quero saber nº 56

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TM CIÊNCIA AMBIENTE TECNOLOGIA TRANSPORTES HISTÓRIA ESPAÇO ENTREVISTA CARRO 3 D O primeiro automóvel impresso a três dimensões! MÁRIO CORDEIRO “O CÉREBRO DO BEBÉ E DA CRIANÇA COMPORTA TUDO O QUE SE PUDER PÔR.” A REVISTA QUE DESPERTA A SUA MENTE Descubra como vive e se reproduz o Nemo da vida real PEIXE-PALHAÇO EM BUSCA DE UMA NOVA TERRA Conheça os fenómenos atmosféricos mais bizarros! TEMPO ESTRANHO A tecnologia inteligente que monitoriza o seu exercício FITNESS HIGH-TECH ALIMENTOS CORPO E O PELO QUE COMEMOS? PELO QUE COMEMOS? COMO SOMOS AFETADOS COMO SOMOS AFETADOS OS

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TM

CIÊNCIA AMBIENTE TECNOLOGIA TRANSPORTES HISTÓRIA ESPAÇO

ENTREVISTA

CARRO 3DO primeiro

automóvel impresso a três dimensões!

MÁRIO CORDEIRO“O CÉREBRO DO BEBÉ

E DA CRIANÇA COMPORTA TUDO O QUE SE PUDER PÔR.”

A REVISTA QUE DESPERTA A SUA MENTE

Descubra como vive e se reproduz o Nemo da vida real

PEIXE-PALHAÇO

EM BUSCA DEUMA NOVA TERRA

Conheça os fenómenos atmosféricos mais bizarros!

TEMPO ESTRANHO

A tecnologia inteligente que monitoriza o seu exercício

FITNESS HIGH-TECH

ALIMENTOS CORPO

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PELO QUE COMEMOS?PELO QUE COMEMOS?COMO SOMOS AFETADOSCOMO SOMOS AFETADOS

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Quero Saber | 003

Os seres vivos não existem sem alimento. E o homem não é exceção. Contudo, para o ser humano, comer é muito mais do que

a mera satisfação de uma necessidade básica. É também um ato de prazer, um momento de socialização e partilha… e, para muitos, uma fonte de preocupação.

Para um número cada vez maior de pessoas, os cuidados com o corpo e a alimentação estão a aumentar. Seja devido ao crescimento de doenças como a obesidade, as alergias ou as perturbações do comportamento alimentar, seja pela obsessão com a magreza nas sociedades ocidentais, seja ainda pela consciencialização progressiva da importância dos estilos de vida saudáveis e até mais “amigos” do ambiente.

Mas de que forma é o nosso corpo afetado por aquilo que ingerimos? Faz ideia do que acontece exatamente àquele hambúrguer ou piza deliciosos desde que os coloca na boca até se transformarem em combustível para o metabolismo celular essencial à vida? Venha daí connosco numa viagem exploratória de nove metros e mais de dois dias através do sistema digestivo humano – e não só.

Ficará a compreender porque são essenciais nutrientes como o ferro ou a vitamina D, como é que a língua deteta os diferentes sabores, de que modo uma refeição se relaciona com o cérebro, o que são os “desejos” e a adição alimentar... e o que têm ainal de tão especial o chocolate ou o bacon.

As secções explicadas

Composto por especialistas altamente qualiicados nas suas respetivas áreas de conhecimento, ajuda-nos a produzir uma edição melhor para os nossos leitores.

Conselho Científico

“DESPERTE A SUA MENTE!”

Contacte-nosQual é a sua opinião sobre a Quero Saber?

Partilhe-a connosco através de...E-mail: [email protected]

Correio: Quero SaberAv. Infante D. Henrique n.º 306, Lote 6, R/C

1950-421 Lisboa

Rita Hasse FerreiraDiretora

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A enorme quantidadede informação que encontra

em cada edição daQuero Saber

está organizadanestas seis secções.

As secções explicadas

Antero Abrunhosa Química

Investigador no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da Universidade de Coimbra, é doutorado em Ciências Biomédicas e dedica-se atualmente à Radioquímica, Imagiologia Molecular e Tomograia por Emissão de Positrões.

José Eduardo Barroso Ciências da Terra

Licenciado em Engenharia do Ambiente, desempenhou vários cargos públicos de relevo. Fundou e administra a empresa E.Value, onde coordena as áreas de energia, mercado regulado do carbono e avaliação de políticas públicas.

Fernando Ribeiro Eletrónica e Sistemas Digitais

“Pai” da primeira equipa de futebol robótico portuguesa a entrar numa competição, é professor associado na Universidade do Minho em Guimarães, onde fundou, em 1997, o Laboratório de Robótica. É doutorado em Tecnologia Avançada de Produção.

Ricardo Jardim Gonçalves Eletrónica e Sistemas Digitais

Docente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, é licenciado em engenharia informática e doutorado em sistemas de informação industriais, tendo desenvolvido projetos cientíicos e industriais na área de sistemas de informação.

Luís Urbano Afonso História

Historiador e docente na Universidade de Lisboa, desde 1997, leciona temas de Arte Medieval, Iconograia/Iconologia, Estudos de Pintura e Mercados da Arte. É autor de cinco livros sobre arte medieval e do Renascimento.

Carla SilvaTransportes

Investigadora auxiliar no IDMEC (IST) e doutorada em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico, os seus interesses incluem, entre muitos outros, a modelação das novas tecnologias de propulsão e a análise de ciclo de vida dos combustíveis.

Rui Jorge Agostinho Espaço

O diretor do Observatório Astronómico de Lisboa é doutorado em Física/Astrofísica, professor auxiliar no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (UL), e investigador e fundador do Centro de Astronomia e Astrofísica da UL.

Edgar Almeida Saúde

Doutorado em Medicina, diretor do Serviço de Nefrologia do Hospital Beatriz Ângelo (Loures) e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, interessa-se, em particular, pelo estudo dos rins poliquísticos, das nefropatias hereditárias e da doença renal crónica.

António Miguel Morgado Física

Doutorado em Física (especialidade Física Tecnológica), dá aulas de Instrumentação Médica e Optoeletrónica e é investigador no Instituto Biomédico de Investigaçãoda Luz e Imagem da Faculdade de Medicinada Universidade de Coimbra.

Sara Barrento Biologia

Licenciada em Biologia Marinha e Pescas pela Universidade do Algarve, o seu interesse pela comunicação levou-a a apostar em formação especíica no Cenjor – Centro Protocolar de Formação Proissional  para Jornalistas.

BEM-VINDEDIÇÃO 56

A revista que desperta a sua mente!

AMBIENTEO mundo natural revelado.

CIÊNCIAAs aplicações da ciência no mundo contemporâneo.

TRANSPORTESSe anda em terra, no ar ou no mar, encontra-o aqui.

ESPAÇODa exploração, ao sistema solar, ao espaço profundo.

TECNOLOGIAAs maravilhas da engenharia

e dos gadgets modernos.

HISTÓRIARespostas a questões

sobre o passado.

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

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SUMÁRIA revista que desperta a sua mente!

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Secções

Olhar Global06Parta à descoberta da atualidade com uma seleção de imagens e notícias espantosas dos reinos da tecnologia, ciência, ambiente, espaço e transportes.

À procura de planetas habitáveis n Saiba como são descobertos estes mundos extrassolares

e explore cinco dos exoplanetas mais incríveis que já encontrámos.38

Transportes14 Veículos de emergência

Carros da polícia, de bombeiros e ambulâncias: revelamos-lhe a tecnologia mais recente no interior das viaturas de última geração que ajudam a perseguir infratores, extinguir incêndios e salvar vidas.

20 Como é produzido o estampido sónico?20 Áudio automóvel de ponta

23 Carro impresso em 3D O Strati, o novo carro elétrico da Local Motors, pode não tardar a ser impresso perto de si em apenas 24 horas...

Ambiente24 Meteorologia bizarra

Pedras de granizo gigantes, tempestades de poeira, raios vulcânicos... Descubra a ciência dos fenómenos atmosféricos mais espetaculares, perigosos e estranhos!

34 O peixe-palhaço / Como trepam os gecos?

35 As zonas mortas oceânicas Como se formam estas áridas extensões de mar (quase) sem vida?

35 O que existe no interior de uma semente?37 Como se aquecem as lontras-marinhas?

Espaço38 Em busca de uma nova Terra

Conheça cinco dos exoplanetas mais fascinantes jamais encontrados e saiba como são detetados estes mundos extrassolares.

42 Ondas de luz no Universo43 O guia da Google para o céu noturno44 As cores dos planetas

46 15 factos sobre eclipses Tudo o que sempre quis saber sobre um dos espetáculos mais incríveis da natureza, resultado da órbita da Lua em torno da Terra.

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Os alimentos e o nosso corpo n Descubra como somos afetados pelo que comemos, do papel do cérebro

na alimentação à obtenção dos nutrientes essenciais... e muito, muito mais!

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Tempo estranho... n Investigue os fenómenos atmosféricos

mais bizarros do nosso planeta.24

Ciência50 A comida e o corpo

Porque temos alimentos preferidos? Qual o papel do cérebro na alimentação? Como é que o corpo humano obtém aquilo de que necessita dos alimentos? Como funciona o paladar? Embarque connosco numa viagem através dos nove metros do seu sistema digestivo... e muito mais.

58 Corrente alternada vs. corrente contínua58 Em que consiste o fumo?59 A ciência do amor60 A beleza do álcool cristalizado61 A física do críquete

Tecnologia62 Fitness high-tech

Uma montra de tecnologia que monitoriza os seus movimentos e dados vitais, para ajudá-lo a manter-se saudável e a melhorar o seu desempenho.

69 Tampas de esgoto explosivas69 Máquina de vapor comestível71 Como funciona a cafeteira italiana?

73 A WobbleWorks 3Doodler Analise a nova versão 2.0 da caneta que lhe permite desenhar a três dimensões em pleno ar.

História74 Cercos romanos

Como é que Roma venceu as mais fortes muralhas para criar um império?

76 Esconderijos de padres76 Teça o seu próprio cesto

77 Abu Simbel A incrível história por detrás do tributo de um faraó a si mesmo.

79 O fabrico de espelhos / O som no cinema80 O tanque Whippet82 A Catedral Nacional de Washington

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WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

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Fitness high-tech n A tecnologia inteligente que monitoriza

o seu exercício e vigia a sua saúde.

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Carro em 3D n Vem aí o primeiro automóvel impresso

a três dimensões!

O peixe-palhaço n Como nasce, cresce e se

reproduz o Nemo da vida real?

Catedral de Washington n Porque é tão importante a

segunda maior igreja dos EUA?

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90 As análises mais recentesGadgets, livros, brinquedos e aplicações explicados.

09 Mário CordeiroO reputado pediatra fala-nos sobre a importância da estimulação do cérebro no desenvolvimento infantil e de muitos outros temas na ordem do dia.

94 Como...Exercitar-se sem sair de casa e explorar as ondas de som com um copo de água e uma palhinha.

84 Perguntascom respostaOs especialistas da Quero Saber esclarecem várias dúvidas e curiosidades.

REGULARES

ENTREVISTAOLHAR GLOBAL

ANÁLISESEquipamento e gadgets a ter em atenção

MENTE ABERTAPara quem quer saber ainda mais…

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OLHAR GL BALDescubra o incrível mundo em que vivemos

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT006 | Quero Saber

LHC volta a funcionarParado há dois anos, o maior acelerador de partículas prepara-se para atingir o dobro da potência – a caminho de novas descobertas sobre o Universo que habitamos.

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Feixes de protões voltaram a circular no Large Hadron Collider (LHC), o acelerador de partículas maior e mais potente do mundo.

Foi a 5 de abril, domingo de Páscoa, ao im de mais de dois anos de paragem total para intensas operações de manutenção, reparação, adaptação e atualização.

“Desligado” desde fevereiro de 2013, o LHC voltou agora a funcionar – após um adiamento inicial no inal de março devido a um curto-circuito. Os dois primeiros feixes circularam com uma energia de 450 GeV, “mas o passo mais importante ainda está para vir, quando aumentarmos a energia dos feixes para novos níveis recorde”, como lembrou um diretor do CERN, organização europeia responsável pelo acelerador e da qual Portugal é membro.

O objetivo é chegar rapidamente aos 13 TeV (6,5 TeV por feixe), o que será feito de forma incremental e deverá ser conseguido antes do verão. É uma potência sem precedentes para o anel gigante com 27 km de circunferência, situado na fronteira entre a Suíça e a França – quase o dobro da energia do período anterior de funcionamento. Graças à paragem técnica iniciada em 2013, que foi classiicada como “uma tarefa hercúlea” pelos responsáveis do CERN, o LHC e os seus detetores estão agora prontos para uma nova fase de descobertas alucinantes sobre o Universo que habitamos.

Quero Saber | 007WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Já sabemos que as aves migram numa formação em V para tirarem partido da sustentação extra

produzida pelas asas da ave da frente, ajudando-as a preservar alguma energia nas suas longas viagens. No entanto, ixando dispositivos de localização por GPS a um bando de íbis-eremitas, cientistas conseguiram agora determinar com exatidão como é que as aves decidem qual delas assume a dianteira. Descobriu-se que trabalham em pares, trocando regularmente de lugar com a ave da frente, para que cada uma passe tanto tempo a seguir quanto a liderar.

Mistério resolvido!Como as aves migratórias se coordenam em pleno ar.

Migrações de avesA mais longa Andorinha-do-mar-árticaPercorrendo uma média de 70.000 km por ano entre polos, esta andorinha tem a migração mais longa de todas as aves.

Mais curta Galo-silvestre-azulEsta espécie da América do Norte vive em pinhais de montanha no inverno e percorre apenas 300 m para matas decíduas na primavera. 

Longa FuseloEsta ave pernalta detém o recorde do mais longo voo ininterrupto, com 11.500 km, chegando do Alasca à Nova Zelândia em nove dias.

Mais longa Chasco-cinzentoEmbora pese apenas o mesmo que duas colheres de sal, esta pequena ave percorre cerca de 29.000 km todos os anos.

As aves migratórias são justas, alterando a formação para partilharem o fardo da liderança.

OLHAR GL BAL

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT008 | Quero Saber

Quero Saber | 009

ENTREVISTAOLHAR GL BAL

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Como decidiu ser médico e porquê pediatra?Sempre fui muito inluenciado pela medicina e pela pediatria, dado que o meu pai era professor de pediatria e vivi numa família grande. Sendo o mais novo, comecei a ter sobrinhos aos dez anos de idade e ainda tive um contacto grande com crianças porque as minhas irmãs mais velhas tinham um infantário em casa dos meus pais  – era uma casa grande que permitia isso. 

Durante muito tempo hesitei em ir para Medicina porque ver sangue ou ouvir contar histórias de ferimentos e acidentes me faziam icar nauseado e quase desmaiar. Ao chegar ao atual 10º ano inscrevi-me em Direito mas, por sorte do destino, perdi por segundos o autocarro de volta a casa – depois de breves momentos, resolvi voltar à secretaria do Liceu Pedro Nunes e rasguei a inscrição e preenchi a de Ciências, que dava acesso a Medicina. Desde logo, e mesmo percorrendo seis anos de curso, a minha orientação foi quase sempre para a parte médica (nunca gostei de cirurgia) e, dentro dela, para a pediatria. Ainda  bem que não apanhei o autocarro!

Para além de eminente pediatra, é pai e avô. Qual o segredo para educar uma criança para crescer feliz e saudável/equilibrada?Não há segredos, estilo “livro de instruções” ou “poção mágica do Astérix”. Creio que, em primeiro lugar, uma criança deve sentir-se amada 

e querida, desejada e não um empecilho na vida dos pais. Depois, acho que é importante deinir horizontes e metas, com algum sonho mas não megalómanos ou omnipotentes. A frugalidade é um dever ético: ter-se, mas apenas aquilo que se precisa e não apenas o “ter por ter”, o que dá espaço para se cultivarem valores imateriais. 

Depois, desde cedo há que educar no sentido de securizar e estimular o percurso de autonomia que a criança começa logo que nasce, e apoiar esse percurso mas dando a entender à criança que é ela o verdadeiro protagonista do “ilme da sua vida”. 

Finalmente, o processo de ensino/aprendizagem comporta a existência de limites, regras, visão sistémica do mundo e de que não somos, nem os únicos nele, nem melhores do que os outros habitantes e, também, combater a ansiedade e a angústia existencial, designadamente através da cultura, arte, saber, solidariedade, ética e sentido da cidadania. 

Foi uma criança feliz?Creio que sim, embora pense que a felicidade está associada à liberdade e se tenha muito 

Apaixonado voraz pelo conhecimento, o conceituado pediatra que não foi para Direito graças a um autocarro diz que não há poções mágicas para crianças ou famílias felizes, mas deixa várias ideias – e dá o exemplo. Por Rita Hasse Ferreira

MárioCordeiro

“ Há que educar no sentido de estimular o percurso de autonomia (...) dando a entender à criança que é ela o protagonista do ‘ilme da sua vida’.”

010 | Quero Saber WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

mais liberdade na idade adulta do que na infância, que é um lugar de muitos medos, dúvidas e perplexidades. 

Claro que tive alguns momentos de menor felicidade ou até de tristeza, mas isso acabou por ser positivo. Curiosamente, apesar de ter muitos irmãos, cultivei muito a solidão por ser muito tímido, e aprendi a bastar-me muito a mim próprio, quer nas brincadeiras (há que referir que, de sete irmãos, só um era rapaz e precisamente o mais velho, que casou cedo e saiu de casa ainda eu andava na primária), quer na forma de resolver os meus problemas “existenciais” e de dar resposta ao “querer saber” – é por isso que cultivei múltiplas facetas de mim próprio e uma enorme vontade, quase ansiedade, de conhecimento. 

Sou médico, mas gosto de estudar psicologia, antropologia, sociologia, gosto de debater política, de saber dados cientíicos para lá dos factos médicos, de ler avidamente, de ouvir música compulsivamente e de escrever e fotografar, ou seja, registar pensamentos, emoções, ideias, sentimentos. Mais do que os livros que publico para pais e educadores, o gozo da escrita está nos romances, teatro ou poesia que escrevo, embora ainda não tenha o tempo necessário para o fazer. Gostaria de viver mil vidas e o “fazer”, contrapondo com o “estar”, é a minha forma de lidar com a enorme angústia existencial que tenho e com o inconformismo de pensar que a minha vida, na melhor das hipóteses, é um quinto da de um saco de plástico ou da de uma lata de atum. 

Uma das coisas que me preocupa, hoje, é o caráter efémero das coisas, a volatilidade dos sentires e a supericialidade dos assuntos. O virtual impõe-se aos “olhos nos olhos”, a fantasia “doce” da icção à realidade, que por vezes é amarga e melancólica, e o audiovisual substitui o olfato e o tato, sentidos major do animal humano. Preocupa-me também que o overload de informação esteja a matar o conhecimento e a sabedoria. As pessoas dirão, provavelmente, mais: “quero ser informado” do que, verdadeiramente, “quero saber”…

É mais fácil ou difícil criar uma família hoje?Há tantas formas de família… quanto famílias. Creio que não podemos comparar o incomparável em termos de facilidade ou diiculdade. Se, por um lado, não devemos fazer tábua rasa de todas as diiculdades que os nossos pais passaram, desde a II Grande Guerra à Guerra Colonial e a um regime ditatorial sem liberdades fundamentais e de costumes arcaicos, quase medievais, por outro lado, os pais de hoje são “espremidos” para serem perfeitos, seja como pais, seja no resto do seu puzzle enquanto cidadãos, proissionais, familiares, amigos…  

De qualquer forma, se não é uma “passadeira vermelha”, o criar e educar uma criança, também há que dizer, mesmo que seja politicamente incorreto, que muitos pais complicam em demasia o “ter ilhos”, desde a aquisição de bens e produtos inúteis e redundantes, a usar os ilhos como “sinais exteriores de riqueza” – é a tal falha de frugalidade. Em minha opinião, há pais que fazem de tudo uma complicação e, ainda por cima, estimulados por amigos, familiares e até proissionais que dizem enormidades cientíicas que diicultam o quotidiano (como, por exemplo, um bebé não poder sair à rua ou não poder beber água da torneira) ou atiram para cima dos pais uma enorme culpabilização. 

Ser simples, gozar os momentos, pensar que os dias correm e que a criança cresce, pelo que há que ter um espírito de contemplação e de gozo, viver os momentos bons com prazer e não se estar sempre a vitimizar com o que é inevitável e secundário (acordar à noite, mudar fraldas…), serão princípios que podem dar aos pais uma vivência parental mais tranquila e saborosa.

Que importância tem a estimulação do cérebro para o desenvolvimento do bebé/criança?O que todos os dias descubro sobre o cérebro fascina-me. As neurociências são, aliás,  uma área a que muito me gostaria de dedicar – não podendo fazer tudo, dediquei-me particularmente ao estudo da psicologia e da psicanálise, como autodidata e pelo gosto de estudar e de compreender melhor os comportamentos humanos. 

O que o nosso cérebro faz é fascinante. Nada é por acaso, no que fazemos, dizemos, na maneira como “funcionamos” e como nos relacionamos, no que sentimos. O cérebro do bebé e da criança comporta tudo o que se puder pôr. É por isso que defendo que se fale e 

converse com o bebé, se contem coisas, se expliquem fenómenos. Tudo ica gravado e um dia permitirá maior facilidade quando a pessoa precisar dessa informação. Sem causar excesso de estimulação (o bebé revela quando já atingiu o limite, desde que estejamos atentos aos seus sinais) há que “encher” aquele hardware com todo o software e icheiros que queiramos. A ideia de que os bebés são apenas seres que “comem e dormem” já passou à história. 

É por isso que ler é tão importante, e é por isso que a vossa revista, por dar factos, histórias, explicar fenómenos, abranger áreas tão diversas e tão curiosas, é um repositório fantástico para as crianças. Ler é fundamental. E temos de levar esse combate até ao im. A criatividade é outra área que tem de ser incentivada e, para dar dois exemplos, comprar jogos já todos “feitinhos”, ou valorizar o Português e a Matemática desvalorizando as artes e a cultura, é “dar um tiro no pé”!

E que relevância tem o saber/conhecimento no crescimento infantil?O excesso de informação que existe, em que tudo está à distância de um clique, não pode ser confundido com conhecimento, que é a informação triada e escolhida, nem muito menos com saber ou sabedoria, que é o conhecimento temperado com a experiência e com as vivências. 

Creio que, hoje, falta sabedoria, que demora mais tempo a apreender, que pressupõe uma análise mais prolongada, que exige uma crítica e uma relexão muito mais profundas, e há excesso 

de epifenómenos e de “fogachos” informativos, efémeros, que duram apenas o tempo de serem ouvidos ou lidos, e que não desencadeiam nenhum mecanismo de relexão e de aperfeiçoamento do ser humano, com recurso ao pensar – reletir e pensar, raciocinar, são os passos essenciais para o estabelecimento de mais e mais ligações neuronais, para a construção de um cérebro mais eiciente, completo e rico.

Porque é que as crianças aprendem mais depressa que os adultos?Acho que as crianças aprendem de forma diferente dos adultos porque o seu cérebro funciona de maneira diferente, mais imediatista, mais dirigido ao fenómeno do momento mas, por exemplo, com menos visão sistémica, de longo prazo, das várias 

“ O cérebro do bebé e da criança comporta tudo o que se puder pôr. É por isso que defendo que se fale e converse com o bebé.”

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consequências e impactes que as coisas podem ter, com menos ligação interneuronal. 

Os bebés têm muito mais neurónios dos que os adultos, ou até mesmo do que as crianças mais velhas, mas não são tão operacionais e tão eicientes – são mais imaturos e descoordenados. Há fases para tudo, embora o processo de ensino/aprendizagem decorra durante toda a vida. Comparar crianças e adultos será comparar o incomparável mas, crianças e adultos, podem andar alinhados em muita coisa: dou o exemplo da vossa revista – leio-a eu e leem os meus ilhos com a mesma voracidade!

A utilização de tecnologia, como computadores e smartphones, é benéica para a criança? De que forma?A tecnologia surgiu desde que um animal – neste caso nós, há muitas centenas de milhares de anos – conseguiu ter a oponência do polegar e fazer a pinça entre o polegar e o indicador. A partir daí foram-se inventando coisas com dois objetivos: fazer as coisas com menos esforço físico e até mental, e poupar tempo. 

É excelente, para um ser que é eminentemente preguiçoso, não no sentido pejorativo da palavra, mas dos ritmos que lhe são inerentes, em termos de velocidade, perceção ocular e auditiva, capacidade de compreensão relacional, etc.. Todavia, se icarmos adictos a essas tecnologias, órfãos delas quando não as temos num dado momento, stresse se a Internet foi abaixo, disrupção se não soubermos já uma coisa que podemos saber amanhã, se usarmos esse tempo ganho para fazer mais do mesmo, então esse uso ter-se-á tornado excessivo e prejudicial. 

Acho lamentável o espetáculo que se vê nas redes sociais, de pessoas a colocarem frivolidades e coisas absolutamente sem interesse nenhum em termos de partilha social (e as redes são sociais), para intuitos narcísicos, para acenar uma bandeirinha de “estou aqui!”, e para ter muitos likes e partilhas. Aliás, é terrível pensar que algumas pessoas são já, elas próprias, páginas de Facebook ambulantes… vão a concertos, ao futebol, aqui e ali, viajam, mas só fruem os momentos e só têm gozo quando colocam fotograias e relatos nas redes sociais e só sabem se gostaram ou não conforme o número de likes. É tão patético como assustador. 

Eu, pessoalmente, nunca vi nada da minha vida que achasse interessante partilhar com sete mil milhões de seres humanos para sempre. E, francamente, preiro uma boa cavaqueira com tempo, em jeito de “conversa mole” com amigos do que “falar” com friends que nem conheço, apenas porque são friends de friends de alguém que eu remotamente conheço… agora, isto não é 

ser adepto do regresso às cavernas ou achar que a tecnologia é um inimigo a abater. Todavia, creio que o fenómeno Internet é tão amplo e explodiu de forma tão rápida e universal que ainda não o entendemos suicientemente, mas seria ingenuidade pensar que uma coisa fabulosa como esta, que nos permite saltar do British Museum para o Diário de Notícias e deste para o El Pais com uma paragem para ver aviões ou saber o tempo que faz no Dubai, com uma olhadela às pinturas de Picasso e um ilme sobre tsunamis, não tivesse efeitos colaterais indesejáveis.

Quais são para si as outras grandes questões que afetam, hoje, as crianças e jovens?As crianças e os jovens são mais saudáveis em termos físicos do que em gerações anteriores. Todavia, há que rever urgentemente o Sistema 

Educativo, reformular as escolas de alto abaixo (quase implodir o sistema e construir de novo), não sujeitar as crianças a ritmos frenéticos, descabelados, que vão contra o ser que são  e a natureza humana, dar oportunidades de exercitação física, de contacto seguro com objetos, de desenvolvimento da criatividade, dos talentos, da genialidade humana, aumentar a autoestima sem criar narcísicos, educar e pôr limites sem humilhar e, principalmente, simpliicar a vida, cultivar valores “não cotados na Bolsa”, como a amizade, o amor, o afeto, o respeito, a democracia, a liberdade, o gozo do tempo, o saborear dos momentos, a companhia, o estar só, apreciar a Natureza e o belo que ela nos dá, gratuitamente. Para quê ver uma fotograia do pôr do sol no ecrã do computador se, espreitando pela janela, tenho um pôr do sol igualmente bonito, mas “ao vivo”? 

Creio que, para lá dos riscos e de certos comportamentos que sempre houve, em maior 

ou menor grau em todas as gerações, um dos riscos para as atuais crianças e jovens é o esquartejamento geracional que faz com que as pessoas vivam divididas em setores laborais, sociais e relacionais distintos, em que a mansidão endorfínica do lar foi substituída por fenómenos intrusivos ou promotores da solidão como a televisão e os computadores e similares, a diiculdade de comunicação entre as pessoas, ironicamente num mundo onde se pode comunicar em todo o lado, e a falta de um ideário político, de uma agenda governamental e de uma total falta de sensibilidade para o que deveriam ser as políticas globais para a infância e para a família, e que passam pelo reordenamento urbano, escolar, laboral, etc.. 

Eu, felizmente, tenho a sorte – ou optei  por isso sacriicando bens materiais que não 

me interessam –, de viver e trabalhar, e ter os meus ilhos na escola, tudo no mesmo bairro. Isso permite-nos andar a pé, manter o carro estacionado dias e dias sem lhe tocar, falar todas as manhãs com a Dona Arlete dos jornais, cumprimentar o Sr. Carlos que engraxa os sapatos na pastelaria, perguntar ao Sr. Eduardo das castanhas e dos gelados como é que se sente, falar um pouco com o arrumador de carros romeno e saber como veio para Portugal ou com o imigrante russo que, todos os dias está sentado num banco do jardim da praça, e poder passear o meu cão, a várias horas do dia, neste pequeno ecossistema, tão rico, tão cheio, tão belo, com tanta plenitude e com tamanha dimensão humana. 

Muita gente tem poucas escolhas, é verdade, mas muitas pessoas nem param para pensar e escolher… porque há sempre alguns graus de liberdade para melhorarmos a nossa vida.  Não se pode é ter tudo… 

ENTREVISTAOLHAR GL BAL

“É terrível pensar que algumas pessoas são já, elas próprias, páginas de Facebook ambulantes… vão a concertos, viajam, mas só fruem os momentos quando colocam fotografias e relatos nas redes sociais.”

Conquistas vikings eram familiaresA ideia comum de que os Vikings eram invasores e saqueadores violentos que aterrorizavam terras alheias foi contestada. Um novo estudo de antigo ADN viking sugere que os homens levavam as suas esposas consigo ao colonizarem novos territórios, em vez de depois de instalados. O estudo revela que as mulheres eram uma parte mais significativa do processo de colonização do que se julgava, ajudando no cultivo, na povoação e no comércio.

O espaço-tempo é uma espiral Investigações recentes sugerem que a proporção áurea, uma relação matemática entre dois aspetos de um objeto, pode ser encontrada nas propriedades do espaço-tempo. Crê-se que o rácio de 1,618:1 afete todo o Universo, ditando a forma dos objetos. Isto poderá explicar porque é encontrado em conchas, furacões e até galáxias.

Rosetta inspira nova tecnologia submarinaUm instrumento similar ao que a Agência Espacial Europeia fez aterrar recentemente num cometa poderá ajudar a salvar vidas em futuros submarinos. O dispositivo analisador monitoriza continuamente o ambiente a bordo e consegue identificar dúzias de gases diferentes em menos de um minuto – o que permite à tripulação reagir depressa a eventuais acumulações de gases, podendo salvar vidas.

Afinal, pandas não são tão picuinhasOs pandas não são assim tão esquisitos em relação ao seu habitat, segundo novas pesquisas. Inicialmente, cria-se que as criaturas ameaçadas só viviam em velhas florestas com um suave declive, mas novas observações revelaram que estão dispostos a subir e viver em florestas recultivadas, desde que haja bambu.

Diamantes de manteiga de amendoimGeofísicos que tentavam simular as condições do interior da Terra descobriram uma nova forma de criar diamantes. Na natureza, crê-se que o dióxido de carbono seja extraído do oceano para rochas, que são arrastadas para o fundo da Terra. No manto, o ferro despoja-o do seu oxigénio, deixando apenas o carbono, que se transforma em diamante sob o forte calor e a intensa pressão. Recriando este processo, os cientistas conseguiram formar diamantes a partir de manteiga de amendoim, que contém carbono.

OLHAR GL BAL

10 REALIDADES EXTRAORDINÁRIAS QUE DESCOBRIMOS NESTE MÊS…

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Hologramas à Guerra das Estrelas a caminho?A empresa Bleen, de São Francisco (EUA), desenvolveu um dispositivo que projeta imagens holográficas tridimensionais que não requerem óculos especiais. A solução pretende criar uma experiência de TV e jogos mais imersiva, bem como ajudar no design e até no exercício físico. A empresa lançou uma campanha de crowdfunding para o desenvolvimento final, mas espera disponibilizar a tecnologia até outubro de 2015.

Mancha de Júpiter é queimadura solarApós a análise de novos dados, peritos da NASA creem agora que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter deve a sua cor à decomposição de compostos químicos simples pela luz solar na atmosfera superior do planeta. A ideia contradiz a teoria vigente de que

as substâncias avermelhadas têm origem sob as nuvens de Júpiter.

“Mapa da língua” está erradoUm novo estudo revelou que o cérebro possui neurónios especializados para detetar cada um dos cinco sabores. As oito mil papilas gustativas na língua sentem todos os sabores, mas enviam uma mensagem ao cérebro para determinar qual é qual.

Pombos têm um giroscópio integradoO método de orientação dos pombos sempre foi um mistério, mas especialistas creem agora que usam uma área cerebral tipo giroscópio. Comparando a memória da indicação do seu “giroscópio residencial” com a leitura do “giroscópio local”, os pombos conseguem rumar em direção a casa – embora perturbações no campo gravitacional os enviem na direção errada.

