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Acesp Revista da A cidadania em notícia ACESP Associação dos Canais Comunitários do Estado de São Paulo Ano I - Edição I - Jun/Jul - 2010 www.acesptv.com.br José Maria Chapina Alcazar presidente do SESCON-SP SOCIEDADE PODEROSA O que uma endade civil organiza- da pode fazer pela democracia? SESCON-SP e os basdores das lutas pelo empreendedorismo

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Edição 1 junho/julho 2010

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Page 1: Revista da ACESP

AcespRevista da

A cidadania em notícia

ACESPAssociação dos Canais Comunitários

do Estado de São PauloAno I - Edição I - Jun/Jul - 2010

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w.acesptv.com

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José Maria Chapina Alcazarpresidente do SESCON-SP

SOCIEDADEPODEROSA

O que uma entidade civil organiza-

da pode fazer pela democracia?

SESCON-SP e os bastidores das lutas

pelo empreendedorismo

Page 2: Revista da ACESP
Page 3: Revista da ACESP

Carta AbertaOs Canais Comunitários, agora, contam com mais um veículo de comu-

nicação: a Revista da ACESP. A publicação, que também estará dispo-nível em versão online, tem como objetivo falar sobre tudo o que envolve Comunicação Comunitária e Terceiro-Setor. Chamamos isso de “cidadania em notícia”.

Nas páginas que seguem, o leitor vai poder conhecer mais sobre os traba-lhos desenvolvidos por essas emissoras cidadãs distribuídas pelo Estado de São Paulo. Assim, conseguimos dar maior visibilidade a realizações impor-tantes que dificilmente seriam pautadas pela mídia comercial.

Um exemplo é o belíssimo trabalho do Canal Comunitário de Rio Claro, a TV Cidade Livre-SP, como Ponto de Cultura local. O desempenho está relatado nesta edição. Outro exemplo: por meio desta revista, jogamos luz sobre a forte atuação da TV Polo, de Cubatão, em mostrar os avanços am-bientais da cidade.

O surgimento deste novo canal de informações é fruto de muita organi-zação e planejamento. Desde 2009 a ACESP começou a inserir em suas atividades princípios da comunicação organizacional. A técnica em nada tem a ver com a mera construção de discursos. Se assim fosse, esta revista, juntamente com todo o investimento aplicado nela, sequer existiriam.

O que se tem feito é pensar a maior entidade de Canais Comunitários do país como uma indispensável fonte de informação. Trabalhar essa vocação tem sido nossa obsessão, porque acreditamos que nosso papel de organizar e apoiar as TVs Comunitárias traz inerente a si toda uma série de fatos importantes que não seriam revelados por outros noticiários. Assim, a As-sociação acaba trabalhando sempre com o intuito de registrar, arquivar e disseminar tudo que envolve a causa Comunitária.

A ACESP tem obrigação de ser transparente com o associado. E faz isso há dez anos, desde sua fundação. O que acrescentamos de um ano para cá é o compromisso de fazer com que o cidadão também possa, a qualquer mo-mento, saber tudo a respeito das Emissoras Comunitárias, os verdadeiros canais da cidadania.

Por isso mesmo, estreamos há tempos um site, o www.acesptv.com.br, que é uma central de notícias sobre a atividade de nossos associados e par-ceiros. E aguarde: novidades na área da web serão apresentadas em breve.

EXPEDIENTE

FERNANDO MAURO DI MARZO TREZZApresidente

MARCEL HOLLENDER1º vice-presidente

ADEMIR MARQUES 2º vice-presidente

MIGUEL CORTES3º vice-presidente

CLEBER BEZERRA DA SILVA

secretário

RENATO GOMES DANTAS DE ANDRADE1º tesoureiro

LUIZ GUSTAVO ABRAHÃO PACCES

2º tesoureiro

WILLIAM MARTIN NETOcoordenador administrativo

WILSON VIEIRA

coordenador de marketing

ANDRÉ PACCEScoordenador jurídico

PAULO CONTIM coordenador de relações públicas

WALTER CIGLIONIcoordenador de programação

DAVI JACKES ADISSIcoordenador de rede

FABIO RENATO AMARO DA SILVA1º coordenador de relações governamentais

CLEMENTE DE SOUZA LENE2º coordenador de relações governamentais

MARCELO ANDRÉ PARREIRA DE OLI-VEIRA

coordenador cultural

FERNANDO CARVALHOcoordenador de relações institucionais

ARNALDO A. YANSENcoordenador de projetos

LILIA MARIA REGINATO GALANAcoordenadora de tecnologia

RODNEY AGOSTINHOcoordenador de planejamento

ANTONIO DA SILVA DIAS 1º conselheiro fiscal

MIGUEL CATAN NETO2º conselheiro fiscal

NATAL LEO3º conselheiro fiscal

00www.acesptv.com.br

REDAÇÃO

FERNANDO MAURO DI MARZO TREZZADireção

FÁBIO PEREIRAJornalista Responsável

(MTb 44.167)

FÁBIA ZUANETTICriação Gráfica e Diagramação

MARCIO MELLORedação

FERNANDO MAURO TREZZApresidente da ACESP, que reúne os Canais

Comunitários do Estado de São Paulo.É um dos fundadores da ABCCOM,

que representa os Canais Comunitários doBrasil, foi o seu primero presidente e

é o atual diretor de relações institucionais.

Page 4: Revista da ACESP

A AOJESP - Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo, saúda o lançamento do primeiro número da revista ACESP, órgão informativo da Associação dos Canais Comuni-tários do Estado de São Paulo.

A AOJESP, entidade de utilidade pública fundada em 1950, que representa mais de quarenta mil servidores do Poder Judiciá-rio paulista, tem a honra de ser uma das associadas da ACESP e de manter em sua grade o programa Tribuna Judiciária, que vai ao ar todas as segundas-feiras às 21h pela TV ABERTA. O Programa Tribuna Judiciária é o elo que nos une à

ACESP. Nossa missão é produzir um tipo de programa-ção, que ao contrário das grandes redes de televisão, não tenha suas �nalidades regidas pelos interesses do lucro. Somos um provedor de informações para aqueles que, historicamente, foram privados do direito de partici-par como emissores ativos de conteúdos por meio deste meio de comunicação de massa que é a televisão. Privilegiamos as demandas dos servidores públicos do Judiciário e enfatizamos os temas voltados para a cida-dania e a justiça. Nos orgulhamos de que o Programa Tribuna Judiciária tenha recebido da ACESP o prêmio “Cidadania Áudio Visual Terceiro Setor”.

Yvone Barreiros Moreira - presidente da AOJESP

Visite o site da AOJESP www.aojesp.org.br, veja toda a grade de

programação do Tribuna Judiciária e assista aos vídeos dos programas

já apresentados.

