paulo - transoxiana

22
Transoxiana 14 Agosto 2009 Index 14 ISSN 1666-7050 Paulo sob investigação A história da pesquisa e as questões atuais Brian Gordon Lutalo Kibuuka 1 Paulo é um autor cristão cuja importância é tão significativa que ele é considerado o “primeiro pensador teológico do cristianismo”.2 O fato do pensamento paulino não constituir uma repetição exata da pregação de Jesus, mas a pregação sobre Jesus segundo categorias próprias, é significativo. O kérygma paulino, caracterizado pelas afirmações de ser Jesus kýrios, que concede a salvação inaugurada na sua morte, ressurreição e elevação, tornou-se um importante testemunho dada a sua força em seus contextos proclamatórios. Ao mesmo tempo, o judaísmo de Paulo, manifesto nas categorias de justificação, eleição, graça etc. permitiu a conformação das suas idéias a respeito de Jesus em um corpo doutrinário coeso, coerente e facilmente transmissível aos contextos helenizados, marcados pela presença de judeus e pagãos. Tais inovações e conformações tornaram o pensamento paulino forte a ponto de se afirmar ser Paulo o verdadeiro fundador do cristianismo.3 A profundidade, abrangência e divulgação do evangelho paulino, assim como a biografia de Paulo, tiveram grande impacto na igreja, o que redundou na aceitação pela igreja de 13 cartas vinculadas ao seu nome.4 O interior da tradição paulina já revela a recepção do pensamento de Paulo, a sua reelaboração e a readequação num contexto mais institucionalizado e estratificado. As epístolas pastorais refletem tal desenvolvimento, 5 sendo caracterizadas pelo constante apelo à tradição e ao pensamento de Paulo, e pela marcante presença de um corpo institucional que administra e/ou serve as comunidades (presbíteros, diáconos e viúvas).6 O livro de Atos dos apóstolos é um testemunho importante da relevância de Paulo nas comunidades cristãs presentes em ambiente citadino e helenizado. O autor de Atos reserva a maior parte do conteúdo do seu livro para narrar a atividade missionária, a pregação, as perseguições e as prisões de Paulo. Tal narrativa permite perceber a importância que a atividade paulina teve e continuava tendo nas comunidades que ele fundou ou que foram influenciadas por sua vida e pregação, bem como manifesta a relação de Paulo com outros apóstolos e presbíteros.7 O fim do século primeiro, por sua vez, manifesta um segundo estágio na história da recepção de Paulo. Duas menções distintas de leitura e interpretação do pensamento paulino são proporcionadas. A primeira está no interior do cânon e em oposição a Paulo: é a menção do tema da justificação em Tg 2.14-16, que “é simplesmente inconcebível sem a atividade de Paulo precedendo-a”.8 A segunda, também presente no cânon, é a referência ao pensamento paulino em 2 Pe 3.15s.9 Os pais apostólicos também foram influenciados pelo pensamento paulino.10 A carta à igreja de Corinto enviada por Clemente Romano no limiar do primeiro século faz referências diretas Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html 1 de 22 14-set-2011 11:33

Upload: brian-z-edeny

Post on 01-Feb-2016

225 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Artigo sobre Paulo.

TRANSCRIPT

Page 1: Paulo - Transoxiana

Transoxiana 14Agosto 2009

Index 14ISSN 1666-7050

Paulo sob investigação

A história da pesquisa e as questões atuais

Brian Gordon Lutalo Kibuuka1

Paulo é um autor cristão cuja importância é tão significativa que ele é considerado o “primeiro pensador teológico do cristianismo”.2 O fato do pensamento paulino não constituir uma repetição exata da pregação de Jesus, mas a pregação sobre Jesus segundo categorias próprias, é significativo. O kérygma paulino, caracterizado pelas afirmações de ser Jesus kýrios, que concede a salvação inaugurada na sua morte, ressurreição e elevação, tornou-se um importante testemunho dada a sua força em seus contextos proclamatórios. Ao mesmo tempo, o judaísmo de Paulo, manifesto nas categorias de justificação, eleição, graça etc. permitiu a conformação das suas idéias a respeito de Jesus em um corpo doutrinário coeso, coerente e facilmente transmissível aos contextos helenizados, marcados pela presença de judeus e pagãos. Tais inovações e conformações tornaram o pensamento paulino forte a ponto de se afirmar ser Paulo o verdadeiro fundador do cristianismo.3 A profundidade, abrangência e divulgação do evangelho paulino, assim como a biografia de Paulo, tiveram grande impacto na igreja, o que redundou na aceitação pela igreja de 13 cartas vinculadas ao seu nome.4

O interior da tradição paulina já revela a recepção do pensamento de Paulo, a sua reelaboração e a readequação num contexto mais institucionalizado e estratificado. As epístolas pastorais refletem tal desenvolvimento,5 sendo caracterizadas pelo constante apelo à tradição e ao pensamento de Paulo, e pela marcante presença de um corpo institucional que administra e/ou serve as comunidades (presbíteros, diáconos e viúvas).6

O livro de Atos dos apóstolos é um testemunho importante da relevância de Paulo nas comunidades cristãs presentes em ambiente citadino e helenizado. O autor de Atos reserva a maior parte do conteúdo do seu livro para narrar a atividade missionária, a pregação, as perseguições e as prisões de Paulo. Tal narrativa permite perceber a importância que a atividade paulina teve e continuava tendo nas comunidades que ele fundou ou que foram influenciadas por sua vida e pregação, bem como manifesta a relação de Paulo com outros apóstolos e presbíteros.7

O fim do século primeiro, por sua vez, manifesta um segundo estágio na história da recepção de Paulo. Duas menções distintas de leitura e interpretação do pensamento paulino são proporcionadas. A primeira está no interior do cânon e em oposição a Paulo: é a menção do tema da justificação em Tg 2.14-16, que “é simplesmente inconcebível sem a atividade de Paulo precedendo-a”.8 A segunda, também presente no cânon, é a referência ao pensamento paulino em 2 Pe 3.15s.9

Os pais apostólicos também foram influenciados pelo pensamento paulino.10 A carta à igreja de Corinto enviada por Clemente Romano no limiar do primeiro século faz referências diretas

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

1 de 22 14-set-2011 11:33

Page 2: Paulo - Transoxiana

ao apóstolo que já havia dirigido cartas à essa comunidade,11 além de fazer alusões à maioriadas cartas paulinas.12 Nas suas cartas, Inácio faz referência e alusões às cartas paulinas.13 Acarta de Policarpo de Esmirna tem referências constantes a carta de Paulo aos Filipenses,além de referências às fórmulas pístis próprias de Paulo em 3.2; 6.3; e 11.2.14

A existência de textos apócrifos que tem Paulo como personagem principal também é umaevidência importante para a compreensão da recepção do texto paulino. Nos Acta Pauli, asnarrativas de colorido mítico e as temáticas gnósticas inserem mais o personagem Paulo doque o pensamento paulino.15 Tal dado revela o fato de que Paulo foi lido e relido, a ponto detornar-se uma referência para grupos díspares e de diversos lugares, a ponto do apóstolo setornar o herói das narrativas, um milita Christi.16 A terceira Epístola aos Coríntios, por sua vez,é uma reação ortodoxa diante das leituras místicas feitas pelos gnósticos das outras epístolaspaulinas. É também oposta aos Acti Pauli, já que rebate a compreensão de auto-batismo (notexto apócrifo Tecla, discípula de Paulo, batiza a si mesma), de intervenção por poderesmágicos e de sugestões de necessidade de iniciação.17

Textos da Igreja Antiga também fornecem evidências para que se compreenda a importânciadas cartas paulinas desde o segundo século O cânon de Muratori, pertencente ao final dosegundo século, relaciona João e Paulo quanto ao ato de enviar cartas às comunidades,enviando missivas para Corinto, Éfeso, Filipos, Colossos, na Galácia e para Roma. Já Ciprianoescreveu em meados do século III a obra Testimonia, em que afirma que Paulo escreveu parasete igrejas, porque Deus fez o mundo em sete dias (I.20). Por sua vez, Vitorino escreveu noinício do século IV, em seu comentário ao Apocalipse, que Paulo escrever para Roma, Corinto,para a Galácia, para Éfeso, Tessalônica, Filipos e Colossos. Dahl afirma que tais textos têmmostrado uma combinação do argumento da catolicidade com a tradição judaica, expressa naconstante menção ao número 7 (sete).18 Tal combinação revela parcialmente que a razão paraa compilação e disseminação do texto paulino estava na aceitação da apostolicidade domesmo, fator que o tornava autoritativo no contexto da Igreja Antiga.

A dificuldade na compreensão dos textos paulinos, somado aos conflitos políticos entre gruposde tendência gnóstica e os defensores da tradição mais antiga e da sucessão apostólica,deram origem a divergências quanto à extensão do cânon e sobre a prevalência de tradiçõesno interior do mesmo. Destaca-se entre os grupos divergentes aquele ligado a Marcion, que noséculo III propôs a adoção de um cânon anti-judaico, contendo apenas 10 epístolas de Paulo eo evangelho de Lucas, excluídas deste as alusões ou citações ao Antigo Testamento. Harnackafirma que o problema na interpretação de Paulo fez com que a adesão ao pensamento doapóstolo por entusiastas das suas doutrinas místicas e de liberdade fosse rechaçada pelogrupo cristão majoritário.19 Head também afirma que a escolha de epístolas de Paulo, feitamediante a exclusão de parte das suas cartas, no caso, as pastorais, revelam certoconhecimento de variações no interior da tradição paulina, bem como a existência de umcorpus paulinum na igreja de Roma.20

Irineu (Adversus Haeresis) e os textos de Nag Hammadi trouxeram à luz a reverência dosgnósticos ao pensamento paulino, que foi relido segundo princípios místicos e espiritualizantesna tradição manuscrita dos grupos divergentes, culminando na consideração de ser Paulo afonte primária da teologia gnóstica.21 O Evangelho de Filipe, texto gnóstico atribuído aValentiano, apresenta citações e alusões a Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses – aomesmo tempo em que rejeita as epístolas pastorais, provavelmente pela ausência em taisdocumentos dos temas relacionados ao gnosticismo, e pela pressuposição em tais textos deuma igreja institucionalizada, não mais marcadas por carismas, mas por ofícios.22 Algunsgrupos gnósticos tinham tradições que os ligavam diretamente ao apóstolo Paulo – porexemplo Valentiano, que se dizia discípulo de Teudas, que havia sido discípulo do apóstolo.23Irineu de Lião, em oposição aos gnósticos, refuta seus critérios interpretativos sugerindo umaregra de fé ortodoxa (Adv. Haer. I.10.1), a partir da qual a interpretações equivocadas dopensamento paulino são refutadas mediante o cerceamento da atribuição de sentidos elevados

