o vila mariana - ed.3

20
JARDINS VERTICAIS a solução para aumentar a área verde em São Paulo. A proposta da arquiteta e paisagista Talita Gutierrez. Reportagem na página 5 NO IBIRAPUERA A simbologia do número 9 no Monumento Obelisco aos Heróis de 1932, segun- do a concepção do escultor Galileu Emendabili. Reportagem nas págs 10 e 11 OV ILA M ARIANA SÃO PAULO, JULHO DE 2012 WWW.OVLIMAMARIANA.COM.BR Calçadas esburacadas, esculturas em abandono e ausência de limpeza pública ANO I EDIÇÃO N 3 FRANCISCO RIO MICELI Fundador em 1937 Não ha dúvida que, a exem- plo de outros bairros, Vila Mariana sofre nos últimos tempos de sérios problemas no que concerne à limpeza pública, as calçadas esbura- cadas, a pixação e o abando- no de diversos monumentos. Um exemplo bastante gri- tante é o da Praça Oswaldo Cruz, suja e abandonada. Ela hospeda ao centro um chafariz sem água com uma outrora magnifica estatua do “Indio Pescador”, de Francisco Leopoldo Silva. Ha anos a estatua, instala- da numa praça no início da avenida Paulista, permane- ce sem a lança e sem que o DPH - Departamento do Patrimonio Histórico da Cidade se preocupe em restaura-la devidamente. Alias não é o único mo- numento que se encontra em situação de abandono, poderiamos citar uma série deles entre os 400 existen- tes na cidade. Aqui fica pois, o nosso ape- lo ao Senhor Sub-Prefeito de Vila Mariana para que determine aos serviços competentes melhor lim- peza na rua Ouvidor Peleja, uma ação rápida do serviço Tapa Buracos e uma gestão a quem de direito para con- sertar a calçada e o monu- mento citado. Acima o “Indio Pescador” sem lança na praça Oswal- do Cruz, na entrada de Vila Mariana e ao lado, aspecto da calçada da Rua Ouvidor Peleja totalmente invadida por ervas daninhas Por um bairro compacto Considerações de Marjorie de Queiroz Ito à margem da verticalização de Vila Mariana Texto na página 6 A crise econômica mundial só tem um culpado: as flores ! Segundo Aristides Campos Jannini Texto na página 14

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O Vila Mariana - Edição 3

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Page 1: O Vila Mariana - Ed.3

JARDINS VERTICAISa solução para aumentar a área verde em São Paulo.A proposta da arquiteta e paisagista Talita Gutierrez.Reportagem na página 5

NO IBIRAPUERAA simbologia do número 9 no Monumento Obelisco aos Heróis de 1932, segun-do a concepção do escultor Galileu Emendabili.

Reportagem nas págs 10 e 11

O VILA MARIANASÃO PAULO, JULHO DE 2012WWW.OVLIMAMARIANA.COM.BR

Calçadas esburacadas, esculturas em abandono e ausência de limpeza pública

ANO IEDIÇÃO N 3

FRANCISCO RIO MICELI

Fundador em 1937

Não ha dúvida que, a exem-plo de outros bairros, Vila Mariana sofre nos últimos tempos de sérios problemas no que concerne à limpeza pública, as calçadas esbura-cadas, a pixação e o abando-no de diversos monumentos.

Um exemplo bastante gri-tante é o da Praça Oswaldo Cruz, suja e abandonada.Ela hospeda ao centro um chafariz sem água com uma

outrora magnifica estatua do “Indio Pescador”, de Francisco Leopoldo Silva.

Ha anos a estatua, instala-da numa praça no início da avenida Paulista, permane-ce sem a lança e sem que o DPH - Departamento do Patrimonio Histórico da Cidade se preocupe em restaura-la devidamente.

Alias não é o único mo-numento que se encontra em situação de abandono, poderiamos citar uma série deles entre os 400 existen-tes na cidade.

Aqui fica pois, o nosso ape-lo ao Senhor Sub-Prefeito de Vila Mariana para que determine aos serviços competentes melhor lim-peza na rua Ouvidor Peleja, uma ação rápida do serviço Tapa Buracos e uma gestão a quem de direito para con-sertar a calçada e o monu-mento citado.

Acima o “Indio Pescador” sem lança na praça Oswal-do Cruz, na entrada de Vila Mariana e ao lado, aspecto da calçada da Rua Ouvidor Peleja totalmente invadida por ervas daninhas

Por um bairro compactoConsiderações de Marjorie de Queiroz Ito à margem da verticalização de Vila MarianaTexto na página 6

A crise econômica mundial só tem um culpado:as flores !

Segundo Aristides Campos Jannini

Texto na página 14

Page 2: O Vila Mariana - Ed.3

2O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Diretor

Heber Micelli Jr.

Departamento comercial

Heber Micelli Jr.

Direção de arte

Cristiano Cocian Chiosea

Revisor

João Soares

Colaboradores deste número

Adriana GuimarãesAristides Campos Jannini

Cristiane CraveiroEmanuel von Lauenstein Massarani

Fernando Mello Java RibeiroJoão Soares

José TitoneleVicente Miceli

Impressão OESP GráficaTiragem: 5.000 exemplares

telefone(11) 9829-7229(11) 4999-5543

[email protected]

Publicação mensal

As opinões e o conteúdo emitidos nas matérias assinadas são de responsabilidade

do autor, assim como o conteúdo dos anúncios é de responsabilidade

dos anunciantes.

EXPEDIENTE

EDITORIAL

A palavra do leitor

Telefones úteisSub-Prefeitura de Vila MarianaDelegacia 16º D.P. Polícia Militar 3ª Cia - 12º BPM-MDisque Denuncia (Sigilo Absoluto) Corpo de Bombeiros Defesa Civil Polícia Civil Polícia Militar Pronto-Socorro Inspetoria Regional de Vila Mariana Central de telecomunicações da GCM

5577-39495571-01335573-7786

181 193199147190192

55390897 ou 5086071132665104 ou 32622237

O VILA MARIANA

Foto da antiga estação de Vila Mariana da Companhia de Carris de Ferro de São Paulo que ligava o Distrito a

Santo Amaro nos idos de 1886

Ontem

Nenhuma referência existe hoje no local da estação de outrora, tão somente uma praça e uma selva de concreto

Hoje

Por orientação do seu funda-dor Francisco Rio Miceli em junho de 1937, o jornal “O Villa Marianna” ao iniciar suas atividades editoriais, desfraldava uma bandeira em defesa da democratização do país.

Além da politica, paralela-mente se preocupava com os problemas do bairro e de suas gentes, criando então seções especificas dedicadas à sociedade, à culinária e uma página feminina especial.

Na sua atual versão, após 75 anos de sua fundação,“O Vila Mariana” deseja continuar com a política editorial desen-volvida em meados do século XX, naturalmente atualizan-do-a à modernidade.

A partir do presente número, publicaremos mensalmente, na 2ª página, uma seção de-dicada aos nossos leitores que poderão apresentar sugestões e reclamações no que concerne aos eventuais problemas que, o bairro venha a sofrer.

Outra preocupação será divul-gar a história do bairro desde os seus primórdios, relatar as atividades das diversas insti-tuições educacionais, culturais e hospitalares aqui instaladas, sem esquecer a programação do Itaú Cultural, da Cinema-teca e do Museu Lasar Segall, referências importantes para a população local.

Esperamos assim satisfazer os nossos leitores possibilitan-do-lhes acesso a informações importantes e úteis.

O Editor

A partir desta edição este espaço será dedicado aos lei-tores do jornal que desejarem fazer sugestões, críticas ou

alertando para problemas do nosso bairro.

Nossos propósitos

O VILA MARIANAAnuncie no jornal

do seu bairro

(011) 9829-7229

Senhor Redator,Há anos passo pela praça Oswaldo Cruz, eminente cientista brasileiro que deve-ria merecer no local um busto a ele dedicado. Entretando na praça semi-abandonada exis-te o que outrora deveria ser um chafariz, em cujo centro encontra-se a figura de um Indigena pescador cuja lança

foi, sem dúvida, roubada.É triste ver que ambos os ho-menageados, Oswaldo Cruz e o Índio o são pela metade. Será que os integrantes do DPH do Municipio de São Paulo pas-saram alguma vez pelo local ? Aqui fica o convite.

Luiz Guilherme FigueiredoEstudante de Design Gráfico

Por orientação do seu funda-dor Francisco Rio Miceli em junho de 1937, o jornal “O Villa Marianna” ao iniciar suas atividades editoriais, desfraldava uma bandeira em defesa da democratização do país.

Além da politica, paralela-mente se preocupava com os problemas do bairro e de suas gentes, criando então seções especificas dedicadas à sociedade, à culinária e uma página feminina especial.

Na sua atual versão, após 75 anos de sua fundação,“O Vila Mariana” deseja continuar com a política editorial desen-volvida em meados do século XX, naturalmente atualizan-do-a à modernidade.

A partir do presente número, publicaremos mensalmente, na 2ª página, uma seção de-dicada aos nossos leitores que poderão apresentar sugestões e reclamações no que concerne aos eventuais problemas que, o bairro venha a sofrer.

Outra preocupação será divul-gar a história do bairro desde os seus primórdios, relatar as atividades das diversas insti-tuições educacionais, culturais e hospitalares aqui instaladas, sem esquecer a programação do Itaú Cultural, da Cinema-teca e do Museu Lasar Segall, referências importantes para a população local.

Esperamos assim satisfazer os nossos leitores possibilitan-do-lhes acesso a informações importantes e úteis.

O Editor

Nossos propósitos

O índio sem lança na Praça Oswaldo Cruz

O VILA MARIANA - JULHO DE 20123

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DIVERSOS

As sincronicidades da vida

Crônica do mêsJulho e agosto

Sempre fui curiosa e entu-siasta das questões ambien-tais e acredito muito nas sin-cronicidades da vida. Antes mesmo das discussões da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre De-senvolvimento Sustentável realizada no Rio de Janeiro e que tomou conta dos no-ticiários na semana passada, eu já estava indagando os meus pensamentos sobre a maneira como eu estava contribuindo em prol de um mundo melhor. E cheguei à conclusão de que eu sabia da importância de ações sustentáveis relacionadas ao desenvolvimento econô-mico e material sem agre-dir o meio ambiente, assim como posturas que devem ser adotadas para zelar pelo mesmo.

Mas a consciência está che-gando agora... E é ela que transforma pensamentos em ações. Portanto, quando você diz que tem consciên-

cia de determinada atitude negativa, reflita. Pois a pa-lavra usada deve ser outra, como por exemplo: limitação. E para nós seres humanos atingirmos um nível elevado de consciência e responsabi-lidade social é preciso come-çar a refletir logo sobre nos-sas atitudes, para converter o pensamento em ações.

Sei que em muitos momentos queremos desistir de fazer a nossa parte, pela dificuldade de bons exemplos e desestí-mulos gerados pelo cenário atual do mundo. Porém, o pensamento pode ser global, mas atitude é individual, que-rido leitor! Faça a sua parte! Por mais clichê que seja esta frase, é um fato! Não estou dizendo para você achar que pode mudar o mundo, mas melhorá-lo é possível. Criar responsabilidade pelo meio em que você vive soa até como uma obrigação. Tomar consciência de suas atitudes e pensamentos, passar a infor-

mação adiante é necessário! Ou você vai dizer que não ouve o mundo desesperado pedindo ajuda? Você deve estar perguntando por onde começar !?

Eu sugiro que comece por entender melhor o que é meio ambiente, sustentabi-lidade, resíduos sólidos... E mais, de que maneira não fazendo a sua parte você vai estar acelerando o processo destrutivo do planeta. A par-tir daí, você saberá, dentro de suas possibilidades, como ir, aos poucos, inserindo nos seus hábitos diários uma consciência ecologicamen-te correta. Afinal, quando passamos a entender sobre o assunto, tomando cons-ciência da importância de praticarmos pequenas ações sustentáveis, aumentamos o interesse e a responsabilida-de para com a preservação do nosso planeta.

