projeto para escolas 2011/2012 lourinhà· de apresentarem um produto artístico final sobre a...

20
PROJETO PARA ESCOLAS 2011/2012 LOURINHÃ

Upload: dinhthuan

Post on 08-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PROJETO PARA ESCOLAS 2011/2012 LOURINHÃ

INTRODUÇÃO Este é um projeto, com um cariz pedagógico –

artístico, em que a Escola é o Lugar privilegiado

de Intervenção. Onde a Ética e a Estética se

conjugam numa simbiose que dá mote à reflexão,

admiração, deslumbramento e às múltiplas

interpretações das pessoas e do mundo.

Emerge do pressuposto que vivemos numa época em que o consumismo e o

imediato conduzem a nossa vida quotidiana. Parar para pensar e

deslumbrarmo-nos com o que nos rodeia, é, cada vez menos, uma prática das

pessoas nas sociedades actuais.

As crianças e os jovens são os futuros cidadãos activos, são seres humanos

em desenvolvimento, com sensibilidades e curiosidades, medos e anseios

capazes de incrementarem um pensamento criativo, crítico e autónomo, no que

respeita a si próprio, aos outros e ao mundo que os rodeia.

A sua capacidade de espanto, a noção de que os seus conhecimentos são

limitados e a ânsia de se quererem conhecer e compreender o mundo são

aspectos facilitadores.

Esta proposta não implica “adultizar” as crianças e os jovens, antes pelo

contrário, mantém-se o respeito pelo seu livre crescimento, integrando os

momentos próprios da infância e da adolescência, pretendendo-se por isso

desenvolver as suas aptidões e habilidades, estimulando a admiração, a

indagação e a reflexão, tornando-os assim pessoas participativas na

construção de um mundo com referências mais claras e consistentes.

Para potenciar este processo existem diferentes meios e recursos, sendo que,

a Arte surge aqui como dimensão distinta, pelo que é, neste pressuposto, que

nos propomos implementar o presente projeto.

PÚBLICO-ALVO

1 Turma por nível de Ensino e Agrupamento

escolar.

CRITÉRIOS DE SELECÇÃO

A selecção de cada turma por Agrupamento e

nível de Ensino ficará ao critério dos Orgãos de

Gestão do Agrupamento Escolar, bem como, dos docentes ou técnicos de

Educação que acompanharão os alunos, sendo que, a Câmara Municipal da

Lourinhã, sugere, para os 2º, 3º ciclos e secundário, a integração,

preferencialmente, de turmas dos primeiros anos desses ciclos (e.g. 5º, 7º, 10º

anos).

METODOLOGIA

1. Será lançado, no início do ano lectivo, uma Palavra/Conceito que

terá como base de reflexão e inspiração três obras/produções

Artísticas.

2. Assim, para o caso do pré-escolar e 1º ciclo sugere-se trabalhar a

“Palavra” e para os restantes ciclos de ensino o “Conceito”.

3. No decurso do ano lectivo, essas mesmas obras/ produções artísticas

serão analisadas, exploradas e interpretadas em diferentes disciplinas

( para o caso do 2º , 3º ciclos e ensino secundário) tendo sempre como

base a palavra /conceito inicial.

4. Aquando do lançamento da palavra/conceito, serão, igualmente,

entregues pistas de exploração ou questões de reflexão,

que poderão ser trabalhadas em paralelo com a análise e

interpretação das Obras/Produções artísticas.

Exemplo: Para o leitor desta proposta projecto, lançaríamos as

seguintes questões de reflexão:

Pensamos tudo aquilo que dizemos?

A Arte deve ser agradável?

A Arte liberta-nos?

O conhecimento é uma construção ou uma descoberta?

A Ética pode ser prática?

Os conceitos podem ser bonitos?

As ideias podem impedir-nos de pensar?

5. As Obras /Produções artísticas de referência entregues a cada turma

serão de diferentes áreas artísticas (e.g. uma imagem de escultura; um

texto poético ou uma música). Após a análise, reflexão e interpretação

de cada uma e, no seu devido tempo, solicita-se à turma a escolha de

uma outra área artística, diferente das três iniciais (e.g. dança, teatro,

design) para trabalhar com um expert da área (durante 25 Horas) a fim

de apresentarem um produto artístico final sobre a palavra/conceito

lançado no início. Pretende-se trabalhar as obras que foram dadas

como referência e não como modelo para produto final, que se quer

original.

