revista cidadania vale do aço

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A PAULO ASSIS C O M U N I C A Ç Ã O Voluntários o ano inteiro DIA V É UM MARCO DO VOLUNTARIADO EM MINAS GERAIS, MAS AÇÕES NO VALE DO AÇO SÃO DESENVOLVIDAS EM 365 DIAS FOTO HUGO SIQUEIRA CIDADANIA vale do aço DEZEMBRO DE 2008 . ANO 1. NÚMERO 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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Revista de Responsabilidade Social, publicada para o Dia V 2008.

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Page 1: Revista Cidadania Vale do Aço

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial

(31) 8791-7314 | 3823-1316 |[email protected]

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

APAULO ASSIS

C O M U N I C A Ç Ã O

Voluntárioso ano inteiroDIA V É UM MARCO DO VOLUNTARIADO EM MINAS GERAIS,MAS AÇÕES NO VALE DO AÇO SÃO DESENVOLVIDAS EM 365 DIAS

FOTO HUGO SIQUEIRA

CIDADANIAvale do aço

Dezembro De 2008 . ANo 1. Número 1DISTrIbUIÇÃo GrATUITA

Page 2: Revista Cidadania Vale do Aço

uma única gotad’água pode fazer isso...

O trabalho em conjunto fortalece não só a indústria.Quando há união, o ser humano é o grande vencedor.

AAPAULO ASSIS

Page 3: Revista Cidadania Vale do Aço

Usiminas. Pelo 2º ano consecutivo, a única siderúrgica das Américas classificada no Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

Para a Usiminas, sustentabilidade é mais que um objetivo: é um valor que norteia suas ações nos campos da ética, transparência nos negócios e compromisso com o País. Suas boas práticas de gestão e governança corporativa nasceram de sua vocação para o desenvolvimento sustentável e fazem da Usiminas uma referência em solidez econômico-financeira, tecnologia e responsabilidade socioambiental. Não é à toa que a empresa foi classificada, pela segunda vez consecutiva, em um dos mais respeitados índices do mundo: o Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

Usiminas. Inteligência em aço para um mundo que não pára de evoluir.

No primeiro ano foi novidade.No segundo, foi confirmacao.Se depender das nossas acoes de governanca corporativa, nos proximos anos sera uma constante.

2007

2008

2009

2006

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US07908K-AD DOW JONES.indd 1 11/13/08 10:55:00 AM

Page 4: Revista Cidadania Vale do Aço

JornalistaResponsávele EditorPaulo AssisMG 07169JP

Textos e FotografiasAline Alves, Gizelle Ferreira, Hugo Siqueira, Nadiele Satlher, Patrícia Benedicto, Paulo Assis, Roberta Nobre, Rômulo Amaral, Wôlmer Ezequiel e Divulgação

DiagramaçãoPaulo Assis

Foto da CapaHugo Siqueira

ImpressãoGráfica Damasceno

Tiragem2.500 exemplares

A reprodução das reportagens é permitida desde que citada a fonte e o autor.

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial

(31) 8791-7314 | 3823-1316 |[email protected]

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

APAULO ASSIS

C O M U N I C A Ç Ã O

PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃOPaulo Assis Comunicação LtdaCNPJ 07.291.053/0001-58Rua Marília, 33 A, Bela VistaIpatinga-MG CEP 35160-194Tel.: (31) 3823-1316 | 8791-7314E-mail: [email protected]

COM A PALAVRANuma região como o Vale do Aço, importante

pólo econômico de Minas Gerais e do Brasil, é natu-ral que existam muitas empresas que destinam seus recursos e incentivem seus colaboradores a ajudar ao próximo. Inúmeros projetos são desenvolvidos no decorrer de 365 dias. Por sua vez, não é ‘natural’ que muitas dessas ações fiquem no anonimato, restritas a grupos que discutem responsabilidade social ou até mesmo apenas àquelas que as executam.

Com a revista CIDADANIA VALE DO AÇO vamos mostrar, a cada quatro meses, o que é feito, desde grandes projetos de indústrias como Usiminas, Ceni-bra e ArcelorMittal Inox Brasil, a iniciativas - aparen-temente simples - de funcionários de empresas como COMIT e Provest. Esperamos extrapolar, unir dife-rentes segmentos, promover a troca de informações, contribuindo, também, para a sustentabilidade dos projetos em execução no nosso Vale do Aço. Em nossa estréia, escolhemos como tema o DIA V, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), buscando fortalecer a necessidade do voluntariado permanente.

A revista que hoje chega às suas mãos só tornou-se possível devido ao apoio do Regional Vale do Aço da FIEMG, cujo presidente Luciano Araújo abraçou a idéia, e do Comitê de Cidadania Empresarial da Re-gional, que nos auxiliou na ‘garimpagem’ dos primei-ros projetos que aqui estão. Agradeço ainda àqueles que puderam contribuir para viabilizar essa primeira edição e também àqueles que contribuíram com seu tempo e dedicação ao atender à nossa equipe.

Boa leitura e até abril de 2009!

Paulo AssisEditor

FIEMGTodo dia nasce um voluntário 6

COMITÊ DE CIDADANIANão às sacolas plásticas 8

UNILESTE-MGArte e geração de renda 11

SE TOQUEReceita de solidariedade 13

CÂMARA DE IPATINGAMirins dão exemplo de cidadania 15

SESIPrograma auxilia empresas 17

PROVESTRetalhos transformados 18

JAGUARAÇUCrianças transformam lixo em enfeites de Natal 20

HARMONIZEIsolamento social por falta de informação 24

USIMINASVoluntários com incentivo de aço 26

CENIBRACombinação de sucesso 30

COMITSolda da solidariedade 33

ATFCidadania em alto e bom tom 36

ARCELOR MITTALBatalhão de ações 38

“Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.”

Rodovia BR 381, Km 235, S/N - Águas ClarasSantana do ParaísoTelefone (31) 2109-8800SAC 0800.723.6600www.vitalambiental.com.br

Trecho extraído de A Carta da Terra

Ser uma empresa social e ambientalmente responsável é compromisso fundamental da Vital Engenharia Ambiental SA com a construção de um futuro melhor. Esse compromisso está refletido, por exemplo, na qualidade dos serviços de limpeza, na implantação de centrais de tratamento de resíduos sólidos urbanos, nas ações de educação ambiental desen-volvidas em nosso Centro de Educação Ambiental, na valorização e qualificação dos colaboradores.

AAPAULO ASSIS

Page 5: Revista Cidadania Vale do Aço

SESI“Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.”

Rodovia BR 381, Km 235, S/N - Águas ClarasSantana do ParaísoTelefone (31) 2109-8800SAC 0800.723.6600www.vitalambiental.com.br

Trecho extraído de A Carta da Terra

Ser uma empresa social e ambientalmente responsável é compromisso fundamental da Vital Engenharia Ambiental SA com a construção de um futuro melhor. Esse compromisso está refletido, por exemplo, na qualidade dos serviços de limpeza, na implantação de centrais de tratamento de resíduos sólidos urbanos, nas ações de educação ambiental desen-volvidas em nosso Centro de Educação Ambiental, na valorização e qualificação dos colaboradores.

AAPAULO ASSIS

Page 6: Revista Cidadania Vale do Aço

Todo dia... “nasce” um voluntário Marisa Seoane Rio Resende*

Existem duas formas de ser voluntário:Algumas pessoas dizem que nasceram voluntárias e fazem da vida uma grande dinâ-

mica de solidariedade, altruísmo e acolhida. Quem não se lembra de uma senhora que, no passado, jamais fechava a porta da frente da casa, e se alguém batesse a porta à busca de um pedaço de pão, seria convidado a comer um prato de comida, quem sabe tomar um banho, ainda descansar um pouquinho e quem sabe até pernoitar. E se fosse uma mulher grávida, poderia encontrar ali abrigo para o nascimento do bebê.

E aquele moço, na comunidade, que ensina as crianças com dificuldade na escola? Ah! Ele também leva as pessoas ao hospital, ajuda a tirar um documento, dá conselhos para o casal em conflito...

Outras pessoas são convidadas ou sentem vontade de realizar um trabalho na comu-nidade. Um dia um grupo de pessoas resolve fazer uma festa de natal no asilo, recolhem doações, alguns se vestem de papai Noel e com muito entusiasmo chegam àquele lar. Uns tocam violão, outros dançam, outros batem papo e ali nasce um desejo incontrolável de voltar sempre. No final do dia, alguns dizem adeus e outros firmemente dizem até a próxima semana. Nasce mais um voluntário!

Um professor convida seus alunos para uma visita à biblioteca comunitária. Uma campanha para arrecadar livros, já ajuda a turminha para se preparar, pois eles arreca-dam, encapam e escolhem alguns livros para contar histórias. Na biblioteca, um encontro com todas a idades amplia o trabalho, agora todos organizam as “oficinas de história”, e todos trabalham recuperando e cadastrando os livros, e ao final, comemoram contando histórias escolhidas durante o trabalho. Nasce mais um, e outro, e outro voluntário.

Ser voluntário é o trabalho mais contagiante que existe, basta fazer uma vez e pron-to... a marca fica para sempre. O desafio é colocar essa atitude no dia-a-dia e transformar ações pontuais em permanentes e assim contribuir concretamente para que o mundo seja um lugar melhor para todos. A solidariedade é um combustível importante para a di-nâmica das sociedades. É muito importante estar atento ao que acontece ao nosso redor e agir prontamente para que os pequenos problemas não se transformem em grandes transtornos para a sociedade.

Tudo começa com uma pergunta: o que eu posso fazer?Todo mundo pode compartilhar suas experiências e habilidades com o outro. Basta

determinação, organização e responsabilidade para começar um trabalho que vai ter co-meço, meio e pode até ser infinito.

*Coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social do Sistema FIEMG

6 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 7

FIEMG

Page 7: Revista Cidadania Vale do Aço

6 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 7

FIEMG

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“A grande missão da Regional Vale do Aço da Fiemg neste Dia V é sensibilizar a

comunidade, as empresas, as entidades e o poder público para a continuidade das

ações de voluntariado. Neste Dia V devemos comemorar aquilo que foi feito durante todo o ano. Afinal, devemos ser voluntários o ano

inteiro.E é, com orgulho, que podemos afirmar

que a sociedade está sensibilizada. Em 2005, tivemos 60 comitês e 3 mil voluntários

envolvidos no Dia V. No ano passado foram 210 comitês e 9.408 voluntários. Neste dia 7

com certeza nossa festa será maior.”

