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Panorama do AT

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Page 1: Panorama do AT - Jó

Panorama do ATJÓ

Page 2: Panorama do AT - Jó

Informações Básicas

• Autor: Desconhecido• Data: Não sabemos

exatamente quando foi escrito

• Versículo-chave: Jó 42.5• Palavra-chave: Sofrimento

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Informações Básicas• Conteúdo: o livro enfrenta de maneira brilhante a questão do

sofrimento dos justos e da justiça de Deus, enquanto também trata de uma questão mais abrangente: “Onde se achará a sabedoria?”.

• Ênfase: a sabedoria, no fim, é encontrada apenas em Deus; a sabedoria humana não é capaz, sozinha, de sondar os caminhos de Deus; não há resposta fácil para o sofrimento imerecido; Deus não tem obrigação para com os humanos caídos de lhes explicar todas as coisas; o temor do Senhor é o caminho da verdadeira sabedoria.

• Jó em uma sentença: O Senhor é soberano e usa o sofrimento para amadurecer e aprofundar o relacionamento com Seu servo Jó.

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Introdução

• O livro de Jó é um dos tesouros literários do mundo. Sua questão central é o esforço para entender os caminhos de Deus, especialmente sua justiça quando os justos sofrem não por mãos humanas, mas devido a “atos de Deus”. Ao mesmo tempo, o autor levanta a questão: “Onde se achará sabedoria?”, que no final do livro é respondida de maneira poderosa no sentido de que ela se encontra tão somente em Deus, enquanto os participantes do diálogo – os três amigos, o jovem Eliú e o próprio Jó – são silenciados um por um diante da sabedoria insuperável de Deus.

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Propósito

• O Livro de Jó nos ajuda a entender o seguinte: Satanás não pode nos afligir com destruição física e financeira sem a permissão de Deus. Deus tem poder sobre o que Satanás pode e não pode fazer. Isso vai além de nossa capacidade humana de entender o “porquê” de todo o sofrimento no mundo. Sofrimento às vezes pode ser permitido em nossas vidas para purificar, testar, ensinar ou fortalecer a alma. Deus continua a ser suficiente e a merecer e desejar o nosso amor e louvor em todas as circunstâncias da vida.

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Esboço do Livro

Pessoas SofrimentoJó 1-2 Início Deus, Satanás A visão de Deus

Jó 3-31

Ciclos de debates

Amigos, Jó A visão humana do sofrimento: a insensata explicação da desgraça de Jó

Jó 32-37

Discursos de Eliú

Eliú, 3 amigos de Jó

A visão humana do sofrimento

Jó 38-41

Deus fala com Jó

Deus, Jó A visão divina compartilhada com Jó

Jó 42 Conclusão Deus, Jó, amigos, família

O ensino de Deus: O sofrimento tem propósito e término

Fernando Di Domenico
Amigos: Elifaz, Bildade e Zofar
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Curiosidades• História ou ficção?• O livro de Jó é comumente visto como uma ficção histórica. A base

para o seu contexto histórico é definida pelo lugar geográfico real em Uz (Jó 1.1; Jr 25.20; Lm 4.21), uma região montanhosa a leste do Mar Morto; a religião patriarcal semelhante à do período de Abraão e dos patriarcas (Jó 1.5); e o padrão de riqueza por posses, conforme os tempos patriarcais (Jó 1.3). O livro apresenta, porém, fatores anacrônicos, como a teologia legalista dos três amigos de Jó, conceitos do judaísmo do pós-exílio e marcas poéticas fortes nas falas dos personagens, tirando a oralidade do relato histórico e colocando o texto no domínio da tradição oral e literatura.