Robô de diversão testa segurança automóvelUma visita à Legolândia com as suas filhas inspirou o perito de segurança da Volvo Anders Axelson a conceber um novo método de teste de assentos e cintos de segurança. Notando que a forma como as pessoas eram projetadas pelo divertimento Robocoaster se assemelhava aos movimentos sentidos num capotamento, encontrou um robô capaz de replicar as mesmas ações. ©

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Manter a lei e a ordem pode ser difícil, pelo que ter tecnologia de ponta ao dispor é essencial. Tanto a atual como

a futura geração de veículos de emergência contêm equipamento topo de gama que efetua diversas funções, seja auxiliando na perseguição de criminosos, no combate às chamas ou na preservação de vidas.

De drones não tripulados a ambulâncias futuristas e veículos de interceção policial de alta performance, a tecnologia ao dispor dos serviços de emergência e agentes da autoridade é extremamente soisticada. O carro de bombeiros Oshkosh Striker consegue perfurar até 142 cm de metal para aceder a incêndios

abrasadores. Também as ambulâncias estão a ser renovadas de forma a serem equipadas com ferramentas e instrumentos equiparáveis aos melhores que um hospital pode oferecer. Salvar vidas no local de um incidente pode tornar-se a norma num futuro próximo.

Veículos como o Striker colocam eiciência e qualidade acima de tudo o resto, enquanto no Dubai supercarros policiais são vistos como a solução. Na maior cidade dos Emirados Árabes Unidos, tudo é em grande, e os Lamborghinis e Ferraris policiais vistos a patrulhar as ruas não são exceção. Os atuais serviços de emergência estão igualmente a adotar formas menos típicas de manter a ordem. Veículos aéreos

não tripulados (VANT) já estão a ter impacto no mundo policial, oferecendo formas novas e eicazes de localizar infratores a partir do céu. A mota Stealth é outro veículo que se afasta dos tradicionais métodos de policiamento, acedendo facilmente tanto a áreas sobrelotadas como a locais fora de estrada.

Todos os departamentos de segurança e emergência estão a descobrir formas de tornar a sua rotina diária mais segura, simples e eiciente. Para perceber como estes novos veículos irão revolucionar a segurança pública, a Quero Saber explora as entranhas dos novos carros, camiões e motas ao dispor dos serviços de emergência. O futuro é agora.

Revelamos-lhe a tecnologia mais recente que ajuda a perseguir infratores, extinguir incêndios e salvar vidas.

VEÍCULOS EMERGÊNCIA

NOVA GERAÇÃO

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Interceptor Sedan Flex FuelCom 210 km/h à sua disposição, o Sedan consegue perseguir infratores pela cidade e pelo campo a altas velocidades.

PODER DE INTERCEÇÃO

1. RÁPIDO Interceptor Utility Apesar de ter a mesma velocidade máxima, o Utility tem mais binário e cavalos, para além de tração às quatro rodas.

2. MAIS RÁPIDO Interceptor Sedan EcoBoostO mais célere de todos os Interceptors atinge velocidades de 238 km/h, mas continua a destacar-se na poupança de combustível.

3. O MAIS RÁPIDO

O papel de uma ambulância não passa apenas por transportar doentes ou feridos até ao hospital. Agora, tem de conseguir aceder a áreas remotas e tratar eicazmente das vítimas. A tripulação tem equipamento para avaliar e tratar a vítima no local e com o veículo em andamento, aumentando as chances de sobrevivência do doente, mesmo antes de entrar no hospital.

As ambulâncias atuais vêm equipadas com desibriladores e permitem administrar oxigénio e monitorizar o coração. Rodas 

e suspensão foram igualmente melhoradas, permitindo sair das estradas principais, em caso de engarrafamento a caminho do hospital. O LifeBot 5 é um dispositivo que elevou os cuidados de saúde móveis a outro nível. Concebido pelo exército norte-americano, o seu mote é “salvar vidas em tempo real”, com o sistema de telemedicina a oferecer uma ligação direta a um médico no hospital mais próximo. Assim, o hospital pode efetuar avaliações mais precisas quanto ao estado do doente e preparar eventuais

cirurgias necessárias. Apesar de todas as melhorias modernas, chegar ao hospital no menor tempo possível continua a ser o principal objetivo. Alguns veículos atuais integram um dispositivo capaz de mudar semáforos vermelhos para verdes em certos cruzamentos e usam os melhores sistemas de GPS e mapeamento. Estas ajudas evitarão que o motorista conduza de forma imprudente e reduzirão as vibrações da estrada, permitindo tratamentos mais complexos e eicientes a caminho do hospital.

Equipamento e fármacosTodas as ambulâncias modernas devem conter tudo o que um doente possa requerer na viagem, desde medicamentos a desfibriladores e aparelhos de respiração assistida.

InteriorAs superfícies dentro da ambulância são fáceis de limpar, para melhor controlar derramamentos e infeções.

MacaAs macas são concebidas para transportar a vítima do local até ao hospital de forma confortável, podendo ser empurradas sobre rodas ou carregadas.

Sistema informáticoA “caixa negra” integrada nas ambulâncias modernas regista dados de velocidade, sinalização e segurança de condução em geral.

Equipamento médico sem fiosO tratamento levado a cabo na ambulância é registado, para ajudar os paramédicos a atuar com precisão a caminho do hospital.

LuzesAs fortes luzes intermitentes e a sirene da ambulância alertam peões e outros condutores para a sua presença, para que estes se desviem rapidamente.

ChassisOs chassis modernos são leves e manobráveis, com um revestimento de feltro para atenuar as vibrações.

Assentos e cintosOs paramédicos contam agora com cintos de segurança especiais para poderem tratar o doente mantendo-se seguros.

ComunicaçãoA tripulação dentro da ambulância comunica através de ligações áudio mãos-livres e conta com botões de pânico, para uso em casos de emergência.

Como estas viaturas de emergência médica estão mais seguras e bem equipadas do que nunca.

Ambulâncias à lupa

Atuação policial a partir do céu: conheça os drones das forças de segurançaOs veículos aéreos não tripulados (VANT) voaram para o mundo do policiamento. Atuando como um olho no céu para forças policiais de todo o mundo, drones como o Qube estão a tornar-se cada vez mais importantes. Pronto para a ação em menos de cinco minutos, o Qube pode ser rapidamente destacado para localizar um veículo em fuga ou para bater terreno antes de uma rusga ou busca. A visão aérea de um drone oferece aos

agentes um ponto de vista alternativo, para que possam responder a pedidos de ajuda de forma mais eficiente e estudar provas e indícios forenses mais detalhadamente. Com visão térmica, o Qube pode ser enviado para procurar suspeitos sem colocar vidas em risco. Os VANT tendem a atuar a uma altitude de 30 a 150 metros, mas podem aproximar-se mais do solo e serem utilizados para controlar multidões ou desativar bombas.

Os medicamentos e o equipamento que os paramédicos têm ao seu dispor.A ambulância moderna

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O tamanho e design das ambulâncias atuais só surgiu na década de 1970? Antes, eram veículos adaptados.SABIA QUE...

Frente a Frente

“Os dois turbocompressores a bordo maximizam a aceleração e minimizam a latência do turbo.”

Para além de um exterior apelativo, o novo Ford Police Interceptor conta com tecnologia de ponta. Condutor e passageiros estão protegidos pelo robusto SPACE (Side Protection And Cabin Enhancement), que é tão resistente como confortável. Este sistema integra um novo tipo de airbag que dispara entre a cabeça do ocupante e a janela do carro, oferecendo uma proteção crucial em caso de capotamento.

O Interceptor existe em dois modelos: Sedan e Utility. Ambos são adversários formidáveis da atividade criminosa; o Utility é ligeiramente maior e capaz de transportar mais equipamento e tecnologia, para perseguições mais longas. A transmissão de ambos é ideal para patrulhas de 24 horas. Os dois turbocompressores a bordo maximizam a aceleração e minimizam a latência do 

turbo, prontiicando a resposta a uma chamada de emergência. Fazem parte de um sistema de injeção direta de combustível sob alta pressão que torna o premiado motor Ford EcoBoost de 3,5 litros o mais eiciente possível, ainda que debitando 365 cavalos. 

Toda esta potência seria inútil se não fosse o sistema de tração às quatro rodas, que apoia a dinâmica a altas velocidades e em curvas difíceis. Mas em que difere o Interceptor da maioria dos veículos civis do mercado atual, também eles com grande potência e dinâmica? A resposta jaz no alternador de 220 amperes. Basicamente uma enorme bateria a bordo, ajuda a alimentar todos os dispositivos de que um agente precisa num dia de patrulhamento, incluindo rádios, computadores, câmaras de vídeo e radares.

Conheça os carros que se tornarão parte de uma eicaz força de perseguição urbana.

Viaturas policiais Descubra a tecnologia que faz do Interceptor o futuro dos carros policiais.

Estrutura e robustezCom tecnologia de fabrico de células de segurança, o Interceptor tem zonas de deformação estratégicas que absorvem a energia de uma colisão.

Testes de colisãoO chassis de um Interceptor é tão forte que passa com distinção em testes de colisão traseira a 120 km/h.

Sistema de segurança pessoalOs airbags são controlados por sensores que determinam a dimensão de uma colisão e distinguem entre impactos e capotamentos.

MotorCom a tecnologia Ford EcoBoost, o motor V6 de 3,5 l produz 365 cv (272 kW) e tem dois turbocompressores para evitar a latência.

RodasO Interceptor é pensado para impor lei e ordem 24 horas por dia, com as suas resistentes jantes em aço de cinco braços.

Sistema de arrefecimentoUma quantidade ótima de ar flui pelo carro, para que este suporte o calor gerado num dia típico.

O interior do Interceptor

O Ford Interceptor pretende responder à maior procura de

potência e segurança em veículos policiais.

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TRANSPORTES

PortasOs painéis das portas da frente em cerâmica à prova de bala protegem o condutor e o passageiro de disparos.

TravagemO resistente sistema de travagem tem pinças especiais que garantem um arrefecimento eficaz nas rodas.

Sistema de traçãoO sistema de tração às quatro rodas é mais ecológico do que nunca, com 20% de redução no consumo de combustível face ao modelo de 2011.

À falta de um Interceptor, pode sempre optar por uma mota. Tão apta para todo-o-terreno como para estrada, a Zero SP é silenciosa e sem emissões poluentes. O sistema propulsor elétrico oferece-lhe uma velocidade máxima de 158 km/h e uma autonomia para 286 km, podendo ser recarregada em qualquer local com uma ligação à rede elétrica.

O silêncio e a ausência de emissões permitem que seja utilizada em cenários estreitos, como ruas compactas e áreas pedonais densas. Ao invés de entradas aparatosas, as patrulhas silenciosas oferecem uma solução alternativa para garantir a segurança e o cumprimento da lei. O chassis leve e o sistema de travagem regenerativa tornam-na extremamente manobrável, tornando-a discreta e oferecendo um elemento de surpresa quando no encalço de um suspeito. A Zero SP promove uma nova forma de policiamento, permitindo patrulhas eficazes e, simultaneamente, ecológicas.

Ecopoliciamento em duas rodas

Criada pela Zero Motorcycles, a Zero SP promete um policiamento elétrico e sem emissões poluentes.

Seja o edifício mais alto do mundo ou um arquipélago artiicial em forma de palmeira, o Dubai não está com meias medidas. E a força policial não foge à regra, sendo os seus supercarros a inveja tanto de fãs de veículos motorizados como de outros polícias em todo o mundo. A frota tem tudo, de Lamborghini Aventadors a Bugatti Veyrons e Bentley Continentals. O Lamborghini destaca-se particularmente, com 350 km/h de velocidade máxima num motor V12 de 6,5 l. Os carros são tanto uma atração turística como veículos de policiamento. Não sendo o Dubai propriamente um foco global de crime urbano, muitos encaram esta como uma manobra publicitária para a Expo Mundial de 2020, que a cidade acolherá. Contudo, se um compromisso feliz entre performance e iabilidade puder ser atingido, os carros policiais do futuro poderão não diferir muito dos que atualmente patrulham as ruas desta cidade moderna. 

Supercarros do Dubai

Os infratores terão de contar com velocidades à séria para escapar à força policial do Dubai.

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O Modo de Vigilância do Interceptor fecha a janela do condutor e tranca as portas se alguém abordar o carro por trás?SABIA QUE...

Não perca: a polícia do Dubai patrulha a cidade em Lamborghinis e Ferraris!

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“Com potentes canhões de espuma e água, [o Striker] é ideal para o combate às chamas.”

Proteção contra as chamasA tripulação está bem protegida pelo vidro do para-brisas, que oferece vistas panorâmicas de incêndios gigantescos.

Agulhetas Sendo os derrames de combustível um problema comum nos aeroportos, seis agulhetas sob a carroçaria pulverizam espuma a 360 graus.

Agente espumanteO Striker vem equipado com 1.590 l de agente espumante e 11.356 l de água para extinguir o mais difícil dos incêndios.

CabinaCinco pessoas podem estar a bordo, mas o Striker é tão simples de utilizar que basta uma pessoa.

Canhão perfuranteUm fogo no interior de uma aeronave não é problema para o Striker, capaz de perfurar até 142 cm de metal.

CâmarasPara focar os canhões de água no epicentro do incêndio, câmaras de infravermelhos são usadas na segurança da cabina.

O combustível para aviação é muito inlamável, sendo essencial que um carro de bombeiros topo de gama esteja sempre à mão para combater as chamas em aeroportos de todo o mundo. Aí entra o Oshkosh Striker. Criado em 2001, foi renovado em 2010, tendo-se tornado líder na sua classe. A sua combinação de espuma de supressão de chamas e rápida aceleração tornam-no crucial em aeroportos, onde o fumo pode sufocar a cabina de um avião em minutos. Tornou-se tão popular que é usado como o veículo de resposta de eleição em bases da Força Aérea dos EUA e até na Casa Branca.

Com potentes canhões de espuma e água, e um tempo de resposta rápido, é ideal para o combate às chamas. Para atingir aceleração máxima, os engenheiros removeram peças desnecessárias e substituíram materiais pesados por outros mais leves. Adições pequenas mas vitais, como a suspensão independente às quatro rodas, uma torre extensível de alto alcance e um motor com intercooler, deixam-no à altura dos piores incêndios. O seu sistema de controlo simples e as janelas de alta visibilidade facilitam a utilização e manuseamento, estando o veículo sempre disponível para combater incêndios.

Existem três modelos do Striker: 4x4, 6x6 e 8x8. Cada um é maior e mais bem equipado do que o anterior, mas todos podem fazer-se à pista em caso de incêndios em aeroportos. Com terminais extra a surgirem em aeroportos de todo o mundo e um constante luxo de aviões a percorrê-los, o Striker nunca foi tão requisitado.

O Oshkosh Striker é um carro de bombeiros robusto para aeroportos... e não só.

Combate ao fogo

A norte-americana Oshkosh integrou todo o seu saber tecnológico neste portento.

O Oshkosh Striker

018 | Quero Saber

TRANSPORTES

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

1968A Oshkosh, do Wisconsin, lança o

seu primeiro modelo de combate ao fogo, o MB-5. Usado pela Marinha

dos EUA, torna-se líder global.

2010Os Strikers são otimizados,

incorporando ideias de design de bombeiros para melhorar segurança e performance.

2001Surgem os primeiros Strikers

– os mais revolucionários veículos de combate ao fogo

e resgate de aeronaves.

1977O P-15, de 23.470 l,

torna-se o segundo veículo Oskosh a ser usado pela Força Aérea, após o P-4.

O MB-1 entra em produção, com uma nova capacidade

para 3.785 l de água – o dobro da do MB-5.BREVE HISTÓRIA

DOS STRIKERS

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Chassis leveO Oshkosh pode pesar 44 toneladas, mas é construído a partir de materiais leves feitos por medida.

MotorO motor V8 alimenta tanto a transmissão como os canhões, com computadores a ajustarem a potência a diferentes situações.

Tanque químicoPara além da espuma,

o Striker contém vastas quantidades de bicarbonato de

potássio, para evitar reações oxidantes no incêndio.

Qual foi a inspiração por detrás da Zero?A nossa missão é transformar a diversão e o transporte sobre duas rodas através das nossas motas inovadoras e high-tech. Queremos oferecer todos

os atributos expectáveis numa experiência de motociclismo – a sensação de aventura, entusiasmo, liberdade e realização pessoal – sem os senãos associados às motas. Sem calor, sem vibração, sem emissões e sem som. Como irão as forças policiais de todo o mundo utilizá-la nas suas frotas?Mais de 50 agências nos EUA usam motas Zero, para além de várias organizações de polícia/segurança internacionais de renome, incluindo em Hong Kong e na Colômbia. As nossas motas são usadas para patrulhamento de rotina, controlo de multidões, e segurança privada e de eventos. A discrição dos nossos produtos permite às autoridades uma chegada inesperada à cena de atividade criminosa e patrulhar áreas de outra forma inacessíveis. Os baixos custos de manutenção são uma motivação extra para adotar os nossos produtos. Atualmente, as motas Zero são usadas por polícia, exército, campus universitários, bombeiros e forças de segurança privadas. Que tecnologia é utilizada na Zero?Usamos uma transmissão patenteada concebida internamente pela Zero e o sistema de bateria de energia mais densa disponível. O sistema propulsor ZForce tem três componentes principais; motor, bateria e controlador. A tecnologia da bateria assenta na química de iões de lítio.

Entrevista com Scot Harden, VP de Marketing Global da Zero Motorcycles.

Salte para a mota policial elétrica e isenta de emissões

Quero Saber | 019WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

O combustível para aviação arde a 1.370 °C, não tardando os fogos a engolir edifícios inteiros com fumo espesso?SABIA QUE...

DATAS- -CHAVE

1960Final da década de

“ Os passageiros do futuro poderão ouvir a sua própria música, em zonas de som pessoais.”

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Altifalante direcionalPara uma máxima eficiência áudio, os microaltifalantes situam-se junto aos ouvidos do ocupante.

Transdutor EDPLA tecnologia Electrodynamic Planar Loudspeaker ajusta a acústica de forma a que a experiência áudio do passageiro seja otimizada para a sua localização no veículo.

Subwoofers Amplificam os graves de baixa frequência para cada zona de som pessoal, removendo um efeito acústico “metálico”.

AmplificadorIntensifica a amplitude dos sinais elétricos para cada um dos circuitos, geralmente com um por cada zona de som pessoal.

Apoio para cabeçaOs tão importantes altifalantes direcionais são colocados logo abaixo da superfície almofadada, otimizando o som, sem comprometer a segurança.

Meros milissegundos bastam para um caça de combate criar um

estampido sónico.

Como o jato Super Hornet produz este estrondo.

Estampido sónico

Ouça música na sua zona de som pessoal.Áudio automóvel de ponta

Um dos caças mais avançados do planeta, o F/A-18F Super Hornet da

Marinha dos EUA, atinge a incrível velocidade máxima de 1.915 quilómetros por hora – muito além da velocidade do som, que é de 1.225 quilómetros por hora. O que acontece, então, quando aeronaves como o Super Hornet ultrapassam a marca mágica dos 1.225 quilómetros por hora, quebrando a barreira do som?

À medida que a aeronave viaja pelo ar a uma velocidade superior à do som, cria ondas de pressão diante e atrás de si. Estas ondas só conseguem viajar à velocidade do som, o que signiica que, quando a aeronave acelera para lá desse limite, elas colidem, criando uma grande onda de choque. Esta onda cria um som estrondoso, similar ao de uma explosão, conhecido como estampido sónico. Muitos fatores determinam a intensidade do estampido sónico, incluindo altitude, tamanho e forma da aeronave, bem como condições atmosféricas.

Já teve de suportar viagens de carro com a ressonância entediante

da música preferida do condutor? Graças a tecnologia de ponta a ser testada na indústria automóvel, os passageiros do futuro poderão ouvir a sua própria música, em zonas de som pessoais. A tecnologia funciona colocando mais microaltifalantes, pequenos mas potentes, no apoio para a cabeça dos assentos, aproximando o som da cabeça de cada passageiro. Mas há mais. Uma matriz de iltragem altera depois o campo de ondas dos altifalantes

standard do carro e dos altifalantes dos apoios para a cabeça para a frequência desejada pelo ocupante, oferecendo cancelamento diafónico contra outros sons.

Para além de lhe permitir ouvir a sua própria música, este avanço na tecnologia áudio traz vários benefícios aos ocupantes. Com as zonas de som, eventuais indicações de navegação para o condutor pouco impacto terão na experiência áudio dos passageiros, e chamadas recebidas podem ser “passadas” através do carro ao devido destinatário.

TRANSPORTES

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Comprar o seu próprio carro impresso

em 3D a uma fábrica próxima de si pode

não estar longe de ser real, com o Strati,

da Local Motors. Criado através do fabrico

aditivo de grande área (BAAM, na sigla inglesa),

o primeiro carro impresso em 3D totalmente

conduzível do mundo será elétrico e terá apenas

40 componentes – bem menos do que os dois

mil da maioria dos veículos. Componentes

mecânicos como bateria, motores, circuitos

elétricos e suspensão derivam do Renault Twizy,

um citadino elétrico; tudo o resto no Strati

passível de integrar numa única peça material

– incluindo chassis, carroçaria exterior e alguns

aspetos interiores – foi impresso utilizando

plástico ABS reforçado com ibra de carbono. 

O design de dois lugares demora atualmente

44 horas a imprimir e a Local Motors pretende

acelerar o processo para 24 horas, sem

comprometer a qualidade de construção.

A carroçaria do Strati é composta por cerca de

212 camadas, dispostas uma a uma – fazendo da

palavra italiana para camadas, strati, um nome

ideal. A impelir o carro está um motor elétrico

alimentado por uma bateria de 6,1 kW, que pode

ser recarregada numas relativamente céleres

três horas e meia, e que propele o Strati a uma

velocidade máxima de cerca de 80 km/h.

A Local Motors está a desenvolver o carro

como um projeto open-source, permitindo que

todos os icheiros de impressão 3D e manuais 

de construção sejam gratuitamente

descarregados e modiicados por utilizadores 

individuais. Com a empresa a planear a abertura

de cem microfábricas junto de grandes

cidades mundiais nos próximos dez anos,

a indústria automóvel parece estar à beira

da revolução 3D!

O novo carro elétrico da Local Motors pode não tardar a ser impresso perto de si em apenas 24 horas.

O primeiro carro impresso em 3D

O Strati será previsivelmente colocado à venda em 2016, com um custo estimado na ordem dos € 16.500 a € 28.000 ($ 18.000 a $ 30.000).

Similar ao processo usado por impressoras 3D domésticas, o BAAM assenta na divisão de um modelo 3D digital em camadas, que são então usadas para gerar as camadas reais do plástico ABS criadas pela impressora 3D. Para além do tamanho da impressão, uma das principais diferenças entre uma impressora 3D doméstica e a usada para criar o Strati é o sistema de alimentação. A equipa da Local Motors usa um dispensador de granulado, em vez de uma extrusora de filamentos, pois a matéria-prima bastante mais barata facilita a experimentação com combinações de materiais. Esta é uma grande ajuda com elementos como o durável compósito de ABS e fibra de carbono com que são impressos os componentes do Strati.

O que é o fabrico aditivo de grande área?

Filamentos de compósito de ABS e fibra de carbono podem ser raros, mas há vários filamentos metálicos que pode comprar e utilizar com impressoras 3D.

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NÚMEROS

Quero Saber | 023WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

O Strati terá uma autonomia de cem quilómetros por carga?SABIA QUE...

Alguma vez viu um tornado de fogo ou ouviu uma duna de areia cantar? Talvez tenha testemunhado bolas de

relâmpagos a lutuarem no céu ou até tenha sido apanhado por uma chuva de rãs. Embora a maioria das condições atmosféricas 

quotidianas não sejam exatamente excitantes, há surpresas ocasionais deveras estranhas. De pedras de granizo do tamanho de bolas de ténis a nuvens de pó que engolem cidades inteiras, o tempo atmosférico tem o potencial para ser espantoso, destrutivo e até mesmo explosivo. 

Na base da maioria das condições meteorológicas estão o vento, a água e a temperatura. As trovoadas são o exemplo perfeito, por envolverem os três em simultâneo.

Quando o Sol aquece a Terra, a humidade no ar é transportada por fortes correntes ascendentes para regiões mais frias da atmosfera. A dada altitude, a humidade condensa-se em gotas de água, formando nuvens e, por im, precipitação. Já o ar mais frio que afunda em fortes correntes descendentes cria intensos ventos horizontais. As trovoadas

tendem a ser o grande catalisador de alguns dos fenómenos atmosféricos mais extremos, produzindo raios, granizo e até tornados. Por vezes, contudo, vento, água e temperatura podem criar fenómenos bizarros que os cientistas ainda tentam compreender. A maioria das condições meteorológicas, porém, por muito raras e invulgares que sejam, podem ser explicadas por ciência bastante simples e, ao longo das próximas páginas, exploraremos os processos fascinantes que causam alguns dos exemplos mais estranhos no nosso planeta.

Legenda Nuvem Vento Sol Calor ChuvaFrio Raios Granizo

ARCO-ÍRIS DE FOGO

NUVENS ROLO

FENÓMENOS

ATMOSFÉRICOS

NUVEM PERFURADA TEMPESTADES DE PÓ

RAIOS VULCÂNICOS

A ciência por detrás dos eventos meteorológicos mais espetaculares, perigosos e bizarros do nosso planeta.

AMBIENTE

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT024 | Quero Saber

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PEDRAS DE GRANIZO 20,3 cm

A MAIOR PEDRA DE GRANIZOUma pedra de granizo com 20,3 cm de diâmetro e quase 1 kg de peso, mesmo depois de ter derretido um pouco, caiu na povoação de Vivian, Dacota do Sul, nos EUA, em julho de 2010.

Camada de gelo límpido

Em áreas pouco abaixo dos 0 °C, a congelação ocorre

lentamente, permitindo que

o ar retido escape e formando

gelo límpido.

Ar quenteUma corrente

quente ascendente leva humidade no

ar para a nuvem de tempestade, onde

arrefece sob a forma de gotículas

de água.

Queda do granizoPor fim, o granizo torna-se demasiado pesado para a corrente ascendente e cai da nuvem para o solo.

Granizo derretidoPedras de granizo menores derretem antes de deixarem a nuvem e caem como chuva.

Ainda maiorFortes correntes ascendentes voltam a elevar o granizo, que torna depois a cair, permitindo

a criação de mais camadas.

Gotículas geladasQuando as gotículas atingem altitudes muito elevadas, as temperaturas mais baixas congelam-nas.

Gelo brancoEm áreas muito mais frias, a congelação é bem mais célere, retendo mais ar e produzindo camadas de gelo branco.

Bola rotativaO gelo acumula-se na face inferior da pedra de granizo, mas, ao cair, gira, formando uma esfera.

CrescimentoÀ medida que o núcleo gelado cai

através de áreas de diferentes temperaturas, acumula novas

camadas de gelo.

Como camadas de gelo se acumulam dentro de nuvens de tempestade.

Granizo rotativo

GRANDES PEDRAS DE GRANIZOAs enormes bolas de gelo que caem do céu.

Em vez de simples bolas de gelo

maciço, as pedras de granizo consistem em várias camadas, qual cebola – o que as torna incrivelmente duras e permite atingir grandes dimensões, criando granizo extremamente destrutivo. O granizo tende a ser confundido com as pelotas de gelo, chuva gelada que consiste numa só camada e é muito mais débil.

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Quero Saber | 025WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Nos EUA, o granizo fere aproximadamente 24 pessoas por ano, mas raramente causa fatalidades?SABIA QUE...

RECORDES

RAIOS VULCÂNICOSAs grandes erupções que realmente iluminam o céu.

Uma erupção vulcânica já é, por si só, suicientemente 

espetacular e violenta, mas, por vezes, vem acompanhada de raios. Estes raios, porém, não descem de nuvens de tempestade no céu, sendo gerados dentro da nuvem de cinzas cuspida pelo vulcão, num processo chamado separação de carga.

Segunda faseCrê-se que as descargas posteriores sejam causadas pela colisão de partículas de gelo no topo da nuvem de cinza.

Raios “normais”Devem-se à colisão e separação de partículas de gelo em nuvens de tempestade, criando uma carga elétrica.

Tempestade sujaFoi devido à combinação de gelo e cinza que os raios vulcânicos se tornaram conhecidos como “tempestade suja”.

Plumas altasOs raios são bastante mais frequentes em plumas vulcânicas com mais de 7.010 m de altura, uma vez que as temperaturas são mais baixas a altitudes mais elevadas.

“ Estes raios, porém, não descem de nuvens de tempestade, sendo gerados dentro da nuvem de cinzas.”

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT026 | Quero Saber

AMBIENTE

FULMINANTE! 250 por km²O MAIOR NÚMERO DE RAIOSO Relâmpago do Catatumbo, na Venezuela, ocorre quase noite sim noite não sobre a foz do rio Catatumbo. Em média, registam-se 250 raios por quilómetro quadrado por ano.

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A separação de carga explicada

1 As partículas na nuvem começam por ser neutras, com um número

igual de eletrões e protões, o que significa que não têm carga positiva nem negativa.

2 Conforme as partículas aquecem, colidem e transferem eletrões num

processo chamado separação de carga. Isto confere a algumas carga positiva e a outras carga negativa.

3 Uma diferença de aerodinâmica entre partículas positivas e negativas

fá-las separarem-se, com partes da nuvem a tornarem-se mais positivas e outras a tornarem-se mais negativas.

4 Quando a separação de carga se torna demasiado intensa, os eletrões

retornam às partículas positivas, formando descargas elétricas e neutralizando novamente as partículas.

Descargas iniciaisCrê-se que as primeiras descargas elétricas de raios durante uma erupção sejam causadas pela colisão de partículas de cinza ejetadas.

Magma carregado de águaEstas partículas de gelo formam-se quando água dissolvida no magma se evapora e ascende para fora do vulcão durante a erupção.

Difícil de estudarOs raios vulcânicos tendem a ocorrer durante as fases iniciais da erupção, tornando-os muito difíceis de registar e estudar.

Novas descobertasAté 2000, os raios vulcânicos eram uma área científica relativamente pouco estudada, sendo a sua causa ainda meramente especulada.

Formação de cristais de geloCom a queda de temperatura a altitudes maiores, o vapor arrefece e transforma-se em cristais de gelo, que colidem entre si, criando raios.

Quero Saber | 027WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Raios vulcânicos na erupção minoica de 1500 a.C. terão inspirado os raios de Zeus da mitologia grega?SABIA QUE...

RECORDES

“ Esta é uma formação nebulosa horizontal baixa conhecida como nuvem arcus.”

NUVENS ROLOAs nuvens de forma estranha que rolam pelo céu.

Embora pareçam tornados

horizontais, as nuvens rolo são inócuas. A par das “nuvens prateleira” – mais cuneiformes –, esta é uma formação nebulosa horizontal baixa conhecida como nuvem arcus. A diferença é que as nuvens prateleira só são criadas por trovoadas e permanecem ligadas à nuvem principal, enquanto estas podem ser formadas por diversos sistemas atmosféricos e tendem a ser independentes de outras nuvens.

Resultando do encontro de uma massa de ar frio com uma de ar quente, estas nuvens podem ser formadas por trovoadas, frentes frias ou brisas marítimas.

EL NIÑO

Com intervalos de 2 a 7 anos, os ventos

alísios que sopram para oeste sobre o Pacíico abrandam, levando à formação de uma zona de água quente ao longo do equador. Conforme esta água quente viaja para leste, causa mau tempo, como maior queda de chuva e inundações na América do Norte e do Sul, e secas extremas no Pacíico Oeste. O nome do fenómeno foi-lhe dado por pescadores sul-americanos em referência ao Menino Jesus, por tender a surgir na época natalícia.

CHUVA DE ANIMAISA ameaça bem real da precipitação de anfíbios!

Embora não haja relatos verídicos de chuvas de cântaros, certos animais, como peixes e rãs, têm

sido vistos cair do céu em determinadas partes do mundo. Tal ocorre quando trombas d’água – pequenos tornados que se formam sobre água – sugam itens leves, como pequenas criaturas, com o seu núcleo de baixa pressão. Quando estas trombas d’água atingem terra, perdem alguma da sua energia e abrandam, libertando a sua carga. Os seus ventos giratórios podem atingir até 480 km/h, ajudando-as a sugar objetos de zonas até um metro sob a superfície.

Ano de El Niño

Ano “normal”

028 | Quero Saber

AMBIENTE

A mudança climática cíclica que causa temperaturas oceânicas invulgarmente altas.

Água fria

Água fria

Água quente

Água quente

Ventos alísios fortes

Ventos alísios fracos

CHUVA INTENSA

Qual destes já caiu como chuva?

Resposta:Embora a chuva de rãs e de criaturas marinhas seja mais comum, também têm sido registados tomates, carvão e até carne a caírem do céu. É provável que tenham sido sugados e largados por ventos fortes e tornados. A Tomate B Carvão C Carne

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FOGO DE SANTELMOAs chamas e faíscas que trepam mastros de navios e campanários de igrejas.

