plantas medicinais e conhecimento etnobotânico no
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v.5, n.6 – Fevereiro / Março 2013ISSN 1983-3687Distribuição Gratuita
INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS - MGDIRETORIA DE PESQUISA E PROTEÇÃO À BIODIVERSIDADE
GERÊNCIA DE PROJETOS E PESQUISAS
Plantas medicinais e conhecimento etnobotânico no município de Baependi
O acervo do Herbário Leopoldo Krieger
Araucária
MG.BIOTA
Boletim de divulgação científica da /IEF que publica
bimestralmente trabalhos originais de contribuição científica para divulgar o conhecimento da biota
mineira e áreas afins. O Boletim tem como política editorial manter a conduta ética em relação a seus
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EquipeDenize Fontes NogueiraJanaína A. Batista AguiarMaria Margaret de Moura Caldeira (Coordenação)Mariana da Silva Tomás BarbosaPriscila Moreira AndradeSandra Mara Esteves de OliveiraValéria Mussi Dias (Coordenação)
Colaboradores deste númeroSandra Mara Esteves de Oliveira
PUBLICAÇÃO TÉCNICA INFORMATIVA MG.BIOTA
Edição: BimestralTiragem: 5.000 exemplaresDiagramação: Raquel M. Mariani / Imprensa Oficial
Normalização: Silvana de Almeida – Biblioteca – SISEMA
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Arte da Capa: Leonardo P. Pacheco / Imprensa OficialFotos: Fabrício Moreira Ferreira, Luiz Menini Neto, Fábio Kabeção Campos.Foto Capa: Fabrício Moreira FerreiraImagem: Erythrina speciosa (Mulungu)Foto Contra-capa: Evandro RodneyImagem: Araucaria angustifolia (Araucária)
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Brasil – CEP: 31.630-900
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MG.Biota: Boletim Técnico Científico da à Biodiversidade do IEF – MG. v.1, n.1 (2008) – Belo Horizonte: Instituto Estadual de Florestas, 2008-
v.; il.BimestralISSN: 1983-36871. Biosfera – Estudo – Periódico. 2. Biosfera – Conservação. I.
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MG. BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar.2013
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INSTITUTOESTADUALDEFLORESTAS—MGDIreTOrIA De PesquIsA e PrOTeçãO à BIODIversIDADe
GerÊN CIA De PrO Je TOs e Pes quI sAs
MG.BIOTA Belo Horizonte v.5, n.6 fev./mar. 2013
SUMÁRIO
editorial ....................................................................................................................................................
Levantamento de plantas medicinais e do conhecimento etnobotânico no município deBaependi, Minas Gerais, Brasil
Fabrício Moreira Ferreira, Ana Luísa de Carvalho Lima, Régis Moreira Ferreira, Marco Otávio Dias
Pivari.............................................................................................................................................................
O acervo do Herbário Leopoldo Krieger (CesJ): um patrimônio da flora mineira
Fátima Regina Gonçalves Salimena, Luiz Menini Neto, Andréa Pereira Luizi-Ponzo, Vinícius Antonio de
Oliveira Dittrich, Luciana Carvalho Pereira .................................................................................................
em Destaque
Araucaria angustifolia (Bertol.) KuntzeRégis Moreira Ferreira, Marco Otávio Dias Pivari, Ana Luisa de Carvalho Lima, Fabrício Moreira Ferreira
.....................................................................................................................................................................
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27
53
2 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
3MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
EDITORIAL
As plantas medicinais são parte da história do homem e seus registros datam das
primeiras civilizações, coexistindo com as plantas comestíveis e se revelando, ao longo do
tempo, poderosos experimentos para a cura de várias doenças. sinal de sua relevância e
utilização cada vez mais presente poderá ser confirmada no artigo desse número do
MG.Biota, que trás o levantamento de várias dessas espécies no município de Baependi,
Minas Gerais. O conhecimento etnobotânico, nesse sentido, é fundamental para
compreensão sobre a relação existente entre o conhecimento acumulado pelas pessoas
comuns sobre as espécies vegetais, sua utilização no dia a dia, os efeitos dessa utilização
para cura de doenças ou problemas de saúde e essa contribuição para o saber científico.
Outro tema abordado é o acervo do Herbário Leopoldo Krieger, pertencente à
universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais e que conta com um acervo de mais
de 60.000 exemplares, de importância ímpar para o registro da flora de nosso estado.
Armazenar, de forma organizada as espécies, é uma forma de documentar a riqueza da
diversidade de uma nação. No caso específico de Minas Gerais, onde se encontra a maior
riqueza florística do Brasil, o espaço do herbário é fundamental para proteção e
disseminação do conhecimento científico e o estabelecimento de políticas para
conservação e manejo da biodiversidade.
em destaque, nessa edição, a araucária angustifolia, cujo nome popular é Araucaria
ou Pinheiro-brasileiro, espécie em situação criticamente ameaçada, segundo a união
Internacional para Conservação da Natureza – IuCN. Dessa espécie são aproveitadas a
madeira, a semente, conhecida como pinhão, e a resina extraída da casca, o que constitui
relevante fonte de renda extra para as famílias da zona rural, além da utilização medicinal,
citada por moradores do município de Baependi, na região sul de Minas Gerais.
JanainaAparecidaBatistaAguiar
Gerente de Projetos e Pesquisas – IeF
LevantamentodeplantasmedicinaisedoconhecimentoetnobotâniconomunicípiodeBaependi,MinasGerais,Brasil
Fabrício Moreira Ferreira1, Ana Luísa de Carvalho Lima2, Régis Moreira Ferreira3, Marco
Otávio Dias Pivari4
Resumo
este trabalho objetivou o levantamento das espécies medicinais utilizadas pela comunidade de Baependi notratamento de diferentes enfermidades. Para a análise da importância relativa das plantas medicinais foiutilizada a concordância quanto aos usos principais de cada espécie, fator de correção e concordânciaquanto ao uso principal corrigida. Foram citadas 145 espécies distribuídas em 58 famílias e 123 gêneros. Aestrutura vegetal mais utilizada foi a folha, seguida por casca, planta inteira, ramos com folhas e raízes.Doenças relacionadas ao sistema digestório foram as mais citadas, seguidas por cicatrização de ferimentose inflamação na garganta. Trinta e cinco espécies apresentaram grande utilização pela população domunicípio, demonstrando uma estreita ligação entre a comunidade e a vegetação local.
Palavras chave: espécies nativas, Alto rio Grande, serra da Mantiqueira.
Abstract
This study objective was the survey the medicinal plant species used in the Baependi community in thetreatment of different diseases. To analyze the relative importance of the species we used the agreement onthe major uses of each type, the correction factor and agreement regarding the main use correction. Werecited 145 species in 58 families and 123 genera. A plant structure used was the sheet, followed by the shell,whole plant, branches with leaf and roots. Diseases related to the digestive system were the most frequent,followed by healing wounds and sore throat. Thirty-five species had great use by the population,demonstrating the importance of local flora.
Keywords: native species, Mantiqueira range, upper Grande river.
1 Biólogo, Doutor em Botânica. universidade estadual de Feira de santana, Av. Transnordestina s.n., Br 116 Norte, km 3, NovoHorizonte, CeP 44036-900, Feira de santana, Bahia, Brasil. Autor para correspondência ([email protected]).
2 Bióloga, no Programa de Pós-Graduação em ecologia e Conservação de recursos Naturais da universidade Federal deuberlândia, Instituto de Biologia, rua Ceará, s/nº, Campus umuarama, CeP 38400-902, uberlândia/MG-Brasil.
3 ecólogo. Centro universitário Belo Horizonte. Av. Professor Mário Werneck, 1685, estoril, CeP 30455-610, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
4 Biólogo, Doutor em Biologia vegetal. universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biologicas, Laboratorio de sistematica vegetal. Av. Antônio Carlos 6627, Pampulha, CeP 30130-000, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
4 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Introdução
Planta medicinal é toda espécie
vegetal, cultivada ou não, utilizada com
propósitos terapêuticos na medicina
alternativa (AMOrOZO, 2002). O uso
dessas plantas é muito difundido entre
diferentes grupos étnicos, fato que
impulsionou o surgimento da etnobotânica,
ciência destinada à investigação das
relações entre os povos e as plantas
enfocando, principalmente, o estudo das
práticas medicinais populares através da
utilização dos vegetais (DI sTAsI, 1996).
um dos pontos fundamentais para o
estudo e manutenção da biodiversidade é a
proteção da diversidade cultural (sZABÓ,
1996). Nesse sentido, a etnobotânica
desempenha papel de destaque, uma vez
que estreita a lacuna entre o saber popular
e o científico, especialmente nos países
tropicais e subtropicais, onde as
populações rurais dependem, em parte,
das plantas e também de seus produtos
para sua subsistência (HAMILTON et al.,
2003). Além disso, estudos etnobotânicos
contribuem para o desenvolvimento
planejado da região onde os dados foram
coletados (BeGOssI et al., 2002). sendo o
Brasil detentor de uma das maiores taxas
de diversidade biológica do planeta e um
dos países de maior diversidade cultural
(DIeGues & ArruDA, 2001), estudos
etnobotânicos são de extrema importância
para o conhecimento da sua diversidade.
A região sul de Minas Gerais está
entre os locais de ocupação mais antigos
do Brasil e seu histórico mostra que a
economia local sempre se baseou na
exploração dos recursos naturais (BOTreL
et al., 2006). Tal fato foi relatado por
naturalistas que, após a vinda da família
real para o Brasil e a abertura dos portos,
percorreram extensas regiões do país, em
especial, a província de Minas Gerais,
através de sua principal via de acesso na
época, a estrada real (BrANDãO et al.,
2008a). Com o declínio das minas de ouro,
a agricultura passou a ser a principal
atividade econômica, especialmente, a
partir do final do século XIX e início do
século XX, com o café e a pecuária leiteira
(MOusINHO, 2005). Como resultado, a
vegetação foi drasticamente reduzida a
fragmentos isolados compondo,
atualmente, um mosaico de remanescentes
vegetacionais intercalados por áreas
urbanas e pastoris.
embora os estudos sobre a
vegetação da região do Alto rio Grande
tenham aumentado nos últimos anos
(GAvILANTes et al., 1992a, 1992b;
CArvALHO et al., 1995; vILeLA et al.,
1995; vAN DeN BerG & OLIveIrA
FILHO, 2000; vILeLA et al., 2000; BOTreL
et al., 2002; rODrIGues et al., 2003;
sOuZA et al., 2003; FerreIrA &
FOrZZA, 2009), ainda são poucos os
trabalhos que enfocam as relações das
populações locais com os remanescentes
vegetacionais (rODrIGues &
CArvALHO, 2001; rODrIGues et al.,
2002; BOTreL et al., 2006). O presente
estudo teve como objetivos inventariar e
identificar as espécies vegetais utilizadas
5MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
para fins medicinais em Baependi e
registrar o conhecimento que parte da
população local tem sobre a vegetação.
Materialemétodos
O município de Baependi localiza-se
na microrregião do Circuito das Águas, sul
do estado de Minas Gerais, e integra,
juntamente com outros 33 municípios, a
região do Alto rio Grande (vIOLA, 2008)
(FIG. 1). Além disso, a região está inserida
no complexo da estrada real e conserva
uma forte ligação com o uso dos recursos
naturais, entre eles, as plantas medicinais.
O clima da região, de acordo com a
classificação de Köppen, é do tipo tropical
de altitude (Cwb), caracterizado por
apresentar verões quentes e úmidos e
invernos frios e secos (seCTMG, 1982). A
temperatura média anual varia entre 18ºC e
19ºC e a média pluviométrica é de 1400
mm, com as chuvas mais concentradas
entre os meses de dezembro a março,
compreendendo o período seco os meses
de junho, julho e agosto (seCTMG, 1982).
O trabalho foi realizado entre junho
de 2006 e maio de 2010. Os informantes
foram selecionados através de indicações
dos próprios moradores do município de
Baependi, sendo a coleta de dados
realizada a partir de entrevistas não
estruturadas (ALBuquerque et al., 2008;
AMOrOZO et al., 2008), mediante
autorização formal dos entrevistados. O
nome das doenças ou problemas de saúde
citados nas entrevistas foram adequados
às informações da classificação do CID-10
(OMs, 2000). Foi calculada a Importância
relativa (Ir) das espécies de plantas
medicinais utilizadas no município, de
acordo com Amorozo e Gély (1988), por
meio da concordância quanto ao uso
principal (CuP), fator de correção (FC) e
concordância quanto ao uso principal
corrigida (CuPc). Considerando-se que os
usos principais correspondem às indicações
mais citadas, foi calculado CuP das
espécies medicinais abordadas por quatro
ou mais informantes. Os valores de Ir entre
0 e 24 correspondem a espécies pouco
utilizadas pela comunidade, Ir entre 25 e
49, espécies de uso intermediário e Ir entre
50 e 100, espécies muito utilizadas pela
comunidade (AMOrOZO & GÉLY 1988).
