revista flames
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Já se passaram mais de 4 anos desde a criação do FLAMES, mas o sonho de aliar ao blogue uma revista digital esteve sempre cá. Depois de meses e meses de discussão, chegámos àquele momento em que decidimos dar o passo seguinte e, assim, fazer nascer a Revista FLAMES. Aqui está o exemplar número 1!TRANSCRIPT
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E AINDA... Mangas VS Animes... Interacção com leitores, autores e bloggers... Palavras cruzadas e muito mais...
Pu
blic
WWW.FLAMESMR.BLOGSPOT.PT
Revista
A tua revista Online do Blogue FLAMES
FLAMES nº 1 — Julho 2014 REVISTA ONLINE GRÁTIS
VISTO À
LUPA
Conhece
melhor um dos
grandes
mestres do
mundo do
cinema...
O panorama literário português segundo quatro autores portugueses - Ana Luiz, Carla M. Soares, Nuno Nepomuceno e Pedro Guilherme-Moreira
PASSATEMPO
DESCOBRE
COMO
GANHAR
ESTE
LIVRO NO
INTERIOR!
2
Seguir-nos nas nossas várias redes sociais é
vantajoso, especialmente nas inscrições para os
nossos passatempos.
Visitem-nos em:
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SPOTIFY - http://open.spotify.com/user/11134298554
YOUTUBE- https://www.youtube.com/user/FLAMESmr/
“Não somos muitas vezes mais magoados por aqueles que amamos e respeitamos do que por aqueles que odiamos e tememos?” (in O Psicanalista , John Katzenbach)
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Mariana Oliveira & Roberta Frontini
conheceram-se durante a licenciatura em
Psicologia na Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação da Universidade de
Coimbra (FPCE-UC).
Quando a escolha do Mestrado as ―separou‖
criaram o Blogue FLAMES para manterem o
contacto... Actualmente, a Mariana trabalha no
negócio da sua família enquanto a Roberta é
doutoranda na FPCE-UC e bolseira pela FCT.
O blogue FLAMES foi criado em Janeiro de 2010 com um objectivo ambicioso: apresentar,
num mesmo espaço, opiniões relativas a diferentes temas relacionados com a Cultura -
Filmes, Livros, Animes, Mangas, Entretenimento, Eventos, Espectáculos e Séries de televisão.
Aquilo que começou por ser um espaço de opinião entre duas amigas acabou por seguir um
rumo inesperado à medida que a interacção com os seus leitores trouxe um novo fôlego e
uma determinação renovada às administradoras do FLAMES. Assim, rapidamente se
avançou para um novo patamar: o estabelecimento de parcerias com diversas entidades. Esse
passo levou, inevitavelmente, à realização de dezenas de passatempos em conjunto com
editoras e com os próprios autores, a maioria portugueses, que viram no FLAMES mais uma
janela para darem a conhecer o seu trabalho.
Ora, o contacto com os diversos autores conduziu o Blogue para um novo e desafiante
caminho: realizar entrevistas aos mais diversos artistas e fazer a cobertura de eventos
relevantes para o panorama cultural português.
Têm sido anos de muito trabalho, de uma dedicação sem limites e de desafios constantes,
mas os resultados animadores servem de combustível para o FLAMES que assumiu como
sua a tarefa de ajudar a levar a todos aqueles que o visitam um pedacinho da interessante
actividade cultural que se produz por esse mundo fora.
Já se passaram mais de 4 anos desde a criação do FLAMES, mas o sonho de aliar ao blogue
uma revista digital esteve sempre cá. Depois de meses e meses de discussão, chegámos àquele
momento em que decidimos dar o passo seguinte e, assim, fazer nascer a Revista FLAMES.
Aqui está o exemplar número 1!
“Não somos muitas vezes mais magoados por aqueles que amamos e respeitamos do que por aqueles que odiamos e tememos?” (in O Psicanalista , John Katzenbach)
A Número 1
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Rúbricas
Para mais informações contacta-nos para [email protected] REVISTA FLAMES 1—Propriedade: Mariana Oliveira e Roberta
Frontini (administradoras do blogue FLAMES—www.flamesmr.blogspot.pt). Colaboradores forçados a participar a custo zero:
Administradora do blogue Panóplia do Nada, Alípio Vieira Firmino, Ana Luíz, Ana Pinho, Cândido Almeida, Carla M. Soares, Cátia
Almeida, Filipa Fernandes Caçador, Hélder Peleja, Helena Osório, Joana S. Almeida, João Amorim, Jaqueline Miguel, Marvin Oliveira,
Nuno Nepomuceno, Paulo Freixinho, Pedro Guilherme-Moreira, Raquel Lains e Sílvia Mota Lopes. Os artigos desta edição seguem ou não
as regras do novo Acordo Ortográfico consoante a vontade dos respectivos autores. A sua aplicação não está uniformizada. Este é o nosso
primeiro ensaio… Pedimos desculpa por alguma coisa que esteja menos bem! Esperamos melhorar para o próximo número!
“Ser saudável já é ser perfeito.” (in Irmã, Rosamund Lupton)
OS PONTOS NOS
I’S
Nesta rúbrica, um tema
específico é ―dissecado‖.
É A MINHA VEZ
Leitores do blogue FLAMES dão a sua opinião
acerca de um dos temas abordados no mesmo.
Queres participar no próximo número?
Envia um e-mail para
[email protected] e diz-nos sobre o
que gostarias de falar. Junta-te a nós!
A BLOGOSFERA
NA 1ª PESSOA
Damos a voz a um Blogger
convidado.
VISTO À LUPA
Uma rúbrica onde damos a conhecer uma
personalidade que se destaca na sua actividade
profissional.
PONTOS DE VISTA
Diferentes profissionais dão a sua visão
sobre um mesmo tema.
DIREITOS DE
AUTOR
Autores convidados
respondem a uma mesma
pergunta.
NOVIDADES
As mais recentes novidades do mundo da literatura e da música.
5
Índice Os Pontos nos I’s …………………………………………………………………………………………….. 6
Crónica: da tela para o colchão ……………………………………………………………………….. 8
É a Minha Vez ………………………………………………………………………………………………… 11
Filme ………………………………………………………………………………………………….. 12
Livro …………………………………………………………………………………………………... 14
Anime ………………………………………………………………………………………………… 16
Manga ………………………………………………………………………………………………… 18
Evento ………………………………………………………………………………………………... 20
Série …………………………………………………………………………………………………... 22
Direitos de Autor……………………………………………………………………………………………. 24
Visto à Lupa …………………………………………………………………………………………………… 30
Pontos de Vista ……………………………………………………………………………………………… 32
A Blogosfera na 1ª Pessoa ……………………………………………………………………………… 36
Palavras Cruzadas e Cuririosidades ………………………………………………………………. 39
Passatempo …………………………………………………………………………………………………… 42
Novidades ……………………………………………………………………………………………………… 44
“Às vezes é preciso um certo desequilíbrio para estarmos equilibrados. ” ( in Ponto Zero, Rita Inzaghi)
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Os Pontos nos I’s - Manga ou Anime?!
Sendo um dos principais cartões de apresentação da cultura japonesa para o resto do mundo, os Mangas e Animes são frequentemente confundidos como sendo a mesma coisa. Se é verdade que, com grande frequência, ambas estas formas de arte estão intrinsecamente relacionadas, não é menos verdade que são completamente distintas.
Os Mangas consistem em livros de histórias de banda desenhada de origem japonesa cuja invenção remonta há alguns séculos atrás. Ao contrário dos livros de banda desenhada que se produzem um pouco por todo o mundo, os Mangas têm a particularidade de serem lidos de forma inversa à habitual: começa-se do fim para o início (a típica contracapa no mundo ocidental) e as páginas são lidas da direita para a esquerda. Outra das suas inconfundíveis caraterísticas assenta no facto de os Mangas serem impressos a preto e branco, apresentando cores apenas na capa e na contracapa e em algumas páginas isoladas (geralmente no início ou no final do livro).
