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OS DESAFIOS DA ERA DA COLABORAÇÃO E DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
No Brasil ainda se usa a expressão “Sociedade da Informação” de uma maneira genérica, até mesmo imprecisa. Sociedade da Informação: os desafios da era da colaboração e da gestão do conhecimento propõe um enfoque mais elaborado: compreender essa expressão como um produto de diversas ações articuladas por políticas e agências específicas em cada país ou regiões econômicas. Os projetos de Sociedade da Informação já imprimem o perfil do século XXI aos países desenvolvidos e aos emergentes. Uma rápida passagem pela Coréia, Japão e Europa e encontraremos suas iniciativas de Sociedade da Informação integrando simultaneamente inovações tecnológicas, novos desenhos de colaboração e competição entre empresas (redes de negócios e desenvolvimento), programas de inclusão digital para setores de risco, políticas de colaboração internacional e, principalmente, experiências de desen-volvimento de capital humano.Nesse ambiente, o conhecimento se torna a principal ferramenta e deve ser gerenciado como o principal ativo da empresa. Isso implica repensar os paradigmas de gestão e introduzir modelos de compartilhamento de informações e projetos com base em competências bem definidas de fornecedores e parceiros. A gestão estratégica do conhecimento obtido nestes termos constitui a base das empresas na Sociedade da Informação.Este livro tem início pela síntese das principais experiências de implementação de Sociedade da Informação, a saber: americana, européia e asiática. Discute as diferenças de concepção de agenda e de integração dos principais atores (universidades, empresas e governo) inclui as possibilidades do conhecimento na Era Digital nas empresas, revê a revolução digital e seus impactos — a importância da Internet e dos negócios eletrônicos relacionados às redes de colaboração (fornecedores, parceiros e ferramentas de relacionamento com o cliente) — e define a importância do processo de digitalização do conhecimento e da convergência tecnológica.
APLICABILIDADE:Este livro pode ser utilizado nas disciplinas: Sociologia (para os cursos de Administração, Tecnologia e Engenharia), Organizações do Conhecimento, Gestão do Conhecimento, Gestão da Tecnologia e Informação, Relações Internacionais e Gestão Estratégica da Informação.
Antônio Geraldo da Rocha Vidal • César Alexandre de SouzaEduardo P. G. de Vasconcellos • Isabel de Meiroz Dias • Ludovino Lopes
Marcus Paredes • Nicolau Reinhard • Ronaldo Zwicker • Thais Amadei Pegoraro(Autores)
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SOCIEDADE DA INFORMAÇÃOOS DESAFIOS DA ERA DA COLABORAÇÃO
E DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
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SOCIEDADE DA INFORMAÇÃOOS DESAFIOS DA ERA DA COLABORAÇÃO
E DA GESTÃO DO CONHECIMENTO
Demerval L. PolizelliAdalton M. Ozaki
(Organizadores)
Antônio Geraldo da Rocha Vidal César Alexandre de Souza
Eduardo P. G. de Vasconcellos Isabel de Meiroz Dias
Ludovino Lopes Marcus Paredes
Nicolau Reinhard Ronaldo Zwicker Thais Amadei Pegoraro
(Autores)
ISBN 978-85-02-06071-5CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
S662
Sociedade da informação : os desafios da era da colaboração e da gestão do conhecimento / Demerval L. Polizelli [e] Adalton M. Ozaki, organizadores ; Adalton M. Ozaki... [et al.]. - São Paulo : Saraiva, 2008.
Inclui bibliografiaISBN 978-85-02-06071-5
1. Sociedade da informação. 2. Gestão do conhecimento. 3. Tecnologia da informação - Administração. 4. Redes de informação. I. Polizelli, Demerval L. (Demerval Luiz). II. Ozaki, Adalton Masalu.
07-2738. CDD: 658.4038 CDU : 65.012.45
Copyright © Adalton M. Ozaki, Antônio Geraldo da Rocha Vidal, César Alexandre de Souza, Demerval L. Polizelli, Eduardo P. G. de Vasconcellos, Isabel de Meiroz Dias, Ludovino Lopes, Marcus Paredes, Nicolau Reinhard, Ronaldo Zwicker, Thais Amadei Pegoraro.
