Pesquisa documental em Linguística Aplicada:

como fazer

Disciplina: METODOLOGIA DA PESQUISA 2013.1Professora: Dra. Denise Lino de Araújo

Mestranda:Isabelle Guedes da Silva SOUSA

OBJETIVOSDescrever a Pesquisa

Documental enquanto método;Revelar o espaço dos

documentos em investigações científicas;

O PARALELISMO CIENTÍFICO NA PÓS-MODERNIDADEO paradigma científico positivista

dominante a partir do século XIX.O paradigma Interpretativista

(qualitativo) ganhando espaço no século XX:

A)É um termo inclusivo;B)não exclui abordagens

quantitativas;C)É uma prática comum as várias

abordagens;

“Um conjunto de tradições pode situar-se no paradigma interpretativo, conhecidas por vários nomes como: etnografia, hermenêutica,naturalismo, fenomenologia, interacionismo simbólico,construtivismo, etnometodologia, estudo de caso e pesquisa qualitativa”.

Moreira e Caleffe (2008,p.60)

METODOLOGIA CIENTÍFICA:TERMINOLOGIAS

NECESSÁRIAS

MÉTODO: estabelece o que

fazer

TÉCNICA: é o como fazer

É o processo ou percurso de realização da pesquisa. A metodologia deve estar apropriada ao PROBLEMA DA PESQUISA, a VISÃO DE MUNDO, e as CONDIÇÕES MATERIAIS/ TEMPORAIS para execução da pesquisa.

Está relacionada aos procedimentos, meios e instrumentos utilizados na realização da pesquisa:

PESQUISA DOCUMENTAL OU ANÁLISE DOCUMENTAL

O espaço dos documentos em pesquisas interpretativistas

DOCUMENTOS

INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO-EDUCACIONAL: DOCUMENTOS LEGAIS, REGISTROS DE

PROFESSOR, LIVRO DIDÁTICO

TRIANGULAÇÃO COM ENTREVISTA E OBSERVAÇÃO

INVESTIGAÇÃO HISTÓRICO-CULTURAL:JORNAIS, FOTOS, CARTAS PESSOAIS, VÍDEOS...

O DOCUMENTO/MONUMENTO

O monumento tem o poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas (é um legado à memória coletiva).

O documento está intimamente relacionado a noção de testemunho, de comprovação com um viés objetivo.

O DOCUMENTO/MONUMENTO

SÉCULO XX: necessidade de ampliação da noção de documento com a História Nova e privilégio do dado em detrimento do fato.

REVOLUÇÃO DOCUMENTAL

Para Corsetti (2006) a Revolução documental consiste ampliação de

documentos oficias escritos para além: fotos, relatos, contos...

Para Le Goff (1997) a Revolução documental é quantitativa, mas também qualitativa porque não busca apenas a memória sobre grandes homens ou grandes acontecimentos e teve

contribuição da revolução tecnológica

O DOCUMENTO/ MONUMENTO

CRÍTICASA) Busca pela autenticidade;B) O documento enquanto

registro da memória coletiva;C) Documento como monumento

linguístico quando validado pelo poder.

O DOCUMENTO/MONUMENTO

O DOCUMENTO É MONUMENTO POIS... É um produto da sociedade que o fabricou segundo

as relações de forças que aí detinham o poder. Só a análise enquanto memória coletiva permite recuperá-la e usá-la cientificamente.

Funciona como um “inconsciente cultural” que só com uma crítica interna é possível perceber suas condições de produção histórica.

Deve ser “desmontado” para permitir uma abordagem totalizante e não deve ser isolado dos monumentos de que fazem parte.

Le Goff (1997)

O QUE SÃO DOCUMENTOS “Os materiais escritos(como por exemplo, jornais,

revisas, diários, obras literárias, científicas e técnicas, cartas memorandos , relatórios), as estatísticas (que produzem um registro ordenado e regular de vários aspectos da vida de determinada sociedade) e os elementos iconográficos (como por exemplo, sinais, grafismos, imagens, fotografias, filmes)... As revistas e programas de televisão da época constituem uma rica fonte de dados... Existem também outros documentos como diários, autobiografias e notas de suicídio, que podem constituir um importante caminho para obtenção de informações sigilosas (GODOY, 1995)

