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CARLA SOARES fibra e determinação entrevista:

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Edição de setembro de 2012

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Page 1: Revista Mais Conteúdo #09

CARLA SOARESfibra e determinaçãoentr

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A Revista Mais Conteúdo chega à sua nona edição com um requin-tado grau de qualidade e nós, a equipe responsável pelo material jor-nalístico, diagramação, venda de anúncios, artes e distribuição estamos felizes por participarmos do progresso deste novo (porém experiente) veículo de informação.

Mais uma vez cumprimos nossa missão fundamental de levar ao nos-so estimado público leitor um conteúdo jornalístico de qualidade, com relevância, de interesse público e com total independência. Isso nos remete a outro importante veículo de comunicação de Ribeirão Pires e antecessor da revista, o jornal Mais Notícias. Este, que no início foi taxa-do como um jornal que não duraria mais do que meros seis meses, está em circulação há nove longos anos e com expectativa de continuar ainda “Mais”.

Dessa forma, a Revista Mais Conteúdo, com suas nove edições e o jornal Mais Notícias, com seus nove anos de publicação mostram que quando há real interesse em se produzir informação de qualidade, é possível criar, formar e informar com total destreza editorial.

A Cabala e da Numerologia, ao interpretarem os valores numéricos, apresentam o “9” como o símbolo da sabedoria. Cremos que ainda temos muito a aprender, mas chegar ao ponto onde chegamos, por certo, só seria possível graças à inteligência, bom senso e, por que não, sabedoria de uma equipe dedicada e fiel aos princípios editoriais.

Assim sendo, parabéns a você leitor, que tem nos motivado a melho-rar cada vez “Mais”. Esperamos que desfrute, sem moderação, o conte-údo exclusivo que preparamos para você nas páginas que se seguem.

Thiago QuirinoJornalista

A prova dos nove

4. Artigo Prof. Nelson Camargo

14. EventosSeleção Paulista X Seleção de Ribeirão Pires

10. MulherElzinha

24. CidadeRodada de Negócios

6. DireitoFicha Limpa

17. Matéria de CapaCarla Soares

12. Cão respondeAmarelão

31. Ala VoloshynCultura da não-violência

28. TrânsitoEducando as crianças

5. CurtasNotícias do Brasil e do Mundo

16. PolíticaProfessor Hélio

33. CulturaNúcleo de Dança Karen Kihara

34. CrônicaPaulo Franco

11. GenteLeandro Colodro

26. DestaqueRenato Foresto

8. CidadeProjeto Sustentável

22. PerfilCléo Meira

13. PersonalidadeVereador Banha

32. PetCinomose

29. SaúdeDr. Antonio Carlos do Nascimento

Cavalo de MetalPonte da Vila Ema - Ribeirão Pires

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Edição 9 - Setembro / 2012

Publicação Mensal de Mais Notícias Empresa Jornalística Ltda.

CNPJ: 05.531.420/0001-18email: [email protected]

Editor: Antonio Carlos Carvalho

Jornalista Responsável: Danilo Meira - Mtb: 43.013

Redação:Thiago Quirino - Mtb: 61.451Isabella Veiga - Mtb: 63.034

Editoração:Gustavo Santinelli

Departamento Comercial: Sidnei Matozo

Claudio Sant’anna

Departamento Jurídico: Dr. Gilmar Andrade de Oliveira

Dr. Eric Marques Regadas

Colaboraram: Nelson Camargo / Dr. Antonio Carlos

Ala Voloshyn / Paulo FrancoGazeta / Raul Carlos

Administração: Elisete Helena Pimenta

Distribuição Gratuita em:Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra,

Região da Represa Billings

Rua Olímpia Catta Preta, 194 1° Andar, Sala 2 • CEP 09424-100

Centro • Ribeirão Pires • SP Fone: 4828-7570 • Fax: 4828-1599

Impressão: Gráfica Bandeirantes

(11) 2436-3010

Uma das diferenças entre o siste-ma de votação brasileiro e o d’Os Es-tados Unidos é que lá o voto é livre e aqui é obrigatório. Aqui o voto é considerado pelas autoridades como uma obrigação do cidadão, como um dever cívico. Lá o voto é conside-rado um direito do cidadão. Isso tem certa lógica. Se o indivíduo conside-ra não haver alguém, digno do seu voto, não seria melhor ficar em casa do que ser obrigado a ir até a urna e votar em branco ou anular o voto? Além disso, não se estaria evitando entraves burocráticos como papele-tas para justificar o não compareci-mento às urnas, filas a enfrentar, pes-soas tentando convencer o eleitor a votar num determinado candidato na última hora, como se todo eleitor fosse um bobo que se deixa conven-cer pela “boca de urna”? Não seria economizar mais tempo e dinheiro, do cidadão e do país?

Então por que obrigar o cidadão a ir até a urna ou outro local para jus-tificar a ausência? E se a pessoa não for realmente um cidadão na expres-são máxima dessa palavra e se deixar levar pelo volume de propaganda e votar no mais corrupto dos candida-tos “porque ele já ganhou e eu não quero perder meu voto”? E depois sair por aí falando em tom de glória, na mais pura inocência, como já presen-ciei muitas vezes: “Nunca perdi meu voto, pois sempre voto em candidato que ganha.” Fica difícil dialogar civi-lizadamente com tal pessoa porque não se mudam facilmente concei-tos arraigados na mente de um indi-víduo. Corre-se o risco de a pessoa reagir apegando-se ainda mais nessa

ideia sem fundamento no bom senso cívico.

Além disso, o voto obrigatório fa-vorece a manipulação pela mídia: a imprensa divulga as pesquisas de opi-nião dizendo quais candidatos estão na frente e quais vão “perder feio”. Por isso o pseudoeleitor, pelo “ouvi di-zer na televisão” e/ou pela movimen-tação e aparato de propaganda já sabe como não “perder o voto”.

Outro senão: fica mais fácil o con-trole pelas pesquisas de intenção de voto, pois todos que declararam sua intenção vão de fato votar. Por isso os candidatos majoritários já sabem como dirigir a campanha e os empre-sários a quem dar o apoio financeiro. “E tudo continua como dantes no quartel de Abrantes”, ou seja: nada ou quase nada muda. Eis por que a situação (statu quo) sempre faz cam-panha a favor do voto obrigatório.

Nelson Luiz de Carvalho Camargo é pesquisador, professor de Ciências Humanas, Língua Portuguesa, Literatura e de Língua Latina. Leciona nas Faculdades Integradas de Ribei-rão Pires. Nasceu na Vila de Tarumã, estado de São Paulo, em 1947. Veio para Ribeirão Pires, com sua família em 1952, aos cinco anos de idade.

O voto obrigatório e a manipulação velada e desvelad

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A Secretaria Estadual do Meio Ambiente anunciou no último dia 13 que irá plantar 34 milhões de árvores até 2016 no Rio de Janeiro. A medida é uma tentativa de minimizar os efeitos das emissões de gases na Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos (2016).

Para a ação, cinco mil empregos serão criados. “Os recursos de aproximadamente R$ 500 milhões são decorrentes de obriga-ções das empresas que farão o plantio, quer por compensação ambiental, quer por condicionantes de licenças ambientais”, ex-plicou o secretário Carlos Minc.

O importante movimento musical esta registrado no documentário “Tropicália” de Marcelo Machado. Na película, é possível ver preciosidades de algumas imagens inéditas com os grandes representantes da historia da MPB. Entre eles: Gil, Jards Macalé, Torquato Neto, Tom Zé, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Nara Leão.

Só as cenas inéditas com as personalidades desta magnitude já valem o ingresso do filme, mas “Tropicalia” não se resu-me a isso. A mescla de depoimentos antigos e atuais prende a atenção e emociona o telespectador.

O documentário pode ser visto nos cinemas Iguatemi Cinemark, Reserva Cultural, Kinoplex Itaim e circuito e a classifi-cação é livre.

Mesmo tendo passado toda a infância brigando, os personagens mais famosos de Maurício de Souza decidiram se casar. Mô-nica e Cebolinha irão oficializar o casamento na edição 50 da publicação “Turma da Mônica Jovem”. O evento foi anunciado na Bienal do Livro de São Paulo. O convite oficial apareceu na edição de agosto, a de número 49, convidando a todos a participar da cerimônia nada esperada.

Numa entrevista à Folha de S. Paulo Maurício de Souza explicou que iria envelhecer os personagens e explorar as consequências disso. Mas há uma questão: os personagens são adolescentes (15-16 anos). Eles virarão adultos ou o casamento é de “mentirinha”?

Milhões de árvores serão plantadas no Rio de Janeiro

Documentário “Tropicália”- importante registro histórico

Gorducha e dentuça vai se casar e adivinha com quem?

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Por Isabella Veiga e Thiago Quirino

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Lei da Ficha Limpa: uma conquista do cidadão brasileiro

No último dia 16 de fevereiro, o Superior Tribunal Federal de-cidiu, por 7 votos a 4, que a Lei Ficha Limpa não era inconstitu-cional e teria efeito retroativo para fatos e atos ocorridos an-tes de sua vigência, causando uma verdadeira revolução no processo eleitoral brasileiro. Desta maneira, a legislação torna inelegíveis por oito anos políticos condenados por decisão de órgãos colegiados, bem como pessoas condenadas, entre ou-tras infrações, por crimes eleitorais (como compra de votos e abuso de poder econômico), improbidade administrativa com

lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, crimes contra a administração e o patrimônio público (corrupção), la-vagem de dinheiro, delitos cometidos por organização crimino-sa ou quadrilha, lavagem ou ocultação de bens e políticos que renunciarem ao mandato para evitar abertura de processo de cassação.