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

2 de 22 14-set-2011 11:33

Page 3: Paulo - Transoxiana

onde o sentido é óbvio.24

O pensamento de Paulo também tem grande importância na tradição patrística. A controvérsiacom os grupos adversários tornou a interpretação da Bíblia uma atividade importante para aortodoxia na patrística. Orígenes de Alexandria propôs, no século III, as bases para a análisedas cartas paulinas: ele indicou a origem dos escritos (exceto 1 e 2 Timóteo) e criou ummétodo de análise a partir da antropologia paulina: carnal, espiritual ou psíquica.A própriateologia de Orígenes tinha por centro o texto de Fl 2.6-11: esvaziamento, humilhação,submissão, restituição e manifestação do amor de Deus.25

No século IV, João Crisóstomo escreveu um comentário de Gálatas, além de vários sermõessobre outras cartas de Paulo. Os princípios de interpretação de Crisóstomo são histórico-gramaticais, com o objetivo de estabelecer aplicações éticas.26 No fim do século IV, Jerônimo,o tradutor da Vulgata, não é diretamente influenciado pelo pensamento paulino, mas escreveusobre um comentário sobre Gálatas, provavelmente sob a influência de Orígenes. Jerônimoaconselha a necessidade de se fazer leituras exegéticas, preservando a tradição interpretativada igreja.27

Agostinho, ao contrário de Jerônimo, foi fortemente influenciado pela teologia paulina. Alémdisso, Agostinho via com bons olhos a análise alegórica, a utilizada por Ambrósio, seu mentore tutor.Mas Agostinho também considerava válidas as análises históricas e tipológicas. Oscritérios de interpretação de Agostinho, presentes na obra De Doctrina Christiana, são a chavepara entender sua leitura dos temas teológicos paulinos, além do fato que Agostinho nãoconhece o grego, nem o hebraico.28 Dentre as interpretações mais importantes de Agostinho,que constituem a chave do seu sistema teológico, está a sua leitura de Rm 5.12, a partir deque afirma que “in quo omnes peccaverunt” (em que todos pecaram). A partir daqui, Agostinhointerpreta a questão do mal mediante leituras particulares, muitas vezes alegóricas e eclesiais,com forte teor cristocêntrico.29 Tal configuração é fundamental para que a leitura de Agostinhoseja reassumida na Reforma e se afirme a justificação pela fé, pois seus comentários sobreRm 7.7-25 e Rm serão fundamentais para extração dos temas fundamentais da confissãoprotestante: sola scriptura, solo christus, sola fides e sola gratia.

A Idade Média é marcada pela influência crescente da Vulgata Latina, concomitante à perda deinfluência e disseminação dos textos hebraicos e gregos. Juntamente com a versão latina eseus pressupostos jeronimonianos, as tradições dos pais também foram assumidas comoautoritativas, ao lado do próprio texto bíblico. O método hermenêutico de então era coerenteaos novos recursos, fontes e motivações: a análise literal, alegórica, moral e anagógica, com oobjetivo de promover os valores cristãos era somada à leitura dos pais latinos e de traduçõeslatinas de pais gregos como Orígenes e João Crisóstomo. Três pais em particular eram asfontes majoritárias: Ambrósio, bispo de Milão; Jerônimo; e Agostinho. A autoridade dossacerdotes, a aceitação e disseminação do monasticismo e a dogmática presente nas decisõesconciliares completavam o panorama medieval que norteava a leitura e interpretação dePaulo.30 O advento da escolástica representou a ascensão de uma nova autoridadeinterpretativa: os escritos de Tomás de Aquino sobre Paulo, que ultrapassam 700 páginas,unido à divulgação em círculos cada vez mais amplos da Catena, uma compilação deinterpretações patrísticas.31

Desiderius Erasmus representa uma significativa mudança antes da eclosão do movimentoReformador, e uma mudança singular do panorama medieval dos estudos paulinos. Em 1499ele visitou a Inglaterra e conheceu John Colet, grande conhecedor de Paulo, que analisava ostextos paulinos segundo critérios literais, apelando ao idioma grego para tornar claro o sentidode textos obscuros.32 Tal método torna compreensível a escolha de Erasmus por promoveruma edição do Novo Testamento grego.

Após Desiderius Erasmus, Martinho Lutero, bispo agostiniano e professor de exegese bíblica

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

3 de 22 14-set-2011 11:33

Page 4: Paulo - Transoxiana

na Universidade de Wittenberg, afirmou a incapacidade humana de justificar-se do pecado,seguindo nisso o pensamento de Agostinho. Porém, a leitura de Romanos 1.17o fez pensar napossibilidade de salvação através da “justiça de Deus”. Tal reflexão o fez rejeitar o sistema deperdão e mérito mediante as indulgências, o que culminou em sua condenação formal na dietade Worms, em 26 de maio de 1520.33 Contra Erasmus, porém, Lutero afirmou ser a vontadehumana escrava do pecado (na obra De Servo Arbitrio), indicando ser a epístola aos Gálatas asua “querida epístola”.34

O advento da Reforma com Lutero constitui um importante marco na análise das cartaspaulinas. A partir de Lutero, a teologia da Reforma Protestante contrapôs à leitura medieval dapregação de Paulo as doutrinas paulinas da justificação pela fé, graça, eleição, glorificação,pecado, redenção, suficiência do sacrifício de Cristo e liberdade.35 Quanto a Calvino, aindaque ele não adotasse o pensamento paulino como principium canonitatis, assumiu a doutrinada justificação pela fé na divergência contra o catolicismo romano.36

A análise liberal das epístolas paulinas começou ainda no século XIX, com as pesquisas deFerdinand Christian Baur. As obras principais de Baur sobre a tradição paulina são: Paulus derapostel Jesu Christi, de 1845 (traduzida para o inglês com o título Paul, Apostle of JesusChrist, em 1876); The Church History of the First Three Centuries, de 1878; e Vorlesungenüber Neutestamentliche Theologie, de 1864. O autor, fundador da chamada Escola deTübingen, analisou os escritos paulinos sob o viés do historicismo supranaturalista, deinfluência hegeliana. Na obra Paulus der Apostel Jesu Christi, Baur parte da premissa quePaulo desenvolveu sua teologia na via contrária do cristianismo primitivo, ainda fortementevinculado ao judaísmo. Para Baur, ao se aproximar historicamente o texto paulino com osaspectos conjunturais e contextuais do restante do cristianismo do primeiro século, ficamclaras as distinções entre ambos. Baur, influenciado por Hegel, partiu do princípio de quehavia uma contraposição de duas facções rivais no cristianismo primitivo: a primeira facção,representada pelos petrinistas (judaizantes), antepunha-se aos paulinistas (gentílicos). Este éo “partido de Cristo”, acusado pelos membros do partido de Pedro de não serem discípulos deJesus (1 Co 1.12).37

Para Baur, o conflito entre os grupos divergentes era intenso, de forma que houve tentativasde mediação entre os partidos. Tais tentativas estão presentes em Tiago, 1 Pedro e 2 Pedro(principalmente 2 Pe 3.15), culminando numa síntese final: a teologia joanina. Ainda assim, opensamento paulino perdurou, pois formulou o conceito de doutrina. Segundo Baur, “oconceito paulino de doutrina é o momento mais significativo no desenvolvimento histórico docristianismo primitivo”.38

Outro tema tratado por Baur é o da autenticidade das epístolas paulinas. Para o autor, apenasRomanos, Gálatas, 1 Coríntios e 2 Coríntios são autênticas, já que é possível perceberclaramente a distinção entre o cristianismo paulino e seus opositores. Quanto às pastorais,Baur afirma na obra Die sogenannten Pastoralbriefe, de 1835, que tais cartas não sãoautênticas quanto à sua autoria, pois representam a tentativa de afastamento da tradiçãognóstica. Tais cartas, ao se referirem aos falsos cristãos, estariam mencionando os gnósticosdos tempos pós-apostólicos, ao mesmo tempo em que mantém a distância do cristianismojudaizante caracterizado pela estreiteza. Por fim, Baur entende ser a epístola aos Romanosuma epístola situacional, que enfatiza o fim do exclusivismo judaico. Logo, o centro da cartaestá em Rm 9-11.39

As investigações de Baur sobre as cartas paulinas duraram até 1847, quando o autor passou ase dedicar ao estudo dos evangelhos. Suas análises continuaram, porém, na escola deinterpretação que gravitava em torno do importante professor: a Escola de Tübingen. EduardZeller, Karl Reinhold Köstlin, Albrecht Ritschl, Albert Schwegler, Karl Christian Planck, AdolfHilgenfeld e Gustav Volkmar continuaram a unir a pesquisa histórica dos conflitos e oposiçõesexistentes no cristianismo do primeiro século e a interpretação de Paulo.40 Mas tais

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

4 de 22 14-set-2011 11:33

Page 5: Paulo - Transoxiana

compreensões foram alvo de análise crítica pela chamada Escola de Cambridge, de J. B.Lightfoot, F. J. A. Hort, B. F. Westcott. Lightfoot, na conferência sobre a carta aos Gálatas, noTrinity College, em 1865, afirmou que a análise de Tübingen, além de artificial, era por demaishistórica, esquecendo-se das particularidades do pensamento de Paulo e dos autores emquestão, que não são diretamente advindos do contexto do discurso. O mesmo autor, na obraDissertation on 'Saint Paul and the Three', afirma que a oposição dos judaizantes em relação aPaulo é importante, mas que pode ser analisada sem o recurso aos modelos históricos rígidosde oposição nos tempos apostólicos.41

