propriedades Óticas dos principais minerais formadores de rocha

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Page 1: Propriedades Óticas Dos Principais Minerais Formadores de Rocha

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IVALDO RODRIGUES DA TRINDADE

Page 2: Propriedades Óticas Dos Principais Minerais Formadores de Rocha

Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 2

SUMÁRIO

OLIVINAS ......................................................................................................................................................................... 3

TITANITA (Esfena) CaTi[SiO4](O,OH,F) - (pág. 29). ...................................................................................................... 5

GRUPO DA GRANADA - (pág. 33) ................................................................................................................................. 6

OS ALUMINOSSILICÁTOS (Al2SiO5) ............................................................................................................................ 7

Sillimanita (Fibrolita) - (pág. 46). ....................................................................................................................................... 7

Andaluzita - (pág. 51). ........................................................................................................................................................ 8

Cianita (Distena) - (pág. 54). .............................................................................................................................................. 8

Estaurolita (Fe2+

,Mg)2(Al,Fe3+

)2O6[Si2O4]4(O,OH)2(pág. 62). ........................................................................................... 9

Cloritóide - (Fe,Mg)2Al4Si2O10(OH)4 (Pág. 65). ............................................................................................................... 10

GRUPO DO EPIDOTO .................................................................................................................................................... 11

Zoisita Ca2Al,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 76). ................................................................................................................ 11

Clinozoisita Ca2Al,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78)......................................................................................................... 12

Epídoto Ca2Fe3+

,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78). ........................................................................................................... 12

Piemontita Ca2(Mn3+

,Fe3+

Al)3O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78). ............................................................................................ 13

Allanita (Ca,Mn2+

,Ce)2Fe2+

,Fe3+

,Al)3O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 83). ................................................................................. 14

Cordierita Al3(Mg,Fe2+

)2[Si5AlO18] - (pág. 101). ............................................................................................................. 15

Turmalina - (pág. 107) ...................................................................................................................................................... 16

GRUPO DOS PIROXÊNIOS ........................................................................................................................................... 18

ORTOPIROXÊNIOS ........................................................................................................................................................ 18

Enstatita-Ortoferrossilita (Mn,Fe2+

)[SiO3] - (pág. 126). ................................................................................................... 18

Hiperstênio Mg,FeSiO3 - (pág. 126-131). ......................................................................................................................... 18

Diopsídio-Hedenbergita Ca(Mg,Fe)[Si2O6] - (pág. 132) .................................................................................................. 19

Joansenita Ca(Mn,Fe)[Si2O6] - (pág. 132). ....................................................................................................................... 19

CLINOPIROXÊNIOS ...................................................................................................................................................... 20

Augita-Ferroaugita (Ca,Na,Mg,Fe2+

,Mn,Fe3+

,Al,Ti2[(Si,Al)2O6] - (pág. 137). ................................................................ 20

Aegirina (Acmita) Na,Fe3+

[Si2O6] - (pág. 149)................................................................................................................. 21

Aegirina-augita (Na,Ca)(Fe3+

,Fe2+

,Mg)[Si2O6] - (pág. 149). ............................................................................................ 21

Jadeíta NaAlSi2O6 (pág. 155). .......................................................................................................................................... 22

GRUPO DOS ANFIBÓLIOS ........................................................................................................................................... 23

CLINOANFIBÓLIOS ...................................................................................................................................................... 23

Antofilita (Mg,Fe2+

)7[Si8O22](OH,F)2 - (pág. 178) ........................................................................................................... 23

Gedrita (Mg,Fe2+

)5Al[Si6O22](OH,F)2 - (pág. 178). .......................................................................................................... 23

Tremolita-Ferroactinolita Ca2(Mg,Fe2+

)5[Si8O22](OH,F)2 - (pág. 185). ............................................................................ 24

Hornblenda (Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe2+

,Fe3+

,Al)5[Si6-7Al2-1O22](OH,F)2 ................................................................................. 25

Glaucofana Na2Mg3Al2[Si8O22](OH)2 - (pág. 203) ........................................................................................................... 27

Riebequita Na2Fe32+

Fe23+

[Si8O22](OH)2 - (pág. 203) ........................................................................................................ 27

GRUPO DAS MICAS ...................................................................................................................................................... 28

Muscovita K2Al4[Si6Al2O20](OH,F)4 - (pág. 225). ........................................................................................................... 28

Biotita K2(Mg,Fe)6-4(Fe3+

,Al, Ti)0-2[Si6Al2-3O20](OH,F)4 - (pág. 236). ............................................................................. 28

Ortoclásio (K,Na) [AlSi3O8] - (pág. 309). ........................................................................................................................ 29

Microclinio (K,Na)[AlSi3O8] (pág. 309)........................................................................................................................... 30

Sanidina (pág. 309). .......................................................................................................................................................... 30

GRUPO DOS PLAGIOCLÁSIOS - (pág. 341) ................................................................................................................ 31

Quartzo, Tridimita, Cristobalita, Coesita SiO2 - (pág. 362). ............................................................................................. 32

Calcita CaCO3 - (pág. 498). .............................................................................................................................................. 34

Dolomita CaMg(CO3)2 - (pág. 514). ................................................................................................................................. 34

Page 3: Propriedades Óticas Dos Principais Minerais Formadores de Rocha

Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 3

Todas as propriedades óticas e características distintivas dos minerais foram compiladas do livro (versão em português) “Minerais Constituintes das Rochas” (W. A. Deer ; R. A Howie; J. Zussman). O número após a fórmula química de cada mineral é da página do livro.

OLIVINAS

Forsterita Mg2SiO4 (pág. 13) - Faialita Fe2SiO4 - (pág. 13)

01 - Cor: os termos mais ricos em Mg são incolores. Os termos mais ricos em Fe são amarelo pálido. 02 - Pleocroísmo: amarelo pálido a amarelo laranja nos termos mais ricos em ferro. 03 - Forma: apresenta contornos poligonais. 04 - Clivagem: imperfeita. 05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: altera-se para óxidos nas fraturas e bordas. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com contôrno cristalino. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: não muito definida. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo ou negativo (com aumento do teor de ferro). 14 - ângulo 2V: 70

o a 90

o.

Características distintivas: as olivinas (Figs. 01, 02, 03 e 04) distinguem-se do diopsídio e da augita pela sua birrefringência mais elevada, maior 2V, clivagem mais fraca e frequente alteração. A faialita e as olivinas mais ricas em ferro distinguem-se do epídoto por este apresentar pleocroísmo amarelado, maior ângulo dos eixos óticos e extinção oblíqua. Paragênese: a olivina ocorre em dunitos, peridotitos. As olivinas com uma composição variável entre FO85 e FO40 são constituintes frequentes de gabros, doleritos basaltos, traquibasaltos e traquitos. A faialita é um constituinte relativamente comum dos sienitos com quartzo, onde está muitas vezes associada com hedembergita e arfvedsonita, mas é comparativamente rara nos granitos; aparece, também, em pequena quantidade em algumas rochas vulcânicas ácidas e alcalinas e é um constituinte importante dos ferrogabros com faialita. As olivinas, em particular nas rochas básicas metamorfizadas, podem ser rodeadas por auréolas de reação, que têm sido denominadas coroas, orlas quelifícas ou mantos de corrosão.

Figura 01 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de olivina. (Fotos extraídas de Mackenzie and Adams, 1995).

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Pl

Pl

Pl

Pl

Pl

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 4

Figura 02 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de olivina e plagioclásio. (Fotos extraídas de Mackenzie and Adams, 1995).

Figura 03 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de olivina. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford, 1980).

Figura 04 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de olivina. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford, 1980).

Olivina

Pl

Pl

Pl

Pl

Pl

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Pl

Pl

Pl

Pl

Pl

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

Olivina

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 5

Titanita

Titanita

Titanita

Titanita

TITANITA (Esfena) CaTi[SiO4](O,OH,F) - (pág. 29).

