pÓs-graduaÇÃo lato sensu em gestÃo estratÉgica de … · “planejamento é o processo...
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO ESTRATÉGICA
DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NO SETOR DE VENDAS
Melhorar Gestão de Vendas através do planejamento, aplicando-o nos
principais indicadores de vendas.
Monografia apresentada em
cumprimento às exigências para
obtenção de grau no curso de
pós-graduação lato sensu de
especialização em Gestão
Estratégica de Vendas e
Negociação.
Por:
Leonardo de Carvalho
Rio de Janeiro, 29 de julho de 2010.
2
DEDICATÓRIA
A minha família e a Deus.
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus caros professores e
companheiros de sala de aula que
tanto me apoiaram e me forneceram
informações para acumular
conhecimento na difícil tarefa planejar
uma venda. Em especial ao Mestre
Tuffic Derzi que foi o maior incentivador
do curso em questão.
4
EPÍGRAFE
“Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da
sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as
mais belas sementes no terreno de sua inteligência”.
Luiz Felipe da S. Carvalho
5
RESUMO
A presente monografia teve como objetivo apresentar uma proposta
metodológica para a análise e solução dos problemas detectados nas
empresas mais em específica nas áreas de venda, visando agilizar e otimizar
as ações de contenção e correção. Diante das dificuldades enfrentadas pelas
empresas, relacionadas à gestão deficiente do negócio, que vem acarretando
elevados índices de perca de vendas, surge à curiosidade de saber quais os
fatores que podem influenciar nestes acontecimentos.
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa realizada nas
empresas onde foi analisada a utilização do planejamento estratégico como
ferramenta gerencial de vendas. O planejamento estratégico é uma
ferramenta gerencial que proporciona à organização antecipar suas ações
futuras diante das ameaças do ambiente externo, orienta a tomada de
decisão da empresa para minimizar os pontos fracos e fortalecer-se perante
seus concorrentes.
A aplicação da metodologia, conforme os resultados obtidos, promove
o aumento da venda final favorecendo inclusive a redução dos tempos e
custos de retrabalho em relação ao item analisado.
Palavras-chave: metodologia – planejamento – vendas.
6
ABSTRACT
This monograph aims to present a methodology for the analysis and
solution of problems encountered in business more specific in sales areas, to
streamline and optimize actions restraint and correction. Given the difficulties
faced companies, related to poor management of business, which has been
causing high rates of loss of sales, there is the curiosity to know which factors
can influence these events. This work presents the results of a survey
conducted in companies in which it examined the use of planning strategic
and management tool sales. The Strategic planning is a management tool that
gives the organization to anticipate future actions the face of threats from the
external environment, guides decision the company's decision to minimize the
weaknesses and strengthen themselves before their competitors.
The methodology, as the results obtained, promotes the growth of final
sales favoring including reducing the time and costs of rework in relation to
item analysis.
Keywords: methodology - planning - sales.
7
SUMÁRIO
Folha de rosto ................................................................................................................1
Dedicatória .................................................................................................................... 2
Agradecimentos .............................................................................................................3
Epígrafe ..........................................................................................................................4
Resumo ..........................................................................................................................5
Abstract .........................................................................................................................6
Sumário .........................................................................................................................7
1. Introdução..................................................................................................................8
2. Teorias.......................................................................................................................11
3 Princípios do Planejamento........................................................................................15
4 Características e Vantagens do Planejamento............................................................16
5 Importância do Planejamento.....................................................................................18
6 Níveis e Tipos de Planejamento.................................................................................20
7 Estratégias..................................................................................................................22
8 Planejamento Estratégico..........................................................................................26
9 Planejamento Operacional.........................................................................................32
10 Planejamento Estratégico Voltado para Pequenas Empresas..................................35
11Conclusão..................................................................................................................40
Referências bibliográficas.............................................................................................41
8
1 INTRODUÇÃO
A construção de um plano estratégico é, possivelmente, uma das mais
complexas tarefas da gestão empresarial, saber como aplicar as teorias
necessita de conhecimento e habilidade .
O plano estratégico de uma empresa é algo que precisa ser feito com
lógica e deve respeitar processos que vão facilitar tomadas de decisão.
Com o mercado cada vez mais concorrido e clientes cada vez mais
exigentes, a busca por resultados passou a ser ainda maior, com isso, o
planejamento estratégico tem sido uma poderosa ferramenta não só para
grandes empresas como também para pequenas empresas.
Segundo Roger Born, o hábito de planejar deveria estar presente em
tudo na empresa e até na nossa vida pessoal.
O planejamento prepara a organização para enfrentar mudanças,
mostrando caminho de sustentabilidade de forma racional e com base e
informações coletados na analise.
Minha experiência profissional em uma multinacional espanhola me fez
perceber a importância do planejamento estratégico principalmente na área
de vendas e o diferencial que o mesmo pode proporcionar para a empresa.
Por tudo isso a pesquisa aqui iniciada, é uma tentativa de uma
aproximação dos estudos sobre a importância do tema desde sua elaboração
abordando todas as ferramentas necessárias para confecção de um
planejamento estratégico bem sucedido na sua pratica.
Em qualquer contexto de gestão administrativa é indispensável à
utilização de ferramentas gerenciais, pois, além de prevenir possíveis
desacertos, essas ferramentas demonstram o caminho que a empresa deve
seguir na tomada de decisão que proporcionará uma maior eficácia podendo
chegar ao nível máximo de eficiência num processo.
O mundo está passando por um processo de transformação, estamos
vivendo a era do conhecimento, a competitividade é visível e crescente,
inúmeros são os esforços para manter-se vivo nesse mercado em constantes
9
mudanças, onde somente os bons sobreviverão. A sobrevivência dessas
empresas irá depender cada vez mais de gestores preocupados com
processos administrativos multifuncionais.
A utilização do planejamento estratégico proporciona uma visão geral
da situação em que a organização está vivendo, facilita o processo de
decisão do presente e do futuro, as ações realizadas pelos gestores
empresariais podem ser asseguradas com menores desacertos
administrativos, já que os caminhos são pré-definidos.
Essa monografia mostra a utilização do planejamento estratégico nas
micros e pequenas empresas como forma de uma ferramenta gerencial
administrativa, onde foi feito um estudo aprofundado sobre o tema em
questão, mostrando a importância, os benefícios e os desafios encontrados
para possuir esse tipo de ferramenta gerencial dentro de uma organização.
