação para o órgão alvo, neste caso o
testículo. Mas, todo este processo depende da
concentração de hormônios esteróides no
sangue, que dependendo da quantidade manda
uma informação positiva ou negativa para a
produção de testosterona. Tal fato em relação
à fertilidade e a obesidade podem ocorrer
porque a concentração de colesterol total
encontra-se alta, provocada pela dislipidemia.
Neste caso o feedback age inibindo a formação
de testosterona (Guyton; Hall, 2006; Randall
et al., 2000).
A globulina de ligação de hormônios
sexuais (SHBG) encontra-se diminuída em
indivíduos obesos causando grande impacto
no metabolismo e na ação dos esteróides
sexuais. A diminuição da SHBG decorre de
menor produção hepática e correlaciona-se
inversamente ao IMC, hiperinsulinemia e
relação cintura-quadril (Lordello et al., 2007).
Esta proteína, embora varie de estrutura e
propriedades físico-químicas de uma espécie
para outra, tem importância capital na
regulação de disponibilidade de esteróides
sexuais para os tecidos alvo periféricos e
centrais (Nelson et al., 2001).
A diminuição da função hipofisária
pode levar a um menor desenvolvimento dos
órgãos sexuais com uma redução da função
testicular que diminui a libido e a produção do
sêmen desencadeando entre outros, a
impotência nos homens (Ribeiro-Filho, 2007;
Lordelo et al., 2007).
Figura 7 - Média de gordura peritoneal (epididimal + retroperitoneal).
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Figura 8 - Volume médio dos testículos no momento do sacrifício.
4.0 – CONCLUSÃO
A obesidade hipotalâmica pode gerar a
diminuição no crescimento corporal, sem
afetar o peso corporal total, mas induzindo o
aumento de depós i tos de gordura
retroperitonial + epididimal e colesterol total
elevado. Essas alterações no colesterol total
podem afetar significativamente os níveis de
testosterona, refletindo diretamente na
reprodução de ratos Wistar machos, quando
ao número de filhotes.
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Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
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EFEITOS DO APRENDIZADO MOTOR SOB A AQUISIÇÃO E O APERFEIÇOAMENTO DAS ATIVIDADES DOS MEMBROS
SUPERIORES
1 2Cristhyano Pimenta MARQUES , Cláudio Silva TEIXEIRA & Pollyanna F.M.G. 3PIMENTA
1Prof. de Anatomia Humana da Universidade de Rio Verde. Fazenda Campus do Saber –
Rio Verde - GO. E-mail: [email protected]. de Anatomia Humana da Universidade de Rio Verde. Fazenda Campus do Saber –
Rio Vede – GO. E-mail: clá[email protected] - Universidade de Rio Verde. Rua Sebastião Arantes qd 24 lt 11 - Residencial
Canaã - Rio Verde – GO. E-mail: cristhyano.anatomia@gmailcom
Recebido em: 22/11/2010 - Aceito para publicação em: 04/07/2011
RESUMO: O objetivo deste estudo é investigar os efeitos da aprendizagem motora sob a
aquisição e o aperfeiçoamento das atividades membro superior, através de um
levantamento bibliográfico, onde foram abordados dados científicos com o intuito
de analisar a literatura de base e trabalhos realizados recentemente. A justificativa
para a realização deste estudo baseia-a se pela grande utilização dos movimentos do
realizados pelo membro superior nas atividades diárias. O desenvolvimento da
preensão mostra semelhante nas seqüências descritivas nos conceitos de maturação
que vão dos movimentos reflexos voluntários. Foi observado diante da revisão que
nas primeiras fases do desenvolvimento, a mão é transportada passivamente, sendo
seu movimento determinado pela movimentação do ombro. O resto do corpo atua
como platéia e a mão utiliza o segundo reflexo de preensão. Esta preensão palmar
coloca em jogo uma força muito superior aos seus objetivos, constatada pela flexão
total dos dedos. As mãos acham o caminho mais curto, econômico e com maior
acuidade motora para apreender o objeto voluntariamente, satisfazendo seus
objetivos.
Palavras-chave: Membro superior, psicomotricidade, anatomia.
ABSTRACT: The aim of this study is to investigate the effects of motor learning in the
acquisition and improvement of upper limb activities, through a literature survey
where scientific data were approached with the aim of analyzing the literature and
the basic work carried out recently. The rationale for conducting this study is
based to the great use made of the movements of the upper limb in daily activities.
The development of hold similar shows in the sequences describing the concepts of
maturity ranging from reflexive movements volunteers. It was observed that
before the revision in the early stages of development, the hand is moved passively,
being given its motion by moving the shoulder. The rest of the body acts as the
audience and uses the second hand grasp reflex. This grip puts into play a force far
superior to their goals, as verified by full flexion of the fingers. His hands find the
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shortest path, and more economical motor accuracy to capture the object voluntarily
meeting their goals.
Keywords: Upper limb, psychomotor, anatomy.
1.0 - INTRODUÇÃO
O desenvolvimento motor é um
processo continuo e demorado, podendo ser
visto pelo desenvolvimento progressivo das
habilidades as quais são dadas através do
comportamento de movimentos observáveis
do sujeito (Oliver, 1998).
Para Oliver (1998), as dificuldades de
aprendizagem simbólica refletem uma
deficiente integração das noções de espaço e
tempo que são fundamentais para a
organização do sistema sensório-motor da
criança.
Somente o desenvolvimento preceptivo-
motor correto garantirá a criança uma
concepção mais ajustada sobre o mundo
externo que a rodeia.
O desenvolvimento global da criança
depende do comportamento preceptivo-
motor, o qual exige como condições, variadas
oportunidades de aplicações: a exploração
lúdica, o controle motor, a percepção figura-
fundo, integração intersensorial (sentidos),
noções de corpo, espaço e tempo, etc.
À medida que a criança cresce, sua
habilidade motora vai-se aprimorar e a
capacidade de controlar seus músculos e
mover-se com desenvoltura aumentam
consideravelmente.
Os estímulos são importantes, mas é
necessário tomar cuidado para não forçar este
processo de maturação. É preciso que os
músculos ossos e sistema nervoso tenham
a t i n g i d o d e t e r m i n a d o e s t a g i o d e
desenvolvimento para que naturalmente, a
criança possa desempenhar atividades
especificas.
Segundo Hassano et al., (1999), cada
criança é uma pessoa singular, com um
temperamento, estilo de aprendizagem,
antecedentes familiares e padrões de
crescimento específicos. Contudo, há
seqüências universais e previsíveis de
crescimento e mudança que ocorre durante os
primeiros anos de vida. À medida que se
desenvolve, a criança necessita de diferentes
tipos de estímulos e interações para exercitar
suas aptidões e desenvolver as novas aptidões.
Portanto nosso estudo objetiva-se em
investigar os efeitos da aprendizagem motora
sob a aquisição e o aperfeiçoamento das
atividades membro superior, através de um
levantamento bibliográfico, onde foram
abordados dados científicos com o intuito de
analisar a literatura de base e trabalhos
realizados recentemente. A justificativa para a
realização deste estudo baseia-a se pela grande
utilização dos movimentos do realizados pelo
membro superior nas atividades diárias.
2.0 - Classificação funcional dos músculos do membro superior
Os músculos estão distribuídos em torno
dos ossos de tal modo que, para cada grupo
muscular, encarregado de produzir um
determinado movimento, existe, do lado
oposto da articulação, outro grupo capaz de
agir em sentido contrario.
Albuquerque (1996) diferencia os
músculos em agonista a antagonista os quais o
primeiro tem ação por encurtamento das
fibras muscular, causando o movimento e
algumas vezes chamado de músculo principal
do movimento, já os antagonistas são aqueles
que apresentam ação oposta à dos agonistas,
seja para regular a rapidez ou a potencia desta
ação, usualmente são os músculos que não
estão contraindo, não auxiliam e nem resistem
ao movimento, mas que passivamente se
relaxam permitindo a maior facilidade do
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movimento.
Existe também um grupo de músculos
que se contraem ao mesmo tempo dos
agonistas, porem não são considerados os
principais responsáveis do movimento,
normalmente sempre estão em numero maior
que um (Costa; Macedo, 2000).
Na execução dos movimentos de nossos
membros, muitos músculos, às vezes bem
distantes dos segmentos do corpo que
desejamos movimentar, deverão entrar em
atividade. Não só os agonistas e os antagonistas
dos segmentos em movimentos devem ser
contraídos ou relaxados, muitos músculos, a
distancia, devem entrar em contração
isométrica para manter a postura e o equilíbrio
de todo o corpo e fixar os segmentos que
devem ser imobilizados para servirem de
ponto de apoio ao músculos responsáveis pelos
movimentos, chamados de posturais (Costa;
Macedo, 2000).
Os músculos posturais se subdividem em
fixadores e posturais propriamente ditos, para
Borelli (1999), a fixação muscular geralmente
leva a maiores patologias. Quando uma pessoa
tenta realizar um movimento muito
lentamente, com muita precisão e pouca
resistência externa, é uma tendência comum
utilizar uma fixação muscular. Durante o
movimento de apanhar um objeto no chão os
músculos que fixam o tronco para a realização
do movimento são chamados de fixadores.
Os músculos posturais propriamente
ditos são aqueles que entram em ação para
manter a postura ou reestabelcer o equilíbrio
do corpo alterado pelo movimento. Os
músculos responsáveis pela postura e pelos
movimentos estão unidos aos ossos e dispostos
em grupos OPOSTOS EM TORNO DAS
ARTICULAÇÕES (ALBUQUERQUE,
1996).
3.0 - Papel do sistema nervoso no controle dos movimentos e da postura
U m s i m p l e s c o m p o r t a m e n t o
propositado, como atirar uma bola, requer
vários tipos de informações sensoriais:
informações acerca do movimento da bola,
impacto, da posição dos braços, das pernas e do
tronco nos espaço.
Segundo Brandão (1984), as áreas de
associação do córtex, onde o movimento e
planejado, são alimentadas por informações
sensoriais. Daí as informações são transmitidas
para o sistema motor, que gera comandos para
os movimentos ligados à antecipação, à
captura e à preensão do objeto. Esses
comandos motores a partir do cérebro têm que
ser dirigidos para determinados músculos do
corpo, e tem que ser sincronizados para
coordenar a contração e o relaxamento dos
grupos musculares oponentes. Tenho também
que regular a postura corporal como um todo.
E, finalmente, para regular o desempenho, os
sistemas motores requerem informações
continuas acerca das alterações da tensão
musculares. Enquanto os sistemas sensórias e
motor são importantes para atirar um objeto, a
dec i s ão de in i c i a r e comple t a r o
comportamento é regulada pelo sistema
motivacional.
Os sistemas sensoriais e motores usam
um meio comum, os sinais neurais para a
comunicação no interior do sistema nervoso.
Os sistemas sensoriais, são os pontos de
entrada, transformam a energia física em sinais
neurais, enquanto os motores usam os sinais
neurais para traduzir os planos para a ação em
forma contrátil, nos músculos produtores de
movimento (Fleury, 19999).
Ações proporcionais em organismos
complexos exigem uma coordenação fina da
atividade simultânea de diversas vias motoras.