A análise liberal continuou seu curso com as pesquisas K. Holsten,42 H. Lüdemann,43 O.Pfleiderer44 e principalmente H. J. Holtzmann. Holtzmann analisou os temas e motivos dePaulo segundo a antropologia grega, na obra Lehrbuch der neutestamentlichen Theologie,1897. Para o autor, apenas a experiência pessoal de Paulo pode tornar mais claras as opçõesteológicas do mesmo. Tais opções, uma vez assumidas, são expressas mediante categoriasgregas, que o influenciaram fortemente na formação de suas experiências e idéias. ParaHoltzmann, Paulo assume temas gregos sem abdicar daqueles que são próprios à suaformação judaica, sendo o próprio apóstolo uma síntese entre os dois modos de pensar.Assim, ética e direito, idealismo e realismo, paradoxos aparentemente irreconciliáveis fazemparte do pensamento do mesmo autor, tornando seu evangelho peculiar, único, singular.45Segundo Holtzmann, em lugar de um abismo entre Jesus e Paulo, o que há na verdade é umatransposição do pensamento de Jesus para o mundo grego a partir de um vetor fortementeinfluenciado pela mensagem cristã.46 Tal transposição se dá devido à separação, na pesquisaliberal de Holtzmann, entre a teologia e a religião, sendo a religião de Paulo ético-mística,vinculada à forte experiência interior de Damasco;47 e a teologia seria a expressão metafísicacom vistas a alcançar os seus interlocutores gregos.48

A análise liberal de Paulo foi criticada por W. Wrede na obra Paul, de 1904. Segundo Wrede, adicotomia religião/teologia deve ser superada, pois a segunda é expressão adequada daprimeira. A respeito de Paulo, a teologia é uma cristologia, tendo por centro a redençãoexecutada pelo Cristo.49 Tal redenção e sua consumação são narradas em termos mitológicose judaicos, aplicados por Paulo a Jesus sem a consciência de que tais pressuposiçõesmodificavam de forma significativa a figura histórica de Jesus.50 Para Wrede, a diferença entreJesus e Paulo é tão significativa que ele afirma: “daquilo que para Paulo é tudo, Jesus nadasabe”.51

A transição do século XIX para o século XX marca uma mudança significativa na história dapesquisa de Paulo: a análise liberal cede espaço à religionsgeschichtliche das epístolaspaulinas, trazendo consigo a pesquisa das verossimilhanças entre os temas paulinos eaqueles que faziam parte das religiões pagãs do seu contexto. Os historiadores e filólogos F.Cumont,52 A. Dieterich53 e R. Reitzenstein54 foram influências importantes para a análisecomparativa dos atos sacramentais das religiões de mistério, o judaísmo e demais religiõespagãs e o cristianismo. Em 1912, W. Heitmüller, em sua investigação sobre os grupos distintospertencentes ao cristianismo primitivo a partir da comparação entre religiões, afirmou existiruma terceira expressão do cristianismo primitivo para além das propostas pela Escola deTübingen, as quais tinham certa aceitação até o início do século XX. Heitmüller defendia aexistência da comunidade primitiva palestinense, do cristianismo paulino propriamente dito edo chamado “cristianismo helenista”.55 O cristianismo helenista, radicado em Antioquia,evidenciaria a transição cultural e teológica que permitiria uma melhor caracterização datransição paulina, representando a migração de um dos grupos (Paulo era fariseu) para ooutro pólo (“apóstolo dos gentios”). Entre um em outro, Paulo experienciou o cristianismohelenista de Antioquia da Síria.

A partir do pensamento de Heitmüller, W. Bousset56 publicou, em 1908, a obra Kyrios, em queprocura descrever o cristianismo helenista em termos de religião distinta do cristianismopalestinense. O autor, que já havia proposto uma reconstituição histórica de Paulo na obra Der

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

5 de 22 14-set-2011 11:33

Page 6: Paulo - Transoxiana

Apostel Paulus, de 1906, procura em Kyrios descrever a comunidade de Antioquia comoadoradora de um Senhor celestial, sendo os encontros eucarísticos ceias de mistérios.

Albert Schweitzer é outro importante teólogo bíblico, cuja pesquisa mais relevante é sobre oJesus histórico, mas a esta segue uma importante contribuição sobre a interpretação de Paulo.Após a conclusão da obra Von Reimarus zu Wrede, em 1906, Schweitzer passou a escrever arespeito dos textos paulinos em oposição à pesquisa da religionsgechichtliche Schüle. O iníciodas análises de Schweitzer a respeito de Paulo se dá quando o autor começa a lecionar sobreo ensino paulino a respeito do “estar em Cristo”.57 Em 1911, o autor publica a obra Geschichteder Paulinischen Forschung von der Reformation bis auf die Gegenwart. A obra é umacontinuação da história da pesquisa crítica sobre a vida de Jesus exposta na obra de 1906,agora sob o ponto de vista da fé das comunidades primitivas, que assimilaram assuntos dateologia grega na mais antiga proclamação cristã.58

Schweitzer chama as categorias apropriadas da cultura grega de “misticismo”, e afirma que taladaptação da proclamação apocalíptica jesuânica para o contexto grego tornou possível asobrevivência do cristianismo em terras pagãs. Na obra Die Mystik des Apostels Paulus, de1930, o autor afirma que tal procedimento feito por Paulo não apenas resguardou ocristianismo, mas modificou as tradições mais antigas advindas da Palestina, tornando-as maisassimiláveis para a utilização dos primeiros missionários cristãos.59

As pesquisas sobre as relações de Paulo com Jesus e a formação de um kérygma paulinocom formas literárias peculiares e temas inovadores teve continuidade com R. Bultmann.Bultmann é o mais importante acadêmico de teologia bíblica do século XX. A primeira obra deBultmann sobre o pensamento paulinoé Der Stil der paulinischen Predigt und die kynisch-stoische Diatribe, publicada em 1910. Nessa, Bultmann discute formalmente as diatribespaulinas, iniciando assim as suas incursões na Formsgeschichte. Para Bultmann, a pregaçãode Paulo utiliza formas literárias dos filósofos cínico-estóicos, sendo a diatribe uma delas.60Após a publicação por Barth de Der Römerbriefe, Bultmann recebe bem a teologia dialética,estabelecendo correspondência com o autor suíço.61

Bultmann passou a publicar a partir do final da década de 1920, obras sobre a relação entre okérygma de Jesus e Paulo. Em 1929, publicou The Significance of the Historical Jesus for theTheology of Paul, artigo em que Bultmann afirma que Paulo reflete indiretamente a tradiçãosobre o Jesus histórico, principalmente em sua ética, de forma que o ensino de Jesus,importante na tradição sinótica, é irrelevante e praticamente inexistente em Paulo.62 No artigo,o teólogo de Marburgo ainda afirmou que ambos, Jesus e Paulo, baseiam-se na lei: o primeiro,na lei do amor; o segundo, na situação do homem como pecador diante de Deus. Por sua vez,o artigo Jesus and Paul, publicado em 1936, continua a tratar da relação entre os doisprincipais personagens do cristianismo na concepção bultmanniana, juntamente com João.

A principal obra de Bultmann é a Teologia do Novo Testamento, publicada entre 1948 e 1953em dois volumes. Na obra, Bultmann analisa o kérygma, enfatizando principalmente opensamento e a teologia de Paulo, o que se vê pelo número de páginas dedicado ao tema.Bultmann oferece em sua magna opus uma detalhada análise filológica, uma coerente análiseteológica e uma exposição a partir de questões a respeito da existência humana, tendo porbase a filosofia existencial de Heidegger.

Bultmann assevera que há um ponto escatológico comum entre Jesus e Paulo: o apelo àdecisão. Porém a teologia paulina, em sua cristologia e eclesiologia, é condicionada pelagnosis, assumindo por isso uma visão de mundo pessimista e uma tendência dualista queabrange todo o cosmos.63 Tal visão dualista funde mito e apelo à decisão; funde narrativas decaráter mítico e asseverações éticas.64 Sendo assim, o trabalho do intérprete moderno édemitologizar os conteúdos do kérygma paulino, para obter assim acesso ao conteúdo queserve à decisão e permite a vivência segundo a fé. As teses de Bultmann são muito

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

6 de 22 14-set-2011 11:33

Page 7: Paulo - Transoxiana

importantes em meados do século XX, encontrando apoio em autores importantes como E.Haenchen, E. Käsemann,65 W. Schmitals,66 E. Fuchs,67 G. Bornkamm,68 P. Vielhauer69 eE. Bradenburger.70

As investigações de Bultmann geraram reações conservadoras e tentativas de ordenaçãocronológica a partir de um esquema evolutivo do pensamento de Paulo. C. H. Dodd, na obraThe Apostolic Preaching and Its Developments, de 1936, aceitou a premissa de Bultmann deque a pregação de Paulo é escatológica. Porém Dodd afirmou ser escatologicamente relevantepara Paulo a morte e ressurreição de Jesus, de forma que os conteúdos escatológicosformados a posteriori do evento crítico constituem uma escatologia realizada. Após aressurreição de Cristo, todos os que nele estão partilham do milagre escatológico, de formaque os aspectos fundamentais da salvação têm relação com o presente. Tal pensamento édistinto de Bultmann, pois este pretende acentuar a antropologia paulina a ponto de ver nosdemais conteúdos, até nos escatológicos, questões humanas.

As pesquisas de Sabatier,71 Machen,72 Mundle,73 C. H. Dodd,74 Fascher,75 Davies,76Brunot,77 Schoeps78 e Amiot79 chegaram a conclusão que o pensamento paulino, longe deser monolítico, apresenta variação significativa, podendo ser dividido em etapa das Epístolasaos Tessalonicenses: etapa em que o pensamento paulino estava concentrado nas ênfases datradição mais antiga, a tradição escatológica; etapa das grandes epístolas, oportunidade naqual o encontro com o helenismo exigiu a adaptação por parte de Paulo, que procurou tratardos temas da libertação da Lei e dos princípios éticos pelas listas e lições morais. E, por fim, aetapa das Epístolas do Cativeiro, em que Paulo se concentra no tema da revelação do mistériode Cristo.80

A Nova Perspectiva Sobre Paulo (NPP)81 é uma proposta de mudança na leitura dos textospaulinos segundo os critérios tradicionais dos autores Protestantes, particularmente Lutero eCalvino, que analisam a teologia paulina como expressão de uma soteriologia de naturezaforense. Tal leitura também privilegia os textos paulinos em detrimento aos demais textoscanônicos.82 E. P. Sanders foi o primeiro, na década de 1970, a chamar a atenção para opensamento judaico de Paulo, na obra Paul and the Palestinian Judaism.83

A NPP tornou-se viável a partir da ruptura de certos consensos na descrição do judaísmopalestinense, particularmente aqueles que faziam parte da visão protestante tradicional, quede certa forma foi perpetuada nas pesquisas posteriores.