Em qualquer tipo de organização saber gerenciar as informações e
administrar-las de forma eficiente, requer auxilio de algumas ferramentas
gerenciais, neste projeto será apresentado uma das principais ferramentas de
controles gerenciais, mas é interessante não somente utilizar este
instrumento, mas também executar corretamente, e para isso é necessário à
ajuda de um gestor ou administrador para fazer esse tipo trabalho. Um dos
primeiros sinais de identificação de deficiência na empresa aparece na má
execução dessas ferramentas.Nesse estudo foram abordados assuntos
relacionados à utilização do planejamento estratégico.
No processo de gestão empresarial torna-se quase vital a utilização de
uma ferramenta gerencial eficiente, em particular o uso de planejamento
estratégico.
Um dos graves problemas gerenciais é não desenvolver um plano
capaz de sanar as deficiências geradas nas tomadas de decisão inviável
entre objetivos, habilidades e recursos de uma organização e as
oportunidades de um mercado em contínua mudança.
10
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
- Identificar o conceito e a relevância do planejamento estratégico
na área de vendas.
1.1.2 Objetivos Específicos
- Conhecer todas as ferramentas necessárias para elaboração de
um planejamento eficaz;
- Os conceitos e importância do planejamento estratégico;
- Aplicar planejamento estratégico com intuito de melhorar os
resultados obtidos em vendas.
11
2 TEORIAS
2.1. Planejamento: Evolução e Conceitos
Os conceitos e as evoluções que sofreram o planejamento deve ser
objeto de estudo, conhecer como surgiu essa forma de analisar as ações
futuras, alguns conceitos foram defendidos por diversos autores.
As antigas civilizações do Egito, Mesopotâmia e Assíria,
“testemunharam a existência, em épocas remotas, de dirigentes capazes de
planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais
obras que perduram até os nossos dias”. (CHIAVENATO, 2000, p.22).
A utilização do planejamento existe desde os primórdios da
administração. Para Faria (1997) a construção das pirâmides egípcias é uma
prova concreta dessa afirmação, o planejamento é considerado uma função
administrativa primordial.
“Henry Fayol desenvolveu a Teoria Clássica, preocupada em mostrar
um aumento na eficiência da empresa por meio de sua organização e pela
aplicação de princípios gerais da Administração em bases científicas”.
(CHIAVENATO, 1993, p. 103).
Chiavenato (1993) diz que Fayol estabeleceu seis funções da
empresa:
a) Funções técnicas - abrangem a produção de bens ou serviços da
empresa;
b) Funções comerciais – relacionadas com a venda e compra,
trocas/transações;
c) Funções financeiras – compreendem a procura e aplicação de
capitais;
d) Funções de segurança – envolvem a proteção e preservação dos
bens e das pessoas;
e) Funções contábeis – relacionadas com os registros, balanços e
inventários;
12
f) Funções administrativas – compreendem a integração de cúpula das
outras cincos funções e englobam os elementos da administração.
“A função administrativa é uma função que se reparte e se distribui
com outras funções essenciais, proporcionalmente entre a cabeça e os
membros do corpo social da empresa” (KWASNICKA, 2003, p. 47-48).
Para Chiavenato (1993), Fayol dividiu a função administrativa nas
cinco funções do administrador, que são:
a) Planejar - constituir os objetivos da empresa, visualizando o futuro e
traçar os planos.
b) Organizar - dispor todos os recursos da empresa, constituindo o
duplo organismo material e social da empresa;
c) Comandar - dirigir e orientar o pessoal
d) Coordenar - unir harmonicamente todos os atos e esforços coletivos
e) Controlar - verificar se tudo ocorre de acordo com as normas e
ordens estabelecidas.
Na administração o planejamento tem função inicial no processo de
tomada de decisão, para Stoner e Freman (1994) o planejamento tem a
função de uma locomotiva, onde ela puxa o trem das ações de organizar,
liderar e controlar.
Sabe-se que o planejamento sempre esteve presente na história da
humanidade. Para Fischmann, (1987 apud FERREIRA; REIS; PEREIRA,
2002, p. 115):
“O planejamento empresarial vem evoluindo ao longo das últimas
décadas. Inicialmente consistia no orçamento anual a ser cumprido,
posteriormente passou a incluir projeções de tendências, resultando no
planejamento de longo prazo. [...] a evolução mais recente do planejamento
empresarial se deu nos anos 80, caracterizando a administração estratégica.”
Nos dias de hoje o planejamento tornou-se uma ferramenta gerencial
indispensável para a competitividade da empresa em um mercado em que a
13
velocidade das mudanças impõe a necessidade de se obter respostas mais
rápidas.
“Planejamento é o processo consciente e sistemático de tomar
decisões sobre objetivos e atividades que uma pessoa, um grupo, uma
entidade de trabalho ou uma organização buscarão no futuro” (BATEMAN;
SCOTT, 1998, p. 121-122).
Para Las Casas (2001), diz que existem dois modelos de
planejamento, o informal e o formal. O informal é obtido quando não se usa
nenhuma metodologia destinada especificamente. Enquanto o formal é uma
metodologia que precisa do domínio de técnicas e conceitos específicos.
Para Oliveira (2007) o planejamento é um processo sistemático e
constante de tomada de decisões, onde os resultados das decisões tomadas
deverão aparecer futuramente.
“Planejamento é um processo que implica na formulação de um
conjunto de decisões sobre as ações futuras” (FARIA, 2007, p. 73). O mesmo
autor ainda ressalta que o processo deve ser racional para que possa
introduzir maior grau de eficiência as atividades desenvolvidas.
Maximiano (2000) define planejamento como um instrumento que as
pessoas e as organizações usam para administrar as decisões futuras, ou
seja, planejar é definir os objetivos ou resultados a serem alcançados no
futuro.
O planejamento é uma ação que fazemos antes de agir. Lemos (2007)
fala que planejamento é um meio de decidir o que fazer, e como fazê-lo,
antes que se requeira uma atitude, o planejamento deve procurar o máximo
de resultados e minimizar as deficiências Oliveira (2007) segue a mesma
linha de raciocínio sobre o planejamento e diz que o plano procura oferecer à
empresa uma situação onde os fatores de riscos sejam diminuídos e as
decisões sejam realizadas com maior eficácia. Ainda no mesmo conceito do
autor a efetividade se articula, em cadeia, com a eficiência e a eficácia ao
acrescentar mais uma condicionante à otimização do desempenho do
14
planejamento estratégico, cujas ações, além de eficientes e eficazes,
necessitam ser, igualmente, efetivas.
