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- 3 - Lição I – GEOPROCESSAMENTO Para que possamos realizar as outras lições é extremamente importante estudarmos esta, porque será a base para entendermos as operações que serão realizadas no software Spring. Você já ouviu ou leu sobre Geoprocessamento? E que importância tem isto para nós? O geoprocessamento é o processamento informatizado de dados georeferenciados. Segundo INPE, 2000 o geoprocessamento pode ser definido como um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo específico. O geoprocessamento utiliza programas de computador que permitem o uso de informações cartográficas (mapas e plantas) e informações a que se possa associar coordenadas desses mapas ou plantas. Por exemplo, permitem que o computador utilize uma planta da cidade identificando as características de cada imóvel, ou onde moram as crianças de uma determinada escola. Nos possibilita também, fazer mapas que nos indiquem problemas ambientais, e por meio deles, tomar decisões que amenizem ou solucionem os impactos ambientais. O geoprocessamento está correlacionado com outras técnicas de tratamento da informação espacial. Entre as quais podemos destacar o Sensoriamento Remoto e o SIG (Sistemas de Informações Geográficas). SENSORIAMENTO REMOTO Nós usamos os nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tacto) para identificar alguma coisa. Por exemplo, podemos visualizar uma fruta em uma árvore antes de pegá-la e comê-la. Entretanto, nem tudo se pode visualizar devido à longa distância. O sensoriamento remoto nós ajuda a coletar informações de uma área sem entrar em contato direto com ela (figura 1). Isto pode ser feito através de fotografias aéreas ou por imagens de satélites (figura 2).

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Lição I – GEOPROCESSAMENTO

Para que possamos realizar as outras lições é extremamente importante

estudarmos esta, porque será a base para entendermos as operações que serão

realizadas no software Spring.

Você já ouviu ou leu sobre Geoprocessamento? E que importância tem isto para nós?

O geoprocessamento é o processamento informatizado de dados

georeferenciados. Segundo INPE, 2000 o geoprocessamento pode ser definido

como um conjunto de tecnologias voltadas à coleta e tratamento de informações

espaciais para um objetivo específico.

O geoprocessamento utiliza programas de computador que permitem o uso

de informações cartográficas (mapas e plantas) e informações a que se possa

associar coordenadas desses mapas ou plantas. Por exemplo, permitem que o

computador utilize uma planta da cidade identificando as características de cada

imóvel, ou onde moram as crianças de uma determinada escola. Nos possibilita

também, fazer mapas que nos indiquem problemas ambientais, e por meio deles,

tomar decisões que amenizem ou solucionem os impactos ambientais.

O geoprocessamento está correlacionado com outras técnicas de tratamento

da informação espacial. Entre as quais podemos destacar o Sensoriamento Remoto

e o SIG (Sistemas de Informações Geográficas).

SENSORIAMENTO REMOTO

Nós usamos os nossos sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tacto) para

identificar alguma coisa. Por exemplo, podemos visualizar uma fruta em uma árvore

antes de pegá-la e comê-la. Entretanto, nem tudo se pode visualizar devido à longa

distância. O sensoriamento remoto nós ajuda a coletar informações de uma área

sem entrar em contato direto com ela (figura 1). Isto pode ser feito através de

fotografias aéreas ou por imagens de satélites (figura 2).

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Figura 1 - Fonte: Fonte: DIAS, et al... (2003).

Figura 2 - Fonte: Fonte: DIAS, et al... (2003).

Na foto aérea, uma câmera fotográfica é acoplada num avião e o produto

final será uma foto da área em estudo.

As imagens de satélites são obtidas por sensores remotos que captam

diferentes intensidades de luz refletida (figura 3). Por exemplo: uma floresta reflete

uma quantidade de luz solar diferente da luz refletida por uma cidade ou de um

oceano. Esta técnica baseia-se na análise do fluxo de energia que é captada pelos

sensores em diferentes faixas do espectro eletromagnético (figura - 4). Esta

energia, utilizada em sensoriamento remoto, é chamada de radiação

eletromagnética1, que de acordo com a freqüência recebe diferentes

denominações: raios gama; raios X; ultravioleta; visível - faixa que sensibiliza

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nossos olhos - (azul, verde e vermelho); infravermelho; microondas; ondas de rádio

etc...

