revista discutindo clio- vol 1- ano 1-2014. publicaçao trimestral janeiro-março-2014
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CORPO EDITORIAL
Editor: Prof. Especialista Daniel Rodrigues de Lima (Licenciado em Histria-UNIASSELVI, Especialista em Ensino de Histria- UNIANDRDE e Membro da Associao Brasileira de Educao a Distncia-ABED).
Revisor: Jorge Lus Couto das Neves (Licenciado Histria pelo Centro Universitrio Leonardo da Vinci- UNIASSELVI)
Secretrio: Prof. Especialista Erick de Brito Sampaio (Licenciado em Histria e especialista em Metodologia do Ensino de Histria-UNIASSELVI).
Conselho Editorial:
Prof. Especialista Ramss Ferreira (Graduado em Pedagogia-UFAM, Histria- UNIASSELVI, Direito-Uninorte e Especialista em Ensino de Histria do Brasil, Gesto Escolar e Ps- Graduando em Direito Penal e Educacional).
Prof. Especialista Ozir Verosa de Souza (Graduado em Pedagogia, Histria e Filosofia e Especialista em Filosofia e Sociologia).
Prof. Marcelo Monteiro de Oliveira (Graduado em Licenciatura em Histria no UNINORTE/LAURETE Centro Universitrio do Norte)
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SUMRIO
APRESENTAO..................................................................................................................4
ARTIGOS.............................................................................................................................5
O USO DE OBJETOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DIDTICO
PEDAGGICO DA DISCIPLINA DE HISTRIA DO BRASIL.- Daniel Rodrigues de
Lima.....................................................................................................................................6
O ESTUDO DO PERODO PS 2 GUERRA PARA COMPREENSO DA SOCIEDADE
ATUAL- Erick de Brito
Sampaio..............................................................................................................................20
MTODOS DE ENSINO UTILIZADOS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL- Jorge Lus Couto das Neves..................................................................38
OS CONTEDOS MINISTRADOS NAS AULAS DE HISTRIA NA E.E. MARIA AMLIA
DO ESPRITO SANTO NO ANO DE 1985 EM MANAUS.- Marcelo Monteiro de
Oliveira..................................................................................................................................62
O ENSINO DE HISTRIA COM NOVOS RECURSOS DIDTICOS NAS ESCOLAS
PBLICAS- Ozir Verosa de Souza..............................................................................................77
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APRESENTAO
A Revista Discutindo Clio tem como objetivo principal desenvolver discusses acerca das
reas de Histria, Historiografia e Ensino de Histria.
Neste primeiro volume destacamos a produo de artigos acerca do ensino da Histria, onde
os autores trazem possibilidades para prtica didtico pedaggica em Histria, alm de elencarem
possibilidades e estratgias no processo de ensino e aprendizagem, e dessa forma, a utilizao das
novas mdias tecnolgicas como recursos para dinamizarem suas prticas docentes so de extrema
relevncia.
Esperamos poder contribuir com as discusses propostas, onde a Revista Discutindo Clio
passa a ser espao tcnico- cientfico para disseminao de saber e conhecimento, em que as
pesquisas desenvolvidas e socializadas em forma de artigos pela revista so um meio de jovens
pesquisadores poderem demonstrar ao grande pblico leitor seus resultados e suas proposies para
solucionar as problemticas encontradas.
Uma tima leitura!
Editor,
Daniel Rodrigues de Lima (Licenciado em Histria-UNIASSELVI, Especialista em Ensino de Histria- UNIANDRDE e Membro da Associao Brasileira de Educao a Distncia-ABED).
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ARTIGOS
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O USO DE OBJETOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DIDTICO
PEDAGGICO DA DISCIPLINA DE HISTRIA DO BRASIL.
Daniel Rodrigues de Lima1
RESUMO
O presente artigo tem como tema o uso de objetos virtuais de aprendizagem no processo didtico pedaggico da disciplina de Histria do Brasil. O seu objetivo geral analisar como os objetos virtuais de aprendizagem podem contribuir como materiais didticos pedaggicos no processo de ensino/aprendizagem da disciplina de Histria do Brasil, alm de mostrar as relaes da informtica com a educao e compreender como so produzidos os objetos virtuais de aprendizagem. O tipo de pesquisa de acordo com os procedimentos tcnicos que utilizamos ser o de reviso bibliogrfica, analisamos ainda o objeto virtual intitulado: Estante Viva de Histria do Brasil no Sculo XX. Por fim, acreditamos que os objetos virtuais de aprendizagem podem contribuir em muito no levantamento de discusses e de questes no que tange o processo cognitivo da disciplina de Histria do Brasil. Palavras-chave: Objetos virtuais de aprendizagem. Recurso didtico pedaggico. Histria do Brasil.
1 INTRODUO
O presente artigo aborda o uso dos objetos virtuais de aprendizagem no processo didtico
pedaggico da disciplina de Histria do Brasil, descrevendo como tais materiais didticos
pedaggicos trabalhados pelos professores em sala de aula podem ser excelentes recursos no
sentido de dinamizarmos as aulas, alm de prtica docente possibilitar ferramentas para a
fomentao de questionamentos e discusses.
1 Graduado em Licenciatura em Histria pelo Centro Universitrio Leonardo Da Vinci- UNIASSELVI. Especialista em Ensino de Histria pela UNIANDRDE. Membro Associao Brasileira de Educao a Distncia- ABED e Professor da Escola do SESC-AM Jos Roberto Tadros.
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A escolha do tema pelo fato de compreendermos que recursos tecnolgicos fazem partem
do cotidiano dos educandos, e dessa forma inseri-los no processo educativo de ensino e
aprendizagem de grande relevncia, pois possibilita uma linguagem aproximada do universo do
discente, onde devido a este fator resolvemos pesquisar como os objetos virtuais de aprendizagem
podem contribuir e auxiliar no ensino da disciplina Histria.
O objetivo de nosso artigo analisar como os objetos virtuais de aprendizagem podem
contribuir como materiais didticos pedaggicos no processo de ensino/aprendizagem da disciplina
de Histria do Brasil, alm de mostrar as relaes da informtica com a educao e compreender
como so produzidos os objetos virtuais de aprendizagem.
A relevncia de nosso artigo se d no sentido de que muito h a se discutir sobre essa
temtica, pois com as tecnologias computacionais cada vez mais presentes em sala de aula devemos
estar aptos a trabalhar com os mais variados materiais didticos pedaggicos, onde cabe a ns,
enquanto, docentes ou futuros professores, termos conhecimentos relativos s relaes que
envolvem as novas tecnologias com o processo pedaggico, assim como estar qualificados a
trabalharmos com esses objetos no processo de ensino/aprendizagem no cotidiano da sala de aula.
O referencial terico fundamenta-se nos artigos disponibilizados na rede mundial de
computadores e em obras diversas que nos auxiliaram nas discusses que seguem nestas pginas, e
com a contribuio destes autores pesquisados e citados poderemos analisar e compreender, como o
uso dos objetos virtuais de aprendizagem podem dinamizar o processo de ensino, assim como a
relao prxima entre a informtica e a educao.
Entre os artigos podemos destacar o de Wagner Antnio Jnior, intitulado Objetos de
aprendizagem virtuais2, onde o autor apresenta anlises acerca de referencias sobre como so
constitudos os objetos virtuais de aprendizagem, orientando, alm disso, sobre suas aplicabilidades
como materiais didtico-pedaggicos.
Ana Cecilia Togni com o artigo Construindo Objetos de Aprendizagem3 contribui com
nossa anlise no sentido de demonstrar como podemos construir objetos virtuais de aprendizagem a
partir das tecnologias disponibilizadas pela informtica atravs do uso dos computadores.
2ANTONIO JNIOR, Wagner. Objetos de Aprendizagem Virtuais: material didtico para a educao bsica.
Disponvel em : //http: www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/006tcc1.pdf/. Acessado em: 05 de abril de 2011. 3TOGNI, Ana Cecilia. Construindo Objetos de Aprendizagem. Disponvel em: //http:
www.univates.br/ppgece'docs/materiais_2010/construindo_objetos.pdf. Acessado em: 05 de abril de 2011.
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Dbora Bittelo e Denise Viera com o artigo Informtica na Educao: O Passado e as
Novas Tecnologias4, salientam acerca do uso da informtica como um recurso didtico
pedaggico, enfocando as relaes entre tecnologias da informtica e comunicao com a educao,
discutindo com isso, conhecimento, cultura, tecnologia e sociedade, alm de contextualizar
historicamente a relao entre educao e informtica.
O artigo Objetos de Aprendizagem: Anlise de seu uso em sala de aula do Ensino
Fundamental5 importante para compreendermos como as tecnologias em forma de objetos de
aprendizagem so inseridos no ambiente escolar, alm de como educadores e educandos reagem ao
contato com o material didtico pedaggico.
Alm dos artigos citados acima, outra obra importante na construo de nosso paper ser o
caderno de estudos disponibilizado pelo NEAD da UNIASSELVI ao Curso de Licenciatura em
Histria, intitulado Informtica Bsica e Tecnologias na Educao tendo como autores Hermnio
Kloch e Vital Pereira dos Santos Junior (2010), onde a terceira unidade do caderno nos foi de
grande importncia pelo fato de tratar da relao estreita entre informtica e educao, alm de nos
disponibilizar as bases de como utilizar os ambientes virtuais e como desenvolver projetos escolares
utilizando as novas ferramentas tecnolgicas.
O historiador Luciano Figueiredo em Histria e Informtica: o uso do computador6 ser
importante em nossa discusso, pois possibilita o entendimento da relao da informtica com a
Histria, mostrando como os computadores podem ser excelentes ferramentas no trabalho histrico
dos pesquisadores, alm de a partir destes, utilizados como auxiliares no processo de
ensino/aprendizagem, tambm ser desenvolvidos os trabalhos dos professores de Histria na
educao bsica e superior, indicando sites hospedes na rede mundial de computadores, onde nessas
pginas existem diversos objetos virtuais de aprendizagem podendo ser teis s atividades dos
professores no ensino de Histria do Brasil.