O planejamento como ferramenta gerencial precede de princípios que
passarão a ser abordados no capítulo a seguir.
15
3 PRINCIPIOS DO PLANEJAMENTO
Conhecer bem a origem e o conceito do planejamento são fatores
relevantes, mas também é importante saber que existem princípios do
planejamento que devem ser levados em consideração, Oliveira (2007) relata
esses princípios de forma bem clara.
a) Principio da contribuição aos objetivos, o planejamento deve sempre
visar aos objetivos máximos da empresa;
b) Princípio da Precedência do planejamento onde a função planejar
vem antes das outras funções do administrador, como organização, direção e
controle;
c) Maior penetração e abrangência são as modificações que o
planejamento provoca nas pessoas, na tecnologia e nos sistemas;
d) Principio da maior eficiência, eficácia e efetividade, onde eficiência é
fazer as coisas certas de maneira adequada, eficácia é fazer as coisas
corretas e efetividade é apresentar resultados.
Segundo Ackoff (1974), existem quatro princípios de planejamentos
que podem ser considerados como específicos:
a) Participativo - deve-se dar maior valor ao processo de planejar e não
ao resultado,
b) Coordenado - interdependência entre as etapas do processo,
c) Integrado - integração entre os níveis da organização no processo
de planejamento,
d) Permanente - adaptação do plano às mudanças ambientais.
A elaboração do planejamento dentro de uma organização deve acatar
esses princípios, para que a implicação de sua operacionalização seja o
alcance dos objetivos traçados no plano de ação.
Além dos princípios a empresa deve seguir as características do
planejamento para o alcance dos seus objetivos, posteriormente estas
características serão abordadas.
16
4 CARACTERISTICAS E VANTAGENS DO PLANEJAMENTO
O planejamento possui várias características e cada uma delas tem um
papel fundamental na elaboração do plano, cada fator característico visa uma
seqüência que deve ser seguido para evitar possíveis falhas durante o
processo de elaboração e implantação de um planejamento adequado. O
artigo Decorrência da Teoria Neoclássica (2007, p. 02) menciona essas
características:
a) O planejamento é um processo permanente e contínuo, não se
esgota em um único plano de ação, mas é realizado continuamente dentro da
empresa;
b) O planejamento visa à racionalidade da tomada de decisão, ao
estabelecer esquemas para o futuro, o planejamento funciona como um meio
de orientar o processo decisório;
c) O planejamento visa selecionar, entre várias alternativas, um curso
de ação escolhido dentre as várias alternativas de caminhos potencial;
d) O planejamento é sistêmico, deve abranger a organização como um
todo;
e) O planejamento é interativo, envolve passos ou fases que se
sucedem. Deve ser suficientemente flexível para aceitar ajustes e correções à
medida que for sendo executado;
f) O planejamento é uma técnica de alocação de recursos. De uma
forma estudada e decidida é dimensionado a alocação dos recursos humanos
e não humanos;
g) O planejamento é uma função administrativa que interage com as
demais funções como organização, direção e controle, influenciando e sendo
influenciada por todas elas;
h) O planejamento é uma técnica de mudança e de inovação dentro da
empresa.
Algumas vantagens para obter o planejamento dentro de uma
organização serão apresentas a seguir na concepção de vários autores.
17
Devido ao ambiente turbulento o qual as organizações estão inseridas, onde
as mudanças acontecem a todo o momento e de toda natureza como
econômica, política, tecnológica, sociocultural e comportamental, torna-se
indispensável à utilização do planejamento pelas empresas para que estas
consigam se manter no mercado e adquirir êxito nas suas atividades através
da análise dos seus pontos fortes e fracos antecipando as possíveis ameaças
e aproveitando as possíveis oportunidades. Para Lemos (2007) várias são as
vantagens que o planejamento estratégico proporciona para as organizações
e para os gestores: agilização do processo de tomada de decisões,
melhoramento da comunicação, aumento da capacidade gerencial para uma
tomada de decisão, promove uma consciência coletiva, proporciona uma
visão de conjunto, maior delegação, direção única para todos, orienta
programas de qualidade e melhora o relacionamento da organização com seu
ambiente interno e externo.
Como um dos objetivos deste trabalho será exposto a seguir a
importância do planejamento nas empresas.
18
5 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
Vários são os autores que expõem a importância do planejamento nas
organizações e enumeram os benefícios trazidos pela elaboração de um bom
planejamento.
Oliveira (2007) aborda dois motivos importantes para a organização
investir pesadamente no planejamento, implantação e manutenção de um
sistema de planejamento estratégico. São elas:
a) Possibilidade de fazerem tomadas de decisões embasadas em
projetos bem planejados, diminuindo a causa de possíveis falhas na tomada
de decisão;
b) Manter vivo o espírito empreendedor, que acaba por se desvanecer
em função do crescimento e complexidade da organização.
Para Farias (2007) existem quatro bons motivos para se fazer um
planejamento:
a) Contrabalançar a incerteza e as modificações;
b) Ficar focado nos objetivos;
c) Facilitar o controle das ações;
d) Assegurar um funcionamento econômico, razões que deixam
atestadas as suas importâncias e necessidades.
O mesmo autor (2007) cita alguns aspectos importantes do
planejamento como:
a) Oportunidade - significa ter consciência e conhecimento das
potencialidades e fraquezas;
b) Planos derivativos que sejam capazes de apoiar o plano básico e
respondam as seguintes perguntas, porque se fará? O que será feito? Quem
fará? Como será feito? Onde será feito? Quando será feito?
c) Prazos: variam conforme empresa; podemos antecipar que poucas
organizações planejam com menos de um ano.
Qualquer plano que seja executado sem planejamento fica a mercê de
improvisos ou simplesmente exposto às forças do ambiente externo.
19
O planejamento é dividido em níveis e tipos estes serão apresentados
posteriormente.
20
6 NÍVEIS E TIPOS DE PLANEJAMENTO
Alguns autores mostram os tipos e níveis de planejamento como
situações diferentes, porém Oliveira menciona os tipos e níveis com relação
semelhante, aqui será tratada a definição defendida pelo autor Oliveira.
