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APONTAMENTOS PARA Eli ETHODO GUITARRA A.. IT 1 . M i a i » e T>. HA. "Vxeira APONTAMENTOS P A li A UM METHODO GUITARRA A_. F. Maia o D. L. Vieix-a 1 V 1875, Lallemant Frères, Typ. Lisboa

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APONTAMENTOS P A R A E l i

E T H O D O

GUITARRA

A. . IT1. M i a i » e T>. HA. " V x e i r a

APONTAMENTOS P A li A UM

METHODO

GUITARRA

A_. F. Maia o D. L. Vieix-a

1 V

1875, Lallemant Frères, Typ. Lisboa

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iru\íi m:\ins

METHODOGUITARRA ACOMPANHADOS DE LITHOGRAPHIAS REPRESENTANDO

AS ESCALLAS D'ESTE INSTRUMENTO, VARIOS EXERCICIOS PARA PRATICA,

E AS POSigÓES EM QUE SÉ EXECÜTAM OS ACORDES DOS TONS

MAIS USÜAES.

toa

A. F. MAIA t 0. L. VIEIRA

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A O L E 1 T O R

Iioje que a guitarra de novo tem entrada ñas salas da nobreza, readquirindo assim os seus antigos

foros; hcje que este sympathico instrumento é levado aos aposentos de muitas damas da nossa primeira

sociedade, e que tantos mancebos o escolhem para distraccao, consagrando horas ao seu estudo; nao se­

rá extranho que alguem se lembre de apresentar em publico uns apontamentos para um methodo de

guitarra.

Bem vemos que ainda n'estes limites é arrojada aempreza; e tanto mais, quanto écerto que nenhum

trabalho d'este genero existe publicado, pelo menos em nossa vida: mas nao desanimamos ; porquanto,

n'este mesquinho fructo das nossas tentativas, vae um incentivo para alguem que um dia possa comple­

tar a obra que nos agora esbocámos.

Assim pois, aquillo que offerecemos aos amadores da guitarra, nao vale as honras de methodo : é

simplesmente um compendio de principios e nocoes, que poderao depois aproveitar a quem fór mais

alem do que nos. os AUCTORES. ,

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P R E F A C I O

Se é certo que existem instrumentos que para serem bem tocados exigem ao artista o contiecimento

previo dos principios de música, nao é menos verdade que outros ba que lhe dispensara completamente

'essa habililagáo, quando elle nao queira ser profundo na sua arle. Está entre os últimos a nossa popa-

lar GUITARRA.

E na verdade, quantas pessoas nao conhece o íeitor, que o deleitam bastante com o que ex-ecutam

na guitarra, e sem oomtudo saberem música? Prova isto exuberantemente quanto é fácil exeeutar na

GUITARRA, urna vez que o locador ienha comsigo urna certa vocacao música, e um bom ouvido: aquella,

para saber dar gosto eexpressáo aoque toca; este, para oencarninhar-a repFodazir com faoilidade-e exa-

ctidao aquillo que ouvio a oulrem.

Acreditando nos que para conseguir tirar da GUITARRA um, cerlo recreio, nao é absolutamente neces-

sario o conhecimento dos principios de música, vamos dispór os -nossos apontamenlos por forma que pos-

sam aproveitar, tanto aos que já possuera esse conhecimento, como áquelles que lhe sao alheios.

No decurso do nosso trabalho procuraremos fazer-nos comprehender, empregando parakso urna

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linguagem clara e simples, usando das denominaçoes que hojeeslao consignadas pelo uso, e deixando d-e

parte aquellas que por ventura possam ser desconhecidas ou menos familiares.

Adoptaremos um seguimento gradual do mais fácil para o mais difficil, dando em tudo mais logar á

pratica do que á iheoria.

Em amitos pontos das nossas explicaçôes, tomaremos para guia o excellente methodo hespanhol, de

viola franceza, publicado por D. Dionizio Aguado, aproveitando d'elle o que é commum aos dois instru­

mentos, e adoptando em parte o systema de represenlaçâo que o insigne violista empregou na musica

destinada á viola, especialmente ñas escalas. *

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DENOMINAÇÂO D'ALGUMAS PARTES DA GUITARRA

A guitarra pode considerar-se dividida em duas partes: caixa harmonica e braço.

Na caixa distinguem-se : o tampo harmónico, o aro & o fundo.

O tampo harmónico, geralmente de forma approximada á d'uma pera, limita a caixa superiormente,

e é munido d'uma abertura d'crdinario circular, denominada bocea.

O aro define a caixa lateralmente, unindo-se ao bordo do tampo pela parte inferior d'esle.

O fundo constitue a face opposla ao tampo, sobrepondo-se ao aro.

Sao partes do braço: — a cabeça e o mastín e accessorios: as cravelhas ou as engrenagens, apes­

taña e o sobreponto.

A cabeça forma um ángulo com o resto do braço, e pode ser direita, lendo entâo 12 furos (geral­

mente 12, podendo ser 15 ou mais) que recebem as cravelhas, ou curva, e terminado em caracol, em

carranca ele. recebendo n'este caso as engrenagens em vez das cravelhas.

Mástil é a parle do braço comprehendida enlre a cabeça e a caixa, plano pela frenle e convexo ou

abaulado por delraz. '

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8 As cravelhas sao pequeñas pegas de madeira, que entram nos furos dacabeca dobrago, c sustentar»

na parle que sae sobre esle, por.meio. d'uma fenda, as cordas do inslrumenlo.

As engrenagens, que vantajosamente sübstiluem ascravelhas» sao 12 pares de parafusos melaílicos-

e pequeños grampos, sustentando estes as cordas, subindo ou descendo por meiodeengrenagem com os.

parafusos, ao longo de 12 fendas pralicadas n'uraa chapa embutida na cabega do bra?o.

A pestaña, é urna pega quasi sempre d'osso, com a face superior em arco de circulo, onde se-

apoiam por 2 . a vez as cordas. ,

O sobreponlo, é urna lamina de madeira ligeiramenle abaulada pela frente, e plana por detraz, que se

ajusta sobre o maslil e parte do tampo harmónico» Sobre eHa se nota um cerlo numero de divisSes, al-

gumasvezes 17^ mas geralmenle menos, assignaladas por meio de pequeños arames, conservando entre*

si urna differenga consíante para menores, desde a primeira, junto á pestaña, alé á ultima. Cada urna»

d'eslas dhisoes ou espagos chama se ponto, e a serie de todas,, escala ou diapasño. Designam-se por.: —

1.° ponto, 2." ponto, 3.', 4." etc. a partir da pestaña,

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Sao lambcui accessorios da guitarra: o cavallete-a os pregos.

O cavallelo é urna amplificagao da pestaña: isto c.umsupporle mais ou menos elegante, vulgarmente

de madeira, que sustenta as cordas do instrumento sobre a sua parte superior em arco de circulo, apoian-

do-scpoT pequeña extensao da base sobre o lampo harmónico, mas sem que a elle seja grudado, a finí

•de poder recuar-se ou avangar-se á vonlade do locador, E iigeiramenlc chanfrado na sua Lase, para que

tome sempre urna certa inclinacao para Iraz,, e nao possa assim ser fácilmente abatido para diaiilc, em

virlude da pressao das cordas n'esle sentido.

Os pregos sao pequeñas pegas d'osso, madreperola, ele. de forma aproximada d'uia progo wilina-

3Ío, ryie enlram e sao sólidamente fixados sobre o aro, na dircegüo do braco, aura tergo d'allura d'a¡juelle.

•N'ellesse prendem as cordas, passando estas depois sobre o cavallele e pestaña, pelas monas,—

pequeños sulcos feilos na parte superior d'cstes dois supporles, para fixarem as cordas a distancia conve­

niente, nao as dcixando juntar, indo eslas por ultimo prender-se ñas caraveihas ou nos grampos.

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DISP0SIÇÂ0, NOMENCLATURA E NATUREZA DAS GORDAS NA GUITARRA

A guitarra tem ordinariamente Í2 cordas, distribuidas em 6 pares.— D'eslas, 9 sao simples, 3 sSo

cordas compostas ou bordôes— Gomando do lado exterior, podera designar-se por: 1.*, 2. a , 3 . ' , 4. a , 5.*

e 6.* corda, referindo-se estas denominaçôes a cada urna das cordas simples, abstrahindo de que sao du­

plicadas a 1. a, 2 . a e 3 . a , e acompanhadas debordâo a 4. a , 5. a , e 6. a

Algumasguitarras ha com as 3 primeiras cordas simples triplicadas, vindo assim a ter 15 cordas.

Podem disíinguir-se lambem, chamando: primas ao i .° par; segundas ao 2.°; toeiras ao 3.°; prima

e bordàode prima ao 4."; segunda e bordño de segunda ao 5.°; toéira e bordao de toeira ao 6.° — E esla a

nomenclatura mais usual.

