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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA MG QUADRO II - A - INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL EXERCÍCIO 2018

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA – MG

QUADRO II - A - INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL

EXERCÍCIO 2018

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

MUNICIPIO DE TUMIRITINGA/MG

QUADRO II - A - INVENTÁRIO DE PROTEÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL

EXERCICIO 2018

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

EDITORIAL

Prefeitura Municipal Tumiritinga

Juliano Souza Vicente

Prefeito Municipal

Lusmar Bispo

Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural

ELABORAÇÃO

Equipe Técnica

Carlos Humberto C. Junior

Arquiteto Urbanista - CAU-BR nº 107250-1

Joaquim Lister Gonçalves

Advogado / OAB/MG 110.203

Yres Gomes da Silva

Historiadora

Silvana Nunes Camilotti

Tecnóloga Gestão Ambiental

Lister Lucas Rodrigues Gonçalves

e Amanda Aiara Rodrigues

Fotógrafo

Instituto Eixo Cultural

Rua 14, n°163, Ilha dos Araújos – Governador Valadares/MG

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Sumário

1 INTRODUÇÃO

2 Dados do Município

2.1 Dados Gerais

2.2 Dados gerais dos distritos, Córregos e povoados

2.3 Patrimônio Protegido

2.4 Patrimônio Inventariado

2.5 Arquivos

2.6 Bens Naturais

2.7 Patrimônio Imaterial

2.8 Informes Gerais

2.8.1 Informe Histórico do Município de Tumiritinga

2.9 Aspectos Físicos e Naturais

2.10 Referências Arquivistas e Bibliográficas

2.11 Ficha de Informações Gerais

3- Objetivos

4- Critérios de Identificação dos Bens Culturais

4.1 Caracterização das Áreas a Serem Inventariadas

4.2 Definição das Áreas a ser Inventariadas

4.2.1 Área I: Área Urbana do Distrito Sede

4.2.2 Área II: Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

4.2.3 Área III: Área da Zona Rural e Povoados

4.3 Tipologia

5 Documentação Cartográfica

5.1 Mapa Município

5.2 Mapa da Cidade

6 Levantamento Fotográfico

7 Relação dos Bens a Serem Inventariados

7.1 Área I: Área Urbana do Distrito Sede

7.2 Área II: Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

7.3 Área III: Área da Zona Rural e Povoados

8 Cronograma

9 Plano de Ação

9 Equipe Técnica

10 Ata de Aprovação do Plano de Inventário

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

1 - Introdução

O Departamento Municipal do Patrimônio Cultural e Turismo da cidade de

Tumiritinga têm como objetivo geral realizar até o final de 2028 inventários nas áreas

definidas neste momento, do ano de 2016. Consideram-se estas áreas, pelos bens que se

destacam cultural e historicamente. Espera-se no desenrolar deste Plano de Inventário que a

Secretária Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer de Tumiritinga e a comunidade

possam: preservar o Patrimônio Cultural em suas distintas categorias; proteger bens culturais

identificadores da história da comunidade; levantar e registrar dados acerca de bens relevantes

para o município; envolver a população com todas as possíveis questões culturais e históricas

do Patrimônio Público; complementar política de Educação Patrimonial no Município;

diagnosticar e divulgar o potencial turístico e Cultural de Tumiritinga; servir de fonte de apoio

e de consulta para o planejamento administrativo na cidade.

Com o objetivo de apresentar ao IEPHA/MG, o plano de Inventário do Município de

Tumiritinga, de acordo com as determinações do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural -

CONEP- Deliberação Normativa nº 02/2012, conforme Lei Estadual n° 13.803/2000 foi

elaborado em conjunto com os funcionários da Secretária Municipal de Cultura, Turismo,

Esporte e Lazer, em especial, do Departamento de Patrimônio Cultural, através da consultoria

técnica do arquiteto Carlos Humberto C. Junior, da historiadora Yres Gomes da Silva e do

advogado Joaquim Lister Gonçalves, através do Instituto Eixo Cultural. O conhecimento dos

acervos existentes na região foi consolidado a partir de reuniões dos técnicos com os

membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Tumiritinga, que indicaram, com

base em cartas topográficas, as localidades com potencial para inventariamento.

Pesquisas documentais foram realizadas nos Arquivos da Prefeitura Municipal e no

Arquivo Público Mineiro; além de levantamento bibliográfico. As pesquisas foram

complementadas por entrevistas com moradores locais e levantamentos documentais, de

campo, fotográfico e de bases cartográficas. Os trabalhos de campo e as pesquisas

documentais ocorreram no meses de março, abril e maio de 2015. A etapa de elaboração dos

dados em laboratório ocorreu entre os meses de março a novembro de 2015.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Os trabalhos de campo tiveram a participação ativa de membros do Conselho

Municipal do Patrimônio Cultural e da Equipe Técnica da Secretária Municipal de Cultura,

Turismo, Esporte e Lazer, em especial, de Lusmar Bispo, presidente do Conselho Municipal

de Patrimônio Cultural de Tumiritinga.

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2 - Dados do Município

2.1 – Dados gerais:

Município: Tumiritinga

Emancipação: 19/03/1949

Fundação: 1908

População: 6.293 (IBGE 2010)

Área Total: 497 km²

CEP: 35125-000

Mesorregião: Vale do Rio Doce

Altitude máxima: Serra Queiroguinha

Local: 560m

Altitude Mínima: Foz do Rio Caratinga

Local: 187m

Área do Município: 500,073km²

População: 6.293 hab

Homens: 3198

Mulheres: 3095

Dens. Demográfica: 12,58 hab./km²

População Urbana: 4.407

População Rural: 2.225

Distrito sede: Tumiritinga Distritos: São Geraldo de Tumiritinga

Principal atividade econômica: indústria de tijolos cerâmicos e bovinocultura de gado

leiteiro e corte.

Bacia e componentes hidrográficos: Bacia do Rio Doce/Principais rios: Rio Caratinga e

Rio Doce.

Legislação urbana municipal: Lei Orgânica do Município

Número estimado de edificações: Informação não disponível

2.2 - Dados gerais: dados gerais dos distritos, Córregos e povoados:

Distrito sede: Tumiritinga População: 6293 habitantes

Principal atividade econômica: indústria

de tijolos cerâmicos e bovinocultura de

gados leiteiros.

Distrito: São Geraldo de Tumiritinga População: Informação não disponível

Principal atividade econômica:

comércio, prestação de serviços,

bovinocultura de gado leiteiro.

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Distrito Povoado Distância da Sede N.º de

Famílias

São Geraldo de

Tumiritinga

32 km 251 famílias

Divino do Sul 32 km 80 famílias

Alegre 19 km 6 famílias

Assentamento 1º de junho 3 km 65 famílias

Assentamento Cachoeirinha 1 km 37 famílias

Balaio 28 km 9 famílias

Bananal 30 km 8 famílias

Capivara 16 km 20 famílias

Prata 19 km 85 famílias

Itaúna 25 km 40 famílias

Limeirão 3 km 27 famílias

Perdida 16 km 15 famílias

São Tomé do Rio Doce 14,6 km 19 famílias

Volta Graned 35 km 40 famílias

2.3 Patrimônio Protegido:

Nível de Proteção Denominação Localidade Inventário/Ano

Tombamento

Municipal

Conjunto

Paisagístico da

Praia do Jaó

Na margem direita

do Rio Doce, na

porção Nordeste

do município

Sim/2006

2.4 Patrimônio inventariado pelo município:

Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Denominação Endereço Ano Área Ano de

atualização

Capela Divino Espírito

Santo

Rua Bias Fortes, 950 2003 1

Capela São João da Barra São João da Barra - Córrego da

Perdida

2003 1

Igreja Evangélica

Assembléia de Deus

Avenida Amazonas, 780 2003 1

Igreja Matriz Sagrado

Coração de Jesus

Praça Tiradentes, S/N 2003 1

Igreja do Sagrado Coração

de Jesus

Avenida Getúlio Vargas, 1079 2003 1

Igreja Presbiteriana do Praça Leôncio Medeiros, 613 2003 1

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Brasil

Estação Ferroviária de

Tumiritinga

Praça João Luiz Costa 2003 1

Pensão Av. Amazonas, 730 2003 1

Museu Municipal de

Tumiritinga

Avenida Amazonas, 757 2003 1

Residência Avenida Amazonas, 535 2003 1

Residência Avenida Getúlio Vargas, 1145 2003 1

Residência Rua Rio de Janeiro, 223 2003 1

Residência Avenida Amazonas, 520 2003 1

Residência Avenida Getúlio Vargas, 873 2003 1

Sobrado Rua São Salvador, 146 2003 1

Sede da Prefeitura

Municipal de Tumiritinga

Avenida Amazonas, 812 2008 1

Escola Municipal

Professora Alcina Silva de

Miranda

Avenida Amazonas, 890 2008 1

Bar do Promessa Avenida Amazonas, 922, esq. com

Rua Minas Gerais -

2008 1

Associação em Defesa dos

Pequenos em Mutirão de

Tumiritinga

Avenida Getúlio Vargas, S/N

2008 1

Açougue Estrela e

residência de Sílvio Rocha

Avenida Getúlio Vargas, 762 2008 1

Residência do pastor Luiz

Fernando Sotero

Avenida Getúlio Vargas, 726 2008 1

Antigo estabelecimento

comercial e residência de

Marinete Macedo

Avenida Getúlio Vargas, 705

2008 1

Tumiritinga Social Clube Avenida Getúlio Vargas, 681 2008 1

Imóvel de Delvani

Guimarães

Praça Tiradentes, 108 (no lugar da

residência de Élcio Calixto, Avenida

Getúlio Vargas, 651

2008 1

Praça Tiradentes Praça Tiradentes, S/N 2008 1

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Residência de Sebastião

Sabino da Silva

Praça Tiradentes, 65

2008 1

Panificadora, lanchonete,

casa lotérica e guichê de

passagens da Viação

Guarani

Praça Tiradentes, 91a e 91b

2008 1

Posto de saúde de

Tumiritinga

Praça Tiradentes, 91a e 91b 2009 1

Residência de Olânia

Rodrigues Coelho (antigo

bar de Bastião Coelho)

Praça Tiradentes, 114 2009 1

Imóvel sem uso (antigo

armazém, cinema e teatro

da família Pettersen)

Avenida Amazonas, 670 2009 1

Sede do Santa Cruz

Futebol Clube

Avenida Amazonas, 700 2009 1

Coreto e Sorveteria Bom

Gosto

Praça Leôncio Medeiros, S/N 2009 1

Residência de Nely

Caetano Santos

Avenida Getúlio Vargas, 831 2009 1

Imóvel sem uso (antiga

serraria de Geraldo

Moreira)

Avenida Getúlio Vargas, 1175 2009 1

Imóvel sem uso, de Agenor

Vermelho

Rua da Balsa, 1276 2009 1

Conjunto de casas

populares

Rua Conceição Alves da Rocha

2009 1

Residência de Hernandes

da Silva Costa

Rua Maria Inácia, 112 - 2009 1

Mercearia "Souza e

Bernardes”

Avenida Getúlio Vargas, n°1009 2009 1

Bens Móveis e Integrados

Carro de Boi Avenida Amazonas, 812 2010 1

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Tela Avenida Amazonas, 825 2010 1

Imagem do Sagrado

Coração de Jesus

Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Ostensório em latão Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Âmbula em latão Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Conjunto para procissão,

com Cruz Processional e

par de tochas em metal

Praça Tiradentes, S/N

2010 1

Imagem de Santo Antônio

de Pádua

Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Sino da Igreja Matriz

Sagrado coração de Jesus

Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Canastra Travessa São Paulo, 697 2010 1

Bule de ferro Travessa São Paulo, 697 2010 1

Imagem São Sebastião Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Fonte/chafariz Praça Tiradentes, S/N 2010 1

Antiga Quadra de Malha - Avenida Amazonas, S/N 2010 1

Chaminé Rua Rio de Janeiro, 414 2010 1

Patrimônio Imaterial - Ofícios e Modos de Fazer

Produção de Doces e

Chuck

Rua São Paulo, nº 84 2011 1

Artesanato em Madeira de

José Pavuna

Fazenda Califórnia 2011 1

Pintura artesanal em tecido

de Darci

Avenida Amazonas, 865 2012 1

Pintura em óleo sobre tela

de Darci Perez

Avenida Amazonas, 865

2012 1

Esculturas Jorge Aun Av. Amazonas, 711 2012 1

Patrimônio Imaterial - Celebrações

Carnajaó Distrito Sede 2011 1

Semana Santa Distrito Sede 2011 1

Aniversário da Cidade Distrito Sede 2011 1

Festa do Sagrado Coração

de Jesus – Padroeiro

(patrono) do Município

Distrito Sede 2011 1

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Festa de Nossa Senhora

Aparecida

Distrito Sede 2011 1

Festa Junina Distrito Sede 2011 1

Comemorações do Mês de

Maria

Distrito Sede 2011 1

Sete de Setembro Distrito Sede 2011 1

Grupo de Reisado Neca

Guimarães

Distrito Sede 2011 1

Patrimônio Imaterial - Lugares

Baixada do Clube

Parte dos fundos dos terrenos dos

imóveis da Avenida Getúlio

2011 1

Base da Antiga Estação

Ferroviária de Tumiritinga

Avenida Amazonas, S/N

2011 1

Feira Livre Rua 04, nº 40

2012

Patrimônio Imaterial - Personalidades

Maria Marta

Distrito sede

2012

Espiridião Pereira Dias

Travessa São Paulo, s/nº

2012

Antônio Escolástico da

Cruz

Rua G, nº 1.165

2012

Arquivos

Livros de Registros de

Batismo e Casamentos da

Paróquia do Sagrado

Coração de Jesus

Av. Getúlio Vargas (Casa Paroquial)

2012

Galeria dos Prefeitos Avenida Amazonas, nº 864 2012

Arquivo de Fotografias

Antigas de Tumiritinga em

meio digital

Avenida Amazonas, nº 864

2012

2.5 Arquivos

Livros de Registros de Batismo e Casamentos da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus

Galeria dos Prefeitos

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Arquivo de Fotografias Antigas de Tumiritinga em meio digital

2.6 Bens Naturais

Prainha do Jaó

Gruta

Rio Doce

2.7 Patrimônio Imaterial

Carnajaó

Semana Santa

Aniversário da Cidade

Festa do Sagrado Coração de Jesus - Padroeiro (patrono) do Município

Festa de Nossa Senhora Aparecida

Festa Junina

Comemorações do Mês de Maria

Sete de Setembro

Grupo de Reisado Neca Guimarães

2.8 Informações Gerais

2.8.1 Informe Histórico do município

Etimologicamente, o nome do município de Tumiritinga é uma contração da expressão

Itu-mirim-tinga, que em tupi-guarani significa cachoeirinha de águas claras. O primeiro nome

dado à cidade foi Parada da Cachoeirinha. Entretanto, a tradição local não guardou o nome

dado a ela pelos primeiros povoadores da região, provavelmente de meados do século XVIII.

Dessa forma, os registros históricos do município se iniciam já no século XX, a partir da

década de 10.

Entretanto, segundo a historiadora Maria Cecília de Alvarenga, afirma-se que os

índios botocudos, pertencentes a um grupo não-tupi, foram um dos primeiros povos a ocupar

a região da Zona da Mata do Rio Doce. Segundo a Enciclopédia Delta Universal, Botocudo

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designava vários grupos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê o nome atribuído pelos

portugueses, caracterizava os acessórios de formato arredondado usados nos lábios e

aurículas, cujo visual excêntrico causava significativo estranhamento nos colonizadores.

Habitavam regiões do interior e litoral, especialmente os atuais estados de Minas Gerais e

Espírito Santo e subdividiam-se em diversas ramificações e grupos. Embora cada grupo

tivesse dialetos próprios, falavam a mesma língua, estabelecendo laços de continuidade

Cultural e simbólicas. Eram guerreiros e costumavam agir com reiterada violência à invasão

de seus territórios, atacavam constantemente seus adversários, caravanas de viajantes, e

fazendas de cesteiros, incendiando pontos de paradas e caminhos. A resistência dos índios na

ocupação de suas terras retardou o povoamento da região até o final do século XIX. Segundo

fontes, os grupos do Rio Doce só foram pacificados em 1911 e recolhidos a postos nos

Espírito Santo e em Minas Gerais.

O contato dos luso-brasileiros e botocudos foi marcado pela violência e muitas mortes.

Depois de várias tentativas de redução e imposição cultural, foi declarada a “Guerra Justa”

através da Carta Régia, com o objetivo de desocupar as margens do Rio Doce da presença

indígena. Desta forma, buscava-se garantir a segurança da navegação fluvial que se pretendia

implementar e a liberação do território extrativista e mercantis. Em 13 de maio de 1808, no

mesmo ano da instalação de Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, o príncipe Dom João

declarou a Guerra Ofensiva aos Botocudos, como se lê no trecho abaixo retirado da referida

Carta:

“Sendo-me presente as graves queixas que a Capitania de Minas Gerais tem subido á

minha real presença, sobre as invasões que diariamente estão praticando os índios Botocudos,

antropófagos, em diversas e muito distantes partes da mesma Capitania, particularmente sobre

as margens do Rio Doce e rios que no mesmo deságuam e onde não só devastam todas as

fazendas naquelas vizinhanças e tem até forçado muitos proprietários a abandoná-las com

grave prejuízo seu e da minha Real Coroa, mas passam a praticar as mais horríveis atrozes e

cenas das mais bárbaras antropofagia, ora assassinando os Portugueses e os índios mansos por

meios de feridas, de que sorvem depois o sangue, ora dilacerando os corpos e comendo os

seus tristes restos; tendo-se verificado na minha real presença a inutilidade de todos os meios

humanos, pelos quais tenho mandado que se tente a sua civilizações e o reduzi-los a aldear-se

e a gozarem dos bens permanentes de uma sociedade pacifica e doce, debaixo das justas e

humanas leis que regem os meus povos; e até havendo-se demonstrado, quão pouco útil era o

sistema de guerra defensivo que contra eles tenho mandado seguir, visto que os pontos de

defesa em uma tão grande e extensa linha não podiam bastar a cobrir o pais: sou servido por

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estes e outros justos motivos que ora fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles

tinham mandado praticar, ordenar-vos, em primeiro lugar: que desde o momento, em que

receberdes esta minha Carta Régia deveis considerar como principiada contra estes índios

antropófagos uma guerra ofensiva que continuareis sempre em todos os anos nas estações

secas e que não terá fim, senão quando tiverdes a felicidade de vos senhorear de suas

habitações e de os capacitar da superioridade das minhas reais armas de maneira tal que

movidos do justo terror das mesmas, peçam a paz e sujeitando-se ao doce jugo das leis e

prometendo viver em sociedade, possam vir a ser vassalos úteis, como já o são as imensas

variedades de índios que nestes meus vastos Estados do Brasil se acham aldeados e gozam de

felicidade que é consequência necessária do estado social”... (grifos nossos)

O trecho acima demonstra com clareza a postura da coroa portuguesa nem relação aos

Botocudos, que resistiam bravamente à ocupação de suas terras em defesa de seus territórios,

tribos e identidade. Da mesma forma, demonstra a completa ausência de alteridade, impondo

à população indígena padrões civilizatórios europeus. Consideravam a política indigenista da

coroa como gesto humanitário, quando os índios “mansos” eram apresados e reduzidos a

aldeamentos militares a fim de servirem de soldados em combates de interesses reais. Quando

não conseguiam, praticavam o sertanismo de extermínio, expedições armadas destinadas a

aniquilar fisicamente os núcleos indígenas. Seja física ou simbólica, a população indígena

brasileira, aqui com ênfase nos índios Botocudos, sofreu profundos processos violência desde

o início da colonização.

