processos relacionais
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Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco
Processos RelacionaisA perceo dos Outros
Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco
Pedro Alberto da Costa Maia
Curso Tcnico de Restaurao
Processos RelacionaisA perceo dos Outros
Pedro Alberto da Costa Maia
Curso Tcnico de Restaurao
Processos Relacionais
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ndice
1. Introduo..................................................................................................................... 3
2. A perceo dos Outros................................................................................................ 4
2.1. Cognio social e atitudes.................................................................................... 4
2.1.1. O conceito e as componentes da atitudes......................................................... 6
2.1.2. Formao e desenvolvimento de atitudes......................................................... 8
2.1.3. A mudana de atitudes..................................................................................... 8
2.2. Perceo social e categorizao........................................................................... 8
2.2.1. Formao de impresses.................................................................................. 8
2.2.2. As expectativas................................................................................................. 11
2.2.3. Representaes sociais..................................................................................... 12
2.2.4. Os estatutos e os papis sociais........................................................................ 13
2.2.5. Esteretipos e preconceitos.............................................................................. 14
3. Concluso....................................................................................................................... 18
4. Webliografia................................................................................................................... 19
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1. Introduo
"Num frio dia de Inverno, alguns porcos-espinhos juntaram-se para
se aquecerem com o calor dos seus corpos, para no enregelarem.
Mas depressa viram que se estavam a picar e afastaram-se.
Quando de novo ficaram com frio e se juntaram, repetiu-se a
necessidade de se manterem separados at descobrirem a distncia
adequada a que se podem tolerar. Assim na sociedade, onde o
vazio e a monotonia fazem com que os homens se aproximem, mas
os seus mltiplos defeitos, desagradveis e repelentes, fazem com
que se afastem."
Em 1851, o filsofo alemo, Arthur Schopenhauer, exps esta fbula do porco-espinho, que retrata
claramente a depndencia que, como seres vivos, temos uns dos outros. Somos seres sociais,
vivemos em sociedade e, portanto, a relao com os Outros torna-se um elemento fulcral na
nossa vida.
importante estudar as relaes interpessoais em psicologia, porque muitos dos nossos
comportamentos dependem do modo como nos comportamos em sociedade, como nos
relacionamos com os outros.
Deste modo, a comunicao interpessoal, entendida como um processo de interao social
recproca entre duas ou mais pessoas, cuja relao poder influenciar no comportamento, na
motivao e no estado emocional do emissor ou do receptor, ocorre nas relaes das pessoas
como sujeitos membros de um determinado grupo social e cultural. Este processo, pelo qual ideias
e sentimentos se transmitem de indivduo para indivduo sem dvida fundamental para o
homem, enquanto ser social e cultural
Deste modo, pretendo, com este trabalho, abordar a temtica das relaes interpessoais, na
perspetiva da perceo dos Outros, procurando dar respostas s seguintes questes:
Que processos medeiam a nossa relao com o mundo social? Como se organizam? Quais as suas
funes?
Que processos esto implicados na cognio social? Como que cada um desses processos
contribui para aquilo que pensamos, sentimos e agimos? De que forma influenciam as nossas
relaes com o Mundo e com os outros?
O que so atitudes? Que relao existe entre atitudes e comportamentos?
Como se constroem as atitudes? Por que que mudamos de atitudes? Que processos esto
implicados nestas mudanas?
Como formamos impresses das pessoas com quem nos encontramos pela primeira vez? Como se
transmitem as expectativas e as representaes sociais? Qual o papel dos esteretipos na vida
social?
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2. A Perceo dos Outros
2.1. Cognio Social e atitudes
2.1.1. O conceito e as componentes das atitudes
Cognio o conjunto de processos mentais relativos ao conhecimento que se manifestam em diferentes
formas: perceo, aprendizagem,
memria, conscincia, ateno,
imaginao, entre outras.
O termo social refere-se a uma interao
de organismos com outros organismos e
da sua coexistncia coletiva
independentemente deles terem ou no
conscincia disso e de o fazerem ou no
de forma voluntria.