Os bordôes coslumarn collocar-se da parle exterior das cordas simples que acompanbam.

As primas e segundas usadas geralmente na guitarra, sao de metal branco (açoj as toeiras sao de

metal amarello (latâo); os bordoes de prima, segunda e toeira, sao formados por estas cordas simples

cobertas com fio de melal branco.

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l i

CONOICÒES QUE SE REQÜEREM N'UMA BOA GUITARM

Para que possa chamar-se boa, deve a guitarra: — i .° ser bem construida.—2.° achar-se era boa

disposicao acustica ou de som. — 3 . ' ter boa escala ou diapasào.— 4." ser commoda e manejavel. —

5." ter bons accessorios.

Condicóes de boa construc?ao.— Será beni construida a guitarra cujas partes componentes o fo-

rem tambem, e se acharem intimamente ligadas de modo a consliluirem um lodo solido e resisterne. Pa­

ra isso deve o instrumento ser feilo de madeira sa, e de quaiidade a mais adequada á sua construcgào.

As madeirasque mais vulgarmente se empregam na conslrucgáo da caixa, sao: a noyucira, o platano

e o pau santo, para o fundo e aro ; a casquinha para o lampo harmónico.

O sobreponto c quasi sempre de pau santo, e o brago, denogueira, amieiro etc.

Da collocacUo das travessas interiormente á caixa, depende milito a solidez d'està e a sua eslabilida-

de deforma. Se as travessas forem mal dispostas, fracas, mal grudadas, a caixa, e d'està principalmente

o lampo harmónico, come-gara a ceder, ganhando cova junto da bocca, empeñando, desgrudando-so eie.

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Ao escolher-se urna guitarra no mercado, examine-se pois escrupulosamente a caixa, interior e exte­

riorícente, poisé esta a parte mais importante do instrumento. Aínda que a guitarra lenha um bom bra­

co e bons accessorios, sendo mal construida a caixa, nada pode valer.

Coûdiçôes de boa disposicáo acus t i ca—A boa disposiçao acustica depende quasi exclusivamen­

te da caixa barmonica. Assim deve esta satisfazer a um certonumeroderequisitas, dos quaes derivara na­

turalmente as boas condiçoes musicaes do instrumento.

-—Deve a caixa ter um tamanho proporcionado; deve ser de madeira bem secca, e escolhida sem

nos ou quaesquer defeilos de veio. As suas paredes devem ser delgadas, para entrarem mais facilmente

em vibraçâo, aoreceber a caixa o ar exteriormente agitado pelas cordas. Nao devem poremser exagera­

damente delgadas, o que as taz sugeitas a empeñar ou desunir, nem muilo grossas, o que Ihes impede a

vibraçâo.

A caixa da guitarra deve acbar-se no mélhor limite de grandeza. As guitarras de grande caixa, pos­

to que sejana mais sensiveis ao toque, nao permiltem ordinariamente grande altura de aûnaçâo, tornami

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os sons confusos, fazendo-os acompanhar d'um susurro constante que se produz d'enlro da caixa, ele.

Tambem as guitarras de caixa muito pequeña, mas que nao chegam a ser requintas, sao menos harmo-

niosas, duras em sons etc. A profundidade da caixa deve estar em justa proporcao com a grandeza do

seu tampo. Entre duas guitarras de lampo igual, deve escolher-se a de maior profundidade de caixa, isto

porem dentro de Gertos limites.

O fundo, que em grossura deve acompanhar as outras paredes da caixa, bom é quesejafeito d'uma

só peca, e nao de duas, como muitas vezes se vé. O tampo, tambem ordinariamente de duas metadesgru-

dadas, melhor seria inteirigo; fica porem assim mais solido e estavel.

Satisfazando a caixa harmónica aeslas condigoes principaes, o instrumento lera, com probabilidade,

urna boa disposicao acústica.

Nao basta porem que as cordas soem, e que a caixa Ibes receba os sons, reforgando-os mais ou me­

nos: é preciso que o instrumento seja harmonioso: isto é, que a vibracáo das cordas seja duradoura, e

que os sons agudos correspondan! em volume aos graves, islo em toda a extensao da escala. Acón-

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tecendo assim, diz-se que o instrumento te¡n um diapasíio ou escala igual.

É difficii porem realisar-se esta condicao, c o constructor nao pode prever com firmeza que ella-

so reaüsará. Geralmente n'oma guitarra prcdominam os sons agudos sobre os graves, ou vice-versa. A

que se acliar no ultimo caso deve ser regeilada. Boa será, como dissemos, a que liver uns eguacs cr»

volume aos outros.

Condicoes d'uma boa escala. — E ' importante que a escala seja l>em conslruida, visto que da sua

derfeigao depende o ser o instrumento afinado na serie natural dos sons: isto ó, produzir as diflerenlcí?

notas na altura que Ibes pertenec, guardando os intervallos musicaes d'umas para outras.

Para isto se dar é indispensavei que a escala seja dividida segundo as rcgras da arle; e assim devem

os pontos ler urna grandeza successivameule menor, desde o 1.° alé ao ultimo, íicando constante a dif-

ferenca de qnalquer ponto para oseguinte.

Alérn d'isto, é preciso que a escala seja commoda ao tocador; c assim as snas ti ¡visóos devem ser

embutidas no sobreponlo, de modo que fiquem apenas com a saliencía indispensavei, sem arestas ou as-

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perezas que possam magoar os dedos.

Para completar a bondade d'urna escala, deve ella assentai- n'um brago airoso, estrello e bem desem­

peñado. .

€ondic5es de commodidade. — À guitarra será commoda e manejavel ao tocador, se as suas dif-i

fercnles parles estiverem no limile mais conveniente de grandeza, eíorem proporcionadas entre si.

Nao deve pois a guitarra ser demasiadamente grande, o que a torna difficil de acommodar, nera

muilo pequeña, o quo parece a faz escapar das maos de quem está locando.

Altenda-se a que o instrumento deve ser manejavel e coramodo, sem prejuizo das suas concJicSes

musicaes, e regulem-sc, mirando a isto, as dimensoes que mais convem adoptar.

Condíeoes mais convenientes dos accessorios da gui tar ra .— Urna guitarra bem conslruida, e

em boas condicoes acústicas, para que em ludo seja búa, deve ter um mechanismò de afinarlo solido,

fácil de usar, e que sustente bem as cordas do instrumento. A guitarra pode aunar por mcio de caravelbas, ou por mcio d'engreiiagens. : ;

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Sendo a guitarra de caravelhaí, deve exigir-se que estas seja-m de bôa madeira, que girem nos furos

da cabeça do braço com um attrito fácil e perfeilo, e que as fendas em que prendera as cordas sejarn

bem feitas.

Nos mecbanismos d'engrenagens, devem os parafusos desandar com brandura dentro da chapa, ele­

vando e abaixando os grampos com facilidade ao longo das fendas, e podendo fixar estes em qualquer

altura, sem que a corda ceda.

Os grampos devem ser boleados no sitio onde recebem a azelba, para nâo a cortarem quando se

afinar a corda.

Dos dois mecbanismos de afinaçâo é semduvida preferivel o d'engrenagens, ed'esle, o d'engrenagens

com parafusos de bolâo dispostos cm leque. Com este systema, que dispensa chave para desandar os

parafusos, que o oülro, tambera d'engrenagens, exige, é maito fácil afinar o instrumento.

Do cavalleteda guitarra e da pestaña, depende urna condieçâo de hondade do instrumento: é o ser

a escala maisou menos macia ao pisar. Depeade isto da altura d'esles dois supportes. Deve o cavallele e

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a pestaña ter altura tal, que as cordas fiquem o mais baixas possivel sobre as divisoes dos pontos, sem

jamáis se chcgarem a estas, quando pisadas, o que as faz produzir um som confuso e pouco musical.

O regular esta altura pertence ao constructor.

Tambem nao é indifferenle a forma do cavallele, nem a posicao que elle deve ter sobre o tampo har­

mónico.

O cavallete deve ser de forma ligeira. assenlando no tampo apenas por dois pés, mas Gcando sempre,

sufficientemenle solido para resistir á pressao das cordas. A sua posicáo sobre o tampo deve ser tal, que

ferindo o tocador urna corda qualquer, solía e depois pisada no Í2.° ponto, os dois sons fiquem em 8. a per-

feila. Esta posigao cosluma ser indicada pelo constructor, por um pequeño ponió sobre o lampo, afundado

na madeira.

Se com o tempo o cavallele se deslocar da posicao conveniente, é fácil leval-o a ella por tentativas, alli-

Viando-o primeiro bástanle da pressao -das cordas.