Figura 3 – Energia solar refletida, captada pelos sensores remotos Fonte: Fonte: DIAS, et al... (2003).

0,380-0,455 0,455-0,492 0,492-0,577 0,577-0,597 0,597-0,622 0,622-0,700 ìm (comprimento de onda)

Visível

Raios Gama Raios X Ultravioleta Infravermelho Microondas Ondas de Radio 0,01-1 � * 1nm-10� 0,38-0,10 ìm * 0,7 a 1000 ìm 1mm-1m 1m – 100km

Figura 4 - Espectro Eletromagnético.

*� - ângström

* ìm - micrômetro

A detecção da radiação depende de certos requisitos. Em primeiro lugar,

deve haver uma fonte (1) de radiação eletromagnética. Essa radiação deve se

propagar pela atmosfera (2) (ou pelo meio físico entre a fonte e o objeto

observado) até atingir a superfície terrestre (3) (ou o objeto observado). Ao atingir

a superfície terrestre sofrerá interações, produzindo uma radiação de retorno. Tal

radiação se propagará pela atmosfera (4) (ou pelo meio físico entre o objeto

observado e o sensor), atingindo o sensor (5). O que chega até o sensor é uma

certa intensidade de energia eletromagnética (radiação) que será posteriormente

transformada em um sinal (6) passível de interpretação (7).

1A radiação eletromagnética é definida como a forma de energia que se propaga no vácuo, à velocidade da luz (cerca de 300.000 km/segundo), em forma de ondas ou partículas eletromagnéticas.

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A título de exemplo, apresenta-se abaixo um paralelo com uma máquina

fotográfica. O sensor é a máquina fotográfica e o detector é a emulsão fotográfica.

A fonte de energia pode ser o Sol (ou uma lâmpada) e o alvo pode ser uma pessoa

(ou uma região da superfície da Terra). O meio de propagação da energia entre a

fonte e o alvo é o ar (atmosfera), bem como é o meio de propagação entre o alvo e

o sensor. Para que a energia captada pelo sensor se transforme num sinal passível

de interpretação é necessário que o filme seja revelado. Então deve-se gerar cópias

em papel que serão interpretadas para obtenção de informações sobre o alvo

(objeto de estudo). Veja tabela abaixo:

Componente Exemplo da Máquina Fotográfica

1 – Fonte Sol (ou qualquer outra fonte luminosa como uma lâmpada ou flash

da máquina fotográfica)

2 – Meio 1 Ar (atmosfera)

3 – Alvo Pessoa (ou região da superfície da Terra)

4 – Meio 2 Ar (atmosfera)

5 – Sensor Máquina fotográfica

6 – Processador Aparelhos do laboratório de revelação

7 – Analista Pessoa que observa (analisa) a foto

Os sensores remotos dos satélites podem ser ativos ou passivos. Ativos

possui iluminação própria. Ex: radares.

Passivos não possuem radiação própria, isto é dependem de uma fonte de

iluminação externa. A principal fonte de energia disponível para estes fins é a

energia do Sol (figura 5) que incide sobre o nosso planeta e que é captada pelos

sensores depois de haver interagido com a superfície e a atmosfera.

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Figura 5 – A interação da energia solar com os alvos da superfície terrestre com os sensores remotos dos satélites.

Fonte: www.intersat.com.br

Os sensores remotos acoplados ao satélite (figura 6) captam a energia

proveniente da superfície terrestre e transformam esta energia em um dado

passível de ser relacionado com informação sobre o meio ambiente.

Figura 6 - Satélite. Fonte: Embrapa, 2000.

Existem muitos satélites a quilômetros da superfície da Terra. Dentro os

quais, destacamos três: LANDSAT, SPOT e CBERS.

