resumão de economia brasileira
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ECONOMIA BRASILEIRATRANSCRIPT
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ECONOMIA BRASILEIRA E REGIONAL Prof. Marcos Vinicios Machado
Retrospectiva Econmica Brasileira
A economia brasileira viveu vrios ciclos ao
longo da Histria do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi
privilegiado em detrimento de outros, e provocou
sucessivas mudanas sociais, populacionais, polticas e
culturais dentro da sociedade brasileira.
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Diviso da Histria do Brasil
1. Perodo Pr-colonial (antes de 1500)
2. Perodo Brasil Colnia (1500-1822)
3. Perodo Brasil Imprio (1822-1889)
4. Repblica (1889-2011)
Ciclo do pau-brasil (sculo XVI)
O primeiro ciclo econmico do
Brasil foi a extrao do
pau-brasil com ajuda da mo de obra dos ndios
escravizados.
Alm do pau-brasil, outras atividades de
extrativismo predominaram nessa poca, como a
coleta de ervas do serto.
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Ciclo da cana-de-acar (sculos XVI-XVIII)
O segundo ciclo econmico
brasileiro foi o plantio de
cana-de-acar, utilizada na
Europa para a manufatura de
acar.
O plantio de cana adotou o latifndio como estrutura
fundiria e a monocultura como mtodo agrcola. No
sculo XVIII a cana perdeu espao para o cultivo de caf.
Escravatura e trfico negreiro (sculos XVI-XIX)
A agricultura da cana introduziu omodo de produo escravista,
baseado na importao eescravizao de africanos.
Esta atividade gerou todo umsetor paralelo chamado de trfico negreiro.
Pecuria
A pecuria extensiva ajudou aexpandir a ocupao do Brasilpelos portugueses, levando o
povoamento do litoral para ointerior.
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Ciclo da minerao (1709-1789)
Durante todo o sculo
XVIII, expedies chamadas
entradas e bandeiras
vasculharam o interior do territrio
em busca de metais valiosos (ouro,
prata, cobre) e pedras preciosas
(diamantes, esmeraldas).
Afinal, j no incio do sculo XVIII (entre 1709 e 1720)
estas foram achadas no interior da Capitania de So
Paulo (Planalto Central e Montanhas Alterosas), nas
reas que depois foram desmembradas como Minas
Gerais, Gois e Mato Grosso.
A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nessa
regio provocou um afluxo populacional vindo de
Portugal e de outras reas povoadas da colnia, como
So Paulo de Piratininga, So Vicente e o litoral
nordestino.
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J de incio, o choque na corrida pelas
minas levou a um conflito
entre paulistas e outros
(Guerra dos Emboabas).Conflito armado ocorrido na regio das MinasGerais entre os anos de 1707 e 1709,envolvendo os bandeirantes paulistas e osemboabas (portugueses e imigrantes de outras regies do Brasil).
Outra importante atividade impulsionada pela
minerao foi o comrcio interno entre as diferentes
vilas e cidades da colnia, proporcionada pelos
tropeiros.
Economia na Era Imperial (1822-1889)
Ao tornar-se independente
em 1822, o Brasil possua uma
economia voltada para a
exportao de matrias-primas.
A economia do Brasil era extremamente diversificada no
perodo ps-Independncia, mas foi necessrio um grande
esforo por parte do governo monrquico para realizar a
transmutao de sistema econmico puramente escravocrata
e colonial para uma economia moderna e capitalista.
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Contudo, a monarquia fora capaz de manter at o
fim de sua existncia o extremamente notvel
crescimento econmico iniciado com a vinda do ento
prncipe-regente dom Joo ao Brasil. Isto foi possvel,
em parte, graas ao liberalismo adotado pelo regime
monrquico, que favorecia a iniciativa privada.
Agricultura
A agricultura no Brasil detinha
um papel extremante
importante: 80% das pessoas
em atividade dedicavam-se ao setor agrcola, 13% ao
de servios e 7% ao industrial.
O sustento de escravos revelara-se mais oneroso
que o pagamento de salrios a trabalhadores livres,
por isso realizaram a transio do antigo sistema
econmico escravocrata para o moderno capitalista.
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Em 1874 o gabinete Rio Branco fixou em 40% a taxa de
imposto para todas as mercadorias importadas (e que
viria a incentivar a indstria nacional), ao mesmo
tempo em que criou franquias aduaneiras para
importaes relacionadas a plantas vivas, sementes,
razes, bulbos e aparelhos mecnicos com o intuito de
desenvolver a agricultura.
Essas taxas marcaram o incio das polticas
econmicas internacionais.
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CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA
Caracterizao:
final sc. XIX
principal atividade econmica brasileira era caf
Brasil era o principal produtor mundial (70% das exportaes mundiais)
ltimo decnio do sc. XIX favorvel ao caf:
avano da produo em So Paulo (terras frteis, clima favorvel, rede ferroviria)
Imigrao nas mos dos estados
Inflao de crdito (Reforma Bancria,1888, facilitava a emisso e aumentava a facilidade de crdito)
Novos investimentos iam para o setor mais atrativo, o caf.