Java [email protected]

Eventos no bairroJulho

04, 11 e 18 - Curso: O Despertar da Consciência Ecológica (Turma 2) na UMAPAZ

01- Clamor do Sexo, na Cinemateca

01- Histórias no Jardim / Oficina de Arte no Museu Lasar Segall

07 - Lasar Segall: um percurso poético na modernidade. Passeio a pé e de metrô

7 - Teatro Ruth Escobar: Jarbas e a Formiga Aurora

Até 08 - Memória e Transformação: O documentário político na América Latina Ontem e Hoje Cinemateca Brasileira

15 - Arte em Família no Museu Lasar Segall

Agosto

02 - Início do curso de laboratório de fotografia P&B

06 - Início do Curso Básico de Fotografia Criativa

06 - Início da Oficina de iniciação gravura em metal

08 - Início do Grupo de Estudos de Litografia

08 e 11 - Início do Ateliê Livre de técnicas de gravura em metal, litografia e xilogravura

21 e 22 - Início dos cursos de Iniciação ao Texto Literário no Museu Lasar Segall

Page 3: O Vila Mariana - Ed.3

2O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Diretor

Heber Micelli Jr.

Departamento comercial

Heber Micelli Jr.

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Cristiano Cocian Chiosea

Revisor

João Soares

Colaboradores deste número

Adriana GuimarãesAristides Campos Jannini

Cristiane CraveiroEmanuel von Lauenstein Massarani

Fernando Mello Java RibeiroJoão Soares

José TitoneleVicente Miceli

Impressão OESP GráficaTiragem: 5.000 exemplares

telefone(11) 9829-7229(11) 4999-5543

[email protected]

Publicação mensal

As opinões e o conteúdo emitidos nas matérias assinadas são de responsabilidade

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EDITORIAL

A palavra do leitor

Telefones úteisSub-Prefeitura de Vila MarianaDelegacia 16º D.P. Polícia Militar 3ª Cia - 12º BPM-MDisque Denuncia (Sigilo Absoluto) Corpo de Bombeiros Defesa Civil Polícia Civil Polícia Militar Pronto-Socorro Inspetoria Regional de Vila Mariana Central de telecomunicações da GCM

5577-39495571-01335573-7786

181 193199147190192

55390897 ou 5086071132665104 ou 32622237

O VILA MARIANA

Foto da antiga estação de Vila Mariana da Companhia de Carris de Ferro de São Paulo que ligava o Distrito a

Santo Amaro nos idos de 1886

Ontem

Nenhuma referência existe hoje no local da estação de outrora, tão somente uma praça e uma selva de concreto

Hoje

Por orientação do seu funda-dor Francisco Rio Miceli em junho de 1937, o jornal “O Villa Marianna” ao iniciar suas atividades editoriais, desfraldava uma bandeira em defesa da democratização do país.

Além da politica, paralela-mente se preocupava com os problemas do bairro e de suas gentes, criando então seções especificas dedicadas à sociedade, à culinária e uma página feminina especial.

Na sua atual versão, após 75 anos de sua fundação,“O Vila Mariana” deseja continuar com a política editorial desen-volvida em meados do século XX, naturalmente atualizan-do-a à modernidade.

A partir do presente número, publicaremos mensalmente, na 2ª página, uma seção de-dicada aos nossos leitores que poderão apresentar sugestões e reclamações no que concerne aos eventuais problemas que, o bairro venha a sofrer.

Outra preocupação será divul-gar a história do bairro desde os seus primórdios, relatar as atividades das diversas insti-tuições educacionais, culturais e hospitalares aqui instaladas, sem esquecer a programação do Itaú Cultural, da Cinema-teca e do Museu Lasar Segall, referências importantes para a população local.

Esperamos assim satisfazer os nossos leitores possibilitan-do-lhes acesso a informações importantes e úteis.

O Editor

A partir desta edição este espaço será dedicado aos lei-tores do jornal que desejarem fazer sugestões, críticas ou

alertando para problemas do nosso bairro.

Nossos propósitos

O VILA MARIANAAnuncie no jornal

do seu bairro

(011) 9829-7229

Senhor Redator,Há anos passo pela praça Oswaldo Cruz, eminente cientista brasileiro que deve-ria merecer no local um busto a ele dedicado. Entretando na praça semi-abandonada exis-te o que outrora deveria ser um chafariz, em cujo centro encontra-se a figura de um Indigena pescador cuja lança

foi, sem dúvida, roubada.É triste ver que ambos os ho-menageados, Oswaldo Cruz e o Índio o são pela metade. Será que os integrantes do DPH do Municipio de São Paulo pas-saram alguma vez pelo local ? Aqui fica o convite.

Luiz Guilherme FigueiredoEstudante de Design Gráfico

Por orientação do seu funda-dor Francisco Rio Miceli em junho de 1937, o jornal “O Villa Marianna” ao iniciar suas atividades editoriais, desfraldava uma bandeira em defesa da democratização do país.

Além da politica, paralela-mente se preocupava com os problemas do bairro e de suas gentes, criando então seções especificas dedicadas à sociedade, à culinária e uma página feminina especial.

Na sua atual versão, após 75 anos de sua fundação,“O Vila Mariana” deseja continuar com a política editorial desen-volvida em meados do século XX, naturalmente atualizan-do-a à modernidade.

A partir do presente número, publicaremos mensalmente, na 2ª página, uma seção de-dicada aos nossos leitores que poderão apresentar sugestões e reclamações no que concerne aos eventuais problemas que, o bairro venha a sofrer.

Outra preocupação será divul-gar a história do bairro desde os seus primórdios, relatar as atividades das diversas insti-tuições educacionais, culturais e hospitalares aqui instaladas, sem esquecer a programação do Itaú Cultural, da Cinema-teca e do Museu Lasar Segall, referências importantes para a população local.

Esperamos assim satisfazer os nossos leitores possibilitan-do-lhes acesso a informações importantes e úteis.

O Editor

Nossos propósitos

O índio sem lança na Praça Oswaldo Cruz

O VILA MARIANA - JULHO DE 20123

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DIVERSOS

As sincronicidades da vida

Crônica do mêsJulho e agosto

Sempre fui curiosa e entu-siasta das questões ambien-tais e acredito muito nas sin-cronicidades da vida. Antes mesmo das discussões da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre De-senvolvimento Sustentável realizada no Rio de Janeiro e que tomou conta dos no-ticiários na semana passada, eu já estava indagando os meus pensamentos sobre a maneira como eu estava contribuindo em prol de um mundo melhor. E cheguei à conclusão de que eu sabia da importância de ações sustentáveis relacionadas ao desenvolvimento econô-mico e material sem agre-dir o meio ambiente, assim como posturas que devem ser adotadas para zelar pelo mesmo.

Mas a consciência está che-gando agora... E é ela que transforma pensamentos em ações. Portanto, quando você diz que tem consciên-

cia de determinada atitude negativa, reflita. Pois a pa-lavra usada deve ser outra, como por exemplo: limitação. E para nós seres humanos atingirmos um nível elevado de consciência e responsabi-lidade social é preciso come-çar a refletir logo sobre nos-sas atitudes, para converter o pensamento em ações.

Sei que em muitos momentos queremos desistir de fazer a nossa parte, pela dificuldade de bons exemplos e desestí-mulos gerados pelo cenário atual do mundo. Porém, o pensamento pode ser global, mas atitude é individual, que-rido leitor! Faça a sua parte! Por mais clichê que seja esta frase, é um fato! Não estou dizendo para você achar que pode mudar o mundo, mas melhorá-lo é possível. Criar responsabilidade pelo meio em que você vive soa até como uma obrigação. Tomar consciência de suas atitudes e pensamentos, passar a infor-

mação adiante é necessário! Ou você vai dizer que não ouve o mundo desesperado pedindo ajuda? Você deve estar perguntando por onde começar !?

Eu sugiro que comece por entender melhor o que é meio ambiente, sustentabi-lidade, resíduos sólidos... E mais, de que maneira não fazendo a sua parte você vai estar acelerando o processo destrutivo do planeta. A par-tir daí, você saberá, dentro de suas possibilidades, como ir, aos poucos, inserindo nos seus hábitos diários uma consciência ecologicamen-te correta. Afinal, quando passamos a entender sobre o assunto, tomando cons-ciência da importância de praticarmos pequenas ações sustentáveis, aumentamos o interesse e a responsabilida-de para com a preservação do nosso planeta.

Java [email protected]

Eventos no bairroJulho

04, 11 e 18 - Curso: O Despertar da Consciência Ecológica (Turma 2) na UMAPAZ

01- Clamor do Sexo, na Cinemateca

01- Histórias no Jardim / Oficina de Arte no Museu Lasar Segall

07 - Lasar Segall: um percurso poético na modernidade. Passeio a pé e de metrô

7 - Teatro Ruth Escobar: Jarbas e a Formiga Aurora

Até 08 - Memória e Transformação: O documentário político na América Latina Ontem e Hoje Cinemateca Brasileira

15 - Arte em Família no Museu Lasar Segall

Agosto

02 - Início do curso de laboratório de fotografia P&B

06 - Início do Curso Básico de Fotografia Criativa

06 - Início da Oficina de iniciação gravura em metal

08 - Início do Grupo de Estudos de Litografia

08 e 11 - Início do Ateliê Livre de técnicas de gravura em metal, litografia e xilogravura

21 e 22 - Início dos cursos de Iniciação ao Texto Literário no Museu Lasar Segall

Page 4: O Vila Mariana - Ed.3

4O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 REPORTAGEM

Desde 1997 viabilizando projetos de restauro e conservação de bens culturais

IPH - um instituto que recupera o patrimônio e a memória histórica de São Paulo

Ha exatamente 15 anos, em em 26 de maio de 1997, nas-cia no Edificio Júlio Prestes, antiga sede da Estrada de Ferro Sorocabana, o Instituto de Recuperação do Patrimô-nio Histórico no Estado de São Paulo.

O IPH, é uma entidade que congrega uma equipe de no-tória especialização na área de restauro e recuperação de bens culturais, composta por arquitetos, engenheiros, histo-riadores, museólogos, técnicos em restauro e técnicos em ma-rketing cultural, envolvidos e interessados em colher e com-partilhar, da forma mais ampla e democrática possível, o me-lhor do conhecimento sobre seu objetivo institucional.

Resgatar, recuperar e conser-var patrimônios históricos e memória cultural.

O Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico – IPH, pessoa jurídica de direi-to privado, sem fins lucrativos é reconhecido de Utilidade Pública pelo Governo do Es-tado, através do Decreto n.º 45.505, de 01 de dezembro de 2000, foi qualificado pelo Ministério da Justiça como OSCIP, - Organização da Sociedade Civíl de Interesse Público - desde 09 de julho de 2002.com sua sede provi-sória nos Jardins à rua Cacon-de, 230 em São Paulo.

Conforme explica seu presi-dente Emanuel von Lauens-tein Massarani o IPH foi criado com a finalidade de co-laborar para a recuperação do patrimônio histórico, cultural, artístico, ambiental e paisa-gístico, público ou privado no Estado de São Paulo, para tanto manteve durante oito anos estreita parceria com a extinta Secretaria de Recu-peração de Bens Culturais nos governos Mario Covas e Geraldo Alkimim.

Sua proposta é viabilizar projetos de restauro e con-servação desses bens, poden-do ainda, executar através de convênios, construções, inves-timentos de infra estrutura, reformas, ampliações, adequa-ções de espaços e revitalização de áreas verdes, no âmbito cultural, ambiental, esporti-vo e de lazer, com operações triangulares, envolvendo a participação de empresas e instituições adequadas ao per-fil de cada empreendimento.

O IPH nasceu embasado na bem sucedida experiência de estabelecer parcerias com a

iniciativa pública e privada, com vistas à recuperação dos seus imóveis e bens de valor histórico, tanto na capital como no interior.

