revista dizer underground #1

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DIZER DIZER U N D E R G R O U N D MONTE SUA BANDA GASTANDO POUCO O MELHOR DA NOITE ALTERNATIVA DE SAMPA GUIA: LIPSTICK ELAS PROVAM QUE ROCK TAMBEM E COISA DE MULHER E MAIS: SABONETES - OI FASHION ROCKS - GALERIA DO ROCK CENA underground - kafka show - ASTRONETE - weezer

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Entertainment & Humor


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Revista desenvolvida por alunos do terceiro ano do curso de jornalismo da UNIP NorteAndré GaldinoArilton BatistaBruno GarçaCarla SaraivaElisangela SantanaGlauber Macario

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Page 1: Revista Dizer Underground #1

DIZERDIZERU N D E R G R O U N D

MONTE SUA BANDA

GASTANDO POUCO

O MELHOR DA NOITE

ALTERNATIVA DE SAMPA

GUIA:

LIPSTICKELAS PROVAM QUE ROCK TAMBEM E COISA DE MULHER

E MAIS: SABONETES - OI FASHION ROCKS - GALERIA DO ROCK CENA underground - kafka show - ASTRONETE - weezer

Page 2: Revista Dizer Underground #1

Música e moda deixam o mundo melhor.

Esse é o espírito do Oi Fashion Rocks. O evento, que antes acontecia somente no eixo EUA-Europa, vem à America Latina pela primeira vez,

com patrocínio da Oi, e escolheu o Rio de Janeiro como palco.

O Oi Fashion Rocks vai reunir músicos e estilistas reconhecidos em um evento com o melhor dos dois mundos. Assim como aconteceu em

outras edições, parte do dinheiro arrecadado com a venda de ingressos é destinada a doações.

A edição brasileira traz novidades como as palestras com grandes nomes da moda falando para estudantes universitários, no teatro Oi Casa Grande. E um jantar beneficente com direito a leilão de peças doadas por artistas, no Copacabana Palace. A renda do jantar será

doada pra uma instituição carioca.

Serão oito estilistas e oito artistas, no total. O espetáculo mesmo vai rolar em uma estrutura de 10.200 m², construída especialmente pro

evento, que vai receber cerca de 5 mil pessoas, na Pista do Prado, no Jockey Club do Rio.

Entre os artistas, já estão confirmadas as presenças da diva Mariah Carey, que vem ao País pela primeira vez, e das grifes Versace, Marc by

Marc Jacobs e Lenny.

É uma oportunidade imperdível pra acompanhar de perto um evento com o melhor da moda e da música do mundo inteiro, que será

transmitido ao vivo pela internet.

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DIZERDIZERU N D E R G R O U N D

EDITORIALINDICE

EXPEDIENTE

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Carta do editor Não é fácil falar de música. Assim como no futebol, onde muitas das vezes a razão da lugar a emoção, na música também existem torcedores, mais conhecidos como fãs. Portanto, não é tarefa simplória explorar esse universo com ponderação e imparcialidade. A Dizer Underground se propõem a tratar de música alternativa, o limbo por onde passam todos os artistas para só depois lograrem aos céus do mainstream. Trazemos na capa desta edição as garotas da Lipstick, a banda que saiu dos bares do ABC Paulista e agora goza de relativo sucesso na mídia. Para os baladeiros de plantão a revista traz um guia com as melhores baladas alternativas da noite paulistana. Quem quer montar uma banda e tem pouca grana no bolso vai conferir uma reportagem que traz diversas dicas para você começar a fazer seu barulho. Aumente o volume! Glauber Macario

EquipamentoQuanto custamontar uma banda 4 Banda Sabonetes 5Cena 6Play 7CapaLipstick 8Kafka Show 12galeria do rock 14Guia 16Astronete 17Cena Underground 18

EDITOR-CHEFEGLAUBER MACARIO

REDAÇÃO E REPORTAGENSANDRÉ GALDINOARILTON BATISTABRUNO GARÇACARLA SARAIVAELISANGELA SANTANAGLAUBER MACARIO

ARTE E DIAGRAMAÇÃOANDRÉ GALDINO

Page 4: Revista Dizer Underground #1

BAIXO SONICX

PREÇO MÉDIOR$ 350

AMPLIFICADOR CHROM

PREÇO MÉDIOR$ 300

GUITARRA PHOENIX

PREÇO MÉDIOR$ 300

4

por andre galdinoMilhares de fãs, viagens internacionais, ganhar dinheiro tocando em estádios lotados. Essa é uma realidade bastante comum para bandas de rock como Coldplay, Rolling Stones e U2. Mas não é de uma hora para outra que se chega nesse estágio, até lá, há muita ralação, estudo, ensaios, networking e os caros equipamentos.