2008 Editora SaraivaTodos os direitos reservados.
Diretora editorial: Flávia Helena Dante Alves BravinEditores: Marcio Coelho Rita de Cássia da Silva Frederico MarchioriProdução editorial: Viviane Rodrigues Nepomuceno Juliana Nogueira LuizAquisições: Eduardo Viegas Meirelles VillelaArte e Produção: Know-how EditorialCapa: Know-how/Juliana Midori Horie
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Saraiva.A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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SOBRE OS AUTORES
Adalton M. Ozaki
Mestre e Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Adminis-
tração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), é professor e coorde-
nador do curso de Administração da Faculdade de Informática e Administração Paulista
(Fiap). Tem publicado pesquisas em congressos nacionais e internacionais nos temas de
inovação, gestão da tecnologia e negócios eletrônicos e atua há mais de 15 anos no setor de
tecnologia da informação e atualmente é sócio-diretor da ADF Consulting.
Antônio Geraldo da Rocha Vidal
Mestre e Doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administra-
ção e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), é professor da FEA-USP e
coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA). Ministra cursos
de MBA na área de Tecnologia da Informação e Internet. É autor de livros sobre a lin-
guagem Clipper e FoxPro para desenvolvimento de sistemas aplicativos e consultor de
empresas nas áreas de informática e internet.
Cesar Alexandre de Souza
Doutor e Mestre em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Con-
tabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e Graduado em Engenharia de Produ-
ção pela Poli-USP. Tem experiência na área de Administração de Sistemas de Informação,
trabalhando principalmente com os seguintes temas: Gestão da Tecnologia de Informa-
ção, Sistemas ERP, Informatização de Pequenas e Médias Empresas e Governo Eletrônico.
Publicou artigos em periódicos especializados, diversos trabalhos em anais de eventos,
possui seis capítulos e um livro organizado (Sistemas ERP no Brasil). Apresentou traba-
lhos em congressos internacionais nos Estados Unidos, Peru, Canadá, Espanha, Porto
Rico, Portugal, Venezuela e México. Foi coordenador da área de Administração da Tecno-
logia de Informação nas Empresas (ADI-A) do Enanpad durante a gestão de 2005 a 2006
e é professor da FEA-USP.
Demerval Luiz Polizelli
Pós-Doutor em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo (FEA-USP). É coordenador de iniciação científica da Fiap-SP,
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
economista (PUC-SP), sociólogo (FFLCH-USP), especialista em Comunicação Social pela
ECA-USP, Mestre em Ciências Ambientais pela USP e Doutor em Sistemas de Apren-
dizagem pela Unicamp. Participou de congressos nacionais e internacionais (Altec) e é
profissional da área de treinamento.
Eduardo P. G. de VasconcellosProfessor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universi-
dade de São Paulo (FEA-USP) na área de gestão da Inovação Tecnológica. MBA (Estados
Unidos) e Doutor em Administração pela USP. Possui mais de cem publicações nessa área
no Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Japão, México, França, Canadá, Dinamarca e
Chile. Pesquisador visitante junto ao Technology Institute da Northwestern University (Es-
tados Unidos) e consultor em gestão da inovação tecnológica junto à ONU (Viena), HPO
(Estados Unidos), Mercedes Benz, Corn Products, Rhodia, Banco Itaú, Wahler, Cosipa,
Cia. Vale do Rio Doce, Aracruz e outras.
Isabel de Meiroz DiasCursa doutorado em Administração na Faculdade de Economia, Administração e Conta-
bilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). É Mestra e Graduada em Administra-
ção pela FEA-USP e atua na área de tecnologia de informação aplicada às organizações
desde 1995, tendo trabalhado na Reuters e AgênciaClick e atendido clientes como Multi-
brás, C&A, Correios, Caixa Econômica e Comgás. Como consultora, atua na Fundação
para o Desenvolvimento Administrativo (Fundap) e Fundação Instituto de Administra-
ção (FIA). Lecionou no Ibmec, Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e Faculdade
de Informática e Administração Paulista (Fiap). Desde Março de 2006 é diretora de Pla-
nejamento na OgilvyOne.