Uma das tarefas-chave dos sistemas motores é a
escolha de uma resposta apropriada, em dado
momento, e a focalização da complexa
maquinaria do movimento sobre essa ação
(Behrman, 2002)
4.0 - Funções dos membros superiores
A sensibilidade do corpo baseia-se
primeiramente na ativação de determinadas
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terminações nervosas, distribuídas na pele, e
em estruturas profundas, músculos, vasos e
vísceras.
Os receptores são órgãos sensórias
especializados, que transformam o estimulo
mecânico, térmico, químico ou elétrico em
mensagens aferentes. Conforme suas funções
podem ser classificadas em exteroceptivas,
proprioceptivos e êntero ou interoceptivos
(Machado, 2002).
Para Brandão (1984), a mão é um
instrumento mais útil para a aquisição dos
nossos conhecimentos sobre o mundo. Graças
às funções motoras, ela é um instrumento de
ação colocada a serviço da inteligência,
indispensável para que se possa agir sobre os
objetos que rodeia o homem. Daí, a sua
importância na aplicação dos conhecimentos,
na satisfação das necessidades ou desejos e na
modificação do mundo em que se vive o
homem.
Os movimentos das diferentes partes dos
membros superiores permitem segurar, passar
a mão sobre objetos, deslocá-los de um para o
outro ponto, dispondo-os ou movimentando-
os no espaço segundo a vontade, manejá-los
como instrumentos intermediários em ações
ou, finalmente, atirá-los a distancia
Nas atividades para se agir os objetos, é
usado o tronco como ponto fixo das alavancas
representadas pelo segmento dos membros
superiores, correspondentes a escapula, braço
e antebraço.
Em todas essas ações, é importante a
independência dos movimentos do polegar e
do indicador entre si em relação aos demais
dedos da mão, e que os movimentos de todos
os demais segmentos dos braços. É também
importante para as diferentes atividades da
mão a possibilidade de flexionar uns dedos
enquanto se estende os outros, de juntar e
afastar dois ou todos e finalmente
de poder movimentar as articulações
metacarpofalangicas independentemente dos
movimentos da articulação interfalangicas
(Brandão, 1984).
As funções motoras básicas estão assim
distribuídas:
�Aproximação: movimentos dos diferentes
segmentos do membro superior que tem por
objetivo levar a mão a qualquer ponto do
espaço onde sua ação é desejada.
�Agarrar: o funcionamento da mão, sob o
ponto e vista da mobilidade, é como um
órgão essencialmente preensor, esta é
realizada pelos movimentos do polegar e dos
demais dedos da mão, apertando e
envolvendo o objeto a ser segurado.
�Soltar: é o processo dado pela ação dos
músculos extensores e abdutores da mão, que
por sua vez se torna muito importante, pois
não adianta segurarmos se não soubermos
soltar.
�Deslocar objetos ou o próprio corpo:
Devido às diferentes articulações dos
membros superiores, podemos modificar a
posição de objetos no espaço, deslocá-los ou
rodá- los . Os des locamentos ass im
provocados poderão ser de todo o objeto ou
só de parte, como, por exemplos, quando
procuramos deslocar um galho de arvore
para quebrá-lo.
�Tocar ou pressionar: tocamos um objeto
para verificarmos sua consistência.
Pressionamos um objeto par moldar a sua
forma ou para fixá-lo de encontro a outro.
�Manipular: os objetos são deslocados e
rodados entre os dedos ou girados no espaço
pelo movimento de prono-supinação, como
por exemplo, rodar uma maçaneta, girar uma
chave na fechadura.
�Lançar: o processo de lançamento é dado
pelo deslocamento no espaço a fim de que
sejam impulsionados com a força e a
velocidade desejada, em uma determinada
direção e soltá-los no memento exato.
Somente aos 5 anos a criança pode atirar com
precisão um objeto, pois somente nesta idade
existe a coordenação e a avaliação visual de
direção e distância do ponto a ser atingido,
necessários para que a criança possa lançar o
objeto com exatidão.
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Antes de haver adquirido as reações de
equilíbrio do tronco e saber permanecer
sentada ou de pé, a criança se utilizará dos
braços para manter-se nestas atitudes.
Palafore (1994) profere que um mau
equilíbrio afeta a correta construção de
esquema corporal porque traz como
conseqüência a perda da consciência da
mobilidade de algumas partes do corpo. Uma
criança que apresenta dificuldade de se
equilibrar não pode liberar seus braços e suas
mãos, que são imprescindíveis para a
aprendizagem que envolvem manipulações.
É o controle postural que garante uma
marcha automática e harmoniosa e,
conseqüentemente, a liberação do corpo para
os movimentos finos. Do contrario os
movimentos das crianças serão do tipo global e
rígido (Fleury, 1999).
Quando a criança começa a aprender a
ficar de pé, ela se sustenta com o auxilio das
mãos, segurando-se em alguma coisa fixa.
Pouco a pouco, irá também adquirindo
equilíbrio na posição de pé, primeiro soltará
uma das mãos e, depois, a outra, finalmente, as
libertará por completo.
Para Brandão (1984), o uso dos braços
protege o corpo na queda evidencia-se na
chamada reação protetora dos braços ou
reação de pára-quedistas. Quando uma
criança, suspensa no ar de face para baixo, é
movida bruscamente para o chão, seus braços
se estendem imediatamente como se
procurassem proteger o rosto contra o
impacto. Esta reação é observada, em geral
pela primeira vez, entre o 6º e o 8º mês.
Aproximadamente após os 7 ou 8 meses,
a criança aprende a manter o equilíbrio
quando sentada, escorando, ao cair, o peso do
corpo com os braços estendidos ou abrindo-os
para modificar o centro da gravidade.
Pelo 10º ou 12º mês, aparece uma reação
semelhante, evitando a queda para trás,
quando o tronco é empurrado para trás, os
braços se estendem e procuram suportar o
peso do corpo apoiando as mãos na superfície
de sustentação, atrás do tronco. Os braços se
colocam em extensão, em ligeira rotação
lateral e os antebraços em semipronação.
Para Mimura (1997) os movimentos
intencionais de defesa aparecem, pela primeira
vez, quando a criança volta à cabeça de um lado
para o outro em demonstração de que não quer
comer. Pelo fim do primeiro ano, a criança
recusa empurrando o que não quer pôr mais
tarde pelo 18º mês, durante as manifestações
de raiva e negativismo, agita os braços em
movimentos rápidos e alternados como se
quisesse bater no seu adversário, o que às vezes
faz.
5.0 - Desenvolvimento do sistema nervoso
Para Kandel (1997), o sistema nervoso
tem capacidade de receber, transmitir,
elaborar e armazenar informações. Recebe
informações sobre mudanças que ocorrem no
meio externo, isto é, relaciona o indivíduo
com seu ambiente e inicia e regula as respostas
adequadas. Não somente afetado pelo meio
externo, mas também pelo meio interno. As
mudanças no meio externo são apreciadas de
forma consciente, enquanto as mudanças no
meio interno não tendem a ser percebidas
conscientemente.
Segundo Moore (2007) o sistema nervoso
se divide:
�Sistema nervoso somático: rege as funções de
relação com o meio externo. Apresenta
componentes aferentes – conduz aos centros
nervos impulsos dos receptores periféricos
informando o que se passa no meio
ambiente.
�Sistema nervoso visceral: ocupa-se do
aspecto interior, a regulação a coordenação
dos órgãos. É autônomo, já que estes
processos não dependem da vontade do
homem. Suas via aferentes conduzem
impulsos dos receptores viscerais ate o
sistema nervos. Sua porção eferente leva
impulsos ate as vísceras, glândulas,
musculatura lisa ou cardíaca.
�Sistema nervoso central: consta do encéfalo e
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da medula espinal, estes são os principais
centros onde se relaciona e integra a
informação nervosa. Encontram-se
suspenso no líquor e estão protegidos pelas
meninges e estruturas ósseas.
�Sistema nervoso periférico: composto pelos
nervos que conduzem os estímulos em suas
vias aferentes e eferentes, e os gânglios
espinais.
Para Cohen et al., (2001), o sistema
nervoso central é a parte nobre do nosso
organismo, por presunção é a sede da
inteligência, o lugar onde se formam as idéias e
o lugar do qual partem as ordens para a
execução dos movimentos, para a regulação de
todas as funções. É o anteparo ao qual chegam
às impressões da vista, do ouvido, do tato, do
olfato, dos sabores. No sistema nervoso centra
fica em suma o comando de todo o organismo,
seja entendido no sentido físico, seja no
sentido psíquico. Toda a lesão que ocorrer em
uma parte qualquer do sistema nervoso central
é quase sempre permanente e não pode ser
reparada. As células do sistema nervoso tem
caráter definitivo, não se regeneram quando
são destruídas, como acontece, por exemplo,
com os outros tecidos, como a pele, os
músculos, etc.
O tecido nervoso é formado de células e
fibras nervosas, sendo caracterizadas por
inúmeros e longos prolongamentos chamados
dendritos. Entre esses há um mais longo do
que os outros, o cilindro-eixo que, a certa
distancia do corpo celular, se reveste de uma
bainha chamada de neurilema e constituía
fibra nervosa. Os outros prolongamentos da
célula nervosa, os dendritos, servem para
estabelecer o contato entre as células. As
uniões destas células formam os nervos
(Behrman, 2002).
Os nervos conduzem impulsos de ou
para o sistema nervoso central, dependendo do
sentido de condução se classificam como
motores, sensitivos e mistos. Os neurônios
motores são eferentes e levam estímulos do
sistema nervoso central para a periferia onde
alcança os tecidos alvos, os neurônio sensitivos
são eferentes e levam os estímulos da periferia
para o sistema nervoso central, já os misto
apresentam tanto o componente motor
quanto o sensitivo.
Conforme Kandel (1997), em um corte
anatômico do sistema nervos, tais como o
encéfalo ou a medula espinal, se vêem zonas
mais escuras e mais claras bem definidas. Elas
são as substancias cinzenta e branca
respectivamente, onde a substancia cinzenta e
formada pelos corpos de neurônio, é o local
onde se formam os centros de processamento
de informações.
6.0 - Características básicas do desenvolvi-mento da motricidade
Em qualquer ação é necessário que
determinados músculos alcancem um grau de
tensão e que outros se relaxem. A execução de
um ato motor implica, portanto, o controle do
tônus muscular.
A criança deve ser capaz de adquirir este
controle para que iniba ou relaxe
de t e rminados s egmentos corpora i s
desnecessários em algumas atividades. O tônus
muscular é fundamental para o funcionamento
das atividades motoras. Existem variações
tônicas que podem ser representadas da
seguinte forma: hipertonia, hipotonia,
paratonia e distonia (Fleury, 1999).
Nas primeiras semanas, o recém nascido
possui apenas seus reflexos herdados como
forma de adaptação ao ambiente, o que o torna
desprovido de recursos, tanto fisiológicos
quanto psicológicos.
Segundo Spitz (1993), do ponto de vista
psicológico, a criança apresenta uma
indissociaçao sujeito/objeto, ou seja, ela não
faz distinção entre o que é de seu corpo e o que
é do meio exterior, mas lentamente a criança
vai tomando consciência de seu poder sobre o
mundo externo, por exemplo: chorando
quando sente fome. É a isto que se refere o
chamado egocentrismo inicial infantil.