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LANDSAT

A série Landsat (Land Remote Sensing Satellite), iniciou em 1972 com o lançamento do satélite ERTS-1. Ela teve seqüência com os Landsat 2, 3, 4 e sobretudo com o Landsat 5 e 7. O principal objetivo do sistema Landsat foi o mapeamento multispectral em média resolução (30 m) da superfície da Terra. Trata-se do sistema orbital mais utilizado no monitoramento ambiental. O INPE recebe de forma contínua imagens do LANDSAT sobre todo o território nacional desde 1974, e dispõe um acervo de dados históricos sobre o país.

SPOT

O programa SPOT foi planejado e projetado desde o início como um sistema operacional e comercial de observação da Terra (SPOT – Satellite Pour l'Observation de la Terre). Estabelecido por iniciativa do governo francês em 1978, com a participação da Suécia e Bélgica, o programa é gerenciado pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais - CNES, que é o responsável pelo desenvolvimento do programa e operação dos satélites. Já foram lançados os SPOT 1, 2, 3, 4 e último em maio de 2002 o 5.

CBERS

O Satélite sino-brasileiro de observação da terra (CBERS) é um projeto conjunto entre o Brasil e a China. O CBERS-1 foi lançado em Outubro de 1999, com três sensores: imageador de visada larga (WFI), a câmara CCD de alta resolução e o varredor multiespectral infravermelho (IR-MSS). O WFI tem uma visada de 900 km no solo, que dá uma visão sinótica com resolução espacial de 260 m e cobre o planeta em menos de 5 dias. Os sensores CCD (20 m de resolução) e IR-MSS (80 m de resolução) tem uma visada de 120 km. O CBERS-2 (com os mesmos sensores do CBERS-1) foi lançado no dia 21 de outubro de 2003.

A imagem de satélite constitui um importante recurso para o estudo do

espaço geográfico (figura 7), pois disponibiliza informações atualizadas. De um

modo geral, as aplicações do sensoriamento remoto

servem para o estudo e levantamento de recursos naturais, monitoramento de

desmatamentos e queimadas, previsão e avaliação de impactos ambientais, para o

planejamento urbano – regional, para estudos de disponibilidade e qualidade da

água, levantamento de vegetação e planejamento agrícola.

Satélite LANDSAT 7

Satélite SPOT 4

Satélite CBERS 1

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Figura 7 – Alvos que podem ser estudados pelas imagens de satélites. Fonte: Fonte: DIAS, et al... (2003). Alguns exemplos de imagens de satélite:

Data de aquisição: 03/maio/00. Composição colorida: RGB: bandas 4,3,2 Satélite: CBERS-1CCD. Local: Cidade de São Sebastião, Ilhabela - SP. Fonte: INPE.

Data de aquisição: 12/Marco/1990. Composição colorida: Bandas 2/3/4 Satélite: Landsat-5 TM. Local: Floresta Nacional da Tijuca – Rio de Janeiro. Fonte: INPE

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Imagem em três dimensões – 3D de Los Angeles – EUA, do satélite Spot 5 Fonte: http://www.spotimage.fr/spot5/galerie/es/es_galerie_frame.html

As imagens de satélites obtidas para se trabalhar nas lições II, III e V foram as seguintes: Lição II - Mosaico do Brasil - Imagem do Satélite Spot.

Fonte: Banco “Atlas_BR” http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/bancospr.html

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Lição II - Mosaico da Amazônia - Landsat – 5 TM.

Fonte: Banco “Atlas_BR” http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/bancospr.html Lição III - Mosaico do Rio Grande do Sul - Imagem do Satélite Spot.

Fonte: Banco *“Atlas_BR” http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/bancospr.html

*Recorte do mosaico do Brasil.

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Lição V - Mosaico da Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí / RS - Landsat 5 TM

Fonte: https://zulu.ssc.nasa.gov/mrsid/

Para obtenção das imagens é necessário seguir roteiro:

1- Abrir o Internet Explorer ou Netscape Comunicator e entrar no site: <https://zulu.ssc.nasa.gov/mrsid> 2- Localizar a área de interesse do usuário e capturar o mosaico, no formato com extensão “.tar”, através de download. Em seguida descompactar o projeto com Winzip, gerando um arquivo com extensão “.sid”. Ver exemplo de mosaico na figura abaixo (Figuras 1 e 2).

