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FUNDAÇÃO DOM CABRAL
PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS
VALE S.A.
OTIMIZAÇÃO DO CICLO OPERACIONAL DE TRANSPORTE DOS
VAGÕES DE MINÉRIO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – VALE
DEYVISON RIBEIRO DE ARAUJO
MARCELO AUGUSTO FAZZA DOS SANTOS
PAULO HENRIQUE SANTOS DO NASCIMENTO
Belém 2018
DEYVISON RIBEIRO DE ARAUJO
MARCELO AUGUSTO FAZZA DOS SANTOS
PAULO HENRIQUE SANTOS DO NASCIMENTO
OTIMIZAÇÃO DO CICLO OPERACIONAL DE TRANSPORTE DOS
VAGÕES DE MINÉRIO DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – VALE
Projeto apresentado à Fundação Dom Cabral, como requisito parcial à conclusão do Programa de Especialização em Gestão de Negócios como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista.
Professor Orientador: Carlos Renato Seabra
Belém 2018
Dedicamos este Projeto
As nossas amadas famílias pelo apoio incondicional.
Aos nossos líderes da Vale pela confiança e investimento.
À Vale pela oportunidade de desenvolvimento profissional e como pessoa.
Às nossas equipes que souberam conduzir os processos com maestria durante
nossas ausências.
Aos educadores da Fundação Dom Cabral pela enorme disseminação de
conhecimento proporcionada.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus pela nossa capacidade cognitiva de desenvolver
projetos.
Às nossas famílias, mães, pais e irmãos que estão sempre conosco.
Às nossas esposas, filhas e filho pela compreensão na ausência.
À Vale.
À Estrada de Ferro Carajás por nos proporcionar aprendizados e amigos
eternos.
Ao SEST/SENAT.
À Fundação Dom Cabral representada por seus profissionais e professores.
Ao Professor Carlos Renato Seabra pela orientação do trabalho.
RESUMO
Com o aumento da demanda de produção de minério de ferro da Vale é necessário garantir um sistema logístico capaz de transportar esse volume da mina de ferro no Pará ao porto de exportação no Maranhão. Entre esses dois sistemas produtivos encontra-se a Estrada de Ferro Carajás, que é a ferrovia responsável por esse transporte. Esse trabalho do grupo tem como objetivo otimizar o ciclo operacional de transporte dos vagões de minério da Estrada de Ferro Carajás, por meio de alavancas de redução de paradas indesejadas e diminuição do chamado transit time, tempo de percurso. O desenvolvimento das iniciativas se deu por intermédio da identificação de alavancas existentes no Mapa Estratégico da direção e priorizadas conforme as suas relevâncias. Os estudos de benchmark, permitiram reconhecer as oportunidades de melhoria em comparação com outras ferrovias com as características semelhantes à Estrada de Ferro Carajás. Por fim, o presente estudo, desenvolveu três oportunidades de projetos, direcionadas à otimização do ciclo operacional, que deverão proporcionar ganhos significativos à operação do ciclo de vagões da EFC.
Palavras-chave: Ciclo. Vagões. Trem. EFC.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Chegada do primeiro trem de minério na EFC .................................. 20
Figura 2 Traçado EFC no território nacional .................................................... 21
Figura 3 Construção do Porte do rio Tocantins ............................................... 21
Figura 4 Implantação do último trilho na EFC ................................................. 22
Figura 5 Cerimônia de Inauguração da EFC ................................................... 22
Figura 6 Volume transportado e projeções na EFC ........................................ 23
Figura 7 Via Permanente de uma Ferrovia ...................................................... 24
Figura 8 Ciclo simplificado do transporte ferroviário. ....................................... 27
Figura 9 Headway simplificado do transporte ferroviário. ................................ 33
Figura 10 Extensão da Malha Ferroviária Mundial. ........................................... 39
Figura 11 Mapa Ferroviário de Carga Brasileiro. ............................................... 40
Figura 12 – Critério de priorização Matriz CEB .................................................... 55
Figura 13 – Trem de minério tipo na EFC ............................................................ 57
Figura 14 – Trem com configuração 660 na EFC................................................. 57
Figura 15 – Diagrama unifilar dos elementos de ferrovia ..................................... 58
Figura 16 – Esquemático de ferrovia de linhas singelas e pátios de
estacionamento................................................................................. 59
Figura 17 – Esquemático de ferrovia em processo de duplicação ....................... 60
Figura 18 – Esquemático de ferrovia com trecho duplicado ................................. 60
Figura 19 – Processo de helper dinâmico na EFC ............................................... 62
Figura 20 – Posicionamento do EOT no último vagão do trem carregado ........... 64
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Produção de Transporte Ferroviário de Cargas ................................ 41
Tabela 2 Produção de Transporte Ferroviário de Cargas por Concessionária 41
Tabela 3 – Velocidade Média Comercial por Concessionária ............................. 42
Tabela 4 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas
da MRS Logística .............................................................................. 42
Tabela 5 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas
da FCA (VLI Sudeste) ....................................................................... 43
Tabela 6 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas
da FNS (VLI Tramo Norte) ................................................................ 43
Tabela 7 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas
da EFVM ........................................................................................... 43
Tabela 8 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas
da EFC .............................................................................................. 44
Tabela 9 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte
Ferroviário de Cargas da MRS Logística. ......................................... 44
Tabela 10 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte
Ferroviário de Cargas da FCA (VLI Tramo Sudeste). ....................... 45
Tabela 11 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte
Ferroviário de Cargas da FNS (VLI Tramo Norte). ........................... 45
Tabela 12 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte
Ferroviário de Cargas da EFVM ....................................................... 46
Tabela 13 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte
Ferroviário de Cargas da EFC .......................................................... 46
Tabela 14 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de
Cargas da MRS Logística ................................................................. 47
Tabela 15 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de
Cargas da FCA (VLI Tramo Sudeste) .............................................. 47
Tabela 16 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de
Cargas da FNS (VLI Tramo Norte) ................................................... 48
Tabela 17 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de
Cargas da EFVM .............................................................................. 48
Tabela 18 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de
Cargas da EFC ................................................................................. 49
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Comparação entre tipos de circulação .............................................. 51
Quadro 2 – Comparativo de tempo e velocidade por tipo de trens ...................... 52
Quadro 3 – Velocidade Média Comercial da EFC ................................................ 53
Quadro 4 – Matriz de priorização CEB da EFC.................................................... 56
Quadro 5 – Cronograma de remodelação dos pátios de estacionamento no
projeto sinal verde ............................................................................. 61
Quadro 6 – Comparativo entre distância e velocidade relativas .......................... 63
11
LISTA DE ABREVIATURAS/ SIGLAS
AC – Alternate current
AMV – Aparelhos de mudança de via
ANTF – Agência Nacional de Transporte Ferroviário
ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre
CCO – Centro de Controle Operacional
CEB – Custo, Esforço e Beneficio
DC – Direct current
EFC – Estrada de Ferro Carajás
EFVM – Estrada de Ferro Vitória-Minas
EOT – End Of Train
ETA – Expected Time Arrive
FNS – Ferrovia Norte Sul
MRS - Minas, Rio e São Paulo Logística
RFSP – Ramal Ferroviário do Sudeste do Pará
TFCJ – Terminal Ferroviário de Carajás
TMPM – Terminal Marítimo de Ponta da Madeira
VLI – Vale Logística Integrada
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.1 Problema de Pesquisa.................................................................................. 14
1.2 Justificativa da escolha do problema a ser trabalhado ............................. 14
1.3 Objetivos ....................................................................................................... 15
1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................. 15
1.3.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 15
1.4 Relevância do Projeto .................................................................................. 15
2 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................... 17
3 REALIDADE ATUAL DA EMPRESA ............................................................. 18
3.1 VALE .............................................................................................................. 18
3.2 Estrada de Ferro Carajás ............................................................................. 20
4 BASES CONCEITUAIS .................................................................................. 24
4.1 Ciclo médio ................................................................................................... 26
4.2 Dimensionamento de recursos e ativos ..................................................... 27
4.3 Dimensionamento de maquinistas .............................................................. 29
4.4 Dimensionamento de locomotivas .............................................................. 30
4.5 Dimensionamento de vagões ...................................................................... 31
4.6 Dimensionamento de via permanente ........................................................ 32
4.7 Capacidade de transporte ............................................................................ 33
4.8 Cálculo da frota para ciclo de vagões......................................................... 35
5 BENCHMARKING REALIZADO / REALIDADES ORGANIZACIONAIS ....... 39
6 MODELO CONCEITUAL ................................................................................ 50
7 PROPOSTA DE SOLUÇÃO ........................................................................... 55
7.1 Gatilho de Formação do Trem 660 vagões ................................................. 56
7.2 Projeto Sinal Verde ....................................................................................... 58
7.3 Velocidade de acoplamento do Helper Dinâmico ...................................... 62
8 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ 66
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 69
GLOSSÁRIO .................................................................................................. 70
13
1 INTRODUÇÃO
A VALE é uma empresa brasileira privada de capital aberto, presente em
aproximadamente 30 países ao redor do mundo, que ocupa o 1º lugar na produção
mundial de minério de ferro, pelotas e níquel. (VALE, 2018).
O negócio principal da VALE é a mineração, com atuação em vários
segmentos como minério de ferro, níquel, carvão, cobre, manganês e ferroligas.
Destes, o minério de ferro ocupa uma posição privilegiada, sendo o principal produto
da companhia. As minas de minério de ferro da VALE estão localizadas no Brasil e
dentre essas minas, as minas de Serra Norte e Serra Sul, localizadas respectivamente
nas cidades de Parauapebas e Canaã dos Carajás, ambas no estado do Pará, têm o
maior volume de produção da empresa, além de possuírem o minério com a melhor
qualidade do mundo. Com intuito de escoar toda esta produção do Sistema Norte,
existe uma grande cadeia de logística integrada, formada por uma ferrovia, conhecida
como Estrada de Ferro Carajás (EFC) e um porto localizado em São Luís, no
Maranhão denominado Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM).
O volume projetado do Sistema Norte será o mais expressivo da VALE nos
próximos anos, chegando a representar praticamente 65% do total de produto
comercializado para o mercado mundial. As projeções de transporte de minério e
carga geral na ferrovia Carajás se concretizaram e chegaram a relevante marca em
2017 de aproximadamente 186 milhões de toneladas, as novas projeções conforme o
planejamento estratégico da empresa aponta números na casa de 250 milhões de
toneladas transportadas até 2022.
Segundo Montenegro (2016), o verdadeiro valor construído em uma
organização se dá através da busca incansável da excelência operacional. Além de
ser um fator de sobrevivência atualmente nas empresas. O presente trabalho é
direcionado para o elo dessa importante cadeia logística nacional apresentada
anteriormente: a Estrada de Ferro Carajás. O objetivo desse projeto aplicativo é
otimizar o Ciclo Operacional de Vagões com a redução e/ou eliminação de efeitos
indesejados durante o transporte dos trens de minério. Estes efeitos impactam o
tempo de circulação (transit time) e consequentemente reduz a capacidade de
transporte na malha ferroviária, aumentando significativamente os custos de
operação.
14
1.1 Problema de Pesquisa
O ciclo operacional de vagões pode ser entendido como o tempo gasto entre
dois carregamentos sucessivos (ROSA, 2016). Incluído neste período, temos o tempo
de carregamento, a circulação ferroviária até o local de desembarque, o tempo de
desembarque e a circulação de retorno até o ponto de carregamento. A grande
questão é que dependendo das particularidades de cada cadeia logística, os pontos
de carregamento e descarregamento variam de acordo com a estratégia operacional
da empresa, sendo assim nem sempre o ativo tem o seu retorno para o ponto de
carregamento original, o que torna complexo o cálculo de rotação de vagão a vagão.
No entanto, o escopo deste projeto se restringe ao ciclo operacional de viagem, ou
seja, apenas o tempo de circulação na ferrovia.
A definição e acompanhamento deste indicador é de fundamental importância
para a operação ferroviária, uma vez que ele define a capacidade necessária da frota
de ativos de material rodante como locomotivas e vagões para o cumprimento do
volume orçado. Em muitas ferrovias, a compensação de uma ineficiência operacional
como por exemplo, o não cumprimento do ciclo orçado, em troca de aquisição de
material rodante, é um erro clássico e muito comum em grandes ferrovias ao redor do
mundo, principalmente quando se tem um desafio de transportar grandes volumes
como no caso da EFC.
1.2 Justificativa da escolha do problema a ser trabalhado
A escolha deste tema está relacionada pela sua relevância ao processo
produtivo da VALE. A Estrada de Ferro Carajás conclui este ano o seu projeto de
aumento de capacidade, onde se contempla a duplicação da ferrovia e
redimensionamento dos seus terminais. Mesmo com 85% do projeto já executado, é
necessário avaliar possibilidades de ganhos adicionais, otimizar seu processo
produtivo com melhoria na excelência operacional, aumentar a produtividade e reduzir
custos. No caso de uma ferrovia, quando se fala desses três importantes temas, de
forma agrupada, possivelmente o ciclo operacional será incluído na discussão.
15
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
O objetivo geral do trabalho é realizar um estudo abrangente no transporte
ferroviário na EFC, com vistas a otimizar o ciclo operacional de viagem dos vagões de
minério.
1.3.2 Objetivos específicos
• Contextualizar a importância da EFC na cadeira logística da VALE;
• Detalhar influências internas e externas que impactam diretamente na
circulação de trens e consequentemente no ciclo operacional de vagões;
• Analisar a importância do planejamento na circulação ferroviária;
• Avaliar pontos de troca de maquinistas durante circulação de trens de minério;
• Avaliar outras possibilidades de configuração de trens tipo e de tração;
• Verificar ocupação de malha por trens de serviço e de carga geral.