O estagio sensório motor é caracterizado
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por uma inteligência prática, que se determina
em presença dos objetos, das situações, das
pessoas e cujo instrumento é a percepção.
Nessa fase, é constatado um extraordinário
desenvolvimento mental, decisivo para todo
curso da evolução psíquica, pois representa a
conquista, através da percepção e dos
movimentos, de todo o universo pratico que
cerca a criança.
Para Oliver (1998), no período sensório
– motor se desenvolve o primeiro esquema de
conservação que é o esquema do objeto
permanente. Se a criança ainda não
desenvolveu este esquema, quando um objeto
desaparece de seu campo perceptivo é como se
ela não existisse. Se, ao contrario, esse esquema
está construído, a criança procura ativamente
o objeto desaparecido, mesmo quando fora de
seu campo perceptivo. A conquista do objeto
permanente se da de acordo com o
desenvolvimento do estagio sensório-motor:
�Substágios I (os usos dos reflexos até um mês)
e II (as primeiras adaptações adquiridas e a
reação circular primária de 1 a 4 meses), não
há nenhuma conduta relativa aos objetos
desaparecidos, ou seja, a criança não procura
ob j e to s au s en te s , d e evocação e
representação. Quando um objeto esta fora
do campo perceptivo é como se ele não
existisse.
�Substágio III (adaptações sensório-motores
intencionais e as reações circulares
secundarias de 4 a 8 meses) permanência
parcial do objeto. A criança procura apenas o
objeto desaparecido quando se se situa no
prolongamento dos movimentos de
acomodação, mas ainda não exibe conduta
eficiente de procura quando o objeto é
retirado de seu campo perceptivo. Ela
procura o objeto cuja parte visualiza, mas
não procura um que esteja completamente
escondido.
�Substágio IV (a coordenação de esquemas
secundários e sua utilização em novas
situações entre 8 a 12 meses). A criança busca
ativamente o objeto desaparecido sem levar
em consideração a secessão de deslocamento
visível. Por exemplo, se a criança ver um
objeto ser escolhido atrás de um tapume, ela
o procurará e o encontrará e o neste
respectivo lugar. Mas, se o objeto for
transferido de um lugar para outro, mesmo
sob o olhar da criança, esta o procurará no
esconderijo inicial.
�Substágio V (Reação circular terciária e o
descobrimento de novos meios através da
experimentação ativa dos 12 a 18 meses),
nesta fase a criança já consegue seguir uma
seqüência de deslocamento que o objeto
possa vir a sofrer, isto é, ela leva em conta os
deslocamentos sucessivos do objeto. Porem,
e la a inda não consegue imaginar
movimentos que não visualize.
�Substágio VI (Invenção de novos meios
através das combinações mentais dos 18 aos
2 4 m e s e s ) . O o b j e t o c o n s t r ó i
definitivamente. A criança já entende os
deslocamentos invisíveis, parecendo ser
capaz de direcionar sua busca através da
representação.
O recém nascido, quando firmemente
segurado na posição sentada, estende os braços
em direção aos objetos, desde que estejam
próximos e se desloquem dentro do seu campo
visual.
Para Caroli et al (2000), o recém nascido é
capaz de seguir um objeto brevemente com o
olhar e de acompanhar um rosto de um lado
para o outro, se estiverem suficientemente
próximos. É provável que o controle
conjugado do olhar e da mão, ou seja, a
capacidade para a preensão simples e para a
observação da mão marque o começo do uso
funcional da mão.
Aos 3 meses de idade, o lactente consegue
juntar as mãos na linha mediana e dobrá-las e
reabri-las, com 4 meses o controle da preensão
já é mais perfeito, sem que o lactente costume
bater nos objetos, ao invés de pegá-los.
Já aos 5 meses a preensão voluntaria já se
torna mais freqüente, o lactente consegue
pegar os dedos do pé em decúbito dorsal.
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A força da preensão ainda é mal dosada
nessa fase precoce da manipulação, o lactente
costuma exercer preensão demasiadamente
forte, encontrando dificuldade em soltar. O
ato de soltar não parece ser voluntario ante do
terceiro trimestre. Quando se da um biscoito à
criança, ela come, mas poderá esmagá-lo antes
que ele alcance a boca (Brandão, 1984).
Por volta dos 9 meses, a criança deixa de
devolver um objeto que lhe for dado, aos 12
entregará o mesmo se for solicitado. Alguns
bebês comem sozinhos com a colher a partir
dos 9 meses, mas a maioria o faz em torno dos
15 meses.
Para Meyerhof (1996), os primeiros
movimentos de preensão voluntários são
realizados com a mão inteira, com tendência
ao desvio para o lado ulnar. No decorrer do
segundo semestre de vida, o foco se desloca
para o lado radial, por volta dos 8 meses de
idade, a maioria dos objetos costuma ser
segurado nessa direção.
Na idade de 12 meses, ele é capaz de
segurar pequenos objetos entre as pontas dos
dedos polegar e indicador, quando esta idade
cerca dos 3 anos, a maior parte das crianças já
dispõem da assim chamada pega dinâmica em
tripé, a qual consiste no uso combinado de
polegar, indicado e dedo médio na execução de
pequenos movimentos usados no ato de
escrever. Parte do desenvolvimento do
controle funcional da mão consiste em
adquirir a habilidade no emprego dos dedos
tanto isoladamente como em conjunto.
Para Mimura (1997), o principal
elemento do sistema motor, responsável pelos
movimentos independentes dos dedos e pela
destreza motora, parece se sinopses entre os
neurônios do córtex motor, a época em que se
estabelece o predomínio de uma das mãos é
variável, mas por volta dos 15 meses, a maioria
das crianças já apresenta preferência por uma
das mãos, depois de dominada a preensão, o
desenvolvimento do manuseio parece
depender da pátria e das oportunidades
oferecidas pelo ambiente. A habilidade no
manuseio dos objetos torna-se cada vez mais
especifica em relação ao objeto e à tarefa.
Os movimentos ao serem executados,
despertam modificações nos receptores
sensoriais dos músculos, aponeuroses, tendões
e articulações. Estas sensações são captadas e
informa aos centros nervosos como o
movimento esta se processando, as posturas
dos segmentos do corpo, o estado de tensão ou
relaxamento dos músculos etc. (Kandel, 1997).
Sensações proprioceptivas podem ser
definidas como sentido de movimento e de
posição dos diferentes segmentos corporais.
Esta integrada pelos diferentes meios, pelos
quais o indivíduo conhece a posição de seus
segmentos corporais e suas relações recíprocas
com a gravidade.
Para Filho (1995), a propriocepção
consegue-se aprimorar e manter um equilíbrio
postural. Sendo assim, a déficit de equilíbrio, a
dificuldade de identificar formas geométricas
básicas deve-se a uma falta de estimulo
proprioceptivo, desencadeando em alterações
posturais mais graves como a hipercifose
dorsais presente na maioria da população com
deficiência visual.
As sensações propriceptivas, oriundas
nos órgãos do aparelho locomotor, nos
indicam atitude e os movimentos dos
diferentes segmentos do corpo, uns em relação
aos outros, mas não nos permitirão reconhecer
a posição e a orientação do corpo no espaço, se
ele esta na vertical ou na horizontal. Este
reconhecimento só será possível pela
percepção da posição da cabeça no espaço,
graças, principalmente, as sensações
labirínticas e à visão.
É também do labirinto que se originam
os estímulos capazes de determinar os reflexos
tônicos labirínticos e os reflexos de retificação
labiríntica, estes últimos são importantíssimos
para a aquisição dos padrões de movimentos de
extensão e flexão do corpo (MACHADO,
2002)
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7.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento da preensão mostra
semelhante nas seqüências descritivas nos
conceitos de maturação que vão dos
movimentos reflexos voluntários.
Foi observado diante da revisão que nas
primeiras fases do desenvolvimento, a mão é
transportada passivamente, sendo seu
movimento determinado pela movimentação
do ombro. O resto do corpo atua como platéia
e a mão utiliza o segundo reflexo de preensão.
Esta preensão palmar coloca em jogo uma
força muito superior aos seus objetivos,
constatada pela flexão total dos dedos. As mãos
acham o caminho mais curto, econômico e
com maior acuidade motora para apreender o
objeto voluntariamente, satisfazendo seus
objetivos.
A repetição e a variabilidade dos
movimentos irão desenvolver maior destreza
natural, aos 12 meses de idade a criança, através
das mãos, determina o jogo completo da
articulação dos membros superiores.
E s t e e s t u d o , e n f o c a n d o o
desenvolvimento psicomotor do membro
superior, faz-se didaticamente, dentro da
evolução das etapas do desenvolvimento
normal. Sabe-se que quando há lacunas dentro
desta evolução, durante a primeira infância,
existe a possibilidade de a criança apresentar
problemas na escolaridade.
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QUEBRA DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANAFÍSTULA
(Peltophorum dubium (Spreng.) Taubert) E ÍRIS (Íris germanica)
1 1 2Clair Aparecida VIECELLI , Eliseu José FIORESE , Leandro RAMPIM & Vandeir 2Francisco GUIMARÃES
1Faculdade Assis Gurgacz – FAG, Avenida das Torres n. 500, CEP: 85.806-095, Bairro Santa
Cruz, Cascavel, PR. – E-mail - [email protected] - [email protected] Estadual do Oeste do Parana - UNIOESTE, , Rua Pernambuco, 1777, CEP
85960-000, Marechal Cândido Rondon, PR – E-mail - [email protected] -
Recebido em: 23/11/2010 - Aceito para publicação em: 05/06/2011
RESUMO: A canafístula é uma espécie arbórea utilizada para a recuperação de áreas
degradadas, enquanto a íris é utilizada principalmente em paisagismo. Um dos
principais problemas do cultivo de canafístula e íris provém da dormência de sua
semente, a qual é imposta pelo tegumento. Desta forma, faz-se necessário relatar
métodos para superação da dormência em sementes destas espécies. A partir disto,
este trabalho teve como objetivo testar a eficiência de diferentes métodos de
tratamento de quebra de dormência na germinação de sementes de canafístula e íris
com a utilização de água destilada, ácido sulfúrico concentrado (98%), água quente o(98 C), escarificação mecânica, imersão em água de coco, imersão em solução com
-1giberelina (20 mg L ) e refrigerador (-4°C). De acordo com os resultados obtidos no
experimento, pode-se verificar que a causa da dormência das espécies podem ser
devido a impermeabilidade parcial do tegumento. O tratamento de escarificação
mecânica apresentou o melhor índice de germinação para a canafístula enquanto o
tratamento com ácido sulfúrico proporcionou maior acréscimo na germinação em
íris.
Palavras-chave: Plantas ornamentais, espécies arbóreas, escarificação, água de
coco.
ABSTRACT: “Numbess break of seed of Canafistula (Peltophorum dubium (Spreng.)
Taubert) and Iris (Íris germanica)” The canafístula is a forest species being used
for the recovery of degraded areas, while iris is used mainly in the ornamental
plant. One of the main problems of the canafístula and iris cultivation comes from
the numbness of seed, which is imposed by the tegument. This way, it is necessary
to look for new methods for overcome of the numbness in seeds of the specie.