A revitalização e renovação da Júlio Prestes, da Casa da Solidariedade nos Campos Elisios, o Museu da Estrada

Museu da Estrada de Ferro Sorocabana em Sorocaba

Faxada da Igreja do Valongo em Santos e da Casa da Solidariedade em São PauloFoto de Marcos Cabaleiro

de Ferro em Sorocaba e o da Companhia Paulista em Jundiai, a Igreja do Valongo em Santos, o Centro da Me-mória da Contabilidade Pau-lista e o Centro da Memória da Cavalaria 9 de Julho, a Sede do Horto Florestal e o Museu do Eucalipto em Rio Claro, Grupo Escolar de Itatiba são alguns exemplos marcantes de patrimonios recuperados pelo IPH jun-tamente com a Secretaria de Recuperação de Bens Cultu-rais, Artisticos e Ambientais do Estado de São Paulo.

José Titonele

O VILA MARIANA - JULHO DE 20125

“A idéia de criar Jardins Verti-cais nasceu da minha paixão por paisagens naturais e pela vida na cidade; do desejo de combinar Natureza e Arte, mesclando co-res e texturas numa composição mutante e integrada à arquite-tura e ao espaço comum urbano. “ - declara a arquiteta Talita Gu-tierrez, que depois de alguns anos de pesquisa em Botânica e Ecos-sistemas desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical.

“A inspiração veio da paisagem luxuriante e colorida do Brasil, das esculturas vivas de Roberto Burle Marx, e dos Jardins Ver-ticais - naturais ou criados pelo homem - que conheci durante minhas viagens pelo mundo”.

Talita Gutierrez nasceu em São Paulo, Brasil, em uma casa re-

pleta de livros, plantas, materiais coloridos e pais artistas plásticos.Arte sempre fez parte de sua vida e, desde muito cedo descobriu sua paixão por desenho e pintura e pela natureza.

Formada em Arquitetura e Pla-nejamento Urbano pelo Macken-zie em São Paulo com foco em Paisagismo, combinou sua criati-vidade e habilidades para o dese-nho com senso espacial e funcio-nalidade, incorporando o mundo natural em seu trabalho.

Desde 2005, Talita divide seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos trabalhando como desig-ner de jardins verticais e artista plástica nos seus estúdios em São Paulo e na Flórida, colaborando com importantes arquitetos, pai-sagistas e designers.

REPORTAGEMEnquanto Rio + 20 debatia o futuro do planeta

Arquiteta paulista desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical

Uma solução para uma cidade mais verde

O conceito do jardim vertical - segundo a arquiteta - sur-giu da observação e estudo da Natureza, principalmente das zonas tropicais onde a umi-dade é abundante e as espé-cies vegetais crescem espon-taneamente em superfícies verticais tais como aclives rochosos, montanhas, tron-cos de árvores, grutas e fres-tas, sem nenhuma presença de solo, alimentadas apenas por água e pelos nutrientes carregados por ela, além de luz e dióxido de carbono ne-cessários para a realização da fotossíntese.

O sistema funciona sem pre-sença de solo ou qualquer outro substrato orgânico; apenas uma estrutura leve e delgada composta de cama-das para aderência, desen-volvimento e sustentação das plantas; e sistema de irriga-ção e fertilização automáticas.

O jardim vertical é projetado de modo a minimizar a ma-nutenção futura com a correta seleção de espécies vegetais e disposição das mesmas, e a utilização de materiais alta-mente duráveis e resistentes. Possui fertilização e irrigação automáticas que funcionam por gotejamento por alguns minutos ao dia, com baixo consumo de água.

“Sempre que possível, - con-clui Talita Guitierrez - o sis-tema de irrigação será cíclico, recirculando e reusando a água o que é preferível do ponto de vista ambiental. Em ambien-tes internos sem luz natural o conjunto incluirá iluminação, também automatizada”.

Da redação

Jardim vertical na fachada do Shopping Plaza Sul, localizado à Avenida Ricardo Jafet, 100

Entrada do SPA, boutique e café L’Occitane Rua Bela Cintra 2023 - Jd Paulista

Arquiteta Talita Gutierrez

Page 5: O Vila Mariana - Ed.3

4O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 REPORTAGEM

Desde 1997 viabilizando projetos de restauro e conservação de bens culturais

IPH - um instituto que recupera o patrimônio e a memória histórica de São Paulo

Ha exatamente 15 anos, em em 26 de maio de 1997, nas-cia no Edificio Júlio Prestes, antiga sede da Estrada de Ferro Sorocabana, o Instituto de Recuperação do Patrimô-nio Histórico no Estado de São Paulo.

O IPH, é uma entidade que congrega uma equipe de no-tória especialização na área de restauro e recuperação de bens culturais, composta por arquitetos, engenheiros, histo-riadores, museólogos, técnicos em restauro e técnicos em ma-rketing cultural, envolvidos e interessados em colher e com-partilhar, da forma mais ampla e democrática possível, o me-lhor do conhecimento sobre seu objetivo institucional.

Resgatar, recuperar e conser-var patrimônios históricos e memória cultural.

O Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico – IPH, pessoa jurídica de direi-to privado, sem fins lucrativos é reconhecido de Utilidade Pública pelo Governo do Es-tado, através do Decreto n.º 45.505, de 01 de dezembro de 2000, foi qualificado pelo Ministério da Justiça como OSCIP, - Organização da Sociedade Civíl de Interesse Público - desde 09 de julho de 2002.com sua sede provi-sória nos Jardins à rua Cacon-de, 230 em São Paulo.

Conforme explica seu presi-dente Emanuel von Lauens-tein Massarani o IPH foi criado com a finalidade de co-laborar para a recuperação do patrimônio histórico, cultural, artístico, ambiental e paisa-gístico, público ou privado no Estado de São Paulo, para tanto manteve durante oito anos estreita parceria com a extinta Secretaria de Recu-peração de Bens Culturais nos governos Mario Covas e Geraldo Alkimim.

Sua proposta é viabilizar projetos de restauro e con-servação desses bens, poden-do ainda, executar através de convênios, construções, inves-timentos de infra estrutura, reformas, ampliações, adequa-ções de espaços e revitalização de áreas verdes, no âmbito cultural, ambiental, esporti-vo e de lazer, com operações triangulares, envolvendo a participação de empresas e instituições adequadas ao per-fil de cada empreendimento.

O IPH nasceu embasado na bem sucedida experiência de estabelecer parcerias com a

iniciativa pública e privada, com vistas à recuperação dos seus imóveis e bens de valor histórico, tanto na capital como no interior.

A revitalização e renovação da Júlio Prestes, da Casa da Solidariedade nos Campos Elisios, o Museu da Estrada

Museu da Estrada de Ferro Sorocabana em Sorocaba

Faxada da Igreja do Valongo em Santos e da Casa da Solidariedade em São PauloFoto de Marcos Cabaleiro

de Ferro em Sorocaba e o da Companhia Paulista em Jundiai, a Igreja do Valongo em Santos, o Centro da Me-mória da Contabilidade Pau-lista e o Centro da Memória da Cavalaria 9 de Julho, a Sede do Horto Florestal e o Museu do Eucalipto em Rio Claro, Grupo Escolar de Itatiba são alguns exemplos marcantes de patrimonios recuperados pelo IPH jun-tamente com a Secretaria de Recuperação de Bens Cultu-rais, Artisticos e Ambientais do Estado de São Paulo.

José Titonele

O VILA MARIANA - JULHO DE 20125

“A idéia de criar Jardins Verti-cais nasceu da minha paixão por paisagens naturais e pela vida na cidade; do desejo de combinar Natureza e Arte, mesclando co-res e texturas numa composição mutante e integrada à arquite-tura e ao espaço comum urbano. “ - declara a arquiteta Talita Gu-tierrez, que depois de alguns anos de pesquisa em Botânica e Ecos-sistemas desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical.

“A inspiração veio da paisagem luxuriante e colorida do Brasil, das esculturas vivas de Roberto Burle Marx, e dos Jardins Ver-ticais - naturais ou criados pelo homem - que conheci durante minhas viagens pelo mundo”.

Talita Gutierrez nasceu em São Paulo, Brasil, em uma casa re-

pleta de livros, plantas, materiais coloridos e pais artistas plásticos.Arte sempre fez parte de sua vida e, desde muito cedo descobriu sua paixão por desenho e pintura e pela natureza.

Formada em Arquitetura e Pla-nejamento Urbano pelo Macken-zie em São Paulo com foco em Paisagismo, combinou sua criati-vidade e habilidades para o dese-nho com senso espacial e funcio-nalidade, incorporando o mundo natural em seu trabalho.

Desde 2005, Talita divide seu tempo entre o Brasil e os Estados Unidos trabalhando como desig-ner de jardins verticais e artista plástica nos seus estúdios em São Paulo e na Flórida, colaborando com importantes arquitetos, pai-sagistas e designers.

REPORTAGEMEnquanto Rio + 20 debatia o futuro do planeta

Arquiteta paulista desenvolveu um sistema inovador de jardim vertical

Uma solução para uma cidade mais verde

O conceito do jardim vertical - segundo a arquiteta - sur-giu da observação e estudo da Natureza, principalmente das zonas tropicais onde a umi-dade é abundante e as espé-cies vegetais crescem espon-taneamente em superfícies verticais tais como aclives rochosos, montanhas, tron-cos de árvores, grutas e fres-tas, sem nenhuma presença de solo, alimentadas apenas por água e pelos nutrientes carregados por ela, além de luz e dióxido de carbono ne-cessários para a realização da fotossíntese.

O sistema funciona sem pre-sença de solo ou qualquer outro substrato orgânico; apenas uma estrutura leve e delgada composta de cama-das para aderência, desen-volvimento e sustentação das plantas; e sistema de irriga-ção e fertilização automáticas.

O jardim vertical é projetado de modo a minimizar a ma-nutenção futura com a correta seleção de espécies vegetais e disposição das mesmas, e a utilização de materiais alta-mente duráveis e resistentes. Possui fertilização e irrigação automáticas que funcionam por gotejamento por alguns minutos ao dia, com baixo consumo de água.

“Sempre que possível, - con-clui Talita Guitierrez - o sis-tema de irrigação será cíclico, recirculando e reusando a água o que é preferível do ponto de vista ambiental. Em ambien-tes internos sem luz natural o conjunto incluirá iluminação, também automatizada”.

Da redação

Jardim vertical na fachada do Shopping Plaza Sul, localizado à Avenida Ricardo Jafet, 100

Entrada do SPA, boutique e café L’Occitane Rua Bela Cintra 2023 - Jd Paulista

Arquiteta Talita Gutierrez

Page 6: O Vila Mariana - Ed.3

6O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 QUALIDADE DE VIDA

Viver em um bairro movi-mentado numa cidade grande pode torna-se uma experiên-cia rica pela diversidade de informações, seja pelo conta-to diário entre as pessoas, seja participando ou observando o ritmo das atividades na rua, em um parque ou numa praça, variados estímulos acontecem quando podemos ir andando para casa depois do trabalho, da academia, das compras en-tre outras necessidades.

Assim ficam as ruas guarneci-das com pessoas caminhando durante o dia e também a noi-te alegrando a vida no bairro, promovendo a convivência, a segurança e o desenvolvi-mento sustentável, pois todo este movimento vai gerando recursos para alimentar-se, seja dando suporte para o enriquecimento de pequenos serviços de mão de obra local, comércio local, escritórios,

consultórios e toda uma gama de oportunidades mais próxi-mas, possibilitando as pessoas não só o deslocamento a pé, mas o resgate da dimensão humana no contexto da ener-gia pulsante da cidade.

E embora o poder público ve-nha nestes últimos cinco anos promovendo a melhoria da

mobilidade urbana no passeio público, com o tratamento das calçadas na cidade, com equipamentos de inclusão, sinalização para o pedestre, arborização e embelezamento da paisagem, além da integra-ção, como os parques do pro-grama 100 Parques para São Paulo que foi lançado pela Secretaria do Meio Ambien-te em 2008 e hoje já conta com 82 parques instalados, o que intensifica a identifica-ção do habitante com a vida em comunidade e a sensação de bem estar, bem como a criação das ciclovias, em um esforço para promover a bici-cleta como meio de transpor-te e não só opção de lazer.