Page 5: Revista da ACESP

A AOJESP - Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo, saúda o lançamento do primeiro número da revista ACESP, órgão informativo da Associação dos Canais Comuni-tários do Estado de São Paulo.

A AOJESP, entidade de utilidade pública fundada em 1950, que representa mais de quarenta mil servidores do Poder Judiciá-rio paulista, tem a honra de ser uma das associadas da ACESP e de manter em sua grade o programa Tribuna Judiciária, que vai ao ar todas as segundas-feiras às 21h pela TV ABERTA. O Programa Tribuna Judiciária é o elo que nos une à

ACESP. Nossa missão é produzir um tipo de programa-ção, que ao contrário das grandes redes de televisão, não tenha suas �nalidades regidas pelos interesses do lucro. Somos um provedor de informações para aqueles que, historicamente, foram privados do direito de partici-par como emissores ativos de conteúdos por meio deste meio de comunicação de massa que é a televisão. Privilegiamos as demandas dos servidores públicos do Judiciário e enfatizamos os temas voltados para a cida-dania e a justiça. Nos orgulhamos de que o Programa Tribuna Judiciária tenha recebido da ACESP o prêmio “Cidadania Áudio Visual Terceiro Setor”.

Yvone Barreiros Moreira - presidente da AOJESP

Visite o site da AOJESP www.aojesp.org.br,

veja toda a grade de programação do Tribuna Judiciária e assista aos vídeos dos programas

já apresentados.

ÍNDICEEDIÇÃO IANO IJun/Jul - 2010

CAPACONTADOR DE NÚMEROS E LUTASJosé Maria Chapina Alcazar, SESCON-SP

PARCERIA7 VEZES: CONTRATO COM O ITAÚ CULTURAL É ASSINADO MAIS UMA VEZ

PLANOS DE MÍDIAUMA VITÓRIA, MUITOS PAIS

CARAVANAS COMUNITÁRIASITINERANTES DA COMUNICAÇÃO

TV CELAA TV ATRÁS DAS GRADES

FALA, PRESIDENTECLEBER BEZERRATV Vale das Artes

TV CRÔNICAA INTERNET VAI VIRAR TV

SAIBA ONDE ESTÁ A TV COMUNITÁRIA MAIS PRÓXIMA DE VOCÊ

EMISSORAS ASSOCIADAS

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Pág.

Page 6: Revista da ACESP

06 www.acesptv.com.br

Capa

Contador de números e lutasPor Fábio Pereira

Dia desses, em uma sala de espera o presidente do SESCON-SP, José Maria Chapina Alcazar, folheava uma revista para o tempo passar. Quando atentou

para o ano da publicação – editada pela FIESP – surpreendeu-se: o título datava de 20 anos atrás.

Chapina, como é conhecido, teve a repentina sensação de que o tempo naquele instante passou a correr demais, mas não para frente, como desejava. O rumo das horas parecia retroceder. E foi nesse momento em que o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo, líder de 62 segmentos econômi-cos, começou a refletir.

Concluiu ele que as demandas da sociedade não mudaram muito de lá para cá. “Os apelos são iguais. Menos carga tributária, menos burocracia, zero de corrup-ção na política e mais geração de emprego”. E para exemplificar a falta de avanço, foi mais longe em sua viagem ao passado. Ele lembrou de uma Grécia bem longín-qua, então famosa pelos ritos democráticos e não pela avalanche de dívidas neste século XXI. “Se você olhar a História grega, vai ver que corrupção e imposto eram temas debatidos”.

Com exclusividade para Revista da ACESP, Chapina tratou da união da socieda-de civil organizada e passou até a receita para que vitórias como as conquistadas sobre a CPMF e MP 232 voltem a acontecer em outras áreas. Além disso, falou da importância da causa das TVs Comunitárias, emissoras que julga essenciais para a democracia na informação.

Ao final, contou orgulhoso sobre uma das maiores - literalmente - conquistas do SESCON-SP. Sua administração está a todo o vapor tocando as obras de amplia-ção da nova sede. O novo prédio que está sendo erguido vai somar mais 8 mil me-tros quadrados ao edifício atual, que conta com mais de 5 mil metros quadrados de área à disposição dos associados. Acompanhe os principais trechos da conversa.

Como foi o começo da TV? Você é um empresário do setor contábil. Como é que começou o desejo de fazer algo mais pela classe?Pela gratidão. A minha vida foi pautada na contabilidade. Não fiz outra coisa a não ser trabalhar nesta profissão, desde os 14 anos de idade. Eu conheci minha esposa neste ramo. A Kátia era mecanógrafa. Nos conhecemos, namoramos, noivamos, casa-mos e ela me deu três filhos maravilhosos. Ou seja, a profissão contábil me deu tudo na vida. Então, quando atingi um grau de maturidade eu entrei nas entidades repre-sentativas do setor. Eu tinha, mais ou me-nos 26 anos de profissão. Atualmente, estou completando pouco mais de 40 anos.

E o que é necessário para manter o estí-mulo para lutar pela classe? Para fazer o que nós estamos fazendo aqui é preciso ter amor. Você não é remunerado e ainda ainda põe dinheiro do seu bolso. Você acaba fazendo muitos amigos, tem bastante visibilidade. Isso até traz algum retorno de fu-turos clientes que poderão se interessar. Mas é um trabalho voluntário de toda a diretoria.

E a sociedade, o que ganha com o traba-lho do SESCON-SP?O SESCON-SP representa 62 segmen-tos econômicos e nossos antecessores já tinham criado o Fórum Permanente do Empreendedorismo. Então já existia essa visão de que algo deveria ser feito para a sociedade. Mas nós trabalhamos com isso tendo um pouquinho mais de ênfase, com mais prioridade nesses assuntos da socieda-de. Aí, junto com o Fórum, FIESP, CIESP, Associação Comercial, FACESP, Fecomér-cio, OAB, e tantas outras entidades que são parceiras, houve uma união muito forte e o SESCON-SP acaba sempre estando à fren-te dessa mobilização pelo conhecimento tributário. A gente lida com a burocracia do empreendedorismo e acaba abastecendo as discussões. A questão da CPFM foi uma mobilização que deu certo, as entidades to-das se agregaram. É uma consequência de todo esse trabalho a sociedade ganhar.