A carta ainda evidencia o interesse especifico da coroa portuguesa na navegação do

Rio Doce, para município de Tumiritinga, assim como para vários outros essa característica

do meio físico local foi imprescindível para a posterior instauração da ferrovia na região, que

nos anos inaugurais da política ferroviária brasileira, buscava a integração territorial a partir

da associação entre estradas de ferro e navegação dos rios.

Entretanto, apenas a partir do início do século XX a ocupação do território do vale do

Rio Doce foi acelerada, com a constituição da Estrada de Ferro Vitória-Minas – EFVM,

através do decreto 4 337, de 1º de fevereiro de 1902. Inicialmente traçada passando por

Diamantina e Peçanha, a referida ferrovia teve seu curso desviado para atingir as reservas de

ferro descobertas em Itabira, então controladas por capital inglês.

Segundo Petrônio Souza,“A idealização da Estrada de Ferro Vitória-Minas começou

há pelo menos um século antes do início de sua construção, quando em 1808 o Intendente

Câmara Bittencourt idealizava uma ferrovia que ligaria Minas ao litoral brasileiro, para a

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exportação de sua produção mineral para toda a Europa. Neste ano, o intendente

implementava uma siderúrgica no distrito de Morro do Gaspar Soares, hoje Morro Pilar.

Naquela época, a siderúrgica fornecia produtos de ferro para as minerações de ouro e

diamante nas Minas Gerais. O intendente câmara, sabendo da farta riqueza mineral desta

terra, pensou ainda em tornar navegável o Rio santo Antônio, para dar suporte ao transporte

dos produtos siderúrgicos e até do próprio minério. Em 1831, todo o ideal do intendente se via

por terra. Chegou à falência e todos os seus bens foram levados à praça.

Mas seu sonho de ligar o sertão mineiro ao mar iria tomar novo fôlego no final

daquele século, quando o governo imperial, com o intuito de incentivar a construção de

estradas de ferro Brasil, baixou vários decretos concedendo privilégios para a construção, uso

e exploração de novas ferrovias.

Em 1902, com o Brasil República, foi expedido no dia 1º de fevereiro daquele ano o

decreto determinando a construção da Estrada de Ferro Vitória Diamantina, tendo seu traçado

inicial 750 km de extensão. A estrada inicial sairia de Diamantina descendo o Rio Santo

Antônio passaria por Peçanha e seguiria o Rio Doce até desaguar no mar do Espírito Santo.

Era o mesmo traçado pensado pelo intendente câmara.

Com a liberação da concessão, foi criada companhia Estrada de Ferro Vitória Minas,

tendo como presidente o engenheiro João Teixeira Soares, e como um dos diretores o

engenheiro Dr. Pedro Nolasco da Cunha. O objetivo principal desta nova companhia era

construir uma estrada para ligar o nordeste e leste mineiro ao litoral capixaba, sendo

construída do litoral para o interior.

Em 1908, a estrada de ferro já alcançava 313 km de extensão, estando com as pontas

de seus trilhos na estação de Cachoeirinha com o Nome de Estação de São Tome do Rio

Doce, hoje, Estação Tumiritinga. Neste ano, foram transportados 37.493 passageiros e 15.399

toneladas de mercadorias.

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Foto 01 - foto antiga da Estação de São Tome do Rio Doce, acervo da Prefeitura, Autor

desconhecido, Data: desconhecida

Foto 02 - foto da atual Estação Ferroviaria, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido, Data:

desconhecida

Com o avanço dos trilhos da Vitória a Minas, foram aparecendo pequenas povoações

nas estações como, Itapiruna, Baixo Guandu, Aimorés e Itueta. O arraial de Santo Antônio da

Figueira, antigo quartel de D. Manuel, hoje cidade de Governador Valadares, contava em

1909 com 200 habitantes apenas. No trecho de 170 Km, entre Figueira e Antônio Dias,

somente a estação de Coronel Fabriciano – entre 12 inauguradas – teve um pequeno

desenvolvimento.

Tumiritinga é um dos municípios que fazem parte dessa história. Localizada na bacia

do Rio Doce, às suas margens, o município é atualmente constituído de dois distritos: a sede e

o de São Geraldo de Tumiritinga, ambos criados em 1953, pela Lei nº 1.039 de 12 de

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Dezembro. O vale do Rio Doce, onde também se encontra o Vale do Aço, pela sua riqueza

mineral se tornou uma região de grande importância para o desenvolvimento do Estado de

Minas Gerais e para o Brasil. A região, que foi desbravada por Guido Marliére no século XIX,

até então pertencia às chamadas áreas proibidas, verdadeiro cinturão verde e inóspito que

protegia as minas de ouro e diamante. Em Minas Gerais, Guido Marliére foi chamado de

diretor dos índios e seu trabalho no Rio Doce junto aos Botocudos, tornou-se o célebre, sendo

que o município de Marliéria ganhou este nome em sua homenagem.

Com certeza as matas verdes propiciando fartura de alimento e caça, bem como a

proximidade e a beleza natural das águas do Rio Doce atraía para lá seus primeiros habitantes,

cuja origem, tribo e raça ainda estão sendo estudada, através de achados arqueológicos

recentes. Sabe-se também que os índios Botocudos foram habitantes primitivos da região,

apesar de não terem sido os primeiros.

De acordo com os registros históricos, muitos anos após colonização inicial da região,

por volta de 1910, a área da sede ainda era pasto da fazenda de um grande proprietário

conhecido por Coronel Xandoca. Em 1911, o local ganhou uma parada da estrada de ferro

Vitória-Minas e trabalhadores da ferrovia em construção fixaram-se em torno ao núcleo, que

recebeu o nome de Parada da Cachoeirinha, pela existência de pedras e de pequenas quedas

do Rio Doce nas proximidades, onde hoje se encontra a Praia do Jaó. Dali e de toda região,

retiravam madeiras para fabricação dos dormentes. A partir daí, a extração de madeira se

estendeu por décadas. Os exploradores, que achavam que os recursos naturais eram

ilimitados, pensavam assim como Guido Marliére, que se referia sempre às riquezas

inesgotáveis das Matas do Rio Doce. Esta extração desmedida de madeira e derrubada quase

total da vegetação nativa da Floresta Estacional Tropical ou Mata Atlântica é o fator principal

responsável pelo atual estado de degradação do solo na região de Tumiritinga ainda nos dias

de hoje.

Naquela época início do século XX, os agregados do antigo proprietário e famílias

procedentes de Queiroga (atual Itanhomi), localizada a 50 Km, começaram a procurar a região

conhecida já como Cachoeirinha para suas compras, pois lá se estabelecera um comerciante

de gêneros e tecidos grosseiros. Em 1922 a região contava com três estabelecimentos

comerciais, uma escola e aproximadamente 65 famílias residentes.

No ano de 1930, todo o vale do Rio Doce, do nível do mar até a altitude de 300m,

estava praticamente povoado e coberto de densa mata virgem. A selva, além da mata era

infestadas de insetos, transmissores das mais variadas endemias, predominado a malária, sob

diversas formas, febre amarela silvestre, leishmaniose, fambroesia, tifo, etc. Muitos que

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tentavam penetrar na floresta pagavam com a vida a ousadia, deixando como reminiscências

as ruínas de suas toscas moradias.

De 1930 a 1940 houve grandes transformações no Vale, cujas causas foram,

principalmente o encontro das linhas férreas da Vitória a minas às da Central do Brasil, em

Nova Era, que ligou o vale a capital e o centro de Minas por ferrovia e a abertura da estrada

Rio Bahia, que atravessou o vale possibilitando a sua comunicação com o norte e sul do país.

A exportação do minério de ferro para o exterior só foi iniciada em 1940, com a

formação da CIA. Brasileira de mineração e siderúrgica que encampou a estrada de ferro

Vitória à Minas. O primeiro carregamento de minério de ferro foi realizado em nove de julho

de 1940 com destino à Inglaterra.

As necessidades mundiais de mica adquirida a alto preço forçaram a abertura de várias

minas dessa matéria prima em todas as regiões. A segunda guerra mundial muito contribuiu

para incentivar essa exploração, pois que havia exigência de grandes quantidades de mica e

minério de ferro.

Com a assinatura do acordo de Washington, celebrado em março de 1942, a estrada de

ferro Vitória a Minas passou para o governo federal bem como as jazidas de ferro de

propriedade dos Britânicos, sendo constituída a CIA Vale do Rio Doce, com o fim de

reaparelhar a estrada de ferro, preparar a mineração a exportação do minério de ferro em larga

escala. Além disso, foi criado o SESP para cooperar no saneamento do vale.

Todas estas medidas seriam ineficazes, não fora a descoberta dos produtos químicos

DDT e Aralém. O DDT para pulverização com depósitos residuais, eliminando todos os

insetos e o Aralém curando com maior facilidade nos casos de impaludismo, além de ser de

fácil aplicação.

À proporção que a malária desaparecia do Vale, verificava-se grande invasão de

forasteiros vindos de todas as partes do país.

A partir de então ao longo da ferrovia se desenvolveram e consolidaram várias cidades

como: Conselheiro Pena, Governador Valadares, Resplendor, Galileia, Tarumirim,

Tumiritinga e Coronel Fabriciano. A população do Vale passava de 1.673,974 para 2.055,705

habitantes.

No ano de 1934, o povoado de Cachoeirinha, como era conhecida o atual município de

Tumiritinga, passa a pertencer o município de Itanhomim e quatro anos mais tarde é elevado à

categoria de distrito, subordinado ao município de Tarumirim, em virtude do decreto Lei nº

148, de 17 de dezembro de 1938 (que inclusive retornou Itanhomim a categoria de distrito). O

decreto Lei nº 1058, de 31 de dezembro de 1943, modificou a denominação de Cachoeirinha

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para Tumiritinga. Cinco anos depois, a Lei nº 336 de 27 de dezembro de 1948, elevou

Tumiritinga à categoria de cidade, criando o município.

Entretanto o povoamento deu-se por homens de pouca cultural, ávidos por retirar do

Vale riquezas naturais acumuladas pela natureza e por ela resguardadas até aquela época. O

plantio de cereais na área recém desmatada, com o solo coberto de húmus natural é feito sem

muito esforço bastando lanças a semente ao solo. Não são necessários tratos culturais ou

capinas, limitando o trabalho ao plantio e a farta colheita. A produção dependia apenas de

chuvas regulares nas épocas necessárias. Os novos habitantes dedicavam-se, a derrubada de

mata e a queima desordenada, para o plantio, abrindo assim, clareiras em plena floresta

virgem.

Ao longo de ferrovia instalaram-se inúmeras serrarias que também se dedicavam a

exploração da floresta, dela extraindo somente as madeiras mais valiosas com jacarandá, ipê-

peroba e jequitibá-rosa. A queda das árvores motivava também a derrubada de outras árvores

ao redor das árvores selecionadas, retiravam o tronco e deixavam os galhos no local,

formando assim um rastilho para facilitar incêndios e furtos. O preparo de árvores para o

plantio e a queima desordenada, foram também destruindo a floresta virgem.

Nas clareiras abertas pelas culturas era semeado o capim colonião que se propagava

com grande rapidez nas áreas semi devastadas pelos incêndios anteriores. Esse capim em terra

virgem medra com grande vigor e atinge a altura de até 3m. Enquanto novo é bom alimento

para o gado, permitindo em um alqueire manter dez cabeças de gado, número dez vezes maior

que o normalmente admitido para a mesma área no cerrado ou de capim gordura.

Essa facilidade provocou a cobiça dos pecuaristas que, assim concorreram para a

devastação das matas na seguinte: extração das madeiras de lei, plantio nas áreas derrubadas e

semeadura do colonião ou invasão deste nas áreas recém incendiadas cobrindo grande

extensões.

Assim, em pouco mais decênio, verificou-se a devastação completa de uma área de

mais de 20000km² de florestas virgens do Rio Doce.

Em Tumiritinga não foi diferente. Na época de sua emancipação a extração de madeira

era a principal atividade econômica. Com a escassez das matas e a consequente diminuição da

exploração madeireira e agropecuária foi tornando-se a principal atividade econômica do

município, onde se destacam a criação de bovinos, produção de laranja e cana de açúcar,

segundo dados do IBGE. As pastagens tomaram o antigo lugar da mata atlântica e o plantio

manejo inadequado destas tem hoje, como resultado, um adiantado processo de erosão do

solo, carregamento de terra e assoreamento do leito do Rio Doce na região no lugar da

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riquezas de espécies vegetais da região ainda virgem, tomou conta a aroeirinha, espécie

invasora que colonizou as áreas degradadas e agora impossibilita o crescimento de outras e

até mesmo da pastagem.

Na década de 1950, Governador Valadares, cidade a qual Tumiritinga foi e continua

sendo fortemente vinculada era considerada a cidade das serrarias configurando-se como

centro das famosas matas do Rio Doce, cujas espécies vegetais alimentaram durante dezenas

de anos uma próspera indústria extrativista.

Tal período da história do município de Tumiritinga é retratado em um livro de

memórias de um antigo morador da cidade:

“O distrito de Tumiritinga vive uma onda de progresso, devido a sua localização. O

lugar se consolida com o pólo de escoamento de madeira em tora ou serrada, e cereais de

várias regiões vizinhas, principalmente do norte, onde a produção agrícola é excepcional. É

também um lugar de chegada de mercadoria da capital do estado e do exterior, que entram

pelo porto de Vitória no Espírito Santo. A estrada de ferro Vitória a Minas, que no começo da

década de 40 passou de mão de Ingleses para o governo brasileiro, integrando-se a

Companhia Vale do Rio Doce, é o caminho que torna possível este comercio.

Foto 03 - foto antiga da época da fartura de madeiras, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,

Data: desconhecida

Como recurso natural para a fabricação de cerâmica, Tumiritinga possui uma reserva

de argila que a torna maior malha da região, segundo o senhor Elias, nascido na cidade de

Galiléia e morador da cidade de Tumiritinga a dez anos. Senhor Elias é secretário da junta

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militar do município de Tumiritinga. As empresas que exploram argila na região produzem

tijolos são a Cerâmica Santa Cruz, Cerâmica do Espanhol, Cerâmica do Cota.

Embora a mata atlântica da região esteja em seu final, Manoel decide montar uma

serraria. Para tal constrói um imenso galpão de madeira, aberto dos lados e nele assenta dois

engenheiros e dois conjuntos de serras circulares, movido por motor próprio. Nela produz

pranchões, tabuas, caibros e ripas. “Ele passa a ganhar um bom dinheiro nessa atividade que

ao lado do café que, após o termino da segunda guerra mundial, sofreu grandes aumentos nos

preços internacionais.”

Segundo senhor Elias Ferreira do Carmo e a senhora Júlia da Motta Salles, moradores

da cidade entrevistados, a cidade de Tumiritinga atingiu seu apogeu nessa época ( na década

de 1950) e a partir daí sua população começou a declinar junto com o fim da atividade de

extração de madeira, tendo perdido mais de 2000 mil habitantes desde então. De acordo com

o relato da senhora Júlia há aproximadamente 11 anos atrás, o municipio de Tumiritinga

possuía uma frota de apenas 10 carros. Segundo ela, a população hoje vive do trabalho nas

fábricas de cerâmicas, nas fazendas da região e nos órgãos públicos. Atualmente agricultores

e pecuaristas são orientados por técnicos especializados da EMATER, que possui um

escritório na região que oferece cursos de capacitação nas diversas práticas e que,

preocupados em promover a sustentabilidade dos recursos naturais, incentivam técnicas de

rotação cultura, controle de pragas e doenças, cuidados no plantio, prestando orientações

quanto a doenças causadas por animais silvestres, como evitá-las e como contribuir para o

controle dos vetores.

Uma das principais datas comemorativas da cidade é o dia 19 de março onde se realiza

a festa de aniversário da cidade. Tal evento comemora a emancipação política do município e

a realização da primeira reunião da Câmara Municipal, no dia 19 de março de 1949.

A vocação Turística de Tumiritinga é considerável e o município faz parte do roteiro

turístico histórico do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço. Na estação ferroviária de

Tumiritinga pode-se tomar o trem Vitória Minas para o Espírito Santo ou para a capital

mineira. De Tumiritinga a Belo Horizonte, o trem passa por outras estações, algumas delas

são: Frederico Shellow, Intendente Câmara, Mário Carvalio, Antonio Dias, Dois Irmãos,

Desembargador Drumond, Rio Piracicaba, João Molevade. Neste roteiro pode-se observar o

Rio Doce, as matas e montanhas pastagens e ao longo da estrada os vagões transportando

minério de ferro.

A atual praia do Jaó, situada às margens do Rio Doce e o local onde a cachoeirinha de

águas limpas que deu o nome a cidade, pode ser vista. É um dos maiores atrativos naturais da

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região e a opção de lazer e turismo, tanto para moradores da região quanto para os visitantes

da região, que costumam frequentar o lugar.

Para protege seu patrimônio natural a prefeitura de Tumiritinga no mandato do

prefeito Silvio Perez Vidal, assinou a Lei Municipal 795 de 11 de abril de 2002, quando ficou

criado o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural do município de Tumiritinga,

órgão cujo objetivo é o assessoramento ao prefeito em que diz respeito a preservação dos bens

de valor cultural. O Conselho tem representação do poder público, entidades, instituições da

sociedade civil do município e representantes da secretaria de educação.

2.9 Aspectos Físicos e Naturais

A cidade de Tumiritinga possui uma área de 498km², localizando-se nas coordenadas

geográficas de latitude 18º58’38”S e longitude 41º38’51”O. De relevo predominantemente

plano (topografia sobre um total de 100% da área do município: Plano 40%, Ondulado 30%,

Montanhoso 30%). Tumiritinga atinge sua altitude máxima na Serra da Queiroguinha com

560 metros e a mínima na foz do Rio Caratinga com 187 metros.

Inserido na bacia hidrográfica do Rio Doce os principais rios do município são: Rio

Cuieté, Rio Caratinga e o próprio Rio Doce.

Mapa 01 – Mapa do Municipio de Tumiritinga – Fonte: Wikipédia

O clima tumiritinguense é caracterizado, segundo o IBGE,

como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual

de 22,7 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos e com temperaturas elevadas. O

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mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 24,9 °C, sendo a média máxima de

30,2 °C e a mínima de 19,7 °C. E o mês mais frio, julho, de 19,8 °C, sendo 26,2 °C e 13,4 °C

as médias máxima e mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.

Maiores acumulados diários de chuva registrados em Tumiritinga por meses

Mês Acumulado Data Mês Acumulado Data

Janeiro 140,0 mm 29/01/2013 Julho 25,9 mm 13/07/1990

Fevereiro 73,6 mm 26/02/1999 Agosto 38,9 mm 26/08/1984

Março 178,7 mm 16/03/1979 Setembro 56,8 mm 30/09/2003

Abril 69,0 mm 16/04/1980 Outubro 88,9 mm 21/10/1984

Maio 71,5 mm 10/05/2010 Novembro 151,2 mm 30/11/1997

Junho 68,4 mm 13/06/2009 Dezembro 142,1 mm 18/12/2013

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)[17]

A precipitação média anual é de 1 240,8 mm, sendo julho o mês mais seco, quando

ocorrem apenas 12,3 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 225,0 mm. Nos

últimos anos, entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais

frequentes, não raro ultrapassando a marca dos 30 °C, especialmente entre julho e setembro.