4BITTELO, Dbora; VIEIRA, Denise. Informtica na Educao: O Passado e as Novas Tecnologias. Disponvel em :
//http: www.scielo.br/scielo.php2script-sci_artex&-s0102/. Acessado em: 05 de abril de 2011. 5BARBOSA, Jaiane Ramos; FERNANDES, Alisandra; LIMA, Lavina et al. Objetos de Aprendizagem: Anlise de seu
Uso em sala de aula do Ensino Fundamental. Disponvel em : //http: www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/wie/index-arquivos/artigos_3htm. Acessado em: 05 de abril de 2011.
6FIGUEIREDO, Luciano. Histria e Informtica: o uso do computador. In: CARDOSO, Ciro Flamarion Santana, VAINFAS, Ronaldo. Domnios da Histria: Ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro. Elsevier.1997.
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Circe Bittencourt com as seguintes obras: Histria nas atuais propostas curriculares7 e
Identidade Nacional e Ensino de Histria do Brasil8, tambm d contribuio valorosa em nossas
discusses, onde no primeiro artigo indica como os mdias so utilizados no ensino da disciplina
de histria nas atuais propostas curriculares, enquanto no segundo, a autora salienta a questo de
como deve ser encarado o processo de ensino/aprendizagem da disciplina de Histria do Brasil de
acordo com as atuais propostas cognitivas em vigncia.
O tipo de pesquisa de acordo com os procedimentos tcnicos que utilizamos o de reviso
bibliogrfica, onde buscamos analisar as produes relativas ao assunto em questo, e com isso,
tecer nossas hipteses/questionamentos e consideraes. Dessa forma sobre esse tipo de pesquisa
Tafner e Silva afirmam: [...] utiliza material j publicado, constitudo basicamente de livros,
artigos de peridicos e, atualmente, de informaes disponibilizadas na internet.(2009, p.144), o
que nos orienta sobre a consulta acerca de fontes bibliogrficas.
Alm disso, analisamos e utilizamos uma fonte primria, ou seja, um objeto virtual de
aprendizagem relativo disciplina de Histria do Brasil intitulado Estante Viva de Histria do
Brasil no sculo XX, onde a partir desse objeto virtual de aprendizagem buscamos argumentar
como este pode ser inserido no processo de ensino/aprendizagem da disciplina de Histria do
Brasil.
O artigo segue com os seguintes itens: a trajetria histrica da educao com a informtica,
onde procuramos compreender como foram as relaes de ambas no processo histrico; o uso de
objetos virtuais de aprendizagem no processo de ensino da disciplina de Histria do Brasil, em que
vamos analisar como os objetos virtuais de aprendizagem podem contribuir no processo didtico
pedaggico da disciplina; e por fim, faremos nossas consideraes finais, pois nesse momento de
execuo indicamos se os objetivos iniciais foram alcanados aps as discusses sobre o uso de
objetos virtuais de aprendizagem.
7 BITTENCOURT, Circe. Ensino de histria: fundamentos e mtodos. So Paulo: Cortez, 2004.p. 97-131.
8BITTENCOURT, Circe. Identidade Nacional e Ensino de Histria do Brasil. In: KARNAL, Leandro (org.). Histria na sala de aula: conceitos, prticas e propostas. So Paulo: Contexto, 2003. p. 185-204.
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2 A TRAJETRIA HISTRICA DA RELAO DA EDUCAO COM A INFORMTICA
Para melhor compreenso do leitor mister relacionarmos a trajetria histrica entre
educao e informtica.
No processo educacional o uso dos primeiros computadores deu-se na dcada de 1950, onde
seu uso estava de acordo com as tcnicas e possibilidades tecnolgicas existentes no perodo.
A partir da dcada de 1960, Seymour Papert desenvolve um mtodo para ensinar as crianas
a pensar atravs da informtica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, elaborando
linguagem de programao intitulada LOGO, onde conceitua seu mtodo de ensino, Papert apud
Kloch e Vital: '[...] como uma ferramenta para trabalhar e pensar, como um meio para realizar
projetos, uma fonte para pensar as ideias'. (2010, p.184)
Papert com sua perspectiva acreditava no computador como auxiliar a educao, como uma
ferramenta de programao que possibilitaria o desenvolvimento da cognio da criana enquanto
educando.
No Brasil, aps essas ideias surgidas nos EUA e Frana, comeam os estudos de como
inserir a informtica no processo educativo. Em que a partir da dcada de 1970 desenvolvem-se os
primeiros projetos em sua maioria ou preferencialmente dentro nas universidades.
Os primeiros estudos sobre a informtica voltada para educao surgiram nos departamentos
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em 1975, pesquisadores da Unicamp desenvolveram um texto tratando sobre a introduo
de computadores nas escolas de 2 grau. Em 1977 esse projeto passou a envolver o ensino de
crianas, coordenado por mestrandos em computao.
Em 1983, tambm, na Unicamp foi criado o Ncleo Interdisciplinar de Informtica Aplicada
a Educao (NIED-UNICAMP), sendo apoiado pelo MEC e tendo o projeto LOGO como seu maior
referencial de pesquisa durante anos.
Contudo, foram o primeiro e segundo Seminrio Nacional de Informtica em Educao
realizados em Braslia e na Bahia em 1981 e 1982, respectivamente, que so classificados como
marcos na trajetria das duas disciplinas no Brasil, onde utilizando recursos da tecnologia da
informao e comunicao- TIC's foram importantes, pois:
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Convm deixar evidenciado, que a informtica na educao no Brasil, teve seu incio efetivamente com o primeiro e segundo Seminrio Nacional de Informtica em Educao, realizado respectivamente na Universidade de Braslia em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982. Foi a partir desses seminrios que se originou o projeto EDUCOM, e com ele uma nova estratgia de trabalho, diferente de quaisquer outros programas educacionais iniciados pelo MEC. Ficando ento o MEC com a funo de acompanhar, viabilizar e implementar decises oriundas de muito trabalho, discusses e propostas feitas pela comunidade de tcnicos e pesquisadores da rea. (NUNES; VIEIRA, 2007, p.3)
A partir do ano de 1997, o Brasil em parceria com alguns pases da Amrica Latina criam o
programa RIVED (Rede Internacional Virtual de Educao) que produz materiais didticos digitais
para auxiliarem no processo de ensino e aprendizagem na educao bsica, onde Antnio Jnior
salienta acerca disso:
No Brasil, os objetos de aprendizagem tm uma histria recente pelo programa RIVED (Red Internacional Virtual de Educacin), um projeto de cooperao internacional entre pases da Amrica Latina, em que atualmente trabalham em conjunto Brasil, Peru e Venezuela. Esse programa, no Brasil, desenvolvido pelo Ministrio da Educao, pela Secretaria de Educao a Distncia (SEED), em parceria com a Secretaria de Ensino Mdio e Tecnolgico (SEMTEC). uma iniciativa para criao de material didtico digital para potencializar o processo de ensino das cincias da natureza e da matemtica no ensino mdio presencial. O material produzido so mdulos educacionais que abordam unidades curriculares das reas de conhecimento. (2005, p. 2)
Diante do exposto acima, tentamos traar a trajetria histrica entre educao e informtica,
onde percebemos que as universidades brasileiras foram palco de grandes discusses e elaboraes
de projetos para a combinao das duas reas.
Acreditamos hoje, que tal relao tornou-se intrnseca, pois muito comum professores e
alunos interagindo com a informtica e seus ambientes informacionais, alm disso, muitas escolas
possuem laboratrios de informtica em suas instalaes, onde constante o uso de computadores
na elaborao dos trabalhos escolares atravs de editores de texto, editores de imagem, editores de
desenho, editores de planilha, editores de vdeo e entre outros recursos, alm do uso da rede
mundial de computadores, a Internet, no auxlio s pesquisas escolares.
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3 O USO DE OBJETOS VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DIDTICO
PEDAGGICO NA DISCIPLINA DE HISTRIA DO BRASIL.
3.1 A TRAJETRIA DA DISCIPLINA DE HISTRIA DO BRASIL: UM LONGO PERCURSO.
O ensino da disciplina Histria do Brasil, ao longo de sua trajetria sempre foi visto e
elaborado de uma maneira dogmtica, como mecanismo de construo de uma nica identidade
nacional, onde vamos observar tal pressuposto desde seus primrdios.
