prólogo a rede e o ser-by carolinagasparotto

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Site Oficialhttp://www.manuelcastells.info/es/index.htm

Manuel Castells

Manuel Castells es profesor de Sociología y director del Internet Interdisciplinary Institute de la Universitat Oberta de Catalunya (UOC), en Barcelona. También es profesor universitario y catedrático de la Cátedra Wallis Annenberg de Tecnología de Comunicación y Sociedad de la Escuela Annenberg de Comunicación, de la Universidad de California Meridional, en Los Angeles. Es profesor emérito de Sociología y profesor emérito de Planeamiento Urbano y Regional en la Universidad de California en Berkeley, donde impartió clases durante 24 años.

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Fue profesor adjunto de Sociología en la Universidad de París, profesor asociado de Sociología en la Escuela para Estudios Avanzados en Ciencias Sociales, en la Universidad de París (1967-1979), profesor y director del Instituto Universitario de Sociología de Nuevas Tecnologías en la Universidad Autónoma de Madrid (1988-1993), profesor de investigación en el Consejo Superior de Investigación Científica (CSIC) en Barcelona (1997) y profesor de Sociología y de Planeamiento Urbano y Regional en la Universidad de California en Berkeley (1979-2003).

Entre 2004 y 2010 ocupó el puesto de profesor visitante distinguido en el Instituto Tecnológico de Massachusetts (2004-2009), en la Universidad de Oxford (2007-2010) y en la Universidad de Santa Clara (2008-2010). Desde 2009 es investigador visitante permanente del Instituto Stellenbosch para Estudios Avanzados, en Sudáfrica. Ha sido profesor visitante en 17 universidades de todo el mundo y profesor invitado en cientos de instituciones académicas y profesionales en 45 países. Es autor de 23 libros, incluida la trilogía La era de la información: economía, sociedad y cultura, 1996-2003, publicada por Blackwell y traducida a 23 lenguas.

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Clasificación relativa de un grupo de investigadores líderes en Comunicación por

número de citaciones en el Social Science Citation Index, 2000-2011*

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Durante a década de 1970, Castells teve um importante papel no desenvolvimento daSociologia urbana Marxista. Enfatizou o papel dos movimentos sociais na transformaçãoConflitiva da paisagem urbana.

Introduziu o conceito de “consumo coletivo” para compor um amplo alcance dos esforçosSociais, deslocado do campo econômico para o campo político pela intervenção do Estado.

Ao abandonar as estruturas Marxistas no inicio da década de 1980, começou a se concentrarno papel das novas tecnologias de informação e comunicação na reestruturação econômica.

Nos meados da década de 1990, juntou os lados de sua pesquisa em um sólido estudoChamado “A Era da Informaçao”, publicado como uma trilogia entre 1996 e 1998.

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Uma revolução Tecnologica concentradas nas tecnologias da informação;

Economias por todo o mundo passaram a manter interdependência global;

Apresentando uma nova forma de relação entre a economia entre a economia, o Estado e a sociedade;

O próprio Capitalismo passa por um processo de profunda reestruturaçao;• Maior Flexibilidade de gerenciamento;• Descentralização das empresas;• Organizaçao em Redes;• Individualização e diversificação das relações de trabalho;• Incorporação maciça das mulherres na força de trabalho;• Intervenção estatal para desregular o mercado;• Aumento da concorrência econômica global;

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Em consequência dessa revisão geral do sistema capitalista:

Uma integração global dos mercados financeiros; O desenvolvimento da região do Pacifico asiático com o novo centro

industrial global dominante; A difícil unificação econômica da Europa; O surgimento de uma economia regional na América do Norte; A diversificação, depois desintegração, do ex-Terceiro Mundo; A transformação gradual da Russia e da antiga área de influência

soviética nas economias de mercado; A incorporação de preciosos segmentos de economias do mundo

inteiro em um sistema interdependente que funciona como uma unidade em tempo real;

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Devido a essas tendências, houve também:

Acentuação de um desenvolvimento desigual;

(…) Na verdade, observamos a liberação paralela de forças produtivas consideraveis da revolução informacional e a consolidação de buracos negros de miséria humana na economia global (…)

As atividades criminosas e organizações ao estilo da máfia de todo o mundo também se tornaram globais e informacionais;

Redes interativas de computadores crescendo exponencialmente, criando novas formas e canais de comunicação, moldando a vida e, ao mesmo tempo, sendo moldadas por ela;

As mudanças sociais são tão drásticas quanto os processos de transformação tecnológica e econômica;

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ISTOÉ - Acesso à cultura faz diferença na sociedade informacional?