Amostras botânicas foram coletadas e
processadas de acordo com as técnicas
habituais (MOrI et al., 1989) e depositadas
nos herbários CesJ, HueFs, r e rB,
acrônimos segundo Thiers (2010)
(continuamente atualizado). A identificação
se deu por meio de literatura especializada,
por comparação com outros espécimes
depositados nos herbários citados acima e
através da contribuição de especialistas.
Todos os táxons foram classificados em
famílias de acordo com sistema proposto
por APG III (2009). Para a padronização
dos hábitos, foram consideradas ervas
todas as espécies não lenhosas;
subarbustos, as espécies terrestres
lenhosas, incluindo as xilopodiosas,
predominantemente menores que 30 cm; e
arbustos aquelas espécies que se
enquadravam entre 30 cm e 1 m de altura.
6 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
espécies reptantes ou trepadeiras,
lenhosas ou não, foram classificadas como
lianas. Para a categorização das espécies
arbóreas utilizou-se o Catálogo das Árvores
Nativas de Minas Gerais (OLIveIrA
FILHO, 2006).
Resultadosediscussão
Foram identificados 11 informantes
entre 40 e 82 anos, cinco de comunidades
rurais e seis residentes na sede do
município de Baependi, sendo que apenas
um deles exerce, como atividade
econômica, o comércio de plantas
medicinais. Do total de informantes, oito
são homens e três são mulheres, resultado
que contrasta dados obtidos em outros
estudos realizados no estado de Minas
Gerais (rODrIGues et al., 2002;
rODrIGues & CAsALI, 2002; BOTreL et
al., 2006; CALÁBrIA et al., 2008; KFFurI,
2008; OLIveIrA, 2008), onde o número de
mulheres detentoras do conhecimento
sobre plantas medicinais é maior do que o
de homens. em contrapartida, num
levantamento etnobotânico realizado na
região do Alto rio Grande, foi maior o
número de homens conhecedores de tais
recursos vegetais quando comparados às
mulheres (rODrIGues & CArvALHO,
2001), corroborando os resultados aqui
obtidos. em relação ao nível de instrução,
constatou-se que 70% dos informantes são
alfabetizados.
FIGurA 1 – Localização do município de Baependi, Minas Gerais, Brasil. Fonte: Arcmap 9.3 - redlands, California: environmental systems research Institute.
7MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
No total, foram inventariadas 145
espécies (143 fanerógamas, 1
gimnosperma e 1 pteridófita) distribuídas
em 123 gêneros e 58 famílias (TAB. 1). Três
espécies foram identificadas até gênero, o
restante (142 spp.) foi identificado até o
nível específico. Do total, 23 fazem parte da
4a edição da Farmacopéia Oficial Brasileira
(BrANDãO et al., 2006) e 13 constam na
lista das plantas medicinais descritas no
século XIX por naturalistas europeus
(BrANDãO et al., 2008b).
Aproximadamente 89,5% das espécies
citadas são nativas, sendo também elas as
mais utilizadas, o que demonstra grande
conhecimento da vegetação local por parte
dos informantes (FIG. 2). espécies
exóticas, cultivadas ou espontâneas,
perfazem cerca de 10,5%.
As famílias com o maior número de
espécies citadas foram Asteraceae (19
spp.), Fabaceae (16 spp.), Bignoniaceae (7
spp.), Myrtaceae e Lamiaceae (6 spp.,
cada), euphorbiaceae e Malvaceae (5 spp.,
cada), Lauraceae, Malpighiaceae e
solanaceae (4 spp., cada). uma grande
representatividade de espécies
pertencentes às famílias Asteraceae,
Lamiaceae e Fabaceae também foi
observada em estudos etnobotânicos
realizados na região sul de Minas Gerais
(rODrIGues & CArvALHO, 2001;
rODrIGues et al., 2002; BOTreL et al.,
2006) e na Zona da Mata Mineira (KFFurI,
2008; LeITe et al., 2008; OLIveIrA, 2008)
(TAB. 2). essas, além de serem grandes
famílias botânicas, apresentam distribuição
cosmopolita (HeYWOOD et al., 2007)
tendo, principalmente as duas primeiras,
numerosas espécies utilizadas
mundialmente para fins medicinais e, por
isso, correspondem também às principais
famílias de plantas medicinais introduzidas
no Novo Mundo (BeNNeTT & PrANCe,
2000; sTePP & MOerMAN, 2001; DI
sTAsI et al., 2002; MOerMAN &
esTABrOOK, 2003). Além disso, há
evidências de que a seleção de plantas
para uso medicinal não é feita ao acaso e
que famílias botânicas com compostos
bioativos tendem a serem mais bem
representadas nos conhecimentos
etnobotânicos (MOerMAN &
esTABrOOK, 2003).
8 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Tabela 1
Lista das espécies medicinais inventariadas em Baependi, MG
(Continua...)
Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
ALISMATACEAE Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli
Chapéu-de-couro
Diurético, reumatismo F2225 8 10 80 0,9 72,7
AMARANTHACEAE
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Perpétua
Bronquite, inflamação na garganta
F2232
Gomphrena arborescens L. f. Para-tudo
Inflamação no útero,
reumatismo F2228
ANACARDIACEAE Anacardium humile A. St.-Hil. Cajuzinho Depurativo F314
Schinus terebintifolius Raddi Aroeira-mansa
Diarréia, gota,
reumatismo F2227
Tapirira obtusa (Benth.) J.D. Mitch. Peito-de-pombo Dermatose,
sífilis F1163 2 4 50 0,4 18,2
ANNONACEAE Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Benth. & Hook Araticum-seco Reumatismo F80
APIACEAE Eryngium pristis Cham. & Schltd. Bico-de-tucano Fortificante F801 7 7 100 0,6 63,6
APOCYNACEAE Hancornia speciosa Gomes Mangaba Diabetes,
dermatose F281 4 4 100 0,4 36,4
Macrosyphonia velame (St.-Hil.) Muel. Arg. Velame-branco Gripe, febre,
sífilis F2230 8 8 100 0,7 72,7
ARALIACEAE Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin Mandioquinha Depurativo F429
ARAUCARIACEAEA Araucaria angustifolia (Vell.) Taub. Araucária Tosse em
crianças F2229 7 7 100 0,6 63,6
ARISTOLOCHIACEAE
Aristolochia cf.cymbifera Mart. & Zucc.
Cipó-mil-homens
Dores no estômago,
má digestão F2226
ASPARAGACEAE
Agave americana L. Piteira
Depurativo, dores no
estômago, rins, males do fígado,
micose
F2224
Herreria cf. salsaparilha Mart. Salsaparrilha
Reumatismo, artrite,
artrose, osteoporose
F2258
ASTERACEAE Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze
Carrapicho-de-carneiro
Inflamação na bexiga F450 7 7 100 0,6 63,6
Achyrocline satureioides (Lam.) DC.
Macela, Macelinha
Antialérgico, calmante, diarréia
F893 7 11 63,6 1 63,6
Ageratum conizoides L. Erva-de-são-joão, São João, mentraste
Dores no estômago,
cicatrizante, carminativo, depressão
F774 6 8 75 0,7 54,5
Baccharis cilindrica (Less) DC. Carqueja
Males do fígado,
cicatrizante F454 7 7 100 0,6 63,6
9MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Continua...) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
Baccharis dracunculifolia DC.
Vassoura-de-alecrim
Dores musculares,
lesões F2231
Baccharis trimera (Less.) DC. Carqueja
Males do fígado,
cicatrizante, diabetes
F2233 7 11 63,6 1,0 63,6
Cnicus benedictus L. Cardo-santo Bronquite,
gripe, pneumonia
F866 6 6 100 0,5 54,5
Elephantopus angustifolius (Sw.) Gleason
Raiz-da-vida Fortificante F450B
Elephantopus mollis Kunth Fumo-bravo Gripe F654
Eremanthus incanus (Less.) Less. Candeia Reumatismo F1253
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará Gastrite F748 4 5 80 0,5 36,4
Mikania hirsutissima DC. Cipó-cabeludo
Calmante, nevralgias, diurético,
reumatismo
F1185
Mikania sessilifolia DC. Orelha-de-onça Gripe, febre, tosse F170 4 4 100 0,4 36,4
Mikania smilacina DC. Sete-sangrias Pressão alta F737
Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H. Rob.
Arnica-do-campo
Dores musculares,
lesões, câncer de
pele
F866
Senecio brasiliensis Spreng. ex Baker Erva-lanceta
Dores musculares,
lesões F2236
Vernonia cognata Less. Assa-peixe-roxo Bronquite, tosse F780 7 7 100 0,6 63,6
Vernonia condensata Baker Boldo
Males do fígado, má digestão
F2239 7 7 100 0,6 63,6
Vernonia polyanthes Less. Assa-peixe Bronquite,
tosse F457 7 7 100 0,6 63,6
BIGNONIACEAE Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld & J.F. Souza
Agoniada Inflamação no útero, abortivo
F451 7 7 100 0,6 63,6
Handroanthus impetiginosus (Mart. Ex DC) Mattos
Ipê-roxo Cicatrizante, inflamação na garganta
F2235 4 4 100 0,4 36,4
Jacaranda caroba (Vell.) DC. Carobinha
Depurativo, cicatrizante,
herpes F523 8 8 100 0,7 72,7
Jacaranda decurrens Cham. Salsa-caroba Depurativo F293B 7 7 100 0,6 63,6
Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers
Cipó-de-são-João
Diarréia, micose, coração,
pressão alta
F920 7 8 87,5 0,7 63,6
Tynanthus cf. elegans Miers Cipó-cravo
Reumatismo, incontinência
urinária F2241
Zeyheria montana Mart. Cinco-folhas Diurético,
gripe, urina solta
F52 4 4 100 0,4 36,4
BROMELIACEAE
Dyckia aff. saxatilis Mez Abacaxi-do-campo, abacaxi-das-pedras
Afta F235
BURSERACEAE
Protium widgrenii Engl. Mescla, árvore-de-amesca
Umbigo "rendido" F234
10 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Continua...) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
CELASTRACEAE
Maytenus aquifolium Mart. Espinheira-santa
Dores no estômago,
gastrite F2244
CLUSIACEAE
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc.
Cavalinho-do-campo, cavalinho
dermatose, depurativo F310 3 4 75 0,4 27,3
COMMELINACEAE
Commelina erecta L. Trapoeraba Hemorróida F835
CONVOLVULACEAE
Merremia flagellaris (Choisy) O'Donell
Arnica-do-campo, Arnica
Dores musculares,
lesões F670
Merremia tomentosa Hallier f.
Velame-do-campo Depurativo F36
COSTACEAE Costus spiralis (Jacq.) Roscoe
Caninha-do-brejo Depurativo F2234 4 4 100 0,4 36,4
CUCURBITACEAE
Cayaponia espelina (Manso) Cogn. Tomba
Dores no estômago,
abortivo F477 7 7 100 0,6 63,6
Melancium campestre Naudin
Melancia-do-campo
Dores no estômago, vermífugo
F840 3 4 75 0,4 27,3
Momordica charantia L. Melão-de-são-caetano
Cicatrizante, antialérgico F2240
CUNONIACEAE
Lamanonia ternata Vell. Açoita-cavalo Cicatrizante F345
CYPERACEAE Rhynchospora exaltata Kunth
Capim-navalha-de-macaco
Colesterol alto F1182
DILLENIACEAE
Davilla rugosa Poir. Cipó-caboclo Diurético, inchações F182
ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum campestre A. St.-Hil
Cabeça-de-negro Laxante F356B
Erythroxylum tortuosum Mart.
Cabeça-de-negro
Laxante, cicatrizante F302
EUPHORBIACEAE Alchornea sidifolia Müll. Arg. Muchoco Fortificante F1962
Croton antisyphiliticus Mart. Curraleira
Micose, dermatose, inflamação
urinária, inflamação no útero,
sífilis, depurativo
F276 7 11 63,6 1,0 63,6
Croton urucurana Baill. Sangra-d'água, adrago Fortificante F1153
Dalechampia stipulacea Müll. Arg. Urtiga-brava Cicatrizante F475
Plukenetia serrata (Vell.) L.J. Gillespie
Cipó-suma-roxa, sum-roxa Depurativo F481
FABACEAE
Bauhinia forficata Link Unha-de-vaca Diabetes F1957 7 7 100 0,6 63,6 Bauhinia holophylla (Bong.) Seud. Unha-de-vaca Diabetes,
diurético F212 5 5 100 0,5 45,5
Cassia sp. Unha-da-gato, arranha-gato Inflamações F2250
11MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Continua...) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
Chamaecrista cathartica (Mart.) H.S. Irwin & Barneby
Seno Cosmético para cabelo F40
Clitoria guianensis (Aubl.) Benth. Beladona
Bronquite, tosse,
labirintite, dor no corpo
F265 2 4 50 0,4 18,2
Copaifera langsdorffii Desf.
