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Portugal Inovador Styliano Jewellery Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente.

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Portugal Inovador

Styliano Jewellery

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Styliano JewelleryMaria João Bahia

Centro Social da Casa do Povo de EscarizCentro Social Arcanjo Gabriel

Centro Social e Paroquial de RibeirãoKartel

Joalharia em Portugal - Um Setor Que Vale Ouro

Ação Social

Negócios em Rede (Transportes e Logística)

Marketing de Vinhos

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Propriedade: Página Exclusiva – Publicações Periódicas, Lda Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 • Fax: 22 502 39 08Site: www.revistaportugalinovador.pt Email: [email protected]: MensalDistribuição: Gratuita com o Jornal “Público”Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor.A paginação é efectuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes.

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Nasceu em 1945 e é uma associação empresarial de âmbito nacional que representa o setor da ourivesaria e relojoaria, abrangendo atividades como a indústria, o retalho, o comércio grossista e outras atividades relacionadas. A sua missão é representar, apoiar e defender os interesses das empresas associadas, assumindo ao mesmo tempo o compromisso de contribuir para a promoção nacional e internacional da ourivesaria e relojoaria portuguesa. Durante essa promoção procuram desenvolver ações conjuntas nos mercados que consideram estratégicos na internacionalização do setor.

É uma associação de dimensão nacional, com sede em Lisboa, e fundada em 1941. A associação é privada e o seu principal objetivo é defender a promo-ção das atividades do setor de ourivesaria que representa e, em particular, proteger os seus associados.

Desenvolve várias atividades, nomeadamente na área de formação, desde workshops, simpósios, intercâmbios, cursos, debates, residências artísticas, entre outras iniciativas de caráter cultural, e de divulgação da obra de artistas contemporâneos: as exposições. Através das ações que gera, a PIN procura dinamizar uma disciplina que tanto se destacou desde os anos sessenta e que, em Portugal, tem sofrido de uma certa falta de espaço e protagonismo no panorama das artes em geral.

Resultou da transformação, ocorrida em 1975, do ex-Grémio dos Comercian-tes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul, sucessor do ex-Grémio Distrital dos Ourives e Relojoeiros de Lisboa que sucedera à ex-Associação Comercial e Industrial dos Ourives do Sul, e assume como objetivo defender e representar os legítimos interesses e direitos de todos os comerciantes associados, seu prestígio e dignificação.

Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal

Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea

Associação Portuguesa da Indústria de Ourivesaria

Associação dos Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul

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oias contemporâneas e e sofisticadasJ

A Styliano é uma das m a i s d e s t a c a d a s marcas da joalharia portuguesa atual, sendo um exemplo cimeiro da dinâmica exportadora no setor.

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É sinónimo de intemporalidade, originalidade e cosmopolitis-mo, destinando-se a mulheres ativas e com personalidades fortes. A sua criadora, Gabriela Styliano, iniciou-se no setor da joalharia no princípio dos anos 90. Na altura, dedicava-

-se apenas à comercialização de pedras preciosas. Cedo percebeu, porém, que o seu gosto nem sempre se satisfazia com o que existia no mercado. A produção própria, com peças que expressassem a sua filosofia e a sua maneira de estar, tornou-se assim um passo lógico.

O cenário da época era, como diz, dominado por uma estética em que “tudo era muito liso, muito polido e muito brilhante”. Nunca foi essa a sua identidade enquanto autora, adotando como inspiração a irregularidade que é própria da natureza. Gabriela Styliano assume não gostar de “coisas muito perfeitinhas e certinhas”. Pelo contrário, prefere texturas e “peças que façam lembrar as rochas ou as cascas das árvores”.

Tal não significa, obviamente, um menor rigor na execução. Onde a nossa entrevistada não cede é precisamente na qualidade a esse nível. Conforme explica: “Como eu própria uso as peças que crio, tenho que me sentir confortável com elas. Não podem servir apenas para estarem guardadas ou em exposição”.

Este é mais um dos aspetos em que a marca é um reflexo da própria personalidade de Gabriela Styliano. A criadora de joias apresenta-se como uma pessoa “muito enérgica” e que está sempre em movimento: “Trabalho com joalharia todos os dias, ao mesmo tempo que uso as minhas próprias peças, pelo que têm que ser resistentes. Caso fossem mais finas, não durariam muito tempo nas minhas mãos e talvez seja por isso que tanto me preocupo em criar peças fortes e robustas”.

Para além disto, a resposta que encontra para o sucesso da marca reside também no facto de ter “uma relação preço-qualidade excelente. Temos também um bom serviço pós-venda, o que é muito importante. Essencialmente, o produto tem que ser bom, bonito e a bom preço. Há sempre um nicho de mercado que se vai interessar porque as joias têm qualidade e falam por si”.

A procura, de facto, tem-se verificado e tem alimentado um cresci-mento contínuo da marca Styliano Jewellery. A responsável relata que, “apesar da crise bastante forte que o setor atravessou, conseguimos sobreviver muito bem”. Continuando, sublinha que a empresa está “muito bem a nível do mercado internacional, que é o forte da marca. Já tínhamos ido há muito tempo para fora, precisamente porque, por vezes, sentíamos que tínhamos dificuldade em fazer passar o nosso conceito a nível nacional”.

O principal mercado é, definitivamente, Espanha. Foi no país vizinho que a Styliano apostou em primeiro lugar, já há cerca de vinte anos, e foi aqui que investiu “muito tempo e muita energia”. Gabriela Styliano destaca também “os bons resultados em França” e ainda Itália, enquanto mercado “um pouco mais embrionário mas onde as perspetivas são positivas”. De resto, a marca possui “vários clientes dispersos pelo mundo, em países como o Canadá, Estados Unidos,

Austrália, Nova Zelândia, Porto Rico, Chipre, Áustria, Rússia, Chile ou Moçambique”.

As feiras internacionais em que a marca tem apostado são as de Hong Kong e de Vicenza. Eventos como estes são um desafio cada vez maior no que respeita à missão de cativar os visitantes. Como descreve, “há muitos expositores, uma oferta vasta e muita distração”. Ao mesmo tempo, pelo feedback que tem obtido nestas grandes montras mundiais, nota que a joalharia nacional se encontra cada vez mais conceituada: “Inicialmente, causava uma certa surpresa quando dizíamos às pessoas que éramos portugueses mas hoje em dia as coisas já não são assim”.

Questionada acerca das suas ambições futuras, Gabriela Styliano diz-nos não ter “pretensões de ter uma grande empresa”, até porque diz não se identificar “com nada que seja massificado”. Ao longo destas duas décadas, a criadora tem-se mantido fiel a princípios como a preferência por acabamentos à mão ou o seu hábito de es-colher as pedras uma a uma. Assim, como refere, os seus objetivos passam por “continuar a ter o que tenho, a estar no mercado como estou e a manter os clientes que tenho e que prezo imenso”, não desvalorizando o interesse “em chegar a mais nichos de mercado, sobretudo no estrangeiro”.

https://www.instagram.com/stylianojewellery/https://www.facebook.com/stylianojewellery/

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Falar em Maria João Bahia é fazer referência a uma das mais marcantes criadoras de joias a nível nacional. Mais do que isso, todavia, implica uma alusão ao traçar de um árduo caminho que em muito extravasa o sucesso que hoje lhe reconhecemos. De facto, após mais de 35 anos de carreira somados, joalheira/designer é hoje uma refe-rência incontornável desta arte, na medida em que o seu espaço – constituído por atelier, loja e oficina – dispensa apresentações. Ainda assim, quem conhece o atual traba-lho e mérito da empresária, dificilmente poderia imaginar que o seu percurso foi marcado por diversas paragens e aprendizagens.

Um desses pontos de passagem foi a famosa oficina de Manuel Alcino, no Porto, onde Maria João Bahia – desde sempre uma apaixonada pelo universo da joalharia – trabalhou com o objetivo de compreender “a componente técnica e operacional” de um processo complexo e árduo. “As peças que na altura se faziam eram sobretudo de grande porte e o que me fascinava, era saber quais eram as ferramentas que se tinham que criar para a sua compo-sição”, relembra. Passo ante passo, e já em Lisboa, Maria João Bahia continuou o seu percurso de aprendizagem, tendo-se inclusivamente dedicado ao conserto de peças para lojas, antes de se tornar uma das primeiras mulheres a singrar no setor.

Acreditando que cada joia tem a sua história e significado, Maria João Bahia tornou-se um símbolo precisamente pela criatividade, sensibilidade e diversidade das peças por si desenhadas.

Foi, efetivamente, a pouco e pouco que a sua lista de clientes começou a nascer e os seus serviços passaram a ser repetidamente requisitados. A título de exemplo, sublinhe-se os adereços que Maria João Bahia concebeu para as obras de Filipe La Feria ou a criação dos icónicos Globos de Ouro, popularizados na SIC, com a qual colabo-raria em múltiplos programas e eventos. Por outro lado, e paralelamente às diversas exposições individuais ou colec-tivas, tendo até hoje, estado presente em diferentes países da Europa, America do Norte e do Sul, Japão, China etc.

Os préstimos da artista foram sendo solicitados, ao longo dos anos, por instituições como bancos, empresas de transportes, seguradoras, farmacêuticas, Atlantis, etc.

Uma essência intemporal

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passados com o conforto estético das novas gerações. “Muitas vezes, as pessoas trazem-me peças antigas que não têm grande valor financeiro mas que são imponentes na sua dimensão, estando associadas ao princípio do sé-culo passado e com um aspeto pesado”, esclarece Maria João Bahia, antes de salientar que, através do restyling, o valor sentimental permanece inalterado, garantindo-lhes um uso mais descontraído.

Esclarecendo que nada lhe agrada mais do que o convívio, a aprendizagem e as histórias que vai parti-lhando com os seus clientes – “uma elite inteligente, que procura o bom gosto e a sensibilidade” –, a nossa joalheira confessa também que o mais enriquecedor no seu dia-a-dia são os testemunhos das pessoas que se deixaram fascinar pelo seu trabalho e, particularmente, pelas suas peças de noivado e casamento. “É bom sabre que fazemos uma diferença, por mais pequena que seja, na vida das pessoas”, diz-nos.

É precisamente a este caminho que a artista promete dar seguimento nos próximos anos, estando já delinea-das estratégias e parcerias que permitirão ao seu nome “entrar num processo de internacionalização” mais con-solidado, comprovando-se aquilo que mais suspeitamos: que a estética é um valor universal e que haverá sempre mais histórias de vida por descobrir.

Dividindo o seu mester entre a joalharia, mais concre-tamente, o desenho de brincos, anéis, colares, alfinetes, pulseiras, botões de punho e o design, através da criação de peças para decoração, gastro-joalharia ou elaboração de peças de decoração, um incontornável ponto alto na carreira da nossa joalheira terá sido o momento em que foi desafiada, pelo Patriarcado de Lisboa, a conceber uma peça que acabaria por ser oferecida ao Papa Bento XVI, aquando da sua visita a Portugal, gesto que mereceu o agradecimento do então Sumo Pontífice.

CADA JOIA, UMA HISTÓRIATodo os episódios supracitados corresponderam “a de-

safios que deram imenso prazer criar”, permitindo a Maria João Bahia aperfeiçoar a sua arte e sentido estético. Ainda assim, o centro do seu talho continua a ser a joalharia e, mais concretamente, a criação de joias “únicas” – palavra que se aplica “não apenas por serem exclusivas, mas porque são peças que permitem criar uma analogia entre elas e a pessoa que as compra”, naquela que corresponde a uma das mais importantes filosofias do seu trabalho.

De facto, “todas as peças devem ter uma história por detrás, para que cada um de nós se possa identificar com uma determinada joia”. Caso contrário, “será apenas mais um objeto de consumo e não um objeto de sentimento”, acredita Maria João Bahia. É precisamente essa caracte-rística do valor sentimental que permite que algumas peças “fiquem intemporais, pois todas as outras serão efémeras”. Assim sendo, e se na loja com o seu nome predominam as joias constituídas a partir de metais nobres e pedras preciosas, é convicção sua de que a ligação especial que alguém possa estabelecer com uma peça se encontra também “nas cores, na dimensão e no significado”.

Uma grande característica da autora, é a capacidade de readaptação de joias antigas, encontrando-se assim uma forma de conciliar um bem tão precioso dos nossos ante-

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David RosasDavid Rosas pertence à quarta geração de uma família com grande tradição na ourivesaria. Há mais de duas décadas que se dedica á criação de peças de joalharia exclusivas, originais e de alta qualidade.Fundada em 1984, no Porto, em plena Avenida Boa-vista, a joalharia David Rosas causou um enorme impacto na cidade, não apenas devido à inovadora arquitetura da loja mas, principalmente, devido à excecional qualidade das peças apresentadas.Mantendo sempre um compromisso de qualidade e excepção com os seus clientes, a casa David Rosas oferece ainda uma vasta coleção de pratas e associa o seu nome a prestigiadas marcas de relógios como a Patek Philippe, da qual é agente exclusivo em Portugal.

Machado Joalheiro Desde 1880 que Machado Joalheiro se dedica a muito mais do que jóias. Cada peça desta joalharia fundada no Porto é uma celebração do luxo e da elegância. É a afirmação de que a modernidade e a tradição se completam, e de que a paixão pelo detalhe e o compromisso com a excelência se po-dem transmitir de geração em geração. Das mais prestigiadas marcas de relojoaria e joalharia interna-cionais, às contemporâneas e sofisticadas colecções próprias de joalharia, há um traço comum a todas as peças de Machado Joalheiro: a certeza da mais elevada qualidade e a garantia de que cada escolha será a melhor forma de celebrar momentos únicos.Machado Joalheiro é um negócio familiar que tem passado de geração em geração, fomentando a importância dos valores, tradição e das origens que não se esquecem, procurando sempre, contudo, adaptar-se a cada uma das suas épocas. O conjunto de princípios que orientam a empresa resultam do somatório dos ensinamentos e experiências acu-mulados ao longo de 137 anos e que valeram uma relação com todos os clientes de grande respeito, verdade, confiança e amizade, que perdura de ge-ração em geração

Leitão & Irmão JoalheirosCom origem no Porto, em finais do século XVIII, a Casa Leitão torna-se uma referência na Joalharia ao ser nomeada, em 1873, por D. Pedro II, Imperador do Brasil, Ourives da Casa Imperial Brasileira e, em 1887, por D. Luís I, Rei de Portugal, Joalheiros da Coroa Portuguesa.O título de Joalheiros da Coroa faz com que a Casa Leitão se transfira do Porto para Lisboa, para junto da Corte, onde estabelece uma “moderna” oficina de ourives que ainda se mantém em laboração nos dias de hoje.Com lojas em Lisboa – Chiado, Bairro Alto e Hotel Ritz – a Casa Leitão representa modernidade, caráter e qualidade na Joalharia integrando nos processos tradicionais de produção as mais atualizadas técnicas de design e manufatura.A Casa Leitão destaca-se também no fabrico de peças por medida e personalizadas, nomeadamente anéis de noivado, joias, faqueiros, baixelas, bem como a manutenção e restauro.Estes serviços, com o acompanhamento da equipa de pro-fissionais da oficina, onde o saber passa de geração em geração, evidenciam um caráter próprio, fator distintivo da Leitão & Irmão.

Marcolino RelojoeiroA Marcolino Relojoeiro é a principal referência na cidade do Porto para quem exige qualidade e exce-lência em relojoaria e joalharia. E isso não acontece por acaso. Na verdade, ao longo de 90 anos, a Mar-colino foi testemunha e protagonista da evolução de uma cidade que, como poucas, soube aliar tradição e modernidade, sendo hoje um verdadeiro centro de estilo de vida cosmopolita.Elegância, sofisticação e exclusividade. Estes são valores comuns a todos os nossos espaços onde en-contra uma das mais completas ofertas em relojoaria e joalharia, abrangendo todos os segmentos. Por isso, para ficarmos bem no centro dos seus desejos, estamos em pleno centro da cidade.

Rua de Santa Catarina – Flagship storeRua de Passos Manuel – Collection store e shop-in-shop Pandora e SwatchPraça da Liberdade – Collection store no Palácio das Cardosas/Hotel InterContinental

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A comemorar o seu vigésimo-quinto aniversário, a Gilles apresenta-se no mercado como uma marca jovem, dinâmica e com espirito criativo. Com um vasto know-how, fruto das anteriores gerações da família, a Gilles conta atualmente com quatro lojas em Lisboa.

O ADN JOALHEIROO conceito da Gilles é simples: “Desde muito cedo, os temas

de conversa em casa sempre foram o ouro e os relógios, por ter um primo que em tempos possuía uma fábrica no Porto e um tio uma ourivesaria”, esclarece José Gil.

Com a evolução do mercado e sempre atento às suas exigên-cias, a Gilles possui, além da joalharia, marcas de relojoaria das mais conceituadas a nível internacional: “Temos marcas de relógios de que muito nos orgulhamos, como são os casos da Zenith ou da Franck Muller”.

Com clientes das mais diversas nacionalidades, a Gilles pretende num futuro próximo internacionalizar a marca e apostar ainda mais no mercado português, colocando a sua marca em outros postos de venda: “O feedback dos estrangeiros tem sido simpático, a joalharia no mercado português também tem crescido e isso são fatores que nos beneficiam. Os portugueses estão a consumir mais, os tempos são outros e isso reflete-se. O poder de compra melhorou”.

Para já, a aposta rege-se pela nova coleção que está à venda já este mês, uma edição limitada e especialmente criada para parabe-nizar os 25 anos: “É uma edição limitada de 10 peças e esperamos que alcance o sucesso. Tem uma excelente temática e um excelente design. Tudo para dar certo”, conclui.

Jose Madeira Gil, fundador da marca Gilles, contou-nos um pouco do seu percurso: “Abrimos a nossa primeira loja nos tempos áureos da joalharia, no Bairro da Colina do Sol. Mais tarde, com a abertura do Centro Comercial Colombo, decidimos aventurarmo-nos e abrimos a nossa primeira loja em shopping”, refere.

Com o sucesso obtido, abriram também no Centro Comercial Vasco da Gama, onde permanecem até aos dias de hoje. Mas o sonho de José Gil sempre foi abrir uma loja na Avenida da Liberdade e esse desejo concretizou-se no ano de 2011. “É com orgulho que afirmo: estamos na melhor zona não só de Lisboa como do País”, sublinha.

Aproveitando uma lacuna que sentiam no mercado da joalharia, em 2007 a Gilles cria a sua primeira coleção de jóias. “O desejo de criar algo nosso sempre foi um objetivo a alcançar, sentíamos a ne-cessidade de nos identificarmos com as peças. Desta forma, criámos o nosso atelier com os nossos próprios designers. Esta foi também uma das formas que arranjei para homenagear a minha esposa, que foi co-fundadora desta empresa comigo e que falecera em 2002”.

A inspiração para essas colecções segue as tendências de mercado internacionais, nomeadamente de Itália. A participação em eventos e feiras do setor é também muito importante: “Já participá-mos duas vezes na Portojoia, expondo a nossa coleção, e visitamos com regularidade as feiras em Basileia, Genebra, Vicenza e Milão”. No entanto, José Gil refere que muitas vezes a inspiração surge de algo mais simples e belo, como é o caso do tema de uma das suas coleções: “A ideia surgiu de um simples olhar para uma magnólia do meu jardim”.

Gilles - Fine Jewellery

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relojoaria

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história ligada

oi em 1910, que o trisavô de Ricardo Torres, Anselmo Torres, natural de Torres Vedras, deu origem a um negócio familiar que já atravessou 5 gerações, a Torres Joalheiros.

Uma vasta

à alta

num pequeno número de espaços para se distribuir por vários. Esta é uma política que faz parte das regras da empresa, que é também considerada por Ricardo Torres uma mais-valia – “acreditamos ser fundamental que haja pelo menos uma ‘cara Torres’ à frente de cada loja. Dar a cara pelo negócio continua a ser o que faz a diferença. Não vale a pena abrir 50 lojas, porque não há 50 ‘Torres’”.

Ao longo dos anos, não descuraram a preocupação da pro-cura do cliente e de assim satisfazer as necessidades de quem os procura, sendo que, atualmente, a importância das marcas é extremamente elevada. “Nós vivemos num mundo de marcas. E nós somos uma marca intermediária. Fazemos a ponte entre os produtores e o cliente final. Hoje em dia, o consumidor procura sobretudo as marcas.”, salienta o administrador.

nselmo Torres tinha começado por exercer a profissão de alfaiate, mas rapidamente se apercebeu que os adereços davam um toque especial ao que vestiam. “Começou por fazer umas experiências em prata e posteriormente percebeu que a prata e o ouro eram muito mais eficientes do que o tecido. De certa forma, complementava o seu ofício”, é-nos relatado.

Foi nos anos 20 que a família decidiu fazer um investimento em Lisboa e inauguraram uma pequena loja na Rua da Palma, que rapidamente se tornou numa das principais referências no setor da prataria e ourivesaria.

A partir daqui, a Torres Joalheiros solidifica o seu negócio e a sua marca. Ricardo Torres descreve o trisavô como “um homem muito focado no negócio e no trabalho, extremamente poupado, e com uma cabeça fantástica”.

Esta solidificação de negócio e o facto de, nesta década, o nome Torres já ser um sinónimo de qualidade e exclusividade, permitiram, em 1966, a abertura da primeira loja com a insíg-nia Torres Joalheiros, que acabou por se revelar também um sucesso.

A partir daqui, os espaços comerciais da empresa co-meçaram a crescer significativamente na área de Lisboa, nomeadamente em Cascais, na Avenida de Roma e no Centro Comercial Colombo.

Acabaram por se habituar ao ritmo de ter várias lojas e, por isso, começaram a sentir algumas alterações no seu funcionamento, pois a família Torres deixou de se concentrar

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MUDANÇAS DE PARADIGMANaturalmente, ao longo dos anos e da passagem de

gerações, a indústria em causa sofreu grandes alterações. Nomeadamente o relógio, que é uma peça que tem vindo a ganhar protagonismo. Quando a Torres Joalheiros se inse-riu no mercado, seria impensável fazer uma montra só com relógios, por exemplo, o que hoje acaba por se revelar uma situação comum. “Na geração do meu pai, começou a haver a moda do relógio, mas era um para a vida toda, era um inves-timento. Foi a revolução tecnológica Quartz que veio demo-cratizar o relógio como um acessório de consumo”, salienta. Já em relação à joalharia, Ricardo Torres assegura que antes

Por isso, o controlo de qualidade também aumentou signi-ficativamente. “Passámos a ter uma capacidade de produção diferente, passámos a vender muito mais, passámos a ter uma atitude muito mais agressiva no mercado e as tendências de consumo também foram seguindo esta linha.”

Atualmente, têm 7 lojas em funcionamento: duas na Baixa, uma na Av. Da Liberdade, duas no Colombo (Loja Torres Joa-lheiros e Boutique Rolex) e duas em Cascais (CascaiShopping e Alameda dos Combatentes da Grande Guerra).

Durante todo o percurso até hoje, as marcas não sofreram grandes alterações e têm-se conseguido manter. No entanto, os Torres estão em constante atenção às tendências e às no-vidades que surgem no mercado.

É uma casa com história e, por esse efeito, os consumido-res têm uma confiança natural. “Mas isso não chega”, afirma o responsável. “Vivemos num mundo onde as alterações são muito rápidas e temos de tentar conjugar isso com a nossa mais-valia, que é fazermos isso há muito tempo e bem feito”.

FEIRASAs principais feiras internacionais que integram são em Vicen-

za e Basileia, para o ouro e jóias, e em Geneve, para os relógios. Com experiência em viagens internacionais, Ricardo Torres vê atualmente o panorama português da relojaria e da joalharia com bons olhos. “Continuamos a ser artífices fantásticos. Continuamos a ter oficinas e artesãos do melhor que há. Tanto que há muita produção das grandes marcas internacionais cá. O que não há é a possibilidade de fazer os investimentos necessários para transformar aquilo que é uma boa produção numa boa marca.”

A Torre Joalheiros promete, portanto, continuar a sur-preender e a crescer no ramo, porém, sempre com ações bem medidas.

os gostos dos consumidores eram mais estáveis, enquanto que atualmente são mais variados.

Ou t ra g rande a l t e ração sen t i da pe la i ndús -tria foi o facto de os produtores estrangeiros invadirem, de certa forma, a produção, arrastando consequente-mente a produção portuguesa para fora do mercado. Nesta altura, a produção começou a ser essencialmente suíça e ganhou uma ênfase completamente diferente.

“A utilização dos computadores também mudou tudo. A partir do momento que se conseguem projetar máquinas de relógio no computador e ter máquinas de fabricação, corte e trabalho das peças também por controlo numérico, isso altera completamente o sistema. Antigamente, era tudo feito à mão”, informa o administrador.

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Certificado de excelência

Intemporal, palavra que melhor define o trabalho e conceito idealizado por Maria Julieta. Uma marca que tem conseguido preservar ao longo de 35 anos a concretização de sonhos de todos os que procuram o encanto de uma joia intemporal, aliada à moda e que segue tendências ao ritmo com que se antecipam os desafios do horizonte, em plena cidade do Porto.

CONTEMPORANEIDADE Como definir o ADN das pequenas preciosidades – brincos, colares, anéis ou pulseiras – que poderemos encon-

trar na Julieta Joias? A personalização é uma das possíveis respostas, na medida em que “existe uma identificação muito própria nas

nossas peças, que são diferentes e escolhidas com muito critério”. Isto significa que, independentemente da idade, estilo ou expetativas do cliente, haverá algo arrojado ou exclusivo que surgirá. Chegamos, deste modo, a outro fator de diferenciação: “em todas as peças tentamos reproduzir da melhor forma os pedidos dos clientes. Normalmente, cria-se uma relação afetiva com cada joia, pois é a memória de um momento, de alguém, duma circunstância que marca a vida, de um sonho que se concretizou. As joias contam-nos histórias e, sendo peças de arte, perduram no tempo”, sustenta Maria Julieta, frisando o valor que a intemporalidade assume. É a este tipo de oferta que uma grande maioria dos clientes Julieta Jóias há muito se habituou, preferindo os artigos próprios, em detrimento de ou-tras chancelas de prestígio também ele reconhecido. A prova? “Há pessoas que compraram joias há dez, quinze ou vinte anos e que continuam a gostar imenso delas, precisamente por continuarem tão atuais”, afirma a empresária.

Falar na Julieta Joias equivale a uma marca que tem conseguido transformar e preservar um estilo muito particular que combina o clássico com o contemporâ-neo. Cada peça é um objeto único, tentando sempre apresentar o seu cunho pessoal, característica que hoje é reconhecida, pelo empenho, ética, seriedade e bom gosto que compõem o incansável caráter do seu espírito.

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PRÓXIMOS PASSOSConsciente de que o mercado da joalharia é tudo menos

fácil, Maria Julieta faz questão de se posicionar de uma forma particularmente assertiva: “Tenho que acreditar, com con-vicção, esforço e trabalho que podemos sempre melhorar”. Igualmente importante é a atenção com que a empresária acompanha tudo ao redor, fazendo questão de marcar presença nas mais importantes feiras internacionais de joalharia. Já relativamente ao futuro, o seu desejo é apenas um: “O que gostava era que a minha marca perdurasse. Isto porque o sucesso não me fascina, mas o reconhecimento do meu esforço e trabalho é o fundamental na minha vida profissional”.