No Primeiro e Segundo Imprio a disciplina de Histria Nacional era considerada facultativa
e dificilmente era ensinada, onde o ensino da Histria Sagrada predominava sobre de uma Histria
Nacional, em que os mtodos de ensino eram praticados atravs da memorizao e repetio dos
textos escritos, onde salientado o seguinte acerca dessa questo:
Os programas de Histria do Brasil seguiam o modelo consagrado pela Histria Sagrada, substituindo as narrativas morais sobre a vida dos santos por aes histricas realizadas pelos heris considerados construtores da nao, especialmente governantes e clrigos. A ordem dos acontecimentos era articulada pela sucesso de reis e pelas lutas contra os invasores estrangeiros, de tal forma que a histria culminava com os 'grandes eventos' da 'Independncia' e da 'Constituio do Estado Nacional', responsveis pela conduo do Brasil ao destino de ser uma 'grande nao'. (PCN, 1997, p. 20)
Durante os perodos da Repblica Velha, o ensino da disciplina de Histria do Brasil,
buscava inserir na nao o espirito cvico, atravs de um nacionalismo patritico tendo na histria
como principal veiculo de ensino, onde podemos observa como procedia este processo:
A Histria Nacional identificava-se com a Histria Ptria, cuja misso, juntamente com a Histria da Civilizao, era de integrar o povo brasileiro moderna civilizao ocidental. A Histria Ptria era entendida como o alicerce da 'pedagogia do cidado', seus contedos deveriam enfatizar as tradies de um passado homogneo, com feitos gloriosos de clebres personagens histricos nas lutas pela defesa do territrio e da unidade nacional. (PCN, 1997, p. 21)
Do Governo Provisrio (1930-1934), passando pelo Governo Constitucionalista (1934-
1937) at a implementao do Estado Novo (1937-1945), o perodo denominado de Era Vargas, o
ensino da disciplina de histria evidenciava o carter nacionalista e patritico do Estado Nacional
em harmonia, pois o pas viveria em de acordo com esta tendncia uma democracia racial, onde o
ensino da disciplina de Histria do Brasil seria de fundamental importncia na consolidao de tais
pensamentos, em que podemos entender tal questo a partir do seguinte:
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Nos programas e livros didticos, a Histria ensinada incorporou a tese da democracia racial, da ausncia de preconceitos raciais e tnicos. Nessa perspectiva, o povo brasileiro era formado por brancos descendentes de portugueses, ndios e negros, e, a partir dessa trade, por mestios, compondo conjuntos harmnicos de convivncia dentro de uma sociedade multirracial e sem conflitos, cada qual colaborando com seu trabalho para a grandeza e riqueza do Pas. (PCN, 1997, p. 21)
Nos governos militares (1964-1985), a disciplina de Histria ganhar o formato de Estudos
Sociais, impregnados na mesma linha de nacionalismo/patriotismo exacerbado de direita, onde de
acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais:
A consolidao dos Estudos Sociais em substituio a Histria e Geografia ocorreu a partir da Lei n. 5.692/71, durante o governo militar. Os Estudos Sociais constituram-se ao lado da Educao Moral e Cvica em fundamentos dos estudos histricos, mesclados por temas de Geografia centrados nos crculos concntricos. Com a substituio por Estudos Sociais os contedos de Histria e Geografia foram esvaziados ou diludos, ganhando contornos ideolgicos de um ufanismo nacionalista destinado a justificar o projeto nacional organizado pelo governo militar implantado no Pas a partir de 1964. (1997, p. 24)
O que podemos observa que ao longo do processo histrico da disciplina de Histria do
Brasil, o que predominou foi uma viso tradicionalista da Histria, ou seja, uma histria vista a
partir de questes politicas e diplomticas, enfatizando a construo das figuras dos heris
nacionais, tendo um carter ufanista acerca da nao brasileira, onde no so visualizadas as
disputas e contradies existentes nos processos scio histricos e a participao de seus diversos
sujeitos sociais que o compe.
Contudo, com a introduo de ideias Marxistas e das Escolas dos Annales, nas dcadas de
1970 e 1980, possibilitaram que nos dias atuais a disciplina seja vista com um novo olhar e carter
diferente, pois no visa construo de uma nica identidade brasileira, mas, visualiza todos os
elementos que a compe, formando com isso o carter multifacetado de nossa identidade nacional,
onde o ensino de Histria do Brasil passa a privilegiar todos os seus sujeitos histricos, explicitando
as disputas, contradies, transformaes, mudanas, permanncias, acomodaes e as cooptaes
de seus agentes no processo histrico.
Porm, precisamos dizer que, o ensino da disciplina de Histria do Brasil sofre
continuamente com o pouco espao nos materiais didticos produzidos para o ensino da disciplina,
ontem como apndice da Historia Sagrada e da Civilizao, hoje dentro dos projetos de Histria
Integrada, onde Bittencourt (2004) nos informa sobre o seguinte:
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A Histria do Brasil, diante de tal postura, compreendida como parte menos substantiva e apenas complementar de um mundo capitalista maior e seu estudo visa, sobretudo entender o papel que o pas desempenha como nao emergente e os caminhos que tem percorrido nessa condio sob o impacto do denominado neoliberalismo. (2004, p.187)
Acreditamos que a disciplina de Histria do Brasil deve ser valorizada, no sendo nem
apndice da Histria Sagrada e da Civilizao como foi no passado, e nem to pouco, os seus temas
devem ser parcamente desenvolvidos dentro dos programas Histria Integrada, hoje no presente.
Nas atuais propostas curriculares da disciplina as novas tecnologias surgem como forma de
dinamizar o processo educativo, pois preciso uma articulao com as novas tecnologias, em
especial com a informtica para a escola passar a identificar-se com as novas geraes pertencentes
a cultura das mdias, onde podemos afirma que:
[] A informtica e os computadores, segundo alguns especialistas de estudos de linguagens, revolucionaram ou esto revolucionado mais do que a televiso as formas de conhecimento escolar, por sua capacidade e poder de estabelecer comunicaes mais pessoais e interativas.(BITTENCOURT, 2004, p. 107-108)
Contudo, devemos ter cuidado com as informaes disponibilizadas, pois precisamos avali-
las, propiciando que ns e os educandos analisemos as informaes de forma crtica e ativa, fazendo
com isso que no ns tornemos e to pouco se criem pessoas alienadas.
3.2 O USO DE OBJETOS VIRTUAIS: CONCEITOS E ANLISE DO OBJETO VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM ESTANTE VIVA DA HISTRIA DO BRASIL NO SCULO XX.
a partir de novas tecnologias no processo educativo que surgem os objetos virtuais de
aprendizagem como instrumentos auxiliares na disciplina de Histria do Brasil em seu processo de
ensino e aprendizagem.
Comearemos por conceituar o que vem a ser um objeto virtual de aprendizagem, onde de
acordo com Antnio Jnior so:
[] recursos digitais, que podem ser usados, reutilizados se combinados com outros objetos para formar um ambiente de aprendizado rico e flexvel. Seu uso pode reduzir o tempo de desenvolvimento, diminuir a necessidade de instrutores especialistas, bem como, os custos associados como desenvolvimento baseado em web. Esses objetos de aprendizagem podem ser usados como recursos simples ou combinados para formar uma
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unidade de instruo maior. Podem tambm ser usados em um determinado contexto e depois ser reutilizados em contextos similares.[...]. (2005, p.3)
Os objetos virtuais de aprendizagem de acordo com essa conceituao podem ser elaborados
em varias plataformas, onde em nossas escolas encontramos o Power point como uma das
principais formas produzidas por professores no sentido de dinamizar e produzir discusses em sala
de aula. Onde Luciano Figueiredo falando da relao do historiador/professor de Histria salienta o
seguinte acerca das novas tecnologias:
A utilidade desses produtos no ensino incontestvel, no apenas como instrumento de representao que auxilie na aprendizagem de contedos programticos, mas tambm como estimulador da pesquisa (particularmente entre estudantes de 1 e 2 graus) que permitiro a confeco de um hipertexto. (1997, p. 616)
Alm disso, para a construo de objetos virtuais de aprendizagem temos que destacar
algumas questes para sua elaborao, onde Togni nos informa sobre o seguinte:
Ao iniciar um projeto de construo de objetos de aprendizagem, preciso primeiramente organizar-se levando em considerao algumas peculiaridades, a saber: a) Para quem se destina (nvel de ensino, srie); b) Que contedo ser estudado atravs dele; c) Onde ser utilizado (ser para aulas distncia ou para aulas presenciais em Laboratrios de informtica, ou mesmo em sala de aula); d) O que se pretende que o aluno aprenda ou sistematize atravs do seu uso (objetivos). (2010, p.7)
Para melhor fundamentar nossa discusso, vamos analisar um interessante objeto virtual de
aprendizagem que a Estante Viva da Histria do Brasil no Sculo XX, pois este objeto virtual de
aprendizagem est de acordo com os parmetros estabelecidos na discusso acima destacada, onde
tem tudo haver com nosso objeto de estudo, no caso o uso de objetos virtuais de aprendizagem no
processo didtico pedaggico da disciplina de Histria do Brasil.
O objeto foi elaborado por Eremita Tnia da Silva Paixo, um objeto voltado para alunos
do Ensino Mdio, tendo como objetivo proporcionar aos educandos uma viso panormica dos
principais acontecimentos da Histria do Brasil no sculo XX.
Neste objeto de aprendizagem, sua utilizao com os alunos em sala de aula consiste em
ajudarmos uma garotinha a encontrar os livros certos para sua devida leitura, em que na sua
interface apresentada uma imagem relativa a um momento da histria do Brasil no sculo XX,
como por exemplo: A Era Vargas. A partir disso, tm-se um texto explicativo e uma pergunta, em
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que o educando deve responder, este objeto tem formato de jogo de perguntas e respostas, pois
contado tempo para cada pergunta e ao termino do jogo atribuda uma pontuao.
Acreditamos que esse objeto pode ser interessante como recurso didtico para o ensino da
disciplina de Histria do Brasil, onde cabe ao professor ter o domnio no s do objeto em si, mas
acima de tudo das propostas de assuntos/temas aulas que este objeto prope, para que sua utilizao
funcione como um instrumento didtico-pedaggico auxiliar que dinamize as aulas, instigando
questionamentos e discusses.
Contudo, nesse processo acreditamos que o professor/educador jamais deve utilizar os
objetos virtuais de aprendizagem como substitutos de aulas ou como apenas materiais ilustrativos
para suas aulas, mas, utiliz-los como recursos auxiliares e complementares, onde passam a ser
formas dinamizadoras das aulas da disciplina de Histria do Brasil, e com isso, visualizam-se as
mltiplas construes de identidade brasileira em nosso processo histrico, entendendo as disputas,
antagonismos, transformaes, permanncias, formas de viver, pensar e se relacionar dos sujeitos
sociais na arte de viver cotidianamente.
4 CONSIDERAES FINAIS
Os objetos virtuais de aprendizagem atravs de seu uso podem contribuir com uma viso
crtica e problemtica acerca da disciplina de Histria do Brasil, ou seja, uma histria ativa em que
todos participam do processo histrico, onde cabe ao professor nesse processo ser o mediador,
desempenhando papel principal na elaborao das discusses e questionamentos a serem propostos
em sala de aula disciplina, em que devem ter seus usos estimulados no como substitutos de aulas
ou materiais ilustrativos, mas como recursos ou instrumentos auxiliares propositores de
questionamentos e discusses.
elaborao e produo destes objetos virtuais de aprendizagem podemos usar vrias
plataformas ou programas como: editores de texto, planilha, desenho, vdeos e entre outros.