1.4 Relevância do Projeto
O ciclo operacional da EFC é resultante da integração de vários indicadores
que representam a eficiência da ferrovia, ele demonstra a consolidação de indicadores
de operação e manutenção e orienta ações para a melhoria da performance da
ferrovia. Através do ciclo operacional é possível demonstrar as lacunas de cada parte
integrante da cadeia produtiva. Portanto, sua otimização com ações que possibilitem
alavancar seus resultados é vital para a competitividade da EFC.
No primeiro capítulo é apresentada a VALE, sua cadeia logística, a
importância do Sistema Norte para a companhia e seus desafios de volume
transportado, ressaltando a necessidade de uma maior eficiência, com tempos de
viagem cada vez menores na EFC.
No segundo capitulo é apresentada a metodologia de pesquisa utilizada neste
tema, bem como todos os instrumentos de coleta de dados.
16
No terceiro capítulo é realizada uma descrição mais profunda sobre a
realidade atual da organização, abordando um pouco da história da empresa,
capacidade produtiva, entre outros fatores relevantes.
No quarto capítulo é realizada uma revisão com foco nas iniciativas adotadas
no mercado, apresentando os tópicos mais importantes para a realização deste
projeto, sugerindo as melhores práticas e ao mesmo tempo chamando a atenção para
alguns pontos chaves para sua implementação.
No quinto capítulo é efetuada uma análise do setor considerando outras
ferrovias brasileiras com características semelhantes, e assim, apresentado um
panorama a respeito do ciclo de viagens.
Dando continuidade ao trabalho é apresentado no sexto capítulo o modelo
conceitual, que busca elencar fatores chave para que a implementação do projeto
ocorra com êxito. Já no capítulo seguinte encontram-se as ferramentas de
gerenciamento que visam auxiliar a equipe de execução às melhores práticas durante
a realização do projeto.
Por fim, serão feitas considerações finais constituídas de alertas e
recomendações fora do escopo deste projeto, mas que podem ser úteis para o bom
desenvolvimento do mesmo, além de caracterizarem oportunidades de melhoria, sem,
no entanto, esgotar as possíveis soluções.
17
2 METODOLOGIA DE PESQUISA
O projeto aqui apresentado é um estudo de caso aplicado no processo
operacional da Estrada de Ferro Carajás e sua metodologia foi alicerçada na pesquisa
de eventos ocorridos que causaram interferências na circulação de trens, gerando
desvios ao orçamento previsto. Importante salientar que tais eventos não são
decorrentes de simulação e não tiveram interferência do pesquisador. Os dados foram
coletados do servidor de gestão ferroviária localizado no Centro de Controle
Operacional (CCO) da ferrovia, localizado em São Luís, Maranhão. As análises
aprofundadas destes eventos geraram uma série de medidas e consequentemente
ações de bloqueio ou de redução dos impactos causados. Projetos bibliográficos
relacionados com o tema como por exemplo: operação ferroviária, planejamento,
dimensionamento de ativos rodantes e logística integrada, foram fundamentais para
uma análise mais completa.
Os instrumentos de coleta de dados que serão utilizados são o levantamento
documental através de arquivo estratificado do banco de dados do CCO e pelo
levantamento bibliográfico, com pesquisas em fontes bibliográficas como livros e
artigos científicos relacionados.
18
3 REALIDADE ATUAL DA EMPRESA
3.1 VALE
O início da Companhia Vale do Rio Doce, hoje chamada VALE, está ligada à
construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) que havia sido construída para
o transporte de passageiros e para escoar a produção cafeeira do vale do Rio Doce e
Espirito Santo. Durante sua construção foi evidenciado uma oportunidade de negócio
adicional, no entanto era necessário alterar seu traçado original de tal forma a
contemplar uma grande reserva de minério de ferro em uma região conhecida como
Itabira, localizada ao leste do estado de Minas Gerais. Desta forma, o minério de ferro
de Itabira foi incluído neste grande projeto e seu minério seria escoado futuramente
até o porto capixaba, conforme citado por Vale (2012, p. 29), a seguir:
“Já em 1909, a Brazilian Hematite Syndicate adquiriu 42 mil ações da Vitória a Minas e pleiteou junto ao Governo Federal a alteração do traçado original da ferrovia para permitir o acesso às jazidas de Itabira. Não só a solicitação foi atendida, como a Vitória a Minas obteve o virtual monopólio das operações na região”.
Nos primeiros anos após a sua fundação, a Vale possuía uma demanda tímida
e praticamente toda direcionada para o mercado interno com objetivo de suprir as
siderúrgicas nacionais, o que de certa forma limitava sua capacidade de expansão.
Por exemplo, no ano de 1920, a extração de minério de ferro não chegava a 4 milhões
de toneladas por ano, valor esse de pelo menos a metade do orçamento previsto, o
que gerava uma redução significativa do seu faturamento, principalmente devido ao
baixo valor econômico do mineral bruto na época.
O cenário começa a mudar em 1961, quando uma gigante demanda vinda do
Japão, principalmente após a destruição do seu parque siderúrgico na segunda guerra
mundial alcança as estratégias recém-desenhadas pela companhia. Desta forma foi
criado o conceito de distância econômica, permitindo que a Companhia Vale do Rio
Doce, pudesse entregar minério de ferro nos portos japoneses por um preço
competitivo, em relação aos praticados pelas minas australianas.
Para colocar em prática o arrojado plano de alcançar o mercado mundial, em
1962 foi criado a DOCENAVE, empresa marítima de transporte e operações
portuárias e em 1966 foi inaugurado no litoral capixaba, o tão conhecido porto de
Tubarão. A partir daí uma nova fase estava sendo construída, no primeiro ano do porto
19
de Tubarão por exemplo, a produção já chegava a 10 milhões de toneladas por ano.
Quatro anos depois esse número já superava a casa de 18 milhões. Em 1974 já se
atingia a incrível marca de 56 milhões de toneladas, ano este que a empresa liderou
a exportação do minério de ferro no mercado mundial.
Em 1979, a Companhia Vale do Rio Doce tornou-se sócia majoritária do
complexo mineral de Carajás, uma grande região com reserva de ferro com alto teor
de qualidade, além de cobre, manganês e ouro. Concomitantemente, alinhado a este
projeto, grandes projetos de infraestrutura serviriam de suporte como por exemplo a
Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a Estrada de Ferro Carajás e o Porto de Ponta da
Madeira, localizado em São Luís, no Maranhão. As operações neste imenso projeto
tiveram início no ano de 1985, a partir daí grandes recordes de volume seriam
alcançados ano após ano.
Em 2008 a Companhia Vale do Rio Doce mudou a sua marca e passou a usar
apenas o nome de fantasia: VALE. No mesmo ano, foi eleita pela Financial Times a
33° maior empresa do mundo, além de ser a maior do Brasil em volume de
exportações.
A Vale é uma empresa de mineração pioneira, sediada no Brasil, com mais
de 100 mil empregados, entre próprios e terceirizados, e está presente em
aproximadamente 30 países em 5 continentes. A Vale S.A, é uma sociedade anônima
de capital aberto com sede no Rio de Janeiro, tem seus títulos negociados nas bolsas
de São Paulo, Nova York, Paris e de Hong Kong.
Visão, Missão e Valores
Visão Vale: Ser a empresa de recursos naturais global número um em criação
de valor de longo prazo, com excelência, paixão pelas pessoas e pelo planeta.
Missão Vale: Transformar recursos naturais em prosperidade e
desenvolvimento sustentável.
Valores da Vale: A vida em primeiro lugar, crescer e evoluir juntos, cuidar do
nosso planeta, valorizar quem faz a nossa empresa, agir de Forma Correta e
fazer acontecer.
20
3.2 Estrada de Ferro Carajás
No dia 28 de fevereiro de 1985, entrava em operação a Estrada de Ferro
Carajás, ferrovia construída para escoar toda a produção da mina localizada na Serra
dos Carajás no Pará até a baia de São Marcos em São Luís do Maranhão. A figura 1
ilustra a chegada do primeiro trem de minério no Pátio Ferroviário de Ponta da Madeira
em São Luís, Maranhão.
Figura 1 Chegada do primeiro trem de minério na EFC
Fonte: Vale (2018). A história de uma produtiva ferrovia.
A EFC, construída inicialmente para transportar aproximadamente 35 milhões
de toneladas de minério de ferro por ano, tinha uma configuração de linha singela com
43 pátios de cruzamento, de tal forma a permitir o cruzamento dos trens em ambos os
sentidos. Os pátios mais relevantes nesta configuração eram exatamente os pátios
localizados nas extremidades, sendo um no terminal ferroviário de Ponta da Madeira
e o outro no terminal ferroviário de Carajás, onde as composições seriam carregadas.
Além do minério de ferro, a ferrovia Carajás, cujo traçado é mostrado na figura
2, a seguir, foi projetada para transportar carga geral e passageiros que se deslocam
ao longo de 27 municípios nos estados do Maranhão e Pará.
21
Figura 2 Traçado EFC no território nacional
Fonte: Vale (2009). Simpósio interno de Confiabilidade.
Uma das obras mais imponentes e relevantes do projeto foi a construção da
ponte sobre o Rio Tocantins, inaugurada em outubro de 1984 na cidade de Marabá,
localizada ao sudeste do estado do Pará, como pode ser observado na figura 3, a
seguir.
Figura 3 Construção do Porte do rio Tocantins
Fonte: Vale (2012). Vale:nossa história.
A etapa de lançamento dos trilhos foi encerrada em 15 de fevereiro de 1985,
sendo inaugurada em 28 de fevereiro, iniciando-se imediatamente o transporte de
minérios de ferro e de manganês para exportação. Nas figuras 4 e 5, a seguir, temos
22
registros fotográficos da época de inauguração da ferrovia respectivamente:
trabalhadores após implantação do último trilho e o discurso do Engenheiro Eliezer
Batista, diretor presidente da Vale na época, durante a cerimônia de inauguração.
Figura 4 Implantação do último trilho na EFC
Fonte: Vale (2012). Vale: nossa história.
Figura 5 Cerimônia de Inauguração da EFC
Fonte: Vale (2012). Vale: nossa história.
A EFC é uma das ferrovias de maior produtividade do mundo, contando com
927 quilômetros de linha, 73% de sua extensão em linha reta e 27% em curva, de
excelentes condições técnicas (MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, 2008). Além do
seu eixo principal que liga as minas de Carajás no estado do Pará ao Terminal
23
Marítimo de Ponta da Madeira (TMPM) no estado do Maranhão, tem integração com
a Ferrovia Norte Sul (FNS) por onde escoa produtos como celulose e grãos e em 2016
foi conectada também ao Ramal Ferroviário do Sudeste do Pará (RFSP) com
aproximadamente 90 km de extensão. Este ramal é responsável em agregar uma
produção de aproximadamente 90 milhões de toneladas de minério de ferro das Minas
de Serra Sul ao projeto Carajás.
Até 2019 a EFC passará por um processo de ampliação da sua capacidade
de transporte. Serão construídos 570 km de novas linhas férreas e a renovação de
220 km de linha existente.
A seguir, na figura 6 é apresentado o volume transportado de 2010 até 2017,
além da projeção para 2018 considerando minério de Ferro e Carga Geral, conforme
elaborado pelo planejamento de capacidade da empresa.
Figura 6 Volume transportado e projeções na EFC
Fonte: Vale (2017). Plano diretor de Operações Ferroviárias.
24
4 BASES CONCEITUAIS
A operação de uma ferrovia envolve aspectos ligados a todas as demais áreas
de atuação do negócio. Sendo a mesma o elo entre os terminais de carga e descarga
de material. Para a EFC o carregamento é feito nas minas de Carajás: Serra Norte,
Leste e Sul no Estado do Pará, e o descarregamento realizado no TPPM (Terminal
Portuário Ponta da Madeira) no Estado do Maranhão. O ciclo de vagões de minério
consiste no tempo necessário para a frota completar uma viagem desde o TFPM
(Terminal Ferroviário Ponta da Madeira) em São Luís no Maranhão, até o TFCJ
(Terminal Ferroviário de Carajás) ou RFSP (Ramal Ferroviário Sudoeste do Pará) em
Carajás no Estado do Pará. O principal objetivo de uma ferrovia para transporte de
minério é realizar, de maneira sistemática, a movimentação de uma carga, de sua
origem ao seu destino, com o menor custo operacional possível. Gerenciar a operação
é otimizar a disponibilidade da utilização dos ativos da ferrovia para o uso da produção
de transporte, que são:
Via Permanente: linha férrea constituída por superestrutura (trilhos,
dormentes, fixação, aparelhos de mudança de via – AMV, e lastro), e
infraestrutura (cortes, aterros, drenagem e sub lastro). Conforme figura
abaixo:
Figura 7 Via Permanente de uma Ferrovia
Fonte: Própria (2018).
Pátios e terminais: trechos de linhas férreas que possibilitam a ligação de um
ponto a outro; geralmente são “peras ferroviárias” (linha férrea em formato,
Comentado [CRS1]: Numerar
Comentado [MF2R1]:
Comentado [MF3R1]:
25
literalmente, de pera) que possibilitam a carga e descarga de produtos
transportados pela ferrovia.
Instalações Fixas: são prédios administrativos, de apoio e operacionais, que
possibilitam às equipes de operação, manutenção e suporte, fazerem a
operacionalização da ferrovia.