Assim promete continuar a Julieta Joias: ousada, diversi-ficada e fiel ao bom gosto que lhe tem permitido alcançar os mais elevados patamares, estando prevista para brevemente a abertura de uma nova espaço.

UMA JOIA PARA CADA GOSTOSeja extravagante, contemporânea ou de apelo mais

conservador, existe outra garantia que Julieta Joias pro-porciona a todos os que escolham visitar o espaço: “cada cliente é um desafio à nossa capacidade de inovação e, por isso, queremos que sinta que sabe que está a comprar o melhor. Não descurando um acompanhamento pós-venda, que seja de plena satisfação daqueles que nos privilegiam nas suas opções de compra”.

Se há, no entanto, algo que Maria Julieta também defende é o combate ao preconceito num setor em que o requinte e a elegância são frequentemente associados a elevados custos. “Hoje em dia, há joias fantásticas com uma boa relação qualidade-preço, essa é uma preocupação”, salienta Maria Julieta.

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Na génese da empresa está a experiência do seu pai, Adelino Teixeira da Rocha que foi, durante 20 anos, joalheiro e só depois progrediu em di-reção aos relógios. Nos anos 70 compravam-se

os relógios a quem viesse a Portugal vender, onde havia um mercado muito amplo. Foi então que o nosso entrevis-tado iniciou funções e começou a ir ao estrangeiro comprar relógios, para obter exclusividade. A partir daí começaram a crescer no mercado nacional, com uma certa dificuldade pelo facto de os portugueses tendencialmente apreciarem mais o que é estrangeiro. No entanto, foram trabalhando outros campos, nomeadamente a assistência, que era uma lacuna a nível nacional e que foi uma das bases do seu crescimento.

“Os clientes começaram a ver que não éramos apenas mais um e aí o nosso crescimento deu-se rapidamente. Depois abordámos outros mercados, exportando para o Luxemburgo e, mais recentemente, de há sete anos para cá, E.U.A., Canadá, Angola, Inglaterra, França e São Tomé e Príncipe”, enumera o dirigente. A partir daí, impuseram-se no mercado nacional, por começarem a usar a designação «Celsus by Portugal» e também no mercado internacional, já que o imigrante traz o relógio com o à-vontade necessá-rio, fruto da assistência técnica de excelência. Para além disso, a marca distingue-se pela relação qualidade/preço e o design sempre muito moderno.

A honestidade, a capacidade de aguentar as adversi-dades do mercado e o arrojo que colocam na atividade, procurando andar sempre à frente da concorrência, são os

Relojoaria portuguesa de confiançaA Celsus é uma marca de relojoaria

portuguesa com 65 anos de história. Filipe Rocha é o filho do fundador e atual sócio-gerente, cuja visão impulsionou a marca em solo português e além-fronteiras.

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segredos do sucesso evidenciado nestes 65 anos e que fazem da Celsus uma referência no setor. O desenvolvi-mento dos modelos dos relógios é feito pelos fornecedores e a empresa, ao selecionar o que acha mais indicado para o mercado, cria assim uma coleção. Um dos objetivos pas-sa também por realizar, com a parceria de uma designer, alguns modelos próprios com fabrico em Portugal.

Hoje com sete colaboradores, a Celsus mantém uma estrutura muito familiar. A experiência tem dado conta do recado e visitam essencialmente duas feiras do setor, a de Basileia e de Hong-Kong, enquanto compradores. Como expositores, já estiveram presentes na feira de Las Vegas, Madrid, PortoJoia, Iconic ou Exposalão Batalha.

Para o futuro, a ambição é cimentar o trabalho que até hoje tem distinguido a marca, aliando a pretensão de se afirmar cada vez mais nos mercados em que está presente. “No horizonte está inclusivamente a tentativa de interna-cionalização em mais alguns países estratégicos como Moçambique e países sul-americanos”, adianta o gerente.

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Com uma vasta experiência no setor da joalharia, a Dara Jewels abriu a sua primeira loja em 1980. Hoje, é uma referência neste setor e distingue-se pela sua qualidade, serviço e atendimento.

Conversámos com Paula Gomes e David Gomes, ambos gerentes da Dara Jewels, que nos contaram um pouco da sua história e quais os fatores que os diferenciam dos restantes. “A Dara Jewels é um projeto familiar que nasceu

com uma loja em 1980, na Margem Sul, ainda com o nome dos sócios fundadores, a Gomes Joalheiros. Quando já contávamos com mais de 20 anos de experiência, o David entrou, trazendo com ele novas ideias”, refere Paula Gomes.

Atualmente, encontram-se constituídos por três estabelecimentos (Avenida da Liberdade, Parque das Nações e Azeitão). Paula Gomes refere que, antes de pensarem em abrir mais lojas, “foi importante definir estratégias de forma a consolidar a empresa”. Desta forma, especializaram-se em três áreas específicas: Casamento e Noivado; Joalharia e Pratas. A partir daí, foram consolidando e crescendo nestas três vertentes.

Em 2001, surgiu o conceito Dara Jewels, com o intuito de colmatar uma lacuna que foi sentida no mercado, aliado ao gosto de ver nas peças de joalharia um reflexo da

sua própria identidade: “A marca Dara Jewels é uma aposta maior na personalização, na especialização e na comunicação. Não queremos que olhem para nós apenas como distribuidores”.

Para além disso, e acreditando que “a confiança é algo essencial neste setor”, a equipa da Dara Jewels “aposta na qualidade acima da média e na diferença”, quer no que concerne aos artigos de joalharia, quer no que diz respeito aos acessórios ao dispor de um cliente cada vez mais imprevisível: “Fomos irreverentes quando lançámos no mesmo espaço uma área dedicada à cosmética e outra à joalharia. Acreditamos que ambos os setores se complementam”.

Procurando que o objetivo de personalizar fosse concretizado com precisão, a Dara Jewels desenvolveu o projeto de Design 3D, em que o cliente chega à loja com a sua ideia ou proposta e vê materializado o seu desejo. Assim, o cliente “pode ter antecipadamente uma perspetiva mais fiel do resultado final da sua peça. O nosso alvo passa por criar soluções adaptadas ao seu gosto e ao seu orçamento”, explica David Gomes.

A Dara Jewels criou também o showroom, disponibilizando aqui uma solução de atendimento privado, exclusivo e totalmente persona-lizado para “um nicho de mercado que pretenda fazer compras num local mais recatado”.

Em síntese, a missão da Dara Jewels rege-se pela criação de joias contemporâneas e intemporais: “É isso que pretendemos continuar a fazer, aliado a um bom atendimento, qualidade e serviço”, concluem.

Where the limit is your imagination…

Imagens Meister

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OGonçalo Teixeira e José Teixeira são responsáveis pela Ourivesaria Camanga, onde assumem a sua polivalência face às diversas áreas de atividade da empresa. Uma das suas principais características é o seu cariz familiar, que consideram ser de extrema importância para o sucesso.

urivesaria que Sabe o que

Defende

O nome Camanga – que signifi-ca diamante em Angola – repre-senta a ligação que os fundado-res têm com o referido país.

A ourivesaria surgiu em 1976, altura em que surgiu como uma pequena loja que comercializava relógios, jóias e ótica. A introdução no mercado foi uma implementação dinâ-mica: “Começámos por vender produtos com preços bastante atrativos e a partir daí o negócio foi crescendo. Posteriormente, abrimos mais uma loja, que acabou por nos permitir um certo crescimento em termos de visibilidade, devido à gruta que integrava a decoração e que se destacava pela sua criatividade”, esclarece José Teixeira.

Gonçalo e José têm a ambi-ção de desmistificar que “a Ou-rivesaria Camanga tem preços para todo o tipo de público-alvo, e por vezes as pessoas desco-nhecem esse fator e têm uma ideia errada”.

Para se manterem com um bom posicionamento no merca-do, Gonçalo e José pretendem não só manter o foco no público Angolano, mas reforçar o mer-cado português.

Consideram-se uma empre-sa de extrema “credibilidade e confiança. Uma loja conhecedo-ra, que sabe o que defende, que sabe distinguir com clareza as

peças e onde é dada uma expli-cação esclarecedora ao cliente final”. Estas características não foram uma imposição planeada, mas sim algo que fez parte da sua integração pessoal e natural.

Atuam tanto a nível da joa-lharia tradicional, que atualmente é cada vez mais utilizada devido ao retorno da tendência do uso da filigrana, como da joalharia contemporânea. Indo para além da representação de marcas, também desenvolvem peças personalizadas, sendo uma empresa com uma identidade muito própria.

Relativamente à situação atual do panorama nacional da joalharia, os empresários lutam para que haja uma lufada de ar fresco no setor: “Trabalhamos para isso, e acreditamos que isso ainda irá acontecer”.

Lamentam o facto de al-gumas tradições já se terem perdido, mas têm esperança e vontade de atrair as novas gerações. Para projetos futuros, pretendem manter e consolidar o que conseguiram até aqui, frisando que se consideram uns resistentes no mercado. “Pre-tendemos investir cada vez mais na qualidade e na informação. A informação é feita com rigor e é meio-caminho andado para con-solidar tudo o que se conseguiu até hoje”, conclui.

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Projeto familiar, desde 1957 que a Relojoaria Mendonça oferece aos seus clientes artigos de excelência, aliados a um atendimento excecional. Jacinto Mendonça, gerente desta casa, contou-nos um pouco da sua história e da sua evolução ao longo deste meio século.

“Não existe fórmula para o sucesso mas se a houvesse seria: aliamos a tradição do bem servir que é típica do comércio familiar a elevados conhecimentos técnicos e a uma forte aposta na qualidade e inovação”, começa por referir Jacinto Mendonça.

A paixão pela relojoaria foi herdada do seu pai, que nos anos 30 veio para o Porto e que, em 1942, abriu a sua primeira loja de relojoaria: “A nossa atividade foi sempre inspirada por ele. Foi ele que investiu neste negócio, apostando no Porto e na Rua Sá da Bandeira”, acrescenta.

Nenhum detalhe ou pormenor é descurado na hora de servir quem o procura. A simpatia e profissionalismo são máximas da Relojoaria Mendonça, fazendo com que tenham a maioria dos seus clientes fidelizados: “Temos clientes portugueses e também oriundos de outros países que chegam para ser atendidos por nós. O nosso serviço pós--venda faz toda a diferença, aliado, claro, ao nosso conhecimento”.

Com 11 colaboradores especializados nesta área, a dedicação de todos à exigente arte da relojoaria faz da Relojoaria Mendonça uma casa a visitar na cidade do Porto. Com uma gama muito alargada e direcionada para públicos distintos, assente em marcas prestigiadas, na Relojoaria Mendonça há relógios para todos os gostos e todas as carteiras. “Privilegiamos um atendimento personalizado. Só assim criamos laços de amizade e confiança com os nossos clientes. Este é um dos lemas da Relojoaria Mendonça”.

Sempre atento à evolução do mercado, Jacinto Mendonça, apesar dos seus 54 anos de experiencia nesta área, continua a valorizar o conhecimento, fazendo diversas formações que o mantêm atualizado. Analisando o setor que representa, o nosso interlocutor não se sente ameaçado por outros estabelecimentos comerciais: “Obriga-nos a estar na vanguarda do conhecimento, porque a maioria dos nossos clientes está cada vez mais bem informado, conhecendo já as peças de alta relojoaria ao pormenor. O investimento em determinado modelo é feito de forma muito mais consciente mas acredito que vai sempre haver público para adquirir uma peça valiosa, um relógio antigo de parede, ou de pulso, seja para colecionar ou para uso pessoal”.

Jacinto Mendonça acredita que o futuro da Relojoaria Mendonça permanece “em família”, tendo também o seu filho e o seu sobrinho a trabalhar com ele: “Caminhamos para o centenário com a determi-nação de poder servir cada vez melhor”, conclui.

Uma relojoaria de referência da cidade do Porto

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A GoFrey, situada no Porto, nasce em 2009, fundada por Paula Gomes e por David Freitas. A experiência dos dois fez com que criassem este projeto que já se tornou uma referência. «Go» de Gomes e «Frey» de Freitas formam o nome que simboliza a simbiose perfeita entre a empresa e os seus criadores.

Com uma panóplia de capacidades inerentes à ourivesaria e com uma equipa dinâmica de 17 pessoas, o seu foco são os artigos exclusivos em prata, para diferentes gostos e carteiras, de fabrico nacional e internacional. Atualmente, estão cada vez mais vocacionados para as suas marcas próprias, ao mesmo tempo que representam também uma marca grega com a qual mantêm uma relação de amizade.

Como marcas de autor têm a “Feel Safe” – criada em 2009 e relançada em junho passado, com uma nova coleção –, a Uomo Silver e a Uomo Aço. Apesar de abrangerem várias faixas etárias, direcionam os seus produtos para um público mais jovem e irreverente e apostam cada vez mais em peças masculinas, dado o aumento de procura.

Sobre aquilo que têm feito mais recentemente, dizem-nos que, “pela primeira vez, este ano, fomos bastante arrojados na apresentação de inverno e fizemos aquilo que realmente que-remos fazer e tivemos uma aceitação muita boa”. A coleção foi um sucesso ao ponto de esgotar completamente e, ao enveredar pela criação de conjuntos e não tanto por peças individuais, no-tam que 70% do volume de vendas é relativo a esse segmento.

“Se a GoFrey apresentar uma coleção completa no verão de 2018, tenho a certeza que a vendemos”. É uma afirmação convicta de Paula Gomes, fruto da perceção concreta que tem em relação à qualidade do seu trabalho. A empresa veio trazer à

concorrência a necessidade de a acompanharem, por se desta-carem pelas suas peças únicas e pretendem continuar a fazê-lo.

Em solo português, vendem apenas prata mas no mercado externo vendem cada vez mais ouro e prata, com exemplos de exportação em quase toda a Europa, especialmente no mercado espanhol, e em Angola, E.U.A. e Canadá. Dão-se a conhecer através da marcação de presença nas melhores feiras ibéricas e internacionais, pretendendo, nomeadamente, regressar a Itália para a Vicenzaoro, uma das feiras mais importantes do setor a nível europeu e onde se juntam os maiores players internacionais.

Entre os seus projetos futuros, a GoFrey vai já no próximo ano investir fortemente na internacionalização, objetivo den-tro do qual vai experimentar dois países novos: Alemanha e Inglaterra.

Sinónimo de bom gosto e irreverência

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Foi há precisamente 14 anos que o empresário Joaquim Novais – desde sempre um apaixonado pelo mundo das joias e da relojoaria – se aventurou com um projeto próprio no setor, desenvolvendo um conceito caracterizado pelo nome que escolheu: Intemporal. Constituído atual-mente por dois estabelecimentos – um em plena cidade do Porto, o outro na zona nobre de Matosinhos – este corresponde a um negócio que faz da personalização do seu atendimento e aconselhamento importantes linhas-mestras.

Acreditando efetivamente que “a confiança é algo essencial neste setor”, a equipa de nove colaboradores que compõe a Intemporal não subestima a urgência de proporcionar um excelente serviço, conciliando o know-how em torno desta arte com uma “aposta na qualidade elevada e na diferença”, quer no que concerne aos artigos de joalharia, quer no que diz respeito aos relógios e demais acessórios ao dispor de um cliente cada vez mais imprevisível.

De facto, “quando começámos, o nosso conceito era sobretudo centrado nas joias”, contextualiza Joaquim Novais, antes de lembrar que é na conceção de peças únicas – ao gosto, sensibilidade e personalidade da pessoa a quem elas se destinam – que a loja encontra um impor-tante nicho de mercado. “Hoje, pela tecno-logia, existe facilidade em desenvolver uma pedra à medida” de acordo com o desejo das pessoas, encontrando-se este mesmo poder de personalização nos anéis, colares e brincos da marca Intemporal.

A Intemporal entrou no mercado joalheiro com uma filosofia que fala por si, aliando a eternidade do bom gosto ao requinte da personalização.

Significa isto que é pelas regras da excelência – e não pelos imperativos da quantidade – que a empresa portuense se tem pautado, perante um setor cada vez mais competitivo. Por outro lado e atenden-do ao modo como, na opinião de Joaquim Novais, “a relojoaria começa a ser pensada como uma joia ou um complemento a ela”, tem sido política da loja estabelecer parcerias com algumas das marcas mais importantes do setor, assegurando deste modo uma garantia de requinte, prestígio e bom gosto.

Já quando questionado sobre o estado do setor joalheiro, o nosso interlocutor é perentório: “constato que o fabrico perdeu alguma tradição no nosso país, mas acre-dito que ela tem possibilidades de começar a renascer. Temos grandes executores em Portugal, mas que muitas vezes têm de trabalhar em massa”. Joaquim Novais defende que “a joalharia não pode apenas ir atrás dos desenhos antigos e reformulá--los, mas sim reinventar-se”, numa alusão à importância de se apostar ainda mais nos fatores da personalização e da qualidade.

Assegurando que os clientes da Intem-poral são, na verdade, encarados como verdadeiros amigos da casa, é sobretudo por esta vontade de continuar a marcar a diferença que o futuro do projeto passará. “Mais do que pela abertura de novas lojas, é pelo reforço de produtos e marcas que caminhará a Intemporal”, conclui Joaquim Novais, assegurando que o valor que deu nome a este projeto jamais deixará de ser Intemporal.

Um encanto à suamedida

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Foi no longínquo ano de 1926 que a Joalharia Ferreira Marques abriu as portas, protagonizando – como muito poucos negócios seus contemporâneos – uma travessia que chegou às nove décadas, acei-tando desafios, superando dificuldades e concretizando sonhos. Fun-dada originalmente por Adriano Ferreira Marques, a firma conseguiu “a pouco e pouco ir consolidando posições” num setor peculiarmente exigente, primeiro como fabricante de produtos de ourivesaria e, posteriormente, enquanto retalhista destas mesmas peças.

Atualmente na quarta geração, a Joalharia Ferreira Marques mantém-se como uma referência e ponto turístico da cidade lisboe-ta, na medida em que chegou a servir de cenário para o filme “Ao Serviço de Sua Majestade”, da saga James Bond, lançado em 1969. Mas se o historial desta casa em muito a associou à venda de prata grossa e de artigos decorativos, hoje o seu foco está no comércio das principais marcas de joias a nível nacional e mundial. De facto, e perante um exemplo tão valioso de longevidade, importa questionar qual o segredo por detrás deste sucesso, ao que o atual gerente, José Filipe Maio, responde citando “muita dedicação, esforço e resiliência”, associados ao “amor à arte, à família e à tradição”.

Esta é, portanto, uma filosofia que estabelece o negócio “dentro da ordem emocional” e que se estende a uma equipa de colabora-dores especialmente formada para o setor, ou não fosse este um ativo imprescindível na equação: “mais do que o local ou a beleza da fachada, a empresa é feita das pessoas que aqui trabalham”, realça o nosso interlocutor. Significa isto que todos os que visitem a Joalharia Ferreira Marques serão agraciados por uma companhia, preocupação e apoio que os deixará garantidamente satisfeitos. A comprovar isso mesmo, há pessoas de todo o mundo que fazem questão de regressar ao sítio onde já foram felizes, na tentativa de renovar os seus desejos estéticos.

De facto, a lista de preciosidades que aqui se podem encontrar é particularmente ampla, partindo dos anéis de noivado e dos brindes de casamento, à filigrana ou às salvas de prata, sem esquecer os relógios

A conquistar clientes há várias gerações, a Joalharia Ferreira Marques alia a tradição do comércio de rua com o modernismo das melhores marcas e fabricantes mundiais.

e as já mencionadas joias. O grande trunfo desta casa – para além da sua lendária história e prestígio, claro está – reside na capacidade de atender quer à sensibilidade dos mais jovens e arrojados, quer aos espíritos mais conservadores, sendo a fidelização uma circunstância comum a quem por estas portas entra.

Aproveitando as dificuldades que vão surgindo no setor para renovar a sua força e identidade, a Joalharia Ferreira Marques mostra--se firme no intuito de seguir o caminho que a trouxe até aqui, o de “vender emoções”. Relativamente ao futuro existe, no entanto, uma expectativa que José Filipe Maio faz questão de partilhar connosco: “apoiarmo-nos muito na produção nacional”, apostando no talento de novos designers, sempre com o orgulho e a vontade de preencher mais uma página de história.

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O passa a palavra entre outras iniciativas desenvolvidas pela marca foi a principal chave de expansão da Zerus, em consequência da confiança depositada pelos seus clientes. Segundo eles, uma das mais-valias da marca é a oferta de produto contemporâneo com elegância e de uma simplici-dade apelativa ao consumidor e a excelência da prestação de serviço. Os fundadores asseguram que “tentam a todo o custo alcançar o melhor resultado possível nesse sentido, e isso tem sido uma das maiores preocupações”, até porque sabem que são constantemente avaliados pelos clientes.

A novidade e inovação fazem parte dos conceitos da Zerus e isso significa que há uma dinâmica muito grande da marca em tentar proporcionar aos seus clientes a melhor oferta e escolha naquele momento. A preocupação com a apresentação é também um fator extremamente importante para a marca em causa, assim como o acabamento da peça.

Face a isto, o feedback dos clientes tem sido bastante positivo, o que é extremamente gratificante, sendo que a maneira como trabalham os diferencia do mercado mas não só. A credibilidade junto do consumidor e a garantia que oferecem são outras características que fazem a Zerus destacar-se. A preocupação que têm com o produto é ele-

José Carlos Santos e Rui Coelho são os Sócios Gerentes da marca Zerus, que se divide entre as empresas OuroTorres Lda e a Fernando Vieira Coelho Lda. Implementada no mercado há cerca de nove anos, depressa se tornou numa marca de sucesso.

vada, e por isso, não seguem em demasia o conceito fashion e a moda passageira.

Numa perspetiva de futuro, a Zerus tem como prioridade consolidar o seu posicionamente no mercado. Pretende-se também “ser mais abrangente” e pensar em projetos que possam dar mais visibilidade, sendo que, evidentemente, a sua preocupação vai ser constante no sentido de continuar a seguir esse trilhar em termos de apresentação, em termos de desenvolvimento de produtos, que são especialmente direcionados para o segmento senhora. Com o constante foco no futuro, a marca equaciona outras abordagens ao ramo da ourivesaria de forma a não ficarem estagnados e a continuarem a ser uma marca de referencia do seu ramo de atividade.

elegância e oExtremo Cuidado nos Acabamentos da JoiaA

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A primeira loja Lugar da Jóia abriu no ano de 2006, em pleno coração da cidade do Porto. Atualmente são 10 os espaços, maioritariamente em centros comerciais, distribuídos de norte a sul do país, contando ainda com uma loja online lançada em 2016. A marca permite a cada cliente usufruir de uma experiência de requinte, brilho e mo-dernidade, em espaços amplos, num ambiente de arquitetura contemporâ-nea, onde uma grande variedade de produtos combina moda, design e ino-vação com a tradição da ourivesaria portuguesa. Em cada um dos espaços comerciais, entre outros produtos, é possível encontrar diversas marcas de relojoaria, joias exclusivas, joias em filigrana tradicional portuguesa e uma ampla gama de joias para noivado e casamento, sendo que estas últimas

Nas linhas modernas e contemporâneas dos espaços Lugar da Jóia, moda, design e inovação combinam-se com a tradição, promovendo a divulgação do património artístico e artesanal da Ourivesaria Portuguesa.

assumem especial destaque. O cliente pode ainda personalizar as suas joias e mais do que isso, salienta António Magalhães, sócio fundador, “é possí-vel, se o cliente apresentar um dese-nho, produzir qualquer tipo de joia”. Realça ainda o nosso entrevistado que “pelo facto de nos focarmos muito na área de noivado e casamento, todas as nossas lojas estão equipadas com tecnologia avançada, que permite a realização de gravações no momento da compra, nomeadamente da própria assinatura dos noivos. Somos ino-vadores no método e somos a única empresa que dispõe desta tecnologia em todas as lojas”. O Lugar da Jóia ultrapassa as limitações de uma loja, extrapolando a sua atividade para a divulgação do património artístico e artesanal ligado à criação de joias,

A tradição e Modernidade na

Ourivesaria Portuguesa

nomeadamente através de exposições sobre a arte da filigrana, com exe-cução da mesma ao vivo. Com uma política de crescimento e inovação, o objetivo desta marca portuguesa passa por evoluir numa lógica de maior proximidade aos seus clientes, através da abertura de novas lojas, imbuídas de todos os valores que compõem e definem o Lugar da Jóia. O mercado internacional é ainda uma ambição que se mantém no horizonte.

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A arte como adereço pessoal

Tendo dado os primeiros passos na área da joalharia aos 17 anos, na então designada Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, Bruno da Rocha aprofundou os seus conhecimentos técnicos no âmbito da joalharia tradicional no CINDOR. Em 1993, inicia em sociedade a sua “aventura nas joias”. No ano de 2005, a vontade de alcançar novos voos que lhe permitissem aplicar toda a sua veia criativa alavanca-o para um projeto a solo. Aí o salto para a interna-cionalização tornou-se premente, face a uma “ânsia antiga de ir para fora perceber a aceitação que a marca poderia ter”. Neste caminho, aprendeu as diferentes facetas dos mercados – “se em Portugal englobamos no mesmo setor o design e a joalharia tradicional, no exterior as feiras dividem-se pelos dois segmentos” – que o levaram, em 2009, a abrir em Madrid a primeira loja Bruno da Rocha®.

Depois da fase de conhecimento das nuances dos mercados, avança para a Bijorhca Paris, feira bianual, onde marca presença já por onze vezes. Desta primeira ida, mais acautelada, colhe grandes frutos: “Foi espetacular, tive uma aceitação muito grande por parte de franceses, italianos e russos”. Esse certame abriu os horizontes de Bruno da Rocha que encontrou nesses públicos um grande potencial de investimento.

Para além de Paris, o designer marca presença na Inhorgenta, na Alemanha, em Cracóvia, tendo iniciado este ano a presença na feira de joalharia de Hong-Kong. Comenta que gosta de “ir experi-mentando os mercados” para perceber as solicitações dos diferentes públicos, numa aposta de posicionamento da marca que encara como “um desafio”.

Desenvolvendo uma joalharia de autor com influências orgânicas, Bruno da Rocha aposta “na democratização da joalharia de design”. As peças desenhadas e executadas por si ganham escala de produ-ção através de fundição, sendo “toda a produção e acabamento feitos à mão”. Porém a sua paixão pela arquitetura reflete-se na “instabili-dade e no caos das formas de acabamento”, sem a previsibilidade conferida pelos softwares de design. Aliás, esta forma de olhar a arte vai ao encontro das intenções dos nichos de mercado com os quais colabora e que lhe reconhecem um talento ímpar. “Quero que as pessoas continuem a acreditar na marca como tendo um design muito próprio, com peças arrojadas, bem feitas, bem acabadas. A estratégia está definida e o futuro passa por mantermo-nos neste patamar”.

