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CNPq
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - PIBIC/CNPq-FA-UEM
RELATÓRIO FINAL UEM
PERÍODO DE ABRANGÊNCIA DO PROGRAMA: 1º/08/2011 a 31/07/2012
1. BOLSISTA: Luís Gabriel Menten Mendoza
2. ORIENTADOR: Marta Luzia de Souza 3. DEPARTAMENTO: DGE
4. CO-ORIENTADOR: 5. DEPARTAMENTO:
6. TÍTULO DO PROJETO:Aplicação da técnica de aferição de hidrotopos na bacia hidrográfica do Ribeirão Pinguim, Maringá (PR)
7. RELATÓRIO CONTENDO OS RESULTADOS DA PESQUISA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC/CNPq-Fundação Araucária-UEMDEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAORIENTADOR(A): Prof.ª Dr.ª Marta Luzia de SouzaBolsista: Luís Gabriel Menten Mendoza
Aplicação da técnica de aferição de hidrotopos na bacia hidrográfica do Ribeirão Pinguim, Maringá (PR)
Maringá, 31 de agosto de 2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁPROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC/CNPq-Fundação Araucária-UEMDEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAORIENTADOR(A): Prof.ª Dr.ª Marta Luzia de SouzaBolsista: Luís Gabriel Menten Mendoza
Aplicação da técnica de aferição de hidrotopos na bacia hidrográfica do Ribeirão Pinguim, Maringá (PR)
Relatório contendo os resultados finais do projeto de iniciação científica vinculado ao
PIBIC/CNPq-Fundação Araucária-UEM
Maringá, 31 de agosto de 2012
RESUMO
O presente relatório compreende a realização da avaliação do método de aferição de
hidrotopos e caracterização do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim,
norte central paranaense. O projeto foi realizado a partir dos parâmetros proporcinados pelo método
simplificado utilizando azul de metileno para aferir a quantidade de matéria orgânica em
decomposição, entrecruzando a caracterização da bacia, uso da terra, precipitação, parâmetros de
qualidade da água (condutividade, turbidez, pH) a partir de revisão bibliográfica e com a realização
dos ensaios em laboratório e ida a campo. Os resultados proporcionam afirmar que o ribeirão
Pinguim não encontra-se eturofizado, no entanto os resultados dos demais parâmetros apontam para
sua degradação e portanto para a necessidade de gestão integrada da bacia entre os municípios que a
utilizam, Maringá, Sarandi, Marialva e Floresta.
Palavras-chave: ribeirão Pinguim, poluição, azul de metileno, natureza.
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INTRODUÇÃO
O presente relatório compreende os ensaios e o compilamento de informações relevantes a
cerca do uso e ocupação do solo da bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim, bem como as conclusões
atingidas a cerca do método simplificado utilizando azul de metileno para aferir a quantidade de
matéria orgânica em decomposição proposto por Tropmmair (1988).
A água, compreendido como recurso ambiental (BRASIL, 1981), trata-se de elemento
necessário a reprodução espacial das atividades desenvolvidas pelas presentes e futuras gerações.
Para Amorim (2011) está em curso a substituição de uma cultura hídrica, que considera a
autorregulação do uso da água, por um cultura de mercado, cuja mentalidade mercantil e privatista,
impede de enxergar “as múltiplas experiências que a humanidade nos legou”. O exemplo dessa
transformação que se dá também espacialmente pode ser compreendido pelo conceito defendido por
Thomaz Jr. (2010) de agrohidronegócio, conceito que guarda relação com o processo de
modernização do campo.
O desafio de compreender locais capazes de abrigar vida (hidrotopos) e locais impróprios
para a reprodução das relações do meio biótico com o abiótico (altas taxas de matéria orgânica)
induziu a necessidade de discutir as apropriações e conflitos em torno do uso do curso d'água,
compreendendo o território como palco das contradições e a bacia hidrográfica como sistema semi-
aberto que concentra no seu curso principal o uso das vertentes. As contradições do território
transparecem em diversas categorias de análise e se por hora são expostos parâmetro da realidade do
natural do território, a partir da técnica aplicada, a busca é justamente a de transladar o estigma de
uma pesquisa natural desterritorializada, objetivando desde um ponto de vista de totalidade homem
natureza, de anunciada ruptura com a mística da natureza e com o processo hegemônico de negação
dos cursos d'água e por consequência, da natureza, do e no urbano.
Dos diversos tipos de ambientes e paisagens terrestre, os rios urbanos são de longe os mais utilizados, ocupados, modificados, degradados, subjugados e por fim, negados. Na verdade, há uma negação tanto do ambiente dos rios urbanos quanto da parcela da sociedade que habita sua área de influência, problema que permeia praticamente todos os países em desenvolvimento. (ALMEIDA; CARVALHO, 2009, p. 1)
Almeida e Carvalho (2009) continuam, sobre a relação curso d'água-sociedade, e afirmam:
Os rios urbanos são aqueles que, dialeticamente modificam e são modificados na sua inter-relação com as cidades. E a partir dessa interação, surge algo que é, ao mesmo tempo, natural e cultural, orgânico e artificial, sujeito e objeto, algo híbrido por que não é mais natural, mas também não se transformou ao ponto de deixar de carregar em si a Natureza. (ALMEIDA; CARVALHO, 2009, p.2)
No sentido da compreensão do objeto híbrido que, para Santos (2006) assume o caráter de
segunda natureza, e que trata-se sobretudo de uma natureza já antropizada, soa real a resposta
bertrandiana (BERTRAND, 2009, p. 202) de territorializar o meio ambiente. Corrobora a
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constatação de Carson (2010), desde a emergência da Ecologia, de que a espécie humana é frágil às
mesmas condições de degradação das demais formas de vida, sendo assim degradando as condições
de reprodução do sistema a humanidade infere sobre a própria existência.
