os maias (1)

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Os Maias Episódios da Vida Romântica João Nóvoa, Ana Margarida, Elvira Paquete, Mariana Justo, Patrícia Botelho – 12ºD Eça de Queiroz

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Os MaiasEpisódios da Vida Romântica

João Nóvoa, Ana Margarida, Elvira Paquete, Mariana Justo, Patrícia Botelho – 12ºDEça de Queiroz

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Título• Os Maias

“…eram uma família antiga daBeira (…) agora reduzida a doisvarões, o senhor da casa, Afonso daMaia (…) e seu neto Carlos queestudava medicina em Coimbra.”

A história da família Maia e contada ao longo de três gerações:

1) Afonso da Maia (representante dos antigos valores, assinalada pela reação contrao absolutismo ‐ inicio do Romantismo)

2) Pedro da Maia (representante da fase da instauração do liberalismo ‐Romantismo)

3) Carlos da Maia (simboliza a decadência dos ideais liberais ‐ Regeneração ‐ Ultra‐Romantismo e Realismo)

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Subtítulo (1/2)• Episódios da Vida Romântica 

(A vida lisboeta da segunda metade do séc. XIX)

Ação principal:

• Jantar do Hotel Central (V)• Corrida no Hipódromo (X)• Chás e Jantares (X e XIII)• Jornal A TARDE (XV)• Sarau da Trindade (XVI)• Passeio final pela baixa (XVIII)

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Subtítulo (2/2)• Episódios da Vida Romântica

(A vida lisboeta da segunda metade do séc. XIX)

Sociedade Portuguesa:

• Mulher portuguesa ‐ Alta sociedade.• Corrupção/ Decadência moral ‐ Damaso.• Politica ‐ Conde de Gouvarinho• Administração publica ‐ Sousa Neto.• Oratória “balofa” ‐ Rufino.• Talento não reconhecido ‐ Cruges.

• Literatura portuguesa ‐ Ega; Alencar.• Aristocracia inglesa ‐ Craft.• Educação Portuguesa ‐ Eusebiozinho.• Alta finança ‐ Cohen• Jornalismo ‐ Palma “Cavalão”; Neves (A Tarde).• Diplomacia ‐ Steinbroken; filho do Sousa Neto.

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Eça• Nome: José Maria Eça de Queirós

• Nascimento: 25 de Novembro de 1845 (registadocomo filho de mãe incógnita; os pais casaram‐se 4anos após o seu nascimento)

• Estudo: licenciatura em direito na Universidade deCoimbra; colégio da Lapa

• Locais onde foi cônsul: Cuba, Inglaterra (Newcastle e Bristol), Paris

• Viagens particulares: Oriente, Palestina, Inglaterra

• Casamento e filhos: em 1886 casou com Emília de Castro Pamplona e teve 4 filhos: Maria, José Maria,António e Alberto

• Morte: 16 de Agosto de 1900 (55 anos) perto de Paris (Neuilly)

• Livros publicados em vida: O Mistério da Estrada de Sintra (1870); A Relíquia (1887); O Crime do PadreAmaro (1875); Mandarim (1880); O Primo Basílio (1878); A Ilustre Casa de Ramires (1900); Os Maias(1888).

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Geração de 70 (1/3)

• Geração de 70 foi o nome dado a umconjunto de intelectuais que, nasúltimas décadas do século XIX, levarama cabo uma autêntica revolução nomodo de pensar os pais, a sociedade e aliteratura;

• Foram influenciados pelo socialismo,positivismo, idealismo e realismo.

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Antero de Quental (1842‐1890)

Eça de Queirós (1845‐1900)

Ramalho Ortigão (1836‐1915)

Oliveira Martins (1845‐1894)

Guerra Junqueiro (1850‐1923)

Teófilo Braga (1843‐1924)

•Algun

s Mem

bros

:

Geraçã

o de 70 (2/3)

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Alguns destes membros foram os que deram origem à “Questão Coimbrã”. A “QuestãoCoimbrã” é o nome pelo qual ficou conhecido o conjunto de episódios que opuseramAntero de Quental e António Feliciano de Castilho e pode ter sido considerada a primeiraetapa para a formação da Geração de 70.

Questão Coimbrã, Cenáculo e conferências do Casino.

• As conferências do Casino tinham como objetivo :

o Adquirir a consciência dos factos que rodeavam a Europa;

o Agitar na opinião pública as grandes questões da Filosofiae da Ciência moderna;

o Estudar as condições da transformação politica,económica e religiosa da sociedade portuguesa.

Geração de 70 (3/3)

Page 9: Os maias (1)

Família Maia (1/2)Caetano da Maia

Afonso da Maia

Maria Eduarda Runa

Pedro da Maia

Maria Monforte

Carlos da Maia

Maria  Eduarda

12

4

5

3

Ação Secundária

Ação Principal

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Família Maia (2/2) 1 – Maria Eduarda Runa,com o auxílio do PadreVasquez, educa Pedro combase nos costumescatólicos provincianosportugueses.

2 – Maria Monforte fogecom Tancredo.

3 – Maria Monforte levaMaria Eduarda consigo.

4 – Pedro comete suicídio.Afonso encarrega‐se daeducação de Carlos,contrária à educação dePedro.

5 – Carlos, mesmosabendo que MariaEduarda é sua irmã,comete incesto com ela.

