paper científico-rastreio de transgénicos

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  • 8/13/2019 Paper Cientfico-Rastreio de Transgnicos

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    1|Escola Secundria Dr. Manuel Gomes de Almeida

    Biologia 12oano | Cincias e Tecnologias | 2010/2011

    Resumo

    Aps concluda a Actividade Prtica Laboratorial Rastreio de Transgnicos no Laboratrio Aberto do

    IPATIMUP foi elaborado o presente Paper. Este documento tem como objectivo a descrio daactividade bem como elucidar alguns conceitos e tcnicas utilizados para avaliar se os alimentos soOGM negativos ou positicos, como so o caso a Transgenicidade, a Extraco de DNA de clulasvegetais, a amplificao de um troo pretendido de DNA por PCR e a Tcnica de Electroforese. Soainda abordados conceitos associados como os Primers, genes Promotor e Terminador, DNApolimerase, enzimas e cofactores.Como produto final, pretende-se que deste documento resulte uma descrio e explicao cientficasde forma a elucidar quem o ler sobre o foi o Rastreio de Transgnicose em que se baseou.

    Palavras-Chave: DNA (cido Desoxirribonucleico), PCR (Reaco de Polimerase em Cadeia),

    Transgenicidade, Electroforese, Primers, Promotor, Terminador, DNA polimerase, Enzimas,Cofactores.

    Abstract

    After completing the Practical Laboratory Activity Transgenic Screening at the Open Laboratory ofIPATIMUP the present Paper has been written. This document has as purpose the description of theactivity, as well as clarifying some concepts and techniques that allow the evaluation of the alimentsas negative or positive GMO, such as Genetic Modification, DNA extraction of plant cells, DNAamplification resorting PCR and Electrophoresis Technique. There are also some concepts as Primers,

    Promoter and Terminator genes, DNA polymerase, enzymes and cofactors.Once finalized, it is hoped that this document gets to be a scientific description and explanation thatelucidates the reader about what the Transgenic Screeningwas and in what it is based on.

    Key-Words: DNA, PCR, Genetic Modification, Electrophoresis, Primers, Promoter, Terminator, DNApolymerase, Enzimes, Cofactors.

    Rastreio de Transgnicos

    Actividade Prtica Laboratorial | Laboratrio Aberto IPATIMUP | Porto

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    Deteco de OGM positivos atravs da Tcnica de Electroforese

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    Introduo

    A elaborao deste Paper Cientfico surgiu no mbito da disciplina de Biologia de 12oano e tem como finalidade

    a descrio da Actividade Prtica Laboratorial Rastreio de Transgnicos, realizada no Laboratrio Aberto do

    IPATIMUP, no Porto, no dia 26 de Abril de 2011.

    A Actividade teve como objectivo a decifrao de quais os alimentos transgnicos de entre trs (milho, tomate e

    soja). Para tal seria necessrio estudar a composio do genoma de cada amostra. Procedeu-se extraco de

    DNA de cada um dos alimentos, para posterior amplificao de um segmento especfico e observao da

    constituio do mesmo atravs da Tcnica de Electroforese.

    O presente documento pretende no s descrever todos os passos da experincia prtica, mas tambm

    aprofundar conceitos vagamente explorados em contexto de aula como o caso da Tcnica de Electroforese ou

    como se obtm os alimentos transgnicos.

    O Paper est, ento, dividido em oito partes lgicas: os Fundamentos Tericos, nos quais so tratados todos os

    assuntos que depois se aplicam na prtica da actividade; o Material; o Mtodo e o Procedimento, que seencontram juntos j que se complementam e descrevem as hipteses propostas e as etapas da experincia; os

    Resultados, que se encontram de forma grfica j que foi assim que os observmos; a Discusso, na qual se

    examinam os resultados, sendo estes interpretados e criticados; a Concluso, uma breve considerao de como

    decorreu a experincia e se os resultados correspondem ou no teoria e porqu; os Agradecimentos, j que

    sem a disponibilidade das pessoas que nos apoiaram no teria havido a possibilidade de uma aula como a que

    decorreu e, por fim, as Referncias, todas as fontes de onde foi retirada a informao presente neste trabalho.

    de salientar que o Laboratrio Aberto uma criao muito inteligente do IPATIMUP (Instituto de Patologia e

    Imunologia Molecular da Universidade do Porto), o qual uma importante referncia em Portugal no campo da

    Engenharia Gentica, no s devido a descobertas pioneiras mas tambm por teses e artigos publicados nesta

    rea destacados com grande valor cientfico.