Em julho de 2012, por exemplo, a precipitação de chuva em Tumiritinga foi uma das

menores já registradas. Durante a época das secas e em longos veranicos em pleno período

chuvoso também são comuns registros de queimadas em morros e matagais, principalmente

na zona rural da cidade, o que contribui com o desmatamento e com o lançamento de

poluentes na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade do ar.

Segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), desde 1974

o maior acumulado de chuva registrado em 24 horas em Tumiritinga foi de 178,7 mm, no dia

16 de março de 1979. Outros grandes acumulados foram de 152,1 mm, em 30 de novembro de

1997; 142,1 mm, em 18 de dezembro de 2013; e 140,0 mm, em 29 de janeiro de 2013. De

acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Tumiritinga é o 658º

colocado no ranking de ocorrências de descargas elétricas no estado de Minas Gerais, com

uma média anual de 2,179 raios por quilômetro quadrado.

A unidade geomorfológica onde está situado o conjunto é a depressão interplanáltica

do Rio Doce: área de colinas, interflúvios tabulares e vales colmatados, situada ao longo do

Vale do Rio Doce. Originada da dissecação fluvial de superfícies aplainadas. Depressão

erosiva elaborada sobre embasamento granito-gnaissico indiviso com nítida orientação

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estrutural em seu trecho médio e evolução condicionada por movimentos epirogenéticos pós

cretássicos.

O relevo é planície pluvial: terraços e áreas sujeitos a inundação não diferenciada. A

Unidade Litoestratigráfica e Geotecônica é do Proterozóico médio, grupo Rio Doce indiviso.

Tumiritinga: Xistos, gnaisses frequentes intercalações carbonáticas e cálcio silicásticas.

A bacia hidrográfica do Rio Doce merece uma descrição à parte. Apresentando uma

significativa extensão territorial, cerca de 83.400 Km², dos quais 86% pertencem ao Estado de

Minas Gerais e o restante ao estado do Espírito Santo ela abrange, total ou parcialmente, áreas

de 228 municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo e possui uma

população total da ordem de 3,1 milhões de habitantes.

O Rio Doce, com uma extensão de 853 Km, tem como formadores os rios Piranga e

Carmo, cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço,

onde as altitudes atingem cerca de 1.200 m. Seus principais afluentes são: pela margem

esquerda os rios Piracicaba, Santo Antônio e Suaçuí grande, em Minas Gerais, Pancas e São

José, no Espírito Santo; pela margem direita os rios: Casca, Matipó, Caratinga, Cuieté e

Manhuaçu, em Minas Gerais e Guandu, no Espírito Santo.

A bacia hidrográfica do Rio Doce está situada na região Sudeste, entre os paralelos,

18º45’ e 21º15’ de latitude sul e os meridianos 39º55’ e 43º45’ de longitude oeste,

compreendendo uma área de drenagem de cerca de 83.400 Km², doa quais 86% pertencem ao

Estado de Minas Gerais e o restante ao Estado do Espírito Santo. Limita-se ao sul com a bacia

hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, a oeste com a bacia do Rio São Francisco e em pequena

extensão, com a bacia do Rio São Mateus.

De maneira geral, as nascentes dos formadores do Rio Doce estão em altitudes

superiores a 1.000 m. Ao longo de seu curso, sobretudo a partir da cidade de São José do

Goiabal, o Rio Doce segue em altitude inferior a 300 m. Suas águas percorrem cerca de 853

Km desde a nascente até o oceano Atlântico, no povoado de Regência, no Estado do Espírito

Santo.

Levando-se em consideração que não só as diferenças altimétricas que definem os

grandes compartimentos topográficos, bem como critérios de ordem lito-estrutural,

encontram-se na área quatro grandes unidades geomorfológicas: Planaltos Dissecados do

centro-sul e do leste de Minas, Serra do Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero e Depressão do Rio

Doce. Esta última, cujo conjunto da Praia do Jaó faz parte (médio Rio Doce), é classificada

como uma zona rebaixada encontrada ao longo do Rio Doce e seus afluentes, com altitudes

variando de 250 a 500 m e configurando-se como uma depressão interplanáltica. Nessa

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unidade o contato com as formas de relevo dos planaltos circundantes é muito bem marcado

por desníveis altimétricos abruptos. No seu interior encontram-se elevações que são residuais

dos Planaltos Dissecados do Leste de Minas.

O piso da Depressão é constituído por rochas do Conjunto Gnáissico-Magmático-

Metamórfico, predominando biotita-gnaisse, rochas graníticas e granito-gnáissicas, com

algumas ocorrências de rochas do Conjunto Charnoquítico.

A Depressão se caracteriza por uma topografia de colinas com declividade média,

planícies fluviais colmatadas, rampas de colúvio e lagos de barragem natural.

No que diz respeito aos solos, predominam o Latossolo Vermelho Amarelo e o

Prodizólico Vermelho Amarelo. A primeira classe diz respeito aos solos acentuadamente

drenados e ocorrem principalmente nos planaltos dissecados. Este agrupamento apresentou,

na região, solos com baixa saturação de bases (distróficos) e alta saturação com alumínio

(álicos), sendo que os últimos são predominantes. São formados de rochas

predominantemente gnáissicas, leuco e mesocráticas, sobretudo de caráter ácido, magmáticos

charnoquitos, xistos e de depósito argilo-arenosos. Quanto ao relevo, esses solos apresentam

desde o plano e suave ondulado até montanhoso com grande predominância de forte ondulado

a montanhoso.

A segunda classe diz respeito aos solos formados a partir de gnaisses diversos, além de

charnoquitos, xistos e magmáticos. Quanto ao relevo, ocorre desde o plano e suave ondulado

até forte ondulado e montanhoso, com predominância do último.

A principal limitação destes solos é o relevo. Tendo em vista que a quase totalidade da

área ocupada com podizólio está em relevo forte ondulado e/ou montanhoso e devido ao

problema da grande susceptibilidade à erosão que esses tipos de solo apresentam, a sua

utilização fica restrita ao uso com pastagens e culturas permanentes de ciclo longo.

Originalmente coberta por Mata Atlântica, a intensa devastação restringiu o

revestimento florístico originário basicamente à área do Parque Estadual do Rio Doce. As

demais matas correspondem a uma vegetação que sofreu influência antrópica intensa,

constituindo-se em vegetação secundária. Devido às características dos solos da bacia do Rio

Doce e ao manejo inadequado, a erosão tem se tornado um dos maiores problemas ambientais

na região e afeta, inclusive, o Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó.

Tumiritinga pertence à Estação de amostragem RD053, que fica a jusante do Rio

Suaçuí Grande. A localização deste ponto de amostragem é latitude 18º, 58’, 30”, longitude

41º, 38’, 49’, altitude de 150 m. No ano de 2004, através da leitura e análise dos dados da

coleta nestes pontos, foram obtidos os seguintes indicadores da qualidade das águas do médio

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Rio Doce: faixa de IQA menor que maior que 50 e igual a 70, índice de qualidade de água

médio. Baixa contaminação por tóxicos. Porém os parâmetros que mais afetaram o IQA foram

coliformes fecais, turbidez, fosfato total e sólidos totais. Estes parâmetros, na maioria das

vezes, estão associados aos esgotos domésticos e ao assoreamento do rio, pelo carreamento do

solo da região. Foi encontrada grande concentração de manganês na água. Avaliação

ambiental da Estação RD053, classe de água é 02 e os fatores de pressão são lançamento de

esgoto sanitário e carga difusa, erosão.

As águas incluídas na classe dois são destinadas ao abastecimento doméstico após

tratamento convencional, a recreação de contato primário (natação, esqui aquático, mergulho),

irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, a criação natural e/ou extensiva de espécies

destinadas à alimentação humana. Portanto a praia do Jaó, com certeza pode continuar a ser

fonte de Lazer para população de Tumiritinga.

Segundo o senhor Elias Ferreira do Carmo, os peixes e crustáceos que antes habitavam

o Rio Doce não são mais encontrados com frequência. Segundo ele, as curvinas, robalo,

curimba, piau, surubim, dourado, lagosta de água doce, camarões entre outros, são raros.

Espécies invasoras no rio também são comuns nos dias de hoje, o bagre africano é uma delas.

Na região, alguns caiaqueiros vivem da retirada de areia do leito do Rio Doce e

comercialização destas, atividade que necessita de devido licenciamento, pois pode causar

impacto no rio. Alguns dos impactos negativos advindos da extração de areia do rio, mesmo

que manual, podem ser a alteração da velocidade e direção do curso d’água pela eliminação

de bancos de sedimentos do leito do rio, alteração da calha do rio e profundidade desta,

alteração das bases genéticas da fauna e flora aquática pela dificuldade de fixação no leito e

pela turbidez gerada pela extração de areia nas águas do rio e ainda a alteração da própria

Praia de Jaó, pela possível instabilidade do solo na região.

A fauna ornitológica da região é composta por: Canários Chapinha, Garibaldi (ou chão

do peito vermelho), Trinca Ferro, Saracura, Paturis, Rolinha Fogo-Pagó, Melro, Coleirinha,

Assanhaça, Sairas, de modo geral (como Sabias, etc.) Sofreu, Ararinhas, Garça Branca,

Patativa, Beija-flor, Gavião Carcará e Periquito verde.

A flora é composta por Aroreiras (Astronium sp), Perobas (Aspidosperma sp),

Angicos (Plptadenia), Ipes (Tabebuia sp), Vareteiras, Ganassaias, 7 Capotes, Grão de Galo,

Ingas (Ingá sp), Gamemeiras (Fícus sp), Murta, Fícus (Fícus sp), Jenipapo (Genipa sp),

Pitomba (Talisia sp), Acácias (Acácia sp), Flamboyants (Delonix sp), Paineiras (Chorisia sp),

Palmeiras imperiais (Oreodoxa sp), Fruta pão (artocapus sp) entre outras espécies frutíferas

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exóticas que foram plantadas como: Goiabeira ( Psidium sp), Acerola, Mamão (Carica sp),

Coqueiros (Cocos sp), Graviola (Anona sp) etc.

A ictiofauna do Rio Doce é muito diversificada, tendo como principais peixes

pescados pelos pescadores da região a seguintes espécies: Cascudo, Corimbatá, Piau, Traira,

Pacumã, Tilápia e Bagre africano.

(Extraído do Dossiê de Tombamento do Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó, Prefeitura

Municipal de Tumiritinga).

2. 10 Aspecto Econômico

No Produto Interno Bruto (PIB) de Tumiritinga, destacam-se a agropecuária e a área

de prestação de serviços. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2011, o PIB do

município era de R$ 40 329 mil. 1 317 mil reais eram de impostos sobre produtos líquidos de

subsídios a preços correntes e o PIB per capita era de R$ 6 372,11. Em 2010, 57,41% da

população maior de 18 anos era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação

era de 8,52%.

Salários juntamente com outras remunerações somavam 3,947 mil reais e o salário

médio mensal de todo município era de 1,4 salários mínimos. Havia 88 unidades locais e 86

empresas atuantes. Segundo o IBGE, 75,39% das residências sobreviviam com menos de

salário mínimo mensal por morador (1 583 domicílios), 16,27% sobreviviam com entre um e

três salários mínimos para cada pessoa (320 domicílios), 1,45% recebiam entre três e cinco

salários (29 domicílios), 0,97% tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos

(19 domicílios) e 5,90% não tinham rendimento (116 domicílios).

Setor primário

Produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca (2011)[45]

Produto Área colhida (hectares) Produção (tonelada)

Cana-de-açúcar 30 2 400

Milho 350 609

Mandioca 31 341

A pecuária e a agricultura representam o segundo setor mais relevante na economia de

Tumiritinga. Em 2011, de todo o PIB da cidade, 7 705 mil reais era o valor adicionado bruto

da agropecuária, enquanto que em 2010, 32,58% da população economicamente ativa do

município estava ocupada no setor. Segundo o IBGE, em 2011 o município possuía um

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rebanho de 21 asininos, 29 361 bovinos, 400 caprinos, 1 700 equinos, 330 muares, 180

ovinos, 2 850 suínos e 28 585 aves, entre estas 11 500 galinhas, 11 mil galos, frangos e

pintinhos e 85 codornas. Neste mesmo ano a cidade produziu 5 519 mil litros de leite de

5 510 vacas, 62 mil dúzias de ovos de galinha, mil dúzias de ovos de codorna e 2 500 quilos

de mel de abelha.

Na lavoura temporária são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (2 400

toneladas produzidas e 30 hectares cultivados), o milho (609 toneladas e 350 hectares) e a

mandioca (341 toneladas e 31 hectares), além do arroz e do feijão. Já na lavoura permanente

se destacam a banana (140 toneladas produzidas e 19 hectares cultivados) e a manga (90

toneladas produzidas e 10 hectares cultivados).

Setores secundário e terciário

A indústria, em 2011, era o setor menos relevante para a economia do município.

5 621 reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. A

produção industrial ainda é muito incipiente na cidade, mesmo que comece a dar sinais de

aprimoramento, sendo resumida principalmente à fabricação de produtos alimentícios, à

transformação mineral, à fabricação de cerâmica de revestimento ou pequenas fábricas.

Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,19% dos trabalhadores de Tumiritinga estavam

ocupados no setor industrial extrativo e 8,12% na indústria de transformação.

O comércio está presente em Tumiritinga desde a época do estabelecimento dos

primeiros moradores, no começo do século XX, sendo que foi um dos principais fatores para

o desenvolvimento econômico e demográfico do município e hoje o setor representa a

principal fonte de renda da cidade.

Em 2010, 10,65% da população ocupada estava

empregada no setor de construção, 0,54% nos setores de utilidade pública, 9,16% no comércio

e 36,04% no setor de serviços e em 2011, 25 686 reais do PIB municipal eram do valor

adicionado bruto do setor terciário.

2.11 Referencias Arquivistas e Bibliográficas

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS. Tumiritinga (on line). Disponível via

URL.: www.almg.mg.br

Site, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Cidades@ - IBGE .

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CNM – Confederação Nacional de Municípios, disponível via:

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Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG.

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2.12 Ficha de Informações Gerais

1- Microrregião: Governador Valadares Ficha 01

2-Município: Tumiritinga Ano: 2016

3-Distritos: São Geraldo de Tumiritinga

4 - Informes Históricos: Etimologicamente, o nome do município de Tumiritinga é uma contração

da expressão Itu-mirim-tinga, que em tupi-guarani significa cachoeirinha de águas claras. O primeiro

nome dado à cidade foi Parada da Cachoeirinha. Entretanto, a tradição local não guardou o nome

dado a ela pelos primeiros povoadores da região, provavelmente de meados do século XVIII. Dessa

forma, os registros históricos do município se iniciam já no século XX, a partir da década de 10.

Entretanto, segundo a historiadora Maria Cecília de Alvarenga2, afirma-se que os índios

botocudos, pertencentes a um grupo não-tupi, foram um dos primeiros povos a ocupar a região da

Zona da Mata do Rio Doce. Segundo a Enciclopédia Delta Universal, Botocudo designava vários

grupos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê o nome atribuído pelos portugueses, caracterizava

os acessórios de formato arredondado usados nos lábios e aurículas, cujo visual excêntrico causava

significativo estranhamento nos colonizadores. Habitavam regiões do interior e litoral, especialmente

os atuais estados de Minas Gerais e Espírito Santo e subdividiam-se em diversas ramificações e

grupos. Embora cada grupo tivesse dialetos próprios, falavam a mesma língua, estabelecendo laços

de continuidade Cultural e simbólicas. Eram guerreiros e costumavam agir com reiterada violência à

invasão de seus territórios, atacavam constantemente seus adversários, caravanas de viajantes, e

fazendas de cesteiros, incendiando pontos de paradas e caminhos. A resistência dos índios na

ocupação de suas terras retardou o povoamento da região até o final do século XIX. Segundo fontes,

os grupos do Rio Doce só foram pacificados em 1911 e recolhidos a postos nos Espírito Santo e em

Minas Gerais.

O contato dos luso-brasileiros e botocudos foi marcado pela violência e muitas mortes.

Depois de várias tentativas de redução e imposição cultural, foi declarada a “Guerra Justa” através da

Carta Régia, com o objetivo de desocupar as margens do Rio Doce da presença indígena. Desta

forma, buscava-se garantir a segurança da navegação fluvial que se pretendia implementar e a

liberação do território extrativista e mercantis. Em 13 de maio de 1808, no mesmo ano da instalação

de Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, o príncipe Dom João declarou a Guerra Ofensiva aos

Botocudos, como se lê no trecho abaixo retirado da referida Carta:

“Sendo-me presente as graves queixas que a Capitania de Minas Gerais tem subido á minha

real presença, sobre as invasões que diariamente estão praticando os índios Botocudos, antropófagos,

em diversas e muito distantes partes da mesma Capitania, particularmente sobre as margens do Rio

Doce e rios que no mesmo deságuam e onde não só devastam todas as fazendas naquelas vizinhanças

e tem até forçado muitos proprietários a abandoná-las com grave prejuízo seu e da minha Real Coroa,

mas passam a praticar as mais horríveis atrozes e cenas das mais bárbaras antropofagia, ora

assassinando os Portugueses e os índios mansos por meios de feridas, de que sorvem depois o

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sangue, ora dilacerando os corpos e comendo os seus tristes restos; tendo-se verificado na minha real

presença a inutilidade de todos os meios humanos, pelos quais tenho mandado que se tente a sua

civilizações e o reduzi-los a aldear-se e a gozarem dos bens permanentes de uma sociedade pacifica e

doce, debaixo das justas e humanas leis que regem os meus povos; e até havendo-se demonstrado,

quão pouco útil era o sistema de guerra defensivo que contra eles tenho mandado seguir, visto que os

pontos de defesa em uma tão grande e extensa linha não podiam bastar a cobrir o pais: sou servido

por estes e outros justos motivos que ora fazem suspender os efeitos de humanidade que com eles

tinham mandado praticar, ordenar-vos, em primeiro lugar: que desde o momento, em que receberdes

esta minha Carta Régia deveis considerar como principiada contra estes índios antropófagos uma

guerra ofensiva que continuareis sempre em todos os anos nas estações secas e que não terá fim,

senão quando tiverdes a felicidade de vos senhorear de suas habitações e de os capacitar da

superioridade das minhas reais armas de maneira tal que movidos do justo terror das mesmas, peçam

a paz e sujeitando-se ao doce jugo das leis e prometendo viver em sociedade, possam vir a ser

vassalos úteis, como já o são as imensas variedades de índios que nestes meus vastos Estados do

Brasil se acham aldeados e gozam de felicidade que é consequência necessária do estado social”...

(grifos nossos)

O trecho acima demonstra com clareza a postura da coroa portuguesa nem relação aos

Botocudos, que resistiam bravamente à ocupação de suas terras em defesa de seus territórios, tribos e

identidade. Da mesma forma, demonstra a completa ausência de alteridade, impondo à população

indígena padrões civilizatórios europeus. Consideravam a política indigenista da coroa como gesto

humanitário, quando os índios “mansos” eram apresados e reduzidos a aldeamentos militares a fim de

servirem de soldados em combates de interesses reais. Quando não conseguiam, praticavam o

sertanismo de extermínio, expedições armadas destinadas a aniquilar fisicamente os núcleos

indígenas. Seja física ou simbólica, a população indígena brasileira, aqui com ênfase nos índios

Botocudos, sofreu profundos processos violência desde o início da colonização.

A carta ainda evidencia o interesse especifico da coroa portuguesa na navegação do Rio

Doce, para município de Tumiritinga, assim como para vários outros essa característica do meio

físico local foi imprescindível para a posterior instauração da ferrovia na região, que nos anos

inaugurais da política ferroviária brasileira, buscava a integração territorial a partir da associação

entre estradas de ferro e navegação dos rios.