Caetano da Maia

Afonso da Maia

Maria Eduarda Runa

Pedro da Maia

Maria Monforte

Carlos da Maia

Maria  Eduarda

12

4

5

3

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Personagens (1/17)• Carlos da Maia (1/2):

É o protagonista;Filho de Pedro e Maria Monforte;Após o suicídio do pai vai viver com o avô para Santa Olávia, sendo educado à inglesa pelopreceptor, o inglês Brown;Estuda Medicina em Coimbra;Aristocrata rico e ocioso, com tendência para o diletantismo (fatal dispersão de ocupação ede gastos)Admirado pelas mulheres (caso com a condessa de Gouvarinho; amor por Mª Eduarda)Depois do curso acabado, viaja pela Europa;No regresso a Lisboa Lisboa traz planos grandiosos de pesquisa e curas médicas, queabandona ao cair na inatividadeApesar do entusiasmo e das boas intenções fica sem qualquer ocupação e acaba por serabsorvido por uma vida social e amorosa que levará ao fracasso das suas capacidades e àperda das suas motivações.

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Personagens (2/17)• Carlos da Maia (2/2):

A sua verdadeira paixão nascerá em relação a Maria Eduarda, que compara a uma deusa ejamais esqueceráAo saber da verdadeira identidade de Maria Eduarda consumará o incesto voluntariamenteAcaba por assumir que falhou na vida, tal como Ega, pois a ociosidade dos portuguesesacabaria por contagiá‐lo, levando‐o a viver para a satisfação do prazer dos sentidos e arenunciar ao trabalho e às ideias pragmáticas que o dominavam quando chegou a Lisboa,vindo do estrangeiro.Simboliza a incapacidade de regeneração do país a que se propusera a própria Geração de70. Não teme o esforço físico, é corajoso e frontal, amigo do seu amigo, parece incapaz defazer uma canalhice. É uma personagem modelada. (Personagem modelada, redonda ouesférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamentoe, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa.)

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Personagens (3/17)• Mª Eduarda:

Apresentada como uma deusa;Viúva de Mac Green, sabia apenas que a sua mãe abandonara Lisboa, levando‐a consigo paraViena.Vive com Castro GomesA sua dignidade, a sensatez, o equilíbrio e a santidade são características fundamentais dasua personagem, às quais se juntam uma forte consciência moral e social;A súbita revelação da verdadeira identidade de Maria Eduarda, vai provocar em Carlosestupefação e compaixão, posteriormente o incesto consciente, e depois deste, arepugnância;

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Personagens (4/17)• Mª Eduarda (2/2):

A separação é a única solução para esta situação caótica a que se junta a morte de AfonsoA sua apresentação cumpre os modelos realista e naturalista, pelo que coincidem no seucarácter e no espaço físico que ela ocupa duas vertentes distintas da sua educação: adimensão culta e moral, construída aquando da sua estadia e educação num convento, e asua faceta demasiado vulgar, absorvida durante o convívio com sua mãe;Simboliza, tal como as outras mulheres da família, a desgraça e a fatalidade;No final da obra, parte para Paris onde mais tarde casa com Mr. de Trelain, casamentoconsiderado por Carlos o de dois seres desiludidos;É uma “personagem‐tipo”(figura humana que representa um determinado tipo de comportamento)

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Personagens (5/17)• Afonso da Maia:

Filho de Caetano da MaiaEnquanto jovem adere aos ideais do Liberalismo e é obrigado, por seu pai, a sair de casa;instalando‐se em InglaterraDepois da morte de seu pai, vai para Santa OláviaCasou‐se comMª Eduarda Runa, da qual teve um filho, Pedro da MaiaNão era a favor da educação que o filho tinha, pois esta era baseada nas leis da igrejaJá velho passa o tempo em conversas com os amigos e a ler com o seu gato, ReverendoBonifácio, aos pésDuro, clássico, ultrapassado, paciente, caridoso (ajuda os mais pobres e mais fracos), nobre,espírito são, rígido, austero, risonho e individualista.Morre de apoplexia, no jardim do Ramalhete, na sequência do incesto dos netos, Carlos eMaria Eduarda.

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Personagens (6/17)• João da Ega:

Autêntica projeção de Eça de Queirós pela ideologia literária, usando também um monólogoe era considerado um ateu.Excêntrico, cínico, o denunciador de vícios, o demolidor energético da política e dasociedade.É um romântico e um sentimental.Tornou‐se amigo inseparável e confidente de Carlos.Instalou‐se no Ramalhete, e a sua grande paixão será Raquel Cohen.Como Carlos, tem grandes projetos (a revista, o livro, a peça) que nunca chega a realizar. Étambém um falhado, influenciado pela sociedade lisboeta decadente e corrupta.É o primeiro a conhecer a verdadeira identidade de Mª EduardaÉ Ega que faz a revelação trágica a Vilaça, Carlos (que contará ao avô Afonso) e, por fim, aMaria Eduarda. A sua vida psicológica manifesta‐se também ao nível da reflexão interiorizadaatravés de monólogos interiores, sobretudo depois do encontro com o Sr. Guimarães, nocapítulo XVI.

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Personagens (7/17)• Pedro da Maia:

Protótipo: do herói romântico e é personagem‐tipo.Nervoso, crises de melancolia, sentimentos exagerados, instável emocionalmente (como amãe).Educação: tradicional – portuguesa – romântica – criado pelas criadas e mãe. Sente um amorquase doentio pela mãe, pelo que quando esta morre entra em loucuraDeixou‐se encadear por um amor à primeira vista que o conduziu a um casamento, de estiloromântico, com Maria Monforte. Este enlace precipitado levá‐lo‐ia mais tarde ao suicídio –após a fuga da mulher – por carecer de sólidos princípios morais e de força de vontade que odeveriam levar à aceitação da realidade e à superação daquele contratempo.

