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OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE CURITIBA
Movimentação do Emprego Formal em Curitiba
2011
Contrato de Prestação de Serviços Nº. 17731/2007 - PMC / DIEESE
FEVEREIRO DE 2012
EXPEDIENTE DA PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE CURITIBA
Prefeito LUCIANO DUCCI
Secretário Municipal do Trabalho e Emprego PAULO BRACARENSE
Superintendente da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego CESAR BASSANI
Departamento de Convênios da Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego JONI CORREIA
EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍS TICA E
ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS - DIEESE
Direção Técnica
Clemente Ganz Lúcio – Diretor Técnico Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento
José Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais Clemente Ganz Lúcio – Coordenador de Pesquisas
Nelson de Chueri Karam – Coordenador de Educação Rosana de Freitas – Coordenadora Administrativa e Financeira
Coordenação Geral do Projeto
Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento Angela Maria Schwengber – Supervisora dos Observatórios do Trabalho
Lenina Formaggi – Técnica Responsável pelo Projeto
Equipe Executora
DIEESE
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Rua Aurora, 957 – Centro – São Paulo – SP – CEP 01209-001
Fone: (11) 3874 5366 – Fax: (11) 3821 2199 - E-mail: [email protected] http://www.dieese.org.br
Observatório do Trabalho de Curitiba Rua Treze de Maio, 778, sala 05
São Francisco – Curitiba – PR – CEP 80010-180 Tel: (41) 3225-2279
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 5
1. PANORAMA DA GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS EM 2011.......................................... 6
2. ANÁLISE DO EMPREGO FORMAL EM CURITIBA POR CARACTERÍSTICAS DOS
VÍNCULOS .................................................................................................................................. 11
3. ANÁLISE DO EMPREGO FORMAL EM CURITIBA POR CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS17
ANEXOS ...................................................................................................................................... 20
APRESENTAÇÃO
O presente relatório, intitulado Movimentação do Emprego Formal de Curitiba
- 2011 faz parte do plano de atividades do Observatório do Mercado de Trabalho,
parceria entre o DIEESE e a Prefeitura do Município de Curitiba (Contrato Nº.
17731/2007 e aditivos). O objetivo do estudo é analisar o comportamento do mercado
de trabalho formal de Curitiba e as características do saldo de vagas gerado em 2011 de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados -
CAGED/MTE.
O relatório encontra-se dividido em três partes, a saber: análise do emprego
gerado mensalmente segundo recortes territoriais; análise do emprego formal em
Curitiba segundo setor e divisão de atividade, tamanho de estabelecimento, família
ocupacional e salários de admissão e desligamento e tempo de emprego; e análise da
movimentação por características individuais: gênero, faixa etária e escolaridade dos
trabalhadores.
1. PANORAMA DA GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS EM 2011
Em 2011, o Brasil gerou 1,56 milhão de empregos formais, dos quais 47,8%
foram do sexo feminino. Em relação a 2010, a geração de empregos foi 26,7% menor –
em 2010, haviam sido criados 2,13 milhões de novos postos formais. É interessante
ressaltar, entretanto, que a participação feminina em 2011 foi significativamente
superior, visto que em 2010 as mulheres haviam sido responsáveis por 42,4% dos
empregos gerados no país (Anexo 1).
Na região Sul foram gerados aproximadamente 296 mil empregos em 2011,
correspondendo a 1/5 do saldo positivo de empregos no Brasil (ou 18,9%). Em relação a
2010, também houve queda na geração de postos e o desempenho do Sul foi 27,7%
inferior em 2011 – em 2010, haviam sido criados pouco mais de 406 mil postos de
trabalho formais na região.
No que diz respeito à movimentação mensal do emprego, em termos de saldo,
percebe-se (Gráfico 1) que o início de 2011 apresentou uma dinâmica mais vigorosa de
criação de vagas que foi arrefecendo ao longo do ano, particularmente no último
trimestre. Em comparação com o ano de 2010, apenas fevereiro e junho tiveram
desempenho superior ao ano anterior no Brasil, e dezembro apresentou um desempenho
praticamente idêntico nos dois períodos. Na região Sul, o desempenho de 2011 foi
superior ao de 2010 somente em fevereiro.