Quem dera para ser guitarrista, fosse necessário apenas uma guitarra. Além dos instrumentos são necessários cabos, afinadores, amplificadores, palhetas e os mais variados efeitos, que são aqueles pedais que o guitarrista aciona com o pé.

Engana-se quem pensa que a bateria não tem suas variáveis. Nela podem ser incluídos pratos, pedais, peles, abafadores e até baquetas específicas para o tipo de som desejado.

Mas antes de detalhes e variáveis, o básico. Veja ao lado o preço dos equipamentos básicos. O suficiente para sair tocando.

E na página 5 quanto vale o equipamento da banda curitibana Sabonetes, que há muito tempo abandonou o básico mas continua trilhando o underground

BATERIA SHELTER

PREÇO MÉDIOR$ 1.300

equipamento

Quanto Custa Montar uma Banda?

Page 5: Revista Dizer Underground #1

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Na estrada desde 2004, Wonder, Artur, João Davi e Alessandro começaram como quase todas as bandas: fazendo cover.

Limpeza no nome e sujeira no som. Esse paradoxo é a melhor forma de definir os curitibanos da banda Sabonetes

Franz Ferdinand foi a banda que eles escolheram para basear seu repertório. Segundo o vocalista Artur, a escolha foi bem natural e jura que não combinaram: “Todos nós gostávamos do Franz e quando pegamos nos instrumentos para fazer algo mais sério o que saiu foi um som do Franz”. Coincidentemente eles já utilizavam um equipamento bastante parecido com o da banda escocesa.

João Davi foi o último a entrar na banda. Sempre gostou muito de baixos e guitarras vintage, isto é, aquela linha de instrumentos com visual clássico, som característico e, em geral, produzidos há mais de 30 anos. Na bagagem ele leva um baixo Squier Precision Vintage. Já o guitarrista Wonder utiliza uma guitarra Epiphone Sheraton II. Segundo ele “Mais clássico, impossível”. O porta malas do carro da banda ainda leva a guitarra Fender Telecaster do Artur, uma Gianinni Stratosonic, que está comemorando seus 40 anos de palco e a bateria Pearl do Alessandro, que é equipada com um jogo de pratos Zildjan.Veja abaixo o preço dos instrumentos dos integrantes do Sabonetes.

Quanto vale o show? baixo squier precision vintage

custa us$300

guitarra fender telecaster

custa R$3400

bateria pearl + pratos zildjIan

custa R$2500 + US$500

guitarra epiphone sheraton ii

custa us$600

Mais sobre a banda em:myspace.com/sabonetes

BAIXO SONICX

PREÇO MÉDIOR$ 350

AMPLIFICADOR CHROM

PREÇO MÉDIOR$ 300

GUITARRA PHOENIX

PREÇO MÉDIOR$ 300

4

por andre galdinoMilhares de fãs, viagens internacionais, ganhar dinheiro tocando em estádios lotados. Essa é uma realidade bastante comum para bandas de rock como Coldplay, Rolling Stones e U2. Mas não é de uma hora para outra que se chega nesse estágio, até lá, há muita ralação, estudo, ensaios, networking e os caros equipamentos.

Quem dera para ser guitarrista, fosse necessário apenas uma guitarra. Além dos instrumentos são necessários cabos, afinadores, amplificadores, palhetas e os mais variados efeitos, que são aqueles pedais que o guitarrista aciona com o pé.

Engana-se quem pensa que a bateria não tem suas variáveis. Nela podem ser incluídos pratos, pedais, peles, abafadores e até baquetas específicas para o tipo de som desejado.

Mas antes de detalhes e variáveis, o básico. Veja ao lado o preço dos equipamentos básicos. O suficiente para sair tocando.