Ludovino LopesAdvogado graduado em Direito Civil pela Universidade Clássica de Lisboa, atuante com
especialização nas áreas de Direito Comunitário Europeu, Direito Internacional Privado
e Tecnologia da Informação. Foi membro docente da Escola Maria Lamas em Portugal na
cadeira de informática, atualmente é vice-presidente da Câmara-e.net e coordenador do
Comitê de Documentação Eletrônica dessa câmara, coordenador do Grupo de Cultura
Digital do Conselho Regional de Administração de São Paulo e sócio da Menezes e Lopes
Advogados, sociedade de advogados com sede em São Paulo e escritórios em Lisboa e
Milão.
Marcus ParedesMestre em Direito das Relações Sociais pela PUC-SP, Bacharel em Direito pela Universida-
de da Amazônia, Bacharel em Processamento de Dados pela Universidade Federal do Pará.
Pós-graduação lato sensu em Engenharia de Software pela UFPA, em Direito Processual
Sobre os Autores
Civil e em Direito dos Contratos pelo Centro de Extensão Universitária de São Paulo. Ad-
vogado em São Paulo atuante na área de Direito Empresarial e Direito Digital.
Nicolau Reinhard
É professor associado e coordenador da Área de Informática e Métodos Quantitativos
no Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Con-
tabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), além de coordenador do MBA em
Gestão de Tecnologia de Informação da Fundação Instituto de Administração (FIA). Seus
interesses profissionais e de pesquisa estão relacionados com a Gestão de Tecnologia da
Informação na Administração Pública, Informática e Sociedade e Implementação de
Sistemas.
Ronaldo Zwicker
Professor do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Doutor em Administração de
Empresas pela FEA-USP e Mestre em Matemática Aplicada pelo Instituto de Matemá-
tica e Estatística (IME) da USP. Engenheiro Químico pela Escola Politécnica da USP e
pesquisador da área de informática e administração com inúmeros trabalhos científicos
publicados em periódicos e anais de congressos nacionais e internacionais.
Thais Amadei Pegoraro
Pós-graduação lato sensu em Direito de Propriedade Intelectual pela Fundação Getúlio
Vargas de São Paulo e em Direito Processual Civil pela Faculdade Autônoma de Direito de
São Paulo (Fadisp-SP). Advogada em São Paulo, atuante na área de Propriedade Intelectu-
al e Direito Digital, formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Contato com os autores:
PREFÁCIO
A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NA ERA DIGITAL
A informação é hoje, como sempre foi desde os mais primórdios tempos imemoriais,
o maior bem que o homem usufrui, antecedido apenas pela a própria vida. Para o ser
humano, na verdade, a informação define-o, pois está em sua essência — por meio da
consciência de si próprio e de sua existência, o que lhe confere propósito e, como con-
seqüência, a habilidade de manipular e gerir informação a ser usada no processo de
sobrevivência, preservação e evolução.
Contar a história é o exercício de descrever e analisar o que nos foi deixado de
informação sobre cada período, mas, principalmente, o seu uso, suas formas de dis-
tribuição e o poder dela advindo, já que a medida da evolução humana é dada pelos
diferentes estágios de domínio da informação como conhecimento. É nesse sentido
que conseguimos diferenciar nossa atual “Sociedade da Informação” das anteriores,
marcada não apenas pelo volume virtualmente infinito de informação a que temos
acesso, mas, sobretudo, pela democratização das mídias, o que permite sua geração e
ampla difusão de forma descentralizada, revolucionando a história da informação e,
por conseguinte, de toda a humanidade. Devemos ao desenvolvimento das chamadas
Tecnologias da Comunicação e Informação (TCIs) o principal motor dessas profundas
e emblemáticas transformações ocorridas nas últimas décadas, sendo a internet a mí-
dia de convergência que, de fato, possibilita essa revolução sem precedentes.