O saldo negativo observado nos meses de dezembro é decorrente de ‘ajustes’
realizados anualmente no mercado de trabalho formal e que podem estar relacionados
tanto ao ciclo produtivo anual quanto à própria conjuntura econômica.
Gráfico 1 Saldo de empregos gerados mensalmente
Brasil e Região Sul, jan/2010 a dez/2011
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
No Paraná, o saldo de empregos formais foi de 112.369 novos postos em 2011,
uma queda de 21,1% em relação ao saldo de 2010. O saldo do Paraná representou
37,9% do saldo positivo da região Sul. O saldo de empregos criados mensalmente foi
mais intenso nos meses iniciais do ano, em que a média mensal foi de aproximadamente
17,2 mil postos (até maio), tendo caído a partir da metade do ano – a média ficou em 10
mil novos postos mensais entre junho e novembro. Em 2010, essa média tinha sido de
18,1 mil mensais entre janeiro e maio e de 13,9 mil mensais entre junho e novembro. Os
meses de dezembro, como já dito anteriormente, historicamente apresentam saldos
negativos.
Gráfico 2 Saldo de empregos gerados mensalmente
Paraná, jan/2010 a dez/2011
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
Em Curitiba, foram criados 31.198 empregos formais em 2011, desempenho
20,3% inferior ao observado em 2010 – ainda assim, superior ao verificado tanto no
Brasil quanto na região Sul. É importante destacar, ainda, que o desempenho mensal
não seguiu a mesma trajetória de arrefecimento das regiões analisadas acima, mantendo
o desempenho mensal bastante similar ao observado em 2010 (Gráfico 3).
Em parte, o desempenho superior de Curitiba (e o seu relativo descolamento das
demais regiões) pode ser creditado à participação extremamente reduzida do setor
agrícola – cujo emprego foi mais atingido ao longo do ano e que guarda forte relação
com o desempenho econômico mundial – e ao expressivo mercado consumidor interno,
que sustenta tanto atividades relacionadas aos Serviços e à Construção civil, quanto à
produção industrial voltada a abastecê-lo. A análise detalhada dos setores de atividade é
realizada na seção 2.
Gráfico 3 Saldo de empregos gerados mensalmente
Curitiba, jan/2010 a dez/2011
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
Ao longo da década de 2000, o saldo de empregos gerados em Curitiba no ano
de 2011 foi o segundo maior, ficando atrás apenas do saldo de 2010 (Gráfico 4). Pode-
se observar, ainda, o ciclo de crescimento mais vigoroso do emprego formal entre 2004
e 2008, e os efeitos da crise econômica internacional em 2009 (apesar de a crise ter sido
deflagrada em setembro de 2008, seus efeitos sobre a economia ocorreram de forma
mais intensa entre o final de 2008 e meados de 2009).
Gráfico 4 Saldo de empregos gerados no ano
Curitiba, 2000 a 2011
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
2. ANÁLISE DO EMPREGO FORMAL EM CURITIBA POR CARACTERÍSTICAS DOS VÍNCULOS
Os Serviços e a Construção civil foram os setores com maior geração de vagas
em 2011. Juntos, foram responsáveis por 20.770 novos postos. Embora os Serviços
sejam o setor com maior número de trabalhadores formais em Curitiba, o que ajuda a
explicar o maior saldo apresentado por esse setor, a Construção civil tem menos
trabalhadores formais do que o Comércio e a Indústria de transformação1, o que torna o
bom desempenho do setor em 2011 ainda mais significativo, já que superou o de setores
substancialmente maiores do que ele próprio.
Em termos absolutos, os Serviços foram o setor com maior saldo de empregos
femininos (6.628) e a Construção civil foi o setor com menor saldo feminino (338)
(Gráfico 5). Em termos relativos, entretanto, o Comércio apresentou a maior
participação feminina (50,7%) e a Construção civil teve a menor (8,1%). A distribuição
do saldo de empregos de 2011 evidencia a concentração do emprego feminino em dois
setores de atividade – Comércio e Serviços, que concentraram 86,8% do saldo positivo
feminino – e a baixa participação nos demais setores.