E na página 5 quanto vale o equipamento da banda curitibana Sabonetes, que há muito tempo abandonou o básico mas continua trilhando o underground

BATERIA SHELTER

PREÇO MÉDIOR$ 1.300

equipamento

Quanto Custa Montar uma Banda?

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Fabiano Liporoni, ou só Fabilipo, realiza nesta quarta-feira, 4/11, mais uma edição da balada discussão PEOPLE DON’T DANCE NO MORE.A proposta do DJ paulistano circula em torno da cena musical onde as músicas tem caráter cada vez mais efêmero.Esta edição do PDMN - MULTIPLEX EDITION rola no DIRECTOR’S GOURMET que fica na Al. Franca 1552 - JardinsO “informal meeting” começa às 22h e a entrada é franca.

A banda curitibana SABONETES acabou de lançar na internet o clip da música “Quando Ela Tira o Vestido”.No clipe a banda utiliza recursos bem familiares a quem gosta de cultura POP, como video games de luta da década de 90, metamorfoses, fantasias, globalização e vários personagens interpretados pela mesma pessoa a lá Eddie Murphy.Clipe e música de qualidade pode ser visto no YouTube, no canal da banda. Procure por “Banda Sabonetes” em Canais.

Ainda no YouTube. Já saiu o primeiro clipe da super banda Them Croocked Voultures, formada por nnguém menos que David Grohl (Nirvana e Foo Fighters), John Paul Jones (Led Zeppelin) e Josh Homme (Queens of Stone Age)O clipe inaugural da megabanda de hardrock é da música “New Fang”.A banda também lança seu primeiro álbum e tem turnê fechada pela Europa.

Acaba de sair em MP3 o novo álbum do Weezer. Raditude promete ser mais um cult da banda adorada por nerds e descolados.Os dois últimos discos Blue Album e Red Albuns até venderam bem mas o próprio Rivers Cuomo declarou que não liga muito pra galera baixando seus albuns. Só não gosta de gente ganhando dinheiro com isso.(Que camelô é louco o bastante para vender Weezer?!?)

cena

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playA visão marginali-zada de um skatista, principal-mente no principio dadécada de

A grife AMF Korsetes exibiu sua nova coleção nesta terça-feira dia 3, durante o evento Fashion Góes Underground, que aconteceu na estação de metrô em Berlim.Corpetes em tom escuro modelam o corpo da mulher. Neste verão o diferencial fica no decote que tem pontas alongadas na parte de cima.As saias chegam em comprimentos longos com fendas e aberturas que deixam as pernas a mostra. Mini-vestidos justos, com recortes diferenciados nas mangas e golas.A tendência está nas cores, azul marinho, vinho, vermelho e preto.A partir da segunda quinzena de novembro, será possível encontrar algumas peças da marca na Galeria Ouro Fino localizada na Rua Augusta, 2690 – Jardins.

Moda Underground

A gravadora Trama Virtual promove através de seu site (www.tramavirtual.uol.com.br) o projeto “Download Remunerado”. Em pareceria com empresas que apóiam a música independente a Trama irá distribuir uma pequena quantia em dinheiro para as bandas que tiverem mais músicas baixadas no site. Funciona da seguinte forma: a gravadora anuncia no inicio de cada mês um valor a ser distribuído entre as bandas no final daquele mês. Cada música baixada vale R$ 00,10. Quando a banda acumular R$ 50,00 mais já pode retirar a grana, que é depositada em conta corrente. Nesse mês de novembro o valor a ser distribuído aos artistas é de R$ 6,000.00.

1980, unida com a também não muito boa visão do movi-mento punkrock, virou o gênero musical Skate Punk, que tem grandes influências dopunk rock Californiano.Esse gênero musical mistura a música punk com o estilo despojado de osskatistas se vestirem para mandarem suas manobras.

O Skate punk ébastante utilizado em am-bientes onde se pratica o skate, servindo deinspiração aos atletas.Algumas bandas que pode-mos destacar deste movi-mento são 7 Seconds, Black Flag, The Adolescents, Agen-te Orange, U.S Bombs, Circle Jerks, SuicidalTendencies, Grinders e The Briefs. No Brasil, temos em destaqueGrinders, Pakdermes, Necró-pole e Sindrome de Down?.

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Coisa de meninas

Formada apenas por garotas a banda Lipstick sai dos bares do ABC paulista e mostra para

todo o Brasil que rock não é coisa só de macho.