Dentro do universo dos Mangas, há vários géneros de histórias adaptadas às mais diversas idades desde, crianças, adolescentes e adultos. Sendo que há mangas direccionados especificamente para cada género, masculino ou feminino. A grande aceitação dos Mangas, tanto pelo público japonês como pelo ocidental, levou a que esta se tenha tornado numa indústria de milhões de euros, sendo uma das imagens de marca do país nipónico. Esse grande sucesso acabou estabelecer uma ligação dos Mangas com os Animes.
Instruções para a leitura de
um Manga.
Capa do 1º volume do Manga
―As Navegantes da Lua‖.
“Uma inteligência limitada é de uma estupidez infinita.” (in Jesus Cristo Bebia Cerveja – A. Cruz)
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Os Animes, do ponto de vista ocidental, são desenhos animados de origem japonesa. Podem apresentar-se sob a forma de série, com vários episódios ao longo de várias temporadas, ou consistirem num único filme.
Muitos Animes são criados tendo por base um Manga de sucesso, daí a relação entre estas duas formas de arte. Mangas como ―Naruto‖, ―Dragon Ball‖ ou ―Os Cavaleiros do Zodíaco‖ alcançaram um sucesso tal que viram as suas histórias serem transportadas para a televisão sob a forma de Anime. O inverso também pode acontecer embora seja um fenómeno mais raro, ou seja, por vezes um Anime tem uma aceitação tão grande por parte do público que a sua história acaba por ser transportada para as páginas de um Manga. Um conhecido exemplo disto mesmo é o Anime ―Pokemón‖ que acabou por originar um Manga com o mesmo nome (embora, facto desconhecido da maioria, tenha sido um jogo de computador a dar origem ao Anime!).
O sucesso dos animes alcançou tamanhas proporções um pouco por todo o mundo que existem legiões de fãs dispostas a comprar todo o merchandise relacionado com o seu Anime favorito ou a participar em Cosplays (encontros entre pessoas que se mascaram das suas personagens preferidas). Contudo, não só o comum fã se rendeu à qualidade da animação japonesa, já que a própria sétima arte se deixou conquistar por alguns dos Animes mais conceituados dos últimos tempos. Tome-se como exemplo ―A Viagem de Chihiro‖, Anime premiado com o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2002 e que venceu o Óscar de melhor animação em 2003.
Anime Samurai X, um dos Animes
de maior sucesso em Portugal.
Merchandise de diferentes Animes.
“Não podes pôr grades no meu pensamento.” (in A Papisa Joana – Donna Woolfolk Cross)
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Crónica: Da tela para o colchão...
(…) em casa
podemos ver um
filme com um par
de cuecas na
cabeça, comer
lombo de porco
sentados na cama
(…)
Nos dias que correm, ir ao cinema, é um ritual de grande elegância e expectativa, que se transforma numa amálgama de bufos de desespero, sobrolhos franzidos e vontade de esbofetear crianças até saberem álgebra a nível académico.
“(…) as mulheres foram feitas para serem amadas, não para serem compreendidas.” (in conto A
Esfinge sem Segredo, Oscar Wilde)
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A primeira vez que passamos as portas de um cinema é um momento mágico que nos inicia numa vida de imaginação fervorosa e que esperamos manter durante toda uma vida. Passámos de um tempo em que havia poucos cinemas e reduzida selecção de filmes, para uma época recheada de filmes mas que temos que vender o nosso carro e o baço do nosso filho primogénito para ter dinheiro para comprar um bilhete duplo, sem pipocas incluídas.
Os aficionados por cinema vêem-se na obrigação de ver todas as grandes estreias, nem que seja no seu minúsculo computador que sobreaquece o colchão onde se apoia (filmes comprados num espaço comercial e não no senhor que vende flores na sexta à noite no Bairro Alto e com devida factura, não o histórico de internet. Pirataria é para pessoas com pernas de pau e palas). É triste abdicar do suspense que só o ecrã gigante proporciona e da desculpa plausível que é comer um quilo de pipocas sem pestanejar. Não obstante, em casa podemos ver um filme com um par de cuecas na cabeça, comer lombo de porco sentados na cama, em casos de incontinência parar o filme vinte vezes e ainda ter o poder de projectar o portátil janela fora caso o desfecho não seja do nosso agrado.
Nos dias que correm, ir ao cinema, é um ritual de grande elegância e expectativa, que se transforma numa amálgama de bufos de desespero, sobrolhos franzidos e vontade de esbofetear crianças até saberem álgebra a nível académico. Quando invisto o tempo e dinheiro para me deslocar a um cinema crio a ilusão que estarei com pessoas sóbrias e tão embrenhadas no filme como eu. Quando de súbdito, tenho alguém a cegar-me
com o foco de luz proveniente do ecrã do seu telemóvel, a voz da peixeira que decide atender o telefone e sussurrar em Si maior que está a ver um filme e ainda não percebeu o enredo, o individuo que parece precisar de sorver as pipocas e o típico casal que não percebe o conceito de quarto. Estes factores externos aliados ao poder de em casa poder mudar de filme vezes sem conta numa noite em busca de um com lamechice q.b. aliada a desmembramentos a alta velocidade, encima de um pastor alemão geneticamente transformado, faz-me reflectir sempre em como podia ter poupado esse dinheiro.
O meu cérebro doentio esquece-se destes pormenores com facilidade recorrente fazendo-me ansiar o dia que vou ao cinema e vislumbro aquele ecrã que me conquistou ao primeiro olhar. Quem nasce com o bichinho da sétima arte irá sempre querer ver todos os filmes, nem que seja para ter a liberdade de falar negativamente dos mesmos. A sétima arte aumenta as nossas expectativas do romance ao assassinato perfeito, mas mais importante, torna-nos sonhadores. Nem que seja pela fresta de uma porta, um bom filme será sempre um bom filme e um sonhador nunca deixa de o ser.
Começámos a seguir o trabalho
desta blogger quando criámos
o FLAMES. Prefere manter o
anonimato apesar de já termos
estado as 3 juntas numa noite
animada!
Neste momento escreve para:
http://panopliadenada.blogspot.pt/
e foi com muito gosto que
vimos que aceitou o nosso
convite para esta crónica!
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É A MINHA VEZ
Nesta rúbrica, Leitores do
blogue FLAMES dão a sua
opinião acerca de um dos
temas abordados no mesmo.
Queres participar no próximo
número?
Envia um e-mail para
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Junta-te a nós!
“Mas aqueles que nos mandaram tanta morte calcularam mal. Subestimaram a nossa fome de vida.” (in O cerco de Leninegrado, Michael Jones).
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Filme
1. Tira plástica revestida com uma emulsão sensível à luz, e na qual se registam as imagens em fotografia e em cinematografia. = PELÍCULA
2. Documento ou obra cinematográfica. = FITA, PELÍCULA
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Dorme bem e bons sonhos... Mais uma vez, Leonardo DiCaprio apresenta-se num dos seus brilhantes papéis, no filme de ficção-científica de Christopher Nolan ―A Origem – Inception‖. Neste filme, vemos DiCaprio numa aventura ficcional que decorre à volta do globo e directamente para o mundo dos sonhos. A sua personagem é Dom Cobb, um ladrão personalizado em obter informações do inconsciente das suas vítimas, durante o estado mais vulnerável da mente: o sonho. Contudo, esta sua ―profissão‖ fez de Cobb um fugitivo da lei e isso custou-lhe tudo o que era mais importante para si: os filhos e a sua própria mulher. Agora, Cobb recebe uma proposta irrecusável: terá a sua segunda oportunidade para, assim, poder regressar a casa com o seu cadastro limpo e estar com os seus filhos. Para tal, terá de realizar o seu último trabalho que se trata, nada mais nada menos, do que ir à origem e implantar uma ideia, em vez de a roubar! Esta película de 2010, foi nomeada para oito Óscares, incluindo Melhor Filme. Foi galardoado em quatro categorias: melhor fotografia, melhores efeitos visuais, melhor edição de som e melhor mixagem de som. Pena não termos assistido (uma vez mais) ao prémio de melhor actor para o Leonardo DiCaprio que tão bem interpretou o seu papel . Este filme de suspense e mistério, prende-nos ao ecrã do início ao fim.
