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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus Cornélio Procópio PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO SIDNEY LOPES SANCHEZ JÚNIOR PRODUÇÃO TÉCNICA EDUCACIONAL MANUAL ILUSTRADO: UM GUIA PRÁTICO E VISUAL PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL À PARTIR DA COMPREENSÃO DA COGNIÇÃO NUMÉRICA CORNÉLIO PROCÓPIO PR

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

    Campus Cornélio Procópio

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO

    SIDNEY LOPES SANCHEZ JÚNIOR

    PRODUÇÃO TÉCNICA EDUCACIONAL

    MANUAL ILUSTRADO: UM GUIA PRÁTICO E VISUAL PARA O ENSINO DA

    MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL À PARTIR DA COMPREENSÃO DA COGNIÇÃO NUMÉRICA

    CORNÉLIO PROCÓPIO – PR

  • 2018

  • SIDNEY LOPES SANCHEZ JÚNIOR

    PRODUÇÃO TÉCNICA EDUCACIONAL

    MANUAL ILUSTRADO: UM GUIA PRÁTICO E VISUAL PARA O ENSINO DA

    MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL À PARTIR DA COMPREENSÃO DA COGNIÇÃO NUMÉRICA

    Produção Técnica Educacional apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Cornélio Procópio, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ensino. Orientadora: Profª. Drª. Marília Bazan Blanco.

    CORNÉLIO PROCÓPIO – PR 2018

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    INTRODUÇÃO

    Este manual foi elaborado a partir da compreensão da Cognição

    Numérica e dos documentos oficiais que orientam a ação pedagógica na Educação

    Infantil, com o objetivo de tornar esse conhecimento acessível aos professores que

    ensinam Matemática nesse nível de ensino.

    As atividades contidas neste Manual foram implementadas e

    analisadas em um curso de capacitação para os professores da Educação Infantil da

    cidade de Cornélio Procópio, Estado do Paraná. O curso, com duração de 30 horas,

    foi implementado na Universidade Estadual do Norte do Paraná, Capus Cornélio

    Procópio, contando com a participação de oito educadoras infantis da rede municipal

    de educação, durante os meses de outubro e novembro de 2017.

    A partir dos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação

    Infantil – RCNEI (BRASIL, 1998), entende-se que o ensino da Matemática deve

    oportunizar o desenvolvimento da capacidade de estabelecer relações com o

    cotidiano, por meio da contagem, relações espaciais, reconhecer e valorizar os

    números, contar oralmente e comunicar ideias matemáticas. Já as Diretrizes

    Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) abordam as interações e a

    brincadeira como eixos norteadores da prática pedagógica na Educação Infantil, e

    sugerem que esta prática garanta experiencias que possibilitem à criança recriar, em

    contextos significativos, relações quantitativas que incentivem a curiosidade,

    exploração, encantamento, questionamento, a indagação em relação ao mundo

    físico e social (BRASIL, 2010).

    As atividades propostas neste Manual têm como objetivo contribuir

    para o desenvolvimento das habilidades da Cognição Numérica e favorecer a

    divulgação deste conhecimento entre os professores. A partir desta compreensão, o

    professor pode utilizar deste Manual para auxiliar em sua prática de ensino dos

    conteúdos de Matemática.

    A Cognição Numérica é a área da Neurociência e da Psicologia

    Cognitiva que entende que a Matemática mais complexa e abstrata evolui de uma

    Matemática mais simples, e pode ser influenciada por fatores biológicos, cognitivos,

    educacionais e culturais. Constitui-se em um sistema primário, o Senso Numérico, e

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    sistemas secundários como o Processamento Numérico, que subdivide em

    Compreensão Numérica e Produção Numérica, e o Cálculo.

    1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA

    1.1 SENSO NUMÉRICO

    O Senso Numérico é uma faculdade inata que permite ao homem

    discriminar a retirada ou adição de elementos em um pequeno grupo (DEHAENE,

    NACCACHE; 2001). É a capacidade do indivíduo compreender rapidamente,

    aproximar, manipular, representar, comparar, estimar, julgar magnitudes não

    verbais, somar e subtrair números sem a utilização de recursos de contagem, sendo

    composto pela subitização e aproximação de grandes numerosidades.