O processo de antropização guarda as contradições de um planejamento hegemônico pautado
na necessidade de reprodução do capital, cuja compreensão de natureza desenha as relações da
humanidade com o ambiente. Nesse sentido, considerando a emergência do discurso ambiental como
consequência da crise ambiental anunciada – em busca de uma ecoeficiência fracassada, cabe lembrar
Marx para quem o capitalismo só consegue o aumento da força produtiva e da mobilização do
trabalho na agricultura moderna assim como na indústria
“Assim como na indústria citadina, na agricultura moderna o aumento da força produtiva e a maior mobilização do trabalho são conseguidos mediante a devastação e o empestamento [comprometimento] da própria força de trabalho. E cada progresso da agricultura capitalista não é só um progresso na arte de saquear o trabalhador, mas ao mesmo tempo na arte de saquear o solo, pois cada progresso no aumento da fertilidade por certo período é simultaneamente um progresso na ruína das fontes permanentes dessa fertilidade (…) Por isso, a produção capitalista só desenvolve a técnica e a combinação do processo de produção social ao minar simultaneamente as fontes de toda riqueza: a terra e o trabalhador.” (MARX, 1984, p. 101-102, apud NASCIMENTO, 2007, p. 72)
Desde o natural dos território, como categoria de análise que expressa a síntese da dialética
da sociedade (MENDOZA, 2012), compreendendo, com base no exposto, que a crise ambiental
proclamada é a origem da malfada crise social, ou seja, a apropriação dos recursos naturais, a
relação desenvolvida pela sociedade, desde o processo de acumulação primitiva do capital até o
presente, é originário de uma crise social e têm sua origem na crise ambiental, tratando-se portanto
de uma crise generalizada de ruptura com o tempo longo, da natureza (SUETERGARAY, 2002),
ideia expressa por Marx, como o homem em sua universalidade, como se vê:
o homem em sua universalidade manifesta-se na prática nessa universalidade que torna toda a natureza o seu corpo inorgânico, (1) como meio de vida e (2) como matéria, objeto e instrumento da sua atividade. A natureza é o corpo inorgânico do homem, quer dizer, a natureza enquanto não é o corpo humano. O homem vive da natureza, isto é, a natureza é o seu corpo, e ele precisa manter um diálogo contínuo com ele se não quiser morrer. Dizer que a vida física e mental do homem está ligada à natureza significa simplesmente que a natureza está liga a si mesma, pois o homem é parte da natureza. (MARX, Early Writing, 1974, p. 328, apud FOSTER, 2005, p. 107)
Com essas contribuições que retratam o processo de compreensão empreendido pela captação de dados do
ambiente natural, justificam-se as conclusões e o desafio de discutir parâmetros ambientais, na medida em que se
compreende que o processo de degradação aos ambientes naturais, sob o modo atual de produção e reprodução
espacial, se dá pelo capital investidor. Portanto todo dano ambiental apresentado é um ataque desferido contra a fonte
dos recursos da humanidade, não havendo portanto, posição reconciliável entre o capital e a natureza e a sociedade, os
dois últimos divorciados das relações de outrora pela hegemonização do primeiro, gerando o último.
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Registra-se por último que no decorrer da realização desse projeto foi aprovado no Congresso Nacional a
alteração do Código Florestal (BRASIL, 1965) cujo papel de protagonista dessa alteração quem assume é a bancada
ruralista, o resultado das alterações é ainda inseguro juridicamente mas resulta em mais “desmatamentos” da
cobertura vegetal. No transcorrer desse projeto ocorreu também a Conferência da ONU sobre o meio ambiente
denominada Rio+20, a discussão apresentada do início ao fim passou longe de contemplar os graves problemas
sanitários, ambientais e sociais que tangem a natureza, antes levado a cabo pela construção do evento a abordagem
prioritária foi a da ecoeficiência de um desenvolvimento sustentável fetichizado, mercantilizado e apartado da
realidade, inclusive etimologicamente. Desde essa leitura de conjuntura da natureza territorializada é encarado o
objeto.
OBJETIVOS
Extraído da primeira versão do projeto os objetivos abaixo foram mantidos e são apresentados como
resultados da execução do estudo da bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim no presente relatório:
1. Caracterizar geograficamente a unidade de análise;
2. Aferir a eficácia da técnica simplificada de aferição de hidrotopos utilizando azul de metileno;
3. Avaliar a qualidade da água dos cursos d'água da bacia hidrográfica nas diferentes sazonalidades
utilizando essa técnica;
Havia ainda um quarto objetivo na primeira versão do projeto vinculado ao ribeirão Água da Sória em
Astorga, que incluía o diálogo com a comunidade, sobretudo a partir de uma escola. Conforme relatado no relatório
anterior houve alteração do local da pesquisa, por condicionantes financeiros da instituição, que levou a opção de
descartar o quarto objetivo, sem que isso signifique o abandono da perspectiva de relacionar comunidade e território
estudado, pelo contrário a ausência desse objetivo reforçou a necessidade de apreender a totalidade, como exposto na
introdução. No entanto ressalta-se que o objetivo de proporcionar métodos expeditos e simplificados à sociedade civil
partiu da hipótese de encontrar um funcionamento efetivo da técnica analisada para níveis menores de degradação.
MATERIAIS E MÉTODOS
A bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim localiza-se no norte do Paraná, território que passou
até a atualidade pelo mais rápido processo de modernização agrícola (PASSOS, 2007), que têm por
consequência a reorganização do espaço no campo e na cidade, protagonizada pela crise do café.
As pequenas propriedades, possibilitadas pelo modelo de colonização empresarial
(Companhia de Terras Norte do Paraná, Companhia Melhoramentos Norte do Paraná), que buscava
o lucro (SERRA, 2009) sobre os trabalhadores rurais provenientes da expansão cafeeira paulista
(MULLER, 2001), baseava-se então em unidades familiares. Esse modelo de ocupação é
desmantelado em detrimento da grande propriedade monocultora, mecanizada. A base da economia
agrícola atual, consequentemente a ocupação do território, passa a ser então a grande propriedade
produtora de commodities agrícolas como trigo, milho, soja, cana-de-açúcar e gado.
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Nas vertentes do ribeirão Pinguim, no médio e baixo curso, e seus afluentes não é diferente,
em campo observou-se predominantemente as culturas de cana-de-açúcar, soja e milho. A bacia
hidrográfica incide na periferia dos municípios de Floresta e Marialva e ainda em parte da área
urbana do município de Maringá e Sarandi (Figura 1) e no ambiente urbano encontra-se com a
distância entre o homem e a natureza, negando desde o acesso ao curso d'água, como criando um
ambiente impróprio para a reprodução das outras espécies e por consequência da presença humana.
A área da bacia hidrográfica, localiza-se no Terceiro Planalto Paranaense (MAACK, 1968),
limitada pelo sistema de projeção UTM (7412kmN, 412kmE e 7384 kmN, 388kmE), está na região
Norte Central do Paraná (IBGE, 1990) e compõe o Comitê de Bacia do Alto Ivaí-PR
(AGUASPARANÁ, 2011). Com base no mapeamento pedológico, de vegetação original
(EMBRAPA/EMATER, 2007) e posição na vertente obteve-se a seguinte compartimentação da
bacia hidrográfica:
Compartimentos Solos Vegetação Original Uso da terra atual Pontos Relevo Municípios
1 Latossolo Vermelho Distrófico Tìpico
Floresta Tropical Perene Urbano - Suave Ondulado Maringá, Sarandi
2 Nitossolo Vermelho Eutrófico Típico
Floresta Tropical Subperene
Urbana periférica, transição para agrário, uso industrial, ETE 02-Sul, mineração e lixão desativado,
6,5,4,3 e 1 Suave ondulado e ondulado
Sarandi, Maringá, Marialva e Floresta
3 Neossolo Litólico Eutrófico
Floresta Tropical Subcadulcifólia
Agrário 2 Forte Ondulado e Moderado
Marialva, Maringá.
4 Latossolo Vermelho Eutrófico Típíco
Floresta Tropical Perene Agrário - Suave Ondulado e Plano
Floresta
Quadro 01 – Compartimentação baseada em mapeamento estadual (EMBRAPA/EMATER, 2007)
A compartimentação é representada na Figura 2.
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Figura 1: Bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim e os municípios envolvidos. Fonte: SUDERHSA (2007). Elaborado por: Autor, 2012.