Trata-se de um filme com um início enigmático, pelo que convém que estejam todos atentos especialmente nos primeiros minutos. Para nós, a ideia de roubar sonhos já é algo impensável, quanto mais ser possível ir mais além, ou seja, ser capaz de implantar uma ideia na mente de outra pessoa. A trama desenvolve-se em volta da preparação de uma operação comparada a um jogo com vários níveis, pelo que Cobb e a sua equipa criam um cenário de sonhos
dentro do próprio sonho. No entanto, tudo é possível, basta acreditar que somos capazes, mas ao mesmo tempo o passado mal resolvido pode continuar a perseguir-nos e pode também atrapalhar os nossos planos. Será que o passado de Cobb irá dificultar a sua missão e impedi-lo de reencontrar os seus filhos para sempre? Misterioso no início e mais ainda enigmático no final, quando tentamos perceber se afinal Cobb foi bem sucedido e conseguiu cumprir a sua missão, daí que este filme tenha um final em aberto e que possa ter um final com uma dupla interpretação.
Ana Pinho é enfermeira mas se pudesse ia todos os dias ao cinema, excepto na noite de passagem de ano pois diz-se por aí que costumam fechar.
Este filme de suspen-
se e mistério pren-
de-nos ao ecrã do i-
nício ao fim.
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Livro
1. Conjunto de folhas de papel, em branco, escritas ou impressas, soltas ou cosidas, em brochura ou encadernadas.
2. Obra organizada em páginas, manuscrita, impressa ou digital (ex.: livro escolar, livro infantil, livro técnico).
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Quando um marcador me fez ler um livro!
Cruzei-me com este livro diversas vezes, rejeitando-o sem saber muito bem porquê. Curiosamente foi um marcador que me deu vontade de pegar nele, e ainda bem, pois tornou-se num dos meus livros preferidos. O marcador dizia assim: "O amor é forte como a morte, duro como o inferno." Na história, o belo e atormentado narrador conduz-nos numa estrada sinuosa quando é ofuscado pelo que parecia ser uma saraivada de setas. Despenha-se numa ravina e acorda numa unidade de queimados, sofrendo as torturas dos condenados. É agora um monstro. A sua vida acabou. O início deste livro é bastante intenso, um bocado aterrador até. Os acontecimentos estão descritos tão lealmente que é difícil repelir os arrepios que nos suscitam. Mas vale a pena. É na estadia da personagem principal (da qual nunca nos é revelado o seu nome) na unidade de queimados do Hospital, que vamos ter acesso aos pormenores que constroem a sua personalidade. O que me fascinou foi realmente a forma sarcástica que a personagem tem de ver a vida. Para ele, é como se tudo fosse "um meio para atingir um fim". Não consegui e nem sequer tentei identificar-me com esta personagem no início, talvez tivesse um pouco de compaixão por ela, nada mais. Por outro lado, temos Marianne Engel que aparece um dia, no quarto do nosso n a r r a d o r , c o n f u n d i n d o - o c o m afirmações que não teriam qualquer sentido a esta altura. Marianne é completamente o oposto da personagem principal: é misteriosa, as suas alegações são sempre enigmáticas, tanto para o leitor como para o narrador, mas vai-nos conquistando com as histórias
que nos conta que não fazem parte da acção pr inc ipal . Gos te i de s ta personagem pela sua excentricidade, a forma medieval com que se apresenta, os seus gostos e hobbies diferentes, como esculpir gárgulas. Marianne surge todos os dias e o pouco que nos conta, fâ-lo com a intenção de construir a história que os une. Sendo este livro um pouco fantasia, fiquei contente pelo facto do autor não nos "ter atirado" com um romance cor-de-rosa para cima. A ligação entre estas
duas personagens é muito bem construída e usa por base alguns acontecimentos históricos que eu gostei de pesquisar depois e que o autor também teve a preocupação de elucidar o leitor no epílogo. Numa referência bastante inteligente, a
personagem principal fala-nos muitas
v e z e s d e e s t a r a v i v e r " O
Inferno" (aludindo à obra de Dante),
como o herói que o elemento "fogo"
acaba por salvar!
O que me fascinou
foi realmente a
forma sarcástica que
a personagem tem de
ver a vida.
Joana Almeida é
aquilo que se pode
designar por uma
devoradora de livros.
Nasceu em 1988 e é
louca por gatos.
Coleciona marcadores
e postais.
16
Anime
1. Género de desenhos animados de origem japonesa.
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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A luta entre o Bem e o Mal nunca foi tão interessante...
As administradoras deste blogue têm tanta influência sobre mim que (arrisco-me a dizer) metade dos meus passatempos se devem às suas opiniões. E ―Death Note” não foi exceção! Portanto, depois de uma resistência inicial ―porque animes não são bem o meu género‖ – afinal de contas consegui passar a minha infância sem ver ―Dragon Ball‖ e ―Pokemon‖ – lá me resolvi a ver este anime. E ainda bem que o fiz. Tudo começa quando Light Yagami, o rapaz prodígio do Japão, encontra um caderno bastante banal, à exceção da capa que diz Death Note. Light depressa confirma as regras de utilização: sempre que escreve o nome de alguém e visualiza mentalmente o seu rosto, essa pessoa morre de ataque cardíaco. Sendo detentor de tamanho poder, Yagami resolve exterminar o mal deste planeta e recomeçar uma nova era, matando aqueles que não se e n q u a d r a m n o s e u p l a n o , nomeadamente os criminosos - o sentido moral desta personagem é um tanto ou quanto paradoxal – o que conduz a uma agitação geral e a que o assassino em série seja apelidado de Kira. Até que surge L, o melhor e mais brilhante detetive do mundo, cuja identidade é desconhecida, dando início a um jogo genial do gato e do rato, em que vamos seguindo os pensamentos de um e de outro e as suas deduções totalmente lógicas, mas impensáveis para os comuns mortais. Ao longo dos 37 episódios que
constituem este anime vamos assistindo a uma evolução muito interessante das personagens e das relações que estabelecem entre si, bem como ao aparecimento de novas personagens que contribuem de formas inesperadas para o desenrolar da história e, como não podia deixar de ser, a reviravoltas imprevisíveis (acreditem!). Um outro motivo pelo qual recomendo este anime é o facto de as várias
p e r s o n a g e n s t e r e m o p i n i õ e s completamente antagónicas e daí posturas completamente opostas sobre a situação: há quem dedique a sua vida a tentar descobrir a identidade de Kira mas também há quem o venere incondicionalmente, o que nos obriga a tomar uma posição. Fazendo minhas as palavras do FL AMES: ―é imposs íve l f i car indiferente a esta grande história.‖
Cátia Almeida estuda Criminologia, mas só a semana passada é que ganhou coragem para ver Hannibal. Desde
então, as mentes retorcidas dos argumentistas da série têm-lhe provocado pesadelos.
(…) depois de uma
resistência inicial… lá
me resolvi a ver este
anime. E ainda bem
que o fiz.
18
mANGA
1. Género de banda desenhada de origem japonesa.
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Ikigami... um manga a devorar!