    Entende-se por subitização a capacidade de discernir rapidamente o

    número de um conjunto com até 4 elementos (LAKOFF; NUNEZ, 2000) e responder

    diferencialmente ao acréscimo ou retirada de elementos nesse conjunto (LORENA,

    CASTRO-CONEGUIN, CARMO; 2012). Já a aproximação de grandes

    numerosidades, ou estimativa, é a capacidade de discriminar diferenças entre

    conjuntos de objetos, de forma aproximada, principalmente quando houver maior

    discrepância entre os conjuntos, de acordo com Hauser e Spelker (2004).

    As atividades propostas neste Manual têm como objetivo o

    desenvolvimento do Senso Numérico, afim de formar estruturas básicas para o

    desenvolvimento do conceito de número, a contagem e a aritmética, pois as crianças

    com um Senso Numérico bem desenvolvido conseguem transitar tranquilamente

    entre o mundo real das quantidades e o mundo matemático dos números (GEARY;

    2000, CASE 1998).

    1.2 CONTAGEM

    Estudos evidenciam que, para o desenvolvimento dos

    conhecimentos matemáticos, a contagem é uma habilidade essencial, e aqueles que

    desenvolvem melhor essa capacidade terão um melhor desempenho em realizar

    cálculos simples e complexos (SPERAfiCO, 2014)

    Os autores Gelman e Gallistell (1978), afirmam que esta habilidade

    é guiada por cinco princípios, que são: correspondência de um-para-um

    (entendimento de que cada objeto é contado apenas uma vez), ordem estável (uso

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    dos numerais em ordem fixa), cardinalidade (a quantidade de objetos significa o

    último numeral falado), irrelevancia da ordem de contagem (qualquer ordem de

    realizar a contagem não altera o resultado) e gerenalização (o mesmo princípio de

    contagem para conjuntos de quais quer elementos).

    1.3 PROCESSAMENTO NUMÉRICO

    O Processamento Numérico faz parte das habilidades matemáticas

    secundárias, e compreende os mecanismos de Compreensão Numérica e Produção

    Numérica. Em ambos os mecanimos existem componentes para processar numerais

    arábicos (dígitos) e para numerais verbais (lidos ou escritos), e componentes de

    processamento lexical e sintático (MC CLOSKEY, CARAMAZZA, BASILI, 1985).

    As atividades matemáticas de nossa cultura fazem com que nosso

    cérebro recrute vários circuitos nervosos que, mesmo não sendo geneticamente

    específicios da matemática, integram-se com os circuitos originais que lidam com as

    noções de quantidades (COSENZA, GUERRA, 2011). Então, Dehaene (1992) e

    Dehaene e Cohen (1995) propõem um modelo denominado de Triplo Código, que

    explica como se dá a manipulação dos números pelo cérebro.

    Este modelo propõe três maneiras pelas quais as informações

    numéricas podem ser manipuladas pelo cérebro, sendo a primeira a forma numérica

    visual arábica (que é uma representação interna de dígitos, como por exemplo 52). A

    segunda denomina-se de forma verbal, na qual os números são representados em

    uma sequência de palavras (o número cinquenta e dois, pode ser percebido como

    cinco dezenas e duas unidades) e a terceira é a representação analógica de

    magnitudes (a quantidade e a magnitude são relacionadas ao número dado). Essa

    representação pode ser percebida e mostrada em uma linha numérica orientada.

    1.4 LINHA NUMÉRICA MENTAL

    De acordo com Von Aster e Shalev (2007), o Senso Numérico

    consiste na habilidade de manipular magnitudes não verbais em uma linha numérica

    mental, orientada espacialmente, que é a capacidade de ordenar as quantidades em

    um contínuo (de zero a infinito). Essa linha numérica mental se desenvolve a partir

    de experiências na pré-escola e ensino primário que a criança tem com os números,

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    dependendo de outras funções cognitivas como a linguagem e a memória

    operacional, considerada, assim, uma habilidade secundária.

    As autoras Silvia, Ribeiro e Santos (2015), consideram que é o

    desenvolvimento da linha numérica mental que marca a passagem das habilidades

    inatas para as habilidades matemáticas secundárias.

    1.5 CÁLCULO

    Para Santos (2015), o Cálculo necessita de ensino formal, por isso é

    desenvolvido na criança de forma mais tardia. Além dos mecanismos de

    processamento numérico, o Cálculo exige mecanismos mais específicos.