01 - Cor: incolor, amarela ou castanha. 02 - Pleocroísmo: apresenta fraco pleocroismo. 03 - Forma: idiomórfico rômbico ou irregular. 04 - Clivagem: um plano. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo muito alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta em seções rômbicas. 10 - Elongação: a observação é dificultada, as cores são obscurecida pela matiz de interferência de alta ordem. Os grãos de forma de diamante tem raio rápido na direção da diagonal mais longa. 11 - Geminação: algumas vezes simples segundo {100}ou polissintética. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 17

o a 40

o.

Características distintivas: a seção rômbica ou esfenoidal de titanita (Fig. 05) é característica. A refrigência, birrefrigência e dispersão extremas distinguem-se da monazita e a simetria monoclínica permite distingui-la da cassiterita. Muitas vezes não existe uma extinção completa. Paragênese: a titanita é um mineral acessório muito frequente nas rochas eruptivas e é o mineral titanado dominante em muitas rochas plutónicas intermediárias a ácidas; podem ser especialmente abundante em sienitos nefelínicos. Nas rochas metamórficas aparece principalmente em gnaisses e em micaxistos ricos em minerais ferromagnesianos e é pouco frequente em rochas calciossilicatadas impuras metaorfizadas e em “skarn”. Em algumas rochas sedimentares encontram-se grãos detríticos de titanita.

Figura 05 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral titanita (esfena). (Extraído de Mackenzie e Guilford, 1980).

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 6

GRUPO DA GRANADA - (pág. 33)

Piropo Mg3Al2Si3O12 Almandina Fe3

2+Al2Si3O12 Piropo Mg3Al2Si3O12 Espessartita Mn3Al2Si3O12

Gossularita Ca3Al2Si3O12 Andradita Ca3Fe3+

,Ti)2Si3O12 Uvarovita Ca3Cr2Si3O12 Hidrogrossularita Ca3Al2Si2O8(SiO4)1-m(OH)4m

01 - Cor: incolor, rosa pálido, pardo, cinza. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: dodecaédrica, poligonal, granular. 04 - Clivagem: ausente. 05 - Inclusões: muitas. 06 - Alterações: altera-se para clorita. 07 - Relevo: positivo muito alto. 08 - Prop. ótica: isótropo. 09 - Extinção: extinto. 10 - Elongação: 11 - Geminação: zonação ou geminação por setores nas hidrogranadas. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: 14 - ângulo 2V: Características distintivas: O relevo elevado e anatureza isotrópica ou fracamente birrefringente são característicos da granada (Figs. 06 e 07). Os minerais deste grupo são geralmente menos fortemente corados, em lâmina delgada, que os espinélos. A hidrogrossularita tem um índice de refração mais baixo do que qualquer das granadas anidras naturais. Paragênese: as granadas são especialmente características das rochas metamórficas, encontrando-se também em alguns granitos e pegmatitos e em rochas vulcânicas ácidas. Como são razoavelmente resistentes à abrasão e à alteração química, encontram-se em sedimentos detríticos. O piropo ocorre em certas rochas ultrabásicas tais como os peridotitos com mica, quimberlitos e serpentinitos. A almandina é a granada típica dos xistos granadíferos resultantes do metamorfismo regional de sedimentos argilosos. Nas rochas de fácies granulítica a granada típica é a almandina e, mais raramente, a almandina-piropo, frequentemente com uma predominância pouco acentuada da almandina. A espessartita é a granada mais frequente nos pegmatitos graníticos, sendo muitas vezes uma granada do tipo espessartita-almandina. A espessartita também ocorre em alguns “skarn”. A grossularita é característica, de um modo especial, das rochas calcárias impuras que foram metamorfizadas, tanto por metamorfismo térmico como por metamorfismo regional e também aparece em rochas que sofreram metassomatismo de cálcio, como as calciossilicáticas. Também aparece em xistos calcários metamorfizados. A andradita ocorre tipicamente em sedimentos calcarios impuros que sofreram metamorfismo térmico ou de contato e particularmente em “skarn” metassomáticos. As variedades topozolita e demantóida ocorrem principalmente nos serpentinitos e xistos cloríticos. As variedades de andradita com Ti, melanita e schorlonmita, ocorrem com uma paragênese completamente diferente, sendo encontrada em rochas eruptivas alcalinas tais como sienitos nefelínicos e ijolitos e nos seus equivalentes vulcânicos, fonolitos, nefelinitos, etc. São também conhecidos em “skarn”.

Figura 06 – Fotomicrografia com polarizador e analisador paralelos dos minerais granada (Gt) e biotita (Bt).

Figura 07 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados dos minerais granada (Gt), biotita (Bt) e cordierita (Cd).

Gt

Bt

Bt

Bt

Bt

Gt

Gt

Gt

Bt

Bt

Bt

Bt

Cd

Cd

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 7

OS ALUMINOSSILICÁTOS (Al2SiO5)

Sillimanita (Fibrolita) - (pág. 46).

01 - Cor: incolor a azul claro. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: prismático (Silimanita), fibroso (Fibrolita). 04 - Clivagem: um plano de clivagem, mas nem sempre observada. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: para muscovita. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta, simétrica em seções transversais. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 30

o a 31

o.

Características distintivas: a elongação positiva e a birrefringência mais elevada distinguem a silimanita (Fig. 08) da andaluzita. A apatita tem elongação negativa e uma birrefrigência mais fraca, enquanto que a cianita tem índices de refração mais elevados e maior 2V. A distinção entre a silimanita e a mulita é difícil. A variedade fibrolita (Fig. 08), pelo seu aspecto fibroso é de fácil identificação. Paragênese: a silimanita é o polimorfo de Al2SiO5 de alta temperatura e encontra-se, não só nas zonas de elevado grau de metamorfismo térmico, em rochas argilosas, como em gnaisses com silimanita-cordierita e corneanas com biotita-silimanita (onde muitas vezes derivou da biotita ou da inversão da andaluzita formada inicialmente), como também nas zonas de grau de metamorfismo regional mais elevado, em rochas semelhantes, como nos micaxistos com silimanita ou nos gnaisses grossos com quartzo e silimanita. Muita da silimanita, de metamorfismo regional, derivou da decomposição da muscovita e da biotita, mas também pode ter sido produzida por reação entre estaurolita e o quartzo.

Figura 08 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral silimanita prismática e fibrosa. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

Sillimanita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 8

Andaluzita - (pág. 51).

01 - Cor: normalmente é incolor, mas pode ser cor-de-rosa ou verde. 02 - Pleocroísmo: fraco nas variedades coloridas. 03 - Forma: quadrado em seção transversal, agregados colunares. 04 - Clivagem: duas clivagem com ângulo reto. Perfeita segundo {100}, boa segundo {010}. 05 - Inclusões: presentes, escuras de carvão em cruz (quiastolita). 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta, simétrica em seções transversais. 10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 73

o a 86

o.

Características distintivas: são características, as seções transversais quase quadrada (Fig. 09), o elevado relevo, bem mais alto do que o do quartzo, a fraca birrefrigência e a elongação negativa dos cristais prismáticos. As variedades pleocróicas podem ser distinguidas dos ortopiroxênios pela sua elongação positiva e pela birrefringência mais elevada do último mineral. Paragênese: a andaluzita é típica nas auréolas de contato de rochas eruptivas em rochas argilosas, onde muitas vezes está muitas vezes associada à cordierita. Sua ocorrência é comum em micaxistos com andaluzita e cordierita. A andaluzita ocorre raramente em granitos e é um mineral detrítico bastante freqüente em alguns arenitos.

Figura 09 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral andalusita. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Cianita (Distena) - (pág. 54).

01 - Cor: incolor a azul claro. 02 - Pleocroísmo: fraco. 03 - Forma: prismático. 04 - Clivagem: duas clivagem retas perfeita segundo {100}, boa segundo {010}. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: para muscovita. 07 - Relêvo: positivo. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua, no máximo 30

o na seção {100}.

10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 82

o a 83

o.