Os pregos da guitarra devem ser 12, feilos de osso ou madeira resistente, e bem firmes no aro pera,

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(1] Depojs de fallarmos das condicoes que se requerem n'uma boa guitarra, devenios dar noticia dos violeiros de Lisboa que acliiiilmcute mais se distinguen) na eonslrucoao de guitarras.

Está sem duvida no i." logar, o sr. Manuel Pereira, eom loja de instrumentos de corda (violas, guitarras, cavaquinhos, etc.) na rúa das Portas de Santo Anlüo n . o s 189 a 1 9 1 . .

Podemos afiancar os instrumentos que ali S3 cncontram A venda, como bem construidos, e acabados com o maior primor Em escolíenles condkoei nsuiioaes, Colados de óptimas escalas, obedecendo erofirn a todos os principios da arle, sao assim so primeiros entre os que li )je se p'ik'.n com )r,ir, n i ) só ni capital, mas em todo o reino.

O 2." logar cabe ao sr. José Marín dos Santos, violciro eslabelecido no largo da . Annunciada n.° 20 (loja), que «presenta no mercado guitarras em boas condinóes de construcrao, dc'acabainento perfoitissimo, c de bellos sons militas d'ellas.

A'.ém d'estes dois artistas, merece incncjio. o sr. Filtppc José Rodrigues, com loja na nía de S. José n.° 3 1 . Os instrumento» que poe á venda, muitós de bonito ornato e todas bem acabados, sao por vcies ciccileutcs em yozes, e na gcneralidade bous,

que. •sustentera as cordas com segnrança. (i)

• :• . . ESCOLHADAS CORDAS

As cordas da guitarra iôein grossnra determinada, e sâo conhecidas ñas fabricas pelos numéros —

8e 9, as primas; G e7 , as segundas; 4 e 5 , a s loeiras; 3, 2 e i ,os bordoes de prima, segundo e locira.

Qualqner que vae comprar urna guitarra, enconlra-a já encordoáda : nao deve porem confiar cega-

monle nas cordas que lhe vô, porquanlo nom sempre sâo boas. O constructor conclue a guitarra, e para

a ëiifeitar, monta-lbc amas cordas tneihures ou peiores: cm seguida manda para o mercado a sua obra as-

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sim completa, e o comprador quando vae usar d'ella, afinando-a para exccular, nao poucas vezes

vè com desgoslo parlirem-lhe as cordas simples do instrumenlo, e até os bordoes, por nao resislirem urnas

e ouíras á tensào a que as quer levar, em virlude de serem de rná tempera, grossas de mais, affectadas de

torced uras etc.

Assim pois, bom será que o tocador ao e&talar-llie urna corda de qualquer das tréz especies, experi­

mente com cuidado as oulras duas, levando-as vagarosamente ao grau da tensao ou altura de som a que

nao resista a primeira. Se n'essa altura supporlarem a afinagào, concluirá que a primeira linha defeilo

exlranho á qualidade, como: urna torcedura, urna fallía, etc. sendo eftlao preciso substiluil-a.

Acontece isto frequenies vezes, pois que na corda d'um mesmo carro ha bocados bons, oulros maus,

por defeilo da fabrica.

Na escolha das cordas, no mercado, deve o comprador attender : á-sua qualidade e á sua grossura ou

diametro. A boa qualidade está na boa natureza do metal de que sao fabricadas, na boa tempera, e na per-

feicüo do fabrico, que éa uniformidade em gíossura e regularidade da superficie cylindrieo, sem apresen-

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tar arestas. Nâo se pode apreciar asimples visia, se a corda que se observa enrolada n'um carro; é de boms

metal e bem temperada, mesmo porque o vendedor ordinariamente nao deixa experimentar entre os dedos

a extremidade da corda. Se porém o consentir, poderá quem. compra 1er como bem temperada (isto con>

alguma probabilidade) toda a corda que torcida ou dobrada ofl'ereça resistencia a quebrar-se, podende*

além d'isso torcer-se em dois fios á maneira de cordâo, sein tambem se fracturar.

A perfeiçâo do fabrico ob?erva-se-á simples vista ñas différentes voilas que dá a corda no carro..

As cordas compostas ou. bordoes^ serâo sempre boas, se fôremde bôa qualidade as suas cordas sinv-

pies interiores, e o fio com que estas sâo.cobertas. Pode observar-se isto desenrolando este fio (se o ven­

dedor o permiüir^ na extremidade do bordâo que nao teni azelha, e procedendo depois como para as

cordas simples.

Qnanlo á grossura da corda, nâo é ella indifférante :e assinvdeve o tocador attendes ao Eumero que

Ihepertence, o quai se vé sempre escripto sobre o carro.

Às cordas mais grossas produzem, como é,sabido, som mais grave e icforçado; as delgadas sâo pelo

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contrario desti nadas á producçâo dos sons agudos.

Para um mesmo numero, conforme a fabrica d'ondo provem a corda, nem sempre esta lem a mes*

•ma grossura. E' assim que lia cordas n.° 8 (primasj urnas mais" grossas que ouïras, apesar de terein egual

•numero. IN'esle caso, entre duas cordas de differente grossura, deverà preferir-se a mais delgada, quando

se quizer conservar a corda em grande allura de som ; e a mais grossa, quando essa altura nùp fùr muilo

exagerada. E assim deve ser, porque quanto mais grossa é a corda, menor lensao póde supportar, quebran­

do por isso mais facilmente que urna outra mais delgada, para urna mesma altura de som.

Geralmenle adoplam-se os seguintes numéros para a encordoaçào da guilarra:— primas n." S ¡se­

gundas n.e 6 ; toeiras n.0 4 ; bordoes n.us 3 , 2 e 1: ou enlào: — primas n.° 9, segundas 7, toeiras n.e 5

e bordoes n."' 3, 2 e 1.

Alguns locadores substituera as loeiras amarellas n.° 4> por segundas n.° 6 ; e o bordào de prima

n.° 3 , por urna corda simples amarella, n.° 2 ou 3, ou por urna prima de numero cguul ás do primeiro-

par, (7 ou 8) Gcando entào a guilarra coni dois pares- de primas»

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Estas substiluiçôes roubam muito á belleza dos sons, especialmente das toeiras, corn a única vanla-

gem de permiltirem maior lensào a essas cordas, e portanlo maior altura de afinaçâo.

Ha porem n'este sentido urna troca mais vantajosa:é a que se pode fazer adoptando em vez de to­

eiras amarellas n .°4 , toeiras brancas inglezas d'egual numero. Estas cordas sâo susceptiveis de grande

tensâo, e produzem bom som. (2)

MANEIRA DE MONTAR AS CORDAS NA GUITARRA

Nao é indifférente o modo de pôr urna corda na guitarra. E preciso seguir n'esta operaçâo um certo

numero de preceitos pratioos, que hoje estâo confirmados pela experiencia de quantos executam alguma

cotisa n'este instrumento.

(2)Recommendàmos aos tocadores de guitarra as cordas que se vendem noarmazem de instrumentos do sr. Custodio Cardoso Perdra, na rua Nova do Carrao n.° 4 1 , onde encontrarâo um variado e excellente sortimento de todos os numéros, tanto das fabricas nacionaes como das estrangeiras. .

, Bem assim as acharâo boas, de todas as especies, e de óptima qualidade, na toja do sr. Manoel Pereira, violeiro, na ruadas Portas de Santo Antâo n . o s 189 a 191 . . . . . .

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Estando a corda enrolada como saiu da fabrica.ao levantar a sua extremidade dafenda que a segura

na borda do carro, deve haver todo o cuidado em evitar que «lia se solté das maos, pois quasi sempre fica

ínulilisada toda, ou em parte, a corda que assim se desenrolou bruscamente: os nos e terceduras qus

leude® logo a formar-se a fárao quebrar ao ser tendida. Especialmente com as cordas brancas, e d'es*

fias,«com as inglc-zas, deve baver4oda a cautela, para evitar este desastre.

Evitado elle, *a priai eirá cousa quese^faz, é torcer a oxlremidade da corda de modo a formar aze-

yba ( que deve depois entrar no prego do instrumento. Para isto, desenrolada do carro urna porçâo de

íoeio palmo, approximadamente, crusa-se a extremidade livre em argola, lorcendo depois entre os dedos

aima porçâo sufficienie para que a azelba fique solida, e caibanacabeçado prego.

É um pouco incommodo torcer com os dedos a corda, quando' ella é de bem metal e boa tempera.

¡Bode usar-se com vanlagernd'um pequeño torno de mâo, lendo o cuidado de en volver com pape lonea­

d o da corda que deve-ser torcida, afim de que o torno a nao fira.

As cordas parlero fréquentes vezes;por estas a-selbas quando ellas teem sido mal leilas. E condiçao

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para que a azelhá fique boa, que ao crusar-se a ponía da corda, fique a raesma ponía vollada para o pei-

to do individuo, pegando elle no carro com a tníio esquerda, e torcendo a corda com os dedos pollegar e

indicador da mào direita.