Na verdade, a internet, ainda em seus primórdios, começa agora a mostrar a ver-
dadeira dimensão de sua importância e a colocar em prática o seu verdadeiro potencial,
por meio do crescimento acelerado da base de usuários de banda larga em praticamen-
te todo o mundo. Com acesso mais rápido e mais barato, indivíduos e organizações
vêem multiplicarem-se os recursos disponíveis na internet para inúmeras atividades,
do mero envio de e-mails a uma lista crescente de ferramentas voltadas para os mais
diversos fins, inserindo-se na vida das pessoas de tal forma que se torna essencial para
a compreensão do mundo de hoje.
Nesse sentido, acreditamos, estamos nos primórdios do que devemos chamar de
era digital — como evolução da era industrial — marcada pelas tecnologias digitais,
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
que revolucionam a percepção e a atuação humanas sobre o mundo, criando uma
nova e impressionante dimensão “virtual” a partir da qual o “real” passa a ser revisto
(“visto de outra ótica”), repensado e reformulado. Ou seja, conforme propomos nos-
sa eterna “Sociedade da Informação e do Conhecimento” é, hoje, determinada pela
crescente onipresença e influência das novas tecnologias e da internet, que devemos
contemplar para entender o presente e o futuro da humanidade.
No plano prático, os negócios eletrônicos lideram as transformações culturais e
operacionais impostas pela emergência das tecnologias digitais e da internet em todos
os setores da economia, obrigam-nos a uma revisão radical das regras e práticas desen-
volvidas ao longo do século passado, sob pena de nos defasarmos e perecermos como
empresários e profissionais, por um lado, e mesmo como usuários e consumidores,
por outro. Nesse contexto, o conceito de inclusão digital deve assumir o seu sentido
mais amplo, não representando apenas a possibilidade de acesso ao computador e à
internet, mas a capacidade de compreendermos, absorvermos e vivermos sob a influên-
cia de uma nova cultura — a cultura digital, com seus paradigmas, idiossincrasias e
implicações em nossas vidas “reais” e “virtuais”.
Diante disso, é muito importante buscarmos contemplar “a floresta” e não apenas
“as árvores”, enxergando a digitalização da sociedade de forma estratégica e abrangen-
te, como cultura e sistemática de modernização de processos de gestão, em busca de
mais eficiência, transparência, inovação, produtividade e competitividade em todos os
níveis. Na era digital, quanto mais incluídas digitalmente em suas culturas e práticas,
mais capacitadas serão as organizações para enfrentar os desafios da atualidade e do
futuro. Passa pela compreensão proativa dessas questões o ritmo de desenvolvimento
que diferenciará empresas, organizações e países nos próximos anos. Quanto mais
entendermos o impacto do digital, melhores serão nossas estratégias de sinergia entre
o on e o off-line de nossos empreendimentos.
Feita essa digressão inicial, podemos, novamente, destacar o acelerado crescimen-
to dos negócios eletrônicos e sua importância para empresas, governos e mercado
como um todo. Pautada cada vez mais pelas novas tecnologias e pela economia digi-
tal, a “economia convencional” está cada vez mais complexa e dinâmica, em que os
desejados ganhos de produtividade e a otimização de recursos, bem como inovadoras
plataformas de comunicação, se tornam diferenciais competitivos fundamentais. Nos
dias de hoje, não basta apenas comprar e vender; o ideal é articular diferentes for-
mas de relacionamento, ampliando o nível de interação com funcionários, parceiros,
representantes, consumidores, clientes, mercado, instituições e sociedade em geral.
Prefácio
A percepção quanto à imagem e à reputação de uma empresa dependem, de forma
crescente, de sua habilidade e domínio sobre essa cultura digital, suas oportunidades
e riscos.
Hoje, por exemplo, a internet é muito mais importante como veículo de forma-
ção de opinião e de decisão de compra do que apenas como canal de compra e venda.
