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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
O uso das tecnologias digitais na formação de professores: implementação do moodle em uma escola da educação básica
1CABRINI, Renata Melissa Boschetti
2MORAES, Dirce Aparecida Foletto de
Resumo: Este artigo tem como objetivo geral compreender os limites e possibilidades na implementação do moodle enquanto ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no contexto de uma escola pública. O estudo corporiza-se com o desenvolvimento do Projeto de Intervenção Pedagógica, a Produção Didático Pedagógica, a Implementação do Projeto de Intervenção na Escola e as discussões do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, propostas estas do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2014. O encaminhamento metodológico é constituído em uma pesquisa de cunho qualitativo com pressupostos da pesquisa-intervenção. Para coletar os dados foram utilizadas as técnicas: observação participante e grupo focal. Os resultados indicam que o uso d o moodle como ferramenta pedagógica no processo ensino e aprendizagem apresenta muitas possibilidades, capazes de promover experiências significativas e novas formas de ensinar e aprender, dentre elas a interatividade entre docentes e alunos, qualidade e quantidade de acesso, difusão de conhecimentos acessados em bibliotecas digitais, produção de material didático, discussões, compartilhamentos de conteúdos, trabalho e produção colaborativa por meio das interfaces como fóruns, chats, wikis, entre outros. Entretanto, o estudo revelou que essas possibilidades encontram barreiras nos aspectos limitantes, que se destacam aqueles relacionados à infraestrutura, a perspectiva técnica das ferramentas tecnológicas, a formação inicial e a formação continuada. Palavras-chave: Moodle. Processo de ensino e aprendizagem. Formação continuada.
1Professora Pedagoga PDE – 2014 – Universidade Estadual de Londrina (UEL).
2Doutoranda em Educação pela UNESP/ Presidente Prudente. Docente do Departamento de
Educação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Introdução
A sociedade atual passa por várias transformações em seus aspectos
políticos, econômicos, culturais, históricos e sociais. Os conhecimentos e
desenvolvimentos práticos das tecnologias estão “em todos os setores de nossa
vida: saúde, comércio, indústria, transportes, lazer, e tempo livre”(TORRES
SANTOMÉ, 2013, p.14).
As ferramentas tecnológicas incorporadas pelos setores do cotidiano das
pessoas trouxeram mudanças, encurtaram à distância, interferiram na
individualidade, na coletividade, no profissional, no entretenimento e também no
processo de escolarização e com isso vem se tornando ferramentas mediadoras das
práticas culturais. Com isso provoca o surgimento de novas formas de interação, de
trabalho, de comunicação e de aprendizagem.
O olhar volta-se então para a prática educativa e mobiliza a necessidade de
discutir e pensar como as tecnologias digitais podem contribuir nas diversas tarefas
educacionais, como na forma de ensinar e aprender tornando-se ferramenta
pedagógica capaz de proporcionar novas e significativas experiências aos sujeitos
do processo.
Neste sentido surge o seguinte problema de investigação: quais os limites e
possibilidades para a implementação da plataforma moodle como ferramenta
pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no contexto de uma escola
pública?”
Para responder ao problema proposto, o seguinte objetivo geral foi elaborado:
compreender os limites e possibilidades na implementação do moodle enquanto
ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no contexto de uma
instituição pública. Os objetivos específicos do estudo pretendem: avaliar se a
ferramenta moodle é capaz de contribuir com a mudança de concepções de ensino
e aprendizagem; identificar as dificuldades que os professores encontram na
utilização da ferramenta em sala de aula; reconhecer as possibilidades de uso do
moodle como ferramenta pedagógica; perceber se o moodle se constitui como
ferramenta pedagógica capaz de proporcionar experiências diferenciadas no
processo de ensino e de aprendizagem; realizar grupo de estudo para a
compreensão e uso pedagógico da ferramenta moodle;
A proposta de implementação pauta-se na perspectiva de servir como
ferramenta de mediação dos conteúdos curriculares e das práticas de salas de aula,
em um ambiente virtual de aprendizagem, bem como na promoção de novas
experiências significativas de aprendizagem e, não a simples transferência das
práticas existente no ensino presencial para o virtual. Para tanto, o projeto de
intervenção pedagógica foi construído na perspectiva de enfrentamento das
dificuldades, das necessidades e objetivos pedagógicos apresentados na realidade
do Colégio Estadual Osmar Guaracy Freire – Apucarana/PR.
Esta pesquisa se apresenta como uma investigação qualitativa do tipo
pesquisa-intervenção. A pesquisa-intervenção apresenta-se como encaminhamento
metodológico adequado, pois tem como finalidade contribuir nas soluções de
problemas enfrentados na prática escolar e no contexto educativo.
Na primeira etapa da pesquisa foi realizado um levantamento de referências
bibliográficas a respeito do tema e estudos referentes a esse material. E, com base
nesses, o projeto de intervenção foi construído.
Na segunda etapa ocorreram as intervenções constituídas por encontros com
os educadores que se dispuseram a participar da formação. Esta ocorreu em
encontros divididos por unidades que contemplavam estudos teóricos e atividades
práticas a serem realizadas no moodle, em lugar específico destinado a
implementação. As unidades estudadas estavam embasadas na Produção Didático-
Pedagógica: o caderno pedagógico, a respeito do moodle e suas possiblidades
pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem.
A terceira etapa foi constituída pela avaliação do trabalho e para tal fizemos
uso da técnica do grupo focal, a qual foi realizada no último encontro.
O aprofundamento teórico pautou-se em estudos de autores que discutem o
tema abordado: Behrens (2000); Almeida (2003);Alves (2009); Coll e Monereo
(2010), Torres Santomé (2013) e a interpretação dos resultados obtidos a partir da
análise de conteúdo proposta por Bardin (1975).
Breve Revisão da Literatura
Limites e possibilidades do uso das tecnologias digitais no contexto
educacional
O objetivo que este estudo apresenta é compreender quais os limites e
possibilidades enfrentados na implementação da plataforma moodle como
ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no contexto escolar,
mais especificamente, no Colégio Estadual Osmar Guaracy Freire – Apucarana/PR.
Para embasar o estudo foi necessário pesquisar na literatura os fundamentos
teóricos de autores que discutem a temática, investigando os aspectos limitantes e
potencializadores do uso das tecnologias digitais no contexto educativo.
Para tal discussão, os estudos se constituíram a partir de pesquisadores que
também investigam o processo histórico de transformação dos aspectos
socioculturais e sua relação com o desenvolvimento das tecnologias da informação
e comunicação. Coll e Monereo (2010); Silva (2012) e Torres Santomé (2013) são
autores que resgatam os caminhos na busca pelo entendimento sobreas práticas
com o uso das tecnologias digitais, mais especificamente, no uso do computador, da
internet, mas, também ao que antecedem a esses fatores, as três etapas-chave no
desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação enquanto
ferramentas culturais que medeiam às práticas e suas consequências à educação.