Por outro lado, o mesmo po-der público também vem per-mitindo o adensamento fora da escala do bairro, como tem acontecido em regiões antes configuradas com caracterís-ticas horizontais como a Vila Mariana, onde a explosão imobiliária dos últimos anos fincou sua bandeira no topo da verticalização em massa.

E aí o mesmo adensamento que dá vitalidade a dimensão

das ruas de forma variada e produtiva, quando praticado sem um planejamento que vise à qualidade do espaço urbano, se desfaz por fora do muro dos condomínios, a paisagem então se degrada com violên-cia, congestionamento, ruído, cheiro de gasolina, fuligem, falta de segurança, o lixo e to-dos os desmazelos decorrentes da desumanização do passeio público, quando fica restrito ao uso por necessidade.

Nestes bairros onde os au-tomóveis particulares domi-nam o cenário, uma vez que o poder público permite o uso do solo com uma taxa de ocupação que não conside-ra a infraestrutura das ruas e do transporte público, andar torna-se um desafio, seja a pé, de bicicleta ou de carro, e até mesmo a criação de outros mecanismos como o eficiente e pratico programa de parce-rias Bike Sampa, desenvolvi-do entre a Prefeitura e em-presas privadas implantando o facílimo sistema de aluguel de bicicletas em pontos estra-tégicos, a começar pelo nosso bairro, a Vila Mariana, podem acabar não sendo tão aprovei-

tados quanto deveriam, o que é uma pena.

O panorama da mobilidade urbana eficiente em uma ci-dade como São Paulo pode ser um sonho distante, ain-da mais depois que nós fo-mos tão longe com o plano das avenidas, as marginais, o minhocão e todos os nossos viadutos, túneis e a repetição da história no caso das margi-nais, investindo na prática em um modelo que já se mostrou inviável nas grandes cidades.

Mas quando se pensa na mobilidade dentro da micro-escala do bairro, é possível promover uma relação com o entorno mais compacta e dinâmica com a proximidade das atividades do cotidiano, o que reduz o fluxo de carros nas ruas e promove um urba-nismo sustentável com a limi-tação espacial, o que tem le-vado as pessoas a tentar criar possibilidades de organizar a rotina dentro de uma região, de preferência onde se mora.

Priorizar e manter a quali-dade do bairro e ao mesmo tempo aumentar a diversida-de e impregnar de oportuni-dades e troca de informação para manter as pessoas em atividade no mesmo bairro, é o caminho inverso que pode contribuir para a redução do impacto ambiental da cidade, melhorar o design urbano e gerar estabilidade, no entanto é preciso equilibrar o grau de exploração do entorno com uma relação que mantenha o fluxo do bairro funcionando e ajude a melhorar a qualidade de vida urbana e humana.

Marjorie de Queiroz Ito

Por um bairro compactoConsiderações à margem da verticalização da Vila

O VILA MARIANA - JULHO DE 20127MEMÓRIA

Uma viagem de volta ao tempoMinha morada, minha memória...Faço aqui uma retrospectiva

sobre um pequeno quarteirão da Vila Mariana, que me trás muitas recordações. Pequeno em sua extensão, mas grande em minha memória, pois lá vivi metade da minha vida. Após quatro longos anos de ausência, fui resgatada pelo nosso querido bairro. Não mais como moradora, mas como frequentadora. Por força do destino, voltei a fre-quentar a Vila Mariana duas ou três vezes ao dia. Conta-giada por um saudosismo in-controlável, resolvi dar vazão às boas e saudosas lembranças e propor aos nossos amigos e vizinhos que façam o mesmo. Que tal uma viagem de volta ao tempo? Então lá vai:

Dia desses passando em fren-te ao sobradinho geminado onde cresci, confesso, me ba-teu uma tristeza. Estava tudo tão diferente! Pega de surpre-sa fiquei espantada com a mu-dança e com o crescimento do bairro. Foi-se o tempo...De andar de “Caloi 10”, descen-do a rua com toda a liberda-de e inconsequência próprias de meus 12 anos, sob o olhar sempre atento de meu queri-do avô que ficava lá no portão, admirando o por do sol.

De disputar com meu irmão, quem iria ao banco da frente

ao lado de minha mãe, para a escola. Lembro-me que dáva-mos carona para a caçulinha da casa da frente, que mais novinha ficava com os olhi-nhos arregalados diante de toda aquela discussão, logo cedinho pela manhã. “Banco da frente... Que bobagem!”

De conversar com minha vi-zinha, através da parede ge-minada de nossos quartos, usando a tecnologia “ultra-moderna” que encontramos,

de colocar copos na parede, para que fofocássemos aos sussurros, sob o protesto de ambas as famílias, que já ten-tavam dormir, há horas!

De chegar em casa e sentir aquele cheiro maravilhoso do famoso bolo de chocolate com café de minha avó, aca-bado de sair do forno, e con-vidar os vizinhos da frente e do lado, para devorá-lo com guaraná.

De me sentir acolhida, ao chegar tarde da noite da fa-culdade, e na frente de casa encontrar sempre algum in-tegrante da turma, que na es-quina da rua se reunia. As horas se passavam e o nú-mero de pessoas aumentava.

De dormir ao som do violão e da cantoria da querida família grande e festeira da casa da es-quina, que tanto me alegrava.Nos fins de tarde, eu sempre

“Sei que a Rua Bagé, jamais voltará a ser como esta foto”

A Rua Bagé nos dias de hoje

encontrava nossos amigos. Por onde será que andam todos? Não me esqueço do barulhinho ritmado e gos-toso da máquina de costura. Como era divertido brincar com o giz de marcar os teci-dos e com a almofada de alfi-netes coloridos.

Como era divertido brincar de “Susie e Falcon”, nos nos-sos quintais. Eu e a minha vizinha montávamos a casa completa de nossas “Susies”, no afã de que por lá, apare-cesse algum príncipe para visitá-las, mas, na realidade, o que surgia, era um “Falcon” afoito, descendo lá da janela de cima, por um teleférico,

estrategicamente construído por meu irmão, que subita-mente destruía toda a cidade das esperançosas “Susies”. Re-sultado... Acabávamos jogan-do futebol de botão (o que confesso, era bem mais diver-tido) com o “Falcon” e seus amigos da casa da frente que estavam sempre juntos.

Apesar do muro, tínhamos um quintal comum. As mães costumavam trocar receitas, e não raro passavam por cima do muro pratos recheados de deliciosos quitutes. É... Foi--se o tempo... Reencontrá-los ou ao menos ouvir falar deles foi muito gratificante. O res-gate dessa memória é sempre muito prazeroso. Que saudade desse tempo!

Adriana Guimarães

Page 7: O Vila Mariana - Ed.3

6O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 QUALIDADE DE VIDA

Viver em um bairro movi-mentado numa cidade grande pode torna-se uma experiên-cia rica pela diversidade de informações, seja pelo conta-to diário entre as pessoas, seja participando ou observando o ritmo das atividades na rua, em um parque ou numa praça, variados estímulos acontecem quando podemos ir andando para casa depois do trabalho, da academia, das compras en-tre outras necessidades.

Assim ficam as ruas guarneci-das com pessoas caminhando durante o dia e também a noi-te alegrando a vida no bairro, promovendo a convivência, a segurança e o desenvolvi-mento sustentável, pois todo este movimento vai gerando recursos para alimentar-se, seja dando suporte para o enriquecimento de pequenos serviços de mão de obra local, comércio local, escritórios,

consultórios e toda uma gama de oportunidades mais próxi-mas, possibilitando as pessoas não só o deslocamento a pé, mas o resgate da dimensão humana no contexto da ener-gia pulsante da cidade.

E embora o poder público ve-nha nestes últimos cinco anos promovendo a melhoria da

mobilidade urbana no passeio público, com o tratamento das calçadas na cidade, com equipamentos de inclusão, sinalização para o pedestre, arborização e embelezamento da paisagem, além da integra-ção, como os parques do pro-grama 100 Parques para São Paulo que foi lançado pela Secretaria do Meio Ambien-te em 2008 e hoje já conta com 82 parques instalados, o que intensifica a identifica-ção do habitante com a vida em comunidade e a sensação de bem estar, bem como a criação das ciclovias, em um esforço para promover a bici-cleta como meio de transpor-te e não só opção de lazer.

Por outro lado, o mesmo po-der público também vem per-mitindo o adensamento fora da escala do bairro, como tem acontecido em regiões antes configuradas com caracterís-ticas horizontais como a Vila Mariana, onde a explosão imobiliária dos últimos anos fincou sua bandeira no topo da verticalização em massa.

E aí o mesmo adensamento que dá vitalidade a dimensão

das ruas de forma variada e produtiva, quando praticado sem um planejamento que vise à qualidade do espaço urbano, se desfaz por fora do muro dos condomínios, a paisagem então se degrada com violên-cia, congestionamento, ruído, cheiro de gasolina, fuligem, falta de segurança, o lixo e to-dos os desmazelos decorrentes da desumanização do passeio público, quando fica restrito ao uso por necessidade.

Nestes bairros onde os au-tomóveis particulares domi-nam o cenário, uma vez que o poder público permite o uso do solo com uma taxa de ocupação que não conside-ra a infraestrutura das ruas e do transporte público, andar torna-se um desafio, seja a pé, de bicicleta ou de carro, e até mesmo a criação de outros mecanismos como o eficiente e pratico programa de parce-rias Bike Sampa, desenvolvi-do entre a Prefeitura e em-presas privadas implantando o facílimo sistema de aluguel de bicicletas em pontos estra-tégicos, a começar pelo nosso bairro, a Vila Mariana, podem acabar não sendo tão aprovei-

tados quanto deveriam, o que é uma pena.

O panorama da mobilidade urbana eficiente em uma ci-dade como São Paulo pode ser um sonho distante, ain-da mais depois que nós fo-mos tão longe com o plano das avenidas, as marginais, o minhocão e todos os nossos viadutos, túneis e a repetição da história no caso das margi-nais, investindo na prática em um modelo que já se mostrou inviável nas grandes cidades.

Mas quando se pensa na mobilidade dentro da micro-escala do bairro, é possível promover uma relação com o entorno mais compacta e dinâmica com a proximidade das atividades do cotidiano, o que reduz o fluxo de carros nas ruas e promove um urba-nismo sustentável com a limi-tação espacial, o que tem le-vado as pessoas a tentar criar possibilidades de organizar a rotina dentro de uma região, de preferência onde se mora.

Priorizar e manter a quali-dade do bairro e ao mesmo tempo aumentar a diversida-de e impregnar de oportuni-dades e troca de informação para manter as pessoas em atividade no mesmo bairro, é o caminho inverso que pode contribuir para a redução do impacto ambiental da cidade, melhorar o design urbano e gerar estabilidade, no entanto é preciso equilibrar o grau de exploração do entorno com uma relação que mantenha o fluxo do bairro funcionando e ajude a melhorar a qualidade de vida urbana e humana.

Marjorie de Queiroz Ito

Por um bairro compactoConsiderações à margem da verticalização da Vila

O VILA MARIANA - JULHO DE 20127MEMÓRIA

Uma viagem de volta ao tempoMinha morada, minha memória...Faço aqui uma retrospectiva

sobre um pequeno quarteirão da Vila Mariana, que me trás muitas recordações. Pequeno em sua extensão, mas grande em minha memória, pois lá vivi metade da minha vida. Após quatro longos anos de ausência, fui resgatada pelo nosso querido bairro. Não mais como moradora, mas como frequentadora. Por força do destino, voltei a fre-quentar a Vila Mariana duas ou três vezes ao dia. Conta-giada por um saudosismo in-controlável, resolvi dar vazão às boas e saudosas lembranças e propor aos nossos amigos e vizinhos que façam o mesmo. Que tal uma viagem de volta ao tempo? Então lá vai:

Dia desses passando em fren-te ao sobradinho geminado onde cresci, confesso, me ba-teu uma tristeza. Estava tudo tão diferente! Pega de surpre-sa fiquei espantada com a mu-dança e com o crescimento do bairro. Foi-se o tempo...De andar de “Caloi 10”, descen-do a rua com toda a liberda-de e inconsequência próprias de meus 12 anos, sob o olhar sempre atento de meu queri-do avô que ficava lá no portão, admirando o por do sol.