A soteriologia protestante tem ligações muito estreitas com a "teologia paulina" e a anteposiçãodesta com o judaísmo. Tal fissura explica a divisão, no protestantismo tradicional entre fé eobras, lei e evangelho, judeus e gentios. Porém, tais dicotomias remontam à categorização dojudaísmo feita no período medieval tardio. Os Reformadores aceitaram acriticamente taiscategorizações e vincularam os conceitos negativos atribuídos aos judeus também aoscatólico-romanos.84

A descrição artificial a respeito do judaísmo perdurou praticamente intocada durante trêsséculos, encontrando, porém, uma sistematização no texto de F. Weber, intitulado System deraltsynagogalen palastinensischen Theologie, de 1880.85 O texto de Weber tornou-se a basede consulta de biblistas influentes como E. Schürer, na obra Geschichte des jüdischen Volkesim Zeitalter Jesu Christi, de 1901; e W. Bossuet na obra , de 1906.

A reconstituição do kérygma primitivo foi empreendida por R. Bultmann. Porém, nareconstituição do judaísmo do primeiro século, Bultmann consultou as obras de Bossuet,Schürer que, entre outros, retomavam as conclusões de Weber. O resultado final foi amanutenção do esquema artificial que, desde a Reforma, pauta a investigação protestante,limitando-a a descrever Paulo como propagador de um anti-judaísmo programático.86

A superação do esquema de F. Weber começou a se dar com as contribuições de G. F. Moore

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

7 de 22 14-set-2011 11:33

Page 8: Paulo - Transoxiana

e C. G. Montefiore. G. F. Moore demonstrou que as fontes citadas por Weber eram, em grandeparte, textos cristãos com teor anti-judaico, e que a religião de legalismo que Weber expôs nãocorresponde ao judaísmo do primeiro século. Seu texto clássico, intitulado Judaism in the FirstCenturies of the Christian Era: The Age of Tannaim, de 1927, representa uma importante críticaao consenso formado em torno de Weber. Quanto a Montefiore, o autor publicou a obraRabbinic Literature and Gospel Teachings em 1930, em que questionava a abrangência dasfontes citadas por Weber e a leitura que o mesmo fazia de tais fontes.87

A crítica a tais equívocos na leitura de Paulo continua a ser feita por E. P. Sanders na obraPaul and Palestinian Judaism, de 1977. Na obra, Sanders identifica a exposição equivocada dojudaísmo nas obras que foram consultadas por expositores do pensamento paulino. E em suareconstituição do judaísmo palestinense, o autor afirma que este não era, no primeiro século,uma religião de obras, feitas para a obtenção da aprovação por Deus e entrada no pacto. Paracomprovar tal idéia, recorre à literatura Tanaítica, aos Manuscritos do Mar Morto e aos Apócrifose Pseudepígrafos. Em suas conclusões, Sanders afirma que o judaísmo da época de Paulocompreendia a salvação como eleição e pacto, resultado da escolha de Deus por Israel. A leiobservada pelos judeus era praticada para a manutenção da relação pactual com Deus, e nãopara a entrada no pacto. Sendo assim, o tema da paulino da justificação é um tema extraídoda leitura judaica da Torá, e não oposto ao judaísmo da época.88 O nome dado por Sandersrelação entre a eleição e a obediência à lei é “nomismo pactual”, pois o centro de toda a vidajudaica consistia no pacto gracioso de Deus com o povo, sendo a lei o caminho de Deus com omesmo, a manifestação da relação pactual entre ambos.89

E. P. Sanders destaca que a idéia de justificação é própria da teologia judaica, não sendoporém mero ato judicial. Com tais comentários, Sanders tece críticas ao TheologischesWorterbuch zum Neuen Testament editado por Gerhard Kittel, afirmando que os conceitos de"obras" e justificação da obra não encontram respaldo no pensamento de Paulo ou nojudaísmo com que Paulo dialoga. 90 Fazendo assim, Sanders objeta a interpretaçãotradicional das obras da lei em Gálatas e Romanos, afirmando que tais foram malcompreendidas.

Sanders teve por antecessor J. D. G. Dunn, que contribui porém à pesquisa afirmando quePaulo compreendia a si mesmo como chamado (e não como convertido), de forma que assimele se diferenciava dos gentios que aderiram às comunidades paulinas (1 Ts 1.9-10). Quantoàs obras da lei, Dunn cita os textos de Qumran para afirmar que tal temática é própria dojudaísmo da época, sendo uma referência à circuncisão (Gl 2.3,7-9,12; 5.2), ao calendárioreligioso (Gl 4.10) e à observância das leis alimentares (Gl 2.12-14). Assim, são demarcadoresde fronteiras entre judeus e pagãos.91 Dunn destaca que o contexto social e histórico sãoinsígnias do judaísmo, mas não percursos soteriológicos fechados. Sendo assim, Pauloentenderia que tais podem ser abdicadas devido ao fato de que a tradição bíblicaveterotestamentária já prevê a redenção dos gentios.92

N. T. Wright é o terceiro autor de grande importância na NPP. Para ele, Paulo é o "patrono" deuma fé judia, cujas "fronteiras" são abolidas devido aos desígnios divinos para os judeus – eentre tais fronteiras, estão as obras da lei. Nisto, ele segue Stendhal, que afirmava serem osgentios, após Jesus, considerados por Paulo “parte da comunidade messiânica”.93 A teoriamais polêmica de Wright diz respeito ao seu pensamento sobre a justificação: para ele, ajustificação é o coração do evangelho, significando no pensamento do apóstolo um ato pactualque reflete a crença em Deus (e não tanto a misericórdia divina). Assim, também há umadimensão escatológica no conceito, implicando no passado, presente e futuro daquele queadere à comunidade messiânica.94

Os três autores são indispensáveis à presente pesquisa, por trabalharem com areinterpretação dos conceitos paulinos a partir da reconstrução dos contextos e da análise dasfontes judaicas. Sendo assim, tal pesquisa será indispensável para o desenvolvimento da

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

8 de 22 14-set-2011 11:33

Page 9: Paulo - Transoxiana

pesquisa, principalmente porque a NPP, ainda que tenha rediscutido os conceitossoteriológicos de Paulo, não operacionalizou a investigação quanto às personificações do malna tradição paulina.

Deve-se considerar também relevante na investigação a obra de William S. Campbell, umimportante autor cujos refinamentos e correções de rumo à "Nova Perspectiva sobre Paulo"foram bem aceitos entre os estudiosos da tradição paulina. Crítico de Kim, Thompson eGathercole,95 Campbell acentua o contexto paulino e a própria construção da identidadeintracomunitária nas comunidades fundadas e atendidas por Paulo.96

A NPP não ficou isenta de críticas também pelos grupos mais conservadores. É possívelafirmar, a partir da crítica de T. Eskola, que a idéia de "nomismo pactual" precisa de revisão,para que não se torne um mero "nomismo legalista", de natureza sinergista e reducionista,construída a partir da submissão da soteriologia à sociologia.97 Tal crítica foi amplificada por D.A. Carson, P. O"Brien e M. A. Seifrid, que na obra Justification and Variegated Nomismcriticaram a reconstrução do contexto de Paulo pelos teóricos da NPP, além de analisaremexegeticamente Rm 1.18-3.20; 5-11, a Epístola aos Gálatas, a antropologia paulina, a doutrinada justificação e a doutrina da graça.98

M. F. Bird, por sua vez, demonstrou que o problema principal para Paulo não era o legalismo,mas a aceitação dos gentios pelos judeus nas comunidades.99 O autor procura encontrar umponto de contato entre os chamados por ele "Reformados" e "Revisionistas", de forma apermitir que os aspectos radicais da NPP sejam harmonizados com a radicalidade própria dopensamento Reformado de Lutero e Calvino.100 Por sua vez, a análise de Romanos feita porB. Byrne questiona a superficialidade do tratamento da questão do pecado humano pelosteóricos da NPP, pois tal tratamento não corresponde à intensa exploração do tema daalienação entre homem e Deus na maior parte de Romanos.101 Percebe-se pela seguinteamostragem crítica que as premissas da NPP, ainda que eficientes para reconstituição dotestemunho paulino em seu contexto, precisa ser vislumbrada em conjunto com as críticas dosautores supracitados, e cruzada com outros métodos que a fortaleçam.

A análise arqueológica é um importante recurso na NPP, cujo desenvolvimento contribuiu paraa mudança de paradigma na reconstrução das sociedades da Antigüidade, incluindo aquelada qual faziam parte as comunidades paulinas. Um dos principais representantes de talanálise é Jerome Murphy-O'Connor, professor de Novo Testamento na École Biblique ofJerusalem desde 1967. Especialista em arqueologia, publicou St. Paul"s Corinth: Texts andArchaeology, obra em que faz uma reconstituição arqueológica de Corinto.102 Sobre o mesmoassunto, investigando Éfeso, Murphy-O'Connor publicou St. Paul's Ephesus: Texts andArchaeology, apresentando evidências arqueológicas e a história dos anos de Paulo nacidade.103 O autor também colocou sob suspeita o valor do material disponível em Atos emPaul: A Critical Life.104 Por fim, cabe destacar que na obra Paul the Letter-Writer: His World,His Options, His Skills, questões contextuais são relacionadas às questões expressas nascartas paulinas.105 A análise arqueológica, porém, carece de complementação, pois os dadosgerados por tal análise exige interpretação. Tal se dá, po exemplo, pela pesquisa de S. E.Porter e sua análise arqueológico-cultural;106 ou Y. S. Kim e a análise que relaciona asmetáforas e os contextos políticos.107

Quanto à análise retórica, tal análise consiste num novo ponto de observação no jámultifacetado panorama dos estudos paulinos. Tal análise é recente, mas é levada a termo porJ. P. Sampley e P. Lampe na obra Paul and Rhetoric.108

Por fim, cabe mencionar a interessante escola nórdica, desconhecida pela maior parte dosestudiosos do Novo Testamento. A publicação de Nordic Paul: Finnish Approaches to PaulineTheology em Agosto de 2008 permitirá a um círculo mais amplo de leitores o acesso àspesquisas nórdicas.109

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

9 de 22 14-set-2011 11:33

Page 10: Paulo - Transoxiana

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACHTEMEIER, P. J. Some Things In Them Hard to Understand: Reflections on an Approach toPaul. In: Interpretation, 38, 1984. p. 254-267.