A lei foi originada a partir de um processo de iniciativa po-pular que contou com cerca de 1,3 milhão de assinaturas. Ao passar pela Câmara e pelo Senado, recebeu uma série de emendas que acabaram por amenizar seus impactos mas

ainda assim o projeto manteve sua essência e é visto como o maior avanço na legislação eleitoral do Brasil.

Um dos partidos mais atuantes para que a lei tomasse esses contornos e tivesse validade retroativa foi o Partido Popular So-cialista (PPS) que, em abril de 2011 fez uma solicitação formal para que o STF reconhecesse a validade da Lei Ficha Limpa e sua aplicação nas eleições de 2012 para fatos ocorridos an-tes da vigência da norma por meio da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 29. O partido então viu confirmado seu entendimento de que os dispositivos da lei que tratam de inelegibilidades, poderiam ser aplicados a fatos anteriores à vi-

gência da norma sem que isso causasse qualquer prejuízo ao princípio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. À época, o presidente nacional (e nome mais importante) da legenda, o deputado federal Roberto Freire, celebrou o desfe-cho do julgamento no STF: “Essa decisão é excelente. Muito im-portante para melhorar os costumes políticos no país”, afirmou Freire. Baseado nisso, o PPS emitiu, em fevereiro, uma resolução de que candidatos “Ficha Suja” estariam vetados de participar

do pleito pelo partido.Em Ribeirão Pires, o partido concorre ao Paço Municipal

com Dedé da Folha, que teve sua candidatura indeferida por conta de uma condenação por abuso de poder econômico ocorrido nas Eleições 2004 por ter encartado material de cam-panha no jornal de sua família, a Folha de Ribeirão Pires. Tanto em Ribeirão Pires quanto em São Paulo, no Tribunal Regional Eleitoral, ele teve seu registro indeferido, recorrendo agora à ins-tância superior (o TSE), que deve apreciar o caso nas próximas semanas.

A lei foi originada a partir de um processo de iniciativa popular que contou com

cerca de 1,3 milhão de assinaturas

Essa decisão é excelente. Muito importante para melhorar os

costumes políticos no país” - Roberto Freire

o PPS emitiu, em fevereiro, uma resolução de que candidatos “Ficha Suja” estariam

vetados de participar do pleito pelo partido

Um dos partidos mais atuantes para que a lei tomasse esses contornos e tivesse validade

retroativa foi o Partido Popular Socialista (PPS)

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Dê uma nova carapara o futuro do

Brasil. Vote limpo.

Valorize seu voto.

Vote pela sua cidade.

Vote Limpo.

Votar Limpo é escolher bem os candidatos. Nestas eleições, fique de olhos bem abertos. Faça valer a Lei da Ficha Limpa e eleja o melhor representante para a sua cidade.

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Projeto sustentávelpode melhorar Ribeirão Pires

Por Isabella Veiga

Uma análise da atual situação de capitação de lixo da cidade, nos permite chegar a números relativamente altos. Essa reflexão nos faz pensar em uma saída sustentá-vel para o problema.

Atualmente, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Pires destina seu lixo para a Lara, Central de Tratamento de Resíduos, que fica em Mauá. Todo o trâmite de coleta e destinação para o aterro, custa em média R$157,00. Como nossa cidade produz 23 toneladas de lixo por mês, temos um total de gastos mensais que chega a R$35.000. Um valor que se olhado isoladamente não assusta tanto, mas se tornado anual, chega a um gasto de R$400.000.

Esse valor deve ser agravado pelo desperdício, pois Ribeirão pode ser um modelo de capitação de lixo que vira adubo orgânico.

A soluçãoA saída é viabilizar maneiras de o lixo ser reduzido, até

porque os aterros possuem vida útil limitada e podem (se não tiver capitação correta) prejudicar o meio ambien-te.

Reduzir o lixo não é uma missão difícil, basta dividir a cidade em setores e colocar um coordenador ambiental

para cada área. Assim, este responsável iria à casa da pessoa com um balde e perguntaria se ela tem algum lixo orgânico para jogar ali.

Este processo seria feito da seguinte maneira: em um local com terra, o lixo orgânico seria intercalado com fo-lhas e remexido de tempo em tempo. Assim, em meses o lixo viraria um potente adubo para plantas, que seria dis-tribuído em locais da cidade, como parques ambientais e ganhar uma utilidade.

Essa idéia aparentemente revolucionária, que geraria menos gastos é baseada em um projeto bem sucedido no sul do país, o “Revolução do Baldinho”.

A vantagem está em dar uma finalidade adequada para mais de 50% do lixo doméstico (só 44% é inorgânico) ao mesmo tempo em que melhora a estrutura e aduba o solo, gera redução de herbicidas e pesticidas devido à presença de fungicidas naturais e microorganismos, e aumenta a retenção de água pelo solo.

Faça sua própria composteira Segundo a Escola de Jardinagem do Parque do Ibira-

puera, em São Paulo, para fazer sua própria composteira, basta seguir quatro etapas simples. São elas:

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Primeira etapa - Você deve ter um recipiente para colocar o material orgânico. Pode ser um pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.

Segunda etapa - Em baixo do recipiente no qual você vai colocar o material orgânico, deve haver outro que vai “reco-lher” o chorume. Pode ser uma bacia mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia.

Terceira etapa – Para a compostagem funcionar é preciso seguir um método. O segredo é sobrepor os tipos de resíduos or-gânicos, ou seja, o processo é feito em camadas. O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de matéria seca (papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho) e matéria úmida (lixo orgânico). Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material úmido e assim por diante. Termine com a camada seca, para evitar mau cheiro e não tampe a composteira, pois o material não pode ficar aba-fado. Manuseie sempre a composteira com luvas.

Não é tudo que você pode jogar na sua composteira. Pode ser usado: resto de leite; filtro de café usado; borra de café; cascas de frutas e sobras de verduras e legumes; iogurte. Não pode ser usado: restos de comida temperada com sal, óleo, azeite, qualquer tipo de tempero; frutas cítricas em excesso, por causa da acidez; esterco de animais domésticos, como gato e cachorro; madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plás-ticos, papel plastificado; cinzas de cigarro e carvão; gorduras animais (como restos de carnes); papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.

Quarta e última etapa – Depois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70ºC. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser

feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocan-do o material de lugar, para uma outra lata, por exemplo.

O tempo para ter o adubo final varia em função da quanti-dade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo e ter o adubo em 2 ou 3 meses. Algumas dicas são importantes para saber se o proces-so está concluído: o adubo deve estar com a temperatura do ambiente, a cor é escura, o cheiro é de terra e se passado nas mãos, elas não ficam sujas.

Conheça o projeto “Revolução do Baldinho”A cerca de três anos, uma corrente do bem tomou conta

das ruas de Florianópolis. Um grupo de pessoas se organizou para arrumar uma solução viável para melhorar a destinação do lixo público da cidade. Assim, o que era descartado pelas pessoas pôde virar adubo e melhorar a qualidade de vida nas comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte.

Coordenado pelo CEPAGRO (Centro de Estudos e Promo-ção da Agricultura de Grupo), o projeto “Agricultura Urbana e Revolução dos Baldinhos” teve apoio inicial da ELETROSUL e chegou a receber o Prêmio de Meio Ambiente do CESE, que continuou a viabilizar a ideia. Outra força vem do apoio de vá-rias creches, escolas, da casa Chico Mendes e da ACAMOC (Associação Comunitária de Meio Ambiente).

No grupo que defende e fez a ideia acontecer estão as bol-sistas e funcionárias do projeto, Rose Helena Rodrigues e Ana Carolina Conceição e os assistentes e também bolsistas Maicon e John Pitter.

O projeto funciona com a ajuda da comunidade. Cerca de 90 famílias participantes ganham um baldinho para separar o lixo orgânico de sua residência. Um número de 30 famílias re-cebe uma bombona, vira ponto de recebimento dos peque-nos baldes e se torna PEVs (Pontos de Entrega Voluntária). Os moradores levam seus baldinhos até os PEVs e duas vezes por semana os membros do “grupo do bem” passam com carrinho puxado a mão para coletar as bombonas. Todo o material or-gânico é então levado para a Escola Américo Dutra Machado, que cedeu parte do pátio como apoio ao projeto. Mensalmen-te são retiradas seis toneladas de resíduos orgânicos das ruas e no primeiro ano de projeto o grupo reciclou 29,5 toneladas.

Projeto Baldinho

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A força de Elza da Silva Carlos é inquestionável. Professora e política, ela tem sua trajetória conhecida principalmente por “brigar com unhas e dentes” pelas causas que acredita. O que poucas pessoas sabem, é que essa potência vem de berço. Sua família sempre foi muito politizada e introduziu naturalmente a ainda pequena menina no mundo das lutas sociais.