Essa união é algo que tem sido constante ou ocorre apenas esporadicamente?Infelizmente, essa união tem ocorrido ape-nas pela dor. Ela poderia ser uma união um

pouquinho mais permanente. Nós tivemos casos lá atrás como a MP 232, que também foi uma medida provisória que veio com a intenção de aumentar a carga tributária do setor de serviços. Houve uma grande mobilização que se iniciou aqui nesta casa do SESCON-SP com 30 ou 40 entidade e terminamos o movimento com 1600 enti-dades. Com a luta contra a CPMF, os em-preendedores perceberam que o canal da união em uma única voz é o caminho. Não importa quem é o líder daquele movimen-to. Por exemplo: na MP 232, nós ficamos como secretários da mobilização e tivemos o grande líder Guilherme Afif Domingos. Na CPFM, nós também ficamos como se-cretários e tivemos na liderança o grande Paulo Skaf.

O que pode azedar essas uniões, que são tão importantes para a sociedade?O que falta às vezes é um pouquinho de hu-mildade. A vaidade pode atrapalhar a união, porque começa a ter um pouco de ciumeira. A gente tem que ver se o foco está sendo atingido. Deixe alguém sair na foto. O im-portante é conseguir o resultado final. Mas

“Os empreen-dedores perce-

beram que a união em uma

única voz é o caminho. Não importa quem

é o líder do movimento”

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07www.acesptv.com.br

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ção

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Capa

uma coisa é certa: quando há necessidade, há o empenho de todos.

Em 1949, o sindicato que o senhor pre-side surgiu como Associação Profissional das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo. De lá para cá, as demandas sociais mudaram? Outro dia, eu estava na empresa de um cliente meu e na recepção tinha uma revista com nada mais nada menos que 20 anos. Por sinal, era uma revista da FIESP. Eu co-mecei a folhear a revista e os apelos eram os mesmos que os de hoje. Menos carga tributária, menos burocracia, zero de cor-rupção na política e mais geração de em-prego. Hoje, vivemos com maior grandeza, ou seja, os números são maiores que os de 1949, devido ao volume da população. Mas acho que aquilo que está se discutindo e o discurso são os mesmos. Logicamente, houve evoluções, mas com o aumento do tamanho de cidades, de Estados, os proble-mas aumentaram. Se você olhar a História grega também, vai ver que corrupção, im-posto eram temas debatidos. Agora, para apontar algo diferente entre 1949 e 2010 acho que era o ar, a vida. Nós não tínhamos essa poluição. A consciência ambiental está também mais apurada.

O avanço da tecnologia pode diminuir a importância do profissional da contabi-lidade?Há um certo paradigma que a máquina vai substituir a nossa profissão. Outro dia, um presidente de uma software house grande teve a infelicidade de declarar na mídia que os sistemas de gestão irão substituir a pro-fissão contábil. Esse foi um grande engano, porque essa profissão jamais será substituí-da. O que está acontecendo com nossa pro-fissão é o resgate do intelectual dela. Porque em 1949 nós tínhamos o guarda-livros, que era um homem de confiança do presiden-te de companhia. Então, ele utilizava seu intelectual para assessorar, orientar. Com a evolução de um Estado totalmente con-trolador e com a ânsia de arrecadar foram sendo criadas obrigações e mais obriga-ções. Senso assim, o contabilista se tornou um agente entre governo e contribuinte, só que sem valor agregado. Ele se tornou um tarefeiro. A contabilidade deixou de ser uti-lizada como meio estratégico. Ela começou a ser utilizada somente como meio fiscal. 08 www.acesptv.com.br

Com o avanço tecnológico, o contador dei-xa de ter aquele trabalho braçal, tarefeiro e volta a ter o valor intelectual. Não haverá trabalho de gestão, ou peça orçamentária, ou peça contábil que não deva ser interpre-tada por um especialista em contas, que é o contador. Então, o avanço da tecnologia vai valorizar muito a nossa classe.

Esse resgate do valor intelectual é uma justificativa para que a entidade presidi-da pelo senhor invista na Unisescon?Com certeza. O SESCON-SP está priori-zando sempre a devolução do dinheiro que ele recebe por meio do imposto sindical em prestação de serviços ao associado. A Unisescon, que á a universidade corpora-tiva, é um projeto que busca a educação continuada dessa profissão que hoje está precisando de muita capacitação técnica. O profissional de contabilidade que não dedicar seu tempo ao estudo, ao aperfeiço-amento, não vai conseguir que os números se transformem em planejamento estraté-gico. Dentro da Unisescon nós temos um projeto chamado SESCON Solidário, que é um meio de capacitar o jovem para o primeiro emprego. Na Unisescon, esse jo-vem tem acesso às aulas gratuitamente e também recebe, sem pagar nada, alimen-tação e condução. Os encaminhamentos são feitos por entidades parceiras.

Como você tem visto a luta dos Canais Comunitários?Eu tenho acompanhado muito a luta dos Canais Comunitários. Muitas vezes, em

Brasília, eu tenho encontrado o Fernando Mauro defendendo a regulamentação da ida das emissoras comunitárias para a TV digital aberta. Eu acho que nós precisamos democratizar os meios de comunicação. Inibir o crescimento dos Canais Comuni-tários, impedindo que eles tenham relações econômicas, não tem muito sentido. Por que não permitir que um Canal Comuni-tário também possa vender o seu espaço, vender os seus anúncios, para ampliar a sua rede? Isso é democracia na informação. As grandes redes não precisam temer essa con-corrência, porque ela é muito salutar. Por que muitas entidades da sociedade civil desfrutam de maior credibilidade junto à população se comparada com certos representantes políticos eleitos?Acredito que isso acontece também por con-ta do poder da comunicação dessas entida-des, pela força de formar opinião e intervir no Congresso. Quando você une uma OAB, uma Associação Comercial, Fecomércio, FIESP, SESCON-SP, essas entidades que lideram, que são as intermediárias, elas re-presentam efetivamente uma sociedade com força e com poder. E quando você vai ao Congresso essa força faz acontecer, como fez acontecer na CPMF e tantas outras coi-sas. Recentemente, o Pacto da República teve uma recuada muito grande. Os apelos dessa mobilização das entidades estão sen-do ouvidos. O que a gente tem que tomar muito cuidado é com o seguinte: não dar a essas entidades a conotação partidária. Caso contrário, a gente perderá credibilidade.

“Inibir o crescimento dos Canais Comunitários, impedindo que eles tenham relações econômi-cas, não tem muito sentido”

OAB, Associação Comercial,Fecomércio, FIESP,

SESCON-SP, essas entidades que lideram, representam efetiva-

mente uma sociedadecom força e com poder

Page 9: Revista da ACESP

09www.acesptv.com.br

Parceria

7 Esta é a quantidade de ocasiõesem que a ACESP fechou parceria com o Itaú Cultural; em 2010, aconteceu de novo

Parceria entre os Canais Comuni-tários paulistas e o Instituto Itaú

Cultural foi renovada. O contrato tem validade de três anos. Na ocasião, esti-veram presentes diretores acespianos e também Eduardo Saron, superintenden-te de atividades culturais do Itaú Cultu-ral e Renata Linhares, responsável pe-las relações institucionais da entidade parceira da Acesp.