Feila a azelha, e introduzida no prego, deve em seguida desenrolar-se do carro um comprimento

de corda que alcance ató um pouco alem da carav'elha correspondente, ou do grampo d'engrenagem, estan­

do .esle cliegado á base da fenda onde gira, segundo fòr a guitarra de caravelhas ou de engrenagens.

Sendo a guitarra de caravelhas, completa-se a operagao, levando a corda a passar pela fenda da

caravolha, depois de obrigal-a a dar em roda d'esla urna ou duas voltas, evitando assim o conduzil-a

immediatamente pela fenda, e isto porque d'este modo a corda resiste mais, e fica bastante firme na cara­

vella para sustentar a aímagao.

Por ultimo, leva-se a corda a passar pela mosca dos dois cavallotes, e nada mais. Se a guitarra fòr

d'engrenagens, é preciso n'esle caso repetir para a exlremidade superior da corda, n'um comprimento

que alcance um pouco alem do grampo, como dissomos, o que se fez ao principio, formando onira aze-

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lha, bem torcida sempre e mais pequeña, levando por ultimo a corda ao seu logar sobre os supportes.

Os bordôes ordinariamente já trazem azelha n'uma das extremidades, foita na fabrica, sendo enlâo

preciso formar a segunda pelo modo que indicamos, quando a guitarra fór de engrenagens.

AFINAÇAO DA GUITARRA

Segundo a altura de som das différentes cordas, urnas em lelaçâo ás outras, podem considerar-se na

guitarra 3 systemas de afinaçâo, que mais geralmente se adoplam; a saber: — afinaçâo natural, afinaçâo

natural com 4 . a , a que chamamos afinaçâo sobre-natural (denominaçâo que nada quer dizer, e que nos

parece poder substiluir-se por aquella, por differir esta afinaçâo da natural, emter o fa (4." do loin do do)

na 5 . a corda) e afinaçâo do fado corrido, assim chamada vulgarmente. Traelaremos de cada urna em

separado. •

AFINAÇÂO NATURAL

N'esla afinaçâo-, como ñas ouïras, começa-se por levar urna das cordas do instrumento a urna allu-

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ra de som conveniente, lomando cm seguida esse som para alamiré ou Lase de afinaçâo.

A corda escolhida para isto/póde ser a primeira do 1.° par.

Em .cada par de cordas simples," islo é, primas, segundas e toeiras, as duas cordas devem ficar pro-

duzindo o mesmo som, como se fosse realmente urna só corda.

No 4.°, 5." e 6." par, a corda simples afina no mesmo som pelas do par de nome cgual ao seu, e o-

bordâo que acompanha essa corda simples, fica em oitava abaixo com ella.

Vejamos agora qual deve ser o som do 2." e 3.° par em relaçâo ao do í.°

G 2.° par deve produzir o som do i . 0 , quando pisado aquelle no 3." ponto. — O 3.° deve produzir

o som do 2.", pisado aquelle no 4." ponto.

Deve baver diligencia cm conseguir que as duas cordas de cada par, com a corda simples de nome

egual ao d'aquellas, produzam exactamente o mesmo som, o que sempre réalisa qucm possue um bom

ouvido.Tambem os bordees devem fazer oitava perfeita com a corda simples que acompanbam.

GQJBO da; altura do alamiré, depende depois a a-lUira» de toda a afinaçâo, deve adoplar-se para aquel"

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AFINA CAO DO FADO CORUIDO

Na afinado do fado corrido, o 2.° par, pisado no 2." ponto, deve produzir o somdo 1.°—O 3.°

le um som conveniente e agradavel : nem exageradamente allo, o que poderia occasionar a fractura dos

bordoes, sempre menos resistentes; nem muilo baixo, o que deixaria mal dislinclos todos os sons graves

do instrumento, e pouco salienles os agudos. A pratica e o bom goslo encaminliarao o csludanle a collo­

car a guilarra na melhor altura de afinagao. ''

AFINACÀO NATURAL GOM 4. a

Esta aGnagao differe pouco da naturai. A differenza estaño som das cordas do 5.° par. —Em quan­

to qnen'aquella afinagào a corda simples d'esle par produz o mesmo som que as do 2 na afinacào na--

lural com 4. a deve, essa corda produzir o som do 2.° par, pisado este no 2."'ponto.

O bordào do 5.° par, afina o i lava abaixo com as cordas que acompanha. Todas as oulras cordas fi-

cam nas relacòes indicadas para a afinacào naturai.

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2&

pisado no 5.°'ponto, deve próduzir o som do2." •— No 4.", a corda simples afina pelo 1.° par. O borda©

toma a oitava abaixo d'aquella corda. — N o f>.°, a corda simples afina pelo 2.°'par, e o seu bordao fica

em oitava abaixo<. —No 6.°, a corda simples afina pelo bordào do 4.° par, pisado no 3.° ponto, e o bor­

da© dà a oliava baixa da mesma corda simples.

POSICÁO DO TOCADOR

O guitarrista pode tocar assenlado, ou de pé. Para o que nao fór meslre, será sempre mais eomtnode*

O tocar assentado. Vamos darideia da posicào que mais convem ao locador, n'urn e n'outro caso.

Posic;ào do tocador asseiitado.— O tocador deve procurar assenlar-se de modo que as cpxas lhe-

fiqueru sensivelmente borisonlaes.

As pernas, do joelho para baixo, devem cair naturalmenle s íicando maison menos direilas,ou incli­

nadas para a frente, á vonlade do tocador, mas de modo que a posi gao soja sempre natural e elegante,, &

nao aeanbada e ridicula.

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Aquelle que se assentar ascondendo as pernas debaixo da cadeira, deixará de estar menos elegante­

mente e tomará urna posicáo pouco commoda.

Os joelhos nao devem ficar unidos, mas sim distanciados entre si um palmo ou pouco mais, conforme

o tamanho da guitarra. Para isto as pernas devem cahir naturalmente, ficando um pouco deitadas para

fora, mas so o sufficiente para que os joelhos se affaslem na distancia que dissemos, ficando os pés quasi

«nidos. Estes devem tambern conservar-se um pouco inclinados para a parte exterior, e o direilo sempre

um pouco recuado ao esquerdo, ludo sem affectaglo.

O tocador deve conservar o tronco do corpo naturalmente aprumado sobre os quadris: a cabega er­

guida, sem conslrangimento; o brago esquerdo dobrado de modo que a mao, ao pegar na guitarra junto da

pestaña, fique um pouco mais alta que ocotovelo, eum tanto afaslado do corpo, para que possa ter movi­

mento livre.

O brago direilo, quasi unido ao corpo na parle superior, deve ter o seti cotovelo sensivelmente na

.•altura do brago esquerdo, com a parte anterior (o ante-brago) horisonlal e apoiado a melo do seu cota»

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pximento, na borda da guitarra,sem aperto. ' '

Posiçâo do tocador empé .— O tocador deve conservar-se a prumo, fazendo cair o pezo do corpo

sobre a perna direita, curvando para a isso a esquerda ligeiramente.

Os bracos tomara a mesma posiçâo, com a differençade que.o direito, na sua parte anterior, assen

la na borda do lampo por cima dos pregos, Osando assim um pouco mais baixo que na posiçâo ante­

cedente.

Colfocaçào da guitarra estando o tocador asseatado.— A guitarra, com o braco para o lado es-

querdo, d.eve apoiar-se na coxa direita com alguma firmeza, amparando-a a esquerda n'esta posiçâo, e

fìcando encostada ao peilo do tocador por pequeña extensa© do fundo, para que o lampo se conserve um

pouco inclinado de dentro para fóra.

Esta inclinaçâo facilita ao locador olançar um golpe- de vista sóbreos pontos da escala, ñas posiçôes

mais difficeis da mâo esquerda.

0 braco do instrumento deve ficar subido ou inclinado de modo que a mâo esquerda o possa se-

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gurar junto da pestaña, ficando ella ao tomar esla posicao, um pouco, mais alla que o cotovelo, e poden-

do facilmente correr ao longo da escala até aos últimos pontos.

Col loca lo da guitarra estando o tocador de pé.—'N'este caso a guitarra deve encostar por todo

-o fundo ao peilo do tocador, um pouco sobre o seu lado difeito. 0 braco do instrumento pode ficar quasi

borisonlal. •

A commodidade n'esla posicao depende toda do modo de collocar o brago direito, que já indica­

mos.

E' este brago que deve comprimir a guitarra contra o petto, afim de que ella nao descaía da altura

conveniente.

Para mais facilidade em conservar està posigao, e quando o tocador quizer andar, pódeusar-se d'um

cordào ou fita, preso em duas argolas de metal, umaparafusada na cabega da guittarra, oulra no aro,

por baixo dos pregos.