Oliveira (2007) menciona três tipos de planejamento: o estratégico que
é utilizado para tomadas de decisões de longo prazo, o tático para decisões
de curto prazo e por fim o planejamento operacional responsável pelas
decisões operacionais de curtíssimos prazos.
Os tipos de planejamento são diferentes um dos outros, cada um tem
uma função dentro da organização e são divididos por níveis.
As diferenças básicas entre os tipos de planejamento são mostradas
no quadro abaixo.
21
Na seqüência serão expostos os aspectos relacionados às estratégias
gerencias. As estratégias serão as alternativas para os gestores saírem de
determinadas situações de conflitos.
22
7 ESTRATÉGIAS
Para obter um conceito de planejamento estratégico segundo o
dicionário Michaelis (2000). É necessário que se defina o conceito e a origem
de estratégia. A palavra estratégia tem origem grega, provém de stratego:
arte da liderança ou ainda, a arte para atingir certos objetivos.
Para Chiavenato (2003) a noção estratégica surgiu da atividade militar,
sendo uma aplicação de forças em larga escala contra inimigo.
“A Estratégia pode ser definida como a arte de aplicar os meios
disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos”, (ORIGEM DA
ESTRATEGIA, 2007, p. 15).
Chiavenato (2003) diz que a estratégia era utilizada para designar a
função do chefe do exército. Os militares tiravam proveito desta expressão
para designar o caminho que era dado à guerra visando à vitória militar. A
elaboração de planos de guerra passou a ser denominada estratégia.
Saber criar as estratégias são atitudes vitais para o administrador de
qualquer organização, além de um excelente planejamento o gestor tem que
lidar com as oportunidades das estratégias, a seguir alguns conceitos de
estratégias foram expostos na visão de alguns autores e sua importância
dentro do processo administrativo.
De acordo com Ansoff e Mcdonnell, (1993), estratégia é um conjunto
de regras que para se tomar decisões devem-se seguir orientações do
comportamento de uma empresa.
Segundo Origem da estratégia (2007) a estratégia da organização é
um conjunto de mudanças competitivas que os gestores executam para
atingir o melhor desempenho da empresa.
Prever o futuro das empresas é impossível, mas pode utilizar-se de
estratégias para certas tomadas de decisões que irão surgindo pela frente.
Chiavenato (1993) diz que, estratégia envolve a organização como um todo, é
orientada para o longo prazo é um meio de alcançar os objetivos
organizacionais e ainda é decidida pela alta administração.
23
Uma ação formulada e feita de maneira adequada para alcançar as
metas, os desafios e os objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento
da empresa perante seu mercado, de uma maneira diferenciada é
considerada uma estratégia segundo Oliveira (2007).
“Estratégia é a seleção dos meios, de qualquer natureza, empregados
para realizar objetivos, a estratégia surgiu na necessidade de realizar
objetivos em situações complexas” (MAXIMIANO, 2000, p. 203).
A escolha de uma estratégia pode avalancar a competitividade da
empresa como pode também leva-la ao fracasso, Oliveira (2007) fala que a
estratégia precisa incorporar a visão que o gestor tem quanto ao caminho que
a organização está tomando, onde ela está agora e onde ela quer chegar.
A execução vigorosa de uma estratégia arrojada não é apenas uma
receita comprovada de sucesso comercial, mas também o melhor teste de
gerência excelente (ORIGEM DA ESTRAGEIA, 2007 p. 02).
O processo de elaboração das estratégias consiste em tarefas básicas
gerenciais, conforme menciona Origem da Estratégia (2007), decidir em que
negócio a empresa estará e criar uma visão estratégica, converter a missão e
visão em objetivos mensuráveis, programar e executar a estratégia e por fim
avaliar o desempenho.
24
7.1 TIPOS DE ESTRATÉGIAS
O planejamento é composto de vários tipos e também a estratégia não
é diferente são compostas de tipos diferentes de estratégias. A estratégia
pode ser escolhida de acordo com adequação e estabelecida para cada
situação. Oliveira (2007) cita os tipos de estratégias como: estratégia de
sobrevivência dividida em redução de custos e desinvestimento; estratégia de
manutenção dividida em estabilidade, nicho e especialização; estratégia de
crescimento dividida em inovação, internacionalização, joint venture (Trata-se
de uma estratégia usada para entrar em novo mercado onde duas empresas
se associam para produzir um produto) e de expansão; Por fim a estratégia
de desenvolvimento dividida em mercado, produto ou serviços, financeiro,
capacidade e de estabilidade.
Para Origem da Estratégia (2007) a estratégia de sobrevivência deve
ser adotada pela organização quando não existe outra alternativa, ou seja,
apenas quando o ambiente e a empresa estão em situação inadequada ou
apresentam situações difíceis. Oliveira (2007) comenta que a estratégia de
sobrevivência está dividida em estratégia de redução de custo, que é muito
utilizada em períodos de recessão e a estratégia de desinvestimento que é
comum nas empresas que se encontram em conflitos de linhas de produtos
ou serviços na fase abacaxi que é o período que o produto ou serviço entra
em declínio.
Oliveira (2007) conceitua a estratégia de manutenção como sendo uma
postura utilizada quando a empresa está enfrentando ou espera encontrar
dificuldades, e a partir dessa situação prefere tomar uma atitude defensiva
diante das ameaças. Oliveira (2007) ainda fala que essa estratégia pode
apresentar-se de três formas, estratégia de estabilidade, onde procura a
manutenção de um estado de equilíbrio ameaçado ou, ainda, seu retorno em
caso de perda, estratégia de nicho, onde a empresa procura dominar um
segmento e estratégia de especialização, neste caso a organização procura
conquistar ou manter liderança no mercado.
25
“Estratégia de crescimento, embora a empresa tenha predominância
de pontos fracos, o ambiente está proporcionando situações favoráveis que
pode transformar-se em oportunidades, quando efetivamente é usufruída a
situação favorável pela empresa”. (BRANDALIZE, 2006 p. 06).