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Figuras 1e 2. Mosaico de Imagens Ortorretificadas correspondente à folha S.22-05 3- Anexo ao arquivo gerado no item 2, existe um outro arquivo com extensão “.sdw” que serve para indicar as coordenadas iniciais da imagem. Somar 10 000 000 m a coordenada y antiga (para cartas ao sul do equador, evitando distância negativa).

Isto é realizado para alterar a coordenada y inicial, e ficar em conformidade com o programado no SPRING (inicio y = canto inferior esquerdo). 4- Abrir novamente o Internet Explorer ou Netscape Communicator e acessar o site: http://www.lizardtech.com/solutions/geo e trazer o software “ GeoExpress View by ILS “, também disponível gratuitamente. Ver opção acesso direto: GeoExpress View Trial.

Executar o programa e Criar um novo projeto. Em seguida clicar a opção (+) para inserir o arquivo contendo o mosaico da área de interesse do usuário e exportar o projeto: No menu principal do Geoexpress View clicar a opção Tools e disparar a função Export, em um endereço no micro do usuário, que é solicitado a seguir. Salvar o projeto e sair do programa. 5- Entrar no diretório onde foi gravado a imagem exportada, abrir o arquivo “ .tfw ”, substituir (,) por (.) na opção editar e função substituir. Atenção: Verificar se a coordenada y é positiva, ver última linha do arquivo. Caso ela seja negativa somar ao valor encontrado 10 000 000 m. Isto ocorrerá nos mosaicos que estão localizados na primeira faixa ao sul do equador, mas a coordenada inicial do mosaico está um pouco acima do equador, dispensando esta correção no item 3 . Em seguida salvar o arquivo. 6- Abrir finalmente o SPRING 4.0 e ativar o Banco Atlas, banco demonstrativo já gerado pela equipe do Projeto SPRING do INPE, em seguida ativar o projeto Brasil, ou ativar o banco de dados e projeto de seu interesse. a)Clicar no menu principal a opção arquivo e selecionar a função Importar TIFF/GeoTIFF. b)Definir a projeção: sistema UTM e Modelo da Terra: WGS 84. Clicar o hemisfério SUL e entrar com o meridiano central correspondente à folha 1: 1 000 000 copiada, para isto consultar mapa índice-carta do Brasil, ou ver na nomenclatura internacional do mosaico a identificação do fuso ao qual o mosaico pertence. Executar. As três bandas (TM 7, 4, 2) virão automaticamente. Abrir o painel de controle do SPRING, gerar a composição colorida e visualizá-la. Observação: Para mosaicos fora da área do Brasil, desativar o projeto Brasil e seguir a rotina a partir dos sub_itens 6a e 6b.

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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

Outro importante recurso, para o estudo do espaço geográfico, são os

SIG’s (Sistemas de Informações Geográficas) ou GIS ((Geographic

Information System).

O que é?

Para que serve?

E o que isto tem a ver comigo?

Um SIG é um sistema computacional composto por hardwares, softwares,

dados e pessoas para ajudar na manipulação, análise e apresentação de

informações espacializadas. Demonstração esquematizada de um SIG:

Hardwares Softwares

Pessoas Dados

Como um SIG trabalha? Imagine um sanduíche com as seguintes

camadas: duas fatias de pães, maionese, presunto, queijo, alface, tomate,

pepino etc... Todos eles ficam em camadas. Os dados são armazenados como

uma coleção de camadas temáticas - planos de

informação ou mapas – (figura 8), que podem ser sobre

solo, vegetação, hidrografia, vias, área urbana etc...

SIG

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Figura 8 - Camadas Temáticas. Fonte: http://www.gis.com

As camadas temáticas ou os planos de informação contêm as seguintes

características que são entendidas e representadas pelo computador:

Pontos Linhas

Fonte: http://www.gis.com Qual a função de um SIG? Os planos de informação servem como “combustível”

para um SIG. Para então, entrar, armazenar, manipular, perguntar, analisar e

visualizar os dados geográficos via computador (figura 9).