O substrato rochoso da bacia é formado predominantemente pela Formação Serra Geral, mas
há também depósitos de sedimentos do quaternário recente, formado, sobretudo por aluviões
depositados em depressões com característica areno-argilosas, esse depósito na bacia do Pinguim
encontra-se no baixo curso próximo ao município de Floresta (MINEROPAR, 2005). O canal do
ribeirão Pinguim é caracterizado de acordo com a classificação de canais de Kellerhals, Church e
Bray (1976, apud CUNHA, 1994, p. 222) como irregular com presença ocasional de ilhas de
deposição e bancos laterais. Considerando a inclinação geral das camadas geológicas no sentido
noroeste, pela classificação genética de Horton (1945, apud CUNHA, 1994, p. 224) o ribeirão
Pinguim é classificado como subsequente, desaguando no consequente rio Ivaí, correndo
perpendicular à inclinação das camadas acompanhando lineamentos identificados
fotogeologicamente (MINEROPAR, 2005). As informações apresentadas pela geomorfologia
ilustram e dão a dimensão do curso d'água no contexto dos sistema natural.
Desde os parâmetros do Estado os cursos d'água da bacia hidrográfica do Ivaí são
enquadrados pela portaria nº 19 de 12 de maio de 1992 da Superintendência de Desenvolvimento de
Recursos Hídricos e de Saneamento Ambiental do Paraná (SUDERHSA, 1992). A portaria define
que a exceção dos córregos Cleópatra e Moscado, enquadrados na classe 3, ambos localizados na
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Figura 2: Compartimentação da bacia do ribeirão Pinguim/PR. Fonte: EMBRAPA/EMATER (2007). Elaborado por: Autor, 2012.
área urbana do município de Maringá, todos os demais cursos d'água da bacia do ribeirão Pinguim
enquadram-se em classe 2 e os cursos d'águas destinados ao abastecimento, em classe 1. O
enquadramento distingue os cursos d'água quanto ao destino das águas. De acordo com a resolução
357 de 17 de março de 2005, do CONAMA (2005), em seu artigo 4º define:
II - classe 1: Águas que podem ser destinadas:a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;b) A proteção das comunidades aquáticas;c) A recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;d) A irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; ee) A proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.III - classe 2: Águas que podem ser destinadas:a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) A proteção das comunidades aquáticas;c) A recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000;d) A irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; ee) A aquicultura e a atividade de pesca.IV - classe 3: Águas que podem ser destinadas:a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;b) A irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;c) A pesca amadora;d) A recreação de contato secundário; ee) A dessedentação de animais.
O diferente enquadramento dado aos cursos d'água que nascem no centro de Maringá demonstra preocupação
quanto a emissão de poluentes, seja por descarga regular, irregular ou pelo escoamento superficial, considerando ainda
o processo de impermeabilização das cidades, junto com a retirada da cobertura vegetal nas cidades e no campo, que
são responsáveis por impactos relevantes no que diz respeito a erosão física e a erosão biológica (BERTRAND, 2009),
desencadeando impactos ao longo da vertente e depositando no curso d'água a síntese do uso da terra.
Em campo, após períodos de chuvas foi verificada a presença de resíduos industriais, óleo e graxa. A
cabeceira do ribeirão Pinguim segundo Zaparolli e Nobrega (2006), situada no limite dos municípios de Maringá e
Sarandi, é impactada pela Ferrovia América Logística, pela rodovia BR396, pela NOMA S.A. e por demais
empreendimentos na rodovia, trata-se de
um espaço onde além de condições físicas particulares (área de cabeceira) estão implantadas atividades e funções distintas (área residencial, industrial, agrícola, eixo de circulação) submetidas a diferentes poderes políticos e econômicos, representados pelos órgãos municipais aí atuantes. (ZAPAROLI; NOBREGA, 2006, p. 2)
Segundo vários autores que pesquisaram que a área os impactos do processo de ocupação da área apresentam-
se em toda a extensão da bacia hidrográfica, o escoamento da água pela vertente é ainda a dificuldade encontrada para
a garantia de manutenção da qualidade ambiental. Ressalta-se impactos erosivos resultantes da gestão inadequada da
drenagem urbana na cabeceira do ribeirão Pinguim (ZAPAROLI; NOBREGA, op cit). A poluição hídrica e os
processos erosivos nas cabeceiras de drenagem dos afluentes córregos Moscados, Merlo, Cleópatra e Borba Gato, na
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área urbana de Maringá (OTSUSCHI, 2000), os impactos ambientais causados pelo destino final dos resíduos sólidos,
em Maringá (DE ANGELIS NETO; D ANGELIS, 1999 e BASSANI, et al, 2009), da Estação de Tratamento de
Esgoto da SANEPAR (ETE 02-Sul) e da extração de basalto.
Zaparoli e Nobrega (op cit, p 6) identificam um processo de erosão acelerada, denominado voçoroca, no
interior do anfiteatro da cabeceira de drenagem do ribeirão Pinguim, a origem desse processo erosivo está relacionado
a uma galeria de drenagem urbana, que concentra a água da rodovia, dentro dos limites de Maringá, um segundo
segmento da voçoroca está relacionado a drenagem de uma antiga estrada paralela a ferrovia, no município de
Sarandi. Os autores descrevem ainda os feitos da Gestão Pública, como a construção de um dissipador de energia em
1957, que encontra-se destruído. Posteriormente objetivando reduzir o processo erosivo foi realizado o aterramento do
setor a montante da erosão, utilizando sobretudo resíduos da construção civil, que hoje tornam-se depósitos de origem
antrópica e se espalham ao longo do curso d'água.
A água pluvial derivada das galerias de drenagem urbana nunca deveriam ser descarregada nas nascentes, e sim, onde o leito do ribeirão é estável e suporta o volume, a cerca de 1 km a jusante do atual dispersor. As obras realizadas (dissipadores de energia) não foram capazes de inibir a instalação do processo (…) tornando-se uma fonte a mais de poluentes para as nascentes e o curso d'água. (ZAPAROLI; NOBREGA, 2006, p. 11)
Otsuschi (2000) refletindo sobre os processos erosivos nas cabeceiras de drenagem em
Maringá (PR) associa o traçado urbano e a posição do sítio urbano, no divisor de águas, como
responsáveis pelo processo de degradação dessas áreas. A autora discute a poluição hídrica e os
processos erosivos nas cabeceiras de drenagem de Maringá, aqui interessa o recorte dos cursos
d'água da bacia do ribeirão Pinguim, portanto dos seus afluentes na área urbana de Maringá, estes,
os córregos Moscados, Merlo, Cleópatra e Borba Gato.
As nascentes do córrego Moscados localizam-se no interior do Parque Municipal do Ingá. O
parque, trata-se de uma área de 27,3ha (OTSUSCHI, 2000, p. 106) com infraestrutura de lazer e um
lago do represamento das nascentes do Moscados. A área urbana está impermeabilizando o solo,
considerando a posição na vertente da cabeceira, como local de captação natural das águas, que teve
a retirada parcial da cobertura vegetal do local e das áreas que circundam o parque e a ausência de
planejamento para o escoamento das águas pluviais. O parque e o curso d'água são impactados, a
autora identifica 3 feições erosivas com profundidade entre 8,5 e 10 m, uma entre 4,5 e 8,5 m e
outros 15 processos erosivos menores (OTSUSCHI, op cit, p. 109).