    Assim sendo, todos os anos so proporcionadas experincias nicas por esta iniciativa do IPATIMUP que no

    podia ser dispensada, j que traz a oportunidade de aulas totalmente diferentes das que so possveis em

    recinto escolar, no s pelos materiais especficos, mas tambm pela partilha do conhecimento das instrutoras

    com os alunos.

    Fundamentos Tericos

    TransgenicidadeOs cruzamentos planeados e a polinizao cruzada so tcnicas utilizadas pelos humanos desde sempre. No

    entanto, apesar de esses processos poderem seleccionar caractersticas convenientes, esto limitados s

    caractersticas existentes na Natureza. Com a evoluo da Engenharia Gentica passa a ser possvel uma

    recombinao menos aleatria, mais precisa e que seria muito improvvel de acontecer na Natureza. Exemplo

    disso so tcnicas desenvolvidas como a do DNA recombinante, que possibilita a combinao de genes de

    diferentes espcies.

    , ento, graas a esta Engenharia que existem os OGM Organismos Geneticamente Modificados que, tal

    como o nome indica, so organismos cujo genoma artificialmente alterado de forma a que passe a codificar a

    sntese de novas protenas que lhes confiram as caractersticas desejadas. A alterao genmica destes

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    organismos conseguida atravs da insero de genes exgenos (provenientes de uma molcula de DNA

    dadora) ou atravs da alterao dos seus prprios genes.

    Esta alterao gnica muito aplicada no que toca sade (indstria farmacutica), mas tambm produo

    alimentar (animais e vegetais). So produzidas plantaes agrcolas modificadas com o objectivo de criar

    plantaes resistentes a herbicidas e pesticidas, a condies metereolgicas, para florescerem com mais rapidez,para darem maior rendimento aos agricultores, entre outros.

    Existem vrios processos para a obteno de Organismos Genticamente Modificados, sero aqui abordadostrs muito comuns: Processo Biobalstico, Processo recorrendo aAgrobacterium tumefaciense Electroporao.

    O Processo Biobalstico, como o nome indica, consiste na utilizao de microprojcteis (de ouro ou tungstnio),acelerados a velocidades, por vezes, superiores a 1500 km.h -1. Isto para permitir a introduo de cidosnucleicos em clulas e tecidos in vitro. Muito resumidamente, os mecanismos utilizados so baseados nagerao de uma onda de choque com suficiente quantidade de energia que permita o deslocamento de umamembrana, sendo que os microprojectis esto cobertos de DNA. Essa onda de choque pode ser provocada por

    uma exploso qumica, numa descarga de Hlio a alta presso ou na vaporizao de uma gota de gua atravsde uma descarga elctrica. O procedimento, simplificado, consiste na entrada (no letal) dos microprojectis naclula atravs da membrana celular, e da dissociao do DNA por aco do citoplasma. O gene exgeno acabapor ser integrado no genoma do organismo. Este processo tem a vantagem de poder ser utilizado em qualquertipo de clula.

    A recorrncia Agrobacterium tumefaciens deve-se capacidade desta bactria de transferir parte do seucontedo gentico para clulas vegetais atravs de Plasmdeos (pores de DNA circular que se reproduzemindependentemente e no so essenciais sobrevivncia da bactria). Colocam-se as bactrias em contacto comcortes nas superfcies de folhas, por exemplo, de forma a que estas clulas vegetais incorporem o gene deinteresse (transgene) atravs dos plasmdeos. So, ento, exterminadas as bactrias atravs de antibiticos. Asclulas vegetais modificadas dividem-se descontroladamente, como se de um tumor se tratasse. Essa massacelular removida e cultivada sob controlo de forma a dar origem a uma nova planta, adulta e com ascaractersticas desejadas (devido expresso do gene de interesse).