De disputar com meu irmão, quem iria ao banco da frente

ao lado de minha mãe, para a escola. Lembro-me que dáva-mos carona para a caçulinha da casa da frente, que mais novinha ficava com os olhi-nhos arregalados diante de toda aquela discussão, logo cedinho pela manhã. “Banco da frente... Que bobagem!”

De conversar com minha vi-zinha, através da parede ge-minada de nossos quartos, usando a tecnologia “ultra-moderna” que encontramos,

de colocar copos na parede, para que fofocássemos aos sussurros, sob o protesto de ambas as famílias, que já ten-tavam dormir, há horas!

De chegar em casa e sentir aquele cheiro maravilhoso do famoso bolo de chocolate com café de minha avó, aca-bado de sair do forno, e con-vidar os vizinhos da frente e do lado, para devorá-lo com guaraná.

De me sentir acolhida, ao chegar tarde da noite da fa-culdade, e na frente de casa encontrar sempre algum in-tegrante da turma, que na es-quina da rua se reunia. As horas se passavam e o nú-mero de pessoas aumentava.

De dormir ao som do violão e da cantoria da querida família grande e festeira da casa da es-quina, que tanto me alegrava.Nos fins de tarde, eu sempre

“Sei que a Rua Bagé, jamais voltará a ser como esta foto”

A Rua Bagé nos dias de hoje

encontrava nossos amigos. Por onde será que andam todos? Não me esqueço do barulhinho ritmado e gos-toso da máquina de costura. Como era divertido brincar com o giz de marcar os teci-dos e com a almofada de alfi-netes coloridos.

Como era divertido brincar de “Susie e Falcon”, nos nos-sos quintais. Eu e a minha vizinha montávamos a casa completa de nossas “Susies”, no afã de que por lá, apare-cesse algum príncipe para visitá-las, mas, na realidade, o que surgia, era um “Falcon” afoito, descendo lá da janela de cima, por um teleférico,

estrategicamente construído por meu irmão, que subita-mente destruía toda a cidade das esperançosas “Susies”. Re-sultado... Acabávamos jogan-do futebol de botão (o que confesso, era bem mais diver-tido) com o “Falcon” e seus amigos da casa da frente que estavam sempre juntos.

Apesar do muro, tínhamos um quintal comum. As mães costumavam trocar receitas, e não raro passavam por cima do muro pratos recheados de deliciosos quitutes. É... Foi--se o tempo... Reencontrá-los ou ao menos ouvir falar deles foi muito gratificante. O res-gate dessa memória é sempre muito prazeroso. Que saudade desse tempo!

Adriana Guimarães

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8O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 INFORMÁTICA

A evolução no campo digitalÉ recomendavel acompanhar

Do que se trata? O que é isto?

Hoje temos três telas: Tele-visão, Computador e Smar-tphone (incluo aqui os Ta-blets). Estas abrangem quase todo o mundo digital. Esta-mos em processo de grandes mudanças de como interagi-remos com essas telas.

De que modo convergem es-sas três telas? Da forma mais completa e abrangente pos-sível. E mais: as três telas são totalmente reversíveis, pois tudo que uma faz as outras também fazem. Assim, a cada dia que passa, a TV mais se transforma e se aproxima de um computador com tela grande. Da mesma forma, pode até exercer as funções de um smartphone. O computa-dor, por sua vez, comporta-se como uma TV ou como um smartphone. E o smartphone assume os papeis de um com-putador ou de uma TV com tela pequena.

Dentro desta quebra de para-digma foi lançado recentemen-te, dia 20/05/2012, no evento Windows Phone Summit em San Francisco, na Califórnia, o Windows Phone 8, próxima geração do sistema operacional móvel da Microsoft.

Atualmente estamos com a evolução das Tecnologias (por exemplo,semicondutores e conectividade) e dos Sistemas Operacionais. Outro exemplo é do Ubuntu para Android.Agora telefones multi-core com Android conectando-se o Smartphone, monitor, mouse e teclado, torna-se um PC.

Em poucos anos, os nossos Ta-blets serão muito mais do que meros dispositivos de comu-nicação pessoal, possivelmente substituirão os nossos compu-tadores. Afinal eles já são dis-positivos de computação.

Certamente, smartphones/ta-blets dual ou quad-core têm o poder de processar uma gran-de variedade de tarefas básicas, como processamento de texto e navegação na internet. Ali-

ás, os atuais Smartphones de hoje já têm GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) suficientemente "forte" para lidar com o funcionamento de um ambiente de desktop.

As novas versões dos Ta-blets nós acompanharão em todos os momento, sendo nosso despertador; ajudan-

do a escolher o que vestir; consultar previsão do tem-po; nos acompanhando na academia, aonde fazendo atividades físicas, estaremos verificando emails e ouvindo nossas músicas; nós ajudan-do a se locomover na cidade; guardando nossas fotos; efe-tuando videochamadas aon-de estivermos; vendo filmes e ainda muito mais. Veremos em poucos anos a popularização da integração destas interfaces (Telas) com a interoperabilidade e maior disponibilização e baratea-mento de tecnologia como as utilizadas em automação resi-dencial, ainda pouco difundi-da, diante do seu alto custo.

Mas já existe tecnologia avan-çada o suficiente que permite a total automação residencial, como ligar televisão, rádio, micro-ondas, etc. à partir de Smartphones/Tablests.

Não é ficção cientifica, em pouco tempo essas tecnolo-gias se tornarão acessíveis e farão parte da rotina do cida-dão comum.

João Soares

Os processos de criação de Lasar Segall em exposição

De 16 de julho a 14 de outubro

Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possí-vel acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias lingua-gens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alema-nha até a última produção da década de 1950, no Brasil.

Museu Lasar SegallRua Afonso Celso, 437

Com obras e fotografias do acervo do Museu Lasar Segall, será inaugurada no proximo dia 16 uma exposição que co-bre toda a trajetória do grande artista lituano, que dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram ro-tineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação.

Os processos de criação de Lasar Segall em exposição

De 16 de julho a 14 de outubro

Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possí-vel acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias lingua-gens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alema-nha até a última produção da década de 1950, no Brasil.

Museu Lasar SegallRua Afonso Celso, 437

Com obras e fotografias do acervo do Museu Lasar Segall, será inaugurada no proximo dia 16 uma exposição que co-bre toda a trajetória do grande artista lituano, que dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram ro-tineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação.

O VILA MARIANA - JULHO DE 20129TECNOLOGIA

Giclée: nova técnica para a artePara se obter cópias perfeitas

Fazer reprodução de uma obra de arte é trabalho para artista. Não pode ficar a car-go de curiosos. Ela exige co-nhecimento técnico e equi-pamentos adequados. Foi por este motivo que o fotógrafo Rogério Bucci resolveu mon-tar um ateliê para atender

artistas e decoradores que ne-cessitam de cópias perfeitas.

Segundo Bucci, a reprodução fiel de uma obra de arte exige conhecimento técnico, mas também equipamentos de ponta. “Neste sentido, a HP disponibiliza um software de

calibração de cores precisa e uma impressora com perfil de impressão extremamente fiel às cores que aparecem no monitor. Com este conjunto é possível reproduzir o trabalho com 100% de precisão”, explica.

É claro que nada disso seria possível se Bucci não tivesse montado um estúdio fotográ-fico adequado para fotografar as obras. A partir das fotos em alta resolução é que são feitas as reproduções, que podem ter como material base: teci-do, filme, lona e vários tipos de papel, ficando a critério do artista o material a ser usado.Bucci acrescenta que, por sua fidelidade cromática, esta téc-

nica de reprodução, mais co-nhecida como fine arts, tam-bém é uma importante aliada para fins didáticos. “Ela pos-sibilita a reprodução fiel de telas de artistas renomados. Desta forma, professores e artistas podem recorrer à téc-nica para aulas e workshops sem a necessidade de levar o

original, que implicaria em riscos e custos altíssimos com seguro”, finaliza.

Os interessados em conhe-cer ou utilizar a técnica po-dem ligar para os telefones 2803.1179 ; 3867.0929; 5081.7210; 3057.2803 e 3884.8449.

Rogério Bucci em seu estudio em Vila Mariana

Réplica de quadros saindo do “forno”

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8O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 INFORMÁTICA

A evolução no campo digitalÉ recomendavel acompanhar

Do que se trata? O que é isto?

Hoje temos três telas: Tele-visão, Computador e Smar-tphone (incluo aqui os Ta-blets). Estas abrangem quase todo o mundo digital. Esta-mos em processo de grandes mudanças de como interagi-remos com essas telas.

De que modo convergem es-sas três telas? Da forma mais completa e abrangente pos-sível. E mais: as três telas são totalmente reversíveis, pois tudo que uma faz as outras também fazem. Assim, a cada dia que passa, a TV mais se transforma e se aproxima de um computador com tela grande. Da mesma forma, pode até exercer as funções de um smartphone. O computa-dor, por sua vez, comporta-se como uma TV ou como um smartphone. E o smartphone assume os papeis de um com-putador ou de uma TV com tela pequena.

Dentro desta quebra de para-digma foi lançado recentemen-te, dia 20/05/2012, no evento Windows Phone Summit em San Francisco, na Califórnia, o Windows Phone 8, próxima geração do sistema operacional móvel da Microsoft.

Atualmente estamos com a evolução das Tecnologias (por exemplo,semicondutores e conectividade) e dos Sistemas Operacionais. Outro exemplo é do Ubuntu para Android.Agora telefones multi-core com Android conectando-se o Smartphone, monitor, mouse e teclado, torna-se um PC.

Em poucos anos, os nossos Ta-blets serão muito mais do que meros dispositivos de comu-nicação pessoal, possivelmente substituirão os nossos compu-tadores. Afinal eles já são dis-positivos de computação.

Certamente, smartphones/ta-blets dual ou quad-core têm o poder de processar uma gran-de variedade de tarefas básicas, como processamento de texto e navegação na internet. Ali-

ás, os atuais Smartphones de hoje já têm GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) suficientemente "forte" para lidar com o funcionamento de um ambiente de desktop.

As novas versões dos Ta-blets nós acompanharão em todos os momento, sendo nosso despertador; ajudan-

do a escolher o que vestir; consultar previsão do tem-po; nos acompanhando na academia, aonde fazendo atividades físicas, estaremos verificando emails e ouvindo nossas músicas; nós ajudan-do a se locomover na cidade; guardando nossas fotos; efe-tuando videochamadas aon-de estivermos; vendo filmes e ainda muito mais. Veremos em poucos anos a popularização da integração destas interfaces (Telas) com a interoperabilidade e maior disponibilização e baratea-mento de tecnologia como as utilizadas em automação resi-dencial, ainda pouco difundi-da, diante do seu alto custo.

Mas já existe tecnologia avan-çada o suficiente que permite a total automação residencial, como ligar televisão, rádio, micro-ondas, etc. à partir de Smartphones/Tablests.

Não é ficção cientifica, em pouco tempo essas tecnolo-gias se tornarão acessíveis e farão parte da rotina do cida-dão comum.

João Soares

Os processos de criação de Lasar Segall em exposição

De 16 de julho a 14 de outubro

Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possí-vel acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias lingua-gens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alema-nha até a última produção da década de 1950, no Brasil.

Museu Lasar SegallRua Afonso Celso, 437

Com obras e fotografias do acervo do Museu Lasar Segall, será inaugurada no proximo dia 16 uma exposição que co-bre toda a trajetória do grande artista lituano, que dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram ro-tineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação.

Os processos de criação de Lasar Segall em exposição

De 16 de julho a 14 de outubro

Nesta exposição, é possível perceber, em certos pequenos desenhos, a gênese de algumas grandes telas. Também é possí-vel acompanhar a reafirmação do seu repertório poético e a reiteração de questões formais, traduzidas nas várias lingua-gens de que se serviu, desde os primeiros trabalhos na Alema-nha até a última produção da década de 1950, no Brasil.