Batizado em honra de Santo Elmo, protetor dos navegadores, o fogo de Santelmo é

o brilho de chamas azuis muito observado no topo de estruturas altas, como mastros de navios, durante uma trovoada. Tal como os raios, ocorre devido à separação de carga, embora envolva uma diferença de carga entre o ar e um objeto, em vez de ar e solo. É mais vulgar em objetos pontiagudos, cujas descargas elétricas têm níveis de tensão menores.

ARCO-ÍRIS DE FOGOAs raríssimas nuvens coloridas criadas por cristais de gelo e pelo Sol.

Oicialmente chamadas arcos circum-horizontais,

estas nuvens raras ocorrem apenas em condições muito especíicas. Primeiro, só são visíveis na faixa de latitude entre 55º N e 55º S nos meses de verão.

Depois, tem de haver cirros – nuvens inas e delicadas que surgem a altitudes elevadas, onde a temperatura é muito baixa. Dada a sua localização, estas nuvens são compostas por cristais de gelo em forma de placas, que, quais prismas, refratam os raios solares quando o sol sobe acima de 58°, separando-os em cores individuais e criando um arco-íris.

As nuvens em rolo podem cobrir centenas de quilómetros e

continuar a rolar por várias horas.

Corrente ascendenteAr quente vindo da superfície da Terra condensa e arrefece, formando nuvens de tempestade.

VentoAs diferentes velocidades dos ventos acima e abaixo da nuvem fazem-na girar paralela ao horizonte.

Formação da nuvem

Dada a sua maior densidade, o ar frio eleva o ar quente acima de si,

levando-o a condensar e a formar uma nuvem.

Frente de rajadaA frente principal da corrente descendente corta sob o ar quente, sendo puxada para a corrente ascendente.

Corrente descendenteChuva caída de uma nuvem de tempestade cria uma corrente de ar frio descendente que se alastra pela superfície da Terra.

Os arcos-íris de fogo são assim chamados porque

as delicadas nuvens parecem chamas

a lamber o céu.

Como as nuvens rolo surgem numa trovoada.

Nuvens rolantes

Quero Saber | 029WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

As grandes pedras de granizo são mais comuns com tempestades “giratórias” chamadas supercélulas?SABIA QUE...

ESTRANHO MAS REAL

WWW.HOWITWORKSDAILY.COM030 | How It Works

TORNADOS DE FOGOVórtices temíveis com fogo à mistura.

Na verdade, os tornados de fogo assemelham-se mais a furacões

e remoinhos do que a tornados, explicando o nome alternativo “remoinhos de fogo”. Amiúde causados por incêndios lorestais, também têm surgido em incêndios de habitações, podendo o seu tamanho variar bastante.

“Os tornados de fogo podem mover-se depressa e ejetar detritos ardentes, alastrando o incêndio.”

Ar quente ascendeO fogo aquece o ar acima do solo e leva uma coluna de ar

quente a ascender.

Coluna giratória

Ao subir, a coluna de ar começa a

girar em torno de um eixo vertical, como água que

escoa de uma bacia.

Chamas sugadas

Ao girar, o remoinho suga chamas do fogo

para cima, em direção ao seu vórtice.

Rolos de arA diferença de velocidades entre ar quente e ar frio fá-lo girar na horizontal.

VerticalizaçãoAo cruzar-se com ar quente ascendente, o rolo horizontal torna-se vertical.

Tornado independenteO vórtice agora vertical divide-se e intensifica-se sugando mais ar e chamas.

Chama alastranteOs tornados de fogo podem mover-se depressa e ejetar detritos ardentes, alastrando o incêndio.

Curta duraçãoConforme o ar sobe, arrefece e enfraquece o vórtice, razão por que estes remoinhos tendem a durar apenas alguns minutos.

Tornados horizontaisOs tornados de fogo também podem formar-se horizontalmente, quando ar quente por trás do fogo se cruza com ar frio diante do fogo.

O que alimenta este perigoso vórtice de chamas?

Remoinhos de fogo

Os tornados de fogo tendem a ser

pequenos, mas alguns atingem

122 m de altura e 15 m de largura.

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT030 | Quero Saber

AMBIENTE

How It Works | 031WWW.HOWITWORKSDAILY.COM

1 Tempestades de pó recebem o nome dos ventos que as geram: um haboob é causado pelo forte vento que ocorre sobretudo ao longo da orla sul do Sara no Sudão.

2 Vinte milhões de toneladas de pó são levadas do Sara para a Amazónia todos os anos, fornecendo minerais e nutrientes essenciais para manter o solo fértil.

3 A grave seca da década de 1930 nas Grandes Planícies dos EUA causou um período de tempestades de pó chamado Dust Bowl. Afetou muito a agricultura e deslocou centenas de milhares de pessoas.

4 Nuvens podem transportar pó destas tempestades por milhares de quilómetros. Este acaba por cair como “chuva de sangue”, que deixa um pó avermelhado quando seca.

5 O pó destas tempestades pode, por vezes, transportar poluentes e toxinas, como enxofre e pesticidas, que podem prejudicar colheitas e afetar seres vivos.

Haboobs Sustento Dust Bowl Chuva de sangue Poeira nociva

TEMPESTADES DE PÓ

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Origem dos spritesQuando um raio de carga positiva atinge o solo, deixa o topo da nuvem com uma carga negativa.

Nuvens altasQuanto mais alta

a nuvem de tempestade, mais prováveis são os

jatos azuis, apesar de não haver uma relação direta com

os raios nuvem-solo.

Raio ascendente

Os jatos azuis ocorrem quando

uma grande carga positiva no topo de

uma nuvem de tempestade gera

um raio ascendente.

Formação de descargasQuando a separação de carga entre a nuvem e a atmosfera superior se torna demasiado intensa, eletrões fluem e criam uma descarga.

Brilho vermelhoOs sprites devem a sua cor vermelha à colisão de eletrões com moléculas de azoto, que cria um brilho colorido.

IEMOs elves devem-se à aceleração rápida e abrupta de eletrões, o impulso eletromagnético (IEM), que ocorre num raio.

Halo coloridoA subida e o alastramento desta

energia através da base da ionosfera provocam um brilho

vermelho nos gases.

As tempestades de poeira formam-se em regiões áridas

ou semiáridas, onde o solo é seco e solto à superfície.

TEMPESTADES DE POEIRA As grandes vagas de pó que escurecem o céu.

As tempestades de pó são iniciadas por

frentes de rajada, as correntes de ar frio descendentes vindas de trovoadas que atingem o solo e se alastram. Quando o vento varre o solo, desloca partículas de poeira e inicia o processo de saltação. Partículas que saltam ao longo da superfície desencadeiam uma reação em cadeia, atingindo outras partículas e fazendo-as saltar também. À medida que as partículas se atingem umas às outras e ao solo, adquirem uma carga negativa que as repele da superfície de carga positiva – o que as eleva mais, a um ponto onde são capturadas pelo vento e sopradas para diante.

SPRITES, ELVES E JATOS AZUISOs clarões que ocorrem acima de nuvens de tempestade.

Para além dos raios “normais” que ocorrem na troposfera, a

camada inferior da atmosfera da Terra, as trovoadas podem gerar outros tipos de atividade mais acima. Os eventos luminosos transientes são clarões coloridos que se dão na atmosfera central e superior, e assumem a forma de sprites, elves ou jatos. Por serem raros e durarem uma mera fração de segundo, estes fenómenos tendem a ser impossíveis de ver a olho nu e muito difíceis de captar em câmara e estudar. Muito pouco se sabe sobre eles, mas câmaras de alta sensibilidade e observações espaciais estão a ajudar a esclarecer os cientistas.

O que gera os eventos luminosos transientes?

Espetáculo elusivo

Quero Saber | 031WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Os sprites podem ser classiicados segundo a sua forma, como de cenoura, brócolos ou alforrecas?SABIA QUE...

CINCO FACTOS

“Arcos-íris secundários parecem mais ténues pois só alguma da luz reletida pela segunda vez nos chega aos olhos.”

ARCO-ÍRIS MÚLTIPLOOs impressionantes arcos-íris duplos, triplos e quádruplos.

Os arcos-íris formam-se devido à relexão da luz 

solar no interior de gotas de água suspensas no ar. Para criar um arco-íris, a luz tem de ser reletida uma vez no interior da gota. Contudo, se a luz for várias vezes reletida, mais arcos-íris se formam. Crê-se que gotas de água maiores achatadas pelo ar circundante sejam necessárias para formar arcos-íris duplos. A maior área de superfície de tais gotas relete a luz mais do que uma vez. Se a luz for três ou quatro vezes reletida, formam-se arcos-íris triplos ou quádruplos, embora estes sejam demasiado ténues para serem vistos a olho nu.

As cores num arco-íris secundário estão invertidas,

com o violeta no topo e o vermelho na base.

Dupla refraçãoNum arco-íris secundário, a luz solar é refletida duas vezes no interior de gotas de água, invertendo a ordem das cores.

Efeito esbatidoArcos-íris secundários parecem mais ténues pois só alguma da luz refletida pela segunda vez nos chega aos olhos.

Ângulos diferentesA luz vermelha é aqui refratada a 50° e a azul a 53°, pelo que o arco-íris secundário surge acima do primário.

Ângulo de refraçãoA luz vermelha é refratada a um ângulo de 42°, enquanto a luz azul sai a 40° de onde a luz solar entrou.

Efeito de arco-írisSó uma cor de cada gota é refratada no exato ângulo necessário para atingir diretamente os nossos olhos.

Dispersão de coresRefratados a ângulos diferentes, os diferentes comprimentos de onda da luz dispersam-se em cores individuais.

Banda de Alexandre

A área entre os dois arcos-íris é a banda de

Alexandre, em honra de Alexandre de Afrodísias,

o primeiro a detetá-la.

Mais escuroA banda de

Alexandre parece mais escura por

as gotas nela contidas refratarem

a luz a ângulos que não atingem os nossos olhos.

RefraçãoNum arco-íris primário, a luz

solar entra numa gota de água e é refletida pela sua

superfície interna, num processo chamado refração.

Comprimentos de onda separam-se

Cada cor da luz tem o seu comprimento de onda e é

refratada num ângulo ligeiramente diferente.

Como múltiplas refrações criam arcos-íris múltiplos.

O interior de um arco-íris duplo

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT032 | Quero Saber

AMBIENTE

RAIO GLOBULAR

NUVEM PERFURADA

Misteriosas orbes de luz que flutuam pelo céu.

O fenómeno que abre buracos nas nuvens.

Quando um raio atinge o solo, vaporiza óxido de silício na terra. Se o solo também

contiver carbono, quiçá de folhas mortas, roubará oxigénio ao óxido de silício, transformando-o em vapor de silício puro. À medida que o silício se recombina com oxigénio no ar, a reação gerada cria uma orbe de luz.

Cirros-cúmulos e altos-cúmulos são compostos por gotas de água

sobrearrefecidas abaixo do ponto de congelação, mas que não congelam por não conterem partículas em torno das quais os cristais de gelo se possam formar. Quando um avião atravessa a nuvem, origina uma expansão do ar que leva a temperatura circundante a descer abaixo de -40 °C – frio suiciente para congelar as gotas, que caem como neve, deixando um buraco na nuvem.

DUNAS DE AREIA CANTANTESAs montanhas de areia que produzem notas graves.

Em vários dos climas mais secos

do mundo, dunas de areia emitem regularmente um estranho ribombar grave, audível a até cerca de dez quilómetros. Há décadas que estas dunas cantantes ou ribombantes intrigam os cientistas, mas agora crê-se que o som provirá da vibração da areia no interior da camada superior da duna – que produz uma única nota musical, geralmente sol, mi ou fá. Quanto mais espessa for a camada superior, mais grave será a nota criada.

Como as dunas criam melodias.

Serenata na areia

Boas vibraçõesAo moverem-se,

os grãos de areia colidem e roçam-se,

criando vibrações.

AvalanchaQuando vento ou mão humana desestabiliza o cume da duna, este colapsa e gera uma avalancha de areia.

Ondas de areiaAs ondas de vibração estão presas no interior da camada superior e seca da duna, acima da areia húmida subjacente.

Os raios globulares duram meros segundos, desaparecendo após a combustão do óxido de silício.

As “nuvens perfuradas” resultam de queda de neve extremamente localizada.

Quente e secaPara cantar, a areia tem de estar muito seca, descendo a duna livremente.

Sons audíveisQual altifalante, as ondas à superfície convertem as vibrações em ondas de som e amplificam-nas.

Encosta íngremeA duna tem de ter mais de 36,5 m de altura e um declive superior a 30º para criar uma avalancha suficientemente grande.

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Quero Saber | 033WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Os níveis de ruído de algumas dunas cantantes atingiram 110 decibéis, os mesmos que os de uma mota?SABIA QUE...

Escute o canto das dunas de areia...

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“O peixe-palhaço é um hermafrodita protândrico, o que signiica que nasce sempre macho, mas pode mudar de sexo.”

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Hierarquia do grupoO peixe-palhaço (Amphiprion ocellaris) vive num grupo social, ou cardume, com uma hierarquia vincada. O peixe maior e mais dominante é sempre uma fêmea, que acasala com o macho mais dominante. Estes serão os únicos do grupo a reproduzirem-se.

O papel do paiO macho passa sobre

os ovos para os fertilizar, permanecendo cada ovo fertilizado preso à rocha por delicados filamentos adesivos. Cabe então ao macho cuidar dos ovos,

limpando-os com as suas barbatanas para

remover detritos e evitar o crescimento de algas

e fungos.

ProcriaçãoA procriação pode ocorrer no ano todo, mas tende a coincidir com a lua cheia. Tal poderá dever-se à maior visibilidade, às correntes mais fortes para distribuir as larvas e à maior abundância de alimento, por outros peixes desovarem nessa ocasião.

DesovaConstruído o ninho, o macho persegue

a fêmea na sua direção. Ao longo

de várias horas, ela passará algumas

vezes sobre o local, libertando cem a mil

ovos, consoante a sua idade. Os ovos

são cor de laranja e medem cerca

de 3-4 mm.

Incubação Os ovos tendem a eclodir após

seis a oito dias, mas o período de incubação é maior em águas mais frias.

São precisos mais oito a 12 dias para a fase larval terminar e para os peixes juvenis saírem

em busca de uma anémona para habitarem.

Mudar de sexoO peixe-palhaço é um hermafrodita protândrico, o que significa que nasce sempre macho, mas pode mudar de sexo. Se a fêmea dominante do grupo for removida ou morrer, o macho mais dominante torna-se fêmea, dando seguimento ao ciclo de vida.

CortePara atrair a fêmea, o macho exibe um

comportamento de corte, geralmente estendendo as barbatanas, mordendo-a e perseguindo-a.

Faz ainda ninho numa rocha descoberta perto da sua anémona nativa, a salvo de predadores.

Ao invés de usar secreções pegajosas ou sucção para aderir a superfícies, o geco (Gekkonidae) usa a força de van

der Waals. Os dedos do geco estão cobertos de milhões de pelos microscópicos, ou cerdas, dividindo-se cada pelo em centenas de outras cerdas chamadas espátulas. As moléculas destas espátulas têm uma carga positiva ou negativa e, próximas de outra superfície, interagem com as suas moléculas, criando uma

carga oposta, o que resulta numa força de atração. A força de van der Waals é muito fraca, mas, dada a leveza do geco e o seu elevado número de espátulas, o animal consegue aderir a praticamente tudo, incluindo superfícies húmidas. Os seus dedos repelem a água e criam bolsas de ar que lhes permitem manter-se secos e aderir a folhas húmidas e escorregadias. Para se soltar, o geco limita-se a mudar o ângulo das cerdas, movendo as patas.

As patas dos gecos estão cobertas de pelos minúsculos, aumentando a área de superfície para melhorar o contacto.

Da corte e conceção ao nascimento e mais além.

A ciência por detrás das suas patas hábeis.

Como trepam os gecos?

034 | Quero Saber

AMBIENTE

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A vida do peixe-palhaço

As “zonas mortas” devem o seu nome ao facto de suportarem pouquíssimos animais e plantas. Tal deve-se à

ausência de oxigénio, ou “hipoxia”. Condições hipóxicas podem ocorrer em lagos e outros corpos de água estagnada, mas também se veriicam em amplas áreas oceânicas. 

A principal responsável pelas zonas mortas é a eutroização – quando minerais, geralmente de origem agrícola, são escoados para a água; o elevado teor de nutrientes estimula enormes lorescências de algas à superfície da água, impedindo a passagem de oxigénio e sufocando tudo o que vive abaixo da superfície.

Dada a natureza agrícola da escorrência de nutrientes, as zonas mortas tendem a surgir perto da costa. Conhecem-se cerca de 146 zonas mortas costeiras em todo o mundo, localizando-se as maiores no Mar Báltico e no Golfo do México.

A incrível biologia por detrás da ocorrência e da localização destas áridas extensões de oceano.

As zonas mortas oceânicas

A “maré vermelha” de florescências algáceas em La

Jolla, ao largo de San Diego (EUA), prejudica outras formas

de vida oceânicas.

SUPERSEMENTE 30 kgA MAIOR SEMENTE DO MUNDOO coco-do-mar, produzido pela palmeira Lodoicea maldivica, endémica do arquipélago das Seicheles, é a maior semente conhecida do mundo, podendo atingir mais de 30 cm de comprimento e 30 kg de peso.

Como uma área oceânica sã se torna um deserto de água hipóxica.

Escorrência de nutrientesEm áreas perto de estuários e deltas, água doce aquecida pelo sol escorre pela superfície. Esta água rica em nutrientes jaz sobre a água do mar e corta o fornecimento de oxigénio aos organismos abaixo.

Florescência de algasO aumento de nutrientes leva ao crescimento de algas à superfície, impedindo a passagem de oxigénio para a água abaixo. Algas mortas também se decompõem nas profundezas, consumindo reservas de oxigénio.

As sementes são o corpo reprodutor dos tipos de plantas conhecidas como “angiospérmicas” – plantas 

lorescentes – e “gimnospérmicas” – o grupo que contém as coníferas. Cada semente, independentemente do tamanho ou da espécie da planta-mãe, tem três partes principais: embrião, cotilédones e tegumento. O embrião  é a plântula, as jovens radícula e plúmula com o potencial para crescer e tornar-se o espécime majestoso que o seu progenitor foi em tempos. 

O cotilédone, ou “reserva nutritiva”, é a fonte de alimento da semente, contendo nutrientes amiláceos suicientes para as semanas que seguem a germinação, após o que a jovem planta conseguirá produzir o seu próprio alimento por fotossíntese. O tegumento oferece uma proteção robusta à plântula, permitindo que as sementes permaneçam dormentes durante o inverno, sejam espalhadas por animais, vento ou água e aguardem por condições de luz, calor, oxigénio e água perfeitas para o crescimento.

CotilédonesSão, na verdade, folhas embrionárias, que fornecem alimento à semente e acabam por cair.

RebentoA “plúmula” é o rebento da

plântula. Duas folhas são

geralmente visíveis.

MicrópiloEsta abertura no tegumento da semente fornece água ao embrião antes da germinação.

TegumentoTambém conhecido como

“testa”, este forte revestimento exterior é aberto pela raiz aquando da germinação.

RaizA chamada “radícula” é o início do

sistema de raízes da

planta.

Como estas estruturas minúsculas podem transformar-se na maior das sequoias ou na mais bela da peónias.

Sementes à lupa

Formação de uma zona morta

Água doce rica em nutrientes

Calor

Água salgada

Florescência de algas

Água salgada

Algas em decomposição

Água doce

Oxigénio

Vida marinha

Florescência de algas e água doce

Água do mar pobre em oxigénio

Zona morta

RECORDES

Quero Saber | 035WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Hipoxia nas profundezasCom as reservas de oxigénio a diminuírem e a não serem substituídas, os organismos que vivem abaixo não conseguem sobreviver. Peixes podem morrer em cardume e matéria morta flutua à superfície.

Uma semente de tamareira com cerca de dois mil anos é a mais antiga semente a ter originado uma planta?SABIA QUE...

É universalmente aceite que as

lontras-marinhas são adoráveis.

Mas sabia que os mais

molhados dos Mustelídeos são também

extremamente resistentes? Vivem entre

as lorestas de laminárias que crescem 

ao largo da costa oeste da América

do Norte, Alasca e Rússia – onde a

temperatura da água pode atingir 1 ºC

– e quase nunca vão a terra. A perda

de calor na água é 27 vezes mais rápida

do que no ar à mesma temperatura,

pelo que lutam de forma constante

para manterem a sua temperatura

interna e permanecerem vivas.

Ao contrário de outros mamíferos

marinhos, as lontras-marinhas não têm

uma camada de gordura isolante que

as mantenha quentes, dependendo

inteiramente da sua pelagem aveludada.

Com até um milhão de pelos por 2,5 cm2

(quiçá tantos como o leitor tem na cabeça

toda), esta é oicialmente a pelagem mais 

densa do mundo.

A pelagem é composta por duas

camadas: pelos exteriores longos e

impermeáveis, e uma fofa camada interna.

Os pelos exteriores formam uma barreira

impermeável e são oleados com secreções

sebáceas de glândulas na pele da lontra.

Em torno de cada pelo exterior existem

dez a cem pelos interiores, cuja textura

permite criar um emaranhado que retém

uma camada de ar isolante junto à pele,

oferecendo o quádruplo do isolamento

que a mesma quantidade de gordura.

Comem, dormem, acasalam e dão à luz na água, mas como combatem o frio?

Como as lontras se aquecem

As lontras-marinhas estão totalmente adaptadas ao seu gélido habitat costeiro.À vontade na água

Pelos exterioresMacios e impermeáveis, afastam a água fria da densa e fofa camada interior.

Pelos interioresA sua textura ajuda-os a emaranharem-se e a reter uma camada de ar junto à pele.

PeleRepleta de glândulas secretoras de óleos para impermeabilizar os pelos exteriores.

ColunaO esqueleto flexível oferece à lontra- -marinha a liberdade de movimento necessária para tratar obsessivamente cada centímetro do corpo.

Troca de calor contracorrenteArtérias e veias dispostas bem juntas nas extremidades transferem calor arterial para o sangue venoso, para conservar o calor corporal.

Como a lontra-marinha passa o diaPara além da pelagem faustosa, a lontra-marinha tem outro truque para se manter quente: come muito! A sua elevada taxa metabólica – o dobro ou o triplo da de um mamífero terrestre com o mesmo tamanho – mantém-na aconchegada, mas implica que tenha de consumir diariamente cerca de 25% do seu peso em alimentos.

Refeições favoritas incluem caranguejos, mexilhões e ouriços-do-mar, que parte e abre com rochas, usando a zona torácica como mesa, enquanto flutua de costas à tona da água. Igualmente ativa de dia e de noite, tende a passar várias horas à procura de alimento

ao nascer do sol, várias mais à tarde, até ao pôr do sol, e novamente por volta da meia noite.

Por depender tanto da sua pelagem para sobreviver, a lontra dedica grande parte do dia ao seu cuidado. Sempre que mergulha em busca de comida, ar é expelido da pelagem, pelo que a lontra a despenteia e esfrega compulsivamente com as patas, limpando-a e criando bolhas de ar.

Quando não está a satisfazer o seu apetite ou a tratar da pelagem, gosta de descontrair. Enrolando-se em frondes de algas, ancora-se a um ponto, deixando-se balançar pelas correntes, dormitando e pondo de lado as preocupações.

Almofadas das patasA única parte do corpo, além do nariz, não coberta por pelos. São mantidas fora da água para minimizar a perda de calor.

Não deixe o cérebro a dormir

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SABIA QUE... As famosas lontras-marinhas Amália e Eusébio, do Oceanário de Lisboa, morreram em 2013 e 2010, respetivamente?

Quero Saber | 037WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

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To boldly go – em Star Trek, a nave Enterprise visitava novos planetas todas as semanas da década de 1960

em diante, mas até 1995 nem sequer sabíamos se existiriam planetas em torno de estrelas “normais”. Então, astrónomos descobriram o primeiro Júpiter quente, chamado 51 Pegasi b – um gigante gasoso como o nosso Júpiter, mas extremamente próximo da sua estrela. Tal descoberta abriu o caminho e, hoje, estão conirmados mais de 1.800 planetas de todos os tipos – grandes, pequenos, quentes, frios, gasosos e gelados.

Para os diferenciar dos planetas do Sistema Solar, os astrónomos chamam-lhes planetas extrassolares, ou exoplanetas. De todos estes planetas, menos de duas dúzias foram fotografados (e nas imagens são apenas

pontos de luz). Os outros são detetados através de vários métodos: os dois dominantes são a técnica de velocidade radial e o método de trânsito. A primeira faz uso da interação gravítica entre uma estrela e um planeta: a estrela orbita o centro de massa entre a estrela e o planeta, pelo que nos parece oscilar, por vezes apenas alguns centímetros – mas isso leva a sua luz a sofrer um desvio de Doppler. A dimensão do desvio de Doppler e o período de oscilação revelam-nos a massa do exoplaneta orbitante e a dimensão da sua órbita.

Os trânsitos ocorrem quando um planeta passa diante da sua estrela. Os nossos telescópios não são suicientemente potentes para determinar a silhueta do planeta diante da sua estrela, mas conseguimos detetar

a ínima quebra na luz da estrela. O tamanho da quebra e a regularidade com que os trânsitos ocorrem indicam-nos o diâmetro do planeta e quão longe da sua estrela ele se encontra. Se os astrónomos conseguirem ver um trânsito e medir a velocidade radial, conseguem medir a massa e o diâmetro do planeta, bem como calcular a sua densidade e determinar se é rochoso, gasoso ou um misto de ambos.

Os exoplanetas são descobertos tanto com telescópios terrestres, como com telescópios espaciais, como o Kepler, e, com uma nova vaga de missões espaciais em preparação, bem como com telescópios terrestres gigantes, podemos esperar descobrir milhares de outros planetas – e talvez até o santo graal de um planeta igual à Terra.

Descubra os cinco exoplanetas mais estranhos jamais encontrados.

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ESPAÇO

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT038 | Quero Saber

1992Os primeiros

exoplanetas são descobertos pelos

astrónomos Dale Frail e Alexander Wolszczan.

2012Astrónomos descobrem indícios de um planeta quente e rochoso em

torno de uma das estrelas Alpha Centauri.

2005O primeiro exoplaneta rochoso, Gliese 876d,

é descoberto por astrónomos liderados por Eugenio Rivera.

1999As primeiras medições

do trânsito de um exoplaneta, HD

209458b, são feitas por astrónomos.

1995O primeiro planeta em torno de uma estrela tipo Sol, 51 Pegasi, é descoberto por Michel Mayor e Didier Queloz.

DESCOBERTAS EXOPLANETÁRIAS

Exoplaneta mais terrestre

GJ 667CcDistância: 22,7 anos-luz

Massa: 2,26 x 1025 kg (3,78 massas da Terra)

Diâmetro: 22.425 km

Duração do ano (período orbital): 28 dias terrestres

Descoberto: 2012

Método de descoberta: Velocidade radial

Os númerosUm dos maiores objetivos é descobrir um planeta similar à Terra e capaz de suportar vida. São os chamados planetas da zona habitável, onde as temperaturas são ideais para existir água líquida à superfície. Um dos melhores candidatos até agora é o GJ 667Cc, que orbita uma anã vermelha num sistema estelar triplo. É uma superTerra, com quase o quádruplo da massa do Planeta Azul, e ligeiramente mais quente. Desconhece-se se terá vida alienígena.

Esta poderá ser a vista do pôr do sol em GJ 667Cc, com três sois vistos nesta representação artística.

O furacão giganteOs ventos mais fortes jamais registados na Terra (sem ser num tornado) atingiram 408 km/h – uma mera brisa, face aos ventos medidos em HD 80606b, que atingem 17.380 km/h! Por detrás destes ventos encontra-se a órbita oval do planeta, que por vezes o deixa a apenas 4,5 milhões de quilómetros do seu sol. Isto leva a atmosfera a aquecer rapidamente sempre que se dá a aproximação, com o calor a gerar uma supertempestade.

HD 80606b Distância: 190 anos-luz

Massa: 7,6 x 1027 kg (4 massas de Júpiter)

Diâmetro: 128.776 km

Duração do ano (período orbital): 111 dias terrestres

Descoberto: 2001

Método de descoberta: Velocidade radial

Os números

Júpiteres quentes, como HD 80606b, podem aproximar-se imenso das suas estrelas, com o calor a gerar ventos fortíssimos.

2009O telescópio espacial

Kepler sobe ao espaço, em missão para

descobrir milhares de exoplanetas.

Os primeiros exoplanetas descobertos não orbitavam estrelas tipo Sol, mas estrelas mortas chamadas pulsares?SABIA QUE...

Quero Saber | 039WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

DATAS- -CHAVE

“Com uma rotação sincronizada, exibe sempre a mesma face à sua estrela, como a Lua à Terra.”

O planeta infernalO que sucede quando um planeta rochoso vive em situação similar à do escaldante Júpiter? CoRoT-7b é um mundo fundido, com temperaturas entre 1.800 e 2.600 ºC no lado voltado ao seu sol. Com uma rotação sincronizada, exibe sempre a mesma face à sua estrela, como a Lua à Terra. A superfície no lado diurno será um oceano de lava, enquanto a gravidade da estrela próxima letirá o interior do planeta, cobrindo a face oposta de vulcões gigantes.

CoRoT-7bDistância: 489 anos-luz

Massa: 5-9 vezes a massa da Terra

Diâmetro: 20.132 km

Duração do ano (período orbital): 20 horas

Descoberto: 2009

Método de descoberta: Trânsito

Os números

A superfície de CoRoT-7b é tão quente que o lado

diurno do planeta se fundiu num oceano de lava.

O telescópio espacial Kepler, da NASA, descobre planetas procurando os seus trânsitos diante das suas estrelas.

Trânsitos exoplanetários explicadosTrânsito invisívelOs nossos telescópios não têm potência suficiente para ver diretamente o trânsito do planeta, mas detetam quanta luz estelar é bloqueada.

Quão grande?Quanto maior o planeta, mais luz estelar é bloqueada, o que permite aos astrónomos calcular o diâmetro do planeta.

Distância da sua estrelaQuanto mais tempo o planeta demora a completar um trânsito, maior a sua órbita e, logo, a sua distância à estrela.

Duração do anoA frequência com que um planeta é visto a transitar diz-nos quão longo é o seu ano. Alguns têm anos que duram meros dias terrestres!

Luz planetáriaNão estando um planeta em trânsito, os astrónomos veem a sua luz combinada com a da estrela. Quando o planeta está diante da estrela, podem subtrair a luz desta, deixando apenas a do planeta para ser estudada.

ManchasVários fenómenos estelares podem replicar trânsitos, como uma placa de manchas.

Linha de vistaUm trânsito só é visível se o plano equatorial da estrela e do exoplaneta estiver perfeitamente alinhado com o nosso ponto de vista.

O rei dos planetasPara além dos ventos fortes, o calor que os Júpiteres quentes recebem aquece tanto as suas atmosferas que estas se expandem, aumentando os seus diâmetros. Quando foi descoberto, WASP-12b era o planeta mais quente que se conhecia, com uma temperatura de 2.250 graus Celsius. A sua atmosfera expansível, que aumenta o diâmetro do planeta para 419 mil quilómetros, é suscetível de ser arrancada pela gravidade do seu sol a um ritmo de 189 mil biliões de toneladas por ano, formando uma vasta cauda de gás, um pouco como num cometa. As forças de maré gravitacionais também distorcem o planeta para uma forma oval.

A atmosfera expandida de WASP-12b está a ser arrancada numa longa cauda que forma um disco em torno da sua estrela.

ESPAÇO

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT040 | Quero Saber

planeta

estrela

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tempo

curvatura da luz

MUNDO BIZARRO 8,5 hO ANO MAIS CURTONo tempo que o ser humano demora a dormir uma boa noite de sono, já um ano inteiro passou no exoplaneta tipo Terra chamado Kepler 78b, a 700 anos-luz de nós. Está tão próximo da sua estrela que a orbita num ápice.

Diamante em bruto

55 Cancri e Distância: 41 anos-luz

Massa: 4,7 x 1025 kg (7,8 massas da Terra)

Diâmetro: 24.000 km

Duração do ano (período orbital): 17 horas

Descoberto: 2004

Método de descoberta: Velocidade radial

Os númerosOs astrónomos tendem a focar-se nas superfícies ou topos nublados dos planetas, mas, por vezes, o que jaz por baixo é ainda mais interessante. O planeta 55 Cancri e é uma enorme “superTerra”. É seco, sem qualquer assinatura química de água, e é rico em carbono, que corresponde a um terço da massa do planeta. No seu núcleo, todo este carbono será comprimido sob alta pressão, ao ponto de 55 Cancri e poder ter um núcleo de diamante gigante.

55 Cancri e é uma superTerra, com cerca do dobro do diâmetro do nosso planeta.

A dimensão de um trânsito – i.e., a quantidade de luz estelar bloqueada – revela aos astrónomos o tamanho do planeta em trânsito. Embora tal não revele a sua massa nem a sua

composição, podemos inferir o seu volume a partir do seu diâmetro. A massa do planeta pode ser calculada observando a “oscilação” que a sua gravidade causa na sua estrela. Já a

densidade é determinada dividindo a massa do planeta pelo seu volume, e, sabendo a densidade, os astrónomos podem descobrir se o planeta é composto por rocha, gás ou água.