Entretanto, apenas a partir do início do século XX a ocupação do território do vale do Rio

Doce foi acelerada, com a constituição da Estrada de Ferro Vitória-Minas – EFVM, através do

decreto 4 337, de 1º de fevereiro de 1902. Inicialmente traçada passando por Diamantina e Peçanha, a

referida ferrovia teve seu curso desviado para atingir as reservas de ferro descobertas em Itabira,

então controladas por capital inglês.

Segundo Petrônio Souza,“A idealização da Estrada de Ferro Vitória-Minas começou há pelo

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menos um século antes do início de sua construção, quando em 1808 o Intendente Câmara

Bittencourt idealizava uma ferrovia que ligaria Minas ao litoral brasileiro, para a exportação de sua

produção mineral para toda a Europa. Neste ano, o intendente implementava uma siderúrgica no

distrito de Morro do Gaspar Soares, hoje Morro Pilar.

Naquela época, a siderúrgica fornecia produtos de ferro para as minerações de ouro e

diamante nas Minas Gerais. O intendente câmara, sabendo da farta riqueza mineral desta terra,

pensou ainda em tornar navegável o Rio santo Antônio, para dar suporte ao transporte dos produtos

siderúrgicos e até do próprio minério. Em 1831, todo o ideal do intendente se via por terra. Chegou à

falência e todos os seus bens foram levados à praça.

Mas seu sonho de ligar o sertão mineiro ao mar iria tomar novo fôlego no final daquele

século, quando o governo imperial, com o intuito de incentivar a construção de estradas de ferro

Brasil, baixou vários decretos concedendo privilégios para a construção, uso e exploração de novas

ferrovias.

Em 1902, com o Brasil República, foi expedido no dia 1º de fevereiro daquele ano o decreto

determinando a construção da Estrada de Ferro Vitória Diamantina, tendo seu traçado inicial 750 km

de extensão. A estrada inicial sairia de Diamantina descendo o Rio Santo Antônio passaria por

Peçanha e seguiria o Rio Doce até desaguar no mar do Espírito Santo. Era o mesmo traçado pensado

pelo intendente câmara.

Com a liberação da concessão, foi criada companhia Estrada de Ferro Vitória Minas, tendo

como presidente o engenheiro João Teixeira Soares, e como um dos diretores o engenheiro Dr. Pedro

Nolasco da Cunha. O objetivo principal desta nova companhia era construir uma estrada para ligar o

nordeste e leste mineiro ao litoral capixaba, sendo construída do litoral para o interior.

Em 1908, a estrada de ferro já alcançava 313 km de extensão, estando com as pontas de seus

trilhos na estação de Cachoeirinha, hoje, Estação Tumiritinga. Neste ano, foram transportados 37.493

passageiros e 15.399 toneladas de mercadorias.

Com o avanço dos trilhos da Vitória a Minas, foram aparecendo pequenas povoações nas

estações como, Itapiruna, Baixo Guandu, Aimorés e Itueta. O arraial de Santo Antônio da Figueira,

antigo quartel de D. Manuel, hoje cidade de Governador Valadares, contava em 1909 com 200

habitantes apenas. No trecho de 170 Km, entre Figueira e Antônio Dias, somente a estação de

Coronel Fabriciano – entre 12 inauguradas – teve um pequeno desenvolvimento.

Tumiritinga é um dos municípios que fazem parte dessa história. Localizada na bacia do Rio

Doce, às suas margens, o município é atualmente constituído de dois distritos: a sede de São Geraldo

de Tumiritinga, criado em 1953, pela Lei nº 1.039 de 12 de Dezembro. O vale do Rio Doce, onde

também se encontra o Vale do Aço, pela sua riqueza mineral se tornou uma região de grande

importância para o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais e para o Brasil. A região, que foi

desbravada por Guido Marliére no século XIX, até então pertencia às chamadas áreas proibidas,

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verdadeiro cinturão verde e inóspito que protegia as minas de ouro e diamante. Em Minas Gerais,

Guido Marliére foi chamado de diretor dos índios e seu trabalho no Rio Doce junto aos Botocudos,

tornou-se o célebre, sendo que o município de Marliéria ganhou este nome em sua homenagem.

Com certeza as matas verdes propiciando fartura de alimento e caça, bem como a

proximidade e a beleza natural das águas do Rio Doce atraía para lá seus primeiros habitantes, cuja

origem, tribo e raça ainda estão sendo estudada, através de achados arqueológicos recentes. Sabe-se

também que os índios Botocudos foram habitantes primitivos da região, apesar de não terem sido os

primeiros.

De acordo com os registros históricos, muitos anos após colonização inicial da região, por

volta de 1910, a área da sede ainda era pasto da fazenda de um grande proprietário conhecido por

Coronel Xandoca. Em 1911, o local ganhou uma parada da estrada de ferro Vitória-Minas e

trabalhadores da ferrovia em construção fixaram-se em torno ao núcleo, que recebeu o nome de

Parada da Cachoeirinha, pela existência de pedras e de pequenas quedas do Rio Doce nas

proximidades, onde hoje se encontra a Praia do Jaó. Dali e de toda região, retiravam madeiras para

fabricação dos dormentes. A partir daí, a extração de madeira se estendeu por décadas. Os

exploradores, que achavam que os recursos naturais eram ilimitados, pensavam assim como Guido

Marliére, que se referia sempre às riquezas inesgotáveis das Matas do Rio Doce. Esta extração

desmedida de madeira e derrubada quase total da vegetação nativa da Floresta Estacional Tropical ou

Mata Atlântica é o fator principal responsável pelo atual estado de degradação do solo na região de

Tumiritinga ainda nos dias de hoje.

Naquela época início do século XX, os agregados do antigo proprietário e famílias

procedentes de Queiroga (atual Itanhomi), localizada a 50 Km, começaram a procurar a região

conhecida já como Cachoeirinha para suas compras, pois lá se estabelecera um comerciante de

gêneros e tecidos grosseiros. Em 1922 a região contava com três estabelecimentos comerciais, uma

escola e aproximadamente 65 famílias residentes.

No ano de 1930, todo o vale do Rio Doce, do nível do mar até a altitude de 300m, estava

praticamente povoado e coberto de densa mata virgem. A selva, além da mata era infestadas de

insetos, transmissores das mais variadas endemias, predominado a malária, sob diversas formas,

febre amarela silvestre, leishmaniose, fambroesia, tifo, etc. Muitos que tentavam penetrar na floresta

pagavam com a vida a ousadia, deixando como reminiscências as ruínas de suas toscas moradias.

De 1930 a 1940 houve grandes transformações no Vale, cujas causas foram, principalmente o

encontro das linhas férreas da Vitória a minas às da Central do Brasil, em Nova Era, que ligou o vale

a capital e o centro de Minas por ferrovia e a abertura da estrada Rio Bahia, que atravessou o vale

possibilitando a sua comunicação com o norte e sul do país.

A exportação do minério de ferro para o exterior só foi iniciada em 1940, com a formação da

CIA. Brasileira de mineração e siderúrgica que encampou a estrada de ferro Vitória à Minas. O

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primeiro carregamento de minério de ferro foi realizado em nove de julho de 1940 com destino à

Inglaterra.

As necessidades mundiais de mica adquirida a alto preço forçaram a abertura de várias minas

dessa matéria prima em todas as regiões. A segunda guerra mundial muito contribuiu para incentivar

essa exploração, pois que havia exigência de grandes quantidades de mica e minério de ferro.

Com a assinatura do acordo de Washington, celebrado em março de 1942, a estrada de ferro

Vitória a Minas passou para o governo federal bem como as jazidas de ferro de propriedade dos

Britânicos, sendo constituída a CIA Vale do Rio Doce, com o fim de reaparelhar a estrada de ferro,

preparar a mineração a exportação do minério de ferro em larga escala. Além disso, foi criado o

SESP para cooperar no saneamento do vale.

Todas estas medidas seriam ineficazes, não fora a descoberta dos produtos químicos DDT e

Aralém. O DDT para pulverização com depósitos residuais, eliminando todos os insetos e o Aralém

curando com maior facilidade nos casos de impaludismo, além de ser de fácil aplicação.

À proporção que a malária desaparecia do Vale, verificava-se grande invasão de forasteiros

vindos de todas as partes do país.

A partir de então ao longo da ferrovia se desenvolveram e consolidaram várias cidades como:

Conselheiro Pena, Governador Valadares, Resplendor, Galileia, Tarumirim, Tumiritinga e Coronel

Fabriciano. A população do Vale passava de 1.673,974 para 2.055,705 habitantes.

No ano de 1934, o povoado de Cachoeirinha, como era conhecida o atual município de

Tumiritinga, passa a pertencer o município de Itanhomim e quatro anos mais tarde é elevado à

categoria de distrito, subordinado ao município de Tarumirim, em virtude do decreto Lei nº 148, de

17 de dezembro de 1938 (que inclusive retornou Itanhomim a categoria de distrito). O decreto Lei nº

1058, de 31 de dezembro de 1943, modificou a denominação de Cachoeirinha para Tumiritinga.

Cinco anos depois, a Lei nº 336 de 27 de dezembro de 1948, elevou Tumiritinga à categoria de

cidade, criando o município.

Entretanto o povoamento deu-se por homens de pouca cultural, ávidos por retirar do Vale

riquezas naturais acumuladas pela natureza e por ela resguardadas até aquela época. O plantio de

cereais na área recém desmatada, com o solo coberto de húmus natural é feito sem muito esforço

bastando lanças a semente ao solo. Não são necessários tratos culturais ou capinas, limitando o

trabalho ao plantio e a farta colheita. A produção dependia apenas de chuvas regulares nas épocas

necessárias. Os novos habitantes dedicavam-se, a derrubada de mata e a queima desordenada, para o

plantio, abrindo assim, clareiras em plena floresta virgem.

Ao longo de ferrovia instalaram-se inúmeras serrarias que também se dedicavam a

exploração da floresta, dela extraindo somente as madeiras mais valiosas com jacarandá, ipê-peroba e

jequitibá-rosa. A queda das árvores motivava também a derrubada de outras árvores ao redor das

árvores selecionadas, retiravam o tronco e deixavam os galhos no local, formando assim um rastilho

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para facilitar incêndios e furtos. O preparo de árvores para o plantio e a queima desordenada, foram

também destruindo a floresta virgem.

Nas clareiras abertas pelas culturas era semeado o capim colonião que se propagava com

grande rapidez nas áreas semi devastadas pelos incêndios anteriores. Esse capim em terra virgem

medra com grande vigor e atinge a altura de até 3m. Enquanto novo é bom alimento para o gado,

permitindo em um alqueire manter dez cabeças de gado, número dez vezes maior que o normalmente

admitido para a mesma área no cerrado ou de capim gordura.

Essa facilidade provocou a cobiça dos pecuaristas que, assim concorreram para a devastação

das matas na seguinte: extração das madeiras de lei, plantio nas áreas derrubadas e semeadura do

colonião ou invasão deste nas áreas recém incendiadas cobrindo grande extensões.

Assim, em pouco mais decênio, verificou-se a devastação completa de uma área de mais de

20000km² de florestas virgens do Rio Doce.

Em Tumiritinga não foi diferente. Na época de sua emancipação a extração de madeira era a

principal atividade econômica. Com a escassez das matas e a consequente diminuição da exploração

madeireira e agropecuária foi tornando-se a principal atividade econômica do município, onde se

destacam a criação de bovinos, produção de laranja e cana de açúcar, segundo dados do IBGE. As

pastagens tomaram o antigo lugar da mata atlântica e o plantio manejo inadequado destas tem hoje,

como resultado, um adiantado processo de erosão do solo, carregamento de terra e assoreamento do

leito do Rio Doce na região no lugar da riquezas de espécies vegetais da região ainda virgem, tomou

conta a aroeirinha, espécie invasora que colonizou as áreas degradadas e agora impossibilita o

crescimento de outras e até mesmo da pastagem.

Na década de 1950, Governador Valadares, cidade a qual Tumiritinga foi e continua sendo

fortemente vinculada era considerada a cidade das serrarias configurando-se como centro das

famosas matas do Rio Doce, cujas espécies vegetais alimentaram durante dezenas de anos uma

próspera indústria extrativista.

Tal período da história do município de Tumiritinga é retratado em um livro de memórias de

um antigo morador da cidade:

“O distrito de Tumiritinga vive uma onda de progresso, devido a sua localização. O lugar se

consolida com o pólo de escoamento de madeira em tora ou serrada, e cereais de várias regiões

vizinhas, principalmente do norte, onde a produção agrícola é excepcional. É também um lugar de

chegada de mercadoria da capital do estado e do exterior, que entram pelo porto de Vitória no

Espírito Santo. A estrada de ferro Vitória a Minas, que no começo da década de 40 passou de mão de

Ingleses para o governo brasileiro, integrando-se a Companhia Vale do Rio Doce, é o caminho que

torna possível este comercio.

Como recurso natural para a fabricação de cerâmica, Tumiritinga possui uma reserva de

argila que a torna maior malha da região, segundo o senhor Elias, nascido na cidade de Galiléia e

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morador da cidade de Tumiritinga a dez anos. Senhor Elias é secretário da junta militar do município

de Tumiritinga. As empresas que exploram argila na região produzem tijolos são a Cerâmica Santa

Cruz, Cerâmica do Espanhol, Cerâmica do Cota.

Embora a mata atlântica da região esteja em seu final, Manoel decide montar uma serraria.

Para tal constrói um imenso galpão de madeira, aberto dos lados e nele assenta dois engenheiros e

dois conjuntos de serras circulares, movido por motor próprio. Nela produz pranchões, tabuas,

caibros e ripas. “Ele passa a ganhar um bom dinheiro nessa atividade que ao lado do café que, após o

termino da segunda guerra mundial, sofreu grandes aumentos nos preços internacionais.”

Segundo senhor Elias Ferreira do Carmo e a senhora Júlia da Motta Salles, moradores da

cidade entrevistados, a cidade de Tumiritinga atingiu seu apogeu nessa época ( na década de 1950) e

a partir daí sua população começou a declinar junto com o fim da atividade de extração de madeira,

tendo perdido mais de 2000 mil habitantes desde então. De acordo com o relato da senhora Júlia há

aproximadamente 11 anos atrás, o município de Tumiritinga possuía uma frota de apenas 10 carros.

Segundo ela, a população hoje vive do trabalho nas fábricas de cerâmicas, nas fazendas da região e

nos órgãos públicos. Atualmente agricultores e pecuaristas são orientados por técnicos especializados

da EMATER, que possui um escritório na região que oferece cursos de capacitação nas diversas

práticas e que, preocupados em promover a sustentabilidade dos recursos naturais, incentivam

técnicas de rotação cultura, controle de pragas e doenças, cuidados no plantio, prestando orientações

quanto a doenças causadas por animais silvestres, como evitá-las e como contribuir para o controle

dos vetores.

Uma das principais datas comemorativas da cidade é o dia 19 de março onde se realiza a

festa de aniversário da cidade. Tal evento comemora a emancipação política do município e a

realização da primeira reunião da Câmara Municipal, no dia 19 de março de 1949.

A vocação Turística de Tumiritinga é considerável e o município faz parte do roteiro turístico

histórico do Vale do Rio Doce e do Vale do Aço. Na estação ferroviária de Tumiritinga pode-se

tomar o trem Vitória Minas para o Espírito Santo ou para a capital mineira. De Tumiritinga a Belo

Horizonte, o trem passa por outras estações, algumas delas são: Frederico Shellow, Intendente

Câmara, Mário Carvalio, Antonio Dias, Dois Irmãos, Desembargador Drumond, Rio Piracicaba, João

Molevade. Neste roteiro pode-se observar o Rio Doce, as matas e montanhas pastagens e ao longo da

estrada os vagões transportando minério de ferro.

A atual praia do Jaó, situada às margens do Rio Doce e o local onde a cachoeirinha de águas

limpas que deu o nome a cidade, pode ser vista. É um dos maiores atrativos naturais da região e a

opção de lazer e turismo, tanto para moradores da região quanto para os visitantes da região, que

costumam frequentar o lugar.

Para protege seu patrimônio natural a prefeitura de Tumiritinga no mandato do prefeito Silvio

Perez Vidal, assinou a Lei Municipal 795 de 11 de abril de 2002, quando ficou criado o Conselho

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Municipal do Patrimônio Histórico Cultural do município de Tumiritinga, órgão cujo objetivo é o

assessoramento ao prefeito em que diz respeito a preservação dos bens de valor cultural. O Conselho

tem representação do poder público, entidades, instituições da sociedade civil do município e

representantes da secretaria de educação.

5 – Manifestações Culturais:

O município de Tumiritinga tem em seu quadro de manifestações culturais festas típicas da cidade

como: Carnajaó( celebração do carnaval), Celebração da Semana Santa, Comemoração do

Aniversário da Cidade, Festa do Sagrado Coração de Jesus, Festa de Nossa Senhora Aparecida, Festa

Junina, Comemorações do Mês de Maria, Sete de Setembro, Folia de Reis.

6 – Acervo Arquitetônico e Urbanístico:

No acervo arquitetônico e urbanístico da cidade destacam-se o Coreto, Residência de Olânia

Rodrigues, Antiga Sede do Santa Cruz Esporte Clube, Mercearia Souza e Bernardes, antiga Serraria

de Geraldo Moreira, Residência de Nely, Posto de Saúde, Capela Divino Espírito Santo, Igreja

Matriz Sagrado Coração de Jesus, Igreja Sagrado Coração de Jesus, Estação Ferroviária, Museu

Municipal de Tumiritinga.

7 – Aspectos Naturais: A cidade de Tumiritinga possui uma área de 498km², localizando-se

nas coordenadas geográficas de latitude 18º58’38”S e longitude 41º38’51”O. De relevo

predominantemente plano (topografia sobre um total de 100% da área do município: Plano 40%,

Ondulado 30%, Montanhoso 30%). Tumiritinga atinge sua altitude máxima na Serra da Queiroguinha

com 560 metros e a mínima na foz do Rio Caratinga com 187 metros.

Inserido na bacia hidrográfica do Rio Doce os principais rios do município são: Rio Cuieté e

o próprio Rio Doce.

O clima tumiritinguense é caracterizado, segundo o IBGE,

como tropical quente semiúmido (tipo Aw segundo Köppen), tendo temperatura média anual de

22,7 °C com invernos secos e amenos e verões chuvosos e com temperaturas elevadas. O mês mais

quente, fevereiro, tem temperatura média de 24,9 °C, sendo a média máxima de 30,2 °C e a mínima

de 19,7 °C. E o mês mais frio, julho, de 19,8 °C, sendo 26,2 °C e 13,4 °C as médias máxima e

mínima, respectivamente. Outono e primavera são estações de transição.

Maiores acumulados diários de chuva registrados em Tumiritinga por meses

Mês Acumulado Data Mês Acumulado Data

Janeiro 140,0 mm 29/01/2013 Julho 25,9 mm 13/07/1990

Fevereiro 73,6 mm 26/02/1999 Agosto 38,9 mm 26/08/1984

Março 178,7 mm 16/03/1979 Setembro 56,8 mm 30/09/2003

Abril 69,0 mm 16/04/1980 Outubro 88,9 mm 21/10/1984

Maio 71,5 mm 10/05/2010 Novembro 151,2 mm 30/11/1997

Junho 68,4 mm 13/06/2009 Dezembro 142,1 mm 18/12/2013

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)[17]

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A precipitação média anual é de 1 240,8 mm, sendo julho o mês mais seco, quando ocorrem

apenas 12,3 mm. Em janeiro, o mês mais chuvoso, a média fica em 225,0 mm. Nos últimos anos,

entretanto, os dias quentes e secos durante o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não raro

ultrapassando a marca dos 30 °C, especialmente entre julho e setembro. Em julho de 2012, por

exemplo, a precipitação de chuva em Tumiritinga foi uma das menores já registradas. Durante a

época das secas e em longos veranicos em pleno período chuvoso também são comuns registros

de queimadas em morros e matagais, principalmente na zona rural da cidade, o que contribui com

o desmatamento e com o lançamento de poluentes na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade

do ar.