Oferta > Demanda (ineslstica) Tendncia de queda no preo
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Convnio de Taubat (1 Plano de Valorizao do Caf):
Contexto: 1906-1907: superproduo e queda no preo
Principais Medidas: Governo (MG, SP, RJ) garante preo mnimo para o caf estocado, comprando os
excedentes de produo
Recursos so obtidos por emprstimos externos.
Emprstimos pagos com novo imposto sobre o caf
Governos dos estados deveriam desencorajar novas produes e cafeicultores se comprometiam a diversificar
2 Plano de Valorizao do Caf (ps I Guerra Mundial) e
3 Plano de Valorizao do Caf (1920-21)
Conseqncias: Dc. de vinte: produo quase dobrou, mas a exportao ficou estvel (27-29: prod.
(21 milhes) e exp. (14 milhes de sacas))
Paradoxo: Mantendo lucratividade novos investimentos eram feitos
Soluo: que a produo parasse e se oferecessem outras oportunidades.
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Crise de 29: Antecedentes:
EUA crise em 1921-22. Medidas que geraram grande prosperidade na dcada de vinte, com aumento da produo e produtividade. Mas os salrios continuavam estveis, o que representava lucros ainda maiores.
Existncia de monoplios e oligoplios, que aumentavam o preo de seus produtos, atravs da diminuio artificial da oferta (aumento dos estoques).
Meio bancrio: flexibilidade expanso dos meios de pagamento acima do produto real (dinheiro fcil).
1929 processo de especulao resultando no craque da Bolsa de NewYork, marco inicial da Grande Depresso. queda violenta na cotao das aes; quebra de muitos bancos
declnio das atividades comerciais; paralisao das fbricas e servios; desemprego em massa
Roosevelt (1933-45) New Deal interveno do Estado
Efeitos mundiais: queda no comrcio mundial em 60% (29-32)
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CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA
Consequncias da crise de 29 no Brasil:
Ausncia de novos crditos para o financiamento dos estoques
Reduo da demanda: Queda no preo do caf e no volume exportado (queda nas exportaes)
crise poltica: Getlio Vargas que passou a defender uma poltica de maior interveno do estado voltada para o mercado interno (transio de um sistema poltico, de domnio paulista para algo mais difuso em termos de distribuio regional e social)
Incio da transio de uma economia primrio exportadora, para uma economia voltada para o mercado interno
Soluo: Colher o caf ou deix-lo apodrecer?
Abandonar cafezais: queda da principal atividade econmica
Colher:
forar o mercado (nova queda no preo)
Estoc-lo
Destru-lo: a produo excedente no poderia ser vendida nos prximos 10 anos. Obtinha-se equilbrio entre oferta e demanda a um nvel de preos maior.
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CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA
Soluo brasileira para a crise:
Manter a compra do caf ao preo mnimo
Poltica anticclica: mantm a remunerao da maioria dos produtores, mantendo o nvel de emprego na economia exportadora
diminuio da renda monetria durante a dcada de 30 no Brasil foi de 25 a 30%; nos EUA esse nvel foi superior a 50%.
Desvalorizao:
incentivo exportao
aumento do preo dos importados
Conseqncia:
Parte do que antes era importado, deixou de ser importado: satisfaz-se com oferta interna o que antes era importado.
o setor produtor para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades do que o setor exportador.
Mantendo-se a procura e eliminando a concorrncia das importaes aumenta a rentabilidade.
... INDUSTRIALIZAO
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PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES
PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES
Substituio do modelo econmico
Modelo agrrio exportador:
baseado no caf, dependente do mercado externo
Modelo de substituio de importaes
baseado na instalao de indstrias no pas
voltado para o mercado interno
Mudana Poltica
Como agravante a essa situao, o presidente Washington Lus indica Lus Prestes (tambm de So Paulo) presidncia, rompendo com a poltica de caf com leite.
insatisfao ainda maior, culminando com a Revoluo de 30
processo de desenvolvimento interno que tem lugar e se orienta sob o impulso de restries externas e se manifesta, atravs de uma ampliao e diversificao da capacidade produtiva industrial (Tavares, 1975).
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PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES
O modelo do PSI visualizado pela seguinte seqncia:
Estrangulamento externo: h uma queda no valor das exportaes (queda nopreo do caf e no volume exportado), mas a demanda por importaes nocai (o nvel de renda interna foi mantida - compra de estoques). Resulta dauma escassez de divisas (um desequilbrio na B. de Pagamentos).
Para ajustar o desequilbrio (melhorar exportaes e inibir importaes),recorre-se a desvalorizaes cambiais. Aumenta-se, a competitividadedomstica, j que os importados ficaram mais caros.
O encarecimento dos importados leva a uma onda de investimentos nossetores substituidores de importao, produzindo-se internamente parte doque antes era importado. Isso faz com que aumente a renda interna e ademanda interna.