Contudo estes devem ser elaborados tendo o cuidado com os procedimentos metodolgicos como
os seguintes: para quem destinado (nvel de ensino, srie), qual contedo ser estudado atravs
dele, onde ser utilizado (ser para aulas distncia ou para aulas presenciais em Laboratrios de
informtica, ou mesmo em sala de aula) e, por fim, como se pretende que o aluno aprenda por meio
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do seu uso. Seguindo tais procedimentos podemos produzir materiais com certa qualidade e, com
isso, sendo teis no auxlio do processo de ensino e aprendizagem da disciplina.
Por fim, acreditamos que atingimos nossos objetivos iniciais de analisar como o uso de
objetos virtuais de aprendizagem pode contribuir no processo didtico pedaggico da disciplina de
Histria do Brasil, porm h muito ainda para discutirmos, propondo mais questionamentos acerca
da aplicabilidade das novas mdias no processo cognitivo dos educandos.
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REFERNCIAS
ANTONIO JNIOR, Wagner. Objetos de Aprendizagem Virtuais: material didtico para a educao bsica. Disponvel em: //http: www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/006tcc1.pdf/. Acessado em: 05 de abril de 2011.
BARBOSA, Jaiane Ramos; FERNANDES, Alisandra; LIMA, Lavina et al. Objetos de Aprendizagem: Anlise de seu Uso em sala de aula do Ensino Fundamental. Disponvel em: //http: www.inf.pucminas.br/sbc2010/anais/wie/index-arquivos/artigos_3htm. Acessado em: 05 de abril de 2011.
BITTELO, Dbora; VIEIRA, Denise. Informtica na Educao: O Passado e as Novas Tecnologias. Disponvel em: //http: www.scielo.br/scielo.php2script-sci_artex&-s0102/. Acessado em: 05 de abril de 2011.
BITTENCOURT, Circe. Identidade Nacional e Ensino de Histria do Brasil. In: KARNAL, Leandro (org.). Histria na sala de aula: conceitos, prticas e propostas. So Paulo: Contexto, 2003. p. 185-204.
BITTENCOURT, Circe. Ensino de histria: fundamentos e mtodos. So Paulo: Cortez, 2004.p. 97-131.
BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros curriculares nacionais: histria, geografia. Braslia: MEC/SEF, 1997.
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O ESTUDO DO PERODO PS 2 GUERRA PARA COMPREENSO DA SOCIEDADE ATUAL
Erick de Brito Sampaio9
RESUMO
Conflitos no Oriente Mdio, surgimento de novas tecnologias, o despontar americano como maior potencia global, ditaduras no Brasil e na Amrica Latina bem como outros acontecimentos da histria recente podem ser considerados desdobramentos da segunda guerra mundial. Por se tratar de um conflito a nvel mundial as decorrncias deste conflito se deram no mesmo nvel a geopoltica mundial contempornea pode ser enfocada do ponto de partida do antes, e do ps-guerra. Este tema a ser tratado em sala de aula pelo docente de histria s pode ser feito na sua plenitude uma vez que o mesmo traar um paralelo da guerra com os conflitos polticos e militares ocorridos posteriores ao conflito. Outro fator importante a ser abordado em sala de aula junto aos alunos sos as descobertas tecnolgicas e cientificas ocorrida neste perodo, durante a Guerra fria, onde a incessante busca por aprimoramento blico tecnolgico entre americanos e soviticos, ocasionou o surgimento ou em outros casos o aprimoramento de uma srie de adventos como a televiso e a informtica que atualmente encontram-se altamente inseridos no cotidiano da
sociedade contempornea. Esta pesquisa consistiu numa pesquisa bibliogrfica onde foram usadas como fundamentao terica o trabalho de vrios autores que abordam temas relacionados de fora direta ou indireta com a Guerra Fria.
Palavras - chave: Guerra Fria. Sociedade. Contempornea.
1 O MUNDO ATUAL E SUAS RAZES NO PS-GUERRA
Esta pesquisa teve por objetivo mostrar importncia do estudo do perodo posterior
a segunda guerra mundial para uma melhor compreenso da sociedade contempornea,
identificando elementos, aspectos da sociedade atual que podem ser relacionados de forma
direta ou indireta com o perodo conhecido como ps-guerra.
O ps-foi o perodo de transformaes polticas e econmicas no cenrio
internacional, a reordenao e redistribuio de poderes entre vencedores e perdedores da
guerra significam um perodo histrico de grande relevncia para a histria recente da
9 Licenciado em Histria e especialista em Metodologia do Ensino de Histria-UNIASSELVI.
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humanidade.
Nesta pesquisa foi abordado o perodo posterior segunda guerra mundial a fim de
identificar como as mudanas ocorridas neste perodo histrico, decorrentes ao conflito,
serviram de elementos para formao do contexto social contemporneo.
A sociedade um mecanismo em constante transformao, uma vez que somos
partes integrantes fundamentais da engenharia que formam a sociedade, estamos inseridos
num contexto de grandes transformaes e mudanas que nos afetam de forma direta e
indireta. E preciso compreender tais transformaes como no sendo de exclusividade do
perodo contemporneo, elas esto presentes em todos os momentos da Histria esto
diretamente ligadas formando um processo continuo que segue ano aps ano, dcada aps
dcada e esse circulo perdura h milnios.
No rastro de todas essas mudanas ocorridas no meio social em que o homem vive se
faz necessrio que seja capaz de compreender tais transformaes a fim de saber de que
forma elas o atingem. Dentre essa sequncia histrica de acontecimentos alguns se mostram
de maior relevncia uma vez que provocam mudanas e rupturas mais profundas e
perceptveis tanto no perodo em que ocorrem, como posteriores a ele. (cite a fonte)
Estudar este tema se faz de grande relevncia uma que dentro da rea de
concentrao histria do tempo presente, na qual esta pesquisa encaixar, a segunda guerra
mundial e um evento histrico de nvel mundial cujo seus desdobramentos refletem-se at
hoje em vrias nuances da sociedade contempornea.
Durante o ensino de histria foram temas onde o professor teve de tocar de maneira
direta ou indireta poltica e relaes internacionais, a distribuio de poder a nvel global
entre as potncias, a formao dos blocos e alianas estratgicas as quais os pases esto
alinhados.
Para que fosse possvel ao aluno uma melhor compreenso dessas questes acima
citadas, um dos pontos trabalhados foi mostrar a segunda guerra mundial como fato gerador
deste contexto e a segunda guerra mundial uma vez que este conflito e muito em
consequncia dele houve todo um reordenamento e redistribuio poltico e econmico.
Ao trabalhar a histria de forma conexa e atual com os alunos ser tema recorrente os
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conflitos no oriente mdio e os posicionamentos poltico ou militar, adotado pelas grandes
potencias mundiais. Ao ir afundo na tentativa de explicar para o aluno este assunto mais
uma vez o professor poder utilizar a segunda guerra mundial como ponto de partida na
contextualizao deste assunto que se faz to presente nos dias de hoje seja nos noticirios
ou em outras diversas fontes de informao a qual o aluno tem acesso.
Nesse momento que se configura uma importante necessidade do ensino de Histria
na formao intelectual das pessoas. Os acontecimentos histricos esto extremamente
ligados formando um ciclo de causa e efeito onde para entendermos os efeitos dos
acontecimentos atuais que na maioria das vezes chamamos de presente. E preciso que
busquemos compreender as suas causas, que na maioria das vezes chamamos de passado.
E em busca desta compreenso a segunda mundial e um dos acontecimentos onde o
aluno encontrara uma enorme gama de conhecimentos que lhe permitira estabelecer uma
melhor compreenso a cerca realidade em que ele encontra ou vivencia.
Um dos acontecimentos mais marcantes do sculo XX, seno o mais marcante foi
segunda guerra mundial. Esse acontecimento histrico global provocou uma srie de
rupturas e transformaes sociais que ecoam na sociedade contempornea.
As primeiras dcadas aps a segunda grande guerra foram de redistribuio de forcas
no cenrio poltico mundial, e disputa e uma pelo monoplio de poder internacional pelas
ideologias polticas que saram fortalecidas da guerra.
Nenhum outro evento da histria envolveu tantos povos de nacionalidades diferentes
vitimou pessoas originarias de varias naes. Em nenhuma outra guerra se viram pontos de
conflito em espalhados por continentes diferentes no globo.
Muito provavelmente por isso, este conflito tenha provocado mudanas e
realinhamentos nas esferas poltica e econmica a nvel mundial na mesma proporo que
nele estiveram envolvidos varias nacionalidades.
A segunda guerra mundial evidenciou de forma clara para toda a humanidade o
quanto pode ser perigosa combinao de concentrao de poder poltico e militar nas mos
de um, ou de alguns poucos homens poderia ser capaz de promover a autodestruio
mundial.
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Dentre a sequncia de acontecimentos ocorrido no perodo do ps-guerra, possvel
considerar fatos como desde a chegada do homem a lua e ate a proliferao das armas
nucleares em nosso planeta, desdobramentos da segunda guerra mundial.
A segunda guerra mundial como nenhuma outra provou uma mobilizao de recursos
humanos, tecnolgicos, militares e financeiros por parte dos pases que nela se envolveram.
Tal alocao de investimentos gerou uma crise financeira e fragilidade poltica que foram
utilizadas por pases como forma de obteno de vantagem poltica o que promoveu um
realinhamento de forcas no cenrio global.
E com intuito identificar quais os aspectos da sociedade contempornea so
consequncias, desdobramentos ou reflexo deste evento histrico de magnitude mundial,
que esta pesquisa ter como finalidade.