Museu Lasar SegallRua Afonso Celso, 437

Com obras e fotografias do acervo do Museu Lasar Segall, será inaugurada no proximo dia 16 uma exposição que co-bre toda a trajetória do grande artista lituano, que dá destaque especial ao seu processo de criação. Idéias sugeridas pela realidade observada, tanto em alto mar como nas cidades e campos brasileiros, foram ro-tineiramente registradas pelo artista em diferentes papéis, blocos e cadernos de anotação.

O VILA MARIANA - JULHO DE 20129TECNOLOGIA

Giclée: nova técnica para a artePara se obter cópias perfeitas

Fazer reprodução de uma obra de arte é trabalho para artista. Não pode ficar a car-go de curiosos. Ela exige co-nhecimento técnico e equi-pamentos adequados. Foi por este motivo que o fotógrafo Rogério Bucci resolveu mon-tar um ateliê para atender

artistas e decoradores que ne-cessitam de cópias perfeitas.

Segundo Bucci, a reprodução fiel de uma obra de arte exige conhecimento técnico, mas também equipamentos de ponta. “Neste sentido, a HP disponibiliza um software de

calibração de cores precisa e uma impressora com perfil de impressão extremamente fiel às cores que aparecem no monitor. Com este conjunto é possível reproduzir o trabalho com 100% de precisão”, explica.

É claro que nada disso seria possível se Bucci não tivesse montado um estúdio fotográ-fico adequado para fotografar as obras. A partir das fotos em alta resolução é que são feitas as reproduções, que podem ter como material base: teci-do, filme, lona e vários tipos de papel, ficando a critério do artista o material a ser usado.Bucci acrescenta que, por sua fidelidade cromática, esta téc-

nica de reprodução, mais co-nhecida como fine arts, tam-bém é uma importante aliada para fins didáticos. “Ela pos-sibilita a reprodução fiel de telas de artistas renomados. Desta forma, professores e artistas podem recorrer à téc-nica para aulas e workshops sem a necessidade de levar o

original, que implicaria em riscos e custos altíssimos com seguro”, finaliza.

Os interessados em conhe-cer ou utilizar a técnica po-dem ligar para os telefones 2803.1179 ; 3867.0929; 5081.7210; 3057.2803 e 3884.8449.

Rogério Bucci em seu estudio em Vila Mariana

Réplica de quadros saindo do “forno”

Page 10: O Vila Mariana - Ed.3

10O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Conseqüência de uma ini-ciativa de civismo e de jus-tiça concretizada pela força de vontade dos que vêem na figura de seus heróis um sim-bolismo da fé e da grandeza de nossa terra, o Monumento Mausoléu aos heróis de 1932, ergue-se no Ibirapuera, ao lado da sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, como um marco das lutas e vitórias de um povo forte, bravo e idealista.

De 1933, quando nasceu a idéia de perpetuar no már-more um monumento histó-rico na vida de São Paulo, até 1954, ocasião em que a terra bandeirante completava seu IV Centenário, quando para lá foram trasladados os despo-jos dos Heróis da Revolução Constitucionalista, Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo e Paulo Virgínio " ainda antes da inauguração " várias foram as dificuldades enfrentadas, os obstáculos a serem venci-dos na luta para a realização do projeto do grande escultor Galileo Emendabili.

Neste ano em que se come-moram 66 anos da Revolução de 32 e numa homenagem aos heróis paulistas, símbolo de um poder de um povo na

luta por seus ideais, nada mais justo que se lembre um pou-co da história do Monumen-to que perpetua no granito a grande epopéia.

Paulo Emendabili Carvalho-sa, neto do escultor, recolheu alguns anos antes do faleci-mento do autor do projeto alguns pormenores curiosos sobre o monumento cuja mís-tica reside na simbologia, toda ela representada pelo número 9, data máxima da Revolução.

Nove são os degraus que con-duzem à cripta do Monumen-to; a altura do Obelisco da base até o topo é de 72 metros (7+2 =9) e da cripta até o topo a dis-tância é de 81 metros (8+1=9, além do que 81 é o quadrado de 9). Se fizermos à soma arit-mética desses valores (72 e 81) teremos 7+2+8+1=18 (1+8=9). Por outro lado, cada face do Monumento está orientada para os quatro pontos carde-ais e cada uma delas com suas respectivas esculturas em alto relevo, representa 100 anos da

história de São Paulo. A praça onde emerge o Monumento em frente ao Parque do Ibi-rapuera simboliza um cora-ção, coração na terra que no seu interior abriga a cripta em forma de cruz grega sustenta-da por arcos que lembram as tradicionais arcadas da Facul-dade de Direito do Largo de São Francisco, berço do Mo-vimento de 32.

Foi por esta razão " explica Paulo Emendabili Carvalho-sa " que o escultor concedeu

a iluminação da cripta do Monumento vinda do chão, como a lembrar a luz dos mortos vinda da terra.

"São três as portas de bron-ze que conduzem do exterior do Monumento ao interior da cripta e vale ressaltar que todas elas abrem-se para o exterior, para o mundo, tal como os portais do cemitério da velha Europa, terra natal de meu avô".

Bem no centro da cruz loca-liza-se o túmulo com a está-tua em mármore do Soldado Desconhecido que repousa sobre um bloco maciço com os nomes escritos dos primei-ros caídos pela Revolução.

Esse bloco de mármore por sua vez está sobre uma bandeira paulista em preto e vermelho, que obviamen-te não se vê e sob ela estão depositados os restos mor-tais de Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo além de Paulo Virgínio.

Vale salientar ainda que a base do Obelisco cai a pru-mo sobre o centro da cruz e, portanto, o Soldado em már-mores está no centro tanto da cruz quanto da circunferência traçada imaginariamente pela própria base do Obelisco. Segundo costuma detalhar Galileo Emendabili, o Sol-dado em mármore vela por seus Heróis, por sua Bandeira e pela Constituição, motivo principal da epopéia de 1932. Seu olhar fixa a base do Obe-lisco, que internamente tem a forma de um obus de canhão

O Monumento Mausoléu aos Heróis de 1932

A DATA DO MÊSInaugurado no IV Centenário de São Paulo

Visão aerea do Monumento Obelisco em frente ao Parque Ibirapuera

O VILA MARIANAAnuncie no jornal do seu bairro (011) 9829-7229

O VILA MARIANA - JULHO DE 201211

A simbologia do 9 na concepção de Emendabili

A DATA DO MÊS9 de Julho de 1932

situado em nível superior. Suas paredes são incrustadas de mosaicos representativos da história de São Paulo e com duas portas de bronze que se abrem de fora para dentro com esculturas que contam a epopéia revolucio-nária, estas portas são volta-das, uma para a avenida 23 de Maio e outra para o Parque

do Ibirapuera em cuja frente pontifica a estátua de Ibrahim Nobre, o grande tribuno da Revolução.

Paulo Emendabili Carvalhosa lembra com emoção que "Ga-lileo Emendabili quis ainda que o Obelisco representas-se internamente um canhão a ser acionado pelo herói no

"Aos épicos de julho de 32, que,fiéis cumpridores da sagrada promessa

feita a seus maiores - os quemoveram as terras e as gentes porsua força e fé - na lei puseram sua

força e em São Paulo sua Fé."

“Viveram pouco para morrer bemmorreram jovens para viver sempre.”

Guilherme de Almeida

caso de violação a Constitui-ção, enquanto externamente representa a lâmina de uma espada que atravessa o cora-ção de São Paulo, acolhen-do os filhos mortos em terra paulista por tão nobre causa".

Detalhes externos da face norte do Obelisco

Mosaico de Fulvio Pennacchi na capela central do Monumento

O escultor Galileo Emendabili

Emanuel von Lauenstein Massarani

Historiador e diplomata

Galileo Emendabili, pseudô-nimo artístico de Galileo Ugo Emendabili nasceu em Anco-na (Itália) em 1898 e faleceu em São Paulo, em 1974. Em 1915 matriculou-se no curso especial de escultura da Aca-demia Real de Belas Artes de Urbino (Italia).

Foi aluno do escultor Dome-nico Jollo e estudou desenho com Ludovico Spagnolini. Freqüentou o ateliê do escul-tor Arturo Dazzi e entrou em contato com a obra dos escul-tores Ivan Mestrovic, Adolf Wildt e Arturo Martini, en-tre outros. Autor de diversas obras, Emendabili tornou-se célebre.

Já casado com sua patrícia Malvina Manfrini, partiu em

1923, de Gênova, num navio que chegou em Santos no dia 3 de julho, estabelecendo-se na cidade de São Paulo, onde passou a trabalhar como en-talhador no Liceu de Artes e Ofícios. Contando com o au-xílio da numerosíssima cole-tividade italiana - tornou-se rapidamente num dos artistas mais conhecidos, tendo ven-cido diversos concursos.

Em 1925, ganha o primeiro prêmio no Concurso Interna-cional para o Monumento a Pereira Barreto, inaugurado em 1928, na Praça Marechal Deo-doro. No ano seguinte, vence o concurso para o Monumento a Ramos de Azevedo, inaugu-

rado em 1934, e que atual-mente encontra-se na Cidade Universitária.

Nesse mesmo ano, ganha os primeiros dois prêmios no concurso para o Monumento aos Heróis Constitucionalis-tas de 1932. A partir de 1933, trabalha com a colaboração de Fulvio Pennacchi, que ela-bora desenhos para alguns de seus projetos.

Diversas de suas obras podem ser apreciadas em mausoléus dos Cemitérios da Consola-ção e do Araçá ou na Pinaco-teca do Estado de São Paulo. Inicia, a partir de 1969, tra-balhos em desenho e pintura. Em 1982 a Rádio Televisão Italiana realiza o vídeo “An-cona - San Paolo solo andata” (Ancona “ São Paulo somente ida). Em 1997 a Pinacoteca do Estado de São Paulo orga-niza a exposição Monumento a Ramos de Azevedo: do con-curso ao exílio, na qual é pu-blicado um livro organizado pela historiadora e crítica de arte Annateresa Fabris.

Page 11: O Vila Mariana - Ed.3

10O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Conseqüência de uma ini-ciativa de civismo e de jus-tiça concretizada pela força de vontade dos que vêem na figura de seus heróis um sim-bolismo da fé e da grandeza de nossa terra, o Monumento Mausoléu aos heróis de 1932, ergue-se no Ibirapuera, ao lado da sede da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, como um marco das lutas e vitórias de um povo forte, bravo e idealista.

De 1933, quando nasceu a idéia de perpetuar no már-more um monumento histó-rico na vida de São Paulo, até 1954, ocasião em que a terra bandeirante completava seu IV Centenário, quando para lá foram trasladados os despo-jos dos Heróis da Revolução Constitucionalista, Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo e Paulo Virgínio " ainda antes da inauguração " várias foram as dificuldades enfrentadas, os obstáculos a serem venci-dos na luta para a realização do projeto do grande escultor Galileo Emendabili.

Neste ano em que se come-moram 66 anos da Revolução de 32 e numa homenagem aos heróis paulistas, símbolo de um poder de um povo na

luta por seus ideais, nada mais justo que se lembre um pou-co da história do Monumen-to que perpetua no granito a grande epopéia.

Paulo Emendabili Carvalho-sa, neto do escultor, recolheu alguns anos antes do faleci-mento do autor do projeto alguns pormenores curiosos sobre o monumento cuja mís-tica reside na simbologia, toda ela representada pelo número 9, data máxima da Revolução.

Nove são os degraus que con-duzem à cripta do Monumen-to; a altura do Obelisco da base até o topo é de 72 metros (7+2 =9) e da cripta até o topo a dis-tância é de 81 metros (8+1=9, além do que 81 é o quadrado de 9). Se fizermos à soma arit-mética desses valores (72 e 81) teremos 7+2+8+1=18 (1+8=9). Por outro lado, cada face do Monumento está orientada para os quatro pontos carde-ais e cada uma delas com suas respectivas esculturas em alto relevo, representa 100 anos da

história de São Paulo. A praça onde emerge o Monumento em frente ao Parque do Ibi-rapuera simboliza um cora-ção, coração na terra que no seu interior abriga a cripta em forma de cruz grega sustenta-da por arcos que lembram as tradicionais arcadas da Facul-dade de Direito do Largo de São Francisco, berço do Mo-vimento de 32.