Ento, cognio social o conjunto
de processos que esto subjacentes
ao modo como encaramos os outros,
a ns prprios e a formo como
interagimos. A cognio social refere-
se, assim, ao papel desempenhado
por fatores cognitivos no nosso
comportamento social, procurando
conhecer o modo como os nossos
pensamentos so afetados pelo
contexto social imediato e
como afetam o nosso
comportamento social. A
cognio social uma forma
de conhecimento e de relao
com o mundo e os outros,
com o mundo social.
Como temos uma capacidade
limitada de processamento
de informao relativa ao
mundo social, recorremos a
esquemas que representam o
nosso conhecimento sobre
ns, sobre os outros e sobre
os nossos papis no mundo
social.
Os processos da cognio
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social so: formao de impresses, expectativas, esteretipos, atitudes, preconceitos e
representaes sociais, que sero abordados mais frente.
A atitude uma tendncia ou predisposio para responder a um determinado objeto social
(pessoa, situao) de uma forma positiva ou negativa. A atitude no , portanto, um
comportamento, mas uma predisposio, uma tendncia relativamente estvel para uma pessoa
se comportar de determinada maneira. As atitudes no so diretamente observveis: inferem-se
dos comportamentos.
As componentes das atitudes so:
- Componente cognitiva refere-se s ideias e crenas sobre um objeto social (pessoa, situao,
grupo social).
- Componente afetiva refere-se aos sentimentos e ao sistema de valores: a pessoa desenvolve
sentimentos positivos ou negativos, agradveis ou desagradveis, relativamente ao objeto social.
- Componente comportamnetal conjunto de respostas do sujeito face ao objeto social e que
depende das ideias e crenas bem como dos valores.
a partir de uma informao ou convico, a que se atribui um sentimento, que se desenvolve
um conjunto de comportamentos.
Ex.: Atitude face sida
- componente cognitiva crenas de que a sida fatal;
- componente afetiva assustador contrair sida;
- componente comportamental mudana de prticas sexuais.
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2.1.2. Formao e desenvolvimento de atitudes
Em praticamente todos os aspetos da nossa vida social estamos continuamente procura das
atitudes dos outros, a manifestar os nossos pontos de vista e a tentar mudar a opinio de algum.
Discordamos dos outros, sobre as atitudes mais apropriadas face a qualquer questo. As atitudes
so importantes para compreendermos os esteretipos, os preconceitos, as intenes de voto, o
comportamento dos consumidores ou a atrao interpessoal. As atitudes tambm so
importantes porque esto presentes naquilo que pensamos, sentimos e na forma como agimos
face a objetos, pessoas, face a ns prprios.
Se virmos uma pessoa a requisitar sistematicamente filmes de artes marciais, um
comportamento, podemos deduzir que essa pessoa gosta de artes marciais, uma atitude. Existe
uma diferena entre atitudes e caractersticas pessoais. Da atitude "gostar de artes marciais",
podamos inferir um trao de personalidade, " uma pessoa agressiva e violenta". As atitudes so
tendncias para pensarmos, sentirmos e nos comportarmos que se distinguem dos traos de
personalidade, que so mais estveis, e dos estados emocionais, que so mais passageiros.
So as nossas crenas que suportam as atitudes. As crenas so aquilo que acreditamos ser
verdade acerca do mundo. Por exemplo, se acreditamos em Deus, esta verdade central nas
nossas vidas e influencia o nosso comportamento. As crenas so muito resistentes mudana.
Os valores tambm influenciam as atitudes. Os valores so os nossos cdigos ticos e morais,
dependentes das normas e dos grupos a que pertencemos. Influenciam o modo como conduzimos
a nossa vida, o que valorizamos numa relao, o que devemos fazer numa situao. Tambm os
valores so muito resistentes mudana.
muito difcil no termos atitudes face s pessoas, s coisas e aos acontecimentos. Por exemplo,
abordar a despenalizao do consumo de drogas leves sem manifestar atitudes, se certo ou se
errado, quase impossvel.
As atitudes tm um papel importante na nossa vida porque orientam a forma como nos
relacionamos com os outros, as causas polticas que apoiamos, as posies que tomamos face a
questes s