Entretanto, o aumento de renda, e a necessidade de equipamentos para osinvestimentos, matria-prima para a produo leva a um aumento deimportaes, e a um novo estrangulamento...
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PLANO DE METAS
PLANO DE METAS Jucelino Kubitschek
Auge do modelo de desenvolvimento no PSI
Meta: estabelecer as bases de uma economia industrial madura no pas
Diagnstico:
Eliminar pontos de estrangulamento:
reas de demanda insatisfeita em funo das caractersticas desequilibradas do desenvolvimento econmico, desenvolvimento feito por partes
BENS INTERMEDIRIOS E INFRAESTRUTURA (transporte e energia)
Atuao do Estado
Estmulos aos pontos de germinao
reas que geram demanda derivada
BENS DURVEIS (automobilstica)
Bens leves aquecimento do mercado
Bens intermedirios
Bens de capital
Setores relacionados autopeas
Atuao do capital privado
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MILAGRE ECONMICO
Crescimento acelerado, decorrente em grande parte das reformas ocorridas no perodo anterior e das
condies internacionais favorveis
Afrouxaram as polticas de conteno de demanda
Crescimento da economia mundial (crdito)
Maiores taxas de crescimento na histria recente (10%), com relativa estabilidade de preos (15%)
O crescimento deveria ser diversificado e do setor privado (legitimar o governo militar)
Fontes de crescimento:
Investimentos pblicos em infra-estrutura
Aumento do investimento das empresas estatais (intermedirios)
Demanda por bens durveis (crdito ao consumidor)
Construo civil
Crescimento das exportaes
Bens de capital
at 1970 menor crescimento capacidade ociosa.
19711973 setor de maior crescimento (18,51%)
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MILAGRE ECONMICO
TRIP PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO GOVERNO
Investimento em infra-estrutura e das estatais Polticas econmicas cambial, fiscal, crdito Atuao em setores considerados estratgicos Manuteno do controle social
CAPITAL INTERNACIONAL Investimentos em bens de consumo durveis Indstria automobilstica, material eltrico, produtos farmacuticos, borracha,
qumica e mecnica
CAPITAL NACIONAL Associao a empresas multinacionais de modo a ter acesso a capital e tecnologia
ENDIVIDAMENTO EXTERNO Necessidade de recursos para viabilizar crescimento Transformaes no sistema financeiro internacional e ampla liquidez existente Ausncia de mecanismos internos de financiamento de longo prazo
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MILAGRE ECONMICO
ASPECTO POLTICO
Costa e Silva (67-69): endurecimento do governo militar
Aliados civis rompem com o governo
Estudantes e camadas mdias demonstram seu descontentamento (passeata dos cem mil e congresso da une em 1968) e sofrem punies
Operrios reivindicam reajustes salariais (greves) e so coibidos
Congresso teve recesso de 10 meses e 93 polticos foram cassados
AI-5 - controle absoluto do governo sobre a sociedade brasileira
Tecnoburocracia: substituio dos polticos por tecnocratas nos cargos tcnicos.
Mdici (69-74):
Censura imprensa
Prtica de torturas
Marketing: Ningum segura esse pas; Brasil: ame-o ou deixe-o
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MILAGRE ECONMICO Contradies do Milagre Econmico
nfase no transportes rodovirio (importao de 80% de petrleo e derivados)
Crescimento interno atrelado a alto crescimento das importaes - PIB cresceu mdia de 10% ao
ano e as importaes cresceram 24% ao ano
Baseado na vinda de empresas multinacionais que visavam potencializao do lucro (acelerao
da globalizao) - acaba ocorrendo a transferncia de tecnologia obsoleta e pouco reinvestimento
de lucro no processo produtivo
Distores do Milagre Econmico
concentrao de renda - participao do trabalho na composio da renda em 1960, 60%, em 1980,
37,9%.
Crescimento setorial da produo industrial - nfase no transporte automotivo, setor de bens de
consumo durveis (demanda limitada), baixa participao das exportaes
Estado no motor do desenvolvimento - grande nfase na rea produtiva e negligncia de projetos
de cunho social
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I CRISE DO PETRLEO
Guerra do Yom Kippur rabe X israelense 1973
Opep (Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo) Arbia Saudita, Ir, Kuwait, Lbia,
Emirados rabes, Venezuela, Iraque, Arglia, Nigria, Equador, Gabo, Indonsia, Qatar
Em 1970 detinham 60% da produo mundial de petrleo e 90% das exportaes.
Guerra: boicote ao fornecimento de petrleo para os EUA e outros pases que auxiliaram Israel na
guerra.
Fim da conversibilidade dlar
Conseqncias no Brasil
Em 1973, a produo interna de petrleo representava 23,5% do que era consumido.
Aumento da inflao de 15% (73) para 34,4% (74)
Balana de pagamentos
Dficit no saldo de transaes correntes (aumento das importaes de petrleo e de bens
de capital e insumos, sem contrapartida de exportaes
Queima das reservas e vulnerabilidade brasileira