    Figura 1. Representao de bombardeamento da clula com DNA, atravs de umacelerador de partculas.

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    A Electroporao consiste na criao de poros artificialmente, recorrendo corrente elctrica. As clulas soexpostas a um campo elctrico que polariza as regies hidroflicas dos fosfolpidos constituintes das membranascitoplasmticas, casando repulso entre eles. Esta repulso provoca a abertura de poros entre os fosfolpidos,sendo assim introduzido o DNA exgeno. So utilizados protoplastos (clulas s quais se extraiu a parede celularatravs de enzimas), devido a uma maior permeabilidade. Estes so colocados numa soluo juntamente com o

    DNA exgeno. A Electroporao pode ser aplicada s clulas vegetais em geral, no entanto, o seu sucessodepende da compatibilidade entre a bactria e a clula-alvo.

    Figura 2. Representao de duas tcnicas utilizadas na produo dealimentos transgnicos: recorrendo Agrobacteria e recorrendo amicroprojectis.

    Figura 3.Agrobacterium tumefaciens Figura 4. Deformao decaule vegetal por aco da

    Agrobacterium tumefaciens

    Figura 5. Representao do efeito da Electroporao na BicamadaFosfolipdica membranar.

    Figura 6. Representao da entrada de substncias exgenas atravs dosporos criados artificialmente na membrana da clula.

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    A Biotecnologia tem vindo a evoluir e a transformar o meio em que vivemos. A mudana nem sempre positiva,e por isso existem vantagens e desvantagens na criao de plantas genticamente modificadas:

    VANTAGENS DESVANTAGENS

    Possibilidade da utilizao de genes que no poderiam ser

    obtidos pela hibridao

    As tcnicas de transformao genticas s tm a

    capacidade de introduzir um ou pouco genes

    Possibilidade de introduo de um gene especfico sem a

    necessidade de cruzamentos e retro cruzamentoslterao na expresso de outros genes da planta

    Possibilidade de diminuio do nmero de geraes e

    tempo necessrio para o desenvolvimento de um novo

    cultivo

    Limitada capacidade de regenerao das espcies

    Elevao do custo das sementes

    O produtor pode ser beneficiado com o uso de plantas

    transgnicas principalmente pela diminuio do custo de

    produo e do uso de agro txicos

    Aumento da vulnerabilidade gentica

    Diminuio da diversidade em cultivo

    Resistncia a insectos e pragas e doenas, o que leva a

    menores aplicaes de herbicidas

    Aparecimento muito rpido de indivduos resistentes a

    insectos e pragas

    Melhoria da qualidade dos alimento Aparecimento de alergias em pessoas susceptveis

    Colheitas mais abundantesAumento da populao de pragas e micro organismos

    resistentes e/ou patognicos

    Tolerncia a presses biticas e abiticas, que com o

    desenvolvimento de plantaes que possuam essa

    resistncia inata ao stress bitico ou abitico ajudariam a

    estabilizar a produo anual

    Aumento ou promoo de plantas daninhas resistentes a

    herbicidas

    Diminuio da diversidade em cultivo

    Uso de terras marginalizadas, visto que grandes reas deterra em todo o mundo, seja nas costas, seja nas reas

    internas, tm sido marginalizadas por causa de salinidade e

    alcalinidade excessivas

    Contaminao de variedades crioulas mantidas pelosagricultores

    Dependncia dos agricultores a poucas empresasprodutoras de sementes

    Produo de vacinas, anticorpos, protenas e produtos

    farmacuticos derivados de plantas transgnicas so de

    mais fcil acesso produo e baixo custo

    Contaminao de produtos naturais como o mel

    Produtividade e incerteza dos preos dos produtostransgnicos

    Potencializao dos efeitos de substncias txicas, visto

    que muitas plantas possuem substncias txicas naturaispara se defenderem e quando so manipuladosgeneticamente, os nveis dessas toxinas podem aumentar