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Personagens (8/17)• Mª Monforte:

Psicológica: personalidade fútil mas fria, caprichosa, cruel e interesseira.Protótipo: da cortesã: leviana e amora, sem preocupações culturais ou sociais.É filha do Monforte, e é conhecida em Lisboa por “a negreira”, porque seu pai enriqueceutransportando negros e arrancando a riqueza da “pele do africano”.Contra a vontade de Afonso, Pedro da Maia apaixona‐se e casa com ela.Tem dois filhos: Carlos e Maria Eduarda.Maria Monforte foge com o italiano Tancredo, levando Maria Eduarda consigo eabandonando Carlos.Provoca o suicídio de Pedro.Entretanto, o italiano é morto num duelo e Maria levará uma vida muito má.Entrega a Guimarães um cofre com documentos para a identificação da filha.

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Personagens (9/17)• Jacob Cohen:

É um judeu banqueiro, diretor do Banco NacionalCasado com Raquel CohenConsidera que Portugal caminha par a bancarrota, mas não hesita em aproveitar a situaçãoeconómica do país em proveito próprioÉ uma personagem tipo, que representa a alta finança

• Raquel Cohen:Casada com Jacob de CohenÉ uma mulher adúltera, que não se preocupa em utilizar o seu poder de seduçãoAmante de Ega; O caso foi descoberto na noite do Baile de Máscaras, praticamenteorganizado por Ega

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Personagens (10/17)• Conde de Gouvarinho:

É ministro e par do reinoCasou com a filha de um comerciante rico do Porto, a Condessa de Gouvarinho, aliado o seutítulo ao dinheiro dela, casamento por conveniênciaPersonagem tipo, que representa o político incompetente

• Cruges:É dos poucos que é moralmente correto, representa a exceção na mediocridade dasociedade portuguesa, é idealista.Simboliza um músico idealistaO seu sonho era compor uma obra que o imortalizasseÉ uma pessoa sem génio criativo

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Personagens (11/17)• Vilaça (pai e filho):

Procuradores dos MaiasSempre foram tratados com familiaridadeVilaça é o arauto da fatalidadeApós a morte do pai, Manuela Vilaça passa a exercer o cargo de procuradorAcredita no progresso.

• Dâmaso Salcede:É apontado como um cabide de defeitosÉ filho de um agiotaÉ presumido e um cobardeNão tem dignidadeÉ mesquinho e um gabarolaRepresenta a podridão das sociedades, é o “rafeiro” de Carlos, anda sempre atrás dele e imita‐oem tudo.Só tem uma preocupação na vida que é ser «Chique a valer»

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Personagens (12/17)• Condessa de Gouvarinho:

É amante de Carlos, até este decidir abandoná‐laÉ uma mulher sensual, provocante e fatalÉ uma mulher que corporiza a de cadência moral e a ausência de escala de valores da altasociedadeÉ uma personagem tipo, simbolizando as mulheres adúlteras

• Tomás Alencar:Defensor do realismoOpõe‐se ao naturalismoÉ poetaBondoso, sentimental, idealista e sinceroÉ o informador do destino de Maria MonfortePersonagem‐tipo”, é o símbolo do romantismo.Representa a incapacidade de adaptação à “ideia nova” (realismo).

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Personagens (13/17)• Eusebiozinho:

Leva uma existência doentiaÉ molengão e tristonhoPara se distrair, procurava a sordidez dos bordéis MulherengoAcaba casado com uma mulher que lhe bate

• Craft:É um gentleman de boa raça inglesaForte e de hábitos rígidosPensa com retidãoAfonso considera‐o um verdadeiro homem

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Personagens (14/17)• Castro Gomes:

Funciona como um elemento catalisador da catástrofeDesvenda o passado de Mª EduardaFoi amante de Mª Eduarda durante 3 anos, em ParisAbandona Portugal depois de descobrir o romance de Mª Eduarda com Carlos

• Guimarães:Trabalha no Jorna RappelÉ o portador da desgraça da família MaiaÉ o recetor da caixa, que encerra o segredo da verdadeira origem de Mª EduardaPersonificação do destino.

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Personagens (15/17)• Caetano da Maia:

É pai de Afonso da MaiaDominado pelos valores tradicionais e conservadoresNão perdoa o filho pelas aventuras contestarias da mocidade e expulsa‐o de casa, vindo aperdoar‐lhe mais tarde

• Maria Eduarda Runa:Uma verdadeira lisboetaPequenina, pálida, magraMelancólica e tristeExtremamente devotaInfluenciou a educação à portuguesa do filho

• Taveira:É um empregado no Tribunal de Contas, tipificando os funcionários públicos, pelo que é umapersonagem‐tipo

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Personagens (16/17)• Tancredo:

É um homem fatal pela sua extraordinária belezaÉ um príncipe napolitano

• Steinbroken:É umministro da FinlândiaNão deixa de constituir um juízo muito significativo da Finlândia sobre o universo politicoportuguêsÉ uma personagem tipo, que vem representar os diplomatas

• Sousa Neto:É representante da Administração PúblicaÉ ignorante e nunca saiu de PortugalÉ amigo próximo do Conde de GouvarinhoÉ uma personagem tipo, que representa a burocracia, tacanhez intelectual e ineficácia daAdministração