Gráfico 5 Saldo de empregos formais, por setor de atividade e sexo
Curitiba, 2011
1 Segundo a RAIS 2010.
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE. Nota: foram excluídos os setores da Indústria extrativa mineral, Agropecuária e Administração pública. O saldo desses três setores, somados, foi de 220 novos empregos em 2011.
Em 2010, os Serviços haviam gerado 18.418 novos empregos e o Comércio
havia criado 7.501 novas vagas, desempenho bastante próximo ao da Indústria de
transformação, com 7.449 novas vagas. A Construção civil havia sido apenas a quarta
colocada, com 5.202 novos postos (Anexo 2).
A análise das divisões de atividade2 permite um olhar pormenorizado sobre a
movimentação do emprego em Curitiba. O bom desempenho da Construção civil
reflete-se nas divisões de atividade, já que as Obras de infraestrutura foram a divisão
com maior saldo de empregos no ano – aproximadamente 10% do saldo positivo global
(ou 3.697 vagas) foi gerado nessa divisão. Ainda relacionados à Construção, ainda que
não necessariamente integrantes do setor de atividade, destacam-se os Serviços para
edifícios e atividades paisagísticas (2.156 novos postos e 6º maior saldo) e os Serviços
especializados para construção (1.607 novas vagas e 10º maior saldo).
2 O agrupamento das Divisões CNAE não corresponde strictu sensu aos Setores IBGE – na hierarquia da CNAE, agrupam-se Divisões CNAE em Seções (e não em setores). Mas, uma vez que serão destacadas somente as atividades econômicas, segundo Divisão CNAE, com maiores volumes de admissões e desligamentos, constata-se que as diferenças que eventualmente possam ser encontradas não são estatisticamente significantes. Utilizando os dados desta forma, é possível realizar, a um só tempo, a análise da movimentação no mercado de trabalho formal por uma perspectiva mais agregada (pelos Setores), e também mais detalhada (pelas Divisões CNAE).
O Comércio, segundo maior setor do município em número de empregos com
carteira assinada, teve a divisão de Comércio varejista responsável pelo segundo maior
saldo de vagas (2.893) e o Comércio por atacado com o 8º maior saldo dentre as
divisões (1.791).
Apenas uma divisão de atividade da Indústria de transformação apareceu entre
os 10 maiores saldos do ano, a Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos,
com 2.612 novas vagas (3º maior saldo).
Tanto entre as divisões com maiores saldos quanto no total do emprego gerado
em 2011, a participação masculina foi significativamente superior à feminina (mais de
65% do total).
Tabela 1 Saldo de empregos gerados no ano por sexo e divisão de atividade CNAE
Curitiba, 2011
Divisão CNAE 2.0 Masculino Feminino Total
Obras de infraestrutura 3.478 219 3.697
Comércio varejista 1.439 1.454 2.893
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 2.394 218 2.612
Telecomunicações 1.518 1.031 2.549
Transporte terrestre 1.565 623 2.188
Serviços para edifícios e atividades paisagísticas 636 1.520 2.156
Serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas
1.221 932 2.153
Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 860 931 1.791
Atividades de vigilância, segurança e investigação 1.381 285 1.666
Serviços especializados para construção 1.488 119 1.607
10 maiores 15.980 7.332 23.312
Curitiba (saldo positivo) 23.134 13.728 36.862
Curitiba (saldo total) 20.409 10.789 31.198
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
Em 2010, a divisão de atividade com maior saldo de empregos havia sido o
Comércio varejista, com 5.152 novas vagas, seguido pela Construção de edifícios
(3.682), que não apareceu entre os dez maiores saldos de 2011. O Anexo 3 traz as
informações detalhadas.
No que diz respeito à geração de empregos segundo tamanho de
estabelecimento, as empresas de menor porte foram as grandes responsáveis pelo
aumento do emprego formal em 2011: das 31.198 novas vagas criadas no ano, 20.709
(ou 66,4%) foram geradas em estabelecimentos com até 4 vínculos.