Foi através do Flames, que tive a oportunidade de conhecer este manga. Acabei por ler os 7 volumes que compunham a série (até à data que os li) num ápice. A história é intrigante: no Japão todas as crianças são injectadas e numa em cada X, no corpo entrará uma cápsula que, entre os 18 e os 24 anos, irá provocar a morte da pessoa. Ninguém sabe se foi injectado com essa cápsula. A ideia do governo japonês é que, assim, todos viverão a vida da melhor forma, porque sabem que poderão morrer por volta dos 18 anos. Aos infelizes que têm a cápsula alojada no corpo é-lhes entregue, 24h antes de morrer, um Ikigami - documento que lhe diz que irá falecer. Assim, poderá aproveitar o seu último dia na Terra. É então que conhecemos a personagem principal, cujo emprego é entregar Ikigamis. Cada manga contém também, 2 histórias, as histórias de 2 pessoas que recebem um Ikigami. Como irão reagir? Como passarão as últimas 24 horas que lhe restam? O autor conquista-nos de tal forma que só nos apetece pegar no livro s e g u i n t e e c o n h e c e r m a i s personagens... viver com eles os seus últimos momentos na Terra! A personagem principal é quem entrega os Ikigamis e é alguém com o qual sofri ao longo dos livros. Isto porque no decorrer da leitura se percebe que ele trava uma luta interior muito forte: entre as emoções e a obrigação para com o emprego e o governo japonês. Após ter lido os mangas assisti à adaptação em filme, ou seja, ao Live
Action. Também de nome Ikigami, traz-nos algumas das histórias dos mangas até ao ecrã. Achei que os mangas estavam muito bem retratados. Sem dúvida que foi das melhores adaptações que já vi, bastante superior
a algumas adaptações feitas a partir de livros. Nisso posso dizer que acho que os japoneses são brilhantes. Enfim, a meu ver, este manga não nos traz apenas histórias soltas e desconexas. Faz-nos pensar sobre valores mais importantes, como a vida, a ju s t i f i c a ç ã o d o s m ei o s p a r a determinados fins, a luta interior que por vezes podemos sentir e a forma como, de vez em quando, nos temos de comportar mesmo que isso signifique que não possamos ser leais connosco próprios. Não pensem que por ter desenhos os mangas são para os mais novos. Experimentem ler, pois tenho a certeza de que ficarão surpreendidos com a complexidade das histórias e a p r o f u n d i d a d e d a s t e m á t i c a s abordadas!
Para Alípio Vieira Firmino, a
paixão pela leitura é recente, mas
assim que começou a ler não quis
mais parar! É colaborador no
blogue Linked Books
linkedbooks.blogspot.pt criado pela
escritora Ana Luiz. Gosta de tudo o
que se relaciona com o Japão, daí o
gosto por Animes e Mangas.
O autor conquista-nos
de tal forma que só nos
apetece pegar no livro
seguinte e conhecer
mais personagens.
20
Evento
1. Acontecimento; sucesso. 2. Êxito.
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
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Dar é bem melhor do que receber! O voluntariado apareceu na minha vida aos 16 anos com os segundos jogos da lusofonia em Lisboa. Mal sabia eu que o voluntariado iria ser um dos meus passatempos de eleição. Um dos grandes eventos em que estive envolvida foi o grandioso Rock in Rio Lisboa (comecei na edição de 2012). Na expectativa levava a esperança de 5 dias de diversão e entreajuda, estava disposta a dar tudo por tudo em qualquer que fosse a minha função. Chegou o tão ansiado dia, o evento mais aguardado de muitos portugueses estava finalmente a começar. Nervosa, com borboletas na barriga, sem saber muito bem o que me esperava. Quando falamos em Rock in Rio há logo um click que nos liga à música e à diversão, mas este evento também envolve muito trabalho e muitos voluntários (cerca de 450). Todas as áreas da cidade do rock têm voluntários e quem pensa que nós não fazemos nada e apenas nos divertimos, desengane-se, temos horários a cumprir e tarefas a desempenhar sempre com o intuito de fazer cada um dos visitantes sentir-se especial e em casa. Em 2012, a minha função passava por manter todos os voluntários felizes, ou seja, fazia-lhes o check in/check out, entregava a t-shirt do dia e a lunch box. Momentos mortos também existiam, mas o espírito de entreajuda e diversão estava sempre presente e cada momento menos activo passa a algo alegre e divertido. Até o nosso lixo era reaproveitado, de latas criámos cinzeiros e de caixotes o nosso monumento ao voluntário. Este ano, mais um Rock in Rio, mais uma aventura, mais uma experiência a recordar, pessoas que ficam para lá de um evento de voluntariado e que reencontramos em outros. 2014 ficou marcado por ter tido uma
experiência mais ligada à minha área de estudos. Estive envolvida no grupo de comunicação de vo luntar iado, cobríamos todas as áreas em que os voluntários estavam presentes, mostrando um pouco do seu trabalho. Desde escrever um jornal (o jornal do voluntário) a fazer entrevistas a várias figuras públicas sobre o voluntariado, os
dias eram passados de cá para lá palmilhando todo o recinto do Rock in Rio. Terminávamos sempre com um churrasco do voluntário onde todas as áreas se juntavam e trocavam experiências.Muito trabalho, muito suor, muita diversão, muita aventura mas, mais do que tudo, uma enorme experiência para a vida.
Filipa Fernandes Caçador
tem muitos interesses,
sendo que o voluntariado
em eventos é das coisas
que mais gosta de fazer.
Nos seus tempos livres
gosta de sair com os
amigos, comer chocolate, e apanhar
banhos de sol na praia. Actualmente
reside em Leiria e estuda Comunicação
Social e educação multimédia na
mesma cidade onde mora.
(…) mais uma aventu-
ra, mais uma experi-
ência a recordar (…)
22
Série
1. Obra televisiva ou cinematográfica dividida em episódios, geralmente difundidos com intervalos regulares.
(In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa)
23
Uma série carregada de vitamina C!
Orange is the new black‖ é mais do que uma simples série. É uma compilação de histórias de vidas tão diferentes mas que de algum modo acabam todas de igual: fatos laranja. Mas, assim como a cor dos fatos muda, os sentimentos que temos por todas aquelas personagens também se alteram. Aprofundam-se, revoltam-se, enternecem-se. A história é- nos contada no passo exacto que nós queremos. E quem pensa que ficará preso a uma única linha temporal aborrecida e previsível que tire o cavalinho da chuva. Sem se aperceber, o espectador fica rodeado de figuras fortes e marcantes de quem se conta mais e mais. E mais e mais nos sentimos ligados àquele espaço em Litchfield onde tudo se intensifica, tudo se aproveita e tudo se divide... Por raças! Com muito lugar para críticas e sátiras à volta do ser humano e das suas expectativas, percebemos tudo aquilo que a criadora Jenji Kohan nos quer dizer (fica já a dica – é a mesma criadora da série ―Erva – Weeds‖). Mas ficamos perplexos com tudo o resto que sabemos que está à nossa frente, que sentimos, mas que nem conseguimos expressar. Vago q.b.? Ainda bem. Está na hora de veres por ti próprio. Cria vício desde o episódio um.
Marvin Oliveira - médico; interno de patologia clínica; conheceu
Lisboa numa receita caseira que descobriu dentro de um antigo
armário no sótão de uma casa no centro do país; saiu do armário;
gostou do que viu.
Sem se aperceber, o
espectador fica rodeado de
figuras fortes e marcantes
de quem se conta mais e
mais.
24
“(…) agora compreendia que a patifaria na maioria dos homens não passa de uma questão de grau”.
(in O Grande Conspirador, David Liss)
DIREITOS
DE AUTOR "Damos a voz a quem de direito: a autores que partilham
connosco a sua opinião sobre um tema proposto"
25
“Os jovens não são particularmente ou naturalmente egoístas, tal como os velhos não são naturalmente
sábios.” (in Vai aonde te leva o coração, Susana Tamaro).
TEMA 1
O que é que
ainda falta
fazer pela
literatura em
Portugal?
26
―A literatura portuguesa está ―saudável‖ e
recomenda-se mas há trabalho que se
poderia fazer para a melhorar. Essas
potenciais melhorias podem ser pensadas
a partir dos seus principais ―actores‖: por
um lado os escritores e por outro os
leitores, as duas faces desta ―moeda
comum‖.
No que respeita aos escritores, existe uma
excelente produção literária nacional, de
autores já reconhecidos (e bem) do
grande público. Existe igualmente uma
produção de qualidade, por parte de
escritores pouco conhecidos, e que passa
ao lado das massas, ou por não
encontram voz nas grandes editoras, ou
por se dedicam a géneros não
―mainstream‖. Para melhorar este
aspecto, seria importante o papel do
intermediário fundamental entre
escritores e leitores: as editoras.