A primeira etapa é caracterizada como o desenvolvimento da linguagem oral.
A oralidade como meio de comunicação e transmissão da cultura entre as pessoas.
Para isso, os falantes necessitavam estar fisicamente presentes, possuir habilidades
como observação, memória e capacidade de repetição. Neste momento histórico a
memória ganha destaque, pois a educação e a transmissão dos valores e saberes
era realizada e aprendida pela memorização. A memória era o espaço de
armazenamento das informações.
A segunda etapa do desenvolvimento da comunicação inicia-se com o
surgimento da escrita, a partir da necessidade humana de registrar dados, transmitir,
compartilhar informações e experiências com os outros. Com o desenvolvimento da
escrita, os conhecimentos podem ser registrados e armazenados.
Mesmo não existindo a presença física, a proximidade entre os
interlocutores era necessária, já que mensageiros e correio postal não alcançavam
grandes distância. Com a prensa tipográfica e o correio se dá a formação de uma
sociedade de massa, em progresso na industrialização econômica e de migração
urbana. Aqui se estabelece a educação formal para atender a necessidade da
sociedade, de alfabetização, letramento e compreensão dos conteúdos de forma
significativa.
E, a terceira etapa é denominada pelos autores como virtual, que tem seu
marco com a chegada dos sistemas analógicos de comunicação e informação que
posteriormente passam para o digital. O desenvolvimento da linguagem virtual
pontuada por Coll e Monereo (2010), também é discutida por outros autores, como
Castells (1999) que conceitua a sociedade atual de “sociedade da informação”, isso
porque, “[...] a internet passou a ser a base tecnológica para a forma organizacional
da Era da Informação” (p. 09). Silva (2012, p. 7) justifica que a escolha deste termo,
é pelo fato de ele ter nascido de uma “[...] reformulação explicitada de um conceito já
instalado (pós-industrial) para outro, em função da percepção de que a informação,
a comunicação e o conhecimento aí gerados tornam-se “os recursos estratégicos e
os agentes transformadores da sociedade”.
Para este mesmo autor, o processo de gestação dessa sociedade vem desde
o telefone, rádio, cinema, televisão, mas é a partir do computador e, principalmente
pela internet, que se deu o ponto culminante do progresso técnico. Momento em
que, todos os meios de informação e comunicação são englobados e o computador
passa a ser o centro processador de informação. Ou seja, constitui-se um artefato
centralizador que estrutura e configura a sociedade, em termos de comércio,
consumo, meios de comunicação, lazer, educação, entre outros.
A partir de então todos esses aspectos que ganharam força com o
computador, se fortalecem e se ampliam ainda mais com chegada da internet. Coll e
Monereo (2010) apresentam que a partir do surgimento da internet do primeiro
navegador e servidor da web, em 1991, se passaram apenas duas décadas de
existência para que seu desenvolvimento fosse espetacular e oportunizasse por
meio de navegador de massa, como Netscape e aplicativos que passaram a permitir
baixar da rede arquivos de textos, músicas, imagens e posteriormente, vídeos. Os
autores relatam que nesse momento a forma de conceber a internet era como um
imenso repositório de conteúdo, em que os usuários poderiam acessar e baixar
arquivos, chamada pelos autores de “à infância da rede” e tem sido denominada
“web 1.0” ou fase “pontocom” (COLL e Monereo, 2010, p.35).
A web 1.0 teve seu declínio com o fechamento de um programa, o Napster,
primeiro sistema de distribuição de arquivos de popularidade massiva. Segundo Coll
e Monereo (2010) o programa surgiu em 1999 e oferecia possibilidades de
compartilhar todo tipo de arquivo. Além de compartilhar arquivos, era possível por
meio do buscador e servidor principal, hospedar a lista de usuários conectados e
seus arquivos compartilhados. O Napster atingiu em 2001 seu auge, mas nesse
mesmo ano, por determinação judicial foi fechado. Contudo, os autores garantem
que a filosofia do Napster está até hoje na internet, a qual passa a ser denominada
de web 2.0 ou web social.
A expressão web 2.0 começou a ser utilizada a partir de 2001, por autores como T. O’Reilly (2005). Se a web 1.0 pode ser entendida como a infância da internet, poderíamos dizer, prosseguindo com a metáfora, que com web 2.0 a internet chegou à puberdade (COLL; MONEREO, 2010, p 35).
Outro autor que demarca essa transição da fase da internet da web 1.0 para
web 2.0 é Torres Santomé (2013). Para ele as tecnologias se modificaram
rapidamente e proporcionaram às pessoas mais possibilidades de acesso à
informação e comunicação. Os novos modos de comunicação, RSS, SMS, blogs,
wikis, podcast, fóruns, entre outros, são consequências do desenvolvimento da
internet por meio da Web 2.0. Torres Santomé (2013), identifica que esse foi o marco
inicial, ao que ele chama de “uma segunda nova era de possibilidades no seio da
revolução digital” (2013, p.15).
É importante ressaltar que a web 1.0 era considerada apenas um repositório
de conteúdo, em que os sujeitos eram apenas consumidores de informações, que
tinham uma atuação passiva. Nesta perspectiva o sujeito é apenas o usuário ou
consumidor de informações. Já na web 2.0 o sujeito é protagonista, além de retirar
informações, também produz informações. Nesta perspectiva, o sujeito não é
somente consumidor de informação, mas passa ser tornar também produtor de
informação e isso torna-se um marco importante no contexto da sociedade do século
XXI.
Há estudos que já anunciam novas etapas de desenvolvimento da internet.
Coll e Monereo (2010) expressam que a web 3.0 ou web semântica, ampliam a
visão da internet, como proposta de que a informação não seja apenas localizável e
acessível, que os computadores possam realizar as mesmas tarefas que os
humanos e não limite-se a fazer armazenamento, buscas, processamento,
combinação e transferências de informações. Esta seria considerada uma web
inteligente.
É no âmbito pedagógico a mudança essencial de perspectiva, no qual
professor e aluno não sejam somente consumidores, mas também produtores de
informação. Nesta linha de pensamento, que é a partir da web 2.0 que o trabalho
educacional pode ser pensado, isso porque estas ferramentas se apresentam como
uma nova forma de enriquecer e contribuir para que aprendizagens significativas
aconteçam. Neste sentido, as tecnologias digitais deixam de ser somente recursos e
passam a propiciar experiências diferenciadas no processo educativo, configurando-
se em possibilidades pedagógicas.