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Personagens (17/17)• Rufino:

É deputado por MonçãoÉ um símbolo da oratória parlamentar, utilizando uma retórica balofa e oca com umamentalidade profundamente provinciana e retrógradaPersonagem tipo

• Palma Cavalão:Diretor do jornal A corneta do diabo,Personagem tipo, representando o jornalismo corrupto, sensacionalista e escandaloso quevive da calúnia e do suborno.O seu companheiro em sociedade é o Eusebiozinho

• Neves:É o diretor d’A TardeDeputado e políticoPersonagem tipo, símbolo do jornalismo politico e parcial

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Eça e Ega, Eça ou Ega• Como se pode verificar existe uma grande similaridade entre a vida de Eça e a vidade Ega;

• Ega e claramente a projeção literária de Eça de Queirós;

• Ega usava "um vidro entalado no olho", tinha "nariz adunco, pescoço esganiçado,punhos tísicos, pernas de cegonha";

• Era o autêntico retrato de Eça;

• Personifica, ao longo do romance, uma certa postura revolucionária da época,manifestada de forma mais consistente na Geração de 70;

• Apesar de todos os seus grandes planos de transformação social, numa retórica detom profético e inflamado, apesar de defensor das correntes artísticas e científicasmais modernas, como o realismo e o positivismo, acaba por não levar a caboqualquer projecto verdadeiramente significativo, perdendo‐se nas suas aventurasromânticas, numa vida diletante e ociosa.

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Analepse (1/2)A importância da analepse:

A intriga secundária, presente na grande analepse, permite enquadrar grande partedos acontecimentos e comportamentos que terão lugar na intriga principal

A grande analepse de “Os Maias” inclui:

A juventude de Afonso

Casamento de Afonso

Educação de Pedro

Casamento de Pedro

Suicídio de Pedro

Educação e Juventude de Carlos

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Analepse(2/2)A analepse tem dois grandes objetivos::

1º Apresentar dois espaços históricos , sociais e culturais

O espaço miguelista ‐ representado pelo pai de Afonso da Maia (Caetano da Maia)O espaço liberal ‐ representado por Afonso da Maia

2º Mostrar que Maria Eduarda Runa estava presa a um catolicismo retrógrado e queirá influenciar a personalidade do seu filho Pedro

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Modelos EducacionaisEducação de Carlos da Maia

(inglesa) Progressiva e Moderna

• Privilégio dado:Ao exercício físico;À aprendizagem de línguas vivas(inglês);À criatividade;Ao rigor e ao método;Ao contacto com a natureza;Ao dever em detrimento da vontade.

Educação de Eusébiosinho e Pedro(portuguesa)

Retrógrada e Ultra‐Romântica

• Privilégio dado:À inocência;À superproteção;À aprendizagem de línguas mortas(latim);À permanência em casa;Ao contacto com velhos livros;Ao suborno da vontade pelachantagem afetiva.

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EDUCAÇÃO BRITÂNICA MODERNASímbolo: o Trapézio

Lema: “Alma sã corpo são”

(equilíbrio clássico)

País voltado para o futuro

EDUCAÇÃO TRADICIONAL PORTUGUESA

Símbolo: a Cartilha

Lema: “Alma doente em corpo doente”

(sentimentalismo romântico)

País voltado para o passado

•Dada a educação que tiveram, Pedro da Maia e Eusébiosinho falham na vida. Pedrofalha com um casamento desastroso que o leva ao suicídio e Eusébiosinho é levado acasar com uma mulher abusadora.

•Mas, apesar da educação inglesa ser mais atual e mais correta, também esta temlacunas, pois Carlos , que recebeu esta educação, também falha na vida com umarelação incestuosa da qual sai para se afundar em Paris numa vida apagada e semqualquer projeto de vida.

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DiletantismoDefinição:

•Adjetivo de dois géneros e substantivo de dois géneros

•Amador de uma arte ou de literatura.

• Que ou quem é entendedor ou apaixonado de uma arte ou a ela se dedica por gosto, especialmente à música.

•Que ou quem se dedica a algo por prazer e não como modo de ganhar a vida.

• Que ou quem procura o prazer ou tem uma atitude superficial, sem mostrar maturidade, profundidade ou responsabilidade

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Diletantismo Maias e o Diletantismo:

•Carlos da Maia é uma das personagens principais do romance “Os Maias” de Eça deQueiroz. Amante da ciência e das mulheres. Diletante, visto que exerce sua profissãopelo prazer e não por obrigação.

Os projetos falhados de Carlos vs a Realidade:

Projetos de Carlos:O consultórioO laboratórioA revistaO livro “Medicina Antiga” – sempre

adiado

Realidade:Os cavalosA atração da GouvarinhoA lembrança dos amores

passados

Page 35: Os maias (1)

RealismoDifíceis condições dos trabalhadores (experiência direta):

•Olha o futuro e tem fé na ciência e no progresso;

•Gosto pelos temas contemporâneos;

•A observação do pormenor, a indiferença e a impassibilidade donarrador dominam a narrativa;

•Linguagem corrente e equilibrada com aperfeiçoamento da forma;

•Gosto pela paisagem colorida e pelo minucioso exato;

•Ideias republicanas e socialistas.