    McCloskey, Caramazza e Basili (1995) apresentaram três componentes principais de

    sistema de Cálculo, sendo estes: 1) mecanismo de processamento de operação

    símbolo/palavra, para processar símbolos operacionais (+, -, x, ÷) ou palavras (mais,

    menos ,soma, divisão), que identificam a operação; 2) armazenamento de fatos

    aritméticos, que permite recordar de fatos aritméticos; 3) procedimentos de cálculo.

    A partir desses modelos propostos, o presente Manual apresenta

    atividades que visam o desenvolvimento da Cognição Numérica.

    2 PRODUÇÃO TÉCNICA EDUCACIONAL

    O Produto Técnico Educacional apresentado neste documento é

    parte integrante da Dissertação de Mestrado Institulada: “O Ensino da Matemática

    na Educação Infantil e a compreensão da Cognição Numérica”, disponível em

    . Para maiores informações, entre em

    contato com o autor: Sidney Lopes Sanchez Júnior pelo e-

    mail:[email protected].

    http://www.uenp.edu.br/mestrado-ensino

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    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O produto elaborado tem como objetivo contribuir para a prática

    pedagógica dos professores da Educação Infantil, no que tange ao ensino da

    Matemática. Cabe mencionar que adaptações nas atividades serão, provavelmente,

    necessárias, em função dos contextos que cada professor e crianças vivenciam.

    Destaca-se a importancia do professor compreender o modelo da

    Cognição Numérica, que subsidia teoricamente este Manual Ilustrado, para que

    possam planejar as atividades adequadamente, a partir de seus objetivos

    estabelecidos. Espera-se, com uso das atividades propostas, proporcionar uma

    aprendizagem significativa e prazerosa por parte dos alunos.

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    REFERÊNCIAS

    CASE, R. A. Psychological model of number sense and its development. Paper presented at the annual meeting of the American Educational Research Association, San Diego, Califórnia 1998. COSENZA, R. M. GUERRA, L. B; Neurociência e Educação: Como o cérebro aprende. Artmed. Porto Alegre, 2011. DEHAENE, S. Varieties of numerical abilities. Elsevier Science Publishers B.v. All Rigths Reserved, Paris, v. 1, n. 44, p.1-42, jan. 1992. DEHAENE, S. NACCACHE, L. Towards a cognitive neurocience of consciousness: basic evidence and a workspace framework. Elsevier. Cognition, 2001, p. 1-37. GEARY, D. C. Fom infancy to adulthood: the development of numerical abilities. Europe Child & Adolescent Psychiatry, Columbia, v. 1, n. 9, p.11-16, jan. 2000. GELMAN, R.; GALLISTEL, C. R. The child’s understanding of number. Cambridge. 1998. 260 p. HAUSER, M.; SPELKE, E. Evolutionary and developmental fundations of human knowledge In:GAZZANICA, M. The Cognitive Neuroscience, III. MIT Press, Cambridge, 2004. LAKOFF, G. NUNEZ, R. E. Where Mathematics Comes From. How the Embodied Brings Mathematics Into Being. Ed. Basic. New York, 2000. LORENA, A. B. de; CASTRO-CONEGUIM, J. de F.; CARMO, J. dos S. Habilidades numéricas básicas: Algumas contribuições da análise do comportamento. Estudos de Psicologia, São Carlos: v. 3, n. 18, p.439-446, jul. 2013. MCCLOSKEY. M., CARAMAZZA, A., BASILI, A. Cognitive Mechanism in Number Processing and Calculation: Evidence from Dyscalculia. Brain and Cognition, v. 4, p. 171 – 196, 1985. SANTOS, F. H. dos. ANDRADE, V. M., ORLANDO, B. F. A. Neuropsicologia hoje. 2° ed. Artmed. São Paulo. 2015. SILVA, P. A.; RIBEIRO, F. S.; SANTOS, F. H. dos. Cognição numérica em crianças com transtornos específicos de aprendizagem. Temas em Psicologia, Bauru, v. 23, n. 1, p.197-210, 2015. Associação Brasileira de Psicologia. Disponível em: . Acesso em: 18 jan.2017. SPERAFICO, Y. L. S. Intervenção no uso de procedimentos e estratégias de contagem com alunos dos anos iniciais com baixo desempenho em

    http://dx.doi.org/

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    matemática. Revista de Psicopedagogia, Petrópolis - Porto Alegre, v. 94, n. 31, p.11-20, jan. 2014. VON ASTER. M. G.; SHALEV, R. S. Number development and developmental dyscalculia. Developmental Medicine & Child Neurology, Berlin, Germany, n. 49, p.868-873, jan. 2007.