Starting from this, this work had as objective to test the efficiency of different
methods of treatment of numbness break in the germination of canafístula and iris
seeds with the use of distilled water, concentrated sulfuric acid (98%), hot water
(98 ºC), mechanical scarification, immersion in coconut water, immersion in -1solution with gibberellin (20 mg L ) and refrigerator (-4°C). In agreement with the
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results obtained in the experiment, it can be verified that the cause of the numbness of
the species are due to partial impermeability of the tegument. The treatment of
mechanical scarification presented the index best of germination to canafístula, other
side, the treatment of sulfuric acid had presented the best indices of germination to iris.
Key-words: Ornamental plants, forest species, scarification, water coconut.
1.0 - INTRODUÇÃO
Com a expansão agrícola, tem-se
observado um comprometimento do
potencial genético de muitas espécies, em
decorrência da devastação florestal para
extração de madeira (Perez et al., 1999). Dentre
estas espécies, a Peltophorum dubium (Spreng.)
Taubert, também conhecida como canafístula,
pertencente à família Leguminosae, sub
família Mimosoidae. É uma planta heliófita,
pioneira, característica da floresta latifoliada
semidecídua da Bacia do Paraná, ocorrendo
também nos estados do Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Rio de janeiro, Bahia e Goiás.
Sua madeira é empregada na construção civil,
marcenaria, carrocerias e em serviços de torno.
A árvore é ornamental e proporciona ótima
sombra quando isolada, podendo ser
empregada com sucesso no paisagismo. Por ser
uma planta rústica e de rápido crescimento, é
a d e q u a d a p a r a a c o m p o s i ç ã o d e
reflorestamentos mistos de áreas degradadas de
preservação permanente (Lorenzi, 2002).
Segundo Oliveira et al. (2003), a
dormência imposta pelo tegumento, comum
em sementes da família Leguminosae, como a
canafístula, tem trazido problemas aos
viveiristas na formação de mudas. Conforme
salientam Borges et al. (1980), se a dormência é
uma carac ter í s t i ca que f avorece a
sobrevivência em relação aos fatores adversos
do ambiente, nem sempre atende aos interesses
dos viveiristas interessados na propagação
dessas espécies. Este fato ocorre, porque após a
semeadura, a germinação das sementes que
apresentam dormência é demorada e
desuniforme, sendo necessário o emprego de
tratamentos que possam promover a rápida
hidratação e o início da germinação.
Em experimento realizado por Mattei et
al. (2002) foi comprovado a eficiência na
semeadura direta como uma alternativa de
implantação para a canafístula, possibilitando
transformar as áreas de capoeiras em um
sistema agroflorestal ou mesmo silvipastoril.
Sendo que para realizar a semeadura, foi
efetuado a prévia escarificação mecânica das
sementes a 1.725 rpm, durante 60 segundos,
com lixa Norton 60. Neste experimento a
germinação das sementes escarificadas ficou
em torno de 60 a 70%.
A formação de mudas de P. dubium é
simples, mas a presença de tegumento impede
parcialmente a penetração da água e o
desencadeamento dos processos metabólicos
próprios da germinação (Salerno et al., 1996).
Mattei (1999), concordando com esses autores,
comenta que os problemas de germinação da
semente de P. dubium não são causados por
problemas fisiológicos, mas, por uma camada
paliçádica no tegumento. Assim, segundo
Bianchetti e Ramos (1981) os tratamentos
usados para superar esse tipo de dormência,
baseiam-se no princípio de dissolver a camada
cuticular cerosa ou formar estrias/perfurações
no tegumento das sementes, pois a sua ruptura
é imediatamente seguida de embebição, o que
propicia o início do processo germinativo.
Essa problemática é ressaltada também
para plantas de íris, pertencente a família
Iridaceae, a qual inclui 1750 espécies
distribuídas em 78 gêneros. Estas são plantas
com flores muito apreciadas e ocupam uma
importância econômica na ornamentação de
jardins. Estas plantas são ervas perenes com
órgãos de armazenamento subterrâneos,
rizomas, ou mais raramente bulbos. As folhas
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são decíduas ou persistentes e as flores são
frequentemente muito vistosas (Linnaei,
1753). A maioria das folhas são estreitas e
lineares, com textura rígida, sendo semelhante
a face superior e inferior. A inflorescência é
muito variada, mas geralmente racemosa ou
paniculada. As flores são suportadas,
individualmente ou em grupos, por 2 brácteas
semelhantes a espatas (Mancoff, 2003).
As sementes permanecem viáveis
durante muito tempo, devido ao seu
tegumento, permanecendo no estádio
dormente. Estas dispõem de um tegumento
r í g i d o , a p a r e n t e m e n t e , p o d e n d o
comprometer a entrada de água na semente,
dificultando a hidratação do embrião e
conseqüente germinação das sementes, mesmo
em condições ambientais conforme
levantamento realizado por Rocha et al.
(2003). Estes mecanismos regulam a
germinação das sementes desta espécie, uma
vez que a germinação constitui um dos pontos
mais críticos no ciclo de vida das plantas. Este
processo é influenciado por fatores bióticos,
intrínsecos a própria semente, assim como por
fatores abióticos, como luz, temperatura e
umidade (Silveira et al., 2003).
Para superar a dormência, outros
métodos podem ser empregados: embebição
em água, retirada do tegumento, corte do
tegumento, furo do tegumento, escarificação
mecânica, imersão em água quente ou fria,
água oxigenada, escarificação química com
ácido sulfúrico, ácido clorídrico, acetona e
álcool (Santarém; Áquila, 1995). Porém, os
tratamentos utilizados com sucesso para
superação da dormência tegumentar em
e spéc i e s f lore s t a i s , de s t acam- se a s
escarificações mecânica e química, além da
imersão das sementes em água quente
(Oliveira et al., 2003).
A dormência de sementes resulta de um
estado de equilíbrio entre substâncias
inibidoras da germinação, tais como o ácido
abscísico e cumarina e substâncias que
estimulam a germinação, como a giberelina
(Carvalho; Nakagawa, 1987). Segundo Perez
et al. (1999), o uso de reguladores de
crescimento na fase de germinação, pode
realçar o vigor das plântulas, diminuindo o
período de emergência e elevando a densidade
de plantas de várias espécies, bem como a sua
altura. De acordo com o custo de produção de
uma cultura, a semente corresponde a cerca de
10% do total, isso faz com que o uso de
sementes de baixo vigor aumente os custos da
produção pelo aumento da quantidade de
sementes utilizadas, além de diminuir a
qualidade das sementes ou mudas produzidas.
O uso de reguladores de crescimento,
como giberelinas (Bevilaqua et al., 1993),
citocininas (Cunha; Casali, 1989), e etrel (Suge,
1971), na fase de germinação, pode melhorar a
performance de sementes de várias espécies,
principalmente sob condições adversas. As
giberelinas constituem uma classe de
substâncias reguladoras de crescimento que
estimulam a germinação, o crescimento por
elongação, entre outras funções. Dentre as
várias giberelinas, destaca-se o GA (ácido 3
giberélico), disponível comercialmente e que
tem sido muito utilizado em sistemas
biológicos (Arteca, 1996).
Em trabalho realizado por Perez et al.
(1999), sementes escarificadas produziram
maior população inicial, ou seja, melhorou
significativamente o índice de germinação das
sementes da canafístula. Entretanto quando as
sementes foram embebidas em GA3 aumentou
significativamente o desempenho, ou seja,
houve incremento no vigor das sementes da
espécie.
A água de coco, que é o endosperma
líquido, é rica em zeatina – citocinina com
maior ocorrência natural, a qual ativa a divisão
e a diferenciação celular, o estabelecimento de
drenos e a diferenciação de cloroplastos, bem
como a germinação de sementes e a inibição de
senescência no desenvolvimento de plantas
(Taiz; Zeiger, 2004). As citocininas são básicas
para métodos de cultura de tecidos e
importantes para a biotecnologia (Raven et al.,
1996).
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Devido à importância que a canafístula
apresenta para exploração comercial e
reflorestamento, e dificuldade de produção de
mudas pela dormência de sua semente e a
dificuldade da presença de tegumento, este
trabalho teve como objetivo, testar a eficiência
de diferentes métodos de tratamento de quebra
de dormência na germinação de sementes de
canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.)
Taubert) e íris (Íris germanica).
2.0 - MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram realizados no
Laboratório de Botânica e Fisiologia Vegetal
da Faculdade Assis Gurgacz – FAG – Campus
Cascavel, PR, com sementes coletadas na
região de Cascavel/PR.
Os tratamentos constaram-se de 100
sementes distribuídas em 4 repetições de 25
sementes por placa de petri, contendo 2 folhas
de papel filtro, sendo que a placa de petri e o
papel filtro foram autoclavados a 121ºC por 20
minutos a 1atm. A desinfecção da bancada e da
BOD, foram realizadas com álcool 70%. Foi
adicionado 10 mL de água destilada por placa
de petri. As placas de petri foram mantidas em
câmara de germinação (BOD) sob fotoperíodo
de 12hs luz a 25 ºC.
Para a realização do trabalho com
canafístula, as sementes foram submetidas aos
seguintes t ra tamentos : a ) te s temu-
nha/controle: tratada somente com água
destilada; b) ácido sulfúrico: as sementes foram
submersas em ácido sulfúrico concentrado
(98%) por 5 e 10 minutos e, a seguir, lavadas em
água corrente; c) água quente: as sementes oforam imersas em água quente (98 C) por 5 e
10 minutos; d) escarificação mecânica: as
sementes foram lixadas superficialmente (Lixa
D' Água A100); e) imersão em água de coco: as
sementes foram imersas em água de coco, por
um período de 24h; f) imersão em solução com
giberelina: as sementes foram imersas em
solução de giberelina, onde a mesma foi -1preparada na proporção de 20 mg L ,
totalizando 8 tratamentos. Não obstante, as
avaliações realizaram-se 7 dias após a instalação
do experimento para as sementes de
canafístula.
Quanto a íris, as sementes foram
submetidas aos seguintes tratamentos: a)
testemunha: sementes tratadas somente com
água destilada; b) ácido sulfúrico: as sementes
foram submersas em ácido sulfúrico
concentrado (98%) por 5 minutos e, a seguir,
lavadas em água corrente; c) água quente: as
sementes foram imersas em água quente (50 e
98ºC) por 5 minutos; d) escarificação
mecânica: as sementes foram lixadas
superficialmente (Lixa D' Água A100); e)
imersão em solução com giberelina: as
sementes foram imersas em solução de
giberelina, onde a mesma foi preparada na -1proporção de 100 mg L ; f) escarificação
mecânica com imersão em solução com
giberelina, após lixadas as sementes foram
imersas em solução com giberelina por 24H; h)
período no refrigerador por 24 horas a -4 ºC,
totalizando 8 tratamentos. As avaliações
realizaram-se diariamente para verificar o
Índice de Velocidade de Germinação (IVG) e
aos 40 dias após a instalação do experimento
verificou-se a percentagem de germinação.