O fato de ter provocado uma mortandade que nenhum outro conflito da histria da
humanidade causou o surgimento e a extino de uma srie de estados bem como ter
acarretado no surgimento de uma nova ordem mundial, exemplificam a importncia do
estudo deste perodo histrico.
E impossvel se viver no mundo de hoje sem que em algum momento voc no se
depare com um computador, ou que para realizao de uma determinada atividade voc no
se sinta obrigado a utilizar a Internet. Apesar desses dois fatos aparentemente serem
caractersticas da sociedade atual, se nos aprofundarmos um pouco na histria e
procurarmos identificar o perodo histrico e o contexto histrico do seu surgimento,
veremos que tais acontecimentos, corriqueiros nos dias de hoje, podem ser considerados
desdobramentos da segunda guerra mundial.
Umas das principais finalidades que tornam necessrio aos estudantes o ensino de
Histria e o fato de que ao estudar histria, o aluno deve se tornar dotado de uma
capacidade analtica para de maneira bem clara consiga analisar todo o contexto social que o
cerca e tendo contato com acontecimentos marcantes seja da sua cidade da sua famlia ou do
seu pas, traar um paralelo e estabelecer similaridades entre as pocas e identificar
possveis progressos e ate mesmo retrocessos nas mais variadas esferas sociais.
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Seguindo a isto estudar mostrar a Grande Guerra aos alunos significa mostrar a
origem de vrios episdios histricos negativos, o surgimento de rivalidades e disputas
polticas, econmicas, ideolgicas e blicas que em certos casos encontram-se infindas.
2. COMPREENDENDO O PS-GUERRA.
O estudo do perodo histrico das dcadas posteriores segunda guerra mundial, permite ao
aluno entrar em contato com uma serie de fatos histricos que de forma direta ou indireta existem
na sociedade em que ele se encontra.
Essa possibilidade que este perodo histrico proporciona, permite ao professor que de forma
muito clara e simples atinja um dos principais objetivos do estudo da cincia histria, que o de
fornecer aos seus alunos conhecimentos que lhes permitam torna-se indivduos dotados de
capacidade crtica para avaliar os processos formadores do contexto social no qual ele se insere, e a
partir desta avaliao julgar qual a postura que o mesmo dever adotar na as relao com o meio em
que vive.
Seguindo este preceito de que o estudo histria deve ter por finalidade a compreenso da
sociedade atravs dos processos dos quais ela e resultado (Nikitiuk,2001, p.160). considera que:
O contedo de Histria no o passado, mas o tempo ou, mais exatamente, os procedimentos
de anlise e os conceitos capazes de levar em conta o movimento das sociedades, de compreender
seus mecanismos, reconstiturem seus processos e comparar suas evolues.
O estudo da histria sem estar voltado para a compreenso mais aguada do presente incorre
na possibilidade da perda da sua finalidade, pois sem esta finalidade o mesmo passar a ser nada a
penas que o estudo do passado, algo que por si s no sustentaria a sua existncia nas grades
curriculares, nem a sua relevncia social quanto cincia.
Quando se busca relacionar passado e presente para os alunos, tal tarefa deve ser feita de
modo a lhes evidenciar a causa do acontecimento histrico de forma relevante no contexto que o
mesmo se encontra. Tal desempenho de atividade ao se contextualizar desdobramentos provenientes
do ps-guerra com os dias atuais e muito implica em falar de novas tecnologias. De acordo com
Hobsbawm:
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A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra global e praticamente todos os Estados
independentes do mundo se envolveram, quisessem ou no, embora as repblicas
da Amrica Latina s participassem de forma mais nominal; quase todo o globo
foi beligerante ou ocupado, ou as duas coisas juntas, sendo esta guerra uma aula
de geografia sobre o mundo.
Foi no perodo que ficou indelevelmente conhecido como guerra fria, que o esforo dos
governos americano e sovitico, possibilitou a descoberta de uma serie avanos tecnolgicos que
viriam a se aprimorar de forma constante a possibilitar uma permeabilidade destas tecnologias nas
mais variadas esferas social.
A partir da, o campo da Informatika (como a Cincia da Informao seria apresentada
pelos soviticos2) comearia a se consolidar tanto teoricamente quanto em iniciativas prticas
(SANTOS JUNIOR, 2009).
Dentro das sries de transformaes sociais, oriundas das tecnologias descobertas ou
aperfeioadas no perodo que se seguiu a grande guerra, a televiso sem duvida cumpriu um grande
papel. A partir da sua difuso em escala global, a informao passou a circular numa velocidade
espantosa no passo em que colocava por terra a dificuldade das distancias para as comunicaes.
A televiso e o cinema nesse contexto passam a ter um papel social, uma vez que neles
seriam incorporados finalidade de veculos formadores de opinio e transmissor de fatos que de
maneira mais rpida e gil poderiam mobilizar a opinio publica nacional e mundial e para os
acontecimentos sociais.
As pessoas passaram a ter nas suas casas um mecanismo que as possibilitavam saber o que
acontecia em qualquer parte do mundo e menor tempo de espao com relao ao acontecido, bem
como atravs dos filmes passaram a vislumbrar de maneira mais palpvel fatos que seus governos e
governantes delas queriam esconder. Acerca disto Noboa (2007, p. 318) diz que:
De certa forma, todos os sonhos e pesadelos do ps-guerra foram contemplados pela fico
cientfica do perodo: fragmentao social, guerras com bombas atmicas, colapso social e
econmico, perda da humanidade, excesso de racionalismo, invases aliengenas, fim da
privacidade, militarismo, fim do mundo.
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Os meios de comunicao surgidos em decorrncia do surgimento e aperfeioamento
das novas tecnologias viria a caracterizar uma nova forma de as pessoas se informarem
sobre os mais variados tipos de assuntos diferentes.
As geraes posteriores de forma cada vez mais farta e acelerada passaria a dispor de
um fluxo maior de informao de maneira descentralizada e de maneira mais gil. Essa
mudana na forma de recepo de informao e conhecimento permeia o cotidiano escolar.
O docente pode se utilizar dessas crescentes formas de transmisso de conhecimento
de modo a agregar qualidade ao desempenho da sua funo, uma vez que os alunos se
encontram inseridos neste contexto de velocidade e diferentes mecanismos de aquisio de
informao.
O educando pode ter contanto com informaes em uma infinidade de modos e situaes de
forma diferente do perodo anterior a guerra, fato esse muito ocasionado pela escassez de
informao e tecnologia.
A nica forma de se obter conhecimento basicamente era o livro, livro este que em muitos
lugares eram de difcil acesso. Essa mudana alterou o modo como sociedade passou a ter acesso
a sua prpria histria. A Histria oferecida para as novas geraes a do espetculo, pelos filmes,
propagandas, novelas, desfiles carnavalescos
2.1 O BRASIL DURANTE O PS-GUERRA
O perodo da guerra fria influenciou na poltica interna de muitos pases no sendo diferente
no caso Brasil, e importante salientar a uma relao reciprocidade onde os acontecimentos de nvel
interno levaram os alinhamentos do pas neste cenrio geopoltico mundial.
Sendo assim estudar a histria brasileira do sculo XX em muito ser possvel notar os
reflexos de um momento de acirrada disputa poltica internacional, onde as classes dominantes
buscavam galgar apoio internacional para a manuteno das condies polticas e econmicas que
lhes eram mais favorveis.
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Quando o docente de histria for trabalhar o posicionamento brasileiro no cenrio da poltica
internacional, devera este enfocar a aproximao brasileira aos Estados Unidos bem como definir de
forma clara para os alunos quais reflexos desta aproximao poltica para o pas tanto no de poltica
interna como na poltica externa bem como os reflexos econmicos que essa aliana poltica
desencadeou no Brasil.
O Brasil assim como os demais pases os reflexos da segunda guerra foram sentidos no
perodo posterior a ela, tanto na poltica externa quanto na poltica interna foram grandes estes
reflexos. No cenrio externo este perodo marca a aproximao entre Brasil e Estados Unidos
ocorrida a partir do governo Dutra.
A aproximao entre ambos os pases fez com que no cenrio interno o as instituies,
principalmente sindicatos e partidos polticos de vis claramente socialista, passassem a ser alvo de
retaliaes por parte do governo alinhado com as determinaes provenientes de Washington.
Tal alinhamento poltico, veio por resultar no fechamento do Partido Comunista Brasileiro e
do Comando Geral dos Trabalhadores que era um sindicato de trabalhadores comandado por
comunistas.
Nesse perodo, assim como em outros pases da Amrica Latina o governo americano
procurou manter afastado do poder pessoas e partidos ligadas aos dogmas socialistas. Tal fato pode
ser constado durante a instaurao do golpe militar de 64, que veio a instaurar no pas um perodo
ditatorial que veio a perdurar por mais de duas dcadas.
Nesse perodo e importante ser salientado junto aos alunos durante a docncia dessa
temtica, que o golpe militar encontrou o apoio em vrios setores da sociedade brasileira da poca,
setores que viam numa possvel chegada do comunismo ao poder, uma ameaa ao sistema poltico e
econmico vigente que lhe era favorvel.
Os grandes latifundirios que continuaram ter suas grandes propriedades protegidas de uma
possvel reforma agrria pela constituio de 1946 eram um dos mais interessados em impedir um
governo de cunho socialista alcanar o poder, sobre a situao brasileira no ps-guerra Luiz
Reznik diz que:
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Para ele, no Brasil, a conspirao comunista de 1935, relembrada e potencializada desde
ento, foi o mote principal para o golpe de 1937, que aglutinou em torno de Vargas diversos
setores, em particular militares, industriais, parcela da intelligentzia e oligarquias
tradicionais.
Ao abordar este cenrio de disputa entre americanos e soviticos onde os dois lados
buscavam a superao ao inimigo e suas consequncias em na relao poltica com as naes
aliadas e como as possveis transformaes que uma mudana ideolgica viram a causar caso o
Brasil viesse a se tornar um pas socialista, serviram de elementos das discusses e agrupamentos
polticos e das classes sociais dominantes que vieram por resultar no golpe militar de 64.