Foi por esta razão " explica Paulo Emendabili Carvalho-sa " que o escultor concedeu

a iluminação da cripta do Monumento vinda do chão, como a lembrar a luz dos mortos vinda da terra.

"São três as portas de bron-ze que conduzem do exterior do Monumento ao interior da cripta e vale ressaltar que todas elas abrem-se para o exterior, para o mundo, tal como os portais do cemitério da velha Europa, terra natal de meu avô".

Bem no centro da cruz loca-liza-se o túmulo com a está-tua em mármore do Soldado Desconhecido que repousa sobre um bloco maciço com os nomes escritos dos primei-ros caídos pela Revolução.

Esse bloco de mármore por sua vez está sobre uma bandeira paulista em preto e vermelho, que obviamen-te não se vê e sob ela estão depositados os restos mor-tais de Miragaia, Martins, Drauzio, Camargo além de Paulo Virgínio.

Vale salientar ainda que a base do Obelisco cai a pru-mo sobre o centro da cruz e, portanto, o Soldado em már-mores está no centro tanto da cruz quanto da circunferência traçada imaginariamente pela própria base do Obelisco. Segundo costuma detalhar Galileo Emendabili, o Sol-dado em mármore vela por seus Heróis, por sua Bandeira e pela Constituição, motivo principal da epopéia de 1932. Seu olhar fixa a base do Obe-lisco, que internamente tem a forma de um obus de canhão

O Monumento Mausoléu aos Heróis de 1932

A DATA DO MÊSInaugurado no IV Centenário de São Paulo

Visão aerea do Monumento Obelisco em frente ao Parque Ibirapuera

O VILA MARIANAAnuncie no jornal do seu bairro (011) 9829-7229

O VILA MARIANA - JULHO DE 201211

A simbologia do 9 na concepção de Emendabili

A DATA DO MÊS9 de Julho de 1932

situado em nível superior. Suas paredes são incrustadas de mosaicos representativos da história de São Paulo e com duas portas de bronze que se abrem de fora para dentro com esculturas que contam a epopéia revolucio-nária, estas portas são volta-das, uma para a avenida 23 de Maio e outra para o Parque

do Ibirapuera em cuja frente pontifica a estátua de Ibrahim Nobre, o grande tribuno da Revolução.

Paulo Emendabili Carvalhosa lembra com emoção que "Ga-lileo Emendabili quis ainda que o Obelisco representas-se internamente um canhão a ser acionado pelo herói no

"Aos épicos de julho de 32, que,fiéis cumpridores da sagrada promessa

feita a seus maiores - os quemoveram as terras e as gentes porsua força e fé - na lei puseram sua

força e em São Paulo sua Fé."

“Viveram pouco para morrer bemmorreram jovens para viver sempre.”

Guilherme de Almeida

caso de violação a Constitui-ção, enquanto externamente representa a lâmina de uma espada que atravessa o cora-ção de São Paulo, acolhen-do os filhos mortos em terra paulista por tão nobre causa".

Detalhes externos da face norte do Obelisco

Mosaico de Fulvio Pennacchi na capela central do Monumento

O escultor Galileo Emendabili

Emanuel von Lauenstein Massarani

Historiador e diplomata

Galileo Emendabili, pseudô-nimo artístico de Galileo Ugo Emendabili nasceu em Anco-na (Itália) em 1898 e faleceu em São Paulo, em 1974. Em 1915 matriculou-se no curso especial de escultura da Aca-demia Real de Belas Artes de Urbino (Italia).

Foi aluno do escultor Dome-nico Jollo e estudou desenho com Ludovico Spagnolini. Freqüentou o ateliê do escul-tor Arturo Dazzi e entrou em contato com a obra dos escul-tores Ivan Mestrovic, Adolf Wildt e Arturo Martini, en-tre outros. Autor de diversas obras, Emendabili tornou-se célebre.

Já casado com sua patrícia Malvina Manfrini, partiu em

1923, de Gênova, num navio que chegou em Santos no dia 3 de julho, estabelecendo-se na cidade de São Paulo, onde passou a trabalhar como en-talhador no Liceu de Artes e Ofícios. Contando com o au-xílio da numerosíssima cole-tividade italiana - tornou-se rapidamente num dos artistas mais conhecidos, tendo ven-cido diversos concursos.

Em 1925, ganha o primeiro prêmio no Concurso Interna-cional para o Monumento a Pereira Barreto, inaugurado em 1928, na Praça Marechal Deo-doro. No ano seguinte, vence o concurso para o Monumento a Ramos de Azevedo, inaugu-

rado em 1934, e que atual-mente encontra-se na Cidade Universitária.

Nesse mesmo ano, ganha os primeiros dois prêmios no concurso para o Monumento aos Heróis Constitucionalis-tas de 1932. A partir de 1933, trabalha com a colaboração de Fulvio Pennacchi, que ela-bora desenhos para alguns de seus projetos.

Diversas de suas obras podem ser apreciadas em mausoléus dos Cemitérios da Consola-ção e do Araçá ou na Pinaco-teca do Estado de São Paulo. Inicia, a partir de 1969, tra-balhos em desenho e pintura. Em 1982 a Rádio Televisão Italiana realiza o vídeo “An-cona - San Paolo solo andata” (Ancona “ São Paulo somente ida). Em 1997 a Pinacoteca do Estado de São Paulo orga-niza a exposição Monumento a Ramos de Azevedo: do con-curso ao exílio, na qual é pu-blicado um livro organizado pela historiadora e crítica de arte Annateresa Fabris.

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12O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 10:00 às 18:00hssábado das 10:00 às 14:00hs. estacionamento no localR. Joinville, 141 - Vila Mariana - SP - Tel: 3854-2009

www.eglantine.com.br

Por que a família é tão impor-tante em nossas vidas? Ainda que estejamos passando por muitas transformações nos últimos anos o fato é que fa-milia é uma instituição fun-damental e desempenha uma papel decisivo na educação informal e informal de todos os indivíduos.

É através da família que aprendemos a nos relacionar e trocar as mais diversas ex-perìências. Ela é um "confli-to cooperativo" que garante nossa sobrevivência, nosso bem-estar e proteção que vem através de incansáveis aportes afetivos.

CRÔNICA

Ainda que saibamos disso tudo, a vida familiar se mo-dificou. Vem passando por momentos decisivos, sempre desafiando conceitos e provo-cando estudos.

No meio dessa rotina atribu-lada que todos temos hoje, ainda é possível vasculhar algumas livrarias e encontrar materiais divertidos e muito interessantes sobre diversos temas, inclusive sobre familia.

Saboreie o texto abaixo, ex-traído do livro "O Arroz de Palma", da autoria de Fran-cisco Azevedo. Bom apetite !

Familia ,a mais deliciosa das receitas !

Degustando “O Arroz de Palma” de Francisco Azevedo

“Família é prato difícil de pre-parar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema...Não é para qualquer um.

Os truques, os segredos, o impre-visível. Às vezes, dá até vontade de desistir...Mas a vida sempre arruma um jeito de nos entu-siasmar e abrir o apetite.

O tempo põe a mesa, determi-na o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, mur-chou antes do tempo.

Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A ou-tra, a mais consistente...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cui-dados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.

E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de triste-za. Primeiro cuidado: tempe-ros exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especia-rias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos pare-cem estranhas ao paladar tor-nam a família muito mais co-lorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e

as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre.

Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principal-mente na hora que se decide me-ter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a recei-ta de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.

O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da fa-mília perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Ma-nière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamen-tal para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadís-simas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que

você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sem-pre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, im-possível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, impro-visando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Mui-ta coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozi-nheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, sa-boreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.

Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."

Cristiane Craveiro

Capa do livro “O Arroz de Palma” Escritor Francisco Azevedo

O VILA MARIANARua: Morgado de Mateus, 638

CEP - 04015-051 Vila Mariana - São Paulo

O VILA MARIANA - JULHO DE 201213GASTRONOMIA

O restaurante do mês

CASA DA COMIDA - Rua Tutóia 964 - Tel: 3052-3862Segunda a sexta 11:30 às 15:30hs Estacionamento conveniado no Banco BradescoVila Mariana - São Paulo - SP

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Na hora do almoço, quantas vezes não bate a vontade de comer algo simplesmente ca-seiro, com gosto de família?

O restaurante Casa da Comi-da é um cantinho especial, pois além de oferecer esse pri-vilégio aos moradores e aos que trabalham no bairro Vila Mariana, ele nasceu recheado de histórias temperadas com muito humor, carinho e dedi-cação.

O restaurante foi inaugurado no dia 13 de junho de 2011 e está localizado na rua Tutóia, 964, sob o comando da pro-prietária Ana Maria Marra, e do seu sócio, Mario Joaquim Moreira, com uma aceita-ção muito boa do público. Ana Maria recebeu o jornal “O Vila Mariana” com muita simpatia e contou um pouco sobre sua trajetória no mer-cado da gastronomia e sobre sua paixão pela culinária. Nascida em Atibaia, mãe de três filhos e avó de três ne-tos, a empresária tem uma história de determinação, re-alizações e sucesso. Ana foi proprietária, durante nove anos, de um restaurante co-

operativado de um grupo fa-moso de varejo, também na capital paulista. O seu atual restaurante, Casa da Comida, é aconchegante, acolhedor e conta com um buffet rico em cores e variedades de pratos, todos preparados rigorosa-mente com ingredientes sele-cionados e frescos. As verduras e legumes são hidropônicos e chegam to-dos os dias às vésperas do seu preparo. O intuito é oferecer uma refeição saudável e sabo-rosa, que garanta a satisfação do cliente. Há uma preocupa-ção com a diversificação dos pratos. “Toda quinta-feira servimos uma massa diferen-te, sem que esse prato se re-pita por todo o mês”, conta a empresária.

A inspiração e paixão pela co-zinha veio do seu avô César Memolo. “Meu avô é a minha referência. Ele era um ótimo anfitrião e sabia cozinhar muito bem”. Questionada so-bre o que ela considera im-prescindível num restaurante, ela afirmou que além da boa apresentação tanto da casa quanto dos pratos, o acolhi-mento faz toda a diferença, “atender é algo básico e sim-ples, já o acolhimento é um algo a mais”, explicou.

A casa tem capacidade para 150 pessoas e atende de se-gunda-feira à sexta-feira, ser-vindo pratos tradicionais da culinária brasileira.