Porém, pesquisas indicam ainda que a incorporação das tecnologias digitais
em sala de aula, “[...] se traduz, em geral, em mais um reforço das posturas e
práticas já existentes do que na mudança ou transformações destas.”(COLL;
MAURI; ONRUBIA, 2010, p. 75). O que se tem na verdade, é muito mais discurso
centrado nas políticas de desenvolvimento tecnológico, econômico, social e cultural,
do que na prática. Não há ênfase no potencial das tecnologias digitais em promover
e incorporar um processo de inovação a favor do ensino e aprendizagem.
As tecnologias digitais têm se prestado a tarefa de oportunizar a condição de
participar, criar, interagir, de ser o protagonista e não apenas o expectador passivo
que apenas recebe os comandos e os executa, sem nenhuma chance de fazer parte
do processo.
No entanto, para entender as tecnologias digitais como possibilidades de
mudanças pedagógicas implicam em considerá-las como instrumentos mediadores
na relação entre ensino e aprendizagem, isso significa “aproveitar o potencial dessas
tecnologias para promover novas formas de aprender e de ensinar” (COLL; MAURI;
ONRUBIA, 2010, p. 88).
É preciso ter clareza que a diferença não está na ferramenta, não é ela em si
que vai garantir que a aprendizagem ocorra ou uma experiência diferenciada, mas o
uso que se faz dela. Os autores Coll; Mauri; Onrubia (2010) discutem em sua
produção teórica os contextos de uso das TIC digitais, e, afirmam que o
determinante para que ocorra a transformação da prática pedagógica, no sentido de
garantir novas experiências de aprendizagem, sejam ela com mais ou menos
intensidade, são “os usos efetivos que professores e alunos venham fazer dessas
tecnologias em escolas e sala de aula” (p.66).
Diante das discussões entre os limites e possibilidades do uso das
tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem, observa-se que os
limites não excluem as possibilidades, a capacidade e potencial das tecnologias
digitais em melhorar o processo de ensino e aprendizagem, mas a forma que
fazemos uso dessas é que vão fixar os limites de suas possibilidades.
Porém, é preciso ressaltar que os limites da incorporação do uso das
tecnologias digitais nas práticas pedagógicas é determinado por vários aspectos,
dentre eles destacam-se aqueles relacionados à infraestrutura, a perspectiva técnica
das ferramentas tecnológicas, a formação inicial e a formação continuada.
É preciso considerar que os investimentos públicos em tecnologia e a
manutenção adequada dos recursos já existentes na escola podem colaborar na
superação desses fatores limitantes no que se refere ao uso das tecnologias digitais
na prática pedagógica.
A formação inicial deve oportunizar dispositivos de formação e pesquisa que
estejam de acordo com as necessidades profissionais, que para o professor nada
mais é do que objetivar a prática pedagógica e o processo ensino e aprendizagem.
Tardif (2007, p. 20) afirma que tais dispositivos de formação “devem levar em conta
suas necessidade e ser coerentes no que se refere à sua bagagem, aos seus
saberes, aos seus modos de simbolização e ação”.
A formação continuada docente deve ser constituída de estudos e
conhecimentos que supere o aprender técnico que constitui apenas no entendimento
de como funciona tal máquina, aparelhos e aplicativos, como se faz, e, para que
servem determinadas funções dos aparatos tecnológicos. Mas, para isso é preciso
alcançar uma formação que dê condições ao professor de pensar sobre o uso
pedagógico de tais ferramentas em seu fazer docente e entender o sentido do uso
destas em sua prática. Os autores Coll, Mauri e Onrubia (2010) discutem a respeito
da conveniência em dispor aos professores recursos e apoios que contemplem
aspectos tecnológicos, psicopedagógicos e didáticos, ou seja, “centrar os processos
de formação do professorado nos usos efetivos das TIC nas salas de aulas mais do
que nas suas potencialidades teóricas” (p.89).
Por isso, é importante buscar uma formação que disponibilize os
conhecimentos técnicos imprescindíveis à manipulação de determinadas máquinas,
recursos, mas, que também explore as possibilidades pedagógicas. Neste sentido
Tardif (200, p.291) apresenta que
a formação contínua concentra-se nas necessidades e situações vividas pelos práticos e diversifica suas formas: formação através de pares, formação sob medida, no ambiente de trabalho, integrada numa atividade de pesquisa colaborativas, etc.
Assim, a formação continuada assume um papel muito importante entre os
profissionais, pois ao possibilitar discussões, troca de experiências, partilha dos
problemas enfrentados em sala de aula, oportuniza ao professor ampliar seu
conhecimento teórico, a problematizar sua própria atuação e estar subsidiado para
realizar um trabalho mais seguro.
A discussão do fator limitante em relação à formação continuada não tem
pretensão de se esgotar aqui. Entende-se necessário ampliar a discussão, no
sentido de contextualizar o papel da formação continuada docente na tomada de
consciência e de um novo sentido ao trabalho em sala de aula, mas o enfoque do
estudo se constituiu em implementar o moodle como possibilidade pedagógica e,
consequentemente, se constituir em uma nova forma de ensinar e aprender.
O uso do moodle no processo de ensino e aprendizagem na educação básica
Antes de qualquer discussão sobre o moodleé necessário esclarecer que a
escolha por essa ferramenta ocorreu pelas inúmeras possibilidades pedagógicas
que esse ambiente de aprendizagem virtual oferece e também pelo potencial
enquanto ferramenta capaz de colaborar com a prática pedagógica de uma escola
da educação básica.
Para compreender o que é um ambiente virtual de aprendizagem, autores
como, Almeida (2003), Alves (2009), Valentini e Sacramento (2010); Lima; Sauer
(2010) colaboram com uma definição completa a respeito dessa ferramenta e
aduzem o moodleeàs suas possibilidades no processo de ensino e aprendizagem.
Almeida (2003, p.331) define esses ambientes como “sistemas
computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades
mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação”. As autoras Valentini e
Sacramento (2010) complementam a ideia de que esse espaço virtual permite
desenvolver estratégias e intervenções de aprendizagem, que propicie a construção
de conceitos, mediado pela interação entre alunos, professores e objeto de
conhecimento.
O 3Moodle - Modular Object-Oriented Dynamic Learning Envronment, é um
software livre, de apoio ao processo pedagógico em um ambiente virtual.
O ambiente moodle é um software livre, que apresenta interfaces de comunicação e gerenciamento de informações que poderão mediar atividades, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Estas interfaces ampliam o espaço para discussão dos conceitos que são trabalhados nas disciplinas, permitindo que sejam estabelecidas práticas colaborativas de aprendizagem (ALVES, 2009, p.188)
O moodle é um ambiente virtual de aprendizagem rico em potencialidades
pedagógicas e a cada ano, são desenvolvidas novas interfaces para promover
diferentes possibilidades de aprendizagem. Alves (2009) cita que entre as
ferramentas mais utilizadas estão: tarefa, chat, fóruns de discussões, fóruns de
notícias, diário, glossário, perfil, questionários, recursos, wiki, pesquisa de opinião,
entre outros. Algumas ferramentas permitem a comunicação, como o fórum de
discussão e chat, outras são complementares ao conteúdo e de compartilhamento,
que é o caso do glossário, diário e recursos.