A história de Elzinha começa de maneira tocante quando ainda estava na barriga de sua mãe. Seu pai, vítima de um AVC, faleceu sem saber que sua esposa estava grávida. Por tanto, a pequena já nasceu sem a figura do protetor. “Minhas irmãs Ritinha, Ercília, Lourdes, Maria e Conceição participaram fortemente da minha educação e, junto com minha mãe, nun-ca me deixaram faltar nada”, conta.

A família da professora é grande. Caçula de 11 irmãos, sempre foi orientada a lutar por seus ideais. “Na escola quan-do acontecia um problema, eu me envolvia, tomava partido e buscava a solução”, explica.

Ainda sobre os tempos de estudante, ela conta um episódio que mostra como sua personalidade já era forte. Aconteceria um desfile em sua escola e Elzinha já se animou toda e começou

a “se ver” em cima do carro alegórico. Acontece que o tema do desfile era “família real”, quando soube que uma criança seria pintada de negro para representar um escravo, se manifestou para participar. Todos olharam espantados e responderam que não tinha sentido uma garota negra querer representar alguém da aristocracia. Sem pestanejar e disposta a desfilar no carro de qualquer maneira, respondeu: “Eu vou de escrava”.

A resposta surpreendeu a todos e assim de fato aconteceu. “Nunca tive problema com a minha cor, pelo contrário, me or-gulho dela e me parecia um absurdo pintar uma criança. No fim desfilei feliz e onde eu queria”, narra de maneira bem hu-morada.

Foi também na juventude que a professora foi introduzida na política. Ela conta que chegou a conhecer outros partidos, mas acabou seguindo a militância familiar do PT (Partido dos Traba-lhadores). Dali para frente, nunca mais parou. O estofo intelec-tual adquirido na vida, atribui ao que aprendeu como membro da JOC (Juventude Operária Católica), foi lá que conheceu as obras e histórias de Karl Marx, Leon Trotski, Rosa Luxemburgo, Lê-nin e Martin Luther King, entre outros pensadores. Começava a se construir uma política completa, com mais consciência de sua potência.

A intelectualidade foi fortalecida com sua formação acadê-mica. Estudou história e passou a lecionar nos colégios estadu-ais, logo se filiou ao APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e naturalmente se estabeleceu como liderança política daquele grupo. Por conta disso foi con-vidada a se candidatar pelo PT. Foi bem votada na primeira tentativa, logo na segunda, em 2000, foi eleita e na gestão de 2004 teve seu trabalho reconhecido com sua reeleição.

Em seu mandato, conseguiu que muitos dos seus projetos fos-sem aprovados. Entre eles: Criação do Conselho Municipal de Combate, Tratamento e Prevenção da Dependência Química, diminuição do número de alunos nas salas de aula das Escolas Municipais, instituição do Feriado Municipal de 20 de novembro “Dia da Consciência Negra” e projeto pelo fim do nepotismo. Além das enumeras ações políticas, como ser representante do Brasil no Fórum Afro América 21 em Cali na Colômbia e realizar o primeiro semanário da juventude.

Muitas são as propostas para o novo mandato. Exigir dos órgãos competentes a implementação da Delegacia da Mu-lher, cobrar do poder público a instituição de programas que viabilizem o acesso da juventude ao primeiro emprego, apoiar as legítimas manifestações da sociedade civil, construir em par-ceria com os sindicatos propostas de ações que viabilizem a formação e valorização dos professores e profissionais de Edu-cação, são algumas das propostas da plataforma política da candidata do PT.

Elzinha: política por herança familiar

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Por Isabella Veiga

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Por Isabella Veiga

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Impossível lembrar a história cultural do município sem citar o nome do professor Leandro Colodro. Ele esteve nos primeiros acontecimentos teatrais da ci-dade e participa do desenvolimento deste segmento artístico até hoje. Não foi só o trabalho de Leandro que teve força nos palcos, sua vida amorosa tam-bém nasceu ali.

Em 1994, Leandro viveu uma transformação muito grande em sua vida: decidiu ser ator. Nascia ali não só um artista, mas uma forte consciência política li-gada à cultura atuante nas gestões de Valdirio Prisco e Maria Inês. “Tive o prazer de trabalhar diretamente com Alexandre Mate e Ivan Rousseff e me guio até hoje pelo que aprendi com eles”, conta o professor. Foi nesta época que o professor conheceu a jovem e bela Cecília Muniz.

Em 2000, sua parceira e também atriz anuncia que está grávida. A barriga crescia junto com o rela-cionamento dos dois. Ela entrou em cena barriguda até a pequena Izabela vir ao mundo. Com a chega-da dela e também da segunda filha Manuela, o casal passou a sonhar e lutar por um mundo melhor juntos. É seguindo esse pensamento que hoje Leandro é can-didato a vereador pelo PT.

Mas não foi só no teatro que o candidato marcou sua trajetória. Em 2003 trabalhou como coordenador do eixo de inserção social da Agenda 21. Foi mem-bro do Conselho Tutelar, na única gestão que teve

uma prova de qualificação para escolher a equipe. Participou da Guarda Mirim, fundou e presidiu a Arca (Associação Ribeiraopirense de Cidadãos Artistas). E foi com seu comando que em 2004 a associação foi contemplada pelos “Programa Primeiro Emprego” e “Plano de Qualificação – PNQ” do Governo Federal. Também foi bolsista pelo “Escola da Família” traba-lhando no “ABC dos bairros”. Além de ter atuado como Conselheiro do Orçamento Participativo em 2000.

Formado em Educação Física, Leandro é profes-sor da Prefeitura Municipal de Ribeirão Pires e tem seu trabalho como importante instrumento de transfor-mação social. “Acredito que conhecimento não se impõe, o papel do educador é dar sede para que o aprendiz queira sempre saber mais”, explica.

Caso seja eleito, o candidato vai usar sua baga-gem para trabalhar pela cultura, cidadania, educa-ção e juventude. Entre as propostas para essas áreas estão: cobrar maior repasse para o Fundo Municipal de Cultura, criação de fóruns de debate em todos os âmbitos sociais, exigir a valorização efetiva do profis-sional da educação, fiscalizar a qualidade do Ensino Municipal e lutar pela criação de mais cursos profissio-nalizantes para os jovens. “Todas as minhas propostas são relacionadas com as áreas que atuei e entendo, por conta disso sei que tenho contatos e meios para torná-las reais”, finaliza.

Leandro e sua família

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1 – Olá! Tudo bem? Primeiramente, qual o seu nome?Eu sou o Amarelão, tudo ótimo!

2 – Você sempre viveu aqui, no calçadão da Cidade de Santos?

Sim, muita gente me vê por aqui. Vira e mexe, tenho al-guns amigos que me fazem companhia. Mas os meus maio-res parceiros são os taxistas aqui da praça. Até me arruma-ram uma caixinha nova e quente para eu dormir! Adoro eles...

3 – E esses amigos? Por onde andam?Ah, eles não são tão fieis como eu. Vem e vão conforme

a comida acaba. Mas eu fico por aqui. Afinal, alguém tem que conhecer a cidade e apresentar às visitas, né?

4 – Que lugar você mais gosta em Ribeirão Pires?Quer saber mesmo? Gosto da Rodoviária Velha. Lá eu

consigo me proteger da chuva e também daqueles moços que distribuem papeis com fotos de um monte de gente que eu nunca vi, com um monte de números que nem sei para que servem.

5 – Ah, seu Amarelão, são propagandas eleitorais! Esta-mos em época de eleição!

Ah, entendi... nem sei o que é eleição, mas só sei que tem um monte de gente mal educada que fica jogando um monte deles na minha caixinha. Dá um trabalhão para arrumar. Ainda se fosse aquelas placas enormes...

6 – Que placas?Aquelas que tinham na rua. Pelo menos, tinha um monte

de lugares onde podia arrumar uma sombrinha, fazer um xixizinho... elas sumiram todas!

Parece até aqueles moços que estavam com a cara ne-las...

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“É seu dever ser solidário com as pessoas”, esse é o ensina-mento que um pai fez questão de que seus filhos aprendessem na prática. “Mesmo com as dificuldades que passamos, sempre tivemos o objetivo de ajudar as pessoas e não mediamos esforços para trabalhar em favor do nosso próximo”, revela um dos filhos que hoje é conhecido na cidade inteira pelo seu envolvimento em ações sociais. Foi assim que Edson Savietto, hoje vereador em Ribeirão Pires, foi educado a cuidar dos menos favorecidos e tem sua vida pautada nos movimentos sociais.

Banha, como também é conhecido, é de uma família tradi-cional católica e desde pequeno os princípios religiosos de amor ao próximo e serviço dedicado permeiam sua vida. Isso o moti-vou a participar em diferentes movimentos, como por exemplo, na diretoria da APAE quando tinha apenas 32 anos ou quando presidiu o Conselho Municipal de Defesa da Criança e Adoles-cente. “O que mais gosto de fazer envolve o trabalho com as crianças e adolescente. É muito importante cuidar da educação das crianças porque é na infância que se molda o caráter”, en-fatiza Banha.

Esse interesse social conduziu Banha para a política de modo natural. Em meados de 1988, ele já militava entre os membros do Partido dos Trabalhadores. Em 1996 colaborou na campanha de Maria Inês, sendo candidato e, por ser um conhecido comercian-te, a intenção era somente ajudar o partido. “Entrei mais para aju-dar na campanha da Maria Inês e acabei ganhando”, recorda.