Luciano José AraújoPresidente Fiemg Regional Vale do Aço

Page 8: Revista Cidadania Vale do Aço

Não às sacolas plásticasCampanha “Vale do aço embalando o futuro do nosso planeta” inCentiVa o uso de saColas retornáVeis naspadarias da região. uma forma de reduzir o Consumo irraCional de produtos que degradam o meio ambiente.

POR PATRÍCIA BENEDICTO

Sensibilizar, esclarecer e conscientizar a popula-ção de que simples ações,

como ir às compras levando sua própria sacola, podem influen-ciar de forma decisiva o quadro de degradação do meio ambien-te. Presentes em praticamente todos os estabelecimentos co-merciais, as sacolas plásticas ge-ram cada vez mais preocupação devido ao tempo que o material leva para se decompor.

No Vale do Aço, setores da indústria se uniram, através do Comitê de Cidadania Empresa-rial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, para promover a campanha “Vale do Aço embalando o futuro do nosso planeta”. A iniciativa pretende estimular o consumo consciente de embalagens feitas com materiais retornáveis.

De acordo com a presidente do Comitê de Cidadania Empre-sarial da Fiemg Regional Vale do Aço, Gabriela Martins Faraco, até o dia 15 de novembro dez redes de padarias já haviam ade-rido à campanha, lançada dois dias antes. Mas, através dos sin-dicatos associados, ela acredita que as ações vão se espalhar por toda a região. “Há 235 padarias cadastradas no Sinpava (Sindica-to dos Panificadores); até agora dez fazem parte do projeto, mas ainda temos um público bem grande para atingir através das empresas da região, representa-

das pelos sindicatos que também podem fazer parte do programa e contribuir para a preservação ambiental”, destaca Gabriela.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cada brasileiro usa cerca de 66 sacolas plásticas por mês. Se fizermos as contas, cada um de nós joga no lixo quase 800 sacolas plásticas em um ano. Em todo o mundo são produzidas 500 bilhões de uni-dades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 mi-lhão por minuto.

A engenheira sanitarista e ambiental Daniele Lopes Lima explica que cada sacola plástica leva de 100 a 450 anos para se decompor. Assim, elas ocupam lugares indevidos nos aterros e lixões. “O uso das sacolas plásti-cas sobrecarregam os custos de tratamento dos resíduos, pois cerca de 10% de todo o lixo que vai para os aterros é formado por sacos plásticos. Eles dimi-nuem a vida útil do aterro, pois sua decomposição leva no míni-mo 100 anos, mas pode chegar a 450, já que depende da tempe-ratura, pH e umidade do solo”, explica a engenheira ambiental.

Conforme Daniele, ao optar-mos por um modelo de sacola retornável, o número desses ob-jetos descartados no meio am-biente reduz consideravelmente, contribuindo para a preservação dos recursos ambientais.

“Quando lançados no lixo esses sacos vão direto para os bueiros, entopem as redes de esgoto e dificultam a decompo-

sição dos detritos nos aterros”, afirma.

RETROCESSOOs primeiros registros das

sacolas plásticas datam de 1862, mas foi a partir da década de 1960 que, devido à sua prati-cidade, o uso de materiais des-cartáveis tornou-se altamente disseminado. Quando surgiu, a sacola de plástico era motivo de status entre as donas-de-casa. No entanto, as pessoas estão percebendo que este símbolo da modernidade é, na verdade, um dos grandes vilões da degrada-ção ambiental.

Para a engenheira ambiental, as pessoas que consideram as bolsas retornáveis um retorno ao passado deveriam se atualizar. “Na verdade o que pode parecer um retrocesso é uma medida in-teligente diante dos desafios am-bientais que já estamos vivendo. Se cada pessoa que fosse a uma padaria utilizasse a mesma saco-la teríamos uma eliminação sig-nificativa de resíduos em nossos aterros”, afirma.

De acordo com o presidente Sinpava, Aloísio Pinto, cada pa-daria distribui entre 700 e 1.000 sacolas por dia. Se todos os 235 estabelecimentos cadastrados aderissem à campanha, até 235 mil sacolas deixariam de circular. “Estamos fazendo nossa parte e quanto mais pessoas se unirem a essas pequenas ações, mais pode ser feito para ajudar a transfor-mar o quadro de destruição do meio ambiente”, diz Aloísio.

PAU

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SSIS

8 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 9

COMITÊ DE CIDADANIA

Page 9: Revista Cidadania Vale do Aço

Grupo de mulheres do Bethânia diversificou a produção, permitindo

aumento da renda

8 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 9

COMITÊ DE CIDADANIA

Page 10: Revista Cidadania Vale do Aço

Além dos benefícios gera-dos ao meio ambiente, as as-sociações de mulheres artesãs do Vale do Aço também saem lucrando com o programa de sacolas retornáveis. Quatro en-tidades - duas de Ipatinga e duas de Timóteo - já fecharam parce-ria com a Fiemg para confeccio-nar as sacolas. Com isso, cerca de 80 famílias são beneficiadas diretamente com o projeto.

“Antes realizávamos apenas bordado, crochê e pintura, mas a renda com esses trabalhos ma-nuais é muito instável. Agora as mulheres da associação têm uma renda estável, sabendo que elas vão produzir e receber um dinheiro certo ao final do mês”, comenta a presidente da Asso-ciação de Mulheres do Bethânia,

Zilda Teixeira Fagundes. No projeto, as sacolas são

produzidas pelos grupos de mulheres, que recebem o teci-do através do Sindicato da In-dústria do Vestuário (Sindvest), um dos parceiros do projeto. E para atender ao número de en-comendas e aumentar a quan-tidade de mulheres assistidas, a Fiemg doou mais 12 máquinas de costuras.

“Essa doação foi muito im-portante para a associação, pois à medida que surgem mais má-quinas podemos colocar mais mulheres para trabalhar. O pro-grama ainda tem outro significa-do para as trabalhadoras: além de ajudar ao meio ambiente, ele também melhora a auto-estima das mulheres, pois possibilita o

crescimento delas como profis-sionais”, observa Zilda.

Como forma de incentivar o consumo de sacolas retorná-veis e, automaticamente, a renda das mulheres das associações, algumas padarias, como a Pa-daria do Horto, estão oferecen-do desconto e brindes aos seus clientes.

“Devemos acreditar que se fizermos um pouquinho hoje, amanhã vamos colher os frutos. O importante é não usar o plás-tico. Estamos doando as sacolas como incentivo e toda vez que a pessoa vem à padaria e traz a bolsa retornável recebe um ticket para concorrer a brindes no final do mês”, explica Marta Lara Santos, proprietária da Pa-daria do Horto.

Do meio ambienteà geração de renda

10 CIDADANIA. Vale do Aço

COMITÊ DE CIDADANIA

“A natureza não se defende. Vinga-se”

Daniele Lima Consultoria Ambiental (31) 3823-3379 / 8634-2450 [email protected]

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial

(31) 8791-7314 | 3823-1316 |[email protected]

APAULO ASSISC O M U N I C A Ç Ã O

APAULO ASSIS

C O M U N I C A Ç Ã O

Page 11: Revista Cidadania Vale do Aço

UNILESTE-MG

CIDADANIA. Vale do Aço 11

Arte e geração de rendapaCientes do Centro de reabilitação geral do unileste partiCipam de projeto de inserção no merCado de trabalho

POR RÔMULO AMARAL

Nas mãos da paciente Sirlene Henrique Go-mes, simples folhas

de revista ou jornal são trans-formadas em verdadeiras obras de arte: porta-retratos, cestas, caixas e outros objetos. Assim como as matérias-primas, que ganham vida nova, cada um dos pacientes que participam do projeto Reabilitarte, ofereci-do pelo Centro de Reabilitação Geral do Unileste (CRG), perce-

be sua vida se transformar para melhor. “Aqui, descobri que o artesanato é uma ótima terapia e percebi que tenho talento e sou capaz de fazer muitas coisas bo-nitas”, afirma Sirlene.

Criado em março deste ano, o Reabilitarte busca proporcio-nar aos pacientes atendidos pelo CRG Unileste uma oportuni-dade de reabilitação para o tra-balho e o convívio social. “Por meio desta atividade, queremos que os pacientes reconheçam sua capacidade, resgatem o de-sejo pelo trabalho e, consequen-

temente, melhorem sua qualida-de de vida”, explica a terapeuta ocupacional Fabiana Aparecida Araújo Alves, coordenadora do projeto.

Nas oficinas de artesanato, que são realizadas todas as se-gundas-feiras, de 14h às 15h30, os participantes aprendem dife-rentes técnicas, dentre elas a ces-taria de papel, que é simples de produzir e apresenta um baixo custo, pois utiliza apenas jornal ou revista, cola e tinta. “Além de geração de renda, a oficina pro-cura trabalhar a inclusão social

RÔMULO AMARAL

UNILESTE-MG

Page 12: Revista Cidadania Vale do Aço

UNILESTE-MG

12 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 13

RÔMULO AMARAL

Sirlene (à esquerda) está cheia de expectativa para apresentar seus trabalhos na Feirarte

Outra importante iniciativa que conta com a parceria do Uni-leste e visa transformar a vida de adolescentes e jovens do Vale do Aço é o Curso de Inclusão Digital com Capacitação Profissional. Promovido pela Associação So-lidariedade Brasil Togo (ASBT) e a empresa Estúdio Luz, o curso objetiva capacitar e preparar adolescentes e jovens para o mercado profissional.

Durante o curso, que teve início no mês de agosto, na sede da ASBT, em Coronel Fabriciano, o Unileste é responsável por dois módulos: Informática Bá-sica, por meio do projeto social Infosol, desenvolvido pelo curso

de Computação - Sistemas de Informação; e Desenho Técnico de Edificações, atividade de ex-tensão do curso de Arquitetura e Urbanismo.

“Buscamos formar alunos preparados profissionalmente para atuarem e enfrentarem os desafios da área da construção civil, com embasamento em in-formática e domínio de algumas ferramentas de computação grá-fica”, explica o professor Roberto Caldeira, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unileste, que atua como coordenador do pro-jeto.

Na capacitação, que soma 220 horas, os 12 jovens parti-

cipantes contarão com aulas de Organização e Métodos, Higiene e Saúde, Segurança do Trabalho, dentre outras.

ASBTA ASBT, localizada à Avenida

Rubem Siqueira Maia, nº 674, no Centro de Coronel Fabricia-no, é uma entidade assistencial, sem fins lucrativos, que tem como objetivo oferecer melhores oportunidades para adolescen-tes e jovens carentes. Além de promover a cidadania dos jovens por meio de cursos de capacita-ção profissional, a entidade tam-bém presta outros tipos de apoio a famílias de baixa renda.

