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. Revisão bibliográfica e pesquisa documental em fontes primárias, pesquisa in loco e realização de entrevistas. WALKER, Peter. Invisible gardens: the search for modernism in the american landscape. Cambrige: The Mit Press, 1994. MACEDO, S. O paisagismo Moderno Brasileiro - Além de Burle Marx. PAISAGENS EM DEBATE revista eletrônica da área Paisagem e Ambiente, FAU.USP - n. 01, outubro 2003. Disponível em: Acesso em:10/09/2013 http://www.fau.usp.br/depprojeto/gdpa/paisagens/artigos/2003SilvioM-Burle.pdf SUN, Alex. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo, SENAC, 2008. ROBBA, Fábio. Praças Brasieliras: public squares in Brazil. São Paulo, EDUSP, 2003. Segundo Garret Eckbo (1950), a definição do paisagismo moderno está vinculada à relação entre a paisagem e a arquitetura moderna, respondendo às novas questões sociais e buscando funcionalismo e riqueza espacial. Além disso, Eckbo identificava como essenciais as considerações sobre espaço, materiais e pessoas. No contexto dos meados do Século XX, salientava-se a crescente presença do automóvel como meio de locomoção e a exigência de novos traçados para facilitar a convivência veículo-pedestre. O projeto da Praça Japão corresponde à etapa de consolidação do paisagismo brasileiro, correspondente ao período de 1960 a 1989. Nos espaços públicos, há destaque no oferecimento de áreas recreativas, com a introdução de equipamentos de lazer e quadras poliesportivas juntamente com as áreas ajardinadas. Nesse período, se estabelece o fim do paisagismo eclético europeu, tanto nos espaços livres públicos quanto nos jardins privados. (Macedo, 2003). A Praça Japão é exemplar significativo do paisagismo modernista em Porto Alegre, juntamente com as praças Raul Pilla e XV de Novembro, ambas localizadas no Centro. Anteriormente chamada Saturnino de Brito, a praça de 6.300 m² teve a nova denominação oficializada em Outubro de 1963, como homenagem às relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e o país oriental. A organização espacial, em resposta à topografia do terreno, se define em três patamares: O patamar no nível mais alto, do recanto do espelho d'água, no qual encontra-se a escultura Mulher no Lago da artista gaúcha Joyce Schleiniger; O patamar no nível intermediário, onde se estabelece o eixo transversal de circulação e um recanto de estar mobiliado com bancos; Alguns aspectos característicos do paisagismo modernista encontrados na Praça Japão: Ausência dos eixos lineares típicos do traçado clássico; Estabelecimento de percursos contínuos e fluidos ligando os diferentes setores e o passeio, definidos por dois eixos de circulação: um transversal e outro longitudinal; Configuração em formas geometrizadas dos passeios e dos patamares estruturadores da organização espacial; Relação de aproximação entre o homem e o carro; Presença destacada da área de recreação infantil, coerentemente com o programa básico da praça moderna; Uso de tratamento de pisos mesclando ladrilhos hidráulicos e mosaico português. A Praça do Japão, no decorrer dos anos foi ficando esquecida pela cidade, sendo os principais frequentadores os moradores locais e os trabalhadores das proximidades. Houve deterioração do mobiliário, tanto pelo tempo quanto pelo mau uso. Ocorreram problemas de gestão, e o funcionário da SMAM responsável pela manutenção da praça afirmou que somente uma pessoa não é capaz de cuidar de toda a extensão. Além disso, ocorreu o plantio de espécies vegetais sem que se tenha percebido um critério adequado. O trabalho sobre a Praça Japão envolveu estudos, leituras e procedimentos que propiciaram para o grupo de pesquisa Paisagismo Urbano a construção de conhecimentos acerca do paisagismo moderno envolvendo aspectos históricos, aspectos referentes à composição paisagística e a questões relativas aos espaços públicos como: apropriação pelos usuários, conservação e gestão dos espaços. Praça Japão: exemplar porto alegrense do paisagismo modernista. ANA LÚCIA SACCARO¹, MARIA ALICE MEDEIROS DIAS² ¹ ANA LÚCIA SACCARO, ARQUITETURA E URBANISMO, FAU-PUCRS. ² MARIA ALICE MEDEIROS DIAS, ARQUITETURA E URBANISMO, FAU-PUCRS. OBJETIVOS METODOLOGIA RESULTADOS OBTIDOS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OBJETIVO GERAL A investigação pretende contribuir para a sistematização e o aprofundamento de conhecimentos sobre a presença e o desenvolvimento do paisagismo modernista em Porto Alegre por meio de estudo de caso enfocando a Praça Japão, localizada no bairro Boa Vista, nas proximidades das Avenidas Carlos Gomes e Nilo Peçanha. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Sistematizar conhecimentos sobre o paisagismo modernista em Porto Alegre, principais exemplares e arquitetos paisagistas; Sistematizar conhecimentos sobre a implantação da Praça Japão buscando identificar e analisar os conceitos geradores do projeto paisagístico, os princípios compositivos, as intenções da especificação de vegetação e as demais estratégias formais e funcionais adotadas; Sistematizar dados e informações sobre a configuração, a composição vegetal e o entorno da praça no momento atual; Elaborar desenhos em Planta Baixa representativos do projeto original e de um registro atualizado da Praça Japão; Elaborar modelo 3d (maquete eletrônica) da praça nos dias de hoje; Produzir material gráfico e textual que auxiliem estudantes e professores em estudos sobre a praça e sobre o paisagismo modernista em Porto Alegre. 0 20m 40m 60m PLANTA DE SETORIZAÇÃO 17,5 17,0 16,0 16,5 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 18,0 18,5 19,0 19,5 19,5 19,0 18,5 18,0 17,5 17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 ÁREA DO ESPELHO D’ÁGUA LEGENDA ÁREA DE LAZER E ACESSOS LATERAIS ÁREA DE RECREAÇÃO INFANTIL 0 20m 40m 60m PLANTA DE USOS 17,5 17,0 16,0 16,5 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 18,0 18,5 19,0 19,5 19,5 19,0 18,5 18,0 17,5 17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 SERVIÇOS LEGENDA RESIDÊNCIAS 0 20m 40m 60m PLANTA DE PISOS 17,5 17,0 16,0 16,5 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 18,0 18,5 19,0 19,5 19,5 19,0 18,5 18,0 17,5 17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 10,5 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 PEDRA PORTUGUESA LEGENDA SAIBRO LADRILHO HIDRÁULICO GRAMA PEDRA BASALTO 58% ÁREAS PAVIMENTADAS (= 3848m²) 42% ÁREAS VEGETADAS (= 2805m²) ~ ~