Pelo acordo, os canais associados da ACESP poderão, deliberadamente, exi-bir os conteúdos audiovisuais produzi-dos pelo instituto. Em contrapartida, o Itaú Cultural subvencionará passagens aéreas e hospedagens a acespianos para que participem de encontros da entida-de comunitária.

“O cidadão pode se enxergar no Canal Comunitário e isso é fundamental. Nós acreditamos na associação das TVs co-munitárias aqui de São Paulo”, elogiou Saron. Para Fernando Mauro Trezza, presidente da ACESP e um dos que ini-ciaram a parceria há anos, os vídeos do Itaú Cultural sempre estiveram próxi-mos das emissoras comunitárias.

“Os programas do Itaú Cultural são os mais escolhidos [para ser exibido nas TVs Comunitárias], juntamente com outros parceiros como Sebrae Nacional e TV Senado. Isso porque a linguagem dos programas do Itaú Cultural tem muito a ver com a linguagem dos Ca-nais Comunitários”, afirmou Trezza.

Participação: Diretores acespianos compareceram em

peso à renovação da parce-ria; TV Osasco fez cobertura e vídeo foi exibido em todo o

Estado de São Paulo

O Instituto Itaú Cultural é vol-tado para o incentivo e a difu-são de manifestações artístico-intelectuais. Seu fundador, Olavo Setúbal, já na década de 1980, apontava a importância da linguagem audiovisual para o ensino.

Hoje, o Itaú Cultural é exemplo na produção de vídeos que valorizam a cultura brasileira e ensinam o público sobre a diversidade nacional.Além disso, a entidade acredita em parcerias com instituições públicas, da iniciativa privada e da sociedade civil. O objetivo é democratizar o acesso à cultura, promover o intercâmbio entre agentes culturais e difundir os conteúdos audiovisuais, dentro e fora do Brasil.

A qualidade dos materiais produzidos e o sucesso junto ao público têm demonstrado que a receita está dando certo.

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10 www.acesptv.com.br

Planos de Mídia

O presidente americano, John Kennedy, afirmou certa vez que a vitória tem

mil pais e a derrota é órfã. Ele disse isso certo de que quando algo tem bom resulta-do, muitos vão querer reivindicar a paterni-dade exclusiva. No caso das TVs Comuni-tárias no Brasil, isso não acontece.

A união em torno das duas grandes en-tidades representativas do setor, a ABC-com e a ACESP, fizeram os gestores dos canais se acostumarem a lamentar derro-tas juntos e também a comemorar unidos. Foi o que aconteceu com a inclusão dos canais comunitários no Plano de Mídia Federal. Uma vitória concretizada e co-memorada coletivamente.

Tanto a ABCcom como a ACESP bata-lharam durante anos por essa inclusão le-gítima, que foi anunciada no final de 2009. Pouco tempo antes, a Advocacia Geral da União (AGU) publicou entendimento fa-vorável à causa comunitária. Na época, a AGU era comandada pelo hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio

Uma vitória, muitos paisCanais Comunitários já veiculam propagandainstitucional do Governo Federal; entendimento como Executivo paulista também foi feito

Dias Toffoli. Sua cidade natal é Marília e, lá, o magistrado pôde conhecer o dedica-do trabalho da TV Comunitária local (15 NET), que é filiada à ACESP e à ABCcom. Seu presidente é Ademir Marques.

Após o entendimento favorável, o Minis-tério das Comunicações, sob a liderança do então ministro Helio Costa, publicou, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parecer 2181-5.03/2009 reco-nhecendo o direito dos Canais Comunitá-rios veicularem propaganda institucional do Governo Federal.

Sempre plural

“Nós achamos que quem pode mais, pode menos e aí fomos ao Governo Estadual paulista solicitar o mesmo entendimento”, afirmou Fernando Mauro Trezza, presiden-te da ACESP e diretor de relações institu-cionais da ABCcom. “Essa conquista é de todos nós, ABCcom e ACESP. A vitória tem a mão do Didi [pres. da ABCcom], do Pau-

lo Miranda [vice-presidente da ABCcom], do Renato Gomes [tesoureiro da ACESP] e de tantos outros que sempre estiveram jun-tos como irmãos na luta comunitária. Os canais associados da ACESP e ABCcom estão de parabéns”, completou Trezza.

Em 2010, os Canais Comunitários co-meçaram a receber institucionais em ví-deo do Governo Federal para veiculação. A Secretaria de Comunicação do Governo paulista já se demonstrou também favorá-vel ao pleito e já iniciou o cadastramen-to dos associados à ACESP. Isso ocorreu depois que a entidade representativa das emissoras comunitárias paulistas levou co-mitiva com vários diretores ao Palácio dos Bandeirantes no início deste ano. “Nossa união só tem fortalecido a ACESP e, assim, registramos uma conquista atrás da outra”, afirmou Trezza.

Nos Canais Comunitários é assim: a pluralidade de ações e ideias sempre par-tem do coletivo. A sociedade inteira ga-nha com isso.

Foto: Fábio Pereira

Em São Paulo: TV V, de Votoran-tim, e TV Osasco

registram visita da ACESP ao Palácio dos Bandeirantes,

sede do Gov-erno paulista, para pleitear propagan-

das institucionais

Page 11: Revista da ACESP

Palavras de Paz recebe prêmio de melhor programa televisivo

O programa Palavras de Paz (Words of Peace) recebeu mais um prêmio televisivo. Trata-se do 1º prêmio do “Publieksfavoriet Televisie” (Escolha do Público para Melhor Programa Televisivo) da competição ‘SALTO Awar-ds 2009’, Amsterdã, Holanda.

Palavras de Paz mostra trechos das palestras que Prem Rawat, conhecido como Maharaji, realiza em todo o mundo para transmitir sua perspectiva única sobre a vida, tendo já recebido inúmeros prêmios da crítica inter-nacional ao longo dos anos. O enfoque humano endereçado a cada pessoa tem proporcionado uma boa recep-tividade da mídia em geral e dos telespectadores.

O programa foi criado em 2002 por Prem Rawat, que desde criança desenvolve no mundo um trabalho contí-nuo pela paz. Ele tem transmitido sua mensagem em diversas universidades americanas e européias, centros de cultura, centros de convenções e incontáveis eventos, realizados em muitos lugares do planeta, para platéias que reúnem todos os tipos de indivíduos. Mesmo com o aumento de sua audiência, a mensagem de Prem Ra-wat permanece dirigida a cada pessoa: “Se você está procurando por plenitude e paz”, ele diz, “a solução está dentro. Se é isso o que você quer, posso ajudá-lo.”