Curso gratuito possibilita capacitação profissional

e desenvolver a autonomia dos usuários, potencializando seus interesses pelo processo de fa-bricação de um produto comer-cializável”, destaca Fabiana.

PRODUTOS à VENDA E a iniciativa das oficinas

já começa a gerar os primeiros resultados. “Já temos a idéia de vender os produtos que estamos produzindo, para que possamos arrecadar recursos para a com-pra de outros materiais para o nosso grupo”, adianta a pacien-te Sirlene Henrique, que junta-mente com outros participantes já iniciaram a confecção de di-versos produtos.

A proposta do grupo é iniciar as vendas na Feirarte de Ipatin-ga, ainda este ano. “As pessoas têm elogiado bastante as peças que estamos produzindo e nem acreditam que elas são feitas de jornal. Isto já é um bom início para este projeto que pretende-mos levar bem adiante”, diz Sir-lene, cheia de expectativas.

CRGAlém das oficinas terapêuti-

cas do Reabilitarte, o CRG aten-de a portadores de deficiências físicas motoras e sensoriais, vi-sando à orientação, prescrição, avaliação, adequação, treina-mento e acompanhamento da dispensão de órteses e auxiliares de locomoção. A responsabili-dade por efetuar a avaliação, o cadastro e o encaminhamento ao CRG é das prefeituras que abrangem os 33 municípios compreendidos nas microrregi-ões de Caratinga, Coronel Fa-briciano e Ipatinga.

O atendimento é disponibi-lizado de segunda a sexta-feira, de 14h às 18h, no campus III – Rua Bárbara Heliodora, 725, bairro Bom Retiro, em Ipatinga. Mais informações pelo telefone (31) 3846-5585 ou pelo e-mail [email protected].

Page 13: Revista Cidadania Vale do Aço

SE TOQUE

12 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 13

Todo mundo sempre tem uma receita favorita da avó, da mãe, ou da tia. Um jeito diferente de preparar uma massa, um bolo ou simplesmente um sanduíche. Foi procurando unir essas ex-

periências culinárias à necessidade de angariar recursos para sustentar a Casa de Apoio ao Paciente Oncológico que o Grupo Se Toque lan-çou em 2007 o livro de receitas “Toque de Sabor”.

Com a contribuição de voluntárias, amigos e pessoas ligadas à ins-tituição, a publicação entra em sua terceira edição e traz mais de 200 receitas, que podem ser usadas em vários momentos do dia-a-dia, de um simples piquenique a ocasiões mais requintadas.

A idéia de montar uma coletânea de receitas surgiu da troca de in-formação entre as integrantes, pois em eventos beneficentes na cidade

Receita de solidariedade

a entidade monta barraquinhas de tortas doces e salgadas para vender.

Através da produção do li-vro, o Se Toque obteve o retor-no financeiro mais significativo em seus seis anos de existência. Assim, por meio de recursos ad-quiridos com a venda dos livros, associada a um recurso desti-nado pelo Governo Federal, o grupo pode comprar um veícu-lo para transportar os pacientes com dificuldade de locomoção.

A presidente do Se Toque, Josefina de Fátima Barroso Ta-vares, credita o sucesso e o re-conhecimento da publicação ao fato da alimentação ser de suma importância para a manutenção da saúde e para o processo de reabilitação de pessoas enfer-mas.

“Na casa de todo mundo é assim: quando uma pessoa está debilitada a primeira coisa que a família pensa é em preparar al-guma coisa saudável e que con-tribua para restabelecer a saúde. No livro, as receitas são simples e de linguagem clara; os ingre-dientes são encontrados na dis-pensa e qualquer pessoa, mes-mo não entendendo de cozinha, consegue elaborar as receitas”, afirma Josefina.

AMIGAS E COMADRESAssim como o projeto do

livro de receitas, o Grupo de Apoio Se Toque nasceu através da cara e da coragem de mulhe-res que viveram a experiência do câncer de mama e, inicialmente, se reuniam informalmente, em locais cedidos para trocar co-nhecimentos e apoiar aquelas que já passaram pela mesma si-tuação.

O câncer é uma doença que mexe com toda a estrutura fí-sica e emocional do portador e necessita do amparo de toda

POR PATRÍCIA BENEDICTO

PAULO ASSIS

Josefina:idéia que deu certo

Page 14: Revista Cidadania Vale do Aço

SE TOQUE

14 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 15

família para atravessar a fase mais difícil e complicada, que segundo Josefina, é justamente a aceitação da doença e a busca da cura.

“Começamos como um gru-po de auto-ajuda. Eu já vivi a experiência há 12 anos, assim como todas que estão atuantes no grupo já passaram pelo pro-blema há mais de seis anos. Por isso a necessidade de nos colo-carmos em campo para ajudar outros, pois somos a prova viva de que o câncer diagnosticado precocemente tem cura”, desta-ca Josefina.

O Grupo Se Toque come-çou em 12 de setembro de 2002, com a participação de apenas oito integrantes. Hoje são cer-ca de 30 voluntários e mais de três mil pessoas beneficiadas pelas ações desenvolvidas pe-las mulheres que tinham como objetivo inicial a troca de expe-riências.

Mas o crescimento do grupo, agregado às novas experiências, fez surgir outras necessidades. A idealização da Casa de Apoio, onde pacientes com câncer tem abrigo, alimentação, medicação, tratamento psicológico e fisiote-rapêutico é um dos destaques.

Um sonho‘quase’ realizado

Com o objetivo de acres-centar mais vida aos dias dos pacientes com câncer, o Grupo Se Toque, em parce-ria com a COR (Centro de Oncologia e Radioisopo-tos), inaugurou em janeiro de 2006, a Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, a fim de assegurar o conforto e tranqüilidade às pessoas que vinham de outras cidades do colar metropolitano e que não tinham condições de permanecer em Ipatinga até o fim de seu tratamento.

A sede própria da casa é um sonho da entidade, mas apesar de ainda não terem concretizado esse dese-jo, este ano venceram uma nova batalha: ampliaram o número de leitos, que pas-saram de 33, para 45, com a abertura de uma nova casa com melhores condições de acomodação.

“Nosso sonho maior é conseguir um espaço ofi-cial que seja a sede da nossa Casa, pois nossas instalações são adaptadas e não adequa-das. Já contamos com diver-sos apoios, mas acreditamos que o esforço conjunto é que faz as coisas acontece-rem. Por isso contamos com a colaboração de toda socie-dade”, apela Josefina.

De acordo com Josefina

montar uma Casa de Apoio não é tarefa fácil, mas com empenho e a solidariedade de algumas empresas parcei-ras e do COR - que contri-buem com despesas como o aluguel, luz e água -, a casa está sendo o refúgio de por-tadores de câncer do todo o Estado.

“A demanda só aumenta, temos hospedes até de Jo-aíma, Norte de Minas, pois atendemos não só o colar metropolitano. Os pacien-tes que vinham de outras cidades, chegavam aqui em ambulâncias, passavam o dia todo no hospital e no fim do dia faziam a viagem de volta. No dia seguinte tinham que passar pelo mesmo proces-so, a maioria já debilitados. Agora chegam e encontram um lugar que proporciona apoio e amparo”, destaca Josefina.

Os interessados em par-ticipar como voluntários, empresas ou entidades que queiram apoiar de outra forma podem fazer conta-to pelo telefone (31) 3824-6005 – da sede do Se Toque, no Bairro Horto (Av. Cas-telo Branco, 702/sala 23) –, ou comparecer diretamente à Casa de Apoio no Bairro Ferroviários (Rua Rio Ama-zonas, 485).

SERVIÇOSO livro “Toque de Sabor” pode ser encontrado na sede da entidade na avenida Presidente Castelo Branco, 702 – Sala 22, Horto; na Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, rua Rio Amazonas, 799, Ferroviários, ou na Papelaria Mendanha, à avenida Fernando de Noronha, 824, Bom Retiro. A publicação custa R$ 20

Page 15: Revista Cidadania Vale do Aço

Mirins dão exemplo de cidadaniaadolesCentes mostram Como é possíVel exerCer a Cidadania Cada Vez mais Cedo

POR GIZELLE FERREIRA

A aversão à política é co-mum entre jovens e adolescentes. Escânda-

los e casos de corrupção são os principais motivos que levam ao desinteresse. Porém, estudantes do município de Ipatinga de-monstram o contrário. Através de um projeto da Câmara Mu-nicipal, que começou este ano, os alunos passaram a exercer a cidadania mais cedo como ve-readores mirins. O processo de escolha dos pequenos par-lamentares envolve trabalho de corpo-a-corpo, distribuição de santinhos e até votação em ur-nas eletrônicas.

Depois de eleitos, os vere-adores mirins passam a ter a mesma responsabilidade de um vereador adulto. Além de apren-derem qual papel de cada poder (Legislativo, Executivo e Judici-ário), os alunos eleitos pela co-

munidade estudantil também re-alizam reuniões ordinárias onde são apresentados em plenário os projetos de autoria própria e de interesse coletivo. As propostas são discutidas e votadas. Depois disso, as matérias são aprecia-das pelos vereadores adultos. Se aprovadas, elas são encaminha-das ao prefeito para virar lei.

E os projetos não ficaram só no papel. Um exemplo é que hoje os ferros-velhos estão proi-bidos de exporem produtos nas calçadas e vias públicas. A lei ainda prevê multa caso não seja obedecida. A proposta foi feita pela ex-vereadora mirim, Fer-nanda Hermsdorff, 14 anos, que atuou na primeira legislatura da Câmara Mirim. “Tive a idéia de propor o projeto depois que vi um acidente de trânsito, em que uma criança morreu. O entulho atrapalhou a visão do motoris-ta que não viu a criança. Além do mais se não fizermos alguma coisa, daqui a pouco a cidade es-

tará entupida de lixo. Devemos como cidadão melhorar o pre-sente visando sempre o futuro”, disse a autora do projeto que já declarou a vontade de seguir a carreira política.

Outro projeto dos mirins vi-rou lei. Hoje, é proibida a ven-da de bebidas alcoólicas a uma distância mínima de 300 metros das escolas, em dias de eventos como festa junina, semana da criança e do estudante. A nova lei altera a norma já existente no município desde 2007. “Porém, essa lei de 2007 não delimitava distância para a venda de bebi-das. O que percebemos é que os vendedores apenas atravessa-vam a rua para não ficarem na porta da escola, o que não fazia diferença nenhuma”, afirma Pe-dro Henrique Moreira, 15, pre-sidente do segundo mandato da câmara mirim.