Segundo Alves (2009) para usar adequadamente as interfaces, é fundamental
interagir com ambiente e estabelecer relações com a disciplina e conhecimentos
que os alunos necessitam construir. As características técnicas das interfaces
podem ser encontradas em manuais e tutorias aplicados em cursos de formação
para o uso moodle. Esses conhecimentos técnicos relacionados a uma abordagem
pedagógica de como desenvolver o trabalho neste ambiente virtual podem auxiliar o
professor a identificar as que mais se adequam aos seus objetivos no ensino e
aprendizagem no sentido de torná-la uma ferramenta de contribuição ao trabalho
pedagógico.
Em relação ao ambiente virtual de aprendizagem como colaborador do ensino
presencial, Almeida (2003, p.332) explica que é uma ferramenta que serve como
apoio “[...] às atividades presenciais de sala de aula, permitindo expandir as
interações da aula para além do espaço-tempo do encontro face a face [...]”. O que
3Segundo Santos (2012) o moodle foi criado por Martin Dougiamas em 1999. É um software livre, de
código aberto, que pode ser instalado gratuitamente. A plataforma moodle se espalhou rapidamente e na atualidade não é só utilizado por sistemas de ensino, mas também por organizações sem fins de lucro e empresas privadas.
representa um ganho para a prática pedagógica diante das inúmeras possibilidades
ofertadas por essa ferramenta, como a de procura e acesso de informação,
representação, processamento, transmissão e compartilhamento, trabalho
colaborativo, interação e produção.
Lima e Sauer (2010) destacam que, além desse apoio a realização de
atividades em sala de aula, também são espaços constituídos por ferramentas que
permitem a comunicação, a colaboração e a realização de tarefas. Isso porque
[...] atuar nesse ambiente significa expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências e produzir conhecimento. As interações por meio dos recursos disponíveis no ambiente propiciam as trocas individuais e a constituição de grupos colaborativos que interagem, discutem problemáticas e temas de interesses comuns, pesquisam e criam produtos ao mesmo tempo que se desenvolvem (Almeida, 2003, p.334).
Tais possibilidades tornam-se o diferencial desta ferramenta em detrimento de
outras utilizadas em sala de aula. O suporte para o desenvolvimento dessa forma de
trabalho está diretamente relacionado à prática pedagógica docente. A ação de
ensinar em ambientes virtuais de aprendizagem significa:
organizar situações de aprendizagem, planejar e propor atividades; disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens; ter um professor que atue como mediador e orientador do aluno, procurando identificar suas representações de pensamento; fornecer informações relevantes, incentivar a busca de distintas fontes de informações e a realização de experimentações; provocar a reflexão sobre processos e produtos; favorecer a formalização de conceitos; propiciar a interaprendizagem e a
aprendizagem significativa do aluno (ALMEIDA, 2003 p. 334-335).
A dinâmica exigida por parte do professor nesses ambientes virtuais de
aprendizagem deve ser diferente dos moldes tradicionais ainda hoje aplicados em
sala de aula. Almeida (2003) acredita que a redefinição do trabalho do papel do
professor se dá a partir do momento que o mesmo compreende a importância de
estabelecer parcerias com alunos. Quando aponta as possibilidades dos novos
caminhos, provoca o aluno a descobrir novos significados para si mesmo, desperta
o prazer da escrita como expressão do pensamento, da leitura como compreensão
da opinião do outro, da comunicação para o compartilhamento de ideias, das
produções conjuntas e desenvolvimentos de projetos colaborativos.
Neste contexto, o professor toma consciência de todas essas possibilidades
e pode transformar a prática em sala de aula, se constituindo então, em uma nova
forma de ensinar e aprender e ainda pode proporcionar ao estudante diferentes
experiências de aprendizagem. Neste sentido ultrapassa o ensino unidirecional e a
aprendizagem passiva e abre caminhos para que esta se torne
[...] significativa, desafiadora, problematizadora e instigante, a ponto de mobilizar o aluno e o grupo a buscar soluções possíveis para serem discutidas e concretizadas à luz de referenciais
teóricos/práticos [...] (BEHRENS, 2000, p.77).
Os estudos no contexto educacional acreditam que se o moodle for utilizado
na perspectiva pedagógica, no sentido de buscar a superação da transmissão de
conhecimento de forma unilateral e linear e a simples transferência das práticas
existente no ensino presencial para o virtual, esse passa a priorizar e a colaborar
com a mudança de perspectiva educacional e com a aprendizagem colaborativa. Ou
seja, pode favorecer as diferentes possibilidades e experiências no processo de
ensino e aprendizagem e tornar-se um ambiente colaborador na construção do
conhecimento.
Nesse sentido, é possível compreender que as possibilidades do moodle
enquanto ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem tem muitas
possibilidades que favorecem o seu uso no ambiente educacional presencial.
Entretanto, essas possibilidades encontram barreiras nos aspectos limitantes
discutidos até o momento.
Na próxima seção será apresentado o percurso delineado e percorrido na
implementação desta ferramenta na escola selecionada para a pesquisa.
Metodologia
A pesquisa é o meio pelo qual se constrói o conhecimento científico. Esse
processo de investigação é sistematizado e organizado formalmente e toma como
base o princípio de que para que se possa fazer pesquisa e produzir o conhecimento
científico, necessita-se de método” (LOMBARDI, 1999 p. 103). Para tal, a
abordagem qualitativa, a pesquisa bibliográfica e de campo com pressupostos da
modalidade da pesquisa-intervenção constituíram a metodologia de pesquisa.
A pesquisa do tipo intervenção pedagógica foi escolhida devido ter finalidade
de contribuir nas soluções de problemas enfrentados na prática escolar e no
contexto educativo. Segundo a definição de Damiani e colaboradores (2013, p. 58)
as pesquisas desta modalidade
são investigações que envolvem o planejamento e a implementação de interferências (mudanças, inovações) – destinadas a produzir avanços, melhorias, nos processos de aprendizagem dos sujeitos que delas participam – e a posterior avaliação dos efeitos dessas interferências.
A pesquisa foi constituída a partir de intervenção pedagógica na escola com
uma proposta de formação continuada envolvendo atividades práticas e estudos
teóricos, divididas por encontros e estudos de unidades, planejadas e formuladas na
Produção Didático-Pedagógica: o caderno pedagógico e suas possiblidades
pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem.
Na coleta de dados os procedimentos utilizados foram: a observação
participante durante os encontros de formação e o grupo focal no último encontro.