Collocacào da mào direita. — A mao diretta deve apoiar-se notampo da guitarra pelos dedos an-

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nular e minimo, que para mais firmeza e commodidade se curvam ligeiramenle. Colloca-se pela parte ex­

terior das cordas, fica.ndo aquelles dois dedos quasi encostados ao primeiro par, e junto da bocca.

O pulso eleva-se alé que a costa da mao fique sensivelmenie parallela ás corda*, por cima d'eslas.

Disposta assim a mao, facilita se o em prego dos dedos indicador e pollegar, principalmente desti­

nados á excugào, devendo alem d'isso o tocador deslocar o pulso um pouco para fora, recolhendo os de­

dos, para queo pollegar bata quasi perpendicularmente ás cordas.

O dedo indicador, que desempenba o papel principal na execugào, deve conservar-se direilo, do-

brando-se levemente quando isso fór mais commodo, em certos casos.

O dedo grande, deve tambem ficar hirió e levantado do lampo, para nao prender os movimenlos ao

indicador.

O pollegar, batendo quasi perpendicularmente ás cordas, deve ferir estas apenas com a extremida-

dade na unha, conservando-se tambem direilo.(i) .

(1JA posicao que acabamos de indicar para a mao direita, é a que pode ser :r.a¡s coiumodaao locador, propria paraaboa

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Collocacào da mào esquerda.— Amao esquerdanao lem posicaofìxa; more-se ao longo do braco da

guitarra, com o dedo polleg-ar pela parie interior, e os outros dobrados sobre os pontos da escala, de

modo a poderem pisar as cordas sem encostar ás que devem soar soltas, ficando para isso as suas ultimas

piialanges quasi verticaes.

O dedo poìlegar deve dobrar-se pela sua ullima phalange, inclinando para o lado da caixa, quan­

do ti ver de pisar as ullimas cordas.

Quando nào fór preciso, conserva-se-ba direito e encostado ao brago do instrumento, amparando-o ri'èi-

la posicào.

execucáo, e que nos parece geralmeute adoptada. Comtudo, varia bástanle entre os tocadoras de guitarra o modo de collocar a máo direita. Encontram-se tocadores que

apenas apoiam o dedo mínimo sobre o tampo, ferindo as cordas com o indicador, dedo medio e pollegar, usando assim de 3 dedos em vez de 2 , o que offerece grande vantagem era certos casos, como adiante veremos.

Outros apoiam o dedo mínimo na extremidade docavallete, ferindo as cordas próximo d'este, com os mesmos- 3 dedos. D'este modo os sons saem sempre ásperos.

Outros, encostara os dedos medio, annular e mínimo ás primeiras cordas, tocando com o indicador e pollegar. Esta po-jicao é inconveniente e deféítuosa. etc.

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,34

MANEffiA DE FERIR AS CORDAS

Os dedos; empregadospara este firn, sao gcralmente o indicador e o pollegar.

O indicador percorre todas as cordas do instrumento, segundo as necessidades daexecueSo: o pol­

legar destina-se mais particularmente ásduas ultimas cordas (i) podendoainda assim,em certos casos, ferir

tanibem as outra.s. .

As duas cordas de cada par devem fazcr-se soar simultáneamente, como se realmente fosse urna so*

corda,, salvos alguns casos.particulares.

As nnha? dos dedos sao o que melhor se presta para ferir as cordas.

Podem usar-se palhstas, ou unhas postilas, ou mesrao alünelessegurosem dedeirasou anneis, maso

som que tiram nunca é tao pcrfeUo e raacio.

Para ferir as cordas, deve o dedo indicador bater um pouco obliquamente a ellas, para mais facil-

(l)N.ole-rse que aqui,: corno no quo disserraos para diante, usamos da .nomenclatura qne indicamos a paginas 10 pora as cor­pas, designando ós 6 pares por i." 2 . a 3 . a 4 / 5 a c 6 . a corda.

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mente a unha resvalar d'umas para outras.

0 pollegar, pelo contrario, deve bater mais perpendicularmente.

MANEIRA DE ESCREVER A MUSICA PARA GUITARRA

Se a guitarra fosse um instrumento só de melodia, como o éaflauta,oclarinelte, etc.,a sua musica es-

crever-se-hia analogamente á que é destinada a estes instrumentos; isto é, representando no papel as no­

tas isoladas, ou sern harmonía. Como porem a guitarra é instrumento de melodia e harmonía, porquanto

o tocador pode á sua vontade fazer soar duas ou mais cordas simultàneamente, em combina<jao harmó­

nica, a musica destinada a este instrumento deve ser escripta á imilàcao da do piano, da rebeca, da viola etc.

A musica para a guitarra deve pois constar de duas partes distinctss : o canto e o ácompanhamenfo,

sendo este ora simultaneo, ora alternado com aquelle.. Para represental-as, podía escrever-seo canto n'u-

ma pauta, e o acompanhamento n'outra, como na musica do piano ; mas torna-se mais simples, e facilita­

se a leitura, escrevendo as duas partes seguidamente u'uma mesma pauta.

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As parles escrevein-se ambas na clave de sol em 2 . a linha, e poem-se as ñolas d'uma (do canto, por

ex.) coro a cauda para cima, e as do acompanharñento com a cauda para baixo, dispondo urnas e ©utras

de modo a corresponderem-se segundo os lempos do compasso, e o valor que devem ler.

Dos exercicios que apresenlámos para serem executados na afinacáo natural* (v. estampas 4 . a e 5.a)

e I."e o 2. a sao escriptos a urna só parte; o 3.° e 4.°, a duas partes.

No i .° compasso do 3.° exercicio, por ex., as oito colcheias constituem o canto, e as tres seminimas

0 acompanhamcnto, que faz harjnonia, por ser dado simultáneamente com aquelle, como se vé pela cor­

respondencia em que vao escriptas as notas, e pelos tempos do compasso.

Quando o canto liver de soar só, preencbe-se a outra parte com pausas. E assim que o 4.° tempo do

1 .'compasso, no aeompanbamento, é preeachido com urna pausa de seminima.

No 2," compasso o acompanhamento éemterceiras com o canto, sendo execuladssimultáneamente

com este.

No 3.° e 4.°, figura o canto isolado etc.

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Nos exercieios, para facilitar o estado ao principiante, escrevemos pela parte superior das pau­

las, na direccáo das notas, as cordas e pontos em que estas devem ser produzidas.

No 4." exercicio nao fazemo3 esta indicacao, per nos parecer que o estudant8 n'esta altura já deve

conhecer as localidades das ñolas. Disignámos apenas os dedos com que deveui ser pisadas as cordas pa­

ra urna ou oulra ñola.

MANEIRA DE EXECUTAR A MÚSICA PARA GUITARRA

Para a exectícao na guitarra, empregam-se em geral, como dissemos anteriormente, os dedos indica­

dor b pollegar da mao direiia, sendo aquelle destinado particularmente a dizer o canto ñas primeiras cor-

das (agudos) e este o acompanhamenlo ñas ultimas ('graves). ,

Quando o acompanhamenlo é desenconlrado do canlo, o dedo indicador fere as cordas produzindo

as notas que sao escriptas com a cauda para cima, nos logares que ellas leem no compasso: o pollegar

dá os graves ou as notas que sao escripias com a cauda para baixo, alternadas com aquellas.

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Quando o acompanhamento faz harmonía com o canto, islo ó, quando léem de soar os grares jun­

tamente com as notas da outra parle, os dois dedos abracam as duas cordas ao mesino tempo, ferindoas

de modo a soarem junías.

Para dar a urna nota um valor maior ou menor, deve demorar-se o dedo sobre ]o ponto durante o

tempo que a sua figura designar: assim, para urna seminima, conservar-se-ha o dedo sobre o ponto por

um espaco de tempo duas vezes maior que para urna colcheia. Esta execugao está comtudo longede ser ri­

gorosa, por isso que a corda soará aínda um pouco, depois de levanlado o dedo.

A's. notas xjue sao produzidas ñas cordas soando solías, ainda menos pode dar-se o seu justo valor,

pois que essas cordas vibrarao por mais OH menos tempo, conforme a forga com que forem feridas, e a

tensSo em que se acharem; e nunca e dedo do tocador podera intervir para interromper-lhe o som, alias

prodúzir-se-ha urna segunda nota abafada, que vira alterar o canto.

Vé-se pois que a fixecucSo na guitarra é pouco rigorosa, por nao ser possivel dar ás notas da música

seu verdadeiro valor.