Page 36: Os maias (1)

RomantismoImportância dos sentimentos e da imaginação (fuga à realidade):

•Recorda o passado (Idade Média);

•A imaginação, a sensibilidade dominam a narrativa;

•Dá‐se a interferência do narrador que, ora manifesta a sua simpatiaora repulsa;

•Linguagem declamatória, afectiva e espontânea com reticências,exclamações, interrogações, etc.;

•Gosto pela paisagem macabra e horrenda e pelo descritivoidealizado “locus horrendus”;

•Ideais monárquicos.

Page 37: Os maias (1)

Tragédia (1/4)Etapas da Tragédia:

•Hybris: Desafio (n’ Os Maias o desafio é o incesto voluntário entre Carlos da Maia eMaria Eduarda)

•Peripécias Várias (chegada de Guimarães com o cofre)

•Anagnórise: Reconhecimento (Guimarães conta ao Ega)

•Catástrofe (morte de Afonso da Maia)

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Tragédia (2/4)

• O hybris (desafio = o incesto voluntário entre Carlos da Maia e Maria Eduarda) écolocado pelo Ananké (destino) na vida dos protagonistas (personagensexcepcionais que normalmente possuem uma beleza equiparada aos Deuses,Deuses esses que não gostam que simples mortais lhe sejam comparáveis) que, comeste desafio vão enfurecer os deuses. Como resposta, os Deuses castigam essaspersonagens colocando na vida delas peripécias várias (no caso dos Maias é achegada de Guimarães com o Cofre) que levarão a uma Anagnórise(reconhecimento = Guimarães conta ao Ega). A Anagnórise vai levar à tão indiciadaCatástrofe/Tragédia (a morte de Afonso da Maia – que morre de ataque de coraçãoquando descobre o incesto voluntário cometido por ambos os seus netos). O clímaxocorre quando Carlos descobre.

Page 39: Os maias (1)

Tragédia (3/4)

• N’ Os Maias podemos considerar ainda uma segunda tragédia que é a morte dePedro em que o Hybris seria o casamento entre ele e Maria Monforte contra avontade de Afonso, as peripécias várias seriam a chegada de Tancredo à casa deMaria e Pedro e ainda os laços cortados entre Pedro e Afonso da Maia. A Anagnóriseseria quando Pedro se apercebe que Maria Monforte fugiu com Tancredo e levou afilha consigo. Esta tragédia culmina com a Catástrofe que é o suicídio de Pedro.)

Page 40: Os maias (1)

Tragédia (4/4)Indícios:

•No capítulo I a sombrinha escarlate de Maria Monforte que envolve Pedro todo como queescondendo‐o – como uma larga mancha de sangue alastrando que nos remete para odesfecho inevitável desta relação

•Quando Carlos sonha com Maria Eduarda, sua deusa cheia de luz e essa luz é obscurecidapela sombra negra da casaca do Alencar

•Os 3 lírios que murcham na jarra em casa de Maria Eduarda (?)

•O quarto de Maria Eduardo nos Olivais:Tapeçaria de Vénus e Marte (os irmãos incestuosos da mitologia romana)Quadro com a cabeça degolada de João BaptistaSobre uma coluna uma enorme coruja olha agoiramente o leito do amorO quarto é equiparado aos amores de Lucrécia e Romeu (história de amor trágica)

•Maria Eduarda e Carlos encontram parecenças entre eles e os respetivos familiares (Mariadiz que Carlos lhe faz lembrar a “mamã” e Carlos diz que Maria é parecida com Afonso)

Page 41: Os maias (1)

Considerações de texto (1/3)• O Narrador

O narrador é, quanto à presença, não participante heterodiegético com a narração feita na3ª pessoa dado que o narrador não participa nos acontecimentos nem interfere na história.Quanto à ciência o narrador é omnisciente, sabe tudo, inclusive os sentimentos maisprofundos das personagens. Por vezes, é um narrador de focalização interna dando‐nos aconhecer os factos através do ponto de vista de determinada personagem. Acontecefrequentemente com o Carlos.

• Elementos SimbólicosCores (amarelo, vermelho, negro)FloresCofre

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Considerações de texto (2/3)• Estilo Queirosiano

• O adjetivo:Adjetivação duplaAdjetivação tripla/múltiplaAdjetivos com a mesma terminação

• O advérbio:Adverbiação duplaAdverbiação tripla

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Considerações de Texto (3/3)• O diminutivo com intenções de ironia e caricatura; valor depreciativo.

• O verbo

• Figuras de Estilo:IroniaMetáforaAliteraçãoHipálageSinestesia

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Discurso Indireto Livre

Eça utilizou o discurso indireto livre para escrever a sua obra “Os Maias”. Este tipo dediscurso permitia‐lhe:

Libertar a frase de verbos muito utilizados e da correspondente conjugação (Ex.:disse que)

Permitia‐lhe aproximar a prosa literária da linguagem falada;

Conseguia impersonalizar a prosa narrativa dissimulando‐se por detrás das suaspersonagens.

Page 45: Os maias (1)

Exemplo de Discurso Indireto Livre“Carlos tomou‐lhe a mãozinha e beijou‐lha perguntando se a boneca também estava doente.

‐Cricri também teve dor‐ respondeu ela muito séria, sem tirar dele os seus magníficos olhos.

‐Eu já não tenho…

Estava com efeito fresca como uma flor, com a linguazinha muito rosada, e sua vontade já delanchar.