Vagões e locomotivas: são ativos que transportam a carga da ferrovia, seja
ela para o cliente, ou para outra empresa, no caso de produtos diferentes do
minério de ferro, ou materiais de manutenção para a própria ferrovia para
execução conforme o planejamento.
Recursos de pessoal: são pessoas especializadas para operacionalizar a
ferrovia de acordo com setores que podem ser: administrativos, suporte,
operação e manutenção.
Sinalização: é o sistema de controle de tráfego da ferrovia, a qual possibilita
o gerenciamento das movimentações dos trens na malha ferroviária.
O vagão como ativo que transporta a carga, é responsável pelo cálculo do
tempo de percurso operacional da ferrovia, o controle dos vagões possibilita a ferrovia
ter as seguintes informações:
Carga transportada: o vagão, devido à sua capacidade, fornece o volume
transportado, o que possibilita saber o peso médio transportado.
Desempenho dos pátios e terminais: ciclos e tempos à disposição dos
clientes, contabilizados para monitorar a eficiência da ferrovia.
Desempenho da circulação: ciclos vazios e carregados, correspondendo aos
tempos do trem na linha tronco da ferrovia, sendo este o tempo principal pelo
qual a ferrovia monitora seu desempenho.
Retenção nas oficinas: as oficinas fazem a manutenção dos vagões,
preventivamente ou corretivamente, sendo que esta demanda deve ser
considerada pelo planejamento para calcular a necessidade de vagões para
cumprir o ciclo e garantir o volume transportado.
Atrasos na circulação dos trens por defeitos: são perdas relacionadas a
vandalismo, problemas técnicos e outras situações que interferem na
circulação dos trens durante seu ciclo operacional.
Comentado [CRS4]:
Comentado [CRS5]:
Comentado [CRS6]:
26
Posicionamento da carga em tempo real: como o vagão é a menor unidade
de transporte, se somarmos a quantidade de vagões e de trens disponíveis
na ferrovia, é possível saber a previsão de trânsito correspondente ao produto
transportado e o tempo para o trem chegar em seu destino.
A programação para utilização dos vagões é feita a partir de todas as
movimentações de cargas nos pontos de carregamento, e pela variação de demanda
e sazonalidades dos serviços oferecidos aos usuários dos trens de passageiros e de
carga geral. Durante a execução da programação são feitos ajustes, envolvendo a
mina, o porto, pátios e terminais, manutenção de via, oficinas, escala de pessoal para
operação, de modo a atender as demandas de cada tipo de produto e cliente.
A unidade mínima de transporte é o vagão. Na linha ou nos pátios e terminais,
os vagões formam o trem. Sendo o transporte sistemático, toma-se, como medida da
eficiência operacional do fluxo, o tempo entre dois carregamentos no mesmo ponto
de um dado vagão, que caracterizará um ciclo de prestação de serviço. Esta unidade
de medida é fundamental no gerenciamento da operação. Desta maneira, definidos
os recursos estratégicos, o objetivo gerencial tático é fazer o sistema fluir cada vez
mais rápido, aumentando-se a eficiência do transporte através da diminuição do ciclo
médio.
4.1 Ciclo médio
Ciclo ou rotação do vagão em um fluxo é o tempo gasto (normalmente em
horas) entre dois carregamentos sucessivos, o que equivale a soma dos tempos para:
T1: Carregamento e manobra na origem
T2: Viagem da origem ao destino
T3: Descarregamento e manobra no destino
T4: Viagem de retorno para novo carregamento
O gerenciamento do ciclo é relativamente fácil quando são trens unitários e
no mesmo fluxo, porém se torna extremamente complexo quando depende da
distribuição dos “vagões vazios” nos diversos terminais e devem ser enviados para
outros, para carregamento pelo menor custo decorrente.
Comentado [CRS7]: Melhor outra palavra
27
A figura 8, a seguir, apresenta de forma simplificada o ciclo de uma ferrovia que
liga uma mina a um porto com um único ponto de carregamento e descarregamento.
Figura 8 Ciclo simplificado do transporte ferroviário.
Fonte: Própria (2018).
Para reduzir o ciclo, os esforços devem ser feitos no sentido de liberar, o mais
rápido possível o vagão, com uso de pátios, taxa de descarga e estocagem externas
adequadas. Na linha tronco, bem como nos ramais, deve-se usar trens tipos para
obter-se as melhores relações entre tamanho e peso, para reduzir paradas,
fracionamentos e restrições de velocidades. Também devem ter formações
otimizadas para reduzir os tempos de paradas em pátios para formações e
desmembramentos.
É necessária uma programação mensal de transporte dividida em metas
diárias. A programação diária é função da capacidade da ferrovia, que levará em conta
suas totais condições de transporte e as restrições em cada ponto de carga.
Os terminais operam ininterruptamente, sendo que os pontos de
carregamento possuem silos e correias transportadoras. No descarregamento, são
utilizadas máquinas chamadas de virador de vagão que giram os vagões em seu eixo,
possibilitando um tempo menor na descarga, gerando ganhos de recursos, sendo este
ponto uma vantagem competitiva para a ferrovia.
4.2 Dimensionamento de recursos e ativos
Cada ferrovia possui metodologia própria para dimensionamento do ciclo,
levando em conta o aprendizado obtido com sua operação e suas características.
Além dos recursos básicos de material rodante, via permanente e equipagens, podem
ser incluídas as disponibilidades de sinalização, utilização de trechos de outras
Comentado [CRS8]: Adequar a figura às normas.
28
ferrovias, material rodante de terceiros, horários de funcionamentos de terminais e até
mesmo comportamentos climáticos regionais.
A calibração de cada método é feita por equipes especializadas, que
geralmente são extremamente experientes na operação daquela ferrovia, e que,
empiricamente ou através de dados históricos, foram ajustando as variáveis que
trazem o dimensionamento para o patamar de transporte desejado, utilizando os
recursos existentes.
Outro fator importante são as ferramentas de otimização de recursos
utilizados pela programação e nos centros de controles operacionais. Estas
ferramentas permitem refinamentos, em que podem ser feitos desde programações e
dimensionamentos anuais, até diários, em busca da melhor produtividade e
entendimento ao cliente.
De forma genérica, os fatores necessários para o dimensionamento dos
recursos de uma ferrovia singela com poucos pontos de carregamento são:
equipagem para os trens, locomotivas, vagões e capacidade de via permanente.
Um dos fatores que determina a capacidade de transporte é a quantidade de
maquinistas para condução dos trens. Essa quantidade é função do ciclo da
equipagem.
Um outro fator que determina a capacidade de transporte é a disponibilidade
de recursos em material rodante (locomotivas e vagões) para escoar a produção. Tal
disponibilidade depende de vários fatores, sendo o ciclo aquele de maior influência
em tal capacidade.
Contudo, a capacidade não pode ser analisada somente através da mão-de-
obra necessária para condução de trem e do material rodante em si, mas também
quanto à capacidade da via para permitir a passagem da quantidade de trens
necessária para se atingir a produção desejada. O impacto causado pela via à
circulação é dado através de restrições de velocidade em alguns trechos e ou por
falhas que restringem a velocidade ou bloqueiam a circulação de trens.
Desta forma pode-se dizer que o ciclo de equipagem, o ciclo de material
rodante e o número de trens possível de circular em uma determinada seção de via
são os três componentes primordiais na determinação na capacidade de transporte.
29
4.3 Dimensionamento de maquinistas
A fórmula que calcula a quantidade de maquinistas necessários para
atendimento a uma determinada produção foi desenvolvida por Colson (ARREBOLA,
2008) e a mesma é representada por:
𝑵𝒆 = 𝑵𝑻 𝒙 𝑪𝒆 𝒙 𝒌
Onde:
Ne = Número de equipes.
NT = Número de trens por dia;
Ce = Ciclo de equipagem (horas);
K = dias no ano/horas trabalháveis no ano.
A primeira parcela da fórmula de Colson é o número de trens por dia (NT), e
para isso temos que calcular da seguinte forma:
𝑵𝑻 =𝐏
𝐂𝐓 𝐱 𝐍𝐝 𝐱 𝐄
Onde:
P = Produção desejada (ton);
CT = Capacidade do trem (ton);
Nd = Número de dias no ano;
E = Eficiência do sistema = 0,97;
NT = Número de trens.
A segunda parcela é a constante “k”, que varia de acordo com a ferrovia,
sendo calculada da seguinte forma:
𝒌 =𝐍𝐝 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐨 𝐚𝐧𝐨
𝐇𝐓𝐀 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬 𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡á𝐯𝐞𝐢𝐬 𝐩𝐨𝐫 𝐚𝐧𝐨
Nd = 365 dias
HTA = Horas no Ano (HA) – Horas a Deduzir (HD)
30
Considerando:
HA = 365 dias x 24 horas = 8.760 horas
HD=
Férias = 30 dias
Folgas = 55 dias (dias de folga no ano devido a escala de trabalho)
Treinamento = 16 dias
Afastamentos = 5 dias
TOTAL = 106 dias ou 2.544 horas
Logo
HTA = HA – HD = 6.216 horas
Para uma ferrovia com as características acima, K = 365 / 6.216 = 0,05872,
sendo este uma realidade de cada ferrovia e modelo operacional utilizado.
A terceira parcela da fórmula de Colson é o cálculo do Ciclo de Equipagem
(Ce), na qual devemos considerar:
VI = viagem de ida;
DFS = descanso fora de sede;
VV = viagem de volta;
DS = descanso na sede.
Sendo que:
𝑪𝒆 = 𝑽𝑰 + 𝑺𝑭𝑺 + 𝑽𝑽 + 𝑫𝑺
4.4 Dimensionamento de locomotivas
Para o dimensionamento da quantidade de locomotivas necessárias para a
formação dos trens que farão frente à demanda de transporte, algumas premissas são
levadas em consideração, a saber:
P = produção desejada (ton);
C = ciclo de transporte (dias);
Nd = número de dias de operação no período;
31
Cr = capacidade de reboque (número de vagões);
Cv = capacidade de vagão (ton);
m = taxa de indisponibilidade para o transporte;
E = eficiência do sistema = 0,97;
F = frota necessária.
A fórmula que calcula a quantidade de locomotivas necessária para
atendimento a uma determinada produção foi desenvolvida por Colson (ARREBOLA,
2008) e a mesma é representada por:
𝑭 =𝐏 𝐱 𝐂
𝐍𝐝 𝐱 𝐂𝐯 𝐱 𝐂𝐫 𝐱 (𝟏 − 𝐦) 𝐱 𝐄
4.5 Dimensionamento de vagões
O dimensionamento da quantidade de vagões necessários para a formação
dos trens segue algumas premissas, que são:
P = produção desejada (ton);
C = ciclo de transporte (dias);
Nd = número de dias de operação no período;
Cv = capacidade de vagão (ton);
m = taxa de indisponibilidade para o transporte;
E = eficiência do sistema = 0,97;
F = frota necessária.
A fórmula que calcula a quantidade de vagões necessários para atendimento
a uma determinada produção foi desenvolvida por Colson (ARREBOLA, 2008), sendo
representada por:
𝑭 =𝐏 𝐱 𝐂
𝐍𝐝 𝐱 𝐂𝐯 𝐱 (𝟏 − 𝐦) 𝐱 𝐄
32
4.6 Dimensionamento de via permanente
Para o dimensionamento da capacidade de via permanente, para permitir a
circulação dos trens que farão frente à demanda de transporte, algumas premissas
são levadas em consideração, a saber:
NT = número de trens;
Nvt = número de vagões por trem;
Cv = capacidade de vagão (ton);
Nd = número de dias;
E = eficiência do sistema = 0,97;
CVIA = capacidade da via.
A fórmula que calcula a capacidade da via para atendimento a uma
determinada produção foi desenvolvida por Colson (ARREBOLA, 2008) e é
representada por:
𝑪𝑽𝑰𝑨 = 𝑵𝑻 𝒙 𝑵𝒗𝒕 𝒙 𝑪𝒗 𝒙 𝑵𝒅 𝒙 𝑬
Para o cálculo do número de trens (NT), é utilizada a fórmula:
𝑵𝑻 =𝐟𝐩 𝐱 (𝟐𝟒 − 𝐕𝐏) 𝐱 𝟔𝟎
𝐇𝐝
Onde:
fp = fator prático de capacidade = 0,70;
Hd = headway (minutos);
VP = horas disponíveis para a manutenção de via permanente;
NT = número de trens.
Sendo que Headway é o tempo de viagem entre dois pátios consecutivos.
Quanto maior for o headway, menor é a capacidade de tráfego entre dois pátios,
conforme ilustrado na figura 9. A capacidade de tráfego entre dois pátios de
cruzamento, é a quantidade de trens em cada sentido (pares de trens) em um
determinado período, normalmente por dia, se tratar de trens de carga, ou em horas,
quando se trata de metrôs.
33
Deve ser considerado, ainda, que fp corrige o headway para headways reais
em função de cruzamentos.
Figura 9 Headway simplificado do transporte ferroviário.
Fonte: Própria (2018).
A maior capacidade de tráfego entre outros pátios não altera a limitação
definida pelo gargalo, tal como ocorre em um circuito hidráulico ou em uma ampulheta,
onde a vazão de um reservatório fica limitada pelo gargalo.
Os principais fatores que determinam capacidade de tráfego de trens entre
dois pátios de cruzamento são:
distância entre os pátios (d)
velocidade dos trens em cada sentido (v)
tempo de licenciamento em cada pátio (TL)
Com a definição do headway, é possível calcular a quantidade de pares de
trens (Q) entre dois pátios através da equação abaixo.