Prever o tamanho de exoplanetasSuperTerras são planetas rochosos como a Terra ou Marte, mas muito maiores, podendo ter até dez vezes a massa do nosso planeta! Estes mundos, porém, não terão uma gravidade esmagadora – a gravidade à superfície depende do raio do planeta e, quanto mais distante a superfície estiver do núcleo, onde mais da sua massa está contida, menor a gravidade. A maioria das superTerras terá uma gravidade

entre 1 e 1,5 vezes a da Terra. O Sistema Solar

não tem uma superTerra, o que faz

delas exoplanetas.

SuperTerras gigantes

Similar à Terra

Planetas de ferro puro

Planetas de silicatos

Planetas de carbono

Planetas de água

pura

Planetas de monóxido

de carbono puro

Planetas de hidrogénio

puro

16.000 km

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5 M

Astro tipo Sol

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WASP-12b Distância: 800 anos-luz

Massa: 2,56 x 1027 (1,3 vezes a massa de Júpiter)

Diâmetro: 255.870 km

Duração do ano (período orbital): 26 horas

Descoberto: 2008

Método de descoberta: Velocidade radial

Os números

“A sua atmosfera expansível, que

aumenta o diâmetro do planeta para 419.000 km, é arrancada pela

gravidade do seu sol.”

Planetas descobertos pelo método de trânsito recebem o nome da missão que os encontrou (ex.: Kepler-22b)?SABIA QUE...

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RECORDES

“ Conseguimos dispor estas ondas numa ordem similar à das notas num teclado de piano.”

O nosso Universo é um misto de todos os tipos de radiação – visível e invisível.

Ondas de rádioUsamos estas ondas em comunicação e radiodifusão, mas também ocorrem naturalmente, emitidas por raios (descargas elétricas na atmosfera) e objetos espaciais como galáxias, pulsares e quasares. Estas ondas foram previstas pelo físico James Clerk Maxwell e posteriormente descobertas como oriundas da nossa galáxia, na década de 1930, pelo físico e engenheiro Karl Jansky.

UltravioletasSe alguma vez sofreu um escaldão, então esteve em contacto com radiação proveniente do espaço conhecida como radiação ultravioleta. É oriunda do Sol, que emite ainda muitas das ondas de luz nesta lista. Felizmente, não estamos frequentemente expostos a níveis perigosos de radiação UV, pois o ozono na atmosfera da Terra absorve a maioria.

Raios gamaSão tão nocivos que conseguem penetrar diretamente o corpo humano e só podem ser detidos por vários centímetros de chumbo. Na Terra, os raios gama podem derivar de explosões nucleares, mas, no Universo, são associados a grandes explosões em galáxias distantes. Estas são conhecidas como erupções de raios gama e estão entre os objetos mais energéticos do cosmos.

Luz visívelA luz visível é aquela que o ser humano consegue ver. É graças a esta parte do espetro eletromagnético que o olho humano consegue detetar o Universo observável – ou seja, as estrelas, planetas e galáxias que conseguimos ver sem a ajuda de telescópios de infravermelhos, raios gama ou raios X.

Micro-ondasÉ provável que esteja bem familiarizado com as micro-ondas, utilizadas em eletrodomésticos para aquecer comida. As micro-ondas podem ser encontradas por todo o Universo – mais notoriamente na Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas, deixada logo após o Big Bang, que permeia hoje o Universo e apresenta uma temperatura de -270 °C.

Raios XOs raios X são criados quando matéria é aquecida a milhões de graus em locais onde campos magnéticos, grandes forças e uma gravidade imensa exercem uma forte influência. É esta radiação que nos ajuda a aprender mais sobre buracos negros, estrelas de neutrões, energia escura e matéria escura.

InfravermelhosTudo o que liberta calor emite radiação infravermelha – até os nossos corpos emitem pequenas quantidades. Esta também está presente no espaço, mas é invisível ao olho humano. Usamos telescópios, como o Spitzer, que são sensíveis à parte infravermelha do espetro, para descobrir de onde provém. Estas ondas tendem a ser detetadas vindas de nebulosas – maternidades estelares.

Tipos de ondas

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O Universo é muito mais do que aquilo que os nossos olhos conseguem ver.

Ondas de luz no Universo

Os diferentes tipos de onda que percorrem o espaço podem ser agrupados no chamado espetro eletromagnético. Dadas as suas características, conseguimos dispor estas ondas numa ordem similar à das notas num teclado de piano. As notas baixas do espetro, que contêm ondas com não muita energia, começam no rádio e passam progressivamente a notas mais altas – até aos raios gama, que são extremamente energéticos. Chamando-se “ondas”, é fácil imaginar

os componentes do espetro como algo similar a ondas de som, que fazem vibrar partículas de ar de forma a chegar-nos ao ouvido. Mas a radiação EM é diferente – as ondas não precisam de ar para viajar. São o movimento de campos magnéticos e elétricos, pelo que não precisam de nada que as ajude a deslocarem-se. Com o advento de uma frota de telescópios no espaço, como o Chandra, e em terra, conseguimos ver o Universo nos seus muitos comprimentos de onda.

O espetro eletromagnético

Missões como a do Observatório de Raios X Chandra estão a mostrar-nos o Universo

em diferentes comprimentos de onda.

ESPAÇO

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Explore o Universo a partir do conforto do seu próprio computador ou smartphone.

O guia da Google para o céu noturno

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Grande parte das incríveis imagens do Google Sky vêm de dois levantamentos do céu noturno – o Sloan Digital Sky Survey e o Digitized Sky Survey. O Sloan Survey é conduzido por um telescópio com uma abertura de 2,5 m, no Observatório Apache Point, no Novo México, que conta com cinco filtros para comprimentos de onda óticos diferentes: 355,1 nm (luz ultravioleta), 468,6 nm (luz azul), 616,6 nm (cor de laranja), 748,0 nm e 893,2 nm (quase-infravermelhos). A mapear o céu desde 2000, capta galáxias cada vez mais ténues, descobre novos asteroides e supernovas, e cataloga uns estonteantes 500 milhões de objetos no Universo.

O Digitized Sky Survey usa observações antigas, de uma era pré-computadores e câmaras CCD, quando as imagens do céu eram captadas em chapas fotográficas. Pretende digitalizar todas estas imagens de arquivo, para criar um novo atlas digital, e está a ser efetuado por vários observatórios, instituições e universidades, liderados pelo Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, em Baltimore, EUA.

Levantamentos astronómicos

O céu noturno é misterioso, mas a app Google Sky Maps já nos permite desmistiicar as estrelas, os planetas e 

as galáxias sobre as nossas cabeças. Utilizando os satélites do Sistema de Posicionamento Global (GPS), capazes de comunicar a nossa localização a smartphones, pode apontar o seu terminal a qualquer direção do céu e o Google Sky dir-lhe-á para onde está a olhar. Pode ser a nebulosa de Orionte, Marte, a constelação de Leão ou algo completamente diferente.

O GPS funciona graças a uma rede de satélites capazes de calcular a nossa localização, através do envio contínuo de sinais de rádio. Cada local na Terra está à vista de, pelo menos, quatro destes satélites, e o recetor de GPS no seu telemóvel capta estes sinais e triangula a sua localização, com base no tempo que o sinal de rádio demora a chegar vindo de cada satélite. A app é então capaz de determinar que vista das estrelas deverá ter a partir da sua localização.

Também pode desativar a função de GPS e fazer scroll

pelo Universo, tal como faria no Google Maps. Pode pesquisar praticamente qualquer objeto do céu profundo na sua base de dados, ou aplicar camadas que exibem o Universo em diferentes comprimentos de onda de luz, de infravermelhos a ultravioletas. Muitas das imagens de fundo do céu são fornecidas pelo Sloan Survey, conduzido por um telescópio com 2,5 metros de abertura, no Novo México, EUA, que mapeia o céu desde 2000, captando galáxias, descobrindo asteroides e supernovas, e catalogando 500 milhões de objetos no Universo.

M13Este grande aglomerado globular é uma compacta bola de estrelas na constelação de Hércules, a mais de 20 mil anos-luz. Com 300 mil estrelas, pode ser avistado com binóculos e pequenos telescópios.

Cinco avistamentos a procurar no céu

Aglomerado da ColmeiaQual enxame de abelhas, as estrelas neste aglomerado aberto são uma vista espetacular no céu noturno. Há mil estrelas neste aglomerado, que está a mais de 500 anos-luz, na constelação de Caranguejo.

3C 273É um dos quasares mais próximos da nossa galáxia, a mais de dois mil milhões de anos-luz. Visível com grandes telescópios, toda a luz que vemos vem de uma pequena região de gás muito quente em torno do buraco negro.

JúpiterO rei dos planetas brilha intensamente no céu nesta primavera, sendo visível a olho nu. Já as luas jovianas são visíveis através de binóculos e as faixas atmosféricas do planeta através de telescópios.

Galáxia do SombreroA constelação de Virgem está repleta de galáxias e a do Sombrero, ou M104, é das melhores. Visível com pequenos telescópios, é uma galáxia perilada com um vasto disco e um amplo bojo central, que lhe dão o nome.

O Google Sky Maps é ideal para astrónomos atormentados por céus nublados.

Todos os dias, notícias e vídeospara conhecer melhor o mundo que o rodeia

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Também pode observar imagens da superfície de Marte e da Lua com o Google Mars e o Google Moon?SABIA QUE...

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NeptunoO menor dos quatro gigantes gasosos, Neptuno tem várias parecenças físicas com o seu vizinho Urano, incluindo a sua coloração azul. É considerado o planeta mais ventoso, com velocidades registadas de cerca de 2.414 km/h. Tempestades violentas também ocorrem na sua atmosfera e o planeta exibe até uma mancha de tempestade gigante como a de Júpiter.

UranoEmbora classificado como gigante gasoso, uma camada gelada de nuvens cobre Urano, o mais frio dos planetas do Sistema Solar, descendo as temperaturas ao nível das nuvens abaixo de -220 °C. O metano na sua atmosfera confere-lhe o seu distinto aspeto turquesa; sendo a luz vermelha absorvida, só a verde-azul é refletida.

“ A cor de cada planeta é determinada por aquilo que o compõe.”

Dos oito planetas do Sistema Solar, apenas

dois não são visíveis da Terra a olho nu

– Urano e Neptuno. Mesmo assim, a menos

que esteja a observá-los com um telescópio, o aspeto

físico de quase todos os planetas será difícil de

perceber, exceto, é claro, o do vizinho da Terra,

Marte, que até culturas antigas documentaram

corretamente como sendo vermelho, já que o seu

brilho vermelho-alaranjado é discernível da Terra.

Missões espaciais e progressos cientíicos 

no último século melhoraram bastante a nossa

perceção dos planetas, incluindo os mais próximos

e os mais distantes do Sol. Como tal, somos agora

capazes de identiicar a verdadeira cor de um 

planeta e – acima de tudo – de compreender

a que se deve essa aparência.

A cor de cada planeta é determinada por aquilo

que o compõe e, nalguns casos, pela forma como

a sua atmosfera absorve e relete a luz do Sol. 

Os quatro planetas terrestres, com superfícies

rochosas sólidas, são maioritariamente cinzentos

ou castanhos-avermelhados, devido a elementos

como o ferro na sua superfície. Contudo, a superfície

de Vénus é difícil de detetar do espaço, estando

rodeada por uma densa atmosfera e espessas nuvens

de ácido. O enxofre presente nas nuvens relete a luz 

e confere a Vénus o seu aspeto amarelo. Um princípio

similar aplica-se para determinar as cores dos

quatro gigantes gasosos. Urano e Neptuno, por

exemplo, parecem-nos azuis porque o gás metano

presente nas suas atmosferas absorve a luz

vermelha, permitindo que relitam apenas azul.

As cores dos planetas

SaturnoO mais leve mas segundo maior planeta do Sistema Solar, este gigante gasoso é composto sobretudo por hidrogénio e hélio, mas vestígios de amoníaco, fosfina, vapor de água e hidrocarbonetos na sua atmosfera dão-lhe um tom castanho-amarelado. Os famosos anéis de Saturno, primariamente compostos por água gelada, têm um tom similar, mas a sua cor também varia consoante a sua densidade e a presença de outros materiais.

n Hidrogénio (H2)n Dióxido de carbono (CO2)n Hélio (He)n Azoto (N2)n Oxigénio (O2)n Metano (CH4)n Sódio (Na)n Árgon (Ar)n Outros gases (Out)

82% H2

15% He

3% CH

4

80% H2

19% He

1% CH4

96% H2

1% Out

3% He

Eis como cada planeta é representado, com cada cor a indicar um determinado elemento.

Paleta de cores planetárias

ESPAÇO

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Descubra a ciência por detrás das cores no Sistema Solar.

1 A Terra não é o único planeta do Sistema Solar a ter uma lua. Marte tem duas luas pequenas, enquanto os gigantes gasosos têm várias. Júpiter terá, pelo menos, 67.

2 As temperaturas em Vénus podem atingir 470 °C. A densa atmosfera do planeta encurrala calor do Sol, tornando-o o planeta mais quente do Sistema Solar.

3 Marte tem o maior vulcão do Sistema Solar, o Monte Olimpo. Com 25 km de altura, é cerca de três vezes mais alto que o Monte Evereste, na Terra.

4 O cientista Robert Hooke documentou a Grande Mancha Vermelha de Júpiter em 1664. É tão grande que a Terra caberia lá à larga.

5 Neptuno é o planeta mais distante do Sol, a cerca de 4.500 milhões de km. Por esta razão, leva mais de 60 mil dias terrestres a completar uma órbita.

Muitas luas O mais quente Pico mais alto Maior tempestade Ano mais longo

EXTREMOS PLANETÁRIOS

Marte recebeu o nome do deus da guerra romano devido à sua distinta coloração vermelha como o sangue?

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MercúrioMercúrio não é a abrasadora bola de fogo que seria de esperar. Na verdade, o seu aspeto é muito similar ao da Lua. A sua superfície rochosa e com crateras, que sofre o impacto de partículas e ventos solares, parece castanha-acinzentada devido à sua composição. As temperaturas atingem extremos devido à atmosfera rarefeita.

VénusAtividade vulcânica moldou a superfície do maior dos vizinhos da Terra, Vénus. A sua paisagem seca e árida é composta por rochas acinzentadas. Do espaço, porém, veem-se espessas nuvens rotativas amarelas e brancas, compostas por ácido sulfúrico – um resultado da densa atmosfera do planeta.

TerraA Terra é o único planeta habitável do Sistema Solar, graças à sua atmosfera única. É ainda o único planeta com água líquida à superfície, algo crucial à vida. Do espaço, veem-se vastos oceanos azuis, terra verde e castanha, para além de espessas nuvens brancas.

MarteMarte é conhecido como o Planeta Vermelho, dada a sua coloração, que se deve aos altos níveis de óxido de ferro na sua superfície. Apesar de seco e poeirento, Marte tem temperaturas similares às da Terra, mas é atormentado por fortes tempestades de pó, consequentes da sua atmosfera rarefeita.

JúpiterEste gigante gasoso é o maior do Sistema Solar. Composto sobretudo por hidrogénio e hélio, como o Sol, a sua estrutura é similar à de uma estrela. Cristais de gelo e outros elementos ajudam a formar espessas faixas de nuvens vermelhas, amarelas, castanhas e brancas, que rodeiam todo o planeta. Com telescópios, a sua mancha vermelha vê-se da Terra.

42% O2

29% Na

22% H2

7% Out

0.1% Out

78% N2

21% O2

0.9% Ar

96% CO2

1% Out

3% N

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95% CO2

3% N

2

90% H2

10% He

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SABIA QUE...

CINCO FACTOS

Quero Saber | 045WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Alguma vez viu o céu icar escuro como breu durante o dia? Não nos referimos ao cinzento-escuro de um dia 

chuvoso, mas a negro como a noite. A única ocasião em que o verá será durante um eclipse solar total, um dos fenómenos mais espantosos da natureza. Tal acontece quando a Lua passa diante do Sol por alguns minutos, bloqueando a luz da estrela e envolvendo-nos na escuridão da sua sombra.

Eclipses solares totais são raros, sendo a sua existência uma incrível coincidência. A distância do Sol à Terra é quase 400 vezes a da Lua ao nosso planeta. Acontece também que o Sol é quase 400 vezes maior do que a Lua; é graças a este rácio mágico que ambos 

parecem ter quase o mesmo tamanho no céu, permitindo que, durante um eclipse, a Lua “caiba” exatamente sobre o Sol. Temos de dizer tantas vezes “quase” porque as órbitas da Terra e da Lua não são circulares e sim elípticas, o que signiica que, por vezes, podem estar um pouco mais longe, ou mais perto. Isto leva a que o Sol, por vezes, pareça maior do que a Lua durante alguns eclipses, deixando um aro de luz em torno da  silhueta da Lua – aquilo a que se chama  um eclipse anular.

Um eclipse começa ao “primeiro contacto”, quando o disco da Lua “toca” o disco do Sol pela primeira vez. Neste ponto, ainda não se percebe uma mudança na luz. De resto, só icará escuro 

quando a Lua cobrir o disco praticamente todo – este é o “segundo contacto”, quando a orla oposta do disco da Lua toca no disco aparente do Sol. A totalidade, que é como se descreve o bloqueio do Sol pela Lua, pode durar vários minutos. O “terceiro contacto” dá-se quando a totalidade termina e a Lua começa a afastar-se do Sol, devolvendo-nos a luz do dia. O “quarto contacto” é quando a Lua se afasta totalmente do Sol e o eclipse termina.

A Lua está a afastar-se muito lentamente da Terra, a um ritmo de 3,8 centímetros por ano, pelo que acabará por parecer demasiado pequena para cobrir totalmente o Sol. Felizmente, esse dia só chegará daqui a, pelo menos, 500 milhões de anos!  

Resultado da órbita da Lua em torno da Terra, os eclipses  são dos espetáculos da natureza mais incríveis.

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DESCONHECE 15 FACTOS

QUE SOBRE

ECLIPSES

ESPAÇO

“Só icará escuro quando a Lua cobrir o disco praticamente todo – este é o ‘segundo contacto’.”

RECORDESO ECLIPSE MAIS LONGO

A OBSERVAÇÃO MAIS LONGASe conseguir mover-se suicientemente depressa, pode acompanhar a sombra supersónica da Lua durante um eclipse. Em 1973, astrónomos voaram num Concorde, a Mach 2, para acompanharem a totalidade por 74 minutos.

Se tiver a sorte de testemunhar um eclipse solar total, aproveite para observar o céu. Na escuridão, estrelas

e planetas sobressairão. Mais próximos do Sol estarão Vénus e Mercúrio, mas também pode ver outros planetas, dependendo da sua posição no céu no momento em questão.

Podem ver-se os planetas durante um eclipse

04

A. Eddington usou um eclipse solar para observar o efeito de lente gravitacional e conirmar a teoria da relatividade geral?

Alguns eclipses são muito curtos, com a totalidade a durar apenas um par de minutos. Outros podem durar seis ou

sete minutos. Esta diferença resulta das órbitas elípticas da Terra e da Lua. Quando a Lua está mais próxima da Terra na sua órbita, move-se mais depressa. O mesmo vale para a órbita da Terra em torno do Sol, e tudo isto afeta a velocidade a que vemos a Lua passar diante do Sol durante um eclipse solar.

O Sol tem uma atmosfera, dividida em duas partes. A parte inferior chama-se cromosfera e a sua temperatura vai de

seis mil a 20 mil graus Celsius. A parte superior é a coroa e pode atingir temperaturas superiores a um milhão de graus Celsius. Durante a totalidade, podemos ver a coroa, sob a forma de clarões de luz em torno do Sol oculto. Pode ainda vislumbrar-se a cromosfera, como um matiz vermelho na orla da Lua durante o terceiro contacto.

Ao contrário de um eclipse solar, em que o Sol fica oculto, num eclipse lunar total a Lua continua

visível. A luz difundida pela Terra é suficiente para iluminar a superfície lunar, ainda que num tom de vermelho.

A duração da totalidade varia

A Lua continua a ser vista durante um eclipse lunar

A atmosfera solar é visível

02 03

01

A totalidade – o ponto em que o Sol está 100%

coberto pela Lua – pode durar

vários minutos.

A camada externa da atmosfera solar, chamada coroa, torna-se proeminente durante um eclipse solar.

ParcialUm eclipse lunar parcial ocorre quando apenas parte da Lua fica sob a sombra da Terra.

TotalUm eclipse solar total ocorre quando a Lua passa diante do Sol e projeta a sua sombra na Terra; um eclipse lunar total dá-se quando a Lua “entra” na sombra da Terra.

Órbita lunarA órbita da Lua é elíptica: no seu ponto mais próximo (perigeu) está a 363.300 km da Terra e no seu ponto mais distante (apogeu) fica a 405.500 km. Esta variação pode afetar a duração e o tipo de eclipse solar.

Cone de sombraA sombra da Lua durante um eclipse solar cobre apenas uma pequena parte da superfície da Terra.

Órbita da TerraA órbita da Terra também é elíptica, sendo o seu ponto mais próximo do Sol (periélio) a 147,1 milhões de km e o seu ponto mais distante (afélio) a 152,1 milhões de km.

Luz solarA luz demora oito minutos e 20 segundos a chegar do Sol à Terra e 1,3 segundos a chegar da Lua, pelo que os eclipses são sempre vistos no passado.

PenumbralA sombra da Terra divide-se na sombra mais intensa (umbra) e na menos intensa (penumbra). Um eclipse lunar penumbral não é tão óbvio como um umbral.

Durante um eclipse total, deverá conseguir ver estrelas e planetas a olho nu – dependendo da altura do ano – à medida que o céu escurece.

SABIA QUE...

74 minutos

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“Podemos ver a ocorrência de eclipses em Júpiter com os nossos telescópios de quintal.”

Eclipses solares totais muito raramente são vistos em Portugal. Um eclipse solar anular – o maior em cem anos!

– foi observável no Norte do país em 2005 e o próximo eclipse solar total, visível em Trás-os-Montes, ocorrerá somente a 12 de agosto de 2026. Entretanto, serão visíveis eclipses solares parciais, menos expressivos, por exemplo em 2021 e 2025.

No instante em que a totalidade começa ou termina, observa-se um espetacular efeito chamado “anel de diamante” – o

aparecimento de uma intensa explosão de luz, semelhante à joia num anel de diamante. Tal deve-se ao irrompimento da luz solar através de intervalos entre montanhas na orla lunar.

Eclipses totais são raros em Portugal

Podem criar anéis de diamante

05 07

Um eclipse solar é a consequência de um alinhamento da Terra, da Lua e do Sol.

Como se forma um eclipse solar Os eclipses são todos o resultado de órbitas. A Lua orbita a Terra uma vez a cada 27,3 dias. A Terra orbita o Sol uma vez a cada 365,2 dias. Sendo as suas órbitas elípticas, a sua distância em relação ao seu astro parental pode mudar ao longo da órbita. A inclinação da órbita lunar em relação à eclíptica (a trajetória do Sol pelo céu) é de 5,1 graus. Um eclipse solar ocorre apenas quando a Lua atravessa a eclíptica na posição exata em que o Sol se encontra nesse instante.

Sombra do eclipseObservadores na sombra umbral da Lua verão um eclipse solar total.

Distância do SolO Sol está cerca de 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua.

Eclipse parcialObservadores na sombra penumbral verão um eclipse solar parcial.

Fora da sombraEm nenhuma parte da Terra fora da sombra da Lua se verá o eclipse.

A LuaNão conseguimos ver a superfície lunar durante um eclipse solar pois esta, no lado oposto ao Sol, jaz em escuridão.

Tamanho do SolO Sol também é quase 400 vezes maior do que a Lua.

Este rácio faz com que pareçam ter quase o mesmo tamanho no céu, permitindo

que a Lua eclipse o Sol.

Terá várias oportunidades para observar um eclipse solar na próxima década, se estiver disposto a viajar.

Após o de março deste ano, haverá eclipses solares totais a 9 de março de 2016 (Indonésia, Pacífico), 21 de agosto de 2017 (EUA), 2 de julho de 2019 (Argentina e Chile) e o mesmo a 14 de dezembro de 2020, 4 de dezembro de 2021 (Antártida), 20 de abril de 2023 (Indonésia e Austrália) e 8 de abril de 2024 (México, EUA, Canadá). Haverá ainda eclipses anulares em 2016, 2017, 2019, 2020, 2021, 2023 e 2024.

“Caçar” eclipses solares requer passaporte

06

A luz solar a irromper entre montanhas na Lua cria um “anel de diamante”.

O típico tom avermelhado de um eclipse lunar tende a surgir pouco antes ou depois de um eclipse solar.

Há sempre um eclipse lunar duas semanas antes ou depois de um eclipse solar.

O alinhamento entre Sol, Lua e Terra continua suficientemente próximo para, uma quinzena antes ou depois de um eclipse solar, quando o nosso satélite natural se encontra do outro lado do nosso planeta, a Lua poder recair na sombra da Terra.

08

Eclipses solares e lunares vêm aos pares

ESPAÇO

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT048 | Quero Saber

DE OLHOS NO CÉU

Como utilizou Colombo o eclipse lunar de 1504?

Resposta:Encalhados nas Caraíbas, o explorador Cristóvão Colombo e a sua tripulação ficaram dependentes de tribos locais para se alimentarem. Colombo “previu” o eclipse lunar, sabendo que isso lhe garantiria o respeito dos indígenas supersticiosos.

A Como distração para escapar aos nativos B “Prevendo-o” para obter alimento C Para praticar astronomia na escuridão

Por vezes, durante um eclipse total, podem ver-se grandes erupções, ou proeminências, na coroa solar?

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A sombra da Lua move-se rapidamente pela face da Terra, de oeste para leste, a uma velocidade superior à do som

– a sombra do eclipse no equador viaja a 1.730 km/hora. Isto acontece porque a Lua orbita a Terra a 3.400 km/hora, contrabalançada pela rotação da Terra a 1.670 quilómetros por hora. É também por isto que a Lua se desloca pelo céu mais depressa do que o Sol.

A sombra lunar move-se muito depressa

09

Uma sombra divide-se em duas partes – a umbra e a penumbra. A umbra é a parte central e mais intensa da

sombra. A penumbra é onde apenas parte da fonte de luz está bloqueada. Os eclipses totais são vistos na umbra, enquanto os eclipses parciais são vistos na penumbra.

Os eclipses ocorrem durante um alinhamento do Sol, da Lua e da Terra chamado sizígia, quando os três

corpos estão dispostos numa linha reta.

No passado, eclipses solares totais tendiam a ser considerados maus presságios, ou a fúria dos deuses,

incitando o início tanto de guerras como da paz. Contudo, já desde os antigos babilónios e chineses no século XXV a.C. que os astrónomos conseguem prever o movimento da Lua e do Sol, e a ocorrência de eclipses.

Há mais do que um tipo de sombra

Requerem sizígia

Eclipses antigos

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12

Penumbra

Umbra

Devem observar-se com cuidado

É muito perigoso olhar diretamente para o Sol sem óculos especiais para eclipses ou um telescópio com

um filtro solar especial. O Sol é tão luminoso que pode ferir a vista ou até causar cegueira permanente. Mesmo que 99% da superfície solar esteja bloqueada pela Lua, o restante 1% continua a ser suficientemente intenso para lhe queimar a retina. Assim, há medidas de segurança que deve tomar para observar eclipses, ou o Sol em geral.

Se usar óculos para eclipses, verifique que não apresentam danos. Até o mais ínfimo orifício pode causar lesões oculares.

Tente projetar a imagem do Sol através de um telescópio num bocado de cartão branco. Mantenha a ocular coberta, para evitar que crianças pequenas espreitem através dela. Intervalos entre folhas de árvores também podem atuar como orifícios estenopeicos naturais para projetar a imagem do Sol.

Pode ainda utilizar telescópios e filtros solares especiais. Fabricados por empresas como a Coronado e a Lunt, estes podem ser um pouco dispendiosos, mas permitem-lhe ver o Sol a outros comprimentos de onda de luz, como o hidrogénio alfa, que surge cor de laranja, bloqueando a luz perigosa.

15

Eclipses solares também ocorrem noutros planetas e luas do Sistema Solar, mas, não apresentando estes o rácio existente entre Terra e Lua, o fenómeno não é tão espetacular. Mercúrio e Vénus não têm eclipses, visto não possuírem luas. As duas luas de Marte são pequenas demais para obscurecerem totalmente o Sol, mas os rovers no Planeta Vermelho fotografaram Fobos (a maior das duas) a passar diante do Sol, num tipo de eclipse parcial. Podemos ver a ocorrência de eclipses em Júpiter com os nossos telescópios de quintal, sob a forma da projeção das sombras das suas quatro luas principais sobre a camada nebulosa mais alta do planeta gigante. Os astrónomos chamam a isto “trânsito de sombras”, podendo ocorrer vários em simultâneo. Podemos ainda ver as luas de Júpiter eclipsarem-se na sombra do planeta. Eclipses similares podem ocorrer em todos os planetas gigantes do Sistema Solar exterior e até no planeta anão Plutão, cuja lua maior, Caronte, pode eclipsar o Sol distante um par de vezes por século.

Eclipses noutros planetas

A sombra da lua joviana Ganimedes pode ser vista a transitar pela superfície do

gigante gasoso Júpiter.

Em média, os eclipses solares totais ocorrem a cada 18 meses, embora possam decorrer vários anos entre

eclipses. Não ocorrem todos os meses pois, estando a órbita da Lua inclinada em relação à órbita da Terra em torno do Sol, só raramente a trajetória da Lua pelo céu interseta a do Sol.

Os eclipses são pouco frequentes

14Os eclipses lunares são bem mais comuns do que os solares, ocorrendo duas vezes por ano em diferentes partes

do mundo. O próximo eclipse lunar total visível em Portugal será a 28 de setembro de 2015, seguido de outro a 21 de janeiro de 2019, com vários eclipses parciais entre estes.

Pode ver um eclipse lunar neste ano

13

SABIA QUE...

ESTRANHO MAS REAL

Quero Saber | 049WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

&

O trato digestivo é um longo tubo muscular que percorre grande parte do comprimento do seu corpo, dividindo-se em cinco secções distintas,

cada qual com a sua função particular e especializada.A digestão tem início na boca. Quanto mastiga os

alimentos, é libertada saliva, fornecendo um lubriicante escorregadio e dando início à decomposição de hidratos de carbono, com uma enzima chamada amílase. Recetores táteis na sua boca dizem-lhe quando deve engolir e, conforme a sua língua sobe, a comida é empurrada

para a parte posterior da sua garganta. Quando engole, entrega o controlo da digestão às suas funções motoras autónomas. Uma pequena

cartilagem chamada epiglote dobra-se para cobrir a laringe, e a entrada para os pulmões, obrigando

o bolo alimentar a deslocar-se forçosamente para o esófago. Quando os alimentos chegam ao estômago, atravessam um aro muscular conhecido como esfíncter cardíaco, que os impede de tornarem a sair por onde entraram.

O interior do estômago é um ambiente hostil, onde as células que revestem as paredes libertam ácido clorídrico e enzimas digestivas de proteínas. A presença de comida ativa

recetores de distensão na parede do estômago, que, por sua vez, ativam uma série de contrações

rítmicas – que misturam o conteúdo estomacal, juntando o ácido e as enzimas e “moendo” os alimentos.

No fundo do estômago situa-se um segundo aro muscular, chamado piloro, que atua como uma cancela para o intestino delgado. O piloro evita a passagem de objetos com um diâmetro superior a cerca de dois centímetros, devolvendo-os ao estômago para que sejam ainda mais decompostos. Dessa forma garante que, chegada ao intestino delgado, a sua comida é uma pasta líquida e ligeiramente grumosa, pronta para a etapa seguinte

Explore connosco os nove metros do seu

sistema digestivo.B

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Bio

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CIÊNCIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT050 | Quero Saber

A COMIDA O CORPO

&

MastigarA digestão começa na boca, onde os dentes começam a moer os alimentos para os transformar em pedaços manejáveis.

BílisConforme o líquido passa para os intestinos, o ácido estomacal é neutralizado por bílis alcalina produzida pelo fígado.

FermentaçãoBactérias que vivem no intestino grosso ajudam a decompor os resíduos, libertando ainda mais nutrientes.

AbsorçãoÀ medida que as enzimas começam a libertar nutrientes, estes passam através do revestimento do intestino delgado para a corrente sanguínea.

MisturarOs músculos do estômago misturam o seu conteúdo de forma rítmica, decompondo mecanicamente os alimentos até formar uma pasta grumosa.

ÁguaO intestino grosso absorve o excesso de água dos alimentos que o atravessam.

ExcreçãoTudo o que resta no final do processo digestivo é uma combinação de material indigerível, células mortas e bactérias.

EngolirA saliva torna cada bocado de comida escorregadio, facilitando a sua descida pelo esófago até ao estômago.

Ácido e enzimasO estômago produz ácido clorídrico e enzimas digestivas de proteínas.