Traduzido para vários idiomas, Palavras de Paz é exibido nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Aus-trália, Nova Zelândia, Fiji, Reino Unido, Holanda, Suécia, Itália, Espanha e em países da América Latina, entre eles, o Brasil, atingindo uma audiência mundial de milhões de pessoas.

Além de veiculada pela TV, essa mensagem de paz é propagada por vídeos, áudios, impressos, músicas, outras expressões artísticas, fóruns públicos e pela literatura. Para produzir todo esse material, Prem Rawat instituiu a Fundação Prem Rawat, que promove sua mensagem e iniciativas humanitárias importantes em todo o mundo.

Todos esses materiais, que expressam uma Cultura da Paz Interior, são disponibilizados por voluntários que, aqui no Brasil, atuam por meio da Sociedade de Apoio ao Conhecimento e Paz Interior. Inspirando milhões de telespectadores brasileiros

Prem Rawat tornou-se um dos palestrantes favoritos dos telespectadores brasileiros que assistem ao seu pro-grama na TV. Seus esforços para que as pessoas tenham paz vêm sendo reconhecidos por governos, chefes de Estado, líderes civis e do mundo dos negócios em todos os continentes. Palavras de Paz é transmitido três vezes por semana em São Paulo e aproximadamente duas vezes por semana em cerca de cem outras cidades brasileiras. Prêmios televisivos no Brasil

Devido à rara qualidade de sua mensagem, em 2004, o programa Palavras de Paz foi laureado pela Asso-ciação dos Canais Comunitários do Estado de São Paulo (ACESP) e, em 2006, pela Associação Brasileira de Canais Comunitários (ABCCom) com o prêmio “Audiovisual Cidadania”. O mais importante é que o sucesso do programa continua e Palavras de Paz passou a ser exibido em diversas emissoras de mais de 100 cidades brasileiras.A mensagem de paz em expansão

Cerca de 7.000 pessoas acessam mensalmente o site e Blogs do programa : www.palavrasdepaz.org.br . Des-sas, 90% entram no site pela primeira vez. Muitas fazem download e imprimem em média mais de uma página do site. Palavras de Paz chega a presídios do mundo inteiro

Nos seis continentes, a mensagem de Prem Rawat tem sido transmitida a reclusos em penitenciárias e vem provocando mudanças na vida dessas pessoas, segundo constatação dos diretores das instituições. Iniciado em dezembro de 2003, na maior prisão da Ásia, localizada em Nova Déli, o programa se expandiu para a Austrália, Reino Unido, Nova Zelândia, Estados Unidos, América do Sul, África e México. Com variações locais, consiste basicamente na distribuição de material impresso e apresentações periódicas da série em DVD chamada Pala-vras de Paz, que mostram as palestras internacionais de Prem Rawat.Palavras de Paz na FIESP

Como aconteceu no ano passado quando músicos e voluntários fizeram apresentações diversas sobre a possi-bilidade de encontro da paz interior, Palavras de Paz participará esse ano na Mostra de Responsabilidade Social que acontece na FIESP.

Informações: www.palavrasdepaz.org.br

Page 12: Revista da ACESP

12 www.acesptv.com.br

Caravanas Comunitárias

Itinerantesda comunicação

Visitas ao interior paulista ajudam a resolver questõesdelicadas e ensinam sobre importância das TVs Comunitárias

A cidade de Cubatão, ao longo dos anos, viu cristalizar nos meios de

comunicação a imagem de uma re-gião com altos índices de poluição. Por um tempo, isso foi verdade. Em 2010, porém, a história é outra. Mas qual veículo tem se preocupado em desdizer os anos ruins? Poucos. E nenhum mais que a TV Polo, o canal comunitário da cidade.

Esta foi uma constatação da Carava-na Comunitária, que é a visita oficial do presidente da ACESP, Fernando Mauro Trezza, aos Canais Comuni-tários paulistas. Neste primeiro se-mestre, as emissoras de Peruíbe, Rio Claro e Mogi das Cruzes tam-bém receberam a comitiva.

A ocasião acaba servindo para que a entidade se aproxime mais da rea-lidade dos associados, podendo até descobrir bons exemplos. “Quando o presidente chegou aqui ele achou mui-to criativa a nossa maneira de montar cenários. Nossos funcionários senti-ram-se orgulhosos e reconhecidos”, afirmou Marcelo Fiorio, presidente da TV Cidade Livre, instalada no muni-cípio de Rio Claro.

Importante Ponto de Cultura, a TV Co-munitária de Rio Claro oferece cursos de audiovisual para jovens e oficinas de literatura, entre outras atividades, para idosos. Isso demonstra que a atuação do Canal Comunitário vai além do que uma programação de qualidade.

Teatro no estúdio

As visitas também são ponto forte de integração entre diretores do canal, entidades do Terceiro-Setor e poder público local. Membros desses três setores têm comparecido em peso aos encontros. “As TVs Comunitárias mostram aquilo que interessa ao cida-dão, como o buraco na rua de casa”, afirma Paulo Contim, que é presiden-te da TV Osasco e que tem feito parte da Caravana.

A Nova TV Comunitária de Mogi das Cruzes é exemplo de serviço ao cidadão. Seus programas valorizam o noticiário local. Além disso, quando esteve na cidade, os membros da Cara-

Bastidores: Presidente da ACESP acompanha gravação feita em mangue; TV Polo mostra que cidade de Cubatão já avançou muito na preservação ambiental

Foto: Marcio M

ello

Page 13: Revista da ACESP

Casa cheia:Visita da ACESP à TV Vale das Artes lotouauditório da emissora;TV peruibense temcompromisso coma cultura local

vana almoçaram no restaurante do Instituto Pró-Mais Vida, que é o gestor do canal. O Instituto há mais de 30 anos presta assis-tência a idosos. A liderança é do Padre Vicente Morlini, também presidente do Canal Comunitá-rio local.

Em wPeruíbe, não é diferente. As entidades gestoras do canal são militantes na defesa da cul-tura do município. A presidente da Oficina Cultural Tom Jobim, Ecilla Bezerra, que também é vice-presidente da TV Vale das Artes, já foi secretária de Cul-tura e atualmente abre as portas do estúdio da TV peruibense, que possui auditório, para que grupo de teatro local faça seus ensaios e apresentações.