    Tabela 1-Vantagens e Desvantagens dos Alimentos Transgnicos

    Fonte:http://manipulacaogenetica12g.blogspot.com/2010/03/pros-e-contras-das-plantas-transgenicas.html

    http://manipulacaogenetica12g.blogspot.com/2010/03/pros-e-contras-das-plantas-transgenicas.htmlhttp://manipulacaogenetica12g.blogspot.com/2010/03/pros-e-contras-das-plantas-transgenicas.htmlhttp://manipulacaogenetica12g.blogspot.com/2010/03/pros-e-contras-das-plantas-transgenicas.html
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    Enquanto que nos outros pases as pesquisas no campo dos OGM comearam nas dcadas de 70, em Portugal,os primeiros projectos de investigao sobre Organismos Geneticamente Modificados foram em finais dadcada de 80. A prpria populao portuguesa est relativamente mal informada, comparada com os restantespases da Unio Europeia (Fig.7). de notar que o nico pas com valores abaixo de Portugal Malta, e em Maltano existe cultivo de alimentos transgnicos (da ser aceitvel que a discussso e controversia do tema seja

    muito menos abordada).

    As implicaes da Engenharia Gentica na Sade, Economia, Ambiente e a at na tica so incontveis. Isto

    deve-se, em grande parte, ao facto de ainda no serem conhecidos os efeitos que trar a longo prazo. A

    ignorncia da populao relativamente ao assunto , tambm, um factor contra a investigao destas tcnicas.

    Figura 7. Grfico ilustrativo da percentagem de populao que ouviu falar em transgnicos nos diferentes pases.

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    Para executar a tcnica de PCR so precisos constituintes especficos: segmento de DNA alvo, DNA polimerase,

    Primers, os quatro desoxinucletidos constituintes do DNA e o cofactor Mg 2+. Aps todos os constituintes

    reunidos d-se incio aos ciclos de amplificao:

    1. Desnaturao da molcula de DNA alvo atravs de energia na forma de calor (1 minuto a 94o-96oC) para que a

    molcula em dupla hlice se divida em duas cadeias simples.2. Arrefecimento da mistura de reaco (1 minuto a 50o-65oC), para que os Primers estabeleam ligaes de

    hidrognio com as cadeias de DNA simples.

    3. Incio da extenso dos Primers atravs da sntese da cadeia complementar de ambas as cadeias simples. Esta

    reaco catalisada pela enzima DNA polimerase (1 minuto a 72oC).

    Este processo, que inclui estes trs passos, pode ser repetido de 25 a 30 ciclos (Fig. 9), aumentando, a cada ciclo,

    duas vezes a concentrao de DNA pr-existente. Teoricamente, se forem completos 25 ciclos de amplificao, a

    concentrao de DNA aumentaria 225vezes. No entanto, na prtica esse aumento fica por 1 milho de vezes,

    devido a alguma ineficincia no processo.

    Devido ao grande nmero possvel de ciclos da tcnica de PCR foi desenvolvido equipamento especfico que

    permite a programao, de forma contnua, dos vrios ciclos de aquecimento/arrefecimento. Sendo que as

    enzimas so protenas muito sensveis temperatura, logo, para esta programao ser possvel, necessrio

    utilizar DNA polimerases termoestveis. Isto foi conseguido atravs do isolamento da DNA polimerase da estirpe

    Thermus aquaticus (Taq DNA polimerase) que actua a temperaturas elevadas, tornando o processo de

    amplificao mais eficaz.

    O produto de PCR pode ser observado atravs da Electroforese, podendo ainda descobrir-se o tamanho

    estimado atravs da comparao com padres lineares de DNA.