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Revisão bibliográfica e pesquisa documental em fontes primárias, pesquisa in loco e realização de entrevistas.

WALKER, Peter. Invisible gardens: the search for modernism in the american landscape. Cambrige: The Mit Press, 1994.MACEDO, S. O paisagismo Moderno Brasileiro - Além de Burle Marx. PAISAGENS EM DEBATE revista eletrônica da área Paisagem e Ambiente, FAU.USP - n. 01, outubro 2003. Disponível em: Acesso em:10/09/2013http://www.fau.usp.br/depprojeto/gdpa/paisagens/artigos/2003SilvioM-Burle.pdfSUN, Alex. Projeto da praça: convívio e exclusão no espaço público. São Paulo, SENAC, 2008.ROBBA, Fábio. Praças Brasieliras: public squares in Brazil. São Paulo, EDUSP, 2003.

Segundo Garret Eckbo (1950), a definição do paisagismo moderno está vinculada à relação entre a paisagem e a arquitetura moderna, respondendo às novas questões sociais e buscando funcionalismo e riqueza espacial. Além disso, Eckbo identificava como essenciais as considerações sobre espaço, materiais e pessoas. No contexto dos meados do Século XX, salientava-se a crescente presença do automóvel como meio de locomoção e a exigência de novos traçados para facilitar a convivência veículo-pedestre. O projeto da Praça Japão corresponde à etapa de consolidação do paisagismo brasileiro, correspondente ao período de 1960 a 1989. Nos espaços públicos, há destaque no oferecimento de áreas recreativas, com a introdução de equipamentos de lazer e quadras poliesportivas juntamente com as áreas ajardinadas. Nesse período, se estabelece o fim do paisagismo eclético europeu, tanto nos espaços livres públicos quanto nos jardins privados. (Macedo, 2003). A Praça Japão é exemplar significativo do paisagismo modernista em Porto Alegre, juntamente com as praças Raul Pilla e XV de Novembro, ambas localizadas no Centro. Anteriormente chamada Saturnino de Brito, a praça de 6.300 m² teve a nova denominação oficializada em Outubro de 1963, como homenagem às relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e o país oriental. A organização espacial, em resposta à topografia do terreno, se define em três patamares: O patamar no nível mais alto, do recanto do espelho d'água, no qual encontra-se a escultura Mulher no Lago da artista gaúcha Joyce Schleiniger; O patamar no nível intermediário, onde se estabelece o eixo transversal de circulação e um recanto de estar mobiliado com bancos; Alguns aspectos característicos do paisagismo modernista encontrados na Praça Japão: Ausência dos eixos lineares típicos do traçado clássico; Estabelecimento de percursos contínuos e fluidos ligando os diferentes setores e o passeio, definidos por dois eixos de circulação: um transversal e