MANUEL CASTELLS – Em uma sociedade na qual o poder e a riqueza das pessoas, empresas e países dependem da geração de informação, a educação é o elemento fundamental de progresso. Mas também de desigualdade e de exclusão social. Se há algo que precisa mudar, é o sistema educacional. A tecnologia faz com que, através da desigualdade de acesso à informação, se ampliem as diferenças sociais. Então, numa sociedade em que o mercado é fundamental na aplicação de recursos, sem uma ação política deliberada haverá aumento da desigualdade.

Entrevista Completa - 1999http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/31800_A+MAQUINA+HUMANA

Entrevista Folha – 2010http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2109201022.htm

SOCIÓLOGO, QUE VÊ A INTERNET COMO AMPLIFICAÇÃO DA SOCIEDADE, DIZ QUE NO CASO DO BRASIL NÃO HÁ QUALQUER DESEJO DE MUDANÇA

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Há uma definição fundamental de relações entre mulheres, homens, crianças e, consequentemente, da família, sexualidade e personalidade.

A crise ambiental permeou as instituições da sociedade, e seus valores ganharam apelo político a preço de serem refutados e manipulados na prática diaria das empresas e burocracias;

Os movimentos sociais se fragmentaram, agora locais, com objetivo único e efêmeros, encolhidos em seus mundos interiores ou brilhando por apenas um instante em um símbolo da mídia;

Nesse mundo de mudanças confusas e incontroladas, as pessoas tendem a reagrupar-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais, nacionais;

A identidade está se tornando a principal e, as vezes, única fonte de significado em um período histórico caracterizado pela ampla desestruturação das organizações, deslegitimação das instituições, enfraquecimento de importantes movimentos sociais;

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A conexão e desconexão de indivíduos, grupos, regiões e até países pelas redes globais de intercâmbios é seguido de uma divisão entre o instrumentalismo universal abstrato e as identidades particulares historicamente enraizadas. Nossas sociedades estão cada vez mais estruturadas em uma oposição bipolar entre a Rede e o ser;

Castells acredita no poder libertador da identidade sem aceitar a necessidade de sua individualização ou de sua captura pelo fundamentalismo e que observar, analisar e teorizar é um modo de ajudar a construir um mundo diferente e melhor. Não oferecendo as respostas, mas suscitando algumas perguntas pertinentes. A busca da identidade é tão poderosa quanto à transformação econômica e tecnológica no registro da nova história.

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Tecnologia, sociedade e transformação histórica

As transformações tecnológicas e econômicas implicam em uma nova identidade do ser, em que o conhecimento e a informação assume uma grande importância para a formação desta nova identidade.

A tecnologia não determina a sociedade. Nem a sociedade escreve o curso da transformação tecnológica, uma vez que muitos fatores, inclusive criatividade e iniciativa empreendedora, intervêm no processo de descoberta cientifica, inovação tecnológica e aplicações sociais, de forma que o resultado final depende de um complexo padrão interativo.

A sociedade não determina a tecnologia, mas pode sufocar seu desenvolvimento principalmente por intermédio do Estado. A tecnologia não determina a evolução histórica e a transformação das sociedades, mas incorpora a capacidade de transformação das mesmas, bem como os usos que estas decidem dar ao seu potencial tecnológico;

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Consequências sociais da Tecnologia:

A ARPANET tinha como objetivo principal servir a investigação e o desenvolvimento, sobretudo para o Departamento de Defesa dos EUA. Qualquer conteúdo ou comunicação de índole comercial era estritamente proibido naquela altura.