Carlos tranquilizou Miss Sara. Oh!, ela via bem que mademoiselle estava boa. O que a assustarafora achar‐se ali só, sem a mamã, com aquela responsabilidade. Por isso a tinha deitado… Oh!, sefosse uma criança inglesa saía com ela para o ar…Mas as meninas estrangeiras, tão débeis, tãodelicadas…E o labiozinho gordo da inglesa traía um desdém compassivo por estas raçasinferiores e deterioradas.

‐Mas a mamã não é doente?

OH! Não! Madame era muito forte. O senhor, esse sim, parecia mais fraco…”

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Resumo por CapítulosResumos por

Capítulos

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Capitulo 1

Apresentação do Ramalhete e da família Maia constituída naquela altura por Afonsoda Maia e o seu neto Carlos da Maia;

Inicio da analepse

Exilio de Afonso da Maia devido a este ser partidário das ideias liberais;

Casamento de Afonso da Maia com D. Maria Eduarda Runa, uma mulherconservadora e com ideias oposto a Afonso;

Nascimento de Pedro da Maia (filho de Afonso e Maria Runa);

Educação tradicional de Pedro (contrário aos valores de Afonso);

Morte de Maria Eduarda Runa;

Casamento de Pedro da Maia comMaria Monforte;

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Capitulo 2

Partida de Pedro e Maria para Itália

Maria farta se de Roma e suspira por Paris até o marido ceder

Gravidez de Maria e regresso a Lisboa

Pedro antes de partir, escreve uma carta ao pai, que se tinha oposto ao casamento,informando o do sei regresso e dando a noticia de que iria ser pai;

Nascimento da filha de Pedro e Maria. Pedro magoado por não ter encontrado o paiem Benfica não informa o pai;

Nascimento do filho , Carlos. Nesta altura Pedro tenta reconciliar se com o pai;

Fuga de Maria Monforte com Tancredo, levando com ele a sua filha;

Ida de Pedro a casa do pai, levando consigo Carlos;

Suicídio de Pedro da Maia e partida de Afonso para Santa Olávia.

Page 49: Os maias (1)

Capitulo 3

Infância de Carlos em Santa Olávia;

Visita do Vilaça à quinta;

Jantar do serão de Santa Olávia

Descrição da educação liberal de Carlos

Comparação da educação de Carlos (educação à inglesa) e Eusebiozinho (educaçãotradicional);

Vilaça conta a Afonso que a sua neta morreu em Londres;

Passados alguns anos Carlos candidata se ao curso de medicina.

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Capitulo 4

Carlos descobre a sua vocação para Medicina e matricula‐se em Coimbra;

Conhece João da Ega, estudante de Direito;

Fim da analepse

Carlos tem a intenção de montar um consultório e m laboratório em Lisboa;

Carlos recebe uma visita de Ega que lhe comunica que ia publicar um livro, “Memóriade um Átomo”;

Viagem de final de curso de Carlos.

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Capitulo 5

Espetáculo no São Carlos;

Ega apaixona‐se por Raquel Cohen, que infelizmente, era casada;

Ega propõe que Carlos conheça a família Gouvarinho;

Carlos tem um encontro com os Gouvarinho e após esta reunião Carlos nãoconsegue para de pensar na Condessa de Gouvarinho;

Carlos vai à ópera com a família Gouvarinho e , durante esta ocasião, a condessamostra interesse em Carlos.

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Capitulo 6

Carlos vê Maria Eduarda pela primeira vez e sonha com ela nessa noite;

Jantar no Hotel Central com Carlos, Craft, Alencar, Dâmaso e Cohen;

O jantar acaba e Alencar acompanha Carlos a casa, lamentando‐se da vida, doabandono por parte dos amigos e falando‐lhe de seu pai, de sua mãe e do passado;

Carlos recorda como soubera a história dos seus pais : a mãe fugira com umestrangeiro levando a irmã, que morrera depois, o pai suicidara‐se.

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Capitulo 7Craft torna‐se íntimo no Ramalhete;

Ega fala da condessa de Gouvarinho e da paixão que ela nutre por Carlos;

Carlos encontra no Aterro a senhora que vira no peristilo do Hotel Central. Os olhosde ambos fixam‐se profundamente;

A condessa de Gouvarinho vai ao consultório de Carlos sob pretexto de o filho estardoente, mas o que a move é o interesse que tinha em se encontrar com Carlos;

Dâmaso desaparece do convívio do Ramalhete para acompanhar os Castro Gomes aSintra;

Artigo de Ega sobre os Cohens na “Gazeta Ilustrada”;

Carlos convida Cruges a acompanhá‐lo a Sintra, no intuito de ver a senhora queencontrara no Aterro.

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Capitulo 8Carlos parte para Sintra, na companhia de Cruges, com a intenção de se encontrarcom a senhora que vira no Hotel Central;

Inicialmente Carlos pensara alojar‐se no Lawrence, mas decide repentinamente irpara o Nunes;

Carlos encontra, no Nunes, Eusebiozinho, com duas espanholas, e este apresenta‐lhe o seu amigo Palma;

Passeio de Carlos e Cruges, com intuito de encontrarem a senhora do Hotel Centralmas, acabando por encontrar Alencar e decidem ir dar um passeio a Seteais;

Carlos sabe por meio de um criado do Lawrence que os Castro Gomes haviam jápartido para Mafra e que depois iriam para Lisboa, o que o deixa desapontado;

Regresso de Carlos a Lisboa com Cruges e Alencar;

Cruges esquecera‐se das queijadas que prometera à mãe aquando da partida paraSintra.