Assim, como vereador, Banha começou a aprender uma nova realidade, ampliando sua forma de ajudar as pessoas. “As coisas mudam. Com o comerciante, vivia num mundo restritivo. Como vereador conheci os bairros e o conceito da vida mudou muito”. E foi justamente essa oportunidade no Poder Legislativo que ensinou Banha a reconhecer e aplicar várias outras formas de ‘servir’.

“As pessoas não conhecem muito bem o trabalho de um vereador”, comenta Banha ao revelar que, até mesmo em suas horas de descanso, recebe ligações de pessoas pedindo sua aju-da para as mais variadas situações. “Como meu hábito é nunca dizer não, meu celular está sempre ligado e, no que eu puder ajudar, sempre colaboro”.

Dessa forma, o candidato a reeleição busca cooperar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Hoje te-nho mais experiência e vou usá-la para continuar a fazer minha parte”.

O apelidoQuando Edson era criança, enquanto jogava futebol com

uns amigos, recebeu um apelido que “colou” e hoje, as pessoas mais o conhecem pelo seu apelido do que pelo seu nome real. Foi assim que o Banha virou uma espécie de marca registrada do vereador, filho, amigo e militante Edson Savietto.

Por Thiago Quirino

Banha – uma vida de serviço social “Sonho com uma sociedade mais justa e igualitária

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No último dia 8 de setembro, uma constelação de craques desfilou pelo Estádio Felício Laurito, sede do Ri-beirão Pires FC, no amistoso entre a Seleção Paulista de Masters e a Seleção de Ribeirão Pires, que contou com as presenças de renomados ex-atletas como Evair, Müller, Axel, Paulinho Kobayashi e Sérgio, em celebração ao centenário do Ribeirão Pires F.C. Com dois gols de Evair, um de Magu, um de Pedro Paulo, um de Axel e um de Michel, a Seleção Paulista venceu os ribeirãopirenses por 6 X 1. Amaury descontou para o time da casa. Veja os melhores momentos em fotos:

Por Danilo Meira

Veteranos dão show e goleiam seleção de Ribeirão Pires

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Foto 1: Equipe alinhadas para o Hino Nacional. Foto 2: Magu marca primeiro gol da Seleção Paulista. Foto 3: Pedro Paulo sobe no “terceiro andar” para ampliar a contagem. Foto 4: Amaury descontou para o time da casa. Foto 5: Sergio autografa camisas de torcedores. Foto 6: Evair concede entrevista após o jogo. Foto 7: Müller também falou com o repórter.

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Casado há 21 anos e pai de quatro filhos, o professor Hélio teve em sua vida diversas passagens que o fizeram ser conhecido e respeitado tanto no bairro onde vive, o Parque Aliança, como fora dele. Aos 16 anos, iniciou no movimento estudantil e, por vir de uma formação teatral, sempre se mostrou engajado com as causas políticas. Com isso, ainda jovem, conseguiu uma grande conquista ao ser precursor do passe grátis para estudantes, apenas uma pequena mostra do que faria no futuro.

Idealista e inovador, Hélio sempre participou de mo-vimentos políticos, como a UMES, grêmios e APM. “Em to-das as atividades que aconteceram no Viscondão (escola tradicional de Mauá), estava presente”, lembra. Depois disso, passou a trabalhar junto com políticos de destaque na região, o que usou como uma forma de aprendizado: “gostava de ajudar, independente de legenda”, relembra. Entretanto, resolveu mudar o foco: “não concordava com algumas coisas e resolvi me afastar. Assim, fiquei longe do meio político por dez anos (1990 a 2000)”, relembra.

Obedecendo ao dito de que se faz política todos os dias, usou as lições que aprendeu em sua vida pessoal: “entrei na faculdade (Fefisa, em Santo André) em 1992 e lá eu sempre coordenei trabalhos de grupo. Na época, havia um problema de pagamento com alguns alunos e conseguimos com a direção da faculdade a cessão de bol-sas aos menos favorecidos”, lembra. Em 1993, começou a trabalhar em diversas áreas, começando pela atual: “tive uma academia em São Paulo, fui comerciante, tive loja de artigos para noivas e uma adega até que montei, há 13 anos, a academia Start & Walk, no Parque Aliança”, expli-ca. “Me considero um empresário de sucesso, já que ini-ciei meu negócio com 20m² e hoje tem 200m²”, completou. Dedicado à área, é especialista em obesidade, ginástica laboral, musculação de alto nível, trampolim acrobático (cama elástica) e medicina chinesa (Lien-Chi).

Ele ainda fez trabalho voluntário, levando professores de educação física, curso no qual é formado, para escolas municipais de Ribeirão Pires. “O esporte ajuda muito as crianças independente da situação”, afirma. Formado na Escola de Circo de Santo André, usou seus conhecimentos para atuar como palhaço com crianças: “fazer crianças sorrir

não tem preço. Certa vez, fiz um show na Casa Vida, que auxiliava crianças com o vírus da AIDS que me marcou mui-to. Você via a necessidade de carinho para elas. Naquela época, o preconceito era muito mais forte e, as pessoas sentiam medo de gostar daqueles pequenos. Dar alegria a eles foi uma experiência sem igual”, relembra.

Hélio participou também do movimento sindical. Traba-lhou na indústria da borracha durante uma década e sem-pre foi membro da CIPA (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes), quando, por sinal, procurou o teatro. “Sem-pre fui participativo em tudo”, lembra. Essa postura natural-mente o conduziu a política. “Em 2001, me filiei ao PT de Ribeirão Pires”, explicou.

Com o tempo, veio a idéia de fazer mais pela popu-lação. “Ajudava muita gente e as pessoas questionavam sobre o porquê de não sair como candidato”, explicou. Nesta eleição, em prol de mais Esporte, Educação e Saú-de, se candidatou. “Penso que todo político não é igual, pelo contrário. Há aqueles, como Eduardo Suplicy, Aloísio Mercadante e Lula que fazem a diferença. Eu quero ser as-sim”, explicou, antes de concluir: “tenho certeza de que vou ser um bom vereador. Aliás, não adianta ser bom, tem que ser ótimo. Na minha vida, sempre procurei ser o melhor do que faço e tenho certeza de que, se for vereador, vou ser um dos melhores que esta cidade já teve e farei história. Serão dezessete e quero ser o melhor deles. Não vim para passar, mas sim para ficar”.

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Por Danilo Meira

“Não vim para passar, mas sim para ficar”

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Atuando como palhaço, Hélio levou alegria a crianças com o vírus da AIDS

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Há pessoas que vem para apenas passar pelo mundo e outras especiais, que vêm para fazer a diferença mesmo que para isso seja necessária uma série de provações. Nessa categoria, en-

quadra-se Carla Soares, uma guerreira que tem como principal virtude não se desgarrar de seus ideais. Hoje, ela é uma pessoa casada, com uma filha e uma carreira de sucesso, mas por trás

disso há uma história rica, cheia de reviravoltas e, principalmente, de muita persistência.

Carla Soares uma mulher de ideais

Por Danilo Meira

Carla Soares e sua filha Julia

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Nossa história come-ça há 26 anos, quando ela chegou a Ribeirão Pires, mais especifica-mente ao Jardim Caçu-la, com sua família para uma nova fase, todos cheios de esperanças e em busca de uma vida melhor depois de uma fase complicada. Ela mesma conta: “An-tes de ir para o Caçula, morei na Favela do DER (loteamento que origi-na da época da cons-trução da Via Anchie-ta), em São Bernardo. Era obrigada a dormir no chão por causa dos tiros que passavam por dentro dos barracos. Para se ter uma idéia, quando chovia, alaga-va a minha casa, tinha ratos”, explicou, antes de contar como foram parar lá: “morávamos no Jardim Irajá, mas a situação complicou e não tínhamos mais con-dições de pagar”.

A escolha da famí-lia por Ribeirão Pires foi meramente econômi-ca: “viemos porque era mais barato e fomos para o Jardim Caçu-la. Inicialmente, mo-ramos no alto do mor-ro, em barraquinhos ao mesmo tempo em que construímos nossa casa, na parte baixa”, explicou. Foi aí que teve o seu primeiro em-prego: “nessa época, tinha apenas 9 anos, mas ajudava o meu pai a montar as vigas em casa e depois carregá-las para a construção. Tenho calos nas mãos até hoje por conta dis-so. Ajudei em todas as etapas”, lembrou, exi-bindo as marcas deste tempo ainda aparen-tes.

E esse foi apenas o começo. Como todos os que já construíram bem sabem, uma obra demanda recursos financeiros muitas vezes além do planejado e, consequentemen-te, uma série de dificuldades. Carla não furtou a ajudar: “Fui babá, cuidando dos meus irmãos e dos filhos de uma vizinha. Mais tarde, fui faxineira, artesã (fazia flores artificiais), empregada doméstica, pintei panos de prato para ajudar em casa”, lembrou, antes de fazer uma análise positiva: “tudo o que vivi me fez amadurecer muito rápido”.