Segundo dados da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), desde 1974 o

maior acumulado de chuva registrado em 24 horas em Tumiritinga foi de 178,7 mm, no dia 16 de

março de 1979. Outros grandes acumulados foram de 152,1 mm, em 30 de novembro de

1997; 142,1 mm, em 18 de dezembro de 2013; e 140,0 mm, em 29 de janeiro de 2013. De acordo

com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Tumiritinga é o 658º colocado no ranking

de ocorrências de descargas elétricas no estado de Minas Gerais, com uma média anual de

2,179 raios por quilômetro quadrado.

A unidade geomorfológica onde está situado o conjunto é a depressão interplanáltica do Rio

Doce: área de colinas, interflúvios tabulares e vales colmatados, situada ao longo do Vale do Rio

Doce. Originada da dissecação fluvial de superfícies aplainadas. Depressão erosiva elaborada sobre

embasamento granito-gnaissico indiviso com nítida orientação estrutural em seu trecho médio e

evolução condicionada por movimentos epirogenéticos pós cretássicos.

O relevo é planície pluvial: terraços e áreas sujeitos a inundação não diferenciada. A Unidade

Litoestratigráfica e Geotecônica é do Proterozóico médio, grupo Rio Doce indiviso. Tumiritinga:

Xistos, gnaisses frequentes intercalações carbonáticas e cálcio silicásticas.

A bacia hidrográfica do Rio Doce merece uma descrição à parte. Apresentando uma

significativa extensão territorial, cerca de 83.400 Km², dos quais 86% pertencem ao Estado de Minas

Gerais e o restante ao estado do Espírito Santo ela abrange, total ou parcialmente, áreas de 228

municípios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no Espírito Santo e possui uma população total da

ordem de 3,1 milhões de habitantes.

O Rio Doce, com uma extensão de 853 Km, tem como formadores os rios Piranga e Carmo,

cujas nascentes estão situadas nas encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço, onde as altitudes

atingem cerca de 1.200 m. Seus principais afluentes são: pela margem esquerda os rios Piracicaba,

Santo Antônio e Suaçuí grande, em Minas Gerais, Pancas e São José, no Espírito Santo; pela margem

direita os rios: Casca, Matipó, Caratinga, Cuieté e Manhuaçu, em Minas Gerais e Guandu, no

Espírito Santo.

A bacia hidrográfica do Rio Doce está situada na região Sudeste, entre os paralelos, 18º45’ e

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21º15’ de latitude sul e os meridianos 39º55’ e 43º45’ de longitude oeste, compreendendo uma área

de drenagem de cerca de 83.400 Km², doa quais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o

restante ao Estado do Espírito Santo. Limita-se ao sul com a bacia hidrográfica do Rio Paraíba do

Sul, a oeste com a bacia do Rio São Francisco e em pequena extensão, com a bacia do Rio São

Mateus.

De maneira geral, as nascentes dos formadores do Rio Doce estão em altitudes superiores a

1.000 m. Ao longo de seu curso, sobretudo a partir da cidade de São José do Goiabal, o Rio Doce

segue em altitude inferior a 300 m. Suas águas percorrem cerca de 853 Km desde a nascente até o

oceano Atlântico, no povoado de Regência, no Estado do Espírito Santo.

Levando-se em consideração que não só as diferenças altimétricas que definem os grandes

compartimentos topográficos, bem como critérios de ordem lito-estrutural, encontram-se na área

quatro grandes unidades geomorfológicas: Planaltos Dissecados do centro-sul e do leste de Minas,

Serra do Espinhaço, Quadrilátero Ferrífero e Depressão do Rio Doce. Esta última, cujo conjunto da

Praia do Jaó faz parte (médio Rio Doce), é classificada como uma zona rebaixada encontrada ao

longo do Rio Doce e seus afluentes, com altitudes variando de 250 a 500 m e configurando-se como

uma depressão interplanáltica. Nessa unidade o contato com as formas de relevo dos planaltos

circundantes é muito bem marcado por desníveis altimétricos abruptos. No seu interior encontram-se

elevações que são residuais dos Planaltos Dissecados do Leste de Minas.

O piso da Depressão é constituído por rochas do Conjunto Gnáissico-Magmático-

Metamórfico, predominando biotita-gnaisse, rochas graníticas e granito-gnáissicas, com algumas

ocorrências de rochas do Conjunto Charnoquítico.

A Depressão se caracteriza por uma topografia de colinas com declividade média, planícies

fluviais colmatadas, rampas de colúvio e lagos de barragem natural.

No que diz respeito aos solos, predominam o Latossolo Vermelho Amarelo e o Prodizólico

Vermelho Amarelo. A primeira classe diz respeito aos solos acentuadamente drenados e ocorrem

principalmente nos planaltos dissecados. Este agrupamento apresentou, na região, solos com baixa

saturação de bases (distróficos) e alta saturação com alumínio (álicos), sendo que os últimos são

predominantes. São formados de rochas predominantemente gnáissicas, leuco e mesocráticas,

sobretudo de caráter ácido, magmáticos charnoquitos, xistos e de depósito argilo-arenosos. Quanto ao

relevo, esses solos apresentam desde o plano e suave ondulado até montanhoso com grande

predominância de forte ondulado a montanhoso.

A segunda classe diz respeito aos solos formados a partir de gnaisses diversos, além de

charnoquitos, xistos e magmáticos. Quanto ao relevo, ocorre desde o plano e suave ondulado até forte

ondulado e montanhoso, com predominância do último.

A principal limitação destes solos é o relevo. Tendo em vista que a quase totalidade da área

ocupada com podizólio está em relevo forte ondulado e/ou montanhoso e devido ao problema da

grande susceptibilidade à erosão que esses tipos de solo apresentam, a sua utilização fica restrita ao

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uso com pastagens e culturas permanentes de ciclo longo.

Originalmente coberta por Mata Atlântica, a intensa devastação restringiu o revestimento

florístico originário basicamente à área do Parque Estadual do Rio Doce. As demais matas

correspondem a uma vegetação que sofreu influência antrópica intensa, constituindo-se em vegetação

secundária. Devido às características dos solos da bacia do Rio Doce e ao manejo inadequado, a

erosão tem se tornado um dos maiores problemas ambientais na região e afeta, inclusive, o Conjunto

Paisagístico da Praia do Jaó.

Tumiritinga pertence à Estação de amostragem RD053, que fica a jusante do Rio Suaçuí

Grande. A localização deste ponto de amostragem é latitude 18º, 58’, 30”, longitude 41º, 38’, 49’,

altitude de 150 m. No ano de 2004, através da leitura e análise dos dados da coleta nestes pontos,

foram obtidos os seguintes indicadores da qualidade das águas do médio Rio Doce: faixa de IQA

menor que maior que 50 e igual a 70, índice de qualidade de água médio. Baixa contaminação por

tóxicos. Porém os parâmetros que mais afetaram o IQA foram coliformes fecais, turbidez, fosfato

total e sólidos totais. Estes parâmetros, na maioria das vezes, estão associados aos esgotos domésticos

e ao assoreamento do rio, pelo carreamento do solo da região. Foi encontrada grande concentração de

manganês na água. Avaliação ambiental da Estação RD053, classe de água é 02 e os fatores de

pressão são lançamento de esgoto sanitário e carga difusa, erosão.

As águas incluídas na classe dois são destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento

convencional, a recreação de contato primário (natação, esqui aquático, mergulho), irrigação de

hortaliças e plantas frutíferas, a criação natural e/ou extensiva de espécies destinadas à alimentação

humana. Portanto a praia do Jaó, com certeza pode continuar a ser fonte de Lazer para população de

Tumiritinga.

Segundo o senhor Elias Ferreira do Carmo, os peixes e crustáceos que antes habitavam o Rio

Doce não são mais encontrados com frequência. Segundo ele, as curvinas, robalo, curimba, piau,

surubim, dourado, lagosta de água doce, camarões entre outros, são raros. Espécies invasoras no rio

também são comuns nos dias de hoje, o bagre africano é uma delas.

Na região, alguns caiaqueiros vivem da retirada de areia do leito do Rio Doce e

comercialização destas, atividade que necessita de devido licenciamento, pois pode causar impacto

no rio. Alguns dos impactos negativos advindos da extração de areia do rio, mesmo que manual,

podem ser a alteração da velocidade e direção do curso d’água pela eliminação de bancos de

sedimentos do leito do rio, alteração da calha do rio e profundidade desta, alteração das bases

genéticas da fauna e flora aquática pela dificuldade de fixação no leito e pela turbidez gerada pela

extração de areia nas águas do rio e ainda a alteração da própria Praia de Jaó, pela possível

instabilidade do solo na região.

A fauna ornitológica da região é composta por: Canários Chapinha, Garibaldi (ou chão do

peito vermelho), Trinca Ferro, Saracura, Paturis, Rolinha Fogo-Pagó, Melro, Coleirinha, Assanhaça,

Sairas, de modo geral (como Sabias, etc.) Sofreu, Ararinhas, Garça Branca, Patativa, Beija-flor,

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Gavião Carcará e Periquito verde.

A flora é composta por Aroreiras (Astronium sp), Perobas (Aspidosperma sp), Angicos

(Plptadenia), Ipes (Tabebuia sp), Vareteiras, Ganassaias, 7 Capotes, Grão de Galo, Ingas (Ingá sp),

Gamemeiras (Fícus sp), Murta, Fícus (Fícus sp), Jenipapo (Genipa sp), Pitomba (Talisia sp), Acácias

(Acácia sp), Flamboyants (Delonix sp), Paineiras (Chorisia sp), Palmeiras imperiais (Oreodoxa sp),

Fruta pão (artocapus sp) entre outras espécies frutíferas exóticas que foram plantadas como:

Goiabeira ( Psidium sp), Acerola, Mamão (Carica sp), Coqueiros (Cocos sp), Graviola (Anona sp)

etc.

A ictiofauna do Rio Doce é muito diversificada, tendo como principais peixes pescados pelos

pescadores da região a seguintes espécies: Cascudo, Corimbatá, Piau, Traira, Pacumã, Tilápia e

Bagre africano.

(Extraído do Dossiê de Tombamento do Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó, Prefeitura Municipal

de Tumiritinga).

8 Aspecto Econômico

No Produto Interno Bruto (PIB) de Tumiritinga, destacam-se a agropecuária e a área

de prestação de serviços. De acordo com dados do IBGE, relativos a 2011, o PIB do município era de

R$ 40 329 mil. 1 317 mil reais eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços

correntes e o PIB per capita era de R$ 6 372,11. Em 2010, 57,41% da população maior de 18 anos

era economicamente ativa, enquanto que a taxa de desocupação era de 8,52%.

Salários juntamente com outras remunerações somavam 3,947 mil reais e o salário médio

mensal de todo município era de 1,4 salários mínimos. Havia 88 unidades locais e 86 empresas

atuantes. Segundo o IBGE, 75,39% das residências sobreviviam com menos de salário mínimo

mensal por morador (1 583 domicílios), 16,27% sobreviviam com entre um e três salários mínimos

para cada pessoa (320 domicílios), 1,45% recebiam entre três e cinco salários (29 domicílios), 0,97%

tinham rendimento mensal acima de cinco salários mínimos (19 domicílios) e 5,90% não tinham

rendimento (116 domicílios).

Setor primário

Produção de cana-de-açúcar, milho e mandioca (2011)[45]

Produto Área colhida (hectares) Produção (tonelada)

Cana-de-açúcar 30 2 400

Milho 350 609

Mandioca 31 341

A pecuária e a agricultura representam o segundo setor mais relevante na economia de

Tumiritinga. Em 2011, de todo o PIB da cidade, 7 705 mil reais era o valor adicionado bruto da

agropecuária, enquanto que em 2010, 32,58% da população economicamente ativa do município

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estava ocupada no setor. Segundo o IBGE, em 2011 o município possuía um rebanho de 21 asininos,

29 361 bovinos, 400 caprinos, 1 700 equinos, 330 muares, 180 ovinos, 2 850 suínos e 28 585 aves,

entre estas 11 500 galinhas, 11 mil galos, frangos e pintinhos e 85 codornas. Neste mesmo ano a

cidade produziu 5 519 mil litros de leite de 5 510 vacas, 62 mil dúzias de ovos de galinha,

mil dúzias de ovos de codorna e 2 500 quilos de mel de abelha.

Na lavoura temporária são produzidos principalmente a cana-de-açúcar (2 400 toneladas

produzidas e 30 hectares cultivados), o milho (609 toneladas e 350 hectares) e a mandioca (341

toneladas e 31 hectares), além do arroz e do feijão.

Já na lavoura permanente se destacam

a banana (140 toneladas produzidas e 19 hectares cultivados) e a manga (90 toneladas produzidas e

10 hectares cultivados).

Setores secundário e terciário

A indústria, em 2011, era o setor menos relevante para a economia do município. 5 621 reais

do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor secundário. A produção industrial ainda é

muito incipiente na cidade, mesmo que comece a dar sinais de aprimoramento, sendo resumida

principalmente à fabricação de produtos alimentícios, à transformação mineral, à fabricação

de cerâmica de revestimento ou pequenas fábricas. Segundo estatísticas do ano de 2010, 0,19% dos

trabalhadores de Tumiritinga estavam ocupados no setor industrial extrativo e 8,12% na indústria de

transformação.

O comércio está presente em Tumiritinga desde a época do estabelecimento dos primeiros

moradores, no começo do século XX, sendo que foi um dos principais fatores para o

desenvolvimento econômico e demográfico do município e hoje o setor representa a principal fonte

de renda da cidade. Em 2010, 10,65% da população ocupada estava empregada no setor de

construção, 0,54% nos setores de utilidade pública, 9,16% no comércio e 36,04% no setor de

serviços e em 2011, 25 686 reais do PIB municipal eram do valor adicionado bruto do setor terciário.

9 – Referencias Documentais:

ALBERNAZ, Maria Paula, LIMA, Cecília Modesto. Dicionário ilustrado de Arquitetura.

Ed. ProEditores. São Paulo, 2003.

CORONA, Eduardo, LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário da Arquitetura

Brasileira. São Paulo: Artshow Books, 1989;

Diretrizes para a proteção do Patrimônio Cultural de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto

Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG.

FRAMPTOM, K. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes,

1998.

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KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Ed. Martins Fontes. São Paulo,

2004.

LEMOS, Carlos. Alvenaria burguesa. São Paulo: EDUSP, 1973.

LEMOS, Celina Borges (organização). Sylvio de Vasconcelos: textos reunidos: arquitetura,

arte e cidade. Belo Horizonte: BDMG Cultural, 2004.

SEGAWA, Ugo. Arquiteturas do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999.

SEGRE, Roberto. América Latina, fim do milênio: raízes e perspectivas de sua arquitetura.

São Paulo: Studio Nobel, 1991.

VASCONCELOS, Sylvio de. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte:

UFMG, 1979.

10 – Levantamento: Yres Gomes da Silva Data: julho/2016

11 – Elaboração: Yres Gomes da Silva/Joaquim Lister Data: outubro/novembro/2016

12 – Revisão: Joaquim Lister Data: novembro/2016

3 – OBJETIVOS

Apresentamos os objetivos do inventário e a sua importância no contexto da política

de preservação do município de Tumiritinga. Indicamos como o inventário pode contribuir

como instrumento de conhecimento, pesquisa, proteção de bens culturais, planejamento e

educação patrimonial. O inventário subsidia o conhecimento de bens de interesse de

preservação e fatores de degradação. Instrumentaliza ações do poder público local, do

Conselho de Patrimônio Cultural e entidades civis, com vistas à pesquisa (estudos temáticos),

ao planejamento urbano, turístico e ambiental, à definição de áreas e diretrizes de proteção e a

educação patrimonial.

O inventário deve servir de parâmetro para instrumentalizar ações orientadas para o

desenvolvimento do potencial histórico de Tumiritinga, contribuído para o melhor

mapeamento do uso de suas potencialidades, visando o planejamento e a implementação de

uma política voltada para questão cultural e histórica local e regional.

O inventário decorre, também, da necessidade de se registrar os bens que por ventura

estejam submetidos a algum risco de descaracterização ou desaparecimento, como está

ocorrendo com a grande parte das edificações situadas na zona urbana, e bem como algumas

festividades e o modo de fazer da comunidade ali residente.

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Apesar de ser um município relativamente jovem, Tumiritinga possui importante

patrimônio cultural que merece reconhecimento, a valorização e a preservação. Através da

preservação de seu patrimônio material e imaterial, a comunidade local encontra meios para o

fortalecimento de sua identidade e a consciência de sua cidadania melhorando seu alto estima

e consequentemente sua qualidade de vida. Para a efetiva preservação da cultura local ações

relacionadas ao trabalho contínuo de educação patrimonial, sobretudo com jovens, são

essenciais.

O município tem como peculiaridade a existência de sítios arqueológicos, tanto na

área rural quanto na área urbana. É comum os moradores quando mexem na terra, acharem

enterrados algumas superfícies, restos de utensílios cerâmicos e vestígios de ossadas humanas.

Também é frequente acharem no subsolo, pedras amoladas que, como a cerâmica eram

utilizadas por grupos indígenas que habitaram a região antes da chegada dos colonizadores,

localmente conhecidas como “coriscos”.

Contudo, só há pouco tempo é que se tem dado maior importância a tais objetos. De

grande valor arqueológico e histórico, eles dizem respeito aos hábitos e costumes destes

povos que ali moravam no passado e que tiveram sua cultura e suas próprias condições físicas

praticamente dizimadas pelo colonizador.

Serão inventariados arquivos, bens naturais e manifestações culturais. No caso

específico de manifestações culturais, pretende-se através do inventário, registrar essas

manifestações segundo as categorias estipuladas pelo IPHAN: saberes e celebrações.

Priorizando aqueles bens submetidos ao desaparecimento.

A divulgação deste acervo documental junto à comunidade deve integrar uma política

de sensibilização, concretizada através da educação patrimonial, voltada para a preservação

do patrimônio cultural de Tumiritinga.

4 – CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS BENS CULTURAIS

Este tópico é dedicado a exposição dos critérios de identificação dos bens a serem

inventariados no município de Tumiritinga. Inicialmente, será explicitado o critério que

orientará a definição das áreas a serem inventariadas. Em seguida, serão explicitados os

critérios que deverão nortear a escolha e a prioridade dos bens a serem inventariados em cada

uma das áreas.

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O critério adotado para a definição das áreas a serem inventariadas no município de

Tumiritinga é o critério físico-geográfico, a partir do qual se podem identificar elementos do

meio físico na estruturação do território municipal. Estes elementos são constituídos pelas

áreas urbanizadas e pelas áreas rurais. Este critério, na verdade, não se apresenta sozinho, mas

em conjugação com o critério histórico, uma vez que as citadas áreas correspondem a

momentos diferenciados de ocupação do município.