Andalusita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 9

Características distintivas: a cianita (Fig. 10)) tem relevo mais elevado do que o dos outros aluminossilicatos: a sua birrefrigência é menor que a da silimanita, mas maior que a da andaluzita, diferindo também desta última por ter alongamento positivo. Uma das principais características, nos grãos detríticos de cianita, é o aspecto em escadaria causado pela sua boa clivagem. Paragênese: a cianita ocorre como um mineral típico do metamorfismo regional de rochas pelíticas ou mais raramente das psamíticas. É frequentemente usada como um mineral zonal em asssociações pelíticas como micaxistos, desenvolvendo-se a cianita depois da estaurolita e antes da silimanita, com o aumento do grau de metamorfismo. A cianita, além da sua ocorrência em rochas pelíticas metamorfizadas, pode encontrar-se em alguns eclogitos e em anfibolitos com cianita. Foi também indicada em alguns “filões pegmatíticos”e razoavelmente frequente como mineral detrítico em rochas sedimentares.

Figura 10 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral cianita e biotita. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Estaurolita (Fe2+

,Mg)2(Al,Fe3+

)2O6[Si2O4]4(O,OH)2(pág. 62).

01 - Cor: Amarela pálida. 02 - Pleocroísmo: amarelo pálido a amarelo dourado. 03 - Forma: prismática. 04 - Clivagem: Média segundo {010}. 05 - Inclusões: Comuns. 06 - Alterações: Para mica branca (sericita) e clorita. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta. 10 - Elongação: Os minerais prismáticos tem raio lento (negativa). 11 - Geminação: de interpenetração, mas raramente visível em lâmina delgada. 12 - Zonação: grãos prismático tem raio lento. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 82

o a 90

o.

Cianita

Cianita

Cianita

Cianita

Biotita

Biotita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 10

Estaurolita

Estaurolita

Estaurolita

Estaurolita

Estaurolita

Estaurolita

Características distintivas: Geralmente distingue-se dos outros minerais que tem uma cor amarela, em lâmina delgada, pelo seu pleocroísmo incolor a amarelo dourado. Paragênese: A estaurolita (Fig. 11) é um constituinte comum de rochas metassedimentares de metamorfismo regional de grau médio. Se desenvolve em rochas ricas em alumínio, mas pode também ocorrer em rochas sedimentares argilosas e carbonatadas que sofreram metamorfismo. Aparece por vezes associada com cloritóide, cianita, biotita, granada etc.

Figura 11 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral estaurolita. (Extraído de Mackenzie e Guilford, 1980).

Cloritóide - (Fe,Mg)2Al4Si2O10(OH)4 (Pág. 65).

01 - Cor: incolor a verde. 02 - Pleocroísmo: verde acinzentado pálido a verde, azul ardósia a anil, incolor a amarelo pálido. 03 - Forma: prismático. 04 - Clivagem: perfeita segundo {001}. 05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua, 2

o a 30

o.

10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: freqüente segundo {001}, simples ou lamelar. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo ou negativo. 14 - ângulo 2V: 45

o a 68

o.

Características distintivas: O esquema pleocróico do cloritóide (Fig. 12), o relevo elevado, a geminação lamelar freqüente e a forte dispersão são geralmente suficiente para a sua identificação. As variedades com fraca birrefringência e cores de interferência anómalas podem ser distinguida das cloritas pelos índices de

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 11

Cloritóide

Cloritóide

Muscovita

Muscovita

Quartzo

Quartzo

Cloritóide

Cloritóide

CloritóideCloritóide

Cloritóide

CloritóideCloritóide

refração mais elevados. As biotitas verdes e a estilpnomelanas têm birrefringência mais elevada e uma única clivagem. Paragênese: O cloritóide é um constituinte relativamente comum em sedimentos pelíticos ricos em alumínio e ferro férrico, que sofreram metamorfismo regional. Nestas rochas o cloritóide desenvolve-se, muitas vezes, sob a forma de pequenos porfiroblastos na zona da biotita, atinge o seu desenvolvimento máximo na zona da granada, e diminui rapidamente, em quantidade, na zona da estaurolita, e está ausente em rochas de grau de metamorfismo mais elevado.

Figura 12 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados dos minerais cloritóide, muscovita e quartzo. (Extraído de Mackenzie e Guilford, 1980).

GRUPO DO EPIDOTO

Zoisita Ca2Al,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 76).

01 - Cor: incolores. Os termos mais ricos em Fe são amarelo pálido. 02 - Pleocroísmo: fraco. 03 - Forma: 04 - Clivagem: perfeita segundo (100), imperfeita segundo (001). 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta. 10 - Elongação: positiva ou negativa, a β zoisita (ferrosa) tem elongação positiva. 11 - Geminação: ausente. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 0

o a 60

o.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 12

Caracteísticas distintivas: a zoisita (Fig. 13) distingue-se da clinozoisita pela sua extinção reta e do epídoto pela ausência de cor e birrefringência mais fraca; da vesuvianita pelo caracter biaxial, sinal ótico positivo e clivagem perfeita; da silimanita pela birrefringência mais fraca e da apatita pelo caráter biaxial e sinal ótico positivo.

Clinozoisita Ca2Al,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: fraco. 03 - Forma: 04 - Clivagem: perfeita segundo {001}. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua. 10 - Elongação: positiva ou negativa. 11 - Geminação: lâmelar em {100}, não freqüente. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 14

o a 90

o.

Caracteísticas distintivas: A clinozoisita se distingue da zoisita pela sua extinção oblíqua em seções segundo a zona do prisma; difere da melilita e da vesuvianita pelo seu caráter biaxial.

Figura 13 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de cristais de zoisita. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Epídoto Ca2Fe3+

,Al2O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78).

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

Zoisita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 13

01 - Cor: verde amarelado. 02 - Pleocroísmo: muito fraco. 03 - Forma: granular, colunar. 04 - Clivagem: um plano. 05 - Inclusões: presente. 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta em seções largas. 10- Elongação: positiva ou negativa. Seções longitudinais tem elongação negativa ou ocasionalmente negativa. 11 - Geminação: simples. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 90

o a 116

o.

Caracteísticas distintivas: o epidoto (Figs. 14 e 15) distingue-se da hornblenda pela sua maior refrigência e birrefrigência, boa clivagem simples, e pleocroísmo amarelo esverdeado a verde amarelado, característico e dos clinopiroxênios, pela sua clivagem simples, sinal ótico negativo e pleocroísmo.

Figura 14 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados do mineral epidoto. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Figura 15 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados do mineral epidoto (Ep), biotita (Bt) e plagioclásio (Pl).

Piemontita Ca2(Mn3+

,Fe3+

Al)3O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 78).

01 - Cor: violeta ou rosa. 02 - Pleocroísmo: varia de amarelo, ametista e vermelho. 03 - Forma: 04 - Clivagem: perfeita segundo {001}. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: fragmentos alongados e prisma tem extinção paralela. 10 - Elongação: positiva ou negativa. 11 - Geminação: 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 64

o a 85

o.

Características distintivas: a piemontita (Fig. 16) distingue-se pelo seu esquema pleocróico típico variando do amarelo, ametista e vermelho.

Epidoto

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 14

Figura 16 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral piemontita. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Allanita (Ca,Mn2+

,Ce)2Fe2+

,Fe3+

,Al)3O,OH,Si2O7,SiO4 - (pág. 83).

01 - Cor: amarela ou castanha. 02 - Pleocroísmo: castanho avermelhado, amarelo acastanhado, castanho avermelhado. 03 - Forma: 04 - Clivagem: imperfeita. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo ou isotrópico. 09 - Extinção: reta com alongamento. 10 - Elongação: positiva e negativa. 11 - Geminação: pouco freqüente. 12 - Zonação: presente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo ou positivo. 14 - ângulo 2V: 40

o a 123

o.