outro longitudinal; Configuração em formas geometrizadas dos passeios e dos patamares estruturadores da organização espacial; Relação de aproximação entre o homem e o carro; Presença destacada da área de recreação infantil, coerentemente com o programa básico da praça moderna; Uso de tratamento de pisos mesclando ladrilhos hidráulicos e mosaico português. A Praça do Japão, no decorrer dos anos foi ficando esquecida pela cidade, sendo os principais frequentadores os moradores locais e os trabalhadores das proximidades. Houve deterioração do mobiliário, tanto pelo tempo quanto pelo mau uso. Ocorreram problemas de gestão, e o funcionário da SMAM responsável pela manutenção da praça afirmou que somente uma pessoa não é capaz de cuidar de toda a extensão. Além disso, ocorreu o plantio de espécies vegetais sem que se tenha percebido um critério adequado. O trabalho sobre a Praça Japão envolveu estudos, leituras e procedimentos que propiciaram para o grupo de pesquisa Paisagismo Urbano a construção de conhecimentos acerca do paisagismo moderno envolvendo aspectos históricos, aspectos referentes à composição paisagística e a questões relativas aos espaços públicos como: apropriação pelos usuários, conservação e gestão dos espaços.

Praça Japão: exemplar porto alegrense do paisagismo modernista.

ANA LÚCIA SACCARO¹, MARIA ALICE MEDEIROS DIAS²

¹ ANA LÚCIA SACCARO, ARQUITETURA E URBANISMO, FAU-PUCRS.² MARIA ALICE MEDEIROS DIAS, ARQUITETURA E URBANISMO, FAU-PUCRS.

OBJETIVOS

METODOLOGIA

RESULTADOS OBTIDOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OBJETIVO GERAL A investigação pretende contribuir para a sistematização e o aprofundamento de conhecimentos sobre a presença e o desenvolvimento do paisagismo modernista em Porto Alegre por meio de estudo de caso enfocando a Praça Japão, localizada no bairro Boa Vista, nas proximidades das Avenidas Carlos Gomes e Nilo Peçanha.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Sistematizar conhecimentos sobre o paisagismo modernista em Porto Alegre, principais exemplares e arquitetos paisagistas; Sistematizar conhecimentos sobre a implantação da Praça Japão buscando identificar e analisar os conceitos geradores do projeto paisagístico, os

princípios compositivos, as intenções da especificação de vegetação e as demais estratégias formais e funcionais adotadas; Sistematizar dados e informações sobre a configuração, a composição vegetal e o entorno da praça no momento atual; Elaborar desenhos em Planta Baixa representativos do projeto original e de um registro atualizado da Praça Japão; Elaborar modelo 3d (maquete eletrônica) da praça nos dias de hoje; Produzir material gráfico e textual que auxiliem estudantes e professores em estudos sobre a praça e sobre o paisagismo modernista em Porto

Alegre.

0 20m 40m 60m

PLANTA DE SETORIZAÇÃO

17,517,0

16,016,5

15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5

9,0

8,5

8,0

18,0

18,5

19,0

19,5

19,5

19,018,5 18,0 17,5

17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5 9,08,5

8,0

ÁREA DO ESPELHO D’ÁGUA

LEGENDA

ÁREA DE LAZER E ACESSOS LATERAIS

ÁREA DE RECREAÇÃO INFANTIL

0 20m 40m 60m

PLANTA DE USOS

17,517,0

16,016,5

15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5

9,0

8,5

8,0

18,0

18,5

19,0

19,5

19,5

19,018,5 18,0 17,5

17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5 9,08,5

8,0

SERVIÇOS

LEGENDA

RESIDÊNCIAS

0 20m 40m 60m

PLANTA DE PISOS

17,517,0

16,016,5

15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5

9,0

8,5

8,0

18,0

18,5

19,0

19,5

19,5

19,018,5 18,0 17,5

17,0 16,5 16,0 15,5 15,0 14,5 14,0 13,5 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0

10,510,0

9,5 9,08,5

8,0

PEDRA PORTUGUESA

LEGENDA

SAIBRO

LADRILHO HIDRÁULICO GRAMA

PEDRA BASALTO

58% ÁREAS PAVIMENTADAS (= 3848m²)

42% ÁREAS VEGETADAS (= 2805m²)~

~