Copaíba, óleo-de-copaíba, óleo
Inflamações, dor no corpo F343 5 7 71,4 0,6 45,5
Desmodium incanum DC. Amor-do-campo Inflamação no útero F473 7 7 100 0,6 63,6
Eriosema heterophyllum Benth. Mercúrio Cicatrizante F472
Erythrina falcata Benth. Eritrina Asma, tosse, calmante F2252
Erythrina speciosa Andrews Mulungu Asma, tosse,
calmante F2251
Hymenaea courbaril L. Jatobá Anemia F474 7 7 100 0,6 63,6
Indigofera suffruticosa Mill. Anilina
Dores no estômago, diurético,
febre
F853
Leptolobium elegansVogel
Jacarandazinho-do-campo Depurativo F562
Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Aracaçu Bronquite,
tosse F45 7 7 100 0,6 63,6
Senna rugosa (G. Don.) H.S. Irwin & Barneby
Amendoim-do-mato
Fortificante, "nervo" fraco,
micose F42B 6 7 85,7 0,6 54,5
Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
Barbatimão
Cicatrizante, erisipela,
inflamação do útero
F257 11 11 100 1 100
LAMIACEAE
Glechoma hederacea L. Erva-terrestre Gripe, tosse F2260 4 4 100 0,4 36,4 Hyptis marrubioides Epling
Hortelã-do-campo
Gripe, vermífugo F666
Leonitis nepetaefolia (L.) R. Br. Cordão-de-frade Bronquite,
tosse F2261
Leonurus sibiricus L. Isopo
Cicatrizante, inflamação
na garganta, dores no
estômago, má digestão
F2238 4 4 100 0,4 36,4
Rhabdocaulon denudatum (Benth.) Epling
Puejo Bronquite, tosse F171B
Vitex polygama Cham. Congonha-de-burro Coração F346
LAURACEAE Aniba cf. heringeri Vattimo Canela-cotia Reumatismo F736B
Nectandra grandiflora Nees & C. Mart. ex Nees Canela-cotia Reumatismo F736A
Nectandra lanceolata Nees Canela-batalha Depurativo F485
Ocotea odorifera Mart. Sassafrás Reumatismo F850 5 5 100 0,5 45,5
LECYTHIDACEAE
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Jequitibá
Inflamação no útero,
menopausa F921
LYTHRACEAE Cuphea carthagenensis (Jacq.) J.F. Macbr. Sete-sangrias Circulação,
pressão alta F831
MALPIGHIACEAE Banisteriopsis argyrophylla (A. Juss.) B. Gates
Cipó-prata Inflamação na bexiga F2130 4 4 100 0,4 36,4
12 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Poejo
(Continua...) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
Byrsonima coccolobifolia Kunth Quina-rosa
Diarréia, cosmético
para o cabelo F304
Byrsonima intermedia A. Juss. Erva-de-perdiz
Cicatrizante, inflamação
no útero F2125 7 7 100 0,6 63,6
Heteropterys umbellata A. Juss. Bimbaria Afrodisíaco,
"nervo" fraco F260
MALVACEAE Krapovickasia macrodon (DC.) Fryxell
Carrapicho, carrapichinho
Inflamações, tosse F1959
Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Açoita-cavalo
Queimadura, cicatrizante, hemorragia,
diarréia, reumatismo
F1953
Peltaea edouardii (Hochr.) Krapov. & Cristóbal
Carrapicho Dores nos rins F285
Triumfetta rhomboidea Jacq. Carrapicho Cicatrizante,
diurético F1948
Waltheria douradinha A. St.-Hil Douradinha
Depurativo, dores no estômago
F878 4 4 100 0,4 36,4
MELASTOMATACEAE
Clidemia sp. Tiriça Dores
musculares, lesões
F918
Miconia ligustroides (DC.) Naudin Pedra-uma Cicatrizante F343
Miconia rubiginosa (Bompl.) DC.
Capororoquinha, capiroroca-do-campo
Inflamação na garganta F358
MELIACEAE
Cedrela fissilis Vell. Cedro-rosa, cedro Diabetes F1252 7 7 100 0,6 63,6
MENISPERMACEAE
Cissampelos glaberrima A. St.-Hil.
Jarrinha, buta jarrinha
Picada de marimbondo,
lesões, reumatismo
F916 2 4 50 0,4 18,2
Cissampelos ovalifolia DC. Janciana Dores no
estômago F560
MORACEAE Dorstenia tubicina Ruiz & Pav. Carapiá Bronquite F480 4 4 100 0,4 36,4
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Capiroroca
Picada de cobra,
tumores, cicatrizante
F160
MYRTACEAE Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg
Gabiroba Diarréia,
dores nos rins
F171
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Murta
Diarréia, diurético,
cicatrizante F296 4 4 100 0,4 36,4
Eugenia uniflora L. Pitanga Gripe, diarréia F2272
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. Cambuí Fortificante F2271
Psidium guajava L. Goiaba Diarréia, cicatrizante F2270
Syzygium jambos (L.) Alston Jambo Diabetes F464
NYCTAGTINACEAE
Mirabilis jalapa L. Maravilha
Conjuntivite, vermífugo,
micose, dermatose,
erisipela
F2277
13MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Continua...) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
PERACEAE
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. Bugre
Colesterol alto,
emagrecedor F2123 4 4 100 0,4 36,4
PHYLLANTHACEAE
Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra Pedra nos rins F826 9 9 100 0,8 81,8
PIPERACEAE
Piper gaudichandianum Kunth Jaborandi
Cosmético para cabelo,
seborréia F478 3 4 75 0,4 27,3
Pothomorphe umbellata (L.) Miq. Capeba Diurético F2275 7 7 100 0,6 63,6
PLANTAGINACEAE
Plantago major L. Trançagem, tanchagem
Inflamação na garganta, cicatrizante
F2274 9 9 100 0,8 81,8
Scoparia dulcis L. Vassourinha Diarréia F2281
POACEAE Ctenium cirrhosum (Ness) Kunth Capim-macho Afrodisíaco,
"nervo" fraco F447
Eleusine indica L. Capim-pé-de-galinha
Bronquite, diurético,
inflamação urinária, diarréia
F870 6 7 85,7 0,6 54,5
POLYGALACEAE
Bredemeyera kunthiana Klotzsch João-da-costa
Dores musculares,
artrite, inflamação
no útero
F832 3 6 50 0,5 27,3
Polygala urbani Chodat Guiné-tatu Picada de cobra F482
PTERIDACEAE
Adiantum sp. Avenca
Cosmético para cabelo,
queda de cabelo
F2279
ROSACEAE
Rubus urticifolius Poir. Amora-branca Afta F754
RUBIACEAE
Palicourea rigida Kunth Douradinha Dores nos rins F53 7 7 100 0,6 63,6
Spermacoce verticilata L. Vassourinha Hemorróida F482 7 7 100 0,6 63,6
Tocoyena formosa (Cham. & Schultdl.) K. Schum.
Pacová
Dores no estômago,
gastrite, má digestão
F2124
RUTACEAE
Zanthoxylum monogynum A. St.-Hil.
Laranjinha-do-mato
Dores no estômago,
gastrite, má digestão
F796
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Mamica-de-porca
Inflamação na garganta F1251
SCROPHULARIACEAE Buddleja brasiliensis Jacq.
Barbaço, babaço Afta F863
SMILACACEAE
Smilax elastica Griseb. Japecanga Cicatrizante, depurativo F201 5 5 100 0,5 45,5
SOLANACEAE
Solanum capsicoides All. Juá
Retirar berne,
espinho inflamado
F657
14 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Conclusão) Família/Espécie Nome Popular Indicações Voucher ICUP ICUE CUP FC CUPc
Solanum cernuum Vell. Panacéia Pedra nos rins F2280
Solanum lycocarpum A. St.-Hil. Lobeira
Gripe, fortificante,
inflamações, diabetes,
reumatismo
F833 6 7 85,7 0,6 54,5
Solanum paniculatum L. Jurubeba Males do fígado,
vesícula F2283
STYRACACEAE Styrax ferrugineus Nees & Mart. Laranjinha Febre F167
TROPAEOLACEAE
Tropaeolum majus L. Mentruz, capuchinha Cicatrizante F2284
URTICACEAE Cecropia pachystachya Trécul Embaúba Pressão alta F2041
VERBENACEAE
Lantana camara L. Camará-vermelho
Bronquite, febre F783 7 7 100 0,6 63,6
Lippia lupulina Cham. Salva-do-campo Inflamação na garganta F302
Stachytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl Jervão
Males do fígado, dor na coluna,
cirrose
F828 3 4 75 0,4 27,3
VITACEAE Cissus cf. verticillata (L.) Nicholson & C.E. Jarvis Insulina Diabetes F2286
ZIMGIBERACEAE Alpinia zerumbet (Pers.) B.L. Burtt & R.M. Sm. Colônia Pressão alta F2285
Legenda: Voucher: número de coletor; F.: F.M. Ferreira; ICUP: número de informantes citando o uso principal da espécie; ICUE: número de informantes citando uso da espécie; CUP: concordância quanto ao uso principal; FC: fator de correção; CUPc: concordância quanto ao uso principal corrigida
15MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 2 – Algumas das plantas nativas citadas pelosinformantes.A) Bico-de-tucano (Eryngium pristis);B) Araticum-seco (Duguetia furfuracea);C) Mangaba (Hancornia speciosa);D) Mandioquinha (Schefflera macrocarpa);e) Cambará (Gochnatia polymorpha);F) salsa-caroba (Jacaranda decurrens);G) Carobinha (Jacaranda caroba);H) velame-do-campo (Merremia tomentosa);I) Tomba (Cayaponia espelina);
J) Capim-navalha-de-macaco (Rhynchospora exaltata);K) Curraleira (Croton antisyphiliticus);L) unha-de-vaca (Bauhinia forficata);M) Beladona (Clitoria guianensis);N) Mulungu (Erythrina speciosa);O) Barbatimão (Stryphnodendron adstringens);P) Congonha-de-burro (Vitex polygama);q) Açoita-cavalo (Luehea grandiflora);r) erva-de-perdiz (Byrsonima intermédia);s) Laranjinha (Styrax ferrugineus);T) Douradinha (Waltheria douradinha).
Fot
os:
F.M
. F
erre
ira
16 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
quatorze gêneros tiveram duas
espécies citadas e 104 gêneros, apenas
uma espécie. O gênero mais representativo
foi Solanum (4 spp.), seguido por
Baccharis, Mikania e Vernonia (3 spp.,
cada). Tal resultado está de acordo com o
perfil florístico observado em áreas de
cerrado na região de Baependi, onde tais
gêneros estão entre os mais ricos em
número de espécies (FerreIrA &
FOrZZA, 2009).
em relação aos nomes populares,
algumas vezes, o mesmo informante se
referia a diferentes espécies com o mesmo
vernáculo vulgar. Tal fato pode ser
explicado pela semelhança morfológica
entre espécies, como no caso de Aniba
heringeri vattimo e Nectandra grandiflora
Nees & Mart. ex Nees, chamadas de
canela-cotia. segundo o informante, ambas
se tratavam da mesma espécie, porém, na
ocasião, uma estava em flor e a outra em
fruto. No caso das carquejas, apesar de
serem tratadas amplamente por esse
nome, foram mencionadas diferenças entre
as espécies que, segundo o informante, “a
mais fina”, Baccharis cylindrica (Less.) DC.,
não é tão boa quanto à maior, Baccharis
trimera (Less.) DC. No caso de espécies de
Malvaceae, Krapovickasia macrodon (DC.)
Fryxell, Peltaea edouardii (Hochr.) Krapov.
& Cristóbal e Triumfetta rhomboidea Jacq.,
TABeLA 2
Famílias com maior número de plantas com utilização medicinal em Baependi e em outras localidades do sul de Minas Gerais
Localidade Total spp.
Família N. spp.
Família N. spp.
Família N. spp.
Família N. spp.
Família N. spp.