Características distintivas: uma das características da allanita (Fig. 17) é a metamictização (núcleo escurecido devido radioatividade). As variedades não metamicticas distinguem-se dos outros minerais do grupo do epidoto pela sua cor acastanhada, e das variedades metamícticas pelo caráter isotrópico das últimas e presença de fendas anastomosadas. A allanita não metamíctica distingue-se dos anfibólios castanhos por ter uma só direção de clivagem e pela extinção reta em seções paralelas ao alongamento. As variedades isotrópicas distinguem-se da granada melanita pelo seu menor índice de refração. Paragênese: Os minerais do grupo do epídoto ocorrem geralmente em rochas de metamorfismo regional e a sua formação, que marca o limite da passagem da fácies xistos verdes para a epidótica-anfibolítica. O epidoto é produzido durante os reajustamentos retrógrado associados com o metamorfismo dinâmico, especialmente em rochas eruptivas básicas. Ocorre como produto de alteração hidrotermal (saussuritização) de plagioclásio, ao longo de fissuras e em amígdalas e geodos. A formação da piemontita é semelhante à da série clinozoisita-epídoto, mas menos freqüente. A sua cristalização tem lugar num grau

Piemontita

Piemontita

Piemontita

Piemontita

Piemontita

Piemontita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 15

Allanita

Allanita

mais baixo de metamorfismo e ocorre em rochas que pertencem aos fácies dos xistos verdes e glaucofânicos. A alanita é um mineral acessório característico de muitos granitos, granodioritos, monzonitos e sienitos; ocorre em maiores quantidades em algumas calciossilicáticas (skarn) calcários e em pegmatitos.

Figura 17 – Fotomicrografia com polarizador e analisador paralelos do mineral allanita. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Cordierita Al3(Mg,Fe2+

)2[Si5AlO18] - (pág. 101).

01 - Cor: normalmente é incolor ou azul muito pálido. 02 - Pleocroísmo: pode apresentar fraco. 03 - Forma: pseudohexagonal, prismas curtos. 04 - Clivagem: imperfeita. 05 - Inclusões: muitas. 06 - Alterações: altera-se para sericita, clorita, talco. 07 - Relêvo: positivo ou negativo baixo. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com contorno cristalino. 10 - Elongação: 11 - Geminação: por penetração e polissintética. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo ou positivo. 14 - ângulo 2V: 65

o a 104

o.

Características distintivas: A cordierita (Figs. 18 e 19) quando incolor e inalterada assemelha-se ao quartzo, mas pode geralmente distinguir-se dele pelo maior ângulo negativo dos eixos óticos. Quando mostra uma geminação lamelar bem desenvolvida segundo {110}, é difícil de distinguir do plagioclásio, sendo necessário a presença de um zircão ou apatita incluso que dará um halos pleocróico na cordierita e não no plagioclásio, ou se utiliza de uma lâmina espessa, para revelar o pleocroísmo da cordierita. A cordierita também pode ser distinguida, tanto do quartzo quanto do plagioclásio, pela falta de limpidez característico do mineral, devida ao material fino opaco, pelos halos pleocróicos em redor do zircão e apatita inclusos e pelos produtos de alteração micáceos típicos (a penite). Em geral sua geminação polissintética é descontínua enquanto a do plagioclásio é contínua. Paragênese: a paragênese mais comum da cordierita é em rochas de metamorfismo térmico, particularmente nas derivadas de sedimentos argilosos. A cordierita também ocorre em algumas rochas de metamorfismo regional como xistos e gnaisses, sendo que só se forma em gnaisses de elevado grau de metamorfismo. A cordierita encontra-se em algumas rochas eruptivas. Os noritos com cordierita são geralmente considerados como tendo derivado de um magma gabróico, contaminado por material argiloso. Nos granitos com cordierita este mineral, ora é um xenocristal, ora tem origem pirogenética. Também ocorre em alguns pegmatitos graníticos.

Page 16: Propriedades Óticas Dos Principais Minerais Formadores de Rocha

Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 16

Cordierita

Cordierita

Figura 18 – Fotomicrografias com polarizador e analisador cruzados dos minerais cordierita (Cd), biotita (Bt), plagioclásio (Pl) e quartzo (Qz).

Figura 19 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral cordierita mostrando o halos pleocróico (amarelo) em torno do zircão incluso. (Extraído de Mackenzie and Guilford, 1980).

Turmalina - (pág. 107)

Dravita NaMg3Al6B3Si6O27(OH,F)4 Schorl Na(Fe,Mn)3Al6B3Si6O27(OH,F)4 Elbaíte Na(Li,Al)3Al6B3Si6O27(OH,F)4

01 - Cor: Dravita é amarelo a incolor, Schorl amarelo-azulado e Elbaíta é incolor. 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: prismático. 04 - Clivagem: ausente. 05 - Inclusões: presente.

Cd

Bt

Pl

Bt

Qz

Bt

Cd

Bt

Qz

Cd

Bt

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 17

06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com alongamento. 10 - Elongação: negativa, com exceção de alguns fragmentos da parte basal que pode ter elongação positiva. 11 - Geminação: rara. 12 - Zonação: em seções transversais. 13 - Sinal ótico: monoaxilal (uniaxial) negativo. 14 - ângulo 2V: Características distintivas: Ao microscópio a turmalina (Fig. 20) pode ser distinguida pelo seu pleocroísmo nítido, que difere da biotita ou dos anfibólios comuns por apresentar a absorção máxima quando o alongamento do cristal estiver perpendicular ao plano de vibração do polarizador. A extinção reta, o caráter uniaxial, o relevo relativamente elevado e abirrefringência média, são também muito úteis para sua identificação. Paragênese: a turmalina é tipicamente um mineral de pegmatitos graníticos, filões pneumatolíticos e de alguns granitos: aparece também, frequêntemente, em rochas metamórficas como produto do metassomatismo do boro ou como resultado da recristalização de grãos detríticos, a partir do sedimento original. Nas rochas graníticas as turmalinas pertencem à série “schorl”-elbaíte. As turmalinas magnesianas, ou dravitas, encontram-se geralmente em associações metamórficas ou metassomáticas. A turmalina é um mineral frequente em sedimentos detríticos, sendo os diferentes tipos encontrados, dependentes da proveniência. Conhece-se turmalina autigênica em calcários e em arenitos sob a forma de crescimento secundário em grãos detríticos de turmalina, bem arredondadas.

Figura 20 – Fotomicrografias com polarizador e analisador cruzados e paralelos do mineral turmalina. (Extraído de Mackenzie e Guilford, 1980).

Turmalina

Turmalina

Turmalina

Turmalina

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 18

OPX

OPX

OPX

OPX

OPX

GRUPO DOS PIROXÊNIOS

ORTOPIROXÊNIOS Enstatita-Ortoferrossilita (Mn,Fe

2+)[SiO3] - (pág. 126).

01 - Cor: os termos ricos em Mg. são incolores. Os ricos em Fe são avermelhados ou esverdeados. 02 - Pleocroísmo: ausente na Enstantita, nas outras variam de fraco a forte. 03 - Forma: prismática. 04 - Clivagem: dois planos de clivagem, ângulo de 88

o a 92

o.

05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: raramente apresenta-se geminado. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 58

o a 83

o.

Características distintivas: muitos dos ortopiroxênios podem ser distinguidos dos clinopiroxênios pelo seu pleocroísmo característico róseo a verde. Na ausência de pleocroísmo, distinguem-se dos clinopiroxênios (Fig. 21) pela sua birrefrigência menor e pela extinção reta em todos os cortes segundo a zona [001].

Figura 21 – Fotomicrografia com polarizador e analisador paralelos de ortopiroxênio. (Foto extraída de Mackenzie and Guilford 1980).

Hiperstênio Mg,FeSiO3 - (pág. 126-131).

01 - Cor: incolor a verde ou rosa pálido. 02 - Pleocroísmo: muito fraco. 03 - Forma: prismático subdiomórfico ou quadrado. 04 - Clivagem: dois planos. 05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: altera-se para anfibólio. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: raramente apresenta-se geminado. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 63

o a 90

o.

Paragênese: Os ortopiroxênios (Figs. 21 e 22) ricos em magnésio são constituintes comuns de algumas rochas ultrabásicas como piroxenitos, harzburgitos, lherzolitos e picritos. Nas rochas eruptivas os ortopiroxênios mais ricos em ferro, mas ocorrem em algumas rochas altamente diferenciadas, em soleiras

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 19

de doleritos e em alguns granitos. O ortopiroxênio ortorrômbico é o mineral ferromagnesiano mais importante e característico nas rochas da série charnoquítica e é um mineral típico da fácies granulítica.