Embora à primeira vista pareça paradoxal, a internet continuará impactando, ainda
por um bom tempo, muito mais os negócios off-line do que os negócios on-line. Ou
seja, mesmo que o comércio eletrônico tenha crescido anualmente, em média, no Bra-
sil, mais de 50% nos últimos cinco anos, a internet influencia o fechamento de mais
negócios em outros canais, principalmente o presencial, em escritórios, lojas e estabele-
cimentos comerciais, nas ruas, edifícios e shoppings do País. Para cada operação co-
mercial efetivamente realizada em uma loja virtual, a internet é diretamente respon-
sável por pelo menos cinco outros negócios decididos on-line, mas fechados de outra
forma. Nos Estados Unidos, o índice é ainda mais alto, chegando a nove para um. Isso
quer dizer que, em 2006, no mercado brasileiro, enquanto as vendas eletrônicas de
bens e serviços (incluindo bens de consumo, passagens aéreas, automóveis, produtos
financeiros e outros) ao consumidor final movimentaram mais de R$ 15 bilhões, a
internet foi diretamente responsável por negócios off-line, no varejo, de pelo menos
R$ 75 bilhões, aqui sem incluirmos os chamados B2B, e-Gov, e-Banking e outras áreas
de grande desenvolvimento nos últimos tempos.
Dessa forma, cabe-nos destacar, ainda, uma nova transformação que está em cur-
so e cuja dimensão apenas começamos a vislumbrar. Trata-se do que se convencionou
chamar de Web 2.0. Embora o conceito ter sido criado em 2004, pelo consultor e
agitador tecnológico Tim O’Reilly, para designar uma série de conferências realiza-
das em São Francisco, Califórnia, sobre o crescimento de uma então nova geração de
serviços e plataformas on-line, na verdade, o evento que, para mim, marca o começo
emblemático dessa nova era, sem dúvida, é a compra do YouTube pelo Google por
US$ 1,6 bilhão, no dia nove de outubro de 2006. Além de um dos maiores negócios já
realizados por empresas de internet, a aquisição aponta, de forma inquestionável, que
o seu futuro passa, necessariamente, pelo aumento da disponibilização e do consumo
de recursos de áudio e vídeo, de forma generalizada, transformando sua “cara” e a
maneira como dela fazemos uso.
A Web 2.0, com certeza, também compreende outras características inovadoras, como
aquelas oferecidas pelas redes e comunidades sociais e empresarias (como MySpace, Orkut,
LinkedIn, OpenBC e o portal brasileiro Peabirus), pelos sistemas colaborativos wiki e por
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
meio da crescente geração e difusão de conteúdo pelos próprios usuários (Wikipedia, o
próprio YouTube, blogs, podcasts e o jornal coreano OhMyNews), pelos sites de com-
partilhamento de arquivos peer-to-peer (marcados pelo pioneirismo do Napster, acu-
sado, como os demais, de facilitar o desrespeito à propriedade intelectual), pelos pa-
cotes de serviços web-based, dispensando os programas computer-based (ThinkFree,
CentralDesktop, HipCal, Goffice, Google Calendar, EyeOS e Goowy Media, entre tantos
outros exemplos nas mais diferentes áreas) e pelos sites de folksonomy, bookmarking
e mashups, que permitem o armazenamento, publicação e edição de arquivos em vá-
rios formatos, bem como a criação de páginas iniciais personalizadas (como Flickr e
Zoomr, para fotos; Pandora e Yahoo!Music, para áudio; JumpCut, para vídeo; Deli.icio.
us, Blinklist, Digg, SuprGlu e o brasileiro Wasabi).
Como se comunicar com esse consumidor que passeia on-line e compra off-line?
Como fazer com que comprem mais digitalmente? Como promover as vendas eletrô-
nicas sem “canibalizar” as lojas físicas e se indispor com seus funcionários? Pelo con-
trário, como usar a internet para também potencializar a visitação e os negócios nas
lojas físicas e também nos call-centers? Como se diferenciar da concorrência, se co-
municar e se relacionar com o mercado, fidelizar os clientes, entender os seus hábitos
e preferências para poder lhes oferecer mais e melhores produtos e serviços, cada vez
mais pertinentes e em sintonia com suas demandas e interesses? Como ter sucesso
on-line? Como continuar em atualização constante, não perder espaço e se manter
competitivo nesse mercado cada vez mais complexo?