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Polígonos – linhas fechadas

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Figura 9 - Visualização dos dados geográficos via computador. Fonte: http://www.gis.com Os dados geográficos são as novas informações geradas pelo SIG, que se

constituem em diversos mapas:

Modelo digital do terreno Rios, vegetação e solo

Fonte: http://www.gis.com

Com os planos de informação em um SIG, pode-se usar para as seguintes

situações:

• Localização de um bairro, uma rua de uma cidade:

Quadras, construções ruas e tabelas.

Países, estados e cidades.

Rede – viária (rodovias, ferrovias, hidrovias)

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Fonte: http://www.inf.ufrgs.br/turismo/poa/mapa.html

• A melhor rota para se chegar ao um determinado lugar:

• A maneira mais fácil de chegar um lugar em chamas:

• Melhor local para instalação de uma indústria:

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Fonte: http://www.gis.com • Mapas ambientais:

Mapa de vulnerabilidade à ocupação urbana

Fonte: Machado, 2002.

Avaliação de áreas suscetíveis a deslizamento

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Fonte: http://www.gis.com

Avaliação de desmatamentos e queimadas

Fonte: PROJETO PRODES DIGITAL http://www.obt.inpe.br/prodes/14

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Fonte: MAURANO,2003 http://www.dpi.inpe.br/proarco/slides/24 Existem vários softwares que servem com SIG’s, entre eles o SPRING –

Sistema de Processamento de Informação Georeferenciada, desenvolvido pelo

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.

Nas próximas lições estaremos utilizando o Spring para desenvolver os

trabalhos. Para tanto, iremos conhecer algumas funções deste programa.

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SPRING - Sistema de Processamento de Informação Georeferenciada

O SPRING é um GIS no estado-da-arte com funções de processamento de

imagens, análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de

dados espaciais (INPE, 2002). Na figura 10 mostra o Spring na versão 4.0 com um

Banco de Dados – Geografia e um Projeto – A_Brasil. (Plano de informação –

mosaico do Brasil, obtido por imagens de satélite - Spot) Já houve outras versões

do Spring representadas por 1.0, 2.0 e 3.0.

Figura 10 – Spring 4.0

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MODELO DE DADOS DO SPRING

Um “modelo de dados” representa um conjunto de ferramentas conceituais

utilizado para estruturar dados num sistema computacional (INPE, 2002). Num

projeto de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) como o SPRING o

modelo descreve como a realidade geográfica será representada no computador.

Resumo do Modelo de Dados no SPRING (figura 11):

Figura 11 - Fonte: Pinheiro, 2002.

Banco de Dados

Projeto

Categoria

Plano de Informação

Nome Projeção

Ret. Envolvente

Nome Diretório

Nome Projeção

Resolução Escala

Rede

Numérico

Cadastral

Objeto

Temático

Imagem

Classes Temáticas Monocromática RGB

Sintética Classificada

Rotulada Texto

Amostras Grade TIN

Isolinhas Imagem Texto

Linhas Objetos Texto

Linhas Objetos Texto

Linhas Matriz Classes Texto

Forma de representação

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O BANCO DE DADOS no

SPRING corresponde

fisicamente a um diretório

onde serão armazenados suas

definições de CATEGORIAS e

CLASSES, e os PROJETOS

pertencentes ao BANCO

(Lopes, 2002).

Os PROJETOS são

armazenados em sub-diretórios

juntamente com seus arquivos

de dados: pontos, linhas,

imagens, textos, grades e

objetos.

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TEMÁTICO – nesta Categoria estão

contidos os dados que classificam uma

posição geográfica de um determinado

tema. Ex.: classificação de vegetação.

CLASSES - nas Categorias de dados do modelo temático é necessário definir as Classes Temáticas, as quais são especializações da categoria.

OBJETO – esta categoria refere-se à

especialização de um tipo de objeto

geográfico. Ex.: municípios.

CADASTRAL – refere-se aos mapas

que possuem a representação de

determinado tipo de objeto.

REDE – esta Categoria armazena os

dados geográficos que possuem

relações de fluxo e conexão entre os

inúmeros elementos que se deseja

representar e monitorar. Ex.: rede de

drenagem.