A cerca do córrego Merlo, afluente do Moscados, com a cabeceira em propriedade do
Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Maringá, a autora apresenta preocupação quanto
a ausência de rede coletora de esgoto, e ainda expõem a informação recebida de que há despejo dos
resíduos na rede de galerias de águas pluviais pela empresa de transporte coletivo “Cidade Canção”
(OTSUSCHI, op cit, p. 111).
As nascentes do córrego Cleópatra encontram-se no Bosque II, parque fechado a visitação
pública, com dois processos de desarborização, o primeiro para a construção de uma pista de
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motrocross e outro para a construção da via perimetral sul Juscelino Kubitschek, de 8km. Nesse
parque, apesar de em 1982 ser considerado Área de Preservação Permanente, foi construído um
Centro Cultural, da proposta inicial de um complexo arquitetônico, hoje sob responsabilidade de
gestão da UEM e da Secretaria de Relações Comunitárias do Governo do Estado, nomeado Centro
de Excelência a Comunidade. Apesar de em julho de 1984 ser realizado um “Estudo sobre a
implantação de um Centro Cultural no Parque Florestal dos Pioneiros – Bosque 2”, sob coordenação
do Núcleo de Estudos do Meio Ambiente da Universidade Estadual de Maringá, desaconselhando a
implantação do centro cultural, considerando as feições erosivas, o despejo de resíduos de esgoto
pluvial e o desmatamento. A autora aponta ainda para um incisão erosiva em ferradura que coneta
voçorocas com mais de 10m de profundidade, entre as feições, uma nomeada de Cerqueira César,
resultado da instalação de tubos de galerias de águas pluviais (OTSUSCHI, op cit, p. 112-113).
O ribeirão Borba Gato nasce no Horto Florestal Dr. Luiz Teixeira Mendes, na zona 5, o
Horto foi criado em 1952 para sustentar a arborização urbana de Maringá, pela Companha
Melhoramentos Norte do Paraná, em uma área de 37ha, surge para conter um processo erosivo em
formato de clareira. Com quatro pontos de descarga de águas pluviais na cabeceira há o
desenvolvimento de incisões erosivas e problemas ambientais que se estendem a burocracia do
Estado entre o ente privado que é dono do terreno e o, em tese, causador do impacto, a prefeitura e
emissores de poluentes.
O destino final dos resíduos sólidos urbanos de Maringá localiza-se na bacia do ribeirão
Pinguim, seus impactos e avaliações são relatados por De Angelis Neto e De Angelis (1999) e
Bassani, et al. (2009). De Angelis Neto e De Angelis (1999) afirmam que pela localização do lixão
há comprometimento direto de dois corpos d'água, o córrego Corvo Rei e o Borba Gato, aponta
ainda problemas de gestão, entre o quais a ausência de sistema de drenagem e coleta de águas
pluviais e líquidos percoladas, causando poluição das águas superficiais e subterrâneas, pelo chorume
e pelo escamento das águas pluviais. É também ausente um sistema de impermeabilização do contato
resíduo/solo, ocorrendo poluição do solo pela infiltração do percolado, degradando a superfície do
solo. A área do lixão destaca-se ainda por estar implantado sobre nascentes, a caracterização do
conjunto fica clara com a citação abaixo:
Se não bastasse a repulsa que os resíduos provocam quando in natura sem a cobertura com estes materiais granulares, a presença de catadores, que se confundem com os animais tornam ainda pior (se possível sê-lo) o conjunto da destinação destinação final dos resíduos sólidos urbanos de Maringá (DE ANGELIS NETO, DE ANGELIS, 1999, p. 935).
Em 2009 após a implantação da tecnologia de Biopuster, Bassani et al (2009), avalia a
destinação final dos resíduos sólidos urbanos de Maringá como inadequada, segundo avaliação do
IQR (Índice de Qualidade de Aterros), concentrando o problema nos subprodutos chorume, gases e
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lixiviado, uma avaliação que considerou três critérios, características do local, infraestrutura
implantada, condições operacionais. A área é em torno de 80 hectares que recebem diariamente 300
toneladas, classificado pelo autor como aterro controlado, quando essa autor escreve a presença de
pessoas realizando catação já havia sido anulada, no entanto a técnica de Biopuster, apesar das
expectativas, fora deixada de lado e a prefeitura tentou em 2011 e 2012 implantar uma usina de
incineração de lixo no local, para incinerar 350 toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU)
diariamente, o projeto do executivo foi barrado, reivindicando o cumprimento da determinação
judicial de realizar a coleta seletiva e a compostagem dos RSU.
Outro empreendimento que interessa na bacia do Pinguim é a Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE), localizada próximo a confluência dos ribeirão Pinguim e o córrego Borba Gato, na
Estrada Jaguaruna, Lote 05, Gleba Ribeirão Pinguim no município de Marialva, considerada pela
Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) como ETE de Classe C, caracteriza-se pelo
tratamento mecânico e químico do esgoto recebido, o esgoto recebido é tratado com matéria-prima
para a produção de lodo destinado a agricultura, segundo funcionário do local, sob orientação do
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER).
A vazão de projeto da ETE Sul é de 482l/s e operou o ano de 2010 com média mensal de
170,12l/s e de janeiro a maio de 2011 com média de 201,28l/s de vazão. Segundo o relatório do
Plano Municipal de Saneamento Básico (MARINGÁ, 2011) a SANAPAR monitora a ETE Sul
através da análise do Efluente da ETE (temperatura, pH, DQO, DBO, óleos minerais, óleos vegetais
e gorduras vegetais, sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos totais e fósforo total).
Para o ribeirão Pinguim, corpo receptor do efluente (temperatura, pH, DQO, DBO, sólidos
suspensos, sólidos sedimentáveis e sólidos totais dissolvidos, óleos e graxas, fósforo total nitrogênio
amoniacal total, coliformes totais, coliformes termotolerantes, cor, turbidez, materiais flutuantes e
oxigênio dissolvido), os padrões de lançamento atendem a resolução 357 de 2005 do CONAMA
(2005) e tem como referência a portaria do IAP nº 019/06 e a Resolução da SEMA nº 021
(MARINGÁ, 2011, p. 178).
No monitoramento do Efluente da ETE os parâmetros DQO e DBO apresentam valores
acima do máximo permitido, para DQO o valor máximo permitido (VMP) é de 125mg/l e para DBO
50mg/l, segundo portaria nº1015 de 24 de agosto de 2010 do Instituto das Águas do Paraná. Em
fevereiro a DQO atinge 140 mg/l, em março 130mg/l, em abril a DBO atinge 64mg/l, em junho
ultrapassam o VMP, DBO (70mg/l) e DQO (201mg/l), o mesmo se repete em julho (DQO, 165;
DBO, 70), agosto (DQO, 200; DBO, 75), setembro (DQO, 210; DBO, 85), outubro (DQO, 134;
DBO, 52), novembro (DQO, 143; DBO, 60) e em novembro apenas a DQO fica acima do permitido
em 159mg/l de efluente. Quanto ao monitoramento do corpo receptor realizado a montante e a
justante do lançamento do efluente, verifica-se valores acima do VMP, na cor (VMP ≤ 75mgPt/l),
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em janeiro, fevereiro, abril, maio, a montante e a jusante, em junho, agosto, setembro, outubro,
novembro e dezembro, apenas a jusante; materiais flutuantes, que devem estar virtualmente ausentes,
estão presentes nos meses de abril, junho, julho e agosto, a montante e a jusante da ETE.