Baependi Asteraceae Fabaceae Bignoniaceae Lamiaceae Myrtaceae 145 19 16 7 6 6 ARG Asteraceae Fabaceae Rubiaceae Bignoniaceae Malpighiaceae 167 20 20 9 8 8
Luminárias Asteraceae Fabaceae Malpighiaceae Poaceae Verbenaceae 74 10 10 3 3 3
Ingaí Asteraceae Fabaceae Bignoniaceae Rubiaceae Solanaceae 51 8 5 4 4 4
S. Firmino Asteraceae Lamiaceae Fabaceae Apiaceae Solanaceae 130 21 16 5 5 4
PESB Asteraceae Lamiaceae Fabaceae Bignoniaceae Verbenaceae 69 15 15 4 4 3
R. Limeira Asteraceae Lamiaceae Rutaceae Bignoniaceae Solanaceae 60 18 16 4 4 3
Legenda: Total spp. = total de espécies medicinais inventariadas nos estudos; N. spp. = número de espécies por família botânica; ARG = Alto Rio Grande (RODRIGUES & CARVALHO, 2001); Luminárias (RODRIGUES, et al. 2002); Ingaí (BOTREL et al., 2006); S. Firmino = Senador Firmino (KFFURI, 2008); PESB = Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (LEITE et al., 2008); R. Limeira = Rosário da Limeira (OLIVEIRA, 2008). Big. = Bignoniaceae; Poac. = Poaceae; Rub. = Rubiaceae; Sol. = Solanaceae; Verb. = Verbenaceae; Zing. = Zingiberaceae.
17MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
18 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Das plantas indicadas, 90 podem ser
encontradas em áreas de cerrado, 53 em
campos rupestres, 44 em fragmentos de
mata, 31 em áreas alteradas, como trilhas e
pastagens, 14 em áreas residenciais, sob
cultivo e duas em brejos (GrÁF. 1B). Nesse
cenário, as espécies exóticas foram
registradas, exclusivamente, em áreas
alteradas e residenciais, enquanto as
fisionomias com maior número de espécies
nativas exclusivas foram os fragmentos
florestais (28 spp.) e áreas de cerrado (16
spp.). Tais resultados sugerem a
necessidade de preservação destes
ambientes no município de Baependi, os
quais vêm sofrendo acelerado processo de
desmatamento, tendo em vista a
manutenção da diversidade vegetal que
abrigam e, consequentemente, do
conhecimento etnobotânico regional.
em relação à distribuição geográfica
das espécies, constatou-se que 16 (ca.
1,5%) são citadas como plantas da Mata
Atlântica utilizadas na medicina popular (DI
sTAsI et al., 2002). Dentre essas,
destacaram-se Baccharis trimera (Less.)
DC. (11 citações), Echinodorus grandiflorus
(Cham. e schltdl.) Micheli (10 citações),
Bauhinia forficata Link e Pothomorphe
umbellata (L.) Miq. (7 citações, cada) que
apresentam ampla ocorrência no Domínio
Atlântico (DI sTAsI et al., 2002). Algumas
espécies arbóreas destacaram-se pelo
número de citações, Cedrela fissilis vell.
(cedro), Copaifera langsdorffii Desf.
(copaíba), Hymenaea courbaril L. (jatobá)
(7 citações, cada) e Ocotea odorifera
rohwer (sassafrás) (5 citações). A
houve uma generalização em chamá-las de
carrapicho, o que se deve ao tipo de fruto e
síndrome de dispersão dessas espécies.
Tanto Palicourea rigida Kunth quanto
Waltheria douradinha A. st.-Hil. são
chamadas localmente de douradinha.
saint-Hilaire (1824) chama atenção para
esse fato, atribuindo o nome popular
dessas espécies à coloração amarelo
dourado de suas flores.
O hábito mais representado foi o
arbóreo (47 spp.), seguido pelo herbáceo
(37 spp.), arbustivo (27 spp.), volúvel (20
spp.) e subarbustivo (14 spp.) (GrÁF. 1A).
A grande representatividade de espécies
arbóreas se deve a uma tendência
observada entre os informantes de maior
conhecimento que direcionavam as coletas
para fragmentos florestais, o que corrobora
os resultados encontrados no levantamento
etnobotânico realizado por rodrigues &
Carvalho (2001) na região do Alto rio
Grande. entretanto, outros estudos
apontam uma predominância de espécies
herbáceas nos sistemas populares de
tratamento (rODrIGues et al., 2002;
BOTreL et al., 2006; PINTO et al., 2006;
CALÁBrIA et al., 2008; LeITe et al., 2008;
sILvA & PrOeNçA, 2008; sOuZA &
FeLFILI, 2006), que em função de seu
hábito e estratégia de defesa, apresentam
compostos secundários de alta atividade
biológica, como alcalóides, glicosídeos e
terpenóides, ao invés de desenvolverem
sistemas de defesas estruturais e de alto
peso molecular, como taninos e ligninas
(sTePP & MOerMAN, 2001).
procura de tais espécies pode se dar ao
fato de serem plantas comuns na região
de Baependi, tanto em fragmentos
florestais quanto em áreas de cerrado.
Dentre essas, o cedro, a copaíba e o
jatobá são espécies amplamente
utilizadas para fins medicinais em
localidades do Alto rio Grande
(rODrIGues & CArvALHO, 2001;
BOTreL et al., 2006). Outras espécies
arbóreas como Cariniana estrellensis
(raddi) Kuntze (Jequitibá-branco),
Protium widgrenii engl., Lamanonia
ternata vell. (salgueiro) e Vitex polygama
Cham. (Tarumã), típicas de florestas
semideciduais montanas (OLIveIrA
FILHO et al., 1994; OLIveIrA FILHO &
FONTes, 2000; OLIveIrA FILHO, 2006),
GrÁFICO 1 – Número de espécies de plantas medicinais no município de Baependi em relação aoA) hábito eB) ambiente.
19MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
também merecem destaque por seu uso
na medicina popular no município de
Baependi, totalizando 10 citações (TAB.
1). Por fim, aproximadamente 50% das
espécies indicadas para fins medicinais
no município estão entre as 167 do
Domínio do Cerrado citadas por
rodrigues & Carvalho (2001) para a
região do Alto rio Grande.
A estrutura vegetal mais utilizada
para a preparação dos remédios
populares foi a folha (ca. 49%), seguida
por casca (ca. 15%), planta inteira (ca.
9,5%), ramos com folhas (ca. 9%), raízes
(ca. 7,5%), caule (ca. 3,5%), fruto (ca.
3%), flores e exsudados (ca. 1,5%, cada) e
ramos jovens (ca. 0,5%) (GrÁF. 2A). A
grande frequência do uso de folhas se
deve principalmente ao fato de serem
facilmente coletadas e estarem
prontamente disponíveis (DI sTAsI et al.,
2002). De acordo com esses autores, as
folhas são também o principal produto
utilizado pelos laboratórios brasileiros para
produção de fitoterápicos.
O modo de preparo mais utilizado
foi o infuso (ca. 80%), seguido por
decocto (ca. 9%), garrafada (ca. 6%),
cataplasma, xarope e partes da planta in
natura (ca. 1,5%, cada) e emplasto (ca.
0,5%) (GrÁF. 2B). segundo Castellani
(1999), a infusão é a forma de preparo
mais empregada por utilizar as partes
tenras das plantas medicinais como
folhas, botões e flores, que são ricas em
componentes voláteis e princípios ativos
que se degradam pela ação combinada
da água e do calor prolongado.
A tabela 3 apresenta o número de
citações de doenças em cada categoria,
segundo relatos fiéis dos participantes,
comparados com a classificação do CID-
10 (OMs, 2000), e a representatividade da
doença mais citada dentro da categoria.
Foram referidas 77 enfermidades (TAB. 1).
As indicações terapêuticas mais citadas
foram cicatrização de feridas (ca. 8%),
depurativos do sangue (ca. 5,5%),
reumatismo (ca. 5%), dores no estômago
(ca. 4,5%), bronquite e tosse (ca. 4%,
cada), diarréia (ca. 3,5%) e diuréticos
(3%). No total, doenças relacionadas ao
sistema digestório foram as mais citadas
(ca. 15%), seguidas por cicatrização de
ferimentos e inflamações na garganta
(ca.14,5%, cada), doenças do aparelho
respiratório (ca. 12,5%), doenças do
aparelho geniturinário (ca. 10%) e
doenças do sistema osteomuscular (ca.
7,5%). De uma forma geral, esses
resultados estão de acordo com outros
levantamentos etnobotânicos
(rODrIGues & CArvALHO 2001; DI
sTAsI et al., 2002; BOTreL et al., 2006;
PINTO et al., 2006; LeITe et al., 2008).
Foram citadas 59 plantas de uso
exclusivo, ou seja, utilizadas para um único
fim. espécies referidas para mais de uma
doença totalizaram 86 citações.
Gomphrena arborescens L.f. (para-tudo),
de acordo com os cinco entrevistados, é
considerada um remédio universal e pode
ser utilizada para todo tipo de enfermidade.
entretanto, dois informantes enfatizaram
que essa espécie apresenta maior eficácia
para o tratamento de inflamações uterinas.
20 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Outro entrevistado ainda citou a espécie
como eficaz para o tratamento do
reumatismo.
O Índice de Importância relativa (Ir)
foi calculado para 60 espécies citadas por,
pelo menos, quatro informantes. Do
restante, 78 espécies foram citadas por três
informantes, 70 espécies por dois e 24
espécies apresentaram citação por apenas
um informante. Das espécies medicinais
citadas, 35 apresentaram valor de Ir entre
50 e 100, indicando grande utilização pela
população do município. O barbatimão,
Stryphnodendron adstringens (Mart.)
Coville, apresentou 100% de concordância
(Ir=100) entre os informantes, e, segundo
alguns autores (rODrIGues et al., 2001;
BrANDãO et al., 2008c), seu uso já é
GrÁFICO 2 – Porcentagem de indicações do uso de plantas medicinais no município de Baependi em relação a:A) estrutura vegetal eB) modo de preparo.
21MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
consagrado na medicina popular para
cicatrização de feridas, úlceras estomacais
e bronquites. estudos farmacológicos
confirmam o uso tradicional da planta, sua
ação se deve a presença do elevado teor
de tanino, substância que apresenta
propriedades adstringentes (AuDI et al.,
1999; MACHADO et al., 2002; IsHIDA et
al., 2006). O quebra-pedra (Phyllanthus
niruri L.) e a tanchagem (Plantago major L.)
apresentaram Ir de 81,8%, seguidas pela
carobinha, Jacaranda caroba (vell.) A. DC.,
o velame-branco, Macrosiphonia velame
(A. st.-Hil.) Müll. Arg., e o chapéu-de-couro,
Echinodorus grandiflorus (Cham. e schltdl.)
Micheli com Ir de 72,7% (TAB. 1).
Consideraçõesfinais
Com base nos dados registrados no
presente estudo, pode-se concluir que a
população pesquisada no município de
Baependi detém grande conhecimento
acerca das espécies de plantas medicinais,
com destaque para as nativas,
demonstrando uma estreita ligação entre a
comunidade e a vegetação local. Tal
resultado mostra também que a extração
de plantas nativas é hábito comum na
região. A exploração predatória desses
recursos e a drástica redução de seus
ambientes naturais no município, seja pela
agropecuária ou pela urbanização,
comprometem, ainda mais, sua
Número de citações para cada categoria de acordo com o CID 10 (OMS 2000), doença mais citada em cada categoria e seu número de citações dentro desta
Categoria Nº citações
Doença mais citadas dentro da categoria
Citação do uso principal
Doenças do aparelho digestivo 42 Dores no estômago 13 Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte
41 Inflamação na garganta 7
Lesões, envenenamento e algumas outras conseqüências de causas externas 41 Cicatrização de ferimentos 22
Doenças do aparelho respiratório 36 Bronquite 12 Doenças do aparelho geniturinário 32 Diurética 10 Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo 22 Reumatismo 14
Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários
17 Depurativo 16
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 15 Micose 5 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 13 Dermatoses 5 Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas 11 Diabetes 8 Outros 6 Inflamações 4 Doenças do aparelho circulatório 6 Problemas no coração 3 Doenças do sistema nervoso 3 Nervo fraco 3 Doenças do olho e anexos 1 Conjuntivite 1 Doenças do ouvido e da apófise mastóide 1 Labirintite 1 Neoplasias [tumores] 1 Câncer de pele 1
TABeLA 3
22 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
23MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
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conservação. Medidas de conscientização
da população e políticas públicas que
visem à preservação dos remanescentes
vegetacionais em Baependi são de extrema
importância e se fazem necessários para a
conservação dos recursos vegetais.
Concomitantemente, atividades
educacionais realizadas nas escolas e em
comunidades rurais seriam grandes aliadas
na perpetuação do saber popular sobre as
plantas medicinais no município.