Ele acrescenta que irá cobrar tanto do atual prefeito como do próximo a regulamentação da

Para quem achava que a Câmara Mirim era brincadeira,

vereadores dão o recado e mostram serviço: indicações já

viraram leis municipaisGIZELLE FERREIRA

CÂMARA DE IPATINGA

14 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 15

Page 16: Revista Cidadania Vale do Aço

lei. “Se exercemos nosso papel como cidadãos ao propor esse projeto, devemos agora cobrar e fiscalizar e não parar de praticar o papel de cidadãos”, conclui.

Para mostrar que o trabalho dos vereadores mirins não é brincadeira, assim como existe o dia do vereador adulto, hoje já está incluído no calendário ofi-cial de eventos municipais o dia do vereador mirim. “Se eles (os vereadores adultos) têm o seu dia, também queremos o nosso, com direito a solenidade com presença de todos os vereadores e funcionários da Câmara”, ex-plica Sara Beatriz Miranda, 16, autora do projeto.

Muitas foram as conquistas dos vereadores mirins. Prova de que o trabalho é sério e que muitas outras pro-postas vão virar leis municipais. Depois de um projeto proposto pelos vereadores mirins, agora é lei a execução do Hino Nacional Brasileiro em atividades desportivas e no primeiro dia útil de cada mês dentro das escolas.

É lei também o Dia Municipal da Família na Escola, comemorado sempre no dia 13 de outubro. A partir de agora, os estabelecimentos comerciais terão que forne-cer condicionadores (sacolas, pacote e caixa) confeccio-nados com materiais recicláveis que são rapidamente absorvidos pelo meio ambiente.

Outras matérias propostas pelos mirins estão em tramitação na Câmara dos vereadores adultos. Uma de-les proíbe o uso de telefones celulares em sala de aula. Há ainda a criação do Dia de Fazer a Diferença, em 28 de maio. Este projeto de autoria da vereadora mirim do terceiro mandato, Juliana Furtado, segue o modelo do Dia V, evento realizado pela Fiemg.

“A proposta é que neste dia 28 de maio haja distri-buição de roupas, alimentos, doações às instituições de caridade, realização de eventos culturais e outras ativi-dades. Exercer cidadania é isso: fazer algo por alguém”, considera Juliana.

Agora é lei

COBRADOS NAS RUASOs vereadores mirins não

exercem a cidadania apenas no plenário da Câmara. O trabalho deles vai além. São reconhecidos e cobrados - de diversas manei-ras - em suas comunidades e na escola. É o que acontece com Renan de Almeida, 14.

Segundo o ex-vereador mi-rim, que teve um mandato na primeira legislatura, os morado-res do bairro onde mora fazem a ele diversas solicitações para serem enviadas à Câmara.

“Às vezes nem precisam me cobrar. Eu vejo as coisas. Um dia percebi que os moradores ficam por muito tempo debaixo do sol forte ou chuva à espera de ônibus. Por isso eu já fiz in-dicação para colocarem mais co-berturas nos pontos de ônibus. Ouço a reclamação e sugestão de cada um”, relata, acrescen-tando que até mesmo na escola o seu comportamento teve que mudar. “Sempre tive a fama de ser bagunceiro. Hoje, por já ter sido um vereador mirim, minha postura mudou e até meus cole-gas me cobram isso. Não acho isso ruim. Fui vereador uma vez e quem sabe serei de novo. Exer-cer a cidadania amadurece. E também não abro mão do meu voto quando completar 16 anos. Se não votar não terei como re-clamar”, defende o estudante.

O mesmo acontece com Taís Araújo, 13. Hoje ela é a presidente da terceira legislatura da Câmara Mirim e garante que após ser vereadora passou a ga-nhar mais respeito dos colegas de escola.

“Meus colegas me chamam de excelência e cobram postura também. Se vejo um papel no chão, pego e jogo no lixo para dar bom exemplo. Isso também é cidadania que pode ser realiza-do por qualquer pessoa”, diz.

A coordenadora da Câmara Mirim, Elza Vieira de Paula, ex-

plica que, além das orientações do funcionamento do Legislati-vo, os mirins são cobrados a te-rem postura como verdadeiros vereadores.

“É uma chance que eles es-tão tendo de exercer a cidada-nia. Oportunidade que muitos adolescentes não têm que é co-nhecer de perto a política, como tudo funciona. No início, muita gente achou que era brincadeira e hoje temos aí projetos que vi-raram leis e que devem ser obe-decidas pela sociedade. Isso é cidadania. E não tem idade para ser um bom cidadão. E hoje os vereadores mirins, tanto os que passaram, como os que estão, adquiriram muito mais maturi-dade”, avalia a coordenadora.

BONS CIDADÃOSPara o sociólogo e professor

Luiz Antônio da Silva, o interes-se tem proporcionado aos estu-dantes uma compreensão maior do papel do Legislativo e, por outro lado, contribuído para a formação da cidadania.

“E isso pode ser visto em duas vertentes, seja pelo me-lhor entendimento dos aspectos políticos da sociedade, ou pelo conhecimento dos direitos e de-veres de cada um”, afirma.

O professor acredita que apesar de serem jovens demais para exercerem papéis de gran-de responsabilidades o exem-plo de cidadania dos vereado-res mirins pode colaborar para resgatar o senso democrático, que também é cidadania. “Em tempos, onde a função social do Estado encontra forças para re-assumir uma posição idealizada e se busca resgatar a cidadania e o senso democrático do povo brasileiro, porque não despejar créditos naquelas que, podem ser partes ativas de um processo renovador, quais sejam, nossas crianças?”, propõe o sociólogo Luiz.

16 CIDADANIA. Vale do Aço CIDADANIA. Vale do Aço 17

CÂMARA DE IPATINGA

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SESI

Programa auxilia empresasPRêMIO SESI QUALIDADE NO TRABALHO FORTALECE RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS

POR ALINE ALVES

Alcançar a excelência em relação às práticas de gestão e valorização

de pessoas, fortalecer o exercí-cio da responsabilidade social empresarial baseados na ética e transparência são alguns dos desafios propostos pelo Prê-mio Sesi Qualidade no Trabalho (PSQT). A premiação, que já se encontra em sua 13º edição, conquista empresas interessadas em promover o amplo entendi-mento sobre qualidade de vida no trabalho.

Esse ano, 341 empresas se inscreveram no PSQT em Mi-nas Gerais, envolvendo 53.148 trabalhadores em 73 municípios do Estado. Para Marcos Antô-nio Costa de Oliveira, diretor administrativo da Manipullare, empresa do ramo farmacêuti-co, situada em Carangola, (que desde 2004 concorre ao PSQT), participar do projeto é acreditar na seriedade do processo como um importante instrumento de validação da gestão.

Hoje a Manipullare é uma empresa que tem o reconheci-mento do público e é referên-cia como empresa socialmente responsável. “O grande desafio de manter o crescimento con-solidado na inovação foi su-perado com a contribuição do PSQT. Através dele, a família Manipullare evoluiu de simples colaboradores para associados, ou seja, talentos humanos alta-mente comprometidos com os resultados e co-responsáveis pe-los mesmos”, declarou.

AVALIAÇÃO E SELEÇÃOAs empresas candidatas ao

PSQT são inseridas em um pro-cesso educativo, baseado nos fundamentos e critérios de ava-liação que consiste no sistema de gestão de pessoas, educação e desenvolvimento, qualidade de vida, além do desenvolvimento sócio–ambiental. A avaliação começa dentro da própria em-presa, onde questionários são distribuídos aos colaboradores. Finalizando o processo, os can-didatos ao prêmio recebem de forma sigilosa o relatório refe-rente à sua empresa, que identi-fica pontos fortes e oportunida-des de melhorias

Gradativamente, o PSQT contribui para a evolução e me-lhorias nas empresas. A Mani-pullare, por exemplo, ganhou destaque e colheu bons frutos através dos relatórios anuais. No primeiro ano de participa-ção, em 2004, a empresa obteve

o 10º lugar. Neste ano já está na final nacional. “Isso mostra que o processo gerou um aprendi-zado importante, em que a em-presa melhorou sensivelmente a sua gestão, baseando-se nos re-latórios de feedback gerados pelo PSQT”, destacou Marcos.

De acordo com a assistente social da Fiemg Vale do Aço, Jucimara Lemos, o diagnóstico é uma ferramenta que possibi-lita às empresas prosseguirem tanto nas suas boas práticas de responsabilidade social, quanto melhorar em outras áreas. “As empresas só têm a ganhar, pois têm a oportunidade de compa-rar seu desempenho ano a ano galgando novos patamares”.

O PSQT, além de auxiliar gratuitamente as empresas, é considerado o único prêmio do Sesi que certifica as empresas pelas suas boas ações, oferecen-do às instituições oportunidades de crescer e se destacar.

Mais informações no site www.sesi.org.br/psqt ou através dos telefones3263- 4307e 3822-1414.

WENDEL LIMAS/FIEMG

Representantes das empresas premiadas, juntamente com Luciano Araújo (esquerda) e Humberto Resende, gerente regional do Sesi

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Retalhos transformadosPOR ALINE ALVES

Segundo conceito da ONU (Organização das Nações Unidas), “voluntário é

toda pessoa que, devido ao seu interesse pessoal dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de ati-vidades, organizadas ou não, de bem-estar social ou em outros campos”.

Pensando nesse conceito a Provest, maior produtora de uniformes de Minas Gerais, desenvolve vários projetos que tem como autores ‘funcionários voluntários’. O projeto Colcha de Retalhos é um deles.

De acordo com o diretor

da empresa, Luciano José de Araújo, há cinco anos a Provest disponibiliza estrutura, máqui-nário e aviamentos a um grupo formado por 20 empregados voluntários que confeccionam bolsas, tapetes, travesseiros e colchas a partir de retalhos de tecidos como o jeans e o brin.

As peças são vendidas a pre-ços que variam de R$ 5 a R$ 20 em bazares, realizados dentro da própria empresa ou repassados diretamente às entidades bene-ficiadas, para que elas possam vender e arrecadar verbas para as despesas do dia-a-dia.

Por meio dessa iniciativa, creches e asilos de Ipatinga re-cebem doações, como caixas de leite, brinquedos, materiais de

limpeza e produtos de higiene pessoal, durante todo o ano.

Segundo Luciano, o objetivo do projeto é disseminar o traba-lho voluntário na empresa. “A idéia é conscientizar os funcio-nários da importância em doar seu tempo livre em prol da co-munidade”, enfatizou.

Para os voluntários, força de vontade é o que não falta. Qual-quer tempinho livre é motivo de colocar as mãos nas máquinas para se dedicarem ao projeto, seja no horário de almoço, de-pois do expediente ou aos sába-dos.