Algumas já tomaram medidas essenciais
para isso, criando chancelas próprias
para e-books, direccionadas para estes
autores, com a possibilidade de mais
tarde poderem passar ao formato ―papel‖.
Mais iniciativas desse género seriam bem
vindas. Poderiam, tal como trabalham
com os blogues literários na promoção
dos seus livros, apoiar também as
webzines literárias. Fomentariam assim a
qualidade de produção escrita dessas
revistas e a
visibilidade junto do público.
Quanto aos leitores, Portugal conta com
leitores interessados, selectivos e
conhecedores, mas infelizmente em
número insuficiente. Parece evidente que
a quem tenha sido fomentado o gosto
pela literatura em jovem, e mesmo mais
tarde, não a abandonará ao longo da vida.
São os pais que terão que ter esse papel.
Por muito que se fomente na escola, se
em casa não houver livros ou interesse
pelos mesmos, os livros nunca deixarão
de ser uma tarefa ―pesada‖ para os nossos
jovens. Gostaria de deixar de ouvir frases
como uma que ouvi recentemente de um
colega, sobre o filho:
―Coitado do miúdo. A professora mandou
um livro para ler nas férias, vê lá tu…Não
basta durante o tempo de escola, e ainda
tem que ler nas férias. E ainda se fosse só
ler…Mas tem que ler e ainda fazer um
resumo sobre o que leu…!!!‖
Ana Luiz nasceu no
Alentejo, é fundadora e
administradora do
blogue Linked Books
(www.linkedbooks.blog
spot.com e escreveu o
livro ―O Quebra
Montras‖. Participa em
várias antologias de
contos e poesia.
27
―Esta é capaz de ser uma pergunta impossível de responder, e será sem dúvida uma daquelas em que só posso apresentar uma perspectiva limitada,que com certeza não reflectirá em nada a realidade. Mas vamos tentar. O que é que ainda falta fazer, ttalvez não tanto pela literatura apenas, mas pela literatura portuguesa em Portugal? Aos escritores não falta fazer nada senão continuar a escrever, ponto final. Creio que hoje talvez estejam mais próximos dos seus leitores, sejam mais acessíveis, e talvez se trabalhe mais fora da ―caixa‖ da erudição, para diferentes leitores. Isso é bom, porque reconhece a diversidade de gostos e o direito a eles. Há sem dúvida escritores excelentes, alguns dos quais começam a obter o justo reconhecimento, outros que já o têm. Há alguma dificuldade dos autores novos em penetrar o mercado e ganhar a confiança dos seus leitores e até editoras, mas talvez se deva ao excesso de oferta, sobretudo estrangeira. Entre os leitores, ainda há uma tendência para favorecer o que vem de fora (um hábito português que Eça tanto ironizou), mas tenho a impressão de que ―o que é nacional é bom‖ também começa a funcionar na literatura… Estarei enganada? Creio que há mais leitores a ler o que é português, talvez graças ao passa-palavra, aos blogues, à acessibilidade dos autores, ou por a escrita estar mais arejada. Ainda é pouco, porém, porque os hábitos de leitura dos portugueses em geral são reduzidos, é preciso pôr mais gente a ler, talvez ajustando o preço dos livros, promovendo campanhas de leitura e a leitura de textos mais diversificados durante a escolaridade, para destruir a conotação do acto de ler com a ideia de bafio e aborrecimento que muitos guardam dos dias de escola… Será que se conseguia alternando os textos mais tradicionais e formadores do gosto com outros mais próximos dos jovens adolescentes, com a intenção de dar simplesmente a descobrir o prazer da leitura? Porque isto da leitura é como abrir uma porta e subir uma escada…‖
Carla M. Soares nasceu em 1971, em Moçâmedes, no
Namibe. De lá, trouxe escassas memórias e a viagem no
corpo. Formou-se em Línguas e Literatura em Lisboa,
tornou-se professora, mestrou em Literatura Gótica e Film
Studies e estudou História da Arte num doutoramento
incompleto. Estreou-se no mundo dos livros com ―Alma
Rebelde‖, e no mundo dos e-books com ―A chama ao vento‖.
28
―Criar uma lei que proteja os autores portugueses dos demais. Se existe legislação que define percentagens mínimas para a quantidade de música nacional que passa nas rádios, incluindo a mais recente, porque não pensar em algo semelhante para a literatura em Portugal? Tal permitirá profissionalizar ainda mais o mercado, o que a meu ver só trará benefícios. Estabelecer-se-á uma relação de oferta-procura entre os escritores portugueses e as editoras, já que as últimas irão necessitar dos primeiros para continuarem competitivas e relevantes, o que não acontece atualmente, pois recorrem maioritariamente a obras estrangeiras para o fazerem. Novos autores irão ter acesso a oportunidades que ainda hoje lhes continuam vedadas. O público, que segundo as palavras das próprias editoras manifesta um interesse crescente pela literatura nacional, verá correspondidas as suas necessidades. E até mais emprego poderá ser criado, com um mercado amplo e dinâmico o suficiente para que possam existir mais agentes ou agências literárias. Claro que uma lei por si só não mudará muito, e o mais importante será mesmo formar novas mentalidades, mas este poderá ser um primeiro passo.‖
Nuno Nepomuceno nasceu em 1978 nas Caldas da Rainha. Licenciado em Matemática pela Universidade do Algarve, estreou-se como escritor com a obra ―O Espião Português‖, vencedora do 1º Prémio Literário Book.it
29
―Falta fazer quase tudo, porque estamos pequenos. Falta mudar a estrutura hierárquica da cadeia alimentar dos livros e passar os livreiros, os autores e os editores outra vez para primeiro lugar. Falta que o próprio meio seja menos autista e não se ache tão importante e duvide e questione e acarinhe e aceite e aprofunde e pergunte e deseje o bem e quebre o lago gelado narcísico e deixe as selfies do umbigo. Falta ganhar um corpo crítico em Portugal, onde temos - as execepções confirmam a regra - apenas um corpo recensor medíocre (muitos deles são grandes - não necessariamente bons—leitores, com vasta cultura, mas são engajados num sistema de palmadinha nas costas, quase sempre a si próprios). Falta rasgo aos próprios escritores e a alguns dos seus editores, porque creio estarmos a cair num marasmo sem identidade: não é porque a qualidade geral é aceitável que a nossa geração literária vai ser lembrada. Não é um problema apenas português (toda a Europa e parte da América e da Rússia se queixam do mesmo, com a facilidade de comunicação é fácil construir e publicar narrativas, mas falta quem aprofunde, quem saiba esperar e abdique de ser mais um para trazer propostas novas, quem contemporize, quem se cale para falar mais tarde com simplicidade e pureza. Deixem-me terminar com uma citação, mania que tenho pouco mas às vezes apetece muito, porque escreveu assim Montaigne há quase cinco séculos: "(...) Espantam-me essas posturas transcendentes, como os lugares altos e inacessíveis; e nada me parece tão difícil de digerir na vida de Sócrates como os seus êxtases (...)".
Pedro Guilherme-Moreira nasceu em 1969 na
maravilhosa cidade do Porto. É advogado e escritor,
tendo sido dos primeiros advogados a ganhar o
Prémio João Lopes Cardoso. Ex-estudante da
Universidade de Coimbra, publicou o seu primeiro
romance em 2011, “A manhã do Mundo” (Dom
Quixote), e venceu o Prémio M.A. Pina de poesia em
2012. O seu mais recente romance “Livro sem
Ninguém” foi finalista do Prémio Leya.
30
Visto à Lup
Quer se ame ou odeie, a verdade é que são poucos aqueles que ficam indiferentes a
um filme de Quentin Tarantino. Um verdadeiro génio do cinema, Tarantino mostra,
a cada nova película criada, que não tem medo de enveredar por caminhos que
poucos se atrevem a percorrer e que não raras vezes escandalizam um espectador
menos habituado às excentricidades de um realizador que não se coíbe de usar
litros e litros de sangue artificial e de desmembrar personagens para puro gáudio
dos seus fãs.