Mais cidadaniaCleber Bezerra, presidente da TV Vale das Artes e secretário da ACESP, é um entusiasta do cresci-mento de todas as TVs Comunitárias do Brasil. Por isso mesmo, atua for-temente nas entidades que organizam e representam o setor. “Eu e o Fer-nando Mauro [Trezza] atuamos em prol da ACESP e ABCcom [entidade nacional de TVs Comunitárias] desde que a gente tinha mais cabelo”, brin-ca ele.

Com essas viagens, a ACESP con-

segue descobrir de perto o que fazem e como vivem os canais comunitá-rios associados. Muitos problemas são resolvidos nos encontros. Mit-suaki Kojima, que gerencia a Nova TV Comunitária de Mogi das Cru-zes, fez questão de, ao ser visitado, marcar uma reunião com o presidente da ACESP e a diretoria do canal, só para tratar de assuntos delicados para a emissora. Sinal de que o diálogo entre associado e associação é instru-

mento que goza de confiança.Estas viagens são fruto da organi-

zação e estrutura profissional que a ACESP passou a dispor após Trezza criar a Rede ACESP de exibição, que consiste em levar programação de qualidade a várias cidades paulistas. A ação traz recursos para a entidade que representa os Canais Comunitá-rios paulistas. Estes podem ser cada vez melhor atendidos. Quem ganha com isso é a cidadania.

Criatividade: Funcionários da TV

Cidade Livre, de Rio Claro, são exem-plo de eficiência;

Canal Comunitário rio-clarense ganhou direito de ser Ponto

de Cultura

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Foto: Gerci M

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Na Cadeia Feminina de Votorantim, uma câmera registra diariamente todos os

passos das detentas. A lente, porém, não faz parte do sistema de segurança. Longe do comando dos agentes, o aparelho gravador de imagens e realidade é operado por uma das presas. Ela participa do programa TV Cela. A idealização é da Associação Cultu-ra Votorantim.

Além de registrar o cotidiano das deten-tas, o TV Cela transformou um estreito cercado de grades em cenário para o pro-grama. Na apresentação e produção, mais detentas. Como entrevistados já passaram por este “estúdio” tão improvável figuras como o prefeito de Votorantim Carlos Pi-vetta (PT), os deputados estaduais Hamilton Pereira (PT) e Maria Lúcia Amary (PSDB), o delegado seccional de Sorocaba José Au-gusto de Barros Pupin e o sociólogo Mario Miranda Junior, da Fundação Manoel Pe-dro Pimentel de Amparo ao Preso (Funap)

De acordo com ex-secretário de Cul-tura de Votorantim, atual presidente do Canal Comunitário de Votorantim (TV V - 10 Super Mídia) e coordenador do pro-jeto, Werinton Kermes, o intuito é “que-brar estereótipos”. A jornalista Luciana Lopez, que também coordena o projeto,

acredita que o projeto mostra para a so-ciedade que as detentas “têm habilidades e capacidade”. Para o programa, elas tam-bém gravam depoimentos e dicas de arte.

Premiação

O programa já se tornou tema de ou-tras atrações de TVs. Recentemente, foi pauta para o prestigiado Profissão Re-pórter, da TV Globo, e também para um programa do canal a cabo ESPN. Além disso, é exibido pelo Canal Comuni-tário de Votorantim e em uma rede de outros Canais Comunitários paulistas.

Kermes e Luciana conquistaram apoios importantes para essa iniciativa exitosa. Um deles é do delegado da Delegacia Sec-cional de Sorocaba, José Augusto Pupin. Quando atuava em Votorantim, Pupin per-cebeu a importância do projeto e ajudou a iniciativa a ganhar força. Já as faculda-des de Comunicação da Ceunsp cuidam da edição e ajudam na produção. Além da equipe de detentas, profissionais de comu-nicação voluntários do Sindicato dos Me-talúrgicos de Sorocaba ajudam a produzir o TV Cela, que em 2009 ganhou prêmio em Gramado na categoria vídeo social.

Estúdio improvável: o TV Cela é gravado dentro de prisão feminina; TV V, de Votorantim, e canais da Acesp exibem o conteúdo

TV Cela

A TV atrásdas gradesNo interior paulista, projeto resgataautoestima ecidadania de presas

Foto: Werinton K

ermes

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Como foi o começo da TV? Foi há 13 anos. E muito difícil. A gente não tinha nenhuma experiência, mas achávamos que com apenas uma câmera não podería-mos começar uma TV. Então, investimos em equipamentos e fomos para a cidade de São Paulo em busca de um profissional que editava, operava câmeras etc. Ele nos ensi-nou e ensinou a comunidade.

Essa é uma das funções do canal comuni-tário: ensinar.Isso mesmo. E nós formamos até hoje. Mui-tos dos que aprendem aqui vão atuar em emissoras de maior porte financeiro. Aqui no canal sempre tem gente nova, aprenden-do e com atitudes criativas.

E depois dessa fase em que você precisou aprender? Fomos equipando mais o canal e compra-mos nosso prédio. O estúdio é amplo e te-mos um auditório. Hoje, qual o grande desafio da TV Vale das Artes? Um dos muitos desafios é convencer a ope-radora a cabo local a expandir o acesso às periferias. Nós estamos em uma cidade pequena. Peruíbe tem cerca de 60 mil ha-bitantes. A operadora local é a São Paulo TV a cabo, que é a menor do país. Se por um lado, estamos atendendo bem a região central, falta ainda disponibilizar acesso a muita gente que quer receber nosso sinal. E nós sabemos que o Canal Comunitário é o maior vendedor de assinatura. A pessoa

“Somos os maiores vendedores de assinaturas de TV”Fala, Presidente

compra o pacote de canais porque quer se ver na TV, saber sobre o que passa na ci-dade. Ainda não conseguimos vencer essa luta.

O relacionamento com o poder público é bom?Eu sempre tive um bom relacionamento com o poder público. Houve apenas um período de exceção, quando um ex-prefeito, hoje já falecido, destruiu nosso canal inteiro, por razões políticas. Tivemos de comprar no-vos equipamentos e também reformar todo o prédio da emissora. Mas, sempre tivemos bom relacionamento com todos. Inclusive, transmitimos por dois anos as sessões da Câmara Municipal sem receber nenhum pagamento para cobrir os custos. Aliás, este é um defeito do canal comunitário: muitos dos que se beneficiam dele não querem pa-gar pelo serviço.

Acham que a TV Comunitária não paga contas. É isso mesmo. Somos um canal sem fins

lucrativos, mas essa atividade tem cus-to. Precisa de funcionários, pagamento de luz, água e manutenção de equipamentos. É bom lembrar: não temos nenhuma verba governamental fixa e suficiente para custear nossos gastos.