    Figura 9. Processo de amplificao de DNA atravs da tcnica de PCR.

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    Electroforese

    O processo de Electroforese, ou Separao Electrofortica consiste em provocar a

    migrao de molculas com carga aplicando um campo elctrico. frequentemente

    utilizado em Bioqumica e em Biologia Molecular (separao de compostos com carga

    elctrica como aminocidos, cidos nucleicos, protenas, entre outros) com o objectivo depurificar macromolculas, dependendo do seu tamanho, peso molecular, carga ou

    conformao. necessrio ter em conta que a carga das substncias a separar depende

    do pH do meio em que so inseridas. Sendo assim, as molculas mover-se-o na direco

    oposta do campo elctrico, dependendo se so positiva ou negativamente carregadas.

    Existem vrios tipos de Electroforese que se dividem em dois grandes grupos:

    Electroforese Livre e Electroforese de Zona.

    A Electroforese Livre foi introduzida por Tiselius no ano de 1937, e consiste na introduo

    da substncia que se pretende separar num tubo em forma de U, dissolvida num tampo

    de pH* adequado. estabelecido um limite entre a soluo proteica e o tampoelectrofortico. Ao ser aplicada a corrente elctrica, a frente proteica desloca-se devido

    aco do campo. Pode ser observada a movimentao da frente por observao luz

    Ultravioleta.

    *Soluo Tampo - soluo que atenua a variao do valor de pH, mantendo-o

    aproximadamente constante, independentemente da adio de cidos ou bases.

    A Electroforese de Zona tornou-se possvel entre 1945 e 1955 devido introduo de

    suportes inertes que permitiam evitar as correntes de conveco produzidas pelo aquecimento (na Electroforese

    Livre). Este avano permitiu ainda a aplicao da amostra em bandas finas, originando separaes mais ntidas.

    A Electroforese de Zona divide-se em trs tipos: Electroforese em Papel, Electroforese em Acetato de Celulose,

    Electroforese em Gel e Electroforese de Disco.

    Em experincias prticas laboratoriais utiliza-se, frequentemente o terceiro tipo, que consiste na utilizao do

    Gel como suporte. A introduo dos gis de amido e poliacrilamida na Electroforese de Zona foi um importante

    avano, j que estes no so apenas meros suportes. Permitem uma separao, no apenas pela diferena de

    potencial, mas tambm por diferena de tamanho e peso, devido sua porosidade selectiva. Com esta tcnica

    podem determinar-se pesos moleculares com uma preciso de, aproximadamente, 10 por 100.

    Relativamente aos cidos Nucleicos (carregados negativamente devido ao seu grupo fostato, quando o pH

    neutro), a Electroforese comummente executada em gel de agarose ou poliacrilamida. O gel mais

    utilizado o gel de agarose devido ausncia de toxicidade deste. Assim, os fragmentos nucleicos migram em

    direco ao plo positivo do campo elctrico. Os gis de poliacrilamida, apesar de permitirem uma maior

    resoluo, tm uma menor gama de separao e por isso so mais utilizados em separaes e caracterizaes de

    misturas de protenas.

    A resistncia viscosa do meio (gel de Agarose) ope-se fora do campo elctrico. Isto permite que quando

    ambas as foras se igualam dem origem a uma velocidade constante de partculas.

    A velocidade de migrao constante e depende do equilbrio de foras e do retardamento por atrito entre a

    amostra e o meio circundante.

    Figura 10. Marcador

    de Peso Molecular

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    Assim sendo, obtm-se o valor da velocidade das partculas atravs da frmula:

    Voltando ao caso particular dos cidos Nucleicos, a electroforese realizada em gel de agarose que forma uma matriz porosa (o tamanho doporos controlvel) atravs da qual estas biomolculas migram

    dependendo a velocidade dessa migrao, neste caso, principalmente dasua massa e conformao. Outro factor que influencia esta velocidade acomposio nucleotdica das molculas, da concentrao da matriz deagarose, do campo elctrico aplicado (V/cm) e da composio do tampoutilizado no processo.