Um patamar que exige uma atenção especial com a imagem

Quando o nome do designer se transforma em marca só podemos esperar peças de joalharia que transmitam uma profunda paixão pelo ato de criar e surpreender. Bruno da Rocha é o artista que imagina e desenvolve peças que aliam a elegância à inovação, numa profunda sintonia com o seu espírito criativo e irreverente.

www.brunodarocha.com

que se percebe no pormenor dos estojos e nos expositores próprios que reforçam a presença da marca, algo fundamental para o autor. Falamos de uma empresa “com um carisma e com uma identidade próprias”, define o designer, que entende que ser empresário é a “obrigação” que o talento criativo assume para se apresentar aos mercados.

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Destacada por contar com um percurso extenso e solidificado, a Ourivesaria Portugal foi implementada há 75 anos no mercado, sendo que se encontra atualmente na 3ª geração à frente do negócio. Atualmente, é gerido por Miguel Macedo e Cunha, com quem estivemos à conversa, e pelo seu irmão.

Com um percurso marcado pelo sucesso, e por nunca ter perdido o cariz familiar, a Ourivesaria Portugal começou por ser uma ourivesaria/joalharia só com uma marca de relógios – a OMNIA. Atualmen-te, é uma loja de relógios muito assente na ROLEX, que é líder de mercado, e conta com 12 colaboradores no total.

M igue l Macedo e Cunha encontra-se inserido neste negó-cio geracional há 32 anos, e é da opinião de que “as ourivesarias, os pontos de venda, têm de se especializar”, considerando isto algo de “fundamental”.

Em extensão à pioneira loja de rua, a Ourivesaria Portugal inaugurou outro espaço físico, no Shopping Amoreiras Center, onde o projeto é um pouco dife-rente, precisamente em prol da referida especialização: “Metade da loja vende ROLEX, a outra metade vende joalharia. Para nos destacarmos, procuramos

também ter marcas exclusivas. É um projeto diferente. “

Ainda assim, refere também que há um voltar às lojas de rua, muito devido ao turismo. Já relativamente

ao panorama nacional do setor, diz-nos que “recuperou-se um pouco de confiança, que é fun-damental para este negócio. As pessoas se tiverem confiança compram”.

Os principais segredos para se assegurarem firmes e bem--sucedidos no mercado passam pela ser iedade, uma grande preocupação em gerir stocks, e uma grande preocupação com o cliente final, até porque reconhe-cem que o consumidor é cada vez mais exigente e conhecedor dos produtos. Para além disso, pro-curam “criar com os clientes uma relação de amizade, para que estes perdurem, e essa talvez seja a razão de algum sucesso que temos tido, e que acontece às vezes até com os turistas”.

Com os pés bem assentes na terra, Miguel Macedo e Cunha irá proceder aos mesmos métodos de gestão que tem vindo a praticar até aqui, ambicionando sobre-tudo um crescimento consolidado e uma manutenção do atual conjunto de lojas e de marcas.

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O nosso interlocutor iniciou a sua atividade laboral nos anos 80. Começou por fabricar pequenas peças que na altura consistiam mais em montagens. A partir do final dessa década, começou a ir para fora porque,

segundo ele, “Portugal era demasiado fechado. Comecei a ir a Paris, a comprar máquinas e a industrializar algumas coisas. Depois comecei a fazer soldadura em latão, a realizar banhos de ouro, prata e ródio”.

Só então iniciou a criação de produtos ao seu gosto e a partir dos anos 90 começou a fabricar “a sério” peças em latão. A partir de 2004, resolveu inovar e dedicou-se a desenvolver artigos em prata e ouro. Hoje este é o seu core-business e realiza peças exclusivas, de autor, nos metais já referidos. A loja entretanto criada alia as joias à roupa e esta junção não foi por acaso: “a ideia era vestir a mulher do início ao fim”, diz-nos o criativo. Embora trabalhe com grandes marcas de renome internacional, o que impera destacar é o look Luís Garcia.

O seu público habitual é composto sobretudo por mulheres que gostam de ter peças únicas e elegantes. O que identifica as suas criações, nas suas palavras, “é só o simples facto de olhar para elas e notar o seu cunho pessoal”. De cada vez que começa uma coleção, as suas ideias são mutáveis, adaptando a sua inspiração ao próprio momento da criação. O ponto de união entre as suas peças é a natureza, que é a base sobre a qual mais gosta de trabalhar, e a sua inspiração advém do que o rodeia, mesmo em pormenores que por vezes passam despercebidos.

Luís Garcia desenvolve “pequenas coleções à volta das 40/50 peças, muito exclusivas. Faço também peças à medida do cliente e personalizáveis consoante o seu gosto”, indica o designer. Procurando estar sempre em evolução, diz-nos que “as tendências estão em constante mudança e por isso temos que nos reinventar todos os dias. É difícil mas cairmos na monotonia é pior”.

Luís Garcia é um autor e criador de joias de luxo cuja loja, sediada em Braga, alia o vestuário e acessórios às suas peças. Em conversa com a nossa revista revelou o seu trajeto profissional e o sucesso que atualmente o caracteriza.

O nosso entrevistado tem promovido as suas criações em importantes feiras, como a PortoJoia ou a Iberjoya, em Madrid. O feedback que aí tem obtido relativamente à joalharia portuguesa “é que somos fortes a criar mas nem tanto a comercializar”. Acrescenta também que “existe uma forte rivalidade entre cria-dores, ao invés do que acontece noutros mercados, e isso seria algo a mudar para promover ainda mais o sucesso do setor”.

Sonhos transformados em luxuosos acessórios

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Aempresa existe desde 1994 e começou por ser uma loja de pedras preciosas e semipreciosas. Na família do nosso entrevistado já existia quem trabalhasse nesta área de negócio, no-meadamente as suas irmãs, e Caetano de Almeida acabou por decidir abrir o seu próprio espaço. A HansaGema operou na área das pedras preciosas e semipreciosas até o Centro Comer-cial Colombo abrir e, nessa altura, mudaram estrategicamente o tipo de negócio. “Passamos a ter igualmente as pedras preciosas e semipreciosas mas associadas a ouro e prata, dado que notámos que os nossos clientes procuravam artigos que fossem enri-quecidos por esses materiais”, refere o gerente.

Com larga experiência no trabalho com pedras, o empresário prima em escolhê-las criteriosamente. “Desde o diamante, o lápis lazúli, safiras, rubis, esmeraldas, turquesa, turmalinas, to-pázios, águas marinhas, pérolas, coral, âmbar, entre outras, fazemos questão de ter elementos que contribuam e que sejam uma mais-valia para as joias”, expõe. Esta seleção é o principal

Caetano de Almeida é o fundador da HansaGema, uma loja de joalharia situada no Centro Comercial e Cultural Espaço Chiado, em Lisboa, que se apresenta como um novo conceito no setor.

fator diferenciador, encontrando-se a HansaGema altamente equipada para aferir da respetiva qualidade. Para além da comercialização, também fa-bricam joalharia à medida do cliente, aproveitando essa mesma capacidade.

Sobre o público que procura a Han-

Exclusividade e requinte

saGema, Caetano de Almeida explica que “há determinadas pedras que as portuguesas apreciam, uma vez que contribuem para a beleza exterior pela sua palete de cores”. Comentando também o panorama do setor, diz-nos que “o mercado continua difícil mas continua a haver clientes que gostam de ter peças especiais e nós procu-ramos satisfazer esses clientes. Na nossa área, penso que conseguimos vender melhor as peças especiais e originais em detrimento das feitas em série. Penso que temos clientes para continuar a agir desta forma”.

Para o futuro, Caetano de Almei-da pretende continuar a impor-se na componente da joalharia com pedras de qualidade. “É essa a nossa área, onde nos sentimos bem e onde domi-namos. Vamos procurar também ter preços competitivos e apelativos para as pessoas se interessarem mais e consequentemente tornarmo-nos mais conhecidos”, conclui.

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Onosso entrevistado começou o seu percurso aos 16 anos, com o primeiro emprego numa fábrica na área da ou-rivesaria. Após alguns anos, começou a trabalhar por conta própria como ourives, a restaurar jóias para ourive-sarias e iniciou igualmente a atividade de compra e venda de artigos usados. Cedo notou a grande procura e decidiu abrir espaços para colocar o negócio a funcionar, com outra dinâmica, comprando e vendendo diretamente ao cliente final.

Ângelo Costa é o fundador e gestor da empresa homónima. No mercado desde 1994, dedica-se à compra e venda em segunda mão de: ouro, prata, relógios, jóias ou moedas. A satisfação do cliente é fulcral e torna-se evidente no sucesso obtido ao longo da sua história.

“Confiança em comprar e em vender”

Tentamos sensibi-l izar e aconselhar o cliente no que diz res-peito ao conhecimento, porque es te merece ser esclarecido sobre o que tem e o seu valor”, explica.

Os seus cl ientes são sobretudo pessoas que se identificam com peças de de-terminada época .

Hoje conta com sete lojas, a maior parte na zona de Lisboa e uma em Almeirim.

VALORIZAÇÃO HISTÓRICAA necessidade de se distinguir,

pelo crescente aumento de estabeleci-mentos que se limitavam à compra de ouro a peso para posterior fundição, foi um incentivo para Ângelo Costa, que acredita que certas peças devem permanecer incólumes devido ao seu valor histórico e cultural.

“Foi isso que me fascinou: não é só comprar e vender ouro, tem que ser mais que isso.

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PERSONALIDADE E FILOSOFIANeste momento, o importante para

o empresário é ter a capacidade de gerir uma carteira de clientes por-que, ao comprar uma peça pelo valor justo, já está a pensar direcioná-la para o cliente final e a preocupação é também vender as peças a um preço acessível, revela o gestor.

PANORAMA NACIONALÂngelo Costa acredita que “Por-

tugal está na moda e “a atividade de ourivesaria tem grande tradição no nosso país e requer que sejamos exigentes na prestação de serviços e na qualidade dos produtos, se nos queremos afirmar”.

Quanto ao futuro, o proprietário re-força o objetivo de fazer uma boa ges-

tão da carteira de clientes e continuar com o boa prestação de serviços que tão bem os carateriza. “O balanço des-tes anos é positivo”, acrescentando um agradecimento “a todos os meus estimados clientes pela fidelidade aos nossos estabelecimentos”.

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A Giarte está presente no mercado há 30 anos, fruto da experiência nos setores da joalharia, ourivesaria e relojoaria. Maria Jesuina é uma das sócias fundadoras e orgulha-se do serviço que tem prestado ao longo deste período. “Sempre tivemos um espírito empreendedor e inovador. Na altura, em 1988, éramos das poucas empresas dedicadas à Galvanoplas-tia, uma técnica de revestimento com metais nobres, os chamados banhos de ouro, prata, e ródio”. Com experiência na área da me-dalhística, a Giarte decidiu apostar nessa vertente, criando as próprias peças, em parceria com escultores de renome que colaboraram na criação desses produtos.

João Fonseca, filho da nossa interlocutora e também ele sócio, refere que, “com a extinção do mer-cado da medalhística, a Giarte teve que enveredar por outros caminhos. Atualmente, a empresa dedica-se à criação, comercialização, reparação e personalização de artigos de ourivesaria e joalharia, bem como à comercialização de ferramentas e acessórios de apoio à indústria e a escolas de ourivesaria. No entanto, os banhos galvânicos são o nosso ex-libris e o que melhor nos distingue de outras empresas”.

Com um serviço de excelência em banhos de ouro, prata e ródio, a Giarte desenvolveu grande parte da sua atividade na área da medalhística e objetos de arte, criando coleções e peças de edição limitada em metais nobres, em colaboração com artistas de renome quer nacionais, quer internacionais.

A abertura de uma loja, em 1998, permitiu à Giarte abrir as portas aos seus clientes e, dessa forma, criar a relação de confiança cara-a-cara: “O conhecimento nas áreas em que atuamos e a proximidade com o cliente é outro aspeto que nos diferencia. Isso só é possível graças à magnífica equipa que possuímos, aliado à qualidade que temos em todos os nossos

serviços”, referem.Sempre atentos à evolução do

mercado, a Giarte mantém uma relação próxima com todos os seus clientes, procurando apoiar novos criadores. A Giarte alterou recen-temente o seu logotipo: “A nova imagem e o site levam a Giarte para a Internet, sendo assim possível transmitir os nossos valores aos nossos clientes, e informá-los sobre os nossos produtos e serviços”.

Prestes a completar 30 anos, a equipa tem em mente realizar um evento comemorativo da data. Para

o futuro, e antevendo o cenário dos próximos anos no mercado da ourivesaria, afirmam que “o mercado das jóias de autor é um mercado em expansão, com uma grande procura por este tipo de produtos onde a Giarte pretende continuar a ser uma marca de destaque”.

Orgulho no trabalho realizado

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Opinião

PAÍS NA MODAONeste mês de setembro, a Standard and Poor’s finalmente retirou Portugal do “lixo”, após cinco

anos e meio ao longo dos quais os nossos títulos de dívida mantiveram esta classificação. D e facto, a junção de Portugal e lixo na mesma frase já mostrava algum desfasamento face à atmosfe- ra que se vive no país.

A frase “Portu- gal está na moda” é omnipresente e o nosso ego coletivo está constantemente a maravilhar-se com o que os estrangeiros dizem de nós. O turismo é a face mais evidente mas há uma mír iade de aspetos onde isto acontece. Aliás, dentro do próprio turismo o fenómeno tem várias dimensões: o prestígio internacional do Porto e Lisboa; as praias; o surf; o golfe; os congressos, etc. A edição es- panhola da Condé Nast Traveler diz que “Portugal é como Espanha, mas em melhor” e que Lisboa “é a cidade mais bonita da Península Ibérica”.

Num sentido mais geral, a Monocle diz que “Portugal está no meio de algo notável” e que somos “uma nação orgulhosa, pronta para o ne- gócio e engrenada com o resto do mundo”. Já a Wired integra Lisboa no lote dos hubs de empreen- dedorismo mais relevantes da Europa, destacando uma população que fala inglês fluente e uma força de trabalho qualificada, num contexto onde o metro quadrado ainda é comparativamente económi- co face a outras capitais europeias.

Com efeito, nos últimos anos várias coisas se têm conju- gado para que o país atravesse um momento especial e são vários os setores da nossa vida onde isto se passa, desde o inevitável futebol até à diplomacia, passando por diversas atividades econó- micas como a indústria têxtil, o calçado ou o mobiliário. Nesta edição, abordamos mais exemplos con- cretos de alguns destes casos, com setores como a joalharia ou a viticultura, direcionados para pú- blicos particularmente exigentes e onde, mesmo assim, temos o nosso espaço junto das atenções internacionais.

Vitor Moura

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A Companhia União de Crédito Popular (CUCP) tem um percurso que vem desde 1875, uma época de grande movimento na cidade do Porto. A administradora, Maria Luísa Borges, ajudou-nos a conhecer a génese e a atualidade desta casa com uma história secular.

N a altura, havia a necessidade de ajudar os negociantes para os quais a banca não era acessível. Foi então que um grupo de amigos se juntou de forma a criar uma entidade que emprestas-se dinheiro, fundando a Companhia União Popular Penhorista, que teve

como primeiro Presidente da Assembleia-Geral o Conde de Samodães. Em 1935, deu-se a sua bancarrota e, para atender às pessoas que ficaram sem o seu dinheiro e para dar continuidade à empresa, dois dos membros decidiram atribuir 30% desta a quem se quisesse juntar à Companhia.

Assim, nesse mesmo ano, nasce a Companhia União de Crédito Popular (CUCP), deixando de ser uma sociedade anónima e passando a ser uma sociedade por quotas. Passados dez anos, a empresa volta a ter a designação de S.A., agora com dois nomes fortes, António Ribeiro Bar-bosa e Manuel Aleixo Ferreira. O anterior foi presidente da administração até ao ano de 2002, altura em que o cargo passou para Manuel Aleixo Ferreira, cuja sobrinha, Maria Luísa Borges, é a nossa interlocutora.

Deram-se algumas alterações com o passar dos anos e em 2008 são vítimas de roubo, incidente que não os arredou do negócio. Ao invés, reformularam o edifício,

o atendimento e hoje têm uma estrutura completamente diferente, com 12 filiais estabelecidas maioritariamente na zona norte.

A atividade da CUCP foca-se em receber pessoas que tenham algo de valor (ouro, prata, joias ou relógios em ouro) e que pretendam fazer a sua troca por dinheiro. “Compramos e leiloamos mas essencialmente o foco é o empréstimo”, indica.

Hoje, tal como no passado, a avaliação é feita ana-

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lisando o objeto e aferindo o seu valor de mercado. Os mutuários chegam à CUCP, trazem um bem e pedem um empréstimo sobre esse bem, que é avaliado por profissio-nais certificados. “É explicado ao cliente o valor que se pode emprestar por determinado artigo em função do tipo de ouro. Nós temos um valor estipulado para 800 milésimos e os valores acima ou abaixo são calculados pelo valor de referência”, explica a administradora.

Na CUCP, não existem comissões de abertura, de guar-da nem de pagamento de seguros, ao contrário do que su-cede na concorrência. Quando efetuam negócio, realizam um contrato de dois anos, a cautela de penhor que fica na empresa e cujo duplicado, o termo, fica com o mutuário. É explicado ao cliente que pode fazer o pagamento dos juros por transferência bancária ou vale postal, sempre identificando o contrato em questão. É este pagamento mensal que permite que a penhora se mantenha e que mantém a instituição. Ao fim dos dois anos, a lei obriga a que se faça novo contrato mas a pessoa pode, a qualquer momento, levantar a peça tendo previamente saldado os valores dos juros.

Como refere a dirigente, “os seus clientes-alvo são aqueles que precisam de dinheiro mas também aqueles que pretendem guardar de forma segura os seus bens”. De acordo com as normas estabelecidas, todas as semanas é enviada à Polícia Judiciária do local onde se encontra a filial o relatório de todos os empréstimos feitos. Na CUCP, a segurança é a palavra de ordem e a Companhia orgulha-se dizer de dizer que “são 100% prestamistas e os melhores nesta área”, conclui Maria Luísa Borges.

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“Queremos ser muito mais para a

comunidade”

A Olival Social é uma instituição de referência fundada em 2006, para criar respostas sociais e colmatar as necessidades da população do interior do concelho de Vila Nova de Gaia. Com uma visão integrada da comunidade, a associação presta serviços na área da infância, educação, terceira idade, intervenção social e comunitária, formação profissional e apoio a famílias carenciadas.

Com onze anos de muito trabalho e dedicação, a Olival Social tem sido um reconhecido polo de intervenção e desenvolvimento social no conce-lho de Vila Nova de Gaia. Junto de Patrocínio Azevedo, presidente da direção, fomos conhecer a identidade desta associação, que nasceu para

resolver os problemas sociais da freguesia de Olival mas rapidamente alargou a sua zona de atuação.

“Os sócios fundadores olharam para isto como um projeto necessário e, com uma visão pioneira, começá-mos a apostar em serviços sem ter o apoio da Segurança Social, pois queríamos resolver o problema das pessoas. Nunca estivemos à espera de consolidar a estrutura para avançar”, explica o presidente da direção, destacando o empreendedorismo sempre presente ao longo destes onze anos de existência.

As diversas necessidades exigiam respostas sociais

diferenciadas e abrangentes que “tocassem” todos os elementos da população, apostando numa atuação trans-versal. “A principal mais-valia da nossa instituição é que trabalhamos a comunidade como um todo e não apenas uma parte. Desta forma, podemos fazer um diagnóstico completo das necessidades e, assim, pensar e propor-

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c ionar as respostas cer tas para cada situação”, assevera Patrocínio Azevedo.

São inúmeros os serviços e os apoios à infância, aos jovens, aos de-sempregados, às pessoas com mais necessidades, às famílias carenciadas e aos idosos. Um trabalho articulado com vários parceiros, nomeadamen-te a Câmara Municipal, as Uniões de Freguesias, os Agrupamentos de Escolas, a Segurança Social, o IEFP, a GNR, as conferências vicentinas, entre outros.

Na área da Educação, a institui-ção cuida de mais de cem crianças na Creche e Jardim de Infância dos Olival i tos, considerada uma eco--escola pela ABAE, e apoia cerca de 370 crianças nos estabelecimentos de ensino básico com atividades pro-movidas pelo projeto municipal Gai@prende+. Esta área estende-se ainda à Academia 360, que inclui cursos e diversos seminários e encontros formativos – a «Formação para a Inclusão» é uma medida para cres-cente qualificação profissional em áreas diversificadas e direcionadas a diferentes públicos, designadamente agricultura, jardinagem, decoração, costura, geriatria, confeção de com-potas e competências básicas de literacia. “São áreas profissionais que coincidem com as necessidades das empresas envolventes”, acrescenta Patrocínio Azevedo.

No âmbito da terceira idade, a ins-tituição assegura o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) e de Centro de Dia, em que cuidam e apoiam cerca de uma centena de idosos com diversas necessidades. Segundo os nossos entrevistados, o Centro de Dia é cada vez mais procurado por iniciativa dos próprios idosos, contrariando a perspetiva contrária que se vivia nos primeiros anos da instituição. A Uni-versidade Sénior constitui o projeto mais recente e está vocacionada para pessoas com mais de 50 anos que desejam manter-se ativas e continuar a aprender e conviver. Desde maio passado, a Universidade Sénior faz parte da Rede de Excelência, criada pela RUTIS (Associação Rede de Uni-versidades da Terceira Idade).

Através das suas equipas de RSI e RLIS, a Olival Social assume também um importante papel na integração da comunidade de etnia cigana para a qual também desenvolveu o Pro-jeto Mais Jovem, distinguido com o Selo ES+ atribuído pelo Instituto do Empreendedorismo Social. Sobre as medidas inclusivas da comunidade cigana na freguesia do Olival, o enge-nheiro Patrocínio Azevedo afirma que “não há uma solução ideal e o trabalho é contínuo com base em medidas que minimizem o impacto, sem qualquer tipo de discriminação”.

Em todas as vertentes, a institui-ção dedica-se a fazer um trabalho dedicado que é reconhecido com prémios e distinções nas mais va-riadas áreas. Por ser uma referência no concelho de Vila Nova de Gaia, recebeu recentemente a Medalha de Ouro de Mérito Municipal, o que, nas palavras do presidente da direção, representa “a confirmação do traba-lho, disponibilidade, dedicação e da parceria junto das pessoas que têm problemas sociais”.

O reconhecimento acaba por ser, assim, uma consequência natural. Um dos projetos futuros que mereceu já uma menção honrosa e um apoio fi-nanceiro consiste na criação de uma equipa de cuidadores ao domicílio. “Será um serviço que permite que, durante várias horas do dia (período diurno ou noturno), haja alguém sem-pre presente a prestar os cuidados à pessoa idosa, seja acamada ou não. Pretende ajudar também aquelas pes-soas que já não se conseguem deslo-car para fazer compras, ir à farmácia ou até ir a uma consulta”, explica.

Acima de tudo, o envolvimento dos sócios, da direção técnica, dos profis-sionais e da comunidade faz com que haja uma sintonia na concretização dos objetivos e um fomento de novas ideias e projetos que possam fazer da Olival Social muito mais do que uma associação social. Traça-se o objetivo de inovar para o ano de 2018, ambicio-nando ser o parceiro ideal para intervir no apoio à habitação e às empresas e até criar um centro incubador – “a Olival Social quer ser muito mais para a comunidade”.

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F Na entrada para o novo milénio, esta instituição traçou um novo rumo, no sentido de se afirmar como um projeto ambicioso na área da ação social.

omos ao encontro do seu edifício, moderno e impactante, situado em Es-cariz (São Martinho), no concelho de Vila Verde. Em entrevista connosco, o Presidente da Direção, Adelino Ma-chado, apresenta-nos o Centro Social da Casa do Povo de Escariz como uma entidade cujo propósito está em “prestar um serviço de excelência no apoio à comunidade, em particular à população idosa e à primeira infância”.

A Casa do Povo de Escariz estava entre as mais antigas do concelho de Vila Verde e, como nos diz, “havia uma forte identificação das pessoas com a instituição, dado que tinha uma área de influência que abrangia várias fre-guesias, como Escariz (São Martinho), Escariz (São Mamede), Arcozelo, Marrancos, Freiriz, Carreiras, Atiães ou Moure”. No contexto da implemen-

tação da Segurança Social, entidades como as Casas do Povo “tiveram que adotar um rumo diferente, sendo que uma grande parte delas desapareceu”.

Procurando evitar que o mesmo acontecesse aqui, Adelino Machado e a restante equipa dirigente ideali-zaram um novo sentido para a exis-

Centro Social da Casa do Povo de Escariz

tência da Casa do Povo de Escariz, “numa altura em que já era apenas uma simples associação, com uma atividade muito reduzida”. Procura-ram direcioná-la para uma área de intervenção “que fazia falta” e dá-se, assim, a sua transformação em IPSS.

Na prática, esta sua nova natureza institucional consistiu, inicialmente, na prestação da valência de ATL mas foi nas vertentes do apoio à terceira idade e da Creche que encontrou a sua vocação definitiva. Mediante uma candidatura ao Programa PARES, com o objetivo de colmatar as necessida-des sentidas nesta matéria na zona sudoeste do concelho de Vila Verde, viabilizou-se a construção do atual edifício. Uma obra concluída em 2014, através de um investimento que ultra-passou os dois milhões e meio de eu-ros e em que “a principal preocupação foi proporcionar conforto, trabalho de proximidade e as melhores condições de bem-estar aos utentes, nas suas diferentes respostas”.

Aqui estão centralizadas as suas valências, designadamente a Creche, capacitada para 33 crianças, divididas em três diferentes salas consoante as idades, e a ERPI, com 38 residentes.

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As propostas para a implementação de Centro de Dia e de Serviço de Apoio Domiciliário entretanto já foram também aprovadas.

Expl icando-nos um pouco da filosofia de trabalho da instituição, e começando pelo caso concreto da Creche, Adelino Machado diz-nos que, aqui, “procura-se que haja um trabalho muito individualizado e per-sonalizado com as crianças. Todo o plano pedagógico tem em conta as suas especificidades e temos progra-mas e atividades muito variados. Para além disso, também pretendemos que os pais estejam muito presentes, po-dendo visitar e acompanhar os filhos a qualquer momento, não havendo propriamente um horário definido para o atendimento aos pais. Nas ativida-des, procuramos ainda congregar os aspetos relacionados com a cultura e com o meio onde as crianças estão inseridas. Um exemplo disso é a Festa das Colheitas (evento emblemático de Vila Verde), onde são chamadas a participar nomeadamente com a realização de trabalhos ou a Lenda de S. Martinho encenada pelas crianças”.

No âmbi to da terce i ra idade, “aplica-se a mesma possibilidade que existe na Creche de que os familiares venham visitá-los a qualquer hora,

sendo que podem também levá-los em passeio ou inclusive a passar um fim-de-semana em casa”. O dia-a-dia dos idosos é, para além disso, muito preenchido, “com atividades muito diversificadas em diversos atelieres e também em ações no exterior”. A nível das respostas de saúde, o Centro dispõe de enfermagem a tempo intei-ro, médico e fisioterapeuta. No total, a estrutura humana da instituição é constituída por 25 colaboradores.