A costureira e voluntária Maria do Carmo Guerra, que trabalha na empresa há 12 anos, fala com entusiasmo do serviço

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PROVEST

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ALINE ALVES

funCionários da proVest doam tempo liVre na ConfeCção de peças que ajudam a Comunidade

desenvolvido pelo grupo. “É muito gratificante poder ajudar ao próximo utilizando materiais que para a Provest não teriam mais valor e que para muitas pessoas serão bem aproveitados como uma colcha ou um tapete de excelente qualidade”, afir-mou.

CLIENTES ELOGIAMA assistente de gerência de

produção Adguimar Eloi Varjão, cliente fiel do projeto, adquire os produtos como forma de ajudar a motivar o grupo. “Como não sei costurar, compro e dou de presentes”, declarou. Para ela, o projeto desperta o espírito de voluntário nos funcionários.

“Essas pessoas fazem por-

que realmente gostam. Nós ve-mos que é por livre e espontâ-nea vontade”, relatou.

Outra cliente que é só elo-gios é a comerciante Robertina Bezerra da Silva, que sempre compra tapetes e colchas. “Os produtos são muito bons, cos-tura reforçada e um acabamento de primeira”, garantiu.

Já a voluntária do projeto, a coordenadora de qualidade da Provest, Valdecy Lima Rocha, que em suas férias foi visitar sua cidade natal, Ilhéus, na Bahia, aproveitou a oportunidade e le-vou algumas peças para serem vendidas.

Segundo ela, as pessoas elo-giaram e valorizaram o trabalho dos voluntários. “Vendi uma

média de R$ 250 que se trans-formaram em caixas de leite para as creches”, relatou.

As entidades beneficiadas, como o Lar e Escola Gotas de Luz, agradecem a iniciativa da Provest.

A creche atende aproxima-damente 95 crianças, de dois a cinco anos, e recebe doações do projeto Colcha de Retalho há três anos.

“A Provest realiza um ótimo trabalho, um verdadeiro gesto de solidariedade dos emprega-dos que abdicam de seu tempo livre para ajudar as entidades mais necessitadas”, destacou Joselina Cássia de Oliveira, co-ordenadora administrativa da Instituição.

Além de contribuir com doações em creches e asilos, o Projeto Colcha de Retalhos, sempre que possível, ajuda pes-soas que passam por dificuldades através da indicação feita por fun-cionários.

Há dois anos, a apo-sentada Maria Aparecida Eloi recebeu ajuda dos voluntários para a com-pra de medicamento, através da rifa de uma colcha feita a partir do Projeto. Maria Aparecida sofre de derrame nas vistas e já perdeu a visão esquerda.

De acordo com a aposentada, que têm dois filhos, a contribuição veio em boa hora, pois na época, seu marido es-tava desempregado e ela

precisava aplicar o colírio que custava R$ 105, três vezes ao dia.

“Eu só tenho que agradecer e parabenizar a atitude e o apoio das vo-luntárias. Com o dinheiro arrecadado conseguimos comprar frascos de colírio que muito me ajudaram”, ressaltou.

IMPORTÂNCIAO voluntariado refor-

ça a solidariedade e con-tribui para a construção de uma sociedade mais justa, visando ajudar pessoas em dificuldades a resolver problemas sociais e a melhorar a qualidade de vida da co-munidade.

Ser voluntário, mais do que nunca, pressu-põe responsabilidade

e comprometimento; e para que se alcancem os resultados esperados é necessário dedicação e comprometimento por parte dos envolvidos.

Seu sentido é positi-vo ao mobilizar energias, recursos e competências em prol de ações de inte-resse coletivo.

Para ser voluntário não precisa ser especialis-ta em área alguma, basta doar energia, tempo e talento e, como retorno, ganhar contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de viver outras situações, aprender coisas novas e principalmente, satisfa-ção em se sentir útil.

Portanto, é possível afirmar: voluntariar não é doação, é troca.

Atitudes que fazema diferença

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PROVEST

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JAGUARAÇU

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JAGUARAÇU

Crianças transformam lixo em enfeites de Natal

Logo na chegada ao Centro Educacional Pi-tangueira (ou Escola

Municipal Joaquim de Araújo Miranda), na pequena Jaguaraçu, com seus menos de 3 mil mora-dores, um aviso sobre a troca de materiais recicláveis por alimen-tos, cimentos e produtos de lim-peza revela o que está por trás daquele enorme portão verde.

Grupos de crianças e ado-lescentes trabalham, voluntaria-mente, de manhã e à tarde, na separação de garrafas pet e pa-péis. Ora o material se reverte em produtos diversos, ora em ornamentação para a cidade

Geralda das Dores Farias Gonçalves, coordenadora da es-cola, explica que a cada 20 litros de garrafa pet, o doador recebe 1 quilo de alimento. Cinquenta quilos de papel transformam-se em 1 saco de cimento e 20 embalagens de amaciante, de-tergente ou água sanitária viram uma unidade novinha.

“Nós temos uma usina de reciclagem na cidade e para fa-cilitar o trabalho deles nós deci-dimos fazer isso. Estamos trans-formando lixo em cestas básicas e ajudando na limpeza da cida-

de”, explica, orgulha, Geralda.Quando, em uma única se-

mana, foram coletados 2 mil li-tros de garrafas, surgiu uma nova idéia: ornamentar a cidade com material reciclável. Orientados por duas técnicas de gestão am-biental, cerca de 100 crianças e adolescentes recortam garrafas e transformam jornais e revistas em enfeites.

O trabalho voluntário dos jovens foi incentivado pelo Dia V de 2007. Houve caminhada e diversas atividades. “O Dia V do ano passado despertou o interesse nas crianças em ajudar sem receber algo em troca, in-centivando a solidariedade e o voluntariado”, explica a coorde-nadora da escola.

Na verdade as crianças ga-nham um saco de pipoca. Mas não é esse o motivo da empolga-ção, garante a pequena Fernan-da Silva Duarte, 7 anos. “Quero deixar a cidade bem bonita no Natal”, explica a menina. “Con-sigo cortar umas 20 garrafas por dia”, completa.

O exemplo da Pitangueira saltou os muros da instituição. “Vários locais terão uma árvo-re de natal. O projeto começou aqui na escola e acabou se espa-lhando por toda a cidade”, deta-lha Geralda.

no pequeno muniCípio de jaguaraçu, programa ambiental inCentiVa população a reutilizar produtos reCiCláVeis. neste ano, pets Vão Virar ornamentos natalinos

POR PAULO ASSIS

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JAGUARAÇU

De acordo com as monitoras do projeto, as atividades estão promovendo a conscientização ambiental, o trabalho em equipe e até o desempenho dentro de sala de aula apresenta algumas melhoras. “Tem um aluno que é ‘impossível’ dentro da sala de aula, mas aqui ele sozinho cor-tou 38 garrafas”, revela Márcia Bárbara de Oliveira, técnica em gestão ambiental e monitora do projeto.

Sua colega Sílvia Maria Araú-jo Soares destaca os reflexos também dentro de casa. “Com certeza eles já não jogam mais as garrafas no ribeirão. Hoje as crianças estão levando o que

aprendem aqui para dentro de suas casas, tornando-se multipli-cadoras desta educação ambien-tal”, avalia.

Para Geralda, coordenadora da escola, a grande conquista é, justamente, os desdobramentos para a comunidade. “A esco-la não ganha dinheiro. A gente ganha valorização das pessoas, conscientização, sabendo que deram vida, limpeza e saúde para a cidade”, comenta.

Aparentemente simples, a iniciativa de Jaguaraçu é algo que não se vê com frequência no Vale do Aço. No pacato muni-cípio os moradores auxiliam na coleta, reutilizam produtos que iriam para o lixo e desde cedo os jovens aprendem a dar valor àquilo que seria descartado.

FOTO

S PAULO

ASSIS

Nas mãos de Geralda, Silvia e Bárbara, guirlandas de jornais e folha da palmeira

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Mobilização eação na escola

“O voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, orga-nizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...” O Instituto Edu-cacional Mayrink Vieira, há mais de 40 anos, educa de maneira humaniza-da, formando jovens com capacidade para oferecer o melhor de si e contri-buir para a construção de um mundo mais humano. Em todos os níveis edu-cacionais, o planejamento pedagógico do Mayrink inclui ações solidárias nas diversas atividades do cotidiano esco-lar e prioriza a formação de jovens so-cialmente responsáveis.

Em 2008 várias ativida-des tiveram cunho solidário e social. Entre os meses de março e junho, os alunos Ensino Fundamental I, mo-tivados por valores como a dignidade, a solidariedade, a eqüidade e, principalmente, a preocupação com o meio ambiente desenvolveram o projeto “Mayrink em defe-sa ao Meio Ambiente”, que em sua programação pro-porcionou aos alunos: vi-sita ao aterro sanitário para conhecer o destino do lixo produzido em suas casas e a responsabilidade individu-al para a diminuição do lixo global através da coleta sele-tiva e reciclagem

Atendendo a um convite da Usiminas – Unigal, mi-nistraram a palestra “Educar hoje e preservar o amanhã” para funcionários que du-rante as comemorações do Dia Mundial do Meio Am-biente realizavam campanha de substituição de copos descartáveis por canecas de acrílico.

Em especial destaca-se a Gincana “Mayrink 40 Anos” que envolveu alunos do En-sino Infantil ao Ensino Mé-dio e, ao seu final, arrecadou através de doações:

• maisde7toneladasde alimentos num total de 111 cestas básicas que bene-ficiaram diversas entidades assistenciais de Ipatinga.

• 276 latas de Nu-tren (suplemento alimentar de grande importância para os pacientes em tratamento

contra o câncer) que foram doadas para o grupo Se To-que.

• Brinquedos para amontagem da brinquedoteca da pediatria do Hospital Mu-nicipal de Ipatinga.

Em um dos últimos pro-jetos, os alunos do Ensino Médio, em estudos de So-ciologia, tiveram mais uma oportunidade de refletir so-bre o voluntariado, entender seus objetivos e por onde começar. Ampliaram os seus conhecimentos sobre Ação Solidária através do projeto “Vivenciar Realidades”.Numprimeiro momento, refleti-ram e debateram através de textos a inserção do indiví-duonasociedade.Na seqü-ência formaram grupos que se dividiram para conheceras entidades assistenciais da cidade; conheceram, refleti-ram sobre a realidade local e discutiram os mecanismos de origem social que tornam a vida prazerosa ou doloro-sa, descobriram também que as entidades assistenciais surgem de ações individuais e que, portanto, eles podem fazer diferença.