Por Glauber Macario

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capa

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bandas, elas começaram tocando em bares da região e faziam apresentações onde compareciam apenas amigos e parentes. Agora as garotas estavam ali, no palco de um dos programas de maior audiência da TV brasileira para tocar o hit “Na, na, na” do primeiro, e até então, único álbum da banda.

O som pop rock atrai principalmente os jovens, a faixa etária dos fãs presentes nos shows fica entre 15 e 18 anos de idade. Esse apelo junto ao público adolescente levou a banda a fazer uma participação especial na programação

FOTO: D

IVULGACAO

de fim de ano no canal Nickelodeon, junto com o NX Zero. Além disso, já abriram show de bandas como Hateen, CPM 22 e Biquíni Cavadão.

A Lipstick entrou para o mainstream, um caminho sem volta. A rotina de shows, gravações, autógrafos, programas de rádio e TV não intimidam as garotas “Nós já fazemos isso há um tempo, estamos acostumadas. Vemos tudo isso como um trabalho, faz parte da nossa vida” explica a vocalista Mel Ravasio, última integrante a entrar na banda.

Além dos obstáculos presentes no caminho de todas as bandas, a Lipstick teve que enfrentar mais um: o preconceito. Mesmo tendo mulheres já consagradas no rock nacional – Pitty, Rita Lee, Cásia Eller e Cansei de ser Sexy – algumas pessoas ainda dizem que rock é coisa para homem. Para Mel isso já diminui bastante “Ainda tem algumas pessoas que falam que rock não é coisa de mulher. Mas hoje em dia está mais sossegado, até porque já nos conhecem.”.

FOTO: DIVULGACAO

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“Portanto galera, às sete e trinta e cinco, o Domingão traz: Mel vocalista, Mi no teclado. Dedê guitarra e voz, Carol baixo e voz e Tila na bateria. Lipstick aqui no domingão!” anuncia o apresentador Fausto Silva no palco de seu programa dominical. Elas participaram do quadro “Garagem do Faustão”, um espaço reservado para mostrar ao público novos talentos da música brasileira. No caso da Lispstick nem tão novo assim, já que a banda existe desde 2000. Após a aparição no programa a visibilidade aumentou. É possível notar isso através das redes sociais das quais as integrantes participam como Orkut e Twitter. O número de pessoas nas comunidades do grupo cresceu consideralvemente.

A banda teve origem na cidade de Santo André, ABC paulista, berço de outras bandas do rock nacional. Assim como a maioria das

“Uma fã que escreveu a banda para participar do programa do Faustão”

Page 10: Revista Dizer Underground #1

Dizer Underground: Em 2006 a banda assinou contrato com a gravadora Thurbo Music. Como surgiu o primeiro contato?

Mel Ravasio: O irmão do nosso empresário [Marco Godoy], que é dono da gravadora, já conhecia a banda. Quando a banda mudou de vocalista ele ficou curioso para saber quem era a nova integrante. Pesquisou na internet e escutou nossa demo já com o novo vocal, depois foi a um show da banda e gostou do nosso som.

DU: Onde a banda fez suas primeiras apresentações?

Mel: Em alguns lugares aqui em Santo André como o “Paineras” que virou uma pizzaria e o “Catedral”, onde tocamos até hoje. Além de algumas baladas em São Paulo como o “Inferno Club”.

DU: Qual a diferença da cena ‘independente’ atual em relação a quando vocês começaram em 2000?

Mel: Acho que está mais difícil, porém está muito maior. Quando em comecei a tocar com as meninas a galera tocava em barzinho a cena era pequena. Hoje em dia todo mundo tem banda, todo mundo faz show.

DU: A internet também ajuda bastante na divulgação?

Mel: Sim. Todo mundo que tem banda, que quer tocar em festival usa a internet.

DU: Vocês usam muito a internet para divulgar a banda?

Mel: Temos Twitter, Fotolog, comunidades no Orkut, site. Usamos vários meios de comunicação direta com a galera.

DU: Vocês são a favor da liberação de música de forma gratuita na internet?

Mel: Tem os dois lados: Nós somos a favor, pois divulga nosso trabalho, mas tem o lado da gravadora que precisa vender CDs. Mas hoje em dia é difícil controlar, todo mundo passa as músicas para a internet.