O golpe militar brasileiro claramente foi uma tentativa muito bem sucedida de evitar uma
guinada brasileira ao socialismo. O aglutinamento das forcas pr-golpe envolveu todos os setores da
sociedade que viam nos seus interesses seja eles, poltico ou econmicos, uma ameaa, um inimigo
a ser enfrentado a qualquer custo.
2.2 O ORIENTE MDIO
O perodo ps-segunda guerra, significou para o oriente mdio a troca de dominador a
Europa agora esfacelada e em processo de reconstruo agora juntava os esforos e recursos que
sobraram na rdua tarefa de reergue-se, no possua naquele momentos mais condies polticas e
financeiras de manter suas colnias naquela regio
Se junta a conjuntura poltica e econmica europeia do momento a forte presso da opinio
publica internacional que defendia a emancipao das colnias africanas e asiticas do julgo
europeu.
Para o oriente mdio o perodo do ps-guerra significou o imperialismo europeu, sendo que
o perodo que os pases locais estavam sob o julgo de potencias estrangeiras e bem maior, Santoro
observa que:
As culturas rabes tm longa e orgulhosa histria, com imprios importantes que
governaram de Bagd, Damasco, Cairo e Crdoba, mas nos ltimos 500 anos viveram sob
controle de estrangeiros: otomanos, britnicos, franceses e italianos. O domnio colonial
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comeou a ruir na dcada de 1920 e terminou aps a Segunda Guerra Mundial.
A regio do oriente mdio e historicamente conhecida por sua pluralidade cultural e religiosa
de tradio milenar, resultantes em conflitos histricos provenientes de perodos remotos da
histria. Essas rivalidades, no foram levadas em conta no perodo em que a regio passou a zona
de domnio exclusivamente europeu para ser rea de influencia de europeus ocidentais e europeus
do leste, soviticos, e americanos.
A partilha da regio que em muito veio a atender interesses estrangeiros, o principal objetivo
dessas novas demarcaes territoriais era dividir os poos de petrleo dentro de novos territrios
evitando assim que uma nica nao passasse a ser detentora do controle das reservas petrolferas,
recurso este que passou a ter carter de interesse vital no mundo cada vez mais industrializado.
O fim do imperialismo europeu, e as novas formas de dominao e partilha e que as grandes
potencias impuseram a regio significaram o surgimento de novos pases e diviso territorial
resultantes dos interesses das superpotncias dominantes, a cerca dessas divises e surgimento de
novos estados.
Os pases que surgiram das antigas colnias variam entre naes com slida identidade
prpria Egito, Marrocos a construes frgeis traadas pelas ex-metrpoles para atender a seus
aliados polticos Jordnia, Lbano, Iraque (SANTORO, 2011).
Sobre as consequncias do ps-guerra para o oriente mdio Santoro diz que:
O cenrio regional conflituoso foi influncia forte para a preservao de ditaduras nos
pases rabes. No ps-guerra Fria, a principal bandeira de regimes autoritrios em busca de
legitimidade o nacionalismo, que pode ser entendido como a defesa da integridade
territorial e de identidades culturais em xeque por processos de modernizao e presses
econmicas globais.
Outro fator fonte de disputas internacionais na regio do oriente mdio foram os poos de
petrleo, a regio e a maior responsvel pela produo mundial de petrleo, fato que despertou de
pases aliados e zonas de influencia na regio, principalmente por parte de americanos e europeus,
pases que lideram o consumo mundial de combustvel, mas que possuem reservas insuficientes
para atenderem sua demanda interna.
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Trabalhar esta questo junta aos alunos possibilitar a eles uma melhor com contexto da
geopoltica internacional bem como torn-los melhores entendedores dos conflitos no oriente mdio
que ocorrem atualmente e que monopolizam os noticirios e a opinio publica internacional uma
vez que levanta a possibilidade de um conflito em larga em escala na regio sempre e cogitada a
possibilidade de uma terceira guerra mundial.
2.3 O MUNDO DE NOVAS ALIANAS
Aps a segunda guerra mundial o mundo se polarizou em duas correntes ideolgicas
antagnicas, capitalismo e socialismo, sendo estes blocos capitaneados por Estados Unidos e Rssia
respectivamente, essa disputa provocou um realinhamento de naes satlites envolta dessas duas
potencias uma vez que a possibilidade de um novo conflito pairava no cenrio poltico
internacional, Luiz Reznik (2004, p. 137) frisa que:
O ambiente internacional que emergiu no ps-1945 era polarizado entre Estados
Unidos e Unio Sovitica, representando blocos distintos e que esta polarizao
acrescentou uma nova dimenso na poltica dos governos ocidentais capitalistas
Era a Guerra Fria, um novo tipo de conflito, que se caracterizou pela busca por reas de
influncias e na oposio entre o bloco capitalista e o socialista, que apresentavam claras diferenas,
cada qual adotando um sistema de governo oposto ao outro. Em uma constante busca por aliados
ambos os blocos procurariam criar e consolidar alianas regionais. Acerca de disto Milza (2003, p.
208) argumenta que:
No h nenhum ato de poltica externa que no tenha um aspecto de poltica interna, quer
se trate dos atos mais importantes da vida dos Estados ou das manifestaes cotidianas da
atividade internacional. Assim, no h diferena de natureza, tampouco separao estanque
entre o interior e o exterior, mas interaes evidentes entre um e outro, com, entretanto,
uma primazia reconhecida do primeiro sobre o segundo.
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2.4 A NOVA ORDEM MUNDIAL E A GLOBALIZAO
Aps o perodo de bipolarizao do mundo entre socialistas e capitalistas que foi encerrado
com desintegrao do bloco comunista, o mundo entra num perodo de realinhamento polticos no
cenrio internacional onde os americanos assumem um papel hegemnico de superpotncia
mundial. Tal hegemonia perdura ate hoje Demtrio Magnoli (2004) atribuir o termo: Nova Roma
aos Estados unidos.
Essa nova ordem ao certo no representa para a Europa seus melhores tempos, uma vez que
aps duas grandes guerras, ela viu seu poderio poltico e econmico em muito diminuir enquanto
que sua ex-colnia agora em muito a sobrepunha
Segundo Blainey (2011). A Europa comeou o sculo dominando e acabou em segundo
lugar. Os vastos imprios ultramarinos cujos governos estavam na Europa Ocidental foram extintos
ou continuaram em poucas ilhas estando seus domnios.
2.4 OS AVANOS TECNOLOGICOS DO PS-GUERRA.
A segunda guerra j mostrara para o mundo uma infinidade de novos, ou aperfeioados
equipamentos blicos que contriburam em muito para o morticnio nunca antes visto em um
conflito.
No ps-guerra, Estados Unidos e Rssia se lanam numa nova corrida armamentista, este
fato iria propiciar o surgimento de novas tecnologias, como o vdeo game, bem como propiciar o
aperfeioamento das comunicaes em nvel global.
A corrida espacial que teve como ponto a chegada do homem a lua tambm trouxe para a
nossa realidade o lanamento de vrios satlites para orbita terrestre, satlites estes que hoje so
essncias para que toda a comunicao na terra seja possvel.
O desenvolvimento de novas tecnologias que facilitaram a transferncia de informao e
conhecimento veio a dar formato a um novo conceito de mundo muito discutido na sociedade atual,
o conceito de mundo globalizado. Esse processo de globalizao ao qual o mundo passou ou vm
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passado e considerado como consequncia da sobreposio do modelo econmico capitalista sobre
o socialista
Segundo Octavio Ianni (2002, p. 208), o fim do sculo XX assinalou uma transformao
mundial com o intenso processo de globalizao das coisas, gentes e ideias. Essa globalizao
pode ser entendida como uma padronizao do estilo de vida consumista que neste momento passa
a se engendrar como maior forca em nossa sociedade.
O surgimento dessa nova ordem mundial em muito representa um conjunto de mudanas
derivadas do modelo econmico dominante a partir de ento, o capitalismo, onde suas instituies e
fundamentos provocaram novas acomodaes sociais que ficaram marcadas pelo:
Desenvolvimento do modo capitalista de produo, em forma extensiva e intensa, adquire
outro impulso com base em novas tecnologias, criao de novos produtos, recriao da
diviso internacional do trabalho e mundializao dos mercados. As foras produtivas
bsicas, compreendendo o capital, a tecnologia a forca de trabalho e a diviso do trabalho,
ultrapassam fronteiras geogrficas, histricas e culturais. (IANNI, 2002, p.208).
O monoplio global exercido pelo sistema capitalista promoveu uma ebulio de novas
tecnologias que vieram a permear o cotidiano social aonde essas novas tecnologias tanto vieram a
servir ao objetivo capitalista como dispositivo de aprimoramento e desenvolvimento do sistema em
si, como objetivo de consumo e mercadoria de valor agregado e fonte de obteno de lucro, fator
este que esta na base de fundamentao do sistema capitalista. Essas novas tecnologias vieram por
gerar uma globalizao cultural uma vez que estes dispositivos tornaram-se elementos comuns entre
povo de culturas distintas.
Segundo Octavio Ianni:
A sociedade global e um universo de objetos, aparelhos ou equipamentos moveis e fugazes,
atravessando espaos e fronteiras, lnguas e dialetos, culturas e civilizaes. Ao tecer a
economia a poltica e o mercado, o capital e a forca de trabalho, a cincia e a tcnica, a
eletrnica e a informtica, tece tambm os espaos e os tempos, as naes e os continentes,
as ilhas e os arquiplagos, os mares e os oceanos, o singulares e os universais. O mundo se
povoa de imagens, mensagens, colagens, montagens, bricolagens, simulacros e
virtualidades. Representam e elidem a realidade, vivncia e experincia. Povoam o
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imaginrio de todo o mundo. Elidem o real e simulam a experincia, conferindo ao
imaginrio a categoria de experincia. As imagens substituem as palavras, ao mesmo tempo
em que as palavras revelam-se principalmente como imagens, signos plsticos de
virtualidades e simulacros produzidos pela eletrnica e a informtica [...].