Fernando Di Domenico
anacrônico= nãp condiz com a cronologia ou que destoa dos usos da época a que se atribui. Ver Ezequiel 14.14,20 e Tiago 5.11
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Curiosidades

• Narrativa ou poesia?• O livro de Jó é contado dentre os livros poéticos e

se sabedoria, e, de fato, ele é escrito em versos, com métrica hebraica. Entretanto, ele apresenta um prólogo (Jó 1-2), um interlúdio (Jó 32.1-5) e um epílogo (Jó 42.7-17) em prosa. Tal peculiaridade levou estudiosos a dizerem que o autor de Jó criou seu próprio gênero literário ao incluir contenda judicial, lamento e controvérsia especulativa.

Fernando Di Domenico
prólogo= parte inicial, primeiro ato. interlúdio = texto intermediário e epílogo = remate, última parte de um discurso
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Curiosidades• Mitologia ou biologia?• Em Jó 40.15-24 e Jó 41, são citadas duas criaturas cujos

nomes variam nas traduções, mas que seriam referências a criaturas da mitologia babilônica, o “beemote”, traduzido por hipopótamo em algumas versões, e o “leviatã”, traduzido como crocodilo. Apesar da possível referência mitológica, os termos são usados no discurso divino em relação a animais gigantescos, cujas características serviam às mitologias do Oriente Médio.

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Curiosidades

• Original ou acréscimo?• A figura de Eliú é alvo de discussões entre teólogos. Por não ser

contado na introdução dos amigos de Jó (2.11) e por vezes ser acusado de não acrescentar nenhuma ideia nova ao debate, os capítulos 32 a 35 são considerados por alguns especialistas como uma inserção posterior ao livro. Entretanto, é importante destacar que a contribuição de Eliú é discreta, porém, fundamental. Ele foi o primeiro a contestar a noção de que o sofrimento era simplesmente o castigo pelo pecado, o que era defendido pelos demais amigos. Assim, a introdução de Eliú na história marca uma virada no rumo da poesia, que culmina na manifestação de Deus e reconciliação de Jó.

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Doutrinas• Sofrimento humano• O livro de Jó é a resposta inspirada por Deus ao pensamento errôneo

de que a razão única para o sofrimento é o pecado. Tal pensamento alcança o auge no discurso dos amigos de Jó, deduzindo que, se há sofrimento, há pecado. Apesar da lógica da retribuição aparecer por conta da aliança do AT, na qual a obediência às leis trazia bênçãos, e a desobediência, maldições, o livro de Jó, desde seu prólogo, deixa claro que o sofrimento do protagonista não é devido o pecado dele. Apesar de não responder qual é a razão definitiva do sofrimento, Jó esclarece que o pecado pessoal não é a única razão para o sofrimento humano.

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Doutrinas

• Anjos e Satanás• O livro de Jó é uma das primeiras contribuições

substanciais acerca da doutrina dos anjos e Satanás. Eles aparecem no início do livro como “filhos de Deus” (Jó 1.6; 2.1), sendo criaturas de Deus. São servos de Deus (Jó 4.18), santos (Jó 5.1), mas não perfeitos (Jó 4.18) e servem à vontade divina (Jó 33.23-24).

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Doutrinas

• Anjos e Satanás• No livro, também se destaca Satanás, como

quem, assim como os anjos, tem acesso a Deus (Jó 1.6; 2.1). Sua aparição é como uma criatura pessoal e não como força do mal, desafiando a Deus e tentando os seres humanos. Entretanto, sua ação não extrapola a soberania divina, e ele só age após a permissão de Deus (Jó 1.12; 2.4-6).

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A Vida Não é um Mar de Rosas

• As fases do sofrimento• Certamente você conhece pessoas que estão sofrendo. Jó nos dá

conselhos úteis para compreendê-las e ajuda-las da melhor forma possível. Toda pessoa que sofre com a intensidade de Jó sofreu experimenta certas fases na vida.

a) Mostra tranquilidade e conformidade com a situação (Jó 2.10)b) Chora e lamenta por sua tristeza (Jó 3)c) Questiona e contesta (Jó 4-37)d) Encara o sofrimento com realidade e segurança (Jó 38-42)

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Lidando com a dor dos outros

