regionalizaÇÃo do mundo contemporÂneo
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As diversas formas de regionalização do mundo
1. Norte e Sul
É uma forma muito simplista de se regionalizar o mundo, utilizando uma oposição entre países ricos do norte e
pobres do sul. Esta divisão poderia fazer sentido até o início do século XX, quando a ordem política e econômica
do mundo era pautada quase que exclusivamente por relações imperialistas e neocoloniais. De certa forma, esta
divisão entre norte e sul reforça preconceitos e estereótipos, ressaltando a ideia de um norte composto por
povos brancos, avançados, civilizados e desenvolvidos, enquanto que o sul seria o espaço do mundo
subdesenvolvido, de povos inferiores, com reduzido desenvolvimento tecnológico, econômico e social por culpa
de sua própria incapacidade, o que sabemos que não é verdade. Essa divisão alimenta posições de xenofobia e
racismo, que servem apenas para alimentar ressentimentos, violência e políticas voltadas para a exclusão e
marginalização (principalmente de pessoas do “sul” que buscam construir suas vidas no “norte”). Atualmente,
esta divisão não nos permite analisar e estudar a complexa dinâmica política, econômica e social do mundo
contemporâneo. O mapa e as tirinhas abaixo representam esta divisão:
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http://geocolegiao.wordpress.com/2011/03/10/a-divisao-do-mundo-em-norte-e-sul/
http://geoibituruna.blogspot.com/2012_01_01_archive.html
2. Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo
Esta divisão vigorou basicamente entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o fim do Socialismo Real (com a
queda do Muro de Berlim em 1989 e o fim da União Soviética em 1991).
Primeiro Mundo: países capitalistas ricos e industrializados.
Segundo Mundo: países socialistas
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Terceiro Mundo: países pobres subdesenvolvidos (industrializados ou não)
Esta divisão não possui mais validade ou relevância em função do fim do Segundo Mundo após o colapso do
Socialismo Real.
3. Países subdesenvolvidos, em desenvolvimento e desenvolvidos
Divisão mais famosa e conhecida por ser amplamente divulgada pelos meios de comunicação e fartamente
utilizada nas pesquisas científicas e acadêmicas. Esta forma de regionalização parte de um pressuposto: existe um
modelo ideal de sociedade que deve ser alcançado por todos os países do mundo. Assim, os países são divididos
em grupos de acordo com a proximidade deste modelo ideal que deve ser alcançado. E qual é o modelo ideal?
São as sociedades capitalistas industrializadas, que apresentam elevado grau de desenvolvimento tecnológico,
econômico e social. No entanto, não se leva em consideração que o desenvolvimento do capitalismo produz
desigualdades políticas, econômicas e sociais, portanto, é basicamente impossível que todos os paises do mundo
alcancem este nível de desenvolvimento. Será possível, que todos os países do mundo alcancem os mesmos
patamares de desenvolvimento de nações como os EUA e a França, por exemplo, se os recursos naturais não são
suficientes para permitir esse padrão de consumo a todos os seis bilhões de habitantes do planeta?
Em todo o caso, essa divisão regionaliza o mundo da seguinte forma:
Países desenvolvidos: são aqueles capitalistas industrializados com elevado grau de desenvolvimento tecnológico
e econômico e que apresentam desigualdades econômicas menores do que os demais países do mundo. Dentro
desse conjunto, cada país apresenta um determinado grau de desigualdade. A Noruega, por exemplo, apresenta
desigualdades socioeconômicas menores do que os EUA.
Países em desenvolvimento: são países industrializados, que conseguiram realizar reformas políticas e
econômicas e, com isso, elevaram seu desenvolvimento tecnológico e econômico. No entanto, são países que
ainda apresentam grandes desigualdades socioeconômicas e uma quantidade significativa de espaços (urbanos e
rurais) caracterizados por pobreza e miséria.
Países subdesenvolvidos: possuem, geralmente, base econômica agrícola, são exportadores de produtos
primários, possuem baixo desenvolvimento econômico e tecnológico. São caracterizados pela existência de
grandes desigualdades socioeconômicas, pobreza e miséria.
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4. Países periféricos, semiperiféricos e centrais
Esta regionalização é a mais adequada para o estudo do mundo contemporâneo e da dinâmica da globalização,
pois leva em consideração aspectos socioeconômicos e políticos, tentando explicitar a capacidade de ação
política e econômica de cada país na dinâmica da globalização.
Países periféricos: São aqueles que possuem elevadas desigualdades socioeconômicas, reduzido desenvolvimento
tecnológico e econômico e, por isso, possuem pouca relevância para as principais questões políticas do mundo
contemporâneo. São países subordinados aos interesses e ações de outros países e organizações, tem pouca
capacidade de mobilização e de influenciar os processos políticos e econômicos mais relevantes. Nesse sentido,
estão na periferia política e econômica da globalização.
Países semiperiféricos: São países que já possuem um significativo desenvolvimento econômico, principalmente
urbano-industrial e tecnológico. Apresentam desigualdades socioeconômicas. No entanto, ao contrário dos
países semiperiféricos, são países que possuem certa importância política e econômica no mundo,
principalmente em escala regional. Em outras palavras, são países que, apesar de estarem subordinados aos
países centrais, possuem capacidade de influenciar certos processos e decisões. Neste conjunto, temos tanto
países considerados desenvolvidos (Espanha e Portugal, por exemplo), como países considerados em
desenvolvimento (índia, Brasil e África do Sul).
Países centrais: São os países com maior capacidade de influenciar e comandar os processos políticos e
econômicos do mundo globalizado. São caracterizados por elevado desenvolvimento econômico e tecnológico,
elevado poder militar. Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Inglaterra, Rússia e China são alguns exemplos.