A partir deste critério, identificam-se, em Tumiritinga, três áreas inventariáveis que

compreendem: a sede municipal (área urbana), o distrito e as demais áreas que compreendem

todo o território rural. A área urbana – Área 01- será única e será inventariada segundo o

critério físico-geográfico, de forma a destacar tanto a área histórica que representa o inicio da

formação da sede municipal, quanto à área de expansão do município em sua extremidade.

O restante do território municipal – Área 02 e Área 3 – será inventariado segundo o

critério geográfico e cultural, utilizando como referência limítrofe aspectos importantes que

delimitam áreas distintas.

Outro critério metodológico necessário neste Plano de Inventario é aquele que definira

as prioridades, ou seja, a ordem de inventariamento em cada uma das áreas identificadas.

Nesse caso, será considerada a relevância dos bens culturais, a partir dos pontos de vista

históricos, artístico, arquitetônico, simbólico e/ou afetivo, dentro dos contextos que geraram

esses bens.

Resta dizer que o IPAC seguirá a metodologia divulgada pelo IEPHA/MG, incluindo

levantamentos documentais, de campo, fotográfico e de bases cartográficas, que propiciam o

preenchimento de fichas por categoria, a elaboração dos dados em laboratório, a alimentação

de um banco de dados digital e o arquivamento das informações.

4.1 - CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS A SEREM INVENTARIADAS

A definição das áreas inventariáveis partiu do reconhecimento imediato do critério

físico-geográfico, em conjugação com o critério histórico e cultural, já explicitado; e através

de pesquisas que incluem a análise de fontes documentais e orais, a pesquisa de campo, o

levantamento fotográfico, além de anotações de campo textuais e orais, iconográficas e

geográficas.

A temporalidade foi um dos mais fortes critérios utilizados para o registro dos bens

culturais do município. A prioridade é dada aos bens mais antigos, arquitetônicos ou móveis,

que além do valor formal também apresente um valor histórico significativo. Como parte do

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acervo cultural do município se perdeu, e considerando o fato que alguns edifícios originais

do núcleo original correm risco de substituição por novas edificações sem interesse formal.

Para identificar as áreas inventariáveis, utilizou-se como critério a divisão

administrativa existente, que se mostrou satisfatória para tender as necessidades do

levantamento e registro dos bens culturais de Tumiritinga. Como consequência, surgiram três

áreas distintas a serem trabalhadas: a Área I – Núcleo urbano do distrito sede e a Área II –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga e Área III - Área rural do município, que são

inventariadas respectivamente nesta ordem.

Estilisticamente, este inventário pretende registrar os bens que foram produzidos no

início do povoamento, ligados á sua história. Coincide então aos modelos tipológicos do estilo

predominante eclético, que pode ser observado em um grande número de edifícios

residenciais na sede do município.

4.2 DEFINIÇÃO DAS ÁREAS A SER INVENTARIADAS

4.2.1 Área I – Área urbana do município:

Foto 04 - Vista aérea da cidade de Tumiritinga MG, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,

Data: desconhecida

A Área I é caracterizada por relevo plano. Limita-se a norte com o município de

Galiléia através do Rio Doce, que atravessa o território de Tumiritinga no sentido oeste-leste.

A ocupação da área se concentra entre o Rio Doce e a linha da estrada de ferro Vitória-Minas,

que acompanhando o curso da água, também atravessa o território municipal de oeste a leste.

A ocupação do município inicialmente se fez pelos grupos de índios “Botocudos”

que habitavam a região. Posteriormente, com a invasão colonizadora seguida de domínio dos

territórios através de investidas violentas contra tais grupos indígenas, foi então efetivado o

processo de ocupação da área, que culminou na configuração atual de Tumiritinga e toda

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região adjacente, correspondente ao Vale do Rio Doce. Das aldeias ( tábas) indígenas nada

restou em meios evidentes que pudessem retratar até os dias atuais a forma de organização do

espaço destes grupos e os sistemas construtivos por eles desenvolvidos e utilizados.

A partir da ocupação convencional, que veio ocorrer com a efetiva colonização do

espaço, grandes propriedades de terras surgiram resultantes de processo de posse. Na primeira

metade do século XX, com o controle das doenças tropicais recorrentes na região e a abertura

do caminho com a estrada de ferro, povoados foram-se criando ao longo dos trilhos, onde

havia estações e/ou pontos de parada do trem.

Com Tumiritinga não foi diferente. Originalmente construções foram sendo

erguidas nas proximidades das paradas ferroviárias que ali existiam. A partir daí a população

foi se expandindo para o nordeste, em direção à praia do Jaó e redondezas, as margens do Rio

Doce.

As primeiras construções civis eram térreas e compunham-se de casas bastantes

singelas de arquitetura despojada, em forma simples. Dentre o conjunto destacavam-se os

depósitos de serrarias, que retiravam de forma indiscriminada a madeira de lei da vegetação

nativa, constituída por mata atlântica. Tais construções se diferenciavam pela volumetria e

uso. Entre as edificações residenciais tomavam destaque aquelas destinadas a abrigar

funcionários da estrada de ferro, responsáveis pela manutenção das máquinas naquele trecho.

Ainda pode-se observar tal tipo de edificação ao longo da malha ferroviária da estrada de

ferro Vitória-Minas, nos municípios por onde ela passa. Com o aumento da aglomeração essas

casas inicialmente destinadas aos ferroviários foram se incorporando ao tecido urbano. Hoje

não mais cumprem a função primeira, apesar de muitas ainda servirem como residência.

Posteriormente a economia local mudou seu foco da extração de madeira para as

atividades agropecuárias, que já exerciam papel importante no cenário municipal.

Com o tempo, a expansão da cidade foi ocorrendo em direção ao Rio Doce e

novos bairros foram surgindo ou os antigos foram se ampliando. Porém, a estagnação

econômica, causada pela perda da lucratividade nas atividades agropecuárias geridas por

pequenos e médios proprietários que vivem no campo, em detrimento a posição privilegiada

dos latifundiários, resultou no êxodo rural e também em queda da economia da área urbana.

Houve uma paralisação na renovação urbana. Hoje é possível encontrar muitos imóveis sem

uso ou subutilizados, se degradando ao sabor do tempo.

As construções mais antigas se encontram na porção mais central do município,

como naturalmente ocorre por ser esta área a de ocupação mais antiga. O conjunto

arquitetônico ali se caracteriza pela heterogeneidade, possuindo exemplares de vários

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períodos. Muitos que ainda não sofreram com a substituição causada pela renovação urbana

se encontram com descaracterizações, principalmente em relação à troca de vãos de

revestimento das fachadas. É notável em muitas dessas intervenções a tendência à vontade de

modernizar as construções, seguindo o gosto em voga.

No centro se destacam as construções eclesiásticas por seu porte e implantação no

espaço urbano, geralmente no meio de uma praça, como Igreja Matriz do Sagrado Coração de

Jesus e a Igreja Presbiteriana, ambas com torre sineira central. Também ai se situam os

estabelecimentos comerciais e de serviços tradicionais e as sedes dos poderes legislativos e

executivo local. O prédio da Prefeitura inclusive está sofrendo intervenções de reforma, tato

interna, quanto externamente. Materiais como as placas cerâmicas e o vidro foram

introduzidos, dando o tom de modernidade à fachada da edificação.

Nos bairros periféricos as construções são geralmente mais simples. São térreas e

constituem-se em sua maioria de residências com paredes de alvenaria de tijolos e cobertura

em telhas cerâmicas tipo capa-e-canal ou francesa. Também pode ser encontrado conjunto de

casas erguido através de programa habitacional para moradias destinadas à população de

baixa renda.

Além do bem tombado, correspondente ao Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó,

a região periférica do município possui importante acervo arqueológico. Em uma das obras da

prefeitura de calcamento do bairro popularmente conhecido como “Nova Tumiritinga”, foram

encontradas urnas funerárias e ossadas, resultante da ocupação indígena, em tempos remotos.

Com a revalorização nos últimos tempos do Patrimônio Histórico local, resultante

em grande parte do trabalho ICMS Cultural dos Municípios Mineiros, houve maior

preocupação com as evidencias arqueológicas, encontradas frequentemente na região. Com

isso, os vestígios encontrados nas obras da prefeitura foram logo comunicados ao IPHAN –

Órgão responsável por esse tipo de bem.

Em relação à preservação dos sítios naturais na área I, o tombamento do Conjunto

Paisagístico da Praia do Jaó veio reafirmar a importância não só ambiental como também

sociocultural do Rio Doce e o bioma do qual faz parte. Desde a ocupação dita civilizada em

todo o Vale do Rio Doce, este elemento natural de grande expressão vem sendo ignorado com

referência de valor econômico, histórico e cultural, além do valor ambiental propriamente

dito. A relação comunidade Tumiritinguense com o Rio Doce é de extrema importância para a

compreensão da cultura local. Desde os primeiros habitantes, os índios que se

autodenominavam “Borun Vatu” (Homens do Rio), O aspecto histórico, cultural e social está

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intimamente ligado à relação dos moradores com o rio, sua fauna e flora. Enfim, todo meio

ambiente no qual se integra.

Outro importante aspecto da cultura local refere-se aos bens de natureza imaterial,

encontrados em ricas manifestações nas áreas I, II e III. Em ambas as áreas os eventos estão

ligado às tradições da Igreja Católica, em sua grande parte, e são realizadas, sobretudo, na

área central, em espaço de uso comum, como praças e as próprias vias.

Foto 05 - foto do traçado da Cidade, Autor: site do Google, Data: set/2014

4.2.2 Área II – Distrito de São Geraldo De Tumiritinga

São Geraldo de Tumiritinga é um distrito do município brasileiro de Tumiritinga, no

interior do estado de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 526 habitantes, sendo 782 homens

e 744 mulheres, possuindo um total de 650 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº

1039, de 12 de dezembro de 1953.

A elevação a povoado deu-se por Decreto estadual de 27 de março de 1934,

constituído com território do município de Itanhomi, criado pela Lei estadual número 843, de

7 de setembro de 1923.

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Foto 06 - Foto antiga do Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - MG, acervo da Prefeitura,

Autor desconhecido, Data: desconhecida

O Decreto-Lei estadual número 148, de 17 de dezembro de 1938, criou o distrito de

Cachoeirinha, que passou a integrar o município de Tarumirim, criado pelo mesmo Decreto,

que também extinguiu o município de Itanhomi, que retornou à categoria de distrito. Em 1943

Cachoeirinha teve seu topônimo mudado para Tumiritinga.

A Lei n.º 1039, de 12 de dezembro de 1953, criou o distrito de São Geraldo de

Tumiritinga, com território do município deste mesmo nome. A instalação deste novo distrito

deu-se a 13 de junho de 1954. Assim, passou o município a constituir-se de dois distritos: o da

sede (Tumiritinga), e o de São Geraldo de Tumiritinga.

Voltando um pouco na história, segundo relatos dos mais antigos, o povoado de São

Geraldo de Tumiritinga teria surgido a partir da doação de terras feita por Antônio Barbosa,

natural de Vai e Volta no município de Tarumirim, Antônio foi casado em primeiras núpcias

com Diolina e, em segunda núpcias com Palmira Moreira Barbosa. Antônio Barbosa era filho

de João Barbosa de Oliveira e Laurinda Filipe de Jesus, radicados no município de

Tumiritinga. Ele teria formado as terras e doado para o seu Santo de devoção "São Geraldo",

as terras começavam no Córrego Volta grande até as proximidades da atual Igreja Católica de

São Geraldo. Segundo levantamentos, a população de São Geraldo de Tumiritinga

basicamente foi composta por migrantes vindos de Inhapim, Itanhomi, Tarumirim e

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Tumiritinga, que vieram em busca de terras férteis, formando núcleos de povoamento, sua

colonização se deu a partir do final da década de 1920.

Dentre as primeiras famílias a se estabelecem no local onde hoje se situa o distrito de

São Geraldo de Tumiritinga, pertencente ao município de Tumiritinga no Estado de Minas

Gerais, destacamos as famílias de João Justino; João Barbosa de Oliveira casado com

Laurinda Filipe de Jesus (filhos: Francisco Barbosa de Oliveira, Geraldo Barbosa de Oliveira,

Antônio Barbosa, Adão Barbosa de Oliveira, Donata e Eliza); José Pereira Mendes casado

com Virgína Regina de Carvalho (filhos: Ormezinda Lúcia de Jesus, José Pereira Mendes

Filho, Joaquim Pereira Mendes, Maria Lúcia de Jesus, Orcindor Pereira Mendes,

Epaminondas Pereira Mendes, Alzira Lúcia de Jesus, Francisco Pereira Mendes e Venílio

Manoel Pereira); Antônio Valão; Joaquim Ferreira; Gabriel Moraes; Gualter Gomes; Arthur

Gomes; Lucas Gomes; Francisco Carlos de Jesus casado com Maria Zeferina de Jesus (filhos:

Vergília Ferreira, Lorentina, Sebastiana Zeferina de Jesus, Francisco Carlos e Onésima),

Francisco Biata; José Domingos; Manoel Sabino Pereira casado com Amélia Moreira de Lima

(filhos: José Sabino Moreira, Joaquim Sabino Moreira, João Sabino Moreira e Madalena

Moreira); João de Miranda Primo casado com Antônia Claudina de Jesus "Totonha" (filhos:

Maria Claudina de Jesus, Izaura Souza da Luz, Alice Claudina de Jesus, José Miranda da

Costa, Elito Miranda, Onésima Miranda de Jesus, Onofre de Miranda e Conceição Miranda de

Jesus), Joaquim de Miranda Primo casado com Davina Laureano Santiago (filhos: José

Miranda Primo, Maria Miranda, Jaeder Miranda, Creuza Miranda, Getúlio Miranda Primo,

Norma Miranda e Paulo Miranda Primo); Antônio Nato (filhos: Antônio Ferreira Alves, José

Ferreira Alves, Francisco Ferreira Alves, Peri Ferreira Alves e Juanico Ferreira Alves);

Sebastião Carvalho de Paula casado com Maria Leite (filhos: José Francisco de Paula,

Joaquim de Paula e Presentino Leite), entre outras.

A corrida de ocupação começou com o desejo rápido de enriquecimento, iniciando o

trabalho de preparação da terra para o plantio de cereais, frutas e legumes, além da criação de

pequenos animais. Entre fins da década de 20 e início da década de 40, outras plantações

foram surgindo, a cana-de-açúcar se tornou um de seus maiores produtos cultivados, surgindo

daí a produção da rapadura e cachaça. Paralelamente às primeiras plantações de cana-de-

açúcar, a criação de gado também se fez presente. De início, a produção era voltada para a

subsistência, evoluindo algumas décadas depois ao consumo local e regional.

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A partir de 1940 foram chegando novos migrantes, onde destacamos as famílias de:

José Raimundo de Castro; Inhô Vitorino; José Vicente Barbosa casado com Brasilina da Silva

(filhos: Wilson Barbosa, Rui Barbosa, Olga Barbosa, Teresa Barbosa, Hermes Barbosa, Maria

do Carmo Barbosa e Getúlio Barbosa); José Barbosa, Josafatt de Souza Monteiro casado com

Semeana Augusta (filhos: Francisco de Souza Monteiro e Maria Augusta de Souza); Antônio

Ildefonso Gonçalves casado em segundas núpcias com Anastácia Rosa de Jesus (filhos: Otília

Rosa de Jesus, Nalzira Rosa de Jesus, Nadir Rosa de Jesus, Domingos José Gonçalves, Maria

Rosa de Jesus, Izoldina Rosa de Jesus e Creuza Rosa de Jesus); Sebasitão Araújo casado com

Dejanira Gonçalves Prata (filhos: José Gonçalves Araújo, Maria Gonçalves, Iracema

Gonçalves e Jandir Gonçalves Araújo); Neném Pinto; José Idalino, entre outras.

Foto 07 - foto de imóveis preservados da decada de 1950. acervo da Prefeitura, Autor

desconhecido, Data: desconhecida

Em 07/07/1954, foi instalado o Cartório de Paz do então distrito de São Geraldo de

Tumiritinga, sendo seu primeiro escrivão o Sr. Inhô Vitorino, sendo sucedido pelo Sr. Rui

Barbosa e seus descendentes.

A principal manifestação religiosa no distrito é a festa em homenagem ao santo

padroeiro, São Geraldo, comemorado no dia 16 de junho com extensa programação religiosa e

diversas atrações festivas.

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Foto 08 - foto da Rua que da acesso a parte central do Distrito de S. Geraldo do Tumiritinga,

Autor Lister Lucas, Data: set/2015.

4.2.3 Área III – Área da Zona Rural e Povoados

Corresponde à maior parte em extensão territorial do município. O relevo também é

constituído de áreas planas, em sua maioria, com alguns morros de formação suave, havendo

entre eles baixios com pequenos lagos. Tais áreas são propicias ao cultivo agrícola e pelas

características de solo se constituem em ótimo material para fabricação de produtos

cerâmicos. Este fato, apesar de ter levado ao surgimento relativamente recente de indústrias

de cerâmica na área urbana, já havia sido explorado pelos primeiros habitantes da região – Os

grupos indígenas de Tapuias, que desenvolveram técnicas artesanais de produção de vasos e

outros artefatos à base de cerâmica. Infelizmente essa cultura de produção artesanal a partir da

argila não foi passada para a população colonizadora, quando de sua ocupação na região.

Foto 09 - foto antiga de carro de boi de um dos primeiro colonizadores o Sr. João de Miranda

Primo, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido, Data: desconhecida

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A região originalmente caracterizava-se pela densa mata atlântica, que recobria toda

área e fornecia os insumos necessários à vida dos primeiros habitantes. Com a ocupação

colonizadora, em poucas décadas praticamente toda a mata nativa foi suprimida para o

comercio das madeiras. Logo depois, deu lugar aos pastos de braquiara e colonião para

atividade da pecuária ou de agricultura. Remanescentes dessa mata são hoje encontrados de

forma pontual no território, geralmente em forma de pequenas matas ciliares ou nos topos de

morro.

A área III é bem servida de curso d’água, abundantes em toda região. Seus principais

rios são: O Caratinga – conhecido antigamente como “Cuyeté” e que faz a divisa natural do

município com Conselheiro Pena – e o Rio Doce, que banha a área rural e urbana de

Tumiritinga.

As construções se encontram de forma dispersa nessa área. Em outros tempos, quando

a economia rural era destaque e a produção dava lucratividade às famílias que viviam no

campo, em terrenos de médio porte, e a área era bem mais povoada. Tumiritinga, hoje com

6.293, Já chegou a ter uma população de cerca de 14.000 habitantes. Esse quadro de maior

densidade demográfica na área rural foi se revertendo em razão da queda na economia, que,

entre outros fatores, passou a beneficiar os proprietários do latifúndio, em detrimento aos

pequenos e médios produtores rurais.

Hoje existem sedes de fazendas salpicadas pelo território da área rural. Tais

construções seguem ainda em sua maioria, o sistema construtivo tradicional. Os materiais

retirados da própria natureza local, são observados em grande quantidade nessas construções,

feitas basicamente com a madeira e a terra. Encontram-se implantadas sobre padrões altos, se

constituindo de estrutura autônoma de madeira, vedada por paredes em pau-a-pique ou adobe.

Assim como a gaiola estruturante dos quadros dos vãos, as peças do engradamento da

cobertura e demais objetos de acabamento, são em madeira. Na cobertura, com águas bastante

inclinadas que forma um colchão de isolamento térmico, observa-se o uso da terra nas telhas

cerâmicas em capa-e-bica.

Além do colchão de ar criado pela cobertura e forros nos ambiente internos, outros

recursos eram utilizados para se obter o desejado conforto térmico no interior dessas

edificações, como a já citada implantação alteada do solo, além da própria composição e

forma de construção das vedações, feitas com a terra crua.