AEJMELAUS, Lars and MUSTAKALIO, Antti (ed.). Nordic Paul: Finnish Approaches to PaulineTheology. Edinburgh: T and T Clark, 2008.

AMIOT, F. Les idées maîtresses de saint Paul. Paris: Lectio Divina, 1959. p. 24.

APPLEBAUM, S. The Legal Status of the Jewish Communities in the Diaspora. In: SAFRAI, S.and STERN, M. [Ed.]. The Jewish People in the First Century. Philadelphia: Fortress Press,1976. p. 420-463.

ARNOLD, Clinton E. Powers of Darkness: Principalities and Powers in Paul's Letters. DownersGrove: Inter-Varsity, 1992.

BAKKER, J. T. Eschatologische Prediking bij Luther. Kampen: Kok, 1964.

BARCLAY, John M. G. Jews in the Mediterranean Diaspora from Alexander to Trajan (323 BCE– 117 CE). Los Angeles: The University of California Press, 1996.

BAUCKHAM, R.. The Acts of Paul as a Sequel to Acts. In: WINTER, B. W. and CLARKE, A. D.The Book of Acts in Its Ancient Literary Setting. Grands Rapids: Eerdmans, 1993. pp. 105-152.

BAUR, F. C. Die Christuspartei in der korinthischen Gemeinde, der Gegensatz despaulinischen und petrinischen Christentums in der ältesten Kirche, der Apostel Petrus in Rom.In: Tübinger Zeitschrift für Theologie 4, 1831. p. 61-63.

____________. Paulus, der Apostel Jesu Christi: Sein Leben und Wirken, seine Briefe undseine Lehre. Ein Beitrag zu einer Geschichte des Urchristenthums. Zweite Auflage. Nach demTode des Verfassers besorgt von Eduard Zeller. Leipzig: L. W. Reisland, 1866; 1867.

____________. über Zweck und Veranlassung des Römerbriefs. In: Tübinger Zeitschrift fürTheologie, 9, 1836.

____________. Vorlesungen über neutestamentliche Theologie. Tübingen: Ludwig FriedrichFues, 1864.

BERKOUWER, G. C. Faith and Justification. Grands Rapids: Eerdmans, 1954.

BORNKAMM, G. Das Ende des Gesetzes: Paulusstudien. München: Kaiser Verlag, 1952. p.139-156.

____________. Paulo: vida e obra . Petrópolis: Vozes, 1992.

BOUSSET, W. Kyrios Christus: Geschichte des Christusglaubens von den Anfängen desChristentums bis Irenaeus. Göttingen: de Gruyter, 1913.

BRADENBURGER, E. Adam und Christus: Exegetisch-religionsgeschichtliche Untersuchungzu Römer 5.12-21 (1Kor 15) 1962. Neukirchen:Vluyn,1962. p. 12-14, 68-71.

BROWN, P. Sorcery, Demons and the Rise of Christianity: From Late Antiquity into the MiddleAges. In: DOUGLAS, M. Witchcraft Confessions and Accusations. Londres: Tavistock, 1970.

____________. The Body and Society: Men, Women and Sexual Renunciation in EarlyChristianity. New York: Columbia University Press, 1981.

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

10 de 22 14-set-2011 11:33

Page 11: Paulo - Transoxiana

BRUNOT, A. Saint Paul et son message. Paris: Artheme Fayard, 1958.

BULTMANN, R. Der Stil der paulinischen Predigt und die kynisch-stoische Diatribe. Göttingen:Vandenhoeck and Ruprecht, 1910.

____________. Primitive Christianism in Its Contemporary Setting. London: Thames andHudson, 1956.

____________. Kerygma and Mith: a Theological Debate. New York: Harper and Row, 1953. p.19-21.

____________. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Teológica, 2004.

____________. The Significance of the Historical Jesus for the Theology of Paul. In: Faith andUnderstanding. London: SCM, 1969. p. 220-246.

____________. Zur Geschichte der Paulus-Forschung. In: ThR N.F., 1, 1929. p. 26-59.

CAMPBELL, D. A. The DIAQHKH from Durham: Professor Dunn"s The Theology of Paul theApostle. JSNT 72 (1998). p. 91-111.

CAMPBELL, W. S. Paul and the Creation of Christian Identity. Edinburgh: T and T ClarkInternational, 2008.

____________. Paul's Gospel in an Intercultural Context: Jew and Gentile in the Letter to theRomans. Frankfurt: Peter Lang, 1991.

CAMPBELL, W. S. The New Perspective on Paul: Review Article. ExpT 114.11 (2003). p.383-86.

CAMPENHAUSEN, H. Von. Policarpo von Smyrna und die Pastoralbriefe. In: Aus der Frühzeitdes Christentums. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1963. p. 197-199.

CARR, Wesley. Angels and Principalities. Cambridge: Cambridge University Press, 1981.

CERFAUX, L. O cristão na teologia de Paulo. São Paulo: Teológica, 2003. p. 20-22.

CLEMENTE, Stromata.

CLEMENTS, R. (Re)Constructing Paul: Origens Readings of Romans in Peri Archōn. Society ofBiblical Literature - Seminar Papers, 2001. p. 151-174.

CROSSAN, J. D. and REED, J. L. In Search of Paul. How Jesus's Apostle Opposed Rome'sEmpire with God's Kingdom. New York: Harper and Collins, 2004.

CROSSAN, J. D. Jesus: uma biografia revolucionária. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

CUMONT, F. Les religions orientales dans le paganisme modern: conférences faites auCollège de France. Paris: Leroux, 1906.

DAHL, N. A. The Particularity of the Pauline Epistles as a Problem in the Ancient Church. In:CULLMANN, O. (ed.) Neotestamentica et Patristica. Leiden: Brill, 1962.

DAVIES, A. P. The First Christian: A Study of St. Paul and Christians Origins. New York: Farrar,Straus and Cudahy, 1957.

DIETERICH, A. Eine Mithrasliturgie. Leipzig: Teubner, 1903.

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

11 de 22 14-set-2011 11:33

Page 12: Paulo - Transoxiana

DODD, C. H. The Mind of Paul: (1) Psychological Approach; (2) Change and Development. In:Bulletin of the John Rayland Library, 17, 1933. p. 91-105; 18, 1934. p. 69-110.

DUNN, J. D. G. The New Perspective on Paul. In: Bulletin of the John Ryland"s Library, 65,1983. p. 95 -122.

FARRAR, A. History of Interpretation. London: Macmillan, 1886.

FASCHER, E. Paulus. In: Pauly-Wissowa Supll., 8, 1956. p. 431-466.

FILON. De migratione Abrahami.

FITZMYER, J. A. The Gospel According Luke . 2 vol. Garden City: Doubleday, 1981-1985.

FUCHS, E. Die Freiheit des Glaubens, Römer 5-8 ausgelegt. München: Kaiser, 1949. p. 18-21.

GADAMER, H.-G. Warheit und Methode . Tübingen: J. C. Mohr, 1975.

GEERTZ, C. Religion as a Cultural System. In: BARTON, M. (ed.). Anthropological Approachesto the Study of Religion , 3. Londres: Tavistock, 1966. p. 1-46.

____________. The Interpretation of Cultures: Selected Essays. New York: Basic, 1973.

____________. Local Knowledge: Further Essays in Interpretative Anthropology . New York:Basic, 193.

GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003.

GUNKEL, H. Die Wirkungen des heiligen Geistes nach der populären Anschauung derapostoloschen Zeit und nach der Lehre des Apostels Paulus . Göttingen: Vandenhoeck andRuprecht: 1888.

HAGNER, D. A. The Use of the Old and New Testaments in Clement of Rome. Leiden: E. J.Brill, 1973.

HARNACK, A. Marcion and the Marcionite Churches. In: History of Dogma. London: Williamsand Norgate, 1894-1899.

HARRIS, H. The Tübingen School: A Historical and Theological Investigation of the School of F.C. Baur. Oxford: Oxford University Press, 1975.

HEAD, P. M. The Foreign God and the Sudden Christ: Theology and Christology in Marcion"sGospel Redaction. In: Tyndale Bulletin, 44, 1993. p. 307-321.

HEITMÜLLER, W. Zum Problem Paulus und Jesus. In: Zeitschrift für NeutestamentlicheWissenschaft und die Kunde der älteren Kirche, 13, 191. p. 320-337.

HENGEL, M. Judaism and Hellenism: Studies in their Encounter in Palestine during the EarlyHellenistic Period (trans. John Bowden). Philadelphia: Fortress, 1974.

____________. Nachfolge und Charisma: Eine exegetisch-religiongeschichtliche Studie zu Mt8.21f. und Jesu Ruf in die Nachfolge. Berlin: Verlag Alfred Töpelmann, 1968.

HENGEL, M.; BARRETT, C. K. Conflicts and challenges in early Christianity. Pennsylvania:Trinity Press International, 1999.

HOLLENBACH, Paul W. Jesus, Demoniacs, and Public Authorities: a Socio-Historical Study.

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

12 de 22 14-set-2011 11:33

Page 13: Paulo - Transoxiana

Journal of the American Academy of Religion , 99.

HOLSTEN, K. Das Evangelium des Paulus. Vol. I-II. Berlin: Reimer, 1880, 1898.

HOLTZMANN, H. J. Lerhbuch der neutestamentlichen Theologie. Freiburg: Leiden, 1897. p.256-257.

HORSLEY, R. A. and SILBERMAN, N. A. A mensagem e o reino: como Jesus e Paulo deraminício a uma revolução e transformaram o Mundo Antigo. São Paulo: Loyola, 2000.