Mais enzimasO pâncreas produz enzimas digestivas, adicionadas à mistura à medida que esta entra

no intestino delgado.

Uma refeição pode demorar até 48 horas a percorrer o seu corpo.

A viagem dos alimentos

COMPRIMENTO DO INTESTINO

DELGADO

7metros

MariscoA alergia ao marisco tende a surgir na idade adulta. Alimentos a evitar incluem perceves, caranguejo, camarão, lagosta, lagostim e krill.

LeiteCrianças com menos de três anos são mais passíveis de desenvolver alergia ao leite, embora tendam a superá-la até à idade adulta.

AmendoinsAmendoins e frutos de casca rija causam amiúde reações anafiláticas e são a maior causa de morte por alergia alimentar.

ALERGIAS ALIMENTARES

1. COMUM 2. MAIS COMUM 3. A MAIS COMUM

da digestão. O intestino delgado é onde decorre a digestão química. Aqui, o pâncreas adiciona enzimas digestivas e o fígado adiciona um esguicho generoso de bílis alcalina, expelida através da vesícula biliar. Esta bílis não só neutraliza o ácido estomacal como ainda atua, de certa forma, qual detergente líquido sobre pratos sujos, ajudando a separar as partículas alimentares e forçando a dispersão das gorduras em bolhas minúsculas.

Músculos no intestino delgado continuam a comprimir e misturar os conteúdos, permitindo que as enzimas façam o seu trabalho dentro da pasta. À medida que os nutrientes são libertados, são absorvidos para a corrente sanguínea, através das paredes do intestino.

Para garantir um movimento contínuo através do sistema, a cada cinco a dez minutos uma vaga de contrações musculares começa no estômago e desloca-se até aos intestinos. Conhecida como complexo motor migratório (CMM), esta vaga comprime o sistema digestivo como um tubo de pasta dos dentes, empurrando o seu conteúdo em direção ao cólon.

Conforme os alimentos avançam através do intestino delgado, mais e mais nutrientes são libertados por ação das enzimas, sendo que, ao chegar ao intestino grosso, a maioria do material útil já foi absorvida pela corrente sanguínea. Contudo, o processo digestivo ainda não terminou e, aqui, bactérias ajudam a decompor ainda mais os alimentos não digeridos.

O intestino grosso absorve ainda a maioria da água remanescente, deixando para trás uma combinação de material não digerido, células mortas e bactérias. Quando estes resíduos terminam a sua viagem pelo intestino grosso, passam para o reto, para armazenamento, até que surja um momento conveniente para a respetiva expulsão.

Cadeia alimentarA energia solar é convertida em energia química por organismos fotossintéticos como as plantas, que a utilizam para criar material biológico, a partir de nutrientes no ar e no solo. Herbívoros consomem, depois, as plantas, libertando alguma da energia e utilizando os componentes para construir os seus próprios corpos. Carnívoros ingerem depois os herbívoros. Quando plantas e animais morrem, decompositores devolvem os nutrientes dos seus corpos ao solo, reiniciando o ciclo.

1 O SolEm média, a cada minuto, o Sol fornece 2 Kcal de energia a cada cm2 da Terra.

4 HerbívoroOs herbívoros conseguem digerir material vegetal, mas o processo é difícil e apenas cerca de dez por cento da energia é extraída.

3 ProdutorAs plantas usam a energia solar para combinar CO2 e água, produzindo energia química sob a forma de açúcares.

6 CarnívoroOs carnívoros obtêm energia fácil digerindo os tecidos de outros animais.

2 Conversão ineficazMenos de cinco por cento da energia disponibilizada pelo Sol é convertida em energia química pelas plantas.

5 Perda energéticaA cada etapa da cadeia alimentar, alguma da energia é perdida, muita como calor.

1 3 5

2 4 6

Quero Saber | 051WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Frente a Frente

O detergente em pó biológico utiliza enzimas digestivas para decompor as nódoas na roupa suja?SABIA QUE...

O paladar diz-nos se a comida é segura, mas o olfato dá-lhe sabor.

O paladar

As papilas gustativas

A língua humana deteta cinco sabores principais diferentes – doce, ácido, salgado, amargo e umami (“saboroso”) – garantindo-nos uma distinção rápida entre vários tipos de alimentos. Alimentos doces contêm açúcar e são uma boa fonte de energia. Alimentos salgados fornecem sódio, vital para o sistema nervoso, mas letal em altas quantidades. Alimentos amargos podem conter veneno.

Os bebés revelam uma preferência natural por alimentos doces e uma aversão aos amargos – uma salvaguarda biológica que os encoraja a ingerir alimentos seguros e calóricos. Todavia, a nutrição não é assim tão simples. Muitos vegetais são amargos mas não venenosos e a sua apreciação é uma experiência adquirida.

A capacidade de deteção de diferentes sabores varia, parecendo depender da nossa anatomia individual. Em geral, a população divide-se em três categorias, com base no número de papilas gustativas na língua. Indivíduos com menos são conhecidos como “não-provadores”, os com um número mediano são os chamados “provadores” e aqueles com muito mais papilas gustativas do que o resto da população são “superprovadores”. Estes possuem um paladar especialmente sensível e reagem muito mais intensamente do que o resto da população. Como tal, são realmente adversos a alimentos amargos, como vegetais verdes e café, e tendem a evitar sobremesas ricas e guloseimas açucaradas.

Embora estas diferenças anatómicas possam explicar algumas das nossas preferências, a maioria dos nossos gostos individuais não se resume ao paladar, sendo antes uma combinação de paladar e olfato. A mastigação dos alimentos liberta substâncias voláteis, que evaporam rapidamente. Ao engolirmos, algum do ar no interior da nossa boca sobe em direção ao nariz, transportando essas substâncias. Aqui, elas unem-se a recetores nas células olfativas, enviando mensagens sensoriais ao cérebro.

Recentemente, cientistas descobriram que estes recetores olfativos conseguem detetar até um bilião de odores diferentes. Estando paladar e olfato intimamente ligados a emoções e memória, a experiência inluencia bastante o desenvolvimento dos nossos gostos.

Ao contrário da crença popular, os cinco sabores básicos são detetáveis em praticamente toda a língua.

Anatomia da língua humana

Língua posteriorCerca de um terço da língua está escondida na parte de trás da boca.

PapilasA língua está coberta de minúsculas saliências, mas nem todas contêm papilas gustativas.

MúsculoHá oito músculos na língua que alteram a sua forma e a mudam de posição.

Fluxo sanguíneoA língua recebe sangue

da artéria lingual e escoa-o através das

veias linguais.

NervosAs partes anterior e posterior da língua enviam informação

ao cérebro.

Papilas circunvaladasEstas saliências amplas situam-se

na parte de trás da língua, rodeadas por depressões que recolhem saliva.

Papilas filiformesA maioria da língua está coberta por delgadas saliências ásperas sem recetores gustativos.

Papilas foliadas

Contêm recetores gustativos e

situam-se nas laterais

posteriores da língua, onde a saliva escorre

pelas bochechas.

Língua anteriorA parte visível da

língua é responsável pela maioria da

deteção gustativa.

Poro gustativoUma fenda no topo da papila gustativa permite à saliva chegar às células gustativas.

Pelo gustativoCada célula gustativa

termina num pelo minúsculo, coberto de recetores que

detetam substâncias dissolvidas na saliva.

Célula basalCélulas gustativas

envelhecidas ou lesadas são

substituídas pelas células basais

subjacentes.

Célula sensorialCada célula deteta um

dos cinco sabores, mas todos os tipos se

agrupam em cada papila gustativa.

NervoUm nervo no fundo da papila gustativa

transmite mensagens ao cérebro.

Célula de sustentaçãoAs células gustativas estão envoltas num envelope de células de apoio não gustativas.

SinapseAs células gustativas não transmitem os sinais diretamente ao cérebro, mas sim a uma célula nervosa.

AS CÉLULAS GUSTATIVAS SÃO SUBSTITUÍDAS A CADA DEZ DIAS

10

“Cientistas descobriram que estes recetores olfativos conseguem detetar até um bilião de odores diferentes.”

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT052 | Quero Saber

CIÊNCIA

Esta bolsa muscular transforma o seu jantar numa sopa ácida.

Dentro do estômagoO estômago atua como uma câmara provisória, recebendo alimentos da boca e preparando-os para processamento no intestino delgado. Em repouso, o seu tamanho aproxima-se ao de um punho, enrolando-se o seu revestimento numa complexa rede de pregas, ou rugas. Ao comer, estas dilatam, permitindo a um adulto ingerir cerca de um litro de comida por refeição. A dilatação das paredes do estômago aciona contrações rítmicas, misturando a comida com ácido e enzimas digestivas de proteínas e moendo-a, em preparação para a fase seguinte.

DuodenoO estômago esvazia o seu conteúdo na secção inicial do intestino delgado.

PiloroUm aro muscular na base do estômago impede fugas de conteúdo antes de este estar pronto.

Esfíncter cardíacoUm aro muscular no topo do estômago evita que o seu conteúdo ácido regresse ao esófago.

AntroA parte inferior do estômago gera fortes contrações triturantes.

EsófagoOs alimentos viajam da boca até ao estômago através de um tubo muscular que se estende por trás da traqueia.

Fundo Excesso de gás acumula-se no topo do estômago, onde pode ser expelido pelo diafragma.

RugasO revestimento flexível e expansível do estômago, quando relaxado, assume um aspeto enrugado.

Camadas muscularesHá três camadas de músculo na parede estomacal, todas dispostas em diferentes sentidos.

RevestimentoEstá coberto por

células que produzem muco, ácido e enzimas

digestivas de proteínas.

CorpoA parte central do

estômago ajuda a criar pressão descendente,

mantendo a comida a fluir na direção certa.

Mastigar gordura

Cada célula do corpo está envolta numa membrana de gordura, que isola os nervos e garante preciosas reservas de energia. As gorduras fornecem ainda várias vitaminas e ácidos gordos essenciais que o corpo não consegue produzir. Gorduras saturadas (gorduras sólidas da carne e dos laticínios) e gorduras trans (presentes em óleos vegetais hidrogenados e em muitos alimentos processados) aumentam o colesterol, podendo conduzir a problemas circulatórios, mas as não saturadas (gorduras líquidas de plantas e peixes) podem ter o efeito oposto e são consideradas boas para a saúde.

Apesar da má fama da gordura, o corpo precisa dela.

Ver, cheirar e até mesmo pensar em comida começam a preparar o estômago para uma refeição, pelo que, aquando da chegada dos alimentos, já o órgão se encontra a produzir mais ácido.

A dilatação e irritação do estômago levam-no a aumentar a produção de ácido e de enzimas e a começar a misturar. Nos primeiros 20 a 30 minutos após a ingestão de uma refeição, comida nenhuma pode sair.

Para evitar que o estômago esvazie depressa demais, proteínas e gorduras são controladas na parte inicial do intestino delgado. Se muita comida entrar, são enviados sinais para o estômago abrandar.

Quanto tempo demora a digestão?

9 m COMPRIMENTO DO TUBO DIGESTIVO

1,8 kgINGESTÃO DIÁRIA

1-3 HORAS TEMPO NO ESTÔMAGO 40 horas TEMPO MÉDIO

NO INTESTINO GROSSO

350 gEXCREÇÃO DIÁRIA 53 horasTEMPO TOTAL

DO TRÂNSITO DIGESTIVO

VIAGEM DOS ALIMENTOS

Quero Saber | 053WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

A principal causa da úlcera gástrica, por muito tempo atribuída ao stress, é ainal uma infeção bacteriana?SABIA QUE...

NÚMEROS

“ Depois, enzimas digestivas adicionadas pelo pâncreas atuam como tesouras moleculares.”

Saídos do estômago, os alimentos têm de atravessar mais de 7 m de intestinos.Os intestinosO conteúdo do estômago entra gradualmente no intestino, permitindo que os alimentos líquidos sejam processados. Primeiro, o ácido é neutralizado por bílis, fornecida pelo fígado. Depois, enzimas

digestivas adicionadas pelo pâncreas atuam como tesouras moleculares, decompondo proteínas, hidratos de carbono e gorduras o suiciente para que estes sejam transportados através

da parede do intestino delgado. O material não digerido remanescente passa para o intestino grosso, que absorve água, deixando para trás resíduos sólidos que podem então ser excretados.

ApêndicePerto do início do intestino grosso existe um tubo sem saída, o chamado apêndice, cuja função é maioritariamente desconhecida.

Intestino delgadoO intestino delgado é responsável por decompor os alimentos e absorver os nutrientes.Reto

Antes de saírem do corpo, os resíduos são mantidos numa pequena bolsa, conhecida como reto.

Intestino grossoAbsorve água e prepara os resíduos da digestão.

VilosidadesA parede interna do intestino

delgado é revestida por projeções em forma de

dedo chamadas vilosidades.

MicrovilosidadesAs células que compõem a parede intestinal estão cobertas por pregas minúsculas chamadas microvilosidades.

Pequena veiaOs nutrientes passam pela parede do intestino para a corrente sanguínea.

Vaso linfáticoOs ácidos gordos deixam os intestinos através do sistema linfático.

Cripta intestinalEntre as vilosidades existem criptas que

contêm células produtoras de muco.

Pequena artéria

Cada vilosidade possui um

fornecimento sanguíneo rico.

Viver com bactériasAs bactérias são amiúde retratadas como as “vilãs” do corpo, mas a proporção que causa intoxicações alimentares é surpreendentemente pequena. Na verdade, as bactérias começam a entrar no nosso sistema digestivo assim que nascemos e um adulto saudável alberga constantemente cerca de 300 a 500 espécies diferentes no seu intestino grosso.

As partes superiores do sistema digestivo são hostis a microrganismos; o estômago é altamente ácido e o intestino delgado está repleto de enzimas digestivas, mas o intestino grosso é o ambiente perfeito para suportar um mundo microscópico.

Quando o alimento aqui chega, já as enzimas digestivas izeram o seu trabalho e a maioria dos 

nutrientes foi absorvida. As bactérias, porém, possuem um conjunto diferente de enzimas, capazes de decompor ainda mais o material indigerível, permitindo-nos absorver ainda mais nutrientes, sobretudo sob a forma de ácidos gordos.

A presença destas bactérias boas representa ainda menos espaço ou recursos para agentes patogénicos perigosos, ajudando a evitar infeções. O intestino e as suas bactérias residentes estão em comunicação constante, captando sinais químicos libertados no ambiente. Estes sinais podem ter efeitos abrangentes, estando provado que os tipos de bactérias presentes nos seus intestinos inluenciam outros órgãos, incluindo o cérebro.

ÁREA DE SUPERFÍCIE DE ABSORÇÃO TOTAL DO SISTEMA DIGESTIVO

4.500 m2

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT054 | Quero Saber

CIÊNCIA

1 Um “copo” não é uma medida muito exata; o IHS recomenda a ingestão diária de pelo menos 1,5 a 2 l de água proveniente de bebidas.

Oito copos de água

2 Ensaios com mais de 11 mil pessoas revelaram que a vitamina C não evita nem cura constipações. Já lavar as mãos regularmente é eficaz na prevenção da transmissão.

Vitamina C

3 A vitamina A da cenoura é vital para a saúde ocular, mas a ideia de que ajuda a ver no escuro é uma mentira da II GM para ocultar dos alemães a tecnologia de radar.

Cenoura e visão

4 É um dado popular entre quem faz dieta que comer aipo queima mais calorias do que fornece. Possível em teoria, nenhum alimento provou ainda ter este efeito.

Calorias negativas

5 Na verdade, pode não ser mito. Novos estudos apontam cada vez mais para o impacto da dieta na acne, em particular o de açúcares e gorduras saturadas.

Chocolate e acne

MITOS ALIMENTARES

A primeira parte do sistema digestivo prepara os alimentos para a fase seguinte, garantindo que estes se encontram reduzidos a uma pasta luida e homogénea e misturando-a com ácido, para limitar o potencial para infeções perigosas. Contudo, só com a chegada ao intestino delgado é que a decomposição microscópica e a absorção de nutrientes começam realmente.

No início do intestino delgado, o fígado injeta bílis alcalina nos alimentos líquidos e ácidos, neutralizando o seu pH e preparando-os para a introdução de enzimas digestivas. A bílis ajuda ainda a emulsionar gorduras. As gorduras não são hidrossolúveis, tendendo a aglomerar-se em grandes glóbulos, para se esconderem e evitarem a água circundante, mas a bílis atua

um pouco como um detergente líquido, separando-as em pedaços menores.

Agora que a comida está bem misturada e separada, as enzimas podem entrar em ação. O pâncreas produz um cocktail de três tipos de enzimas, cada uma para decompor moléculas diferentes. Proteáses separam aminoácidos de proteínas, lípases decompõem gorduras em ácidos gordos e glicerol, e carboidrases transformam longas cadeias de hidratos de carbono em açúcares. Estes pequenos blocos podem ser absorvidos pela corrente sanguínea, que os distribui pelo corpo, para serem usados para construir as nossas próprias moléculas biológicas, ou decompostos e queimados para fornecerem energia. O corpo requer diferentes

quantidades de cada nutriente, podendo, por vezes, converter um em outro, se necessário. Contudo, há vários nutrientes que o corpo não consegue sintetizar de todo ou em quantidades suicientes, e que têm de ser obtidos através da dieta. Estes nutrientes essenciais incluem certos tipos de aminoácidos, ácidos gordos como o ómega 3 e o ómega 6, e todas as vitaminas e minerais necessários.

Vitaminas e minerais são compostos orgânicos e inorgânicos requeridos pelo corpo em pequenas quantidades para diversas funções. Alguns, como o cálcio, constituem componentes estruturais vitais dos nossos corpos, enquanto outros, como a vitamina C, participam em reações bioquímicas.

MOLÉCULA/ VITAMINA

ALIMENTOS RICOS EM FERRO

VEGETAIS DE FOLHAS VERDES

PEIXES GORDOS

FRUTA

ALIMENTOS ONDE SE ENCONTRA

PARA QUE É UTILIZADA PELO CORPO

Gema de ovo Carne vermelha Espinafres

Couve-flor Brócolos Couve-de-bruxelas

Salmão Atum Caviar

Alperce seco Abacate Banana

FER

RO

ÁC

IDO

LIC

OV

ITA

MIN

A D

PO

TÁS

SIO

O ferro é um componente-chave da hemoglobina, o pigmento vermelho que transporta oxigénio no nosso sangue. Sem ele, o oxigénio não é eficazmente transportado, resultando em anemia. Esta é mais amiúde causada por perda de sangue, sendo as mulheres muito mais suscetíveis do que os homens.

O ácido fólico é essencial para a síntese de ADN e, sem ele, a produção de glóbulos vermelhos começa a abrandar. É ainda extremamente importante na formação do sistema nervoso central e, durante as primeiras 12 semanas da gravidez, suplementos de ácido fólico são recomendados às gestantes.

A vitamina D está envolvida na formação óssea do corpo, pelo que a sua carência em crianças pode resultar em deformações ósseas. Felizmente, esta vitamina é fácil de obter. Para além de estar presente em peixes gordos, ovos e laticínios, os nossos corpos conseguem produzi-la, utilizando a luz solar.

As células usam uma combinação de potássio e sódio para manter o seu equilíbrio elétrico interno. O potássio é vital para garantir que os músculos contraem devidamente e que os nervos transmitem as suas mensagens. Facilmente obtido através da dieta, a sua carência é raríssima, exceto em caso de problemas renais.

Quero Saber | 055WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

CINCO FACTOS

A boca humana produz um a dois litros de saliva por dia?SABIA QUE...

O estudo da adição alimentar é

relativamente novo, com resultados muito

debatidos, mas há cada vez mais indícios de que

os alimentos podem suscitar respostas cerebrais idênticas às de sustâncias viciantes, como a cocaína. Em indivíduos com excesso de peso, comer demais pode tornar-se uma compulsão difícil de controlar e está provado que ativa

a mesma área de gratiicação que a ingestão de drogas viciantes. Em alcoólicos, cocainómanos e heroinómanos, o número de recetores de dopamina no sistema de gratiicação é menor do que no resto da população, e o mesmo sucede em casos de obesidade. Crê-se que indivíduos com menos recetores de dopamina precisem de sobre-estimular os seus cérebros para sentirem a mesma gratiicação que indivíduos normais, voltando-se, portanto, para o álcool, drogas ou talvez até comida.

A fome é das sensações mais básicas e fundamentais do corpo, tendo origem no estômago. Estando este vazio, começa a produzir uma hormona, conhecida como grelina, que viaja então até uma zona do cérebro chamada hipotálamo.

O hipotálamo é responsável pelo estado ótimo e constante do corpo, mantendo-o a uma dada temperatura, regulando hormonas e monitorizando a hidratação. A chegada da grelina é um sinal de que os níveis de energia podem estar prestes a diminuir, desencadeando a produção de uma segunda hormona, o neuropéptido Y, que promove a ingestão.

Já o sinal para parar de comer é muito mais subtil. O estômago possui recetores de dilatação que avisam o cérebro que está cheio. Mas e se estiver vazio e já houver energia suiciente no sistema? Os depósitos de gordura produzem uma hormona chamada leptina, que relata ao cérebro a quantidade exata de reservas de energia do corpo. Ante níveis altos de leptina, o hipotálamo

“Já os desejos são diferentes, sendo gerados no cérebro, e não no estômago.”

Adição alimentar

Porque ansiamos por estes alimentos?

A comida e o cérebro

Quando stressadas ou tristes, muitas pessoas recorrem a comidas reconfortantes, como puré de batata, hambúrgueres ou um prato de massa. Os hidratos de carbono não só nos aquecem e saciam, como aumentam os níveis de serotonina, a chamada hormona da felicidade.

Alimentos açucarados são desejados por várias razões, sendo a mais simples delas o facto de o corpo precisar de um reforço energético. Contudo, esta é uma solução temporária, pois o açúcar depressa sai do sangue, regressando o desejo.

Os animais sentem o chamado “apetite por salgados”, similar à sede, que os leva a ingerir sal quando os níveis estão baixos. Contudo, pouco indicia algo equivalente no ser humano. Os homens, porém, são mais suscetíveis a este desejo do que as mulheres.

Reconfortante

Doces

Salgados

produz hormonas que suprimem o apetite. O problema é que, com elevados níveis de gordura, podemos criar resistência à mensagem da leptina, similar à resistência à insulina na diabetes tipo II. Se o cérebro não souber que há gordura suiciente, continuamos a comer.

Já os desejos são diferentes, sendo gerados no cérebro, e não no estômago. São três as principais áreas cerebrais implicadas nos desejos de alimentos: hipocampo, ínsula e núcleo caudado.

O ser humano foi evolutivamente programado para gostar de alimentos gordos e açucarados; a sua ingestão garante-nos energia suiciente para sobrevivermos. O hipocampo participa na recolha de informação sensorial e processa-a para ser armazenada na memória de longo prazo, sendo que, no caso dos desejos alimentares, estas memórias estão associadas à ativação do sistema de gratiicação do cérebro. Quanto mais apreciamos um alimento, mais provável é que o desejemos.

Crê-se que as imagens mentais têm um papel importante nestes desejos, e imaginar comida torna mais difícil resistir-lhe. Todavia, pensar noutras imagens visuais pode ajudar a reprimir os desejos e a distrair o cérebro.

A digestão ocorre subconscientemente, mas o cérebro pode “sobrepor-se”, e o que o cérebro pensa querer nem sempre é aquilo de que precisa.

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CIÊNCIA

Placebo + Neutro Placebo + ComidaRitalina + Neutro Ritalina + Comida

ALTO

BAIXO

MITO PEGAJOSO

Quanto tempo ficam as pastilhas no organismo?

Resposta:É verdade que a pastilha elástica é indigerível, mas, desde que seja um pedaço pequeno – menos de 2 cm de diâmetro –, não há razão alguma para ficar presa, devendo ser normalmente excretada num dia ou dois.A Sete anos B Um dia C Para sempre

DESCUBRA AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS POR DETRÁS DE ALGUNS DOS NOSSOS ALIMENTOS E BEBIDAS PREFERIDOS.A QUÍMICA DOS ALIMENTOS

ChocolateO chocolate é um dos alimentos mais vulgarmente associados à felicidade, sobretudo à hormona serotonina. O chocolate em si contém o percursor da serotonina, um aminoácido chamado triptofano, mas este está presente em muitos outros alimentos, incluindo na carne. O chocolate contém ainda feniletilamina, uma molécula quimicamente similar à

anfetamina, mas que é decomposta pelo sistema digestivo e não chega ao cérebro intacta.

O fator reconfortante do chocolate deve-se mais provavelmente ao seu teor de gordura e

açúcar, bem como à sua textura na boca. O chocolate é um dos

poucos alimentos que derrete a uma temperatura próxima da

do nosso corpo.

BaconComo muitos de nós saberão, é difícil resistir ao cheiro característico do bacon. Tal deve-se à química da confeção da carne. Quando o bacon é aquecido, os aminoácidos que compõem a proteína muscular reagem com açúcares redutores presentes na gordura do bacon. Este processo – reação de Maillard – ocorre apenas a altas temperaturas e produz mais de 150 moléculas voláteis diferentes, cada uma capaz de interagir com diferentes recetores olfativos no nariz. Muito do cheiro delicioso do bacon é atribuído a compostos azotados chamados piridinas e pirazinas.

CaféO café contém mais de mil compostos de aroma diferentes, responsáveis pelo seu cheiro inconfundível. Cerca de 12% dos grãos de café verdes são compostos pelos chamados ácidos clorogénicos. Quando os grãos são tostados, a maioria destes ácidos começa a decompor-se. Alguns produzem os compostos castanhos que conferem ao café a sua tonalidade escura, enquanto outros produzem as substâncias amargas responsáveis pelo seu sabor. O café contém ainda grandes quantidades de cafeína – cerca de 100 mg por chávena. A cafeína atua sobre recetores no coração e no cérebro, bloqueando a ação de um neurotransmissor natural e atuando como estimulante. ©

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CháNalguns países, como em Inglaterra, beber chá é um passatempo nacional. As principais substâncias do chá são os polifenois, dos quais cada chávena contém cerca de 200 mg. Os polifenois são moléculas compostas por componentes menores – as catequinas. Quando estas reagem com oxigénio, produzem dois tipos de substâncias químicas: teoflavinas, responsáveis pela cor castanha-alaranjada do chá, e teorubígenos, que se crê contribuírem para o sabor. As diferentes quantidades de substâncias presentes no chá dependem muito da vida das plantas e do processamento das folhas.

COMPRIMENTO DE UM ESTÔMAGO

“NORMAL” APÓS UMA REFEIÇÃO

30CM

Quero Saber | 057WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

O sistema digestivo tem o seu próprio sistema nervoso, conhecido como sistema nervoso entérico?SABIA QUE...

ESTRANHO MAS REAL

“ Em circuitos de CA, os eletrões mudam várias vezes de direção a cada segundo.”

Descubra o que acontece quando um incêndio arde sem oxigénio suiciente.

O que é o fumo?

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A eletricidade produzida por uma bateria e a vinda de uma tomada elétrica são ligeiramente diferentes. 

A rede elétrica fornece corrente alternada (CA) e as baterias produzem corrente contínua (CC). Em circuitos de CC, os eletrões movem-se sempre na mesma direção, do terminal negativo para o positivo, mas em circuitos de CA, os eletrões mudam várias vezes de direção a cada segundo. 

Geradores de CA básicos, também conhecidos como alternadores, são construídos usando um íman que gira em torno de um conjunto de ios. Conforme o campo gira, os polos norte e sul mudam constantemente de posição, e a tensão elétrica no circuito muda de direção. A principal vantagem da CA é a facilidade com que a tensão pode ser alterada usando um transformador. Ao luir por uma bobina de io, a CA cria o seu próprio campo magnético mutável, que pode ser usado para induzir outra CA numa segunda bobina de io. A simples mudança do número de espiras (voltas) em cada bobina pode alterar a tensão da corrente secundária.  

A diferença entre as correntes alternada e contínua explicada.

O que é a corrente CA/CC?

Linhas de muito alta tensãoA rede de transporte da eletricidade que vem da central utiliza tensões de 150, 220 e 400 kV.

Menor resistênciaAlta tensão significa corrente fraca, baixando a resistência e permitindo à eletricidade ir mais longe em linhas finas.

Campo magnético flutuanteAo fluir pela primeira bobina, a CA cria um campo magnético flutuante.

Corrente induzidaO campo magnético criado pela corrente na primeira bobina induz uma corrente na segunda.

Só CAOs transformadores só funcionam se a corrente estiver sempre a mudar de direção.

Aparelhos de baixa tensãoEletrodomésticos como televisores e chaleiras usam tensões muito mais baixas, de cerca de 110-250 volts.

Alterar a tensão elétricaSe a segunda bobina tiver mais espiras, a tensão sobe; se tiver menos, a tensão desce.

A madeira é composta por água, hidrocarbonetos e minerais. Quando a temperatura sobe

acima de 149 ºC, os hidrocarbonetos começam a vaporizar-se, lutuando pelo ar acima. Aí, combinam-se com oxigénio, ardendo e libertando energia, visível sob a forma de chamas. Ao arderem, libertam dióxido de carbono e vapor de água, ambos gases incolores que não conseguimos ver.

Por vezes, contudo, não há oxigénio suiciente para que estes componentes evaporados ardam, continuando a ascender, transportados pelo ar quente. Ao subirem, o alcatrão e os óleos

evaporados aglomeram-se, formando delicadas partículas conhecidas como fumo. Estas partículas movem-se de forma aleatória e, ao colidirem com as partículas invisíveis que compõem o ar, mudam de direção, produzindo padrões de fumo rodopiantes e em constante mutação.

Depois de evaporados todos estes hidrocarbonetos voláteis, resta apenas carvão vegetal – carbono quase puro. O carvão vegetal não evapora, pelo que, ao arder, não produz chama, apenas brasas incandescentes. Desaparecido o carvão vegetal, restam apenas cinzas – minerais como magnésio e potássio, que não ardem de todo.  

Quando a madeira arde, hidrocarbonetos

evaporam-se no ar, podendo irromper em

chamas ou subir como fumo.

CIÊNCIA

ALTA TENSÃO

ALTA TENSÃO

BAIXATENSÃO

BAIXATENSÃO

SUBIDA DESCIDA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT058 | Quero Saber

1 O chocolate contém feniletilamina, substância que provoca a libertação de dopamina e noradrenalina, as hormonas que levam a que nos apaixonemos.

2 São precisos apenas 90 segundos a quatro minutos para decidir se gosta de alguém; 55% da atração baseia-se exclusivamente em linguagem corporal.

3 Apenas 3% dos mamíferos acasalam para a vida. Animais que encontram um parceiro vitalício incluem gibões, cisnes, lobos, pinguins, albatrozes, águias e térmitas.

4 O simples facto de olhar para a foto de uma pessoa amada, ou pensar nela apenas, aumenta os níveis de oxitocina, o analgésico natural do corpo.

5 A síndrome do coração partido, ou miocardiopatia por stress, resulta de eventos emocionalmente stressantes como a separação e causa dor torácica intensa e repentina.

Afrodisíaco Atração imediata Seres monógamos Analgésico natural Coração partido

SOBRE O AMOR

Olhar a pessoa amada nos olhos por três minutos conduz à sincronização das frequências cardíacas?

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As hormonas e substâncias químicas que levam a que nos apaixonemos.

A ciência do amor

As três etapas do enamoramentoLuxúriaQuando atingimos a puberdade, testosterona e estrogénio ativam-se no nosso corpo. Estas hormonas criam o desejo de experimentar o amor e levam-nos a procurar um parceiro. Quem desejamos é algo inluenciado por vários fatores. Aspeto e personalidade importam, tendo estudos demonstrado que tendemos a sentir-nos atraídos por quem nos lembra os nossos pais. Também cheiramos potenciais parceiros e estudos indicam que tendemos a preferir o odor de quem tem um sistema imunitário diferente do nosso.

AtraçãoQuando nos sentimos atraídos por alguém, uma série de substâncias são libertadas no cérebro. A dopamina produz a sensação de felicidade, levando à perda de apetite e a noites sem dormir. A noradrenalina ativa respostas de stress, aumentando a frequência cardíaca e a transpiração, e uma proteína chamada fator de crescimento nervoso é produzida. Os níveis de serotonina descem, tornando difícil não pensar no objeto do nosso desejo, idealizando-o e ignorando os seus defeitos.

ApegoPara que uma relação dure, tem de criar-se uma forte ligação. Duas hormonas-chave, oxitocina e vasopressina, estão envolvidas na formação deste compromisso. A oxitocina é libertada quando nos abraçamos, beijamos e praticamos sexo, ajudando a estabelecer coniança e intimidade. Durante o sexo, e encorajando a monogamia, é igualmente libertada vasopressina, responsável por regular a retenção de água do corpo. Importante é também a produção de endorinas, suprimindo a dor e criando uma sensação de segurança.

O que ocorre no interior da sua cabeça quando se apaixona?

O amor no cérebro

1 AmígdalaQuando vê alguém de quem gosta, a amígdala, a área do cérebro responsável pela emoções, reconhece essa como uma experiência positiva.