Figura 22 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados de ortopiroxênio com lamelas de clinopiroxênio. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Diopsídio-Hedenbergita Ca(Mg,Fe)[Si2O6] - (pág. 132)

Joansenita Ca(Mn,Fe)[Si2O6] - (pág. 132).

01 - Cor: Diopsídio e Joansenita são incolores cinza pálidoe Hedenb. verde acastanhada. 02 - Pleocroísmo: fraco. 03 - Forma: prismas curtos, seções transversais com 4 ou 8 lados. 04 - Clivagem: dois planos de clivagem, ângulo de 87

o a 93

o.

05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: para tremolita-actinolita. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua em seções paralelas à clivagem, 37

o a 44

o; em seções transversais é oblíqua

simétrica. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: polissintética. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 58

o a 83

o.

Características distintivas: os mebros da série do diopsídio-hedenbergita nem sempre pode ser distinguido dos clinopiroxênios com a composição da augita e ferroaugita, mas em geral têm o ângulo 2V maior que o da augita e ferroaugita, para índices de refração comparáveis. A birrefrigência do diopsídio em geral, é de tons azulados. Paragênese: os termos da série do diopsídio-hedembergita (Foto 23) ocorrem numa grande variedade de rochas metamórficas, e as variedades mais ricas em magnésio são constituintes, particularmente

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 20

característicos, de sedimentos ricos em cálcio que sofreram metamorfismo térmico. O diopsídio, a salita, a ferrossilita e a hedembergita são todos minerais típicos de calciossilicáticas (skarn), e a hedembergita está especialmente associada com o metassomatismo de Pb e Zn. O diopsídio ocorre em alguns picritos e basaltos, enquanto que a salita, que é um piroxênio típico das rochas hipoabissais derivadas de magmas basálticos alcalinos. A hedembergita ocorre em sienitos com quartzo, e também em alguns granitos com faialita e em granófiros.

CLINOPIROXÊNIOS

Augita-Ferroaugita (Ca,Na,Mg,Fe2+

,Mn,Fe3+

,Al,Ti2[(Si,Al)2O6] - (pág. 137).

01 - Cor: incolor a verde pálido ou castanho. 02 - Pleocroísmo: ausente ou fraco. 03 - Forma: prismático ou seções de 4 ou 8 lados. 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 87

o e 93

o.

05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: para anfibólio e outros minerais. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua, 36

o a 45

o com alongamento; seções transversais apresentam extinção simétrica ou

nula. 10 - Elongação: positiva na augita. 11 - Geminação: algumas vezes apresenta geminação polissintética. 12 - Zonação: apresenta zonação. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 25

o a 83

o.

Características distintas: Em virtude da variação contínua da composição química entre diopsídio, hedembergita, augita, ferroaugita, nem sempre é possível identificar estes minerais com precisão, a partir das suas propriedades óticas. Em geral, a augita (Fig. 23) distingue-se do diposídio pela menor birrefringência, índice de refração mais elevados e dispersão mais forte; as augitas mais ricas em (Mg,Fe) e as ferroaugitas têm o ângulo dos eixos óticos e ângulo de extinção menores do que a hedembergitas. A augita distingue-se da aegirina-augita e da aegirina pela cor mais intensa, pela birrefrigência mais elevada e pelos ângulos de extinção y:x e dos eixos óticos mais elevados destes últimos minerais. A augita distingue-se do espodumênio e da jadeíta pelos ângulos de extinção e índices de refração mais elevados e da volastonita por ter apenas duas direções de clivagem, índices de refração mais elevados e uma maior birrefringência; a volastonita tem uma extinção oblíqua em todos os cortes de zona [001]. Paragênese: A augita, a ferroaugita, a augita subcálcica e a ferroaugita subcálcica ocorrem principalmente nas rochas eruptivas, e os piroxênios com esta variação de composição são os minerais ferromagnesianos essenciais dos gabros, doleritos e basaltos.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 21

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Augita

Figura 23 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral augita. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Aegirina (Acmita) Na,Fe3+

[Si2O6] - (pág. 149)

Aegirina-augita (Na,Ca)(Fe3+

,Fe2+

,Mg)[Si2O6] - (pág. 149).

01 - Cor: acmita é castanha clara a amarela ou amarela esverdeada-a aegirina-augita é verde pálida, verde

amarelada. 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: prismático. 04 - Clivagem: dois planos de clivagem. 05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: para anfibólio. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua. 10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: frequente, simples e lamelar. 12 - Zonação: apresenta zonação. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 25

o a 83

o.

Características distintas: a aegirina distingue-sedos outros piroxênios pelo seu pequeno ângulo de

extinção : z, refrigência e birrefrigência elevados, ângulo dos eixos óticos negativos e fortes pleocroísmo,

e das aegirina-augitas (Fig. 24) pelos seus elevados ângulos de extinção : z, maior 2V e pleocroísmo forte, característico.

Page 22: Propriedades Óticas Dos Principais Minerais Formadores de Rocha

Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 22

Paragênese: a aegerina e a aegerina-augita ocorrem mais frequentemente como produtos tardios, da cristalização de magmas alcalinos; são constituintes típicos, frequentemente intercrescidos com anfibólios arfvedsoniticos, de sienitos com quartzo, sienito e sienitos nefelínicos, bem como de uma grande variedade de rochas ultra-alcalina. A aegerina ocorre em alguns granitos alcalinos onde está geralmente associada a intercrescida com anfibólios riebequíticos. As aegerina-augitas encontram-se em algumas rochas de metamorfismo regional (xistos cristalinos), onde os seus minerais associados são, entre outros, a galucofana, a crossita e a riebequita.

Figura 24 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral aegirina-augita. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Jadeíta NaAlSi2O6 (pág. 155).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: não pleocróica. 03 - Forma: prismático. 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 87

o e 93

o.

05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: para anfibólio e outros minerais. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua, 33

o a 40

o.

10 - Elongação: 11 - Geminação: simples e lamelar segundo {100} e {001}. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 67

o a 70

o.

Características distintivas: A jadeita distingue-se dos outros piroxênios, exceto do espodumênio, pelos índices de refração mais baixos, e pela birrefringênciamais baixa e pelos ângulos de extinção maiores. Além disso, a jadeíta distingue-se da onfacita e da fassaíta pela sua menor birrefringência. Distingue-se da actinolita pela clivagem de piroxênio, maior ângulo de extinção e ausência de cor.

Aegirina-Augita

Aegirina-Augita

Aegirina-Augita

Aegirina-Augita

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 23

CPX

CPX

CPX

Paragênese: A jadeíta é um piroxênio comparativamente pouco freqüente que ocorre sempre em associação com albita, em rochas de baixo grau metamórfismo mais de alta pressão, em particular nas fácies dos xistos glaucofânicos.

Figura 25 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral clinopiroxênio. (Foto extraída de Mackenzie and Adams 1995).

GRUPO DOS ANFIBÓLIOS

CLINOANFIBÓLIOS

Antofilita (Mg,Fe2+

)7[Si8O22](OH,F)2 - (pág. 178)

Gedrita (Mg,Fe2+

)5Al[Si6O22](OH,F)2 - (pág. 178).

01 - Cor: incolor a verde pálida ou amarela. 02 - Pleocroísmo: fraco. 03 - Forma: prismático largo, colunar, fibroso. 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 124

o e 56

o.

05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: para talco. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com alongamento; seções transversais apresenta extinção simétrica. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: ausente. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo. 14 - ângulo 2V: 70

o a 90

o.