____________. The Message and the Kingdom: How Jesus and Paul Ignited and Transformedthe Ancient World. New York: Putnam, 2003.

HORSLEY, R. A. (Org.) Paulo e o império: religião e poder na sociedade imperial romana . SãoPaulo: Paulus, 2004. p. 77-91.

HOVHANESSIAN, V. Third Corinthians: Reclaimnig Paul for Christian Orthodoxy. New York:Lang, 2000.

JASPERT, B. (ed.) Karl Barth - Rudolf Bultmann Letters 1922-1966. Grand Rapids: Eerdmans,1981.

JOSEFO, Flávio. Antiquitates Judaicae.

____________. De bello judaico.

KABISCH, R. Die Eschatologie des Paulus in ihren Zusammenhängen mit dem Gesamtbegriffdes Paulinismus. Göttingen : Vandenhoeck and Ruprecht , 1893.

KÄSEMANN, E. Kritische analyse von Phil 2.5-11. In: Exegetische Versuche und Besinnungen,I, 1960. p. 69-71.

KIM, Y. S. Christ's Body in Corinth: The Politics of a Metaphor. Minneapolis: Fortress Press,2008.

KOESTER, H. Gnomai Diaphoroi: The Origin and Nature of Diversification in the History ofEarly Christianity. In: Harvard Theological Review, 58. p. 279-319.

____________. Introdução ao Novo Testamento: história, cultura e religião do períodohelenístico. Vol. 1. São Paulo: Paulus, 2005. 432 p. Introdução ao Novo Testamento: história eliteratura do cristianismo primitivo. Vol. 2. São Paulo: Paulus, 2005. 414 p.

____________. Weisheit und Torheit. In: Gnomon 33. p. 590-595

KÜMMEL, W. G. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1982.

____________. Síntese teológica do Novo Testamento de acordo com as testemunhasprincipais: Jesus, Paulo, João . 4 ª Edição revista e atualizada. Trad. Sílvio Schneider andWerner Fuchs. São Paulo: Teológica, 2003.

LEWIS, M. W. H. The Official Priests of Rome under the Julio-Claudians: A Study of theNobility from 44 B. C. to 68 A.D. Roma: American Academy in Rome, 1955.

LINDEMANN, A. Paul in the Writings of the Apostolic Fathers. In: BABCOCK, W. S. Paul andthe Legacies of Paul. Dallas: Southern Methodist University Press, 1990. p. 25-45.

LITTLE, D. Politics in Augustan Poetry. In: Aufstieg und Niedergang der römischen Welt,

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

13 de 22 14-set-2011 11:33

Page 14: Paulo - Transoxiana

2.30.1. p. 260-271.

LÜDEMANN, H. Die Anthropologie des Apostels Paulus und ihre Stellung innerhalb seinerHeilslehre. Kiel: Universitätsverlag, 1872.

LUTHER, M. Lectures on Galatians, 1519, Capítulos 1-6. In: PELIKAN, J. Luther's Works. SaintLouis: Concordia, 1955-1976; 55 vols; vol. 27, pp. 151-410.

LUTHER, M. Opera .

LUTTIKHUIZEN, G. The Apocryphal Correspondence with the Corinthians and the Acts of Paul.In: BREMMER, J. N. (ed.) The Apocryphal Acts of Paul and Thecla. Kampen: Kok Pharos,1996. p. 75-91.

MACHEN, J. G. The Origin of Paul Religion. New York: Macmillan, 1921.

MARGERIE, Bertrand de. An Introduction to the History of Exegesis. Vol. 3: Saint Augustine.Petersham: St. Bede"s Publications, 1995.

MCGRATH, A. Luther's Theology of the Cross: Martin Luther's Theological Breakthrough.Oxford : Oxford Press, 1985.

MEEKS, W. A. (ed.) The Writings of Saint Paul . New York: W. W. Norton and Co., 1972.

____________. Os primeiros cristãos urbanos: o mundo social do apóstolo Paulo . São Paulo:Paulinas, 1992.

MITCHELL, M. M. The Heavenly Trumpet: John Chrysostom and the Art of PaulineInterpretation. Tübingen: Mohr Siebeck, 2000.

MUNDLE, W. Das religiöse Leben des Apostels Paulus . Leipzig: 1923.

MURPHY-O'CONNOR, J. Paul the Letter-Writer: His World, His Options, His Skills.Collegeville: Liturgical Press, 1995.

____________. Paul: A Critical Life. New York: Oxford University Press, 1996.

____________. St. Paul"s Corinth: Texts and Archeology, Good News Studies Wilmington:Michael Glazier, 1983.

____________. St. Paul's Ephesus: Texts and Archaeology. Collegeville: Liturgical Press, 2008.

NORRIS, R. A. 'Irenaeus' Use of Paul in His Polemic Against the Gnostics. In: BABCOCK, W.S.(ed.). Paul and the Legacies of Paul. Dallas: Southern Methodist University Press, 1990. p.79-98.

OGDEN, D. Magic, Witchcraft, and Ghosts in the Greek and Roman Worlds: a Sourcebook .Oxford: Oxford University Press, 2002.

O'KELLY, B. and JARROTT, C. A. L. John Colet's Commentary on First Corinthians: A NewEdition of the Latin Text, with Translation, Annotations, and Introduction. Birmingham:MandRTS, 1985.

OVERMAN, J. Andrew and GREEN, William Scott. “Judaism (Greco-Roman Period)”, ABD .New York: Doubleday, 1992, 3:1037-1054.

PAGELS, E. The Gnostic Paul: Gnostic Exegesis of the Pauline Letters. Philadelphia: Fortress

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

14 de 22 14-set-2011 11:33

Page 15: Paulo - Transoxiana

Press, 1975.

PFLEIDERER, O. Paulinism: The Contribuition to the History of Primitive Christian Theology .London: Williams and Norgate, 1891.

PORTER, S. E. Paul's World. Boston: Brill, 2008.

REITZENSTEIN, R. Poimandres: zur griechisch-ägyptischen und frühchristlichen Literatur.Leipzig: Teubner, 1904. Ver também: idem, Die hellenistischen Mysterienreligionen: IhreGrundgedanken und Wirkungen. Leipzig: Teubner, 1910.

RIDDERBOS, Herman. A teologia do apóstolo Paulo: a obra definitiva sobre o pensamento doapóstolo dos gentios . São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 18.

ROGERS, E. Paul as Professor of Theology: The Image of the Apostle in St Thomas'Theology'. In: The Thomist, 38, 1977. p. 584-605.

SABATIER, A. L"apôtre Paul. Esquisse d"une histoire de as penseé. Strasbourg: Treuttel etWurtz, 1870.

SAMPLEY, J. P. and LAMPE, P. (ed.). Paul and Rhetoric . Edinburgh: T and T ClarkInternational, 2008.

SANDERS, E. P. Paul and the Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion.London: SCM Press, 1977.

SCHATKIN, M. A. Influence of Origen upon St. Jerome's Commentary on Galatians. In: Vig.Chr., 24, 1970. p. 49-58.

SCHMITALS, W. Gnosticism in Corinth: An Investigation of the Letters to the Corinthians.Nashville: Abingdon Press, 1971. p. 87-89.

SCHOEPS, H.–J. Paulus. Die Theologie des Apostels im Lichte der jüdischenReligionsgeschichtliche . Tübingen: Mohr, 1959.

SCHÜTZ, J. H. Charisma und Soziale Wirklichkeit im Urchristentum. In: MEEKS, W. H. (ed.).Zur Soziologie des Urchristentums: Ausgewählte Beiträge zum frühchristlichenGerneinschaftsleben in seiner gesellschaftlichen Umwelt. München: 1979. p. 222-244.

SCHWEITZER, A. Die Mystik des Apostels Paulus. Tübingen: Mohr, 1930.

____________. Geschichte der Paulinischen Forschung von der Reformation bis auf dieGegenwart. Tübingen: Mohr, 1911.

____________. My Life and Thought: An Autobiogrpahy [from Aus Meinem Leben und Denken(Leipzig: Felix Meiner, 1931). London: George Allen and Unwin Ltd., 1933. p. 142.

SHAW, D. D. Der Bandit. In: GIARDINA, A. (ed.). Der Mensch der römischen Antike. Frankfurt:Campus Verlag, 1991.

STEGGEMANN, E. and STEGGEMANN, W. História social do protocristianismo. São Leopoldo:Sinodal, 2004.

THEISSEN, G. Soziologie der Jesusbewegung: Ein Beitrag zur Entstehungsgeschichte desUrchristentuns . 6 Ed. Gütersloh, 1991.

TREBILCO, P. R. Jewish Communities in Ásia Menor . Cambridge: Cambridge University

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

15 de 22 14-set-2011 11:33

Page 16: Paulo - Transoxiana

Press, 1991.

TREBILCO, R. e EVANS, C. “Diaspora Judaism”, DNTB, Illinois: Inter-Varsity, 2000. p. 281-96.

VAN FLETEREN, Frederic. Augustine's Principles of Biblical Exegesis. In: August. Stud. 27, 2,1996. p. 107-128.

VIELHAUER, P. Erlöser im Neuen Testament. In: RGG , II. p. 379-381.

____________. História da literatura cristã primitiva. Santo André: Academia Cristã, 2005.

WESTERHOLM, S. Perspectives Old and New on Paul. Grand Rapids: Eerdmans, 2004. p. 3.

WILLIAMS, D. J. Paul's Metaphors. Their Context and Character . Peabody: Henrickson, 1999.

WILSON, W. T. “Hellenistic Judaism”, DNTB, Illinois: Inter-Varsity, 2000. p. 477-82.

WREDE, W. Paulus: Religionsgeschichtliche Volksbücher für die deutsche christlicheGegenwart. Halle: Gebauer-Schwetschke,1904 . p. 103-104.

WRIGHT, N. T. What Saint Paul Really Said. Was Paul of Tarsus the Read Founder ofChristianity? Grand Rapids: Eerdmans, 1997.

Notas

1 O autor é professor de Novo Testamento e coordenador do Departamento de Teologia Bíblicado Novo Testamento da Faculdade Wittenberg.