O parâmetro Oxigênio Dissolvido, fica abaixo do valor permitido (≥ 5mg O2/l) a jusante em
janeiro (0,00), junho (3,20), em agosto (0,00), setembro (2,28), outubro (1,42), novembro (2,08) e
dezembro (0,11), nos meses de fevereiro, março e julho, os valores apresentam-se abaixo do
permitido a montante e a jusante, o parâmetro DBO, a exceção do mês de janeiro que apresenta
valores acima do VMP a montante e a jusante, todos os outros meses apresentam ampliação a
jusante da demanda bioquímica de oxigênio (VMP ≤ 5mg/l). Apresentam-se fora dos padrões
também coliformes totais, fecais nitrogênio amoniacal e fósforo total, na maioria absoluta das
amostras coletadas.
A conclusão do relatório (MARINGÁ, 2011) a cerca da avaliação dos parâmetros de efluente
e curso d'água dizem que a ETE Sul é decisiva “para piora da qualidade das águas do corpo receptor
(Ribeirão Pinguim)”.
Na vertente oposta a da ETE Sul, próximo a confluência do córrego Borba Gato com o
ribeirão Pinguim há duas mineradoras instaladas para a extração de basalto, a mineração está
historicamente associada nas avaliações de qualidade da água com o incremento da condutividade
como um dos fatores alterados, em conjunto com o pH, conforme será apresentado no resultados e
discussão.
Métodos
O método utilizado para cumprir com o objetivo de aferir a eficácia da técnica simplificada de
aferição de hidrotopos utilizando o corante azul de metileno constitui em realizar o ensaio em um
curso d'água, em conjunto com a caracterização da bacia hidrográfica, de forma a conectar-los,
avaliando a qualidade da água do ribeirão Pinguim em 4 ensaios, considerando a sazonalidade.
Nas etapas preparatórias para o campo foram necessárias cartas topográficas de 1:50.000, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), folhas Maringá (1972), Ivatuva (1972),
Mandaguaçu (1990), Bom Sucesso (1992), obtidas digitalizadas em formato JPEG, no sítio do
Instituto de Terras, Cartografia e Geociências do Estado do Paraná (ITCG, 2011).
Para o georreferenciamento e a produção do mapa base para o levantamento de dados em
campo e a caracterização geográfica utilizou-se o software livre Quantum GIS (QGIS) versão 1.7.3,
rodado em Sistema Operacional (OS) Linux, distribuição Ubuntu 11.10 e 12.04. Elementos que
estabelecem a completa gratuidade e liberdade na utilização e distribuição em software e sistema
operacional. Para apoio vetorial ao QGIS e na geração dos primeiros croquis do terreno utilizou-se
o editor de imagens vetoriais, igualmente livre, Inkscape 0.48.2.
11
Além das cartas topográficas foram utilizados os mapeamentos de unidades
litoestratigráficas, folha Londrina (MINEROPAR, 2005), os shapefiles das divisas municipais, das
bacias hidrográficas (SUDERHSA, 2007) da compartimentação pedológica e da vegetação original
(EMBRAPA/EMATER, 2007) que foram obtidos no sítio do ITCG (2011).
Definido o limite da bacia hidrográfica via curvas de nível, foram identificadas as obras de
infraestrutura, ou seja, ferrovia e rodovia, que foram construídas no divisor de águas e que são
executadas com movimentação de terra, aterros que modificam a vertente e alteram a posição do
divisor de águas. Definido o limite vetorizou-se os cursos de água da bacia hidrográfica a partir do
mosaico de cartas topográficas.
Os pontos de coleta foram definidos com o apoio de cenas obtidas no Google Earth 2.1, de
forma a visualizar em conjunto o acesso e a utilização da terra, bem como o setor do curso d'água,
setorizado em: alto curso, caracterizado pela região das nascentes principais e de cotas mais
elevadas, médio curso, caracterizado pelas cotas médias do ribeirão Pinguim, baixo curso,
caracterizado pela foz do curso d'água e consequentemente as menores cotas altimétricas.
Os pontos onde foram coletadas as amostras de água estão localizados de jusante a
montante: 1 (7386kmN, 393kmE), 2 (7400kmN, 401kmE), 3 (7402kmN, 402kmE), 4 (7403N,
406kmE), 5 (7405kmN, 407kmE) e 6 (7407kmN, 409kmE). As coletas foram feitas nos meses de:
novembro de 2011 (11/2011), fevereiro (02/2012), abril (04/2012) e junho de 2012 (06/2012). Após
a realização da primeira coleta em novembro de 2011, os pontos 1, 2, 5 e 6 mantêm-se os mesmos
da coleta anterior, na coleta em novembro de 2011 os pontos de amostragem coletados como 3 e 4
foram descartados, por não confirmarem com o local de coleta planejado, a coleta identificada no
primeiro ensaio como 3 tornou-se doravante o ponto de amostragem 2.
Definidos os 6 pontos de amostragem utilizou-se 5 galões de 5l e 2 galões de 2l para a coleta
superficial, observadas as normas técnicas (ABNT/NBR,1987; SANTA CATARINA, 2009). Para a
preservação das amostras utilizou-se uma caixa de isopor de 50l, com gelo de forma a manter a
temperatura das amostras. As amostras foram coletadas de jusante à montante, os recipientes
plásticos para coletar a amostra foram lavados em água destilada, a coleta foi realizada quando
possível de uma margem à outra do ribeirão Pinguim. Em campo para localização utilizou-se o GPS
(Global Positioning System) da marca Garmin e Carta de Campo, advinda das cartas topográficas.
Para a segurança na coleta utilizou-se uma galocha de cano alto impermeabilizante e luvas
descartáveis.
Em laboratório a realização do ensaio requisita, conforme técnica adaptada por Monteiro e
Viadana (2009) de seringas descartáveis de 60ml. Os ensaios foram realizados em duplicata (2 por
ponto) e um ensaio foi feito com água destilada para o controle. O corante azul de metileno foi
utilizado em solução a 1%, seringa de 1ml e tampas de náilon, encomendadas em tornearia, foram
12
utilizadas para vedar a seringa. Realizou-se o ensaio com contra-prova, conforme descrito por
Troppmair (1988) com vidraria ao invés de seringas, realizou-se esse também em duplicata,
necessitando então de 13 recipientes de vidro de 50ml, tampados com rolha ou tampas de borracha.
A técnica simplificada objeto de avaliação deste projeto realiza-se de forma a observar a
decomposição anaeróbica de matéria orgânica com o uso do corante azul de metileno, agente
oxidante, perde a coloração na medida em que se oxida ocasionando a redução às reações que
envolvem o consumo do oxigênio dissolvido pelas bactérias decompositoras da matéria orgânica.
Dessa forma, quanto maior a concentração de matéria orgânica mais rápida a amostra tende a perder
coloração. A partir dos resultados, objetiva-se construir escalas de azul entre as amostras.
Na realização do ensaio adiciona-se às seringas e frascos 50ml de água e 0,3ml de azul de
metileno, as seringas e os frascos são vedados e são observadas a cada 24 horas por 120 horas,
mantidas ao abrigo da luz, em uma caixa de ferramentas escura, em temperatura ambiente.