2 HipocampoO hipocampo, a área cerebral de formação de memórias, regista esta experiência agradável, levando-o a procurá-la novamente.

3 Córtex pré-frontalMensagens são então enviadas ao córtex pré-frontal, o centro de decisão do cérebro, onde é determinado se o potencial parceiro romântico é um bom par.

4 HipotálamoSe existir atração, o córtex pré-frontal estimula o hipotálamo, que liberta o neurotransmissor dopamina, causando uma sensação de euforia.

5 NoradrenalinaA noradrenalina (ou norepinefrina), outro neurotransmissor, similar à adrenalina, é igualmente libertada, acelerando a sua frequência cardíaca e fazendo-o transpirar.

6 Níveis hormonaisA subida dos níveis de dopamina leva à descida dos de serotonina, a hormona responsável pelo humor e pelo apetite, criando sentimentos obsessivos.

7 Núcleo accumbens A secreção de dopamina estimula o núcleo accumbens, uma área do cérebro com um papel crucial na dependência.

8 Córtex pré-frontal desativadoO núcleo accumbens incita então o córtex pré-frontal à ação, mas este desativa-se, suspendendo o sentido crítico e de dúvida.

9 Amígdala desativadaA amígdala também é desativada, reduzindo a sensação de medo e stress, e criando uma atitude mais feliz e descontraída.

CINCO FACTOS

SABIA QUE...

Quero Saber | 059WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

“A luz é refratada quando atravessa os cristais, o que lhe permite passar através dos iltros em diferentes ângulos.”

A beleza escondida das bebidas alcoólicas.Álcool cristalizado

Se deixar uma gota de uma bebida alcoólica secar, a água e o álcool acabarão por evaporar, deixando

para trás açúcar cristalizado. Se, depois, observar este açúcar através de um microscópio polarizante, verá um padrão de cores garridas, resultado da refração da luz através dos cristais. O efeito é criado

utilizando dois iltros polarizadores, um entre os cristais e a luz por baixo deles, e outro posicionado a um ângulo de 90 graus, entre os cristais e a lente do microscópio acima deles. Uma vez que estes iltros obrigam as ondas de luz a oscilarem numa direção, em vez de em várias direções diferentes como normalmente aconteceria,

os dois iltros polarizadores deverão bloquear completamente a luz. No entanto, a luz é refratada quando atravessa os cristais, o que lhe permite passar através dos iltros em diferentes ângulos, razão por que vemos tantas cores vibrantes. Os geólogos usam a mesma técnica para estudar a estrutura e a composição das rochas.

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CIÊNCIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT060 | Quero Saber

Não perca a masterclass de swing bowling de James Anderson.

W W W.QUEROSABER .SAPO.PTO lançamento mais rápido foi a 161,3 km/h, pelo paquistanês Shoaib Akhtar, no Mundial de Críquete de 2003?

Desde o momento em que é libertada, forças intensas atuam sobre a pequena esfera vermelha.

A física do críquete

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O movimento da bola de críquete é único no mundo do desporto. Quando a bola é lançada, uma camada de ar,

conhecida como “camada-limite”, forma-se sobre a bola. É aqui que a física entra em ação. Controlando o ângulo da costura central, o lançador pode alterar a pressão das forças sobre a bola e escolher a trajetória do lançamento. A aerodinâmica pode variar ainda mais se o lançador alterar a velocidade da bola e o ponto onde esta ressalta. Estes lançamentos são conhecidos pelos fãs de críquete como cutters e a técnica como seam bowling. A rotação é outra arma no arsenal do lançador, que pode utilizar o pulso ou os dedos para fazer a bolar girar

furiosamente depois de arremessada. Uma rotação lenta funciona melhor em campos secos e poeirentos, onde a bola pode saltar para fora.

Forças laterais também atuam sobre a bola no swing bowling. Quando um dos lados da bola se torna mais áspero do que o outro, essa metade torna-se menos aerodinâmica, algo que os lançadores tendem a usar a seu favor para fazer a bola mover-se de lado pelo ar, levando a uma má execução por parte do batedor. O efeito de oscilação pode ser ainda mais exacerbado polindo um dos lados da bola, embora o uso de algo mais do que o equipamento para desgastar a bola seja considerado antidesportivo e jogo injustiicável segundo as regras do críquete.

Num jogo de margens curtas, a física pode fazer toda a diferença.

A bola de críqueteO swing invertido, em que a bola gira na direção oposta à convencional, é um lançamento raro que pode confundir até o mais experiente dos batedores. Popularizado por jogadores como Wasim Akram e Imran Khan, pode tornar a bola de críquete praticamente impossível de bater. Conseguido em lançamentos a mais de 135 km/h, o swing invertido funciona melhor com bolas antigas e ásperas.

Quando a bola já não está polida, move-se na direção oposta à esperada num swing tradicional. A “camada-limite” é afetada mais depressa, permitindo que o lançador arremesse a bola no sentido contrário ao habitual. Como o lançador não altera a forma como segura na bola, o batedor não tem como saber que esta se irá mover no sentido inverso. Diz-se que tempo nublado e húmido pode ajudar estes lançamentos, mas estudos sobre o assunto permanecem inconclusivos. Se um lançador dominar o swing invertido, está favorecido.

O mistério do swing invertido

James Anderson é o principal swinger da

Inglaterra, invertendo o swing da bola a altas velocidades.

PosturaO ideal para um lançador é manter-se direito, esforçando o menos possível as costas.

SegurarA forma como o lançador segura a bola pode determinar o modo como a rotação, o swing ou o controlo do ângulo da costura atuam sobre ela.

Contrarrotação e bolas lentasUm truque útil para o lançador, a bola lenta pode enganar o batedor.

Lado lisoNum swing convencional, o lado polido permite que o ar flua suavemente.

Ritmo e ressaltoAlguns lançadores conseguem executar swings lentos, mas a maioria só consegue fazê-lo a 135 km/h ou mais.

Camada-limiteUma fina camada de ar que rodeia a bola durante a sua deslocação. É então que as forças começam a atuar sobre a bola.

Lado ásperoA superfície áspera torna o fluxo de ar mais turbulento neste lado.

Movimento pelo arQuando a bola voa pelo ar, a costura e os lados liso e áspero criam bolsas de ar que a fazem mover-se de forma imprevisível.

CosturaA sutura é essencial para um bom lançamento de seam

bowling, em que a bola sai de campo depois de ressaltar.

Quero Saber | 061WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

SABIA QUE...

Na nossa sociedade repleta de tecnologia, é comum dizer-se que estamos a icar mais preguiçosos e 

menos saudáveis. Ainal, porém, a tecnologia ainda pode salvar-nos da nossa obsessão por ecrãs. Até recentemente, “tecnologia de itness e saúde” tendia a referir-se a equipamento de ginásio criado para responder a necessidades de treino especíicas ou a tecidos futuristas concebidos para aumentar o conforto (e reduzir os odores!) durante esforços atléticos. Embora esta indústria continue a lorescer, a tecnologia de itness e saúde é, cada vez mais, sinónimo de uma crescente coleção de gadgets e engenhocas que nos ajudam a explorar os nossos dados de itness pessoais.

Bem-vindo ao movimento do ”eu quantiicado”, a ideia de que monitores de atividade “usáveis” e apps compatíveis

que registam cada aspeto imaginável do nosso quotidiano – o que ingerimos, quão ativos somos, como dormimos, etc. – podem ajudar-nos a melhor entender os nossos corpos e a nós mesmos, levando-nos a fazer opções que melhoram a nossa saúde e felicidade.

Estudos revelam que a monitorização habitual é uma das melhores formas de cumprir objetivos a nível de saúde. Contudo, como meros mortais, somos péssimos a calcular coisas como distâncias percorridas e a recordar com exatidão tudo o que ingerimos num dado dia! Os gadgets de itness atuais registam discretamente os nossos comportamentos durante o dia, permitindo-nos depois avaliá-los e detetar áreas a trabalhar.

Para além disso, muitos dos produtos mais recentes chegam mesmo a sugerir melhorias, oferecendo conselhos de posicionamento 

e técnica em práticas do futebol ao ioga, fazendo sugestões que podem ajudá-lo a conseguir uma melhor noite de sono ou avisando-o discretamente que está a descurar o seu objetivo de passos diário. De resto, componentes sociais em apps de itness permitem que desaie os seus pares e troque receitas e elogios, oferecendo encorajamento. Nunca o termo competição saudável fez tanto sentido.

No futuro, é provável que mais funcionalidades destas integrem os nossos gadgets inteligentes e o nosso quotidiano; a Associação Médica Americana defende a inclusão de dispositivos de itness inteligentes num novo modelo de cuidados de saúde preventivos. Hoje, somos, mais do que nunca, os mestres do nosso próprio destino de itness. Motivação? Há uma app para isso!

A tecnologia que monitoriza o seu movimento, ritmo cardíaco e muito mais.

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TECNOLOGIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT062 | Quero Saber

1 A mais popular das apps de saúde e fitness tem mais de cinco milhões de alimentos na sua base de dados, para o ajudar a registar tudo o que come.

2 Assente no registo calórico e no apoio dos pares, a Lose It! ajuda a definir um valor de calorias diário, a monitorizar alimentação e exercício, e a incentivar escolhas inteligentes.

3 Faz do smartphone um monitor de tempos, distâncias, altitudes, velocidades e performance geral em práticas como corrida, ciclismo, caminhada, ciclismo de montanha e esqui.

4 Motiva o utilizador fazendo do exercício um grande jogo interativo onde pode competir contra amigos, aceitar desafios e ganhar recompensas reais, como barras energéticas.

5 Esta app analisa mudanças de cor induzidas pela pulsação na ponta do dedo do utilizador quando este o encosta à câmara do telefone.

Calorie Counter Lose It! Sports Tracker Challenges Instant Heart Rate

APPS DE SAÚDE

Futebol inteligente

Esta é a primeira bola de futebol do mundo a oferecer feedback sobre a sua condição física. A Adidas miCoach Smart Ball parece e comporta-se como qualquer outra bola de competição de topo, mas com uma diferença enorme: um conjunto de sensores suspensos no seu núcleo registam o ponto de impacto, a velocidade, a rotação e a trajetória durante lances de bola parada, como penalties e livres.

Os detalhes de cada pontapé são enviados por Bluetooth, em tempo real, para a app miCoach (iOS), que oferece dicas de correção ou melhoria. A coletânea de vídeos de simulação da app faz desta bola a ferramenta de treino deinitiva para aperfeiçoar técnicas difíceis, como curvar a bola ao estilo de Beckham ou controlar a sua rotação à Ronaldo.

Melhore o seu jogo com a bola que ajuda a treiná-lo.

CarregadorUma base de indução sem fios carrega a bola; uma carga total demora cerca de uma hora e dá para cerca de dois mil pontapés.

SuperfícieCouro sintético termossoldado num tradicional layout de bola de competição de tamanho 5 com 32 painéis.

“Varetas” de amortecimentoExercem pressão contra a câmara de ar no interior da bola, mantendo o pack de sensores na posição central durante impactos.

GrafismoO design ajuda o utilizador a alinhar a bola corretamente e apresenta alvos para diferentes pontapés.

Pack de sensores

Inclui um acelerómetro MEMS

de seis eixos e um magnetómetro para

medir impacto, rotação, velocidade

e trajetória.

Raquete inteligente

Se leva a sua sessão de ténis a sério, talvez lhe interesse a última oferta de um dos mais antigos fabricantes para este desporto. A Babolat Play parece ilusoriamente normal, mas um conjunto de sensores integrados no punho registam todos os aspetos do seu jogo, incluindo o número e o tipo de jogadas (direita, esquerda, remate ou serviço), detalhes sobre essas mesmas jogadas (se as suas direitas têm efeito ou não), se a bola estabeleceu contacto com o encordoamento, duração do rally, força do swing, etc... Transmitidos via Bluetooth para uma app concomitante, os dados podem ser usados para aperfeiçoamento de batidas, análise pós-partida ou para competir com outros aicionados.

Torne-se um ás do ténis com uma raquete que regista e classiica as suas devoluções.

ArmaçãoA tecnologia GT (grafite e tungsténio) da Babolat oferece uma excelente estabilidade no impacto da bola e proporciona ao jogador maior força e precisão.

Pack de sensoresInclui acelerómetro, giroscópio, sensor de vibração e um microchip que corre algoritmos para selecionar os dados a manter.

MemóriaArmazena até 150 horas de dados.

Botão Bluetooth/TagPrima continuamente para transmitir dados da partida por Bluetooth e por menos de um segundo para dividir a sessão.

Porta miniUSB internaCarregue a raquete com um portátil ou qualquer carregador USB; descarregue os dados para um PC.

CINCO FACTOS

SABIA QUE... O AmpStrip, um monitor de atividade que adere à pele como um penso, deve-se sobretudo ao crowdfunding?

Quero Saber | 063WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

“ Até os modelos mais básicos contam os seus passos e registam o seu consumo calórico.”

Pulseiras de fitness

Há apenas alguns anos, as pulseiras de itness eram exclusivas dos aicionados da tecnologia, mas a sua aceitação comercial foi célere, com dezenas de milhões a vê-las como uma hipótese de se tornarem mais conscientes acerca das suas escolhas diárias. Na verdade, as vendas destas pulseiras subiram mais de 500% entre 2013 e 2014. Até os modelos mais básicos contam os seus passos, registam o seu consumo calórico e comunicam esses dados a uma app para smartphone, geralmente via Bluetooth. Versões mais avançadas registam distâncias percorridas, altitudes escaladas, picos de esforço, frequência cardíaca e até mesmo qualidade de sono. Algumas oferecem até sugestões úteis, alertando-o caso tenha estado muito tempo ao sol ou incitando-o a atingir os seus objetivos.

Conduzindo-o pelo pulso a bons hábitos e saúde.

As apps utilizam diversos sensores – seja no seu smartphone ou em dispositivos wearable dedicados – para analisar os seus níveis de atividade. Os pedómetros tendem a basear-se em acelerómetros e determinam o número de passos dados, monitores com GPS registam distâncias percorridas e altímetros medem altitudes escaladas – seja uma escadaria ou a Face Norte do Evereste. Muitos monitores de fitness revelam dados extra sobre a intensidade do exercício medindo a sua frequência cardíaca e alguns até medem níveis de oxigénio no sangue – um indicador de saúde respiratória.

Ao contrário de muitos parâmetros de saúde e fitness, que são automaticamente registados por dispositivos que transportamos ou usamos, o registo nutricional requer mais de si. Apps como o MyFitnessPal têm vastas bases de dados de alimentos. Quando regista o que ingeriu, as apps decompõem cada item nos seus componentes nutritivos e dão-lhe uma imagem detalhada da sua dieta diária. Facilitando ainda mais a nossa vida, algumas deixam adicionar pratos habituais, outras permitem ler códigos de barras de embalagens de alimentos e algumas até incluem menus de restaurantes populares.

As apps de análise de sono usam dados de frequência cardíaca, ritmo respiratório e níveis de movimento para calcular as suas horas de sono e quanto deste é leve, profundo ou REM – a fase dos sonhos. Durante o sono profundo, por exemplo, a frequência cardíaca desce, a respiração abranda e torna-se mais profunda, e o corpo mantém-se quieto. Estes dados podem ser recolhidos por diversos sensores “usáveis” ou dispositivos colocados sob ou sobre o colchão. Sistemas avançados registam ainda condições ambientes como luz, ruído e temperatura, para ajudar a identificar problemas.

Atividade Nutrição Sono

Explore connosco esta misteriosa pulseira negra.

CorreiaFeita a partir de plástico leve, flexível, resistente e à prova de água.

VibraçãoIndica quando aciona/desativa diferentes modos ou atinge um objetivo e atua com um discreto despertador.

Etiqueta de Near Field Communication (NFC) Inicia as apps Fitbit para smartphone/tablet com um único toque.

Antena de BluetoothTroca dados com dispositivos emparelhados, incluindo o dongle Fitbit Flex.

BateriaA bateria de polímeros de iões de lítio carrega em três horas e dura até cinco dias.

Guias luminosos

A Fitbit Flex inclui cinco luzes LED indicadoras, que

se iluminam consoante a

função em atividade.

Placa-mãeAloja o “cérebro” da Flex, incluindo um acelerómetro e um microprocessador.

RevestimentoUm plástico rígido, com contactos elétricos impermeáveis integrados, protege os componentes.

A Fitbit Flex à lupa

TECNOLOGIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT064 | Quero Saber

FÃS DE APPS

Quem utiliza mais as apps de fitness?

Resposta:Segundo a empresa de estudos de mercado Flurry, os “fanáticos do fitness” – que dedicam mais do triplo do tempo médio à utilização de apps de fitness – são sobretudo mães dos 25 aos 54 anos, fãs de desporto e com vidas muito ativas.

A Homens dos 18 aos 24 B Mães dos 25 aos 54 C Idosos com mais de 75 anos

O primeiro tapete de ioga inteligente

O SmartMat é um tapete de ioga inteligente e responsivo que usa sensores de pressão integrados para estudar o seu equilíbrio e alinhamento. Emparelhado com uma app para smartphone ou tablet, dá-lhe feedback em tempo real – comandos de voz ou dicas visuais silenciosas, caso esteja numa aula. O tapete determina a “pose perfeita” tendo em conta fatores como a altura, peso, sexo e idade do utilizador. Tudo isto é parte do processo de calibragem, que inclui deitar-se no tapete para este determinar a proporcionalidade entre o tronco e os membros inferiores. Sensores piezelétricos no tapete medem mudanças de pressão e força, convertendo-as numa carga elétrica – o chamado efeito piezelétrico. 

Esqueça a comunhão com o seu eu interior e prepare-se para comungar com o seu tapete de ioga.

Segundo algumas fontes, o conceito do pedómetro remonta a esboços criados por Leonardo da Vinci?

Camada de baseEco PVC resistente, flexível e 100% isento de látex, com uma superfície aderente especial para evitar que escorregue e deslize.

Interior superiorUma grelha de tecido condutor permite que a carga gerada flua como eletricidade para o dongle, que serve de base para telefone/tablet.

TopoUma superfície

macia, resistente à transpiração e fácil de limpar, em Eco

PVC especial.

Interior inferiorCamada piezorresistiva

com 21 mil sensores piezelétricos que geram

carga elétrica em resposta à pressão.

A pressão arterial é um indicador de saúde oculto com um forte impacto na sua condição física a longo prazo. Se sofre de pressão arterial alta (hipertensão), ou se gosta apenas de estar atento aos seus valores, um monitor doméstico é essencial. A versão da Withings consiste no tradicional punho autoinsuflável que mede a sua pressão sistólica e diastólica, a par da frequência cardíaca. Estes dados são enviados instantaneamente, via Bluetooth, para uma app de smartphone que lhe dá feedback, histórico e a opção de enviar leituras ao seu médico.

Permaneça atento à sua tensão arterial e mantenha o seu médico informado! Um bom repouso é essencial para que nos

sintamos e estejamos no nosso melhor. O Withings Aura usa uma superfície com 15 mm de espessura, o Sleep Sensor, colocada sob o seu colchão, para monitorizar os seus ciclos de sono através da medição da frequência cardíaca, ritmo respiratório e movimentos corporais ao longo da noite. Um dispositivo de mesa de cabeceira emite sons relaxantes e um brilho avermelhado, que não inibe a produção de melatonina – a hormona do sono – no cérebro. De manhã, emite ruídos estimulantes e uma luz azul revigorante, que o faz transitar suavemente para a fase de sono mais leve, para que acorde como novo.

Os efeitos de mudanças de estilo de vida positivas refletem-se em mais do que no peso na balança, mas a Withings Smart Body Analyser revela-lhe melhor como o seu corpo está a mudar. Mede peso, composição corporal – massa magra versus gordura –, frequência cardíaca em repouso e a qualidade do ar ambiente, que afeta a qualidade do sono. Estes valores são então enviados para uma app de smartphone, com a qual pode controlar os seus objetivos, sincronizar os dados com outras apps de fitness e até twittar os seus feitos ao mundo!

Monitor de pressão arterial Durma – e acorde – de forma mais

inteligente, escrutinando o seu sono.Tire maior partido da pesagem semanal, com balanças que registam o seu progresso.

Monitor de sono Superbalança

Leituras de pressão arterial são automaticamente sincronizadas com o seu smartphone.

O Aura proporciona-lhe um melhor começo de dia, acordando-o gentilmente.

A massa gorda é calculada passando uma minúscula corrente elétrica pelas solas dos pés.

A app SmartMat oferece exercícios orientados e feedback constante sobre a sua forma física.

ESTRANHO MAS REAL

SABIA QUE...

Quero Saber | 065WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Ténis revolucionários

No cerne dos ténis Adidas Ultra Boost estão solas intermédias fabricadas a partir de poliuretano termoplástico (TPU). O TPU é composto por milhares de contas minúsculas, compactadas de forma a oferecerem uma elasticidade e modulação de temperatura ímpares. O TPU é considerado mais lexível do que a maioria dos ténis com almofadas de ar, que usam espuma vinílica acetinada (EVA) – uma substância elástica –, e, segundo a Adidas, este material avançado oferece 20% mais de energia, melhorando a performance do atleta. 

A sola exterior, uma rede elástica lexível, foi concebida para se adaptar e mover com o pé, expandindo-se ao longo da duração de uma extenuante sessão de treino. Esta sola incorpora a tecnologia Adidas Primeknit, em que um único io é tecido e ixado à sola do sapato, e depois tratado com um polímero resistente à água – por oposição ao calçado tradicional, que é cosido a peças laminadas. Para inalizar, estes ténis são alegadamente capazes de fazer face a milhares de quilómetros de “estrada”. Agora já não tem desculpas.

Dê um passo em frente com a atual tecnologia de sapatos de corrida a turbo.

Sola intermédiaComposta por três mil “cápsulas de energia” em espuma ligadas numa estrutura celular única, oferece um amortecimento e um retorno de energia ímpares.

Sistema de torçãoCom maior estabilidade calcanhar-biqueira, suporta a rotação natural do pé e evita as lesões e o desperdício energético associados ao excesso de rotação.

Gáspea Primeknit

Reforço ultraleve e respirável; adapta-se à dilatação natural do pé

durante a corrida e reduz o risco de bolhas.

ContraforteUm reforço externo sobre

o calcanhar, para maior estabilidade; o recorte

central permite o movimento natural do

tendão de Aquiles.

Sola Stretch WebMaterial multidirecional elástico e flexível segue o movimento natural do pé e melhora o retorno de energia da sola.

“ A sola exterior, uma rede elástica lexível, foi concebida para se adaptar e mover com o pé.”

Exercício sentadoAté os atletas mais motivados têm dias em que não conseguem arrastar-se até ao ginásio. A eles, e aos preguiçosos deste mundo, a TAO Chair oferece uma alternativa descontraída: um exercício de resistência isométrico em posição sentada, que visa as partes central e superior do corpo e os músculos das coxas.

A cadeira, em si, parece saída de um catálogo de design. Embutidos nos braços em forma de itas dobradas estão sensores que registam a força que o utilizador gera durante exercícios de agarrar, empurrar e puxar efetuados com braços e pernas. As calorias queimadas surgem num LCD, enquanto uma app conduz o exercício.

Sente-se no ginásio secreto da sua sala.

TECNOLOGIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT066 | Quero Saber

Dê uma espreitadela à rotina de despertar do SmartMat.

W W W.QUEROSABER .SAPO.PTTrês dos cinco melhores tempos na história da maratona pertencem a atletas com ténis Adidas Boost?

Deixe que um treinador virtual puxe por si e inflame a sua competitividade.Nike+ Kinect Training

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Jogos de fitnessOs níveis de obesidade infantil e adulta atingiram proporções epidémicas nas últimas décadas. Em Portugal, segundo um estudo da APCOI, o excesso de peso afeta um terço das crianças com 2 a 12 anos – 16,8% das quais são obesas. Grande parte da culpa é atribuída a estilos de vida mais sedentários e à proliferação dos videojogos que substituíram a brincadeira ao ar livre, algo que as produtoras de jogos estão a esforçar-se por inverter, criando produtos mais saudáveis.

Os jogos de itness foram provavelmente desencadeados pela loucura mundial em torno do jogo de coreograia japonês Dance Dance

Revolution, de 1998. As empresas perceberam que transformar o exercício em jogos, com desaios físicos e competições de grupo, apelava ao atributo humano mais irreprimível – a competitividade –, tornando o exercício divertido, estimulante e, melhor, viciante. 

Os utilizadores, jovens ou não, podem divertir-se a correr com Mario os 400 metros barreiras, ou entrar no Centre Court para competir contra uma estrela do ténis mundial. As atividades são facilitadas por controladores portáteis e superfícies inteligentes, com sensores integrados que registam os movimentos.

Dê asas à imaginação e veja o seu exercício passar a voar.

Parceiro de exercícioLigue-se remotamente a amigos, para treinarem juntos e manterem-se motivados.

AvatarA sua representação virtual, vinda da câmara do sistema de sensores Kinect, permite-lhe comparar os seus movimentos com os do treinador.

ContadorExibe informação, como segundos de exercício restantes ou número de repetições completadas.

Pontuação Nike Fuel Ganhe pontos por forma, velocidade e resistência; compita contra um parceiro ou contra o seu recorde pessoal.

Treinador virtualProgramado por alguns dos melhores treinadores da Nike, dá-lhe indicações detalhadas e encorajamento.

A musculação requer muito equipamento volumoso, o que pode ser problemático para quem viaja muito, para quem tem dificuldades em ir ao ginásio ou para quem tem pouco espaço em casa. No futuro, porém, a ajuda pode vir na forma de um par de pulseiras que prometem – literalmente – tirar o peso do levantamento de pesos.

Os O2 Magnetic Dumbbells, concebidos por estudantes da Universidade de Kookmin, na Coreia do Sul, são um par de aros eletromagnéticos usados acima e abaixo do cotovelo. Os aros podem ser programados para se atraírem ou repelirem mutuamente e a potência elétrica pode ser alterada para controlar a força magnética e

oferecer graus de resistência que vão dos três aos 24 quilogramas.

Ao contrário dos pesos tradicionais, estes não estouram o seu budget para excesso de bagagem e são suficientemente pequenos para transportar sempre consigo, para quando quer que sinta a necessidade de “encher” com eletroímanes.

Halteres magnéticos

ADULTOS NORTE-AMERICANOS QUE TÊM ALGUM TIPO DE MONITOR DE FITNESS

PROJEÇÃO DO VALOR DA INDÚSTRIA DOS GADGETS DE FITNESS USÁVEIS EM 2018

PROJEÇÃO DO VALOR DO MERCADO GLOBAL DE APPS DE SAÚDE E FITNESS EM 2017

DOS CONSUMIDORES NOS EUA USAM APPS DE SAÚDE NO SMARTPHONE

APPS DE MONITORIZAÇÃO DE SAÚDE E FITNESS NA APP STORE

DOS UTILIZADORES DE MONITORES DE FITNESS SÃO MULHERES

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20MILHÕES

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SABIA QUE...

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PULSEIRAS DE FITNESS VENDIDAS EM 2014

Quero Saber | 067WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

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Nitro Ice Cream BuggyO buggy de fabrico de gelados usa azoto líquido para fabricar o seu produto num ápice e pode atingir quase 10 km/h.

LevitronEsta invenção usa ondas de som ultrassónicas para levitar uma gota de álcool que pode ser agarrada do ar.

Gelado de olariaGelado, uma roda de oleiro e algum azoto líquido juntam-se para criar uma fantástica taça de gelado.

INVENÇÕES BIZARRAS

1. BIZARRO 2. MAIS BIZARRO 3. O MAIS BIZARRO

Porque “rebentam” estas coberturas em ferro fundido que mantêm as ruas livres de odores pestilentos?

Tampas de esgoto explosivas

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As tampas de esgoto são discos metálicos que impedem que pessoas e veículos caiam em condutas de acesso

à rede de esgotos. Embora possam pesar até 136 quilogramas, é possível que sejam arremessadas até 15 metros no ar por explosões de gás. Estas explosões podem ocorrer quando

um cabo gasto ou corroído aquece e começa a arder lentamente. A combinação de gás, uma faísca de ignição produzida por um cabo e a pressão acumulada é o suiciente para lançar a tampa pelo ar. A adição de respiradouros ao design evita esta acumulação de pressão e permite que o gás escape em segurança.

Vapor comestívelProve 200 sabores com zero calorias.

A Edible Mist Orb utiliza vaporização ultrassónica para criar vapores aromatizados. “O líquido é

composto por extratos misturados com uma solução aquosa de forma a criar a viscosidade ideal para ter sabor e produzir vapor”, explica Rhys Saunders, da Lick Me I’m Delicious, a empresa fabricante desta máquina de vapor comestível. “O vapor é criado enviando vibrações ultrassónicas através do líquido.”

Quando a unidade ligada à eletricidade vibra a uma frequência superior a 20 quilo-hertz, a água absorve a energia das vibrações. As gotas de água começam a evaporar, quando minicorrentes começam a luir por cada uma delas, dispersando as moléculas. Isto cria o vapor, que sobe pelo tubo central até à taça superior.

O design curvo da taça ajuda a lançar o vapor na direção do utilizador, enquanto o topo abobadado o impede de escapar. Uma vez aí, o vapor aromatizado pode ser sugado por palhinhas, oferecendo uma prova sem calorias. A cor do LED de alta potência muda consoante o sabor que está a ser produzido.

A máquina utiliza ultrassons para criar vapor comestível e mudar a cor dos LED.

“Voo”A explosão resultante pode elevar a tampa de esgoto até 15 m no ar.

VentilaçãoAs tampas de esgotos

são agora fabricadas com respiradouros, permitindo

que o gás escape.

DesgasteOs cabos na conduta são desgastados pelo tempo ou por ratazanas que os roem.

Sob pressãoA pressão acumula-se, à medida que mais gás enche o espaço disponível.

ArdenteOs cabos ardentes

emitem gases que não têm para onde sair,

encurralados entre a conduta e a tampa.

FaíscaQuando os fios se

tocam, podem produzir uma

faísca elétrica que inflama o gás.

Subida de temperaturaOs cabos condutores

de eletricidade aquecem os seus

revestimentos.

Frente a Frente

Quero Saber | 069WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

As primeiras tampas de esgoto terão sido construídas no início do séc. XIX para condutas de água ou gás?SABIA QUE...

PreparaçãoDepois de parcialmente enchida a câmara inferior, o café moído é colocado num suporte distinto e bem enroscado entre as duas câmaras.

Saída da câmaraEstando o café totalmente saturado, a água continua a ferver, subindo através do filtro de metal em direção ao funil superior.

Hora do caféUm som característico pode ser ouvido à medida que a última água ferve em direção à câmara superior – o sinal de que o café está pronto a servir.

SubidaConforme a água na câmara inferior ferve, o ar aquecido expande-se e a pressão acumulada empurra a água através do funil para o café entre as duas câmaras.

Sob pressãoAbsorvendo a água fervida, o café expande-se gradualmente, criando ainda mais pressão no interior do centro das duas câmaras.

A cafeteira italiana recorre a princípios básicos da física para produzir uma chávena de café perfeita

e consiste em três câmaras: uma para a água, o depósito do café e outra para a mistura inal. 

Quando a cafeteira é colocada ao lume, a água aquece e gera vapor. A pressão no fundo da câmara aumenta e a água é empurrada para cima, através dos grânulos de café, para a câmara superior, onda ica pronta a ser servida. 

A subida de pressão nas câmaras da cafeteira atinge apenas 1,5 bares, bem longe dos nove bares alcançados pelas máquinas de expresso tradicionais. Ainda assim, a simplicidade do seu design e a possibilidade de produzir café de qualidade izeram dela um sucesso do lar.

Esta cafeteira foi inventada na década de 1930, por Alfonso Bialetti, que se diz ter encontrado inspiração ao observar a sua esposa a tratar da roupa. A sua máquina de lavar 

primitiva consistia num balde de água com sabão tapado, que era posto ao lume a ferver, sendo a água depois vertida através de um tubo para a roupa suja. Bialetti desenvolveu uma técnica similar para a cafeteira, permanecendo o seu design bastante inalterado até hoje. Desde o seu lançamento, em 1933, mais de 300 milhões de cafeteiras foram vendidas em todo o mundo, continuando a ser um bem essencial para muitos entusiastas do café.  

O design simples mas engenhoso que levou o café ao estilo de um barista a todos os lares.

A cafeteira italiana

Como a pressão é usada para produzir a chávena de café perfeita.

No interior...

A cafeteira de Bialetti surgiu durante o regime de Benito Mussolini, quando a Itália estava numa fase de militarização e as suas importações e exportações eram fortemente controladas. O minério de bauxite requerido pelo alumínio era originário da Itália, sendo favorecido pelo regime fascista face a outros metais importados. Assim, as cafeteiras eram feitas a partir deste metal “nacional”, sendo baratas e rápidas de produzir. Para além disso, a invasão italiana da Abissínia (atual Etiópia), em 1935, trouxe consigo as ricas plantações de café do país africano, o que ofereceu a um país já obcecado por café ainda mais desses grãos preciosos – e a patriota cafeteira era ideal para a sua preparação. No pós-guerra, a cafeteira teve sucesso internacional na Europa Central e no amplo mundo latino.