A observação participante é uma técnica recomendada “especialmente para
estudos de grupos e comunidades” (RICHARDSON, 2012, p. 261),pois permite
conhecer a vida de um grupo e as características da comunidade em que está
inserido. Na observação participante, “o observador assume, pelo menos até certo
ponto, o papel de um membro do grupo” (GIL, 2008, p.103).
O grupo focal é uma técnica consiste em uma dinâmica de grupo que permite
que um pequeno número de participantes seja conduzido por um moderador nas
análises e aprofundamento da temática em questão. Segundo Gaskell (2002, p. 79)
este procedimento “propicia um debate aberto e acessível em torno de um tema de
interesse comum aos participantes”. Nessa mesma proposta Giovanazzo (2001)
aponta que o objetivo do grupo focal é explicar como as pessoas pensam, sentem e
agem diante de uma experiência ou temática proposta. Assim, entende-se que estes
procedimentos foram adequados aos propósitos da pesquisa.
O grupo foi formado por sete professores de diferentes áreas do
conhecimento. A formação não conseguiu alcançar a maioria dos professores da
instituição, sendo que poucos procuraram participar. Isso se deu em decorrência do
atraso no início da implementação, o processo cansativo de reposições de aulas e a
concomitância com o Grupo de Trabalho em Rede – GTR, ocasionado pela greve
geral da categoria no decorrer do ano letivo de 2015.
Durante a implementação os desafios estavam em conseguir desenvolver
todo o fundamento teórico como a leitura do projeto de intervenção, da produção
didático-pedagógica e garantir a participação de todos os cursistas nos dias
destinados aos encontros.
Justamente por ser um grupo pequeno, a flexibilização dos horários e
atendimentos individuais aos professores foi a estratégia utilizada para superar as
dificuldades com a participação dos interessados. Os encontros foram marcados em
turno intermediário, após o horário de trabalho dos professores e algumas vezes, em
atendimento individual em dia de folga do participante.
Os resultados obtidos na implementação do projeto serão relatados a seguir e
as análises desse processo servirão para retomada da problemática e objetivos
apresentados no projeto.
Avaliação e discussão dos resultados obtidos
A implementação do projeto na escola proporcionou estudos e discussões a
respeito das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem, mais
especificamente, o moodle e suas potencialidades como ferramenta pedagógica.
Este trabalho também oportunizou análises das práticas pedagógicas vivenciadas no
ensino presencial.
A formação continuada docente foi desenvolvida no próprio moodle
implantando pela escola. No ambiente virtual de aprendizagem estavam dispostos
os materiais de estudos elaborados na produção didático-pedagógica e as
atividades práticas do curso. A intenção era que os professores pudessem explorar
as ferramentas estudadas e vivenciar novas experiências de aprendizagem. Neste
novo cenário, a proposta também consistiu em mudar a perspectiva da formação,
destituindo o professor como simples expectador de palestra e colocando-o como
participante central do trabalho. Neste caso, os professores exerceram o papel de
alunos sendo desafiados a buscar e a se envolver na produção do conhecimento,
para que, a partir da experiência vivenciada, o mesmo tornasse relevante e
significativo. A vantagem da formação continuada ser desenvolvida no ambiente
virtual estudado é que “os participantes podem experimentar o Moodle numa
perspectiva do aluno, e aprender a trabalhar online através de seus participantes”
(DOUGIAMAS; TAYLOR, 2009, p.30). Essa é uma perspectiva de mudança dos
formatos de formação continuada, a qual prioriza a troca e a vivência de
experiências embasadas em fundamentação teórica.
Cada unidade estudada permitiu construir conhecimentos técnicos das
ferramentas do moodle, como também, formular conceitos sobre as possibilidades
pedagógicas. A autora Lynn Alves (2009) destaca que para usar adequadamente
essas ferramentas, é fundamental estabelecer relações com a disciplina e
conhecimentos que os alunos necessitam construir.
No primeiro encontro (Unidade I) foi realizada a leitura e discussão dos textos
da parte inicial da fundamentação teórica do projeto de intervenção: “Contexto
Social” e “Contexto pedagógico e o uso das tecnologias digitais, em seguida, foi
solicitado aos participantes que realizassem as atividades práticas”:
Atividade 1: Fórum – “Vamos nos conhecer”. A escolha por esta ferramenta
se deu porque este é um espaço destinado às discussões sobre os temas de
estudos e, para que o grupo vivenciasse experiências pedagógicas diferenciadas,
entre elas, construir discussões, refletir sobre dificuldades encontradas, esclarecer
dúvidas e socializar conhecimentos.
Os fóruns devem ser mecanismos pautados pela liberdade de expressão. Isso faz com que o aluno sinta-se à vontade em participar, entendendo que é um espaço de construção de conhecimento, onde ele pode perguntar, argumentar e até mesmo errar. Devemos encará-lo como os diálogos realizados na sala de aula, onde o professor dispara questões e estimula os alunos a expressarem suas opiniões, corroborando ou contradizendo seus colegas (ALVES, 2009 p.194).
Atividade 2: O diário “Linha do tempo”. Esta ferramenta permite ao aluno
registrar o seu desenvolvimento individual em relação aos conteúdos e as atividades
propostas. Segundo Alves (2009,p.196) “o aprendiz vai compreendendo, elaborando
e internalizando suas aprendizagens, que são mutantes e em um processo de
metamorfose são transformadas e ressignificadas”.A ferramenta diário permite
acesso somente para o professor e aluno, o que significa estabelecer uma liberdade
em escrever e um atendimento individualizado. E, “para o professor, esses registros
permitem acompanhar o caminhar do aluno, configurando-se assim, como um
instrumento eficaz da avaliação formativa” (ALVES, 2009 p.196).
Já no segundo encontro (Unidade II) realizou-se a leitura e discussão dos
textos: “Aspectos limitantes no uso pedagógico das tecnologias digitais” e “O uso do
moodle no processo e ensino e aprendizagem e após, foram realizadas as
atividades:
Atividade 3: O glossário a respeito do tema abordado. A ferramenta glossário
consiste em construir um banco de significados, conceitos, termos e verbetes
específicos dos conteúdos, de forma colaborativa pelos participantes.
A mediação do glossário como uma construção coletiva possibilita
aos alunos a utilização de conceitos como classificação, seriação, inclusão, organização, análise e síntese, essenciais para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático (ALVES, 2009 p.194).
Atividade 4: participação do Fórum “O uso do moodle no processo ensino e
aprendizagem”.
O terceiro encontro (Unidade III) partiu das análises do Mapa conceitual –
Desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação - Baseado nos
autores: Coll e Monereo (2010); Torres Santomé (2013); Silva (2012) e do Guia de
ferramentas do moodle. Depois assistiram aos vídeos: O que é moodle? E O que é
wiki?