𝑸 = 𝟐𝟒 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬
(𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐢𝐝𝐚 + 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚 + 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐥𝐢𝐜𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨)
4.7 Capacidade de transporte
A capacidade de transporte de um trecho ferroviário é definida pela menor
capacidade de tráfego de trens de carga entre dois postos de licenciamento, os
chamados pátio de cruzamento. Este trecho de menor capacidade é conhecido como
gargalo da ferrovia e define seu tráfego. É nele que os esforços sempre serão
colocados. É normal resolver os problemas de um gargalo e transferi-lo para outro
trecho. A capacidade de tráfego possui alguns redutores tais como:
34
Disponibilidade da linha devido a manutenção da via permanente (DVIA), em
dias, calculada pela seguinte equação:
𝑫𝑽𝑰𝑨 =(𝟐𝟒 − 𝑽𝑷)
𝟐𝟒 𝒙 𝟑𝟔𝟓
Ocupação por outros trens (passageiros, serviços e cargueiros), diminuindo a
capacidade de transporte de carga devido a circulação destes. Logo a
quantidade de pares de trens de carga anual (QT) é calculada por:
𝑸𝑻 = 𝑸 𝒙 𝑫𝒗𝒊𝒂 − (𝒕𝒓𝒆𝒏𝒔 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒈𝒆𝒊𝒓𝒐 + 𝒕𝒓𝒆𝒏𝒔 𝒅𝒆 𝒔𝒆𝒓𝒗𝒊ç𝒐
+ 𝒕𝒓𝒆𝒏𝒔 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒈𝒆𝒓𝒂𝒍)
A capacidade de transporte teórica (CT) pode ser calculada por meio do peso
dos trens em toneladas úteis, que predominam no trecho (trem tipo), em cada sentido,
e da quantidade de pares de trens possíveis entre dois pátios de cruzamento.
𝑪𝑻 = 𝑸𝑻 𝒙 (𝑷𝑻𝒊𝒅𝒂 + 𝑷𝑻𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂)
Onde:
PT = peso do trem (tons úteis)
A capacidade calculada desta forma é chamada de capacidade teórica ou
física. A capacidade operacional ou instalada é a decorrente da quantidade de trens
possíveis de circularem nesse trecho, considerando as locomotivas, vagões e
operadores existentes na ferrovia.
A capacidade operacional instantânea de um trecho ferroviário varia com os
“redutores” existentes nesse instante em diversos pontos desse trecho, chamados de
gargalos móveis. Para gerenciar a operação ferroviária de um trecho, adotam-se
soluções simultâneas para diferentes restrições existentes, em vários pontos,
reduzindo o impacto na execução do programa de transporte e nos custos
decorrentes.
Nas ferrovias com alta densidade de tráfego são raros os períodos com
poucas restrições para circulação dos trens ao longo da linha, sendo as principais
causas referentes à interrupção do tráfego ou à precauções por problemas na via
35
permanente, falhas nos sistemas de sinalização, problemas com locomotivas ou
vagões, restrições por comunidades, descarrilamentos, etc.
Para efeito de comparação pode-se assemelhar o efeito desses redutores, em
cada trecho, como “bolhas de ar” que reduzem a vazão de água na mangueira. A
vazão plena, sem bolhas, seria a capacidade teórica ou física e a vazão reduzida, com
bolhas, a capacidade real. A função do controlador do CCO é gerenciar a vazão
reduzindo os efeitos das bolhas. Por exemplo, se num ciclo fechado de um sistema
integrado ocorrer uma interrupção no fluxo ele se torna praticamente irrecuperável e,
neste caso, o controlador procura alocar recursos extras, vagões e locomotivas, para
executar o fluxo subsequente.
4.8 Cálculo da frota para ciclo de vagões
Os impactos ou restrições para a circulação dos trens são fundamentais para
o cálculo da frota de vagões, consequentemente o ciclo operacional do mesmo. Para
isso são importantes alguns conceitos que nos ajudam a entender como otimizar este
ciclo.
Velocidade comercial: a rigor é a “velocidade de carga” entre a origem e o
destino ou a do vagão que a transportou. É a velocidade média considerando
a distância entre origem e o destino, e o tempo ocorrido (transit time) para
fazer esse percurso (km/hora) incluindo todas as restrições para circulação
dos trens e os tempos para manobras e licenciamento nos pátios de
cruzamento, exceto os tempos de terminais para carregamento e descarga.
O tempo de percurso (transit time) utilizado para calcular a velocidade
comercial é um parâmetro importante no gerenciamento do fluxo das cargas
para definir a previsão de chegada no destino (ETA – Expected Time Arrive),
e é um dos mais significativos para o dono da carga, porque define o tempo
de recebimento ou entrega.
Velocidade de cruzeiro: É a velocidade média das velocidades instantâneas
no trecho, obtida pela distância entre a origem e o destino e o tempo ocorrido
nesse percurso excluindo os tempos de manobras, licenciamento nos
terminais de carregamento e descarga. Algumas empresas costumam
considerá-las como velocidade comercial e que conceitualmente não é
36
adequado, porque não é obtida pelo tempo de percurso (transit time) entre a
origem e destino.
Velocidade diretriz: É a utilizada como parâmetro de via permanente em cada
ponto (linhas, túneis, viadutos, entrada e saída de pátios, nos pátios, etc.), de
acordo com as condições específicas de cada local e as características
predominantes, para fins de superelevação, altura e largura do lastro,
segurança operacional, etc.
Velocidade máxima do trem: É a velocidade máxima para cada tipo de trem
de forma a reduzir riscos decorrentes do conflito entre as condições
geométricas da linha e os efeitos dinâmicos do trem. Sendo um dos maiores
riscos o de descarrilamento pelo aumento a força lateral do friso da roda
contra o trilho quando se aumenta a velocidade do trem.
Velocidade mínima contínua: É a velocidade de referência para uma condição
operacional abaixo da qual a corrente elétrica do motor de tração das
locomotivas começa a aumentar reduzindo a vida útil dos motores de tração
das locomotivas.
Peso médio: é a quantidade de carga que cada veículo suporta. É a soma de
todas as cargas, divididas pela quantidade de veículos. Nesse caso é
importante saber a sua variabilidade. Quanto mais próximo da capacidade
máxima e quanto menor o desvio padrão é melhor o sistema. Significa que a
utilização da capacidade de transporte dos veículos está melhor possível.
Ciclo ou rotação do vagão em um fluxo: como mencionado anteriormente,
este é um dos pontos mais importantes a serem observados na gestão da
ferrovia como um todo. Ciclo ou rotação do vagão em um fluxo é o tempo
gasto entre dois carregamentos sucessivos, o que equivale a soma dos
tempos para:
T1 – carregamento e manobras na origem
T2 – viagem da origem até o destino
T3 – manobra e descarga no destino
T4 – viagem de retorno para o novo carregamento
Então, Ciclo = T1 + T2 + T3 + T4.
37
O gerenciamento do ciclo do vagão é relativamente fácil quando são trens
unitários que circulam em um único fluxo, porém se torna extremamente complexo
quando depende da distribuição dos vagões vazios que se encontram em vários
terminais da malha ferroviária e devem ser enviados para outros terminais para
carregamento pelo menor custo decorrente.
Quantidade de vagões para um determinado fluxo ou ciclo (NV):
𝑵𝒗 = 𝒏 𝒙 𝑹
n = quantidade de vagões programados para carregar por dia
R = ciclo ou rotação dos vagões em dias.
Por sua vez:
𝑹 =𝑷𝒖
𝑫 𝒙 𝒑𝒖
Onde:
Pu = carga em toneladas a ser transportada
D = quantidade de dias que se pretende utilizar para fazer o transporte
pu = lotação (capacidade) de cada vagão
Considerando um coeficiente α de imobilização de vagões para manutenção,
tem se:
𝑵𝒗 =(𝟏 + 𝛂) 𝐱 (𝐏𝐮 𝐱 𝐧)
(𝐃 𝐱 𝐩𝐮)
Sendo que “α” varia de 3% a 5% dependendo da ferrovia e planos de
manutenção dos vagões de acordo com o planejamento anual de manutenções,
portanto, soma-se a indisponibilidade para que não falte a quantidade de vagões
necessárias para o ciclo.
O dimensionamento correto da quantidade de vagões em função de seu ciclo,
possibilita à ferrovia não ter excesso de ativos, gerando custos de manutenção, linhas
para estacionamento de vagões parados e etc. Além disso, permite que a ferrovia não
38
deixe de atender o volume transportado por falta de vagões, haja vista que se todos
os indicadores estiverem bem dimensionados, o ciclo poderá sofrer perdas caso
ocorra falta de vagões para transporte, gerando perdas para a ferrovia, o que é algo
indesejado.
39
5 BENCHMARKING REALIZADO / REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A malha ferroviária brasileira não é a mais extensa em comparação com os
países com as malhas ferroviárias mais densas do mundo, tendo seu principal fluxo
concentrado em algumas operadoras que utilizam parte da malha disponível
atualmente.
Figura 10 Extensão da Malha Ferroviária Mundial.
Fonte: ANTF (2018).
A VALE é detentora da concessão de grande parte da malha ferroviária útil no
Brasil, sendo responsável pela maior parte das cargas movimentadas no país, e suas
ferrovias, Estrada de Ferro Vitória à Minas (EFVM) e Estrada de Ferro Carajás (EFC)
representam os grandes diferenciais competitivos da empresa. Além destas ferrovias,
a VALE tem participação nas ferrovias MRS Logística e VLI (FCA e FNS) que
completam os principais fornecedores de serviços logísticos ferroviário no Brasil,
conforme mapa ferroviário na ANTF na figura 11, a seguir:
40
Figura 11 Mapa Ferroviário de Carga Brasileiro.
Fonte: ANTF (2018).
Esta produção escoada é composta por diversos produtos que ajudam no
desenvolvimento do Brasil; estes produtos são commodities que necessitam da
ferrovia para serem escoados, e estas, por sua vez, precisam ser cada dia mais
eficientes para conseguir entregar de acordo com os prazos dos clientes e com as
capacidades dos pátios e terminais de fornecedores e clientes, para melhorar seus
resultados de ciclos operacionais.
A fim de estabelecermos um comparativo entre as ferrovias brasileiras de
transporte de cargas com volumes representativos, apresentaremos a seguir, uma
41
série de tabelas com indicadores que nos ajudam a entender o comportamento do
ciclo operacional, haja vista que apenas mensurar o ciclo operacional não é
aconselhável devido as particularidades de cada concessionária.
A seguir, a tabela 1 apresenta o histórico do transporte da produção de
mercadorias no Brasil de 2006 a 2017.
Tabela 1 Produção de Transporte Ferroviário de Cargas
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
Analisando esta produção, discriminada por concessionária ferroviária, é
possível perceber a grande evolução da EFC, em relação ao transporte destas cargas,
no Brasil. Sendo a ferrovia que teve maior crescimento, passando a ser a ferrovia com
maior volume de carga transportada, no Brasil, em 2017 conforme a tabela_, a seguir:
Tabela 2 Produção de Transporte Ferroviário de Cargas por Concessionária
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A velocidade média comercial da EFC teve uma pequena melhora e
conseguiu manter no mesmo patamar nos últimos anos, pois, como a EFC está em
processo de duplicação, a necessidade de trens de serviços, e demais trens,
aumentam a densidade da malha, diminuindo a capacidade de trens de carga e
evitando que os mesmos trafeguem sem interrupções, aumentando assim seu
headway.
Ano TotalMinério
de Ferro
Extração
Vegetal e
Celulose
Produção
Agrícola Açúcar
Soja e
Farelo de
Soja
Carvão/
Coque Cimento
Granéis
Minerais
Ind.
Cimenteira e
Const. Civíl
Ind.
Siderúrgica
Comb.,
Deriv. do
Petr.
e Álcool
Conteiner
2006 389.113 281.691 4.126 4.635 4.998 23.849 11.380 3.248 8.887 4.384 21.287 9.870 2.156
2007 414.925 307.431 4.280 9.194 4.410 19.235 12.673 3.446 9.262 4.796 21.506 9.497 2.463
2008 426.520 316.310 3.816 7.558 6.037 20.695 13.571 3.644 9.997 4.998 20.546 10.306 2.740
2009 379.441 277.951 3.878 8.121 6.504 21.449 10.677 3.381 8.974 4.693 14.309 10.574 4.047
2010 435.248 324.811 4.053 10.288 9.127 20.643 12.364 3.487 10.499 5.081 17.278 9.886 2.633
2011 454.380 343.180 4.297 8.253 10.968 22.755 11.293 3.733 10.756 4.955 16.218 9.970 2.420
2012 453.200 342.701 4.423 14.554 9.628 19.948 11.468 3.021 8.743 4.406 16.312 10.017 2.447
2013 450.693 341.270 4.976 14.792 10.204 20.578 11.490 2.999 8.458 3.488 15.225 9.493 2.888
2014 465.060 356.634 6.104 13.298 11.901 20.962 12.086 2.858 6.569 3.236 14.360 9.526 3.459
2015 491.590 378.622 5.572 16.457 12.383 22.998 11.092 2.871 7.281 2.729 15.015 9.194 3.784
2016 503.806 397.639 5.580 10.486 14.359 22.820 9.743 2.880 7.031 2.100 14.446 8.690 3.623
2017 538.780 416.367 6.479 18.211 14.018 30.014 10.328 2.568 7.397 1.599 15.429 8.880 3.678
3.481
4.340
3.761
4.539
4.953
5.372
5.326
4.605
3.920
Produção de Transporte Ferroviário, por Subgrupo de Mercadoria (Milhares de TU)
Adubos e
Fertilizantes
6.232
5.823
5.349
42
A tabela 3, a seguir, demonstra a velocidade média por concessionária, o que
possibilita entender como funciona o fluxo de trens em cada ferrovia, este indicador
ajuda a concessionária a saber se os trens estão fluindo em sua malha.
