Paulo e Estevão – 2ª parte - Cap. III - Lutas e humilhações

Observações de Emmanuel em relação ao encontro de Paulo, Estêvão e Abigail na espiritualidade: Paulo relatou esse encontro na II Epístola aos Coríntios e “Dessa gloriosa experiência o Apóstolo dos gentios extraiu novas conclusões sobre suas idéias notáveis, referentes ao corpo espiritual”.

II Coríntios 12:2-4

2. Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado ao terceiro céu – se em seu corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe! 3. E sei que esse homem – se no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe! 4. foi arrebatado até o paraíso e ouviu palavras inefáveis, que não é lícito ao homem repetir.

I Coríntios 15:36-44

36. O que semeias não readquire vida a não ser que morra. 37. E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas um simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie. 38. A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a cada uma das sementes ele dá o corpo que lhe é próprio39. Nenhuma carne é igual às outras, mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos quadrúpedes, outra a dos pássaros, outra a dos peixes.

40. Há corpos celestes e há corpos terrestres. São, porém, diversos o brilho dos celestes e o brilho dos terrestres.41. Um é o brilho do sol, outro o brilho da lua e outro o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de brilho.42. O mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível;43. semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; 44. semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.

Evolução em dois mundos – Anotação (introdução da obra)

Comentário de Emmanuel, referindo-se ao versículo 44 do capítulo 15 da I Cor: “Nessa preciosa síntese, encontramos no verbo semear a idéia filogenética do ser e, dentro dela, o corpo físico e o corpo espiritual como veículos da mente em sua peregrinação ascensional para Deus”.

O Livro dos Espíritos - perguntas 93 a 95

“Como a semente de um fruto é envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, por comparação, se pode chamar de perispírito”.

Revista Espírita – dezembro de 1858 – Aparições“Essa matéria eterizada – é bom frisar – absolutamente não é a alma; não passa de seu primeiro envoltório. A natureza íntima dessa substância ainda não nos é perfeitamente conhecida, embora a observação nos haja colocado na via de algumas de suas propriedades. Sabemos que ela representa um papel capital em todos os fenômenos espíritas”...“a descoberta, se assim podemos dizer, do perispírito, permitiu que a Ciência espírita desse um passo enorme e entrasse numa rota inteiramente nova”...“nossa é apenas a denominação. Para coisas novas necessitamos de vocábulos novos”.

Revista Espírita – março de 1866 – Introdução ao estudo dos fluidos espirituais

“Como envoltório do Espírito após a morte, foi concebido desde a mais alta antiguidade. Todas as teogonias atribuem aos seres do mundo invisível um corpo fluídico. São Paulo diz em termos precisos que nós renascemos com um corpo espiritual”.

Revista Espírita – março de 1866 – Introdução ao estudo dos fluidos espirituais

“O Espiritismo não foi o primeiro a descobri-lo. Mas, ele o estudou, demonstrou, definiu e dele tirou fecundos resultados. Sem os estudos modernos mais completos, esta grande verdade, como muitas outras, ainda estaria no estado de letra morta”...“dia virá em que será reconhecido que o estudo da história natural do homem não seria completo sem o do envoltório perispiritual, isto é, sem por um pé no mundo invisível”...“Tal aproximação é ainda maior quando se observa a origem, a natureza, a formação e as propriedades do perispírito, operação que decorre naturalmente do estudo dos fluidos”.

A Gênese – capítulo XIV/ Natureza e propriedade dos fluidos“O perispírito ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos produtos mais importante do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma”.“O fluido cósmico universal, como já foi demonstrado, é a matéria elementar primitiva, da qual as modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da natureza”. Os Espíritos extraem seu perispírito do fluido universal de cada globo. Em conseqüência, esse corpo fluídico varia segundo os mundos, e ao passar de um mundo para outro o Espírito reveste um outro envoltório, apropriado ao mundo onde deve ir.

A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito.

Kardec destaca no artigo Um Espírito que não se acreditava morto, a ilusão de certos Espíritos, supondo-se ainda vivos, e a existência do perispírito nele demonstrada de maneira notável (RE/dezembro de 1859).

O envoltório perispiritual não é circunscrito ao corpo, irradia-se, expande-se ao seu redor como uma atmosfera fluídica, tornando-se a causa da vista dupla, ou espiritual ou vista psíquica ou ainda, percepção pelo sentido psíquico. O Espírito vê, ouve e sente por todo o seu ser, o que está na esfera dessa irradiação. Kardec no artigo Ensaio sobre a teoria das alucinações apresenta alguns casos que ele classifica como visões no estado de vigília ou visões pela vista dupla e esclarece que só o Espiritismo pode explicá-los pela dupla teoria, a do perispírito e a da emancipação da alma, e questiona: como crer na ação da alma, quando não se admite a alma? (RE/julho de 1861)

O perispírito por sua natureza é invisível, mas por um ato da vontade do Espírito pode sofrer uma espécie de condensação, adquirir as propriedades da matéria, tornando-se visível e tangível.Kardec, referindo-se ao artigo Uma aparição providencial, esclarece que o fato nele apresentado nada tem de extraordinário para quem conheça a teoria do perispírito, e os que o censuram por tê-la elaborado esquecem-se de que ela é o resultado de longos e pacientes estudos, que poderiam ter feito. (RE/julho de 1861)