6. O timing de apresentação final dos trabalhos será discutido e

efectivado com o Órgão de Gestão do Agrupamento, docentes

responsáveis e alunos.

7. A proposta para o 1º Ciclo apresenta um figurino excepcional, sendo

que existe, apenas, uma obra de referência, onde se integra o texto e

a ilustração. A área de intervenção artística para a apresentação final

será direccionada para a Dança/ Movimento e a sua apresentação final

integrará a programação da Festa do Conto/Feira do Livro, a realizar

em Junho de 2012.

8. Das fichas de projeto individuais para cada nível de ensino

constam:

1 Palavra/conceito;

2 Pistas de exploração/ questões de reflexão;

3 Obras de referência;

4 As áreas artísticas de sugestão para o

trabalho final.

PRÉ – ESCOLAR

1. PALAVRA / CONCEITO: COR

A Cor é uma percepção visual provocada pela acção de um feixe de fotons (constituído por vários raios de luz desenhados um ao lado do outro) sobre células especializadas da retina que transmitem através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.

A cor é uma das principais características do mundo que nos rodeia. É um

elemento expressivo e simbólico, de fundamental importância na linguagem.

NOTA: Conscientes da complexidade da definição, cabe ao Educador trabalhar a “Palavra” da forma que considerar mais eficiente tendo em conta as características do grupo.

2.PISTAS PARA EXPLORAÇÃO:

A que cheira o amarelo?

A água do mar é azul?

Qual é a cor da pele?

Qual é o contrário de roxo?

A que sabe o verde?

De que cor é a amizade?

Os sonhos são cor-de-rosa?

3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTÍSTICAS DE REFERÊNCIA

ESPETÁCULO “AMARELO”

Amarelo-canário, amarelo-gema, amarelo-claro, amarelo-torrado, amarelo-vivo

muitos são os adjectivos atribuídos a esta cor. Mas na realidade, existem

muitos amarelos ou só um que se transforma, qual camaleão? Às vezes, é

amargo como os limões, outras doce como o mel. Como podemos chegar a

conhecer esta cor tão versátil e intrigante, que se escapa por entre os dedos

como areia quando tentamos agarrá-la? O que seria do mundo se todos

gostássemos só do amarelo?

Ficha artística Criação: Catarina Requeijo

Ideia original: Francisco Moreira

Concepção plástica: Maria João Castelo

Desenho de luz: José Álvaro Correia

Interpretação: Catarina Requeijo

Assistência de encenação: Inês Barahona

Apoio à sonoplastia: Sérgio Milhano

Produção executiva: Francisca Rodrigues

Execução de guarda-roupa: Teresa Louro

Uma co-produção Truta, Maria Matos Teatro Municipal, Centro Cultural Vila Flor

Duração: cerca de 35 minutos s/ intervalo

ESCULTURA MÓBILE de Alexander Calder

Alexander Calder, um artista e escultor americano famoso por inventar o móbile - uma escultura com elementos suspensos por fios, que oscilam ao vento.

LIVRO ILUSTRADO” COMO SE FAZ O COR-DE-LARANJA”

AUTOR: António Torrado Editor: Edições Asa Páginas: 26

4. Áreas artísticas de sugestão para o trabalho final

Design Fotografia Pintura

Dança Vídeo Música

Banda Desenhada Cinema (Ficção; Documental e Animação)…

1 º CICLO

A proposta para o primeiro ciclo, apresenta alguns contornos que a distinguem

das demais, começando pela palavra que lançamos como desafio inicial.

1. PALAVRA / CONCEITO: SAUDADE

2. PISTAS PARA EXPLORAÇÃO:

É mais fácil definir ou sentir a Saudade?

A Saudade é agradável ou desagradável?

Como se diz Saudade em Inglês? E em Francês? E em

espanhol?

3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

LIVRO ILUSTRADO “SAUDADE – UM CONTO PARA SETE

DIAS”

Texto: Claudio Hochman

Ilustração: João Vaz de Carvalho

Editora: Bags of Books

Sinopse

O rei de um país muito distante sabia o significado de todas as

palavras.

Um dia um homenzinho chamado Fernando, vindo de um país onde as

calçadas têm desenhos a preto e branco, perguntou ao rei qual era o

significado da palavra Saudade…

Assessores e familiares, até o próprio Fernando, vão ajudar o Rei a encontrar a

resposta...