Dentro deste processo de amadurecimento, ela ganhou destaque em sua escola, com ações maduras e conscientes para uma garota de 10 anos. “Recentemente, uma ex-professora minha do Farid Eid lembrou que, na terceira série, eu usava o intervalo para arrecadar livros para construir a biblioteca comunitária”, comentou. Além da escola, sem esmorecer com as obrigações familiares, também assumiu compromisso com a Igreja na Paróquia São Judas Tadeu, que fica no próprio Jardim Caçula. Nesse ínterim, Carla ainda teve uma sentida perda familiar, o que a deixou ainda mais próxima da religião. Lá, ela fomentou sua vocação: “Fui catequista de crisma, criei projetos de arrecadação de alimentos, de roupas... a minha felicidade é porque eu ajudo as pessoas”, comenta, antes de ressaltar: “minha intenção era deixar os jovens dentro da igreja, os auxiliando a encontrar o caminho correto com essas atividades. Penso que não basta só orar. Orar sem ação não resolve”.

Ela também criou um coral, que chegou a contar com 60 crianças. Sobre isso, há uma passagem recente: “visitei uma instituição de caridade e encontrei um jovem que partici-pou do coral que criei. Eu o reconheci e ele me disse que estava ali voluntariamente após ter encontrado a vocação para voluntariado naquela época. Fiquei radiante em saber que as crianças daquele projeto estavam encaminhadas para o caminho correto”. Com isso, foi natural que também auxiliasse na Associação de Moradores do bairro, trabalho que iniciou aos 16 anos e a aproximou de outra área: a política. “Sempre fui líder das atividades, de sala, de eventos. Com isso, acabei auxiliando um candidato a vereador (nas eleições de 1996) que era da igreja e do bairro, meu vizinho. Alguns dias depois, fui chamada a auxiliar na campanha da prefeita que foi eleita na ocasião. Fui para ajudar mesmo, não tinha intenção de nada”, afirmou, antes de lembrar uma passagem: “mi-nha mãe questionava porque não ganhava nada, mas não era o dinheiro, mas sim a satisfação que me motivava. Para mim, é natural ajudar”, explica. “Acabou a eleição e estava pensando no que iria fazer, qual profissão iria seguir. Médica, Advogada, seriam excelentes, mas a minha idéia era poder ajudar quem não pode. Já tinha me formado no Felício e entreguei a Deus que, aos 18 anos, me mostrou o caminho. Então decidi que minha participação na Terra para Ele seria a política”, completou.

Comemorando seu aniversário junto a amigos e familiares

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Em janeiro de 97, o candidato que ela ajudou a chamou para trabalhar na Câmara. “Lá, com o dinheiro do meu primei-ro salário, comprei um fogão de seis bocas para a minha mãe”, relembra, sem disfarçar a emoção. A passagem pela Casa de Leis não foi longa: “me decepcionei e fiquei apenas três me-ses. Vi que muitos ali ganhavam bem para fazer apenas no-mes de rua e pedirem lombadas. Mas, apesar do pouco tem-po me destaquei. Tive inclusive convite de outros vereadores que se admiraram com meu trabalho, mas preferi sair”. Nessa época se aprofundou na vida política do Brasil: “acompanha-va a TV Câmara, TV Senado, os jornais. Tudo para aumentar seu conhecimento e poder lutar com mais propriedade pelas pessoas. A seguir, foi para a Secretaria de Comunicação, mas algo lhe incomodava: “comecei a cobrar a execução do que foi prometido na Vila, mas houve situações que não batiam com meus ideais e, por isso resolvi sair do governo”. Então, em novembro de 1998, Carla deixou a prefeitura, a política e, sem renda suficiente, também teve que parar a faculdade.

Olhando para trás, ela analisa a situação de forma positi-va: “foi bom ter saído antes. Na Câmara, a pessoa em ques-tão não foi um bom vereador e isso poderia refletir em mim. Entretanto, saí de cabeça erguida e limpa. Depois, poderia até ter ficado na Administração, concluído a faculdade e fi-

cado calada. Mas não entrei lá para isso, tinha – e tenho até hoje – os meus ideais”.

Depois disso, Carla voltou a fazer artesanato para vender e assim garantir a própria renda até que recebeu novo convi-te para retornar a política e se candidatar a vereadora pela primeira vez: “Em 2000 tive o convite de Valdírio Prisco para ser candidata a vereadora, aos 21 anos. Aceitei e tive 254 votos”, lembra. Apesar da votação não ser suficiente para conseguir uma cadeira, Carla Soares não desistiu: “tão logo houve a posse, em 2001, peguei a lista de vereadores e prefeitos do PMDB e fui conhecê-los, saber como trabalhavam. Recusei al-gumas ofertas, porque isso me afastaria dos meus ideais. Foi aí que conheci meu grande mentor político, Edson Moura (então prefeito de Paulínia, cidade onde tinha um parente), que me disse: ‘menina! Você acabou de perder a eleição e já está aqui para aprender?’. Foi difícil falar com ele, mas ele me disse que me ensinaria tudo: “eu, com a sua idade, não tive nin-guém para me ensinar”, afirmou. A partir daí, ele me ajudou e, inclusive, o acompanhei em diversos eventos importantes do partido, como, por exemplo, a escolha do presidente nacio-nal”, lembra.

Nesse meio tempo, outra instituição apareceu na sua vida.

Presidente do Conseg, Carla entrega medalhas à Policiais Militares

Carla junto ao Dep. Chico Sardelli

Edson Moura, ex-prefeito de Paulínia,mentor político de Carla SoaresCarla recebe homenagem por seu trabalho no Proerd

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O ConsegEm 2001, Carla integrou a instituição que a tornou reconhe-

cida em toda a cidade: o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), algo que foi reflexo de seus trabalhos sociais prévios: “o Cabo Farias me procurou como uma moça que ajudava no bairro. Aí eu passei a ajudar nas aulas do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas) e conheci o capitão da PM na época, o Muniz, que me sugeriu participar do Conseg. Fui, gostei e passei a freqüentar todas as reuniões”.

Dentro do Conselho, foi secretária, vice-presidente e, de três anos para cá, presidente. A segurança, reconhecidamen-te um ambiente masculino, passou a ter uma mulher no co-mando. “Nunca tive qualquer preconceito, não vi qualquer empecilho”, lembra Carla que chegou ao cargo de forma na-tural: “se eu não assumisse a presidência, o Conselho iria ser en-cerrado em uma cidade de 110 mil habitantes. É um trabalho voluntário, sem remuneração, e os que estavam lá mostravam cansaço. Mas era o momento, estava lá há doze anos”, con-ta. “O Conseg me amadureceu e me fez ser vista como uma liderança”.

A viradaEm 2004, Carla voltou a ser candidata, desta vez com 308

votos e seguiu auxiliando políticos, como assessora, “para se-guir o processo de aprendizado e ajudar o povo”, lembrou. Isso tudo aliado ao casamento, que foi em 2001, e à maternida-de, a deixou com mais responsabilidades – e mais disposição. “Quando eu engravidei sabia que era a Julia”, lembra. Ia as reuniões do Conseg de barrigão e tudo”, lembrou. Quando a fi-lha nasceu, ela teve que parar com a política. Com isso, voltou a fazer artesanato e, em 2005, ingressou na equipe master de Vôlei do Ribeirão Pires F.C. “Quando descobri que lá tinha vôlei para as mulheres, me associei para jogar, manter a forma e ter uma vida saudável”, afirmou, antes de ressaltar: sempre fui em prol do esporte. Em 2006, ainda prestou serviço voluntário na Aris (Associação Ribeirãopirense para Integração Social).

Em 2008, Carla Soares foi a protagonista de um fato que

revolucionou a política da cidade. “Era a primeira vice-presi-dente do PMDB e acabei assumindo a legenda com morte do presidente durante o processo eleitoral. Descobri que havia algo sendo feito contra o partido e tentei brigar para que a legenda tivesse seu devido espaço na chapa. Tentaram fa-zer uma nova eleição para me tirar e aí consultei a direção estadual e fui orientada a dissolver o partido. E assim fiz para ficarmos livres para escolher o melhor. Não fiz campanha. Fui prejudicada, mas fiz o certo e mostrei quem era a Carla. Fiquei conhecida no estado inteiro”, lembrou. Um detalhe: nunca an-tes na história de Ribeirão Pires isso havia acontecido.

Erguendo uma bandeiraEm 2010, resolveu deixar Ribeirão Pires rumo à Paulínia. Ao

se despedir do prefeito Clóvis Volpi, recebeu um convite: “ve-nha trabalhar conosco, precisamos de pessoas batalhadoras como você”. Com isso, ela se tornou Chefe de Gabinete na Secretaria de Segurança Pública e voltou à política, paralelo à presidência do Conseg e todas as outras atividades paralelas. Além disso, iniciou o curso superior em Gestão de Segurança Pública, com a ajuda do financiamento público.

Hoje, ela tenta mais uma vez prosseguir com sua missão. Carla Soares é candidata a vereadora e, nesta quarta vez, quer que a história seja diferente: “Já ralei muito para desistir agora. Está em mim ajudar ao próximo e penso que o político tem de ter compromisso com gente, com o ser humano”, ex-plicou, antes de ressaltar: “sei que posso ajudar muito o povo e que a melhor opção seria no Executivo. Mas antes disso, tenho que atuar muito bem no Legislativo para mostrar que tenho ca-pacidade, que posso fazer mais. Não me candidato por mim, pois já sou vitoriosa com tudo o que sei sobre a vida e sobre a política. Ter tudo isso é um presente de Deus. Mas sei que tem muita gente que precisa de mim e que posso ajudar. Todo mundo que faz o que gosta faz o melhor e eu sou assim. Quero cuidar do povo e Deus está esperando isso de mim. Quero ser diferente, marcar a vida das pessoas fazendo a diferença e trabalhando pela felicidade de todos. É o meu compromisso”.