Futuramente, os objet ivos do Centro Social Casa do Povo de Es-cariz residem na “solidificação das respostas de Apoio Domiciliário e de Centro de Dia, que são já para o curto prazo, e a entrada noutras áreas re-lacionadas com o dinamismo social e económico da comunidade, apostando na intervenção a nível da formação, da qualificação e da capacitação das pessoas. De resto, a intervenção so-cial faz-se caminhando e estaremos sempre atentos à evolução da reali-dade social e prontos a avaliar que outros caminhos é que poderemos ter pela frente, focados nas pessoas”.

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Apresentamos um projeto cuja ideia de criação remonta a 1928, data apontada pelo espólio que a Associação pre-serva.

Em conversa com os mem-bros da Direção (Manuel Tei-xeira de Carvalho, presidente; Manuel Nascimento Duarte, vice-presidente; António Ba-randela dos Santos, vogal; José Cardoso, secretário; José Faneco, tesoureiro) e a Dire-tora de Serviços do Lar, Sofia Cruz, recuámos umas décadas até ao momento em que a von-tade se concretizou por força da união da classe.

No pós 25 de Abril, a insta-bilidade política e social afetou pessoas e entidades patronais. Nos Telefones de Lisboa e Porto (TLP), Afonso Rocha, “homem dedicado a causas humanitárias”, confrontado com as dificuldades de sub-sistência de muitos dos seus ex-colegas encetou, em 1975, uma dinâmica que contou com o apoio de outros trabalhado-res. Assumiam como missão a criação de uma associação, inicialmente direcionada para o apoio a ex-trabalhadores com reformas muito limitadas.

Contextualizando, refira-se que os TLP foram constituídos em 1968, após cessação do contrato de exploração que a APT vinha exercendo desde 1887, sendo que os trabalha-dores que se reformaram até ao final de 1967 beneficiaram do regime criado pelos fun-dadores ingleses, recebendo a sua reforma através de um seguro. Já os que se reforma-ram a partir de janeiro de 1968

Em visita ao Centro Social Arcanjo Gabriel – Associação de Trabalhadores e Reformados da Portugal Telecom, descobrimos um ambiente repleto de pessoas e objetos que marcam a história coletiva.

passaram a estar abrangidos pelas reformas atribuídas pela Caixa de Previdência do Pes-soal dos Telefones de Lisboa e Porto (CPPTLP).

Com a luta pela igualdade de direitos encabeçada por estes homens, “conseguiu-se a atualização das pensões e a concessão de complementos de que ainda hoje beneficiam

os reformados da empresa em circunstâncias idênticas”.

Em 1983, D. Catarina Pope, viúva do antigo diretor da empresa, G. W. B. Pope, levou a cabo a intenção do ma-rido de oferecer a propriedade onde viviam, em Valadares, Vila Nova de Gaia, para criar o lar da Associação. “O Sr. Pope merece todo o nosso reconhecimento pela intenção deixada à sua esposa, mas não podemos deixar de enaltecer a postura da D. Catarina”, realça Manuel Teixeira de Carvalho.

Com o apoio dos funcioná-rios que, voluntariamente, ce-deram uma senha de refeição

Associação de Trabalhadores e Reformados da

Portugal Telecompor mês, foi possível dar início à primeira fase de construção do edifício.

Com o reforço de mil escu-dos, doados por trabalhadores que se voluntariaram para o efeito foi possível passar a dispor de 33 quartos e “todas as instalações destinadas à sua operacionalidade”.

Já na fase final da cons-

trução, “os TLP e a Caixa de Previdência dos TLP, que nunca acreditaram que a obra avançasse, ofereceram 5 mil contos cada um. Valor que permitiu concluir a obra”.

O final da década de 90 viu ser iniciada a segunda fase de construção, ficando o lar com a atual capacidade de 61 quartos (77 camas). Assim nasce o Centro Social Arcanjo Gabriel (CSAG), que atualmente inte-gra as valências de lar.

Pese embora os estatutos da ATRPT permitam dar res-posta a idosos da freguesia, o CSAG funciona em regime de associação. Os seus sócios

são ex-funcionários reforma-dos dos APT, TLP e Portugal Telecom, trabalhadores no ativo, cônjuges e ascendentes. Apesar de ser uma instituição restrita, no sentido em que existe para apoiar um grupo específico de pessoas, foi ganhando reconhecimento na comunidade dada a sua ação congregadora. “Somos conhe-cidos pelo diálogo aberto com outras instituições e parceiros”, explica Sofia Cruz, reforçando que a Associação “tem uma política de investimento na economia local, através da aquisição de consumíveis na comunidade envolvente”.

Esta ligação não é maior, lamenta a Diretora de Serviços, “pela inexistência de meios de transporte públicos nesta rua, a par das estradas des-niveladas – que aumentam a probabilidade de quedas – que impedem os utentes autóno-mos de frequentarem mais vezes espaços de convívio na comunidade”.

CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Com 77 utentes, entre pes-soas autónomas, dependentes e muito dependentes, Sofia Cruz enaltece a forma como foi recebida na instituição: “Já tinha experiência profissional de dois anos no trabalho com idosos noutra Instituição e, com apenas 24 anos, entrei no CSAG sem qualquer co-nhecimento dentro da área dos telefones. A Direção respeitou o contrato coletivo de trabalho das IPSS em vigor e colocou-

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-me na categoria correta para a função que iria desempenhar - diretora de serviços. São pou-cas as direções das IPSS que têm esse rigor e reconhecimen-to pelos Assistentes Sociais, são o que chamo pessoas da Velha Guarda, com princípios! Tenho por estas pessoas todo o respeito, pelo rigor e reco-nhecimento do meu trabalho e pela atenção que têm em cada solicitação pela valorização do lar, utentes e colaboradoras”.

Antes da admissão de um utente, a Diretora de Serviços realiza uma entrevista com o utente (sempre que pos-sível, pois depende do grau de dependência) e os seus familiares de modo a perceber todo o histórico da pessoa, as necessidades e a razão que a levam a procurar o lar. Os prin-cipais motivos, entre pessoas autónomas, prendem-se com a solidão, a viuvez ou a perda de um filho. Situações que con-duzem a estados de profundo desalento. “Temos que acolhê--la, acarinhá-la, num ambiente familiar em que a maioria das pessoas se conhece, temos que fazê-los sentir que estão em casa. Daí que os quartos podem ser personalizados (ca-sais podem trazer a sua cama de casal), podem trazer o seu mobiliário, colocar quadros nas paredes, trazer mantas e col-chas, fotos da família. Inclusive alguns utentes trazem os seus carros. Podem sair da Institui-ção, passar fins de semana fora, festejar eventos familiares e não têm hora de regresso. Temos de acabar com o es-tigma de o lar ser um depósito de velhos, muitas vezes estas estruturas servem para me-lhorar e restabelecer relações

familiares, pois nem sempre é fácil a tarefa de cuidador. Daí que todos os trabalhadores de apoio e técnicos superiores das IPSS têm de ser valorizados e respeitados, este é um trabalho duro físico e psicologicamente. Mas basta um sorriso, um beijo, um obrigado dos nossos uten-tes para compensar o árduo dia de trabalho”, ressalva.

Para atender a todas as necessidades dos seus uten-tes Sofia Cruz conta com o apoio de 35 funcionários; equi-pa de enfermagem sete dias por semana; equipa médica; animadora sociocultural que promove atividades diárias junto dos utentes, tendo sem-pre em atenção as suas reais capacidades, num tratamento que preza a dignidade indivi-dual sem cair na infantilização associada, não raras vezes, às instituições de apoio à terceira idade. “Costumo dizer que sofro de ansiedade patológica, exatamente pela perfeição que exijo a mim e às minhas cola-boradoras. É importantíssimo manter os utentes ativos. O meu papel em parceria com a animadora é perceber quais são as atividades que cada

utente vai realizar. E encarar sempre novos desafios, com coragem para inovar, ir mais longe!”.

“Em 77 utentes, apenas dois não visitam a sala de con-vívio diariamente por impossibi-lidade total. Promovemos muito a autoestima e todos estão apresentáveis no quotidiano”.

No seguimento desta filo-sofia, “dada a impossibilidade de muitos dos nossos utentes se deslocarem a pé ao cabe-leireiro, apresentei à direção a proposta de montar um salão no CSAG. Conseguimos assim criar uma parceria com uma profissional de cabeleireiro que de forma voluntária nos visita, uma vez por semana, para cuidar da imagem de todos os utentes e até funcionários”, informa.

Falamos de uma casa ampla, repleta de recantos cui-dadosamente decorados, onde os utentes podem encontrar a tranquilidade de um momento de leitura na biblioteca, uma pausa ao sol no terraço com vista para o mar, ou horas de conversa na sala de convívio entre familiares e amigos. A piscina interior e o ginásio possibilitam a atividade física (três vezes por semana, com professor especializado) e a hidroginástica (duas vezes por semana seis meses por ano), para além de múltiplas ações que surgem ao longo do ano como karaoke, animação mu-sical com grupos, atividades manuais, vendas de natal, confeção de compotas, etc.

Mais que um Centro Social, tivemos a oportunidade de visi-tar um espaço rico em história, que acolhe um Museu do Tele-fone com peças e cenários ra-ros que contam a evolução dos

telefones em Portugal, particu-larmente na região do Porto. Esta obra foi sendo construída com a dedicação e o empenho de todos os ex-colaboradores e pelo presidente de direção, que há largas décadas nutria o desejo de construir este espaço temático. “Temos que salientar a gratidão de todos os colegas que nos oferecem as suas pe-ças. Evocamos a memória do Sr. Alcides Ferreira, que traba-lhou todos os dias nesta casa e foi um grande impulsionador do museu que serve também de homenagem ao Sr. Pope”, recorda Manuel Nascimento Duarte.

EVENTO DE CONFRATERNIZAÇÃO

No dia 14 do passado mês, decorreu a confraternização anual de trabalhadores e re-formados da Portugal Telecom. Um evento anual que teve o seu início há 42 anos e que reúne os associados da As-sociação de Trabalhadores e Reformados da Portugal Te-lecom, dirigentes da empresa a nível nacional, membros da Associação de Apoio Social da Portugal Telecom, com sede em Lisboa, e figuras de destaque na localidade. Mais de 200 pessoas participaram no evento, que contemplou a realização de uma missa, seguida de almoço convívio.

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Já Fernando Pessoa havia deixado consignado na sua Mensagem: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Apresentamos-lhe um projeto que nos inspira a sonhar e a transformar as adversidades em concretizações.

Ribeirão, freguesia do concelho de Famalicão, apresentava-se na década de 80 desprovida de estruturas sociais. Nessa altura, Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes debatia-se com a falta de espaços condignos para acolher as 1200 crianças da Paróquia nos períodos de catequese. “Tí-nhamos um salão paroquial que se revelava pequeno, por isso recorríamos às escolas, à Capela e a espaços particulares”, recorda. O primeiro sonho estava na criação de uma estrutura de apoio à infância que ao fim de semana estivesse “ao serviço da catequese”.

“Iniciámos no sítio que dispunhamos que era o salão paroquial, adaptando umas salas e melhorando as condições das estruturas, que durante a semana podiam funcionar como ATL, embora” – ressalva o nosso inter-locutor – “eu desejasse iniciar uma creche”.

Não podendo sozinho levar a cabo esta missão, Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes enceta contactos com pessoas que o auxiliassem neste cami-nho, sensibilizando a comunidade “para a

oportunidade de as crianças participarem no ATL onde se desenvolveriam atividades formativas e de ocupação de tempos livres”. Por outro lado, era premente a presença de profissionais que acompanhassem esta tarefa. “A primeira pessoa que procurei foi a educadora Conceição Oliveira, porque era natural de Ribeirão, e estava na altura a trabalhar em Braga”. Aceite o convite, Concei-ção Oliveira, Diretora Coordenadora, tem ao longo de mais de três décadas acompanhado os passos, os sonhos e as concretizações

Centro Social Paroquial de Ribeirão:

“É bom estar aqui”

de Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes.

Criados os estatutos de Centro Social, teve início em 1986 o ATL com 100 crianças e três colaboradoras. Logo, o objetivo passou a centrar-se na criação de uma estrutura nova para o ATL e que tivesse capacidade de concretizar o sonho antigo de abertura de uma creche com jardim de infância, valências inexistentes na região. Pormenor histórico que merece ser recordado, “nessa época, a Casa do Povo andava a tentar construir um infantário, mas ainda não tinha chegado a acordo quanto à localização. A dada altura foi-lhes transmitido que não seria a instituição mais adequada para dar início a esse projeto e então o Sr. Manuel Maria da Costa Santos, membro da Casa do Povo, transmitiu-me essa informação, perguntando se a Igreja não

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o queria fazer”. Logo o Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes ganha novo alento para continuar o seu projeto. Dispondo de terrenos, propriedade da Paróquia, “come-çámos a dar passos concretos no sentido de conseguirmos concretizar o sonho”. Mesmo conseguindo que o projeto fosse financiado pela Segurança Social, a Paróquia tinha que conseguir um valor significativo para que o intento avançasse, contando com a população que se mobilizou nas ações de recolha de donativos. Apesar de todos os contratempos, a casa foi erigida, e em 1989, mesmo perante alguma relutância por parte da população local, as paredes encheram-se de vida, acolhendo, também, crianças oriundas das paróquias vizinhas. O tempo revelou o mérito do projeto e logo a população local solicitou que as suas crianças fossem integradas no espaço que afinal elas haviam ajudado a erguer.

Em visita aos doentes, o pároco deparava-se com pro-blemas sociais tremendos entre a população idosa aos quais ambicionava dar resposta. As-sim, inaugurada a vertente da Infância, e aproveitando a presença do ministro do Emprego e da Segurança Social, Dr. José Silva Peneda, Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes apresenta “um pequeno projeto” que visava adaptar uma casa, que a paróquia detinha, para acolher um Centro de Dia (CD). “Com a anuência do Sr. ministro” logo os trabalhos têm início com a colabora-ção de um arquiteto que conseguiu dar ao projeto uma outra dimensão ao conseguir que o CD fosse construído nos terrenos da paróquia, adjacentes ao espaço de infância. “Demos assim início a uma obra nova que permitia o intercâmbio entre gerações”. Dado que a valência de CD, criada em 1991, não respondia a todas as necessidades desta população que se via sozinha durante a noite e ao fim de semana, naturalmente surge a vontade de criar um Lar. O Monse-nhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes ressalva que todas estas conquistas foram sendo atingidas com a ajuda da população que participava nos sorteiros organizados pela Paróquia e nas ações de recolha de donativos. Envidados todos os esforços, em 2001 é inaugurado o Lar Santa Ana.

Naturalmente, aos olhos de uma direção tão atenta às necessidades da população o Serviço de Apoio Domiciliário teve o seu início em 1995, apesar de ter sido “sempre difícil as pessoas perceberam que o que propunhamos era para seu bem”, salienta a educadora Conceição Oliveira.

Homem de grande visão, atento aos problemas da população, Monsenhor Manuel

Joaquim Carvalho Fernandes logo focou a sua ação na população com deficiência. Alguns anos passaram até que a vontade se concretiza com a inauguração da Casa Santa Maria no ano de 2013. Um espaço onde o amor e o carinho estão espelhados no rosto de uma população que dá em dobro tudo o que recebe. Ali todas as condições estão

criadas para o reforço das competências emocionais, cognitivas e motoras destes utentes, acompanhados por equipa técnica e de outros colaboradores. Para além dos espaços médicos e de enfermagem, a pisci-na interior, o ginásio, a sala de fisioterapia e a sala de Snoezelen despertam os sentidos e exercitam as capacidades dos utentes. Cecília, diretora técnica da Casa Santa Ma-ria, coordena o Lar Residencial e o Centro de Atividades Ocupacionais. Reforça que a sua entrada neste projeto foi facilitada dado que “as boas práticas já implementadas pelo Sistema de Gestão da Qualidade foram adaptadas às respostas sociais de Lar e CAO”. “É sempre difícil trabalhar com esta população e fazer que sejam bem atendidos, bem recebidos, mas os pequenos grandes sucessos falam por si. A população está cada vez mais atenta e o facto de termos uma instituição aberta à comunidade facilita que o estigma se quebre”, reforça.

Dos projetos mais recentes (2015) concretizados pela direção do Centro Social e Paroquial de Ribeirão está a construção de uma estufa – Horta Acessível – com equi-pamento de ponta que segue a técnica de hidroponia. Criado por forma a ser acessível a todos, este espaço conta com a colabo-ração de utentes da Casa Santa Maria que, com o apoio de um En-

genheiro Agrónomo, participam no processo de cultivo. Os produtos hortícolas servem depois as necessidades da Instituição, fun-cionando ainda como fonte de rendimento ao serem vendidas a funcionários e a familiares de utentes, bem como à comunidade em geral. Este projeto que recebeu uma menção honrosa do BPI Capacitar vai em breve ver

alargada a sua área de produção dado o esforço no recurso a programas de responsabilidade social que nos permitem concre-tizar este objetivo!

Em final de conversa, Mon-senhor Manuel Joaquim Car-valho Fernandes revela ser intenção da direção aumentar o número de quartos do Lar Santa Ana (de 40 para 51), dado o crescente volume de solicitações. Esta medida vai passar pela reestruturação de alguns espaços, nomeadamente da lavandaria que se pretende venha a ser centralizada, servin-do todos os edifícios do Centro Social Paroquial de Ribeirão.

Se o sonho começou lento, mas com passos firmes, hoje o projeto alberga um universo de cerca de 500 utentes, acompa-

nhados por uma equipa multidisciplinar que ronda os 112 colaboradores. Este sonho que o Presidente da Instituição criou merece todo o nosso destaque como exemplo de um trabalho de excelência concretizado pelas IPSS. Um projeto multidisciplinar que pela sua centralidade apresenta a mais mais-valia de promover a convivência “muito interessan-te” entre pessoas de diversas idades e todas com características particulares. “Temos a sorte de ter construído uma equipa que colabora e se responsabiliza fazendo com que este projeto continue a andar”, eviden-cia Monsenhor Manuel Joaquim Carvalho Fernandes.

“É bom estar aqui, valeu a pena o esforço de muitos e todos somos precisos para cons-truir o dia-a-dia desta obra”, complementa a educadora Conceição Oliveira.

Gratidão, responsabilidade, trabalho e atrevimento são as palavras-chave “que per-mitem continuar a sonhar e manter a atenção nas necessidades da população” – conclui o Presidente do Centro Social Paroquial de Ribeirão.

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Localizado em Seixas, con-celho de Caminha, o Centro de Bem Estar Social de Sei-xas (CBESS) começou por ser a Casa de S. Bento, com fundação em 1951. Inspirada pelo culto ao santo que lhe deu nome, a Casa de S. Bento surgiu como uma resposta aos mais carenciados, dedicando--se, nesses primeiros anos, à distribuição da Sopa dos Po-bres. Em 1973, passa para a atual designação e, em 1987, entra em funcionamento o edi-fício onde atualmente funciona a sua Estrutura Residencial para Idosos.

Antes, em 1975, tinha sido inaugurado o antigo espaço onde esta valência começou por existir. A evolução do CBESS ao longo dos anos levou a que se vocacionasse especialmente para as respos-tas à terceira idade e, em en-trevista com o atual presidente

Fomos conhecer uma instituição que, em matéria de apoio ao idoso, é uma das principais referências do distrito de Viana do Castelo.

da direção, Manuel Vilares, percebemos de que forma é que o CBESS desempenha este papel.

Há oito anos que o nosso interlocutor se encontra à fren-te da instituição, após o equi-líbrio económico e financeiro do CBESS, como se impunha no inicio da sua tomada de posse, e o seu compromisso foi “adaptar o CBESS a no-vas realidades”. Explicitando, diz-nos que “a população residente nesta e noutras ins-tituições do género mudou nas ultimas décadas. As pessoas vivem cada vez mais anos e, ao viverem mais anos, há um conjunto de dependências e de doenças que subsistem. Isto leva a que, hoje, a nossa percentagem de idosos que são muito dependentes fisica e psiquicamente seja maior do que era há 20 anos e as instituições têm que se adaptar

a este novo paradigma”.Continuando, diz-nos que

“a resposta para uma popu-lação que é autónoma, cons-ciente e orientada, é diferente da resposta a uma população em que temos que decidir por elas, na maior parte das ativi-dades da sua vida diária. Isso impõe que as instituições mu-dem e tenham uma resposta muito mais técnica, em que só a boa-vontade não chega, e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar, rodeando-nos de recursos a nível da saúde, do apoio psicológico ou da terapia ocupacional”.

Uma dessas adaptações foi “o grande aumento na quantidade de horas médicas e de enfermagem”, com o presidente a sublinhar que, em matéria de saúde, “o CBESS responde de uma forma efi-ciente no dia a dia às situações com que nos deparamos”.

Esse reforço também se veri-ficou, como referido, no âmbito do apoio psicológico e no da animação e Manuel Vilares diz-nos que isso tem levado a que, nestes oito anos, “se sintam diferenças em termos do dia-a-dia da instituição”.

Centro

Seixasde Bem Estar Social de

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Luísa Esteves, técnica de serviço social e diretora técnica do CBESS, fala-nos de uma grande panóplia de atividades que são realizadas junto dos idosos, enumerando as participações “em passeios, idas à praia, piqueniques, bailes, convívios intergeracio-nais, jogos de mesa, sessões de leitura, festas temáticas e sazonais, sessões de cinema ou de ginástica, cuidados com a imagem e estética com a criação de um espaço próprio e a celebração da Eucaristia.”. Estes e outros exemplos estão subjacentes ao objetivo de “que as pessoas sejam moti-vadas a fazer alguma coisa de diferente, promovendo a auto-nomia e proativos, procurando sempre auscultar as suas apetências e capacidades de cada um na participação das atividades”.

U m a m a i s - v a l i a d o CBESS, é sem duvida a sua localização, bem enquadra-da na freguesia de Seixas, Concelho de Caminha, com uma vista excecional para o estuário e foz do rio Minho e Espanha. Relativamente próximo da praia de Moledo, o edifício está rodeado de um grande espaço de jardim e zonas de lazer. A inserção no centro da freguesia de Seixas permite que, como nos diz Manuel Vilares, “muitos dos residentes possam continuar a usufruir do café, do amigo que têm lá fora e, no fundo, fa-zerem a sua vida social como se estivessem a viver em casa”. Mais, esta ERPI está dotada de “ótimas condições, como as suas seis suites, que possibilitam que, por exemplo, um casal que ainda tenha al-

guma autonomia possa estar numa ERPI “sem estar num lar”. Explicando, são espaços “ligeiramente separados do resto do edifício, com quarto, casa de banho e cozinha, que acabam por ser uma resposta ideal para quem ainda tem autonomia, precavendo desta forma uma fase da vida, em que começa a haver tendência para a perda dessa mesma autonomia. A vinda para o CBESS nestas condições, já resultou em muitos casos, que poderíamos exemplificar, em dar mais anos á vida, mas essencialmente viver com mais qualidade, prevenindo acidentes desnecessários em sua casa, muitas vezes fatais, ou incapacitantes de forma definitiva, Aqui, procuramos dar uma resposta nas 24 horas que seja tranquilizante para os nossos residentes, aproveitar ao máximo as suas potencialidades, respeitando a sua autonomia, mas também, assumir e cuidar destas pes-soas com a mesma qualidade, independentemente do seu nível de dependência ou da evolução da sua doença”.

Questionado sobre o ba-

lanço que faz destes oito anos à frente do CBESS, Manuel Vilares diz-nos que “é extremamente positivo, pelo reconhecimento por parte dos u ten-tes, famílias e população para com o C B E S S , o qual se baseia, es-sencialmen-te, no bem--estar das pessoas e da atenção que lhes é p r e s t a d a por todos os nossos c o l a b o -r a d o r e s ” . Não deixa, contudo, de dizer que, “também aqui, é preciso ser inovador, apesar dos nossos estatutos e do caráter do CBESS ser uma instituição sem fins lucrativos, é preciso melhorar mais e procurar soluções para uma nova realidade, que vai impor a todas as IPSS com res-postas para pessoas idosas

novos modelos de atuação, direcionados para pessoas que vão viver mais anos e, in-felizmente, com mais doenças e mais dependências.

Acrescentando, Luísa Es-teves refere alguns exemplos de iniciativas concretas que melhoraram as condições do CBESS, como “o aumento do quadro de pessoal auxiliar e técnico, ou as melhorias a ní-vel de aquisição de mobiliário adequado às necessidades dos seus residentes, nomea-damente aquisição de camas eléctricas articuladas com ele-vação, cadeirões de repouso, bem como o investimento feito na sala de refeições e cozinha de forma a proporcionar uma

al imenta-ção ade-quada ”.

Para o futuro, Ma-nuel Vilares realça uma a m b i ç ã o que passa “pe la re -configura-ção física do edifício”. Conforme explica, “é um edifício c o m 3 0 anos, que se encontra em bom es-

tado, mas que já não responde á procura que temos, o que nos leva a ter uma lista de espera significativa de novos pedidos de ingresso.

Refere ainda “que gostava de poder vir a retomar toda a atividade cultural e recreativa do CBESS, que sempre foi apanágio desta casa.

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Nesta edição da Portugal Inovador, fomos recebidos numa Instituição de Solidariedade Social que trabalha em prol do próximo, com uma alegria e sentido de solidariedade absolutamente contagiantes. Apresentamos-lhe o Centro de Apoio à Terceira Idade – CATI.

O CATI teve iní-cio pela ação de um grupo de c idadãos que conside-

ravam que a freguesia de São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos, carecia de uma instituição que acompanhasse as ne-cessidades da população sénior. Em conversa com a presidência da Câmara Municipal, esta mostrou-se bastante recetiva em apoiar

o projeto que teve na Srª. Lídia Maia da Silva Ranito a sua primeira presidente.

O CATI é uma referência na região pelas excelentes condições que oferece aos seus utentes e pela dinâmi-ca que toda a equipa impõe ao dia-a-dia da instituição, através de uma panóplia de atividades que mobiliza todos os intervenientes.

Porém, a história deste Centro teve a sua génese num pequeno espaço, dis-

vive-se a Terceira Idade

ponibilizado por um parti-cular, onde se forneciam refeições às pessoas mais carenciadas. Só mais tarde, em 1989, com a cedência do terreno por parte da Câmara Municipal de Matosinhos se conseguiu construir o Cen-tro de Dia e criar o Serviço de Apoio Domiciliário.

Terra agrícola, em São Mamede de Infesta muitas famílias, principalmente os mais velhos, enfrentavam dif iculdades económicas

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que mereceram a atenção e a resposta do CATI. Assim, mais uma vez, a direção intercede junto do município com o intuito de ver criado um lar de idosos. Perante a resposta positiva e a cedên-cia de um terreno junto ao Centro de Dia, nasce o lar (hoje designada Estrutura Residencial para Pessoas Idosas - ERPI) integrado no atual edifício do Centro de Apoio à Terceira Idade, na rua da Igreja Velha.

Atualmente, mais de 230 pessoas beneficiam do apoio do CATI: a ERPI acolhe 66 idosos, 60 uten-tes frequentam o Centro de Dia, 41 beneficiam de Apoio Domiciliário, 8 participam no Centro de Convívio e 59 refeições são servidas no âmbi to do programa Emergência Alimentar, uma valência que a presidente Drª. Graça Guimarães as-sume como caracterizadora da “missão de uma IPSS”.