Os grandes estabelecimentos – com 500 vínculos de emprego ou mais – foram
responsáveis pelo segundo maior número de vagas (5.627), embora a participação
feminina nessa faixa de tamanho tenha sido extremamente baixa (322 vagas).
Em 2010, os estabelecimentos menores também haviam sido responsáveis pela
maior parcela de novos empregos, embora em proporção menor do que a observada em
2011 (54,6% em 2010 e 66,4% em 2011). Ao mesmo tempo, os estabelecimentos que
possuíam entre 250 e 499 vínculos haviam apresentado maior participação (14%), ao
passo que em 2011 sua participação foi de 10% (Anexo 4).
Gráfico 6 Saldo de empregos por tamanho de estabelecimento
Curitiba, 2011
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
As vinte famílias ocupacionais com maior número de admitidos em 2011
apresentaram um relativo equilíbrio entre homens e mulheres, com ligeiro predomínio
dos primeiros, e salário médio de admissão inferior à média do município (R$ 792,7
versus R$ 956,4).
A família ocupacional com mais admitidos foi a dos vendedores e
demonstradores em lojas ou mercados, com 49.372 admitidos em 2011, dos quais
28.535 do sexo feminino. Os escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares
administrativos foram a segunda maior, em termos de admitidos, com 38.122 e,
novamente, predominância de mulheres. Vale ressaltar que os setores mais relacionados
a essas famílias são o Comércio e os Serviços. Já os ajudantes de obras civis foram a
terceira maior família em número de admitidos (21.997) e baixíssima participação
feminina. As três famílias acima apresentadas tiveram salários de admissão menores que
a média das 20 maiores famílias ocupacionais que mais admitiram.
Também é importante destacar que apenas cinco (dentre as 20 maiores) famílias
ocupacionais apresentaram salário de admissão superior à média de Curitiba e que a
quase totalidade apresentou salários superiores para os homens – apenas duas famílias
tiveram salários praticamente iguais entre homens e mulheres, os caixas e bilheteiros
(exceto caixa de banco) e os porteiros, guardas e vigias.
Tabela 2 Número de admitidos no ano e salário médio de admis são, por sexo e família
ocupacional Curitiba, 2011
Família ocupacional
Nº de admitidos Salário de admissão
Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
Vendedores e demonstradores em lojas ou mercados 20.837 28.535 49.372 770,7 743,1 754,8
Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 13.693 24.429 38.122 944,9 885,5 906,9
Ajudantes de obras civis 20.759 1.238 21.997 763,7 653,9 757,5
Alimentadores de linhas de produção 11.983 9.349 21.332 851,9 785,4 822,8
Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 7.682 10.560 18.242 661,1 643,0 650,6
Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 2.461 14.413 16.874 736,5 736,4 736,4
Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações 4.317 11.551 15.868 735,5 597,9 635,4
Operadores de telemarketing 3.193 8.741 11.934 712,6 655,7 670,9
Trabalhadores nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logradouros
3.534 7.213 10.747 696,9 601,8 633,1
Cozinheiros 2.427 7.288 9.715 810,6 700,2 727,8
Almoxarifes e armazenistas 7.177 2.076 9.253 848,7 734,5 823,1
Recepcionistas 1.494 7.670 9.164 809,6 731,6 744,3
Trabalhadores de estruturas de alvenaria 8.631 49 8.680 1.056,9 997,0 1.056,6
Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios 2.470 5.362 7.832 764,6 647,9 684,7
Porteiros, guardas e vigias 7.098 575 7.673 755,2 753,2 755,0
Vigilantes e guardas de segurança 6.659 675 7.334 1.020,3 1.018,4 1.020,1
Motoristas de veículos de cargas em geral 7.157 93 7.250 1.099,9 1.038,4 1.099,1
Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias
6.028 315 6.343 773,8 718,4 771,0
Técnicos de vendas especializadas 2.513 2.730 5.243 1.124,9 964,2 1.041,2
Trabalhadores de montagem de estruturas de madeira, metal e compósitos em obras civis 5.184 15 5.199 1.073,1 957,2 1.072,7
Total 20 maiores 145.297 142.877 288.174 1.572,3 736,5 792,7
Total de admitidos em Curitiba 243.765 196.443 441.497 1.051,2 838,7 956,4
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
Em 2010, as duas primeiras posições também se mantiveram em relação às
demais, embora o número de admitidos e os salários de admissão (em termos reais)
tenham sido menores. Em relação ao salário de admissão, apenas duas (dentre as 20
maiores) haviam apresentado salários superiores a R$ 1.000 mensais em 2010. Também
é importante destacar que apenas quatro famílias ocupacionais haviam apresentado
salários de admissão superiores à média de Curitiba (Anexo 5).