Carla Soares é engajada em vários projetos sociais

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Por Danilo Meira

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Nova face da política municipal, Cléo Meira tem con-seguido destaque por conta de sua postura inovadora e suas propostas voltadas para o desenvolvimento e bem-estar da população.

Casada com o vereador Vicentinho, mãe de 3 filhos, graduada em Letras e Pedagogia e pós-graduada em Gestão Pública, a candidata planeja usar sua experiên-cia de longa data de lutas por melhores condições de trabalho e educação de qualidade em prol de uma Ribeirão Pires melhor, mais humana e digna. “Desde a época de escola, eu brigava para que os alunos fossem melhor tratados. Na sexta série, levava os pedidos e re-clamações dos alunos a diretoria, por exemplo. Lutei, ain-da adolescente, para que a rua onde morava fosse me-lhor, ia a comícios com meu pai, que me ensinou valores como honestidade, integridade e caráter. Não me con-formava com injustiças. Acredito que é uma coisa que nasceu comigo”, explicou, relembrando que nos tempos de sindicato, participou de movimentos sociais e brigou pelo magistério.

“É preciso cuidar das necessidades da cidade. Hoje, por exemplo, para se conseguir vagas em creches, só re-correndo à Justiça, com liminar. Isso não pode acontecer. Muitas mulheres, hoje, são arrimo de família e precisam ter com quem deixar seus filhos. Eu mesma tive, muitas vezes, que trabalhar chorando porque tinha que deixar minha filha em casa para trabalhar. É um sofrimento que nenhuma mãe tem que passar”, explicou Cléo.

De fato, a família ribeirãopirense mostra-se a prio-ridade em suas propostas. “A Saúde está no foco das discussões, já que é fundamental para o bem-estar da comunidade. É possível a cidade ter atendimento médi-co humanizado e eficiente. Vejo que, em Ribeirão Pires há uma grande dificuldade para exames e, por isso, seria de extrema importância a instalação de uma AME (Am-

bulatório Médico de Especialidades), onde as pessoas possam fazer os procedimentos sem ter que se deslocar, muitas vezes, à São Paulo”. Além disso, também tem pro-postas para os idosos “que precisam ter seus direitos res-peitados”, os jovens “que precisam de mais opções de atividades, especialmente esportivas, na cidade” e tam-bém para segurança e o turismo: “A Pedra do Elefante merecia ser melhor explorada”, explicou.

“Penso também que a cidade precisa de uma orga-nização melhor. Bairros distantes, como os das regiões do Jardim Caçula e da Quarta Divisão precisam ter suas próprias subprefeituras para um melhor atendimento”, afirmou. Gosto muito de Ribeirão Pires, é difícil ter um lu-gar perto de São Paulo onde as crianças possam ir sozi-nhas para a escola e brincar na rua. A cidade tem que crescer, mas de forma adequada. Quero que meu neto, que tem nove meses, possa viver tudo isso”, completa a candidata.

ApoioNo último dia 14, ela recebeu mais dois importantes

apoios, o do editor do jornal Mais Notícias e da revista Mais Conteúdo, Antonio Carlos Carvalho, o Gazeta, e de sua esposa, Elisete Helena Carvalho, que se somam a muitos outros espalhados por toda Ribeirão Pires.

“Deixo aqui o meu apoio para fazer de Cléo Meira uma das novas vereadoras de Ribeirão Pires. É uma pes-soa competente que certamente irá trazer novas e boas ideias para a Câmara Municipal na próxima legislatura”, afirmou Gazeta.

“Um político sem apoio da família e dos amigos não é ninguém. E o Gazeta e a Elisete são mais do que amigos, são pessoas que conhecem a mim e ao meu marido mui-to bem. Para mim, o apoio deles é como um apoio de um irmão, de uma irmã, da minha própria família”, concluiu, agradecida, Cléo Meira.

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Empresas de Ribeirão Pires criam oportunidades em Rodada de Negócios

Da Redação

No último dia 23 de agosto, sete grandes empresas de Ribeirão Pires foram anfitriãs da primeira Rodada para Negó-cios do município. Idealizado e promovido pela Prefeitura, em parceria com a ACIARP (Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires), o evento reuniu empresários e pres-tadores de serviços da cidade em busca de novas oportunida-des corporativas.

“Na Rodada de Negócios, os empresários e empreendedo-res da cidade apertaram as mãos, se conheceram e criaram novas oportunidades de negócios dentro do próprio município, o que traz grandes benefícios à cidade, como o aquecimento da economia e a geração de novos postos de trabalho”, de-clarou o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Marcelo Dantas Fonseca.

As anfitriãs CBC, Tubos Ipiranga, COOP-Varejo, Naturaço, Grupo Feital, Ouro Fino e Blitz foram as chamadas “empresas-âncoras”, consideradas compradoras na rodada. Cada uma delas ocupou uma mesa de negócios e recebeu outras 49 pe-quenas e médias empresas dos setores da indústria, comércio e serviço, divididas igualmente em sete grupos.

Em cada rodada, os pequenos e médios empresários apre-sentaram seus produtos e serviços para as empresas âncoras e aos outros participantes. Cada um teve um minuto para se apresentar em cada mesa. Ao final de todas as apresenta-ções, os participantes trocam de mesa, conhecendo novas empresas a cada rodada – sete no total. O tempo foi mediado por coordenadores – um em cada mesa.

“Esse é o primeiro passo que damos no sentido de formar uma rede de negócios e contribuir para que a cidade come-ce a se conhecer coorporativamente. Além disso, com a par-

ticipação de empresas-âncora de fora da cidade, Ribeirão Pi-res se coloca no cenário regional com empresas que possuem estrutura e boas oportunidades”, afirmou o Secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, Marcelo Liochi.

De acordo com o Presidente da Associação Comercial, In-dustrial e Agrícola de Ribeirão Pires (ACIARP), Gerardo Sauter, durante o evento foi possível aproximar pequenos e médios empreendedores e grandes empresas da cidade, que aderi-ram à iniciativa. “Com isso, foram abertas novas possibilidades de negócios, já que foi possível estabelecer e fortalecer os ca-nais de comunicação entre os participantes”, opinou Gerar-do.

Entre as empresas participantes, o diretor da iTeknologika, Marcelo Menato, comentou sobre os resultados da ação. “O saldo da Rodada foi altamente positivos. O evento deve ser repetido e aperfeiçoado a cada ano. Os ganhos para os em-presários e para a cidade são enormes, já que a iniciativa gera oportunidades de negócios, que aumentam a arrecadação de impostos e contribuem para a criação de novos postos de trabalho”, avaliou.

Antes do início das rodadas foi realizada palestra sobre ino-vação e tecnologia, com a KPMG. Também foi realizado co-quetel com os presentes, dando mais espaço e tempo para os empresários estabelecerem contato e ampliar o networking.

A Rodada para Negócios de Ribeirão Pires foi realizada pela Prefeitura e pela Associação Comercial, Industrial e Agrí-cola de Ribeirão Pires, em parceria com a OBD Eventos. O SEBRAE São Paulo, a CIESP Santo André, Mastermind, Ribeirão Pires Futebol Clube e ACIARP TV apóiam o evento.

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Marcelo Dantas, secretário da SDDER e Gerardo Sauter, presidente da ACIARP

Quarenta e nove empresas participaram da 1º Rodada Portal para Negócios

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Ainda criança, com apenas 7 anos, Renato Foresto veio para Ribeirão Pires. À medida em que ia se tornan-do homem, criava também força nos movimentos sociais. No tratar com as pessoas chegou a uma verdade que é o cerne de sua forma de trabalho: todo poder esta nas mãos do povo e é preciso que ele saiba disso.

Aos 14 anos, Renato recebeu seu primeiro registro na carteira como funcionário e começou a conhecer melhor as formas e relações de trabalho. Foram 10 anos no comér-cio até sair para ser bancário no Bamerindus/ HSBC.

No banco, as discussões trabalhistas eram muitas e Foresto se pronunciava com voz ativa por já ser filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). “Passei naturalmente a ser referência na agência e as pessoas sempre me pro-curavam para ter apoio”, conta.

A liderança política ficou tão forte que logo foi eleito diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, onde partici-pou ativamente de todas as conquistas dos trabalhado-res do setor. A categoria bancária é a única que tem um contrato de trabalho nacional que engloba trabalhadores do setor público e privado, isso garante os mesmos direi-tos a todos, independente da região em que trabalham.

Renato atuou ativamente no sindicato durante o go-verno Fernando Henrique e na passagem para o gover-no Lula. “Por ser uma fase de transição política no país era preciso ter lideranças que indicassem às pessoas os avanços que seriam possíveis nesse novo momento do país, o governo Lula marca o fim da perseguição aos mo-

vimentos sociais”, explica. Depois de muitos feitos bem sucedidos, se desligou formalmente do sindicato para trabalhar na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo no governo Luis Marinho. Neste traba-lho, coordenou a primeira “Feira de Móveis” na Rua Juru-batuba que é sucesso absoluto, pois fortalece o comércio da cidade.