NÃO-ESPACIAL - o objetivo desta

Categoria é armazenar aos dados que

não possuem representação espacial

como, p. ex., os dados de cadastros

rurais e urbanos (Tabelas de Atributos).

Os dados no SPRING são criados e definidos por um MODELO DE

DADOS DO BANCO DE DADOS, onde cada mapa pertence a uma CATEGORIA:

IMAGEM – esta Categoria refere-se

aos dados adquiridos por

sensoriamento remoto em formato

matricial. Ex.: imagens de satélites.

NUMÉRICO – os dados representados

nesta Categoria possuem uma

variação contínua de seus valores

numéricos em função de sua posição

na superfície. Ex.: altimetria,

temperatura de superfície.

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As características de apresentação gráfica (visual de áreas, linhas, pontos e

textos) dos dados também são definidas e armazenadas junto com o MODELO DO

BANCO DE DADOS. O termo “visual” é utilizado no SPRING para designar as

características de apresentação gráfica dos dados, sendo definido para cada

modelo de categoria, assim como para as classes de uma categoria do modelo

temático.

As CATEGORIAS do modelo TEMÁTICO são divididas em CLASSES

TEMÁTICAS, e cada classe pode ter um visual diferente, isto é, cores distintas

(INPE, 2002).

O PROJETO no SPRING define a área física de trabalho. Para criação de

um PROJETO é necessário fornecer um nome, projeção e retângulo envolvente.

Um subdiretório, abaixo do diretório correspondente ao BANCO, será criado. Os

dados referentes a uma dada região serão armazenados neste PROJETO. A

condição para criar um PROJETO é apenas ter um banco ativo, não sendo

necessário definir as CATEGORIAS. Pode-se ter quantos PROJETOS desejar,

mas somente um pode estar ativo de cada vez.

Um PROJETO possui um conjunto de PLANOS DE INFORMAÇÕES (PI’s)

com mesmo sistema de projeção. Dados externos, em outras projeções, serão

sempre remapeados para a projeção do PROJETO ativo, seja durante o processo

de importação ou na digitalização. Desta forma, é importante definir um sistema

adequado com a escala dos dados, prevendo-se também os produtos cartográficos

que serão gerados (Lopes, 2002).

Cabe salientar que somente serão apresentadas as CATEGORIAS que

estiverem no Banco de Dados ativo, as quais possuem pelo menos um PLANO DE

INFORMAÇÃO no PROJETO ativo. De acordo com a CATEGORIA, apresentam-se

os PI’s e suas representações disponíveis.

Um PI é representado por um conjunto de objetos que possuem

características básicas em comum. Num PROJETO cada PI está associado a

uma CATEGORIA, portanto refere-se a um único MODELO DE DADOS:

TEMÁTICO - [Pontos (P); Linhas (L); Matriz (M); Classes (C); Texto (T)]

NUMÉRICO - [Amostras (A); Grade (G); TIN (Ti); Isolinhas (I); Imagem

(Im); Texto (T)].

IMAGEM - [M (M) - canal monocromático, R (R) - canal vermelho, G (G) -

canal verde, B (B) - canal azul; Texto (T); Sintética (S); Classificada (C); Rotulada

(R) - linhas criadas pela segmentação de imagens].

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REDE - [Linhas (L); Objetos (O); Texto (T)]

CADASTRAL - [Pontos (P); Linhas (L); Objetos (O); Texto (T)].

PRINCIPAIS COMANDOS DO MENU PRINCIPAL DO SPRING:

Menus de Atalho

Banco de Dados

Projeto

Categorias

Plano de Informação

Painel de Controle

Gráfico

Zoom (selecionando a área)

Cursor de ponto

MODO AUTO/PLENO/ESCALA

A apresentação de PI’s na área de desenho pode ser controlada por outros

parâmetros que são definidos para cada tela. Na barra de ferramentas existe um

botão de opções que permite selecionar entre: Auto, Pleno e Escala.

Modo Auto: reamostra a imagem de modo a apresentá-la toda dentro das

dimensões padrões da tela, do projeto ativo ou da forma do retângulo definido para

um zoom.