Foi considerado como parâmetro para a avaliação as precipitações do período próximo as
coletas com dados fornecidos pela Estação Climatológica Principal de Maringá (ECPM).
De forma complementar ao ensaio, são fornecidos pelo Laboratório de Sedimentologia do
Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente (GEMA) os dados dos ensaios de turbidez, pH,
condutividade elétrica e oxigênio dissolvido, e em campo foi medida a temperatura do curso d'água.
Os ensaios são fornecidos de forma a avaliar a efetividade da aplicação da técnica.
A seguir são descritos os parâmetros utilizados de forma complementar:
Turbidez: Parâmetro que pode ser afetado pelos processos erosivos superficiais ou do canal
fluvial (LUÍZ, et al, 2012). A resolução 357/05 do CONAMA (2005) estabelece para os cursos
d'água da Classe I, até 40UNT, para Classes II e III até 100 UNT, a portaria 518/04 do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2004) para a potabilidade da água para o consumo humano, estabelece o valor
de no máximo 5UNT. UNT, a unidade pela qual a turbidez é medida, trata-se da Unidade
Nefelométrica de Turbidez, medida em mg/l de sílica. Indica a presença de materiais finos em
suspensão da água (LUÍZ, et al, 2012, p. 304), esses materiais finos em suspensão na água podem
dificultar a transmissão de luz prejudicando a realização de fotossíntese, alterando as relações no
meio biótico. O incremento na turbidez podem resultar da quantidade de plâncton, algas, detritos
orgânicos do processo de erosão e de despejos domésticos ou industriais, considerado como
requisito estético e sanitário de qualidade da água. (BATTALHA, 1977, p. 68 e MOTTA, 1988, p.
7, apud OTSUSCHI, op cit, p. 65). A obtenção da turbidez nos ensaios foi realizada com
turbidímetro digital.
Potencial de Hidrogênio: O potencial de Hidrogênio (pH), trata-se da concentração de
átomos de hidrogênio eletricamente carregados em uma solução de água, a variação da escala do pH
vai de 0 a 14 de ácido a alcalino, sendo o 7 o valor considerado neutro. A acidez da água influi no
13
processo de seu tratamento e contribui para a corrosão das estruturas das instalações hidráulicas e
do sistema de distribuição (OTSUSCHI, op cit, p. 66), O valor extremo causa sérios danos a biota
aquática, o pH neutro mantém o equilíbrio entre as substâncias alcalinas e ácidas de um corpo d'água
(CAMPOS, 2008, p. 30). As vezes a água é ligeiramente alcalina devido a presença de carbonatos e
bicarbonatos, refletindo o tipo de solo que a água percorreu. Geralmente um pH muito ácido ou
muito alcalino está associado à presença de despejos industriais. (DEBERDT, 1998, p.5). Em
laboratório é obtido a partir do método eletrométrico com um pHmetro digital. O CONAMA (2005)
define a faixa de 6 a 9 como aceitável para as águas doces das Classes I, II e III.
Condutividade elétrica: É a capacidade que a água possui de conduzir energia elétrica,
relaciona-se com a presença de íons, partículas carregadas eletricamente, dissolvidos na água. Os
íons responsáveis pela condutividade são, entre outros, o cálcio, magnésio, potássio, sódio,
carbonatos carbonetos, sulfatos e cloretos. A condutividade embora sem parâmetro legal, contribui
para possíveis reconhecimentos de impactos ambientais que ocorrem na bacia de drenagem
ocasionados por lançamento de resíduos industriais, mineração, esgotos, etc. (DEBERDT, 1998, p.
6). A determinação em laboratório é realizada por condutivímetro digital.
Oxigênio Dissolvido (OD): É um importante indicador de poluição por resíduos orgânicos,
detecta-se a partir desse parâmetro impactos como a eutrofização da água. O oxigênio dissolvido na
água é necessário para a respiração da maioria dos seres vivos do meio aquático. Quando o curso
d'água recebe grande quantidade de matéria orgânica biodegradável micro-organismos aerobicos se
reproduzem para atuar como decompositores dos dejetos orgânicos. Dessa forma, o aumento da
carga de matéria orgânica, é respondido pelo meio aquático pelo incremento na população de micro-
organismos decompositores e, consequentemente, maior o consumo de oxigênio. (DEBERDT,
1998, p. 4; OTSUSCHI, 2010, p. 67; CAMPOS, 2008, p. 29). O CONAMA (2005) define a faixa
de no mínimo 5 mg/L de O2 como aceitável aos curso d'água da Classe II.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os pontos de amostragem definidos compreendem, de jusante a montante: 1 (7386kmN,
393kmE), é a foz do ribeirão Pinguim sob a ponte da PR-546 que liga Floresta a Itambé; 2
(7400kmN, 401kmE), área adjacente com o uso do solo agrícola, com APP recomposta e
afloramentos de basalto; 3 (7402kmN, 402kmE), área de influência próxima de mineração de basalto
e da Estação de Tratamento de Esgoto da SANEPAR (ETE 2 – Sul) e área de lixão; 4 (7403N,
406kmE), está sob a ponte da Av.Carmem Miranda, área periférica de Maringá com loteamentos em
andamento; 5 (7405kmN, 407kmE), zona de conservação em recuperação com ocorrência
predominante de “bambu”; 6 (7407kmN, 409kmE), nascente do ribeirão localizada na chácara
Baliza, área impactada pelo escoamento superficial da empresa NOMA S.A., da linha férrea da
14
América Logística e dos demais empreendimentos industriais da Rodovia BR396 e pela mesma
(ZAPAROLI; NOBREGA, 2006). São apresentados na figura 3:
Figura 3: Pontos de amostragem coletados numerados
Base cartográfica: ITCG (2011). Elaborado por: Autor, 2012.
Apresentam-se as coleções de fotografias obtidas em campo de cada ponto de amostragem:
15
Figura 4: Coleção de fotografias do ponto de amostragem 1 (Autor, 2012).
O ponto de amostragem 1 caracteriza-se ainda pela APP pouco preservada e sem
biodiversidade expressiva, ressalta-se a presença da especie invasora leucena (Leucaena spp) e
16
brachiaria (Urochloa spp). Em novembro de 2011 o solo nas vertentes cercanas, após safra de
colheita de cana-de-açúcar se encontrava sendo preparado para a próxima lavoura, em fevereiro
observou-se o plantio de soja e em abril milho, seguindo até junho. Nessa altura o curso d'água
apresenta a água carregando grande quantidade de solo, na fotografia de junho verifica-se que houve
inundação do curso d'água pela vegetação. Com a ocorrência de precipitações elevadas a água
assume a coloração marrom.
Figura 5: Coleção de fotografias do ponto de amostragem 2 (Autor, 2012).
17
O ponto de amostragem 2 caracteriza-se por uma área com solos rasos, a presença de
cactáceas indica o afloramento de basalto. As margens do curso caracterizam-se pela APP em
estágio avançado de recuperação com espécies arbóreas bem desenvolvidas, apesar de extensas áreas
ocupadas por brachiaria (Urochloa spp). O solo do entorno recebeu o mesmo tratamento observado
hegemonicamente na área agrícola, notadamente, cana-de-açúcar, soja, milho.