Hoje é candidato a vereador pelo PT e sabe que se for eleito poderá ter mais força nas lutas sociais. Uma delas, em 2010, foi o auxílio para os funcionários do São Lucas que estavam sem os recursos mínimos para se fazer um trabalho digno. Ele conta que conforme a organização criava força, trabalhadores de outros setores se uniam a causa. Foi o caso dos professores que almejavam um aumento de salário e davam maior visibilidade para as reivindicações. Logo obtiveram resultado, o São Lucas ganhou os equipamentos que precisava na época e os servidores conseguiram o reajuste salarial. “Foi um mo-vimento vitorioso porque tinha a força da união por um interesse comum”, narra.

Otoni Pedro de Lima, diretor do sindicato dos ban-cários, conhece muito Renato e não mede palavras para explicar a importância da candidatura do amigo: “Ele tem uma característica muito forte de valorizar a liderança das pessoas comuns. Ao contrário de outros candidatos que querem ser os únicos detentores de conhecimento, ele planta sementes de poder nas pessoas e as valoriza. Tem a generosidade de compartilhar” ressalta.

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Por Isabella Veiga

“O poder está nas mãos do povo”

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Renato Foresto, Dep. Federal Vicentinho, Henrique e Mario Nunes

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Em atividade há mais de 15 anos, o projeto Visão Cidadã, concebido pela ODA (Organizações Didáticas e Artísticas), ajuda na construção e conscientização dos pequenos cida-dãos. A mini-cidade instalada em Santo André, com sinaliza-ção de trânsito, prédios, casas, túnel, parquinho, ruas, semá-foros e faixas de pedestres ensina as crianças. Os pequenos podem interagir com essa estrutura, acompanhados de ato-res profissionais e pedagogos, que representam personagens e conduzem as atividades do dia.

O projeto é composto por algumas atrações, denomina-das por “estações”. Entre elas, Estação Motoristas, Estação Clube do Pedestre, Estação Vigilantes, Estação Conhecimen-to e Estação Segurança Veicular.

Na Estação Motoristas, as crianças aprendem brincan-do com bicicletas, triciclos e seus respectivos equipamentos de proteção. Assumem o papel de verdadeiros motoristas e aprendem a respeitar as regras de trânsito, sinalização e pedestres. Já na Estação Clube do Pedestre, as crianças se caracterizam com adereços e roupas e, guiados por uma guia turística, aprendem a andar pelas calçadas, obedecer à sinalização de trânsito e respeitar os motoristas.

Outro aprendizado ocorre pela observação de um mo-

torista irresponsável na Estação Segurança. O condutor leva as crianças em um ônibus cenográfico a uma viagem imagi-nária e é repreendido pelas ações erradas. Desta forma elas aprendem noções de segurança e manutenção preventiva de veículos. Já na Estação Conhecimento, as crianças parti-cipam de um quiz sobre diversos conceitos relacionados ao projeto.

“Sabemos que é através da educação destes pequenos que conseguiremos que sejam adultos conscientes das leis e regras do trânsito”, conta Odaisa Otero, diretora e produtora cultural da Oda eventos.

A ideia de montar um parque temático foi trabalhada para que as crianças pudessem sair do espaço reproduzindo os conceitos aprendidos. “Nossa missão é tornar a criança responsável, ela recebe uma medalha e esta lhe dá o direito de passar os conceitos adiante. Os pais têm que se cuidar, pois eles têm ‘vigilantes’ no próprio carro”, conta a diretora. Após o passeio os pais sentem o aprendizado pelos alertas dados nas ruas e nos veículos pelos filhos.

Para conhecer melhor o projeto ou agendar uma visita acesse o site http://www.visaocidada.com.br ou entre em contato pelo telefone 11 4977-9264.

“Visão Cidadã” ensina trânsito para crianças

Por Isabella Veiga

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Vivemos na chamada “ditadura da magre-za”. A pressão pelo corpo perfeito faz com que muitas pessoas busquem todos os métodos pos-síveis e imagináveis para ficar com a forma das estrelas de TV. Uma das fontes mais comuns são as dietas publicadas em revista e espalhadas na internet, com as mais variadas receitas, que pro-metem um antes e depois impressionante. Como cada caso é um caso, procurar um profissional da área para entender e tratar o problema é sempre a melhor opção. “Na maior parte das vezes, as dietas recomendadas são para 4 ou 5 semanas, e habitualmente as revistas tem alguma supervi-são para que não haja erros graves sob a ótica nutricional. Contudo, não é raro surgirem dietas completamente absurdas sendo alardeadas pela Internet, em blogs ou divulgadas pelas redes sociais. O melhor é sempre buscar orientação es-pecializada, seja com nutricionistas, nutrólogos (as) ou endocrinologistas”, orienta Antonio Carlos do Nascimento, doutor em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP .

Outro meio de buscar o emagrecimento rápi-do é fazendo uso de remédios, alvo de muitas po-lêmicas. “Os medicamentos para emagrecer são mesmo polêmicos. O engraçado é que pode-mos tudo: tratar o diabetes com medicamentos, quando o principal patrocinador do diabetes é a própria obesidade; tratar a hipertensão arterial,

quando a obesidade é parte integrante do de-sencadear e sustentação da hipertensão; tratar-mos toda a sorte de males da coluna, com cirur-gias e milionárias próteses, sendo que em 90 % das vezes a obesidade é a razão de tais problemas; tratarmos com medicamentos e cirurgias as co-ronariopatias (infecções das artérias coronárias), onde também a obesidade faz parte integrante das causas desencadeantes deste processo vas-cular. Baseado no já exposto, acho que os me-dicamentos estariam sempre indicados, quando médico e paciente vislumbrarem benefícios com o uso dos mesmos, desde que tais pacientes não apresentem contra indicação para o uso destas substâncias”, fala Dr. Antonio Carlos.

Não é difícil ouvir em entrevistas de grandes artistas, principalmente de modelos com corpos esculturais, que eles comem de tudo. Será que re-almente é possível manter o peso adequado sem restrições? “A matemática nunca nos abandona, tudo é uma questão de aritmética: se consumir-mos menos do que gastamos nós emagrecere-mos, o inverso é verdadeiro. A questão é que po-demos nos manter magros comendo alimentos péssimos para o organismo, e aí entra a orienta-ção nutricional”.

Mais informações sobre Saúde estão disponí-veis no site do Dr. Antonio Carlos - www.drantonio-carlos.med.br.A

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Por Dr. Antonio Carlos do Nascimento

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AQueremos paz. A violência aumenta e queremos paz. A violência integra-se cada vez mais nas atitudes cotidianas e falamos em não-violência. Mas como conseguiremos mudar tudo o que nos en-tristece e oprime?

A não-violência só será uma prática verdadeira quando transformarmos a violência que reside den-tro de nós, que exala dos nossos poros, que impera nos atos, que vibra no olhar.

E qual é sua origem? Qual sua razão?Observando melhor só consigo enxergar que por traz de todo ato violento existe muita impotência.

Parece contraditório, mas não é. O violento é incapaz de realizar seu objetivo por si mesmo. É incapaz de se organizar, se frustrar, se relacionar, trocar, refletir. É essencialmente um preguiçoso que não se es-força em melhorar, mas usa com imposição e aflição a energia do outro para se satisfazer. É em última análise um vampiro a sugar o elemento vital do outro para seu contentamento, faz dele seu escravo, seu braço direito, o conduz para onde quer através do medo, opressão e humilhação. Desrespeita completamente a individualidade, viola o direito de se viver a própria vida, não enxerga limites e inva-de sem piedade, pois não sabe como construir, é um incompetente. Bebê chorão acostumado a ter tudo na mão! Aprendeu que depende do outro para viver. Não acredita em si e por isso é medroso e precisa manter o controle externo transformando seu semelhante numa marionete.

Se, como sociedade, continuarmos buscando poderes no externo não alcançaremos a realização dos próprios talentos e recursos e a desejada cultura da não-violência ficará distante. Somos depen-dentes uns dos outros na forma mais primitiva, projetamos no outro nossa felicidade e por isso não compreendemos quem somos. Infelizes e frágeis é o que somos e por isso continuamos tiranizando, en-tristecendo, atrofiando quem invejamos e que no fundo admiramos. Se cada um procurar vencer suas dificuldades e realizar o que deseja pelas suas forças não precisará violentar ninguém.

A não-violência fundamenta-se na autonomia, respeito pela individualidade, compaixão, autoco-nhecimento, paciência, companheirismo e na consciência de que tudo evolui e precisa de tempo e espaço para se desenvolver. Sua raiz não é externa, é interna.

Ala Voloshyn, nascida em agosto de 1956, em São Paulo, filha de imigrantes ucranianos, estudou Psicologia na atual Universidade Metodista de São Paulo. Formou-se em 1980 e desde então atua como psicóloga. Já tra-balhou com a educação de surdo-cegos e deficientes auditivos. Apresentou programa de entrevistas em Web TV.