Nascida do fascismo

O regime de Mussolini controlava fortemente o comércio de café e dos minérios de metal.

Não deixe o cérebro a dormir

ASSINE AGORA!Online: www.assineagora.ptTelefone: 21 862 15 43 A revista que desperta a sua mente

A cafeteira italiana também é por vezes chamada cafeteira moka ou, simplesmente, cafeteira de fogão?SABIA QUE...

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212 páginas de artigos

fantásticos para despertar

a sua mente

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CIÊNCIA Descubra as realidades mais insólitas e perceba como a ciência afeta a sua vida.

AMBIENTE Os prodígios naturais do nosso planeta, da vida selvagem à geologia, clima e geograia. 

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HISTÓRIA Explore criaturas pré-históricas, civilizações antigas, edifícios icónicos e muito mais.

ESPAÇOEmbarque numa viagem virtual e maravilhe-se com os fenómenos mais fascinantes do cosmos.

Já nasbancas!

A 3Doodler permite que qualquer um desenhe diretamente no ar, aquecendo plástico ABS ou PLA.

A primeira caneta de impressão 3D do mundo, a WobbleWorks 3Doodler, foi lançada no KickStarter em 2013, onde

obteve um inanciamento de mais de $ 2 milhões (mais de € 1,8 milhões) em apenas 34 dias. A 3Doodler permite-lhe transformar desenhos em modelos 3D sobre qualquer superfície, sem qualquer software ou computador. Ao contrário de uma caneta normal, não utiliza tinta, mas sim ilamentos de plástico PLA ou ABS (ver caixa abaixo), também usados pela maioria das impressoras 3D domésticas. 

Como as mais dispendiosas versões de secretária, a 3Doodler imprime aquecendo ilamentos de plástico com três milímetros de espessura, que são introduzidos pela parte de trás. Depois de ligar a 3Doodler e de esperar que aqueça por uns minutos, o indicador LED icará azul, o que signiica que o plástico aquecido pode sair pela ponta de metal da 3Doodler – a única peça potencialmente perigosa, podendo atingir 270 ºC. 

Depois de sair pelo bico, o plástico depressa solidiica numa estrutura forte e estável, permitindo a fácil criação de formas. Uma vez que o plástico aquecido pode ser disposto sobre quase todas as superfícies, incluindo outros plásticos, até itens como a capa de um iPhone podem ser personalizados com diversas cores.

Há dois níveis de temperatura, podendo o utilizador alternar entre os diferentes pontos de fusão do ABS e do PLA, e dois botões de controlo de velocidade, para que o plástico aquecido lua mais ou menos depressa. Assim, tanto pode criar itens grandes, com uma vasta área a preencher, como detalhes mais intricados e delicados.  

Como é que esta caneta lhe permite desenhar em 3D no ar?A 3Doodler

Atualmente, um dos plásticos mais comuns é o ABS (acrilonitrilo-butadieno-estireno). Feito a partir de recursos à base de petróleo, é muito mais resistente e menos suscetível a quebrar quando dobrado do que o PLA, tendo um ponto de fusão mais elevado na 3Doodler, de 225 a 250 graus Celsius. Isto conduz à extrusão de um material mais lexível e mais fácil de separar do papel do que o PLA usado pela 3Doodler. Na impressão 3D tradicional, o ABS é um plástico facilmente deformável, se não for impresso numa superfície aquecida, como uma plataforma própria.

O PLA (ácido poliático) é um polímero biodegradável, sendo por isso considerado mais ecológico, quando devidamente reciclado, do que o ABS. Para além disso, está disponível numa vasta gama de cores, podendo até ser translúcido. Contudo, dado o seu ponto de fusão mais baixo na 3Doodler, de 190 a 240 ºC, o PLA é mais propenso a sobreaquecer, podendo escorrer se estiver muito quente. Bastante aderente, também pode não ser tão fácil de separar do papel como o ABS – embora isso seja uma vantagem noutros casos, como para fazer as criações da 3Doodler aderirem a vidro.

A diferença entre ABS e PLA na impressão 3D

Tanto PLA como

ABS podem ser usados na caneta, que

tem duas temperaturas.

A nova atualização da 3Doodler original é a 3Doodler 2.0, deste ano, que é 75% mais pequena e mais de 50% mais leve do que a primeira 3Doodler, pesando apenas 50 gramas.

Um fluxo de ar otimizado vindo do topo da caneta permite manter o plástico frio de forma mais silenciosa e eficiente, consumindo menos de metade da potência, enquanto uma nova opção de otimização de temperatura manual permite pequenos ajustes no fluxo de saída.

Também o bico foi redesenhado para aumentar a precisão e um sistema de transmissão totalmente reconcebido, com controlo de velocidade e duplo clique para um fluxo contínuo, foi adicionado.

3Doodler 2.0

A 3Doodler não utiliza tinta, mas sim ilamentos de plástico PLA ou ABS, também usados nas impressoras 3D?SABIA QUE...

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Quero Saber | 073WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Cercos romanosComo os romanos venceram as mais fortes muralhas para criar um império.

Se achava a técnica de combate romana engenhosa, saiba que o Cerco de Siracusa (214-212 a.C.) a elevou a outro nível, estando o matemático e inventor grego Arquimedes entre os defensores ameados.

Estando Siracusa (na ilha de Sicília) protegida pelo mar, os romanos levaram consigo uma torre de cerco flutuante, chamada sambuca, que fazia descer escadotes sobre as muralhas. Entretanto, Arquimedes desenvolveu a Garra de Arquimedes, descrita como uma grua com uma garra que se debruçava sobre a

água para derrubar embarcações romanas. Reza a lenda que o inventor usou ainda escudos de bronze ou cobre como espelhos, para redirecionar o forte sol mediterrânico e pegar fogo às velas do inimigo.

Se Arquimedes usou ou não um raio de calor é algo muito debatido desde o Renascimento, e nem os romanos tiveram oportunidade de deslindar o mistério, já que, por ordem do general Marco Cláudio Marcelo, o cientista de 75 anos foi morto por um soldado romano quando a cidade caiu.

Raios térmicos e garras gigantes

EscorpiãoQual besta gigante, o escorpião lançava flechas de ferro a distâncias de até 400 m, com uma precisão aterradora.

Formação tartarugaNão havendo torre de cerco para proteger o aríete, os legionários podiam sobrepor os seus escudos em formação “testudo” (“tartaruga”).

A Garra de Arquimedes afunda um navio de guerra romano.

Durante séculos de campanhas, o exército

romano conduziu a expansão da sua

República e, mais tarde, do seu Império,

dominando vastas extensões da Europa, do norte

de África e do Médio Oriente. A sua reputação deve-se

a um exército bem treinado e a tecnologia de ponta,

bem como às suas engenhosas táticas e técnicas.

Na hora de derrubar muralhas e capturar cidades

e fortes – os castelos como os conhecemos ainda não

tinham sido inventados –, os romanos testavam de

tudo, otimizando máquinas de guerra inventadas na

Grécia Antiga e criando outras. O cerco começava com

os romanos a montarem um acampamento com torres

de guarda e fortiicações próprias, para isolar o inimigo 

de reforços e alimentos. Os romanos tentavam ainda

cortar o abastecimento de água do inimigo, escavando

novos canais para redirecionar rios ou cavando para

desviar o luxo de nascentes subterrâneas. 

Se fome, sede e desespero não forçassem o inimigo

a render-se, os romanos atacavam então com várias

máquinas de cerco, como torres com rodas que lhes

permitiam atacar diretamente sobre as defesas ao

longo de pontes. Aríetes e ganchos de abordagem

derrubavam muralhas, e catapultas e balistas

arremessavam pedras ou lechas de ferro aos guardas.

A engenharia também tinha a sua importância, com 

túneis a serem, por vezes, escavados sob as muralhas,

conduzindo ao colapso das fundações

e, consequentemente, das muralhas.

A tomada da cidade ou da fortaleza não punha im ao 

massacre. Os sobreviventes eram geralmente mortos,

escravizados ou era-lhes cortada a mão direita, para

que não pudessem usar armas. Sob a lei romana, assim

que o aríete tocava na muralha, os seus defensores

perdiam o direito de se renderem. Não admira que

tantos se rendessem mal os romanos chegavam...

HISTÓRIA

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074 | Quero Saber WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

Eles próprios habituados a cercos, os romanos não temiam recorrer a jogos mentais para convencer o inimigo a render-se. Quando os gauleses – da atual França – invadiram Roma, em finais do século IV a.C., sabiam que a única forma de derrotarem a

guarnição romana era fazendo-a passar fome. Para convencerem os gauleses de que tinham comida em abundância, os romanos lançaram pães a partir das muralhas.

Quando Aníbal cercou a cidade romana de Casilinum, na Primeira Batalha de Cápua, em 212 a.C., arou os campos entre o seu exército e as muralhas da cidade, para que os defensores não tivessem sequer erva para mastigar. Para que Aníbal pensasse que tinham víveres suficientes até à colheita, os audazes defensores lançaram sementes sobre o solo recém-arado.

Guerra mental

85.000 a 110.000 homens

MAIOR EXÉRCITO REUNIDO

5.900.000 km2

AU

GE

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RIT

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IAL 8 anos

70.000.000PICO POPULACIONAL

60.000 a 1.100.000

mortes

CERCO MAIS SANGRENTO 25%

PERCENTAGEM DE ESCRAVOS NA POPULAÇÃO

IMPÉRIO ROMANO

ÓnagroDerivando o seu nome do coice de um burro selvagem, esta catapulta lançava pedras e potes de argila cheios de pez ardente.

BalistaSimilar ao escorpião, as balistas maiores tinham um alcance de até 1.100 m.

AríeteUma pesada cabeça de aríete em ferro numa viga de madeira podia ser balançada da base da torre.

DefensoresA única chance de os defensores sobreviverem a um cerco romano era mantendo torre, escadotes e aríete longe da muralha… ou renderem-se.

Rampa de terraSe a torre não chegasse à base da muralha, era inútil, e escravos eram forçados a empilhar terra numa rampa chamada agger.

ArqueirosOs homens no topo da torre tinham de evitar que os defensores destruíssem as máquinas de cerco, crivando-os de setas.

Sob fogoPedras lançadas por catapultas pouco danificavam as muralhas, mas podiam matar quem as defendia.

Torre de cercoA torre com 15-25 m de altura protegia os atacantes das setas dos inimigos.

Quero Saber | 075WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

NÚMEROS

No Cerco de Dura-Europos, em 256, os persas criaram uma nuvem de dióxido de enxofre que matou 20 romanos?SABIA QUE...

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“ Muitas pessoas que não queriam abdicar da sua fé construíam nas suas casas esconderijos de padres.”

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Como civilizações antigas criavam os seus próprios cabazes.

Teça o seu próprio cesto

Os esconderijos de padres (priest holes) surgiram em muitas casas católicas britânicas do século XVI como lugar de refúgio para

sacerdotes perseguidos. A Grã-Bretanha era um país católico antes de Henrique VIII ter formado a sua própria igreja, cujos seguidores se tornarem conhecidos como protestantes. Maria I reverteu a religião nacional ao Catolicismo, mas Isabel I tornou a mudá-la e iniciou uma perseguição implacável aos católicos. Muitas pessoas que não queriam abdicar da sua fé construíam nas suas casas esconderijos de padres – reentrâncias e caves secretas para os sacerdotes católicos se esconderem dos “caçadores de padres”.

Geralmente apertados e desconfortáveis, estes autênticos buracos permitiam que os católicos se reunissem e orassem em segredo, para além de refugiarem padres que não abdicaram da sua fé numa era de grande perseguição. Um dos mais famosos e hábeis construtores destes refúgios foi Nicholas Owen, que criou esconderijos incrivelmente difíceis de detetar. Existem esconderijos de padres famosos em Baddesley Clinton, em Warwickshire, e no Castelo de Naworth, na Cúmbria.

A história por detrás destes refúgios do século XVI.

Esconderijos de padres

Crie a sua baseSelecione quatro ibras de igual comprimento e corte uma fenda de 5 cm ao longo do meio de cada uma. Passe quatro ibras por elas, criando uma cruz. Prenda a cruz com io e estique cada ibra de forma a icar com algo como os oito raios de uma roda de bicicleta. Enrole uma ibra ina em volta da cruz e depois passe-a sobre e sob os raios, apertando-a bem. Torça uma nova ibra em volta da ponta da ibra antiga para prosseguir.

Comece a subirPosicione ibras mais longas junto aos raios e una-as na tecelagem. Tendo a base tamanho suiciente, dobre as ibras para cima em ângulos perpendiculares à base. Junte-as e amarre-as no topo, para uma forma de cúpula. Teça três ibras em torno de ios verticais e da base. Entrelace-os e teça-os em torno do fundo das ibras que chegam ao topo, para reforçar a união entre a base e os lados.

Teça os ladosDesamarre o topo, soltando as ibras, que se chamam hastes. Posicione uma ibra longa e ina à direita de uma haste. Dobre a haste e teça-a diante da nova ibra, atrás da haste seguinte e diante da próxima. Repita a toda a volta. Teça/entrelace as novas ibras através das hastes. Vá repetindo, subindo uma camada de cada vez, até terminar o seu cesto. Termine cortando as pontas.

HISTÓRIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT076 | Quero Saber

1 Ré-Horakhti, senhor do céu, era a junção de dois poderosos deuses solares. Osíris era deus do submundo e Amon era o deus principal e protetor da monarquia.

2 O templo está posicionado de forma a que a luz incida sobre Ré-Horakhti, Amon e Ramsés duas vezes por ano. Osíris está em escuridão perpétua, por ser o deus do submundo.

3 Crê-se que Abu Simbel deva o seu nome ao jovem egípcio que, em 1813, mostrou o local ao explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt.

4 Não tendo Burckhardt conseguido desenterrar o templo em 1813, coube a Giovanni Belzoni descobrir e escavar Abu Simbel, o que fez em 1817.

5 As estátuas de Ramsés e Nefertari no exterior do Templo Menor – o segundo dedicado à esposa de um faraó – têm a mesma altura, algo raro na cultura egípcia.

Principais deuses Luz e sombra O nome Mais quatro anos Direitos iguais

ABU SIMBEL

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A incrível história por detrás do tributo de um faraó a si mesmo.Abu Simbel

Templos e edifícios incríveis são algo comum no Egito, por isso, o facto de serem um dos locais mais visitados

do país é uma grande honra para os templos na rocha de Abu Simbel, em Núbia. Levada a cabo durante o reinado de Ramsés II (por volta de 1279-1213 a.C.), a construção dos dois templos demorou 20 anos.

O Grande Templo é dedicado aos deuses Ré-Horakhti e Ptah, mas é Ramsés II que ocupa o palco central. A entrada do templo é ladeada por quatro estátuas de Ramsés II com 20 metros de altura, sobrepondo-se a estátuas muito menores que retratam tanto a família do faraó quanto inimigos derrotados, como núbios, hititas e líbios. Dentro do Grande Templo, há estátuas de Ptah, Ré-Horakhti, Amon e Ramsés

II, para além de vários relevos que mostram Ramsés a reclamar grandes vitórias sobre os seus inimigos. Uma ileira de estátuas de babuínos cobre a fachada, já que estes eram venerados como adoradores do Sol.

O Templo Menor foi construído em honra da memória da esposa preferida de Ramsés, Nefertari, que mais tarde icou conhecida como deusa da fertilidade e do amor. Na sua frente, encontram-se estátuas de Ramsés e Nefertari, enquanto no interior relevos mostram o casal a prestar oferendas aos deuses. A localização de Abu Simbel é igualmente relevante. Núbia já era um importante local de culto e Abu Simbel, na fronteira egípcio-sudanesa, estabeleceu-a como deinitivamente egípcia.  

Em 1952, o governo egípcio decidiu construir uma barragem, depois de as águas do Nilo terem subido demais para a então existente. A construção, porém, teria inundado o templo de Abu Simbel, pelo que foi tomada a decisão de mover toda a construção para terrenos mais altos. Entre 1963 e 1968, o templo foi cortado em dez mil blocos, cada um com três a 20 toneladas. Os blocos foram então movidos 65 m pela montanha acima e 180 m para oeste, para manter o templo fora da área a ser inundada. Os blocos foram remontados com precisão, exatamente na mesma posição que antes, e estabilizados com betão. A mudança custou $ 42 milhões na época, o que corresponderia hoje a $ 288 milhões (cerca de € 265 milhões), mas foi essencial para preservar uma parte crucial da história egípcia.

Subir de nívelO que veria se visitasse o templo de Abu Simbel?

O templo de Ramsés

Ídolo caídoA cabeça e o torso da segunda estátua de Ramsés jaz no chão, tendo-se partido na sequência de um sismo.

ImponênciaMesmo estando sentadas, as estátuas da entrada têm 20 m de altura.

Amigos e inimigosEntre as pernas das estátuas, encontram-se estátuas muito menores da família e dos inimigos de Ramsés.

BabuínosOs babuínos são considerados adoradores do Sol, pelo que adornam a fachada do templo.

EstátuasAs estátuas de Ramsés II, Ptah, Ré-Horakhti e Amon erguem-se no interior do templo.

Voltado a lesteComo muitos edifícios religiosos, Abu Simbel está virado a este, para o sol nascente.

ColunasOito enormes colunas, que mostram Ramsés a vencer grandes batalhas, sustêm o teto.

RelevosEsculturas na parede mostram o heroico Ramsés a combater os seus inimigos.

A tarefa de mover o templo todo envolveu até três mil pessoas.

CINCO FACTOS

Abu Simbel é a segunda atração turística mais popular do Egito? Tem até o seu próprio aeroporto.SABIA QUE...

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ALGO EM QUE REFLETIR...

Quantos espelhos há na Galeria dos Espelhos?

Resposta:357. Sendo o principal destaque da terceira campanha de construção do Palácio de Versalhes, a Galeria dos Espelhos começou a ser erigida 1678. Os espelhos eram caros e, logo, um símbolo da riqueza do rei Luís XIV.A 137 B 357 C 579

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PL

O processo que lhe permite olhar-se nos seus próprios olhos.

O fabrico de espelhos

Como os ilmes deram o passo  para a revolução do cinema sonoro.

A chegada do som ao cinema

Ao longo dos anos, um vasto número de materiais tem sido usado para criar espelhos. O material original foi a

obsidiana, com ouro, prata, alumínio e bronze a serem também escolhidos ao longo da história. Nos primeiros tempos, as pedras eram altamente polidas para criarem uma superfície reletora, mas hoje o processo é mais eicaz.

Primeiro, um revestimento reletor – amiúde prata ou alumínio – é aplicado a um vidro, que tem de ser polido na perfeição, já que quaisquer manchas causam distorções na imagem. A solução restante é então descartada e o vidro é seco. A parte de trás do espelho é coberta com uma substância que protege o revestimento.

O tipo de espelho dita a forma como este é criado. Espelhos de uso industrial são criados com camadas mais espessas de vidro, de forma a serem mais resistentes, enquanto nos de produção em massa pode ser utilizado metal altamente polido. Alguns instrumentos óticos usam diferentes revestimentos para melhor reletirem certos tipos de luz. O alumínio, por exemplo, é melhor do que a prata  a reletir luz ultravioleta.  

Muitas das falas que o ator Al Jolson profere em O Cantor de Jazz não constavam do guião?

O processo de fabrico de espelhos permaneceu consistente ao longo da história, sendo apenas ligeiramente modernizado.

Embora representem há muito uma forma popular de entretenimento, durante 

grande parte do início do século XX os ilmes cingiam-se ao formato silencioso. Depressa, porém, tudo isso mudaria.

Inspirado pelo fonógrafo de Thomas Edison e pelo tríodo Audion de Lee de Forest, o Vitaphone foi criado pela Western Electric e, depois, comprado e desenvolvido pela Warner Bros. O Vitaphone consistia num projetor de ilmes 

ligado a um gramofone, sendo o som sobreposto às imagens do ilme. Em seguida, o som era ampliicado, de forma a tornar-se mais audível para os espetadores, com um projecionista por perto a garantir a sincronização entre imagens e som.

O primeiro ilme sonoro a usar o sistema Vitaphone foi Don Juan,  a 6 de agosto de 1926 – embora, dada a inexistência de diálogo, a honra de primeiro “ilme falado” seja atribuída a O Cantor de Jazz, lançado a 6 de outubro de 1927.  

Embora tenha sido substituído por sistemas que transplantavam o som para disco, o Vitaphone foi uma invenção revolucionária.

SABIA QUE...

ESTRANHO MAS REAL

Quero Saber | 079WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

“ O Whippet contava com quatro metralhadoras montadas na sua torre ixa, revelando-se devastador.”

Um olhar pelo interior do tanque Whippet.

Para lá da blindagem

O único tanque britânico de médio porte a combater na Primeira Guerra, o Medium Mark A – mais tarde conhecido

como Whippet –, foi proposto pelo empresário William Tritton a 3 de outubro de 1916 e concebido pelo seu engenheiro-chefe, William Rigby. Tritton, a par do tenente Walter Wilson, foi o inventor do tanque de grande porte Mark I e do protótipo Little Willie, tendo-se apercebido da falta de algo que superasse no campo de batalha a singela velocidade máxima de 5,9 km/h do Mark I.

Capaz de atingir 12,9 km/h, o Mark A não tinha a imponência letal do Mark I, tendo sido concebido para atuar mais como um cinzel, abrindo caminho por pontos fracos já criados por ataques da infantaria, bombardeamentos ou ataques de modelos mais pesados. Enquanto as principais armas do Mark I eram os seus dois canhões navais capazes de disparar projéteis de 2,7 kg, o Whippet contava com quatro metralhadoras montadas na sua torre ixa, revelando-se devastador para infantaria apanhada em campo aberto.

A 24 de abril de 1918, sete tanques emboscaram dois batalhões de infantaria alemã perto de Cachy, no norte de França, e mataram mais de 400 homens. Noutro incidente que provou quão devastadores podiam ser estes rápidos ninhos de metralhadoras, um só Mark A – apelidado de Musical Box pela sua tripulação – avançou tanto a 8 de agosto de 1918 que icou totalmente isolado. O Musical Box passou nove horas a bater-se para lá das linhas alemãs, destruindo uma bateria de artilharia, um balão de observação e o acampamento de um batalhão de infantaria, e a atacar uma coluna de infantaria alemã – antes de um bidão de gasolina ser perfurado por balas, criando uma fuga de combustível e enchendo a cabina de fumos. Combatendo com máscaras de gás, um canhão de campanha acabou por incapacitar o tanque. Incrivelmente, dois dos três tripulantes sobreviveram e foram capturados.

O tanque britânico mais rápido da I Guerra Mundial era um ninho de armas móvel e letal.

O tanque Whippet

Walter G. Wilson, cocriador do Mark I, fora excluído do projeto do Medium A e achou que conseguia fazer melhor. As grandes inovações do Medium B foram a blindagem inclinada na frente do casco, a capacidade de criar uma cortina de fumo e manter a tripulação num compartimento distinto do motor – aspetos agora standard no design de tanques. O primeiro protótipo ficou pronto em setembro de 1918, mas o fim da guerra, a 11 de novembro de 1918, levou ao cancelamento da encomenda, com apenas cem tanques em serviço. Confusamente, o Medium B também era chamado Whippet.

O “filho” do Whippet

Marcas de identificaçãoAs cores branco/vermelho/branco do regimento Tank Corps identificavam o veículo como britânico, evitando fogo amigo.

Sistema de arrefecimentoUma ventoinha e um radiador, muito como num carro, arrefeciam o motor e expeliam o calor por fendas (ou “persianas”) na blindagem.

Depósitos de combustível318 litros de gasolina seguiam na frente do tanque. Embora mais distantes da tripulação, eram mais vulneráveis a fogo inimigo.

HISTÓRIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT080 | Quero Saber

6,1 m

COMPRIMENTO

14 mmESPESSURA DA BLINDAGEM

1917-18PR

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WHIPPET

14 tPE

SO

2,75 mALT

UR

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2,62 mLARGURA

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Um pequeno número de Whippets foi vendido ao Japão e utilizado até à década de 1930?

O tanque surgiu da necessidade de um veículo blindado capaz de atravessar o solo lamacento da Frente Ocidental da I Guerra Mundial. O exército britânico não estava interessado, mas o Primeiro Lorde do Almirantado – o futuro primeiro-ministro Winston Churchill – viu potencial na ideia e adotou-a como projeto da Marinha Real, formando o Landships Committee em fevereiro de 1915.

William Tritton, presidente da William Foster & Co, empresa sedeada em Lincoln e famosa por produzir debulhadoras, tratores a vapor e locomóveis, foi contratado para produzir um protótipo de “barco de terra” (landship) usando duas lagartas de trator. Para manter o segredo, foi dito aos funcionários da fábrica que estavam a construir transportadores de água (water carriers) para uso no deserto. Como “WC” também signiicava retrete, os funcionários começaram a chamar-lhes “tanques de água”. A palavra “tanque” pegou – ao contrário da expressão “barco de terra”...

A criação do tanque

O primeiro protótipo de tanque completo, o Little Willie.

Coluna de direçãoControlava o estrangulador, acelerando uma lagarta e abrandando a outra automaticamente para que o tanque pudesse virar.

MetralhadorasQuatro metralhadoras Hotchkiss disparavam até 600 projéteis por minuto. O único artilheiro tinha de saltar entre armas.

Assento do condutorEmbora o Whippet tendesse a ter três tripulantes, só o condutor tinha assento. Os restantes tinham de agachar-se.

Caixas de velocidadesPara curvas mais apertadas, a velocidade de cada lagarta tinha de ser ajustada pelas caixas de cada lado do assento do condutor.

ArmazenamentoPrateleiras de munições e um compartimento de metal eram os únicos espaços de armazenamento do tanque. Cerca de 5.400 cartuchos eram transportados em cada tanque.

Rodas motrizesAs potentes rodas motrizes na traseira puxavam as lagartas sobre 16 rodas mais pequenas.

MotoresUm Tylor JB4 de 45 cv (33,6 kW) a gasolina movia cada lagarta. Em tempo de paz, eram vulgarmente usados nos autocarros londrinos de dois pisos.

SABIA QUE...

Quero Saber | 081WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

NÚMEROS

“ A Catedral Nacional de Washington é a sexta maior catedral do mundo e a segunda maior dos EUA.”

De A Guerra das Estrelas à Segunda Guerra Mundial, tudo se encontra na Catedral Nacional de Washington...

Principais destaques

Remontando ao nascimento dos Estados Unidos da América e tendo a sua construção durado 83 anos,

a Catedral Nacional de Washington – também conhecida como Igreja Catedral de São Pedro e São Paulo, na Cidade e Diocese de Washington – é o coração histórico e espiritual da nação.

Uma “grande igreja para ins nacionais” foi inicialmente proposta em 1791, 15 anos depois de as colónias americanas terem declarado a sua independência face à Grã-Bretanha, durante a ambiciosa construção de Washington, D.C., como uma capital erigida de propósito para a jovem nação orgulhosa.

Embora proposta durante a administração do primeiro presidente dos EUA, George Washington, a primeira pedra (vinda de Belém) da catedral ao estilo neogótico inglês foi colocada mais de um século depois, a 29 de setembro de 1907, na presença do 26.º presidente dos EUA, Theodore Roosevelt. A catedral foi oicialmente terminada a 29 de setembro de 1990, quando o último remate decorativo foi instalado, na presença do 41.º presidente, George H. W. Bush (pai de George W. Bush).

O resultado inal mede mais de 152 metros de comprimento, de oeste para leste, tendo a sua torre central pouco menos de 92 metros de altura, o que faz da Catedral Nacional de Washington a sexta maior catedral do mundo e a segunda maior dos EUA. Apesar de a catedral ter permanecido incompleta por grande parte do século XX, a Capela de Belém central foi aberta em 1912 para serviços religiosos, incluindo funerais de Estado para os presidentes Dwight D. Eisenhower, Gerald Ford e Ronald Reagan, e memoriais para vários outros presidentes dos EUA.

A Catedral Nacional de Washington abriu ainda para memoriais a iguras importantes, como Neil Armstrong, o primeiro homem na Lua, e Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, bem como em momentos de luto nacional, como o 11 de Setembro e o im da Guerra do Vietname.  

O que faz da segunda maior igreja dos EUA a mais importante do país?

Catedral Nacional de Washington

Darth VaderNo “lado nego” da torre está um grotesco esculpido baseado no vilão de A Guerra

das Estrelas, Darth Vader, projetado pelo jovem de 13 anos Chris Rader, em 1985.

Fachada ocidentalA fachada ocidental da catedral mostra a história da criação bíblica.

Janela espacialEste vitral comemora a missão Apollo 11 com planetas rotativos. Um minúsculo pedaço de rocha lunar está embutido no vidro.

Algo não tipicamente esperado no recinto de uma igreja, o Carrossel de All Hallows Guild foi construído na década de 1890, pela empresa Merry-Go-Round, de Cincinnati, e foi utilizado em feiras itinerantes por todo o país.

O raro carrossel, todo em madeira e com um órgão de bronze, conta com 24 animais esculpidos à mão e pintados em tons garridos, e com dois coches para assento, que sobem e descem à medida que o carrossel circunda o varão central, movido por um motor a gasolina.

O carrossel foi comprado pela All Hallows Guild, a entidade responsável pelo recinto da Catedral Nacional de Washington, em 1963, para conferir um ambiente de feira popular a eventos ao ar livre. Hoje, o belo carrossel surge apenas uma vez por ano e consta do Registo Nacional de Locais Históricos como um dos dois únicos carrosséis inteiramente de madeira que restam nos EUA.

O carrossel da catedral

Um bonito elefante esculpido à mão no Carrossel de All Hallows Guild.

HISTÓRIA

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT082 | Quero Saber

A 23 de agosto de 2011, a Catedral Nacional de Washington foi danificada por um sismo. O Terramoto da Virgínia de 2011 atingiu 5,8 na escala de Richter – o maior registado na costa leste dos EUA desde 1944 e sentido por mais pessoas do que qualquer outro na história do país.

Rachas surgiram nos botaréus de sustentação em torno da igreja, enquanto três dos quatro pináculos de pedra da torre central ficaram desalinhados ou ruíram por completo, caindo através da cobertura.

A catedral ficou fechada até 7 de novembro de 2011 e as reparações – com um custo estimado de $ 26 milhões (cerca de € 24 milhões) e não cobertas pelo seguro – ainda decorrem.

Catedral vs. sismo

1791O arquiteto francês Pierre Charles L’Enfant reserva

espaço para uma catedral na planta de Washington, D.C..

1990Após 83 anos de construção, a pedra final é assente, numa cerimónia com o presidente

George H. W. Bush.

1921Com Bodley e Vaughan mortos e a paragem durante a I Guerra,

o arquiteto americano Philip Hubert Frohman é chamado.

1907A primeira pedra é assente

e a construção começa, após um discurso do presidente

Theodore Roosevelt.

1906George Frederick Bodley

e Henry Vaughan são escolhidos para a arquitetar

em estilo neogótico.A CONSTRUÇÃO DA CATEDRAL

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Martin Luther King Jr. proferiu o seu último sermão dominical na catedral a 31 de março de 1968? Foi morto a 4 de abril.

Torre Gloria In ExcelsisCom 91 m de altura e 206 m acima do nível do mar, este é o edifício mais alto de Washington, D.C..

Dez mandamentosAs dez pedras assentes diante do altar-mor vêm da Capela de Moisés, no Monte Sinai, no Egito, e representam os dez mandamentos.

Altar-morAs pedras do altar vêm de uma pedreira perto de Jerusalém, de onde se crê que viessem as pedras do Templo de Salomão.

Capela do Memorial da GuerraContém vitrais que mostram batalhas da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Independência dos EUA.

Capela das CriançasTudo nesta capela é à medida de crianças de seis anos de idade, incluindo o minúsculo órgão.

Woodrow WilsonO único presidente sepultado na catedral é Woodrow Wilson, que ocupou o cargo de 1913 a 1921.

O Grande CruzeiroO centro da catedral, o Grande Cruzeiro é onde decorrem as grandes cerimónias.

DATAS- -CHAVE

SABIA QUE...

Quero Saber | 083WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

n A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) mantém registos dos valores populacionais de milhares de espécies ameaçadas. Como todos os seus valores, o número de tigres na natureza é uma estimativa, baseada em levantamentos de inúmeras entidades regionais de defesa do ambiente – que consistem num misto

de observação direta, câmaras instaladas junto a bebedouros, e excrementos ou pegadas encontrados em trilhos. Os números da UICN são sujeitos a uma revisão por pares, como quaisquer outros dados cientíicos, para garantir a sua precisão. Os números mais recentes, que remontam a 2011, sugerem que restarão cerca de três mil tigres na natureza. LV

Como sabemos o número de tigres que resta na natureza?

n É a mais comum das normas de TV de alta definição atualmente disponíveis. “1080” refere-se ao número de píxeis na vertical. Num televisor de ecrã panorâmico normal, com um formato 16:9, a resolução do ecrã será de 1.920 por 1.080 píxeis. O “p” vem de “progressivo”, o que significa que toda a imagem de 1.920 x 1.080 é exibida em cada fotograma. É melhor do que o 1080i (“i” de interlaced), ou entrelaçado, que exibe as linhas horizontais de número par num fotograma e as de número ímpar no seguinte. O 1080i alterna entre ambos suficientemente depressa para que os nossos olhos vejam uma imagem sólida, mas é menos nítido do que o 1080p. LV

O que significa 1080p?