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ESCALAS DA GUITARRA NA AFINACÁO NATURAL

Paia a execugao musical na guilarra, éforgóso que o principiante conhega asituacao daidifferÉntts

notas da escala, ñas cordasdo inslrumento. Vamos pois apresenlar as escalas diatónica, echromatÍca,,\n-

dicando a rnaneira deexeeulal-as, primeiro na afinagao natural, e depois na afinágao do fado corrido

deixando á euriosidade e applicagáo do principiante o acbar as escalas similhantes, na afinagao natu­

ral com 4 /

Escala diatónica.—(v. estampa i*jA escala diatónica comprehende 22 ñolas, quando a guilarra tem'.,

17 pontos, ou a extensao de 3 oitavas. D'estas 22 notas, sao dadas, para a afinagao natural — 2 na 6.*

corda; 2 na 5 / ; 3 na 4.' 1; 2na 3 . a ; 2 na 2 . a ; e l i n a 1. a.

Para facilitar o estudo ao principiante, indicamos pela parte superior da pauta as cordas a que per-

lencem as differentes notas da escala, os pontos em que devem ser pisadas, e os dedos que devem empre-

gar-se para este fim.

Na 1." linha horisontal designamos as corüas, na 2. a os pontos em que derem ser pisadas, e na 3 /

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os dedos da máo esquerda que devera empregar-se.

Representamos o dedo pollegar porp , o indicador por i, o dedo medio ou grande por g, o annu-

lar por a, e o mínimo por m; e usaremos sempre d'eslas lettras, collocadas por cima ou por baixo de ca­

da ñola, para designar es dedos com que devem ser pisadas as cordas, o que muilissimas venes nao

é indiferente.

Tambem n'esla escala, inferiormente á paula, indicamos os nomes das vozes musicaes, e apresen-

tamos a divisao d'estas era 3 series—graves, medios e apdosfreferindo-se eslas danominacoes aotermo

sons, equivalente a vozes) comprehendendo n'um cólchele cada urna d'ellas.

Escala chroroatica. (v. estampa i- a) A escala chromalica compoe-se de 37 notas, para a extensao.

de3 oitavas. D'eslas, sao dadas, para a afinagáo natural — 4 na 6. acorda; 3 na 5 . a ; 5 na 4. a ; 4 na 3 . a ;

3 na 2 . a e 18 na i . a

Apresenlámos para a execucSo d'esla escala indicacoes análogas ás que demos para a escala dialoniea.

Com a indicacao das cordas, pon los e dedos com que devem ser dadas as differenles notas, é fa-

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cil ao principiante o estado d'estas daas escalas, que sao o fundamento de todas as outras, e as quaes

deve primeiro dizer em andamento vagaroso, apressando-o á proporgao que for adquirindo agilidade nos

dedos, alé as dizer com rapidez, egualdade e clareza. ^

Escala diatónica em oitavas. (p. estampa 2. aJEsta escala executa-seferindo simultáneamente as cor-

das duas a duas, com os dedos pollegar e indicador. Sao pisadas nos pontos que indicamos para a esca­

la fundamental, procurando para cada ama das notas a sua o i lava alta, a qual deve ser produzida pela

corda rio mesmo som, pisada no mesmo ponto.

Escala diatónica emterceiras(u. estampa 2. a) A escala em lerceiras execula-se de modo análogo á es­

cala em oitavas, pisando as cordas nos pontos que váo indicados superior e inferió rmenteápauta, e ferin-

do ao mesmo tempo as duas cordas, tambera cora os dedos pollegar e indicador.

Escala dialonica dobradafF. estampa %*). — A escalfa dobrada executa-se ferindo a corda duas

vezes para cada nota da escala fundamental, o que equivale a dobrar essa nota. Para isso, podeferir-se

a corda com a unha do dedo indicador, batendo-a duas vezes para o lado interior, ou a 1. a vez para o

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EQUISONS DA GUITARRA

Os sons idénticos producidos por cordas différentes, pisadas em pontos tambem différentes, chamam-

se —equisons. i

i

interior, e a 2.* para o exterior, o que é mais com modo. Paraisto,deve fazer-se o dedo como qaemorío,

eonservando-o sempre direito. Os pontos, que nao indicamos por nos parecer desnecessario, sao os mes-

mos que para a escala fundamental.

ESCALAS NA AFINACÁO DO FADO CORRIDO

As escalas diatónica é chromalica que apresentamos para a aflnacáo do lado corrido, executam»se

como as antecedentes que lhes sao análogas, seguindo o principiante asindicacQes que se véem pela par­

te superior das'pautas (v. estampa 6.*J—Nao indicamos os dedos, por ser mui fácil a sua escolha de-

pois de sabidas as primeiras escalas.

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E' da maior vanfagem o conhecimenlo dos equisons ña guitarra. Quando antecedentemente indica­

mos as cordas e pontos onde se produzem os diferentes sons da escala, buscamos as localidades quemáis

commodas ficam ao tocador, quando elle quer executar seguidamente aserie completa d'esses sons; mas

se elles nao teem de ser produzidos na sua ordem successiva, mas sim com iníervallos maiores ou meno­

res, como succede ñas execugoes de qualquer trecho de música em que nao figuram escalas, n esse caso

é preciso saber usar dos equisons; e isto porque nem sempre se dá urna nota qualquer n'um mesmo pon»

,ío d'uma mesma corda; muilas yezes ó necessario produzir essa nota n'uma outra corda, tomando o seu

•equisom n'essa corda, por ser assim mais fácil a execucjío.

Para facilitar ao principiante o estudo dos equisons, reunimos n'uma tabella referida á escala chro-

•matica (u, estampa 3. a) todos os que perteneem a cada nota. As cordas sao designadas ao lado esquerdo

.segundo as columnas horissnlaes; os pontos sao indicados ñas columnas verticaes.

Examinando a tabella, comecando pelo dó grave (a 1.a nota da escalaj vé-se que elle só é produzido

pela 6.* corda solta; de modo que esta nota nao tem equisons, nem as que se Ihe seguoin aló ao ré ms-

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4* tenido: O mi da primeira-linha íem, como se vé pela tabella, dois equisons ; poique pode ser da­

do na 5. a corda solía, ou no 4 . a ponto da 6.* corda. O do medio tem 4 equisons: o i . ' na 3-.* corda sol-

ta ; o'2.*.no .5.* ponto da 4.*corda; o 3." no 8." ponto da 3.* corda; o 4 / no 1 2 / ponto da 6.* corda.

O la medio tem 5 equisons que pode ler urna nota qualquer, na guitarra.

Designaremos os equisons p o r — i . ° 2 . 9 5." 4." e 5.°, a contar da i.* corda. D'este modo, o 1.* e-

quisom do lá medio é no i .° ponto da i .* da corda; o 2 / no 5.° ponto da 2 . a corda, e assim para o»

restantes.

Quando se precisa indicar na música que se deve tomar um equisom d'uma nota qualquer, escrere-se

o numero d'esse equisom dentro d'um pequeño circulo, ao lado esquerdo d'essa nota.

Mudando a afinacáo da guitarra, é claro que mudara osequisons de cada nota. Gomo porém é fácil

tirar os outros pela pratica, ápresentámos apenas os da guitarra natural.

Devem estudar-se os equisons até baver conhecimento firme dos que perlencem a cada nota.

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EXERCICIOS NA AFINACAO NATURAL

Depoís do principiante haver estudado as escalas, e sabendo já dizel-as em andamento rapido, com

egualdade e clareza, passará a estudar os esercicios na afinacao natural, (v. estampas 4. ' e 5.aJ, seguindo

BRACO DA GUITARRA

Na estampa 3 . a representamos o braco da guitarra com as notas que pertencem ás diferentes cor­

da» em cada ponto, na afinacao natural.

Sobre esta figura deverà o principiante firmar o seu estudo, procurando reter bem na memoria a si­

tuacelo de cada nota.

Cumpre advertir que as notas sustenidos sao o mesmo que as immediatas bemolisadas; assim o dò

sustenido é o mesmo que o ré bemol ; o sol sustenido o mesmo que o la bemol, etc.

Na figura todas as notas accidentadas o sao com sustenidos, porque se tornaría confuso indicar tam­

bero os bemoes.

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as indicaçôes da corda, ponto e dedo, para cada nota, e sujeitando-sea utn compasso rigoroso, primeiro

vagarosamente, depois corn lapidez, até execatar bem.

No 3.° d'esles exercicios já nao indicamos os dedes, contando com o adiantamento do principiante.

No 4. 6 , deixâmos completamente ao arbitrio do tocador as cordas, pontos e dedos com que deve dar as

notas, e apenas n'uma ou n'outra Ibe indicamos o dedo que deve empregar.

EXERCICIOS NÀ A FINAÇÂO DO FADO CORRIDO

Sabendojá o principiante exécutai" com perfeiçâo os exercicios antecedentes, passará a'o estudo dos,

que apresentâmos para a afinacao do fado corrido (v. estampa 7. aJ.

Os dois harpejos que ali se vêem, servem para acompanhamenlo do fado corrido, ou d'alguns outroa

fados, podendo tocar-se singelamente como eslâo escriptos, ou enfeitar-se mais ou menos, conforme o

gosto do tocador.