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Capitulo 9 (1/2)Dâmaso pede a Carlos para fazer uma visita médica à filha dos Castro Gomes que seencontrava doente. Os Castro Gomes tinham partido para Queluz;

Contacto de Carlos com a intimidade da mulher que ama, apesar da sua ausência;

Dâmaso tenciona ter um romance com a mulher de Castro Gomes logo que ele partapara o Brasil;

Chegada de Ega a casa de Carlos, mascarado de Mefistófeles. Desesperado eultrajado, conta a Carlos que tinha sido «posto na rua» pelo Cohen;

Intenção de Ega em desafiar Cohen para um duelo, enquanto que Carlos e Craft otentam acalmar;

Os três amigos aguardam na vila Balzac o possível desafio de Cohen; todavia, quemchega é a Sra. Adélia, criada e confidente de Raquel que os informa da partida dosCohens para Inglaterra após se terem reconciliado;

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Capitulo 9 (2/2)Fim do romance entre Ega e Raquel Cohen;

Partida de Ega para Celorico;

Carlos continua apaixonado pela mulher de Castro Gomes, no entanto não querpedir a Dâmaso que a apresente;

Carlos vai lanchar a casa dos Gouvarinho;

Carlos beija a condessa de Gouvarinho.

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Capitulo 10As relações entre Carlos e a condessa de Gouvarinho duram já há três semanas, masCarlos começa agora a pensar como desembaraçar‐se dela;

Ega encontra‐se em Celorico e andava a escrever uma comédia que se deveriachamar "O Lodaçal“;

Carlos continua a ver a mulher de Castro Gomes e decide pedir a Dâmaso que lhaapresente, o que não vem a acontecer;

Corridas no hipódromo de Belém;

Dâmaso informa Carlos de que Castro Gomes partira para o Brasil;

Carlos recebe um bilhete de Maria Eduarda, pedindo‐lhe para, no dia seguinte, irvisitar uma pessoa de família que se encontrava doente.

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Capitulo 11Carlos visita Madame Gomes, cuja casa se situava na rua de S. Francisco;

Carlos observa Miss Sara e diagnostica‐lhe uma “bronquite ligeira”, que “Em todo ocaso necessitava resguardo, toda a cautela...”;

Início do namoro entre Carlos e Maria Eduarda;

Carlos visita diariamente Maria Eduarda;

Carlos desloca‐se a Santa Apolónia e encontra o Gouvarinho que ia com a mulherpara o Porto. Carlos libertava‐se, assim, «de um incómodo compromisso»;

Dâmaso e Carlos encontram‐se em casa de Maria Eduarda;

Ega escreve a Carlos anunciando‐lhe a sua chegada a Lisboa;

Regresso dos Cohen a Lisboa, vindos de Southampton.

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Capitulo 12Ega regressa a Lisboa e instala‐se no Ramalhete;

Ega abandona a comédia "O Lodaçal" e tencionar continuar as "Memórias de umÁtomo“;

Dâmaso, em tom difamatório, informa Ega da relação amorosa de Carlos com MariaEduarda;

Ega e Carlos vão jantar a casa dos Gouvarinho onde está Sousa Neto, oficial superiorda Instrução Pública;

A Condessa, asperamente, acusa Carlos de a trocar pela “brasileira”. Mas, mesmoassim, o convida para um encontro na manhã seguinte em casa da “titi”;

Carlos frequenta a casa de Maria Eduarda e acaba por se declarar;

Carlos aluga a Craft uma casa, nos Olivais, para aí alojar Maria Eduarda, depois deesta lhe ter expressado o seu desejo de viver num “cottage” tranquilo e discreto;

Carlos confidencia os seus amores a Ega.

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Capitulo 13 (1/2)Ega espera ansiosamente uma carta de Raquel Cohen. Entretanto, cruza‐se com omarido dela na Rua do Ouro;

Carlos recebe uma carta da Gouvarinho a acusá‐lo de faltar ao encontro em casa datia;

Ega critica o comportamento hipócrita da condessa de Gouvarinho e incita Carlos anão responder à carta que ela lhe endereçou e a acabar de uma vez por todas comesse romance;

Ega e Alencar informam Carlos da infâmia de Dâmaso contra ele e Maria Eduarda;

Carlos encontra no Chiado o Gouvarinho, o Cohen e o Dâmaso e ameaça este últimode lhe arrancar as orelhas no caso de continuar a difamá‐lo;

Carlos e Maria Eduarda visitam a casa que alugaram a Craft, a “Toca”;

Descrição do quarto onde se dá a consumação do incesto inconsciente;

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Capitulo 13 (2/2)Festa dos anos de Afonso da Maia;

A condessa de Gouvarinho aparece numa tipóia, às 9 horas da noite, para conversarcom Carlos, numa última tentativa de continuar a manter uma relação com Carlos,mas dá‐se a rutura sentimental entre os dois.