Segundo o mesmo autor essa estratégia está dividida em quatro tipos:
Inovação que consiste no desenvolvimento de nova tecnologia, ou na procura
do desenvolvimento de um produto inédito ou milagroso; Internacionalização
a empresa estende suas atividades para fora do seu país de origem;
Estratégia de Joint Venture trata-se de uma estratégia usada para entrar em
novo mercado onde duas empresas se associam para produzir um produto e
por fim a estratégia de expansão onde o processo deve ser planejado.
“Estratégia de desenvolvimento, nesse tipo de estratégia a empresa
deve procurar novos mercados e clientes, diferente dos conhecidos
atualmente, ou novas tecnologias, diferentes daquelas que a empresa
domina” (OLIVEIRA, 2007 p. 189).
Essa estratégia segundo Oliveira (2007) assume cincos conotações:
a) Desenvolvimento de mercado ocorre quando a empresa procura
maiores vendas, oferecendo serviços e produtos a novos mercados;
b) Desenvolvimento de produtos ou serviços ocorre quando a
organização procura maiores vendas;
c) Desenvolvimento financeiro corresponde a duas empresas de um
mesmo grupo ou não se juntam para possuírem maiores oportunidades
financeiras;
d) Desenvolvimentos de capacidade nesse caso as empresas se unem
para possuírem maiores oportunidades na área de tecnologia;
e) Desenvolvimento de estabilidade corresponde a uma fusão de
empresas que procuram tornar suas evoluções uniformes.
Posteriormente serão abordados os conceitos de planejamento
estratégico na visão de vários autores.
26
8 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Planejamento Estratégico é a identificação de fatores competitivos de
mercado e potencial interno, para atingir metas e planos de ação que
resultem em vantagem frente à concorrência, com base na análise
sistemática do ambiente de atuação prevista para um determinado período. O
planejamento auxilia pequenas e médias empresas a obter sucesso em
situações de crescimento ou de reestruturação para superar crises. Entre
outros pontos, ele auxilia as empresas a definir as estratégias de crescimento,
de determinação do preço de venda de seus produtos e/ou serviços, de
analise da rentabilidade do negócio, da elaboração de orçamentos e da
administração do caixa.
Em suma, planejamento estratégico é escolher ou estabelecer a
missão da organização, seu propósito e objetivos e depois determinar
diretrizes, projetos, programas, procedimentos, métodos, sistemas,
orçamentos, padrões e estratégias necessárias para atingi-los. Implica tomar
decisões no presente, no sentido de escolher entre diferentes alternativas
disponíveis e viáveis que afetarão o resultado de períodos futuros, o que, em
última análise, configura-se no planejamento empresarial, desde que se
constitua em um processo contínuo e integrado, isto é, não seja um ato
isolado.
O planejamento estratégico não pode se transformar apenas na
formalização de metas que sucedem ano após ano. Algo como "transcreva
para o ano que vem tudo aquilo que este ano não conseguimos executar".
Conceber a estratégia de uma empresa é bem mais que isso. É questionar se
a finalidade da empresa deve continuar sendo a mesma, se o foco nos
mercados onde atua deve ser alterado ou permanecer como está e,
principalmente, o que ela deve fazer hoje para conseguir conquistar o que
deseja no futuro.
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É preciso que os gestores passem a utilizar o momento da concepção
estratégica da empresa como um instrumento de reflexão e de transformação.
Para conseguir isto, há duas tarefas básicas a se cumprir. A primeira é uma
análise do ambiente onde a empresa atua. Isso significa observar como os
concorrentes vêm se comportando, como as políticas do governo estão
influenciando o seu mercado, como os fornecedores se posicionam, quais os
novos comportamentos que os clientes tendem a apresentar, entre outros.
Planejamento estratégico é definido como um processo gerencial que
possibilita ao empresário estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa,
com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com seu
ambiente.
Um plano bem elaborado representa um salto qualitativo para quem
busca um norte para seus negócios e sofre com a natural dificuldade em
organizar idéias e objetivos de forma clara. Com um planejamento bem
delineado, as empresas obtêm ferramentas necessárias para uma melhor
gestão dos recursos disponíveis e conhecimento mais amplo de seu mercado
de atuação. Isso possibilita antever o comportamento do setor (concorrentes,
sazonalidade, etc.) e adequar as ações à sua realidade.
Normalmente não é isoladamente de responsabilidade do empresário
ou de um profissional da área. Geralmente é feito pelo empresário auxiliado
por um profissional da área, visto que decorre tanto da definição dos objetos
quanto da seleção de estratégias para sua consecução, considerando as
condições internas e externas da empresa, bem como a evolução do
ambiente.
Desse modo, o planejamento estratégico consiste de um processo de
análise das oportunidades e ameaças (ambiente externo) e dos pontos fortes
e fracos (ambiente interno) da organização, com vistas a definir diretrizes
estratégicas para assegurar o cumprimento da missão da empresa.
O bom planejamento fornece à empresa uma auto-análise de seus
objetivos, condições e posicionamento no mercado, além de fazer com que
28
todo o comando da companhia pense de forma menos emocional. Com essas
informações em mãos, se elabora um plano de ação para atingir suas metas,
sejam elas, aumentar o faturamento, lançar ou reformular um produto,
contratar um negócio ou abrir uma nova unidade.
Segundo Oliveira (2006), o planejamento estratégico deve possibilitar a
identificação dos pontos fortes e fracos e das ameaças e oportunidades da
empresa, aplicadas a um plano de trabalho efetivo que proporcione como
resultado o correto direcionamento dos esforços, e a elaboração de um plano
de ações que visem atingir os objetivos definidos.
LIMA e outros (2004) aponta vários benefícios proporcionados pela
ferramenta “planejamento estratégico”. O autor diz que o planejamento faz
com que os gestores executem melhor os sua função. Isso irá proporcionar
melhor trabalho em equipe, aumentando a capacidade produtiva e melhor
direcionamento dos esforços na busca dos objetivos.
Para Maximiano (2004) o planejamento estratégico é um processo que
define os objetivos organizacionais que a empresa deve alcançar e facilita a
escolha dos melhores caminhos para atingi-los. Esse planejamento deve
envolver todas as áreas da organização e pode ser subdivido em estratégias
operacionais para facilitar sua aplicabilidade.
Para fazer um Planejamento Estratégico bem elaborado, a empresa
deve colocar no papel todos os seus números (vendas, margens de lucro,
compras, ativos, passivos etc.); fazer um levantamento minucioso da
concorrência; delimitar os objetivos com relação ao negócio; calcular quanto
será preciso investir para alcançar seus objetivos; fazer um cronograma e
acompanhar se ele está sendo seguido e avaliar o plano mensalmente ou
bimestralmente, ficando a critério, de acordo com a necessidade.