Durante a década de 1980, a ARPANET foi sendo ligada a outras redes de universidades e de grandes empresas, como a HP, para dinamizar ainda mais a I&D. Nos finais da década, a ARPANET deu por atingidos os seus objetivos e entregou à NFS a responsabilidade de manter e aumentar o backbone. A NSF desenvolveu a rede sobretudo nos EUA.

Os primeiros ISP - Internet Service Providers - começaram a aparecer na década de 1980 e começaram a dar acesso a empresas e particulares, sobretudo através de diaul-up.

No início da década de 1990, a NSF começou a perder o controle sobre o backbone, à medida que operadores privados começaram a criar as suas próprias infra-estruturas. Foi nessa altura que as restrições à comercialização da Internet foram totalmente abolidas.

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A ARPANET tinha como objetivo principal servir a investigação e o desenvolvimento, sobretudo para o Departamento de Defesa dos EUA. Qualquer conteúdo ou comunicação de índole comercial era estritamente proibido naquela altura.

Durante a década de 1980, a ARPANET foi sendo ligada a outras redes de universidades e de grandes empresas, como a HP, para dinamizar ainda mais a I&D. Nos finais da década, a ARPANET deu por atingidos os seus objetivos e entregou à NFS a responsabilidade de manter e aumentar o backbone. A NSF desenvolveu a rede sobretudo nos EUA.

Os primeiros ISP - Internet Service Providers - começaram a aparecer na década de 1980 e começaram a dar acesso a empresas e particulares, sobretudo através de diaul-up.

No início da década de 1990, a NSF começou a perder o controle sobre o backbone, à medida que operadores privados começaram a criar as suas próprias infra-estruturas. Foi nessa altura que as restrições à comercialização da Internet foram totalmente abolidas.

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Desde 1969 surgiram várias aplicações para a Internet, cada vez mais amigáveis ao usuário. Alguns exemplos: Gopher, Veronica, WAIS, FTP. Outras formas de comunicação em rede também tiveram sucesso e fizeram os primórdios da Internet, como é o caso das BBS ou de serviços online como aCompuserve ou a AOL .

Na década de 1990, o aparecimento da World Wide Web, o desenvolvimento dos browsers, a diminuição de custos de acesso, o aumento de conteúdos, entre outros fatores, fizeram com que a Internet tivesse um crescimento exponencial. Para entender o conceito do que vem a ser a Internet, a rede mundial de computadores, deve-se regressar às décadas de 1960 e 1970 para compreender como ela se tornou um dos meios de comunicação mais populares. Tudo surgiu no período em que a guerra fria pairava no ar entre as duas maiores potências da época, os Estados Unidos e a ex-União Soviética.

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O Governo norte-americano queria desenvolver um sistema para que seus computadores militares pudessem trocar informações entre si, de uma base militar para outra. Foi assim que surgiu então a ARPANET, o antecessor da Internet, um projeto iniciado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos que realizou então a interconexão de computadores, através de um sistema conhecido como chaveamento de pacotes, que é um esquema de transmissão de dados em rede de computadores no qual as informações são divididas em pequenos “pacotes”, que por sua vez contém trecho dos dados, o endereço do destinatário e informações que permitiam a remontagem da mensagem original.

Este sistema garantia a integridade da informação caso uma das conexões da rede sofresse um ataque inimigo, pois o tráfego nela poderia ser automaticamente encaminhado para outras conexões. O curioso é que raramente a rede sofreu algum ataque inimigo. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, certificou-se que esse sistema realmente funcionava, devido à dificuldade dos Estados Unidos para derrubar a rede de comando do Iraque, que usava o mesmo sistema.