A área III é rica também em bens moveis e integrados relacionados ao trabalho no

campo como a agricultura, a pecuária e o beneficiamento dos produtos provenientes dessas

atividades, que estão intimamente ligadas ao modo de vida das comunidades rurais.

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Entre os bens naturais, já altamente comprometidos na região, se destacam também na

área III o Rio Doce, que também se constitui de importante elemento de valor histórico,

cultural e sócio econômico para todo município e toda região.

As construções na área III se apresentam dispersas em grandes terrenos, ligados entre

si e à área urbana através de estreitas estradas de chão sem pavimentação. Por vezes esses

caminhos se encontram com cursos d’água, onde a pequenas pontes. Muito desses cursos tem

regime intermitente de águas, por isso, em boa parte do ano estão secos.

Os tipos de bens citados acima e reconhecidos como de importância história, cultural e

socioeconômica, estão intimamente ligados ao Patrimônio de natureza imaterial, encontrado

amplamente sob várias formas de manifestações, expressões nas localidades e comunidades

rurais. Tais manifestações e expressões merecem maior valorização e consequente

preservação, como forma de salvaguardá-la na memória e na vida das pessoas.

Também na área rural e comum os moradores, ao mexerem na terra, encontrarem, com

considerável frequência, vestígios da civilização indígena que ali viveu desde milhares de

anos atrás. Muitas vezes tais vestígios arqueológicos são ignorados, sendo deixados ali

mesmo, sumindo com o tempo ou sendo re-enterrados. Para que isso não mais ocorra e estes

sítios arqueológicos possam ser valorizados como tal, é muito importante a implantação

adequada e orientada da Educação Patrimonial não só nas escolas da área urbana, como

também nas das comunidades rurais, sempre buscando contextualizar o tema com a realidade

local da vida no campo.

4.3 Tipologia

Com relação à tipologia urbana e arquitetônica, temos definido um traçado de ruas

bem orgânico influenciado diretamente pelo relevo e localização, que abrigam edificações

térreas ou de poucos pavimentos, até 03 (três).

Edificações estas em estilo colonial, eclético e contemporâneo. Variando

cronologicamente, as mais antigas em estilo colonial, de partido arquitetônico retangular e

cobertura com estruturas em madeira e telhas cerâmicas, em duas ou quatro águas.

Construídas em um único pavimento e implantadas nas testadas dos terrenos ao nível da rua e

em alguns casos a cima deste e com afastamentos laterais.

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Foto 10 - foto de imóveis, Autor: Lister Lucas, Data: set/2015

Existem ainda exemplares relativamente descaracterizados de arquitetura eclética,

expresso principalmente em fachadas, varandas e platibandas, e outras edificações

inteiramente contemporâneas que trazem em si o registro do período em que parte da

população tinha seu sustento em atividades no exterior do país.

Foto 11 - foto de imóvel estilo contemporâneo, Autor: Lister Lucas, Data: set/2015

Atualmente, as edificações possuem estilo contemporâneo, mas repetem o modelo

original de implantação e volumetria característico do período colonial. Partido retangular, de

1 a 3 pavimentos, cobertura em madeira e telhas cerâmicas, alinhamento com a calçada e com

afastamentos laterais, algumas com varandas, mas com janelas e portas em metais e vidro

além de madeira.

A substituição de imóveis antigos por novos e a pratica mais comum atualmente na

cidade e no campo. Não se tem mais o habito de reformar nem restaurar imóveis antigos.

Em respeito à parte urbana, a cidade cresce sem uma legislação norteadora e sem

plano diretor. E sem políticas eficientes de proteção de seu patrimônio histórico. Atitudes

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como estas de criação de um plano de inventário são extremante validas e servem como um

primeiro passo neste processo de proteção patrimonial.

O município apresenta uma área urbana com maior concentração habitacional e de

equipamentos urbanos. Possui pavimentação na maioria das ruas (e o restante vem sendo

contemplado de forma rápida e constante). Possui praças, residências, edificações comerciais

e institucionais bem definidas dentro desta área urbana e na zona rural acesso com estradas

sem pavimentação, em sua maioria, mas também bem estruturadas e sinalizadas devido ao uso

constante dos moradores.

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5. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA

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6. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Área I - Distrito Sede

Foto 01: Pensão – Avenida Amazonas, 730 - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 02: Imóvel Comercial – Avenida Amazonas, 922 –

Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015.

Foto 03: Residência – Praça Tiradentes, 108 - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 04: Praça Tiradentes - Praça Tiradentes, S/N - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

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Foto 05: Igreja do Divino Espirito Santo - Praça

Tiradentes, S/N - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.

julho 2015

Foto 06: Gruta – Distrito Sede - Fonte: RODRIGUES,

Amanda Aiara. julho 2015

Foto 07: Praia do Jaó - Fonte: GONÇALVES, Joaquim

Lister. outubro/ 2016

Foto 08: Cartório Rui Barbosa – Rua: São Salvador, S/N –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2014

Foto 09: Feira Livre – Rua 04, n° 40 - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

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Foto 10: Pintura e bordado artesanal em tecido - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 11: Telas pintadas por Dona Darci Perez

dispostas em uma das paredes de seu ateliê - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 12: Oficina de artes de Jorge Aun - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 13: Residência - Praça Tiradentes, nº114 - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. julho 2015

Foto 14: Antigo Armazém da Família Pettersen - Avenida

Amazonas, 670 - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.

junho de 2015

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Foto 15: Antiga Sede do Santa Cruz Esporte Clube -

Avenida Amazonas, 700, esquina com Rua Ceará - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. junho de 2015

Foto 16: Coreto - Praça Leôncio Medeiros, s/nº - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2014

Foto 17: Residência - Avenida Getúlio Vargas, 831 -

Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015

Foto 18: Conjunto de Casas Populares - várias ruas no

bairro conhecido como “Nova Tumiritinga” - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015

Foto 19: Residência - Rua Maria Inácia, n°112 - Fonte:

RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2015

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Foto 20: Mercearia Souza e Bernardes - Avenida Getúlio

Vargas, n° 1009 - Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara.

Agosto 2015

Área II - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Foto 21: Igreja de São Geraldo Magela – Distrito de São

Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 22: Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Avenida

Amazonas, 780 – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga -

Fonte: RODRIGUES, Amanda Aiara. Agosto 2016

Foto 23: Rua Bela Vista – Distrito de São Geraldo de

Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

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Foto 24: Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de

São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 25: Igreja Batista em Renovação Espiritual – Distrito

de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,

Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 26: Imagem de São Geraldo, Igreja São Geraldo –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 27: Crucifisso, Igreja São Geraldo – Distrito de São

Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2015

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Foto 28: Altar, Igreja São Geraldo – Distrito de São

Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 29: Gruta de Nossa Senhora Aparecida, Igreja São

Geraldo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 30: Residencia da Rua São Salvador, nº 146 – Distrito

de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,

Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 31: Escola Estadual José Vicente Barbosa – Distrito

de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,

Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

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Foto 32: Baú da Dona Alzira Lucia dos Santos – Distrito

de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,

Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 33: Capela do Divino Espírito Santo – Distrito de São

Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 34: Residencia da Rua Divino Espírito Santo –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 35: Igreja Presbiteriana – Distrito de São Geraldo de

Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

Foto 36: Fogão a Lenha da Residencia da Rua Divino

Espírito Santo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga -

Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto

2016

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Foto 37: Fogão a Lenha - Dona Alzira Lucia dos Santos –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 38: Imagem de Nossa Senhoa Aparecida, Igreja São

Geraldo – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 39: Imagem de São Geraldo, Igreja São Geraldo –

Distrito de São Geraldo de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 40: Ponte que liga o Distrito a Sede – Distrito de São

Geraldo de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2016

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Área III - Zona Rural

Foto 41: Residência Zona Rural – Saida do distrito de São

Geraldo Tumiritinga, S/N – Fonte: RODRIGUES, Amanda

Aiara. Agosto 2015

Foto 42: Sede da Antiga Fazenda da D. Jorgina – Zona

Rural - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues.

Agosto 2015

Foto 43: Grupo de Reisado Neca Guimarães. Fotógrafo

desconhecido, Acervo do Sr. Elias Ferreira. Zona Rural -

agosto /2015

Foto 44: Residencia a Margem da MG que da acesso a

Governador Valadares/MG – Zona Rural de Tumiritinga -

Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto

2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Foto 45: Residencia Rural do Córego do Prata – Zona

Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2015

Foto 46: Rio Caratinga, Zona Rural - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2015

Foto 47: Antiga sede da Fazenda Itaúna, de Silvério

Fernandes, Córrego Itaúna, Zona Rural - Fonte: cópia do

Invetario 2011.

Foto 48: Igreja de Nossa Senhora das Graças, da Paróquia

do Sagrado Coração de Jesus, Região do Córrego do Prata,

Zona Rural - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Foto 49: Sede da Faenda do Sr. Estécio, Região do Córego

Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 50: Sede da Faenda do Sr. Palmerindo Machado,

Região do Córego Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga -

Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto

2016

Foto 51: Sede da Fazenda do Sr. Niltom Dólar (Niltom de

Abreu) Residencia Rural do Córego do Prata – Zona Rural

de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

Foto 52: Sede da Fazenda Água da Prata do Sr. Davi

Forminio Bretas Residencia Rural do Córego do Prata –

Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2016

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Foto 53: Igreja Evangélica Assembleia de Deus

Córrego do Alegre – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 54: Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é

o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de Tumiritinga -

Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto

2016

Foto 55: Escola Municipal 1º de Julho, Povoado 1º de

Julho – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES,

Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

Foto 56: Rio Batata – Zona Rural de Tumiritinga - Fonte:

GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto 2016

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Foto 57: Lagoa do Eumir, Córrego do Prata – Zona Rural

de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

Foto 58: Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural

de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

Foto 59: Rio Caratinga – Zona Rural de Tumiritinga -

Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas Rodrigues. Agosto

2016

Foto 60: Pedra do Coador do Córego do Coador – Zona

Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister Lucas

Rodrigues. Agosto 2016

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Foto 61: Carro de Boi da Fazenda do Sr. Wilson Vieira –

Zona Rural de Tumiritinga - Fonte: GONÇALVES, Lister

Lucas Rodrigues. Agosto 2016

7. LISTA DE BENS A SEREM INVENTARIADOS

7.1 Área I - Distrito Sede

Estruturas Arquitetônicas e urbanísticas; Bens Móveis e Integrados; Arquivos;

Patrimônio Imaterial.

Cartório Rui Barbosa – Rua: São Salvador, S/N

Gruta – Distrito Sede

Praça Tiradentes – Distrito Sede

Hospital São Vicente de Paula - Distrito Sede

Altar da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede

Crucifisso da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede

Pia Batismal da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede

Sacrario da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede

Os Registros do Cartório de Registro Civil - Distrito Sede

Cemitério Municipal - Distrito Sede

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7.2 Área II - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Bens Integrados da Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Bens Integrados da Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Residencia da Rua Espirito Santo, 53 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Residencia da Rua Espirito Santo, 35 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Residencia da Rua Espirito Santo, 129 - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Escola Estadual José Vicente Barbosa - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Igreja Presbiteriana - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Igreja Batista em Renovação Espiritual - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Fogão a lenha da D. Alzira - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Baú da D. Alzira - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Ponte sobre o Córrego Volta Grande

Córrego Volta Grande

Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Festa de São Geraldo - Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

7.3 Área III - Zona Rural

Residência Zona Rural – Saida do distrito de São Geraldo Tumiritinga, S/N

Sede da Antiga Fazenda da D. Jorgina – Zona Rural

Antiga sede da Fazenda Itaúna, de Silvério Fernandes, Córrego Itaúna, Zona Rural

Residencia a Margem da MG que da acesso a Governador Valadares/MG – Zona Rural de

Tumiritinga

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Residencia Rural do Córego do Prata – Zona Rural de Tumiritinga

Igreja de Nossa Senhora das Graças, da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Região do

Córrego do Prata, Zona Rural

Sede da Faenda do Sr. Estécio, Região do Córego Itaúna – Zona Rural de Tumiritinga

Sede da Faenda do Sr. Palmerindo Machado, Região do Córego Itaúna – Zona Rural de

Tumiritinga

Sede da Fazenda Água da Prata do Sr. Davi Forminio Bretas Residencia Rural do Córego do

Prata – Zona Rural de Tumiritinga

Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Córrego do Alegre – Zona Rural de Tumiritinga

Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de

Tumiritinga

Escola Municipal 1º de Julho, Povoado 1º de Julho – Zona Rural de Tumiritinga

Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural de Tumiritinga

Pedra do Coador do Córego do Coador – Zona Rural de Tumiritinga

Carro de Boi da Fazenda do Sr. Wilson Vieira – Zona Rural de Tumiritinga

Grupo de Reisado Neca Guimarães

Rio Caratinga – Zona Rural de Tumiritinga

Rio Batata – Zona Rural de Tumiritinga

Lagoa do Eumir, Córrego do Prata – Zona Rural de Tumiritinga

Porto da Balça - Zona Rural de Tumiritinga

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8. CRONOGRAMA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

CRONOGRAMA DO INVENTÁRIO

CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA

Área I – DISTRITO SEDE

1o

tr

im. 2

015

2o

tr

im. 2

015

3o

tr

im. 2

015

4o

tr

im. 2

015

1o

tr

im. 2

016

2o

tr

im. 2

016

3o

tr

im. 2

016

4o

tr

im. 2

016

1o

tr

im. 2

017

2o

tr

im. 2

017

3o

tr

im. 2

017

4o

tr

im. 2

017

1o

tr

im. 2

018

2o

tr

im. 2

018

3o

tr

im. 2

018

4o

tr

im. 2

018

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem

inventariados

Preenchimento da ficha de Informações Gerais

do Município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e

Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de sítios espeleológicos

Fichas de sítios naturais de interesse cultural

Fichas Conjunto Paisagísticos

Revisão das Fichas

Divulgação

Arquivamento

LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA

Área II – DISTRITO DE SÃO

GERALDO DO TUMIRITINGA

1o

tr

im. 2

015

2o

tr

im. 2

015

3o

tr

im. 2

015

4o

tr

im. 2

015

1o

tr

im. 2

016

2o

tr

im. 2

016

3o

tr

im. 2

016

4o

tr

im. 2

016

1o

tr

im. 2

019

2o

tr

im. 2

019

3o

tr

im. 2

019

4o

tr

im. 2

019

1o

tr

im. 2

020

2o

tr

im. 2

020

3o

tr

im. 2

020

4o

tr

im. 2

020

1o

tr

im. 2

021

2o

tr

im. 2

021

3o

tr

im. 2

021

4o

tr

im. 2

021

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem

inventariados

Preenchimento da ficha de Informações

Gerais do Município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e

Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de sítios espeleológicos

Fichas de sítios naturais de interesse

cultural

Fichas Conjunto Paisagísticos

Revisão das Fichas

Divulgação

Arquivamento

LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.

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CRONOGRAMA DE INVENTÁRIO DO MUNICÍPIO DE TUMIRITINGA

Área III – ZONA RURAL

1o

tr

im. 2

014

2o

tri

m. 2

014

3o

tri

m. 2

014

4o

tri

m. 2

014

1o

tri

m. 2

015

2o

tri

m. 2

015

3o

tri

m. 2

015

4o

tri

m. 2

015

1o

tri

m. 2

021

2o

tri

m. 2

021

3o

tri

m. 2

021

4o

tri

m. 2

021

1o

tri

m. 2

022

2o

tri

m. 2

022

3o

tri

m. 2

022

4o

tri

m. 2

022

1o

tr

im. 2

023

2o

tri

m. 2

023

3o

tri

m. 2

023

4o

tri

m. 2

023

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem

inventariados

Preenchimento da ficha de Informações

Gerais do Município

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e

Urbanísticas

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Fichas de Arquivos

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Fichas de Patrimônio Imaterial

Fichas de sítios espeleológicos

Fichas de sítios naturais de interesse

cultural

Fichas Conjunto Paisagísticos

Revisão das Fichas

Divulgação

Arquivamento

LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas.

FINALIZAÇÃO

1o

tr

im. 2

024

2o

tri

m. 2

024

3o

tri

m. 2

024

4o

tri

m. 2

024

1o

tri

m. 2

025

2o

tri

m. 2

025

3o

tri

m. 2

025

4o

tri

m. 2

025

1o

tri

m. 2

026

2o

tri

m. 2

026

3o

tri

m. 2

026

4o

tri

m. 2

026

1o

tri

m. 2

027

2o

tri

m. 2

027

3o

tri

m. 2

027

4o

tri

m. 2

027

1o

tr

im. 2

028

2o

tri

m. 2

028

3o

tri

m. 2

028

4o

tri

m. 2

028

Fichamento de bens tombados não

inventariados anteriormente

Atualização de fichas Preenchimento da ficha de Informações

Gerais

Divulgação e Disponibilização do

Inventário

LEGENDA: Sem atividade. Atividade executadas. atividades Planejadas

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9. PLANO DE AÇÃO

9.1 Ações, Área I – Área urbana do município:

Foto 04 - Vista aérea da cidade de Tumiritinga MG, acervo da Prefeitura, Autor desconhecido,

Data: desconhecida

A Área I é caracterizada por relevo plano. Limita-se a norte com o município de

Galiléia através do Rio Doce, que atravessa o território de Tumiritinga no sentido oeste-leste.

A ocupação da área se concentra entre o Rio Doce e a linha da estrada de ferro Vitória-Minas,

que acompanhando o curso da água, também atravessa o território municipal de oeste a leste.

A ocupação do município inicialmente se fez pelos grupos de índios “Botocudos”

que habitavam a região. Posteriormente, com a invasão colonizadora seguida de domínio dos

territórios através de investidas violentas contra tais grupos indígenas, foi então efetivado o

processo de ocupação da área, que culminou na configuração atual de Tumiritinga e toda

região adjacente, correspondente ao Vale do Rio Doce. Das aldeias ( tábas) indígenas nada

restou em meios evidentes que pudessem retratar até os dias atuais a forma de organização do

espaço destes grupos e os sistemas construtivos por eles desenvolvidos e utilizados.

A partir da ocupação convencional, que veio ocorrer com a efetiva colonização do

espaço, grandes propriedades de terras surgiram resultantes de processo de posse. Na primeira

metade do século XX, com o controle das doenças tropicais recorrentes na região e a abertura

do caminho com a estrada de ferro, povoados foram-se criando ao longo dos trilhos, onde

havia estações e/ou pontos de parada do trem.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

Com Tumiritinga não foi diferente. Originalmente construções foram sendo

erguidas nas proximidades das paradas ferroviárias que ali existiam. A partir daí a população

foi se expandindo para o nordeste, em direção à praia do Jaó e redondezas, as margens do Rio

Doce.

As primeiras construções civis eram térreas e compunham-se de casas bastantes

singelas de arquitetura despojada, em forma simples. Dentre o conjunto destacavam-se os

depósitos de serrarias, que retiravam de forma indiscriminada a madeira de lei da vegetação

nativa, constituída por mata atlântica. Tais construções se diferenciavam pela volumetria e

uso. Entre as edificações residenciais tomavam destaque aquelas destinadas a abrigar

funcionários da estrada de ferro, responsáveis pela manutenção das máquinas naquele trecho.

Ainda pode-se observar tal tipo de edificação ao longo da malha ferroviária da estrada de

ferro Vitória-Minas, nos municípios por onde ela passa. Com o aumento da aglomeração essas

casas inicialmente destinadas aos ferroviários foram se incorporando ao tecido urbano. Hoje

não mais cumprem a função primeira, apesar de muitas ainda servirem como residência.