No CATI, cada dia é vivido de forma diferente e as inúmeras atividades promovidas estão ajustadas às necessidades e capaci-dades de cada utente. Esta é uma aposta que a atual presidente tem reforçado: “Acredito que o Lar não é um armazém de idosos. Este espaço existe para que os utentes possam usufruir da terceira idade com qualida-de, algo que alguns nunca tiveram”, explica-nos.

A nossa entrevistada está neste projeto desde que se aposentou e é volun-tária. Aceitou o convite para assumir a vice-presidência quando a presidente da altura a convidou, sendo presidente desde 2011. Caracteriza este trabalho como “gratificante”. “O que é preciso?”, lança a pergunta que não deixa sem resposta: “É dar-lhes amor, atenção, ouvir as suas histórias”.

ATIVIDADESO plano de atividades

da instituição é estipulado anualmente e elabora-se “a partir de um conjunto de necessidades que foram constatadas ao longo dos

anos”, numa tentativa de toda a equipa “responder às necessidades, anseios e motivações dos idosos”.

O CATI integra três gran-des grupos de idosos – au-tónomos, semi-dependentes e dependentes – e todos têm atividades variadas e ajustadas nas quais podem participar. Para além das ações diárias, a cada mês surgem dias comemora-t ivos. No início de cada mês, são comemorados os aniversários do mês anterior e, a título de exemplo, em novembro vai decorrer a festa de S. Martinho, tendo início a Venda de Natal e os ensaios para a Festa de Natal do CATI.

Com três profissionais nas áreas da Fisioterapia, da Psicologia e da Edu-

lam-se no quotidiano desta casa que transpira dina-mismo e vida! Para além dos Trabalhos Manuais, da Informática, da Escrita Criativa, da Cestaria e da Pintura, a Setentuna “é um projeto musical do CATI que tem cerca de dezassete anos e faz as delícias de quem nele participa. Sendo uma ação inovadora no conceito e no estilo musical, esta atividade conta com a participação de cerca de 23 elementos das valências de Lar, Centro de Dia e Centro de Convívio”.

São 85 os funcionários que colaboram diariamente com a instituição, mais 20 voluntários que durante a semana ou ao fim de se-mana dão um pouco de si ao próximo. Analisando o trabalho de toda esta equi-pa, a Drª. Graça Guimarães realça o seu dinamismo e disponibilidade: “É uma equipa maravi lhosa que arregaça as mangas e aju-da em todas as tarefas que sejam necessárias”.

Abordando os proje-tos, não falamos de futuro mas sim de presente. A reorganização do jardim da instituição é uma prioridade, sendo objetivo a renovação das estruturas presentes, transformando-o num es-paço acessível a todos os utentes e suas famíl ias. Outro dos desejos da presi-dente passa pela renovação do refeitório.

Tendo já adquirido 20 camas articuladas, a médio prazo a Drª. Graça Guima-rães quer que todo o lar tenha estes equipamentos para maior comodidade de utentes e funcionários. Esta preocupação deriva da constatação de que a institucionalização ocorre cada vez mais tarde, apre-sentando os idosos maiores debi l idades f ís icas e/ou psíquicas.

No final da nossa visita, fica a certeza de que este é um projeto que consubs-tancia as boas práticas e a missão de uma IPSS que trabalha para dar mais cor à vida dos seus utentes.

“Acredito que o Lar não é um armazém de idosos. Este es-paço existe para que os utentes possam usufruir da terceira idade com qualidade, algo que alguns nunca tiveram”

cação Social que prestam apoio diário aos utentes, as atividades desenvolvidas ao longo deste ano, e que vão ao encontro dos gostos dos utentes, são o Jogo do Bingo, as Melodias do CATI, a Terapia do Riso, a Estimu-lação Cognitiva, o Terço, a Alfabetização, o Boccia e a Terapia com os animais. “Uma das atividades que implementei e que está a ser um sucesso enorme entre os utentes, conta com a co-laboração da equipa do Cão Vida, num projeto financiado pelo BPI. Nesta atividade os idosos interagem com os cães e são estimulados a movimentar-se através de exercícios simples”, explica--nos.

Outras ações desenro-

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EA S u n C h e m i c a l

Portugal teve a sua génese há quatro décadas como uma pe-quena empresa de cariz fami -liar com sede em

Matosinhos. Em 1982, integrada no grupo espanhol Prisma, é transferida para as atuais instalações em Serze-do, Vila Nova de Gaia, assumindo a designação de Grafiprisma. Poste-riormente, esse grupo espanhol foi adquirido pelo grupo SunChemical e, em 1992, é formada uma “joint venture” (durou até 1997) com a Cinpress, empresa do Grupo CIN dedicada a tintas de impressão. Aí nasce a SunChemical Portugal, há precisamente 25 anos, e que, a par-tir de 1997, passou a estar 100% na posse do grupo SunChemical.

Falamos de um grupo que teve

origem em 1818, com sede em New Jersey, nos EUA, e que foi crescendo na Europa por via da aquisição de “branches” – unidades de serviço lo-cal – e construção de “mother plants” – unidades de maior dimensão que fabricam produtos específicos para toda a estrutura do grupo.

Na atualidade, a SunChemi -cal integra o grupo japonês DIC, líder mundial em tintas, vernizes e pigmentos. “Um grupo químico importante, muito diversificado, cotado na bolsa de Tóquio”, explica em entrevista à Portugal Inovador, José Correia de Sá, general manager Portugal.

Os dois principais segmentos de atividade com os quais o grupo trabalha são as tintas de impres-são para publicações e embalagem, representando perto de 50% do seu volume de negócio – sendo líderes mundiais tanto na Ásia, onde surgem

Com sede em Serzedo, Vila Nova de Gaia, a SunChemical Portugal é um exemplo de sucesso. Integrando um grupo líder mundial na produção de tintas e pigmentos para múltiplos setores, afirma-se como o maior player nacional a colaborar com os segmentos de publicações e de embalagem.

xemplo de sucesso da

indústria nacional

com a designação DIC, como nos restantes continentes, com o nome SunChemical –, assim como políme-ros, resinas, produtos químicos e, inclusive, algumas áreas de negócio mais evoluídas como, por exemplo, ecrãs de cristais líquidos presentes em smartphones e tablets.

Com fábricas especializadas em vários pontos do globo, no âmbito da SunChemical Iberia surge a “branch” portuguesa, que fornece tinta de impressão para o mercado nacional aos setores das publicações e da embalagem e verniz ultravio-leta para toda a Península Ibérica. Em Espanha, existem três “mother plants” de diferentes áreas – tintas para embalagens metálicas; tintas para publicações; pigmentos – e duas branches dedicadas ao fabrico de tintas de base solvente e outra de tintas de base água. Os escritórios centrais encontram-se sediados em

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Madrid. Falamos num total de 375 colaboradores, uma produção de 70 mil toneladas por ano, exportadas para 55 países, com uma faturação que ronda os 200 milhões de euros.

A qualidade do serviço e a inova-ção são os principais valores deste grupo internacional, que se destaca pela aposta na diferenciação face a outros players presentes no mercado.

Os seus clientes trabalham à escala global, nesse sentido necessitam de ter um parceiro com uma presença reforçada em todos os pontos do glo-bo, com um capacidade de resposta e assistência pautadas pelo rigor e rapidez. “A SunChemical está pre-sente em todos os mercados, algo que se revela de grande valor para alguns dos nossos clientes que também aí

marcam presença”, reforça Álvaro Figueiredo, supply chain manager Iberia. Por outro lado, trabalhando num mercado de grandes exigências em termos de regulamentação e cer-tificação, a SunChemical evidencia--se pelo cumprimento rigoroso das normas mais avançadas.

InovaçãoA inovação é constante nesta

área de atividade e exige um grande investimento tecnológico. Como tal, a SunChemical aposta em laboratórios centrais de desenvolvimento, 17 no total, sendo que os quatro mais rele-vantes estão sediados na Alemanha, Inglaterra, EUA e Japão. Em Espanha dispõe de três laboratórios, Madrid, Barcelona e Gallarta (País Basco), es-pecializados em distintas tecnologias. A “branch” em Portugal dispõe de um laboratório focado essencialmente na assistência técnica prestada aos clien-tes nacionais e da Galiza.

No último trimestre do ano, José Correia de Sá assegura que 2017 se revela um bom ano para a SunChemical Iberia em termos de resultados, apesar da manifesta tendência de subida do valor das matérias primas.

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Com vários anos de experiência no desenvolvimento e gestão de projetos de e-commerce, Vera Maia verificou uma oportunidade no mercado: “consultoria nesta área, direcionada a empresas que desejam desenvolver ou aumentar o desempenho dos seus projetos de comércio eletrónico”. Rapidamente as solicitações foram surgindo e hoje a equipa evidencia-se no lançamento de projetos de e-commerce e no desenvol-vimento de projetos de marketing digital para e-commerce. “Somos o acelerador de projetos de e-commerce em Portugal”, lança Vera Maia.

Questionada sobre a forma como o e-commerce se tem vindo a estabelecer em Portugal, a empresária entende que “a evolução tem sido crescente nos últimos anos, no entanto, o mercado português, embora possua um volume de compras online na ordem dos 4 mil milhões de euros (previsão do E-Commerce Europe para 2017), 70% destas compras são efetuadas em plataformas de e-commerce fora de Por-tugal. Percentagem que demonstra que as marcas nacionais ainda não possuem uma estratégia digital forte ou que nem têm uma plataforma de e-commerce para facilitar as compras online”.

Perante esta lacuna, surgiu a ideia de oferecer formação online através do site ‘Tudo sobre o E-commerce’. “Todos temos acesso diário a muita informação em inglês e em português do Brasil mas que não se ajusta à realidade do mercado português ou europeu. Por outro lado, todos os dias lida-mos com empresas de diversos setores que desejam lançar um negócio online ou já o fizeram mas não estão a tirar o devido retor-no. Acreditamos que o TSE pode ultrapassar

este problema e ajudar os empreendedores a desenvolver mais e melhores projetos de vendas online”, assegura Vera Maia.

Na opinião da especialista, o e-com-merce terá um crescimento acentuado em Portugal e em toda a Europa nos próximos anos. “A marca ‘made in Portugal’ está a ganhar terreno no mercado inter-nacional – prevejo que em vez de um país de produ-tores, Portugal passará a ser reconhecido por produzir e comercializar marcas de elevada qua-lidade, suportado por uma estratégia de e-commerce e de marketing digital, especifica-mente em vendas online B2B, exa-tamente pela nossa capacidade produtiva de excelência”.

Relativamente ao setor da Logística e Transportes, temática abordada nesta edição da Portugal Inovador, Vera Maia classifica que estas “são duas áreas es-senciais dentro do e-commerce. O serviço prestado aos clientes deve ser colocado em primeiro lugar, para tal, é necessário investir em Logística preparada para o modelo de negócio e canais de venda que optarmos para o nosso negócio. Além da exigência de stocks atualizados, é essencial a preparação cuidada dos produtos para envio. Já os transportes são essenciais ao e-commerce. A escolha do parceiro não se deve apenas basear em preço; é es-sencial ter em consideração o serviço que se pretende prestar ao cliente. Escolha de parceiros que cumpram com esse serviço são essenciais”, conclui.

O projeto Vera Maia - Ecommerce & Marketing Digital iniciou em 2015, após o regresso da sua percursora do Dubai, onde esteve num projeto de e-commerce de cariz internacional.

“Queremos tornar Portugal num mercado de referência em ecommerce”

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Com uma forte especialização em serviços logísticos multitemperatura, a Kartel afirma-se como o parceiro ideal no transporte de produtos alimentares por apresentar as melhores soluções, desde a receção à entrega.

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O sucesso baseia-se em ter à disposição dos seus clientes uma vasta frota – que não pára de crescer – composta por quase uma centena de viaturas com características específicas e variadas que se adaptam ao tipo de produto que transporta, modelo de distri-buição e zona geográfica. Sem descurar os requisitos de qualidade e a regulação de temperatura, que são fundamentais.

Consciente das necessidades e oportunidades do mercado, a Kartel arrancou no passado mês de outubro um novo serviço de logística e entregas ao domicílio em frio, congelação e ambiente em exclusivo para lojas online. “É um serviço único em Portugal, sendo que

As recentes exigências do mercado da distribuição, conju-gadas com a dinâmica da nova gestão de stocks do cl iente e a máxima proximidade e total disponibilidade no for-necimento, são as principais razões da ex is tênc ia da Kar te l , empresa que se tem afirmado no mercado de forma bem patente. “Seremos quase os únicos operadores logísticos com uma gama completa de serviços, desde a armazenagem à entrega de contentores, paletes ou volumes. Fazemos entregas porta a porta em temperatura controlada, congelado e seco, em tempo útil nos vários pontos do país”, aclara Ricardo Vieira, administrador da empresa.

Com soluções para cada tipo de empre-sa e produtos, a Kartel assume, assim, uma atuação de logística e de transporte a 360º - um modelo praticamente único no país, em que os produtos alimentares beneficiam de um “fluxo comercial aliado a uma boa gestão de arma-zenagem e entregas”.

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estimamos entregas em 24h nos grandes centros urbanos e 48h nos restantes locais”, explica, enunciando que só neste serviço a Kartel realiza cerca de três mil entregas por dia em todo o país.

A empresa de Ricardo Vieira garante, assim, a ges-tão total do stock e o processamento das encomendas, deixando para qualquer indústria/loja/marca apenas a missão de vender, seja em grande ou pequena quantidade, para outras empresas (business-to-bussiness) ou para o consumidor final.

O ritmo de crescimento é ace-lerado e «não há mãos a medir» para satisfazer as crescentes so-licitações de serviços quer a nível nacional e internacional. “Estamos num momento em que precisamos resfr iar um pouco a gestão da empresa. Temos vários projetos em mão e queremos primeiro esta-belecer uma forte estutura a nível nacional”, revela Ricardo Vieira, assumindo que o salto internacional é cada vez mais uma necessidade da empresa que gere.

Além-fronteiras, o futuro pas-sará obrigatoriamente por construir uma plataforma em Espanha a curto/médio prazo. Mas não faltam contactos de outros países. Não obstante, o administrador da Kartel assegura: “queremos apoiar negócios portugueses”.

Atualmente, as duas plataformas logísticas no Porto e em Lisboa (Leixões e MARL) já são reduzidas para o volume de armazenagem necessário. Para já, os planos estão já na construção de novas estruturas nos dois pólos, sendo que o armazém nortenho, inaugurado este ano, será transformado num depósito aduaneiro, segundo nos

conta Ricardo Vieira: “O segundo armazém em Leixões vai ter uma armazenagem semelhante, mas com características diferentes do atual e com mais espaço para mo-vimentação de cargas e rotação de mercadorias”.

Na verdadeira aceção da ex-pressão, a Kartel, descendente da Solartel, é um exemplo signi-ficativo de «negócios em rede». Em apenas quatro anos de exis-tência apresenta um crescimento exponencial, muito pela falta que o mercado sentia de um operador logístico com estas características tão específicas e abrangentes ao mesmo tempo. Uma oportunida-de bem aproveitada por Ricardo Vieira, que revolucionou o setor de Transportes e Logística e se assumiu como “o parceiro ideal de

distribuição capilar com total foco no cliente e nas suas necessidades, disponibilizando um serviço completo e seguro a todos os níveis”.

“Estamos num momento em que precisamos resfriar um pouco a gestão da empresa. Temos vários projetos em mão e queremos primeiro estabelecer uma forte estutura a nível nacional”

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Tudo começou no famoso quilóme-tro 88 da IC2, em Leiria. Pelas mãos de António e Graciete Coelho, há 50 anos, iniciava-se uma aventura que foi crescendo até atingir o estatuto de um grupo empresarial consolidado. Nos dias de hoje, ao leme do AC XXI está Elsa Coelho, que há 15 anos abraçou a administração do projeto legado pelos seus pais em conjunto com o seu irmão Paulo Coelho.

São sete as empresas que atual-mente constituem o grupo – desde a empresa-mãe A. Coelho SA, no co-mércio de veículos ligeiros e pesados multimarca, a AC MAN, concessioná-ria da marca alemã com reparação e venda de peças e a pioneira empresa ACtoRent, no aluguer de veículos e equipamentos multimarca. “Entretan-to, com as necessidades do mercado foram surgindo outras empresas sa-télite associadas ao setor e que dão uma maior abrangência à atividade do grupo”, afirma Elsa Coelho. São elas a Traid AC, que se dedica atualmente à exportação de veículos pesados usados para diversos países da comu-nidade europeia e países terceiros; a Assivepe, direcionada para a repara-ção e manutenção de semi-reboques e pesados; a TQ Mediação de Seguros e a ExperteficAZ, com oficinas de car e truck service.

Com um conjunto de empresas dinâmicas a operar no mercado, lo-calizadas em pontos estratégicos, o grupo AC XXI garante uma cobertura completa da zona centro, onde se concentra grande parte da atividade industrial do país. A empresa conces-sionária da MAN está presente em cinco distritos com oficina em quatro deles, designadamente Leiria, Aveiro, Viseu e Guarda. Além disso, a Assive-pe abriu um novo projeto de repara-ção e manutenção de semi-reboques no Porto (já tinha em Leiria, Viseu e Aveiro), potenciado pela recente representação da marca alemã Fliegl e da Indetruck, uma marca espanhola de frigoríficos. Segundo Elsa Coelho, “a dimensão do grupo é apetecível para as marcas internacionais, pois não encontram em Portugal um ope-

rador com condições de assistência 24 horas por dia em quase todo o país”.

Ultrapassadas as dif iculdades sentidas na fase da crise económica, a administradora foca-se agora em potenciar as várias empresas, no-meadamente a AC to Rent. “Fomos pioneiros no renting em Portugal e sabemos que esta é a aposta de futuro no setor dos Transportes”, revela Elsa Coelho. Em termos contabilísticos, o renting proporciona, assim, uma série de benefícios que aliciam os transpor-tadores para uma gestão mais eficaz dos seus negócios. Os contratos de manutenção associados garante uma maior segurança visto que “existe uma marca que assume todos os problemas que surjam com a viatura”. Fornece uma maior flexibilidade aos transportadores, que adaptam o tem-po de aluguer consoante o fluxo de trabalho. “Com apenas um custo men-sal fixo, rentabiliza da melhor forma o seu negócio”, explica Elsa Coelho.

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A história do Grupo A C X X I c o n t a j á c o m 5 0 a n o s d e experiência e distinção, ao estabelecer uma ponte sólida entre as marcas internacionais e os transportadores p o r t u g u e s e s . A dimensão nacional do grupo garante aos seus c l ientes uma manutenção rápida e eficaz.

Além do foco nestas novas estraté-gias, uma das principais vertentes que caracterizam este grupo empresarial de Leiria mantém-se como prioridade: a formação profissional e contínua de mecânicos, que garantem um serviço de assistência de excelência com base nos conhecimentos aprofundados que detêm.

Com vista privilegiada para aquele

que considera ser o barómetro da eco-nomia nacional, a gestora transmite a confiança num futuro de crescimento, assente numa estrutura e equipa com-petente que lhe permite focar-se em novas ideias. Integrando uma rede de negócios cada vez mais firme, o Grupo AC XXI pretende continuar a ser um player de referência.

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“Queremos

imagem deser uma

marca emBraga

autêntico império tal como o fundador sonhara.

No entanto, a partir dos anos 2000 o grupo empresa-rial atravessa problemas que o levam a vender grande parte do seu património, ficando apenas com a EBA Transpor-

Natural de Vi la Pouca de Aguiar, o bisavô de Ma-nuel Neves an-dava diariamente

pelas aldeias para vender produtos, até que angariou alguma fortuna e resolveu in-vestir na área dos transportes de passageiros, adquirindo metade de uma empresa do setor na altura, em Chaves.

Posteriormente deslocou para o litoral, em 1981, com polos em Viana do Castelo (compra de 50% da Auto Viação do Minho) e Oliveira de Azeméis (aquisição de 33% da CAIMA – mais tarde apropriada totalmente pela família Neves).

Com a criação das redes nacionais de expressos e a clara ascensão das empre-sas, em 1991 as privatizações levam a que os dois principais administradores na altura (pai e tio de Manuel Neves) comprem algumas Rodo-viárias Nacionais pelo país. Estava, assim, constituído um

Esta é uma empresa que tem décadas de história e milhares de quilómetros percorridos pelas estradas do norte de Portugal e não só. Manuel Neves é a quarta geração no ramo industrial de transportes de passageiros, hoje a administrar a EBA Transportes, e assume a vontade clara de fazer com que seja uma referência em Braga.

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tes, entretanto constituída paralelamente. Manuel Neves, que tinha estudado

em Manchester, voltou para Portugal em 2009 para reestruturar o negócio da fa-mília e traçar um novo rumo. “Concentrei as minhas forças na EBA Transportes e agarrei neste projeto porque adoro isto e tive vontade, como quarta geração, de provar que era possível dar a volta à situação”, revela o atual administrador da empresa.

Os dados são claros: de 2009 a 2017, a EBA Transportes tem crescido 20% por ano e isso deve-se, segundo o interlocutor, “aos novos projetos e riscos bem calculados que a empresa adotou nos últimos tempos”.

Hoje, imbuídos de um espírito jovem, dinâmico e inovador, Manuel Neves pretende transformar a EBA Transportes numa empresa moderna, que corres-ponda aos anseios e necessidades do público contemporâneo.

Para isso, possui atualmente uma frota de elevada qualidade, composta por vinte viaturas e uma equipa de bons profissionais, que a cada dia tornam as viagens de autocarro mais atrativas, confortáveis e seguras.

“Ligamos Braga a Guimarães (pela Nacional e pela Autoestrada) e a Ponte de Lima e fazemos os circuitos da cidade transportando diariamente mais de 500 estudantes”, explica.

No sentido de servir cada vez mais e melhor, desde 2012 estabelecem a ligação Braga ao Aeroporto Sá Carneiro através do pioneiro projeto GETBUS que surgiu com o objetivo de facilitar a deslocação de bracarenses e turistas. Além disso, têm também as linhas in-ternacionais que ligam cada vez mais Portugal aos restantes países europeus, um serviço muito em conta junto dos emigrantes portugueses.

É também esta aposta em boas par-cerias e projetos inovadores com outras empresas do ramo e com instituições bracarenses que tem despoletado esta nova fase da EBA Transportes, propor-cionando verdadeiros negócios em rede.

Acima de tudo, a empresa quer “ser uma imagem de marca de Braga” e conduzir as pessoas aos seus destinos diários (emprego, escola, universidade) e ocasionais (visitas de estudo, desloca-ções de associações/clubes, passeios turísticos) com qualidade, segurança e conforto.

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sitavam cada vez mais do uso das paletes e, atual-m e n t e , produzimos cerca de 1500 por dia”, revela Rafael Santos, um dos responsáveis.

Para além das tradicionais paletes, a Masiga detém a produção exclusiva de palo-tes, embalagens especializa-das para o setor da fruticultu-ra, muito presente na região do Oeste.

Segundo Domingos San-tos, o principal fator que dife-rencia a Masiga é a possibi-lidade de fabricar os “produ-tos com diferentes medidas, consoante as necessidades de cada cliente”. Entre outras razões que distinguem esta empresa das concorrentes, estão as constantes atua-

lizações face às exigên-cias do m e r c a -do, no-meada-

mente o tratamento térmico (HT), a automatização fabril (marcação a fogo, corte dos cantos e linha de produção semi-automática) e a rapidez nos prazos de entrega com competência e flexibilidade.

Após o processo de fa-brico do produto na linha, o produto é colocado na estufa, onde profissionais certificados pelo Ministério da Agricultura procedem ao tratamento tér-mico – “Quando a temperatu-ra atinge os 65ᵒC, as embala-gens têm de estar uma hora sujeitas a esta temperatura para erradicar o nemátodo--da-madeira-do-pinheiro,”, explica Rafael Santos.

Com um crescimento es-truturado todos os anos, os produtos Masiga correm os quatro cantos do mundo, com exportação para Angola e Espanha. Para o futuro, Domingos e Rafael Santos perspetivam inovar e pensar em coisas diferentes. “Que-remos sempre apostar no que as empresas semelhantes à nossa não fazem, permitindo colocar no mercado produ-tos de valor acrescentado”, concluem.

Especialista na produção e fabrico de embalagens de madeira, a Masiga produz cerca de 1500 paletes por dia. A atenção focada nas necessidades e nos desafios dos seus clientes é um dos principais fatores diferenciadores desta empresa familiar.

33 anos de trabalhoe dedicação

Na freguesia de Amor, no concelho de Leiria, encontra--se a empresa Masiga, que atualmente produz uma vasta gama de paletes e palotes de madeira com destino ao mer-cado português e espanhol.

Juntamente com os seus filhos, Manuel Amadeu dos Santos fundou a empresa em 1984. Inicialmente, a Masiga centrava a sua atividade no comércio de materiais de construção – que ainda se mantém. Entretanto, a com-pra de uma antiga serração na freguesia permitiu abarcar uma nova área.

À conversa com os irmãos Domingos e Rafael Santos, fomos conhecer a evolução desta empresa familiar que se destaca na produção de embalagens de madeira. “A partir de 2001, sentimos um forte crescimento das neces-sidades logísticas, que neces-

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Uma dedicação de sucesso

Em janeiro de 2000, Sérgio Ludovino fundava uma peque-na empresa de transportes com o seu nome que, a um ritmo acelerado, foi crescendo em conjunto com os seus clientes. Os desafios foram sempre uma “boa dor de cabeça” que exigiu uma dedicação do proprietário e da sua esposa Isabel Ludovino, que desde 2013 se dedica também em full-time à gestão da empresa.

Em 17 anos, a TSL – Transportes Sérgio Ludovino passou de cinco viaturas iniciais para mais de 40, das quais quinze trabalham em período diurno e noturno, e procedeu à mudança de instalações da casa de família para um pavilhão com todas

Sediada no concelho de Torres Novas, a empresa Transportes Sérgio Ludovino (TSL) dispõe de uma frota diversificada proporcionando as melhores soluções aos seus clientes.

as condições que permitem a estruturação da empresa face às crescentes exigências. “Neste novo espaço, temos uma oficina própria que nos permite fazer uma poupança significativa nos custos de manutenção das viaturas. Além disso, a atual dimen-são da empresa exige uma estrutura própria e informatizada que estamos a implementar”, refere o proprietário.

Segundo Isabel Ludovino, este crescimento “só foi atingido com muita organização e representa o resultado de um trabalho conjunto” do casal, que se dedicou sem limites a esta empresa que ambos construíram em uníssono.

Com serviços consolidados a nível nacional, a TSL tem dado os primeiros passos no contexto internacional, onde pretendem também ser referência de qualidade e eficácia para os seus clientes. No entanto, uma das principais dificuldades que enfrentam é a falta de motoristas. “É muito difícil recrutar profissionais para alguns serviços”, revelam, afirmando que atualmente este é o principal problema deste setor.