Os desligados no ano de 2011 permaneceram, em sua maioria, pouco tempo no
emprego. Quase ¼ dos desligados (24,3%) ficou entre 1 e 2,9 meses no vínculo e 1/5
dos desligados permaneceu entre 3 e 5,9 meses. Somadas as faixas de tempo de
emprego até 11,9 meses, observa-se que 65,8% dos desligados não chegou a completar
um ano no emprego. Apenas 15,9% dos desligados estavam no emprego há mais de 2
anos.
Em relação ao desempenho de 2010, percebe-se que houve uma queda no tempo
de permanência em 2011. Embora o percentual de trabalhadores desligados com tempo
de emprego na faixa de 1 a 2,9 meses tenha se mantido estável (passou de 24,8% para
24,3% em 2011), o percentual de trabalhadores que ficou menos de um ano no vínculo
passou de 63,0% em 2010 para os atuais 65,8%.
Tabela 3
Distribuição do tempo de permanência no emprego dos desligados, por faixas de tempo e sexo
Curitiba, 2010 e 2011 2010 2011
Faixa Tempo Emprego Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
1,0 a 2,9 24,5 25,1 24,8 23,9 24,8 24,3
3,0 a 5,9 19,8 18,9 19,4 22,0 21,8 21,9
6,0 a 11,9 19,5 18,0 18,8 20,4 18,7 19,6
12,0 a 23,9 14,2 15,6 14,8 14,4 14,6 14,5
24,0 a 35,9 6,6 7,2 6,9 5,7 6,4 6,0
36,0 a 59,9 5,1 5,2 5,1 5,1 5,3 5,2
60,0 a 119,9 3,5 3,3 3,4 3,3 3,0 3,2
120,0 ou Mais 1,7 1,5 1,6 1,6 1,5 1,5
Ignorados 5,1 5,3 5,2 3,6 3,9 3,7
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Caged/MTE. Elaboração: DIEESE.
3. ANÁLISE DO EMPREGO FORMAL EM CURITIBA POR CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS
A análise da movimentação anual desagregada por sexo já foi realizada ao longo
do relatório, posto que em todas as características dos vínculos analisadas foram
desdobradas informações entre homens e mulheres. Assim, a presente seção detém-se
sobre duas outras características individuais: idade (faixa etária) e escolaridade dos
admitidos e desligados em Curitiba no ano de 2011.
O perfil de empregos gerados em 2011 é bastante jovem: a faixa etária
predominante na geração de vagas foi a que concentrava trabalhadores entre 18 e 24
anos de idade, com 16.830 novos empregos (Tabela 4), equivalente a aproximadamente
metade do saldo positivo do ano. A seguir aparece a faixa etária mais jovem (até 17
anos de idade), com 8.495 novas vagas. Se somados os saldos das faixas etárias
concentradas até os 30 anos, foram gerados 28.332 novos postos em Curitiba – ao passo
que acima dos 30 anos foram 2.866 novos empregos no ano.
Tanto entre as mulheres quanto entre os homens, o emprego concentrou-se nas
faixas mais jovens. Entretanto, entre as mulheres houve uma concentração relativa
maior na faixa etária mais jovem (até 17 anos) e um saldo significativamente menor nas
faixas etárias mais elevadas.