A nova ordem mundial e suas conjunturas econmicas agora estavam pautadas claramente
pelos objetivos econmicos, estes objetivos passaram a sobrepor as tratativas internacionais para a
formao de blocos econmicos e acordos bilaterais a serem selados entre os pases.
Segundo Paulo Visentini (2008) Uma manifestao desta situao foi rpida formalizao
de novos processos de integrao, como o MERCOSUL e o Nafta ( Acordo de Livre-Comrcio da
Amrica do Norte), entre outros, bem como o estabelecimento de alianas entre alguns em
detrimento de outros.
3. MATERIAIS E MTODOS
Esta pesquisa foi realizada com base na obra de vrios autores que abordam tema desta
pesquisa em seus livro, onde foram utilizados como fonte de pesquisa para embasamento terico,
diversos autores que abordaram em suas obras temticas referentes ao tema desta pesquisa
acadmica.
O tema abordado nesta pesquisa por se tratar de um acontecimento histrico de grande
relevncia na historiografia mundial, e tema de discusso por vrios historiadores, filsofos,
socilogos e antroplogos. Esta ampla discusso acerca do tema proporciona uma ampla quantidade
de material de pesquisa a ser usado para a realizao de pesquisas acadmicas.
Nesta pesquisa foram utilizadas como fonte de pesquisa de autores como Geoffrey Blainey,
historiador e professor na universidade de Harvard, nas suas obras e possvel encontrar vasta
literatura sobre a histria geral contempornea, campo este onde esta pesquisa visa atuar e se
aprofundar.
Serviram de base tambm para esta pesquisa outros importantes autores que dedicaram as
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suas obras ao estudo da segunda guerra mundial ou de acontecimentos ocorridos nas dcadas
posteriores ao conflito.
Contribui de forma relevante para a realizao desta pesquisa a vivencias proporcionada
pelas atividades de estagio onde foi possvel notar a necessidade de, durante a realizao da
atividade docente o professor buscar dotar os temas abordados durante a aula de uma significao
pratica para o aluno visando despertar o interesse do aluno bem como demonstrar de forma objetiva
ao aluno a aplicabilidade ou efetividade dos conhecimentos que lhe esta sendo passado pelo
professor.
4 AS GUERRAS E SUAS CONSEQUNCIAS
As guerras fazem parte da histria da humanidade, atravs delas podemos entrar em contato
com elementos histricos que pertenceram s civilizaes que existiram ao longo do tempo e assim
sendo, podemos estabelecer melhores anlises historiogrficas acerca delas.
O mundo contemporneo em muitos aspectos e consequncia das guerras mundiais pelas
quais todas as sociedades foram submetidas a pequenas ou grandes mudanas. E nessa linha o
ensino de histria deve abordar o estudo da 2 guerra mundial como um conflito resultante de uma
conjuntura poltica e militar internacional, conjuntura esta que ganhou novos contornos aps o
conflito gerando um novo cenrio geopoltico mundial.
O estudo das guerras ocorridas ao longo da histria nos fornece elementos histricos muitos
importantes para a compreenso dos perodos histricos em que ocorreram como tambm para
compreender as mudanas sociais ocorridas posteriormente a eles.
O perodo conhecido como Guerra Fria apesar de no significar o acontecimento de algum
conflito de carter blico de fato entre Estados Unidos e Unio Sovitica, significou uma corrida no
campo cientifico em busca do aprimoramento dos setores militares dos pases envolvidos que
diretamente resultou na descoberta de uma serie de novas ferramentas tecnolgicas como o
computador, ou de acontecimentos que marcaram a sociedade moderna como a corrida espacial
protagonizada por Estados Unidos e Unio Sovitica.
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A tarefa do professor de histria de fazer com que seus alunos sejam sujeitos crticos do
presente a partir do estudo de fatos histricos posteriores a sua realidade ganha contornos ainda
mais complexos levando se em conta que vivemos numa sociedade onde cada vez mais os
instrumentos tecnolgicos esto cada vez mais presentes nos meios sociais e onde tais inovaes
so absorvidas com mais intensidade pelas crianas e adolescentes
Umas das principais finalidades que tornam necessrio ao estudantes o ensino de Histria e
o fato de que ao estudar histria, o aluno deve se tornar dotado de uma capacidade analtica para de
maneira bem clara consiga analisar todo o contexto social que o cerca e tendo contato com
acontecimentos marcantes seja da sua cidade da sua famlia ou do seu pais, traar um paralelo e
estabelecer similaridades entre as pocas e identificar possveis progressos e ate mesmo retrocessos
nas mais variadas esferas sociais.
O educando de hoje esta rodeado por tecnologias as quais os mesmo muitas das vezes
desconhecem o tempo histrico e os processos histricos de seu surgimento. Ao longo desta
pesquisa objetivou-se relacionar o advento de algumas inovaes tecnolgicas com o perodo
histrico de seu surgimento. No caso ficou claro que o surgimento da informtica esta diretamente
ligado busca por tecnologias blicas inovadoras por E.U.A e RSSIA.
5. O MUNDO PS-GUERRA
Aps esta pesquisa possvel concluir que a segunda guerra figura na lista dos
acontecimentos mais importantes da histria mundial. Estudar este conflito histrico e seus
desdobramentos, significa ir afundo e encontrar a origem de vrios conflitos que aconteceram
posteriormente guerra, uma vez que entre as consequncias da segunda guerra mundial, esto o
enfraquecimento das tradicionais potencias europeias como Frana, Alemanha e Inglaterra.
No mundo contemporneo palavras computador, informtica, televiso, celular e internet
so presentes no vocabulrio das pessoas. A Segunda Guerra Mundial e o perodo posterior a ela foi
de crucial importncia para o desenvolvimento destas inovaes que hoje vemos atingir um elevado
grau de disseminao em nosso meio.
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Este fato gerou uma lacuna de poder onde a disputa entre Estados Unidos e Unio Sovitica
em busca de ocupar os espaos polticos e econmicos ociosos, ditou a tnica dos acontecimentos
histricos cujas transformaes e reagrupamentos polticos ainda hoje em alguns lugares do planeta
continuam gerar guerras e disputas.
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REFERNCIAS
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MTODOS DE ENSINO UTILIZADOS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
Mtodos de ensino utilizados para o ensino de Histria nos anos finais
do Ensino Fundamental na Escola Estadual Luizinha Nascimento,
analisados luz da classificao dos mtodos de ensino propostos por
Libneo.
Jorge Lus Couto das Neves10
RESUMO
O presente trabalho discorre sobre o tema Mtodos de Ensino utilizados nos anos finais do Ensino Fundamental: Mtodos de ensino utilizados para o ensino de Histria nos anos finais do
Ensino Fundamental na Escola Estadual Luizinha Nascimento, analisados luz da classificao
dos mtodos de ensino propostos por Libneo, onde mostramos a importncia dos mtodos de ensino no processo de ensino-aprendizagem de Histria, sua utilizao no decorrer do processo
histrico do ensino da disciplina de Histria no Brasil desde a primeira metade do sculo XIX, as
diversidades existentes de mtodos de ensino, onde o mtodo de memorizao foi muito utilizado
para gravar nomes de heris criados pela historiografia brasileira, nascente, na memorizao de fatos em ordem cronolgica, e, atualmente, a predominncia do uso do mtodo de ensino de
exposio pelo professor, onde este aborda os assuntos de forma dogmtica, em que os alunos
exercem um papel passivo durante as regncias, com pouco ou nenhuma participao. Por fim,
cremos ter atingidos os nossos objetivos, quando identificamos os mtodos de ensino na prtica
docente de Histria, sua importncia para o ensino de Histria nos anos finas do Ensino
Fundamental, e compreendemos atravs dos subsdios tericos e das observaes das prticas
docentes, que os mtodos de ensino esto voltados para os contedos de Histria e seus objetivos.
Palavras-chave: Mtodos de Ensino; Ensino de Histria; Regncias.
1 INTRODUO
Este trabalho disserta sobre o tema Mtodos de ensino utilizados nos anos finais do Ensino
Fundamental: identificao dos mtodos de ensino utilizados para o ensino de Histria na Escola
Estadual Luizinha Nascimento, analisados a luz da classificao dos mtodos de ensino propostos
por Libneo, tema alinhado com a rea de concentrao Dinmicas do Ensino de Histria, que
10 Licenciado Histria pelo Centro Universitrio Leonardo da Vinci- UNIASSELVI.
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versa sobre as transformaes ocorridas no ensino de Histria, nas ltimas dcadas, no que tange s
mudanas nas abordagens historiogrficas, objetivos, contedos, recursos didticos e metodologias.
O tema se justifica em razo dos mtodos de ensino serem indispensveis para o processo de
ensino-aprendizagem, j que este comportam, tambm, objetivos, contedos e meios de ensino
(recursos didticos). Pois os mtodos de ensino possuem um papel de indicar aos professores de
Histria os caminhos a ser seguidos para a obteno dos objetivos do ensino de disciplina, alm de
facilitar a aprendizagem dos alunos atravs dos mtodos de assimilao de contedos.
Outro importante aspecto a ser destacado sobre a importncia dos mtodos de ensino a de
possibilitar diversos caminhos para o alcance dos objetivos na aprendizagem de Histria, onde uma
das metas principais desta disciplina a formao de cidados crticos, questionadores das
conjunturas sociopolticas, no mero receptores de histrias prontas e acabadas, mas que utilizem a
sua subjetividade com responsabilidade. Tornando-se assim, participantes dos processos
sociopolticos como agentes transformadores da realidade social, visando construo de uma
sociedade cada vez mais justa para todos. Por isso, cremos que os mtodos de ensino, se bem
utilizados pelos professores de Histria, podem possibilitar a formao de alunos atuantes na
sociedade, participantes na construo dos processos histricos.