18
Figura 6: Coleção de fotografias do Ponto de amostragem 3 (Autor, 2012).
O ponto de amostragem 3 caracteriza-se pela presença da ETE Sul, a coleta é realizada após
a zona de mistura do lançamento de efluentes. Sob os cuidados da SANEPAR a APP está em
recomposição. Na área do entorno verifica-se o uso agrícola conforme descrito nos outros pontos.
Na vertente maringaense há duas pedreiras instaladas e operando, além do lixão que pertence ao
município de Maringá. As propriedades do entorno, mais próximas a Maringá, já em Marialva
começam a ser preparadas para loteamento.
A área do entorno do ponto de amostragem 4 caracteriza-se pela periferia de Maringá em
uma vertente e na outra, em Marialva, do outro lado da ponte área ocupada por terras em processo
de loteamento para moradia.
O ponto de amostragem 5 localiza-se no Bairro Porto Seguro em Maringá, em zona de
proteção ambiental 01 (MARINGÁ, 1999), com a APP ocupada por “bambus” com baixa
biodiversidade na margem de Maringá, na margem de Sarandi há espécies arbóreos. O entorno da
zona de proteção é utilizado como área de lazer e pista de caminhada.
No ponto de amostragem 6, a nascente do ribeirão Pinguim localiza-se na Chácara Baliza,
pequena propriedade destinada a policultura, com a APP em estágio avançado de recomposição.
Zaparoli e Nobrega (2006) abordam os problemas de escoamento superficial e a ausência de galerias
pluviais. Em abril de 2012 notou-se, para além do lixo carregado pelas águas superficiais foi
verificado também materiais flutuantes e óleo na nascente.
19
Figura 7: Coleção de fotografias do ponto de amostragem 4 (Autor, 2012).
20
Figura 8: Coleção de fotografias do ponto de amostragem 5 (Autor, 2012).
Figura 9: Coleção de fotografias do ponto de amostragem 6 (Autor, 2012).
A técnica de aferição de hidrotopos foi realizada conforme descrito no capítulo Materiais e
Métodos, seguindo o método simplificado proposto por Troppmair (1988) e o adaptado por
Monteiro e Viadana (2009), seguem as fotografias do monitoramento da realização dos ensaios e os
seus resultados. Os ensaios foram realizados, assim como os campos, em novembro de 2011,
fevereiro, abril e junho de 2012.
0h 120 h
Figura 10 – Ensaio realizado em novembro de 2011 (Autor, 2012).
Na coleta em novembro de 2011 os pontos de amostragem coletados como 3 e 4 foram
descartados, a coleta identificada no primeiro ensaio como 3 tornou-se o ponto de amostragem 2
para os ensaios subsequentes.
Figura 11 – Ensaio realizados em fevereiro de 2012. (Autor, 2012).
21
Figura 12 – Ensaio realizado em abril de 2012 (Autor, 2012)
Figura 13 – Ensaio realizado em junho de 2012.
Os resultados obtidos com a aplicação da técnica de aferição de hidrotopos, não
apresentaram resultados positivos para a decomposição de matéria orgânica em altas taxas. Foram
22
verificadas descolorações visíveis a olho nu e com visibilidade nula ou baixa em fotografias. As
alterações foram detectadas no ponto 3, em todas as coletas. No ponto 6 (nascente) por duas
vezes,após o período de precipitações relevantes, em 10/02/2012 (98mm) e 20/06/2012 (142,6mm),
respectivamente. Na figura 14 está o gráfico apresenta as precipitações diárias de outubro de 2011 a
junho de 2012:
Figura 14 – Precipitação diária em Maringá de outubro de 2011 a junho de 2012.
Fonte: Estação Climatológica Principal de Maringá (2012). Elaborado por: Autor, 2012.
Cabe saber, para a análise da precipitação do período em correlação com os ensaios, que as
coletas dos pontos de amostragem foram realizadas em 29 de novembro de 2011, 13 de fevereiro de
2012, 24 de abril de 2012 e 25 e 29 de junho de 2012, e os ensaios consequentemente nos dias que
seguiram. Sendo o ensaio 1, referente a novembro de 2011, ensaio 2, referente a fevereiro de 2012,
ensaio 3, abril e ensaio 4 ,junho de 2012.
Em laboratório foram obtidos os resultados apresentados no quadro 2 a seguir. Os resultados
obtidos em laboratório proporcionaram afirmar que há uma elevada acidez generalizada em períodos
de baixa precipitação (novembro de 2011) com o ponto 2 (5,34) que ficou abaixo do limite
permitido pelo CONAMA (2005) que é de 6 a 9. Assim como os pontos 5 (5,93) e 6 (5,87) na
coleta de junho de 2012. Foi possível verificar uma variação positiva em condutividade nos pontos
mais próximos a jusante da mineração (pontos 2 e 3). A turbidez extrapola o limite do permitido pela
legislação (100UNT), no ponto 1 (foz) dois dias após precipitação registrada de 35mm (21 de abril
de 2012) alcançou o valor de 194UNT. Verifica-se por último uma variação negativa de OD até a
coleta de abril de 2012, sem extrapolar os limites da legislação, mas proporciona interpretar que as
precipitações anteriores reduzem a concentração de OD nas amostras.
23
1 2 3 4 5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930310
20
40
60
80
100
120
140
160Outubro de 2011
Novembro de 2011
Dezembro de 2011
Janeiro de 2012
Fevereiro de 212
Março de 2012
Abril de 2012
Maio de 2012
Junho de 2012
Pre
cip
itaçã
o (
mm
)
Quadro 2 – Ensaios. Em amarelo os resultados acima do permitido pela legislação. Fonte: Laboratório de
Sedimentologia do Grupo de Estudos Multidisciplinares do Ambiente. Elaborado por: Autor, 2012.
CONCLUSÕES
A realização desse projeto iniciou com turbulências e dificuldades relatadas no relatório
semestral, que refletem uma profunda situação de crise enfrentada pelas instituições públicas como
resultado de decisões políticas e de políticas econômicas. O ambiente portanto é mistificado para
permitir que seja apreendido a aparência, na essência dos processos e do espaço encontra-se, ou vem
sendo encontrado, um panorama de crise generalizada.
Uma pesquisa que se inicia pela avaliação de técnica poderia se encerrar falando
objetivamente dela, mas os caminhos metodológicos proporcionados pela execução do projeto, pela
análise (ainda que expedita) da paisagem da bacia hidrográfica do ribeirão Pinguim, não permitem
que as conclusões sejam tão objetivas, aceitando a compreensão espacial da Geografia, desde a
categoria paisagem como totalizante. Esses conceitos, notadamente sistema, território, paisagem,
com o território acrescido pela concepção dialética, são resultados da realização desse projeto,
incrementos ao raciocínio na expectativa de compreender o espaço holístico. Dessas compreensões
de espaço sistêmico e dialético, da distinção temporal dos espaços sobrepostos, do ímpeto ao
rompimento do divórcio didático entre geografia física e geografia humana, outras técnicas, e outros
conceitos são concebidos para pensar a natureza e a natureza antropizada.