Tabela 4 Movimentação do emprego formal, por faixa etária e sexo
Curitiba, 2011
Faixa Etária Admitidos Desligados Saldo
Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
Até 17 11.220 10.544 21.764 6.885 6.384 13.269 4.335 4.160 8.495
18 a 24 81.682 70.754 152.436 71.506 64.100 135.606 10.176 6.654 16.830
25 a 29 48.147 37.799 85.946 45.394 37.545 82.939 2.753 254 3.007
30 a 39 58.720 45.797 104.517 56.537 46.041 102.578 2.183 -244 1.939
40 a 49 29.625 23.411 53.036 28.470 22.860 51.330 1.155 551 1.706
50 a 64 14.416 8.576 22.992 14.299 9.085 23.384 117 -509 -392
65 ou mais 638 168 806 948 245 1.193 -310 -77 -387
Total 244.448 197.049 441.497 224.039 186.260 410.299 20.409 10.789 31.198
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Em 2010, as mesmas faixas etárias haviam sido predominantes na geração de
empregos formais, embora os mais jovens (até 17 anos) tivessem apresentado uma
participação menor (saldo de 7.615 novos empregos em relação ao total de 39.139
empregos gerados no ano). Essa diferença entre 2010 e 2011 foi especialmente
marcante no caso das mulheres, já que o saldo de empregos na faixa etária de até 17
anos tinha sido muito menor do que o observado em 2011 (Anexo 6).
O grau de escolaridade predominante, tanto entre admitidos quanto entre
desligados, foi o ensino médio completo (Gráfico 7). Do total de 441.497 admitidos,
51,9% possuíam esse grau de escolaridade. O nível fundamental completo foi o segundo
maior em número de admitidos (55.320). É importante ressaltar, entretanto, que a
tendência geral do mercado de trabalho – e da população como um todo – é de aumento
da escolaridade média.
Gráfico 7
Escolaridade dos admitidos e desligados, por grau d e instrução Curitiba, 2011
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
A Tabela 5 traz informações detalhadas sobre a escolaridade dos admitidos e
desligados em 2011. Pode-se perceber que o salário de admissão foi menor do que o
salário de desligamento tanto para homens quanto para mulheres. No primeiro caso, um
trabalhador admitido recebeu, em média, 93,2% do salário de um trabalhador desligado.
Essa relação foi bem próxima à das mulheres, grupo em que uma admitida recebeu
93,9% do salário de uma trabalhadora desligada.
As trabalhadoras formais de Curitiba também apresentaram escolaridade
superior à dos homens. Enquanto 50,1% dos homens admitidos possuía ensino médio
completo, entre as mulheres esse percentual alcançou 54,1%. As diferenças ficam ainda
maiores quando se observam os níveis de escolaridade superiores (acima de ensino
superior incompleto): 15,5% das admitidas possuíam ensino superior incompleto ou
superior, ao passo que entre os homens esse percentual era de 10,9%.
Também é notável a diferença entre homens e mulheres nos níveis de
escolaridade mais baixos: enquanto 20,2% das mulheres admitidas possuíam até o
fundamental completo, 27,8% dos homens possuíam essa escolaridade. O perfil para o
ano de 2010 é bastante semelhante ao de 2011 e encontra-se no Anexo 7.