    Devido sua porosidade, o gel de agarose funcionar como uma redeselectiva dependendo do tamanho das molculas. Sendo assim, os cidosNucleicos migram para o plo positivo, sendo que molculas maispequenas migram por maiores distncias que molculas de maioresdimenses.

    Preparado todo o processo, inicia-se a Electroforese. So aplicados nopoos as amostras e o padro de pesos moleculares, a aplicao do campoelctrico consegue-se atravs de dois elctrodos que esto paralelos fileira de poos. Concludo o processo, necessrio imergir o gel deagarose numa soluo de Brometo de Etdeo, pois para alm destecomposto se intercalar entre as bases de cadeia dupla do DNA, umcorante fluorescente e quando observado luz Ultravioleta permite ver asmarcas do DNA no gel. , assim, possvel a deteco das biomolculas aserem testadas os cidos Nucleicos que, comparandos ao padro depesos, possibilita a determinao do seu peso molecular.

    Conhecendo os padres de peso molecular, em bp*, (Fig. 10), comparam-se as distncias percorridas pelosfragmentos, sendo possvel estimar o peso molecular de cada um dos fragmentos.

    *bpUnidade utilizada como marcador do peso molecular.

    A Electroforese tem um vasto campo de utilizao principalmente no que toca Engenharia Gentica e

    Gentica Clnica e Forense. bastante utilizada em processos to comuns como a identificao de pessoas

    atravs de teste de paternidade, a identificao de criminosos, na indstria Farmacutica (vacinas, reagentes) ena Agropecuria como o caso dos Animais e Plantas transgnicos.

    Figura 11. Esquema Representativo da Electroforese

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    Material e Reagentes1

    Soluo de DNA Geneticamente Modificada MasterMix GMO primersInstaGene

    TMmatrix Micropipetas

    Microtubo TermocicladorBloco Trmico AgaroseCentrifugadora Tampo TBETubos de PCR Tina de ElectroforeseMasterMix Plant PSII primers Corante Fast Blast DNA Stain(100x)

    1- A lista de Material referente apenas experincia que englobava o Controlo Positivo.

    Mtodo/Procedimento

    A Actividade Laboratorial Rastreio de Transgnicosteve o objectivo de dar a conhecer um pouco maissobre transgnicos, tema bastante actual e presente nos dias de hoje.

    Com esta Actividade seria possvel testar o DNA de trs alimentos com o objectivo de descobrir se eram OGM.

    Elaboraram-se, ento, as seguintes hipteses:

    Todos os alimentos e os controlos tm de ter presentes o primer PS2 (Fotossistema II).

    Figura 12. Esquema Representativo das Foras actuantes no processo de Electroforese.

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    Os alimentos que forem OGMs tero a marca correspondente aos primers CAM 35S, bem como o controlopositivo.

    Sendo o PS2 o constituinte com maior nmero de pb (pares de base), este corresponder marca maisprxima do plo negativo.

    1.Micropipetao de 500l de InstaGeneTMmatrix ao microtubo e colocao do mesmo no suporte.

    2.Micropipetao de 50l de Soluo de DNA Geneticamente Modificado para o mesmo microtubo.

    3.Identificao do microtubo com o smbolo + (=positivo).

    4.Agitao do microtubo

    5.Incubao do mesmo no Bloco Trmico a 95oC durante 1 minuto.

    6.Centrifugao dos microtubos durante 2 minutos a 13 000 rpm.

    7.Insero de 20l de MasterMix Plant PSII primersnum tubo de PCR e 20l de MasterMix GMO primers.

    8.Transferncia de 20l de sobrenadante para cada tubo de PCR.

    9.Colocao dos microtubos de PCR no Termociclador durante 3.30h a 4h.10.Preparao do Gel de Agarose a 2%

    11.Colocao do Gel na tina de Electroforese.

    12.Carregar as amostras.

    13.Ligar a fonte de alimentao da Tina de Electroforese.