DU: Com essa febre da internet muitas bandas aparecem a ganham “fãs de momento”, aqueles que ‘vão na onda’. Com esse sucesso da Lispstick vocês têm medo de ficar apenas com esse fãs da moda e perder um público fiel que seguem vocês desde o inicio?

Mel: Pra banda o importante é ter um público legal, que vai aos shows, que escuta as músicas. Nós ainda temos fãs que foram nos primeiros shows da banda, quando não tinha ninguém, aquelas apresentações que iam apenas família e amigos. E eles continuam nos acompanhando até hoje. Uma fã antiga da banda acabou de me ligar para dar parabéns [era aniversário dela no dia da entrevista]. Nós não tivemos esse problema de perder fãs fiés.

A Lipstick está em estúdio gravando o novo álbum, o segundo da banda. Em um ensaio das músicas do novo trabalho elas receberam a revista Dizer Undreground em um estúdio em Santo André e concederam uma entrevista exclusiva:

“o dono da gravadora pesquisou nosso som na internet, escutou nossa demo e gostou do som”

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D.U.: Alguma de vocês tem algum outro trabalho fora a banda ou já vivem, financeiramente, só de música?

Mel: Nós vivemos para a música. Estamos ralando bastante para nos sustentarmos disso.

D.U.: Como convivem com essa rotina de ensaios, gravação, shows, tudo em horários e dias marcados, essa coisa profissional?

Mel: As meninas começaram a tocar muito cedo, entre doze e treze anos, então nós não sabemos como é viver de outra forma, ter outra vida.

D.U.: Muitas bandas surgem, fazem sucesso e depois desaparecem do mainstream, voltam para o anonimato. Você tem medo de que aconteça o mesmo com a Lisptick?

Mel: Nós trabalhamos para que isso não aconteça. Só depende de nós mesmas.

D.U.: Uma banda formada por mulheres tem um obstáculo a mais para ultrapassar?

Mel: Passamos por dificuldades que qualquer banda teria. Acho que para alguns caras são mais difíceis. Tem essa coisa de falar que mulheres é mais fresca, mas nós costumamos tocar em uns ‘buracos’ que eu penso “meu Deus, não desejo isso nem para os meninos”.

D.U.: Quais conselhos que vocês dão para as bandas que estão começando?

Mel: Costumamos falar para as bandas ensaiarem, estudarem porque tem banda ruim que acha que é boa. Não que nós sejamos fodas, mas tentamos fazem algo certo. Não é só tirar foto e sair bonitinho na internet.

Carol Navarro (baixista): Tem banda que só tira foto, só faz pose e não ensaia.

“nos vivemos para a musica. ralamos bastante para nos sustentarmos disso”

FOTO: D

IVULGACAO

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“Mel foi a última integrante a se juntar a banda”

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Com influência de músicos nacionais oitentistas, como Gang 90, Fellini, Lobão e Cazuza, a banda indepen-dente Kafka Show surge como uma banda disposta a recuperar o velho rock’n roll brasileiro. A banda é formada por Dio-go de Nazaré, vocalista e produtor, Barrichello, gui-tarrista, Puga, baixista, e Jobas, baterista. Eles pos-suem um estúdio próprio e foi lá que os meninos nos receberam. Quem vê o sobrado verme-lho do lado de fora, pensa que é um bar, uma balada ou algo do gênero, mas se trata

do estúdio da banda, o “Ka-fka Estúdio”. Localizado na movimentada Rua Cardeal Arcoverde, Vila Madalena, além de estúdio, o espaço é também a casa de Diogo e Jobas, além de ser “point” de quem curte música e arte. Logo na entrada, o que seria a sala da casa, foi montado um bar, onde eles recebem os amigos, os amigos dos amigos e por aí vai. Nos fundos o quintal, com três sofás pretos, onde foi feita a entrevista. O que mais chama a atenção é a decoração de toda a pare-de da casa; uma foto gigan-te de cada integrante da banda, desenhos, poesias, pensamentos, e também recados deixados por ami-gos que os visitam. O estú-dio, decorado em branco e vermelho, foi montado no andar de cima, onde ficam também os quartos.