Ministra palestras e contação de histórias. Mantém blogs pela internet sobre literatura infantil e textos de sua autoria. Tem editado um livro de literatura infanto-juvenil intitulado Pimenta do Reino. É membro da Aca-demia Popular de Letras da Biblioteca Paul Harris de São Caetano do Sul e colaboradora do jornal Enfim, de São Caetano do Sul, e Mais Notícias, de Ribeirão Pires.

Textos: http://alavoloshyn.blogspot.comLiteratura infantil: http://livrosvivos.blogspot.comLivro: http://ala-voloshyn.blogspot.comEmail: [email protected].: (11) 8275-7609Fone: 3565-6609

Cultura da não-violência

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Os bichos de estimação são considerados por muitos como membros da família e toda criatura amada, ninguém gosta de ver sofrer. Existe uma doença contagiosa que deixa seu animal completamente debilitado e que o leva a morte: a cinomose canina. Ela é uma das enfermidades mais preocupantes do reino animal e por isso deve ser evitada.

A médica veterinária Dra Tatiane da clínica “Planet Pet”, explica que a cinomose canina é uma doença altamente con-tagiosa que acomete, principalmente, os cães jovens e é cau-sada por um paramixovírus do gênero Morbilivírus.

Ainda de acordo com a doutora, esta doença é apresen-tada em duas formas, a “sobre aguda”: caracterizada por fe-bre repentina e morte súbita e a “aguda”: quando os animais apresentam sinais de febre, prostração, inapetência, secre-ções nasal e ocular, vômitos e diarréia, podendo ocorrer após, sintomas neurológicos, como paralisia, convulsões e morte.

A transmissão ocorre por contato direto, através de ae-

rossóis ou alimentos e objetos contaminados. “Sua ocorrência é mundial, sem sazonalidade e sem preferência por sexo ou raça, sendo a maior incidência em animais jovens, entretanto pode atingir qualquer idade”, esclarece.

Por ser uma doença degenerativa e devastadora, muitos donos optam por sacrificar o cachorro na tentativa de aca-bar com o sofrimento do animal, mas a especialista considera essa decisão muito delicada. “Atualmente temos mais estudos, medicamentos e técnicas desenvolvidas para acompanhar e amenizar esse sofrimento, a acupuntura tem sido uma alterna-tiva bastante utilizada, assim como o tratamento sintomatoló-gico”, argumenta ao afirmar que a eutanásia deve ser a última saída de um tratamento veterinário.

Saber da existência da cinomose é um ponto importante, pois a doença pode ser impedida através de imunoprofilaxia adequada. “Quem não irá proteger seu bichinho ciente que a doença mata e que há como evitá-la?”, finaliza.

Por Isabella Veiga

Cinomose: a doença devastadora

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Por Danilo Meira

Transformando sonhos em realidade: a incrível história dos bailarinos de Ribeirão Pires

Um sonho pode ser resumido de diversas maneiras. A mais comum é a de ser uma “realização no campo da imaginação”. Mas sempre há aqueles que os fazem virar realidade, os grandes realizadores, aqueles que inspiram outros a alcançar seus ideais. Dentre elas, está uma professora de Ribeirão Pires que conseguiu mostrar que o que pode parecer impossível acontece.

Nossa história começa em novembro de 2011, quando o Nú-cleo de Dança Karen Kihara (NDKK) participou de um evento realizado em São Paulo. Lá, três alunos foram selecionados para participar do Summer Intensive Program do Miami City Ballet, uma das academias mais renomadas do planeta na sua sede, que fica nos Estados Unidos. Começava aí a luta da professora Karen Kihara e os alunos Kauê Augusto, Jadiel Aprígio e Jorda-na Bertoldo para levantar recursos e meios para mostrar o seu talento.

“Foi uma conquista nossa, do grupo. Todos estamos muito fe-lizes por eles”, afirmou, orgulhosa, Karen Kihara. Ela ressaltou a importância de se fazer o curso: “Hoje em dia, as grandes com-panhias querem formar seus bailarinos com seu próprio método. Por isso, para ser profissional, é de importância gigantesca parti-cipar de cursos como este”.

Unidos, todos os alunos do NDKK (e de outras escolas) aju-daram, bem como várias pessoas dentro e fora da cidade, aju-dando de diversas maneiras como, por exemplo, ao participar das muitas ações que foram promovidas para arrecadar fundos como apresentações de dança, festas e eventos beneficentes como a apresentação em homenagem ao Dia da Dança. Tudo isso, somado a reservas financeiras pessoais, viabilizou o sonho e, em 15 de julho, o grupo foi aos Estados Unidos.

Miami

Chegando lá, os jovens se juntaram a 100 alunos das mais di-versas partes do mundo e mostraram seu talento, se destacando nos 15 dias de curso, onde tomaram aulas com alguns dos me-lhores nomes da dança mundial. Dedicado, o grupo que tam-bém teve aulas preparatórias em inglês com a professora ainda no Brasil, conseguiu aproveitar cada momento e foi reconhecido por isso: “Eles ficaram entre os 10 melhores e foram muito elo-giados”, afirmou, emocionada, Karen. Com isso, também foram agraciados com bolsas para continuar os estudos de dança em 2013.

Além do curso, os alunos tiveram oportunidade de sentir um pouco da cultura norte-americana: “Fizemos um ensaio na rua que chamou muito a atenção. As pessoas gostaram muito e res-peitam a arte do ballet e os bailarinos e paravam para parabe-nizar e tirar fotos conosco”, explicou Kauê, que ainda ressaltou: “estamos muito felizes por ter conseguido”. Além das ruas, eles também visitaram locais como a galeria Romero Britto e até mes-mo o parque da Disney, em Orlando.

Na volta, como não poderia deixar de ser, o sentimento foi de orgulho. “Quando cheguei a escola, todos vieram falar comigo, me cumprimentar e saber como foi o curso”, afirmou, feliz, Kauê. “As famílias e os alunos sentiram muito orgulho. Além disso, apro-ximou e uniu ainda mais todos os alunos, que se sentiram muito estimulados pela conquista. Vejo que valeu a pena todo o traba-lho, todo o esforço. Foi uma conquista que nunca havia sonhado e prova que quando se trabalha com seriedade e honestidade, coisas boas acontecem”, concluiu a professora Karen Kihara.

O Núcleo de Dança Karen Kihara se localiza na Avenida Fran-cisco Monteiro, 537, 3º andar – Centro de Ribeirão Pires, telefone 4824-3236.

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A nossa liberdade é torturante. Vivemos a democracia de poucos iluminados em um país de quase plena escuridão. É inconcebível que em muitas cidades do país exista apenas um candidato ao poder executivo. Quando muito, são dois ou três, que, aliás, muitas vezes fazem parte de um mesmo bando. Isso quando um não desiste da disputa para subir no palanque do outro em nome de conchavos que garantam cadeiras nas secretarias futuras. E os jornais de cada dia, tantas vezes ligados a interesses escusos, mentem para um povo que não sabe ler e que de posse de vasta ignorância determina a mentira como verdade absoluta, já que o elei-

tor é como quem atira contra si por não entender os lados da arma que maneja. A ficha limpa é um oásis neste mar de podridão. Somos quase duzentos milhões de detidos nas gar-ras de alguns poucos que roubam para si as informações, as terras, as fábricas, as leis e as corrupções. A nossa democra-cia é, de fato, torturante. Ela é um fardo, inclusive para os candidatos aos cargos legislativos que normalmente não são iluminados. E eles existem aos montes, entopem as nossas cai-xas de correio, visivelmente por ambição a um farto salário para um parco cargo quase que sem função. Via de regra, é gente ralé, hoje em dia, de qualquer classe social, que se submete aos iluminados de plantão, que já foram aprovados em todas as sabatinas de corrupção para serem a bola da vez e chefiarem as coligações. Contudo, apesar da ampla democracia no que diz respeito ao volume de candidatos a uma vaga no legislativo, quem menos manda é a urna e aí a democracia se desfaz. Há candidato laranja de todo tipo. Há aquele que não põe a campanha na rua porque é fun-cionário público e só quer o salário sem trabalhar. Há aquele que não receberá os votos nem mesmo dos parentes mais íntimos. Há aqueles que já saíram derrotados no formato das coligações que eles não entendem. Há aqueles que vomitam mais dinheiro na campanha do que receberão, se eleitos, du-rante todo o mandato. É há aqueles que todos já sabem que estarão eleitos porque jamais saíram das asas do poder. Na maioria das cidades, poderíamos adivinhar quase todas as cadeiras nas câmaras antes mesmo da eleição. Quanto aos poucos iluminados que se arranham pelo executivo, a disputa dessa gente limpa se dá primeiro no campo judiciário, para ver quem é que consegue esconder a sua própria ficha suja e denunciar a ficha dos outros. E só depois desta rinha, muitas vezes julgada por supremos questionáveis, é que vão às urnas que nos dão o direito apenas de votar em quem já conseguiu varrer a própria sujeira para debaixo do tapete desta hipócri-ta democracia de partidos de aluguel, empreiteiras, acordos, manuseio de fiéis e infinitas formas de mensalões que jamais chegarão aos tribunais.

A democracia dos iluminados

Por: Paulo FrancoFormado em Letras e em Pedagogia e Pós-graduado em Docência para o Ensino Superior. Poeta e escritor, tem 8 livros publicados e dezenas de premiações em nível nacional.

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