Características distintivas: As antofilitas (Fig. 26) distinguem-se dos clinoanfibólios pelo ângulo de extinção reto em todas as seções, dos ortopiroxênios pela clivagem. Paragênese: desconhecem-se estes anfibólios em rochas eruptivas; a antofilita e a gedrita ocorrem, contudo, numa grande variedade de rochas metamórficas e de origem metassomática. Assim os gnaisses com antofilita-cordierita, originados pela introdução metassomática de magnésio e ferro proveniente de um magma granodiorítico, em rochas vulcânicas ácidas. A antofilita, muits vezes com hábito asbestiforme está geralmente associada a talco, como por exemplo nos xistos com antofilita-talco.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 24

Antofilita

Antofilita

Antofilita

Antofilita

Antofilita

Antofilita

Bt

Bt

Bt

Bt

Bt

Bt

Bt

Bt

Figura 26 - Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral antofilita. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Tremolita-Ferroactinolita Ca2(Mg,Fe2+

)5[Si8O22](OH,F)2 - (pág. 185).

01 - Cor: tremolita é incolor; verde pálida a ferroactinolita é verde pálida ou verde viva. 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: prismático ou fibroso. 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 124

o e 56

o.

05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: para talco. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta ou oblíqua com ângulo de 10

o a 20

o em algumas secções.

10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: simples ou polissitética. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 65

o a 86

o.

Características distintivas: A tremolita e as actinolitas (Fig. 27) mais ricas em magnésio, em virtude de ausência de cor ou por terem uma cor verde ,muito pálida, não são difíceis de distinguir da hornblenda. As propriedades óticas das actinolitas mais ricas em ferro fazem frequentemente transição para as da hornblenda comum; os ângulos de extinção (y : z) entre 10

o e 15

o são, contudo, indicadores da

ferroactinolita. A tremolita distingue-se da volastonita pela birrefringência e ângulo dos eixos óticos maiores e pela presença da clivagem dos anfibólios. Paragênese: A tremolita e a actinolita e a actinolita são minerais essencialmente metamorficos e ocorrem, tanto nas rochas de metamorfismo de contato como regional. A tremolita e a actinolita também ocorrem em rochas carbonatadas que sofreram metamorfismo regional, e são minerais característicos das rochas ultrabásicas de metamorfismo regional de baixo grau, tais como os xistos com tremolita-talco e tremolita-carbonato-antigorita.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 25

A actinolita, em associação com epídoto e a clorita, é um mineral típico dos fácies xistos verdes. Nesta paragênese ocorre, por vezes, em intercrescimento paralelos com a hornblenda ou em cristais com auréolas bem nítidas de hornblendas. A actinolita é também um constituinte de alguns xistos galucofânicos, nos quais está, particularmente associada à albita, clorita, epídoto, pumpelita, lausonita e estilpnomelano. Em muitas rochas básicas, o priroxênio está alterada marginalmente para um anfibólio verde à qual se dá frequentemente o nome de uralita. Este anfibólio é geralmente considerado como sendo da decomposição actinolítica e derivada doo piroxênios inicialmente formado, pela ação pneumatolítica dos fluidos magmáticos residuais enriquecidos em água. A actinolita-tremolita também ocorre em rochas calciossilicáticas.

Figura 27 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral tremolita-actinolita. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Hornblenda (Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe2+

,Fe3+

,Al)5[Si6-7Al2-1O22](OH,F)2

Hornblenda comum - (pág. 189) Pargasita - (pág. 189) Ferrohastingsita - (pág. 189)

Hornblenda basáltica - (pág. 197)

01 - Cor: verde ou castanho. 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: pseudohexagonal e prismático. 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 124

o e 56

o.

05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: altera-se para serpentinita, talco. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: oblíqua, 12

o a 13

o em secções longitudinais - extinção simétrica em secções transversais.

10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: simples. 12 - Zonação: raramente apresenta zonação. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo ou positivo.

14 - ângulo 2V: Horblenda 27o a 95

o, Pargasita 120

o e ferrohastingsita 10

o.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 26

Características distintivas: Em lâmina delgada a hornblenda (Fig. 28) comum é verde pálida, verde, castanha amarelada clara a castanha. A hornblenda basáltica e castanha a vermelha acastanhada escura. A pargasita é incolor, castanha muito clara, verde azulada. A ferrohastingsita amarela, verde acastanhada, verde escura. A hornblenda comum nem sempres pode distinguir-se dos outros anfibólios ricos em cálcio. Distingue-se, contudo, das tremolitas ricas em magnésio pelos índices de refração mais elevados e pleocróismo médio a forte e da actinolita e ferroactinolita pelo maior ângulo dos eixos óticos e da birrefringência mais elevada. A hornblenda comum distingue-se da pargasita pelo seu sinal ótico negativo e da ferrohastingsita pelos ângulos dos eixos óticos e de extinção maiores. A Hornblenda basáltica, a caersutite e a barquevicita distinguem-se da arfvedsonita pelo pleocroísmo mais fraco e pela orientação do plano dos eixos óticos. A hornblenda basáltica distingue-se dos outros anfibólios, exceto da caersutite, barquevicita e catoforita, pelo seu pleocroísmo amarelo vivo a castanho avermelhado escuro. Muitas hornblendas basálticas apresentam efeitos de resorção periférica e as bordas do cristal estão salpicados de grãos finos de minério de ferro negro ou, por vezes, de grãos de hematita. A hornblenda pode ser completamente substituída por óxido de ferro ou piroxênio. Paragênese: As hornblendas são minerais especialmente característicos das rochas plutónicas intermediárias, mas ocorrem também como produto de cristalização primária em rochas básicas e ultrabásicas, bem como em rochas de composição ácida e alcalina. A hornblenda é um dos constituintes mais frequentes das rochas que sofreram metamórfismo regional, sendo juntamente com o plagioclásio os principais, e por vezes os únicos, constituintes dos xistos hornblêdicos, gnaisses com hornblenda e anfibolitos, rochas essas que constituem a fração principal do fácies anfibolítico. As ocorrências de hornblenda comum e da pargasita muito ricas em magnésio estão limitadas a calcários dolomíticos impuros, metamorfizados. As pargasitas mais ricas em ferro ocorrem em calciossilicaticas (skarn) de metamorfismo regional e estão frequentemente associadas a metassomatismo de hidroxilo, fluor ou boro. A hornblenda, em muitas rochas eruptivas, é de origem secundária e derivou de um piroxênio primário. As hornblendas basálticas ocorrem numa grande variedade de rochas vulcânicas, de composição variando desde os basaltos até aos traquitos, e são constituintes particularmente característicos dos andesitos, latitos, basanitos, tefritos e dos tufos correspondentes.

Figura 28 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados (a direita) do mineral hornblenda (Hb). (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

ANF ANF

ANF

ANF

ANF

HbHb

Hb

Hb

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 27

Glaucofana

GlaucofanaGlaucofana

Glaucofana

Glaucofana

Glaucofana

Glaucofana Na2Mg3Al2[Si8O22](OH)2 - (pág. 203)

Riebequita Na2Fe32+

Fe23+

[Si8O22](OH)2 - (pág. 203)

01 - Cor: a Glaucofana é azul de alfazema a incolor; Riebeckita é azul escura a verde amarelada. 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: prismático, fibroso (crocidolita). 04 - Clivagem: dois planos formando ângulo de 124

o e 56

o.

05 - Inclusões: poucas inclusões. 06 - Alterações: presente. 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta ou oblíqua, 5

o com alongamento.

10 - Elongação: pode alternar no interior de um grão. 11 - Geminação: 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial negativo ou positivo. 14 - ângulo 2V: Glaucoana 0

o a 50

o, riebequita 40

o a 90

o.

Características distintivas: A cor azul pálida e o pleocroísmo menos intenso da glaucofana (Fig. 29) é em geral suficientemente característico para a distinguir da magnesioriebequita e da riebequita. A glaucofana distingue-se também da riebequita por ter índices de refração menores e elongação positova. A glaucofana pode ser confundida com a turmalina, mas esta última é uniaxial. A riebequita distingue-se da arfvedsonita pelos ângulos de extinção menores e pelo pleocroísmo, pois o esquema pleocróico da arfvedsonita contém geralmente uma cor acastanhada que a riebequita não apresenta; além disso, a arfvedsonita raramente apresenta extinção completa com luz branca.