Como você enxerga o papel das enti-dades representativas dos Canais Co-munitários? Sinto orgulho de ter conseguido fundar a ACESP e a ABCcom, juntamente com Fernando Mauro Trezza e Renato Go-mes. Foi muito difícil. Na época, havia poucos canais. Mas eu acho que foi a melhor coisa que fizemos. Nossas asso-ciações são fortes.

Por que os Canais Comunitários devem ir para o canal da cidadania? Eu acho que se fizesse um canal da cidada-nia sem os Canais Comunitários seria uma injustiça muito grande. Nós somos os veí-culos da cidadania. Esse é o nosso papel e o desempenhamos há muito tempo.

A cidade de Peruíbe, a 130 quilôme-tros da Capital, tem Canal Comu-

nitário há 13 anos. Quando chegaram lá os irmãos Cleber e Ecilla Bezerra, atu-ais gestores da TV Vale das Artes, nem eles próprios nem os cidadãos haviam desvendado o “mistério” de se fazer televisão. Os dois, então, iniciaram o árduo trabalho.

Na entrevista abaixo, Cleber Bezerra, presidente do canal, conta um pouco do passado e presente da emissora. E, ao final, avisa qual deve ser o futuro de to-dos os Canais Comunitários do Brasil: fazer parte do canal da cidadania, que será instituído pelo Governo Federal e fará parte da TV Digital aberta. Hoje, a TV Vale das Artes e demais Comunitá-rias estão, por Lei, restritas ao cabo.

Fernando Mauro Trezza (ao centro), posa para foto com presidente daTV Vale das Artes, Cleber Bezerra e a vice-presidente, Ecilla Bezerra

“Canal da cidadania sem TVscomunitárias é injustiça.

Nós somos os veículos da cidadania”.

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Foto: Fábio PereiraCLEBER BEZERRA

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Canal 8 TVAbrangência: Campinhas e IndaiatubaNúmero do canal: 8Operadora: NETResponsável: Lilia GallanaRua Antonio Vaine, 30CEP 13084-701Telefone: (19) 3289-0290Site: www.canaloito.orgE-mail: [email protected]

Canal RP9Abrangência: Ribeirão Preto Número do canal: 9 Operadora: NETResponsável: Evaldo Calil Pereira Jardim Rua Visconde Rio Branco, 1238CEP 14.095-280 Telefone: (16) 3995-2161 / (16) 3995-2161Site: www.canalrp9.com.brE-mail: [email protected]

TV CAbrangência: JaúNúmero do canal: 8Operadora: NETResponsável: Antônio Silva DiasRua Rafael de Almeida Leite, 55CEP 17210-580Telefone: (14) 3626-6866Site: www.tvcjau.com.brE-mail: [email protected] / [email protected]

TV Aberta - SPAbrangência: São PauloNúmero do canal: 9 (digital) e 72 (analógica)Operadora: NET e TVAResponsável: Marcel HollenderRua Cardoso de Almeida, 2269CEP 01251-001Telefone: (11) 3868-2802E-mail: [email protected]

TV Cidade JacareíAbrangência: JacareíNúmero do canal: 9 (digital) e 95 (analógico)Operadora: NETResponsável: Humberto Leal / Rodrigo LealAvenida Siqueira Campos, 641CEP 12307-000Telefone: (12) 3962-4537Site: www.tvcidadejacarei.tv.brE-mail: [email protected]

TV Cidade LivreAbrangência: Rio ClaroNúmero do canal: 10 (digital) e 99 (analógico)Operadora: NETResponsável: Marcelo Fiorio / Luiz CavalariAvenida Dois, 453CEP 13500-410Telefone: (19) 3524-3007Site: www.tvcidadelivre.comE-mail: [email protected]

TV CirculandoAbrangência: AraraquaraNúmero do canal: 99Operadora: Super TVResponsável: Valmir da Silva MoreiraRua Geraldo Armando Cardoso, 414 CEP 14801 780Telefones: (16) 3331-3794 / (16) 3331-3794Site: www.tvcirculando.com.brE-mail: [email protected]

TV ComAbrangência: SantosNúmero do canal: 11

Operadora: NETResponsável: Augusto Capodicasa

Av. Bernardino de Campos, 18 sala 515 / CEP 11065-000Telefone: (13) 3225-6538

E-mail: [email protected]

TV Comunitária de MaríliaAbrangência: MaríliaNúmero do canal: 15

Operadora: NETResponsável: Ademir MarquesTupã 260, A CEP 17501/500

Telefone: (14) 3454-5959E-mail: [email protected]

TV Com PiracicabaAbrangência: Piracicaba

Número do canal: 5Operadora: NET

Responsável: Elia Youssef NaderRua Duque de Caxias, 490

CEP 13416-150Telefone: (19) 3433-0825

E-mail: [email protected]

TV Com SorocabaAbrangência: Sorocaba

Número do canal: 7Operadora: NET

Responsável: Wilson VieiraRua Coronel Cavalheiros, 74

CEP 18035 640Telefone: (15) 3233-6696

E-mail: [email protected]

TV Comunitária de São CarlosAbrangência: São Carlos

Número do canal: 7Operadora: NET

Responsável: Eduardo Antonio Teixeira CotrimAvenida São Carlos, 2205 Sala 1005 / CEP 13566-330

Telefone: (16) 3374-2129E-mail: [email protected]

ECO TVAbrangência: Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul, Diadema, MauáNúmero do canal: 9 (digital) e 96 (analógico)Operadora: NETResponsável: Juliana BontorimRua Eduardo Monteiro, 158CEP 09041-300Telefone: (11) 4990-3575E-mail: [email protected]

TV da CidadeAbrangência: São José do Rio Preto

Número do canal: 16 Operadora: NET

Responsável: Fábio Renato / Elso Martins Rua José Silva do Amaral Salles, 2322

CEP 15025-450 Telefone: (17) 3212-2829Site: www.canal16.com.br

E-mail: [email protected]

TV GuarulhosAbrangência: Guarulhos

Número do canal: 20Operadora: NET

Responsável: Fernando Mauro TrezzaAvenida Dr. Timóteo Penteado, 2778 - 2° andar

CEP 07061-000Telefone: (11) 3435-6320

Site: www.tvguarulhos20.com.brE-mail: [email protected]

TV OsascoAbrangência: Osasco

Número do canal: 6 (digital) e 22 (analógico)Operadora: NET

Responsável: Miguel Catan / Paulo ContimRua Virgínia Aurora Rodrigues, 218

CEP 06097-020Telefone: (11) 3654-2008

Site: www.tvosasco.com.brE-mail: [email protected]

TV IntegraçãoAbrangência: São José dos Campos

Número do canal: 3 (digital) e 95 (analógico)Operadora: NET

Responsável: Renato GomesAv. Leopoldo Rossi, 15

CEP 12242-060Telefone: (12) 3307-1927

E-mail: [email protected]