É necessário que os empresários tenham um cuidado ao implantar o
Planejamento Estratégico: contar com uma consultoria especializada para a
elaboração e principalmente na implantação do mesmo. Essa última é a fase
mais complicada, pois muitas vezes, exige uma mudança de mentalidade e
29
comportamentos, que muitas vezes estão ligados à cultura local onde a
empresa está situada.
Um grande problema encontrado na hora de implantá-lo é o puro
desconhecimento que o empresário tem sobre como se deve utilizar um
planejamento estratégico. Não colocamos em dúvida o quanto o empresário
conhece sobre a constituição de um planejamento, mas sim, sobre o que
fazer como ele.
Grandes partes dos empresários não têm o apuro técnico e o
distanciamento necessário para o desenvolvimento e implementação prática
do Planejamento Estratégico. Nessa hora é que o Controller pode ser de
grande valia, para além de auxiliar a criação e implantação, interpretar os
resultados e transmiti-los aos empresários e interessados. Sem contar com
especialistas, o empresário poderá encontrar algumas dificuldades em
interpretar da maneira correta certos valores e resultados.
Stoner e Freeman (1994: 137) ressaltam ainda mais a importância do
planejamento, uma vez que, na sua visão, “sem plano, os administradores
não podem saber como devem organizar as pessoas e os recursos; podem
até mesmo não ter uma idéia clara do que precisam organizar”. Sem um
plano ou um delineamento a ser seguido a empresa encontrará mais
obstáculos para atingir maior competitividade e aumentar a lucratividade.
O planejamento estratégico precisa da definição de critérios para sua
elaboração. Ele deve proporcionar uma base de informações correta para
auxiliar na tomada de decisão. O planejamento estratégico proporciona
sustentação metodológica para a tomada de decisão (OLIVEIRA; 2006).
Corresponde a organização sistemática dos conhecimentos para fortalecer o
julgamento e a tomada de decisão dos administradores. (DRUCKER; 2000)
Em síntese, identificar as oportunidades que a empresa pode explorar
e as ameaças ou problemas que poderão colocar em risco o seu negócio.
Além deste enforque que é denominado de análise ambiental externa, é
preciso que o empresário identifique claramente quais os pontos em que sua
30
empresa apresenta um desempenho melhor que os concorrentes, ou seja, os
pontos fortes da empresa. Para estabelecer um importante contraponto, a
empresa deve identificar também quais são suas fraquezas, ou seja, quais
são os aspectos em que a empresa pode ser facilmente superada pelos
concorrentes.
Para quem já utiliza o planejamento estratégico esses conceitos são
considerados extremamente básicos. Porém, infelizmente, entre conhecer e
utilizar corretamente estes conceitos há uma considerável diferença.
De acordo com Padovese (2004) um plano estratégico é uma visão específica do futuro da empresa, com as seguintes descrições:
_ Como será o setor de atuação da empresa; _ Em quais mercados os competidores ela irá competir; _ Quais os competidores no mercado; _ Quais produtos e serviços a empresa estará oferecendo; _ Quem são e como são seus clientes; _ Que valor estará oferecendo a seus clientes através de seus
produtos e serviços; _ Quais vantagens ela terá no longo prazo _ Qual será ou deverá ser a sua rentabilidade; _ Quanto será agregado de valor aos acionistas. Informações analíticas necessárias para o planejamento estratégico
SWOT. O planejamento estratégico emerge de um processo de tradução das
informações existentes em planos para atender as metas e os objetivos organizacionais. A base de todo o processo está em identificar, coletar armazenar, mensurar, analisar, entender, interpretar e julgar informações, além de consolidar idéias e conceitos baseados nessas informações para os processos decisórios subseqüentes.
O processo recomendado por Padovese (2004) é a análise do ambiente do sistema empresa, a empresa é um sistema inserido em outros sistemas maiores e é envolvida pelo ambiente externo, próximo e remoto, bem como tem o seu próprio ambiente interno. Então, um planejamento estratégico será tanto ou mais eficaz quanto mais eficazes, forem a interpretação e o julgamento de todas as variáveis e entidades desses ambientes.
A análise dos pontos fortes e fracos, das ameaças e das oportunidades (análise SWOT) é o procedimento mais recomendado.
_ S STRENGHTS-forças- pontos fortes _ W WEAKNESSES- fraquezas-pontos fracos _ O OPPORTUNITIES- oportunidades
31
_ T THREATS – ameaças Alguns autores nacionais a chamam de análise FOFA, conforme suas
iniciais. As forças e fraquezas referem aos aspectos internos das
organizações, comparados com a competição e as expectativas do mercado, isto é, se comparativamente os negócios atuais estão relativamente bons ou não. Essa análise deve ser confrontada com os objetivos da empresa, que indicará quais áreas de forças ou fraquezas provavelmente serão importantes no futuro.
As ameaças e oportunidades dizem respeito ao ambiente externo e devem identificar potenciais problemas que os fatores ambientais poderão trazer no futuro para a empresa. Além disso, as oportunidades podem revelar áreas a serem trabalhadas, que podem, inclusive, mudar os objetivos da empresa.
Os principais fatores do ambiente externo são: concorrentes, fornecedores, clientes, mercados, ambientes econômicos, sociais e político, fatores legais e regulatórios, demografia, clima e desenvolvimento tecnológico.
Segundo Ansoff (apud Chiavenato, 2004.p.235) são várias as categorias de estratégias, pois cada empresa se enquadra em uma delas quando busca objetivos em longo prazo.
Sua tipologia de estratégias é a seguinte: _ Máximo rendimento atual. É uma estratégia que extrai o máximo de
seu ativo e eleva ao máximo a liquidez de caixa, visando sobreviver para produzir rendimentos.
_ Ganhos de capital. É uma estratégia que busca lucratividade no longo prazo. É típica de empresas que querem atrair capital.
_ Liquidez de patrimônio. É uma estratégia que busca atrair compradores, procurando demonstrar flexibilidade patrimonial, mesmo que com baixa rentabilidade.
É típica de empresas que querem abrir seu capital ou fundir-se com outros grupos empresariais.