Existem menos de 400 tigres-de-sumatra na

natureza.

Os mais recentes ecrãs 4K têm o quádruplo da

resolução do 1080p.

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT084 | Quero Saber

ESPECIALISTAS

MENTE ABERTAPara quem quer saber ainda mais…

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Quero SaberAv. Infante D. Henrique n.º 306, Lote 6, R/C, 1950-421 Lisboa

SarahBankesLicenciada em Inglês, é jornalista e editora há mais de uma década.

Fascinada pelo mundo em que vivemos, gosta de escrever sobre tudo, desde ciência e tecnologia até história e natureza.

Laura MearsEstudou ciência biomédica no King’s College de Londres e tem um mestrado da Universidade de

Cambridge. Fugiu aos laboratórios para seguir uma carreira na comunicação de ciência. Passa os tempos livres a desenvolver videojogos pedagógicos.

Luis VillazonLicenciado em Zoologia e Computação em Tempo Real, há anos que escreve

sobre ciência e tecnologia. O seu romance de ficção científica A Jar of Wasps é editado pela Anarchy Books.

Shanna FreemanShanna descreve-se como alguém que sabe um pouco de muitas coisas diferentes. É

o resultado de escrever sobre tudo, desde viagens no espaço até como se faz o queijo. Diz que o seu trabalho é muito útil para quizes!

Alexandra CheungCom licenciaturas da Universidade de Nottingham e do Imperial

College, trabalhou para várias organizações científicas, incluindo o CERN, o Museu de Ciência de Londres e o Instituto de Física.

[email protected]

MENTE AB ERTA

O que torna o ouro tão requisitado? Descubra na página 86

n Todos sabemos que o queijo e a manteiga derivam do leite. Mas sabia que a erva que alimenta muitos dos animais produtores de leite contém um pigmento amarelo e antioxidante lipossolúvel conhecido como betacaroteno? Acredite ou não, é um dos responsáveis pela cor amarela do queijo e da manteiga. Depois de mastigado o bolo ruminal, este antioxidante dissolve-se nas reservas lipídicas do animal e acaba por ir parar ao leite. Aí, a sua cor é mascarada por aglomerados

proteicos e membranas que rodeiam as gorduras, que enfraquecem durante o processo de fabrico do queijo, libertando o pigmento amarelo. SB

Porque são amarelos o queijo e a manteiga?

Tamboris usam bactérias para iluminar e capturarA “cana de pesca” do tamboril fêmea (uma protuberância no topo da cabeça) contém milhões de bactérias simbióticas que sintetizam compostos luminosos chamados luciferinas. As presas são atraídas pela luz e o tamboril engole-as num ápice.

Queijo e manteiga devem a sua

cor amarela ao

Como funciona um silenciador?

n A força de mordedura é, em parte, uma questão de tamanho, embora também dependa muito do formato da maxila e da posição dos músculos. Nem todos os animais conhecidos tiveram a sua força de mordedura diretamente medida, mas os que tiveram permitem-nos calcular a dos outros, através da medição dos seus crânios. O ser humano morde com uma força de cerca de 890 Newtons (90,7 kg de força), enquanto leões e tigres mordem com o quíntuplo da força, a 4.450 Newtons (453,5 kg de força). No topo, está o crocodilo-de-água-salgada, com 16.460 Newtons (1.678 kg de força). LV

Que animal tem a mordida mais forte?

Como atuam os analgésicos?n Sentimos dor quando o tecido corporal sofre lesões e liberta substâncias químicas chamadas prostaglandinas. Estas estimulam nervos especializados, enviando um sinal ao sistema nervoso central e, daí, ao cérebro. Os analgésicos conseguem deter o sinal, impedindo-o de chegar ao cérebro. Analgésicos não opiáceos, como a aspirina ou o paracetamol, evitam que o tecido lesado liberte prostaglandinas. Analgésicos opiáceos, como a codeína ou a morfina, ligam-se a recetores de opiáceos no cérebro e na medula espinal, impedindo a passagem dos sinais de dor. AC

n Quando uma arma é disparada, pólvora explosiva é inflamada. A substância explosiva cria um impulso de alta pressão de gases quentes, empurrando a bala pelo cano da arma. A bala sai como a rolha de uma garrafa de champanhe, mas a uma velocidade supersónica, com um estouro que quebra a barreira do som. Um silenciador abafa esse som. O silenciador consiste num tubo de pequenas câmaras separadas por divisórias, fixado à extremidade do cano. Agora, quando a arma é disparada, o gás pressurizado tem vários orifícios por onde se expandir, pelo que a pressão é muito menor quando a bala sai do cano, reduzindo o som. SB

Um silenciador é um tubo de pequenas câmaras separadas.

Quero Saber | 085WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

n O ouro tem sido estimado ao longo da história da humanidade, devido à sua escassez e a uma seleção única de propriedades que levaram à sua utilização como meio de pagamento. O ouro é raro, compondo apenas cinco partes por mil milhões da crusta terrestre. Para além disso, a sua extração é difícil e dispendiosa, cingindo-se a quantidades anuais muito limitadas, o que faz dele uma moeda estável. Mais: sendo o ouro notoriamente não reativo, não oxida

como a prata ou o ferro, logo, as moedas de ouro não perdem nem ganham peso com o tempo.

Por outro lado, metais como o alumínio, a platina e a prata são muito similares, mas o ouro é o único metal amarelo, sendo imediatamente reconhecível. O aspeto atrativo do ouro também o tornou um material popular para joias e outros adornos, com a sua maleabilidade a permitir que seja facilmente moldado e dividido. AC

Porque é o ouro tão valioso?

A bola de golfe aterrou...O astronauta da Apollo 14 Alan Shepard é famoso por ter dado duas tacadas de golfe na Lua, usando uma cabeça de taco que prendeu ao cabo do seu instrumento de escavação lunar. Dada a fraca gravidade da Lua, as bolas chegaram muito mais longe do que chegariam na Terra.

Creta foi palco do mais longo cerco da históriaO Cerco de Candia, em Creta, durou uns incríveis 21 anos. Os invasores otomanos cercaram a cidade com 60 mil soldados em 1648, mas só em 1669 é que os persistentes habitantes se renderam.

O ouro tem sido usado como meio de pagamento por

culturas do mundo inteiro.

Poucas pessoas ganharam vários Prémios NobelSó quatro pessoas ganharam mais do que um Prémio Nobel: Marie Curie, Linus Pauling, John Bardeen e Frederick Sanger. O Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados também já receberam mais do que um cada.

As artérias levam sangue a alta pressão do coração para todo o corpo.

As veias asseguram o retorno do sangue a baixa pressão ao coração.

Existe alguma diferença entre veias e artérias?n Para suportarem a elevada pressão à medida que o coração bate, as artérias têm de ser espessas e musculares. Resistem à dilatação, ajudando a manter pressão suficiente para empurrar o sangue pelo corpo sem ceder ao esforço. Contudo, depois de o sangue ter percorrido os capilares e entrado nas veias, a pressão é muito menor. As veias têm diâmetros internos superiores aos das artérias e as suas paredes são mais finas, permitindo-lhes armazenar até 70% do sangue do corpo, à medida que este regressa ao coração. Válvulas unidirecionais ajudam a manter o sangue a baixa pressão a fluir na direção certa. LM

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MENTE ABERTA

Quão longe do limite galáctico está a Terra? Descubra na página 88

Como ouvem certos animais sons muito agudos ou graves?n Os mamíferos geralmente têm uma amplitude auditiva superior à de outros animais por terem um canal auditivo mais longo, enrolado numa espiral chamada cóclea. A audição humana abrange de cerca de 20 Hz a 20 kHz. Já o morcego usa frequências até 160 kHz para ecolocalização e conta com várias adaptações que lhe permitem ouvir sons neste tom. Os seus ouvidos externos são muito maiores, com inúmeras pregas que ajudam a canalizar o som para dentro. A sua cóclea é igualmente

grande, com até um terço do tamanho do crânio. Sendo os pelos sensoriais mais curtos, estão sintonizados para frequências mais altas. No extremo da baixa frequência, elefantes, tartarugas e alguns peixes chatos detetam sons a até 10 Hz, mais sentidos do que ouvidos. O elefante usa as plantas das patas e os peixes usam uma linha lateral que deteta vibrações. LV

n Insetos e aranhas são ambos artrópodes com exosqueletos de quitina e corpos segmentados, mas registos fósseis revelam que as suas árvores filogenéticas se separaram há cerca de 420 a 450 milhões de anos. Todos os insetos têm seis patas e três segmentos corporais: cabeça, tórax e abdómen. Para além disso, têm um par de antenas na cabeça e mandíbulas que se movem na horizontal para agarrar e roer. As aranhas têm dois segmentos corporais, cefalotórax e abdómen, e oito patas Não têm antenas e, em vez de mandíbulas, têm umas “presas” ocas chamadas quelíceras, que espetam na vertical para injetar veneno. A diferença entre aranhas e insetos é tão grande como a diferença entre aves e mamíferos. LV

Porque não são as aranhas insetos?

n A composição do pó depende da sua localização e dos hábitos de quem aí vive. Diz o mito que o pó das casas é maioritariamente composto por escamas de pele humana, mas isso não é verdade. A maioria das nossas escamas de pele vai pelo ralo quando nos lavamos. O pó contém alguma pele, é um facto, mas também pode conter cabelo, pelo animal, terra, insetos mortos e suas fezes, areia, partículas de alimentos, pólen, fibras têxteis, poluição e fuligem. SF

De que é feito o pó?

n As palavras “audição seletiva” costumam ser proferidas em tom de brincadeira, já que tendemos a associar o conceito a alguém que nos ignora por estarmos a dizer algo que essa pessoa não quer ouvir. Contudo, muitas pessoas praticam audição seletiva diariamente. Quando mantemos uma conversa com alguém num ambiente ruidoso, a capacidade de iltrarmos outras vozes e sons à nossa volta é um exemplo da audição seletiva em prática. Cientistas da Universidade da Califórnia em São Francisco descobriram que o responsável é o córtex auditivo, no cérebro, que lida habilmente com sons conlituosos.  SB

A audição seletiva é uma doença real?

A audição seletiva não é necessariamente má.

Quero Saber | 087WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

MENTE ABERTA

n As galáxias não têm fronteiras exatas, mas a nossa tem um diâmetro aproximado de cem mil a 120 mil anos-luz e uma espessura de cerca de mil anos-luz. Trata-se de uma galáxia espiral barrada com quatro braços principais e o Sistema Solar situa-se num braço menor chamado Braço Local ou Braço de Orionte. O centro rotativo da Via Láctea chama-se Centro Galáctico e é orbitado pelo Sistema Solar a cerca de 250 quilómetros por segundo, numa órbita que demora 200 a 250 milhões de anos a completar. O Sistema Solar está a cerca de 25 mil anos-luz do Centro Galáctico. Estima-se ainda que esteja a cerca de 25 mil anos-luz da orla da Via Láctea, o que nos coloca a cerca de meio caminho do limite da galáxia. RS

n Todas as pilhas usam o mesmo tipo de reações químicas para gerar uma corrente elétrica, mas nas pilhas recarregáveis essa reação é reversível. No interior de uma pilha, várias substâncias químicas podem ser emparelhadas para produzir uma reação que resulta num fluxo de eletrões. As pilhas recarregáveis utilizam um par de reagentes que permite reverter a reação. Numa pilha de níquel-cádmio, NiOOH e Cd são gastos à medida que reagem para formar Cd(OH)2 e Ni(OH)2. A aplicação de um potencial elétrico oposto permite reconverter estes produtos nos reagentes originais. AC

Em que diferem as pilhas recarregáveis das tradicionais?

n À superfície, o Ártico e a Antártida parecem bastante similares, mas, olhando para baixo do gelo e da neve, percebe-se que são muito diferentes. Um continente é deinido como uma grande extensão de terra maioritariamente ininterrupta, e, embora a Antártida esteja coberta por uma espessa camada de gelo, por baixo existem rochas, vales e montanhas. A Antártida é uma massa de terra maior do que a Europa e a Austrália, o que faz dela o quinto maior continente do planeta. Se removêssemos o gelo e a neve do Ártico, tudo o que restaria seria o Oceano Ártico, uma vez que não existe terra escondida por baixo. Assim, enquanto a Antártida é um continente rodeado por água, o Ártico é água rodeada por três continentes: Europa, Ásia e América do Norte. LM

Porque é a Antártida um continente e o Ártico não?

Água quente congela mais depressa do que água friaCrê-se que vários mecanismos sejam responsáveis por esta realidade intrigante, incluindo o facto de, por a água quente evaporar, haver menos líquido para congelar.

Uma vista lateral da Via Láctea.

Onde se situa o limite da galáxia?

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MENTE ABERTA

n A verdade é que, por vezes, se queimam, mas, no geral, o risco é similar ao de beber uma chávena de café quente. O truque aqui é fechar totalmente a boca em volta da chama, cortando a entrada de oxigénio e levando à extinção do fogo. Este resiste apenas alguns segundos e a saliva que reveste a boca ajuda a protegê-la de queimaduras, absorvendo algum

do calor antes que este atinja a membrana subjacente. Os pirófagos também ingerem muitos líquidos gordos, como leite ou natas, de antemão, reforçando ainda mais o seu revestimento bucal. LM

Porque não se queimam os pirófagos?

n A fricção criada ao raspar um fósforo desencadeia uma série de reações químicas, levando-o a inflamar-se e a arder. Para produzir uma chama, é preciso algo que arda (combustível), oxigénio e calor suficiente. A cabeça do fósforo contém enxofre, pó de vidro e um agente oxidante. Já a superfície de raspagem é composta por areia, pó de vidro e fósforo vermelho. O calor gerado ao raspar o fósforo converte algum do fósforo vermelho em instável fósforo branco, que se inflama espontaneamente. Isto inicia uma reação química, permitindo que o agente oxidante produza oxigénio. A presença de calor e oxigénio permitem a combustão do enxofre, criando uma chama. AC

Como se acende um fósforo?

n A elasticidade da borracha deve-se à sua estrutura e à lei da entropia. A borracha é composta por longas cadeias, que, no seu estado relaxado, podem ser torcidas ou enroladas umas em volta das outras, de várias maneiras diferentes. Ao serem esticadas, as cadeias endireitam-se e alinham-se, formando uma estrutura ordeira. Quando a tensão é removida, as cadeias querem retornar a um estado desordeiro de menor energia, pelo que recuam rapidamente. Em muitos tipos de borracha, as cadeias são unidas por ligações químicas cruzadas, fixando-as numa rede flexível e encorajando o material a retornar sempre a uma forma similar. LM

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Um cometa a percorrer o céu.

n Um parâmetro-chave da objetiva de uma câmara é a distância focal, que consiste na distância entre a objetiva e o plano em que a imagem se forma. Quanto maior a distância entre a objetiva e o plano da imagem, maior a distância focal. Um efeito de diferentes distâncias focais é a ampliação. Uma objetiva de zoom é composta por várias lentes de dois tipos: côncavas e convexas. As lentes côncavas controlam a dispersão dos raios de luz que entram pela parte frontal da objetiva, enquanto as lentes convexas recolhem a luz, focando os raios de forma a garantir uma imagem nítida. Os diferentes elementos da objetiva podem ser movidos uns em relação aos outros, alterando a ampliação, ou “zoom”. SB

Como funciona a função de zoom das câmaras?

n Asteroides e cometas orbitam o Sol e são vestígios da formação do Sistema Solar. Ambos têm formas irregulares e colidem ocasionalmente com a Terra. Os cometas são sobretudo gelo, podem atingir 40 quilómetros de largura e formam-se no Sistema Solar exterior. Os asteroides são rochosos e maiores; podendo variar entre o

tamanho de uma partícula e mil quilómetros de largura, são provenientes da Cintura de Asteroides. Os cometas derretem parcialmente e formam caudas à medida que se aproximam do Sol, mas os asteroides são sólidos e estáveis. Para além disso, enquanto existem milhões de asteroides, conhecem-se apenas cerca de quatro mil cometas. SF

Qual a diferença entre um cometa e um asteroide?

Porque é a borracha elástica?

Os fósforos contêm enxofre, que é necessário para que ardam.

Revista Quero Saber www.querosaber.sapo.pt [email protected]

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MENTE ABERTA

Lista4 Microscópio portátil4 Microscópio de secretária4 Kit de química4 Kit de biologia4 Robô programável4 Kit de eletrónica

A aprendizagem cientíica não deveria cingir-se à sala de aulas. Com o equipamento a tornar-se cada vez mais acessível, os seus conhecimentos de física, química e biologia também podem ser expandidos no conforto do seu próprio lar. Estes gadgets engenhosos e kits divertidos oferecem uma experiência de aprendizagem prática de que todos podem desfrutar, desde crianças a entusiastas da ciência mais velhos. 

Mergulhe no mundo do conhecimento com gadgets de ponta.

O básico da biologiaDescubra como herdamos genes, construa o seu próprio modelo de ADN e mais, com este kit.

Criações eletrónicasPara além de criar máquinas móveis, pode construir um alarme ou alimentar uma lâmpada.

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2 Robô pessoalReCon 6.0 Programmable Rover € 55 (aprox.)www.robotshop.com A programação é uma competência útil nos tempos que correm e este amigo robótico ajudá-lo-á a aprender o básico. O manual ilustrado ajuda-o a começar, com instruções passo a passo para colocar o seu robô a mover-se e a falar. Depois, pode inventar as suas próprias missões. Uma câmara é a única coisa que falta. Veredicto:

3 Compreender a eletrónicaCars and Boats 2€ 35 (aprox.)www.cambridgebrainbox.co.uk Divirta-se a construir o seu próprio carro ou barco, enquanto aprende as bases da eletrónica, com este kit completo. Descubra como funcionam os circuitos, montando componentes simples para alimentar as suas criações. Embora vocacionado para crianças, o seguimento das instruções pode requerer o auxílio de um adulto.Veredicto:

1 Laboratório de biologia

Thames & Kosmos Genetics & DNA € 35 (aprox.)www.scienceshop.com Entender os componentes da vida e o que nos torna únicos é fácil, com este kit de preço vantajoso, com equipamento para completar 20 exercícios diferentes e um guia ilustrado para cada um. Algumas tarefas, porém, requerem equipamento e itens domésticos extra, bem como alimentos sobre os quais efetuar as experiências. Veredicto:

Assistente pessoal

O rover ReCon 6.0 pode ser

programado para contar anedotas, ir buscar snacks

e patrulhar o quarto.

ANÁLISESEquipamento e gadgets a ter em atenção

Ciência no lar

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT090 | Quero Saber

Inspire-se para as suas experiências.EXTRAS

Laboratório em casawww.explicatorium.comPode não ser o site mais bonito ou de navegação mais intuitiva, mas para além de imensos materiais de apoio, oferece várias experiências divertidas e instrutivas para realizar em casa e na sala de aula – na secção Laboratório Aberto.

Aqui Há CiênciaPreço: € 7,99Onde: www.science4you.ptEste livro de experiências científicas para crianças a partir dos seis anos de idade convida-as a entrarem no laboratório para descobrirem as várias ciências dentro da ciência – como a biologia, a química e a física – e como cada uma pode ser muito divertida. Os mais novos poderão ainda surpreender-se com o que acontece quando se junta arte e culinária à ciência.

Home Science ExperimentsPreço: € 2,99Onde: iTunes / Google PlayPara preparar as suas experiências científicas bastam-lhe alguns itens domésticos e os simples guias desta app. Transforme um limão numa pilha, construa a sua câmara pinhole e produza os seus próprios cristais.

Monitor LCD O LCD rotativo permite que várias pessoas vejam as lamelas em tempo real.

App compatívelA app Micro Fi gratuita está disponível na Apple App Store e no Google Play.

Kit de qualidade profissionalContém equipamento de segurança, tubos de ensaio, um queimador de álcool, várias substâncias, etc..

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6 Conjunto de química

Thames & Kosmos Chem Lab C3000€ 220 (aprox.)www.scienceshop.com Pode conduzir mais de 333 experiências científicas diferentes com este kit de química completo. Contém 103 componentes para o ajudar a familiarizar-se com equações químicas, estruturas atómicas e mais. O manual oferece instruções detalhadas aos novatos, mas os pequenos entusiastas da ciências precisarão do acompanhamento de um adulto.Veredicto:

4 Microscópio digital

Celestron LCD Digital Microscope II€ 359,99www.amazon.es Este microscópio de secretária oferece uma ampliação de 1.600x e traz um conjunto de lamelas pré-preparadas. Pode gravar imagens e vídeos no cartão SD incluído ou usar os cabos fornecidos para assistir a uma emissão em direto no seu computador ou TV. É simples de controlar, mas focar com precisão requer alguma prática. Veredicto:

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5 Microscópio portátil

Celestron Micro Fi€ 263,97www.amazon.es Este gadget divertido mas dispendioso é compatível com Wi-Fi: liga-se ao smartphone ou tablet através de uma app grátis, permitindo-lhe ver imagens em direto e gravar vídeo, para além de captar fotos. É fácil de montar, mas difícil de manter estável sem tripé, e a ampliação é só de 80x. Veredicto:

ANÁLISES

SITELIVRO APP

Quero Saber | 091WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

1 Visionary Mira Ceti 1400/150Preço: € 315 (aprox.)Onde: www.clearviewbinoculars.co.ukA montagem do Mira Ceti é muito simples. Não é necessário um jogo de ferramentas e, com um peso de 12 kg, é fácil de pegar e transportar para observações exteriores. O alinhamento polar do suporte – o processo de apontar o telescópio à parte do céu que não se move (o polo norte celeste) – é rápido, embora a fixação do telescópio envolva um forte aperto dos parafusos.

Durante a nossa análise a este telescópio newtoniano, utilizámos a ocular de 25 mm – logo, não aumentando muito a ampliação –, uma vez que a de 6,5 mm também fornecida produzia imagens pouco nítidas. A visualização da Lua foi boa, ainda que tudo para lá de 70% do campo de visão apresentasse alguma distorção. Com a ajuda de uma lente Barlow de 2x, porém, conseguimos avistar duas das principais faixas de Júpiter.

Voltando a nossa atenção para a Nebulosa de Orionte, estávamos ansiosos por testar o Mira Ceti em alvos no céu profundo. A observação do aglomerado do Trapézio, no cerne da região de formação estelar, foi límpida, e o refletor portou-se bem com pouca luz, quando observámos a ténue Nebulosa de Mérope, no aglomerado das Plêiades.

O Mira Ceti é um telescópio bom e acessível para iniciantes, e, apesar de o frágil suporte e a ocular deixarem mal visto este refletor, a sua capacidade de distinguir uma boa seleção de alvos agradará aos astrónomos novatos.Veredicto:

Telescópios astronómicosUm equipamento essencial para um astrónomo, mas qual o melhor?

2

2 Celestron NexStar 6SEPreço: € 1.130Onde: www.bs-astro.com/ptO NexStar 6SE é um telescópio versátil, adequado tanto a novatos como a astrónomos com um ótimo conhecimento do céu noturno. É muito difícil perder o interesse por este telescópio, tendo em conta aquilo que pode oferecer e quão fácil é de complementar com oculares extra e outros acessórios.

A sua montagem foi célere e ficámos bastante impressionados com a qualidade dos seus muitos componentes. A construção robusta promete anos de sessões de observação, desde que seja tratado com cuidado. Uma proteção antiorvalho deverá ser adquirida para o NexStar, para evitar que sucumba à humidade.

Ao testarmos este telescópio, agradou-nos descobrir que a tecnologia SkyAlign – responsável pelo alinhamento polar do telescópio – é incrivelmente simples de usar. Não tardou até estarmos a percorrer o céu noturno de inverno, fazendo da Nebulosa de Orionte o nosso primeiro alvo. O NexStar girou suavemente para a devida posição, mas vibrou ligeiramente ao focar a região de formação estelar. Graças ao excelente revestimento ótico StarBright XLT, a nossa visão da nebulosa e dos seus membros estelares, bem como da superfície lunar, foi muito nítida, luminosa e límpida. Mais: os elementos óticos não têm defeitos a assinalar. Muitos poderão ser desencorajados pelo preço, mas, a nosso ver, este modelo é um bom investimento – dadas as vistas soberbas e a pouca manutenção requerida.Veredicto:

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Baixa ampliaçãoO Mira Ceti debate-se com as ampliações maiores, pelo que aconselhamos o uso de oculares de cerca de 10 mm em diante, para ampliações baixas.

Criado para durar O corpo robusto do NexStar promete anos de sessões de observação soberbas, desde que tratado com cuidado.

TESTE DE GRUPOOs melhores equipamentos postos à prova

WWW.QUEROSABER.SAPO.PT092 | Quero Saber

3 Meade ETX-90Preço: Desde € 429Onde: www.astroshop.ptO que falta ao Meade ETX-90 em estatura é compensado por uma ótica soberba e por um sistema GoTo fácil de usar, tendo o controlador AutoStar portátil mais de 30 mil objetos em base de dados. O alinhamento requer que o controlador AutoStar fixe duas estrelas luminosas e triangule a partir daí – os melhores resultados dão-se ao alinhar com a estrela Polar, na constelação da Ursa Menor.

Como no Sky-Watcher SkyMax, não há proteção antiorvalho, o que significa que, sendo este um telescópio Maksutov-Cassegrain, a sua lente corretora também fica embaciada com a condensação. As engrenagens do suporte são de plástico, o que nos faz indagar quanto tempo resistirão ao desgaste. O elevado rácio focal (f/13,8), sinónimo de um campo de visão mais estreito, adequa mais este Meade a observações planetárias do que a vastos estudos do céu profundo – sobretudo com a menor abertura/recolha de luz, embora ainda possa ser usado para observar os objetos mais luminosos do céu profundo. Há modelos com aberturas maiores, que aumentam a gama de objetos celestes visíveis, mas a preços mais altos.Veredicto:

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Vá mais longe, com a nova geração de telescópios repletos de tecnologia.

4 Sky-Watcher 127/1500 SkyMax SynScan AZ GoToPreço: Desde € 479Onde: www.astroshop.ptEste telescópio Maksutov-Cassegrain com uma abertura de 127 mm usa uma objetiva e um espelho para evitar imagens estelares distorcidas no limite do campo de visão. Ofereceu excelentes vistas da lua cheia, sobretudo através da ocular de 25 mm e da lente Barlow de 2x – que colocaram a totalidade da lua no campo de visão. A lente corretora, porém, pareceu-nos embaciar um pouco, pelo que recomendamos a aquisição de uma proteção antiorvalho. A posição da ocular também a torna difícil de usar quando se aponta o telescópio bem para o alto. O cometa Lovejoy, visível durante o nosso teste, pareceu impressionante através da ocular de 10 mm, com a sua cauda esbatida.

O telescópio está preso ao suporte SynScan por um único braço. A base de dados informática do suporte contém mais de 40 mil objetos do céu profundo, como galáxias e nebulosas, aos quais o pode levar. Para tal, o telescópio tem de estar alinhado, de forma a saber onde se situa no céu. Basta direcionar o suporte para apontar o telescópio a qualquer uma das estrelas mais luminosas, que serão reconhecidas por dupla verificação das estrelas ao seu redor.Veredicto:

Uma base de dados de 40 mil objetosSimilar a outros telescópios neste teste de grupo, o SkyMax tem uma base de dados de milhares de objetos.

Um bom telescópio planetárioO campo de visão mais estreito do Meade ETX-90 torna-o melhor para observações planetárias.

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Celestron NexStar EvolutionUm instrumento que leva a mais recente tecnologia ao já abrangente GoTo, o NexStar Evolution promete simplificar a sua orientação no céu noturno e oferece uma entrada no mundo da fotografia astronómica.

Sky-Watcher Star Discovery 150PIdeal para principiantes, o Star Discovery 150P está repleto de tecnologia e oferece uma excelente recolha de luz, para observar uma vasta gama de objetos a baixo preço.

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ANÁLISES

EM BREVE

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C MO...Técnicas para sobreviver no mundo moderno

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Exercitar-se em casa

1 Step nas escadasA barriga da perna é a parte da mesma

responsável pela elevação do calcanhar ao andarmos, pelo que exercitá-las tornará a caminhada – ou corrida desesperada, caso esteja atrasado – até à estação muito mais fácil. Coloque-se no primeiro degrau, de frente para o cimo das escadas, com apenas os dedos e as bolas dos pés sobre o degrau. Faça força com os dedos, até icar nas pontas dos pés, e volte à posição inicial. Repita o máximo possível.

3 Braços tonificadosA principal causa do temido “músculo

do adeus” descaído é a gordura em torno do tricípite, o músculo na parte inferior do antebraço. Uma forma eicaz de o toniicar é executando elevações: encontre uma superfície estável e robusta, como um degrau ou uma mesa baixa, capaz de suportar o seu peso. De costas para ela, agarre o rebordo, mantendo os braços direitos, mas os cotovelos ligeiramente letidos. Flita os cotovelos a 90º, endireite e repita.

2 Trabalhe a barrigaOs músculos abdominais formam o núcleo

do corpo, garantindo-lhe estabilidade, força e controlo. Abdominais fortes ajudá-lo-ão ainda a ter uma boa postura, mantendo a parte superior do corpo na posição certa. Os exercícios abdominais são fáceis de realizar em espaços coninados. Prenda os pés sob o sofá, para os manter estáveis no chão, e enrole o tronco em direção aos joelhos. Para aumentar a diiculdade, pode colocar um peso sobre o tórax.

Explorar as ondas de som1 Prepare a sua experiência

Encha um copo com água até meio e reserve-o. Depois, corte cerca de dois terços de uma palhinha no sentido horizontal. O objetivo é conseguir dobrar o terço restante na perpendicular sem partir a palhinha. Prepare-se para várias tentativas antes de acertar, já que esta é uma operação delicada. Depois de ter cortado a palhinha com sucesso, coloque a parte maior no copo e dobre a parte menor para trás.

2 Crie músicaA parte menor da palhinha deverá

estar dobrada de forma a que, ao soprar através dela, o luxo de ar passe ao longo do topo da palhinha. Sopre suavemente para o tubo. Deverá ouvir um assobio. Este som é criado pela vibração do ar no interior da parte maior da palhinha. O ar vibrante percorre a palhinha, chega à água e ressalta. Uma vez novamente fora da palhinha, as ondas de som expandem-se, chegando ao seu ouvido como um assobio.

Quero Saber | 095WWW.QUEROSABER.SAPO.PT

LIMITAÇÃO DE RESPONSABILIDADE: A Goody não pode ser responsabilizada por potenciais lesões ou efeitos indesejados decorrentes da execução destes projetos. Tenha sempre cuidado ao lidar com equipamento potencialmente perigoso ou ao trabalhar com componentes eletrónicos e siga as instruções do fabricante.

Cinco formas de fazer exercício sem ir ao ginásio.

4 Aumente a intensidadeCorrer pode ser entediante, mas há uma

forma cientíica de acelerar a perda de gordura. Corra no lugar durante dois minutos e, depois, “expluda” durante 30 segundos. Isto pode passar por acelerar o ritmo, executar saltos-tesoura rápidos ou realizar uma série de agachamentos. Esta curta explosão de exercício intenso obriga o corpo a esforçar-se, acelerando o metabolismo e incitando a queima de gorduras de uma forma muito eicaz em termos de tempo.

5 Mexa-se...Se quiser sentar-se e assistir ao seu

programa de TV favorito, faça-o, mas saiba que, enquanto isso, pode continuar a queimar calorias. Pode queimar até 350 calorias extra por dia, apenas por se remexer ou mover-se enquanto está sentado. Faça-o comprimindo e relaxando repetidamente os músculos, mudando de posição regularmente e mantendo pelo menos uma parte do seu corpo em movimento.

Resumindo…Esperamos ter demonstrado quão fácil é manter-se em forma e toniicar o corpo sem ter de se arrastar até ao ginásio. Manter-se ativo ajudá-lo-á a queimar calorias e, desde que exercite o corpo todo e mantenha uma dieta saudável, deverá obter resultados rápidos, ao mesmo tempo que poupa o dinheiro que tanto lhe custa a ganhar.

Uma experiência simples que mostra como o som viaja e porque muda de tom.

3 Suba o tomPara ir ainda mais longe, veja 

como o tom muda, conforme aumenta ou diminui o volume de água no copo. Com mais água no copo, o tom deverá subir, já que este é determinado pela velocidade das vibrações. Com mais água no copo, a palhinha ica mais cheia e as vibrações têm menos tempo para se expandirem – o que aumenta a velocidade das mesmas, tornando o som que chega ao seu ouvido muito mais agudo.

Resumindo…Esta é uma forma fácil de entender as propriedades do som e como estas podem ser manipuladas. O som provém de vibrações e, ao acelerá-las ou abrandá-las, podemos tornar os sons mais agudos ou mais graves. É algo que fazemos todos os dias, sem nos apercebermos, quando falamos.

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