Nova TV ComunitáriaAbrangência: Mogi das CruzesNúmero do canal: 9 (digital) e 96 (analógico)Operadora: NETResponsável: Mitsuaki KojimaRua Engenheiro Eugênio Motta, n° 591CEP 08730-120Telefone: (11) 4724-7294Site: www.novatvcomunitaria.com.brE-mail: [email protected]

TV MantiqueiraAbrangência: Atibaia e Bragança Paulista

Número do canal: 22Operadora: NET

Responsável: Rodney Agostinho Rua Rachaman, 371

CEP 11750-000Telefone: (13) 3454-1788

Site: www.tvmantiqueira.comE-mail: [email protected]

TV JAAbrangência: CatanduvaNúmero do canal: 99

Operadora: NETResponsável: José Alfredo Luiz Jorge

Rua Amazonas, 136CEP:15800-050

Telefone: (17) 3522-1114Site: www.tvja.com.br

E-mail: [email protected]

TV Litoral NorteAbrangência: Ubatuba e Caraguatatuba

Número do canal: 18Operadora: NET

Responsável: Cassio Angelo Rodrigo Petreca Av. Cuiabá, 997CEP 11665-295

Telefone: (11) 7737-2118Site: www.tvlitoral.net

E-mail: [email protected]

TV PoloAbrangência: Cubatão

Número do canal: 11 (digital) e 18 (analógico)Operadora: NET

Responsável: Marcelo André Parreira de OliveiraRua Sete de Setembro, 26 - Sala 1 - Vila Nova

CEP 11525-010Telefone: (13) 3304-1268

Site: www.tvpolocubatao.com.brE-mail: [email protected]

TV ValinhosAbrangência: Valinhos

Número do canal: 3Operadora: NET

Responsável: José Roberto SchiavinatoRua Lourenço Ferrari, 291 - Sala 4

CEP 13272-810Telefone: (19) 3929-5928

E-mail: [email protected]

TV Vale das ArtesAbrangência: PeruíbeNúmero do canal: 16Operadora: SAT TV

Responsável: Cleber Bezerra / Ecilla BezerraAvenida Padre Anchieta, 4297

CEP 11750-000Telefone: (13) 3454-1788

Site: www.novavaledasartes.com.brE-mail: [email protected]

TV VAbrangência: Votorantim

Número do canal: 10Operadora: Super Mídia

Responsável: Werinton Kermes Rua João Walter 289 - sala 5

CEP 18110-020Telefone: (15) 3247-7243

Site: www.tvvotorantim.blogspot.comE-mail: [email protected]

TV Regional - RTVAbrangência: Caçapava

Número do canal: 9 (analógico) 3 (digital)Operadora: NET

Responsável: Carlos Alberto dos Santos / José MauroRua Fabrício Correa de Toledo, 258 CEP 12287-370

Telefone: (12) 3221 6384E-mail: [email protected]

TvitapêAbrangência: Itapetininga

Número do canal: 99Operadora: NET

Responsável: Antonio Lauro Vieira de Moraes (LALO)Rua Antonio Annunciato, 111 - Vila Aurora

CEP 18.213-220Telefones: (15) 3373-4017Site: www.tvitape.com.br

E-mail: [email protected]

TV INAbrangência: Americana, Araras, Hortolândia, Limeira, Mogi Guaçu,

Mogi Mirim, Nova Odessa, Santa Bárbara D´Oeste, SumaréNúmero do canal: 8 (digital) e 99 (analógico)

Operadora: NETResponsável: David Jacques Adissi / Cesar Peggy

Rua Sete de Setembro, 1070CEP 13465-320

Telefone: (19) 3604-4644Site: www.tv.tvin.tv.br

E-mail: [email protected]

Emissoras Associadas

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TV Crônica

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Fábio Pereira é produtor de TV, jornalista formado e editor da

Revista da ACESP

A internetvai virar TV

Houve o tempo dos televizinhos. Em meados de 1950-60, assistir à televisão era prática alegre e coleti-

va. A vizinhança inteira se reunia na única casa da rua que possuía aparelho televisor. Na sala, lugar de visitas, todos se emocio-navam, sorriam e faziam animado ti-ti-ti diante daquela caixa mágica.

No século 21, a televisão está no quarto, cozinha, banheiro e até nos carros, mas não significa que a essência morreu. O aparelho lu-minoso ainda é instrumento de integração. Seja porque ainda é bom assisti-lo em turma, seja porque os temas tratados em sua programa-ção nos pautam, dão assuntos para as mesas de bares, nos inserem em um mesmo universo de acontecimentos. Tudo isso nos une mais.

Aí, entra a internet. Entusiastas audaciosos, subindo os altos degraus da prepotência, afirmam que a TV vai virar internet. Er-ra-do. Se algo vai ser transformado, é o mundo online. A rede é que vai virar TV. Explica-se.

Hoje, a internet carece de velocidade. O sonho de 10 entre 10 internau-tas é que o carregamento das páginas na web seja rápido como um zapear de canais na TV. E mais: é preciso qualidade aos vídeos online. Hoje, do Youtube ao Vimeo, há digitalizações, trava-destrava, definição imperfeita.

Outro ponto: a TV é acessível. Além de mais barata, vem com o controle

remoto, que nada mais é que um teclado cheio de atalhos. Nada de ficar digitando, digitando, digitando, como é na web. O lema “apenas um cli-que”, tão propagado para encher a bola da internet, pertence mesmo à TV.

Não se quer aqui ignorar o valor da internet. Espera-se apenas des-construir a falsa certeza de que a TV, com o avanço da web, se tor-nará cada vez mais dispensável. Ora, a internet persegue muitas qua-lidades da TV. Então, quem está correndo para ser igual a quem?

Para os produtores de conteúdo para TV, resta se concentrar em saciar as necessidades dos telespectadores que transitam entre o conteúdo da TV e a interatividade instantânea da internet. Mas nunca se pode esque-cer qual invenção, há 60 anos no Brasil, começou por meio de imagens e áudio a maior e mais poderosa forma de informar, entreter e apaixonar.

10 entre 10internautas

querem que o carregamento

das páginas na web seja rápido

como o zapear na TV

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Por Fábio Pereira

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Av. Paulista, 1294 - 1º andar - CEP 01310 - São Paulo - SP - BrasilFones (11) 2847 4400 - (11) 2847 4447www.idort.com

Há mais de 78 anos, o IDORT/SP vem cumprindo a sua missãode formar e desenvolver o capital humano com treinamentose consultorias nas áreas de Educação Corporativa, Gestão Pública,Responsabilidade Social e Terceiro Setor.

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