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sILvA, C.s.P.; PrOeNçA, C.e.B. uso e
Agradecimentos
Os autores agradecem ao sr. Cacildo
Ferreira, a sra. Teresa C. M. Ferreira e, em
especial, aos moradores do município de
Baependi, MG, pela colaboração durante a
realização da pesquisa; aos especialistas
que identificaram as espécies: A. M. Teles,
r. A. X. Borges e r. L. esteves
(Asteraceae), J. G. Jardim (rubiaceae), M.
sobral (Myrtaceae), e. F. Guimarães
(Piperaceae), A. M. Amorim
(Malpighiaceae), r. Goldenberg e B.
Chiavegatto (Melastomataceae), r. Mello-
silva (Annonaceae), T. u. Kono e A. rapini
(Apocynaceae), v. Mansano (Fabaceae), P.
Fiaschi (Araliaceae), r. C. Forzza
(Bromeliaceae), M. C. M. Marques
(Polygalaceae), r. H. P. Andreata
(smilacaceae), r. Marquete (salicaceae),
L. C. s. Assis (Lauraceae), F. r. salimena
(verbenaceae), M. G. Bovini (Malvaceae),
r. M. Harley (Lamiaceae) e r. M. Castro
(Moraceae, urticaceae).
26 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
OacervodoHerbárioLeopoldoKrieger(CESJ):umpatrimôniodafloramineira
Fátima Regina Gonçalves Salimena1,3, Luiz Menini Neto2, Andréa Pereira Luizi-Ponzo3,
Vinícius Antonio de Oliveira Dittrich3, Luciana Carvalho Pereira4
Resumo
Os herbários são coleções científicas que reúnem exemplares desidratados de plantas, algas e fungos,representando importantes documentários da diversidade florística, sobretudo no Brasil, que é um dos paísesmais diversos do mundo. Minas Gerais, por sua vez, é o estado que possui a maior riqueza florística doBrasil, em virtude da extensão e diversidade de ambientes. Neste contexto, se destaca o Herbário LeopoldoKrieger (CesJ), um dos 13 herbários mineiros, que possui em seu acervo mais de 60000 exemplares, sendoa sua maioria proveniente de Minas Gerais, representando importante registro da flora do estado, incluindoáreas cujas características naturais já foram muito modificadas pela ação antrópica. O Herbário CesJ foiincorporado à universidade Federal de Juiz de Fora em 1983, e está integrado ao Instituto de CiênciasBiológicas. este artigo apresenta um breve histórico do Herbário CesJ, os resultados obtidos com areorganização e informatização dos dados dos espécimes, bem como sua relevância científica listandoartigos referentes aos estudos de biodiversidade publicados nos últimos dez anos e que tenham citadoexemplares de seu acervo.
Palavras chave: acervo biológico, biodiversidade, coleção botânica.
Abstract
Herbaria are collections that gather scientific dehydrated specimens of plants, algae and fungi, representingimportant documentaries of floristic diversity, especially in Brazil, which is one of the world's richest countriesin diversity. Minas Gerais is the state with the highest species richness in Brazil, due to the size and diversityof environments. In this context, the importance of CesJ Herbarium is highlighted, one of the 13 herbaria ofthe state, which has in its collection more than 60000 specimens, mostly from Minas Gerais, representing animportant record of the flora of the state, including areas whose natural features have been greatly modifiedby anthropic action. The CesJ Herbarium was incorporated into the universidade Federal de Juiz de Fora in1983, and is integrated into the Instituto de Ciências Biológicas. This article presents a brief history of CesJHerbarium, the results obtained during the reorganization and computerization of data of specimens, as wellas its scientific relevance listing the articles relating to biodiversity studies published in the past ten years andthat have cited specimens from its collection.
Keywords: biodiversity, biological collection, plant collection.
1 Curadora do Herbário Leopoldo Krieger (CesJ). e-mail: [email protected] Centro de ensino superior de Juiz de Fora, Campus Arnaldo Janssen, CeP 36030-776, Juiz de Fora/MG.3 Departamento de Botânica, Instituto de Ciências Biológicas, universidade Federal de Juiz de Fora, CeP 36036-900, Juiz de Fora/MG.4 Bolsista de Apoio Técnico FAPeMIG.
27MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
28 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
destaca-se o alemão Carl Friedrich Philipp
von Martius, responsável por iniciar a
edição da obra mais importante para a flora
brasileira, que buscou catalogar todas as
espécies conhecidas para o Brasil até
então, a Flora Brasiliensis. Iniciada por
Martius em 1840, e finalizada por August
Wilhelm endlicher, stephan eichler e Ignaz
urban, em 1906 (GIuLIeTTI et al., 2005),
representa a obra mais completa sobre a
flora brasileira, apresentando 22767
espécies de plantas, sendo 5939 novas
para a ciência (DALY & PrANCe, 1989).
Apesar de sua inegável importância,
uma simples comparação com os números
atuais demonstra uma considerável
defasagem e a necessidade de atualização
desta obra. embora fosse desejável uma
nova Flora brasiliensis, sua realização seria
um trabalho hercúleo, sendo pouco
provável de ser realizado em um futuro
próximo, de modo que a estratégia adotada
tem sido o estímulo de realização de floras
estaduais, com a finalidade de um acúmulo
de informações que permitam a edição de
uma nova flora em nível nacional
(sHePHerD, 2006). este esforço de
realização de novas floras, no entanto,
passa pela formação de taxonomistas nos
vários grupos vegetais, sobretudo naqueles
carentes de especialistas, como briófitas e
pteridófitas além de algumas famílias de
angiospermas (sHePHerD, 2002), sendo
provado no estudo de Lewinsohn & Prado
(2002) a insuficiência no número de
especialistas brasileiros, tanto botânicos
quanto zoólogos, dada a expressiva
biodiversidade existente no Brasil.
Introdução
O Brasil figura no rol de países
considerados megadiversos e se destaca,
dentre outros motivos, pela
representatividade de sua flora, tida como
uma das mais ricas do mundo. estimativas
apontavam algo em torno de 50.000 a
60.000 espécies de angiospermas (ca. 25%
deste grupo de plantas no mundo e
aproximadamente 67% da flora
neotropical), 5 a 10 espécies de
gimnospermas, 1.200 a 1.400 espécies de
pteridófitas (ca. 10% de todas as
pteridófitas conhecidas) e
aproximadamente 3.100 espécies de
briófitas (22% das espécies do grupo)
(GIuLIeTTI et al., 2005; sHePHerD,
2006). um esforço realizado por mais de
400 pesquisadores brasileiros e
estrangeiros resultou na “Lista de espécies
da Flora do Brasil” que aponta a existência
de cerca de 43.200 espécies registradas
(FOrZZA et al., 2012).
esta impressionante riqueza
florística vem despertando interesse, de
certo modo, desde a chegada dos
portugueses ao Brasil, mas certamente o
estudo efetivo da flora brasileira se
intensificou no início do século XIX, com a
transferência da família real e a “abertura
dos portos às nações amigas”. Após este
momento, inúmeros botânicos e
naturalistas visitaram o Brasil, formando
importantes coleções que foram
depositadas principalmente nos herbários
da europa. Dentre estes naturalistas,
29MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
associado à riqueza hídrica e ao relevo,
com grande variação altitudinal,
proporcionam uma rica e heterogênea
cobertura vegetal, que devido aos vários
impactos e perdas que vem sofrendo, é
hoje representada por alguns
remanescentes e fragmentos isolados
(DruMMOND et al., 2005).
esta diversidade de ambientes é
acompanhada pela destacada riqueza
florística, sendo o estado que abriga o maior
número de espécies de plantas do Brasil,
algo em torno de 11.800 espécies
registradas ou cerca de 25% das espécies
da flora do país (FOrZZA et al., 2010). No
entanto, sua rica flora encontra-se
fortemente ameaçada devido aos mais de
cinco séculos de exploração realizada pelo
homem que resultaram em uma perda
considerável de ambientes, sobretudo na
Zona da Mata, ampliada nas últimas
décadas também para a área ocupada pelo
cerrado, que se reflete no montante de 1127
espécies ameaçadas de extinção na flora de
Minas Gerais (DruMMOND et al., 2008).
este número corresponde a cerca de 10%
das espécies conhecidas no estado, sendo
que os principais motivos destacados foram
a degradação ou perda do habitat, além do
declínio das condições ambientais ótimas
(BIODIversITAs, 2007). esta, no entanto,
não é uma lista oficial, pois foi revogada
pelo governo do estado.
Os esforços para a manutenção e
conservação da riqueza florística destas
áreas, contam com as valiosas informações
contidas nas coleções botânicas
preservadas do estado. Tais dados são
Aliada à importância da formação de
recursos humanos especializados em
taxonomia vegetal, está à necessidade de
proporcionar melhor infra-estrutura às
coleções botânicas, os herbários,
imprescindíveis para o estudo da
biodiversidade, pois detêm um grande
contingente de exemplares preservados de
plantas e os respectivos dados a eles
associados (LeWINsOHN & PrADO,
2002; BArBOsA & PeIXOTO, 2003).
Atualmente, os herbários também
são vistos como um importante instrumento
de educação ambiental, informando direta
ou indiretamente seu público sobre o papel
da flora, fauna e microbiota nos
ecossistemas e a necessidade de sua
preservação, estimulando o interesse pelo
mundo natural. são igualmente
imprescindíveis para o delineamento de
metas e estratégias de conservação e
manejo sustentado da biodiversidade
(BAuMGrATZ et al., 2001).
O objetivo deste trabalho é divulgar
informações sobre o Herbário Leopoldo
Krieger (CesJ) da universidade Federal de
Juiz de Fora, que abriga um importante
acervo de plantas para a pesquisa em
botânica no estado de Minas Gerais.
AfloradeMinasGerais
Minas Gerais figura entre os estados
brasileiros com maior diversidade
paisagística, sendo ocupado por três
grandes biomas: Floresta Atlântica,
Cerrado e Caatinga. Os diferentes biomas
dotados de valor científico e muitas vezes
histórico-cultural, gerando subsídio para o
conhecimento, identificação e localização
de espécies vulneráveis e ameaçadas de
extinção, outras que são novas para a
ciência, para os estudos de biologia de
populações e de comunidades, visando o
manejo ambiental, para recomposição de
áreas degradadas, além de auxiliar no
monitoramento e implantação de
unidades de Conservação.
Dentre os 39 herbários apontados
para a região sudeste, 13 estão situados
em Minas Gerais, representando
principalmente a flora regional (BArBOsA
& PeIXOTO, 2003). estes acervos são
documentos que certificam a diversidade e
a riqueza florística, merecendo especial
atenção pela fragilidade, uma vez que os
espécimes vegetais são conservados
desidratados.
Projetos de pesquisa, como
inventários florísticos em áreas
geográficas com pouco conhecimento
científico, realizados em resposta ao
estímulo à realização da flora do estado,
têm levado ao crescimento numérico das
coleções, o que torna permanente a
preocupação com o acondicionamento do
acervo em espaço físico adequado, com a
qualidade da conservação, com controle
de temperatura e umidade, evitando o
desenvolvimento de pragas à qual a
coleção está constantemente exposta,
além da informatização das informações,
tornando rápido e eficiente as consultas
científicas.
OHerbárioLeopoldoKrieger-CESJ
Brevehistórico
O Herbário Leopoldo Krieger (CesJ)
foi iniciado na década de 1940, por
iniciativa dos padres Leopoldo Krieger e
Luiz roth, então estudantes de Teologia. As
primeiras mil plantas deste acervo foram
coletadas nos arredores do município de
são Paulo. A primeira planta tombada no
acervo pode ser vista na figura 1. em 1944,
roth e Krieger vieram para Minas Gerais,
instalando-se em Juiz de Fora.
Durante o período em que o Padre
Leopoldo Krieger esteve na Alemanha,
realizando seu doutoramento em Botânica,
entre 1952 e 1957, cerca de 3000 números
representativos da Flora européia foram
incorporados ao acervo. enquanto isso,
Luiz roth realizava suas coletas no Brasil,
nos arredores de Belo Horizonte, nas áreas
de cerrado da serra do Curral.
em 1969, Krieger foi contratado pela
universidade Federal de Juiz de Fora (uFJF),
mas o herbário permaneceu até 1983 alocado
nas dependências do Centro de ensino
superior de Juiz de Fora, quando então foi
oficialmente doado à uFJF, com cerca de 15
mil registros (MeNINI NeTO et al., 2003).
Na década de 1970, a uFJF manteve
atividades no campus Avançado de Tefé
(Amazonas), época em que mais de 1.000
exemplares coletados na Amazônia foram
incorporados ao acervo durante os cursos
oferecidos por Leopoldo Krieger neste
30 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 1 – Primeiro exemplar tombado na coleção do Herbário CesJ: Rudgea blanchetiana M. Arg. (rubiaceae), proveniente do município de santo Amaro, são Paulo.
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31MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
projeto, além de doações do Herbário do
INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia) para o Herbário CesJ.