O delineamento experimental utilizado
foi o inteiramente casualizado e as análises
estatísticas foram realizadas através do
programa estatístico JMP (Statistical Analysis
System, SAS Institute Inc. EUA, 1989-2000
versão 4.0.0.). A comparação entre as médias
dos tratamentos foi realizada através do teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos com a avaliação
dos tratamentos em sementes de canafístula
mostraram que a escarificação mecânica
apresentou a maior porcentagem de
germinação, seguido pela imersão em ácido
sulfúrico (10' e 5') e imersão em água de coco.
Quanto à hidratação, os melhores resultados
foram obtidos com a imersão em água quente
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(5' e 10'), seguido da imersão em água coco.
Esses dados podem ser observados na Tabela 1.
Com a escarificação mecânica, pode-se
considerar o percentual de sementes
germinadas como sendo amplamente
favorável à utilização deste processo (Tabela
1). Entretanto este método é bastante
trabalhoso e demorado, uma vez que a
escarificação testada foi manual, tornando-se
difícil a aplicação em larga escala, além de
possíveis danos aos cotilédones e ao embrião,
caso a escarificação não seja realizada por
pessoa treinada. Não obstante, Oliveira et al.
(2003) contataram que, apesar dos resultados
superiores proporcionados pela utilização da
lixa, ocorreu maior incidência de cotilédones
danificados, resultando na formação de
plântulas anormais, por tegumentos presos aos
cotilédones das plântulas, comprovando a
importância no desenvolvimento de plântulas
normais. Cotilédones presos (temporária ou
permanentemente) dentro dos tegumentos
tornam-se sujeitos à vários tipos de danos
(Burg et al., 1994).
Tabela 1 – Porcentagem de germinação e hidratação de sementes de canafístula Peltophorum
dubium (Spreng.) Taubert.
Tratamentos Variáveis avaliadas (%)
Germinação1 Hidratação2
Controle 00a 1a Ácido sulfúrico 5’ 16b 21b
Ácido sulfúrico 10’ 21b 40b
Água quente 5’ 00a 100b Água quente 10’ 00a 100b
Escarificação mecânica 62b 38b Imersão em água de coco
Imersão em solução comgiberelina
17b
1a
72b
5a
Nota: Médias na coluna, seguidas de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao 1nível de 5% de probabilidade. Considerou-se germinadas as sementes que apresentaram imersão
2 da raiz com até 2 mm de comprimento; Considerou-se hidratadas as sementes que absorveram
água porém não germinaram.
A escarificação química com ácido
sulfúrico apresentou eficiência considerável,
porém, segundo Salerno et al. (1996), esse
sistema é inacessível aos viveiristas, devido aos
elevados custos e ao perigo no manuseio do
ácido. Resultados semelhantes foram
encontrados por Piroli et al. (2005), onde a
escarificação química com ácido sulfúrico por
5 minutos apresentou 31% de germinação.
Segundo os resultados da Tabela 1, o
t ra tamento que apresentou menor
porcentagem de germinação foi quando
forneceu giberelina exógena, diferindo os
resultado obtidos por Santarém e Áquila
(1995), os quais encontraram efeito
seignificativo para a germinação de sementes
de canafístula com a utilização de giberelina
exógena. Não obstante, Carvalho e Nakagawa
(1987), consideram que a dormência de
sementes resulta de um estado de equilíbrio
entre substâncias inibidoras da germinação,
como o ácido abscísico e cumarina, e
substâncias que estimulam a germinação,
como a giberelina. Fato descrito por Taiz;
Zaiger (2004), visto que as giberelinas
controlam vários aspectos da germinação de
sementes, incluindo a quebra de dormência e a
mobilização das reservas do endosperma, e
segundo Arteca (1996) promovem o
crescimento pelo aumento da plasticidade da
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parede celular seguida pela hidrólise do amido
em açúcar, que reduz o potencial hídrico na
célula, resultando na entrada de água no seu
interior, promovendo o alongamento.
A utilização de água quente, por ser um
método barato é possível ser utilizado em larga
escala, o que seria mais indicado. Porém, as
sementes tratadas com água quente em ambos
os tempos não apresentaram germinação,
concordando com os resultados obtidos por
Piroli et al. (2005), que relataram que, apesar
do tratamento com água quente apresentar
eficiência para promover a germinação de
sementes de várias espécies, cujo tegumento é
impermeável à água, a quebra de dormência
das sementes de canafístula não é significativo.
Os resultados não permitiram a
indicação do uso de água quente, devido a não
germinação de sementes, contradizendo aos
resultados obtidos por Oliveira et al. (2003), os
quais relataram a utilização de imersão em
água quente aquecida, com aproximadamente
90% de germinação em sementes de
canafístula, embora não tenha sido
estatisticamente superior ao tratamento com
ácido sulfúrico por 15 minutos. Mesmo assim,
os autores recomendaram a imersão em água
quente 95 ºC por 30 minutos e posterior
permanência na mesma água por mais 24
horas, fora do aquecimento, como o melhor
método para superação de dormência de
sementes de canafístula. Nesta abordagem, o
tempo utilizado neste experimento não foi
suficiente para superar a dormência das
sementes.
A água de coco apresentou resultado
significativo para a quebra de dormância de
sementes de canafístula, provavelmente pela
presença de citocinina (Taiz; Zeiger, 2004).
Segundo Raven et al. (1996), embora
aplicações práticas de citocininas não sejam tão
extensivas quanto das auxinas, têm sido
importantes nas pesquisas sobre o
desenvolvimento vegetal. A germinação destas
sementes tratadas apenas com água de coco
sem nenhum dano ao tegumento, mostra que
as sementes utilizadas neste esperimento não
p o s s u e m o t e g u m e n t o t o t a l m e n t e
impermeável, pois houve índice significativo
de germinação quando comparado ao
controle, contradizendo Oliveira et al. (2003).
O tratamento com imersão em solução
com giberelina, não apresentou resultados
significativos para nenhuma das variáveis
avaliadas. Assim, os métodos que utilizam
escarificação mecânica, ácido sulfúrico e água
de coco foram superiores. Também pode-se
destacar a eficiência e praticidade da realização
tratamento utilizando apenas água de coco.
Para as sementes de íris, os resultados
obtidos com a avaliação dos tratamentos
mostraram que a água quente a 98ºC e o
refrigerador apresentaram maior porcentagem
de germinação, seguido ácido sulfúrico,
porém, neste ultimo não houve diferença
estatística quando comparado a testemunha
água. Quanto à IVG, não houve diferença
entre os tratamentos. Esses dados podem ser
observado na Tabela 2.
Com o tratamento térmico em
refrigerador e/ou água quente, pode-se
considerar o percentual de sementes
germinadas como sendo amplamente
favorável à utilização deste processo em
viveiros para a produção de plantas
ornamentais para a utilização em projeto de
paisagismo.
A escarificação mecânica apresentou um
resultado estatisticamente inferior ao
controle. Este método testado foi manual,
podendo ocorrer possíveis danos aos
cotilédones e ao embrião, caso a escarificação
não seja realizada por pessoa treinada. Este
método se mostra eficiente para quebra de
dormência em sementes com tegumento
rígido, como é o caso de Iris germanica. Não
obstante, Oliveira et al. (2003) contataram que,
a p e s a r d o s r e s u l t a d o s s u p e r i o r e s
proporcionados pela utilização da lixa,
ocorreu maior incidência de cotilédones
danificados, resultando na formação de
plântulas anormais.
Tabela 2 – Porcentagem de germinação e IVG de sementes de íris (Iris germanica)
submetidas a tratamentos de quebra de dormência.
Tratamentos
Variáveis avaliadas (%)
Germinação1,* IVG2,*
Controle 51a 12a Ácido sulfúrico 5’ 59ac 15a
Escarificação mecânica+GA3 2b 13a
Água quente 50ºC 50a 10a Água quente 98ºC 64c 13a
Escarificação mecânica 30b 11a Refrigerador
Imersão GA3
67c
0d
13a
0b 1Considerou-se germinadas as sementes que apresentaram emersão da raiz com até 2 mm de
2 comprimento; Índice de velocidade de germinação; GA : Giberelina *Médias na coluna, seguidas 3
de mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
A utilização de água quente e
refrigerador, por ser um método barato e
possível de uso em larga escala, seriam os mais
indicados. Esses resultados concordam com
Piroli et al. (2005), que relataram a eficiência
para promover a germinação de sementes de
várias espécies, cujo tegumento é impermeável
à água. Como os resultados permitiram a
indicação do uso de água quente, devido a
germinação de sementes, também concordam
aos obtidos por Oliveira et al. (2003), os quais
relataram a utilização de imersão em água
quente aquecida, com aproximadamente 90%
de germinação em sementes de canafístula,
embora não tenha sido estatisticamente
superior ao tratamento com ácido sulfúrico
por 15 minutos. Mesmo assim, os autores
recomendaram a imersão em água quente
95 ºC por 30 minutos e posterior permanência
na mesma água por mais 24 horas, fora do
aquecimento, como o melhor método para
superação de dormência de sementes de
canafístula. Nesta abordagem, a temperatura a
50ºC utilizada neste experimento não foi
suficiente para superar a dormência das
sementes, sendo necessária água fervente ou
98ºC. Assim, pode-se destacar a eficiência e
praticidade da realização tratamento
utilizando apenas choque térmico no
refrigerador.
O tratamento com imersão em solução
com giberelina, não apresentou resultados
significativos para nenhuma das variáveis
avaliadas. No entanto Bevilaqua et al. (1993) e
Arteca (1996) encontraram efeito significativo
para a germinação de espécies florestais com
presença de tegumento.
4.0 - CONCLUSÃO
Os tratamentos com escarificação
química com ácido sulfúrico, escarificação
mecânica e imersão em água de coco
proporcionam a quebra de dormência em
s e m e n t e s d e c a n a f í s t u l a , s e n d o
estatisticamente semelhantes entre sí quanto
ao índice de germinação. No entanto, a
imersão em água de coco mostra-se mais viável
para aplicação prática comparada aos demais
tratamentos.
O tratamento com água quente a 98 ºC e
refrigerador apresentaram índices de germina-
ção superior estatisticamente, mas são de difícil
aplicação prática para as sementes de íris.
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
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4Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239
Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
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MÉTODO PILATES COMO RECURSO PARA TRATAMENTO CONSERVADOR DA ESCOLIOSE IDIOPÁTICA ADOLESCENTE
Dora C. A. SEGURA¹, Fabiano C. NASCIMENTO², Manoel A. A. da SILVA³, Carlos Alexandre CHIOSSI³ & Juliane Honório GUILHERME³
¹Profa. Msc. do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus
Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR
E-mail: [email protected]
²Prof. Msc. do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus
Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR
E-mail: [email protected]
³Acadêmicos do Curso de Fisioterapia da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus
Toledo-PR. Av. Parigot de Souza, 3636 - Jd. Prada CEP: 85903-170 Toledo-PR
E-mail: [email protected]
Recebido em: 16/10/2010 - Aceito para publicação em: 05/06/2011
RESUMO: A escoliose é um mal comum nos últimos anos, acometendo principalmente
adolescentes, que acabam por carregar consigo para vida adulta seqüelas que
poderiam ter sido evitadas se diagnósticas e tratadas. Trata-se de uma alteração
trivial em uma população que caminha para o sedentarismo e atividades diárias
cada vez mais limitadas. Acomete mais o sexo feminino, sendo que a maioria é de
origem idiopática. Diversas técnicas são citadas como corretivas do desvio, entre
elas, o Método Pilates, atualmente muito praticado para ganho de força e
flexibilidade muscular, demonstra excelentes resultados. Assim, este estudo
realizou uma descrição da evolução clínica, avaliada pela analise do Ângulo de
Cobb e pela Escala Visual Analógica de Dor, em 8 pacientes, do sexo feminino,
idade entre 10 e 16 anos, com diagnóstico de escoliose idiopática tóraco-lombar,
com angulação anormal entre 10°e 20°. As meninas realizaram 20 sessões do
Método Pilates Solo, executadas 2 vezes semanais, durante 45 minutos a sessão. Os
resultados evidenciaram uma melhora satisfatória do quadro de dor e uma redução
média da curva escoliótica de 16,1 (±2,357) para 14,2 (±2,605) graus. Concluindo
que o Método Pilates promove resultados estatisticamente satisfatórios na
melhora da sintomatologia, bem como, na redução do desvio postural.