O primeiro é para o acompanhamenlo do fado corrido em tommenor ( si bemol menor) o 2.° para o

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do fado corrido em tom maior (si bemol maior).

Sobre estes harpejos, que se tomam ordinariamente para thema do fado corrido, n'um ou n'outro

tom, executá-se urna infinidade de variantes, chamadas vulgarmente caries do fado, mais ou menos deli­

cadas e graciosas, a capricho do tocador. Com a pratica, e ouyindo locar os raestres, fácilmente se adqui-

re um repertorio variado, além d'aquelle que o proprio principiante pode ir compondo por sua imagn

nacao. ^

VALSA NA AFINAQIO NATURAL GOM 4. a

Apresentámos na estampa 8. a urna valsa para ser execulada. na aíinacao natural c&m 4. a .

Depois do principiante conhecer as escalas da guitarra n'esía afina gao, as quaes deixámos á sua

curiosidade, por serem facéis de tirar, pode es tu dar a referida valsa, tendo attengao ásindicacües que se

véemaolauo de muitás das notas. Dos dois números, escriptos, o superior indica sempre a corda, e oin*

ferior o ponto em que ella deve ser pisada. Os dedos que meihor se podem empregar,. e a expressao da

música, ficam á vontade e senlimento do tocador.

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*8

ACORDES DOS TONS MAIS ÜSÜAES NA GUITARRA PARA A A FlNAÇÂO NATURAL

Na estampa 9.* vào representados os acordes dos tons que mais se empregam na guitarra para acom-

panbamenlo. .

Em cada um dos Ions representamos os acordesìla tonica, da quarta, e da séptima dominante, ndi-

cando pela parte superior da paula as posiçôes em que elles se executam. Na columna correspondente a

cada um dos acordes, os numéros da esquerda designara as cordas, e os da direita os pontos em que ellas

devem ser pisadas para as différentes notas do acorde.

Seja dito aqui aos harmonislas, que a guitarra, instrumento pobre em harmonía coma é, nâo con­

sente maior uniformidade ñas posiçôes d'estes acordes.

ORNAMENTOS DO CANTO

Trinado. — Chama-se trinado na guitarra a produccáo rapida e. successiva de duas notas do mèsino,

ou de differente nome.

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O trinado de duas ñolas do mesmo nome reduz-se a urna serie de notas dobradas, e pode executar-

se de 3 maneiras :

1-* — Ferindo a corda que deve dar a nota do trinado, como para a nota dobrada; isto é :com du­

as pancadas, urna para o lado interior, oulra para o exterior, empregando para isso a unha do dedo in­

dicador. Este dedo deve censervar-se bem direilo, e como que morto, fazendo-o acompanhar nos seus

movimenlos pelo dedo medio. Os dedos annular e mínimo descançam sobre o tarapo, junto da bocea.

2 . a — Ferindo com a unha do dedo indicador as duas cordas do par ende se produzanotacom que

se trina, urna por cada vez, primeiro a exterior, depois a interior, com a mes m a posiçâo dosdedos.

3 . a — Usando dos dedos indicador e medio, ou indicador e annular, alternadamente (como se faz

na viola) para ferir a corda que deve produzir a nota do trinado. N'este casodescança apenas o dedo mí­

nimo sobre o tampo.

Das 3 maneiras que acabamos de indicar, é preferivel a primeira, por ser a mais faeil ao tocador, e

por deixar o trinado maismacio. A segunda é difficil, e a terceira deixa o trinado muito áspero, posto se-

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so

ja a menos fatigante. Esta especie de trinado usa-se particularmente ñas variagoes do fado corrido: e ñas

parles executadas em trinado, o acompanhamento éfeito nosbordoes pelo dedo pollegar,indo o indicador

sempre dobrando as differentes ñolas do canto, segundo o valor de cada urna d'ellas; d'cnde resulta, que

urna nota de valor extenso pode ser repetida 4, 6, e 8; vezes seguidamente, ou o que éo mesmo, dobrada

% 3 , ou 4 vezes.

. O trinado cera duas notas de difieren*© neme épouco usado na guitarra, e por isso nao l rae taremos d'elle.

Trémulo. — Cbama-se íremw/o o effeito que resulta do prolongamento do som d'uma corda, pela

aegao. do dedo da máo esquerda sobre o braco, fazendo-a pseillar sobre o ponto em que ella foi pisada-

Executa-s.e' do seguinte moáos -

Depois de; baver ferido a corda, é preciso aproveilar as suas;pr.imeiras vibragoes; para isso, o dedo

que a pisou a faz im mediatamente oscillar, obrigando-a com a sua extremidade a arras lar sobre o pon­

to em que íoií pisada* Qque lhe-prolonga, o. som, que parece, entáp liem^fi; e se ;o tríemelo: éb^mfeito, pro--

duz-seaipfe como) qs© um gmiñOrM.mM*.

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'SI

So o esludo, a pratica, e o vèr emular-bons tocadores, poderao dar aopri nei piante perfeigào n'es-

Ic effeito, que é muito agradavel e vanlajoso em certos passos do canto.

Appogiaturas.— Sao notas de curto valor, que se em pregarci na musica para tornar mais gracio­

so um passo qualquer do canto.

As appogiaturas podem. ser simples ou dobradas, segundo constarci d'urna so, oti de dùàs notàs,

Tanto urnas como ou tras nao teem valor assignádo; sáO sempre execuladas com parte do valer da

nota que as precede, ou segue, d'onde resulta que téem de ser dadasrapidamente, 'parainao haver altera-

cao nos tempos do compasso em que figurarci.

Maneira d'execmtar a appogiatura simples.— A appogiatura simples póde ser dada quando se

sobe ou desee na musica. A appogiatura simples subindo, é a mais facil d'exeeutar. Para isso, fere-se a

corda com energia, por urna so vez, pisando-a no ponto correspondente á appogiatura, e deixa-;sè depois

caie rápidamente um outro dedo sobre o ponto què deve -dar a nota ¡que <a segue. Segando é m'arò r ou

menor o intervallo de tempo entré estes dois movimentos, assim a appogiàtfira é mm óu menos rapida.

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A appogiatura simples descendo, execula-se análogamente. Depois de pisada a corda no ponto que

deve produzir a nota que a segué, um segundo dedo vae pisal-a no ponto correspondente á appogia-

tora, leTantándo-se apenas a corda houver sido ferida. A corda é tambera ferida por urna só yez, para dar

a appogiatura» e o dedo que primeiro a pisou no ponió correspondente á ñola, deTe conservar-se

beca firme. Além d'isto, o dedo que dá a appogialura deve ao levantar-se, resTalar da corda para o lada

defóra, com unía certa aspereza, para sahir mais distincto o efíeito da appogiatura.

Estas appogiaturas executam-se com dois quaesquer dos dedos da mao esquerda, segundo fór mais

commodo ao tocador.

Maneira d'executar a appogiatura dobrada. —A appogiatura dobrada consta como dissemos de-

duas notas. Pode tambem ser dada subindo, ou descendo.

Para executar a appogiatura dobrada «subindo»,fere-se a corda rápidamente e com violencia, tendo-

a pisado no ponto que deve dar a appeg-iatura; leva-se immediatamenle um outro dedo a pisal-a no

ponto correspondente á. segunda nota (conservando sempre firme o primeiro dedo) e move-se com rapi-

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n dez fazendo que a sua extremidade se prenda na corda e resvale sobre ella para fora, afina deproduzir-s*

"a segunda nota da appogialnra, e a nota que se Ihe segué no canto.

Quandoa primeira ñola da appogiatura deve ser dada n'urna corda solía, basta executar os dois úl­

timos movimenlos, visto nao ser enlao preciso pisar a corda para dar aquella nota.

A appogialura dobrada «descendo» execula-se ferindo a corda por urna so vez,pisada no ponto que

deve daYagprimeirá no!a_ da appogialura.e levando iannedialarnenle um segundo dedo a pisal-a no ponto da

segunda ñola, levantando opiiineiio com rapidez, e logo o segundo, para dar anolaquesésegueno canto

se esta é dada eni corda solía; ou para pisar a corda n'um lerceiro ponto onde se produza aquella nota.

Com o auxilio d'ummestre comprehendcr-se-lia.mellicr a maneira de execular as appogialuras.

^rrupetto.— Quando se rcunem jao canlo 3 ou mais pequeñas ñolas com o carácter das appogiata-

ras, forma-seo que se chama um GRUPETTOV

O grupetto, que pode ser lambem subindo ou descendo, executa-se análogamente ás appogialuras.

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Ha ainda oulros ornamentos do canto, porém.menos importantes, os quaes facilmenie se apren-

derao vendo-os execatar.

Dao-se estes nomes 5 ip&ieáo que fama q dedo M i e a d ^

do é preciso .pisar duas on mais cordas no mesmo p.onto.