A partir deste período, projetos como
as floras do Parque estadual de Ibitipoca e
Parque Nacional do Caparaó foram os
principais responsáveis pelo crescimento
do acervo até o final da década de 1990,
quando se intensificou o programa de
permuta com herbários do Brasil e
Argentina. Novos projetos realizados em
várias localidades do estado, sobretudo a
partir dos anos 2000 (TAB. 1) ampliaram
consideravelmente o acervo.
TABELA 1
Projetos desenvolvidos pela equipe do herbário CESJ nos últimos anos Projetos Localidades Período de realização Flora da Serra do Ibitipoca Lima Duarte a partir da década de Flora da Reserva Biológica da Represa do Grama Descoberto 1999-2004 Flora do Morro do Imperador Juiz de Fora 2001-2004 Flora da Mata do Baú Barroso 2001-2004 Flora da Lagoa Silvana Caratinga 2001-2004 Flora da Toca dos Urubus Baependi 2002-2006 Flora da Serra dos Núcleos S. João Nepomuceno 2003 Flora da Reserva Biológica de Santa Cândida Juiz de Fora 2000-2006 Flora do entorno do Parque Estadual do Ibitipoca Lima Duarte 2001-2003 Flora da Serra da Pedra Branca Pedralva 2003-2004 Flora do Parque Municipal da Lajinha Juiz de Fora 2004-2005/2010 Flora da Serra da Pedra Branca Caldas 2008-2009 Flora da Serra Negra Rio Preto e Lima Duarte 2003 – 2010 Flora da APA da Mata do Krambeck Juiz de Fora a partir de 2007 Flora do Parque Estadual da Serra do Papagaio Baependi a partir de 2010
O Herbário CesJ é referência para a
Flora do estado de Minas Gerais, em
especial, para a região da Zona da Mata
Mineira, apresentando um fluxo
significativo de empréstimos e consultas.
em 2005, o Herbário CesJ obteve
seu credenciamento como “Fiel Depositário
do Patrimônio Genético” pelo Ministério do
Meio Ambiente, o que permite a inclusão
em seu acervo de coleções provenientes
de estudos de bioprospecção,
devidamente autorizadas com
licenciamento dos órgãos competentes
especialmente o CGeN.
AcoleçãodoHerbárioCESJ
A coleção do Herbário CesJ reúne
atualmente mais de 60.000 exemplares
herborizados de todos os grupos de
plantas, algas, briófitas, pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas, além de
fungos liquenizados ou não, contando
ainda com carpoteca e xiloteca.
A partir de recurso concedido pela
FAPeMIG no programa Biota Minas no ano
de 2010, foi possível sua reorganização em
armários compactados (FIG. 2) em ordem
alfabética de família, gênero e espécie
32 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
a partir da década de 1960
(FIG. 3). Os dados presentes nas etiquetas
foram incluídos em um banco
informatizado, entre os anos de 2010 e
2012, utilizando-se o programa de acesso
livre BrAHMs (Botanical research and
Herbarium Management system)
desenvolvido pela universidade de Oxford
e disponível na internet 5.
A coleção de algas teve os nomes
validados e atualizados de acordo com o
sistema “Algaebase – Listing the World’s
Algae”6 as coleções de fungos, de acordo
com a rede de dados “Index Fungorum”7; e
a de briófitas, de acordo com a rede de
dados Tropicos do Missouri Botanical
Gardens8. A coleção de pteridófitas seguiu a
ordem alfabética de gêneros, seguindo o
padrão dos grandes herbários nacionais,
devido à falta de estabilização de um
sistema de classificação para as famílias
deste grupo. O mesmo procedimento foi
adotado para fungos (incluindo os
liquenizados) e algas. As briófitas seguiram
o sistema proposto por Goffinet et al.
(2008), para os musgos e de Crandall-
stotler et al. (2008), para as hepáticas. As
gimnospermas seguem a nomenclatura
apresentada em eckenwalder (2009) e as
angiospermas estão de acordo com APG III
(2009).
FIGurA 2 – vista parcial dos arquivos deslizantes do Herbário da CesJ, localizado no Instituto de Ciências Biológicasda uFJF.
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5 Disponível em: http://herbaria.plants.ox.ac.uk/bol/6 Disponível em: www.algaebase.org7 Disponível em: www.indexfungorum.org8 Disponível em: www.tropicos.org
33MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
seu acervo inclui todos os grupos de
plantas e fungos e representa um
importante documentário da flora do estado
de Minas Gerais (FIG. 4), destacando-se
áreas de vegetação predominantemente
campestre do sudeste e sul do estado,
como os campos rupestres do Parque
estadual de Ibitipoca e da serra Negra e os
campos de altitude do Parque Nacional do
Caparaó, Parque estadual da serra do
Papagaio e a serra da Pedra Branca. são
também representativas áreas florestais da
Zona da Mata mineira, como a reserva
Biológica da represa do Grama, em
Descoberto e florestas urbanas do
município de Juiz de Fora, como a APA da
Mata do Krambeck, a reserva Biológica de
santa Cândida e o Morro do Imperador.
estão depositados na coleção 78
tipos nomenclaturais das famílias
Annonaceae, Apocynaceae, Asteraceae,
Begoniaceae, Blechnaceae, Bromeliaceae,
Burseraceae, Cactaceae, Convolvulaceae,
Dilleniaceae, Dryopteridaceae Fabaceae,
Gesneriaceae,Isoetaceae Lauraceae,
Lentibulariaceae, Lythraceae,
Malpighiaceae, Marantaceae,
Melastomataceae, Moraceae, Myrtaceae,
Orchidaceae, Passifloraceae,
Polygalaceae, rubiaceae, salicaceae,
sapindaceae, solanaceae e verbenaceae.
Alguns destes tipos são de espécies
endêmicas de Minas Gerais e consideradas
ameaçadas de extinção (DruMMOND et
al., 2008), como: Aechmea bruggeri Leme
(Bromeliaceae), Vanhouttea brueggeri
Chautems e V. hilariana Chautems
(Gesneriaceae) e Hindsia ibitipocensis Di
Maio (rubiaceae) (FIG. 5).
FIGurA 3 – Detalhe de exemplares no escaninho da família Lamiaceae.
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34 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 4 – Holotypus de Macroditassa mantiqueirae Matozinhos & Konno (Apocynaceae), espécie recém-descrita e endêmica da serra Negra, sudeste de Minas Gerais.
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35MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 5 – Algumas das espécies ameaçadas de extinção em nível estadual e/ou nacional, depositadas no acervo do Herbário CesJ:A) Aechmea bruggeri (Bromeliaceae);B) Caesalpinia echinata (Fabaceae);C) Constantia cipoensis (Orchidaceae);D) Vanhouttea brueggeri (Gesneriaceae).
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36 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Baker (Bromeliaceae), Hadrolaelia virens Lindl.
(Orchidaceae), Huperzia rubra (Cham. &
schltdl.) Trevis. (Lycopodiaceae), Melanoxylon
brauna schott (Fabaceae), Pseudolaelia citrina
Pabst (Orchidaceae), dentre outras (FIG. 5).
Grupos vegetais representados noHerbárioCESJ
A representatividade de cada grupo
vegetal, algas, briófitas, pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas, além de
fungos liquenizados ou não, pode ser vista
no gráfico 1.
Além destes, exemplares de várias outras
espécies em risco de extinção podem ser
encontradas, em nível estadual (DruMMOND
et al., 2008) e/ou nacional (MMA, 2008), como:
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze
(Araucariaceae), Billbergia alfonsi-joanis reitz
(Bromeliaceae), Caesalpinia echinata Lam.
(Fabaceae), Constantia cipoensis Porto &
Brade (Orchidaceae), Dalbergia nigra (vell.)
Allemão ex Benth. (Fabaceae), Dicksonia
sellowiana (Dicksoniaceae), Ephedra
tweediana C.A.Mey. (ephedraceae), Euterpe
edulis Mart. (Arecaceae), Fernseea itatiaiae
GrÁFICO 1 – representatividade dos grupos vegetais do acervo do Herbário CesJ.
37MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Algas
Os exemplares que compõem a
coleção de algas são oriundos
principalmente de coletas realizadas no
litoral dos estados do espírito santo,
Paraná, Paraíba e rio de Janeiro, com
destaque para o litoral do espírito santo
onde a Congregação do verbo Divino,
mantenedora do Herbário CesJ até sua
transferência para a uFJF, mantinha uma
residência para apoio aos trabalhos de
campo de Leopoldo Krieger e sua equipe
durante as disciplinas do bacharelado em
Ciências Biológicas da uFJF. Além
destes, há ainda exemplares procedentes
da Alemanha e Áustria, coletados por
Leopoldo Krieger em suas viagens pela
europa.
As divisões encontradas na coleção
são: Chlorophyta, Cyanobacteria,
Heterokontophyta, rhodophyta (FIG. 6) e
streptophyta. Dentre estas, as mais
significativas são rhodophyta, com 273
registros e Chlorophyta, com 101.
FIGurA 6 – exemplar de alga da divisão rhodophyta proveniente do litoral do estado do espírito santo.
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38 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Fungosnãoliquenizados
O acervo de fungos reúne registros
oriundos dos estados brasileiros do Acre,
Amazonas, Bahia, Paraná, rio de Janeiro e
Minas Gerais, que se destaca com o maior
número de coletas. Há também doações de
espécimes exóticos, provenientes,
sobretudo, da Alemanha.
Os espécimes analisados pertencem a
29 famílias, sendo as mais representativas
Polyporaceae, Agaricaceae, Auriculariaceae,
Xylariaceae e Thelephoraceae (FIG. 7).
FIGurA 7 – exemplar de fungo não-liquenizado (“orelha-de-pau”) depositado no acervo do Herbário CesJ.
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39MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Fungosliquenizados
Dentre as criptógamas avasculares, os
fungos liquenizados são o grupo com o
maior número de exemplares na coleção.
Os espécimes são provenientes
principalmente do Parque estadual de
Ibitipoca, em Minas Gerais, e Parque
estadual de Campos do Jordão, em são
Paulo.
estão presentes na coleção 25 famílias,
sendo as mais representativas
Parmeliaceae, com 285 registros,
Cladoniaceae, com 52 (FIG. 8), e
Lobariaceae, com 82.
FIGurA 8 – exemplar de fungo liquenizado da família Cladoniaceae, proveniente da serra de Ibitipoca, Minas Gerais.
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40 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Briófitas
O grupo das briófitas (englobando
musgos, hepáticas e antóceros) é o
segundo mais numeroso do acervo dentre
as criptógamas avasculares,
estão presentes na coleção 63 famílias,
sendo as mais representativas
sematophyllaceae com 236 registros
(FIG. 9), seguida por Lejeuneaceae
(169), Leucobryaceae (121),
Lepidoziaceae e Orthotrichaceae (111
registros cada), Plagiochilaceae (108),
Bryaceae (94), Dicranaceae (82),
Hypnaceae (79), sphagnaceae (49),
representando cerca de 3000
exemplares.
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FIGurA 9 – exemplar de musgo da família sematophyllaceae, proveniente do município de Juiz de Fora, Minas Gerais.
Duplicatas:CESJ
41MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Pteridófitas
A coleção pteridofítica do Herbário
CesJ é composta por mais de 6.000
exemplares, reunidos em 112 gêneros e
está entre as principais coleções do país no
grupo, resultado da especialização neste
grupo pelo padre Leopoldo Krieger.
No estado de Minas Gerais, é a
segunda coleção mais representativa da
flora mineira, sendo superada apenas pela
coleção do herbário BHCB, da
universidade Federal de Minas Gerais
(sALINO & ALMeIDA, 2009). É composta,
sobretudo, por plantas do próprio estado,
onde o fundador do herbário costumava
coletar com mais frequência, e algumas
das áreas bem representadas são a serra
Negra (região de rio Preto), a serra do
Ibitipoca (Lima Duarte) e a serra do
Caparaó (Parque Nacional do Caparaó).
Nos últimos anos vem crescendo
significativamente com a atuação de um
especialista do grupo na instituição. Conta
com exemplares de espécies raras tais como
Phlegmariurus ruber (Cham. & schltdl.) B.
Øllg. (= Huperzia rubra (Cham. & schltdl.)
Trevis). (Lycopodiaceae) (FIG. 10) e
Zygophlebia longipilosa (C. Chr.) Bishop
(Polypodiaceae), ambas na categoria
"Criticamente em Perigo" na lista das espécies
da flora e fauna ameaçadas de extinção em
Minas Gerais (DruMMOND et al., 2008).
O maior número de exemplares foi
coletado no Brasil, destacando-se Minas
Gerais, mas existem espécimes provenientes
da Alemanha, Argentina, Áustria, estados
unidos, Inglaterra, Paraguai, Peru e Portugal.