Na atividade prática o objetivo foi interagir entre o grupo de forma síncrona
por meio do chat. A sala de bate papo – “Dialogar e pensar a prática pedagógica” foi
aberto no intuito de trocar ideias em relação das possibilidades em trabalhar com os
alunos nesse ambiente virtual de aprendizagem - moodle. O aspecto pedagógico
importante dessa ferramenta é fortalecer as relações entre os sujeitos do processo
ensino e aprendizagem. Alves (2009, p. 193) afirma que “os ‘Chats’ também são
utilizados para criar espaços de socialização entre alunos e professores” [...] “com o
objetivo de fortalecer o vínculo entre os sujeitos do processo de ensinar e aprender”.
O quarto encontro (Unidade IV) se constituiu de leitura e discussão do texto
“Ferramentas do moodle: Conceito técnico e uso pedagógico”, parte integrante da
fundamentação teórica da produção didático-pedagógica.
A Wiki “Conceitos técnicos e pedagógicos do moodle” foi a ferramenta
utilizada para desenvolver a atividade prática desse encontro. Por se tratar de uma
ferramenta que possibilita a construção de textos colaborativos, que permitem aos
participantes acrescentar, excluir, modificar e fazer observações em cada parágrafo
que é produzido coletivamente. Alves (2009, p. 199) aponta que a perspectiva
pedagógica da wiki é que “professores e alunos podem contribuir, interferir e mudar
o texto, que deve assumir a forma de um caleidoscópio e se transforma a cada
movimento”.
O quinto encontro (Unidade V) foi momento de realizar a atividade – “Mãos à
obra”, em que os participantes deveriam formular a produção de uma atividade
pedagógica para ser desenvolvida com os alunos no moodle, de acordo com os
estudos desenvolvidos até o momento. Essa atividade foi proposta no sentido de
estimular o participante elaborar um plano de aula relacionada à sua disciplina,
apresentando o conteúdo a ser trabalhado, os objetivos pedagógicos e escolha de
uma ferramenta do moodle que foi estudada para desenvolver na aula com os
alunos.
No sexto encontro (Unidade VI) os participantes inseriram no moodle a
atividade pedagógica desenvolvida, momento também que discutiram e analisaram
a experiência vivenciada na atividade pedagógica desenvolvida com os alunos.
Durante os encontros os participantes relataram a experiência e apontaram os
aspectos pedagógicos e limitadores das ferramentas utilizadas por eles: o fórum e o
diário foram considerados como as ferramentas mais simples de usar com os
alunos. O diário foi elogiado devido à possibilidade de atender individualmente o
aluno, sem que seja pressionado e constrangido com a intervenção feita pelo
professor, constituindo-se assim como uma possibilidade pedagógica.
O glossário foi muito elogiado pelos participantes, devido a se configurar
como um “arquivo” de significados e conceitos, que a qualquer momento pode ser
inseridos novos conceitos e terminologias. As autoras Santos e Araújo (2009, p. 240)
enfatizam o “uso da interface glossário como canal de produção, disponibilização e
socialização coletiva de conteúdos abertos”. Este também foi considerado pelos
participantes como uma possibilidade.
A ferramenta que foi citada por apresentar mais complexidade é a wiki, pela
dificuldade de escrever colaborativamente, já que o trabalho colaborativo necessita
de análise crítica e ativa dos alunos e professores. Segundo a percepção dos
participantes, a educação presencial ainda é limitada em relação à construção de
textos colaborativos. Esta foi considerada como uma ferramenta limitadora pela
configuração que se apresenta. Porém, os mesmos reconhecem o potencial
pedagógico da wiki, como uma ferramenta eficaz no processo de ensino e
aprendizagem, faltando familiarizar-se com a mesma.
Foi no sétimo e último encontro (Unidade VII), que aconteceu a realização da
técnica grupo focal. O grupo se reuniu e escolheu entre eles um moderador, que foi
responsável por fazer a leitura de cada dimensão analisada. Fez-se uso de cartões
que sinalizam os conceitos: vermelho, amarelo e verde, que, atribuíam o valor de
regular, bom e ótimo, respectivamente. Todas as dimensões foram avaliadas com os
cartões verdes, aferindo valor ótimo à implementação. A discussão do grupo será
transcrita de acordo com os tópicos de discussão abordados:
Dimensão 1 – O curso te proporcionou uma experiência significativa de
aprendizagem?Nesta questão foi possível identificar três categorias: limites,
significativa e significativa com ressalvas.
Duas participantes identificaram limites, conforme relatam:
Professora 4:“teve momentos que os recursos, os computadores, a internet não estava adequada”; Professora 5: “tenho um pouco de resistência, tenho dificuldade, mas eu acho que é muito importante essa interação entre professor e aluno com essa nova plataforma”.
A docente 4 apresenta enfrentamento dos problemas de caráter de
infraestrutura. É inegável a importância de recursos econômicos, investimentos
públicos, em acesso a internet com capacidade compatível ao uso em sala de aula,
adequação de laboratórios de informática e aquisição de aparatos tecnológicos.
Outro aspecto limitante, conforme pode ser percebido no depoimento da
professora 5, é de ordem de investimento público referente a formação continuada
docente que aborde a incorporação das tecnologias digitais “com finalidade de tornar
mais eficientes e produtivos os processos de ensino e aprendizagem, aproveitando
os recursos e possibilidades que tais tecnologias oferecem” (COLL; MAURI E
ONRUBIA, 2010, p. 87).
A declaração da professora5 demonstra o que Coll; Mauri; Onrubia (2010)
discutem em sua produção teórica, sobre as expectativas e discursos em relação ao
uso das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, que estão muito longe
da realidade do que realmente acontecem nas escolas e sala de aula. Para tanto,
faz-se necessário investir, de forma profunda, em formações que permitam aos
professores mais do que ler textos ou ouvir um palestrante.
Os professores de maneira geral apresentam atitudes positivas frente à
incorporação das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem e
reconhecem as suas responsabilidades relativas à receptividade às tecnologias
digitais na prática pedagógica. De acordo com Mauri e Onrubia (2010, p.118), os
docentes devem “aprender a dominar e a valorizar, não é só um novo instrumento ou
um novo sistema de representação do conhecimento, mas uma nova cultura de
aprendizagem” (MAURI E ONRUBIA, 2010, p.118).
Três participantes (professoras 2, 3 e 6) afirmam que os encontros
proporcionaram experiência significativa de aprendizagem ao proporcionar muitas
possibilidades e bons resultados.
Como exemplo a docente 3 afirma que o moodle apresenta inúmeras
possibilidades pedagógicas, como: interatividade entre docentes e alunos; qualidade
e quantidade da difusão de conhecimentos acessados em bibliotecas digitais com
maior rapidez; edição digital que dá liberdade em criar seus próprios textos digitais,
material didático, inserir imagens e vídeos; discussões e compartilhamentos de
conteúdos por meio das interfaces, como, fóruns, chats, wikis, entre outros.