Com a atividade centrada na «grande distribuição», a TSL realiza transportes de carga geral para todo o país para os quais possuem carrinhas, camiões de dois eixos e semi-reboques articulados com reboques de lona, frigoríficos e porta-conten-tores e realizam também mudanças com viaturas equipadas e pessoal qualificado para o efeito. Entre os principais clientes estão a Renova, o Intermarché, o Lidl e indústrias da região – “São clientes que estão em constante crescimento e, por isso, crescemos também com eles. Ficamos contentes por estabe-lecermos parcerias de sucesso sólidas que beneficiam ambas as partes”, asseguram.

Com a mesma dedicação de sempre, Isabel e Sérgio Ludo-vino pretendem consolidar a empresa no mercado e continuar a crescer e a inovar para garantir as melhores soluções de transporte aos seus clientes.

Hugo Gomes 2017

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O parceiro de Excelência em Portugal e na Europa a apostar na Qualidade,

Rigor e Transparência

Afirmando o “gosto pelos camiões” desde tenra idade, Marina Sousa sempre foi uma apaixonada pelo universo dos transportes, ten-do auxiliado a família no desenvolvimento de uma empresa dedicada a este ramo de atividade. De resto, o passar dos anos demostrou o espírito com que a gerente intercalava as suas horas entre o papel de formadora neste setor e a sua função de assistente financeira numa multinacional. Mas o gosto pelo mundo dos camiões acabaria por ser mais forte, tendo a nossa interlocutora optado, em 2006, por se dedicar a tempo inteiro à Westcargo, alterando o seu modus operandi.

Assim, e paralelamente à sua atividade de transportadora, a em-presa especializou-se no desenvolvimento de programas de formação para profissionais do setor, abrangendo atualmente modalidades tão díspares quanto o Certificado de Aptidão de Motoristas (CAM), a Regulamentação da Atividade – Tacógrafos, Capacidade Profissional para Gerentes de Empresas de Transportes, a Gestão de Stocks, o domínio de Línguas Estrangeiras, a Higiene e Segurança no Trabalho ou a Contabilidade, entre outras. Como prova da qualidade deste mesmo serviço, importa referir que esta é uma empresa devidamente certificada por entidades como o IMT, a DGERT ou a ACT.

“Hoje em dia, as empresas são muito mais exigentes na admissão de funcionários e sentem dificuldade em encontrar motoristas pro-fissionais e pessoal devidamente qualificado”, atesta Marina Sousa, denunciando uma dificuldade refletida no setor. Em simultaneidade com estas ações de formação, a Westcargo Services assumiu um importante serviço de consultoria, apoiando empresários quer no desenvolvimento dos seus próprios negócios, quer na obtenção de alvarás e licenciamento para os respetivos veículos, quer na criação das próprias empresas.

Mas se algo se destaca neste percurso de 14 anos, tal corres-ponderá à rara capacidade que a empresa demonstrou de se adaptar às necessidades dos seus clientes e parceiros. Não admirará, nesse

A Westcargo Services é uma empresa especializada em serviços ao transportador que “foi crescendo com empenho e capacidade de adaptação às necessidades do mercado e dos seus clientes”, protagonizando um caminho que se iniciou na Lourinhã, em 2003.

âmbito, que em 2012 se tenha acrescentado um indispensável conjunto de respostas, tais como o serviço de Recuperação de IVA nos diferentes estados membros da EU, Assistências Mecânicas e o Desbloqueio de Viaturas no seguimento de multas no âmbito inter-nacional, Dispositivos de Portagens para toda a Europa (tratando-se estes serviços proporcionados a empresas que circulam em território estrangeiro) ou a disponibilização de Cartões de Combustível que permitem descontos em vários países, incluindo Portugal. Estes serviços da Westcargo, destinam-se não só a empresas de trans-portes nacionais e internacionais, como a todo o tipo de empresas que possuam veículos que circulem em Portugal e no estrangeiro.

Estas correspondem a algumas das várias funções que a West-cargo Services proporciona ao setor, numa verdadeira concretização de negócios em rede. Se outrora existia um clima de desconfiança entre empresas do mesmo ramo, hoje a realidade é outra: “as parce-rias são importantes porque ajudam ao desenvolvimento de qualquer empresa, para além da partilha de experiências e conhecimentos”, explica Marina Sousa, especialmente num contexto em que “os clien-tes são mais exigentes e as regras do mercado também”.

“No sentido da melhoria contínua dos nossos serviços nacionais e internacionais, estabelecemos parcerias com empresas do mesmo ramo de atividade, quer nacionais quer internacionais, assim conse-guimos uma melhor qualidade e rapidez dos nossos serviços indo ao encontro das necessidades dos nossos clientes. Conseguir-se estabe-lecer parcerias com empresas sérias, responsáveis e eficientes é de extrema importância, para que o serviço prestado seja de qualidade”

Representando o verdadeiro exemplo de liderança no feminino num setor ainda muito associado ao género masculino, a empresária esclarece que o know-how é o argumento mais forte para o sucesso. Posto isto, e sempre “de forma sustentada”, as expectativas futuras são as de crescimento da Westcargo Services.

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Para melhor contextualização, é preciso esclarecer que a Yilport Iberia pertence ao grupo Yildirim Holding. Este foi fundado em 1963, na Turquia, e apesar de ter iniciado a sua atividade na comercialização de carvão, rapidamente se desdobrou numa ampla gama de indústrias.

Atualmente, a Yildirim Holding tem mais de 10.000 colaboradores espalhados pelos quatro continentes e assume presença em 21 cidades. “O grupo é muito diversificado, mas em todas as atividades em que estamos representados procuramos desenvolver sinergias”, reforçam.

OPORTUNIDADES A Turquia compreendeu o potencial que o setor portuário assume

em Portugal e acabaram por depositar uma grande confiança no mercado nacional. Hoje sabe-se que a Yilport tornou-se a empresa mais importante no negócio de operações e gestão portuária na Turquia e a única empresa turca a constar na lista dos 20 maiores operadores terminais de contentores a nível mundial. “Somos um grupo ambicioso, e os nossos valores são sobretudo a inovação, a integridade, o respeito, e a flexibilidade”, transmitem.

A rápida expansão global faz com que hoje explorem terminais em Lisboa, Leixões, Aveiro, Figueira da Foz e Setúbal. Dentro do segmento dos contentores, a Yilport Leixões é a que ganha maior destaque, por manter a liderança nos tráfegos “import-export”.

A Revista Portugal Inovador esteve à conversa com a direção da Yilport Iberia para melhor compreender o rápido crescimento do grupo e as visões que perspetivam para o futuro.

Uma das principais ambições do grupo é estar entre os dez maio-res operadores mundiais de terminais, tendo sempre em consideração a localização dos portos portugueses como uma vantagem estratégica para o seu crescimento. “Neste momento, temos dois projetos, um ligado à extensão de Leixões, e outro na Liscont (em Lisboa). Aí focar-nos-emos na modernização e extensão de capacidade das instalações”, avançam. Esta modernização pressupõe um aumento no volume de transações e consequentemente um crescimento para todo o Grupo Yildirim.

Paralelamente, estão a alterar todos os equipamentos de Tec-nologias da Informação e irão implementar um novo Sistema de Operação de Terminais, que é utilizado mundialmente com o objetivo de reforçar a produtividade do serviço. “Os portos portugueses ainda não são competitivos devido à falta de investimento no passado e isso é algo em que temos de apostar agora”, verificam. Existem outros investimentos que a Yilport Iberia considera noutros terminais, mas por detrás de tudo isto ainda estão as pessoas: “Preocupamo-nos com os nossos colaboradores, pois sabemos que sem eles não poderíamos melhorar nem crescer como necessitamos crescer”, sublinham.

Daqui para a frente, querem continuar a aproveitar todas as van-tagens geográficas e os negócios transatlânticos que daí se possam proporcionar. “Sentimos que estamos a crescer porque as autoridades portuárias e os clientes trabalham connosco. Mas estamos conscien-tes de que sozinhos não seríamos capazes”, concluem.

Progredir com as pessoas

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FronteiraLíder surgiu em 2012, dada a necessidade na área geográfica da sua sede, em Arouca, de uma transportadora de elevada fiabilidade com uma relação de proximidade com os clientes. Encarando o cliente de forma holística, a transportadora distingue-se da con-corrência por funcionar como um complemen-to/extensão da empresa do cliente, trabalhando para que a carga chegue ao seu destino com abrangência, integridade e rapidez. “A Frontei-raLíder adapta-se ao cliente, pois cada cliente é único, e não o inverso”, realça a gerência.

Visto que o atual contexto exige uma constante progressão e avanço tecnológico, a FronteiraLíder Transportes Lda. foca pontos fulcrais neste caminho. Um ano após a sua fundação, foi criada uma parceria com duas em-presas na Alemanha. Em 2014, surge a criação de uma sucursal em Paris, para receção de carga, gestão, armazenamento e expedição. Nesse mesmo ano, são criadas e integradas no grupo duas novas empresas: a FronteiraWork, especializada em trabalho temporário e a FronteiraLiderRent, focalizada no aluguer de viaturas. Em 2015, o crescimento da empresa, nomeadamente a nível de stock, leva a sucursal em Paris a mudar de instalações para uma área útil de 2000m2. Também nesse ano é criada a empresa Lusostockage, em Paris, “mais uma empresa do grupo FronteiraLíder dedicada ao stock de material e à sua entrega porta a porta”. Em 2016 iniciam-se parcerias em Lyon e Nantes. E já este ano as parcerias estendem-se à Rússia e ao Magreb.

“Em Portugal, tem-se verificado uma elevada exportação para vários locais do mundo, nos diversos setores. Tendo sido necessário acompanhar este progresso, a nossa empresa exporta e importa para uma elevada rede de locais, proporcionado sempre ao cliente hipóteses remotas para este desenvolver a sua exportação para outros locais”, reforça a gerência.

Toda esta evolução vai ao encontro das necessidades dos clientes que têm a garantia de trabalhar com uma equipa interdisciplinar, altamente qualificada, que garante uma rápida resposta face a todas as requisições. A abran-gência nacional e internacional da FronteiraLí-der possibilita o armazenamento em Arouca e em Paris, por tempo ajustado entre empresa e cliente. Os elevados recursos para carga e descarga permitem diminuir os danos e pro-mover a rapidez de todo o processo, tendo o cliente a garantia da resolução de problemas quer a nível de expedição, acondicionamento de carga ou outros.

Saliente-se que à excelência do acompanhamento da equipa associa-se uma frota em contínua mudança e desenvolvimento, quer por necessidade de normas europeias, mas também por necessida-de intrínseca, por forma a aumentar a fiabilidade, a capacidade de resposta e a segurança.

Considerando o futuro, em cima da mesa está um projeto de qualificação da empresa, a ampliação das instalações em Portugal e a renovação contínua de frota.

Capacidade de mudança e adaptação às alterações do mercado

Indo ao encontro das necessidades dos seus clientes, a FronteiraLíder Transportes Lda. apresenta uma abrangente gama de serviços, nomeadamente carga completa, grupagem, carga aérea, transportes de carga espec ia l e mudanças.

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omos e somos um povo bastante enraizado, com costumes bem vincados.

tempo é de mudança.

cheirinho do bolo da avó.

esta forma, devemos aliar a tradição à inovação.

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Ir à Damira é uma excelente oportunidade de ter contac-to com os sabores mais harmoniosos. Trata-se de um lugar de eleição não só para um bom lanche como também para refeições rápidas e, nao geral, para pessoas apreciadoras de bolos, doces e salgados. Desde 1996 que se encontra

estabelecida na cidade de Ermesinde, a poucos minutos da Estação de Comboios.

João Ribeiro é o proprietário desta pastelaria, padaria e confeitaria de fabrico próprio. O seu percurso profissional

22 anos a adoçar ErmesindeNinguém fica indiferente a um bom bolo de aniversário. Ou a uma nata e um café a meio da tarde. Pode encontrar isso e outras iguarias na confeitaria Damira, em Ermesinde, onde a qualidade é ponto fulcral.

desde sempre esteve ligado ao setor da hotelaria, onde foi adquirindo uma larga experiência. Quando lhe surgiu a oportunidade de criar a sua própria confeitaria, seguiu o seu desejo e a partir daí, com muita força e vontade de vencer, surge a Damira.

“A Damira foi idealizada e projetada por mim. É um projeto só meu, do qual muito me orgulho. Quando come-cei ainda sabia pouco desta área, mas com o tempo fui aprimorando o meu conhecimento. Este setor exige muito

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de nós e temos que estar a 100% no negócio. Só assim se consegue manter uma boa casa, sempre com produtos de qualidade”, refere o proprietário.

Entre os produtos mais procurados destacam-se o Bolo Rei, o Pão de Ló e os bolos de aniversário. Para além de doçaria variada, a Damira produz também pão quente. “Sendo o pão a base diária da alimentação do português e sendo o norte muito tradicional no que toca a este alimento, fazia todo o sentido especializarmo-nos em panificação”, explica João Ribeiro. A confeitaria foi recen-temente premiada com o melhor pão caseiro, importante motivo de orgulho para o nosso interlocutor: “Estamos sempre atentos ao mercado, participando em eventos do setor. Aceitamos diariamente novos desafios e este foi mais um. Participámos no concurso sem ambição nenhuma mas sentimo-nos honrados por termos ganho. Os clientes já pedem o pão campeão”.

No que toca à especialidade de bolos de aniversário, também a Damira tem um lugar de destaque no fabrico dos mesmos. O Bolo de Profiteroles e Morangos é considerado o ex-líbris da casa. “Fomos uma das primeiras confeitarias a confecionar este produto. Atualmente, já se encontra algo parecido, mas igual é impossível. As matérias primas podem ser de qualidade, mas as nossas mãos, isso mais ninguém tem”, brinca João Ribeiro.

Os chocolates são outra aposta que a confeitaria está a implementar: “Criámos uma mini-oficina onde podemos trabalhar o chocolate, o que requer muitas especificações. Para confecionar um bombom, é necessário que arrefeça naturalmente em pedra mármore a uma temperatura am-biente constante”.

A confeitaria tem um espaço excelente, com um am-biente acolhedor, onde somos recebidos com o trabalho atento e simpático dos seus colaboradores.

Com todos estes pontos a favor, João Ribeiro espera, para o futuro, continuar a consolidar o trabalho realizado até aqui, não colocando de parte a possibilidade de abrir uma nova pastelaria.

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tradição da Bairrada perto de si

Engane-se quem pensa que para comer um bom leitão assado precisa de se deslocar até à região onde o prato é tido como tradicional, a Bairrada. Tendo sido nomeado como uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal, o leitão continua a ser uma iguaria apreciada por muitos…

A escolha da raça do leitão é tam-bém um fator importante na altura de o confecionar. Os fornos tradicionais têm de ser aquecidos com lenha diferente e o tempo de o assar é tam-bém distinto. O Almeida dos Leitões rege-se por uma máxima: primar pela qualidade. “É fundamental. Sem uma boa origem não é possível ter um bom produto à mesa”, continua o proprie-tário, mencionando ainda que esta é uma área cada vez mais competitiva, onde “só mesmo com um bom servi-ço e uma boa matéria prima (raças autóctones de Portugal) se consegue sobreviver”, afirma o empresário.

Temperado à boa maneira da tradi-ção, com uma pasta de sal e pimenta, e enfiado no espeto em forno a lenha, o leitão é verdadeiramente um manjar divino. No Almeida dos Leitões, rega--se este manjar com um bom vinho, com uma boa oferta de regiões como Bairrada, Douro e o Alentejo.

O espaço, como referido anterior-mente, é bastante diferenciado, fator que este empreendedor gosta de men-cionar. Inicialmente aberto apenas aos

É pelas mãos de quem sabe e faz por gosto que o leitão assado ganha a qualidade e o sabor que lhe dão fama. João Almeida decidiu abrir o seu próprio negócio em Vale de Cambra. Proprietário do restaurante “O Almei-da dos Leitões”, é com orgulho que afirma que “quem prova o leitão desta casa não fica indiferente ao sabor e à qualidade deste produto. Garanto o melhor tempero e o gosto tradicional aos meus clientes”, refere.

Aberto há cerca de 2 anos, João Almeida queria um espaço diferente, daí o seu restaurante ter um espaço diferenciado e ao estilo Take Away: “Comecei por trabalhar como assa-dor de leitões e foi aí que aprendi e percebi a arte de assar esta iguaria. Quando me iniciei nesta área, estava longe de imaginar o quão difícil era. O assador deve ser um profissional especializado. Não é qualquer um que assa leitão, requer experiência, principalmente quando assado em forno a lenha, onde temos que saber a temperatura ideal para o colocar no interior”, explica-nos João Almeida.

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Sábados, com a ideia da merenda, “os clientes passavam, compravam uma sandes ou meio leitão e comiam aqui. Era uma tradição ao sábado ir ao Almeida dos Leitões”.

Com o sucesso do espaço, acolhe-dor e caseiro, João Almeida sentiu a necessidade de alargar o horário do seu estabelecimento, estando agora aberto diariamente das 9h às 22h. “Trabalho sob encomenda e reservas de grupo. Quando são grupos de 10 pessoas acabo por fechar oa espaço, para que se sintam mais à vontade”, explica.

João Almeida refere ainda a opção de trabalhar com reservas, explicando que é a melhor solução uma vez que, aqui, só se usa “leitão fresco, não existindo leitão congelado e desta forma evita-se desperdícios”.

“Aqui só entra Leitão” mas, para os mais gulosos, o Almeida dos Lei-tões tem uma opção de sobremesa: os famosos Pastéis de Tentugal, uma parceria com “A Pousadinha”, indo para o forno na hora e também por encomenda. A longo prazo, o proprie-tário pretende ainda criar Rissóis de Leitão, Iscas de Leitão, Cabidela de Leitão e a Feijoada de Leitão.

Para o ano que se aproxima, João Almeida pretende abrir mais duas casas no mesmo estilo da atual: take away e por encomenda. Concluindo, diz-nos que “a proposta de O Almeida dos Leitões é simples: Promover a tradição da Bairrada noutras regiões”

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A confeitaria 1000 Pecados abriu portas há aproximadamente dois anos. Daí para cá não tem deixado ninguém indiferente e estivemos à conversa com os responsáveis, o casal Eduardo Santos e Tânia Gomes.

O pecado mora em Paredes

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Eduardo Santos começa por explicar que sempre esteve ligado a esta área de atividade, dentro da qual teve vários estabelecimentos. A abertura da 1000 Pe-cados no espaço onde se encontra veio por sugestão de Tânia Gomes e os dois foram para a frente com o projeto, criando uma casa acolhedora e requintada numa zona que consideraram um local ainda pouco explorado.

Orgulhosos pelo crescimento que a 1000 Pecados tem obtido, a qualidade da sua oferta fala por si, assim como o atendimento personalizado que dão a cada cliente que visita a casa. “Para além de realizarmos refeições ligeiras, temos o serviço de pastelaria e padaria e é aqui que marcamos a diferença, explo-rando a nossa criatividade e oferecendo um leque de especialidades que não encontra em mais nenhum lado”, refere Tânia Gomes.

Para Eduardo, esse ponto é fun-damental para atrair novos clientes e fidelizar os habituais, num contexto em que o público se mostra cada vez mais exigente. A criatividade e a inovação não deixam, no entanto, de acompanhar a intenção de “manter a tradição da pas-telaria convencional e para isso temos o famoso Bolo Rei, o Pão de Ló, e toda a

doçaria dita tradicional”. Eduardo acres-centa que “nesta área já não há nada para inventar, simplesmente gostamos de inovar e reinventar, seja na imagem do produto ou na sua confeção”.

Importa também referir que a 1000 Pecados conta com várias parcerias, destacando-se os casos de quintas de eventos, que encaminham para cá os seus noivos, com vista à confeção do bolo de casamento e de outras iguarias. Tânia explica um pouco este conceito diferenciador: “Os noivos chegam até nós pelo contacto dado pela quinta. Uma vez no nosso estabelecimento, fazemos um atendimento personalizado, onde os questionamos sobre o tema do casamen-to, que tipo de sabores gostam e o que pretendem. Depois do produto pensado, segue-se a prova de degustação. Ne-nhum pormenor fica esquecido, já que, afinal de contas, este é um momento que ficará para sempre nas suas memórias e por isso queremos oferecer o bolo dos seus sonhos”.

O mesmo acontece a quem procura a 1000 Pecados para um bolo de aniver-sário ou batizado: “Se não tivermos no nosso portfólio, fazemos o que o cliente pedir. Aceitamos desafios e é isso que nos move”.

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Quem passa por Esmoriz,

mais concretamente pela Tra-vessa da Iria, certamente já ouviu

falar da famosa “Alice das Febras”. A história é simples: a D. Alice desde cedo

começou a servir lanches aos tanoeiros da altura e depressa o sucesso da sua co-

mida foi alcançado. Mais tarde, com a forte procura que obtinha, abriu a sua casa, com a ajuda dos amigos e familiares. Os petis-cos que servia eram as famosas febras, que dão nome à casa, e o bacalhau

na brasa.

O casal Costa depressa assumiu o negócio, assim que essa oportunidade

surgiu. Como explicam: “ A casa já estava feita, foi preciso apenas atualizar a ementa,

com uma diversidade de pratos que nos per-mitisse chegar a mais clientes. Mas é certo que

a maioria chega até nós pelas febras”.Aberto todos os dias, o trabalho é bastante in-

tenso. Vítor Costa toma conta do grelhador e Andreia Costa apoia no serviço de mesas. Com um salão para

102 lugares, a Adega Alice é o local ideal para quem gosta

É desta forma que Vítor Costa e Andreia Costa melhor descrevem a sua casa. Desde 2011 que são proprietários da Adega Alice, a qual conta com mais de 50 anos de uma história de sucesso.

de comer bem, num ambiente tipicamente português, aliado a um bom vinho. O restaurante oferece também a possibilidade de realizar jantares de grupo e aniversários.

Na Adega Alice, para além das febras há também rojões da casa, bacalhau frito com cebolada, costeleta de vitela, bacalhau na brasa, espetada de marisco e papas de sarrabulho.“Temos produtos de excelência a preços bastante satisfatórios. A carne é cortada na hora para não perder a qualidade”, explica Vítor Costa.

Já Andreia Costa acrescenta que, no Verão, esta casa chega a servir quase 200 diárias. “A Adega Alice é ponto de paragem obrigatório, conhecida quer por residentes de Ovar e arredores, como emigrantes e estrangeiros. Quem prova a nossa comida não fica indiferente e volta”.

As sobremesas são também uma referência na Adega Alice: “Era uma coisa que faltava na casa e que nós acrescentámos. São todas caseiras e feitas com produtos de qualidade”.

Em conclusão, a Adega Alice proporciona uma excelente refeição, sendo o restaurante dos bons grelhados. Para o fu-turo, os proprietários pretendem continuar a exercer o trabalho que têm vindo a desenvolver, procurando manter o bom nome desta casa.

come-se!”Aqui “

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Há 23 anos no mercado, a experiência da proprietária nesta área justifica o sucesso da padaria e pas-telaria Pá Rita, que tem sido marcado pela tradição e inovação: “A padaria é especializada em doçaria tradicional, como o bolo rei, as natas, os escangalhados, a broa de milho e a regueifa doce. No entanto, está sempre atenta ao que o mercado exige, criando novos produtos, como é o caso do pão-de-ló húmido com chocolate, que sempre que é confeccionado é um sucesso”, refere Ana Paula.Para além da pastelaria tradicional, a Pá Rita tem vindo a introduzir novas receitas, produtos mais deli-cados e sobremesas contemporâneas, em tamanho individual e familiar, para degustar na confeitaria, levar para casa, ou oferecer em ocasiões especiais. Outra das apostas da Pá Rita tem sido a distribuição de Bolas de Berlim na praia, na altura do Verão: “Este é outro produto muito apreciado pelos clientes que nos pediram este serviço”, refere.A padaria é também referência no setor da panificação, com uma diversidade bastante variada: “O pão é sempre fresquinho, sempre a sair e bem condimentado. Os clientes fazem filas para comprar o nosso pão. A pensar nisso, estamos a idealizar a criação de um espaço dentro da confeitaria só para pão, para evitar tempo de espera”, continua a nossa interlocutora.Uma das situações que Ana Paula refere com bastante orgulho é o facto de os clientes fazerem enco-mendas pelo telefone, tendo total confiança em si e na sua pastelaria: “Eles ligam para nós apenas para dizer “Quero um bolo de aniversário”, e o resto é connosco”.Esta confiança, aliada à qualidade dos produtos, é fundamental para que a Pá Rita continue a manter o sucesso já alcançado.Se passa por Esmoriz, já sabe: A confeitaria Pá Rita é um espaço confortável, harmonioso e funcional, para desfrutar a qualquer hora do dia e durante todo o ano.

A confeitaria Pá Rita é destaque em Esmoriz não só pelo famoso Pão-de-Ló de Ovar certificado mas também por outras iguarias que Ana Paula, proprietária deste estabelecimento, gosta de evidenciar.

Uma doce tradição…

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Momentos emfamília

“Inicialmente, esta casa surgiu como uma necessidade de fonte de rendimento. Os meus pais eram emigrantes em Hamburgo, e daí também derivou o nome”, introduz Ricardo Almeida. Muito deste batismo ainda se encontra diretamente ligado a essa nostalgia, não fossem eles afinal também um cantinho para esses emigrantes que cá vêm revisitar espaços e família.

Maria Amélia (mãe de Ricardo Almeida) foi a principal força motriz deste início, mas a grande expansão deu--se quando, no 17º aniversário, o negócio foi transferido para as mãos do filho. Gradualmente, conquistaram o seu próprio espaço no setor da restauração e foi através da francesinha que ganharam maior destaque: “Na época, a minha mãe servia em média 60 francesinhas por dia. Neste momento, temos uma equipa maior e confecionamos à volta de 300 diariamente”, indica.

Este grande salto não resultou apenas da grande capa-cidade de adaptação dos 14 colaboradores que hoje aqui trabalham, mas também pelo próprio respeito que a con-feção assume: “A principal diferença da nossa francesinha está no molho. Contrariamente aos outros, o nosso é um molho suave e mais agradável, por não causar possíveis indisposições”, transmite. E ainda que o molho se revele o elemento principal para a maior parte das francesinhas

A forma como nos comportamos à mesa está em permanente ligação com a identidade de um povo. E Portugal não poderia deixar de parte as tradições da sua gastronomia. O Café Hamburgo, gerido pela família Almeida, fala-nos sobre esse elo com o passado para agora observar os seus 34 anos de história.

de sucesso, Ricardo Almeida e a sua mulher, Sónia Al-meida, não esgotam o seu trabalho aí. “Uma das nossas preocupações está também na batata. Todos os dias des-cascamos as nossas batatas manualmente. Sabemos que há poucas pessoas a fazê-lo, mas nós queremos manter essa qualidade”, sublinha.

A gastronomia que é feita destes pequenos gestos deixa adivinhar parte da azáfama da cozinha, e é sobretudo aos fins-de-semana que o Café Hamburgo sente maior afluên-cia. “Também servimos menu júnior para os mais pequenos acompanharem os seus pais”, acrescenta.