Palavras-chave: Escoliose, Adolescente, Tratamento, Método Pilates.
ABSTRACT: “Pilates method as a resource for conservative treatment of
adolescent idiopathic scoliosis” Scoliosis is a common malady in recent years,
affecting teenagers that end up charging you for adulthood sequelae that could
have been avoided if diagnostic and treated. This is a trivial change in a population
that walks to the sedentary lifestyle and daily activities increasingly limited. It
affects more females, most of which is idiopathic. Several techniques are cited as
corrective of deviance, including the Pilates Method, now widely practiced to gain
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
muscle strength and flexibility, shows excellent results. Thus, this study developed a
description of the clinical outcome, assessed by analysis of the Cobb angle and the
Visual Analog Scale of Pain, 8 patients were female, aged between 10 and 16 years,
diagnosed with idiopathic thoracolumbar scoliosis, with normal angle between 10 °
and 20 °. The girls performed 20 sessions of Pilates Solo, performed two times weekly
for 45 minute session. The results showed a satisfactory improvement of pain
condition and a mean reduction of the scoliotic curve of 16.1 (± 2.357) to 14.2 (± 2.605)
degrees. Concluding that the Pilates Method promotes statistically satisfactory results
in improving symptoms and in reducing the postural deviation.
Key words: Scoliosis, Adolescent, Treatment, Pilates Method.
1.0 - INTRODUÇÃO
Nossa estática é controlada por dois
sistemas fisiológicos: um sistema ascendente,
“o equilíbrio estático”, que é o equilíbrio da
perna sobre o pé, o qual é um dos pontos fracos
do homem. Ele é responsável por diversas
patologias, da qual não se exclui a escoliose. E o
sistema descendente, “a adaptação estática”,
composto por todas as compensações estáticas
dos desequilíbrios cefálicos que ocorrem na
coluna dorsal alta, com exceção das escolioses
estruturais porque não existem relatos de
escoliose estática cervical (Lotici, 2005).
Entende-se por postura, uma atitude
basicamente ereta, estabilizada ativamente por
mecanismos que restabelecem automati-
camente a orientação do corpo quando há
perturbações. Atualmente, as alterações
posturais são marcos da população em geral,
sobretudo, é demonstrativo nos últimos anos,
o aumento da incidência de problemas
posturais em crianças e adolescentes (Peres et
al., 2007).
De acordo com estatísticas atuais é cada
vez maior o número de pessoas com desvios
posturais, tais defeitos funcionais causam
alterações nas curvaturas normais da coluna
vertebral, tornando-as mais vulneráveis às
tensões mecânicas e traumas. Os desvios
posturais são comuns devido a ação de agentes
estressores e externos do cotidiano. No
entanto, para manter a postura adequada e
músculos flexíveis é importante fazer
diariamente uma série de exercícios, sobretudo
alongamentos, principalmente pessoas que
trabalham executando tarefas que requerem
muita precisão ou que passam a maior parte do
tempo sentada, como é o caso dos estudantes
(Carneiro; Souza; Munaro, 2005).
A escoliose é definida como um desvio
lateral da coluna vertebral, caracterizada por
modificação tridimensional incluindo
curvatura lateral no plano frontal, rotação
lateral no plano transversal e retificação no
plano sagital (Monsalve; Corena; Samudio,
2007; Döhnert; Tomasi, 2008).
Trata-se de um mal responsável também
por alterações da função pulmonar e
degenerativa precoce da coluna, as
deformidades de uma escoliose idiopática
podem apresentar repercussões estéticas e
psicossociais graves (Manhães et al., 2009).
Sua incidência atinge 4 indivíduos a cada
1.000 (Evans; Cariaga; Velásquez, 2003).
Bassani et al. (2008) descrevem que a
escoliose traz desequilíbrios na força e
comprimento musculares do tronco, fazendo
contração nos músculos do lado côncavo e
relaxamento do lado convexo, promovendo
importante assimetria muscular.
De acordo com Khouri et al. (2004),
entre as escolioses, 80% são consideradas de
origem idiopática e hipóteses buscam explicar
o seu surgimento: fatores genéticos,
esqueléticos, miogênicos, neurogênicos, assim
como uma associação de diferentes fatores.
Sendo que pequenos graus de curvatura
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ocorrem em até 20% dos adolescentes, porém
em indivíduos do sexo feminino, esta
curvatura tem maior probabilidade de
surgimento e progressão, devido a forma do
corpo vertebral e menor suporte muscular. É
um problema evolutivo progressivo se não
tratado.
Segundo Rego e Scartoni (2008), a
escoliose idiopática é considerada um mal
m u i t o c o m u m n o s ú l t i m o s a n o s ,
principalmente acometendo uma parcela
jovem da população, que acaba por carregar
consigo para vida adulta seqüelas clínicas que
poderiam ter sido evitadas se diagnósticas e
tratadas precocemente de maneira correta.
Trata-se de uma alteração cada vez mais
recorrente em uma população que caminha
para o sedentarismo e atividades diárias cada
vez mais limitadas. Clínicas médicas
especializadas estão, a cada dia, mais
sobrecarregadas de crianças e jovens com
problemas ortopédicos, sobretudo, os
posturais (Manhães et al., 2009).
Diversas técnicas são citadas na
bibliografia como benéficas e altamente
eficazes. Porém, dúvidas norteiam os
pesquisadores de quais técnicas são mais
efetivas para cada população e problema.
O método Pilates
Sanches (2006) descreve que são
exercícios que se utilizam do peso do próprio
corpo em sua execução. É uma técnica de
reeducação do movimento, composto por
exercícios profundamente alicerçados na
anatomia humana, capaz de restabelecer e
fortalece os grupos
musculares fracos, alonga os músculos
encurtados e aumenta a mobilidade das
articulações, sendo assim, extremamente
indicado para correção postural, sobretudo
para os casos de escoliose. Movimentos
fluentes são feitos lentamente e com muito
controle para evitar estresse muscular. O
alinhamento postural é importante em cada
exercício, ajudando na melhora da postura
global promovendo uma correção de corpos
vertebrais desalinhados (Pontes, 2008).
aumentar a flexibilidade e a força muscular,
melhorar a respiração, corrigir a postura e
prevenir lesões.
técnica
Bertolla et al., 2007)
Assim, este estudo objetivou descrever
sobre a evolução clínica de meninas com
diagnóstico de escoliose idiopática submetidas
a uma técnica terapêutica atual, que é o
Método Pilates, como opção de tratamento
conservador, considerado extremamente
benéfico, para um público exigente que é a
população adolescente.
2.0 - MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, no
qual a amostra foi constituída por 8 pacientes,
do sexo feminino, idade entre 10 e 16 anos,
com diagnóstico de escoliose idiopática
tóraco-lombar, com angulação entre 10° e 20°
verificada pelo ângulo de Cobb, que foi obtido
através do traçado de uma linha vertical no
platô inferior da vértebra mais inclinada, na
região inferior (vértebra limite inferior) e no
platô superior da vértebra mais inclinada na
região superior (vértebra limite superior),
permitindo traçar uma perpendicular ao traço
superior e inferior, partindo de um ângulo de
90° , obtendo um cruzamento das
perpendiculares já traçadas.
A se baseia em seis princípios
fundamentais para um trabalho eficaz, são eles:
a centralização, o controle, a precisão, a fluidez
do movimento, a concentração e a respiração.
Além disso, é um método dinâmico que visa
corrigir a postura, preocupando-se em
respeitar as curvaturas fisiológicas do corpo
( .
De acordo com Pontes (2008), outras
vantagens do Método Pilates são: estimular a
circulação, melhorar o condicionamento
físico e o equilíbrio, além de trabalhar a
consciência corporal, preparando o
adolescente para o retorno das atividades
diárias consciente do seu corpo no espaço
percebendo, assim, possíveis alterações
posturais adotadas diariamente.
Jago et al., 2006;
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
Como critérios de inclusão as meninas
deveriam relatar dor, possuir escoliose
comprovada por exames de imagem
radiológica e não ter efetuado em data anterior
o método Pilates. Como critérios de exclusão
as pacientes não deveriam possuir escoliose
com dupla curvatura, somatizar patologias
associadas à escoliose, bem como obesidade.
O estudo foi dividido em três episódios.
Primariamente foi efetuada uma avaliação e
indicação clínica para realização do método
proposto, ainda, realização do exame
radiográfico em posição ântero posterior e
cálculo do ângulo de Cobb, mensuração de
estatura total (média correspondente a
distância entre a região plantar e o vértex)
através de um estadiômetro portátil marca
Personal Sanny, posicionado no plano de
Frankfurt, com precisão de resolução
milimétrica e massa corporal através de uma
balança digital marca Filizola com precisão de
100g. As avaliadas estavam descalças vestindo
trajes de banho.
Em seguida as pacientes iniciaram um
tratamento composto por 20 sessões do
Método Pilates, através da realização dos
exercícios spine stretch forward, swimming,
leg pull front, leg pull front (variação), leg pull
back, one leg up-down e rolling back, com
séries de 10 repetições, aplicados também duas
vezes semanais durante 45 minutos a sessão.
Antes e após cada sessão do método as
adolescentes deveriam assinalar na Escala
Visual Analógica (EVA) o melhor parâmetro
de dor para aquele momento.
A Escala Visual Analógica – EVA
consiste em uma escala auxiliar na aferição da
intensidade da dor, é um instrumento
importante para verificar a evolução clínica
durante o tratamento e mesmo a cada
atendimento, de maneira mais fidedigna.
Também é útil para analisar se o tratamento
está sendo efetivo e quais procedimentos têm
surtido melhores resultados.
E, finalmente as pacientes foram
novamente avaliadas utilizando os mesmos
critérios iniciais.
Foi realizada analise estatística através do
cálculo das médias, desvios padrão, intervalo
de confiança das médias e na análise de
diferenças entre médias de amostras não
pareadas, efetuada pelo teste t de Student. Para
todos os cálculos estatísticos foi adotado nível
de significância de p < 0,05.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética sob protocolo 18367/2010 e todas as
part ic ipantes t iveram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido assinados
pelos responsáveis.