Algumas dessas respostas podem ser encontradas neste compêndio com outras
questões importantíssimas que pautam e pautarão as discussões sobre gestão empresa-
rial nos próximos anos. Na verdade, para muitas dessas perguntas — e para tantas outras
que podemos fazer sobre o futuro da internet e dos nossos empreendimentos — não
há respostas prontas ou pré-formatadas. Mas este livro cumpre o seu objetivo, trazen-
do-nos conhecimento, informações e referências que, com certeza, servirão como base
para o endereçamento de questões presentes e futuras para uma melhor compreensão
do que vem acontecendo nos últimos tempos. Vamos ter que continuar desbravando
esse ciberespaço “meio que na raça”, tateando, acertando e errando, em um empirismo
digital e neural, potencializado pelas leis de Metcalf e Moore, bem como, na prática,
pelas centenas de milhões de internautas que se conectam à internet a cada novo dia.
A única grande certeza que temos é de que, nos próximos anos, a importância e a in-
fluência da internet aumentarão exponencialmente, atingindo cada vez mais pessoas,
direta e indiretamente, on e off-line.
Prefácio
Nesse contexto, o “não haverá vida fora da internet”, como vaticinou Bill Gates de
forma profética, ainda que exagerada, vale mais do que pura retórica marqueteira. Mais:
não haverá negócios que não passem pela internet; não sobreviveremos como empreen-
dedores e profissionais se não compreendermos como usá-la a nosso favor, se não “ins-
talarmos” essa nova cultura em nossa visão e práticas e se não entendermos que a nossa
“Sociedade da Informação” é, hoje, profundamente marcada pela era digital.
Fazendo um upgrade na profecia de Bill, “não haverá vida fora da Web 2.0”!
Cid Torquato
Advogado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP),
com especialização em Direito Empresarial. Fundou e dirigiu a Câmara Brasileira
de Comércio Eletrônico por cinco anos. Atualmente, trabalha como consultor,
especializado em Economia Digital, e dirige a SAdigital.TV,
referência no mercado de WebTV corporativa.
Sobre os Autores xv
APRESENTAÇÃO
Pensar o século XXI a partir dos novos desafios da era digital foi o ponto de partida
para este livro. Retomando o prefácio de Cid Torquato, é necessário rever as práticas e
o conhecimento do século passado que ainda permeiam a visão de negócios no Brasil.
Dois passos fundamentais nessa direção: compreender a Sociedade da Informação e a
sua integração com a gestão do conhecimento.
A Sociedade da Informação (SI) é um dos processos mais importantes em andamento
no mundo. Apesar de sua importância crescente, ela tem sido pouco discutida no Brasil.
Em primeiro lugar, a SI não é um produto espontâneo; foi discutida desde os anos 1960
nos Estados Unidos e, posteriormente, nos anos 1990 articulada por diversas iniciativas da
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — workshops sobre
Sociedade da Informação —, da União Européia (e-Europe), da Coréia (e-Korea 2006),
do Japão (Livros Brancos — Informação e Comunicação). Por esse motivo, os projetos
desenvolvidos estimulam a formação de redes de negócio e pesquisa com ações de com-
partilhamento de conhecimento (ativos intangíveis). Em função disso, a Sociedade da In-
formação não pode ser pensada apenas no plano quantitativo (aumento do número de
computadores), mas no plano qualitativo como a inter-relação de universidades, agências
governamentais e empresas privadas para obter campos de sinergia de resultados sociais e
econômicos na sociedade como um todo.
Ainda a respeito dessa visão qualitativa, as experiências de Sociedade da Informação
aqui relatadas avançam na direção de diferentes concepções de agenda e papéis dos prin-
cipais atores. Na formulação das agendas destacam-se os esforços para formação e desen-
volvimento de competências em diversas áreas. Essas passam a ser consideradas as bases
sustentáveis da competitividade dos países e/ou regiões. Os projetos de Sociedade da Infor-
mação interagem com os sistemas de inovação como no caso da Comunity Research Develo-
pment Information Services (Cordis) e de outras agências de fomento vistas neste trabalho.