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O sucesso do sistema criado pela ARPANET foi tanto que as redes agora também eram voltadas para a área de pesquisas científicas das universidades. Com isso, a ARPANET começou a ter dificuldades em administrar todo este sistema, devido ao grande e crescente número de localidades universitárias contidas nela. Dividiu-se então este sistema em dois grupos[2], a MILNET, que possuía as localidades militares e a nova ARPANET, que possuía as localidades não militares. Um esquema técnico denominado Protocolo de Internet (Internet Protocol) permitia que o tráfego de informações fosse caminhado de uma rede para outra.

Todas as redes conectadas pelo endereço IP na Internet comunicam-se para que todas possam trocar mensagens. Através da National Science Foundation, o governo norte-americano investiu na criação de backbones (que significa espinha dorsal, em português), que são poderosos computadores conectados por linhas que tem a capacidade de dar vazão a grandes fluxos de dados, como canais de fibra óptica, elos de satélite e elos de transmissão por rádio. Além desses backbones, existem os criados por empresas particulares. A elas são conectadas redes menores, de forma mais ou menos anárquica. É basicamente isto que consiste a Internet, que não tem um dono específico.

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O que hoje forma a Internet, começou em 1969 como a ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency, ou Agência de Pesquisa de Projetos Avançados, uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Ela foi criada para a guerra, pois com essa rede promissora, os dados valiosos do governo daquele país estariam espalhados em vários lugares, ao invés de centralizados em apenas um servidor. Isso evitaria a perda desses dados no caso de, por exemplo, uma bomba explodisse no campus. Em seguida, ela foi usada inicialmente pelas universidades, onde os estudantes, poderiam trocar de forma ágil para a época, os resultados de seus estudos e pesquisas. Em Janeiro de 1983, a ARPANET mudou seu protocolo de NCP para TCP/IP. Em 1985 surge o FTP.

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Contudo, a Internet como hoje conhecemos, com sua interatividade, como arcabouço de redes interligadas de computadores e seus conteúdos multimídia, só se tornou possível pela contribuição do cientista Tim Berners-Lee e ao CERN, Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire - Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, que criaram a World Wide Web, inicialmente interligando sistemas de pesquisa científicas e mais tarde acadêmicas, interligando universidades; a rede coletiva ganhou uma maior divulgação pública a partir dos anos 1990. Em agosto de 1991, Berners-Lee publicou seu novo projeto para a World Wide Web, dois anos depois de começar a criar o HTML, o HTTP e as poucas primeiras páginas web no CERN, na Suíça. Em 1993 o navegador Mosaic 1.0 foi lançado, e no final de 1994 já havia interesse público na Internet. Em 1996 a palavra Internet já era de uso comum, principalmente nos países desenvolvidos, referindo-se na maioria das vezes a WWW.

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Por exemplo, no século XV quando o renascimento europeu estava plantando as sementes intelectuais da transformação tecnológica que dominaria o planeta três séculos depois, a China era a civilização mais avançada em tecnologia, segundo Mokyr. Mas esse avanço foi interrompido devido a três fatores: a inovação tecnológica ficou fundamentalmente nas mãos do Estado durante três séculos; após 1400, o Estado Chinês, sob as dinastias Ming e Qing, perdeu o interesse pela inovação tecnológica; outro aspecto deve ao fato de estarem empenhados em servir ao Estado, as elites culturais e sociais enfocavam as artes, as humanidades e a autopromoção perante a burocracia imperial. Desse modo, o que parece ser mais importante é o papel do Estado e a mudança de orientação da política estatal.

O Estado, por um lado, pode ser e sempre foi ao longo da história, na China e em outros

países, a principal força de inovação tecnológica; do outro, exatamente por isso, quando o Estado afasta totalmente seus interesses do desenvolvimento tecnológico ou se torna incapaz de promovê-lo sob novas condições, um modelo estatista de inovação leva á estagnação por causa da esterilização da energia inovadora autônoma da sociedade para criar e aplicar tecnologia;

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A intervenção Estatal na China e na União Soviética impediu o crescimento tecnológico, mas não causou o mesmo efeito no Japão.

A relação entre a tecnologia e a sociedade é que o papel do Estado, seja interrompendo, seja promovendo, seja liderando a inovação tecnológica, é um fator decisivo no processo geral, à medida que expressa e organiza as forças sociais dominantes em um espaço e uma época determinada.