Essas ações fazem parte do dia-a-dia do Mayrink que sempre realiza atividades junto à comunidade, recebe entidades filantrópicas, inse-re-as nos eventos promovi-dos pela escola e, ao mesmo tempo, insere os alunos nas ações por elas desenvolvi-das, reforçando a sua visão humanista da educação.Unidade Cariru: Av. Japão, 601, Cariru (31) 3825-1634

Unidade Cidade Nobre: R. Graciliano Ramos, 552 , Cidade Nobre(31) 3826-1955 Ipatinga/MG - www.mayrink.g12.br

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REPRODUçãO

Isolamento social por falta de informação

A psoríase e o vitiligo atingem o que temos de melhor: nossa apa-

rência. Caracterizado pelo sú-bito aparecimento de manchas brancas na pele, o vitiligo é uma doença dermatológica crônica pouco conhecida. O mesmo acontece com a psoríase, que se manifesta com o surgimento de placas esbranquiçadas na pele. Tanto o vitiligo como a psoríase não são doenças contagiosas.

Muito se ouve dizer que o problema da psoríase e do viti-ligo é algo meramente estético.

Isso é uma inverdade. Os porta-dores de vitiligo ou de psoríase são pessoas com baixa estima, mais vulneráveis a terem depres-são e extremamente complexa-das. De acordo com a médica Dra. Patrícia Jorge Salgado, para o bom aproveitamento do trata-mento clínico de vitiligo e pso-ríase é recomendado o acompa-nhamento psicológico.

“Essas doenças têm lesões agravadas devido ao grande es-tresse ou de uma elevada carga emocional. O indivíduo que possui o vitiligo ou a psoríase necessita de cuidados especiais, é necessário o acompanhamen-to periódico do médico e um

bom tratamento medicamento-so”, explica a médica.

Já existem medicamentos que controlam as lesões da pso-ríase e, no caso do vitiligo, re-médios que ajudam a estimular a repigmentação nas manchas brancas. Mesmo com bons tra-tamentos disponíveis, a grande maioria dos portadores se vêem abandonados, ceifados de poder ficar junto da sociedade, em seu ambiente de trabalho e muitas vezes até com sua família, por-que o preconceito pode estar dentro da própria família

O preconceito vem da falta de informação. Informação é a chave de tudo.

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HARMONIZE

pessoas que têm Vitiligo ou psoríase sentem na pele a rejeição da soCiedade

POR NADIELI SATHLER

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HARMONIZE

DEPOIMENTO Leonardo Oliveira Assú é advogado

e funcionário de uma grande empresa em Ipatinga. Ele convive com a psoríase há mais de nove anos e, desde que des-cobriu a doença, sua vida mudou. “O ano de 1999 foi muito atípico para mim, tive uma sobrecarga de trabalho, perdas fami-liares e outros transtornos em minha vida particular. Acredito que toda essa carga emocional tenha sido responsável pelo aparecimento das lesões na minha pele”, conta Leonardo.

Assim que recebeu o diagnóstico de psoríase, Leonardo buscou tratamento médico no Hospital de Doenças Tropicais de Goiás. “Fui analisado por uma equipe médica, fiz vários exames, e conversando com o médico ele disse que eu era um cara de sorte, pois a psoríase tinha salvo minha vida. Segundo ele, o meu organismo jo-gou para fora toda a carga de estresse que passei naquele ano, e isso evitou que eu tivesse outros problemas como de coração, por exemplo. Resultado: eu tive lesões de psoríase em 90% do meu corpo.”

A vida social de Leonardo é um pouco limitada. Ele não freqüenta clubes, piscina ou lagoas com a sua família. Ele mesmo admite que o portador de psoríase se isola automaticamente. “As pessoas não conhe-cem o que eu tenho, e, naturalmente aca-bam me rejeitando, por isso evito freqüen-tar esses lugares”, pontua o advogado.

Quando as pessoas têm mais informação sobre o vitiligo e a psoríase, elas se despem dos preconceitos. Falamos sempre do preconceito das outras pes-soas, mas imaginem um cidadão que se depara, no meio da rua, com uma pessoa com placas enormes pela pele ou com o corpo todo malhado de branco! Se ele não tem informação so-bre o que é aquilo, seu primeiro instinto é o de repulsa.

Não podemos simplesmente crucificar as pessoas pelo pre-conceito delas. Temos de infor-mar à sociedade o que é a pso-ríase e o vitiligo. E depois disso, buscar políticas de tratamento para os portadores, que são mui-tos, espalhados pelo Brasil

O maior clamor do portador de psoríase ou do vitiligo é re-lacionado ao tratamento da do-ença, porque infelizmente não há política pública voltada para essas doenças. Ambos os casos se tratam de doenças crônicas, como a hipertensão e a diabetes. E da mesma forma precisam de cuidados especiais. Os porta-dores de psoríase e vitiligo não têm esse cuidado especial. Os medicamentos são caros e de-mandam uso contínuo.

Em março desse ano, foi fundada a Associação dos Por-tadores de Vitiligo e Psoríase de Minas Gerais, AVP- Minas Gerais. A entidade atua na re-gião do Vale do Aço, prestando

um serviço de assistência aos portadores das duas doenças. A intenção da entidade é apoiar psicologicamente as pessoas que convivem com o vitiligo e psorí-ase, e também difundir informa-ções corretas sobre as doenças para a sociedade.

A missão da associação é, antes de tudo, promover a inte-gração dos portadores de psorí-ase e vitiligo para proporcionar a troca de experiências e vivên-cias; e formar grupos de apoio para orientar e esclarecer os portadores e seus familiares.

Outro projeto da associação é a Comunidade Vitiligo, um site destinado a difundir pela internet informações corretas sobre a doença, bem como ar-tigos médicos, dicas de saúde, contatos médicos, depoimentos de portadores de vitiligo e infor-mativos com notícias recentes sobre o assunto.

Disponível através do en-dereço www.vitiligo.com.br, o portal recebe e-mails de todo o Brasil. Para sanar as dúvidas, a associação entra em contato com médicos, farmacêuticos e psicólogos. Os resultados do trabalho da entidade já estão aparecendo. Dois eventos fo-ram promovidos em Ipatinga, atingindo mais de 100 portado-res de vitiligo e de psoríase. A associação pretende oferecer te-rapia de grupo, em parceria com faculdades locais.

Site possibilita trocade conhecimento

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CIDADANIA. Vale do Aço 27

USIMINAS

Voluntários comincentivo de aço

Doar parte do seu tempo em favor do próximo é tarefa para poucos. Não é todo mundo que tem a disposição para se dedicar. àqueles que mais precisam, nos mo-mentos de folga. Esses heróis, na maioria das vezes, anônimos, são popularmente

conhecidos como Voluntários. As atividades exercidas vão desde funções administrativas, como fazer parte de uma diretoria ou até mesmo, ter o hábito de visitar periodicamente asilos e creches dando atenção e carinho. O certo é que, as grandes empresas, já estão de olho e ganham em produtividade com uma melhora no ambiente de trabalho quando encontram empregados com esse perfil.

Existe uma grande valorização dessas ações que são empenhadas após o expediente e fora dos muros da empresa. O retorno para o investimento em solidariedade acontece pri-meiramente dentro da própria pessoa e, consequentemente, no ambiente de trabalho. “O vo-luntário geralmente é uma pessoa mais motivada para o trabalho em grupo, tem auto-estima elevada, e, principalmente, são mais felizes consigo”, é que conta o superintendente geral da Usiminas, Rômel Erwin de Souza.

Essa fórmula vitoriosa tanto para a empresa, quanto para a comunidade, está sendo le-vada muito a sério dentro da Usiminas. A siderúrgica tem acompanhado um crescimento acelerado do número de empregados que assumem funções voluntárias na comunidade. O incentivo para ampliar esse número partiu dos próprios empregados que se organizaram na formação de grupos de voluntários focados nessa vertente. A empresa faz a parte dela e aju-da com toda logística, infra-estrutura, além de disponibilizar todos os canais de comunicação para o funcionamento dessa rede de solidariedade. Enquanto isso, os empregados ficam de olho nas necessidades existentes para a mobilização das equipes.

Dentro da Usiminas já são 381 empregados cadastrados, inseridos dentro dos cinco Gru-pos de Ações Comunitárias. A formalização desses grupos começou em 2002 com o obje-tivo de incrementar o trabalho voluntário já existente na empresa, através de pessoas que já tinham o hábito de ajudar entidades na região. “A idéia principal é interagir com esses empregados, permitindo agilizar o trabalho voluntário que eles já desenvolviam, atendendo, sobretudo, às demandas existentes na comunidade, bem como incentivar outros empregados e familiares a se engajarem em atividade solidárias”, complementa Rômel.

Nos três últimos anos foram mais de 204 ações voluntárias, coordenadas por essas equi-pes. No total, foram beneficiadas 44 entidades da região. A creche Maria-Maria, situada no morro do Turim, na parte alta do Bethânia é uma delas. Lá são assistidas 220 crianças caren-tes da comunidade. A creche é o passaporte para que a mãe possa trabalhar com tranqüili-dade e deixar o filho em um lugar seguro, longe das ruas. Segundo a presidente da entidade, Luceli Maria, sem a participação dos Grupos de Voluntários, as coisas seriam mais difíceis. “Em janeiro de 2003 recebemos o apoio de Voluntários da Usiminas. Hoje, temos uma es-trutura com mais de 12 cômodos, refeitório e área de lazer. Quando eles vieram aqui, eram apenas dois e tinha capacidade para atender só 27 crianças. Eles nos ajudaram na construção, parte elétrica, e também, no acompanhamento do serviço de pedreiros contratados. Sem essa ajuda, acho que ainda estaríamos engatinhando”, disse.

POR HUGO SIQUEIRA

Page 28: Revista Cidadania Vale do Aço

USIMINAS

Destaques dentro e fora da empresaFOTOS HUGO SIQUEIRA

Crianças da Creche Maria-

Maria recebem educação

extra graças aos trabalhos

voluntários

José Rosa Alves e Flávio Elias de Azevedo, ambos com mais de 20 anos de Usiminas, já ostenta-ram o título de Operário Padrão e são dois exemplos desse perfil de voluntário. Sem se descuidar da família e do compromisso as-sumido nas oito horas dentro da empresa, ainda arranjam tempo para se dedicarem às entidades carentes que beneficiam jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. José Rosa atua como presidente da Creche Criança Feliz. A entidade fica na

Rua Nossa Senhora das Graças, próximo ao Kart Clube de Ipa-tinga, no Centro da cidade. O local também funciona como abrigo para crianças de 0 a 11 anos que não têm outro lugar para ir. São mais de 32 crianças beneficiadas pela entidade que sobrevive de convênio e doa-ções. Elas recebem os cuidados necessários para um desenvolvi-mento saudável, como alimenta-ção, higiene, orientação médica e, principalmente, a atenção e carinho dos voluntários.