2 KÜMMEL, W. G. Síntese teológica do Novo Testamento: de acordo com as testemunhasprincipais – Jesus, Paulo, João. São Paulo: Teológica, 2003.

3 BORNKAMM, G. Paulo: vida e obra. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 146.

4 GOPPELT, L. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 2003. p. 291-292.

5 As epístolas pastorais são as duas cartas a Timóteo e a carta a Tito. Tal designação foi feitapela primeira vez por D. N. Bardot a Tito, no ano de 1703; e por P. Anton na obra ExegetischeAbhandlungen der Past. Pauli (1753/1755). Ver: KÜMMEL, W. G. Introdução ao NovoTestamento. São Paulo: Paulinas, 1982. p. 481.

6 Tais evidências são consideradas suficientes para que autores conservadores, como J.Schmid e Winkenhauser considerem as epístolas não-paulinas. Ver: VIELHAUER, P. Históriada literatura cristã primitiva. Santo André: Academia Cristã, 2005. p. 247. As primeiras dúvidasquanto à autoria paulina das pastorais foram lançadas por J. E. C. Schmidt, endossadas porF. Schleiermacher e expostas ordenadamente por H. J. Holtzmann na obra Die Past, kritischund exegetisch bearbeit de 1880. Desde então, elas são constantemente tratadas ao menoscomo epístolas que representam uma mentalidade mais tardia, dotadas de particularidadesque a aproximam de cartas do segundo século como a carta de Policarpo de Esmirna aosFilipenses. Ver: CAMPENHAUSEN, H. Von. Policarpo von Smyrna und die Pastoralbriefe. In:Aus der Frühzeit des Christentums. Tübingen: J. C. B. Mohr, 1963. p. 197-199.

7 Afirma-se isso sem contudo afirmar que as cartas de Paulo estavam disseminadas nascomunidades cristãs. O autor de Atos em nenhum momento utiliza as epístolas paulinas, oque ao menos pressupõe que o conjunto das cartas de Paulo ainda não tinha circulaçãocorrente nas comunidades primitivas. Sobre isso, ver: BORNKAMM, G. Paulo: vida e obra.Petrópolis: Vozes, 1992. p. 22.

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

16 de 22 14-set-2011 11:33

Page 17: Paulo - Transoxiana

8 KÜMMEL, W. G. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1982. p. 538.

9 Tal referência é importante porque é uma evidência da autoridade de Paulo no segundoséculo. A referência direta ao pensamento paulino demonstra como ele se tornara importante eera fundamental aos autores que escreviam sob pseudônimos apelassem à tradição. Idem, p.565.

10 LINDEMANN, A. Paul in the Writings of the Apostolic Fathers. In: BABCOCK, W. S. Pauland the Legacies of Paul. Dallas: Southern Methodist University Press, 1990. p. 25-45.

11 A primeira carta de Clemente menciona o martírio de Paulo (1 Cl 5.2-7) e menciona osconflitos ocorridos na comunidade na época “do saudoso apóstolo Paulo”(1 Cl 47.1-3)

12 Segundo Hagner, o autor da carta aos coríntios conhece Romanos, 1 Coríntios, Gálatas,Efésios, Filipenses, 1 Timóteo, revelando que o corpus paulinum já era conhecido no final doprimeiro século. Ver: HAGNER, D. A. The Use of the Old and New Testaments in Clement ofRome. Leiden: E. J. Brill, 1973. p. 237.

13 Segundo Vielhauer, Inácio “conheceu com certeza Romanos, 1 Coríntios e Gálatas”.VIELHAUER, P. História da literatura cristã primitiva. Santo André: Academia Cristã, 2005. p.578. Tais alusões estão nas seguintes cartas de Inácio: aos Efésios (12.2) e aos Romanos(4.3).

14 Fórmulas pístis são aquelas que se referem ao “evento salvífico fundamental que é oconteúdo da 'fé', como, aliás, todas as três estão associadas aos termos técnicos pisteu/ein/pi/stij”(idem, p. 43).

15 BAUCKHAM, R.. The Acts of Paul as a Sequel to Acts. In: WINTER, B. W. and CLARKE, A.D. The Book of Acts in Its Ancient Literary Setting. Grands Rapids: Eerdmans, 1993. pp.105-152.

16 VIELHAUER, P. História da literatura cristã primitiva. Santo André: Academia Cristã, 2005. p.729.

17 Para uma análise do texto como reação aos escritos gnósticos, ver: HOVHANESSIAN, V.Third Corinthians: Reclaimnig Paul for Christian Orthodoxy. New York: Lang, 2000. Já para aanálise da obra em suas relações com os Atos de Paulo, ver: LUTTIKHUIZEN, G. TheApocryphal Correspondence with the Corinthians and the Acts of Paul. In: BREMMER, J. N.(ed.) The Apocryphal Acts of Paul and Thecla. Kampen: Kok Pharos, 1996. p. 75-91.

18 DAHL, N. A. The Particularity of the Pauline Epistles as a Problem in the Ancient Church. In:CULLMANN, O. (ed.) Neotestamentica et Patristica. Leiden: Brill, 1962.

19 HARNACK, A. Marcion and the Marcionite Churches. In: History of Dogma. London:Williams and Norgate, 1894-1899. Vol. 1, p. 89.

20 HEAD, P. M. The Foreign God and the Sudden Christ: Theology and Christology inMarcion"s Gospel Redaction. In: Tyndale Bulletin, 44, 1993. p. 307-321.

21 Ep. Rheginos , 45.24

22 PAGELS, E. The Gnostic Paul: Gnostic Exegesis of the Pauline Letters. Philadelphia:Fortress Press, 1975. p. 1-12.

23 CLEMENTE, Strom., VII.17.

24 NORRIS, R. A. 'Irenaeus' Use of Paul in His Polemic Against the Gnostics. In: BABCOCK,

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

17 de 22 14-set-2011 11:33

Page 18: Paulo - Transoxiana

W. S.(ed.). Paul and the Legacies of Paul. Dallas: Southern Methodist University Press, 1990.p. 79-98.

25 CLEMENTS, R. (Re)Constructing Paul: Origens Readings of Romans in Peri Archōn.Society of Biblical Literature - Seminar Papers, 2001. p. 151-174.

26 MITCHELL, M. M. The Heavenly Trumpet: John Chrysostom and the Art of PaulineInterpretation. Tübingen: Mohr Siebeck, 2000. p. 24.

27 SCHATKIN, M. A. Influence of Origen upon St. Jerome's Commentary on Galatians. In: Vig.Chr., 24, 1970. p. 49-58.

28 MARGERIE, Bertrand de. An Introduction to the History of Exegesis. Vol. 3: Saint Augustine.Petersham: St. Bede"s Publications, 1995. p. 12.

29 Para a análise dos critérios interpretativos de Agostinho, ver: VAN FLETEREN, Frederic.Augustine's Principles of Biblical Exegesis. In: August. Stud. 27, 2, 1996. p. 107-128.

30 FARRAR, A. History of Interpretation. London: Macmillan, 1886. p. 248, n. 5.

31 ROGERS, E. Paul as Professor of Theology: The Image of the Apostle in St Thomas'Theology'. In: The Thomist, 38, 1977. p. 584-605.

32 O'KELLY, B. and JARROTT, C. A. L. John Colet's Commentary on First Corinthians: A NewEdition of the Latin Text, with Translation, Annotations, and Introduction. Birmingham:MandRTS, 1985. p. 27.

33 MCGRATH, A. Luther's Theology of the Cross: Martin Luther's Theological Breakthrough.Oxford : Oxford Press, 1985. p. 38.

34 LUTHER, M. Lectures on Galatians, 1519, Capítulos 1-6. In: PELIKAN, J. Luther's Works.Saint Louis: Concordia, 1955-1976; 55 vols; vol. 27, pp. 151-410.

35 BAKKER, J. T. Eschatologische Prediking bij Luther. Kampen: Kok, 1964.

36 BERKOUWER, G. C. Faith and Justification . Grands Rapids: Eerdmans, 1954. p. 72-74.

37 BAUR, F. C. Die Christuspartei in der korinthischen Gemeinde, der Gegensatz despaulinischen und petrinischen Christentums in der ältesten Kirche, der Apostel Petrus in Rom.In: Tübinger Zeitschrift für Theologie 4, 1831. p. 61-63.

38 BAUR, F. C. Vorlesungen über neutestamentliche Theologie. Tübingen: Ludwig FriedrichFues, 1864. p. 129.

39 BAUR, F. C. über Zweck und Veranlassung des Römerbriefs. In: Tübinger Zeitschrift fürTheologie, 9, 1836.

40 Para mais informações sobre a Escola de Tübingen, ver: HARRIS, H. The Tübingen School:A Historical and Theological Investigation of the School of F. C. Baur. Oxford: Oxford UniversityPress, 1975.

41 Paul the Apostle of Jesus Christ, His Life and Work, His Epistles and His Doctrine. AContribution to a Critical History of Primitive Christianity. 2 Vol. London: A. Menzies, 1873 [rev.1876] and 1875.

42 HOLSTEN, K. Das Evangelium des Paulus. Vol. I-II. Berlin: Reimer, 1880, 1898. A análiseracionalista e psicológica de Holsten foi também aplicada no relacionamento entre os temas da

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

18 de 22 14-set-2011 11:33

Page 19: Paulo - Transoxiana

teologia de Paulo e a sua conversão no artigo Das Christusvision des Paulus und die Genesisdes paulinischen Evangeliums, publicado em ZWT em 1861 e republicado no livro ZumEvangelium des Paulus und des Petrus. Rostock: Stiller, 1868.

43 LÜDEMANN, H. Die Anthropologie des Apostels Paulus und ihre Stellung innerhalb seinerHeilslehre. Kiel: Universitätsverlag, 1872.

44 PFLEIDERER, O. Paulinism: The Contribuition to the History of Primitive Christian Theology. London: Williams and Norgate, 1891.

45 HOLTZMANN, H. J. Lerhbuch der neutestamentlichen Theologie. Freiburg: Leiden, 1897. p.256-257.

46 RIDDERBOS, Herman. A teologia do apóstolo Paulo: a obra definitiva sobre o pensamentodo apóstolo dos gentios. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. p. 18.