RELAÇÃO ENTRE OBJETO E PESQUISADORO documento, nunca está posto, uma

realidade absoluta em si, mas a revelação da complexidade em que está inserido, do contexto

“Sujeito e objeto não são só relação, mas condição sine qua non da produção do conhecimento. Este deve, pois, cada vez mais buscar uma compreensão total da realidade, e não somente suas particularidades objetivas ou subjetivas”

(GHEDIN E FRANCO, 2011, p. 149)

A HERMENÊUTICA NA ANÁLISE DE DOCUMENTOS Teoria Alemã de base Sociológica

caracterizada por possibilitar constituir o externo ao texto, o contexto social (sociopolítico-economico-cultural-vital) através da análise de textos.

Ganha força no paradigma interpretativista a partir da década de 80, pois já era utilizado no paradigma positivista para produção de “verdades” através da lógica de subordinação a frequência e regularidade de dados controlados estatisticamente.

A HERMENÊUTICA NA ANÁLISE DE DOCUMENTOS

ANÁLISE DE CONTEÚDOAnálise de conteúdo é balizado por duas fronteiras: de um lado a fronteira da linguística tradicional e do outro o território da interpretação do sentido das palavras (hermenêutica).

Segundo este ponto de vista, produzir inferência, em análise de conteúdo significa, não somente produzir suposições subliminares acerca de determinada mensagem, mas em embasá-las com pressupostos teóricos de diversas concepções de mundo e com as situações concretas de seus produtores ou receptores. Situação concreta que é visualizada segundo o contexto histórico e social de sua produção e recepção.

Campos (2004)

ANÁLISE DE DOCUMENTOS

A)Independência do contextoB)LiteralidadeC)SequênciaD)Substancialidade da

informaçãoE)Parcimônia

Weller (2007)

ANÁLISE DE DOCUMENTOSA) Análise exaustiva para um

inventário e uma seleção rigorosa;B)Análise preliminar:o contexto, os

autores, a autenticidade, a natureza do texto, conceitos-chave;

C) Análise: desconstrução e reconstrução dos dados, triangulação, relação com a pergunta de pesquisa.

Cellard (2008)

VANTAGENS E DESVANTAGENS NO USO DE DOCUMENTOS

VANTAGENS DESVANTAGENS

Contribui no estudo de outros temas

Muitos documentos não são produzidos para função de investigação social

Permite interpretações Nem sempre são amostras representativas do fenômeno.

O comportamento dos sujeitos é não-reativo

É uma fonte natural de informações inserida em determinado contexto histórico, econômico e social.

Godoy (1995)

TEORIA E PRÁTICA EM PESQUISA DOCUMENTAL

TEORIA E PRÁTICA EM PESQUISA DOCUMENTAL

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TEORIA E PRÁTICA EM PESQUISA DOCUMENTAL

Referências CAMPOS, C. J. G. Método de análise de conteúdo:ferramenta para análise de dados qualitativos no campo da

saúde. Rev Bras Enferm, Brasília (DF) p.611-614. set/out.1995.   CELLARD,A. A análise documental.In:POUPART,J. et al.A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e

metodológicos. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.p. 295 – 316.   CORSETTI, B. Análise documental no contexto da metodologia qualitativa: uma abordagem a partir da experiência

de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unisinos. UNIrevista - Vol. 1, n° 1: 32-46. 2006.   GHEDIN,E.;FRANCO,M.A.S.F. Pressupostos epistemológicos e metodológicos da pesquisa em educação numa

pespectiva hermenêutica. In:________.Questões de método na construção da pesquisa em educação. 2 ed. São Paulo: Cortez,2011.

  GODOY, A. S. pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas .São Paulo, v.

35, n.3, p, 20-29 Mai./Jun. 1995.

LE GOFF, J. História e memória. Tradução Bernardo Leitão [et. al.]. 4ª ed. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 1997 (Coleção Repertórios).

MOREIRA, H.; CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, 2008. RODRIGUES. A. de J. Metodologia científica. São Paulo: AVERCAMP, 2006.

WELLER, Vivian ( 2007). A hermenêutica como método empírico de investigação.Caxambu/MG. 30 Reunião Anual da ANPEd. GT Filosofia.

Capes : banca de teses e dissertações. Disponível em http://capesdw.capes.gov.br/#0 http://capesdw.capes.gov.br/#20