3.0 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
As adolescentes tinham uma média de
idade de 13,12 (± 2,29) anos, todas com
diagnóstico clínico de escoliose idiopática
adolescente em região tóraco-lombar com uma
única curvatura, apontando não apresentar
uma causa definida para o desvio da coluna, e
indicação médica para o tratamento utilizando
como terapêutica o Método Pilates.
Existem várias classificações para
escoliose, sendo a idiopática dividida em três
tipos, infantil quando ocorre antes dos três
anos, juvenil entre três e dez anos e do
adolescente quando aparece após os dez anos
ou durante a puberdade (Verderi, 2005).
De acordo com Hall (1999), cerca de 70%
a 90% dos tipos de escoliose, recebem a
designação idiopática, ou seja, sem uma causa
definida. Casos leves a moderados são tratados
com fortalecimento e alongamento muscular,
e os casos graves com auxílio de órtese ou
cirurgia. Devido ao grau de curvatura
verificado neste estudo compreende-se a
indicação clínica para o Método Pilates,
considerado um tratamento conservador que
promove resultados extremamente satisfa-
tórios.
A escoliose pode aparecer em uma única
curva ou mais apresentando convexidade tanto
para direita quanto para esquerda e afetar uma
ou mais regiões da coluna, resultando em uma
ação de um conjunto de forças assimétricas que
incidem sobre o local, trazendo um desvio
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
assimétrico, lateral da coluna vertebral
(Verderi, 2005). As adolescentes do presente
estudo foram selecionadas através do
diagnóstico de escoliose idiopática de única
curvatura na região tóraco-lombar.
A escoliose afeta indivíduos de diferentes
idades, sendo que é na infância que se inicia a
grande parte dos problemas posturais,
principalmente os relacionado aos desvios da
coluna vertebral, exibindo fatores etiológicos
de origem emocional, sócio-cultural,
traumático ou fator hereditário (Ramos et al.,
2006). Trata-se de um dos desvios mais severos
da coluna vertebral, pois se inicia na infância
ou na adolescência e aumenta progressiva-
mente até que seus crescimentos ósseos
cessem, provocando deformidades severas e
importantes, promovendo alterações
estruturadas de seus elementos, especialmente
quando está localizada na região tóraco-
lombar (Moraes, 2007). Neste estudo, as idades
das adolescentes indicam que a escoliose pode
iniciar precocemente, em idade de maior
crescimento e formação corporal, sendo
indicativa de problemas futuros se não
diagnosticada e tratada corretamente o mais
rápido possível.
Na avaliação da estatura observou-se uma média de 1,55 (0,147)m, da massa corporal de 42,76 (11,70)kg, permitindo o cálculo de IMC, através da fórmula peso/altura², de 17,28 (2,37)kg/m².
A avaliação da massa corporal, estatura e IMC, neste estudo, indicam adolescentes com parâmetros de normalidade, enfatizando que não existem grandes predisposições para o aparecimento da escoliose, sendo que, diversos autores descrevem que a maioria das escolioses possui etiologia idiopática, ou seja, não possuem uma causa definida (Khouri et al., 2004; Monsalve; Corena; Samudio, 2007)
Rego e Scartoni (2008) descrevem que a
coluna vertebral é a mais prejudicada com
sobrecargas por suportar o corpo,
aumentando significativamente os problemas
posturais em toda a população. A má postura
Döhnert; Tomasi, 2008; .
adotada durante a vida, começando pela
infância é considerada como modelos
imperfeitos que acaba sendo integrados.
Assim, maus hábitos de saúde como sentar,
dormir ou descansar em padrões posturais
errôneos, transportar bolsas ou mochilas com
peso demasiado para o biótipo corporal,
realizar exercícios de forma descompensada
implicam em anormalidades das curvas
fisiológicas corporais.
Quase que a totalidade das escolioses
idiopáticas no adolescente não possui
s intomatologia até at ingirem graus
extremamente elevados, é comum os
adolescentes não referir nenhum incomodo
com o desvio, entretanto, a detecção do
problema precocemente diminui o percentual
de cirurgias e comprova a eficácia dos
tratamentos conservadores (Döhnert; Tomasi,
2008). Em contrapartida, as integrantes deste
estudo descreveram uma média de nível de dor,
avaliado pela Escala Visual Analógica, como
0,7 (±0,73), já ao final da vigésima sessão do
Método Pilates, ao repetir a avaliação notou-se
uma redução para um nível médio de 0,25
(±0,44). Ainda, dividindo, para fim de estudo
comparativo, a avaliação da dor em dois
grupos, um verificado entre a 1-10° sessão, e
outro, entre a 11-20° sessão, nota-se que a dor
pre s ente an te s do t r a t amento e ra
estatisticamente mais persistente até a 10°
sessão reduzindo consideravelmente até
desaparecer completamente ao final do
protocolo terapêutico proposto.
Donzelli et al. (2006) alcançaram
resultados semelhantes ao deste estudo quando
observaram que um protocolo baseado no
método Pilates, durante um período de seis
meses, a redução notável do quadro álgico de
pacientes com dores na coluna vertebral, sendo
que, grande parte dessa analgesia foi obtida
com apenas um mês do programa.
A média da analise do grau de curvatura
da escoliose das adolescentes antes do início do
tratamento foi de 16,12 (±2,35) graus, valor
considerado alto, sendo indicativo de
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
problemas futuros cada vez mais sérios devido
a propriedade progressiva da escoliose.
De acordo com Lotici (2005), uma
curvatura lateral da coluna acima dos 10º não
envolve somente o desvio lateral, mas
modificações estruturais das costelas e
vértebras com rotação e deformidade, sendo
assim considerada patológica. A escoliose é
uma afecção do crescimento, a qual provém
sempre de um desequilíbrio segmentar, que a
fisiologia estática deve compensar.
A escoliose idiopática é a maior causa de
deformidade no crescimento infantil, sendo o
sexo feminino mais acometido, necessitando
muitas vezes recorrer a procedimentos
cirúrgicos para total correção quando os graus
de irregularidade da curva escoliótica
ultrapassam graus muito elevados (Khouri et
al., 2004). Assim, estudos que avaliem a eficácia
das técnicas que minimizam este problema e
buscam a correção da curvatura anormal
devem ser sempre estimulados.
Leitão e Leitão (2006) mencionam que a
conduta terapêutica para a escoliose deve ser
específica, de acordo com as condições
anormais, tais como: tipo de curvatura, a
deformidade estética, a idade do paciente, a
intensidade e a localização das curvas, além dos
sintomas provocados pela deformidade.
Muitas técnicas são usadas para esta ampla
variedade, das quais incluem as massagens, as
manipulações vertebrais, a eletro estimulação
e os exercícios corretivos. Assim, devem ser
realizados estudos de acordo com cada caso
clínico com a finalidade de comprovar a
eficácia das técnicas.
Há diversos tratamentos elaborados a
partir de exercícios físicos que foram
instituídos em respostas às necessidades de
tratamento para pessoas com desvios posturais
na coluna. A ginástica corretiva é a única
forma de ginástica que tem o propósito de
reeducar as alterações morfológicas, por meio
de um processo de aprendizagem psicomotora.
Alguns adolescentes incluídos em práticas
desportivas que envolvam movimentos
repetitivos têm propensão a desenvolver
problemas de desequilíbrio muscular que
podem levar a desvios laterais da coluna.
Existem vários tratamentos para a escoliose,
que dependente do nível do desvio na coluna,
vai de exercícios, uso de coletes, podendo a
chegar à realização de cirurgias quando o caso é
muito grave (
Aparício; Pérez,
2005
Carneiro; Souza; Munaro, 2005).
Nessa vertente de variedade de terapias é
que surgiu como método conservador de
tratamento da escoliose idiopática o Método
Pilates.
O Método Pilates se baseia em uma série
de exercícios fundamentados nos movimentos
progressivos que o corpo é capaz de executar e
que pode ser realizada por pessoas que buscam
alguma atividade física, por indivíduos que
apresentam alguma patologia ou cirurgia
músculo-esquelética onde a reabilitação é
necessária. Os princípios do método são:
controle, concentração, consciência,
movimento harmônico e respiração. É uma
técnica dinâmica que visa trabalhar
alongamento e fortalecimento, tendo o
abdome como centro de força e preocupando-
se em manter as curvaturas fisiológicas
corporais (Sacco et al., 2005;
).
De acordo com Silva e Mannrich (2009),
in ic ia lmente o Método Pi la tes fo i
desenvolvido para ganhar força muscular,
porém com sua popularidade ganhou novos
objetivos incluindo definição postural e ganho
de flexibilidade. O método pode ser utilizado
na reabilitação tanto de idosos e gestantes e
para outras finalidades, como em tratamentos
de correção postural, ganho de força no pós-
operatório e ganho de massa óssea, onde a
técnica pode ser adaptada às disfunções de cada
indivíduo, sendo que possui poucas contra-
indicações.
Assim, após a conclusão do período de
tratamento proposto, através de uma nova
avaliação clínica e realização de novo exame de
imagem evidenciando o ângulo de Cobb, foi
possível observar uma redução da curva
escoliótica para 14,25 (±2,60) graus,
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Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011
descrevendo uma evolução extremamente
significativa na melhora postural das
adolescentes.
De acordo com Pontes (2008), o Método
Pilates aplicado em curto prazo ocasiona
melhora postural em alguns aspectos, porém
para obter ganhos mais significativos na
reeducação postural é necessário de vinte a
trinta sessões. Assim, conforme neste estudo,
torna-se importante dar continuidade ao
tratamento a fim de se obter uma completa
solução do problema.
4.0 - CONCLUSÃO
Foi possível concluir que o Método
Pilates é uma alternativa eficaz na correção da
escoliose idiopática adolescente, que promove,
através de seus diversos exercícios, uma
redução considerável do quadro de dor, e
ainda, de maior importância clínica, promove
uma correção postural oportuna, indicada pela
diminuição do ângulo de Cobb nos exames de
imagem.
Torna-se importante salientar que os
recursos conservadores para correção dos
desvios posturais necessitam de um tempo
prolongado de tratamento para atingir o
No estudo de Bertolla et al. (2007), o
método Pilates mostrou-se uma ferramenta
terapêutica eficaz no acréscimo da
flexibilidade de atletas altamente propensos à
diminuição dessa condição, constituindo uma
importante alternativa na prevenção e na
recuperação de lesões desencadeadas pela
diminuição do comprimento muscular, fator
também observado em casos de escoliose
idiopática adolescente.
A técnica Pilates apresenta muitas
variações de exercícios, pode ser realizada por
adolescentes que buscam alguma atividade
física, apresentam alguma patologia do sistema
músculo esquelético onde a reabilitação é
necessária, como a escoliose idiopática
adolescente, e também por esportistas que
visam melhorar sua performance (Aparício;
Pérez, 2005).
objetivo proposto pelas técnicas. Porem, torna
possível a correção da maioria dos casos de
escoliose descartando a necessidade da
indicação de um procedimento cirúrgico.
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A Revista de Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal) é um
periódico destinado à publicação de trabalhos científicos originais, artigos de
revisão e divulgação no campo das Ciências Biológicas e da Saúde.