47 HOLTZMANN, H. J., idem, p. 256-257.

48 Idem, ibidem. p. 76-78.

49 WREDE, W. Paulus: Religionsgeschichtliche Volksbücher für die deutsche christlicheGegenwart. Halle: Gebauer-Schwetschke,1904 . p. 103-104.

50 Idem, ibidem. p. 95.

51 Idem, ibidem. p. 103.94.

52 CUMONT, F. Les religions orientales dans le paganisme modern: conférences faites auCollège de France. Paris: Leroux, 1906.

53 DIETERICH, A. Eine Mithrasliturgie. Leipzig: Teubner, 1903.

54 REITZENSTEIN, R. Poimandres: zur griechisch-ägyptischen und frühchristlichen Literatur.Leipzig: Teubner, 1904. Ver também: idem, Die hellenistischen Mysterienreligionen: IhreGrundgedanken und Wirkungen. Leipzig: Teubner, 1910.

55 HEITMÜLLER, W. Zum Problem Paulus und Jesus. In: Zeitschrift für NeutestamentlicheWissenschaft und die Kunde der älteren Kirche, 13, 191. p. 320-337.

56 BOUSSET, W. Kyrios Christus: Geschichte des Christusglaubens von den Anfängen desChristentums bis Irenaeus. Göttingen: de Gruyter, 1913. p. 75-104.

57 SCHWEITZER, A. My Life and Thought: An Autobiogrpahy [from Aus Meinem Leben undDenken (Leipzig: Felix Meiner, 1931). London: George Allen and Unwin Ltd., 1933. p. 142.

58 SCHWEITZER, A. Geschichte der Paulinischen Forschung von der Reformation bis auf dieGegenwart. Tübingen: Mohr, 1911.p. v.

59 SCHWEITZER, A. Die Mystik des Apostels Paulus. Tübingen: Mohr, 1930.

60 BULTMANN, R. Der Stil der paulinischen Predigt und die kynisch-stoische Diatribe.Göttingen: Vandenhoeck and Ruprecht, 1 910. p. 107.

61 JASPERT, B. (ed.) Karl Barth - Rudolf Bultmann Letters 1922-1966. Grand Rapids:Eerdmans, 1981.

62 BULTMANN, R. The Significance of the Historical Jesus for the Theology of Paul. In: Faith

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

19 de 22 14-set-2011 11:33

Page 20: Paulo - Transoxiana

and Understanding. London: SCM, 1969. p. 220-246.

63 BULTMANN, R. Primitive Christianism in Its Contemporary Setting. London: Thames andHudson, 1956.

64 BULTMANN, R. Kerygma and Mith: a Theological Debate . New York: Harper and Row,1953. p. 19-21.

65 KÄSEMANN, E. Kritische analyse von Phil 2.5-11. In: Exegetische Versuche undBesinnungen, I, 1960. p. 69-71.

66 SCHMITALS, W. Gnosticism in Corinth: An Investigation of the Letters to the Corinthians.Nashville: Abingdon Press, 1971. p. 87-89.

67 FUCHS, E. Die Freiheit des Glaubens, Römer 5-8 ausgelegt. München: Kaiser, 1949. p.18-21.

68 BORNKAMM, G. Das Ende des Gesetzes: Paulusstudien. München: Kaiser Verlag, 1952. p.139-156.

69 VIELHAUER, P. Erlöser im Neuen Testament. In: RGG, II. p. 379-381.

70 BRADENBURGER, E. Adam und Christus: Exegetisch-religionsgeschichtlicheUntersuchung zu Römer 5.12-21 (1Kor 15) 1962. Neukirchen:Vluyn,1962. p. 12-14, 68-71.

71 SABATIER, A. L"apôtre Paul. Esquisse d"une histoire de as penseé. Strasbourg: Treuttel etWurtz, 1870.

72 MACHEN, J. G. The Origin of Paul Religion. New York: Macmillan, 1921.

73 MUNDLE, W. Das religiöse Leben des Apostels Paulus . Leipzig: 1923.

74 DODD, C. H. The Mind of Paul: (1) Psychological Approach; (2) Change and Development.In: Bulletin of the John Rayland Library , 17, 1933. p. 91-105; 18, 1934. p. 69-110.

75 FASCHER, E. Paulus. In: Pauly-Wissowa Supll. , 8, 1956. p. 431-466.

76 DAVIES, A. P. The First Christian: A Study of St. Paul and Christians Origins. New York:Farrar, Straus and Cudahy, 1957.

77 BRUNOT, A. Saint Paul et son message . Paris: Artheme Fayard, 1958.

78 SCHOEPS, H.–J. Paulus. Die Theologie des Apostels im Lichte der jüdischenReligionsgeschichtliche . Tübingen: Mohr, 1959.

79 AMIOT, F. Les idées maîtresses de saint Paul. Paris: Lectio Divina, 1959. p. 24.

80 As três etapas podem ser encontradas em: CERFAUX, L. O cristão na teologia de Paulo.São Paulo: Teológica, 2003. p. 20-22.

81 A expressão “Nova Perspectiva Sobre Paulo” (New Perspective on Paul) foi criada por J.Dunn. Ver: DUNN, J. D. G. The New Perspective on Paul. In: Bulletin of the John Ryland"sLibrary, 65, 1983. p. 95 -122.

82 WESTERHOLM, S. Perspectives Old and New on Paul. Grand Rapids: Eerdmans, 2004. p.3.

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

20 de 22 14-set-2011 11:33

Page 21: Paulo - Transoxiana

83 SANDERS, E. P. Paul and the Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion.London: SCM Press, 1977.

84 STENDAHL, K. The Apostle Paul and the Introspective Conscience of the West. In: MEEKS,W. A. (ed.). The Writings of St. Paul. New York: W. W. Norton and Company, 1972, p. 426.

85 WEBER, F. System der altsynagogalen palastinensischen Theologie . Leipzig: Dorffling andFranke, 1880.

86 SANDERS, E. P. Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion .Minneapolis: Fortress Press, 1977. p. 39,42-47.

87 MONTEFIORE, C. G. Rabbinic Literature and Gospel Teachings . London: Macmillan, 1930.

88 SANDERS, E. P. Paul and Palestinian Judaism: A Comparison of Patterns of Religion.Minneapolis: Fortress Press, 1977. p. 422. Na obra, o autor enumera sete aspectos

89 Idem. Judaism: Practice and belief 63 BCE-66 CE. London: SCM, 1992. p. 262.

90 SANDERS, E. P. Paul, the Law and the Jewish People. Philadelphia: Fortress, 1983.

91 DUNN , J D G, Jesus, Paul and the Law: Studies in Mark and Galatians. London: SCM,1990. p. 27.

92 SANDERS, E. P. Paul and Palestinian Judaism . Philadelphia: Fortress, 1977. p. 43.

93 STENDAHL, K. The Apostle Paul and the Introspective Conscience of the West. In:STENDAHL, K. Paul Among Jews and Gentiles and Other Essays. London: SCM, 1976. p 86.

94 WRIGHT, N. T. hat Saint Paul Really Said . Oxford: Lion, 1997. p. 119.

95 Na obra CAMPBELL, W. S. The New Perspective on Paul: Review Article. ExpT 114.11(2003). p. 383-86, Campbell resenhou os artigos de Seyoon Kim [Paul and the NewPerspective], Michael B. Thompson [The New Perspective on Paul] e Simon J. Gathercole[Where is the Boasting?]), o autor ainda escreveu o importante artigo: CAMPBELL, D. A. TheDIAQHKH from Durham: Professor Dunn"s The Theology of Paul the Apostle. JSNT 72 (1998).p. 91-111 e a obra CAMPBELL, W. S. Paul's Gospel in an Intercultural Context: Jew andGentile in the Letter to the Romans. Frankfurt: Peter Lang, 1991. Nos seus textos, Campbellrefuta as intervenções em favor dos antigos consensos sobre Paulo.

96 CAMPBELL, W. S. Paul and the Creation of Christian Identity. Edinburgh: T and T ClarkInternational, 2008.

97 ESKOLA, T. Theodicy and Predestination in Pauline Soteriology. In: WUNT 2.100.Tübingen: Mohr and Siebeck, 1998.

98 CARSON, D. A.; O"BRIEN, P.; and SEIFRID, M. A. (ed.). Justification and VariegatedNomism. Grand Rapids: Baker, 2004.

99 BIRD, M. F. When the Dust Finally Settles: Reaching a Post New Perspective Perspective.In: Criswell Theological Review 2.2, 2005. p. 57-69.

100 BIRD, M. F. Justification as Forensic Declaration and Covenant Membership: A Via Mediabetween Reformed and Revisionist Readings of Paul. In: Tyndale Bulletin 57.1, 2006. p.109-130.

101 BYRNE, B. Interpreting Romans Theologically in a Post-"New Perspective" Perspective,”

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

21 de 22 14-set-2011 11:33

Page 22: Paulo - Transoxiana

HTR 94, 2001. p. 227-241.

102 MURPHY-O'CONNOR, J. St. Paul"s Corinth: Texts and Archeology , Good News StudiesWilmington: Michael Glazier, 1983.

103 Idem. St. Paul's Ephesus: Texts and Archaeology. Collegeville: Liturgical Press, 2008.

104 Idem . Paul: A Critical Life. New York: Oxford University Press, 1996.

105 MURPHY-O'CONNOR, J. Paul the Letter-Writer: His World, His Options, His Skills.Collegeville: Liturgical Press, 1995.

106 PORTER, S. E. Paul's World. Boston: Brill, 2008.

107 KIM, Y. S. Christ's Body in Corinth: The Politics of a Metaphor. Minneapolis: FortressPress, 2008.

108 SAMPLEY, J. P. and LAMPE, P. (ed.). Paul and Rhetoric . Edinburgh: T and T ClarkInternational, 2008.

109 AEJMELAUS, Lars and MUSTAKALIO, Antti (ed.). Nordic Paul: Finnish Approaches toPauline Theology . Edinburgh: T and T Clark, 2008.

© The Author(s) -- Los artículos son propiedad de sus autores. (Ley 11.723 de laRepublica Argentina)

Kibuuka -Paulo sob investigação - Transoxiana 14, 2009 http://www.transoxiana.org/14/kibuuka_paulo_investigacao.html

22 de 22 14-set-2011 11:33