A revolução tecnológica atual originou-se e difundiu-se em um período histórico da reestruturação global do capitalismo, para o qual foi uma ferramenta básica. Portanto, a nova sociedade emergente desse processo de transformação é capitalista e também informacional, embora apresente variação histórica considerável nos diferentes países, conforme sua história, cultura, instituições e relação especifica com o capitalismo global e a tecnologia informacional.

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Informacionalismo, industrialismo, capitalismo, estatismo: modos de desenvolvimento e modos de produção

O desenvolvimento e as manifestações dessa revolução tecnológica foram moldados pelas lógicas e interesses do capitalismo avançado;

A tentativa do estatismo soviético fracassou a ponto de haver o colapso de todo sistema, em grande parte, em razão da incapacidade do estatismo para assimilar e usar os princípios do informacionalismo;

O estatismo chinês foi bem-sucedido ao transformar-se num capitalismo liderado pelo Estado e ao integrar-se nas redes econômicas globais, aproximando-se mais do modelo estatal desenvolvimentista do capitalismo do leste asiático;

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Informacionalismo é um novo modo de desenvolvimento, historicamente moldado pela reestruturação do modo capitalista de produção, no final do século XX;

As sociedades são organizadas em processos estruturados por relações historicamente determinadas de produção, experiência e poder: Produção é a ação da humanidade sobre a matéria (natureza); Experiência é a ação dos sujeitos humanos sobre si mesmos, determinada pela interação entre as identidades biológicas e culturais desses sujeitos em relação a seus ambientes sociais e naturais; Poder é aquela relação entre os sujeitos humanos que, com base na produção e na experiência, impõe a vontade de alguns sobre os outros pelo emprego potencial ou real de violência física ou simbólica;

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A produção é organizada em relações de classes que definem o processo pelo qual alguns sujeitos humanos, com base em sua posição no processo produtivo, decidem a divisão e os empregos do produto em relação ao consumo e ao investimento. A experiência é estruturada pelo sexo/relações entre os sexos, historicamente organizada em torno da família e, até agora, caracterizada pelo domínio dos homens sobre as mulheres. As relações familiares e a sexualidade estruturam personalidade e moldam a interação simbólica;

O poder tem como base o Estado e seu monopólio institucionalizado da violência, difunde-se em toda a sociedade encerrando os sujeitos numa estrutura rigorosa de deveres formais e agressões informais;

A comunicação simbólica entre os seres humanos e o relacionamento entre esses e a natureza, com base na produção, experiência e poder, cristalizam-se ao longo da história em territórios específicos e assim geram culturas e identidades coletivas;

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A relação entre a mão-de-obra e a matéria no processo de trabalho envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria com base em energia, conhecimentos e informação. A tecnologia é a forma especifica dessa relação;

O produto do processo produtivo é usado pela sociedade de duas formas: consumo e excedente. As estruturas sociais interagem com os processos produtivos determinando as regras para a apropriação, distribuição e uso do excedente. Essas regras constituem modos de produção, e esses modos definem as relações sociais de produção, determinando a existência de classes sociais;

No século XX- dois modos predominantes de produção: o capitalismo e o estatismo. No capitalismo, a separação entre os produtores e seus meios de produção, a transformação do trabalho em commodity e a posse privada dos meios de produção. No estatismo, o controle do excedente é externo à esfera econômica: fica nas mãos dos detentores do poder estatal. O capitalismo visa maximização de lucros. O estatismo visa à maximização do poder, ou seja, o aumento da capacidade militar e ideológica do aparato político;

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As relações sociais de produção e, portanto, o modo de produção determinam a apropriação e os usos do excedente;

Os próprios níveis de produtividade dependem da relação entre a mão-de-obra e a matéria, como uma função do uso dos meios de produção pela aplicação de energia e conhecimentos, é caracterizada pelas relações técnicas de produção, que definem modos de desenvolvimentos;