FIGurA 10 – exemplar de Phlegmariurus ruber (Cham. & schltdl.) B. Øllg. (= Huperzia rubra(Cham. & schltdl.),(Lycopodiaceae), espécie de ocorrência rara no estado de Minas Gerais, proveniente daserra do Caraça, Minas Gerais.
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42 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Gimnospermas
A coleção de Gimnospermas do
Herbário CesJ reúne oito famílias, sendo a
maioria das espécies coletadas na
Alemanha e exóticas cultivadas, além de
espécies nativas coletadas na região sul
do Brasil, nas serras do Complexo da
Mantiqueira e até mesmo na Amazônia.
são destaques as famílias Pinaceae, em
especial o gênero Pinus, com 12 espécies de
pinheiros, Abies, com oito espécies de abetos
e Cedrus com seis espécies de cedros.
Também se destacam nesta coleção os
“ciprestes” representados pelos gêneros
Cupressus (sete espécies), Chamaecyparis
(cinco espécies) e Juniperus (quatro
espécies).
entre as Taxodiaceae figuram
exemplares de Sequoiadendron giganteum
(Lindl.) J. Buchholz, a “sequóia gigante”,
considerada a maior árvore conhecida.
representam as espécies brasileiras
neste acervo: Araucaria angustifolia (Bertol.)
Kuntze (Pinheiro-do-Paraná) (FIG. 11), duas
espécies de Podocarpus conhecidas como
Pinheiro-bravo (P. lambertii Klotzsch ex endl.
e P. sellowii Klotzsch ex endl.), além de
Ephedra tweediana C.A.Mey, proveniente da
região sul.
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FIGurA 11 – exemplar de Araucaria angustifolia(Araucariaceae),conhecida popularmente como pinheiro-do-Paranáou pinhão, proveniente do estado doParaná.
43MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
Angiospermas
As angiospermas representam o grupo
que abriga o maior número de exemplares
na coleção do Herbário CesJ, perfazendo
ca. 80% do acervo.
As famílias mais representativas são
Asteraceae (2805 registros), seguida de
verbenaceae (2480), Poaceae (2077),
Fabaceae (ca. 2000 registros),
Melastomataceae (1445), Orchidaceae
(ca. 1300) e Myrtaceae (1265), além de
Lamiaceae e solanaceae (ca. 1000
exemplares cada). estas famílias são
responsáveis por cerca de 25% do acervo
do herbário CesJ.
Os exemplares são provenientes em
sua maioria do Brasil, sobretudo de Minas
Gerais (GrÁF. 1), mas destacam-se
também exemplares dos estados do
Paraná, espírito santo, Amazonas, Bahia,
são Paulo, rio de Janeiro, santa Catarina
e Goiás. No entanto, são encontrados
ainda espécimes provenientes da
Alemanha, Argentina, Áustria, Paraguai,
Portugal e uruguai, provenientes de
doações ou coletas realizadas pelo padre
Leopoldo Krieger (no caso de Alemanha,
Áustria e Portugal).
Inúmeras espécies de angiospermas
ameaçadas de extinção regionalmente ou
de forma global ou ainda de distribuição
restrita estão depositadas no acervo que
guarda em seus registros a ocorrência
destes táxons em localidades que
atualmente estão fortemente alteradas pela
ação antrópica, contribuindo para a
compreensão de seus limites geográficos
naturais em programas de conservação e
reabilitação ambiental.
Xilotecaecarpoteca
Dentre as coleções especiais do
Herbário CesJ está a xiloteca que inclui
amostras de lianas e de espécies
arbóreas representadas em cortes
transversais, longitudinais e diagonais de
gimnospermas e angiospermas, em
cujos rótulos são encontrados dados
sobre as espécies, como características
específicas e utilização da madeira (FIG.
12). É formada por 236 registros
representando 61 famílias, 113 gêneros
e 137 espécies. As cinco famílias mais
representativas são: Fabaceae com 61
registros; Lauraceae com 15 registros;
Bignoniaceae com 13 registros e
Meliaceae com 10 registros. O maior
número de registros é procedente de
Minas Gerais (42 exemplares), seguido
do estado de são Paulo (25 exemplares)
e do Amazonas (23 exemplares).
A carpoteca também representa uma
importante coleção acessória do acervo
do Herbário CesJ, reunindo 578
registros, sendo 443 exclusivos da
carpoteca e 135 compartilhados com a
coleção geral. esta coleção é formada por
frutos e sementes volumosos que estão
relacionados às exsicatas e, portanto,
apresentam o mesmo número de registro
do espécime tombado na coleção geral
(FIG. 13).
44 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 12 – exemplares de madeira de espécies de importância econômica da família Fabaceae, depositados na xiloteca. à esquerda: pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart.); ao centro acima: pau-Brasil (Caesalpinia echinata Lam.); ao centro abaixo: braúna (Melanoxylon brauna schott); à direita: garapa (Apuleia leiocarpa (vogel) J.F.MacBr.).
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45MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 201346
Conclusão
A relevância do Herbário CesJ fica
patente quando levado em consideração o
número de artigos científicos publicados
nos últimos 10 anos relacionados a
estudos da riqueza florística do estado de
Minas Gerais que citaram exemplares
depositados em seu acervo (TAB. 2).
Foram levados em consideração apenas
os artigos que apresentam descrições de
novas espécies, listagens florísticas,
floras e artigos de biogeografia, não
sendo considerados, por exemplo, artigos
de revisão taxonômica de grupos
FIGurA 13 – exemplares de frutos e sementes depositados na carpoteca do Herbário CesJ.
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específicos, o que poderia duplicar esta
lista. esta não é uma lista exaustiva, mas
certamente suficiente para destacar a
importância da manutenção de uma
coleção biológica do porte da depositada
no herbário CesJ.
A ampla divulgação deste acervo
constitui uma ferramenta fundamental para
a conservação ambiental, trazendo à toda
comunidade o conhecimento sobre o
estudo de nossa flora no âmbito das
instituições de ensino e pesquisa, de
maneira à despertar a cidadania sobre a
importância e responsabilidade da
preservação de nossos recursos naturais
para estudos científicos e conservação.
MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013 47
TABELA 2
Lista de artigos publicados nos últimos dez anos sobre a flora brasileira e que citaram exemplares depositados no acervo do Herbário CESJ
(Continua...)
Título Autor(es) Periódico Ano
Duas novas espécies de Lippia sect. Rhodolippia Schauer (Verbenaceae) da América do Sul.
F.R.G. Salimena Hickenia 2002
A família Orchidaceae na Reserva Biológica da Represa do Grama – Descoberto, Minas Gerais, Brasil.
L. Menini Neto et al. Rodriguésia 2004
A família Orchidaceae em um fragmento de floresta estacional semidecidual no município de Barroso, Minas Gerais, Brasil.
L. Menini Neto et al. Lundiana 2004
A família Palmae na Reserva Biológica da Represa do Grama, Minas Gerais, Brasil.
M.O. Pivari & R.C. Forzza
Rodriguésia 2004
A new species of Cupania sect. Trigonocarpus (Sapindaceae) from Brazil.
G.V. Somner & M.S. Ferrucci
Botanial Journal of the Linnean Society
2004
A família Araceae na Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil.
V.R. Almeida et al. Rodriguésia 2005
A família Lauraceae na Reserva Biológica da Represa do Grama, Minas Gerais, Brasil.
L.C.S. Assis et al. Bol. Botânica USP 2005
Duas novas espécies de Convolvulaceae de Minas Gerais, Brasil.
R. Simão-Bianchini & J.R. Pirani
Hoehnea 2005
Nova espécie de Miconia Ruiz & Pav (Melastomataceae) para Minas Gerais, Brasil.
B. Chiavegatto & J.F.A. Baumgratz
Acta Botanica Brasilica
2006
Annonaceae da Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil, com uma nova espécie, Unonopsis bauxitae.
A.Q. Lobão et al. Rodriguésia 2006
Four New Myrtaceae from Eastern Brazil. M. Sobral & F. Couto Novon 2006
Checklist of Bromeliaceae of Minas Gerais, Brazil, with notes on taxonomy and endemism.
L.M.Versieux & T. Wendt
Selbyana 2006
Novos registros de Orchidaceae para a flora do Estado de Minas Gerais, Brasil.
N.L. Abreu et al. Orchidstudium 2007
A família Melastomataceae nas formações campestres do Parque Estadual do Ibitipoca, Lima Duarte, MG, Brasil.
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Boletim de Botânica da USP
2007
Passifloraceae na Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil.
N.M. Farinazzo & F.R.G. Salimena
Rodriguésia 2007
Tetracera forzzae (Dilleniaceae), uma nova espécie para a Zona da Mata de Minas Gerais.
C.N. Fraga & G.A. Aymard
Novon 2007
Orchidaceae do Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais - Brasil.
L. Menini Neto et al. Acta Botanica Brasilica
2007
Pleurothallidinae (Orchidaceae) no Parque Estadual de Ibitipoca.
L. Menini Neto et al. Boletim de Botânica da USP
2007
(Continua...) Título Autor(es) Periódico Ano
Similaridade entre os habitats da vegetação do Morro do Imperador, Juiz de Fora, Minas Gerais, com base na composição de sua flora fanerogâmica.
D.S. Pifano et al. Rodriguésia 2007
Piperaceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
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Boletim de Botânica da USP
2007
Passifloraceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais.
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Boletim de Botânica da USP
2007
Bromeliaceae diversity and conservation in Minas Gerais state, Brazil.
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Biodiversity and Conservation
2007
Habenaria pseudoglaucophylla (Orchidaceae), a new species from Minas Gerais, Brazil.
J.A.N.Batista et al. Novon 2008
A tribo Astereae (Asteraceae) no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
R.A.X. Borges et al. Boletim de Botânica da USP
2008
Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Nyctaginaceae.
A. Furlan et al. Boletim de Botânica da USP
2008
Dryopteridaceae (Polypodiopsida) no estado de Minas Gerais, Brasil.
P.A. Garcia & A. Salino
Lundiana 2008
Apocynaceae s.l. na Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil.
C.N. Matozinhos & T.U.P. Konno
Rodriguésia 2008
Myrtaceae dos campos de altitude do Parque Nacional do Caparaó – Espírito Santo/Minas Gerais, Brasil.
F.F. Mazine & F.S. Souza
Rodriguésia 2008
Apocynaceae do Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
L. Monguilhott & R. Mello-Silva
Boletim de Botânica da USP
2008
A família Bromeliaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, MInas Gerais, Brasil.
R.F. Monteiro & R.C. Forzza
Boletim de Botânica da USP
2008
Macrófitas Aquáticas da Lagoa Silvana, Vale do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil.
M.O. Pivari et al. Iheringia, série Botânica
2008
A new species of Lessingianthus (Asteraceae: Vernonieae) from Minas Gerais, Brazil
R.A.X. Borges & M. Dematteis
Brittonia 2008
Four new species of Maranta L. (Marantaceae) from Brazil.
S. Vieira & V.C. Souza
Botanical Journal of the Linnean Society
2008
Three new species of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) from Brazil.
M.A. Milward-de-Azevedo
Brittonia 2008
Aristidoideae, Chloridoideae, Danthonioideae e Pooideae (Poaceae) no Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais Brasil.
F.M. Ferreira et al. Boletim de Botânica da USP
2009
Bambusoideae (Poaceae) no Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais Brasil.
F.M. Ferreira et al. Boletim de Botânica da USP
2009
Florística e caracterização da vegetação da Toca dos Urubus, Baependi, Minas Gerais, Brasil.
F.M. Ferreira & R.C.Forzza
Biota Neotropica 2009
Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Myrsinaceae.
M.F.Freitas et al. Boletim de Botânica da USP
2009
48 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
( Título Autor(es) Periódico Ano
Cyperaceae e Juncaceae no Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
D. Lacerda et al. Boletim de Botânica da USP
2009
Panicoideae (Poaceae) no Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais Brasil.
R.D. Melo Boletim de Botânica da USP
2009
Redescoberta e tipificação de Octomeria leptophylla Barb. Rodr. (Orchidaceae), micro-orquídea endêmica de Minas Gerais, Brasil.
L. Menini Neto & A. Docha Neto
Rodriguésia 2009
Angiosperm epiphytes as conservation indicators in forest fragments. A case study from southeastern Minas Gerais, Brazil.
L. Menini Neto et al. Biodiversity and Conservation
2009
Flora vascular não-arbórea de uma floresta de grota na Serra da Mantiqueira, Zona da Mata de Minas Gerais, Brasil.
L. Menini Neto et al. Biota Neotropica 2009
Flora de Grão Mogol, Minas Gerais: Verbenaceae. F.R.G. Salimena & T.S. Silva
Boletim de Botânica da USP
2009
As subfamílias Vanilloideae e Orchidoideae (Orchidaceae) em um fragmento da Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil.