    14.Programao da fonte para 100V durante 40min.

    15.Desligar a fonte de alimentao e proceder colorao do gel de agarose com o Corante.

    16. Observao e Interpretao dos resultados.

    Resultados

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    Discusso

    Uma vez concluda a experincia, observaram-se os resultados. Como se esperava, todas as amostrasapresentaram a marca relativa sequncia amplificada com a utilizao do primer PS2 (Fotossistema II), j quetodas consistiam em DNA de clulas vegetais. O primer CAM 35S apenas se verificaram presentes no controlo

    positivo (o qual se tinha a certeza de ser OGM, facto que foi confirmado pelos prprios resultados), e no teste 2,o DNA proveniente da soja, o que permite concluir que apenas esse alimento, de todos os que foram testados, OGM positivo. Tanto o tomate como o milho verificaram-se OGM negativos.

    Terminadas as concluses sobre as hipteses explicativas proposta passa-se, ento, anlise e compreenso detodo o protocolo experimental.

    Foram utilizados trs alimentos teste. A razo pela qual esses trs alimentos foram o Milho, a Soja e o Tomate a frequncia da sua utilizao na produo de transgnicos. No entanto, no caso estudado apenas a Soja seidentificou como OGM positivo. Para o teste do genoma destes organismos foi necessria a extraco do DNAdas mesmas.

    usado, no incio da experincia, o InstaGeneTMmatrix,que aprisiona os cofactores de maneira a que estes noactivem as enzimas responsveis pela degradao do DNA, as DNAses. A incubao do microtubo no blocotrmico tem como objectivo a degradao do invlucro nuclear das clulas para que a molcula de DNA possaser libertada para o citoplasma. No entanto, sendo que a macerao dos elementos quebrou a parede celular eas membranas, o citoplasma j no se encontrava aprisionado. Assim, aps o rompimento da membrananuclear, o DNA fica disperso na soluo e a extraco concluda e bem sucedida.

    Aps este processo centrifugou-se o microtubo de forma a que os resduos celulares (mais densos que a gua)precipitassem, o DNA fica, ento, suspenso. Da que para a recolha de uma amostra desta biomolcula apenas necessria uma pipetao do sobrenadante.

    Devido capacidade de programao do termociclador possvel deixar que este faa o processo de PCR semqualquer monitorizao da parte do investigador. Tal como j foi descrito na tcnica de PCR, este vai aumentaras temperaturas e depois baix-las para partir as pontes de hidrognio fazendo, assim, com que os primers sepossam ligar s cadeias simples de DNA. Assim, a tcnica de PCR pode fazer-se correctamente e com muitomenos erros.

    Utilizaram-se dois tipos de primers, um identificado com corante vermelho e outro identificado com coranteverde. O primeiro identifica as sequncias do promotor CAM 35S e do terminador NOS, sequncias essas queapenas se encontram presentes em alimentos transgnicos. Ou seja, se ao adicionar o primer vermelho esteidentificar essas sequncias significa que a amostra da qual se retirou o DNA OGM positiva. No entanto,

    apenas se pode ter 95% de certeza, j que os restantes 5% dos OGM podem no ter estes promotores eterminadores. Os primers identificados a verde identificam a sequncia promotora PS2 (Fotossistema II). Estasequncia encontra-se em todas as clulas vegetais, servindo de controlo para que haja a certeza de que o DNAfoi correctamente extrado e se encontra na amostra. Assim, todas as amostras (1, 2, 3, controlo positivo enegativo) tm de ter, no gel de agarose, uma marca correspondente ao promotor PS2. Sendo que este promotortem mais pares de base que o CAM 35S a sua migrao mais lenta, ficando a marca relativa a este mais pertodo plo negativo que do positivo. Na experincia laboratorial em causa, em todas as amostras se identificou amarca mais prxima do plo negativo, correspondente a PS2. No entanto, apenas a soja e o controlo positivotm a marca relativa a CAM 35S e NOS. Conclumos que apenas a soja OGM positivo de entre os trs alimentostestados.