ESPETÁCULO DE TEATRO DE MARIONETAS

A partir do livro Saudade, um conto para sete dias foi criado um pequeno

espetáculo na forma de teatrinho habitado por marionetas. Essas marionetas

são figuras planas tiradas das ilustrações do livro.

Ao serem manipuladas pela atriz, essas figurinhas ganham vida numa

expressividade muito própria.

A música acompanha suavemente a passagem do tempo e as aventuras do

Rei mais sábio que alguma vez existiu sobre a terra…

Ficha Técnica

Texto: Claudio Hochman

Ilustrações: João Vaz de Carvalho

Encenação: Claudio Hochman

Intérprete: Ana Cloe

Coordenação da oficina: Ana Cloe

Duração do espectáculo: 25 minutos.

Lotação do espectáculo: 80 pessoas.

OFICINA

A partir do espetáculo Saudade, um conto para sete dias, foi criada uma

oficina que pretende ser um espaço para pensar, experimentar, sentir, o tema

tratado, mas também partilhar o processo de criação do próprio espetáculo.

Metemos a mão na massa e criamos as figuras do nosso imaginário. Através

de recortes e colagens ou desenhos, vamos construir as nossas marionetas

bidimensionais. Depois começamos a dar-lhes vida e exploramos a expressão.

Encontramos o nosso significado para Saudade?

Duração da oficina: 1h15.

Lotação da oficina: 25 alunos

4. PRODUÇÃO ARTÍSTICA FINAL

Pretende-se que os alunos, no decorrer do projeto (durante o ano letivo)

possam explorar, admirar, fruir, reflectir e interpretar a palavra/conceito

SAUDADE.

Em Abril e Maio propõe-se um Workshop/Atelier, contemplando uma

carga horária entre 20 a 30 Horas, com um bailarino/performer, tendo

como objectivo traduzir em movimento a palavra/conceito SAUDADE.

A apresentação final realizar-se-á no decorrer da Festa do Conto/Feira

do Livro, em Junho de 2012.

2º e 3º CICLOS

1. PALAVRA /CONCEITO: BELEZA

O que é agradável de ver e ouvir; o que provoca admiração; qualidade que suscita um prazer estético.

2. QUESTÕES PARA REFLEXÃO

Amamos porque é bonito, ou é bonito porque amamos?

A Beleza é um objecto ou um olhar?

3. OBRAS / PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

LIVRO ILUSTRADO “ORELHAS DE BORBOLETA”

Texto: Luísa Aguiar

Ilustração: André Neves

Editora: Kalandraka

Páginas: 32

GRAFFITI

Esculpido pelo artista português Alexandre Farto aka (sigla da expressão em

inglês also known as, ou também conhecido como) Vhils.

ESCULTURA

“A pequena Bailarina” do artista

plástico francês Edgar Degas

4. ÁREAS ARTÍSTICAS DE SUGESTÃO PARA O TRABALHO

FINAL

Cinema

Design

Dança

Fotografia

Música

Banda Desenhada

Ilustração

Vídeo

Teatro

SECUNDÁRIO

1. PALAVRA /CONCEITO: FELICIDADE Estado de contentamento; oportunidade favorável.

2. QUESTÕES PARA REFLEXÃO: Devemos procurar a Felicidade, ou perceber que ela já lá está?

Precisamos de um motivo para conhecer a Felicidade?

3. OBRAS/PRODUÇÕES ARTISTICAS DE REFERÊNCIA

CONTO ILUSTRADO “SÓ NESTE PAÍS” Do Livro “Contos dos Subúrbios” de Shaun Tan Editora Contraponto “As árvores de fruto recém -plantadas morriam na terra arenosa do quintal

abrasado de sol, lembrando estelas funerárias sob as cordas descaídas do

estendal – um pequeno cemitério de frustrações. Era-lhes quase impossível

encontrar as comidas de que gostavam ou as palavras certas para dizer o que

queriam, mesmo nas coisas mais simples. As crianças quase só falavam para

se queixar.

- Só neste país! – Suspirava muitas vezes a mãe, e ninguém se sentia capaz

de discordar.”