José Rosa conta que esse es-pírito de solidariedade veio há dez anos, através de seu gerente de seção que um dia o convidou para visitar a Casa da Esperança, no bairro Limoeiro. De lá para cá não parou mais. “Lembro-me também de quando era criança: minha mãe sempre colocava eu e meus irmãos para ajudar os vizinhos nas tarefas que eles precisavam. Ficávamos com raiva por não receber nada em troca, mas minha mãe dizia que sempre que ajudávamos a outras

pessoas teríamos um dia algum retorno”, conta.

Flávio Elias também não deixa por menos quando o as-sunto é ajudar. Ele é o linha de frente da Casa de Recuperação Missão Resgate, com sede no bairro Cidade Nobre. O local é o único da região especializado na recuperação de dependentes químicos. A entidade atende 20 adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos, que rece-bem tratamento com psicólo-gos, terapeutas, assistente social

e pedagogos. Flávio conta que conheceu a entidade através de trabalhos realizados pela igreja da qual congrega. “Numa des-sas visitas, o pessoal começou a enxergar na gente confiança e nos convidaram para participar da diretoria. A Missão Resgate tem um reconhecimento que ul-trapassa as fronteiras da cidade. Nós recebemos jovens de João Molevade, Itabira, Lagoa da Prata e também de cidades cir-cunvizinhas”, disse.

Apesar do número de vo-

luntários crescerem em todo o país, ainda é muito pouco frente à atual demanda. A responsabili-dade pela inclusão e assistência, no papel, é do Estado, mas sem a ajuda do voluntário, a socieda-de caminharia a passos lentos. Não espere por ninguém, faça uma experiência e procure par-ticipar de alguma entidade que julgue necessitar de seu auxílio. Tire parte do seu tempo em fa-vor do próximo e você verá com certeza benefícios na sua vida e na sociedade.

ASSISCOMT E C N O L O G I A

28 CIDADANIA. Vale do Aço

Integração de sistemas e processos de negócios (EAI/ETL/SOA/Web EDI) | Implementação de CRM | Gerenciamento de projetos de TI | Desenvolvimento de softwares | Consultoria para otimização de infra-estrutura de TI (banco de dados, storage, servidores)

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Page 29: Revista Cidadania Vale do Aço

USIMINAS

Destaques dentro e fora da empresa

José Rosa e Flávio Alves não deixam de se dedicar ao próximo

José Rosa Alves e Flávio Elias de Azevedo, ambos com mais de 20 anos de Usiminas, já ostenta-ram o título de Operário Padrão e são dois exemplos desse perfil de voluntário. Sem se descuidar da família e do compromisso as-sumido nas oito horas dentro da empresa, ainda arranjam tempo para se dedicarem às entidades carentes que beneficiam jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. José Rosa atua como presidente da Creche Criança Feliz. A entidade fica na

Rua Nossa Senhora das Graças, próximo ao Kart Clube de Ipa-tinga, no Centro da cidade. O local também funciona como abrigo para crianças de 0 a 11 anos que não têm outro lugar para ir. São mais de 32 crianças beneficiadas pela entidade que sobrevive de convênio e doa-ções. Elas recebem os cuidados necessários para um desenvolvi-mento saudável, como alimenta-ção, higiene, orientação médica e, principalmente, a atenção e carinho dos voluntários.

José Rosa conta que esse es-pírito de solidariedade veio há dez anos, através de seu gerente de seção que um dia o convidou para visitar a Casa da Esperança, no bairro Limoeiro. De lá para cá não parou mais. “Lembro-me também de quando era criança: minha mãe sempre colocava eu e meus irmãos para ajudar os vizinhos nas tarefas que eles precisavam. Ficávamos com raiva por não receber nada em troca, mas minha mãe dizia que sempre que ajudávamos a outras

pessoas teríamos um dia algum retorno”, conta.

Flávio Elias também não deixa por menos quando o as-sunto é ajudar. Ele é o linha de frente da Casa de Recuperação Missão Resgate, com sede no bairro Cidade Nobre. O local é o único da região especializado na recuperação de dependentes químicos. A entidade atende 20 adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos, que rece-bem tratamento com psicólo-gos, terapeutas, assistente social

e pedagogos. Flávio conta que conheceu a entidade através de trabalhos realizados pela igreja da qual congrega. “Numa des-sas visitas, o pessoal começou a enxergar na gente confiança e nos convidaram para participar da diretoria. A Missão Resgate tem um reconhecimento que ul-trapassa as fronteiras da cidade. Nós recebemos jovens de João Molevade, Itabira, Lagoa da Prata e também de cidades cir-cunvizinhas”, disse.

Apesar do número de vo-

luntários crescerem em todo o país, ainda é muito pouco frente à atual demanda. A responsabili-dade pela inclusão e assistência, no papel, é do Estado, mas sem a ajuda do voluntário, a socieda-de caminharia a passos lentos. Não espere por ninguém, faça uma experiência e procure par-ticipar de alguma entidade que julgue necessitar de seu auxílio. Tire parte do seu tempo em fa-vor do próximo e você verá com certeza benefícios na sua vida e na sociedade.

CIDADANIA. Vale do Aço 29

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PAULOASSISC O M U N I C A Ç Ã O

(31) [email protected]

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30 CIDADANIA. Vale do Aço

CENIBRA

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Combinaçãode sucesso

Muitas pessoas podem não saber, mas a api-cultura é uma ativi-

dade capaz de causar impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos, além de contribuir para a manutenção e a preser-vação dos recursos naturais.

Assim, no intuito de gerar postos de trabalho, protegen-do as reservas nativas e plan-tações de eucalipto, a Cenibra, por meio do Instituto Cenibra, firmou parceria com várias as-sociações de apicultores, permi-tindo o acesso dos produtores às áreas de plantios de eucalipto e florestas nativas para a instala-ção de seus apiários.

A empresa disponibilizou 250 mil hectares de suas ter-ras para o desenvolvimento da apicultura. Segundo o diretor executivo do Instituto Cenibra, José Geraldo Rivelli Magalhães, a presença do apicultor dentro das áreas da empresa significa apoio para vigilância do patri-mônio florestal e ambiental. Desde o início da parceria os registros de problemas com fogo nas matas de eucalipto fo-ram reduzidos.

“O projeto tem significativo

POR PATRÍCIA BENEDICTO

parCeria entre Cenibra e assoCiações de apiCultores é uma deliCiosa mistura de geração de renda, preserVação ambiental e ações soCiais

caráter social, econômico e am-biental, pois cria novos postos de trabalho que geram renda alternativa. Já do ponto de vista ambiental, os apicultores cola-boram com a Cenibra na prote-ção do corte ilegal de madeira, incêndios e caça”, explica José Geraldo Rivelli.

Oito associações e cerca de 500 apicultores integram atual-mente o projeto, beneficiando diretamente 2500 pessoas. Cin-co por cento do mel produzi-do é destinado à Cenibra, que o repassa a entidades assisten-ciais, creches e escolas da base de atuação da empresa.

De acordo com Rivelli, dentro da filosofia do Institu-to gestor do projeto, um outro foco do programa é justamente fortalecer o associativismo que consiste, basicamente, na união de pessoas, com as mesmas me-tas, de forma organizada.

“Queremos que os apiculto-res sigam os exemplos das abe-lhas, sejam organizados, pois elas têm uma divisão perfeita do trabalhado na colméia. Cada uma tem sua função e todos sa-bem o que fazer sem ninguém ficar mandando. Assim todo processo é desenvolvido com eficiência”, aponta o diretor do Instituto Cenibra.

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CIDADANIA. Vale do Aço 31

CENIBRA

Apicultores seguem exemplo das abelhas.

Cada um tem sua função e todos sabem o que

fazer sem ninguém ficar mandando. Assim todo

processo é desenvolvido com eficiência

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32 CIDADANIA. Vale do Aço

CENIBRA

Firmada em 2000, a parceria entre a Associação Regional de Apicultores e Exportadores do Vale do Aço (AAPIVALE) - que conta com 72 produtores de mel - e a Cenibra tem produzido sa-borosos resultados. O mel ex-portado principalmente para a Alemanha e Estados Unidos ga-nhou o Certificado de Produção Orgânica.

Flávio Patrocínio trabalha na AAPIVALE e explica que o mel orgânico chega o mais próximo do natural. “O mel orgânico é puro, livre de qualquer contami-nação por agrotóxicos, já que as áreas utilizadas não são pulveri-

zadas”, destaca Flávio.Para Antônio Rolla, gerente

administrativo da AAPIVALE, a grande aceitação no mercado mostra que é possível, numa re-gião onde predomina o aço, ex-trair de um produto de origem animal a renda de uma família.

“Este é uma lado da Ceni-bra que a sociedade não vê. Ela conhece a empresa pelas plan-tações de eucalipto, as carretas passando nas estradas, mas não percebe que aqui na região esta-mos gerando cada vez mais pos-tos de trabalho e beneficiando pessoas com um alimento nutri-tivo e de excelente qualidade”,

contrapõe Antônio.

DOCE PROGRESSOOs números demonstram o

sucesso da parceria. Em 2006, a AAPIVALE exportou cerca de 120 toneladas e faturou U$ 167 mil. Já em 2007 a associa-ção exportou em torno de 145 toneladas de mel, mas o retorno ficou abaixo do esperado, uma vez que o produto é vendido em dólar e segue a oscilação do mercado. Mesmo assim a asso-ciação faturou U$ 145 mil.

Porém, apenas no primei-ro semestre de 2008 já foram produzidos e exportados 132 toneladas de mel, com um fatu-ramento de U$ 543 mil. A pro-dução deste ano foi retirada das 4500 colméias que a associação mantém, hoje, dentro das áreas disponibilizadas pela empresa.

Para obter a concessão da área, o apicultor deve ser asso-ciado e passar por um treina-mento.

Há 16 anos, o apicultor Nar-dely Ramos, 35, da Associação Apícola de Belo Oriente, casado e pai de duas crianças, sustenta a família com a produção do mel das abelhas. Através da parceria com a Cenibra, Nardely aumen-tou em mais de 50% o número de apiários dentro das terras da empresa: saltou de 14 para 29.

“Através do acordo nossa produção dobrou. Sem pasto não tem como a abelha fabricar o mel. Antes a alternativa eram propriedades particulares, mas é muito difícil, pois as pesso-as têm medo de serem picadas pelas abelhas”, aponta Nardely Ramos.