Figura 29 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados do mineral glaucofana. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Paragênese: a glaucofana, associada à lausonita, é abundante em algumas metagrauvacas, sendo derivada de material clorítico e da alteração da jadeíta. A riebequita é o único membro deste grupo de

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anfibólios alcalinos que tem uma paragênese eruptiva. Ocorre em granitos, quartzo-sienitos, sienitos e sienitos nefelínicos e também em microgranitos e em rochas vulcânicas ácidas. A riebequita aparece em alguns xistos de baixo grau de metamorfismo regional.

GRUPO DAS MICAS

Muscovita K2Al4[Si6Al2O20](OH,F)4 - (pág. 225).

01 - Cor: incolor a verde muito pálido. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: placoso. 04 - Clivagem: um plano perfeito. 05 - Inclusões: abundantes. 06 - Alterações: para ilita e outros minerais argilosos. 07 - Relêvo: positivo. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com clivagem-direção de clivagem corresponde ao raio mais lento, podendo atingir 10

o.

10 - Elongação:positiva para os traços de clivagem. 11 - Geminação: segundo lei da mica. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 30

o a 50

o.

Características distintivas: A muscovita (Figs. 30 e 31) tem freqüentemente um 2V maior do que a flogopita, biotita e talco. A elevada birrefrigência das muscovitas distingue-as das caulinitas, cloritas e outros silicatos lamelares, com exceção da pirofilita, que tem, contudo um ângulo 2V maior. Paragênese: a muscovita ocorre numa extensa gama de sedimentos que sofreram metamorfismo regional e encontra-se em rochas pertencentes a cada uma das zonas de metamorfismo regional progressivo. Nas rochas eruptivas ácidas a muscovita é menos freqüente do que a biotita, mas ocorre em granitos muscovíticos e com muscovita-biotita. É a mica mais frequentes nos aplítos e pegmatitos.

Figura 30 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados (inferior) dos minerais biotita (Bt), muscovita (Musc) e cianita. (Fotos extraídas de Mackenzie and Adams, 1995)

Biotita K2(Mg,Fe)6-4(Fe3+

,Al, Ti)0-2[Si6Al2-3O20](OH,F)4 - (pág. 236).

01 - Cor: marrom escuro, verde . 02 - Pleocroísmo: forte. 03 - Forma: placoso, pseudohexagonal. 04 - Clivagem: um plano perfeito. 05 - Inclusões: abundantes, o zircão apresenta halos pleocróicos. 06 - Alterações: para clorita e epidoto. 07 - Relêvo: positivo moderado. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta com clivagem-direção de clivagem corresponde ao raio mais lento.

Cianita

Cianita

Cianita

Cianita

Cianita

Musc

Musc Bt

Bt

Bt

Musc

Musc

Musc

Musc

Cianita

Cianita

Cianita

Cianita

Cianita

MuscBt

Bt

Bt

Musc

Musc

Musc

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 29

10 - Elongação: positiva para os traços de clivagem. 11 - Geminação: segundo lei da mica. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 0

o a 25

o.

Características distintivas: A biotita (Figs. 30, 31 e 32) é geralmente de cor mais escura e mais intensamente pleocróica que as outras micas e tem índices de refração mais elevados. Os teores mais elevados de titânio dão uma cor castanha avermelhada, enquanto que os de ferro férrico dão cor verde. A biotita pode distinguir-se da muscovita pela cor castanha em nicós paralelo e pelo 2V baixo. A vermicolita tem índices de refração e birrefrigência mais baixos e as clorita têm birrefrigência muito baixa. As lepidolitas podem distinguir-se pela sua cor mais pálida. Paragênese: a biotita ocorre numa maior variedade de ambientes geológicos do que qualquer das outras micas. Nas rochas metamórficas formam-se sob grande intervalo de condições de pressão e temperatura e ocorre abundantemente em muitos sedimentos que sofreram metamorfismo de contato e regional. No metamorfismo regional, a cristalização de biotita, em rochas de composição argilosa, marca o desencadeamento das condições de PT da zona da biotita cujas rochas características incluem xistos e gnaisses. Nas rochas ígneas plutónicas intermediárias e ácidas também é um constituinte importante. A biotita ocorre, muito menos frequentemente, nas rochas extrusivas, do que nas rochas plutónicas e quando está presente aparece, com frequência, parcialmente alterada para outros minerais. A biotita nas rochas vulcânicas são, em geral, mais pobres em Fe

2+ e mais ricas em Fe

3+ e Ti do que as das suas equivalente

intrusivas.

Figura 31 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados dos minerais quartzo (Qz) e muscovita (Musc).

Figura 32 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados dos minerais quartzo (Qz), plagioclásio (Pl) e biotita (Bt).

FELDSPATOS POTÁSSICOS

Ortoclásio (K,Na) [AlSi3O8] - (pág. 309).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: granular, tabular. 04 - Clivagem: dois planos de clivagens. 05 - Inclusões: de cristais idiomórficos. 06 - Alterações: para um pó branco (mica branca). 07 - Relêvo: negativo baixo com índice de refração menor do que a do quartzo e do bálsamo. 08 - Prop. ótica: anisótropo, birrefrigência moderada. 09 - Extinção: reta, oblíqua, 5

o na secção // a (010) e 13

o com a clivagem.

10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: Calsbad, Manebach, Baveno. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo.

Qz

QzMus

QzMus

Qz

Qz

Qz

Qz

Bt

Pl

Bt

Bt

Qz

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 30

Sanidina

Sanidina

14 - Ângulo 2V: 30o - 70

o.

Microclinio (K,Na)[AlSi3O8] (pág. 309).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: granular, hipidiomórfica. 04 - Clivagem: dois planos de clivagens. 05 - Inclusões: de cristais. 06 - Alterações: para um pó branco cinza (mica branca). 07 - Relêvo: negativo baixo. 08 - Prop. ótica: anisótropo, birrefrigência baixa. 09 - Extinção: oblíqua, 10 a 15

o na secção // a (001) e 5

o com a clivagem.

10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: cruzada em padrão xadrez (leis do periclino e da albita). 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - ângulo 2V: 66

o - 103

o.

Sanidina (pág. 309).

01 - Cor: incolor límpido. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: fenocristais. 04 - Clivagem: dois planos de clivagens. 05 - Inclusões: presentes. 06 - Alterações: nas bordas. 07 - Relevo: negativo baixo. 08 - Prop. ótica: anisótropo, birrefrigência baixa. 09 - Extinção: reta com a secção (001), oblíqua com a seção (010) e 5

o com a clivagem.

10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: Carlbad, Baveno. 12 - Zonação: 13 - Sinal ótico: biaxial negativo. 14 - Ângulo 2V: 18

o a 54

o.

Características distintivas: os feldspatos alcalinos distinguem-se dos componentes da série dos plagioclásios pela ausência (exceto na microclina e no ortoclásio) de geminação lamelar, texturas criptopertíticas ou pertíticas, e do quartzo pelos índices de refração inferiores (menor do que a do quartzo), pela geminação, e caracter biaxial. O ortoclásio é distinguido da sanidina (Fig. 33) e do anortoclásio pelo maior ângulo dos eixos óticos e pela presença de texturas micropertíticas. Distingue-se do microclínio pela extinção reta e pela ausência de geminação múltipla. O microclínio distingue-se dos outros feldspatos, exceto em raros exemplos, pela geminação em “padrão xadrez” (Figs. 01 e 05). Paragênese: os feldspatos potássicos são constituintes essenciais das rochas plutónicas e eruptivas ácidas e alcalinas e em seus equivalente metamórficos. Nas rochas plutónicas o feldspato alcalino é geralmente ortoclásio e microclinio. Nas rochas vulcânicas, o feldspato é de temperatura mais elevada como sanidina e anortoclásio. Os feldspatos alcalinos não são muito comuns em rochas metassedimentares aluminosos, em rochas metamórficas de alto grau é devida, em grande parte à instabilidade das micas nestes ambientes de P,T.

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 31

Figura 33 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados do mineral Sanidina. (foto extraída de Mackenzie and Guilford 1980).