^PdE^.d^iMr.Soar^bjein.af g o c d a v é $f.ecì%o estender o d,edo ,np p p ^ , obrig^ndo^p ^./^jìujtar :sobne

ellas pela sua parte, intera or, ^gm ¡grande ap.ei'lo, o que .é-menos preciso que a

O estado e pratica |arao aoiprincipjianlpfacil-idade ,e'm focnw V^^W^^'à

DUASPALAVRAS A O ^ P R j ^ M A N T E

Goncluindo, aconselhàmos ao principiante:

—Que eslude melhodicamente: assim, deve ^rimeiro procurar dizer em andamento vagaroso aquillo

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que aprende, apressando-o depois á medida que for adquirí rido firmeza ñas posiçOes: ' '

- —Quenâo se mella èm' passes que as suas forças d'execuçào nao possam vencer, mas sita sé cou­

tente com o simples e fácil, para ganhar mais lardo o diffidi.

— Que se coslumea locar com brandura, pois amellior execuçâo nao é a mais energica, masa mais

limpa, a mais pcrfei'a, emfim, aquella que diz a musica como ella e.

-^-Que nâo de importancia demasiada aos graves "da guitarra, para que elles nao alropelíem os ou*

tfos sons menos volumosos.

— Que procure dar goslo e cxpressâo ao que loca, por que do contrario deixará verdadeira a defi-

îjiçao deguilarra que encontramos' n'um jornal publicado ero 1S5Ô por dois dosnossos Iliteratos, eque

d i z :—f guitarra éu.m i ostra mento grave e melanchoHco, proprio para inspirar refiexoes serias. Parece-se

mullo com a csgaravulliada que fazem muilos grillos dentro d'uin alguidar.» —-conlra isto protestamos

nos energicamente ! Parece'icnpossivel quealguem ousasse cscrevertal co usa em desfavor do instrumento

que como nenhum oútro sabe dizer as cancñés do fado / èssa musica clieia de melancbolia, que nós lire

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escotaríamos com cincoenta ouvidos, se os tivessemósl

: Poruilimo: lembre-se o principiante de que nada se consegue sem trabalho, e scm tpersevcranca, e

que porlanlo nao vale desanimar com diííkuldades que um esludo melhodico e aturado vem a desfazer.

FIM

N. B. Ao concluir-se a impressao da nossa obra, appareceu á venda em Lisboa nm pequeño folheto sobre guitarra.

Poressa orc'asiño, tivemns lambem conberimenln dum Iraclado sobre guitarra bastante desenvolfi-áo, publicado no Porto.em 1795 por-Antonio da Silva Leile, mestie de capella. ;

T T ! > . l E l B l E N e B —^-387.S.

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ERRATAS

Pag. Linhas Erros 7 7 más t i l ? . » . 7 , 1 0 e 1 1 . . cravelhns n 10 terminado 8. . . . . . . ; t c 3 cra\e!h as '

14 7 . . . . . . . . derfeiciio ^. i8 . . . . . . ultima todas 23 . . . . . . . . 8 cylindtico 2 7 9 chamamos. 29 ultima . . . . do braco 3 5. . . . . . . . 7 . . . . . . . . curiíerva-se-ha , 36 5 e 1." e o 2.° 44 4 equisons que pode

», » guitarra 49 12 e preferivel Ka eslampa 5 . a , no 2.° compasso do 3.° exei'cicio

íer seminimas e n.ào colchèas.

Emenda* mástil (?) caravelhai terminada cara ve! has perfeicao todos Cyiindrica chamam do do braco conservar se-ha o t . ° e o 2.° eqnisons. o maior numero que po<?? a fina cao

é p r e f e i i v c l asdUüS ultimas figuras dafcaj

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INDICE

1%. Denominaç3o d'algum.as. paries da g u i t a r r a . . .' 7 .DisposiçHo, nomenclatura e nalureza das cordas da gui larr i 10 Condiçôes que se requeren) n'uma boa guitarra . . . . . . . v - . . i t . Escallia- das cordas . . . . . . . . 18 Maneira de montar 'as cordas na guitarra . . . . ;•• . • . . 22 Afinnçft'o da guitarra 25 A f i n a d o natura l , 'derñ Afîn.'içAo natural con»' 4. a. . ' . . . . . . , , . 27 Afinaçao (lofado corrido, , .... idem Maneko de ferir «ascordas ... . . . . . . . . . « • • • . . » • • 34 Maneira de escrever a'mü'zica para gu i tarra . . . . 35 Mtíneira de executar a muzica para guitarra . . . . 37 Escalas da guitarra na afinaçao natural . ' . . . . ' 39 Escalas na afinaçao do fado corrido . . . . . . . . . . . . . . • • £2 Equisons da g u i t a r r a , . . . • » • • ••• . ídem Braco da guitarra .. . . . . . 48 E s e r c i c i o s na nfinnçS» natural . . . . . . . . . . . . . . ídem Exeroic ios na afinaçao do fado corrido. . . . . . • 46 Valsa na afinaçfio natural com 4 . a . . . . . . ... . . . . . . . . • •• •• • 47 _ Acordes dos tons mais usuaes na guitarra para a afinaçHo n a t u r a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . ¿ • • • • • • 48 Ornamentos do c a u t o . . . . . . . . . '.. idern Pestaña, surdina ou chave . . . . . 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64'. Duas palavras ao pr inc ip iante , , 4 . , ¿ . . . . . . . . . . , v « . . . idam.

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Vozes.

ESCALA DIATÓNICA.

na affinacao -nafnral. Cordas. G 6 s s 4 4 4 5 3 2 2 1 1 i 1 l 1 i 1 I i 1

Pontos. O 2 0 1 0 2 4 o • 2 0 i 0 a 4 5 i 9 IB 1 2 14 16 í i

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Nomes das'vozes. Series.

Do Re Mi Ea Sol La S i , Do Re Mi Ta Sol La S i , J ) o . Re l i Fa Sol La Si Do,

Corares, "^fc^as. > ksgoà&s.

Cordas.

Ton. tos.

Dedos.

6 6 6 s s 6 í a 3 o i 2

ESCALA CHRONIATICA na mesma af fmacao.

4 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 1 1 1 1

o 1 2 3 4 o 1 2 5 0 1 2 0 1 2 3 £ o i ^ a . a o i ^ a o ' i

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Totes

Do DofíieReftÉFaM^^ FatfSolSolpaLaf SiDoDoft № # M i f a FaftSolSolflLaLafSi Do,

Ç j x s c N r e s . ^ta&\os. kgvv&ûs.

Nom.es das •vo'ses.

s erves.

1 1 i i i i i i i i i i i i i i. i i i i i i i i i ' i i i i i -i i i i i

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ESCALA DIATONICA ENI OlTAVAS

uà affiliaci o naturai.

ESCALA DIATONICA ENI TER ( M A S

na me Sina affmacao.

Cordas 3 3 a 2 ì i i i i i ì ì ì S 6 4 4 4 3 a 2 2 1 1 1 1 Pontos o a o 1 o a 4 S 9 10 12 14 i6 « o 1 0 a 4 o 2 o 1 0 2 A- 3 Deäos o.

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° è o i i i a o ^ o

ESCALA DIATONICA DOBRADA ita mesma af Macao.

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B R A C O DA & U Î T A R R A

corn as notas (ppertencem as differerues cordas em. cada ponto na affinacao naturai.

3

ïolltos. IV 2 ? 3° 4 ? 59 6 9 19 f Sol S o l i <! La Lait ' Si Do Dos He

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6S Do Lof He . Re$ Mi Ta l'ai Sol Soif La, La S Si Do Doit Ke Re* Mi Fa

T A B E L L A DOS E P U I S O N S D A G U I T A R R A

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Ust? 4 a

l?Exer.mcl Cordas. 6 Pontos, о Dedos, о

E X E R C I C I O S

na affinacao natural.

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3°Exercicio.

Cordas. 3 2 3 2 FontoS. 0 0 2 í

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E S C A L A D I A T O M I C A

na affina cao do fado corrido.

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1 14

1 16

i i: i

ESCALA CHROM ÁTICA na mes ma affìnacao.

Cordas. 6 e e s 3 4 4 4 4 4 3

Pantos. a ' 3 4 5 6 o i o i 3 s 4 o

3 3 3 3 2 2 1 l i l i 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

1 2 3 4 o 1 o 1. 3 3 4 S 6 1 8 . 9 10 11 la 13 14 15 16 11

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м aifmaoao do fado corr ido

alsrueioa tara soompaTitaEieiito. I D I Г

1st» J?

Io Ex ercicio.

Cordas- 2 Poneos. о-Beüos. а

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Page 70: PARA Eli ETHODO METHODO - cglib.org

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Page 71: PARA Eli ETHODO METHODO - cglib.org

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