Como se fossefeito por abelhas

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Antônio Rolla: Este é uma lado

da Cenibra que a sociedade não vê.

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CIDADANIA. Vale do Aço 33

COMIT

Solda da solidariedadenas mãos de Voluntários, suCatas que seriam desCartadas por siderúrgiCa se transformam em Cadeiras para Crianças de CreChe

POR ROBERTA NOBRE

A hora da refeição na Creche Criança Feliz, no bairro Ana Moura,

em Timóteo, não era das tarefas mais fáceis. Não que faltasse a papinha diária ou disposição às tias, que cuidam do berçário ou cozinha. O problema era que bebês, como Felipe e Aiany, com idade entre zero e dois anos, não tinham um local adequado para se alimentar.

Mas uns outros tios, lá da COMIT (empresa especializada em montagem eletromecânica), que podem até não ser especia-lista em fazer ‘aviãozinho’ ou trocar fraudas, mas entendem bem de solda e montagem de estruturas, resolveram tornar a hora da refeição da creche mais prática, simples e divertida.

Restos de sucata de siderur-gia recolhida no pátio da Arce-lor Mittal Inox Brasil – onde a COMIT atua – e boa vontade foram suficientes para que eles mesmos, os metalúrgicos, cons-truíssem as cadeirinhas de re-feições para as crianças. Foram oito meses entre pesquisa, ela-boração do projeto e confecção do novo ‘refeitório’. Elas têm o mesmo tamanho, tipo de reves-timento e estofado e função das cadeirinhas de papinha compra-das nas lojas de bebê, inclusive, seguem os padrões de certifica-ção e segurança do INMETRO. A diferença é que as produzidas na oficina da COMIT ganharam uma solda mais resistente: a da solidariedade.

CHÃO DE FÁBRICAA idéia de produzir as ca-

deiras partiu dos próprios fun-cionários da COMIT. Alguns já haviam participado de outro projeto social – o Soninho Se-guro - que reformou os berços da Creche Criança Feliz, no ano passado. Além de grades me-nos espaçadas, os berços foram adaptados e ganhou nova pintu-ra e proteção acolchoada.

Mas durante as visitas para fazer os reparos e medir os ber-ços, os metalúrgicos da COMIT perceberam que podiam fazer mais. E decidiram sugerir o pro-jeto de confecção a partir de aço que seria descartado.

“A empresa sempre atuou no social, mas as ações eram aleató-rias e se resumiam em doações em dinheiro e patrocínios às en-tidades. Resolvemos então dire-cionar as nossas ações usando o know-how da empresa e dos nos-sos funcionários”, explica Ivna Azevedo, gerente de comunica-ção e responsabilidade social da COMIT.

A princípio, seis funcioná-rios se responsabilizaram pelo projeto, desde a fase da pesquisa à elaboração do protótipo da ca-deira. Mas como todo o trabalho de confecção foi feito na oficina da empresa no horário de servi-ço, cada um dos 580 funcioná-rios da COMIT – a maioria sol-dadores, mecânicos e eletricistas – puderam contribuir de alguma forma.

Hoje, o voluntariado es-pontâneo atinge quase 70% do pessoal. “Se antes havia certa resistência, muitas vezes por

As primeiras seis cadeiras foram entregues em setembro. Se antes dar papinha levava mais de

uma hora, incluindo ‘corridas’ atrás dos ‘fujões’ que gostam de engatinhar pelo quarto, hoje a tarefa não

gasta mais que 30 minutos

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não saber como contribuir, hoje os nossos funcionários se ofe-recem para fazer um reparo na rede elétrica ou uma solda no portão de uma entidade perto de sua casa”, analisa.

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36 CIDADANIA. Vale do Aço

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Cidadania em altoe bom tom

Aos quatro anos Sara descobriu o canto. Ainda menina, sua voz

de soprano enchia a igreja fre-qüentada pela família. Aos cinco

POR ROBERTA NOBRE

descobriu que tinha glaucoma, doença degenerativa do nervo óptico que provoca perda pro-gressiva da visão. Aos nove, percebeu que as letras na lousa da sala de aula ficavam cada vez mais distantes. Um dia, aos dez anos, acordou sem enxergar. Pa-rou de cantar, estudar, sair...

Até os 26, quando se ma-triculou em uma escola para deficientes visuais e aprendeu os primeiros relevos do braille,

tudo era escuridão. Mas aos 29, a luz voltou a preencher seu dia-a-dia, ao redescobrir o talento para música e quando pisou nos palcos, pela primeira vez. Sara é um dos 17 talentos encontrados no núcleo de música do Centro de Educação Inclusiva Ativa

(CREIA), mantido pela Prefei-tura de Timóteo, e que come-çam a ser lapidado.

“O que quero é ser reconhe-cida pelo meu talento e não pela minha deficiência”, entoa Sara, ao lado dos integrantes, pro-fessores e parceiros do Coral e Percussão CREIA – ATA, pes-soas que, assim como a soprano, passaram a enxergar a vida com olhos da cidadania. A princípio, as aulas de canto e percussão

funcionavam como atividades complementares para os alunos com deficiência visual, matricu-lados no CREIA, que também atende deficientes auditivos e pessoas com dificuldade de aprendizagem.

“A idéia era diversificar as

atividades, uma vez que a edu-cação inclusiva era um âmbito novo para gente. Percebemos que os elementos formadores da música - ritmo interno, no-ções de tempo e espaço – po-deriam contribuir para a que os alunos com deficiência visual pudessem se situar melhor no espaço, locomover e adquirir mais independência”, explica o músico Bruno Barcelos, espe-cialista em Gestão de Responsa-

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CIDADANIA. Vale do Aço 37

ATF

bilidade Social pela PUC-Minas e um dos mentores do projeto do Coral, formado por pessoas cegas e com baixa visão.

O que o professor não es-perava, e muitos dos freqüenta-dores das aulas também, é que as repetições das notas musicais bastariam para revelar poten-ciais talentos.

AJUDA EM DÓ MAIORHoje, a agenda dos 17 inte-

grantes do Coral ficou apertada.

O grupo ATA-ATF Estru-tura Metálicas resolveu bancar o projeto. Comprou os instru-mentos e custeia os profissio-nais, peças chaves para que o Coral possa cantar cada vez mais alto. “Iniciativas como esta só se concretizam a partir do momento que os três setores resolvem se unir, cada qual com sua potencialidade. O Coral veio da iniciativa pública, mas faltava o apoio do setor privado, para trazer agilidade e dinamismo”,

Além das atividades diárias no CREIA, eles ensaiam até três vezes por semana e recebem convites para várias apresenta-ções nos teatros da região. Isso sem falar na gravação do DVD, em fase de conclusão. “Hoje, já dá para sonhar em cantar profis-sionalmente”, afirma Sara. Mas a possibilidade de profissionali-zação do Coral só veio de fato a partir do momento que a inicia-tiva privada fez a aposta.

sintetiza Barcelos.

REDE SOCIALO Coral e Percussão CREIA

– ATA é apenas um das ações sociais desenvolvidas pela em-presa. O grupo, sediado no Distrito Industrial de Timó-teo, desenvolve projetos como o Escola de Circo – com aulas de artes circenses para crianças de bairros vizinhos – apadrinha alunos carentes até concluir os

estudos universitários, participa do programa como o Primeiro Emprego, do Governo Federal, e ainda tem entre seu quadro de pessoal pessoas com deficiência auditiva.

Isso sem falar que conseguiu trazer o conceito de cidadania para dentro da organização. Hoje, 20% do seu quadro de pessoal (220 funcionários) parti-cipa ativamente, como voluntá-rio, de algum projeto da empre-sa ou fora dela. Não é por acaso

que em 2001 a empresa foi a quarta colocada empresa minei-ra no Guia da Revista Exame, de Responsabilidade Social.

Quando questionado o por-que de tamanho envolvimento na área social, o presidente da empresa, Anízio Tavares, é sim-plifica: “A gente só consegue multiplicar a partir do momento que damos oportunidade para que o outro também desenvol-va”.

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38 CIDADANIA. Vale do Aço

ARCELOR

A atividade voluntária é uma das principais ações sociais da Arce-

lorMittal Inox Brasil. A empresa desenvolve ações em entidades e escolas, mobilizando empre-gados e comunidades a atuarem como voluntários. Em 2007, mais de 1.200 pessoas partici-param das ações de voluntaria-do, em parceria com o poder público, empresas prestadoras de serviços e comércio local. “O estímulo ao voluntariado é uma de nossas mais impor-tantes iniciativas, pois permite aos empregados transformar o amanhã. Estamos inseridos em várias comunidades e temos a missão de valorizar as pessoas que moram ali e contribuir um futuro sustentável”, aponta o di-retor de Recursos Humanos da ArcelorMittal Inox Brasil, Rui Santiago.

A Fundação ArcelorMittal Acesita trabalha como articula-dora junto às redes de atuação social de Minas Gerais e do mu-nicípio de Timóteo.

Para promover atividades voluntárias e mobilizar pessoas, a ArcelorMittal Inox Brasil, por meio da Fundação ArcelorMit-tal Acesita, criou, em 2000, a Central de Voluntariado – Vo-luntários do Vale. O objetivo é promover o trabalho voluntário como prática da cidadania, bus-cando a participação conscien-te, o compromisso e a atuação qualificada dos voluntários em entidades e projetos sociais. Atualmente, a central possui aproximadamente 700 pessoas cadastradas. Essas trabalham como voluntárias em ações como Dia V, Arraia d’Ajuda, Programa Miniempresa, Cons-truindo o Saber, CCQ Social,

projetos ambientais, além de atender às demandas constantes das organizações sociais.

JEQUITINHONHANos dias 25 e 26 de novem-

bro foi lançado o Programa de Voluntariado Empresarial na ArcelorMittal Jequitinhonha, uma empresa subsidiária da Ar-celorMittal Inox Brasil. Assim, a empresa está ampliando sua ação de voluntariado para o Vale do Jequitinhonha, estimulando para que empregados atuem como cidadãos, desenvolvendo um papel de responsabilidade social ao ajudar outras pessoas. Junto com o lançamento do progra-ma, a ArcelorMittal Jequitinho-nha também desenvolverá uma campanha para arrecadação de bolas para crianças de entidades sociais de cinco municípios de abrangência da empresa.

Batalhão de ações

Promovido em parceria com empresas e instituições de Timóteo, o Arraiá d’Ajuda movimenta mais de 2,5 mil pessoas por ano. Todo o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos e praça de alimentação é repassado para entidades sociais do Vale do

Aço. A festa conta com o trabalho de aproximadamente 200 voluntários, a cada edição

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Page 40: Revista Cidadania Vale do Aço

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