Posteriormente a economia local mudou seu foco da extração de madeira para as

atividades agropecuárias, que já exerciam papel importante no cenário municipal.

Com o tempo, a expansão da cidade foi ocorrendo em direção ao Rio Doce e

novos bairros foram surgindo ou os antigos foram se ampliando. Porém, a estagnação

econômica, causada pela perda da lucratividade nas atividades agropecuárias geridas por

pequenos e médios proprietários que vivem no campo, em detrimento a posição privilegiada

dos latifundiários, resultou no êxodo rural e também em queda da economia da área urbana.

Houve uma paralisação na renovação urbana. Hoje é possível encontrar muitos imóveis sem

uso ou subutilizados, se degradando ao sabor do tempo.

As construções mais antigas se encontram na porção mais central do município,

como naturalmente ocorre por ser esta área a de ocupação mais antiga. O conjunto

arquitetônico ali se caracteriza pela heterogeneidade, possuindo exemplares de vários

períodos. Muitos que ainda não sofreram com a substituição causada pela renovação urbana

se encontram com descaracterizações, principalmente em relação à troca de vãos de

revestimento das fachadas. É notável em muitas dessas intervenções a tendência à vontade de

modernizar as construções, seguindo o gosto em voga.

No centro se destacam as construções eclesiásticas por seu porte e implantação no

espaço urbano, geralmente no meio de uma praça, como Igreja Matriz do Sagrado Coração de

Jesus e a Igreja Presbiteriana, ambas com torre sineira central. Também ai se situam os

estabelecimentos comerciais e de serviços tradicionais e as sedes dos poderes legislativos e

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PREFEITURA MUNICIPAL DE TUMIRITINGA/MG

executivo local. O prédio da Prefeitura inclusive está sofrendo intervenções de reforma, tato

interna, quanto externamente. Materiais como as placas cerâmicas e o vidro foram

introduzidos, dando o tom de modernidade à fachada da edificação.

Nos bairros periféricos as construções são geralmente mais simples. São térreas e

constituem-se em sua maioria de residências com paredes de alvenaria de tijolos e cobertura

em telhas cerâmicas tipo capa-e-canal ou francesa. Também pode ser encontrado conjunto de

casas erguido através de programa habitacional para moradias destinadas à população de

baixa renda.

Além do bem tombado, correspondente ao Conjunto Paisagístico da Praia do Jaó,

a região periférica do município possui importante acervo arqueológico. Em uma das obras da

prefeitura de calcamento do bairro popularmente conhecido como “Nova Tumiritinga”, foram

encontradas urnas funerárias e ossadas, resultante da ocupação indígena, em tempos remotos.

Com a revalorização nos últimos tempos do Patrimônio Histórico local, resultante

em grande parte do trabalho ICMS Cultural dos Municípios Mineiros, houve maior

preocupação com as evidencias arqueológicas, encontradas frequentemente na região. Com

isso, os vestígios encontrados nas obras da prefeitura foram logo comunicados ao IPHAN –

Órgão responsável por esse tipo de bem.

Em relação à preservação dos sítios naturais na área I, o tombamento do Conjunto

Paisagístico da Praia do Jaó veio reafirmar a importância não só ambiental como também

sociocultural do Rio Doce e o bioma do qual faz parte. Desde a ocupação dita civilizada em

todo o Vale do Rio Doce, este elemento natural de grande expressão vem sendo ignorado com

referência de valor econômico, histórico e cultural, além do valor ambiental propriamente

dito. A relação comunidade Tumiritinguense com o Rio Doce é de extrema importância para a

compreensão da cultura local. Desde os primeiros habitantes, os índios que se

autodenominavam “Borun Vatu” (Homens do Rio), O aspecto histórico, cultural e social está

intimamente ligado à relação dos moradores com o rio, sua fauna e flora. Enfim, todo meio

ambiente no qual se integra.

Outro importante aspecto da cultura local refere-se aos bens de natureza imaterial,

encontrados em ricas manifestações nas áreas I, II e III. Em ambas as áreas os eventos estão

ligado às tradições da Igreja Católica, em sua grande parte, e são realizadas, sobretudo, na

área central, em espaço de uso comum, como praças e as próprias vias.

9.1.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro

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Gruta – Distrito Sede

Estação Ferroviária – Distrito Sede

Antigo Museu Municipal - Distrito Sede

Tumiritinga Social Clube - Distrito Sede

Ostensório em Latão de 1938 da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede

Ambula em Latão de 1938 da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - distrito Sede

Livros de Batismo e de Casamento, datados de 1945 da Igreja Matriz Sagrado Coração de

Jesus - distrito Sede

Urna Funeraria em cerâmica do Sitio Arqueológico da Prefeitura Municipal - distrito Sede

Festa do Sagrado Coração de Jesus - Distrito Sede

Carro de Boi da Prefeitura Municipal - Distrito Sede

9.2 Ações, Área II – Distrito de São Geraldo De Tumiritinga

São Geraldo de Tumiritinga é um distrito do município brasileiro de Tumiritinga, no

interior do estado de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 526 habitantes, sendo 782 homens

e 744 mulheres, possuindo um total de 650 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº

1039, de 12 de dezembro de 1953.

Voltando um pouco na história, segundo relatos dos mais antigos, o povoado de São

Geraldo de Tumiritinga teria surgido a partir da doação de terras feita por Antônio Barbosa,

natural de Vai e Volta no município de Tarumirim, Antônio foi casado em primeiras núpcias

com Diolina e, em segunda núpcias com Palmira Moreira Barbosa. Antônio Barbosa era filho

de João Barbosa de Oliveira e Laurinda Filipe de Jesus, radicados no município de

Tumiritinga. Ele teria formado as terras e doado para o seu Santo de devoção "São Geraldo",

as terras começavam no Córrego Volta grande até as proximidades da atual Igreja Católica de

São Geraldo. Segundo levantamentos, a população de São Geraldo de Tumiritinga

basicamente foi composta por migrantes vindos de Inhapim, Itanhomi, Tarumirim e

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Tumiritinga, que vieram em busca de terras férteis, formando núcleos de povoamento, sua

colonização se deu a partir do final da década de 1920.

A corrida de ocupação começou com o desejo rápido de enriquecimento, iniciando o

trabalho de preparação da terra para o plantio de cereais, frutas e legumes, além da criação de

pequenos animais. Entre fins da década de 20 e início da década de 40, outras plantações

foram surgindo, a cana-de-açúcar se tornou um de seus maiores produtos cultivados, surgindo

daí a produção da rapadura e cachaça. Paralelamente às primeiras plantações de cana-de-

açúcar, a criação de gado também se fez presente. De início, a produção era voltada para a

subsistência, evoluindo algumas décadas depois ao consumo local e regional.

Em 07/07/1954, foi instalado o Cartório de Paz do então distrito de São Geraldo de

Tumiritinga, sendo seu primeiro escrivão o Sr. Inhô Vitorino, sendo sucedido pelo Sr. Rui

Barbosa e seus descendentes.

A principal manifestação religiosa no distrito é a festa em homenagem ao santo

padroeiro, São Geraldo, comemorado no dia 16 de junho com extensa programação religiosa e

diversas atrações festivas.

O objetivo principal de inventariar os Bens do Distrito de São Geraldo do Tumiritinga

é registrar os imóveis e os bens Móveis e integrados remanescentes do inicio do surgimento

do povoado bem como as tradições das festas religiosas que se perpetuaram durante os anos e

que atualmente fazem parte ainda da comunidade.

9.1.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro

Capela do Divino Espirito Santo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Gruta da Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Praça Capitão José Vicente Baarbosa – Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

Festa de São Geraldo - Igreja de São Geraldo - Distrito de São Geraldo de Tumiritinga

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9.3 Ações, Área III – Área da Zona Rural e Povoados

Corresponde à maior parte em extensão territorial do município. O relevo também é

constituído de áreas planas, em sua maioria, com alguns morros de formação suave, havendo

entre eles baixios com pequenos lagos. Tais áreas são propicias ao cultivo agrícola e pelas

características de solo se constituem em ótimo material para fabricação de produtos

cerâmicos. Este fato, apesar de ter levado ao surgimento relativamente recente de indústrias

de cerâmica na área urbana, já havia sido explorado pelos primeiros habitantes da região – Os

grupos indígenas de Tapuias, que desenvolveram técnicas artesanais de produção de vasos e

outros artefatos à base de cerâmica. Infelizmente essa cultura de produção artesanal a partir da

argila não foi passada para a população colonizadora, quando de sua ocupação na região.

A região originalmente caracterizava-se pela densa mata atlântica, que recobria toda

área e fornecia os insumos necessários à vida dos primeiros habitantes. Com a ocupação

colonizadora, em poucas décadas praticamente toda a mata nativa foi suprimida para o

comercio das madeiras. Logo depois, deu lugar aos pastos de braquiara e colonião para

atividade da pecuária ou de agricultura. Remanescentes dessa mata são hoje encontrados de

forma pontual no território, geralmente em forma de pequenas matas ciliares ou nos topos de

morro.

A área III é bem servida de curso d’água, abundantes em toda região. Seus principais

rios são: O Caratinga – conhecido antigamente como “Cuyeté” e que faz a divisa natural do

município com Conselheiro Pena – e o Rio Doce, que banha a área rural e urbana de

Tumiritinga.

As construções se encontram de forma dispersa nessa área. Em outros tempos, quando

a economia rural era destaque e a produção dava lucratividade às famílias que viviam no

campo, em terrenos de médio porte, e a área era bem mais povoada. Tumiritinga, hoje com

6.293, Já chegou a ter uma população de cerca de 14.000 habitantes. Esse quadro de maior

densidade demográfica na área rural foi se revertendo em razão da queda na economia, que,

entre outros fatores, passou a beneficiar os proprietários do latifúndio, em detrimento aos

pequenos e médios produtores rurais.

Hoje existem sedes de fazendas salpicadas pelo território da área rural. Tais

construções seguem ainda em sua maioria, o sistema construtivo tradicional. Os materiais

retirados da própria natureza local, são observados em grande quantidade nessas construções,

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feitas basicamente com a madeira e a terra. Encontram-se implantadas sobre padrões altos, se

constituindo de estrutura autônoma de madeira, vedada por paredes em pau-a-pique ou adobe.

Assim como a gaiola estruturante dos quadros dos vãos, as peças do engradamento da

cobertura e demais objetos de acabamento, são em madeira. Na cobertura, com águas bastante

inclinadas que forma um colchão de isolamento térmico, observa-se o uso da terra nas telhas

cerâmicas em capa-e-bica.

Além do colchão de ar criado pela cobertura e forros nos ambiente internos, outros

recursos eram utilizados para se obter o desejado conforto térmico no interior dessas

edificações, como a já citada implantação alteada do solo, além da própria composição e

forma de construção das vedações, feitas com a terra crua.

A área III é rica também em bens moveis e integrados relacionados ao trabalho no

campo como a agricultura, a pecuária e o beneficiamento dos produtos provenientes dessas

atividades, que estão intimamente ligadas ao modo de vida das comunidades rurais.

Entre os bens naturais, já altamente comprometidos na região, se destacam também na

área III o Rio Doce, que também se constitui de importante elemento de valor histórico,

cultural e sócio econômico para todo município e toda região.

As construções na área III se apresentam dispersas em grandes terrenos, ligados entre

si e à área urbana através de estreitas estradas de chão sem pavimentação. Por vezes esses

caminhos se encontram com cursos d’água, onde a pequenas pontes. Muito desses cursos tem

regime intermitente de águas, por isso, em boa parte do ano estão secos.

Os tipos de bens citados acima e reconhecidos como de importância história, cultural e

socioeconômica, estão intimamente ligados ao Patrimônio de natureza imaterial, encontrado

amplamente sob várias formas de manifestações, expressões nas localidades e comunidades

rurais. Tais manifestações e expressões merecem maior valorização e consequente

preservação, como forma de salvaguardá-la na memória e na vida das pessoas.

Também na área rural e comum os moradores, ao mexerem na terra, encontrarem, com

considerável frequência, vestígios da civilização indígena que ali viveu desde milhares de

anos atrás. Muitas vezes tais vestígios arqueológicos são ignorados, sendo deixados ali

mesmo, sumindo com o tempo ou sendo re-enterrados. Para que isso não mais ocorra e estes

sítios arqueológicos possam ser valorizados como tal, é muito importante a implantação

adequada e orientada da Educação Patrimonial não só nas escolas da área urbana, como

também nas das comunidades rurais, sempre buscando contextualizar o tema com a realidade

local da vida no campo.

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9.3.1 Listagem de Bens indicados para Tombamento ou Registro

Antiga Sede da Fazenda California, atualmente é o assentamento 1º de Julho – Zona Rural de

Tumiritinga

Cemitério Rural, Região do Cueté – Zona Rural de Tumiritinga

Grupo de Reisado Neca Guimarães

9.4 Cronograma para um período de três anos, com detalhamento e desdobramento das

ações inicialmente.

Área I – DISTRITO SEDE

1o t

rim

. 2

01

7

2o t

rim

. 2

01

7

3o t

rim

. 2

01

7

4o t

rim

. 2

01

7

1o tr

im. 2

01

8

2o t

rim

. 2

01

8

trim

. 20

18

trim

. 20

18

Fichas de Estruturas Arquitetônicas e Urbanísticas

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Estruturas Arquitetônicas e

urbanísticas

X

Divulgação X X X X

Fichas de Bens Móveis e Integrados

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Bens Móveis e Integrados X

Divulgação X X X X

Fichas de Arquivos

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Arquivos X

Divulgação X X X X

Fichas de Patrimônio Arqueológico

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Patrimônio Arqueológico X

Divulgaçâo X X X X

Fichas de Patrimônio Imaterial

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Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Patrimônio Imaterial X

Divulgação X X X X

Fichas de sítios espeleológicos

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Sítios Espeleológicos X

Divulgaçâo X X X X

Fichas de sítios naturais de interesse cultural

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Interesse Natural X

Divulgação X X X X

Fichas Conjunto Paisagísticos

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Interesse Natural X

Divulgação X X X X

Revisão das Fichas X X

Arquivamento X X

Divulgação X X

Área II – DISTRITO DE SÃO GERALDO

DO TUMIRITINGA

1o t

rim

. 2

01

9

2o t

rim

. 2

01

9

3o t

rim

. 2

01

9

4o t

rim

. 2

01

9

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Estruturas Arquitetônicas e

urbanísticas

X

Divulgação X X X X

Levantamento de campo e entrevistas X

Listagem dos bens a serem inventariados X

Identificação geográfica de bens a serem inventariados X

Preenchimento da ficha de Bens Móveis e Integrados X

Divulgação X X X X

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

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9.5 Texto justificativo para escolha técnica dos bens culturais material e imaterial

passível de Tombamento e Registro na esfera municipal:

Até o momento após 2 anos de trabalho realizando o levantamento dos bens

inventariados e os bens passivos de serem inventariados no Distrito Sede e os bens a serem

inventariados no restante do município (Distrito e Zona Rural), tendo uma Equipe de

profissionais dedicados a elaboração do Plano e o Departamento realizando e apoiando as

atividades necessárias para desenvolver as ações de pesquisa, proporcionou um trabalho final

que resultou no Plano de Inventário do Município de Tumiritinga.

Este trabalho demonstra a configuração de ocupação urbana que nos permite

classificar a área como Conjunto Urbano passível de realização de inventário contemplando

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Arquivos

Divulgação

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Patrimônio Arqueológico

Divulgaçâo

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Patrimônio Imaterial

Divulgação

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Sítios Espeleológicos

Divulgaçâo

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Interesse Natural

Divulgação

Levantamento de campo e entrevistas

Listagem dos bens a serem inventariados

Identificação geográfica de bens a serem inventariados

Preenchimento da ficha de Interesse Natural

Divulgação

Revisão das Fichas X

Arquivamento X

Divulgação X

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sua importância no contexto da política de preservação do município de Tumiritinga.

Indicamos como o inventário pode contribuir como instrumento de conhecimento, pesquisa,

proteção de bens culturais, planejamento e educação patrimonial. O inventário subsidia o

conhecimento de bens de interesse de preservação e fatores de degradação. Instrumentaliza

ações do poder público local, do Conselho de Patrimônio Cultural e entidades civis, com

vistas à pesquisa (estudos temáticos), ao planejamento urbano, turístico e ambiental, à

definição de áreas e diretrizes de proteção e a educação patrimonial.

O plano de ação deve servir de parâmetro para instrumentalizar ações orientadas para

o desenvolvimento do potencial histórico de Tumiritinga, contribuído para o melhor

mapeamento do uso de suas potencialidades, visando o planejamento e a implementação de

uma política voltada para questão cultural e histórica local e regional, decorre, também, da

necessidade de se registrar os bens que por ventura estejam submetidos a algum risco de

descaracterização ou desaparecimento, como está ocorrendo com a grande parte das

edificações situadas na zona urbana, e bem como algumas festividades e o modo de fazer da

comunidade ali residente.

Apesar de ser um município relativamente jovem, Tumiritinga possui importante

patrimônio cultural que merece reconhecimento, a valorização e a preservação. Através da

preservação de seu patrimônio material e imaterial.

O município tem como peculiaridade a existência de sítios arqueológicos, tanto na

área rural quanto na área urbana. É comum os moradores quando mexem na terra, acharem

enterrados algumas superfícies, restos de utensílios cerâmicos e vestígios de ossadas humanas.

Também é frequente acharem no subsolo, pedras amoladas que, como a cerâmica eram

utilizadas por grupos indígenas que habitaram a região antes da chegada dos colonizadores,

localmente conhecidas como “coriscos”.

Contudo, só há pouco tempo é que se tem dado maior importância a tais objetos. De

grande valor arqueológico e histórico, eles dizem respeito aos hábitos e costumes destes

povos que ali moravam no passado e que tiveram sua cultura e suas próprias condições físicas

praticamente dizimadas pelo colonizador.

Serão inventariados arquivos, bens naturais e manifestações culturais. No caso

específico de manifestações culturais, pretende-se através do inventário, registrar essas

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manifestações segundo as categorias estipuladas pelo IPHAN: saberes e celebrações.

Priorizando aqueles bens submetidos ao desaparecimento.

A divulgação deste acervo documental junto à comunidade deve integrar uma política

de sensibilização, concretizada através da educação patrimonial, voltada para a preservação

do patrimônio cultural de Tumiritinga.

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10. EQUIPE TÉCNICA

Ficha técnica

Consultoria Técnica – Instituto Eixo Cultural

Rua Quatorze, 163, Ilha dos Araújos – Governador Valadares

Coordenação Técnica –

Joaquim Lister Gonçalves –

Advogado – OAB/MG - 110203

Assessoria técnica –

Carlos Humberto Correa Junior –

Arquiteto-urbanista –

CREA nº – MG115.632D / CAU-BR 107250-1

Trabalho de Campo –

Lusmar Bispo - Chefe do Setor e Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural

Joaquim Lister Gonçalves

Carlos Humberto Correa Junior

Lister Lucas Rodrigues Gonçalves e Amanda Aiara Rodrigues

Elaboração do Trabalho-

_________________________

Carlos Humberto Correa Junior - Arquiteto Urbanista

_________________________

Joaquim Lister Gonçalves - Advogado

_________________________

Lister Lucas Rodrigues Gonçalves - Historiador / fotografo

_________________________

Amanda Aiara Rodrigues - fotografo

_________________________

Lusmar Bispo - Chefe do Setor e Presidente do Conselho de Patrimônio Cultural

Revisão

Equipe Coordenação Instituto Eixo Cultural

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11. ATA DE APROVAÇÃO DO PLANO DE INVENTÁRIO