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    Depois da tcnica de PCR recorre-se Electroforese para a obteno de resultados interpretveis. A preparaoda tina. Preparou-se o gel de agarose com uma concentrao de 2% (V/V) na soluo-tampo TBE. Foi necessriaa utilizao de um pente para criar os poos onde se colocaram as amostras de sobrenadante.

    A ligao da corrente elctrica permite uma diferena de potencial que provoca a migrao do DNA no sentido

    do plo negativo para o positivo, j que esta molcula tem carga negativa devido ao grupo fosfato.Seguidamente necessria a colorao do gel de agarose para que seja possvel a visualizao das marcas damigrao da molcula de DNA.

    Concluso

    O presente documento tinha como objectivo a descrio da Actividade Prtica Laboratorial Rastreio deTransgnicos, realizada no mbito da disciplina de Biologia de 12 o ano. Esse objectivo foi concludo, e aelaborao deste paper cientfico permitiu a construo e sedimentao de conhecimentos associados no s gentica como cincia que estuda a biomolcula responsvel pela hereditariedade, mas tambm como meiopara atingir um fim h muito procurado pelo ser humano como o controlo das caractersticas alimentares. Aelaborao deste mesmo documento permitiu alargar os nossos horizontes e ter uma melhor percepo dofuncionamento, no s de como se identificam Organismos Geneticamente Modificados (OGM), mas tambm aexperimentao das regras, material e tipo de procedimentos que so requeridos num laboratrio, o que ser

    um trunfo se o futuro exigir trabalho num espao destes.

    Possibilitou tambm adquirir novos conhecimentos que nos ajudaram na percepo da matria leccionada, jque as componentes prtica e terica do mtodo cientfico so complementares e dependentes uma da outra.Apesar do tempo que certos procedimentos requeriam impossibilitarem a sua observao em tempo real, estalimitao no privou o conhecimento e a aprendizagem de como fazer e que resultado obter, isto a explicaodestes mesmos passos era muito esclarecedora e permitia a construo de um maior conhecimento sobre estesprocessos.

    Assim, terminada esta actividade laboratorial o produto final consiste em vrias aplicaes, como por exemplo, aentrega de um relatrio que nos permite investigar e aprofundar cada parte da actividade e um consequente

    enriquecimento das componentes prticas laboratoriais dos alunos.

    Figura 13. Estrutura da molcula de DNA (Grupo Fosfato de carga negativa)

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    Agradecimentos

    Agradecemos ao Laboratrio Aberto do IPATIMUP por se ter disponibilizado e possibilitado uma aulalaboratorial to interessante, que no seria possvel em meio escolar, e, ainda, ao professor Manuel Leite que sedisponibilizou para nos acompanhar durante a visita.

    Referncias

    Fialho, A., Moreira, L., Leito, J., S-Correia, I., Protocolos das Aulas Laboratorias de Bioqumica eBiologia Molecular, 1 Semestre, Instituto Superior Tcnico, 2010/2011

    http://www.e-escola.pt www.laboratorioaberto.pt/actividades_L.php#transgenicos www.cientic.com/portal/index.php?view=article&catid=42%3Amaterial-genetico&id=66%3Apcr-e-

    electroforese-em-gel&option=com_content&Itemid=112 http://www.dbio.uevora.pt http://www.mn.uio.no/bio/tjenester/kunnskap/plantefys/ http://www.science.leidenuniv.nl http://www.bio-rad.com http://www.ag.ndsu.edu/pubs/plantsci/crops/a1219w.htm http://www.advicemaster.com.br/website/conteudo.asp?cod=1302&idi=1&id_website_categoria_conteudo

    =2628 http://manipulacaogenetica12g.blogspot.com/2010/03/metodos-de-transformacao.html http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio09/extracao.pdf http://www.molecularstation.com/pt/protocol-links/DNA-Protocols/DNA-Extraction-Protocols/ Protocolo fornecido pelo La IPATIMUP