Para a professora 6, o moodle pode propiciar aos alunos experiências mais
interessantes e significativas de aprendizagem, e o docente também pode vivenciar
uma prática pedagógica mais ativa, reflexiva e colaborativa.
Para duas participantes a experiência foi significativa com ressalvas, pois
precisaram comprovar na prática a funcionalidade da ferramenta. Sobre isso
relatam:
Professora 1 –“mas com o aluno, não imaginava que eu ia conseguir fazer isso”; Professora 7 -“nunca tinha formulado “eu pude ver a reação deles [...] “a preocupação deles em escrever” [...] “um cuidado com a escrita, [...] “a plataforma é mais uma linguagem pra eles”.
Tais resultados expressam que, ao vivenciarem uma formação diferenciada,
em que o professor se torna protagonista do processo, eles sentiram-se seguros em
levar a novidade para a sala de aula. Ao incorporar em sua prática de sala de aula o
uso das tecnologias digitais as professoras vivenciaram novas e significativas
experiências no ensinar e aprender. Isso demostra que a formação permitiu aos
docentes pensarem sobre o uso pedagógico de tais ferramentas. Este também pode
ser considerado como o indicador de um possível rompimento de práticas
cristalizadas e a abertura de práticas mais participativas em sala se aula.
O diálogo entre os participantes permitiu compreender que todos de certa
forma perceberam que o moodle se constitui como ferramenta pedagógica capaz de
proporcionar experiências diferenciadas no processo de ensino e de aprendizagem,
uns com mais e outros com menos intensidade.
Dimensão 2 – Os conceitos e as experiências vivenciadas até aqui fizeram
questionar e repensar a prática pedagógica?
Nesta questão dois participantes não responderam.
Nenhum dos participantes afirmou o que exatamente os encontros os fizeram
questionar as suas práticas pedagógicas. A participante 2 foi a única a ressaltar que
o repensar da prática pedagógica deve ser a todo momento no exercício de ensinar,
expressando: “a todo momento nós temos que repensar”. Percebe-se que a mesma
entende a importância de refletir criticamente sobre a prática pedagógica, ou seja,
há necessidade de repensar a sua concepção de ensinar e aprender. Porém, a
resposta foi muito mais um apontamento geral do que uma reflexão da sua prática
individual.
Três participantes apontaram os aspectos positivos que o estudo oportunizou
para pensar a prática pedagógica, ao mencionarem que: “foi inovador” (professora1).
“foi um crescimento profissional” (professora 6); “direcionou o uso do computador,
direcionou a pesquisa” (professora 7)
Mais uma vez aparece no relato da professora 1, indícios que sua experiência
como docente no moodle se encaminhou para um questionamento em relação a
perspectiva pedagógica do uso das ferramentas tecnológicas digitais. Pois,
conseguiu compreender que uso de tais ferramentas vão além, do que já havia
vivenciado até o momento em sua prática pedagógica, tanto que relaciona como
inovação. O uso dessas tecnologias, com planejamento e o objetivos pedagógicos
na aprendizagem pode realmente se constituir em mudança de prática pedagógica,
que possa superar a ideia do uso dos aparatos tecnológicos apenas como recurso
para ensinar, na busca pela superação da lógica da instrução.
A professora 6analisa a formação continuada quando afirma que o estudo
proporcionou um avanço profissional. Por isso a discussão da formação continuada
é importante, pois alguns docentes desejam e necessitam estudos em relação as
possibilidades pedagógicas da ferramentas tecnológicas, explorar as novas formas
de interagir, de criar os matérias didáticos, inserir textos, vídeos e imagens, áudios,
aprender colaborativamente, ou seja, usar todas essas pontecialidades favorecendo
o processo de ensino e aprendizagem.
Diante da reflexão da docente7 é preciso relembrar os apontamentos de Coll;
Mauri; Onrubia (2010) a respeito da incorporação das tecnologias digitais em sala de
aula, que são muito mais um reforço do discurso centrado nas políticas de
desenvolvimento tecnológico, do que efetivamente mudanças ou transformações na
perspectiva de usos pedagógicos destas. Por isso, o redirecionamento do uso das
ferramentas tecnológicas no processo educativo é um aspecto importante para se
discutir nas formações continuada de professores.
A professora 3 usa a seguinte expressão para responder a pergunta:
“professores preparados”. Apesar de não responder diretamente a pergunta, a fala
da professora remete aos estudos que apresentam a preparação do professor como
um aspecto limitante do uso das tecnologias na educação. O que parece ficar
evidente em seu depoimento é que para promover o uso dessas ferramentas em
favor da aprendizagem do aluno os docentes devem estar preparados. Torres
Santomé (2013, p.41), também acredita que tudo “isso nas mãos de professores
bem preparados, possibilitará a transformação de uma instituição tradicionalmente
dedicada a reproduzir informações” [...]
Nessa dimensão observamos que apesar de muitas das manifestações de
respostas não atenderem diretamente ao questionamento, os participantes
apresentaram em seus comentários alguns diferenciais em suas práticas quando
provocados.
Dimensão 3 – O moodle é um ambiente virtual de aprendizagem colaborativo
ao ensino presencial?
Para esse questionamento, três professoras não se manifestaram a respeito e
uma professora apresentou uma resposta distante do que foi elaborado como
pergunta, “não dá para ficar esperando a sala ideal”. Isso nos leva a refletir que não
houve compreensão da pergunta ou o questionamento não teve o enfoque
necessário por parte do moderador.
Já para a professora 3: “é perfeitamente aplicável na educação presencial”. O
relato da professora 7 complementa a afirmação apresentada acima ao apontar que
“o moodle permite inclusive o incentivo a pesquisa de verdade, não só ficar copiando
as coisas do livro”.
Em relação ao moodle ser considerado aplicável no ensino presencial, é
destaque aqui, pois, a implementação deste é uma realidade nova na escola e
diante dessa afirmação, acreditamos que essa ferramenta tecnológica digital possa
fazer parte da prática pedagógica dos docentes inseridos nesta comunidade escolar.
Isso pode representar um salto qualitativo no processo educativo desta instituição.
Coll; Mauri; Onrubia (2010) contribuem na análise da resposta da professora, no
sentido, de que não se trata de utilizar as tecnologias para fazer as mesmas coisas
com maior rapidez e facilidade, mas sim, proporcionar novas formas de ensino e
aprendizagem que não seriam possíveis sem as mesmas.