Os atuais gestores aproveitam esta oportunidade para transmitirem conhecimentos ao seu filho, Daniel Almeida, e o nome que outrora pertencia a Vila Nova de Gaia expande-se um pouco por todo o país. “Atualmente temos capacidade para 140 pessoas, mas iremos abrir um espaço maior para responder a esta procura”, adianta. O Café Hamburgo pretende agora inspirar novos diálogos e fazer com que daqui para a frente outras pessoas possam saborear e compartilhar momentos.

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regresso às origens

Desde a louça aos talheres, toalhas e toda a decoração, nada foi deixado ao acaso por estes dois jovens empreen-dedores. A ideia é que, quem por aqui passar, possa sentir-se numa verdadeira casa portuguesa.

O casal, que está à frente do Restaurante Cantinho Nobre apenas há dois meses, é já uma referência para os seus clientes: “Sempre estivemos ligados à área da restauração, eu como chef de cozinha e ele como empregado de mesa. O desejo de ter algo nosso esteve sempre presente e quando esta oportunidade surgiu, agarrámo-la”, referem.

O restaurante Cantinho Nobre existia já na cidade, outrora com outra gerência. O casal renovou os pratos, inovou no espaço mas manteve a fiel clientela.

Quem visita esta casa pode apreciar o que de bom o nosso país tem: “Sendo eu do Norte, mais concretamente da freguesia de Cambres em Lamego, decidi trazer um pouco da gastronomia de lá para Terras D´El Rei”, menciona Elsa Duarte. “À Sexta-Feira e ao Domingo temos o famoso cabrito assado”, explica. “Depois, obvia-mente temos outros pratos como o cozido à portuguesa, arroz de cabidela e bife de vazia grelhado com molho do porto e queijo regional”, continua.

É assim que Elsa Duarte e Joel Barbosa gostam de caracterizar o seu restaurante, o Cantinho Nobre. O espaço, situado em Santa Maria da Feira, promete uma experiência gastronómica tipicamente portuguesa.

Para quem gosta de um bom peixe, no Cantinho Nobre pode também degustar um delicioso bacalhau com broa,

polvo assado e à alentejana, arroz de tamboril e caril de gambas. “ que embora não seja tipicamente português é um prato bastante apreciado por quem nos procura”.

A acompanhar todos estes pratos, e mais uma vez com a ideia de mostrar o que de bom se faz em Portugal, o casal optou por uma carta de vinhos pouco comercial: “Temos vinhos de várias regiões, nomeadamente Douro, Alentejo, Bairrada, Dão, Tejo e Península. A ideia é dar visibilidade a marcas pouco conhecidas. Assim consigo dar rotatividade aos vinhos e fa-zer com que as pessoas possam saborear marcas desconhecidas e de qualidade”, menciona Joel Barbosa.

Para terminar a refeição, nada melhor do que aproveitar as delicio-sas sobremesas caseiras: “Temos mousse de chocolate, sericaia, leite creme, aletria, tarte de maracujá, cheesecake, bolo de beterraba com queijo e quindim de coco”.

Para o futuro do restaurante Cantinho Nobre, a ideia passa por

sedimentar o que já conquistaram. “Esta casa é o sítio perfeito para uma refeição familiar, a dois ou uma refeição bem disposta em grupo”, finalizam.

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A moda dos hambúrgueres chegou para ficar. Gourmet ou mais do género “fast-food”, são várias as maneiras de comer esta iguaria. Na área do Porto, destaca-se o hambúrguer da Roulotte Lili.

Inaugurada em 4 de Janeiro de 1994, Maria Lucília Araújo estava longe de imagi-nar o sucesso que a sua roulotte iria alcan-çar. “Sempre gostei de ajudar no restaurante dos meus padrinhos, já em pequena depois de namorar ia pra lá. Toda a gente me conhecia, era uma miúda carismatica”, conta Lili, nome por que é conhecida.

Quando a vida lhe pregou a parti-da de ficar desem-pregada, Lili meteu mãos à obra e deci-diu fazer aquilo que sempre gostou: cozi-nhar. “É um orgulho ter clientes fieis, que considero amigos, e passar esta tradição de comer um bom hambúrguer de gera-ção em geração. Na minha roulotte somos uma família”.

Os seus petiscos são feitos a partir de produtos de alta quali-dade, particularidade que Lili não descura. “Orgulho-me de trabalhar com os mesmos fornecedores há 23 anos”, sublinha. As boas práticas de higiene são também fundamen-tais para levar o negócio a bom porto. “Temos uma limpeza correta dos utensílios, usamos alimentos de qualidade que mantemos refri-gerados quando necessário e cozinhamo-los bem”, menciona com orgulho.

Quem passa pela Marginal de Valbom não fica indiferente às filas e à multidão que se junta em volta da roulote da Lili. Aliado a um bom petisco, quem por aqui passa pode apreciar a deliciosa vista do Rio Douro.

Sempre com os melhores hambúrguers, cachorros e bifanas e com todo o sucesso alcançado, Lili e o seu marido José Araújo abraçaram mais um desafio, que foi abrir a Hamburgueria Lili, também em Valbom. O cliente pode encontrar os mesmos pro-

dutos que encontra na roulotte, com a diferença de este ser um espaço fechado: “É um sítio acolhe-dor, com os mesmos produtos e qualidade com que ao longo destes anos fomos habituando os nossos clientes. A vantagem é ser mais cómodo, com um horário dife-rente, permitindo que chegue aqui um públi-co de outras idades”, referem.

A Roulotte Lili encontra-se, como já referido, na Margi-nal de Valbom e está

aberta diariamente num horário noturno (abre às 22h), à exceção de domingos e feriados, em que abre às 18h. Já a Ham-burgueria encontra-se aberta também nos horários de almoço.

“Quem é do Norte sabe o Que é a roulotte lili”

A tradição ainda é o que era, e comer um bom hambúrguer, prego ou bifana faz parte das memórias daqueles que saem à noite às tantas da madrugada ou s implesmente têm fome a horas mais tardias. A Roulotte Lili é a mais conhec ida na r eg i ão norte, pela simpatia que caracteriza a proprietária, bem como a qualidade dos produtos e o bem servir.

Horário Hamburgueria2º feira - Encerrado

3º a 5º - 12:00 ás 23:006º e Sábado - 12:00 ás 24:00

Domingo - 18:00 ás 24:00

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CVR de Trás-os-Montes é a entidade de certificação, promoção e divulgação daquilo que são os vinhos com denominação de origem de Trás-os-Montes, numa vertente de promoção e defesa do território.

A CVR foi constituída em 1996 e iniciou as suas funções com um agente económico, a Adega Cooperativa de Valpaços. Depois foram surgindo condições de pagamento das adegas e algumas, não passando pela melhor saúde financeira, foram entrando em declínio e alguns produtores, que estavam associados à Cooperativa, foram saindo e estabeleceram-se por conta própria. Hoje têm mais de 100 agentes económicos inscritos. Desde 1996 até agora o aumento e o reconhecimento do que é a mais-valia de produção e certificação dos vinhos tem crescido todos os anos, com a entrada de novos produtores e o aumento daquilo que são as marcas e vinhos certificados no mercado.

A área de atuação geográfica da CVR vai desde Montalegre até ao Planalto Mirandês, sendo as regiões Chaves, Valpaços e Planalto Mirandês. Nessas três sub-regiões é possivel produzir e certificar vinhos com a denominação de origem de Trás-os-Montes. Todo o outro território abrangente só pode produzir vinho regional transmontano. A CVR interage dia-a-dia com os produtores e, ao ser a identidade que orienta e certifica, é obrigada a fazer os acompanhamentos que o IVV obriga e esse controlo é diário e contínuo. Ao ser uma entidade acreditada pelo IPAC e pelo IVV, dá-lhes a possibilidade de fazer a certificação e, para tal, são obrigados a ter o manual de qualidade e certificação onde estão os requisitos que devem cumprir para que o produto possa ser colocado no mercado com a denominação de vinho de Trás-os-Montes.

A promoção que têm efetuado é fundamental porque têm a noção de que a região tem a capacidade de produzir vinhos diferentes, com um perfil distinto e todos os anos fazem a aprovação do relatório de atividades, onde definem as atividades de promoção. Este ano vão tentar chegar à restauração local porque perceberam que os seus vinhos têm algum reconhecimento nos media. Reuniram-se com alguns municípios e representantes da restauração e já contam com alguns produtores que têm espaços com vinhos a fim de serem provados pelos representantes da restauração. A intenção é criar a Carta de Vinhos de Trás-os-Montes.

Todos os restaurantes que adiram a este projeto recebem um dístico relativo ao projeto e a consequente promoção no site da CVR. Em parceria com a Vini Portugal estão a tentar fazer, em Lisboa e Porto, algumas ações e estão presentes em feiras mais regionais. Pretendem também estabelecer um protocolo com a Vini Portugal para levar alguns produtores à Pro Wine e estiveram já em ações em Angola, Moçambique e Brasil. Assim, nestes parâmetros, pretendem levar os vinhos de Trás-os-Montes além-fronteiras.

CVRTrás-os-Montes

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O empresário foi seduzido pelo local idílico onde se situa a quinta, embora o seu estado de conservação estivesse, na altura, muito degradado. Desde logo, viu enorme potencial mas também muito trabalho para a colocar como pretendia. Assim, levou consigo duas pessoas ligadas à produção florestal, agrícola e frutícola e um enólogo do qual era amigo. O projeto iniciou-se e fizeram a reconversão das vinhas velhas, alargando também a área total de vinha, que passou de três para sete hectares a fim de produzir quantidades que justificassem a comercialização.

Atualmente, a sua produção ronda as oito mil garrafas por ano, comercializadas essencialmente no mercado nacional. As marcas que estão registadas são o Careto e o Facanito, figuras intimamente ligadas à cultura da região: “Estes nomes advêm dos Caretos, tradicionais do carnaval de Trás-os-Montes, por-que é nessa altura que estes iam às adegas provar o vinho. O Facanito é o aspirante a Careto, o miúdo que se está a iniciar nas lides assentes na tradição. O Careto é visto como aquele já mais velho e maduro e corresponde a um vinho Reserva, com outra maturação e envelhecimento em barrica. O Facanito é aquele vinho mais rebelde, mais jovem e fresco.”

A Quinta do Soutinho trabalha sobretudo com as castas Touriga Nacional e Tinta Roriz, usando também a Tinto Cão e Bastardo. São pioneiros na produção de vinho biológico certificado em Trás-os-Montes, em que não aplicam quaisquer produtos químicos.

A região onde a quinta se situa é um fator de grande im-portância, permitindo que a maturação das uvas se processe de uma forma muito mais lenta. “Costumamos ter vindimas em meados e finais de outubro enquanto noutras regiões isso acon-tece em agosto”, refere o empresário. Ao ser biológico e conter apenas castas nacionais, o vinho, aliado às características do terreno e altitude, é fresco, frutado e macio, fruto do processo de cultivo absolutamente natural. A componente tecnológica está presente mas apenas como auxílio na qualidade, limpeza e higiene.

Para o futuro, com a plantação que fizeram este ano de uvas brancas, a ideia é refazer um espumante de extrema qualidade que já foi produzido mas que nunca saiu para o mercado e que, nas palavras do produtor, “é excecional”. Acrescentando, adianta ter também “um projeto estruturado de enoturismo, que servirá como o principal canal de divulgação dos vinhos”.

Vinho, cultura e história em perfeita harmonia

AQuinta do Soutinho, situada em Macedo de Cavaleiros, pertence a José Manuel Ribeiro desde 1999. Desde sempre ligado à terra e aos vinhos, o nosso entrevistado aprendeu com o seu pai todas as lides inerentes à atividade e explicou-nos este seu projeto.

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Como outros produtores locais, a família responsável por esta sociedade agrícola era associada da Adega Cooperativa local. Contribuiu, assim, para o pres-

tígio de que os vinhos valpacenses gozavam nas décadas de 60 e 70. Entretanto, como é sabido, as produções desta região tinham caído em desuso.

Telmo Moreira, proprietário da Quinta das Corriças, lamenta o fim daqueles tempos áureos, sublinhando que Valpaços “é das regiões vitivinícolas mais antigas não só de

Portugal como do Mundo”. O potencial desde cedo aqui descoberto – os vinhos eram apreciados inclusive na Roma

imperial – é fruto de “um terroir muito especial”. Esta área, situada entre o Rabaçal e o Tuela, é caracterizada por uma pluviosidade quase nula, grande exposição solar e solos ora xistosos ora de um granito arenoso, ao qual as plantas vão buscar grande frescura.

Os vinhos que daqui resultam são “encorpados, com muita essência e muita estrutura, acompanhando muito bem pratos fortes, como é usual em Trás-os-Montes”. No caso concreto da Quinta das Corriças, um dos principais motivos de congratulação está na recente conquista de uma medalha Gold em Bordéus, num concurso onde apenas 120 vinhos (entre quase 60 mil) obtiveram o mesmo reconhecimento.

A sua produção, na ordem das 40 a 50 mil garrafas, está presente nos maiores centros de consumo do país e em diversos mercados de exportação. Para além disso, a Quinta das Corriças (localizada em Vale de Salgueiro, concelho de Mirandela) encontra-se numa fase de aposta no enoturismo, com winehouse e degustações.

Esta dinâmica é exemplo “de um novo paradigma, que foi o aparecimento de um conjunto de pequenos produtores e que está a surtir os seus efeitos”, com níveis de qualidade que aos poucos estão a recolocar os vinhos transmontanos na moda.

Por fim, e para que tudo isto realmente tenha sustentabilidade no futuro, Telmo Moreira aproveita para deixar um apelo a que “a Direção Regional de Agricultura olhe para a região

e faça o que já devia estar feito, que é a implementação do regadio”. Rematando, “a região está a ser afetada por uma seca violentíssima e, sem esta solução, as nossas

vinhas estarão sem futuro”,

Quinta das Corriças tem sido uma das entidades protagonistas do ressurgimento desta sub-região transmontana.

O renascer dos vinhos de Valpaços

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Àdescoberta dos vinhos de

Mogadouro

A agricultura sempre foi uma paixão do nosso entrevistado e o mundo dos vinhos foi algo que o cativou particularmente. Parte do impulso para que se tivesse iniciado como produtor veio da amizade familiar com o prestigiado enólogo espanhol Raúl Pérez. Daí que, há seis anos, Cristiano Pires começasse a plantar vinhas e a montar a adega, com a mentoria do espa-nhol. Conforme relata, “foi o Raúl Pérez que me aconselhou em relação à seleção das castas, aos equipamentos para a adega e ao perfil de vinho que deveríamos fazer”.

Os terrenos de vinha, na ordem dos 50 hectares plantados, encontram-se rodeados pelos rios Sabor e Douro. O cultivo de uvas tintas nas encostas do Sabor, a 560 metros de altitude, e os brancos, num alto, a 760 metros de altitude. Sobre as especificida-des desta localização e dos vinhos que daqui resultam, Cristiano Pires diz-nos que a subregião do Planalto Mirandês apresenta “vinhos mais abertos, mais alcoólicos mas também muito frescos”.

A respetiva gama de vinhos, que é composta por tintos, brancos e rosés, encontra-se toda debaixo do nome “Terras de Mogadouro”. Cristiano Pires diz-nos que espera “passar a men-sagem ao máximo através deste nome” e que, antes de passar

Responsável pelos vinhos “Terras de Mogadouro”, Cristiano Pires é um jovem empresário agrícola que está a apostar na produção vitivinícola nesta região.

em novas marcas, vai procurar “explorar este o máximo possível. Quanto à sua comercialização, estes vinhos estão presentes

em várias lojas da cadeia Intermarché, assim como em garra-feiras, perspetivando-se a sua colocação, para breve, na zona de Lisboa e também no mercado suiço.

Abordando outros planos que tem para os próximos tempos, Cristiano Pires diz-nos que já estão aprovados 18 novos hecta-res para plantação, a somar aos já referidos 50. As expetativas que partilha connosco apontam para que venha a atingir os 80 hectares.

Sobre os vinhos de Trás-os-Montes, considera que a situa-ção da região encontra-se “positiva”, tratando-se de “uma região nova mas que tem potencial para crescer”. Acrescentando, diz--nos que “as gerações anteriores não faziam muita aposta em marketing, o que é importante para mostrarmos ao consumidor que trabalhamos com qualidade e profissionalismo. Para já, a região ainda é pouco falada e também por isso é que desper-ta curiosidade, e considero que temos agora uma excelente oportunidade de começar a espalhar a nossa mensagem e mostrarmos a qualidade dos nossos produtos”.

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O casal começou a trabalhar em nome individual há cerca de três décadas, aproveitando os clientes fiéis do tempo do pai

do nosso entrevistado, cuja quinta e ensi-namentos herdou. Em 2006, começaram a rotular os seus vinhos, ainda em nome individual, mas como a sua atividade abrange também a cortiça, passaram a ter a designação de sociedade e aí fundaram a empresa como ela é hoje.

As castas que utilizam são todas as autóctones da região e apostam muito na Bastardo-Russo, que é exclusiva de Trás--os-Montes. “Trabalhamos com a touriga nacional monovarietal, a tinta amarela, a trincadeira, a franca, a roriz e depois as vinhas velhas são uma mistura de todo o tipo de castas autóctones”, refere a proprietária. Esta seleção traduz-se na sua gama de vinhos, onde se destacam o Casal Faria Touriga Nacional Grande Reserva ou o Casal Faria Reserva que é

É através de um enriquecedor percurso a dois que Fernando Faria e Deolinda Sousa se dedicam à produção de vinho na Sociedade Agrícola Quinta do Gago, em Sonim. A tradição é a base da sua forma de produzir e reflete-se em vinhos de qualidade superior.

um blend entre a tinta amarela, tinta roriz e bastardo. Têm ainda o Xalana, vinho DOC entrada de gama que, embora seja de grande qualidade, é mais acessível.

Na vinificação, privilegiam os méto-dos tradicionais como o «pisa-pé», onde os vinhos tintos ainda são todos mace-rados em lagar de granito, bem como a fermentação dos açúcares. Com 23ha de vinha em plena produção, têm mais três para plantar este ano, traduzindo-se numa capacidade média de produção de 50 mil litros anuais. Vendem sobretudo para Porto, Lisboa e Algarve e estão atualmente num processo de internacio-nalização em que pretendem chegar à Alemanha, Suécia e Espanha.

A área em que se inserem propicia vinhos diferenciados devido a um mi-croclima ideal para a cultura da vinha. ”Os vinhos de Trás-os-Montes não são melhores nem piores, são diferentes. O nosso solo possui uma mancha que

é uma mistura de granito com arenoso, sem xisto. São solos pobres, que não nos dão muita quantidade mas compensam na qualidade do produto porque quase não precisamos de aplicar produtos na vinha”, explica a empresária, que promo-ve os vinhos em feiras da especialidade como o Winefest e o Encontro de Vinhos e Sabores, onde vão marcar presença. Para o casal, o segredo é “gostar do que se faz e ter a paciência de deixar o vinho fazer-se por ele próprio e não apressar o seu processo”.

Atualmente, estão com um projeto de alargamento da adega para implementar o equipamento de frio e têm também um projeto de turismo de animação onde, esporadicamente, recebem grupos para provas de vinhos e no qual, futuramen-te, serão englobados a demonstração de podas, os passeios pedestres pela vinhas e as visitas aos lagares cavados em rocha.

Das melhores castas os melhores vinhos

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A Cooperativa Agrícola Ribadouro, sediada na vila de Sendim (concelho de Miranda do Douro), iniciou a sua atividade no ano de 1959. Na altura, surgiu com o objetivo de absorver as produções que estavam a florescer na área do Planalto Mirandês, uma das três sub-regiões dos vinhos de Trás-os-Montes.

Com aproximadamente 600 associados activos, as culturas das quais vem este vinho estão distribuídas por zonas dos con-celhos de Miranda do Douro e Mogadouro. Mais concretamente, e como nos informa o nosso en-trevistado, uma percentagem na ordem dos 80% vem das áreas de Sendim, Urrós e Picote.

A Cooperativa está dimensio-nada para uma absorção na or-dem dos 10 milhões de quilos de uva, ainda que, presentemente, receba uma média anual de cerca de dois milhões e meio. Continua, porém, a ocupar um lugar cimeiro no panorama regional.

Questionado acerca das ca-racterísticas desta área geográfi-ca, Óscar Afonso diz-nos que é “um continuar da região do Douro”. Acrescentando: “Estamos no Douro Internacional, podendo dizer-se que é mais Douro do que muitas zonas que estão dentro da Região Demarcada”. Deriva daí que “as características dos vinhos Douro também acabam por se refletir nos vinhos desta zona”.

O nosso interlocutor, atualmente Presidente, entendeu que “poderia dar um contributo” para a melhoria dos destinos desta casa cinquentenária. Conforme explica: “Por razões profissionais, estive afastado da minha terra bastante tempo, mas fui observando o que

Estivemos em diálogo com Oscar Afonso, presidente da instituição, que partilhou connosco os projetos que estão a movimentar este nome forte dos vinhos transmontanos.

se ia passando. Fui percebendo que o património da instituição se estava a degradar a olhos vistos e que o vinho produzido era essen-cialmente vendido a granel”.

Foi esse o contexto que o moveu a abraçar o desafio e, na sequência disso, têm sido várias as frentes em que a nova direção está a apostar. Enumerando, fala--nos de “uma lógica de mudança da imagem – com mudança de rótulos e com um novo catálogo –, a introdução de uma nova marca – o “Mirandum” –, ou a amortização de dívida, e os proje-tos entretanto já aprovados para a qualificação/imagem, a aquisição de nova linha de embalamento e na vertente da formação”.

Tudo isto sem esquecer o esforço contínuo para que daqui saiam vinhos cada vez melhores, com uma tentativa direcionada para “que o vinho seja mais suave e tenha um padrão mais homogé-neo de ano para ano”.

A tendência resultante é que os vinhos da Cooperativa Agrícola

Ribadouro estejam a ser vendidos cada vez mais com marcas próprias em detrimento do granel. A sua comercialização chega a diversas pa-ragens, salientando-se a própria região, o Porto e alguma exportação (com os exemplos de França, São Tomé e Príncipe, Brasil, Finlândia e Estados Unidos).

Sobre os vinhos de Trás-os-Montes, Óscar Afonso diz-nos que “a maior parte das pessoas ainda não conhece muito bem a região”, mas “a reputação tem melhorado muito” e, entre quem é conhecedor, “é consensual que os vinhos de Trás-os-Montes são muito bons vinhos”.

Novos horizontes para aCooperativa

AgrícolaRibadouro

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O responsável, José Francisco Lopes Preto, foi um pioneiro e um dinamizador da afirmação dos vinhos da sub-região do Planalto Mirandês. Após um período em que viveu longe da terra, regressou, em 1998, para dar um novo aproveitamento à propriedade familiar, na vila de Sendim.

Esta localidade, no concelho de Miranda do Douro, é possuidora de uma forte tradição na produção de uvas que, no contexto da altura, estava em declínio. Foi contra a corrente que o pai de José Francisco Lopes Preto reconverteu as suas vinhas, passo ao qual se seguiu, em 1999, a reconversão de uma adega pelo produtor.

Para além disso, e inspirado pela vontade de fazer vinhos de qualidade, José Preto tirou uma pequena formação em Enologia. As propriedades familiares que tem aproveitado são Albas, com 5 hectares, e Escadouços, com 10 hectares, reconvertidas com castas como a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Amarela. Estão integradas no parque natural das Arribas do Douro e correspondem à maior exploração vitícola de Sendim.

Do trabalho aqui desenvolvido, derivaram vinhos como o tinto, colheita de 2000, que rapidamente levou José Preto a ser detentor do primeiro VQPRD da sub-região do Planalto Mirandês. Daí para cá, têm-se sucedido novas distinções, entre as quais destacamos a participação no Concours du Salon du Vin Portugais à Paris, de 2016, em que recebeu a Medalha de Bronze.

Os últimos anos têm correspondido a um reforço da qualidade e no equilíbrio dos vinhos. Os rótulos também foram modernizados e apresentam uma clara diferença face ao padrão, com ilustração alusiva às Arribas

do Douro. Podemos encontrar os vinhos José Preto em garrafeiras do Porto e de Lisboa, estando também colocados em restau-rantes de referência, com exemplos nacionais e em Espanha, França ou Estados Unidos. Para um futuro próximo, José Preto tem a expetativa de reforçar o reconhecimento nacional e internacional dos seus vinhos.

Entre as recentes introduções, lançou em 2016 o seu vinho Branco, referente a colheita de 2015. Muito em breve, ainda este ano, irá lançar o primeiro vinho Reserva.

Conhecer os vinhos José Preto é um passo indispensável para uma introdução à atualidade dos vinhos de Trás-os-Montes.

Uma referência nos vinhos do

Planalto Mirandês

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A Adega Castelo Rodrigo situa-se na região Demarcada da Beira Interior, nomeadamente na sub-região de Castelo Rodrigo, onde a

altitude é a palavra-chave que melhor define as características dos vinhos que aqui se produzem, ou seja, vinhos brancos frescos, minerais

e de grande exuberância aromática e vinhos tintos complexos, igualmente frescos e com aromas a especiarias e frutos vermelhos, resultantes de altitudes que variam entre os 300 e os 700 metros. Uma surpresa agradável

para quem desconhece o que por aqui se produz.As castas brancas predominantes na região são a Síria, Fonte Cal, Malvasia

Fina e Arinto e, nas castas tintas, a Rufete, Mourisco, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

A Adega Castelo Rodrigo produz a partir destas castas, vinhos brancos muito frescos, aromáticos e minerais, assim como, vinhos tintos muito frutados e elegan-tes. Possui marcas ligadas a monumentos e à região, sendo estas, Castelo Rodrigo, Convento de Aguiar, Fortaleza de Almeida, Marofa, Torre de Aguiar e tem levado os seus vinhos além-fronteiras, designadamente na CE (Suécia, Alemanha, Holanda, Bélgica, Inglaterra e Polónia), Ásia (China), África (Guiné-Bissau e Angola) e América (USA e Brasil).

A mais recente novidade traduz-se na produção de uma nova categoria de vinho única no mundo, o Castelo Rodrigo DOC Beira Interior Pinking, um vinho comple-tamente inovador, cuja terminologia advém do fenómeno natural de aparecimento da cor rosa-salmão, de uvas exclusivamente de castas brancas.

A loja de venda de vinhos e sala de provas mais funcional, que é um espaço apelativo com vista à possibilidade de oferecer aos visitantes

e clientes um circuito interno de visita no âmbito do Enoturismo e outras atividades promocionais, das quais, podemos destacar

a parceria com o Grupo DouroAzul.

No sopé da Serra da Marofa, entre os vales dos rios Côa e Águeda, que desaguam no Internacional e vizinho Rio Douro, situa-se Figueira de Castelo Rodrigo, vila de tradição vinícola onde se produzem vinhos de elevada qualidade.

“Vinhos de Excelência na Montanha”

Sabia que?• Foi por volta do século XII que

os monges de Cister habitaram o Convento de Santa Maria de Aguiar e iniciaram na região a cultura da vinha e do vinho. E a Adega Castelo Rodrigo assume-se como herdeira desse saber e arte.

• Fundada em 1956 por 154 sócios e atualmente conta com 450.

• A produção da Adega é de cerca de 6 milhões de litros de vinho, dos quais 55% branco e 45% tinto.