_ Responsabilidade social. É uma estratégia focada em questões comunitárias ou ecológicas, com as quais o seu interesse está identificado. É o caso de fabricantes de papel com campanhas de proteção às reservas florestais para proteger seus interesses em longo prazo.
Filantropia. É uma estratégia que aplica recursos em objetivos não-econômicos ou instituições não-lucrativas (como fundações cientificas ou humanitárias).
32
9 PLANEJAMENTO OPERACIONAL
O planejamento operacional define-se como a materialização prática
para a realização das metas definidas no planejamento estratégico. Neste
momento, estabelece-se as responsabilidades, recursos humanos,
financeiros e materiais, bem como um cronograma de trabalho. Nele visa-se a
utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos
previamente estabelecidos.
Ele pode ser considerado como a formalização, principalmente através
de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e
implementação estabelecidas. O planejamento operacional cria condições
para a adequada realização dos trabalhos diários da empresa.
Esta etapa do planejamento consiste em organizar um esforço
sistemático, no sentido de identificar e escolher alternativas operacionais que
viabilizem a consecução das diretrizes estratégicas esboçadas no
planejamento estratégico. Requer um detalhamento das alternativas
selecionadas no que diz respeito a recursos, procedimentos, produtos,
prazos, bem como os responsáveis pela sua execução.
De acordo com (CATELLI, PEREIRA E VASCONCELOS, 1999, p. 132
apud SCHMIDIT, 2003, p. 19), o processo de planejamento operacional
compreende os seguintes passos:
a) estabelecimento de objetos operacionais;
b) definição dos meios e recursos;
c) identificação das alternativas de ação;
d) simulação das alternativas identificadas;
e) escolha das alternativas e incorporação ao plano;
f) estruturação e quantificação do plano; e
g) aprovação e divulgação do plano.
Note-se que essa abordagem se apresenta em sentido amplo, pois o
processo pode ser dividido em várias etapas: pré-planejamento operacional
(escolha de alternativas de ação), planejamento operacional de médio e longo
33
prazos (perspectiva temporal considerada para as alternativas) e
planejamento operacional de curto prazo (replanejamento próximo ao período
de realização do previsto).
Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37):
"a execução é a fase do processo de gestão na qual as coisas
acontecem, as ações emergem. Essas ações devem estar em consonância
com o que anteriormente foi planejando. Dessa forma, o planejamento
antecede as ações de execução. É por meio das ações (do fazer) que surgem
os resultados".
Compreende a fase em que os planos são implementados, as ações
se concretizam e as transações ocorrem. Neste momento, é possível que
ajustes ainda sejam requeridos para uma adequada implementação do
planejamento operacional, tais como mudanças na programação e a
conseqüente necessidade de identificação de novas alternativas para
adequar-se às mudanças procedidas.
As execuções das atividades se revestem de grande importância nas
empresas, pois é nessa fase que os recursos são consumidos e os produtos
gerados, o que vale dizer que é nessa etapa que ocorrem as mais
significativas variações patrimoniais relacionadas às operações físico-
operacionais de uma organização.
A execução não está restrita somente aos processos manufatureiros
de bens, mas também a produção de serviços, tais como escritórios,
hospitais, escolas, estúdios de criação intelectual, etc. Os serviços auxiliares
de produção de bens e serviços, tais como contabilidade, xerox, vendas, etc.,
têm a etapa de execução, pois processam insumos para transformá-los em
serviços.
Cada etapa do planejamento na empresa vai ter a sua fase de
execução. Isso acontece desde quando o planejamento está sendo elaborado
realmente. Segundo Mosimann e Fisch (1999, p. 37), assim, pode-se afirmar
que existe:
34
"1º) o planejamento, a execução e o controle do planejamento;
2º) o planejamento, a execução e o controle da execução; e
3º) o planejamento, a execução e o controle do próprio controle".
A gestão operacional, exposta anteriormente, preocupa-se com a
execução de cada etapa do processo de gestão de cada área da empresa e
da empresa como um todo.
Todas as etapas do processo de gestão são suportadas pelo sistema
de informações, para fins de planejamento e controle. Durante a etapa de
execução, é quando são armazenados os dados referentes ao desempenho
realizado para posterior análise e elaboração dos relatórios para a
comparação com os planos (planejados). Essas análises serão feitas na
etapa de controle.
35
10 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO VOLTADO PARA
PEQUENAS EMPRESAS
Segundo Kotler (2003, p.44), muitas discussões sobre planejamento
estratégico são voltadas para grandes empresas, com muitas divisões e
produtos.
Entretanto, as pequenas empresas também podem se beneficiar de
um bom planejamento estratégico. Enquanto muitas delas começam com
extensos planos de negócios e de marketing que são utilizados para atrair
investidores potenciais, o planejamento estratégico, quando os negócios
estão andando, freqüentemente é deixado em segundo plano.
Empreendedores e presidentes de pequenas empresas são mais
propensos a gastar seu tempo apagando incêndios do que planejando; mas o
que uma pequena empresa deve fazer quando se vê com muitas dívidas,
quando seu crescimento supera sua capacidade de produção ou quando está
perdendo participação de mercado para um concorrente com preços mais
baixos? O planejamento estratégico pode ajudar os administradores dessas
empresas a antecipar essas situações e a determinar como preveni-las ou
lidar com elas. (KOTLER 2003, p. 44).
A empresa Bizza’s Modas conseguiu associar a teoria mencionada por
Kotler com sua experiência, segundo a pesquisa efetuada, a empresa passou
por uma fase na qual seu crescimento ultrapassou sua capacidade de
produção, chegou a abrir mais duas unidades, momento em que a empresa
ficou sem controle de seus negócios, pois já não sabia como administrar suas
lojas, o que acarretou uma seqüência de problemas, inclusive a perda de
duas filiais que serão mais bem explicados na seção 5 “estudo de caso” desta
monografia.
Atualmente a empresa em estudo, tomou conhecimento de que é
possível buscar uma alternativa, para melhor administrar seus negócios, está
se empenhando em elaborar de forma clara sua missão, contendo seu
36
principal objetivo, estabelecendo quais são suas metas, buscando conhecer
seu ambiente externo e interno, fazendo análise do mercado para depois
tomar decisões.