Ver: http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabelaareasconhecimento.html
NORMAS GERAIS
Todos os manuscritos submetidos devem ser inéditos. A publicação
simultânea de manuscritos descrevendo o mesmo trabalho em diferentes
periódicos não é aceitável. Os direitos de publicação passam a ser da Revista de
Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal), inclusive traduções;
publicações subseqüentes são aceitas desde que citada a fonte.
A Revista Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal),
recebe para publicação trabalhos científicos originais, revisões, notas e
resumos escritos em língua Portuguesa. O conteúdo dos trabalhos é de total
responsabilidade do(s) autor(es), e não reflete necessariamente a opinião do
Editor Chefe ou dos membros do Conselho Editorial.
A Revista Biologia e Saúde da UNISEP (Biology & Health Journal),
submeterá todos os manuscritos recebidos à análise de consultores ad hoc, cujos
nomes permanecerão em sigilo e que terão a autoridade para decidir sobre a
pertinência de sua aceitação, podendo inclusive, reapresentá-los ao(s) autor(es)
com sugestões para que sejam feitas alterações necessárias e/ou para que os
mesmos sejam adequados às normas editoriais da revista.
Todos artigos envolvendo estudos com humanos ou animais deverão
ter Pareceres dos Comitês de Ética de Pesquisa em Seres Humanos ou em
Animais das instituições a que pertencem os autores, autorizando tais estudos.
Todo material vegetal utilizado na pesquisa descrita no trabalho deve
ter a indicação do seu local de coleta (inclusive coordenadas obtidas por GPS,
se possível), o país de origem, o responsável pela identificação da espécie e a
localização da exsicata. Os autores devem estar preparados para fornecer
evidência documental de que a aprovação para a coleta foi concedida pela
autoridade apropriada no país de origem.
1. NORMAS PARA A ELABORAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES
1.1 Os autores devem manter uma cópia (eletrônica e impressa) do manuscrito
submetido, para o caso de possível perda ou danos causados ao original
enviado.
1.2 As Figuras (fotografias, gráficos, desenhos, etc - em preto e branco)
deverão ser apresentadas em folhas separadas no final do artigo e numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As respectivas legendas deverão ser
claras, concisas, sem abreviaturas e localizadas abaixo das figuras. Suas
respectivas posições no texto deverão ser indicadas, preferentemente, logo
após sua citação no corpo do trabalho.
1.3 As Tabelas e os Quadros deverão ser apresentados em folhas separadas no
final do artigo e numerados consecutivamente em algarismos arábicos. As
tabelas (dados numéricos) não podem ser fechadas por linhas laterais. As
45
respectivas legendas deverão ser claras, concisas, sem abreviaturas e localizadas na parte superior dos
mesmos. Deverão ser indicados os locais aproximados no texto, onde as tabelas e os quadros serão
intercalados, preferentemente, logo após sua citação no corpo do trabalho.
2. FORMATAÇÃO DO TEXTO E CONTEÚDO DO TRABALHO
2.1 Os originais deverão ser redigidos e digitados em folhas de papel tamanho A4, espaço 1,5; fonte tipo
Garamond, tamanho 12, com texto justificado, margens superior, inferior e esquerda de 3 cm e direita
com 2 cm, e perfazendo o total máximo de 25 páginas, incluindo figuras, tabelas e quadros.
2.2 Título e subtítulo: Deverão estar de acordo com o conteúdo do trabalho. Estes deverão estar escritos
em caixa ALTA, centralizados, negritados, fonte tipo Garamond, tamanho 14. Para os trabalhos
redigidos nas línguas Portuguesa e Espanhola, providenciar também versão do título para a língua
Inglesa, o qual acompanhará o Abstract.
2.3 Autores: Os nomes dos autores devem vir abaixo do título, centralizados. O nome e os sobrenomes
devem aparecer na ordem correta, sendo obrigatório que o primeiro (nome) e o último (sobrenome)
apareçam por extenso (ex. Sandra M. M. SILVA ou Diogo N. Naridam MARQUES). No caso de vários
autores, seus nomes deverão ser separados por vírgulas. O número máximo de co-autores não deve
ultrapassar o número de 05 (cinco).
2.4 Filiação dos autores: Após o nome de cada autor deverá constar um número Arábico, sobrescrito,
que indica sua instituição de procedência e, deverá aparecer logo abaixo da nominata dos autores,
também centralizado e com endereços completos, inclusive o CEP da cidade e o endereço eletrônico.
Deve-se assinalar o nome do autor principal com um asterisco sobrescrito, para o qual toda
correspondência deverá ser enviada.
2.5 Resumo em português: Deverá apresentar concisamente o trabalho destacando as informações de
maior importância, expondo metodologia, resultados e conclusões. Permitirá avaliar o interesse pelo
artigo, prescindindo de sua leitura na íntegra. Dever-se-á dar destaque ao Resumo como tópico do
trabalho (máximo de 200 palavras).
2.6 Palavras chave: Deverão identificar/representar o conteúdo do artigo. Observar o limite máximo de
6 (seis). São importantes para levantamentos em banco de dados, com o objetivo de localizar e valorizar o
artigo em questão. Deverão vir separados por vírgula.
2.7 Abstract: Os trabalhos redigidos nas línguas Portuguesa e Espanhola devem vir acompanhados
também da versão do resumo para a língua Inglesa. Evitar traduções literais. Quando não houver
domínio deste idioma, consultar pessoas qualificadas. O Abstract deve ser encabeçado por versão do
título na língua inglesa.
2.8 Key words: palavras chave em inglês. Também em número máximo de 6 (seis) e separados por vírgula.
2.9 Introdução: Deverá estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros
trabalhos na mesma área. Extensas revisões da literatura deverão ser substituídas por referências a
publicações mais recentes, onde estas revisões tenham sido apresentadas e estejam disponíveis.
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2.10 Material e Métodos: A descrição dos materiais e dos métodos usados deverá ser breve, porém
suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e a reprodução do trabalho. Processos e
técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados, deverão ser referenciados
por citação.
2.11 Resultados: Deverão ser apresentados com o mínimo possível de discussão ou interpretação pessoal
e, sempre que possível, ser acompanhados de tabelas e figuras adequadas. Os dados, quando pertinentes
deverão ser submetidos a uma análise estatística.
2.12 Discussão: Deverá ser restrita ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados, evitando-se
inferências não baseadas nos mesmos. Opcionalmente, Resultados e Discussão poderão ser apresentados
num único item.
2.13 Agradecimentos: Este item é opcional e deverá vir antes das Referências Bibliográficas.
3. REFERÊNCIAS
A formatação das referências deve ser padronizada em conformidade com as exigências da revista, como
é mostrado abaixo:
3.1 Referência dentro do texto:
�No início da citação: autor em caixa baixa, seguido do ano entre parênteses. Ex. Pereira (1999).
�No final da citação: autor em caixa baixa e ano – ambos entre parênteses. Ex. (Silva, 1999) ou (Silva;
Souza, 1998) ou (Silva; Souza; Dias, 2000) ou (Silva et al., 1999) ou (Silva et al., 1995a).
�Citação textual: colocar, também, a página: Ex. (Silva, 1999, p.24)
3.2 As Referências Bibliográficas serão ordenadas alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor,
em caixa baixa e em ordem crescente de data de publicação. Deve-se levar em consideração as seguintes
ocorrências:
3.2.1 Revista: Será utilizado a abreviatura do periódico, em itálico, definida no Chemical Abstracts
Service Source Index (ver http://www.cas.org/sent.html). Caso a abreviatura autorizada de um
determinado periódico não puder ser localizado e não for óbvio como o título deve ser abreviado, deve-
se citar o título completo.
�Vargas T.O.H. Fatores climáticos responsáveis pela morte de borboletas na região sul do Brasil.
Bras Assoc Entomol. v.11, n.2, p.100-105. 1996.
�Qu W. Li J. Wang M. Chemical studies on Helicteres isora L. Zhongguo Yaoke Daxue Xuebao 22:203-206,
apud Chemical Abstracts. v.116, n.3, p.124-136, 1991. Numa citação de citação, colocar o nome das fontes
em itálico.
�Wax E.T. Antimicrobial activity of Brazilian medicinal plants. J Braz Biol Res, v.41, n.5, p.77-82, 1977.
apud Nat Prod Abs, v.23, n.2, p.588-593, 1978.
3.2.2 Livro:
�Costa A.F. Farmacognosia. Lisboa: Calouste Gulbenkian. 1996. 560p.
3.2.3 Capítulo de livro:
�Farias C.R.M. Ourinho E.P. Restauração dentária. In: Goldaman, G.T. (org.) A nova odontologia. 5.ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996, p.95-112.
Rev
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3.2.4 Tese e Dissertação:
�
Doutorado – Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Campinas.
�Romero M.A.V. Estudo químico de Brunfelsia hopeana Benth e do mecanismo de ação da escopoletina. João Pessoa,
119p. 1997. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Produtos naturais,
Universidade Federal da Paraíba.
3.2.5 Congressos:
�Thomas G. Selak M. Henson P.M. Estudo da fração aquosa do extrato etanólico das folhas de
Cissampelos sympodialis em neutrófi los humanos. XIV Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil. Florianópolis,
Brasil. 1996.
3.2.6 Patentes: Devem ser identificadas conforme modelo abaixo e na medida do possível o número do
Chemical Abstracts deve ser informado.
�Ichikawa M. Ogura M. Lijima T. Antiallergic flavone glycoside from Kalanchoe pinnatum. Jpn. Kokai
Tokkyo Koho J. p.61, 118, 396, 1986. apud Chemical Abstracts n.105, p.178-186.
3.2.7 Páginas Internet:
Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços de hemoterapia: relatórios de produção. Brasília, DF,
2002 Disponível: http://www.anvisa.gov.br/sangue/hemoterapia/index.htm. Acessado em
28/02/2009.
4. ENCAMINHAMENTO DOS ARTIGOS
Os trabalhos deverão ser enviados via eletrônica utilizando o endereço eletrônico da revista
([email protected]), ou na forma impressa, em que o autor deverá enviar uma cópia em disquete
ou CD utilizando-se o programa Word for Windows.
Revista de Biologia e SaúdeRevista de Biologia e Meio Ambiente
A/C do Prof. Dr. Sideney Becker OnofreAv. Presidente Kennedy, 2601.
Dois Vizinhos – Paraná – BrasilCEP – 85660-000
Fone/Fax: (46) [email protected]
Na carta de encaminhamento é solicitado a indicação de três consultores, de outras instituições, com
seus endereços postais e eletrônicos. A qualificação do trabalho será atestada por, no mínimo, por dois
consultores, indicados pela Editoria.
5. CUSTOS
A Revista custeará integralmente os trabalhos de até 25 páginas, incluindo tabelas e figuras. Acima deste
número de páginas, as despesas correrão por conta do(s) autor(es). Não serão aceitas fotografias
coloridas, a não ser que o(s) autor(es) custeiem sua publicação, independente do número de páginas do
trabalho.
Lima N. Influência da ação dos raios solares na germinação do nabo selvagem. Campinas, 755p. 1991. Tese de
Revista de Biologia e Saúde da Unisep – ISSN - 2177-0239Biology & Health Journal - Volume 4 - n. 2 – Janeiro a Julho de 2011