Contudo, poucos são aqueles que se podem gabar de conhecer a fundo as
particularidades deste realizador norte-americano. Por isso mesmo, Quentin
Tarantino e a sua obra vão ser, agora, analisados à lupa. Peguem nas vossas
pipocas, coloquem os vossos óculos 3D e que comece o filme!
- Quentin Tarantino é filho de uma mãe adolescente (a sua mãe tinha apenas 16
anos quando ele nasceu).
- Tarantino trabalhou num clube de
vídeo até aos 26 anos de idade (terá sido
aí que nasceu o seu bichinho pelo
mundo da realização de filmes?).
- Antes de se estrear como realizador de
cinema, Quentin Tarantino teve um
emprego muito pouco apelativo: era
assistente de produção numa equipa
que produzia vídeos de fitness e uma
das suas tarefas consistia em… apanhar
fezes de cão!
- Para além de realizador, Quentin
também já teve algumas experiências
enquanto actor. Uma das primeiras foi
no programa de TV The Golden Girls
onde fez de… imitador de Elvis Presley!
a
31
- Durante muito tempo afirmou-se na imprensa que o realizador tinha um QI de
160. Contudo, foi o próprio que veio desmentir esta informação dizendo que nunca
tinha sido submetido a nenhum teste para medir o seu coeficiente de inteligência.
- Antes de ser conhecido pelo mundo inteiro, Tarantino foi preso durante 10 dias
por não ter pago as suas multas de estacionamento que perfaziam um total de mais
de 6 mil euros. Mas, por incrível que pareça, esta não foi a primeira vez em que o
realizador ficou a conhecer o interior duma prisão. A primeira ocorreu quando
tinha apenas 15 anos e decidiu roubar um livro - ―The Switch‖ de Elmore Leonard.
É caso para dizer: ainda há ladrões cultos!
- Quentin Tarantino recusou realizar o filme ―Homens de Negro‖ (será que ainda
hoje é o dia em que se arrepende dessa decisão?)
- O seu filme ―Cães Danados‖ (1992) tinha um orçamento tão limitado que os
actores tiveram que usar, na maioria das suas cenas, as suas próprias roupas.
- No seu conjunto, foram utilizados mais de 1700
litros de sangue artificial nos filmes Kill Bill e Kill
Bill 2.
- O conceituado filme ―Inglorious Basterds‖ esteve
quase a chamar-se ―Once Upon a Time in Nazi-
Occupied France‖.
Por fim, um aviso: da próxima vez que virem um
filme de Quentin Tarentino estejam muito atentos
pois ele gosta de aparecer, nem que seja por breves
segundos, nas suas próprias produções. Não
acreditam? Voltem a ver ―Cães Danados‖, ―Pulp
Fiction‖ e ―À Prova de Morte‖ e comprovem vocês
mesmos!
32
Pontos de Vista
Hélder Peleja nasceu em 1978, na cidade alentejana de Beja.
Professor de Educação Visual e Tecnológica no ensino básico,
desde cedo evidenciou o gosto pelo desenho. No últimos
tempos, para aperfeiçoar os seus conhecimentos, frequentou
o curso de Ilustração e Banda Desenhada da Ar.co (Centro de
Arte e Comunicação Visual). As suas variantes preferidas são
o cartoon, a caricatura, a ilustração editorial e infantil. Esta
ilustração foi especialmente concedida para este número.
33
―Portugal sim, os portugueses talvez não. É obvio que as condições económicas
são uma barreira mas não passam nem podem passar disso, de uma "barreira",
algo que nós ( no meu caso ator) temos que derrubar. É algo que traz sentido/
rigor ao nosso trabalho, não podemos desperdiçar nenhuma oportunidade.
Aproveitar tudo como se fosse o último trabalho que fôssemos fazer. Temos uma
grande herança de artistas em condições socio-económicas equivalentes,
portanto, temos hoje em dia de o conseguir igualmente. Portugal já nos deu
muito, falta agora sermos nós a dar a Portugal.‖
João Amorim tem 21 anos e estuda teatro na Escola Superior
de Educação de Coimbra, é ator no grupo de teatro
―Bússula Nómada‖ e encenador do grupo ―A Cartola‖.
―Numa visão realístico-pessimista podemos observar que Portugal não é um bom país para arriscar qualquer carreira, muito menos na área da cultura, com uma excepção apenas: a aquacultura. Porém, e após a inalação prolongada de vapor de essência de Cannabis sativa
enquanto visualizava mais uma temporada de Floribela, pude concluir que, na
realidade, Portugal tem excelentes condições para qualquer cidadão que pretenda
criar algo, seja em que área for, nomeadamente na música, perseguir e atingir
uma carreira estável e de sucesso no universo musical nacional e, quiçá, na
Madeira.‖
Cândido Almeida tem 31 anos e trabalha como operador de Call
Center. É um apaixonado por fotografia e é membro da
banda ―Song tailors‖, onde toca baixo.
Portugal é um bom país para se arriscar uma carreira relacionada com a Cultura
34
―Existe muita criatividade e muito talento em Portugal, mas investe-se muito
pouco na Cultura. A Cultura enriquece-nos tanto materialmente como
espiritualmente. A cultura une as pessoas. Transmite valores e conhecimento.
Gera emprego. Engrandece uma nação. O sonho de muitos é a realidade de
poucos, infelizmente. Arriscar uma carreira relacionada com a cultura em
Portugal? Penso que vale sempre a pena tentar. E como diz o adágio popular:
―Quem não arrisca não petisca!‖ Mesmo sabendo que a realidade é nua e crua.‖
"Portugal é um país sem futuro para apostar seja em que carreira for, muito
menos cultural (e contra mim escrevo). Os media confirmam-no. Em pouco mais
de cinco anos, saíram de Portugal mais de 700 mil pessoas, sendo a maioria
jovens. À espera de uma luz ao fundo do túnel estão 900 mil desempregados, a
maioria dos quais será obrigada a procurar emprego noutros países. Quando há
fome, a cultura é um bem menor.‖
Helena Osório (n. 1967), jornalistafcultural desde 1989, é
autora de literatura infantojuvenil desde 2008, tendo publicado o
primeiro romance em 2013. Licenciada em Estudos Europeus, pós
-graduada e mestre em Artes Decorativas, aguarda defesa de
doutoramento em Estudos sobre a História da Arte e da Música.
Em 2002 saiu da Impresa após 13 anos de trabalho nos quadros
da editora, por extinção de posto de trabalho, e desde aí procura
um lugar ao sol.
Sílvia Mota Lopes nasceu em Braga a 22 de Abril de 1970. Educadora de Infância. Mãe de três filhos, Mariana Lino, Lino André e Alícia Lino. Desde muito cedo manifestou gosto por todas as expressões artísticas como pintura,
desenho, música e poesia. Ilustraflivros, e é
autora de dois infantojuvenis da Coleção "Novelos de contos Meadas de Palavras‖: "Alícia no Bosque " e "Ser dia e Noite Ser".