Modo Pleno: não há reamostragem, todos os pixels são apresentados e

caso a imagem não caiba nas dimensões da tela, a barra lateral poderá ser

utilizada para visualização do resto da imagem.

Modo Escala: os dados serão apresentados na tela na escala definida no

campo equivalente, requer apenas que o valor seja digitado. Uma mensagem fará a

advertência para o caso em que não haja memória suficiente para ampliar a

imagem na escala desejada, devendo-se então diminuir o fator de escala. A caixa

de texto que apresenta a escala a cada visualização não poderá ser alterada a

menos que a opção Escala esteja selecionada.

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APRESENTAÇÃO DE COORDENADAS E INFO PARA DADOS MATRICIAIS

Uma vez que seu projeto encontra-se cartograficamente definido, pode-se

ver em tempo real a posição do cursor, em coordenadas geográficas ou planas,

quando se move o mesmo sobre uma área de desenho.

O botão de opções Inativa/Planas/Geográficas localizado na

barra de ferramentas refere-se às coordenadas do plano de informação. As

coordenadas são apresentadas no rodapé da tela, em metros para a opção Planas

e em graus, minutos e segundos para a opção Geográficas. A opção Inativa

desabilita as coordenadas do rodapé.

A opção Info apresenta os valores de Z quando um PI numérico contém uma

grade retangular ou os valores de nível de cinza quando um PI do modelo imagem.

DESENHAR, ZOOM IN, ZOOM OUT, ZOOM PI, ANTERIOR E RECOMPOR.

Desenhar ou [Executar] [Desenhar] no menu principal atualiza os

dados na tela de acordo com a seleção realizada no “Painel de

Controle” e as características de apresentação, como escala,

definidas na própria tela.

Zoom In ou [Executar] [Zoom In] no menu principal amplia de 2

vezes o centro da tela de desenho após seleção de PI's no “Painel de

Controle”.

Zoom Out ou [Executar] [Zoom Out] no menu principal reduz de 2

vezes o centro da tela de desenho após seleção de PI's no “Painel de

Controle”.

Zoom PI ou [Executar] [Zoom PI] no menu principal amplia os dados

na tela de acordo com o PI ativo no “Painel de Controle”, baseado no

retângulo envolvente do PI. Outros PI's podem estar selecionados,

mas a ação será sobre o PI ativo.

Recompor ou [Executar] [Recompor] no menu principal

redimensiona a apresentação dos dados em função do tamanho da

tela e do retângulo envolvente do projeto ativo. Desfaz um zoom

realizado através do Cursor de Área e restaura o modo de

apresentação para Auto, caso esteja em Escala ou Pleno.

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Anterior ou [Executar] [Anterior] no menu principal restaura a última

ação de apresentação de um dado na tela corrente. Desfaz o último

zoom realizado através do Cursor de Área, Zoom In, Zoom Out,

Zoom PI ou Cursor de Vôo.

O recurso de voar através do botão ou [Exibir] [Cursor de Vôo] no

menu principal permite deslocar os dados na tela mantendo a escala

de visualização, mostrando os dados além da área visível.

Normalmente é utilizado após ter aplicado um zoom na tela ativa. O

cursor passa para a forma de uma “cruz” (+) quando o recurso de

voar estiver ativo. Clique em um ponto da tela e arraste o mouse até a

posição desejada, liberando em seguida, para que a imagem seja

apresentada na nova posição. Para restaurar o cursor na forma de

uma “seta”, clique o botão da direita do mouse dentro da área de

desenho ou no próprio botão de vôo.

O uso do botão ou [Exibir] [Cursor de Info] no menu principal permite

mostrar todas informações sobre os PI's desenhados na tela ativa. Ao

ativar este botão, o cursor passa para a forma de uma “cruz” (+) e

quando se clica na tela ativa, todas informações na posição indicada

são apresentadas na janela de "Relatório de Dados". Para restaurar o

cursor na forma de uma “seta”, clique novamente no botão de info.

Após termos conhecido os recursos do sensoriamento remoto, sistemas de

informações geográficas e do Spring, estaremos utilizando estes para estudar sobre

o Brasil, Rio Grande do Sul e a Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí nas próximas

lições.