• A imitar (Jó 2.11-13):• Ouviram notícias de Jó• Choraram com Jó• Sentaram-se com Jó• Ficaram em silêncio no

momento de dor intensa

• A evitar (Jó 3-37):• Ouviram o lamento de

Jó• Tentaram explicar o

sofrimento de Jó• Acusaram Jó• Falaram sem parar até

que Deus os calou

Fernando Di Domenico
Os amigos de Jó e Eliú são modelos interessantes de como interagir e auxiliar pessoas que sofrem.
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O antes e o depois da provação

• Antes da provação (Jó 1.2-3):• 7 filhos• 3 filhas• 7 mil ovelhas• 3 mil camelos• Mil cabeças de gado• 500 jumentas

• Depois da provação (Jó 42.12-15):• 7 filhos• 3 filhas• 14 mil ovelhas• 6 mil camelos• 2 mil cabeças de gado• Mil jumentas

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Prenúncios• À medida que Jó pondera a causa de sua miséria, três perguntas

vieram à sua mente, todas as quais são respondidas em Jesus Cristo. Essas questões ocorrem no capítulo 14. Primeiro, no versículo 4, Jó pergunta: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!?” A pergunta de Jó vem de um coração que reconhece que não pode agradar a Deus ou se justificar diante dEle. Deus é santo, nós não. Portanto, existe um grande abismo entre Deus e o homem que foi causado pelo pecado. Mas a resposta à pergunta angustiada de Jó é encontrada em Jesus Cristo. Ele pagou pela penalidade dos nossos pecados e trocou-a por Sua justiça, tornando-nos assim aceitáveis aos olhos de Deus (Hb 10.14, Cl 1.21-23, 2Co 5.17).

Page 18: Panorama do AT - Jó

Prenúncios

• A segunda pergunta de Jó: “O homem, porém, morre e fica prostrado; expira o homem e onde está?" (Versículo 10) é uma outra pergunta sobre a eternidade, vida e morte que é respondida apenas em Cristo. Com Cristo, a resposta a “expira o homem e onde está?” é vida eterna no céu. Sem Cristo, a resposta é uma eternidade nas “trevas” onde há “choro e ranger de dentes” (Mt 25.30).

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Prenúncios

• A terceira pergunta de Jó, encontrada no versículo 14, é: “Se um homem morre, viverá outra vez?” Mais uma vez, a resposta é encontrada em Cristo. Nós realmente viveremos de novo se estamos nEle. “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.54-55).

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Aplicação Prática

• O Livro de Jó nos lembra que existe um “conflito cósmico” acontecendo por trás das cenas sobre o qual normalmente não sabemos nada. Muitas vezes nos perguntamos por que Deus permite algo, e acabamos questionando/duvidando da bondade de Deus sem ver a imagem completa. O Livro de Jó nos ensina a confiar em Deus em todas as circunstâncias. Devemos confiar no Senhor não apenas QUANDO não entendemos, mas PORQUE não entendemos.

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Aplicação Prática• O salmista nos diz: “O caminho de Deus é perfeito” (Sl 18.30). Se os

caminhos de Deus são “perfeitos”, então podemos confiar que tudo o que Ele faz e tudo o que Ele permite também é perfeito. Isso pode não nos parecer possível, mas nossas mentes não são a mente de Deus. É verdade que não devemos antecipar que entenderemos a sua mente perfeitamente, pois Ele nos lembra “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.8-9). No entanto, a nossa responsabilidade para com Deus é obedecer e confiar nEle, submetendo-nos à sua vontade, quer entendamos ou não.

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Conclusão

• Ao fim de sua história, Jó percebeu que não conhecia a Deus verdadeiramente (Jó 42.4). Ele precisou reconhecer seu lugar como ser humano dependente de Deus, bem como o lugar de Deus como Criador e Mantenedor de tudo. Somente assim poderemos perseverar com paciência, mantendo a esperança no Senhor.