35
―Portugal é o meu país, a minha casa, e só por isso já me parece razão suficiente para ser o melhor país onde se deve arriscar ter uma carreira relacionada com a cultura. Mas não é um país onde é fácil viver para quem trabalha e luta pela cultura, que aposte na cultura, que beneficie ou valorize quem trabalha na área cultural, que incentive a produção cultural. Relacionando à realidade cultural que melhor conheço, a música, actualmente, o mercado discográfico encontra-se numa fase difícil. Neste ambiente de mercado, muitas bandas nacionais optam por editar em nome próprio, ou seja, a grande dificuldade neste momento não é editar um disco mas sim tornar viável e consistente todo o percurso do disco de forma a haver um retorno financeiro para a banda. E é aqui que eu acho que há uma grande mudança na indústria e que é entusiasmante. As bandas não desistem e não cruzam os braços. Aliás, eu acho mesmo que existe um grande número de bandas que surgiu devido a esta tendência que, provavelmente, nunca se daria a conhecer se o mercado da música não vivesse esta crise. Para além disso, a qualidade da música que tem sido editada é de nos deixar a todos entusiasmados. Temos grandes nomes a nível nacional com uma qualidade incrível e essa qualidade, na minha opinião, tem vindo a crescer! Em relação ao público português, parece-me cada vez mais disponível para as bandas nacionais. Sinto que, há uns anos atrás, os portugueses eram mais fechados e não havia grande abertura para o conhecimento de novas bandas portuguesas e sinto que é algo que foi mudando nos últimos tempos. Com todas estas dificuldades do mercado, é muito difícil para um músico viver em Portugal somente da música. A maior parte dos nossos músicos têm um emprego que lhes dá a segurança financeira para poderem tocar e não terem de depender financeiramente da música. É um esforço enorme e o retorno financeiro fica, na maior parte dos casos, muito aquém do trabalho que fazem mas, ainda assim, é uma escolha consciente e que acaba por ser equilibrada por uma realização pessoal muito maior do que se trabalhassem numa outra área da qual não retirassem tanto prazer.‖ (Foto por Vera Marmelo)
Raquel Lains nasceu em Coimbra em 1978 e vive em Lisboa. É licenciada em Comunicação Cultural pela Universidade Católica Portuguesa e tirou uma especialização em Produção e Marketing Discográfico na ETIC. De 2002 a 2004, trabalhou na Sabotage Records e Zounds (editora e promotora de espectáculos). Entre 2004 e 2006, foi colaboradora na Universal Music enquanto promotora discográfica responsável pelo sector das rádios. Foi,
ainda, em 2004 que fundou e iniciou actividade na Let’s Start A Fire, o seu projecto pessoal, cuja linha musical é decidida por si selecionando as bandas nas quais acredita realmente e com as quais se identifica. Na Let’s Start A Fire
promove e agencia bandas. A nível da
promoção, é responsável pela divulgação de diversas bandas a nível nacional como: Noiserv, The Legendary Tigerman e Dead Combo.
36
A Blogosfera
Na 1ª pessoa!
37
Blogues = Tendência?
O meu nome é Jaqueline e sou a
administradora do blogue Histórias
Fantásticas. Vou falar-vos de blogues,
da minha própria experiência como
frequentadora e administradora e de
como eles marcam a cultura e a
literatura. Será que os blogues são
condicionados? Serão pensados para
uma idade específica? Será
que todos os frequentam?
Os blogues de hoje marcam
a tendência de amanhã?
Responderei a tudo isto o
melhor que puder.
Em primeiro lugar devo explicar a
minha situação. Nunca frequentei
blogues antes de eu própria ter criado
um. O que isso diz de mim!? Não tinha
interesse por blogues? Não gostava
deles? Nada disso. Eu não os
frequentava porque não tinha muitos
conhecimentos sobre eles e os que
conhecia não tinham nada que me
fascinasse. Além disso, preferia passar o
meu tempo a ler livros (sim, sou uma
livrólica e com orgulho) e a escrever
histórias. Um dia cheguei a uma fase da
minha vida em que me apetecia expor,
de alguma forma, as histórias que
escrevo, sem ter necessariamente de as
publicar, para poder melhorar, de
alguma forma, a minha escrita. Assim
surgiu o meu blogue, inicialmente um
blogue de escrita criativa. Através dele,
conheci diversos outros blogues
(literários e culturais) e fiquei fascinada
pelo mundo que me revelaram. Assim, o
Histórias Fantásticas passou a ser um
blogue mais abrangente e a minha área
de conhecimentos
de outros blogues
aumentou. Tenho
pena de não me ter
embrenhado neles
mais cedo.
Portanto, como
frequentadora, penso que faz sentido
dizer que só frequento os blogues que
falem de temáticas que gosto. Gosto de
ler, frequento blogues literários; não
gosto de futebol, não frequento blogues
de futebol. Dá para perceber a ideia.
Respondendo a algumas das minhas
perguntas iniciais, penso que os blogues
apenas são condicionados
tematicamente e que todos nós
(administradores) nos esforçamos para
agradar ao maior número de leitores
possível, sem discriminar idades, sexos
ou culturas.
Os blogues de hoje
marcam a tendência de
amanhã?
38
No entanto, obviamente, só frequenta
um blogue quem gosta da sua temática
e, penso eu, da sua apresentação.
Afinal, um blogue com uma má
apresentação dificilmente capta a
atenção de um leitor que está de
passagem e que pode ser um potencial
seguidor.
A minha última pergunta é o cerne da
questão de que vos quero falar. Para
quem não frequenta blogues, as suas
opiniões e recomendações não têm
qualquer importância direta,
obviamente, mas e de forma indireta?
Falo por mim quando digo que eu
partilho aquilo que leio nos outros
blogues com as pessoas à minha volta.
Assim, pouco a pouco, penso que acabo
por influenciar os outros a ouvir certa
música, a ler certo livro, a ver certo
filme, etc. E eu, que experiencio
diretamente os blogues, sou
influenciada a ler um livro ou a ver um
filme conforme os gostos das pessoas
que partilham as suas opiniões e que
demonstram semelhanças com os meus
gostos. Por isso, penso que, apesar de
hoje em dia os blogues não terem
importância direta para muitas pessoas
em Portugal, a cultura é muito
influenciada por um passar de palavra
que começa, precisamente, naqueles
que, como eu, frequentam blogues.
Concluo com um agradecimento às
meninas do FLAMES, Mariana e
Roberta, por se terem lembrado de mim
para escrever este pequeno texto.
Obrigada meninas e espero que tenham
gostado! Assim como vocês, leitores.
Jaqueline Miguel
nasceu em 1994 e é
uma apaixonada pela
leitura e pela escrita.
Começou a encarar a
escrita de forma mais
séria, com 10 anos de
idade e, desde aí, já participou em vários
concursos de escrita. Atualmente, escreve
para o blogue Histórias Fantásticas.
A Cultura é muito
influenciada por um
passar de palavra que
começa, precisamente,
naqueles que, como eu,
frequentam blogues.
http://historiasfantasticas-paraquemquer.blogspot.pt/
39
http://historiasfantasticas-paraquemquer.blogspot.pt/
Palavras Cruzadas FLAMES (Soluções na página 42)
Por: Paulo Freixinho
HORIZONTAIS:
1- O blogue (Filmes, Livros, Animes, Mangas, Eventos, Séries).
6- O blogue está cheiinho delas (muitos autores são aqui divulgados).
8- Manga de Motoro Mase (o que farias se um dia batessem à tua porta para te avisar que te restavam 24h de vida?).
10- ‘Jesus Cristo bebia (…)’, livro de Afonso Cruz.
11- Personagem interpretada por Roberto Benigni (realizador) no filme ‘A vida é Bela’ (1997).
VERTICAIS:
2- Uma das administradoras deste blogue.
3- O blogue está cheiinho deles (muitos livros são oferecidos).
4- Série de Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof onde acompanhamos os sobreviventes do voo 815 da
Oceanic que se despenhou numa ilha deserta (pelo menos, assim eles pensam...).
5- Uma das administradoras deste blogue.
7- Feira do (…), o evento favorito das administradoras deste blogue.
9- ‘(…) Note’, anime de Tsugumi Ohba com desenhos de Takeshi Obata.
Paulo Freixinho nasceu em Lisboa em 1968 e foi aos 14 anos que se apaixonou pelas
Palavras Cruzadas. Editou a sua primeira revista, a ―Jogos Cruzados‖, em 1990 e
actualmente elabora Palavras Cruzadas para publicações como o ―Público‖, o ―Jornal
de Notícias‖ e a revista ―Caras‖. É autor do livro ―Palavras Cruzadas com Literatura‖ e
toca baixo na banda ―Bon Sauvage‖.
40
Filmes, Livros, Animes, Mangas...
Séries...
Curiosidades Eventos, Entretenimento, Espectáculos
Todos os relógios que aparecem
na loja de penhores do clássico
do cinema “Pulp Fiction”, de
Quantin Tarantino, marcam as
04:20.