Duas técnicas ainda pouco exploradas pelo autor surgem durante a pesquisa: a recuperação
de áreas degradadas a partir de técnica de “engenharia leve” que surge de uma revisão conceitual,
entre as obras de “engenharia pesada”, canalização, para o manejo dos rios degradados a partir de
uma abordagem sistêmica; e, os indicadores biológicos como forma de compreensão da biota para
24
PARÂMETRO PONTO ENSAIO 1 ENSAIO 2 ENSAIO 3 ENSAIO 4TURBIDEZ Até 100 1 71,77 60,79 194 65,93
2 4,35 11,63 25,17 14,073 - 9,01 9,34 17,44 - 12,37 8,06 9,15 6,06 9,6 2,95 4,886 5 1,8 10,22 14,63
CONDUTIVIDADE - 1 193 287 197,3 1842 105 355 419 2623 - 368 435 2614 - 142 153,9 153,95 167,00 7,56 168,75 169,76 139,70 142,10 152,3 185,7
PH 6,0 a 9,0. 1 6,03 7,26 6,78 7,222 5,34 7,87 7,12 7,283 - 7,32 7,03 7,094 - 7,81 7,29 7,535 6,28 7,56 7,13 5,936 6,19 6,33 6,8 5,87
OXIGÊNIO DISSOLVIDO ≥ 5 mg/L O2 1 9,1 8,5 6,1 8,32 9,4 8,9 6 7,83 - 8,9 6,1 8,34 - 9,50 6,4 7,95 10,30 9,60 6,2 8,5
357 CONAMA Classe “2” Resolução 19/92 SUREHMA
entender o todo, é uma tentativa inexplorada de se aproximar ao tempo longo, da natureza, dos
sistemas ambientais.
A sociedade urbano-agro-industrial, entendida como tal após o processo de modernização no
campo, o desenvolvimento industrial e a concentração da maior parte da população nos centros
urbanos, e a concepção de natureza dela decorrente, mistificada quando institucionalizada em
parques, ainda que de baixo valor ao sistema, e negada dentro do ambiente urbano, e no tocante a
água a colonização das relações como recurso hídrico desmantelando culturas da água com uma
relação profunda, distinta das desenvolvidas pelo modelo atual. A cerca desse divórcio explicitado
cabe ainda ressaltar as externalidades, como o valor relegado a humanidade pelo processo produtivo,
que é externalizado pelo processo produtivo, esse conceito abrange desde os efeitos da utilização do
automóvel até a extração do minério de ferro e seus impactos no ambiente.
A ruptura que indica o caminho ao autor está colocada no sentido de compreender as
diferentes percepções de natureza colocadas sobre o território. O horizonte duplo de territorializar a
natureza e de renaturalizar o urbano, superando a dicotomia entre a natureza e o urbano, entre
homem e natureza, considerando que vivemos em um mundo urbano, um sistema em forte
desequilíbrio. O horizonte apontado busca superar o processo onde as “cidades não poderão crescer
(...) sobre o seu entorno natural, sem colocar em risco os recurso naturais essenciais à sua própria
existência” (ACIOLY; DAVIDSON, 1998, p.9, apud ZAPAROLI; NOBREGA, 2006, p.5), a partir
de uma perspectiva de superação estrutural.
A paisagem analisada no entanto apresenta o planejamento hegemônico, urbano, a expansão
do urbano, com graves problemas de escoamento superficial, poluição hídrica e despejo de lixo, e no
rural trata-se da monocultura dominante voltada a produção de commodities com altas taxas de
erosão, despejo de grande quantidade de agrotóxicos. Assim os parâmetro legais devem dar conta de
reduzir a velocidade da “rapina” dos recursos naturais. Aponta-se a necessidade de constante
avaliação da resolução 357 do CONAMA (2005) acompanhando os resultados da aplicação de
agrotóxicos na agricultura e da emissão de resíduos industriais que se transformam.
Os parâmetros, no entanto, como recorte da realidade proporcionam apontar para parte do
entendimento. E aqui, a partir dos parâmetros avaliados, verifica-se que apesar dos resultados
negativos para altas taxas de matéria orgânica em decomposição outros parâmetros apontam para a
degradação do curso d'água, conflitando com a técnica avaliada. Contudo os resultados
proporcionam a afirmação de que o ribeirão Pinguim, não encontra-se eutrofizado, sem no entanto
descartar os resultados que apontam para sua degradação, com atenção especial para o setor que
conflui resíduos industriais na cabeceira do ribeirão e na área a jusante das pedreiras, do depósito de
RSU e da ETE – Sul, tratam-se dos impactos de Maringá, um único território da bacia.
25
Com a apoio da bibliografia apresentada nota-se a existência de verdadeiros problemas
ambientais, a partir da parcela maringaense da bacia do Pinguim e com a visita a um número limitado
de títulos. Constata-se portanto que há a necessidade de seguir mapeando as atividades de forma a
proporcionar a cogestão da bacia hidrográfica do Pinguim entre os municípios que a ocupam,
buscando apoio na Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997) que define a bacia
hidrográfica como unidade destinada a gestão/cogestão dos recursos hídricos e instrumentalizada
pelos comitês de bacia hidrográfica se apresenta urgente a discussão entre os municípios de Maringá,
Sarandi, Marialva e Floresta para a gestão da bacia, seguir minando a possibilidade de utilização dos
recursos naturais não deve estar no horizonte dos territórios.
O ribeirão Pinguim nasce nos territórios de Maringá e Sarandi, têm médio curso em Maringá
e Marialva e a foz em Floresta. A bacia hidrográfica do Pinguim conecta esses territórios, com o
curso d'água principal os dividindo, emprestando seu traçado às fronteiras dessas unidades da
federação. O tamanho da questão natural dos territórios precisa ser tratado do tamanho que é. Para
tanto faz-se mister integrar os territórios, discutindo desde a bacia hidrográfica para garantir a
manejo integrado, dando condições do sistema atingir um novo estado de equilíbrio, socialmente
justo e ambientalmente harmônico, avançando para o entendimento de um tempo mais próximo do
real da natureza e portanto do homem.
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8. COMPROVANTE DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA EM EVENTOS CIENTÍFICOS (Se houve premiação, informar o evento, a classificação e anexar comprovante). Obs.: os Certificados do EAIC serão anexados pela PPG.
9. COMPROVANTE DE PUBLICAÇÃO, COM A PARTICIPAÇÃO DOS BOLSISTAS, EM PERIÓDICOS INDEXADOS E/OU COM CORPO EDITORIAL.
10. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O DESEMPENHO DO BOLSISTA NO PROJETO.
11. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA.
12. AVALIAÇÃO DO ACADÊMICO SOBRE O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA.
O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica proporcionou o início de estudos que refletirão em toda a carreira acadêmica. Em verdade, considerando a dificuldade em contar com o apio da insitituição, não fosse o esforço da orientação, do auxílio técnico prestado e do próprio bolsista, o projeto se inviabilizaria. Felizmente foi possível realiza-lo. No mais, há que se aprofundar experiências de coletivos de pesquisa tirando do isolamento pesquisas como a que se realizou, integrando dados, abordagens e construindo reflexões conjuntas.
ESTE RELATÓRIO DEVERÁ SER ANEXADO, EM PDF, NO SGP ATÉ 31/08/2012.