Cada modo de desenvolvimento é definido pelo elemento fundamental à promoção da produtividade no processo produtivo;

No novo modo informacional de desenvolvimento, a fonte de produtividade acha-se na tecnologia de geração de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos;

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O informacionalismo visa o desenvolvimento tecnológico, ou seja, a acumulação de conhecimentos e maiores níveis de complexidade do processamento da informação. É a busca por conhecimentos e informação que caracteriza a função da produção tecnológica no informacinalismo;

A tecnologia e as relações técnicas de produção difundem-se por todo o conjunto de relações e estruturas sociais, penetrando no poder e na experiência e modificando-os. Dessa forma, os modos de desenvolvimentos modelam toda a esfera de comportamento social, inclusive a comunicação simbólica.

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O informacionalismo e a perestroyka capitalista:

O fator histórico mais decisivo para a aceleração, encaminhamento e formação do paradigma da tecnologia da informação e para a indução de suas conseqüentes formas sociais foi/é o processo de reestruturação capitalista, empreendido desde os anos 80, de modo que o novo sistema econômico e tecnológico pode ser adequadamente caracterizado como capitalismo informacional;

A inovação tecnológica e a transformação organizacional com enfoque na flexibilidade e na adaptabilidade foram absolutamente cruciais para garantir a velocidade e a eficiência da reestruturação;

O informacionalismo está ligado á expansão e ao rejuvenescimento do capitalismo, como o industrialismo estava ligado a sua constituição como modo de produção;

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O processo de reestruturação teve manifestações muito diferentes nas regiões e sociedade de todo o mundo;

Embora a reestruturação do capitalismo e a difusão do informacionalismo fossem processos inseparáveis em escala global, as sociedades agiram/reagiram a esses processos de formas diferentes, conforme a especificidade de sua história, cultura e instituições;

O ser na sociedade informacional: As novas tecnologias da informação estão integrando o mundo em redes globais de instrumentalidade. Mas a tendência social e política característica da década de 1990 era a construção da ação social e das políticas em torno de identidades primárias. Os primeiros passos históricos das sociedades informacionais parecem caracterizá-las pela preeminência da identidade como seu princípio organizacional;

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A busca de uma nova identidade O poder crescente da identidade está relacionado ao macro processo de transformação institucional que estão ligados, em grande medida, ao surgimento de um novo sistema global. Correntes muito difundidas de racismo e xenofobia na Europa Ocidental podem ser relacionadas a uma crise da identidade ao tornar-se uma abstração, ao mesmo tempo em que as sociedades européias, embora vendo sua identidade obscurecida, descobriram nelas mesmas a existência duradoura de minorias étnicas; O surgimento do fundamentalismo religioso também parece estar ligado tanto a uma tendência global como a uma crise institucional; Quando a Rede desliga o Ser, o Ser, individual ou coletivo, constrói seu significado sem a referência instrumental global: o processo de desxonexão torna-se recíproco após a recusa, pelos excluídos, dalógica unilateral de dominação estrutural e exclusão social.

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Entrevista Folha - 2010

No caso específico do Brasil, qual a sua percepção?O Brasil segue uma dinâmica assistencialista em que da política se esperam subsídios e favores, mais do que políticas. A situação econômica do país melhorou consideravelmente. O que mudou a política aqui é que os dois últimos presidentes, FHC e Lula, eram influentes e controlavam seus partidos muito mais do que eram controlados por ele. Duvido que o país continue a ter essa boa sorte, qualquer que seja o resultado das eleições.A renovação do sistema político exige que as pessoas queiram uma mudança, e isso normalmente ocorre quando existem crises. A internet serve para amplificar e articular os movimentos autônomos da sociedade. Ora, se essa sociedade não quer mudar, a internet servirá para que não mude.

Entrevista Folha – 2010http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2109201022.htm

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http://youtu.be/lHVzOggtVvg

"Castells habla en este fragmento de la construcción de un nuevo espacio público de debate que se ha abierto, y de forma

irreversible. Para el profesor, 'la información y la comunicación”