Tabela 5
Número de admitidos e desligados e salários médios de admissão e desligamento, por grau de instrução e sexo
Curitiba, 2011
Adm
itido
s
Masculino Feminino Salários de admissão e desligamento
Grau Instrução Nº % Nº % Masculino Feminino
Até fundamental incompleto 35.038 14,3 17.278 8,8 879,3 647,7
Fundamental Completo 32.995 13,5 22.325 11,3 889,3 664,0
Médio Incompleto 27.325 11,2 20.285 10,3 832,5 666,4
Médio Completo 122.459 50,1 106.616 54,1 957,9 767,1
Superior Incompleto 10.069 4,1 10.742 5,5 1.265,6 1.013,9
Superior Completo 16.562 6,8 19.803 10,0 2.719,4 1.719,4
Total 244.448 100,0 197.049 100,0 1.055,3 843,7
Des
ligad
os
Grau Instrução Masculino
Feminino Masculino Feminino
Analfabeto 526 0,2 331 0,2 887,0 659,9
Até fundamental incompleto 31.266 14,0 16.483 8,8 923,6 670,2
Fundamental Completo 32.223 14,4 22.047 11,8 929,7 688,3
Médio Incompleto 25.675 11,5 19.570 10,5 897,1 709,5
Médio Completo 111.260 49,7 100.336 53,9 1.016,0 812,5
Superior Incompleto 9.174 4,1 9.990 5,4 1.424,1 1.120,6
Superior Completo 14.441 6,4 17.834 9,6 3.171,6 1.936,9
Total 224.039 100,0 186.260 100,0 1.132,7 898,6
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
ANEXOS
Anexo 1
Tabela
Saldo mensal de empregos formais, por sexo Brasil, 2010
Saldo Brasil
Masculino Feminino Total
jan/10 145.138 36.281 181.419
fev/10 126.106 83.319 209.425
mar/10 166.057 100.358 266.415
abr/10 198.106 106.962 305.068
mai/10 180.777 117.264 298.041
jun/10 131.248 81.704 212.952
jul/10 121.483 60.313 181.796
ago/10 185.156 114.259 299.415
set/10 156.023 90.852 246.875
out/10 97.933 106.871 204.804
nov/10 15.171 123.076 138.247
dez/10 - 293.299 - 114.211 - 407.510
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 2
Tabela Saldo de empregos formais, por setor de atividade e sexo
Curitiba, 2010
IBGE Setor Admitidos Desligados Saldo
Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
Extrativa mineral 58 12 70 52 7 59 6 5 11
Indústria de
transformação 34.806 19.433 54.239 29.509 17.281 46.790 5.297 2.152 7.449
Serv. Ind. de Utilidade
Pública 1.562 271 1.833 1.268 226 1.494 294 45 339
Construção Civil 39.816 2.254 42.070 35.191 1.677 36.868 4.625 577 5.202
Comércio 52.289 54.922 107.211 48.823 50.887 99.710 3.466 4.035 7.501
Serviços 96.015 102.516 198.531 87.533 92.580 180.113 8.482 9.936 18.418
Administração
Pública 340 319 659 397 330 727 (57) (11) (68)
Agropecuária 1.095 302 1.397 823 287 1.110 272 15 287
Total 225.981 180.029 406.010 203.596 163.275 366.871 22.385 16.754 39.139
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 3
Tabela Saldo de empregos gerados no ano por sexo e divisão de atividade CNAE
Curitiba, 2010
Divisão CNAE 2.0 Saldo
Masculino Feminino Total
Comércio Varejista 2.059 3.093
5.152
Construção de edifícios 3.267
415
3.682
Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra 608
1.933
2.541
Serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas
943
881
1.824
Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 1.534
265
1.799
Serviços para edifícios e atividades paisagísticas 968
785
1.753
Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 1.384 279
1.663
Telecomunicações
585
1.073
1.658
Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 838
615
1.453
Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas 1.024 412
1.436
Total 10 maiores 13.210 9.751 22.961
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 4
Tabela Saldo de empregos gerados no ano por sexo e tamanho do estabelecimento
Curitiba, 2010
Tamanho do estabelecimento Saldo
Masculino Feminino Total
ATÉ 4 13.289 8.084 21.373
DE 5 A 9 -34 -452 -486
DE 10 A 19 347 330 677
DE 20 A 49 1.406 912 2.318
DE 50 A 99 1.705 1.129 2.834
DE 100 A 249 425 2.315 2.740
DE 250 A 499 3.362 2.120 5.482
DE 500 A 999 -75 1.140 1.065