No Reino Unido, já se fazem prescrições de livros em vez de fármacos no tratamento
de quadros depressivos. Menos efeitos secundários nocivos
sem dúvida!
Um único episódio de
Anime custa, em média,
100 mil dólares. E
parece tão simples não
é?
O primeiro Manga foi la
nçado por volta
de 1814 (a data certa é desconhecida) e
criado por
Katsushika Hokusai.
Chamava-se Hokusai Mangá (Man =
engraçado; gá = desenho).
Arigato
Katsushika Hokusai!
“Os medos gelados, que vêm do escuro, não se aquecem à lareira.” (in À procura de um lugar, Fátima Marinho)
41
O Super Bowl é o evento desportivo mais
famoso dos Estados Unidos. Trata-se do jogo
do final da temporada de Futebol Americano
e é um dos eventos desportivos mais assistidos
em todo o mundo. Conta, normalmente, com
a participação de imensas personalidades e
celebridades.
A série com maior elenco de sempre é
“Donas de Casa Desesperadas” que
reuniu 30 actores numa só temporada.
―Ninguém sabe abandonar o seu passado como fazem as cobras com a pele.” (in A morte não ouve o pianista, Afonso Cruz)
42
Para ganhares um exemplar do livro “Há Raposas no Parque”
de Clara Macedo Cabral só tens que enviar um e-mail* com o
assunto “Passatempo” para [email protected] com
os seguintes dados:
Nome completo
Morada
Nome de seguidor por onde nos segues
Inscrições até ao dia 20 de Agosto!
* Limite de uma inscrição por pessoa.
Vencedor sorteado pelo random.org
P.a.s.s.a.t.e.m.p.o.
SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS
HORIZONTAIS: 1- Flames. 6- Entrevistas. 8- Ikigami. 10- Cerveja. 11- Guido.
VERTICAIS: 2- Mariana. 3- Passatempos. 4- Lost. 5- Roberta. 7- Livro. 9- Death.
43
Passatempo Passatempo Passatempo Passatempo Passatempo Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo
Passatempo Passatempo Passatempo Passatempo Passatempo Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
Pass
atem
po
44
Uma história bela
e arrebatadora
sobre amores
antigos e novos, e
o poder das
ligações que nos
unem para
sempre...
Com humor e
sabedoria de vida uma
história que nos fala
da vontade sincera de
um homem
inadaptado de
construir o seu próprio
projecto de vida.
Espanha serve
de cenário para a
conturbada
viagem de
quatro amigos,
decididos a
queimar os
últimos
cartuchos de
uma juventude
que terminou.
Novidades Literárias
45
Cerca de cem
anos antes de ―A
Guerra dos
Tronos‖, um
cavaleiro desafia
as leis dos Sete
Reinos…
A história da
mulher que, a
partir de Lisboa,
ajudou milhares
de judeus a fugir à
morte certa.
A história real e
comovente da
luta contra o
cancro de um cão
e de uma mulher,
e do amor que os
une.
Um livro fascinante
de intriga, fantasia,
mistério e amor com
tensão e suspense
que aumenta à
medida que avança a
história.
Uma divertida
combinação de
mitologia, poder
feminino e doce
romance, com
uma pitada de
suspense.
Frases que nos
surpreendem, fazem
parar para reflectir,
divertem, ajudam,
arrancam um sorriso
ou até mesmo uma
lágrima.
46
Música para os nossos
ouvidos... NOVIDADES
E estamos no Verão, altura de férias, calor, praia...
Para tal, uma boa banda sonora é fundamental não acham?
Fiquem aqui com algumas novidades interessantes no campo da música.
ERIC CLAPTON - "The Breeze: An appreciation of J.J. Cale", editado a 28
de Julho, pretende servir de tributo a J.J. Cale, um dos guitarristas mais
influentes da história do rock, falecido no ano passado. O disco, assinado por
Eric Clapton and Friends, trará 16 canções de Cale recriadas por Clapton e um
respeitável grupo de amigos: Tom Petty, Mark Knopfler, John Mayer, Willie
Nelson, Derek Trucks e Don White pretendem honrar o legado de J.J. Cale e
transmiti-lo a novas gerações. O músico gravou álbuns entre 1972 e 2009 e
faleceu o ano passado, aos 74 anos.
COLBIE CAILLAT - Novo vídeo "Try" causa furor - e não é para menos. Nós assim
que o vimos tivemos logo de partilhá-lo! Cansada de ver a sua imagem alterada no
Photoshop, Colbie Caillat decidiu, no novo vídeo, enviar uma poderosa mensagem a
todas as mulheres sobre a sua aparência e as expectativas da sociedade sobre a beleza
das mulheres. "Try", prestes a atingir os dez milhões de visualizações no YouTube, vê
Colbie Caillat a tirar aos poucos extensões de cabelo e maquilhagem, terminando o
vídeo sem qualquer produção.
Vejam-no aqui: https://www.youtube.com/watch?v=GXoZLPSw8U8
MORRISSEY - "WORLD PEACE IS NONE OF YOUR BUSINESS" JÁ
DISPONÍVEL - Crítica global defende que este regresso é o melhor disco da
sua carreira Já estava na hora: "World Peace Is None of Your Business", o
décimo disco a solo de Morrissey, já está disponível nas lojas, físicas e digitais.
Cinco anos separam este trabalho do anterior, "Years of Refusal", e a crítica
parece rendida a este regresso. Para lá da crítica política que é também marca
do cantor, uma das canções-chave deste disco chama-se "The Bullfighter Dies"
e é um polémico hino anti-tourada. A produção esteve a cargo de Joe
Chiccarelli.
47
CUCA ROSETA- Cuca Roseta e David Bisbal: "Si Aún Te Quieres
Quedar" chega às plataformas digitais. A versão de estúdio de "Si
Aún Te Quieres Quedar" está disponível para compra e streaming e é o
primeiro cartão de visita do álbum "Tu Y Yo", editado em Portugal a 28 de
Julho. Aclamados pelo público e pela crítica, ambos estão em pontos altos da
sua carreira: voltam agora a encontrar-se em palco, numa prova de que a
música actual é feita de partilha e não conhece fronteiras.
ABBA - Concerto histórico em Wembley editado em CD e vinil a 29 de
Setembro. Se calhar vocês não sabem, mas cá fica um segredo: nós AMAMOS
Abba! Por isso foi com enorme alegria que acolhemos esta novidade!! "Live At
Wembley" foi gravado em Londres em 1979 e inclui um tema nunca antes
editado. "I'm Still Alive", composta por Agnetha, e não editada em nenhum
disco, foi aqui apresentada e chega agora em "Live at Wembley". O concerto
será editado num duplo CD de 25 faixas e num triplo vinil. O registo é
produzido por Ludvig Andersson.
ANA MOURA - Como já sabem, também partilhámos no Facebook,
"Desfado" foi distinguido nos Prémios Amália Rodrigues 2014, com o prémio
de ―Melhor Disco‖. Este prémio é atribuído à versão duplo CD do disco,
intitulado "Desfado/Caixa Alfama‖. Este é a segunda vez que Ana Moura
recebe um Prémio Amália Rodrigues. A primeira foi em 2008.
CHERRY - Single de estreia já tem vídeo e já está disponível nas
plataformas digitais. Chama-se "Five Knives", e é o primeiro cartão de visita
de Cherry, a apaixonante voz revelação que nasceu em... Lisboa! É verdade.
Apesar de morar em Londres! Ana Caldeira foi descoberta num dos ambientes
em que se sente mais confortável: em palco. Promete dar que falar e nós...
prometemos ouvi-la!
ZIMUN e PRIMITIVE REASON - Zimun em Portugal em concerto com
Primitive Reason.
Já souberam que os Zimun estiveram em Portugal? Vejam a nossa
reportagem em formato Vídeo aqui -
https://www.youtube.com/watch?
v=XxtczrFnNFw&list=UUug1Ido26wgWSEzbwxDCMcw&index=1
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A S N O S S A S P A R C E R I A S D O B L O G U E
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Muito obrigada
a todos!
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