Diante disso, vimos necessidade de fazermos um comparativo dos mtodos de ensino
identificados nas aulas de Histria, nos anos finais do Ensino Fundamental, na escola Estadual
Luizinha Nascimento, com os mtodos de ensino classificados por Libneo, em sua obra
Didtica. Para com isso identificamos de forma tcnica quais os mtodos de ensino so utilizados
nas aulas de Histria observadas, e com isso, analisarmos qual ou quais so mais utilizados, e
consequentemente quais no so utilizados.
Os objetivos os quais nos propomos a atingir, so estes: Identificar os mtodos de ensino
observados nas aulas de Histria na Escola pesquisada, tendo como parmetros a classificao de
mtodos de ensino proposta por Libneo; Mostrar a importncia dos mtodos de ensino para o
ensino de Histria nos anos finais do Ensino Fundamental e compreender atravs da teoria e
observaes das prticas docentes como os mtodos esto interligados com os objetivos e contedos
de Histria.
Utilizamos neste trabalho os seguintes referenciais tericos: A obra Didtica de Jos
Carlos Libneo, que foi o principal referencial terico, dando-nos subsdios esclarecedores sobre o
universo dos mtodos de ensino; a obra Ensino de Histria Fundamentos e Mtodos de Circe
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Maria Fernandes Bittencourt; a obra Didtica e Prtica de Ensino de Histria de Selva Guimares
Fonseca; a obra Filosofia Geral e da Educao de autoria de Janes Fidlis Tomelin e Norberto
Siegel, caderno de estudos do Centro Universitrio Leonardo da Vinci; PCNs de Histria Ensino
Fundamental; a obra Concepes de Mundo no Ensino da Histria; A obra Ser Professor Um
Ofcio em risco de Extino? de Luiza Corteso e a obra Educao Escolar Polticas, Estrutura e
Organizao, de Jos Carlos Libneo, Joo Ferreira de Oliveira e de Mirza Seabra Toschi.
Esperamos com este trabalho contribuir para a melhor compreenso sobre os mtodos de
ensino e sua importncia para o processo de ensino-aprendizagem. Todavia, esperamos que o
mesmo possa ser utilizado como um incentivo para pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto.
Pesquisas que encontrem resposta dos por que de os professores variarem pouco o uso deste
recurso pedaggico, por que da falta de interesse de muitos professores em conhecer melhor os
mtodos com vistas a melhorar o repasse dos contedos escolares de Histria.
A metodologia utilizada neste trabalho consistiu de observaes de prticas docentes
realizadas nos anos finais na Escola Estadual Luizinha Nascimento, aonde vimos como os
professores exercem a regncia de Histria. Alm disso, utilizamos pesquisas bibliogrficas que nos
deram subsdios cientficos para o desenvolvimento deste trabalho.
O trabalho segue com os seguintes itens: 2. Mtodos de ensino utilizados nos anos finais do
Ensino Fundamental: Mtodos de ensino utilizados para o ensino de Histria nos anos finais do
Ensino Fundamental na Escola Estadual Luizinha Nascimento, analisados luz da classificao dos
mtodos propostos por Libneo, sendo este, o nosso objeto de estudo delimitado e alinhado com a
rea de concentrao; 2.1 Mtodos de ensino: Conceito, em que expomos um conceito didtico
sobre mtodos de ensino; 2.2 Mtodos de ensino: No processo histrico do ensino de Histria no
Brasil, onde explanamos de forma concisa como os mtodos de ensino foram utilizados no ensino
de Histria, no Brasil, desde a primeira metade do sculo XIX at os dias atuais; 2.3 Mtodos de
ensino: No contexto do planejamento de ensino, em que mostramos como os mtodos de ensino so
definidos pela relao objetivo-contedo, e referem-se aos meios para atingir objetivos gerais e
especficos do ensino; 2.4 Mtodos de ensino: Mtodos de ensino identificados nas regncias de
Histria nos anos finais do Ensino Fundamental e analisados luz da classificao dos mtodos de
ensino propostos por Libneo, no qual descrevemos os mtodos de ensino identificados no ensino
de Histria no decorrer dos estgios realizados nos anos finais do Ensino Fundamental na Escola
Estadual Luizinha Nascimento, e analisados luz dos mtodos de ensino propostos por Libneo, em
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seu livro Didtica; 3. Material e Mtodos, em que descrevemos a forma como foram colhidos os
dados durante as pesquisas e quais os procedimentos postos em prtica; 4. Resultados e Discusso,
onde citamos os resultados alcanados a partir da fundamentao terica, alm das nossas anlises e
discusses sobre os resultados e os dados obtidos; 5. Concluso, na qual expomos nosso
posicionamento resumido das nossas argumentaes desenvolvidas no corpo do trabalho, anlises
sobre este, e informando resultados e reflexes acerca do tema desenvolvido, e por fim, nossa
opinio, nossas recomendaes e sugestes propondo futuras pesquisas para o aperfeioamento do
objeto de estudo abordado neste trabalho, em razo da sua relevncia.
2 MTODOS DE ENSINO UTILIZADOS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL: MTODOS DE ENSINO UTILIZADOS PARA O ENSINO DE
HISTRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA ESTADUAL
LUIZINHA NASCIMENTO, ANALISADOS LUZ DA CLASSIFICAO DOS
MTODOS DE ENSINO PROPOSTOS POR LIBNEO.
2.1 MTODOS DE ENSINO: CONCEITO
Segundo Libneo (1994), o conceito mais simples de mtodo o de caminho para atingir
um objetivo. Sendo assim, como o prprio autor cita Os mtodos so, assim, meios adequados
para realizar objetivos. Diante das citaes de Libneo, de que os mtodos so caminhos para se
atingir os objetivos, podemos deduzir que, em educao, os mtodos de ensino so caminhos
utilizados pelos docentes para repassar o conhecimento aos seus alunos. Onde segundo Libneo
(1994)
O professor, ao dirigir e estimular o processo de ensino em funo da aprendizagem dos
alunos, utiliza intencionalmente um conjunto de aes, passos, condies externas e
procedimentos, a que chamamos mtodos de ensino. Por exemplo, atividade de explicar a
matria corresponde o mtodo de exposio; atividade de estabelecer uma conversao ou
discusso com a classe corresponde o mtodo de elaborao conjunta. Os alunos, por sua
vez, sujeitos da prpria aprendizagem, utilizam-se de mtodos de assimilao de
conhecimentos. Por exemplo, atividade dos alunos de resolver tarefas corresponde o
mtodo de resoluo de tarefas; atividade que visa o domnio dos processos do
conhecimento cientfico numa disciplina corresponde o mtodo investigativo; atividade
de observao corresponde o mtodo de observao e assim por diante. (LIBNEO, 1994,
p. 150).
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Percebe-se que os mtodos de ensino so todas as aes que os professores se utilizam,
juntamente com os alunos para atingir o principal objetivo no contexto do processo de ensino-
aprendizagem, que o de repassar o conhecimento e de assimilar este, respectivamente, da melhor
forma possvel.
2.2 MTODOS DE ENSINO: NO PROCESSO HISTRICO DO ENSINO DE HISTRIA NO
BRASIL
Os mtodos e contedos voltados para o ensino de Histria no sculo XIX, estiveram
voltados para os objetivos do Estado em criar uma identidade nacional, aps a independncia do
Brasil, onde
O ensino de Histria sempre esteve presente nas escolas elementares ou escolas primrias
brasileiras, variando, no entanto, de importncia no perodo que vai do sculo XIX ao atual.
Inicialmente foi objeto de poucos estudos nas escolas encarregadas de alfabetizar, mas,
medida que se organizava e se ampliava esse nvel de escolarizao, a partir da dcada de
70 do sculo XIX, sua importncia foi ampliada como contedo encarregado de veicular
uma histria nacional e como instrumento pedaggico significativo na constituio de uma identidade nacional. Esse objetivo sempre permeou o ensino da Histria para os alunos de primeiras letras e ainda est presente na organizao curricular do sculo XXI. Mtodos e contedos foram sendo organizados e reelaborados a fim de atingir esse objetivo
maior. (BITTENCOURT, 2011, p. 60).
Nesse perodo, para que os alunos apreendessem os contedos, principalmente sobre os
novos heris criados pela recente historiografia nacional, de carter positivista, em que eram
utilizados mtodos de memorizao, em que Bittencourt (2011) mostra que:
A anlise da disciplina em sua longa durao visa em sua longa durao visa fornecer alguns indcios para a compreenso da permanncia de determinados contedos
tradicionais e do mtodo da memorizao, responsvel por um slogan famoso da Histria escolar: uma matria decorativa por excelncia. (BITTENCOURT, 2011, p. 60).
O exposto acima demonstra que o mtodo utilizado para a memorizao dos contedos por
parte dos alunos servia principalmente para fixar na mente destes, contedos de interesse da classe
dominante com vistas a despertar o patriotismo, no muito diferente do que ocorreu no perodo da
ditadura da dcada de 60 e 70 do sculo XX, onde os interesses dos polticos que dominavam o
cenrio poltico nacional determinavam o que deveria ser ensinado, como mostra Fonseca (2003)
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Isso nos convida revisitao da histria da disciplina no contexto das mudanas scio
histricas ocorridas no Brasil ps-1964. O papel da educao assim como as metas para o setor, estabelecidas pelo Estado brasileiro, nesse perodo esteve estritamente vinculado ao iderio de segurana nacional e desenvolvimento econmico. O projeto delineado nos
planos e programas de desenvolvimento, na legislao e nas diretrizes governamentais,
representa o iderio educacional dos setores polticos dominantes. (FONSECA, 2003, p.
15).
Isso demonstra o poder do Estado de determinar quais os caminhos que a educao devem
seguir