A introdução ao tema foi divida em três capítulos, cada um para as principais ex-
periências: a proposta européia é mais institucional, a americana privilegia as empresas
privadas, e as asiáticas reforçam o papel do Estado na formação de cadeias de negócio.
O quarto capítulo dá continuidade às diversas formas de repensar o conhecimento
na era digital nas empresas. Discute a revolução digital e seus impactos, a importância
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
da internet (inclusive da Web 2.0), dos negócios eletrônicos relacionados à tendência
de colaboração entre os diversos participantes (rede que envolve desde fornecedores
e parceiros até visões de gestão com a resposta eficiente ao consumidor e ferramentas
de relacionamento com o cliente), da importância do processo de digitalização do
conhecimento e da convergência tecnológica.
O quinto capítulo volta-se para o governo eletrônico e contribui para uma visão
de como constituir o ambiente de integração ao conceituar o governo eletrônico com
a aplicação de tecnologia da informação para o desenvolvimento nacional. Essa visão
contribui para o ambiente de intercâmbio de conhecimento, identificado desde o iní-
cio do texto, e para uma governança socialmente inclusiva. Aborda também o uso de
tecnologias digitais para as funções típicas de governo como o controle do orçamento,
governo em rede com aplicação de governo para governo (G2G), um breve histórico
da informática pública brasileira, apoio aos programas sociais de inclusão digital, ex-
periências nacionais e internacionais.
O sexto capítulo aborda os desafios legais para as mudanças de paradigmas reque-
ridas pela era digital. As mudanças na Sociedade da Informação envolvem direitos so-
bre a produção e uso do conhecimento com uma velocidade inédita, novas demandas
são colocadas na elaboração de contratos, no reconhecimento das obrigações de pa-
tentes e nas questões de governança. A constante inovação de produtos e serviços gera
novos temas para o debate jurídico como os impactos dos processos de contratação
on-line, a confiança para a realização de negócios na web, a responsabilidade civil no
ambiente digital, o respeito ao consumidor no comércio eletrônico, as novas tendên-
cias na área de direito autoral e propriedade intelectual na Sociedade da Informação.
O sétimo capítulo incorpora ao livro a preocupação com indicadores relacionados
ao uso de tecnologia nas empresas. Destaque-se a metodologia proposta pelos autores
que já é empregada na pesquisa i-Digital que envolve a Faculdade de Economia e Admi-
nistração da USP e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
A organização dos conteúdos deste livro, escrito por especialistas em suas respec-
tivas áreas, introduz o debate em cinco pontos fundamentais para a compreensão da
era digital: entendimento sobre Sociedade da Informação articulada com as formas de
produção do conhecimento, papéis das empresas privadas, contribuições do governo
eletrônico, revisão do ordenamento legal e construção de indicadores para avaliação
do emprego de tecnologias da informação.
Demerval Luiz Polizelli / Adalton M. Ozaki
Organizadores
Sobre os Autores xvii
SUMÁRIO
Capítulo 1 Sociedade da Informação: iniciando o debate
Demerval Luiz Polizelli
Capítulo 2 Sociedade da Informação e o Papel das Agendas na Europa
Demerval Luiz Polizelli
Capítulo 3 Experiências Asiáticas de Sociedade da Informação
Demerval Luiz Polizelli
Capítulo 4 A Revolução Digital
Adalton Ozaki e Eduardo Vasconcellos
Capítulo 5 Sociedade da Informação e o Ordenamento Jurídico
Ludovino Lopes, Thais Pegoraro e Marcus Paredes
Capítulo 6 Governo Eletrônico e a Sociedade da Informação
Isabel de Meiroz Dias e Nicolau Reinhard
Capítulo 7 Grau de Informatização de Empresas
Cesar Alexandre de Souza, Antonio Geraldo da Rocha Vidal e Ronaldo Zwicker