Nessa dimensão destaca-se o aspecto limitante na afirmação da professora
4ao expressar que: “mas tem muito que avançarmos”. Essa afirmação pode ser
compreendida diante das discussões teóricas dos autores Coll; Mauri; Onrubia
(2010, p.88), salvos alguns casos, no sentido de que a incorporação das tecnologias
na prática pedagógica como possibilidades de experiências significativas de
aprendizagens é uma realidade distante pela rigidez e pelas restrições
organizacionais e curriculares, que são incompatíveis com o processo educativo.
Dimensão 4 - O moodle se constitui como ferramenta pedagógica capaz de
proporcionar experiências diferenciadas no processo de ensino e de aprendizagem?
Essa dimensão foi em que menos os professores se manifestaram. Ao todo
quatro participantes não deram suas contribuições e isso gerou uma necessidade de
análise. Alguns motivos podem ter levado os participantes a não responderem o
questionamento, como o fato de que as reflexões muito próximas do contexto
discutido na questão anterior, ou que dificuldades na interpretação da pergunta; a
condução das questões pelo moderador de forma solta, sem que dúvidas fossem
sanadas ou a falta de estratégias do mesmo em argumentar e focar na discussão;
outras hipóteses referem-se ao fato da descontração nesse momento da atividade
ou cansaço, e até mesmo a falta de comprometimento com o momento e interesse
pelo assunto abordado. Não cabe fazermos julgamentos e sim levantar hipóteses
que possam servir de análises para futuros trabalhos.
Em relação ao silêncio apresentado por alguns participantes foi possível
verificar que: uma professora respondeu apenas a primeira dimensão, uma
professora deixou de responder somente a segunda dimensão, outra docente
apenas não participou da quarta dimensão e duas professoras não participaram da
terceira e quarta dimensões.
Duas participantes encaminharam suas discussões a respeito do papel do
professor em relação às tecnologias e o processo ensino e aprendizagem. Seus
apontamentos foram voltados para a responsabilidade do professor em conduzir o
ensinar e aprender no ambiente virtual de aprendizagem, com o propósito de
vivenciar experiências diferenciadas tanto alunos quanto docentes.
A professora 2 assim se expressa: “ele vai fazer a mesma mediação com o
computador, vai direcionar, vai orientar e fazer a mediação”. A professora 4entende
que “com a tecnologia porque ele (o professor) vai ser um mediador”.
Entender e admitir o papel do professor é um aspecto muito importante. De
acordo com Vygotsky (1991) o professor tem o papel fundamental no processo
ensino e aprendizagem, pois deve ser o agente mediador no processo de
construção de conhecimento que possibilita diferentes experiências significativas de
aprendizagens aos alunos. Essas experiências sempre devem estar pautadas no
compromisso que o docente tem em oportunizar aos alunos a passagem do saber
empírico ao conhecimento sistematizado.
A professora 7confirma a necessidade de o professor ser o mediador do
processo ao mencionar que “precisa do professor atrás da máquina”, [...] “por isso
que não tira o professor da função”. A afirmação da professora demonstra uma
preocupação que rodeia as discussões a respeito da incorporação das tecnologias
digitais no processo educativo, no sentido de entender que não é a ferramenta que
vai proporcionar resultados ou experiências diferenciadas, mas os tipos de “uso” que
se faz destas ferramentas.
Mauri; Onrubia (2010) identificam como o papel mais importante do professor
em ambientes virtuais de aprendizagem “é o de mediador, entendido como alguém
que proporciona auxílios educacionais ajustados à atividade construtiva do aluno,
utilizando as TIC para fazer isso” (p.129 e 133).
A experiência vivenciada durante a implementação do projeto proporcionou
observar e analisar o uso das tecnologias digitais no ambiente escolar sobre vários
aspectos limitantes: a falta de investimentos públicos em relação infraestrutura
educacional para que as tecnologias façam parte efetivamente no processo de
ensinar e aprender; formação docente limitada aos conceitos técnicos oferecidos
nos cursos de formação continuada, e o não desenvolvimento de cursos, oficinas e
estudos que abordem também as ferramentas e os seus objetivos pedagógicos e a
formação inicial que não respalda o docente em formação para o uso técnicos e
pedagógicos das ferramentas digitais disponíveis.
Em relação à perspectiva de minimizar os aspectos limitadores, as condições
de trabalho do profissional da educação e os investimentos na infraestrutura escolar
devem sempre fazer parte das discussões e reivindicações das comunidades
escolares.
Considerações finais
Com o olhar voltado para a prática educativa, esse artigo buscou
compreender quais os limites e possibilidades na implementação do moodle
enquanto ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem no
contexto de uma instituição pública.
A proposta de implementação pautou-se na perspectiva de servir como
ferramenta de mediação dos conteúdos curriculares e das práticas de salas de aula,
em um ambiente virtual de aprendizagem, bem como, na promoção de novas
experiências significativas no contexto pedagógico e não a simples transferência das
práticas existente no ensino presencial para o virtual.
Diante dos resultados obtidos foi possível perceber as possibilidades que o
moodle enquanto ferramenta que pode de contribuir com a mudança de concepções
de ensino e aprendizagem. Os professores participantes da formação enfatizaram as
possibilidades pedagógicas dessa ferramenta e reconheceram o moodle como um
ambiente potencializador de práticas que proporcionam diferentes experiências.
Durante a formação foi possível identificar como limites os aspectos
relacionados ao uso da ferramenta digital, entre elas, o laboratório escolar com a
maioria dos computadores sem funcionamento devido a falta de verba para
manutenção necessária, internet incompatível com a capacidade ideal para ser
utilizada em sala de aula e a falta de formação continuada que oportunize
conhecimentos pedagógicos das ferramentas para o uso em sala de aula, alinhadas
aos conhecimentos técnicos, aos conteúdos e objetivos das disciplinas.
A formação continuada, mesmo diante de adequações devido ao calendário
escolar de 2015, foi um espaço de discussão e construção de conhecimento a
respeito do uso das tecnologias digitais. Dentro de uma perspectiva de superação
da prática de transmissão do conhecimento de forma unilateral e linear, o estudo do
moodle priorizou a aprendizagem colaborativa e, não a simples transferência das
práticas existente no ensino presencial para o virtual.
Foi possível compreender que as possibilidades do moodle enquanto
ferramenta pedagógica no processo de ensino e aprendizagem apresenta
possibilidades que favorecem o seu uso no ambiente educacional presencial.
Entretanto, essas possibilidades encontram barreiras nos aspectos limitantes
discutidos até o momento.
Sem pretender formular cartilha ou manual de possibilidades pedagógicas
direcionadas aos professores, estudar algumas ferramentas permitiu colaborar para
o desenvolvimento da implementação do moodle na comunidade escolar em
questão, bem como propor iniciativas complementares de leituras e pesquisas que
busquem fornecer subsídios técnicos e pedagógicos aos docentes em relação à
utilização das tecnologias digitais no processo ensino e aprendizagem.
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