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Matérias sobre Funk na Revista

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Diversas matérias sobre o Funk Carioca noticiadas pela revista caros Amigos. Atualizado Outubro 2011.

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Matérias sobre Funk na Revista

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Vitória da massa funkeira no Rio

A lei que criminalizava o ritmo foi derrubada e, em seu lugar, foi aprovada uma outra que reconhece o funk como manifestação cultural Por Marcelo Salles Em mais um exemplo de capacidade de mobilização, a massa funkeira carioca reuniu cerca de mil pessoas nas escadarias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, na terça-feira, dia 1o de setembro. O resultado não poderia ser diferente: a lei que criminalizava o ritmo foi derru-bada e, em seu lugar, foi aprovada uma outra que reconhece o funk como manifestação cul-tural. Tudo por aclamação. A vitória dos funkeiros em muito decorre da insistência abnegada da Associação dos Profis-sionais e Amigos do Funk (APAFunk), presidida por MC Leonardo, que além de autor, com seu irmão Júnior, de letras como Rap das Armas e Endereços dos Bailes, é colunista da revista Caros Amigos – o que é sistematicamente omitido pelas corporações de mídia. Os MCs Leonardo, Júnior, Teko e Tiana, além do DJ Marcelo Negão, entre outros integrantes da APAFunk, lutaram incansavelmente para que este momento chegasse. [Em outra desin-formação absurda, o portal G1, das Organizações Globo, afirma que DJ Marlboro e Romulo Costa, os mega-empresários do funk, são os que “comandam o movimento, enquanto MC Leonardo e MC Júnior animam mais de 200 pessoas que se aglomeraram em frente à Alerj”]. Representantes da APAFunk percorreram todos os gabinetes dos deputados estaduais, re-alizaram Rodas de Funk em diversas favelas (leia aqui na Caros Amigos matérias sobre as ro-das na Cidade de Deus e no Dona Marta), uma na Praça XV e uma outra na Central do Brasil, procuraram ajuda dos intelectuais, brigaram quando tinham que brigar, exigiram que a PM respeitasse s direito de expressão e por aí foram. Romulo Costa e DJ Marlboro chegaram aos 45 do segundo tempo nessa disputa. Uma pessoa muito especial e que merece ser lembrada sempre, sobretudo pela direção da APAFunk e da massa funkeira, é a antropóloga Adriana Facina. Aliada de primeira hora, a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) teve uma participação fundamental em todo o processo. Além de ser uma voz em defesa de negros, pobres e favelados – a grande maioria de quem vive do funk – Adriana colocou todo o seu conhecimento a serviço de quem quisesse aprender. Os que quiseram foram os mesmos que fizeram história nesse 1o de se-tembro. Marcelo Freixo, deputado do PSOL, foi mais que autor do projeto de lei que reconhece o funk como movimento cultural e estimula seu potencial pedagógico. O professor de História enfati-zou a capacidade de luta da massa funkeira, que não se abateu diante da opressão: “A censu-ra é burra, sempre. A censura nunca vence a criatividade do povo. Não funcionou com o rock, não funcionou com o samba, por que iria funcionar com o funk?”, disse, em sua intervenção. Ao final da votação, os funkeiros, que assistiam a tudo das galerias, cantaram aquele que já se tornou um hino carioca: “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci. E poder me orgulhar, e ter a consciência de que o pobre tem seu lugar”. Os deputados pararam para ouvir, já que a junção das muitas vozes superava o som do microfone. “Uma vitória da democracia participativa”, afirmou Freixo. Também acompanharam a votação Ivo Meireles, presidente da Mangueira, o cantor Neguinho da Beija-Flor e o delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone, que sempre apoiou e promoveu rodas de funk nas delegacias que comandou. Depois da sessão, a massa funkeira foi curtir a vitória no Circo Voador.Curiosidade: nunca se viu uma quantidade tão grande de deputados neofunkeiros como nesse dia 1o de setembro. Ficou parecendo que a lei derrubada fora aprovada por marcianos, e não pela atual legislatura. Marcelo Salles, jornalista, é coordenador da Caros Amigos no Rio de Janeiro