O ROCK

DO

KAFKA SHOW

RETRO-FUTURISTA

Com uma pegada no estilo “anos 80” o kafka show compoe, produz e grava os proprios albuns.

banda

por carla saraiva

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FOTO: D

IVULGACAO

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Kafka Show surgiu em 2002, quando Diogo começou a compor algumas músicas pelo computa-dor. “Toquei em outras bandas de rock mais pesado, mas queria fazer uma outra com um direcio-namento um pouco diferente, aí surgiu o Kafka. No início era ape-nas eu, fazia as músicas sozinho no computador. Em 1999 conheci o Jobas, mas só começamos a to-car juntos em 2004. O Barrichello (guitarrista) e o Puga (baixista) entraram em 2006 e desde então não paramos mais de trabalhar nossas músicas”. Baixos deslizantes, guitarras har-moniosas e baterias pulsantes compõem com bases eletrônicas e letras cortantes, em português, a energética identidade sonora do grupo.

O primeiro cd da banda, “Es-corre pelo caos para um novo horizonte”, foi lançado em maio deste ano no clube Belfiori, Barra Funda. O álbum foi produzido por eles mesmos no Kafka Estúdio. “Demorou, mas saiu” disse Jo-bas. “Como não tínhamos pressa para gravar, por o estúdio ser nosso, o cd pôde sair do jeito que queríamos”.

O Kafka Show já se apresentou no Nokia Irap e na primeira Vira-da Cultural, no Paço das Artes, em 2005 e, no ano seguinte, par-ticiparam da Mostra Fiat de Arte de São Paulo com o mesmo gru-po. Neste ano, já se apresentaram na Livraria Saraiva no Shopping Morumbi, e na Livraria Cultura no Shopping Villa-Lobos.

O projeto

Jobas(Baterista) Idade: 30 anos Além de músico: “Sou formado em design, tenho um estúdio com o Diogo onde também dou aulas de bateria.” Principal característica: “Quieto e bem tranquilo também” Influências: “Smashing Pumpkins, Deftones e rock nacional até os anos 2000”

Puga: (Baixista) Idade: 25 anos Além de músico: “Sou formado em Rádio e TV e trabalho em uma emisso-ra de televisão.“Principal característica: “Sou pacato, caseiro, bem da paz. “Influências: “Todas as energias emanadas pelo som de acordes jamai-canos e muitas linhas dançantes de baixistas de funk dos anos 70 e 80.”

Barrichello(Guitarrista) Idade: 28 anos Além de músico: “Formado em Publicidade e Jornalis-mo. “Principal característica: “Sou bastante intenso, gos-to de me jogar de cabeça no que faço. “Influências: “Toquei muito sozinho com cds de acom-panhamento de jazz que meu pai tem e isso acabou sendo mais importante pra mim do que as influencias clássicas como guitarrista (Jimmy Page, Hendrix e um monte de metaleiros).“

Diogo: (Vocal/Programação Eletrô-nica/Guitarra) Idade: 28 anos Além de músico: “Me formei em cinema, tenho o estúdio com o Jobas e uma empre-sa de tecnologia”. Principal característica: “Comunicativo e um pouco exagerado também”. Influências: “Barão Verme-lho, Legião, Suede, anos 80 em geral, pornochachadas do Carlo Mossy, e algumas musas destruidoras de co-rações…”.

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Com sua fachada inspi-rada no edifício Copan, também construído na região central da cidade, a Galeria do Rock sempre abriu portas para o ce-nário alternativo de São Paulo e do Brasil. Como sendo um dos pou-cos locais destinados aos adoradores de rock e toda cultura underground – ex-ceto as casas de shows -, a Galeria sempre foi bastante freqüentada por esse público “lado B”.Para o comerciante José Rogério, de 56 anos, as-sim como para muitas

Prédio do centro da capital paulista mantém raízes underground há décadas

outras pessoas, o público frequentador da Gale-ria mudou muito. Não há mais tanto interesse em fazer parte de determina-da cultura, determinada

Galeria do Rock fortalece cena alternativa

segmenta-ção. “Tem um pessoal mais cabe-ça, outros mais aliena-dos, infe-lizmente. Muita alie-nação. Gen-te que não tem nada a ver com

o movimento, que vão de embalo. Faz da Galeria um ponto de encontro e mais nada. Aquela influência de início diminuiu bastan-te, diminuiu bem”, diz ele.Mesmo com essa mudan-ça de comportamento do público, que às vezes incomoda o pessoal das antigas, o prédio no cen-tro de formato oval conti-nua colaborando para a disseminação da cultura

locais

Por Arilton Batista

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Serviço: Galeria do RockEntrada 1: Av São João, 439Entrada 2: Rua 24 de Maio, 62Seg a Sex: das 9h às 20hSábado: das 9h às 17h

local da cidade de fácil acesso, mesmo para mo-radores de regiões dos extremos norte, sul, leste e oeste da capital. Para chegar na Galeria do Rock, basta descer na es-tação República do Metrô – são as mais próximas.