N.L.Abreu et al. Boletim de Botânica da USP
2010
Three new species of Ocotea (Lauraceae) from the campos rupestres of Brazil.
L.C.S. Assis & R. Mello-Silva
Brittonia 2010
Melastomataceae nos remanescentes florestais do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
F.F.V.A. Barberena Boletim de Botânica da USP
2010
The Asteraceae flora of the Serra do Ibitipoca: analyses of its diversity and distribution compared with selected areas in Brazilian mountain ranges.
R.A.X. Borges Boletim de Botânica da USP
2010
Solanaceae A. Juss. na Serra Negra, Rio Preto, Minas Gerais.
E.A. Feliciano & F.R.G. Salimena
Rodriguésia 2010
Bromeliaceae de um campo de altitude no sul de Minas Gerais (Brasil).
T.M. Machado & L. Menini Neto
Fontqueria 2010
Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Moraceae. E.G.A. Martins & J.R. Pirani
Boletim de Botânica da USP
2010
A família Amaryllidaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
R.F. Monteiro & R.S. Oliveira
Boletim de Botânica da USP
2010
Habranthus (Amaryllidaceae) da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais e Bahia, Brasil.
R.S. Oliveira et al. Rodriguésia 2010
Caracterização florística e fitofisionômica da Serra do Condado, Minas Gerais, Brasil.
D.S. Pifano et al. Biota Neotropica 2010
Trixis forzzae (Compositae: Mutisieae), a new species from Minas Gerais, Brazil.
R.A.X. Borges & M.M. Saavedra
Kew Bulletin 2010
Orchidaceae das Serras Negra e do Funil, Rio Preto, Minas Gerais, e similaridade florística entre formações campestres e florestais do Brasil.
N.L.Abreu et al. Acta Botanica Brasilica
2011
(Continua...)
49MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
(Continua...) Título Autor(es) Periódico Ano
Plagiochilaceae Müll. Frib. & Herzog (Marchantiophyta) of a Southeastern Brazilian Region (Parque Estadual do Ibitipoca - Minas Gerais).
E.T.Amorim et al. Boletim do Instituto de Botânica
2011
Gesneriaceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais.
J.G. Blaser et al. Boletim de Botânica da USP
2011
Droseraceae do Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
R. Ferrero & R. Mello-Silva
Boletim de Botânica da USP
2011
Urban bryophytes from a Southeastern Brazilian area (Juiz de Fora-Minas Gerais).
P.S. Machado & A.P. Luizi-Ponzo
Bol. Instituto de Botânica
2011
A New Species of Macroditassa (Apocynaceae-Asclepiadoideae) from Minas Gerais, Brazil.
C.N. Matozinhos & T.U.P. Konno
Systematic Botany 2011
Bryaceae from forest remnants of a Southeastern area of Brazil (Minas Gerais).
L.A.Paiva et al. Boletim do Instituto de Botânica
2011
Macrófitas aquáticas do sistema lacustre do Vale do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil.
M.O. Pivari et al. Rodriguésia 2011
A família Eriocaulaceae no Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil.
C. Sarquis et al. Boletim de Botânica da USP
2011
New records of mosses (Bryophyta) to a Southeastern Brazilian region (Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais Brazil).
T.S. Siviero et al. Boletim do Instituto de Botânica
2011
Composição, estrutura e similaridade florística da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto-MG.
A.S.M. Valente et al. Rodriguésia 2011
Four new species of Chionolaena (Asteraceae: Gnaphalieae) from south-eastern Brazil.
B. Loeuille et al. Kew Bulletin 2011
Cardiospermum bahianum (Sapindaceae: Paullinieae), a new species from Bahia, Brazil.
M.S. Ferrucci & J.D. Urdampilleta
Systematic Botany 2011
Pteridófitas da Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. F.S.Souza et al. Acta Botanica Brasilica
2012
Beilschmiedia vestita (Lauraceae), a new species from the Brazilian Atlantic forest
L.C.S. Assis & M.F. Santos
Brittonia 2012
Two new species of the fern genus Blechnum with partially anastomosing veins from Northern Brazil.
V.A.O. Dittrich et al. Systematic Botany 2012
Annonaceae Juss. na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil.
S.M. Dutra et al. Rodriguésia 2012
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte – MG.
E.R. Oliveira & L. Menini Neto
Revista Brasileira de Plantas Medicinais
2012
Species delimitation in Lippia section Goniostachyum (Verbenaceae) using the phylogenetic species concept.
O’Leary, N., Denham,S., Salimena, F. & Múlgura, M.E
Botanical Journal of the Linnean Society
2012
A new combination in Verbenaceae and a new synonym in Lamiaceae from Brazil
Salimena, F.R.G., Múlgura, M.E. & Harley, R.
Phytotaxa 2012
50 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
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(Conclusão) Título Autor(es) Periódico Ano
Plinia delicata (Myrtaceae), a new species from southeastern Brazil
Antunes,K., Salimena, F.R.G. & Sobral, M.
Phytotaxa 2013
A new and threatened species of Passiflora (Section Decaloba) from Minas Gerais State, Brazil
Bernacci, L.C.,Mezzonato, A.C. & Salimena, F.R.G.
Systematic Botany 2013
Biogeography and conservation status assessment of Pseudolaelia (Orchidaceae).
L. Menini Neto & R.C. Forzza
Botanical Journal of the Linnean Society
2013
Flora fanerogâmica da Serra Negra, Minas Gerais, Brasil.
F.R.G. Salimena et al.
Rodriguésia 2013
51MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
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Agradecimentos
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52 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FOrZZA. r. C.; sTeHMANN, J. r.; NADruZ, M.;FILArDI, F. L. r.; COsTA, A.; CArvALHO Jr., A.A.; PeIXOTO, A. L.; WALTer, B. M. T.; BICuDO, C.;MOurA, C. W. N.; ZAPPI, D.; COsTA, D. P.;LLerAs, e.; MArTINeLLI, G.; LIMA, H. C.; PrADO,J.; BAuMGrATZ, J. F. A.; PIrANI, J. r.;sYLvesTre, L. s.; MAIA, L. C.; LOHMANN, L. G.;PAGANuCCI, L.; ALves, M. v. s.; sILveIrA, M.;MAMeDe, M. C. H.; BAsTOs, M. N. C.; MOrIM, M.P.; BArBOsA, M. r.; MeNeZes, M.; HOPKINs, M.;LABIAK, P. H.; GOLDeNBerG, r.; seCCO, r.;rODrIGues, r. s.; CAvALCANTI, T.; sOuZA, v.C. (Orgs.) ListadeEspéciesdaFloradoBrasil.rio de Janeiro: Jardim Botânico do rio de Janeiro.Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012.Acessado em 19 de julho de 2012.
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sHePHerD, G. J. Plantas terrestres. In:
Araucaria angustifolia, conhecida
como Araucária ou Pinheiro-brasileiro, tem
sua ocorrência restrita ao hemisfério sul,
presente na Austrália, Papua, Nova Guiné,
Nova Caledônia, vanuatu, Chile, Argentina
e no sul e sudeste do Brasil (eMBrAPA,
1986; ANGeLI, 2003; MATTOs, 1994).
Formam agrupamentos densos na região
leste e central dos estados do rio Grande
do sul, santa Catarina e Paraná, em
refúgios da serra do Mar e da serra da
Mantiqueira, exclusivamente em domínios
de Floresta Ombrófila Mista (MATTOs,
1994; sOLÓrZANO-FILHO & KrAus,
1999; ANGeLI, 2003). A área de ocorrência
original da espécie correspondia a 185.000
km² e, devido a pressões antrópicas,
restam apenas 3 % de sua cobertura
original (sOLÓrZANO-FILHO & KrAus,
1999). Por causa desse processo
predatório, a espécie Araucaria angustifolia
encontra-se na lista nacional e do estado
de Minas Gerais de espécies ameaçadas
de extinção, sendo classificada como
vulnerável (BrAsIL, 2008; DruMMOND et
al., 2008). De acordo com a IuCN (2013), a
referida espécie é considerada criticamente
ameaçada (critério A2cd).
Trata-se de uma espécie perenifólia,
arbórea, com altura entre 10 e 30 metros
(FIG. 1). Possui tronco reto e cilíndrico se
ramificando em pseudo-verticilos alterno-
espiralados. sua casca é grossa, de cor
marrom, persistente, áspera e rugosa. são
plantas dióicas e seus pseudofrutos são
agrupados na pinha (ANGeLI, 2003). A
Araucária é uma espécie pioneira e
heliófila, que se estende sobre os campos,
formando capoeirões (ANGeLI, 2003;
CÉsAr FILHO, 2005). se considerados os
aspectos fitossociológicos, a espécie
apresenta dificuldade de regeneração tanto
no interior de florestas quanto em
ambientes perturbados (ANGeLI, 2003).
A semente da Araucária é conhecida
como pinhão e é rica em reserva energética
e em aminoácidos, sendo muito utilizada na
alimentação humana, consumida cru,
cozida ou assada. Por conta das inúmeras
pinhas que produz, interage intensamente
com a fauna, que contribui com sua
dispersão, tendo como principais
dispersores, roedores e aves (e.g. cotias,
pacas, ouriços, esquilos, papagaio-do-
peito-roxo e gralha-picaça) (sOLÓrZANO-
FILHO & KrAus, 1999; ANGeLI, 2003). O
EmDestaque
Araucaria angustifolia (Bertol.)Kuntze
Família:Araucariaceae
NomePopular:Araucária, Pinheiro-brasileiro, Pinheiro-do-Paraná
Situação(IUCN):Criticamente ameaçada
53MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
FIGurA 1 – Araucaria angustifolia.A) Hábito;B) Copa;C) Padrão de ramificação: pseudo-verticilos alterno-espiralados.
Fot
os:
Fáb
io K
abeç
ão C
ampo
s
54 MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
pinhão apresenta ainda propriedades
medicinais, sendo indicado no combate a
azia, anemia e debilidades do organismo
(eMBrAPA, 1986).
Da Araucária são obtidos vários
produtos dentre os quais destacam-se a
madeira, a semente e a resina, que é
extraída da casca. Devido à madeira
apresentar boas características físicas e
ser moderadamente densa, foi muito
utilizada na região sul do Brasil para o
artesanato e para a exportação
(sOLÓrZANO-FILHO & KrAus, 1999).
sua semente, o pinhão, na época de
colheita, é vendida pela população das
áreas rurais no comércio local das cidades
(MATTOs, 1994). Tal comecialização é
comum na região sul do Brasil e também
em alguns municípios no sul de Minas
Gerais, como em Baependi, onde a
Araucária é uma espécie de grande valor
sócio-econômico para comunidade. Além
ser muito empregada no paisagismo,
especialmente em propriedades rurais, sua
semente representa uma fonte de renda
extra para as famílias da zona rural durante
o período de produção que, no município,
ocorre nos meses de março e abril.
Dentre as inúmeras utilidades que
essa espécie apresenta, destacam-se, em
Baependi, suas propriedades
fitoterápicas. Tal informação é baseada
em dados obtidos através de entrevistas
realizadas com 11 conhecedores de
plantas medicinais que residem no local,
destes, sete indicaram essa espécie para
o tratamento de “tosse comprida em
crianças” (coqueluche).
O número relevante de citações
dessa espécie pelos informantes somado à
sua grande importância associada a outras
atividades no município, demonstra a
estreita relação entre a comunidade local e
a Araucária. Tais informações reforçam a
necessidade de políticas públicas sérias
que visem a preservação dessa espécie,
que possui grande importância não só para
a população de Baependi, mas também
para a população de vários municípios do
sudeste e sul do Brasil.
RégisMoreiraFerreira
ecólogo. Centro universitário Belo Horizonte. Av.
Professor Mário Werneck, 1685, estoril, CeP 30455-
610, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
MarcoOtávioDiasPivari
Biólogo, Doutor em Biologia vegetal. universidade
Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências
Biologicas, Laboratorio de sistematica vegetal. Av.
Antônio Carlos 6627, Pampulha, CeP 30130-000,
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
AnaLuísadeCarvalhoLima
Bióloga, Doutoranda no Programa de Pós-
Graduação em ecologia e Conservação de
recursos Naturais da universidade Federal de
uberlândia, Instituto de Biologia, rua Ceará, s/nº,
Campus umuarama, CeP 38400-902,
uberlândia/MG-Brasil.
FabrícioMoreiraFerreira
Biólogo, Doutor em Botânica. universidade estadual
de Feira de santana, Av. Transnordestina s.n., Br
116 Norte, km 3, Novo Horizonte, CeP 44036-900,
Feira de santana, Bahia, Brasil. Autor para
correspondência ([email protected]).
55MG.BIOTA, Belo Horizonte, v.5, n.6, fev./mar. 2013
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