1000 OU MAIS 1.960 1.176 3.136
Total 22.385 16.754 39.139
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 5
Tabela Número de admitidos no ano e salário médio de admis são, por sexo e família
ocupacional Curitiba, 2010
CBO 2002 Família Admitidos Salario de admissão
Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
Vendedores e demonstradores em lojas ou mercados 19.657 26.593 46.250 746,6 708,1 724,4
Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 13.734 22.977 36.711 913,0 855,0 876,7
Alimentadores de linhas de produção 12.571 7.669 20.240 810,5 740,7 784,1
Ajudantes de obras civis 18.142 781 18.923 719,4 566,4 713,1
Garçons, barmen, copeiros e sommeliers 6.948 9.703 16.651 615,6 602,2 607,8
Caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco) 2.238 13.251 15.489 682,9 683,7 683,6
Trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações 3.891 10.212 14.103 658,9 554,3 583,2
Operadores de telemarketing 2.517 7.482 9.999 663,5 643,6 648,6
Trabalhadores nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logradouros
3.329 6.547 9.876 686,8 569,1 608,8
Cozinheiros 2.182 7.502 9.684 742,4 641,7 664,4
Recepcionistas 1.360 6.765 8.125 735,6 704,1 709,4
Almoxarifes e armazenistas 6.523 1.582 8.105 793,9 680,8 771,8
Trabalhadores de estruturas de alvenaria 7.713 36 7.749 1.004,9 932,2 1.004,5
Porteiros, guardas e vigias 6.737 461 7.198 718,0 717,4 718,0
Trabalhadores nos serviços de administração de edifícios 2461 4636 7097 693,5 606,1 636,4
Motoristas de veículos de cargas em geral 6.448 65 6.513 1.030,9 1.034,9 1.031,0
Trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias 5.874 198 6.072 720,1 667,3 718,4
Vigilantes e guardas de segurança 5.350 460 5.810 1.003,5 958,4 999,9
Técnicos de vendas especializadas 2.254 2.790 5.044 1.045,3 853,4 939,2
Motoristas de veículos de pequeno e médio porte 3.865 83 3948 912,6 819,3 910,6
Total Curitiba 225.981 180.029 406.010 1.004,5 811,6 919,0
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 6
Tabela Movimentação do emprego formal, por faixa etária e sexo
Curitiba, 2010
Faixa Etária Admitidos Desligados Saldo
Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total Masculino Feminino Total
Até 17 9.217 8.475 17.692 5.250 4.827 10.077 3.967 3.648 7.615
18 a 24 77.160 66.288 143.448 65.362 57.162 122.524 11.798 9.126 20.924
25 a 29 44.980 35.724 80.704 41.922 33.975 75.897 3.058 1.749 4.807
30 a 39 53.802 41.674 95.476 51.506 40.243 91.749 2.296 1.431 3.727
40 a 49 27.355 20.721 48.076 25.662 19.720 45.382 1.693 1.001 2.694
50 a 64 12.988 7.027 20.015 13.097 7.174 20.271 -109 -147 -256
65 ou mais 479 120 599 797 174 971 -318 -54 -372
Total 225.981 180.029 406.010 203.596 163.275 366.871 22.385 16.754 39.139
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE
Anexo 7
Tabela Número de admitidos e desligados e salários médios de admissão e desligamento, por
grau de instrução e sexo Curitiba, 2010
Grau de instrução Admitidos Desligados Salário de admissão Salário de desligamento
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
Analfabeto 593 367 509 323 788,2 613,4 845,4 628,0
Até 5ª Incompleto 5.031 2.485 4.455 1.907 836,3 614,6 899,3 647,1
5ª Completo Fundamental
7.511 3.202 7.850 3.219 857,3 608,6 938,8 640,1
6ª a 9ª Fundamental 16.528 9.468 16.040 9.161 799,4 608,7 867,2 644,5
Fundamental Completo 33.237 21.642 31.791 20.088 823,4 617,3 884,8 663,3
Médio Incompleto 26.115 18.292 24.416 17.175 829,3 634,5 884,3 680,7
Médio Completo 111.663 95.725 97.107 86.690 907,3 729,3 976,0 775,6
Superior Incompleto 9.885 10.387 8.493 9.031 1.213,8 968,5 1.395,8 1.057,0
Superior Completo 15.418 18.461 12.935 15.681 2.616,7 1.723,0 3.010,0 1.906,2
Total 225.981 180.029 203.596 163.275 1.004,5 811,6 1.085,5 864,2
Fonte: Caged/MTE Elaboração: DIEESE