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Capitulo 14 (1/2)Partida de Afonso da Maia para Santa Olávia no dia em que Carlos instalara, nosOlivais, Maria Eduarda;

Partida de Ega para Sintra deixando uma carta a Carlos;

Taveira adverte Carlos sobre as intenções do Dâmaso;

Carlos e Maria Eduarda continuam no seu idílio amoroso e projetam uma viagem aItália nos fins de Outubro;

Craft, ao regressar de Santa Olávia, diz a Carlos que o avô está muito desgostosopor ele ainda não o ter visitado;

Para tentar remediar a situação, Carlos decide ir a Santa Olávia;

Ega, de regresso de Sintra, dirige‐se ao Ramalhete, onde encontra Carlos e MariaEduarda;

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Capitulo 14 (2/2)Castro Gomes, vindo do Rio de Janeiro, visita o Ramalhete e mostra a Carlos umacarta anónima, na qual lhe relatam os amores de Carlos e de Maria Eduarda. Então,informa o protagonista da intriga de que Maria Eduarda não é sua mulher;

Castro Gomes esclarece ainda Carlos que Maria Eduarda não é mãe de Rosa;

Carlos fica profundamente abalado e humilhado com esta revelação;

Vai a casa de Maria Eduarda com a intenção de lhe remeter um cheque e de sedespedir com palavras frias;

No caminho para os Olivais, encontra a criada de Maria Eduarda que lhe diz queCastro Gomes tinha estado com a senhora e que ela ficara muito transtornada;

Maria Eduarda, em tom justificativo e explicativo, fala a Carlos do seu passado –analepse;

Após esta conversa, Carlos que inicialmente recriminava Maria, fica comovido econvence‐se de que ela não era a mulher vulgar que imaginara ainda há pouco eacaba por pedi‐la em casamento.

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Capitulo 15Carlos conta a Ega a história de Maria Eduarda e sente‐se apreensivo por saber queo avô nunca irá compreender o passado dela;

Ega sugere que Carlos case apenas comMaria Eduarda após a morte do avô;

A pedido de Maria, Carlos recomeça a sua atividade literária, compondo artigos demedicina para a Gazeta Médica e rascunhos para o seu livro Medicina Antiga eModerna;

Palma Cavalão publicara, a mando de Dâmaso, na "Corneta do Diabo", um artigodifamatório contra Carlos em que aludia, num tom infame e em calão, aos seusamores comMaria Eduarda;

Ega vai falar com o Palma e propõe‐lhe que identifique a pessoa que lheencomendou o artigo difamatório contra Carlos e lhe forneça as respetivas provas;

Carlos envia Ega e Cruges a casa do Dâmaso a desafiá‐lo ou para um duelo ou aretratar‐se.

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Capitulo 16Guimarães, tio do Dâmaso, pede a Alencar para ser apresentado a Ega por se sentiratingido com o teor da carta que Ega redigira e onde Dâmaso declarava ter sidocoagido a assiná‐la;

O intuito de Guimarães era que Ega declarasse que não o considerava bêbado;

Carlos agride Eusebiozinho por este ter participado no caso da "Corneta do Diabo“;

Guimarães confia a Ega ‐ por saber que é íntimo de Carlos ‐ um cofre que continhapapéis importantes e que lhe tinha sido confiado, em Paris, pela mãe de Carlos,antes de morrer. Ega fica surpreendido e intrigado quando Guimarães, que estavade partida, lhe pede para entregar o cofre ou a Carlos ou à irmã;

Perante a estupefação de Ega, Guimarães revela‐lhe que Maria Eduarda era irmã deCarlos, pensando que Ega estava ao corrente desta situação;

O que Guimarães relata a Ega, acerca de Maria Eduarda, coincide com a história queesta contara a Carlos;

Ega, horrorizado, dirige‐se com o cofre ao Ramalhete e resolve pôr Vilaça aocorrente desta situação.

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Capitulo 17 (1/2)Vilaça entrega a Carlos os papéis do cofre;

Carlos vai pedir explicações a Ega que lhe conta pormenorizadamente a conversaque tinha tido com Guimarães;

Carlos conta ao avô as terríveis revelações, esperançado de que ele soubessealguma coisa que pudesse desmentir o que lhe tinha sido contado;

Afonso da Maia diz a Ega que conhecia a paixão e os amores entre Carlos e MariaEduarda;

Carlos dirige‐se a casa de Maria Eduarda para esclarecer a situação em que seencontra; todavia não consegue fazê‐lo. Dominado pela paixão e atracção física,dorme com ela, agora plenamente consciente do incesto;

Carlos regressa ao Ramalhete, vindo de casa de Maria Eduarda e encontra o avôcujos olhos esgazeados e cheios de horror o fixam profundamente lendo o seusegredo. No dia seguinte, Afonso da Maia morre;

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Capitulo 17 (2/2)Carlos parte para Santa Olávia;

Ega revela a Maria Eduarda o sucedido, pede‐lhe que parta para Paris e dá‐lhedinheiro e a carta da mãe onde se revelava o segredo;

Partida de Maria Eduarda para Paris e de Ega para o Norte. Apanham os dois omesmo comboio e despedem‐se no Entroncamento, onde Ega vê Maria Eduardapela última vez.

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Capitulo 18Passado ano e meio, Ega regressa a Lisboa e anuncia o seu novo livro – Jornadas daÁsia;

Nos finais de 1886, Carlos escreve a Ega dizendo‐lhe que virá a Portugal, após umaausência de quase dez anos;

Em Janeiro de 1887, Carlos e Ega almoçam no Hotel Bragança,

Ambos passeiam por Lisboa e comentam a estagnação, a indolência, a decadência ea ociosidade em que continua mergulhado o país;

Visitam ambos o Ramalhete e comentam o casamento de Maria Eduarda com ofidalgo francês Mr. Trelain;

Ambos explanam a sua filosofia e teoria da vida: nada desejar e nada recear ecomentam que falharam a vida;

Ambos desatam a correr para apanhar o americano que, entretanto, viram ao longe,no escuro, com a sua lanterna vermelha.