Tabela 3 – Velocidade Média Comercial por Concessionária
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A quantidade de trens é um fator monitorado pelas ferrovias, pois deve ser
otimizado para balancear a malha ferroviária; a quantidade de trens por
concessionária também é um ponto a ser monitorado.
Mudanças no trem tipo da ferrovia ajuda a diminuir a quantidade de trens na
malha, pois quanto menor a quantidade de trens, melhor será seu headway e melhor
será sua circulação, podendo ter melhores ciclos operacionais. A tabela 4, a seguir,
mostra a evolução de quantidade de trens da MRS Logística:
Tabela 4 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas da MRS Logística
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
Percebe-se, portanto, uma diminuição da quantidade de trens na MRS, tendo
ocorrido melhorias na formação de seus trens e em redução de carga transportada,
devido à crise do ano de 2008 e 2011.
A tabela 5, a seguir, apresenta a quantidade de trens formados na VLI tramo
sudeste, o que se manteve constante nos últimos anos.
43
Tabela 5 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas da FCA (VLI Sudeste)
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A tabela 6 a seguir, apresenta a quantidade de trens no tramo norte da VLI,
que é composto pela Ferrovia Norte Sul (FNS) teve um aumento considerável, seu
transporte aumenta desde sua inauguração devido o volume de soja que começou a
ser
Tabela 6 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas da FNS (VLI Tramo Norte)
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A EFVM que possui um volume de transporte nos últimos anos menor que a
EFC, porém a EFVM já possui uma ferrovia duplicada e possui carga em dois sentidos:
traz minério das minas e volta com carvão do porto, possibilitando maior produtividade
de seus ativos e maior densidade na malha ferroviária conforme a tabela 7 a seguir:
Tabela 7 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas da EFVM
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
44
A tabela 8, apresenta a quantidade de trens na EFC, esta possui o maior trem
do Brasil, não possui uma ferrovia duplicada, por isso precisa de trens longos para
diminuir a densidade da malha ferroviária, apesar de ter um maior volume, tem uma
quantidade de trens menor que a MRS e EFVM que possuem comportamento
semelhante, a quantidade de trens teve o comportamento da seguinte ordem.
Tabela 8 – Quantidade de Trens Formados no Transporte Ferroviário de Cargas da EFC
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
Além da velocidade, carga transportada e quantidade de trens de carga
formados, outros fatores que impactam no ciclo operacional das ferrovias, temos
também as disponibilidades físicas do material rodante (vagões e locomotivas), haja
vista que as equipes para operar os trens são dimensionadas de forma a atender os
trens e estes são os resultados dos dados anteriores. A disponibilidade e utilização
das locomotivas das concessionárias brasileiras que possuem similaridade com a
EFC, pode ser observada na tabela 9, a seguir:
Tabela 9 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte Ferroviário de Cargas da MRS Logística.
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A tabela 10, mostra a disponibilidade e utilização da VLI tramo sudeste.
Apesar de ter uma disponibilidade considerável e próxima das concessionárias que
45
possuem mesmo perfil de frota (EFVM e EFC), a utilização dos ativos está abaixo do
esperado, gerando ociosidade no transporte de carga, podendo diminuir sua frota,
caso seja necessário, ou mantê-la, de acordo com possibilidades de transportes
futuros.
Tabela 10 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte Ferroviário de Cargas da FCA (VLI Tramo Sudeste).
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A VLI, no tramo sudeste, possui o mesmo comportamento da MRS. No tramo
norte da VLI, a FNS investiu em ativos novos comprando diversas locomotivas SD70
AC da EMD, podendo ter uma maior disponibilidade física, porém como seu produto
é agrícola e depende da safra, sua utilização é menor conforme a tabela 11, a seguir.
Tabela 11 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte Ferroviário de Cargas da FNS (VLI Tramo Norte).
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A EFVM possui um transporte parecido com a MRS e EFC, e vem mantendo
a disponibilidade e utilização de suas locomotivas conforme tabela 12, a seguir:
46
Tabela 12 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte Ferroviário de Cargas da EFVM
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A EFC possui dados bem semelhantes aos dados da MRS e da EFVM, de
disponibilidade física, porém a utilização de seus ativos é muito maior, o que mostra
uma otimização e maior giro de seus ativos, ajudando no atendimento do volume
transportado conforme tabela 13, a seguir;
Tabela 13 – Disponibilidade e Utilização de Locomotivas no Transporte Ferroviário de Cargas da EFC
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
O vagão como mencionado no capítulo 4, é um ativo que deve ter
acompanhado seu desempenho, assim como a disponibilidade de locomotivas
mencionada anteriormente, a disponibilidade física e utilização de vagões é uma
parcela importante para o ciclo operacional. A disponibilidade e utilização de vagões
da MRS são apresentados na tabela 14, a seguir:
47
Tabela 14 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de Cargas da MRS Logística
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A VLI Sudeste, tem uma boa disponibilidade física de vagões, porém tem uma
utilização menor, pois cada vagão faz um tipo de transporte, tendo uma carga
diversificada o que diminui sua utilização conforme a tabela 15, a seguir.
Tabela 15 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de Cargas da FCA (VLI Tramo Sudeste)
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
O tramo norte da VLI que é a FNS, também tem comportamento parecido com
a VLI tramo sudeste, porém, possui disponibilidade maior devido à sazonalidade de
seus produtos e à baixa utilização, relacionada à safra, como mencionado na
disponibilidade e utilização de locomotivas, possuindo o comportamento conforme
apresentado na tabela 16, a seguir:
48
Tabela 16 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de Cargas da FNS (VLI Tramo Norte)
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A EFVM apresenta disponibilidade e utilização bem semelhantes aos
indicadores da MRS, além de possuir volume transportado, também, similar.
A tabela 17, a seguir mostra os resultados de disponibilidade e utilização de
vagões da EFVM.
Tabela 17 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de Cargas da EFVM
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
A EFC possui a maior disponibilidade física de vagões, em comparação com
a MRS e EFVM, que, apesar de fazerem um transporte semelhante, a utilização de
seus ativos é bem superior, o que possibilita maior giro dos vagões e pode possibilitar
um ciclo operacional melhor, devido a esta parcela conforme a tabela 18, a seguir:
49
Tabela 18 – Disponibilidade e Utilização de Vagões no Transporte Ferroviário de Cargas da EFC
Fonte: SAFF/SIADE (2006-2017).
Cada ferrovia possui características específicas, portanto, comparar o valor
absoluto do ciclo operacional não é um comparativo racional, daí a necessidade de
avaliar a carga transportada, velocidade média comercial, quantidade de trens na
malha, disponibilidade e utilização de locomotivas, e disponibilidade e utilização de
vagões de cada concessionária, pois estes indicadores nos ajudarão a entender,
mesmo com as especificidades de cada ferrovia, como está a saúde do processo de
cada uma. Assim, temos a possibilidade de fazer uma comparação de indicadores que
compõe e/ou são resultados do ciclo operacional de cada uma delas. A EFC
apresentou maior volume transportado em 2017, possui uma das maiores velocidades
médias comerciais, e uma das menores quantidades de trens na malha, para o volume
transportado. Entretanto, o que mais chama atenção nos indicadores analisados é a
utilização de seus ativos, pois, mesmo com a disponibilidade de locomotivas e vagões
próximas às ferrovias que possuem as mesmas características, que são MRS e
EFVM, a utilização, na EFC, é bem maior, possibilitando maior giro da frota e
atendimento ao ciclo operacional.
50
6 MODELO CONCEITUAL
O trabalho partiu de uma oportunidade de atuação direcionada à melhoria do
ciclo médio de vagões e suas influências. Essas melhorias visam diminuir o tempo do
giro dos ativos entre descarregamento e carregamento. As ações identificadas pelo
grupo direcionam esforços a fim atingir esse objetivo, relacionado ao tempo de
percurso na Estrada de Ferro Carajás
O levantamento de dados foi realizado utilizando informações históricas das
áreas de planejamento, programação e controle das operações, engenharias,
benchmark apresentado no item 5 e de consultas aos anuários da Agência Nacional
de Transporte Terrestre (ANTT).
Durante o processo de levantamento de dados, utilizamos também o mapa
estratégico da Diretoria de Operações Norte, que contempla ações necessárias para
o atingimento do resultado diretamente associado ao volume transportado.
Diante dos dados levantados na fase de estudo, para formulação da base
conceitual, o grupo procurou referências internas e externas com melhores práticas já
experimentadas através de entrevistas com colaboradores, visitas, reuniões técnicas
e referências bibliográficas.
Pessoas e áreas chaves do processo foram consultadas para capturar as
melhores ideias ou práticas do assunto. Essas pessoas também foram fundamentais
no processo de geração de propósito e valor para o tema, uma vez que participaram
das pesquisas, análises e benchmarking. Essa participação em determinados casos
pode ser entendida como um reconhecimento para o colaborador, que se sente parte
integrante da equipe e contribui de maneira plena para o sucesso do projeto. Equipe
engajada traz resultados consistentes.
Nessa fase a equipe também fez pesquisas importantes aprimorando os
conhecimentos técnicos e abrindo o horizonte para pensamentos não convencionais.
Para termos uma base de excelência sobre ciclo vagões, precisaríamos ter
como referência, um modelo que não considerasse efeitos que influenciam no tempo
de percurso entre dois pontos.
Alguns eventos, naturais ao processo de circulação, devem ser
desconsiderados para ter referência do modelo ideal.
Para essa construção do ciclo ótimo não deveriam ser consideradas as
paradas de manutenção preventiva, paradas para troca de maquinistas, parada para
51
abastecimento e outros diversos eventos que geram interrupção do trem e aumentam
o tempo de percurso.
Uma referência interna que utilizamos para captura de iniciativas de redução
de ciclo é o trem de passageiros que circula seis dias por semana na Estrada de Ferro
Carajás.
O trem de passageiros, precisa ter uma regularidade e pontualidade em
respeito ao atendimento aos horários preestabelecidos nas estações de embarque e
desembarque. Devido a essa necessidade de pontualidade de horários, o trem de
passageiros tem prioridade na circulação da malha, fazendo com que os outros trens
parem para sua passagem. Ele se assemelha com o ciclo ideal, mas este trem
também faz paradas para trocas de maquinistas e embarque e desembarque de
pessoas.
O tempo de circulação do trem de passageiros saindo de São Luís no
Maranhão até a cidade de Parauapebas no sudeste do Pará é de 16 horas, com uma
distância de aproximadamente 850 quilômetros. Como é um trem com prioridade em
função do atendimento aos passageiros, seu percurso é direto, fazendo paradas
somente para embarque e desembarque nas estações dos municípios atendidos.
O ciclo ótimo do trem de passageiros, sem considerar as paradas é de
aproximadamente 10 horas e 37 minutos entre São Luís e Parauapebas utilizando
uma velocidade média de 79 km/h.
Porém mesmo o trem de passageiros, que é um trem mais leve que os trens
de carga, e consequentemente consegue imprimir uma velocidade média comercial
em torno de 56Km/h quando consideramos as paradas de embarque e desembarque,
troca de maquinistas e reabastecimentos, tem em média uma duração de 15 horas
para o mesmo percurso. Esse é o tempo padrão praticado hoje com o trem de
passageiros. O quadro 1 ilustra essa situação.
Quadro 1 – Comparação entre tipos de circulação
Circulação Trem de Passageiros Velocidade
média
Sem Paradas 10:37:00 79 km/h
Com Paradas 15:00:00 56 km/h
Fonte: Própria (2018).
52
A adoção de uma grade regular de horário de partida e chegada de trens pode
ser uma saída para regular e controlar o tempo de percurso. Isso será plenamente
possível quando a ferrovia estiver com suas obras de duplicação terminadas.
Fazendo a mesma análise com tempos de percurso para os trens de minério,
precisamos dividir a avaliação em trens vazios e carregados, uma vez que o peso do
trem e o perfil da via influenciam diretamente nesse resultado. Com a comparação
entre os tipos de trens e velocidades médias de circulação, teremos uma base para o
modelo ideal dos tempos de percurso, essa comparação está descrita no quadro 2.
Quadro 2 – Comparativo de tempo e velocidade por tipo de trens
Circulação
Trem minério
Vazio
São Luís x
Parauapebas (h)
Trem minério
Carregado
Parauapebas x
São Luís (h)
Velocidade
média vazio
(km/h)
Velocidade
média
carregado
(km/h)
Sem Paradas 12:05:24 17:27:44 74 52
Com Paradas 21:09:36 34:06:52 42 26
Fonte: Própria (2018).
A simulação foi realizada considerando um trem tipo de minério com uma
tração de 4 locomotivas de 4400 HPs mais 330 vagões vazios ou carregados.
Nessa análise comparativa podemos ver que o tempo de parada influência
diretamente na velocidade média aplicada e consequentemente no tempo de
percurso, quase dobrando sua duração total.
Portanto o modelo conceitual de análise do ciclo deve ter duas alavancas
pelas quais devemos trabalhar diretamente para minimizar o impacto no ciclo. Essas
iniciativas seriam o número de paradas e a velocidade média, dado que podemos
considerar a distância entre os pontos de carregamento e descarregamento como fixa.