VISTA PRIVILEGIADA DO CENTRO DE SÃO PAULO

alternativa. “Para manter isso aí, tem que ter alguns lo-cais para continuar essa cultura, porque são poucos lugares que dão espaço [Sic]”, assegura o comerciante, que trabalha no local há 15 anos – desde 1994 - hoje com uma loja de artigos de rock em geral (cami-setas, discos, CD’s, munhequeiras, bo-tons, dentre outros vários).A Galeria fica num

Page 16: Revista Dizer Underground #1

UNDERGROUND

GUIA

DIZER

DA NOITE PAULISTANAcLUBE GLORIA

O CLUBE LOCALIZADO NA BALADEIRA RUA 23 DE MAIO É FREQUENTADO POR MODERNINHOS, DJS E FASHIONISTAS. O NOME DA CASA TEM MUITO A VER COM SUA HISTÓRIA. ANTES DE SER UMA BALADA, O GLÓRIA FOI UMA IGREJA E MANTÉM A SUA ESTRUTURA ORIGINAL: OS DJS TOCAM NO ALTAR E A ÁREA VIP FICA NADA MENOS QUE NO MEZANINO DO CORAL.

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A FESTA ACONTECE ÀS TERÇAS NA D-EDGE E É

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FESTA CREW

ALTAR LOTADO NO CLUBE GLORIA

Quem passa nas imediações da rua Augusta e Haddock Lobo, nem imagina que, ao entrar pela discreta fachada no nú-mero 183 da rua Matias Aires, terá uma noite regada a rock´n roll, pop, soul music e funk .O que chama atenção logo na fila, é o perfil dos freqüenta-dores. Jovens de até 25 anos seguem como num desfile de moda retrô. Garotas com mini-saias e botas até o joelho e ho-mens de franjão e topete que lembram Elvis Presley. Eles não chegam de lambreta, mas bem que podiam. Tatuagens, cabelos estilosos, um ar meio psicodélico e um gosto mais do que assumido por tudo que se refere ao passado são bem vin-dos aqui.A hostess da casa Patty Dijigov recebe os convidados com um visual retrô chic, sempre com tiaras feitas de tule e flores, ela diz ter se inspirado nas lolitas fashion dos anos 50, a maquia-gem não fica pra menos.No ambiente do bar, há mesi-nhas que estão quase sempre ocupadas com o encorpado chope irlandês Guinness que sai por R$ 18, o copo de 500 ml. Já na pista, numa área mais ampla, alguns sofazinhos con-vidativos ficam bem perto do DJ. Ainda é possível se deparar com uma máquina de pinball e uma vitrola no canto do bar que completam a decoração.

CLUBE BELFIORE (CB)

PALCO DE DIVERSAS BANDAS ALTERNATIVAS O CB TAMBÉM OFERECE DISCOTECAGEM COM O MELHOR DO MODERN ROCK ATUAL E DO CLASSIC ROCK, PRINCIPALMENTE DO PÓS PUNK INGLÊS. OUVINDO OS DJs FOCKA E POMADA, RESIDENTES AOS SÁBADOS, É MUITO COMUM OUVIR STROKES, FRANZ FERDINAND, THE SMITHS E JOY DIVISION.O CB ALIA O PREÇO JUSTO COM UMA GALERA BACANA E VEM, HÁ MUITO TEMPO, SE FIRMANDO NA CENA INDIE PAULISTANA.