MÚSICA “FELICIDADE” Composição: Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes LETRA Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor Brilha tranquila Depois de leve oscila E cai como uma lágrima de amor A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Para fazer a fantasia De rei ou de pirata ou jardineira e tudo se acabar na quarta feira Tristeza não tem fim Felicidade sim A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar A minha felicidade está sonhando Nos olhos da minha namorada É como esta noite Passando, passando

Em busca da madrugada Falem baixo, por favor Para que ela acorde alegre como o dia Oferecendo beijos de amor Tristeza não tem fim Felicidade sim

ESCULTURA

“Line of Control” do escultor indiano Subodh Gupta

4. ÁREAS ARTÍSTICAS DE SUGESTÃO PARA O TRABALHO

FINAL

Pintura Vídeo Ilustração

Fotografia Design Dança

Banda Desenhada Cinema

Teatro Graffiti …

DA CONCEPÇÃO DO PROJETO À SITUAÇÃO ATUAL

Questões:

Quando é que o projecto foi entregue às escolas?

O projecto foi entregue às escolas em Agosto, antes do início do ano lectivo, de forma a ser integrado no plano de actividades para 2011/2012.

Quem coordena o projecto nos agrupamentos escolares?

Os dois agrupamentos escolares, os existentes no concelho, nomearam um coordenador pedagógico, por agrupamento escolar, para monitorizar o projeto ao longo do ano lectivo, em conjunto, com o coordenador técnico da autarquia.

Como foi feita a selecção das turmas, por parte dos agrupamentos?

Os agrupamentos optaram por analisar todas as manifestações de interesse por partes dos professores. Após a compilação de todas, aferiu-se que são as suficientes para corresponder aos objectivos iniciais do projecto, ou seja, uma turma por nível de ensino e agrupamento escolar.

Já se prevê um nº de alunos abrangidos pelo projecto?

Sim, neste momento serão abrangidos entre 200 a 225 alunos.

Está prevista formação para os professores que integram o projeto?

Sim, está. Serão cedidas aos professores, neste primeiro momento, algumas linhas de orientação para desenvolverem e trabalharem metodologias com o objectivo de estimular a indagação e o pensamento crítico dos alunos Num segundo momento, será dinamizado um workshop em que será abordada e estimulada a site specific art com um performer que desenvolverá um trabalho artístico que privilegia a interligação e pluralidade artística (teatro, movimento, plasticidade...)

Há algum documento orientador para os professores?

Não existe um documento orientador efetivo, mas, sim um conjunto de referências bibliográficas e metodológicas que coadjuvam o professor na exploração das fichas de projeto. As mesmas serão cedidas pelas coordenadoras do projecto em reunião a realizar no final do mês de outubro, com os professores que integram o projecto. A formação artística auxilia os professores para a sua desconstrução, em conjunto com alunos, das obras artísticas de referência. Os professores frequentam a formação com o expert da área artística

seleccionada para a apresentação final?

Sim, o professor participa, igualmente, na formação, em conjunto com os alunos.

?

O Professor tomará como referência, apenas, as obras identificadas no

projeto para a exploração da palavra/conceito?

Sim, sugere-se que sim. Não obstante poderá recorrer a outras obras artísticas que considere pertinentes para estimular a curiosidade estética dos alunos. Mas destacam-se as referidas no projeto, para que se possa aferir a forma como duas turmas do mesmo ano escolar, com as mesmas obras de referência, apresentam os seus trabalhos finais. A escolha da arte para apresentação final pode recair numa das cedidas

enquanto obra de referência?

Não. Pretende-se trabalhar as obras que foram dadas como referência e não como modelo para produto final, que se quer original, estimulando o pensamento divergente dos alunos.

A avaliação do projeto já se encontra definida?

Não. Pretende-se promover a participação de todos os que integram o projeto. Para tal, aguarda-se o final no 1ºperiodo para que, em conjunto com os coordenadores, professores e alunos, se possa definir um modelo de avaliação coerente. Não obstante, existe uma monitorização constante do projeto através da observação participante das coordenadoras que acompanharão todas as acções do mesmo. .

FICHA TÉCNICA Concepção e Coordenação Técnica: Mafalda Miguel Teixeira Divisão de Intervenção Social e Cultural Câmara Municipal da Lourinhã Coordenação Pedagógica: Catarina Alexandre Docente de 1ºciclo Agrupamento de Escolas e J.I. D.Lourenço Vicente Teresa Lopes Docente de Filosofia Agrupamento de Escolas da Lourinhã Design Gráfico: Samuel Alves