Kotler (2006, p.44) [...] oferece um exemplo de como uma pequena
empresa pode utilizar ferramentas de planejamento estratégico muito simples
para registrar seu desenvolvimento.
Uma grande quantidade de textos diz que há três pontos fundamentais
para uma pequena empresa: fluxo de caixa, fluxo de caixa e fluxo de caixa.
Concordo que esses pontos são importantes, mas há três pontos que
são ainda mais importantes: planejamento, planejamento, planejamento.
Patton (apud KOTLER 2006, p.44).
O processo de planejamento desta pequena empresa mencionada por
Kotler depende de uma avaliação da empresa, de seu lugar no mercado e de
suas metas, inclui os seguintes passos:
_ Identificar os principais elementos do ambiente de negócios em que
a organização tem operado nos últimos anos.
_ Descrever a missão da organização em termos de sua natureza e
função para os próximos dois anos.
_ Explicar as forças internas e externas que causarão impacto na
missão da organização.
_ Identificar a principal força que direcionará a organização no futuro.
_ Desenvolver um conjunto de objetivos de longo prazo que mostrará o
que a organização vai se tornar no futuro.
_ Esboçar um plano geral de ação que defina os fatores financeiros,
logísticos e de pessoal necessários para integrar os objetivos de longo prazo
na organização toda.
Avaliando os passos acima descritos, a pesquisa dessa monografia
mostra que a situação encontrada na empresa Fátima Modas é idêntica à
citação acima, pois a empresária afirmou que vive “apagando incêndios” e
37
que se tivesse conhecimento de um planejamento estratégico poderia ter se
antecipado e ou evitado os problemas que enfrenta nesse momento.
Ainda segundo Kotler (2003, p.47), uma vez definida a estratégia de
marketing competitiva, a empresa está pronta para começar a planejar os
detalhes do mix de Marketing, um dos principais conceitos do marketing
moderno. Mix de marketing pode ser definido como um conjunto de
ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para
produzir a resposta que deseja no mercado alvo. Consiste em tudo que a
empresa pode fazer para influenciar a demanda de seu produto. As diversas
possibilidades podem ser agrupadas em quatro grupos de variáveis
conhecidas como os ‘4Ps’: produto, preço, praça e promoção.
Conforme figura a seguir:
Fonte: Kotler, (2003, p.47).
38
Os 4Ps do mix de Marketing
Kotler (2003, p.48), explica as variáveis:
_ Produto significa a combinação de bens e serviços que a empresa
oferece para o mercado-alvo. Assim, o produto de um Ford Taurus consiste
em porcas e parafusos, velas, pistões, faróis dianteiros e milhares de outras
peças. A Ford oferece muitos estilus de Taurus e dezenas de opcionais. O
carro vem totalmente equipado e com uma garantia que é tão parte do
produto quanto o escapamento.
_ Preço é a quantia de dinheiro que os clientes têm de pagar para
obter um produto, os preços são negociados com cada cliente, oferecendo
descontos, aceitando carros usados e estabelecendo condições de
pagamento para se ajustar ao cenário competitivo e fazer com que o preço se
alinhe à percepção que o comprador tem do valor do carro.
_ Praça envolve as atividades da empresa que tornam o produto
disponível aos consumidores-alvos.
_ Promoção envolve as atividades que comunicam os pontos fortes do
produto e convencem os clientes-alvo a comprá-lo.
Baseando nesses conceitos sobre produto, preço, praça e promoção, é
possível notar que uma estratégia voltada para os “4Ps” na empresa em
estudo, pode ser uma sugestão de solução, para parte de seus problemas
com relação ao seu ponto comercial, e os produtos.
Seguindo o contexto desta seção, baseando-se nos autores citados,
mais a experiência relatada da empresa estudada, a pesquisa chama a
atenção para a importância do planejamento estratégico na sobrevivência das
microempresas, pois quando se tem um planejamento estratégico bem
definido, se deduz que: a empresa tem conhecimento de sua missão; visão;
seus objetivos estão traçados, esta empresa sabe aonde quer chegar,
conhece qual problema tem quer resolvido, tem conhecimento de como
usufruir da melhor forma de todos os seus recursos, para que alcance o
sucesso almejado. Assim fundamentada na pesquisa dos autores conhecidos
39
como autoridades no assunto de planejamento estratégico, dentre eles
Ansoff, Kotler, Porter, Chiavenato, Costa, Cobra, Fischamann, é possível
afirmar que o planejamento estratégico apesar de ser trabalhoso e caro, pode
evitar em grande proporção as falências das microempresas, preparando-as
para o caminho do sucesso.
Após termos compreendido que o planejamento estratégico pode
colaborar tanto com as grandes empresas, como com as MPEs, daremos
seqüência a pesquisa abordando o setor de modas na próxima seção.
40
11 CONCLUSÃO
Tendo em vista a realização desta pesquisa, evidenciamos a
problemática das empresas do setor comercial em nosso país, as quais
representam a grande maioria das empresas nacionais e, conseqüentemente,
maior representatividade em termos quantitativos de empregados.
Podemos também afirmar que poucas são as empresas que planejam
um caminho a percorrer, no papel, fazendo anotações e cálculos, tentando
prever seu futuro e encontrar possíveis pedras no caminho. Isso é ruim por
que nem sempre ela terá força suficiente para passar por cima dessa pedra,
que pode ser grande demais e ele não ter se preparado suficientemente para
enfrentá-la.
Vimos que no processo de gestão planejar é fundamental.
Estabelecer objetivos, princípios, prever, atingir metas. Isto tudo
norteará o processo de gestão da organização. Só com esses planos
traçados, os gestores saberão qual a melhor decisão a tomar operacional,
financeira e economicamente.
Os gestores poderão planejar o futuro de suas empresas utilizando-se
de ferramentas comuns de serem aplicadas como o fluxo de caixa e o
orçamento, fundamentados em informações geradas pela própria
administração e contabilidade da empresa. Executar seus planos traçados e,
eventualmente se encontrar alguma mudança no caminho, corrigi-lo durante o
processo de execução. E finalmente, na fase do controle, realizar a
comparação entre o traçado e o realizado, chegando assim a um resultado
final.
Enfim, todo o planejamento estratégico é de suma importância para
que uma empresa tenha um futuro promissor e principalmente rentável,
preparando-se adequadamente para enfrentar os possíveis obstáculos que
possam aparecer em seu caminho.
41
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