SERVIÇO:RUA BRIGADEIRO GALVÃO, 871BARRA FUNDAPREÇOS VARIAM DE R$20 A R$35CBBAR.COM.BR

PRODUZIDA PELOS DJs LALAI E FABILIPO A FESTA TAMBÉM TEM COMO RE-SIDENTES OS PROJETOS DATABASE, KILLER ON THE DANCEFLOOR, ROOTS ROCK REVOLUTION, FA-BRIZIO MARTINELLI [DA BANDA STRIKE] E GORKY [DO BONDE DO ROLÊ]

Inspirada nos Pubs de Nova Iorque, a casa noturna Astronete, se destaca pela música das décadas de 50, 60 e 70.

Page 17: Revista Dizer Underground #1

O sócio e fundador do Astronete (nome de uma marca de secador de cabelos antigo), Cláudio Medusa dá a dica para quem quer se diver-tir. “As quartas de Baile Veneno, a Discotexxx e a Shakesville SP, são ótimas pra dançar, só não dança quem é ruim da cabeça ou doente do pé” fala entusiasmado. Medusa ainda faz a seleção do cinetrash que rola as quartas antes das festa começar, e comanda a madrugada dividindo a pick up com o Dj resi-dente Sérgio Barbo.Dependendo da noite, é possível ver um pockt show ou flagar a apresentação da pin-up da casa, Darlene de Queiroz Cavalcante, 26, usando cinta-liga e peruca estilo Marilyn Monroe, dançando incan-savelmente no palco. A moça se inspira nas adolescentes dos anos 50. “As mulheres se esqueceram de ter feminilidade” diz ela enquan-to passa seu baton vermelho. A só-cia e esposa Noemi, e a gerente Daniele Karol, quando inspiradas, também sobem no palco e dão um show a parte.A decoração é retrô-futurista. Pos-ters de filmes “B” (gênero cinema-tográfico de afirmação da cultura black) espalham-se pelas paredes enquanto uma tela exibe filmes de diretores cultuados como Russ Meyer. A seleção musical apurada vai de raridades internacionais e brasileiras incluindo tema de nove-las do fundo do baú. “Steve Wonder é mais bem vindo que Sonic Youth, sem perder a cara alternativa” con-clui Cláudio Medusa.

astronete

Bate papo com Claudio Me-dusa, sócio do Astronete

D.U.: Como surgiu a casa?

Claudio Medusa: A casa sur-giu em janeiro de 2007. Eu e minha companheira Noemi já trabalhavamos na noite em NY por muitos anos e de-cidimos voltar para o Brasil e abrir uma casa de rock.

D.U.: Qual foi a inspiração pra montar o Astronete?

C.M: Pubs de NY, boas festas de rock’n’roll e cultura “B”.

D.U.: Como é feita a seleção de novas bandas?

C.M: Procuramos dar pre-ferência a bandas com ma-terial próprio e bandas com referências de pessoas que confiamos.

D.U.: Sempre teve o cine trash as quartas? Quem faz a seleção dos filmes e das músicas?

C.M: O cinetrash já está no segundo ano e sou eu que faço a programação sem-pre baseada no universo do cinema exploitation e filmes “B”, uma das principais refe-rências do Astronete.

D.U.: Qual a bebida que faz mais sucesso?

C.M: O chope Guinness é sempre um sucesso. 18 reais um copo de 500ml.

D.U.: Qual o dia que a casa tem maior movimento?

C.M: Sextas e sábados nas festas Shakesville SP! e Discotexxx.

D.U.: Tem dia melhor pra quem quer dançar ou pa-querar?

C.M: Para um profissional todo dia é dia de paquerar. Para dançar as quartas de Baile Veneno, a Discotexxx e a Shakesville SP! só não dança quem é ruim da ca-beça ou doente do pé.

D.U.: Para 2010 tem algum projeto em andamento?

C.M: Uma pequena reforma e melhorias na casa.

D.U.: O que não pode faltar na produção de uma pin-up?C.M: mini-mini-mini-saia, micro shorts e pernas tor-neadas. D.U.:Se tiver algo que quei-ra acrescentar, fique a von-tade.

C.M: O Astronete é uma casa de rock da cena un-derground de São Paulo que quebrou um pouco do padrão indie que sempre ditou a noite. Aqui Steve Wonder é mais bem-vindo que Sonic Youth, sem per-der a cara alternativa.

Astronete: Rua Matias Aires, 183, Con-solação, Tel: 3151-4568Quando: Ter a Sex: a partir das 17h, Sáb e Dom, a partir das 19h.

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Por elisangela santana

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