As ações identificadas no capítulo de proposta de soluções devem seguir na
linha de atuação principalmente dessas duas iniciativas, alinhadas com o que foi
desenvolvido no modelo ideal. Porém, ambos os direcionamentos precisam de
investimento e possuem seus limites técnicos para realização.
Por exemplo, é necessário ter pelo menos uma parada para abastecimento
de combustível, pelo menos quatro paradas para troca de maquinistas e ainda
paradas para cruzamento com outros trens em trechos de linha singelas. Não é
53
possível que os trens circulem direto das minas de ferro para o porto, ou vice e versa,
sem pelo menos essas paradas de abastecimento e troca de equipes de maquinistas.
As paradas geram impacto nas duas principais alavancas de atuação do ciclo,
e seu controle é essencial para boa performance do sistema de transporte. Ações
direcionadas para o controle do número de paradas e para aumento da velocidade
média são de fundamental importância e devem estar desdobradas em indicadores
estratégicos e itens de verificação de suporte ao negócio.
No modelo conceitual, utilizamos como base a circulação sem considerar as
paradas de trens, somente utilizando velocidade e distância. Também como dito
anteriormente, com a evolução do processo de duplicação, teremos menos impacto
de paradas por motivo de manutenção de via. Uma vez que poderemos desviar os
trens por uma linha e dar manutenção em outra.
Como indicador de performance, temos o acompanhamento da Velocidade
Média Comercial. Esse item de controle considera a velocidade média de percurso
menos o tempo médio de paradas por trem. Ele é apurado mensalmente e consolidado
no ano. Sua medição é feita através do sistema de integrado de operações, que é
uma fonte confiável e com possibilidade de ser auditada. O quadro 3 é o resultado das
velocidades médias comerciais divulgadas pela EFC para a Agencia Nacional de
Transporte Terrestre (ANTT).
Quadro 3 – Velocidade Média Comercial da EFC
Ano Velocidade Média Comercial (VMC)
2014 22,98
2015 22,47
2016 24,07
2017 24,89
Fonte: Agencia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT (2018). Elaboração própria.
Temos visto um aumento positivo no resultado desse indicador nos últimos
anos em consequência as ações de duplicação da ferrovia e também da melhoria dos
indicadores de performance de manutenção e de operação.
O controle e gestão desses indicadores são de fundamental importância para
o sucesso do processo.
54
O indicador de número de paradas na ferrovia, é um item de verificação
também fundamental para gerenciamento da velocidade média, uma vez que
influencia diretamente no tempo de circulação e velocidade média.
Esse indicador foi considerado na Estrada de Ferro Vitória Minas como um
item de verificação do processo de eficiência energética. Ele é indicado para ser
utilizado e acompanhado na Estrada de Ferro Carajás, em função do resultado de um
benchmark direto entre as duas ferrovias.
Ambos os indicadores, velocidade média comercial e número de paradas são
de fácil medição.
Para que haja um controle efetivo no número de paradas e consequente
aumento da velocidade média é necessária a utilização de um indicador de
desempenho, esse é o primeiro passo para iniciar uma gestão adequada de qualquer
processo.
Outra análise feita foi a comparação com práticas adotadas em outras
ferrovias. Foram utilizadas como base de comparação e benchmark as ferrovias
Estrada de Ferro Vitória a Minas e a MRS Logística. Da análise feita na Estrada de
Ferro Vitória Minas, identificamos o indicador de KMEP (Kilometer Médio Entre
Paradas), que mede a distância média entre paradas de ferrovia. A orientação do
indicador é de quanto maior melhor. Significando maior espaço percorrido antes de
uma parada.
A utilização deste indicador na Estrade Ferro Vitoria Minas, foi idealizado
inicialmente para controle de consumo de combustível, uma vez que a cada arrancada
de um trem carregado com 330 vagões há um consumo de aproximadamente 250
litros de diesel. O benefício da economia de combustível trouxe consigo outra
alavanca, que é o indicador de parada de trens, contribuindo para a regularidade e
diminuição do ciclo de viagem.
55
7 PROPOSTA DE SOLUÇÃO
O intuito principal deste estudo é direcionar esforços adicionais à operação de
trens de minério na EFC de forma a otimizar o ciclo operacional de vagões. Conforme
detalhado no modelo conceitual, consideramos neste projeto as alavancas de redução
do número de paradas, sendo elas programadas ou não programadas e o aumento
da velocidade média de circulação.
As paradas programadas são aquelas previstas no planejamento da malha
ferroviária como por exemplo: as manutenções nos ativos lineares, troca de
maquinistas (equipagem) e tempo de abastecimento. Já as paradas não programadas
são aquelas geradas por falhas nos ativos ferroviários, interdições e ações de
vandalismo.
Com objetivo de priorizarmos as ações, utilizamos uma matriz conhecida
como CEB, avaliando critérios de:
C – Custo: quanto vai custar para implementar, quanto menor melhor.
E – Esforço necessário para implementar, quanto menor melhor.
B – Benefícios: quanto vamos receber ao implementar, quanto maior melhor.
Na figura 12 temos os critérios de priorização da ferramenta CEB.
Figura 12 – Critério de priorização Matriz CEB
Fonte: Arruda Consult (2018).
Desta forma, conforme o quadro 4 foi estruturada a matriz de priorização da
EFC considerando os três critérios já citados na matriz CEB. A coluna “Resultado” é
obtida pelo fator multiplicação entre as outras colunas. Os campos assinalados em
56
verde, conforme sua pontuação, são os mais representativos e, portanto, serão objeto
de estudo e dissertação deste projeto.
Quadro 4 – Matriz de priorização CEB da EFC
Fonte: Própria (2018).
Dentre as iniciativas mapeadas e priorizadas através da matriz CEB, o projeto
anti-vandalismo, já estava em fase de implementação. Consideramos que é uma
grande alavanca para obtenção do resultado de redução do ciclo operacional, além
de ser um conjunto de iniciativas que visa proteger a integridade física das pessoas
que trabalham na ferrovia e também dos ativos da EFC. Desta forma ele entra como
um dos itens priorizados, mas não será objeto de desenvolvimento deste estudo, uma
vez que suas ações já estão em sua maioria implantadas e estamos em fase de
medição e acompanhamento dos resultados.
A seguir, serão detalhadas cada iniciativa e seus respectivos benefícios
diretos no ciclo de vagões da Estrada de Ferro Carajás.
7.1 Gatilho de Formação do Trem 660 vagões
O trem de minério tipo em operação na EFC é composto por 330 vagões. Este
trem tem o comprimento de 3.350 metros e capacidade de transporte de 34.500
toneladas. A EFC atualmente trabalha com dois modelos de trens e tem como base
de sua formação o tipo de locomotiva e força (HP) disponível para tração. Os trens
DC (direct current) são formados por quatro locomotivas com tração em corrente
continua. Já os trens AC (alternate current) são formados por três locomotivas com
motores de tração em corrente alternada. O uso de motores de tração de corrente
alternada em locomotivas é uma tecnologia recente e possibilita um controle de tração
mais refinado do que o motor de corrente contínua, evitando assim que as rodas
patinem por esforço excessivo. Desta forma podem ser fabricadas com potência
C E B Resultado
Gatilho de Formação do Trem 660 vagões 7 5 9 315
Projeto Sinal Verde 5 5 9 225
Projeto Anti-Vandalismo 5 5 9 225
Velocidade de acoplamento Helper Dinâmico 5 5 7 175
Modelo de Manutenção Blocada 5 3 7 105
Perdas Operacionais - Técnicas 5 3 5 75
Definição Ponto de Troca de Equipe 3 5 3 45
57
acima de 4000 HP. Assim um número menor de locomotivas AC substitui um número
maior de locomotivas DC conforme comparação dos dois modelos na figura 13.
Figura 13 – Trem de minério tipo na EFC
Fonte: Própria (2018).
A ferrovia Carajás ainda possui alguns trechos singelos, o que causa uma
espécie de “funil” ou afunilamento no planejamento da malha, uma vez que estes
trechos não duplicados reduzem significativamente a capacidade de escoamento do
transporte. Com objetivo de minimizar este efeito e regular a chegada de trens vazios
nos pontos de carregamento, foi criado o trem com 660 vagões. Esse trem é formado
pela junção de dois trens tipo de minério da Estrada de Ferro Carajás, tendo o
comprimento de 6.700 metros, com tara, vazio de 14.190 t. e capacidade de transporte
de 69.000 t. A configuração deste trem contempla as alternativas possíveis, quais
sejam: trens AC+ AC, trens DC+DC e trens AC+DC. A figura 14 exemplifica uma
formação do tipo AC+DC.
Figura 14 – Trem com configuração 660 na EFC
Fonte: Própria (2018).
A operação de um trem com essas características não é uma tarefa fácil e
requer um planejamento e estudo detalhado, com base em simulações dinâmicas,
utilizado simulador TDS 5000A e 6000A para cálculo das forças de tração e
compressão. Além disso, requer um plano de trabalho que contemple a interface deste
com sistemas de sinalização, com dispositivos periféricos de eletroeletrônica ao longo
da ferrovia e com material rodantes (vagões e locomotivas).
A proposta abordada neste tema é então definir os gatilhos adequados para
formação deste trem, que em resumo dará o suporte à ferrovia Carajás no que tange
58
à retomada de circulação dos trens após uma parada não programada da ferrovia,
bem como à gestão de filas de trens, provenientes da região de gargalo. Região de
gargalo é uma região de trecho singelo, ou seja, ainda não duplicada. Esta região está
localizada entre o Km 695 e km 730 da EFC. Pelo menos um dos seguintes gatilhos
serão necessários para a formação de um trem 660 vagões:
Interrupção total de via maior que 4 horas nos trechos 3 ou 4 da EFC;
Ociosidade com mais de 3 horas em pelo menos 2 silo de carregamento em
Serra Norte.
7.2 Projeto Sinal Verde
Outra iniciativa de melhoria do ciclo operacional de vagões, o aumento da
velocidade média, é uma das alavancas de extrema importância para obtenção do
resultado de ciclo operacional almejado.
Conforme já dito em capítulos anteriores, para aumentar a capacidade de
carga transportada, a Estrada de Ferro Carajás está passando de um modelo de linha
singela com pátios de cruzamento para um modelo de linha duplicada com travessões
universais, (TU), que são um conjunto de Aparelho de Mudança de Vias (AMV´s),
responsáveis pela mudança de uma linha para outra, que permitem a flexibilização
para passagens dos trens nas diferentes linhas. A duplicação está alterando a matriz
de dormentes da EFC de madeira para concreto e, também, o tipo de fixação desses
dormentes. Os dormentes de concreto têm vida útil maior que os dormentes de
madeira e suportam uma carga maior do que os dormentes usados na construção da
ferrovia.
A figura 15, mostra de forma gráfica, em um diagrama unifilar, como são
representados os elementos de via e o posicionamento referencial das linhas.
Figura 15 – Diagrama unifilar dos elementos de ferrovia
Fonte: Própria (2018).
59
O modelo de duplicação considera que as antigas linhas de estacionamento
sejam recuperadas para que tenham a mesma capacidade de circulação das atuais
linhas principais. Em média essas antigas linhas de estacionamento têm quatro
quilômetros de extensão e é fundamental que sejam capacitadas para receber os
trens. As linhas de estacionamento são linhas projetadas para receber trens com uma
velocidade máxima de 50 km/h. A limitação dessa velocidade é em função da
velocidade de entrada no AMV, esses equipamentos não permitem que veículos
entrem com velocidade superior devido ao ângulo de entrada na linha, para não correr
o risco de provocarem descarrilamento dos veículos ferroviários. Essa atividade que
permite a capacitação das antigas linhas de estacionamento para linhas novas recebe
o nome de remodelação de via. O projeto o qual remodela essas linhas recebeu o
nome de Sinal Verde, uma alusão ao aspecto de sinal que os trens receberão quando
essas linhas estiverem totalmente capacitadas sendo a última atividade do projeto.
A figura E a seguir, mostra como era a configuração da EFC com linhas
singelas e pátios de estacionamento de veículos antes do início processo de
duplicação da linha 2.
Figura 16 – Esquemático de ferrovia de linhas singelas e pátios de estacionamento
Fonte: Própria (2018).
O modelo de duplicação projetado, considera basicamente a ligação entre
dois pátios de estacionamento subsequentes, em termos práticos, o processo consiste
em construir linhas férreas interligando os atuais pátios de cruzamento. Essas linhas
foram construídas com características técnicas capazes de suportar o peso dos trens
de minério carregados com velocidades máximas de até 80 km/h e de proporcionar o
aumento da capacidade de transporte, alterando a velocidade de circulação de trens.
A figura 17, mostra o esquema da ferrovia após serem interligados dois pátios
de estacionamento subsequentes e a construção dos TUs.
60
Figura 17 – Esquemático de ferrovia em processo de duplicação
Fonte: Própria (2018).
Após a interligação dos dois pátios de estacionamento, com uma linha
totalmente nova, habilita-se as antigas linhas 2 para dar início ao processo de
remodelação total de via e consequentemente alterar sua velocidade máxima
autorizada.
Para completarmos esse projeto são necessários três macros atividades:
1) Desguarnecimento total da linha: consiste em substituir o lastro, camada de
brita compreendida entre a plataforma do sublastro e os trilhos.
2) Renovação da superestrutura: consiste em substituição dos trilhos,
dormentes e fixações da ferrovia.
3) Alteração do código do circuito de via, que consiste, de fato, alterar o aspecto
de sinal recebido pelo trem para circular com velocidade de até 80 km/h no
trecho remodelado.