GRUPO DOS PLAGIOCLÁSIOS - (pág. 341)

Albita (NaAlSi3O8) Anortita (CaAl2Si2O8)

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: equidimensional, tabular ou em ripas. 04 - Clivagem: dois planos de clivagens. 05 - Inclusões: de poucos cristais. 06 - Alterações: para um pó branco (mica branca) (saussuritização). 07 - Relevo: positivo baixo aumentando com a porcentagem de anortita. 08 - Prop. ótica: anisótropo, birrefrigência baixa. 09 - Extinção: de acordo com o tipo de plagioclásio, albita = 16

o perpendicular a (010), oligoclásio

normalmente reta com a geminação. 10 - Elongação: negativa. 11 - Geminação: polissintética. 12 - Zonação: em cristais envolventes. 13 - Sinal ótico: biaxial positivo ou negativo. 14 - Ângulo 2V: 77

o-78

o.

Características distintivas: em lâminas delgadas os plagioclásios podem ser distiguidos pelo seu fraco relevo, ausência de coloração, fraca birrefrigência e caracter biaxial das suas figuras de interferência. Os plagioclásios (Fotos 34, 35 e 36) se distinguem do quartzo por apresentar geminação e superfície com aspecto “sujo” em função de alterações. A albita é opticamente positivo e possue índice de refração inferior ao do quartzo. O oligoclásio, andesina, labradorita, bitonita e anortita são ópticamente negativos com índice de refração superior ao do quartzo.

Figura 34 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados de cristais de quartzo (Qz), plagioclásio (Pl).

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Propriedades óticas dos principais minerais formadores de rocha – Trindade, I.R. 2008 32

Pl

Pl

Qz

PlPl

Pl

Pl

Pl

McBt

Bt

Bt

PlQz

Figura 35 – Fotomicrografia com polarizador e analisador cruzados dos minerais quartzo (Qz), plagioclásio (Pl), microclínio (Mc) e

biotita (Bt). Paragênese: o plagioclásio é um mineral comum em rochas ígneas de uma forma geral, tendo as básicas e intermediárias com um maior percentual. Nas rocha metamórficas, ocorrem com mais freqüência em ortoderivadas e gnaisses, sendo menos frequêntes em micaxistos aluminosos. Em rochas sedimentares a albita é um minerqal autigénico e forma-se contemporâneamente à sua cristalização. Também se observa plagioclásio detríticos em rochas sedimentares.

Quartzo, Tridimita, Cristobalita, Coesita SiO2 - (pág. 362).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: granular. 04 - Clivagem: Ausente. 05 - Inclusões: abundantes de cristais, líquidos, rutilo, turmalina. 06 - Alterações: ausentes. 07 - Relêvo: positivo baixo. 08 - Prop. ótica: anisótropo, birrefrigência moderada. 09 - Extinção: reta com alongamento. Quando deformado apresenta extinção ondulante. 10 - Elongação: positiva. 11 - Geminação: rara. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: monoaxial positivo (Quartzo e Tridimita) e negativo (Cristobalita). 14 - ângulo 2V: quando possuem extinção ondulante varia de 8

o a 10

o.

Características distintivas: o quartzo (Fig. 34 e 35) é um dos minerais mais fáceis de ser identificado em lâmina delgada. Sempre se apresenta inalterado. Quando não são deformados, sua figura de interferência é monoaxial (uniaxial) positivo, porém quando deformado é biaxial, mas mantém-se com figura de interferência sempre positivo. A tridimita e a cristobalita (Fig. 36 e 37), sílicas de alta temperatura, podem ser identificadas pelo seu relevo moderado sendo os seus índices de refração consideravelmente menores que os do bálsamo do Canadá. A geminação da tridimita e a forma em cunha dos cristais são características. Os índices de refração da tridimita são menores que os da cristobalita e estes dois minerais

diferem no sinal ótico, o deste último é negativo. A coesita é a sílica de altíssima pressão ( 30 Kb). Paragênese: o quartzo é um dos minerais mais comuns em rochas crustais, sendo comum em rochas ígneas ácidas, rochas metamórficas e sedimentares. A tridimita ocorre em rochas vulcânicas ácidas (riolitos, obsidianas, traquitos, andesitos e dacitos), normalmente em cavidades. A cristobalita também é um mineral típico de rochas vulcânicas onde pode ocorrer em cavidades, muitas vezes em associação (metastável) com a tridimita.

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Tridimita

Tridimita

CristobalitaPlagioclásio

Plagioclásio

Piroxênio

Piroxênio

Cristobalita

Figura 36 – Fotomicrografias com polarizador e analisador cruzados dos minerais quartzo (Qz) tridimita e microclínio (Mc). (As duas últimas fotos foram extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

Figura 37 – Fotomicrografias com polarizador e analisador paralelos e cruzados dos minerais cristobalita, plagioclásio e piroxênio. (Fotos extraídas de Mackenzie and Guilford 1980).

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Calcita CaCO3 - (pág. 498).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: ausente. 03 - Forma: 04 - Clivagem: romboédrica, dois planos com ângulo de 75

o.

05 - Inclusões: as vezes presente. 06 - Alterações: 07 - Relêvo: varia com a direção. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: 10 - Elongação: por causa da birrefringência extrema a identificação da elongação e raramente dicernível. Fragmentos romboédrico tem raio lento na direção da menor diagonal. 11 - Geminação:polissintética. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: monoaxial (uniaxial) negativa (as vezes biaxial com pequeno ângulo). 14 - ângulo 2V:

Dolomita CaMg(CO3)2 - (pág. 514).

01 - Cor: incolor. 02 - Pleocroísmo: não pleocróica. 03 - Forma: Romboédrica. 04 - Clivagem: romboédrica, dois planos. 05 - Inclusões: as vezes presente. 06 - Alterações: 07 - Relêvo: varia com a direção. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: simétrica a face romboédrica e paralela a sua diagonal. 10 - Elongação: os grãos alongados, normalmente possuem elongação negativa, mas por causa da birrefringência elevada é difícil observar a elongação. 11 - Geminação:polissintética. 12 - Zonação: ausente. 13 - Sinal ótico: monoaxial, uniaxial negativa. 14 - ângulo 2V: Características distintivas: a calcita (Fig. 38) pode ser identificada pela clivagem perfeita e pela birrefringência extremamente elevada. Os índices de refração da calcita são menores que a dos outros carbonatos. Num romboérdro de clivagem da calcita as lamelas de geminação são paralelas à diagonal maior do losango (fica segundo o ângulo agudo do romboédro) enquanto a dolomita fica na diagonal menor (segundo o ângulo obtuso do romboédro).

Figura 38 – Fotomicrografias com polarizador e analisador cruzados do mineral calcita. (Extraído de Mackenzie e Adams, 1995).

Paragênese: a calcita é um dos minerais com distribuição mais generalizada e além de ser um importante mineral constituinte das rochas de ambiente sedimentares ocorre também em rochas metamórficas e eruptivas, e é um mineral hodrotermal de mineralização secundária frequênte. E um mineral comum em marmores, rochas calciossilicáticas, também em certas rochas eruptivas alcalinas, especialmente

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carbonatitos e em alguns sienitos nefelínicos. Também se observa calcita em gnaisses como uma fase tardia formada a partir da alteração de plagioclásio cálcico. Zircão Zr[SiO4] (pág. 25) 01 - Cor: incolor a castanha pálida. 02 - Pleocroísmo: muito fraco. 03 - Forma: prismas curtos, geralmente como inclusões e às vezes rodeados por halos pleocróicos. 04 - Clivagem: ausente. 05 - Inclusões: 06 - Alterações: 07 - Relêvo: positivo alto. 08 - Prop. ótica: anisótropo. 09 - Extinção: reta. 10 - Elongação: positiva mas difícil de obsevar. 11 - Geminação: rara. 12 - Zonação: pode aparecer alguma zonação. 13 - Sinal ótico: monoaxial (uniaxial) positivo. 14 - ângulo 2V: Características distintivas: a extinção reta, os índices de refração e birrefringência elevados são características típicas e a forma tetragonal, muitas vezes observável, é um auxiliar adicional da identificação. Em geral o zircão ocorre como inclusões em outros minerais e as vezes provoca halos pleocróicos.