• As castas predominantes são, nas uvas brancas, a Síria, Malvasia Fina e Fonte Cal e nas uvas tintas a Marufo, Rufete, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

• A Adega exporta para Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Suécia, Inglaterra e Polónia. No mercado extracomunitário estão nos EUA, Brasil, Cabo Verde, Chi-na, Guiné-Bissau e Angola, sendo que o Japão o próximo mercado a atingir.

• No dia 7 de julho de 2017 foi inaugurada a nova loja de venda ao público e lançamento do vinho Castelo Rodrigo Pinking.

• O Pinking é uma nova categoria de vinho única no mundo. Com registo de patente nacional e internacional.

• A intensidade da cor do vinho Pin-king depende sempre da tempera-tura média nos primeiros dias de Outubro, período coincidente com o final do processo de maturação das uvas brancas nesta região.

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cular na definição e implementação de grandes plataformas digitais, o que permitirá depois desenvolver soluções e aplicações vendáveis no mercado global. Participação esta que tem vindo a crescer de forma sustentada.

É também preciso cuidar das competências necessárias para esta transformação. A falta de recursos humanos qualificados vai ser, provavelmente, uma das principais barreiras à inovação digital nos próximos anos, a nível mundial. A médio prazo, uma parte relevante dos postos de trabalho associados à indústria transformadora vai mudar de perfil e de localização geográfica.

Portugal tem demonstrado capacidade e competência para desenvolver e industrializar soluções inovadoras de digitalização de processos.

Com o objetivo de acompanhar e cooperar com as empresas na-cionais, o Governo lançou a ANI – Agência Nacional de Inovação que se assume como plataforma que dá corpo ao crescente alinhamento das políticas Inovação e Empreendedorismo de base tecnológica, nas áreas da Ciência e da Economia, tendo por principal atribuição a promoção da valorização do conhecimento, nomeadamente, através de uma maior e melhor colaboração e articulação entre empresas e o Sistema Científico e Tecnológico Nacional. José Caldeira ocupa o cargo da presidência desta associação, que trabalha em proximidade com as empresas, aportando valor às suas atividades de inovação, e é reconhecida como elemento de credibilidade nas ações de apoio ao sistema.

Ana Sofia Figueiredo

designação Indústria 4.0 denomina o processo de profunda transformação da forma como pensamos, concebemos, produzimos, distribuímos e utilizamos os produtos, potenciado pelo desenvolvi-mento e disponibilização, a preços cada vez mais competitivos, de uma nova geração de tecnologias digitais.

Fenómenos semelhantes noutras áreas, como na música ou fotografia, permitem ter uma ideia, mesmo que limitada, do impacto que a digitalização dos produtos e processos pode ter nas empresas, organizações e nos respetivos modelos de negócio, assim como na vida de todos nós – clientes e consumidores.

Importa destacar também a dimensão, abrangência e sobretudo a velocidade da transformação. Pode-se afirmar que a importância das tecnologias digitais na indústria começa a ganhar maior importância e visibilidade. A chegada ao mercado de novas tecnologias e soluções inovadoras, capazes de potenciar transformações significativas, tem pautado a sociedade e criado novos modelos de negócio, cada vez mais envolventes com o consumidor.

Neste sentido, a indústria nacional tem necessariamente de estar atenta a esta evolução, conhecer as novas tecnologias e compreender o seu impacto, para poder tirar partido delas e não ser surpreendida por concorrentes mais atentos ou ágeis nesta matéria.

Porém, a indústria nacional tem também de aproveitar esta opor-tunidade para desenvolver novas tecnologias de produção digitais, nos setores e nichos onde possa construir vantagens competitivas, e não limitar-se apenas a ser cliente (importador) de desenvolvimentos externos. Para isso, é necessário participar ativamente nas iniciativas internacionais mais relevantes (nomeadamente europeias), em parti-

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A Escola Secundária Emídio Garcia é a instituição herdeira do antigo Liceu Nacional de Bragança, estabelecimento fundado em 1853. Desde 2012 que é sede do agrupamento homónimo, que serve o concelho de Bragança e outras regiões do distrito.

Referência no ensino em Bragança

a Santa Casa da Misericórdia de Bragança e com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.

O Agrupamento, na totalidade, é frequentado por dois milha-res de estudantes, com cerca de metade na sua escola-sede. A pouca disponibilidade de ofertas noutros concelhos do distrito faz com que a Escola Secundária Emídio Garcia acolha alunos de diversas proveniências para além do concelho de Bragança. É, aliás, uma instituição que procura ser “aberta a todos e muito inclusiva, com alunos de várias nacionalidades e de todas as classes sociais”.

Acerca dos resultados que tem obtido, Eduardo Santos diz-nos que “a Escola se distingue pelos alunos que ingressam nos cursos superiores mais requisitados do país, mas também pelos outros que assumem de forma positiva o seu lugar no tecido económico do distrito”.

Para o presente ano letivo, espera que se continue “a investir na qualidade do ensino e que, no final do ano, os resultados sejam cada vez melhores. É com este objetivo que o Agrupamento trabalha, tendo sempre em conta a formação integral dos nossos alunos”.

O diretor, Eduardo Santos, diz-nos que esta escola, que ainda hoje é comummente chamada de Liceu, “sempre foi uma referência a nível regional, tendo também alguma projeção nacional”. Agora inserida num agrupamento, o responsável sublinha o objetivo de “manter essa tradição e de alargar a formação a cada vez mais modalidades de ensino”.

A oferta letiva da Secundária Emídio Garcia abrange o 3º Ciclo e Secundário, tanto nas vertentes dos Cursos Científico--Humanísticos (com as quatro opções) como dos Cursos Pro-fissionais (este ano foram abertas as formações em Auxiliar de Saúde e em Animador Sociocultural, estando também em fun-cionamento o curso de Gestão de Equipamentos Informáticos).

A Secundária Emídio Garcia tem definido estas ofertas “lutando sempre pelos interesses dos alunos” e dispõe de “todas as condições humanas e materiais para a lecionação dos cursos”. A área da saúde, nomeadamente, é um domínio em que beneficia, para além dos laboratórios com que está equipada, de importantes protocolos como, por exemplo, os que tem com a Escola Superior de Saúde de Bragança, com

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Energia, é este o vetor de negocio que une estas três empresas, que têm como atividade a elaboração de projetos de especialidades na área das Instalações Elétricas, Climatização, Energias Renováveis e Certificação Energética.

SignumDiarcon

Enerqai,

empresa é, como diz o seu gerente, o Eng.º Carlos Murtinheira, um pivô de mercado, que permite potenciar a sensibilidade que hoje existe nos investidores e na sociedade em geral, na procura de soluções mais eficien-tes, de baixo consumo energético e mais equilibradas do ponto de vista do investimento versus custo da ex-ploração.

Acrescenta ainda que é importante que os projetos técnicos das instala-ções de climatização e iluminação, que são os maiores consumidores de energia nos edifícios de comércio

Signum e Diarcon, empresas que estão neste mercado há mais de 15 anos, entenderam desde cedo que as boas parcerias, entre empresas especializadas e com competências próprias, permitem alargar a oferta de serviços, mantendo a qualidade e rentabilizando os tempos de exe-cução, melhorando a resposta aos seus clientes.

Em 2009, fruto desta parceria e do exponencial aumento das políticas europeias na área da Eficiência Ener-gética, foi criada a ENERQAI - Energia e Qualidade do Ar Ambiente. Esta

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e serviços, deverão ser mais do que meros artefactos de licenciamento, pois deles dependem a eficiência energética de um edifício.

É exatamente neste pressuposto, da qualidade do projeto de execu-ção, que o Eng.º Daniel Marialva e o Eng.º Miranda Lindo, sócios gerentes respetivamente da empresa Diarcon e Signum, comungam, o que tem possibilitado criar sinergias entre as três empresas, onde o resultado se espelha no reconhecimento dos seus trabalhos e na fidelização dos seus clientes.

É este reconhecimento, de empre-sas/marcas como o Grupo Mosque-teiros, Aldi, Pingo Doce, McDonald´s, Continente, Burger-King, KFC, Gal-bilec, que atesta que a qualidade neste t ipo de serviços, não é de todo exclusiva dos grandes centros urbanos de Porto e Lisboa e que, existindo vontade, o interior do país pode fazer tanto ou mais do que as regiões litorais.

Cientes de uma evolução tecno-lógica e regulamentar, cada vez mais acentuada bem como da crescente exigência do mercado, nota-se, por parte destes empresários, uma preo-cupação constante pela melhoria contínua e pela criação de soluções integradas tecnicamente adequadas e energeticamente eficientes e sus-tentáveis. Tais soluções vão desde a conceção do projeto e acompanha-mento das obras à gestão energética dos edifícios, salvaguardando as ne-cessidades dos clientes e garantindo o cumprimento da legislação com rapidez e eficácia.

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Próximos e atentos à mudança

“ Inicialmente, começamos por dedicar-nos à reparação de frio do-méstico, mas depois de algumas em-presas terem conhecimento da nossa presença no mercado percebemos que havia outra procura”, introduzem Rogério Lemos e Anabela Jesus. A Tecni-Lemos aproveitou a oportu-nidade, passando posteriormente a dedicar-se à reparação de camiões frigoríficos.

Durante este cuidado, diversas são as preocupações de quem quer estar no mercado com segurança e afinco. Se por um lado existe a necessidade de estarem presentes 24 horas por dia, por outro encontra-se a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada. “Eu sempre gostei de me dedicar à manu-tenção do frio industrial e nunca tive problemas em trabalhar horas extra, mas não é fácil encontrar alguém que possa estar 100% disponível”, confi-dencia Rogério Lemos.

Perante a evolução natural do mercado, a Tecni-Lemos começou por estar cada vez mais atenta às possí-veis mudanças do setor, e ainda que tenha apostado no ramo da hotelaria durante o seu crescimento, rapida-mente percebeu que tinha de alterar o seu rumo. Hoje, o balanço é positivo e querem “continuar a consolidação da empresa nos camiões frigoríficos”, informam.

Os responsáveis focam o seu

Quando a qualidade e a dedicação se unem num único espaço, facilmente reconhecemos histórias onde o trabalho se reinventa todos os dias. A Tecni-Lemos, numa postura de proximidade, fala-nos agora de uma jornada que começou há 21 anos.

negócio essencialmente no centro do país. “Temos cl ientes em Vila Nova de Poiares, Aveiro, e Coimbra”, especificam. Mas se sem os clientes nenhuma estrutura se consegue de-senvolver, a verdade é que o principal fator de diferenciação ainda reside no capital humano: “no total, a equipa é composta por três pessoas, e um dos nossos colaboradores está connosco desde a fundação”.

Equipada para responder às di-ferentes necessidades do dia-a-dia, a Tecni-Lemos sabe que este empe-nho não se concretiza num dia só. Aqui os colaboradores assumem um compromisso que conjuga qualidade e funcionalidade, e é já a pensar na sucessão que a empresa familiar se prepara para dar as competências necessárias a Gabriel Jesus (filho dos empresários). “Atualmente, o Gabriel e um outro colega dele estão a rea-lizar estágio profissional numa outra empresa para ganhar competências”, acrescentam.

Es ta aprox imação do mundo empresarial com a formação acaba por ser a prioridade de hoje. Daqui para a frente, já há planos ligados à ampliação do espaço e pretendem, no-meadamente, “apostar na reparação de caixas isotérmicas”. A Tecni-Lemos espera dar continuidade ao seu espí-rito empreendedor, sem nunca perder a sua identidade.

“Eu sempre gostei de me dedicar à manutenção do frio industrial e nunca tive problemas em trabalhar horas ex-tra, mas não é fácil encontrar alguém que possa estar 100% disponível”

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A Tons Solares, sediada em Sandim (concelho de Vila Nova de Gaia), é uma empresa focada na distribuição e instalação de redes de gás, aquecimento e energias renováveis.

ompromisso com a satisfação

O fundador, José Moreira, iniciou a sua atividade em 1991, com a venda de garrafas de gás porta-a-porta. Anos mais tarde, em 2009, criou a Tons Solares e direcionou o seu negócio para as instalações de redes de gás, aparelhos de gás e energias renováveis. O crescimento foi-se dando gradualmente e o gás natural tornou-se o grande foco de negócio.

Explicando um pouco desta evolução, o nosso entrevistado relata-nos o seguinte: “Primeiro tínhamos uma empresa e depois ficámos com duas, ligadas ao mesmo tipo de energia, com uma direcionada para a distribuição de gás e outra para a implemen-tação e projeção de tudo o que tenha a ver com a área técnica de obras. Somos muito bons a nível de instalação de redes de gás natural/GPL, pelo feedback positivo que recebemos. No ano passado, em meados de julho, demos um salto de 20 para cerca de 60 funcionários”.

Os serviços que a Tons Solares presta distribuem-se pelos distritos do Porto, Aveiro, Vila Real e Bragança e englobam tudo na área da energia. São instaladores de painéis solares térmicos e fotovoltaicos, aquecimen-tos centrais, chãos radiantes e tudo o que complementa a vertente do aquecimento, seja ele a gás, gasóleo, a pellets e artigos elétricos. Os serviços mais requisitados são os serviços de gás natural de tipologia C, que

consistem em fazer a transformação da casa habitada pelo cliente, um trabalho pormeno-rizado e que obriga a rapidez e eficiência.

A nível tecnológico, a empresa dispõe de softwares internos que funcionam através de picking e QR Code e apetrecham todo o pessoal de distribuição com PDA’s e tam-bém com todos os aparelhos e ferramentas tecnológicas de última geração. Procurando acompanhar a inovação no setor, o respon-sável lamenta, contudo, que “em Portugal exista a carência de ensino especializado que forme jovens para áreas em expansão como esta”, lamentando também que “a legislação seja, por vezes, demasiado apertada para as entidades patronais”.

Os resultados da Tons Solares têm sido positivos, passando incólume pela crise, com todo o esforço e dedicação. É uma empresa familiar e que preza a confiança profissio-nal, desde o seu cliente, passando pelo colaborador e fornecedores. Mantém uma relação saudável com todos eles e quer que assim continue apostando no crescimento da empresa.

Neste momento, a empresa encontra-se a preparar a sua internacionalização, em África – de onde é oriundo o nosso entrevis-tado – com um projeto aliciante e desafiante. Paralelamente, está também a ser projetada a criação de uma empresa ligada aos des-portos radicais, outra das paixões de família.

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Investir na eficiência

Tendo iniciado atividade em 2008, a Geosolar dedica-se essencialmente à comercialização e instalação de equi-pamentos para climatização e energias renováveis, nomeadamente “bombas de calor geotérmicas e aerotérmicas, energia solar fotovoltaica e térmica, ar condiciona-do e biomassa, entre outros”.

O projeto tem apenas nove anos, mas já conheceu várias alterações. O foco inicial era a geotermia e a energia solar. Gradualmente, face a alterações na conjuntura económica foram-se adap-tando às soluções que os seus clientes (espalhados de norte a sul do país) mais procuravam: “Grande parte do nosso mercado é abrangido pelo aquecimento central, com fontes de calor de biomassa e bombas de calor aerotérmicas, mas durante bastante tempo já nos focamos na energia geotérmica”, verificam.

Desde residenciais até industriais,

As preocupações de conforto e de poupança de energia são transversais às várias empresas de climatização, mas há igualmente um potencial económico ao qual José Seixas e Hélder Marques não ficam indiferentes.

diversificados e o aconselhamento perso-nalizado surgem, portanto, como âncoras de um dinamismo que se expande para fora de Viseu: “Queremos distinguir-nos pela relação qualidade-preço”, sublinham.

Relativamente ao futuro, os empresá-rios já adivinham as possíveis tendências em que o seu mercado se moverá: “A climatização e as energias renováveis terão sempre uma força muito grande, mas acreditamos que alguns clientes vão começar a procurar sistemas inteligentes de climatização que integrem a produção e acumulação de energia, para os quais estamos a preparar-nos tecnicamente”.

Durante este crescimento vital, José Seixas e Hélder Marques confiam que muitas destas soluções irão conhecer desenvolvimentos cruciais nos próximos anos, basta que para isso os empresários antevejam oportunidades e nunca esque-çam o seu ponto de partida: a eficiência.

a Geosolar estabelece uma relação de proximidade com todos os seus clientes, pois é seguindo um conceito de satisfação do cliente que muitos outros vínculos são estabelecidos. E se os custos iniciais são muitas vezes o calcanhar de Aquiles, há ainda quem pense numa perspetiva a lon-go prazo e prefira assegurar a eficiência, fazendo desde logo esse investimento inicial.

Os nossos interlocutores sentem que, com a constante evolução no setor, têm que estar atualizados, pelo que, como dizem, “procuramos frequentar regularmente algumas feiras nacionais e internacionais”. Neste momento, um dos grandes desafios que se colocam estão relacionados com a formação técnica, com foco na instalação e serviço pós-venda.

Durante este percurso, os colabora-dores que aqui laboram encaram a sus-tentabilidade como um pilar. Os produtos

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Vários são os desafios enfrentados pelas empresas em nome da competitividade. A formação e a experiência são dois elementos que reforçam essa ambição, mas a Anjos Energy procura ir mais além, fomentando o desenvolvimento humano e as relações interpessoais que se preservam dentro do mesmo espaço.

Soluções competitivasDecorria o ano de 2005 quando o empresário Luís Anjos ar-

riscou desenvolver uma empresa centrada no setor da eletricida-de que refletisse a sua imagem e ambição pessoais. Contando já com 12 anos de percurso, a Anjos Energy é hoje um nome particularmente associado ao desenvolvimento de instalações elétricas de baixa e média tensão para o universo industrial.

A equipa de dez colaboradores está sempre concentrada na superação de novos desafios, e a empresa acabou por aventurar-se também no ramo das telecomunicações (fruto de uma parceria com a Vodafone). A grande abrangência de clientes fê-los perceber que a sua atividade não deveria estar apenas restrita ao distrito viseense, mas ganhar mais força no norte e sul de Portugal.

Com capacidade para atender às necessidades e exigências de diferentes pessoas, Luís Anjos revela que o segmento indus-trial representa cerca de 70% do volume de negócios da Anjos Energy, por oposição aos 30% do mercado residencial. Estes são número que revelam o valor de uma importante estratégia: “no setor industrial sentimos menos concorrência, até porque não é qualquer empresa que tem capacidade para fazer esse serviço”, esclarece o gerente.

É também neste aspeto que a Anjos Energy se procura de-marcar de outros nomes ligados ao setor da eletricidade. “Penso que no mercado somos todos iguais, o método de trabalho é que muda”, comunica, antes de sublinhar que é uma empresa que aposta na “saudável competitividade”, não deixando para trás as feiras internacionais e os parceiros de negócio.

Um importante desafio que a Anjos Energy tem vindo a verificar reside na dificuldade em encontrar mão-de-obra de-vidamente qualificada para as suas aspirações. “Os serviços

de alta e baixa tensão exigem formação, e temos de ser nós a dá-la”, constata Luís Anjos, numa alusão a algo que é “muito importante” para o sucesso nesta área de negócio. Este é um fator que também se relaciona noutra filosofia do empresário: “o desafio, para mim, foi estar sempre um passo à frente da concorrência e, para isso, é essencial termos formações e pessoal qualificado”.

O futuro passará por aumentar a equipa de colaboradores, à medida que se continuará a focar no ramo industrial. Já como mensagem final, Luís Anjos deixa um alerta para eventuais clientes: “Não se pode comparar apenas o preço. É importante perceber se o técnico que vai prestar o serviço é profissional ou qual a qualidade do material porque tudo isso tem influência no orçamento”.

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Com uma vasta experiência na mediação de seguros, não foi difícil para Miguel Franco aliar-se a esta grande marca em 2013, quando de-cidiu abrir a sua própria agência de mediação imobiliária: “Vi na empresa Decisões e Soluções uma solução que assentava que nem uma luva, indo ao encontro do que pretendia. Escolhi Ponte de Lima por ser oriundo daqui e por ver na vila uma excelente oportunidade de negócio”.

A Decisões e Soluções é uma em-presa nacional que presta um serviço de aconselhamento personalizado e independente, a particulares e em-presas, ao nível da mediação imobi-liária, mediação de obras, construção

Foi na vila mais antiga de Portugal, Ponte de Lima, que em 2017 a empresa Decisões e Soluções abriu mais uma agência pela mão de Miguel Franco. O diretor, com 19 anos de experiência na área seguradora, falou-nos um pouco do setor imobiliário e da evolução no mercado ao longo dos anos…

de imóveis, consultoria financeira e mediação de seguros. Miguel Franco refere: “Somos uma grande marca nestas 5 valências”.

Relativamente ao setor imobiliário na vila, Miguel Franco acredita que ainda já há muito por explorar no que respeita ao centro histórico da cidade: “Acredito que ainda não foram criadas ferramentas capazes de tratar esta área de forma mais celebre. É preciso incentivar os investidores relativamen-te ao centro histórico, sejam eles in-vestidores nacionais ou estrangeiros, de forma a que se possa acelerar os processos de compra e venda”.

A realidade de Ponte de Lima, no caso da construção, é diferente de ou-tros pontos do país, segundo o nosso interlocutor: “Há falta de construção nova mas não considero escassez. Acredito, e mais uma vez referen-cio que ainda há muito por fazer no

“Somos profissionais sérios e dedicados”

centro histór ico. Temos edi f íc ios classificados a nível nacional, alguns empreendimentos de frente ao rio com acesso direto. É uma vila antiga com um património histórico muito rico”.

Quem procura a Decisões e So-luções de Ponte de Lima tem uma equipa de profissionais qualificados, aptos a ajudar e solucionar qualquer problema de forma rápida e eficaz. Miguel Franco pretende reforçar a sua equipa comercial com foco na mediação imobiliária.

A Decisões e Soluções esforça-se por ser a agência que melhor faz o acompanhamento de qualquer tipo de cliente, sejam os que procuram habita-ção no centro para aí residirem, sejam os que procuram o melhor negócio para investimento. “Recentemente temos sido contactados por investi-dores estrangeiros, nomeadamente europeus e brasileiros”, refere.

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A Em Coimbra, a imobiliária Arrenda Mais é especialista no mercado de arrendamento mas realiza todo o tipo de serviços – compra, venda e permuta de imóveis – com uma política de proximidade, oferecendo todo o apoio ao cliente.

Bem junto à Qu in ta das Lágrimas, local mítico e histórico da cidade de Coimbra, encontra-se a imobi-liária Arrenda Mais. Após quinze anos de

experiência no setor, Teresa Sousa lançou o seu projeto a solo para se focar especialmente no mercado do arrendamento, tão requisitado por estudantes, doutorados e até doen-tes que vêm a Coimbra por períodos inferiores a um ano.

A principal dificuldade neste mo-mento é, como em outros pontos do país, encontrar produto disponível. As oportunidades são escassas e têm de ser bem aproveitadas. “Tenho procurado investidores que comprem imóveis para colocar no mercado do arrendamento”, indica assim a forma como tem contornado as dificuldades sentidas.

O que torna a Arrenda Mais espe-cialista nesta vertente do setor imobi-

liário é toda a gestão que faz durante o processo e após a celebração do contrato de arrendamento. “Tratamos de gerir as rendas, cuidamos das condições do imóvel, estamos sempre atentas a qualquer situação e mante-mos o contacto contínuo”, afirma Te-resa Sousa, evidenciando a confiança que os proprietários depositam no seu trabalho de gestão e apoio.

Não obstante o grosso dos seus negócios serem no âmbito do ar-rendamento, es ta imobi l iá r ia de Coimbra realiza também, como já referido, processos de compra, venda e permuta de imóveis. “Queremos cativar os clientes através do nosso profissionalismo e da proximidade que estabelecemos com os clientes. Queremos que sintam realmente que os seus imóveis estão entregues a profissionais credíveis”, salienta Te-resa Sousa, que nesta fase inicial do projeto conta com a ajuda preciosa da sua filha, Patrícia Sousa.

Com uma grande vontade de satis-

gestão de arrendamentoque faz a diferença

fazer as necessidades e expectativas dos seus clientes, a Arrenda Mais pre-tende consolidar-se em Coimbra, um mercado onde vê um enorme potencial imobiliário pelo crescente turismo que aqui se evidencia. A parceria com outras imobiliárias é também um sinal da dinâmica do setor que, na perspetiva de Teresa Sousa tem vindo a credibilizar-se.

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Sob o vetor I&D (Investigação e Desenvolvimento) são muitos os portu-gueses que dedicam parte ou a totalidade da sua vida profissional ao estudo e à ciência. Com vista a apoiar a ação meticulosa destes investigadores, em Portugal, o Estado gere quer os fundos nacionais quer os fundos estruturais, atribuídos pela União Europeia, remetendo-os, por exemplo, para a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, para a Agência de Inovação ou para fundações privadas, como é o caso da Fundação Calouste Gulbenkian, que por sua vez selecionam e apoiam projetos.

São vários os exemplos de esforço e casos de sucesso que têm vindo a público nos últimos meses.

Recentemente, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, intervindo na Cimeira Ministerial associada à Conferência Internacional sobre Segurança Nuclear, que decorreu em Viena, mostrou-se “empenhado em ajudar a Agência Internacional de Energia Atómica a promover a medicina nuclear e práticas associadas de saúde, como práticas seguras e fiáveis, bem como garantir a sua disponibilidade a nível mundial em todos os sistemas de saúde”.

No âmbito académico, a Universidade do Minho destacou-se pelo desen-volvimento de um mecanismo que, com base em dois sensores, permite dete-tar eficazmente cálculos renais, em metade do tempo dos métodos tradicionais.

Esta inovação científica orientada para a saúde, resultante do projeto de doutoramento de Pedro Rodrigues, além de facilitar o processo de remoção da pedra, pois o cálculo é detetado de forma precisa, permite que o paciente não fique exposto aos raios X, evitando-se algumas problemáticas associadas à intervenção cirúrgica. Espera-se que o resultado desta investigação comece a ser aplicado no Hospital de Braga já em 2017.

No início deste ano a comunidade médica e científica e a população em geral foi surpreendida com o sucesso dos resultados demonstrados pelo pri-meiro medicamento oncológico português, dirigido por Lúcio Lara Santos, do IPO do Porto, responsável pelo ensaio clínico. Direcionado para o tratamento dos cancros da cabeça e pescoço, os ensaios iniciaram-se há cerca de dois anos e meio em doentes para os quais já não existiam soluções terapêuticas, apresentando resultados altamente positivos, nomeadamente, em doentes em cuidados paliativos. Saliente-se que o medicamento vai ser apresentado à Agência Europeia do Medicamento com o estatuto de ‘medicamento órfão’, “dando resposta a uma necessidade que não está colmatada”.

Muito para além do referenciado, o reconhecimento e mérito dos investi-gadores portugueses afirma-se através do número crescente de publicações em revistas nacionais e internacionais e pela atribuição de prémios nacionais e estrangeiros, sendo por isso louvável o seu apoio e divulgação.

Elsa C. Santos

ProduzirInvestigação

Predicado dos governos e foco de instituições e polos de conhecimento, a investigação científica é um caminho que permite, a cada elemento em causa, destaque entre os pares a nível nacional e internacional.

é apostar no futuro

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