Após as atividades serem realizadas, temos graficamente a seguinte
representação do diagrama das linhas agora duplicadas, renovadas e habilitadas para
receber trens com velocidade máxima autorizada de 80km/h.
A figura 18 representa esse diagrama.
Figura 18 – Esquemático de ferrovia com trecho duplicado
Fonte: Própria (2018).
Antes da avaliação sobre a remodelação das linhas de estacionamento é feito
um estudo da infraestrutura para avaliar a capacidade de receber carga dinâmica.
Após essa avaliação e sendo capaz de suportar a nova demanda de esforço esse
pátio de estacionamento pode ser remodelado.
61
Definida a metodologia de execução desta atividade, é necessário estruturar
o melhor sequenciamento de linhas dos pátios de estacionamento a serem
remodelados. Esse sequenciamento levou em consideração, além dos pontos
habilitados para serem remodelados pela duplicação, outros aspectos como
confiabilidade de manutenção e ganho de velocidade média.
O primeiro é uma associação com pátios que precisavam receber novos
materiais e assim diminuir a taxa de falhas daquele trecho de ferrovia. Dessa forma
diminuímos o número de intervenções e paradas e aumentamos a disponibilidade de
via.
O segundo, ganho de velocidade média, avaliou os trechos já duplicados e
estabelecer uma sequência de acordo com a maior captura de velocidade média de
cruzeiro na região. Quanto mais o trem permanecer em velocidade de cruzeiro melhor
sua velocidade de percurso.
O quadro 5, mostra a sequência definida para a remodelação no ano de 2018,
essa priorização como dito levou em consideração aspectos de manutenção e captura
de velocidade média de cruzeiro.
Quadro 5 – Cronograma de remodelação dos pátios de estacionamento no projeto sinal verde
Fonte: Própria (2018).
Para a execução do projeto, é necessário um acompanhamento diário das
renovações de via permanente, uma vez que para que essa etapa se concretize
demanda-se recursos materiais e de pessoas.
Temos previsão de finalizar o projeto do Sinal Verde no ano de 2019 e o ganho
esperado em confiabilidade do sistema de via permanente é de zero falhas no primeiro
ano de implantação de cada trecho do projeto, reduzindo a taxa total em 0,1% por
trecho no primeiro ano.
Meses abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 dez/18
P03 P11 P12 P10 P15 P31 P32 P49 P50
P06 P09 P13 P14 P18 P38 P55 P54 P40
P04 P17 P16 P52 P51 P36
P08 P19 P53
PA
TIO
S
REM
OD
ELA
DO
S
62
7.3 Velocidade de acoplamento do Helper Dinâmico
Os trens de minério, independente da configuração, necessitam do auxílio de
uma tração, que deve ser acoplada ao último vagão (cauda do trem) para que possa
vencer as rampas existentes no trecho compreendido entre os km 617 e Km 480 da
Estrada de Ferro Carajás. Essa ajuda de tração extra não é necessária nos demais
trechos da ferrovia e, portanto, esse incremento fica restrito a esse trecho. Até o ano
de 2009 esse acoplamento e desacoplamento era feito de maneira estática, o que
gerava perda de tempo e maior consumo de combustível.
A necessidade de otimizar esta operação levou à criação de um
equipamento/sistema que permite o acoplamento e desacoplamento sem a
necessidade de parada dos trens, esse processo ficou conhecido como helper
dinâmico. Para que esse projeto fosse positivo, como tem sido desde então, houve o
envolvimento de diversas áreas como engenharias, manutenção eletroeletrônica,
operação de trens e centro de controle de operações. A figura 19, ilustra como é o
processo do helper dinâmico e os desafios para o aumento da sua velocidade.
Figura 19 – Processo de helper dinâmico na EFC
Fonte: Própria (2018).
A velocidade de acoplamento do helper dinâmico, é calculada eletronicamente
por meio de sensores a laser, que identificam a velocidade do trem a frente e
determinam como deve ser sua velocidade relativa para acoplamento. No trem
carregado, que vai a frente do helper, é instalado um dispositivo chamado End Of
Train (EOT), que baliza através de sinal de rádio o correto posicionamento e a
distância entre os dois equipamentos. Sem esse dispositivo não há como efetuar a
conexão em movimento.
O quadro 6 abaixo mostra a velocidade relativa de acoplamento de acordo
com a distância entre a cauda do trem e a tração extra que será acoplada.
63
Quadro 6 – Comparativo entre distância e velocidade relativas
Fonte: Santos (2009).
Com o passar do tempo foi possível identificar melhorias no processo de
conexão dessa capacidade extra de tração, essas oportunidades foram associadas e
fazem parte da proposta de solução deste trabalho.
Identificamos que, com experiência tácita adquirida pelos maquinistas que
conduzem os trens na região e a duplicação do trecho da ferrovia onde é feita a junção
dos trens, é possível viabilizar ações para aumentar a velocidade de acoplamento
passando para máxima de 40 km/h. Esse aumento de velocidade proporcionará
diminuição do tempo de percurso e consequentemente a diminuição do ciclo
operacional.
Para que essa melhoria operacional seja possível, é necessário um estudo
técnico indicando o ponto de acesso do trem, mudança no processo de licenciamento
da locomotiva que fará a conexão com o trem em movimento e a avaliação e potência
dos equipamentos capazes de fazer a comunicação entre os dois trens.
O aumento da velocidade de acoplamento gera uma limitação de tentativas
de sucesso de acoplamento, uma vez que a distância máxima de comunicação entre
os equipamentos é de 1000 metros, se houver uma falha de comunicação entre os
dois trens não haverá espaço disponível para mais tentativas de acoplamento,
tornando assim o processo inviável.
O trabalho identificado como alavanca para melhoria do ciclo operacional,
consiste em identificar e reduzir essas limitações para que o maior número de trens
tenha sucesso no processo de junção.
Para isso, em conjunto com as áreas de manutenção de eletroeletrônica,
engenharia, operações de trens e centro de controle, foi elaborado um estudo
identificando as ações que precisam ser executadas para a viabilidade do aumento
de velocidade de acoplamento dos trens.
O estudo, através de simulação, mostrou que existe uma viabilidade para o
aumento da velocidade, porém foram necessárias análises complementares para
avaliação dos equipamentos de comunicação do projeto. O resultado indicou a
64
necessidade de reavaliação do software do controlador do helper com distancias de
até 1000 metros entre os dois trens e a avaliação da potência do rádio.
Dentro do estudo multidisciplinar foram determinadas ações para
complementação da avaliação técnica de viabilidade as quais precisarão ser
implementadas. São elas:
Estudo de viabilidade de Instalação de uma repetidora para o sinal de rádio
do helper dinâmico.
Analise de potência de sinal de rádio com auditoria do posicionamento do
EOT na testeira do vagão.
Analise de potência de sinal de rádio utilizando o analisador de espectro.
Mudança na variável de memória do controlador do EOT que altera distância
de comunicação de 1.000 metros para 1.500 metros.
Esta última ação tem se mostrado viável e com o efeito positivo de eximir a
necessidade de instalação de uma repetidora do rádio e mantendo as características
operacionais e de instalação do EOT.
A seguir a figura I mostra como é o posicionamento do EOT na cauda do
último vagão.
Figura 20 – Posicionamento do EOT no último vagão do trem carregado
Fonte: Própria (2018).
Com o projeto esperamos diminuir o tempo perseguição da locomotiva de
helper com o trem carregado, tendo assim ganho direto no transit time do trecho e
65
ganhando em ciclo de linha. O ganho esperado com a diminuição deste tempo é de
10 minutos para cada trem de minério carregado na Estrada de Ferro Carajás.
Outros ganhos indiretos no projeto também estão sendo apurados como o
aumento dos sucessos nos acoplamentos dinâmicos, buscando um aumento de 10%
na quantidade de conexões em movimento, proporcionadas pela minimização da
perda de comunicação entre os dois equipamentos e com a mudança da variável de
memória do EOT, que viabiliza maior espaço e possibilidade de mais tentativas de
acoplamento.
Mesmo com o desenvolvimento tecnológico que permitirá um aumento da
velocidade do helper dinâmico, temos um grande desafio que é treinar e padronizar
todo o processo, para que todos os maquinistas tenham o mesmo desempenho
durante a operação. Essa ação depende de um treinamento técnico robusto, que
coincida com as execuções práticas que ocorrem em todos os trens carregados da
EFC. Com isso esperamos que seja satisfatória a alteração da velocidade do trem
helper.
66
8 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando as informações e dados coletados durante o processo de
pesquisa, concluímos que duas alavancas atuam diretamente na redução efetiva do
tempo de circulação de trens e consequentemente no ciclo operacional de vagões de
uma ferrovia, essas iniciativas devem buscar prioritariamente reduzir o número de
parada de trens e aumentar a velocidade média de percurso dos equipamentos
ferroviários.
Para conseguirmos agrupar todos os dados, documentos técnicos,
apresentações e materiais que proporcionaram a realização desse material, foi
fundamental a participação de várias pessoas que trabalham ou não na Vale. Essa
colaboração foi essencial não somente para a obtenção do material, mas também
para formação de uma base conceitual que permitiu ao grupo discutir as melhores
alternativas, propor ideias e definir ações que irão suportar a redução de ciclo
operacional, objetivo do trabalho.
Como parte do material de apoio é importante destacar o mapa estratégico do
sistema norte da Vale. Este documento teve um papel de bússola, guiando nossa
equipe e cumprindo sua proposta. Buscamos direcionar as ações para proporcionar o
alinhamento com o propósito principal da empresa, reforçando que o que se espera,
é que esse trabalho traga resultados práticos diretamente associados com os
objetivos da alta direção. Desta forma objetivamos garantir a tradução da estratégia
da empresa em ações operacionais, por meio principalmente do trabalho das pessoas
e do desenvolvimento de processos e de tecnologia.
O trabalho gerou a oportunidade de nos aprofundarmos nas iniciativas e
estudos já iniciados e também de propor novas ações para reforçar a busca pela
excelência operacional. Buscamos também, criar uma forma de priorizar as iniciativas
estratégicas, direcionando e otimizando recursos para projetos específicos com
resultados práticos mais palpáveis e associando, ainda o custo de implantação,
esforço e benefícios, com tais iniciativas.
Dentre os projetos indicados no mapa estratégico, após feita a priorização
correspondente, acreditamos que sua implantação será fundamental para obtenção
dos resultados.
O projeto de gatilhos de formação do trem 660 vagões, permitiu que
determinássemos quando esse modelo de trem deve ser utilizado, uma vez que, ao
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ser empregado, quando não for claramente necessário, pode proporcionar um
transtorno operacional pois, como tem um padrão de operação muito específico pode
causar inclusive perda de ciclo operacional indo de encontro ao seu propósito.
Outra iniciativa que precisa ter um acompanhamento com vistas a não gerar
um efeito colateral é o aumento da velocidade de acoplamento do helper dinâmico.
Esse projeto além das ações técnicas voltadas para aumento da capacidade de área
de abrangência do sinal de rádio, possui um viés de treinamento operacional, controle
de manutenção dos ativos e cumprimento de procedimentos. É de suma importância
que os procedimentos operacionais sejam realizados na integra e, portanto, mais uma
vez as pessoas estão no centro do projeto, seja tanto para a implantação, quanto para
a operação ou para a manutenção dos equipamentos de suporte ao processo.
As ações referentes ao aumento de velocidade média através do aumento da
velocidade máxima autorizada, o projeto Sinal Verde, é um projeto que demanda um
investimento alto em remodelação de via e está totalmente suportado no mapa
estratégico da diretoria. O resultado desse projeto será um aumento da confiabilidade
de via permanente e consequentemente aumento da velocidade do trecho em
questão. O aumento da confiabilidade de via permanente, traz um efeito colateral
positivo que é a diminuição dos acidentes ferroviários. Em uma linha nova a taxa de
falhas cai para níveis de projeto gerando uma segurança operacional gerando uma
maior capacidade para as equipes de manutenção atuarem de forma preditiva e
preventiva, através das técnicas de manutenção disponíveis, deixando de fazer as
corretivas emergências.
Quanto às ações anti-vandalismo, essas já estão em fase de implantação e
visam reduzir a quantidade de paradas e consequentemente o tempo de percurso.
Elas também possuem um viés institucional pois também visam coibir atividades
ilícitas que ocorrem ao longo de determinados trechos. Essas práticas criminosas têm
sido recorrentes e crescido ao longo dos últimos anos. Elas demandam ações do
poder público, no âmbito da segurança pública, que não tem alinhamento direto com
a Vale, razão pela qual não foram abordadas no estudo.
Esse trabalho também tem como escopo, os colaboradores da empresa que
são responsáveis diretamente por um importante papel, relacionado às manutenções
e operações da EFC. Eles precisam estar e se sentir protegidos nessas regiões onde
estamos vulneráveis à ação de terceiros. Todas as ações têm por objetivo final impedir
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o ato de vandalismo aos equipamentos e proteger as pessoas que precisam estar
expostas à esta situação.
As propostas priorizadas permitirão que os ganhos indicados em redução do
número de paradas e aumento da velocidade média sejam quantificados após sua
implantação, para isso é importante que seja dado continuidade aos indicadores de
acompanhamento de implantação de cada projeto proposto. Esses indicadores irão
gerenciar a evolução de realização das ações e servirão de base para indicadores de
resultado que são itens de controle do indicador de ciclo operacional.
Julgamos que a proposta de atuação dos itens para diminuir o número de
paradas e aumentar a velocidade média também proporciona de forma positiva a
diminuição do tempo de jornada dos maquinistas, visto que os locais de troca são fixos
e é preciso na maioria das vezes que as equipes cheguem nos pontos de substituição
da condução. Com a redução média de paradas o tempo de permanência nos trens
tende a diminuir e, consequentemente, também as horas extras das equipes
proporcionando um ganho extra na qualidade de vida das pessoas que operam os
trens.
Diante de todas as oportunidades de ações identificadas no trabalho, e de
todos os contatos realizados, temos a certeza de que ainda existem outras iniciativas
a serem capturadas no intuito de continuar a explorar os ganhos operacionais que
essas melhorias proporcionam. Pensando já em continuidade com o amadurecimento
dos projetos priorizados podemos abordar as iniciativas levantadas no estudo inicial,
já tendo um ponto de partida para novos desenvolvimentos.
Por fim o projeto elaborado permitiu aos elaboradores uma aproximação das
equipes de engenharia, manutenção e operação tanto da Estrada de Ferro Carajás,
Estrada de Ferro Vitória a Minas e também da MRS logística, além de uma forma de
procurarmos bibliografias especializadas que contribuíram para o enriquecimento
teórico e prático da equipe.
É importante registrarmos, ainda, a receptividade das pessoas envolvidas no
projeto, seja para consulta, captação de material ou, simplesmente, trocando ideias e
gerando aprendizado para o grupo, a partir do relacionamento direto com novas áreas,
empresas, pessoas ou mesmo pelo aprofundamento em assuntos diretamente
relacionados com o tema do trabalho.
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REFERÊNCIAS
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ANTT - Agencia Nacional de Transportes Terrestres. Anuário Estatístico. SIADE
ANTT. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/ferrovias/Anuario_Estatistico.html>. Acesso em: 19 de MARÇO de 2018.
ARRUDA CONSULT. Matriz de Priorização CEB. Disponível em:
<http://www.arrudaconsult.com.br/2015/02/matriz-de-priorizacao-ceb-aprenda-usar.html>. Acesso em: 20 de março de 2018.
ARREBOLA, Alexandre – Curso de Pós-graduação em Engenharia Ferroviária - Operação Ferroviária – Notas de Aula – VALE – São Luis – Brasil – 200
COELHO, D. M.; METZKER, G. A.; REZENDE, L. C.; TEIXEIRA, S. M. Estratégia para unificação dos sistemas de compras das unidades da Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU. Programa de Especialização em Gestão de
Negócios. Belo Horizonte: FDC, 2016.
DNIT. Glossário de termos ferroviários. Disponível em:
http://www.dnit.gov.br/ferrovias/glossario-de-termos-ferroviarios/glossario.pdf. Acesso em: 12 de abril de 2018.
FERREIRA, R. R. Novo modelo de perdas do transporte de carga geral da EFC com base no dimensionamento. 2012. Monografia (Pós-Graduação em
Engenharia Ferroviária). UNDB. São Luís, 2012.
GHELERE, H. Headway dos trens 330, revisão do DT 15721. São Luís: Vale,
2016.
MONTENEGRO, I. Excelência Operacional: o desafio da melhoria contínua. S/L.
Sobratema, 2016.
MUCCI, G. Operação Ferroviária. Belo Horizonte: ILOS, 2009.
ROSA, R. Operação Ferroviária: planejamento, dimensionamento e
acompanhamento. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
SANTOS, P. M. Procedimento para o Helper Dinamico na EFC. São Luís: Vale,
2009.
VALE. A história de uma produtiva ferrovia. Disponível em:
<http://www.vale.com/brasil/PT/initiatives/innovation/carajas-railway/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 18 de fevereiro de 2018.
_____. Quem Somos. Disponível em:
<http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 12 de Janeiro de 2018.
_____. Vale :nossa história. Rio de Janeiro: Verso Brasil, 2012.
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GLOSSÁRIO
Ações de vandalismo – Ações de terceiros que atrapalham a circulação ferroviária
Aparelhos de mudança de via – Conjunto de peças colocadas na concordância de
duas linhas para permitir a passagem dos veículos ferroviários de uma linha para a
outra
Arrancada de um trem – Retirada da inércia de uma composição ferroviária
Aterros – Massa prismóide de terra que se coloca sobre o terreno natural visando
alcançar determinada altura com a face superior da massa, que coincide com o leito
da ferrovia
Carregamento – arrumação de carga para o transporte ferroviário
Ciclos carregados – Tempo de percurso do trem carregado
Ciclo de equipagem – Tempo de percurso para completar uma viagem para
dimensionamento de maquinistas
Ciclo de material rodante – Tempo de percurso para completar uma viagem para
dimensionamento de vagões e locomotivas
Ciclo Operacional de Vagões – Tempo de percurso de um vagão para completar um
ciclo na ferrovia
Ciclo operacional de viagem –Tempo de percurso de uma vigem de trem de sua
origem até o retorno a mesma Cortes – Escavação feita no terreno lateral para preparo
do leito da ferrovia, através da retirada de material
Ciclos vazios – Tempo de percurso do trem vazio
Circulação ferroviária – Fluxo de trens na malha ferroviária
Código do circuito de via – Sinal enviado a um determinado circuito de via que permite
ao trem ser conduzido
Concessionária ferroviária – Empresa que obteve o privilégio de transportar as
mercadorias exploradas
Contra o trilho – Pedaço de trilho curvo nas extremidades, colocado paralelamente ao
trilho da linha, para impedir da roda descarrilhar ou ainda, evitar que o friso da roda
se choque com a ponta do jacaré ou da agulha
Descarregamento – destinação da carga da ferrovia para o porto
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Descarrilamento - acidente em uma estrada de ferro. Ocorre quando o trem sai dos
trilhos, ou quando bate em outro trem que está na mesma linha. Mas também pode
ser sair de um trilho e entrar em outro que não é o desejado
Desguarnecimento total da linha – Retirada do lastro para limpeza, sua graduação, e
a reposição na via do material aproveitável
Dormentes – Peça de madeira, concreto, aço ou elastômero onde os trilhos são
apoiados e fixados e que transmitem ao lastro parte dos esforços e vibrações
produzidos pelos trens
Drenagem – Escoamento das águas superficiais e subterrâneas, ou abaixamento do
lençol freático, visando manter seca e sólida a infraestrutura da linha
Eficiência energética – É a atividade que procura melhorar o uso das fontes de
energia, para atingir um determinado resultado, na ferrovia, a principal fonte de
energia é o combustível das locomotivas que na VALE é o diesel
End Of Train – Dispositivos que instalados na causa do trem que indicam sua
integridade
Equipagens – Pessoal de serviços a bordo das composições
Falhas nos ativos ferroviários – Falhas de sistemas que compõe a ferrovia diminuindo
sua capacidade de transporte
Ferrovia - Sistema de transporte sobre trilhos que atravessa certa extensão territorial
e por onde circulam trens que conduzem passageiros e/ou os mais diversos produtos
Fixação – Dispositivo para fixar os trilhos, mantendo a bitola da via e impedindo e/ou
reduzindo o caminhamento dos mesmos
Friso – Adorno de circunda a estrutura da roda para evitar o descarrilamento do rodeiro
pelo movimento natural de serpentiamento devido a superfície cônica da roda
ferroviária
Geometria de linha – Estado projetado de uma linha férrea de nivelamento e
alinhamento de acordo com a cotas da ferrovia em seu traçado
Grade de trens – Programação de trens para um determinado período
Headway- Intervalo entre trens
Helper dinâmico – Sistema de ajuda para o trem carregado durante a circulação, para
evitar sua parada e vencida da rampa durante a circulação
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Indicadores de manutenção - Indicadores que monitoram a performance da
manutenção ferroviária
Indicadores de operação – Indicadores que monitoram a performance da operação
ferroviária
Interdições – Paradas indesejadas com causas externas que afetam a circulação de
trens
Junção dos trens – União de dois ou mais trens
Lastro – Parte da superestrutura ferroviária, que distribui uniformemente na plataforma
os esforços transmitidos através dos dormentes, impedindo o deslocamento dos
mesmos, oferecendo suficiente elasticidade à via, reduzindo impactos e garantindo-
lhe eficiente drenagem e aeração
Licenciamento – Ordem para a circulação de trens, que indica linha desimpedida,
dada pelo agente, autorizando a partida do trem
Linha tronco – Trecho principal das linhas de uma via férrea do qual derivam os ramais
ou linhas secundárias
Locomotivas – Veículo impulsionado por qualquer tipo de energia, ou uma
combinação de tais veículos, operados por um único dispositivo de controle, utilizado
para tração de trens no trecho e em manobras de pátio
Malha ferroviária – Conjunto de linhas ferroviárias que integram uma ferrovia
Manobras ferroviárias – Movimentação de veículos ferroviários
Manutenção de via – Manutenção dos equipamentos constituintes da via permanente
Maquinistas – Condutor de trens
Material rodante – Compõe-se de material de tração, carros de passageiros, vagões
para mercadorias, animais, bagagens, etc.
Motor de tração – Motor elétrico de corrente contínua ou alternada destinado a
propulsão da locomotiva
Oficinas ferroviárias – Instalações preparadas para dar manutenção nos veículos
ferroviários Operação ferroviária – Atividades de operacionalização dos trens na
malha ferroviária para transporte
Pátios – Área de esplanada em que um conjunto de vias é preparado para a formação
de trens, manobras e estacionamentos de veículos ferroviários e outros fins
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Pátio de cruzamento – Local onde se acham dispostas diversas linhas utilizadas pelas
composições para cruzar dois os mais trens
Peras ferroviárias – Via férrea acessória (de traçado curvilíneo ou mistilínio) destinada
a inverter a posição do trem por marcha direta
Projeto Sinal Verde – Mudança de parâmetros de sinalização com a possibilidade de
aumento da velocidade máxima do trem de 50 km/h para 80 km/h nas linhas
remodeladas
Ramais ferroviários – Trecho de linha que se destaca da linha tronco (principal) da
estrada de ferro
Renovação da superestrutura – Substituição do trilho, dormente e fixação de uma
linha férrea
Repetidora de sinal de rádio – Conjunto de equipamentos, normalmente instalados
em locais de altitude elevados, e que tem a capacidade de transmitir um sinal e
retransmiti-lo ao mesmo tempo, em duas frequências diferentes.
Restrições de velocidade – Redutores de velocidade que possuem causas internas e
externas à ferrovia
Rotação dos vagões – giro da frota de vagões no período de tempo determinado
Serra Leste – Mina de minério de ferro localizada na serra dos Carajás na região leste
do complexo minerário de Carajás.
Serra Norte – Mina de minério de ferro localizada na serra dos Carajás na região norte
do complexo minerário de Carajás.
Serra Sul – Mina de minério de ferro localizada na serra dos Carajás na região sul do
complexo minerário de Carajás.
Simulador TDS 5000A e 6000A – Simulador que possibilita entender os esforços no
trem e definir o modelo de operação ferroviária em uma ferrovia
Sinalização – Aparelhamento empregado para controlar o movimento dos trens
Sistema Norte – Sistema integrado que abrange as minas do complexo minerário de
Carajás, Estrada de Ferro Carajás e Terminal Marítimo de Ponta da Madeira.
Sub lastro – Parte inferior do lastro, em contato direto com a plataforma da linha e
constituída de material mais econômico que a parte superior, porém capaz de oferecer
suficiente condições de drenagem e ter capacidade de suporte para as pressões que
lhe forem transmitidas
Superelevação – Inclinação transversal dada à via, para contrabalancear os efeitos
da força centrífuga
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Tempo de jornada dos maquinistas – Carga horária das maquinistas na condução de
trens e deslocamentos para início e término das jornadas
Terminais – Conjunto de equipamentos e edifícios localizados nas pontas das linhas
de uma estrada de ferro, ou mesmo em pontos intermediários, ocupados para o
trânsito de passageiros, e reagrupamento de cargas e também formação e despacho
de trens
Traçado da ferrovia – Forma que a linha férrea possui do início ao final
Tração – Formação do trem para determinada operação ferroviária
Tramo – Trecho de via permanente
Transit time – Tempo que o trem leva para completar certo percurso ou viagem
Travessões universais – Uma linha diagonal provida de chaves nas duas
extremidades, ligadas a linhas paralelas, a fim de permitir a passagem de trens de
uma das linhas paralelas para outra
Trecho remodelado – Trecho renovado com a mudança da velocidade máxima de 50
km/h para 80 km/h
Trem 660 vagões – Trens com 660 vagões de minério e 6 locomotivas
Trens de carga geral – Trens que transportam cargas diferentes de minério de ferro
tais como: combustível, celulose, grãos, etc. na Estrada de Ferro Carajás
Trens de passageiros – Trem destinado ao transporte de pessoas da Estrada de Ferro
Carajás
Trens de serviço – Trens que atendem a manutenção ferroviária
Trens tipo – Quadro de tração padronizado utilizado pela ferrovia
Trilhos – Barras de aço em formato especial, assentada em fila dupla sobre
dormentes, nas quais circulam as rodas dos vagões e locomotivas
Vagão – Veículo destinado ao transporte de cargas
Velocidade de acoplamento – Velocidade da locomotiva para perseguir o vagão da
causa do trem para realizar o Helper Dinâmico do trem
Via Permanente – Conjunto de instalação e equipamentos que compõe a infra e
superestrutura da ferrovia
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Virador de vagão – Equipamento que gira o vagão em seu próprio eixo para
descarregar o vagão tipo GDT em um terminal ferroviário
Volume transportado – Carga transportada no período entre a mina e porto