Fernando Mello

([email protected])

“Casa da Comida” um ano de sucessoAlguns restaurantes da região

A região de Vila Mariana conta com restaurantes que agradam os mais variados públicos e paladares. Dentre os cardápios estão comidas italianas, espanholas, japonesas, arabes, brasi-leiras, baiana e mineira e demais combinações que são bem vindas em qualquer momento. Entre os inumeros restaurantes selecionamos os seguintes endereços:1900 Pizzaria

As Mineiras Coz. Brasileira

Carlitos Pizzaria

Casa da Comida

Casa na Praia

Chaplin Piz. e Coz. Variada

Charles Pizzaria

Daisho Coz. Japonesa

Dr. Tchê Churrascaria

Flying Sushi Coz. Japonesa

Fricco Coz. Italiana

Gendai Coz. Japonesa

Graça Mineira

Jacob Coz. Arabe

Khan El Khalili Coz. Árabe

Leonnardo Coz. Variada

Lilló Coz. Variada

Sobaria Coz. Brasileira

Mario Joaquim Moreira e Ana Maria Marra dirigem o restaurante

R. Estado de Israel, 240

R. França Pinto 965

R. França Pinto, 1347

R. Tutóia, 964

R. Amâncio Carvalho, 329

R. Luis Góis, 1231

Av. J. Maria Whitaker, 1785

R. Joaquim Távora, 1235

R. França Pinto, 489

R. Botucatu, 693

R. Cubatão, 837

R. Borges Lagoa, 245

R. Machado Bitencourt, 75

R. Rafael de Barros, 91

R. J. Queiróz Aranha, 320

R. Loefgreen, 1400

R. Borges Lagoa, 1321

R. Áurea, 343

5575-1900

5083-5835

5579-7385

3052-3862

5082-5002

5585-9466

5585-9000

5574-7195

5575-9625

5084-0066

5084-0480

5083-6011

5579-9686

3227-5536

5575-6647

5575-5700

5572-3177

5084-8014

Alguns restaurantes da regiãoA região de Vila Mariana conta com restaurantes que agradam os mais variados públicos e paladares. Dentre os cardápios estão comidas italianas, espanholas, japonesas, arabes, brasi-leiras, baiana e mineira e demais combinações que são bem vindas em qualquer momento. Entre os inumeros restaurantes selecionamos os seguintes endereços:1900 Pizzaria

As Mineiras Coz. Brasileira

Carlitos Pizzaria

Casa da Comida

Casa na Praia

Chaplin Piz. e Coz. Variada

Charles Pizzaria

Daisho Coz. Japonesa

Dr. Tchê Churrascaria

Flying Sushi Coz. Japonesa

Fricco Coz. Italiana

Gendai Coz. Japonesa

Graça Mineira

Jacob Coz. Arabe

Khan El Khalili Coz. Árabe

Leonnardo Coz. Variada

Lilló Coz. Variada

Sobaria Coz. Brasileira

R. Estado de Israel, 240

R. França Pinto 965

R. França Pinto, 1347

R. Tutóia, 964

R. Amâncio Carvalho, 329

R. Luis Góis, 1231

Av. J. Maria Whitaker, 1785

R. Joaquim Távora, 1235

R. França Pinto, 489

R. Botucatu, 693

R. Cubatão, 837

R. Borges Lagoa, 245

R. Machado Bitencourt, 75

R. Rafael de Barros, 91

R. J. Queiróz Aranha, 320

R. Loefgreen, 1400

R. Borges Lagoa, 1321

R. Áurea, 343

5575-1900

5083-5835

5579-7385

3052-3862

5082-5002

5585-9466

5585-9000

5574-7195

5575-9625

5084-0066

5084-0480

5083-6011

5579-9686

3227-5536

5575-6647

5575-5700

5572-3177

5084-8014

Page 13: O Vila Mariana - Ed.3

12O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 10:00 às 18:00hssábado das 10:00 às 14:00hs. estacionamento no localR. Joinville, 141 - Vila Mariana - SP - Tel: 3854-2009

www.eglantine.com.br

Por que a família é tão impor-tante em nossas vidas? Ainda que estejamos passando por muitas transformações nos últimos anos o fato é que fa-milia é uma instituição fun-damental e desempenha uma papel decisivo na educação informal e informal de todos os indivíduos.

É através da família que aprendemos a nos relacionar e trocar as mais diversas ex-perìências. Ela é um "confli-to cooperativo" que garante nossa sobrevivência, nosso bem-estar e proteção que vem através de incansáveis aportes afetivos.

CRÔNICA

Ainda que saibamos disso tudo, a vida familiar se mo-dificou. Vem passando por momentos decisivos, sempre desafiando conceitos e provo-cando estudos.

No meio dessa rotina atribu-lada que todos temos hoje, ainda é possível vasculhar algumas livrarias e encontrar materiais divertidos e muito interessantes sobre diversos temas, inclusive sobre familia.

Saboreie o texto abaixo, ex-traído do livro "O Arroz de Palma", da autoria de Fran-cisco Azevedo. Bom apetite !

Familia ,a mais deliciosa das receitas !

Degustando “O Arroz de Palma” de Francisco Azevedo

“Família é prato difícil de pre-parar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema...Não é para qualquer um.

Os truques, os segredos, o impre-visível. Às vezes, dá até vontade de desistir...Mas a vida sempre arruma um jeito de nos entu-siasmar e abrir o apetite.

O tempo põe a mesa, determi-na o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, mur-chou antes do tempo.

Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A ou-tra, a mais consistente...Já estão aí? Todos? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cui-dados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona.

E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de triste-za. Primeiro cuidado: tempe-ros exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especia-rias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos pare-cem estranhas ao paladar tor-nam a família muito mais co-lorida, interessante e saborosa. Atenção também com os pesos e

as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto: é um verdadeiro desastre.

Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principal-mente na hora que se decide me-ter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a recei-ta de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.

O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da fa-mília perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini, Família à Belle Ma-nière; Família ao Molho Pardo (em que o sangue é fundamen-tal para o preparo da iguaria). Família é afinidade, é à Moda da Casa. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadís-simas. Há também as que não têm gosto de nada, seria assim um tipo de Família Dieta, que

você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sem-pre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, im-possível de se engolir. Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, impro-visando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Mui-ta coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozi-nheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, sa-boreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro.

Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."

Cristiane Craveiro

Capa do livro “O Arroz de Palma” Escritor Francisco Azevedo

O VILA MARIANARua: Morgado de Mateus, 638

CEP - 04015-051 Vila Mariana - São Paulo

O VILA MARIANA - JULHO DE 201213GASTRONOMIA

O restaurante do mês

CASA DA COMIDA - Rua Tutóia 964 - Tel: 3052-3862Segunda a sexta 11:30 às 15:30hs Estacionamento conveniado no Banco BradescoVila Mariana - São Paulo - SP

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Na hora do almoço, quantas vezes não bate a vontade de comer algo simplesmente ca-seiro, com gosto de família?

O restaurante Casa da Comi-da é um cantinho especial, pois além de oferecer esse pri-vilégio aos moradores e aos que trabalham no bairro Vila Mariana, ele nasceu recheado de histórias temperadas com muito humor, carinho e dedi-cação.

O restaurante foi inaugurado no dia 13 de junho de 2011 e está localizado na rua Tutóia, 964, sob o comando da pro-prietária Ana Maria Marra, e do seu sócio, Mario Joaquim Moreira, com uma aceita-ção muito boa do público. Ana Maria recebeu o jornal “O Vila Mariana” com muita simpatia e contou um pouco sobre sua trajetória no mer-cado da gastronomia e sobre sua paixão pela culinária. Nascida em Atibaia, mãe de três filhos e avó de três ne-tos, a empresária tem uma história de determinação, re-alizações e sucesso. Ana foi proprietária, durante nove anos, de um restaurante co-

operativado de um grupo fa-moso de varejo, também na capital paulista. O seu atual restaurante, Casa da Comida, é aconchegante, acolhedor e conta com um buffet rico em cores e variedades de pratos, todos preparados rigorosa-mente com ingredientes sele-cionados e frescos. As verduras e legumes são hidropônicos e chegam to-dos os dias às vésperas do seu preparo. O intuito é oferecer uma refeição saudável e sabo-rosa, que garanta a satisfação do cliente. Há uma preocupa-ção com a diversificação dos pratos. “Toda quinta-feira servimos uma massa diferen-te, sem que esse prato se re-pita por todo o mês”, conta a empresária.

A inspiração e paixão pela co-zinha veio do seu avô César Memolo. “Meu avô é a minha referência. Ele era um ótimo anfitrião e sabia cozinhar muito bem”. Questionada so-bre o que ela considera im-prescindível num restaurante, ela afirmou que além da boa apresentação tanto da casa quanto dos pratos, o acolhi-mento faz toda a diferença, “atender é algo básico e sim-ples, já o acolhimento é um algo a mais”, explicou.

A casa tem capacidade para 150 pessoas e atende de se-gunda-feira à sexta-feira, ser-vindo pratos tradicionais da culinária brasileira.

Fernando Mello

([email protected])

“Casa da Comida” um ano de sucessoAlguns restaurantes da região

A região de Vila Mariana conta com restaurantes que agradam os mais variados públicos e paladares. Dentre os cardápios estão comidas italianas, espanholas, japonesas, arabes, brasi-leiras, baiana e mineira e demais combinações que são bem vindas em qualquer momento. Entre os inumeros restaurantes selecionamos os seguintes endereços:1900 Pizzaria

As Mineiras Coz. Brasileira

Carlitos Pizzaria

Casa da Comida

Casa na Praia

Chaplin Piz. e Coz. Variada

Charles Pizzaria

Daisho Coz. Japonesa

Dr. Tchê Churrascaria

Flying Sushi Coz. Japonesa

Fricco Coz. Italiana

Gendai Coz. Japonesa

Graça Mineira

Jacob Coz. Arabe

Khan El Khalili Coz. Árabe

Leonnardo Coz. Variada

Lilló Coz. Variada

Sobaria Coz. Brasileira

Mario Joaquim Moreira e Ana Maria Marra dirigem o restaurante

R. Estado de Israel, 240

R. França Pinto 965

R. França Pinto, 1347

R. Tutóia, 964

R. Amâncio Carvalho, 329

R. Luis Góis, 1231

Av. J. Maria Whitaker, 1785

R. Joaquim Távora, 1235

R. França Pinto, 489

R. Botucatu, 693

R. Cubatão, 837

R. Borges Lagoa, 245

R. Machado Bitencourt, 75

R. Rafael de Barros, 91

R. J. Queiróz Aranha, 320

R. Loefgreen, 1400

R. Borges Lagoa, 1321

R. Áurea, 343

5575-1900

5083-5835

5579-7385

3052-3862

5082-5002

5585-9466

5585-9000

5574-7195

5575-9625

5084-0066

5084-0480

5083-6011

5579-9686

3227-5536

5575-6647

5575-5700

5572-3177

5084-8014

Alguns restaurantes da regiãoA região de Vila Mariana conta com restaurantes que agradam os mais variados públicos e paladares. Dentre os cardápios estão comidas italianas, espanholas, japonesas, arabes, brasi-leiras, baiana e mineira e demais combinações que são bem vindas em qualquer momento. Entre os inumeros restaurantes selecionamos os seguintes endereços:1900 Pizzaria

As Mineiras Coz. Brasileira

Carlitos Pizzaria

Casa da Comida

Casa na Praia

Chaplin Piz. e Coz. Variada

Charles Pizzaria

Daisho Coz. Japonesa

Dr. Tchê Churrascaria

Flying Sushi Coz. Japonesa

Fricco Coz. Italiana

Gendai Coz. Japonesa

Graça Mineira

Jacob Coz. Arabe

Khan El Khalili Coz. Árabe

Leonnardo Coz. Variada

Lilló Coz. Variada

Sobaria Coz. Brasileira

R. Estado de Israel, 240

R. França Pinto 965

R. França Pinto, 1347

R. Tutóia, 964

R. Amâncio Carvalho, 329

R. Luis Góis, 1231

Av. J. Maria Whitaker, 1785

R. Joaquim Távora, 1235

R. França Pinto, 489

R. Botucatu, 693

R. Cubatão, 837

R. Borges Lagoa, 245

R. Machado Bitencourt, 75

R. Rafael de Barros, 91

R. J. Queiróz Aranha, 320

R. Loefgreen, 1400

R. Borges Lagoa, 1321

R. Áurea, 343

5575-1900

5083-5835

5579-7385

3052-3862

5082-5002

5585-9466

5585-9000

5574-7195

5575-9625

5084-0066

5084-0480

5083-6011

5579-9686

3227-5536

5575-6647

5575-5700

5572-3177

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14O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 ECONOMIA

Todos sabem ou já ouviram que o mundo passa por uma crise muito grande. Normal-mente em períodos iguais a esse, sempre existe alguém diz que esta é a pior crise da historia da humanidade. Nor-malmente aparecem sempre duas perguntas: a primeira: como chegamos a isso? A se-gunda: será mesmo a pior cri-se da historia?

Vamos tentar mostrar rapida-mente o mecanismo que nos levou ao problema, usando a Espanha como exemplo. Por que a Espanha? Simples, é a bola da vez e praticamen-te todos os países usaram o mesmo padrão para gerar o buraco que o mundo está.

Algumas variações de país para país, mas de uma forma geral o mecanismo se repete.

Em 1998, o então primeiro--ministro espanhol Aznar, criou uma lei chamada “Nova Lei do Solo”. O objetivo era incentivar o numero de ter-renos taxando os nãos utili-zados. Qual o objetivo? Fácil, aumentar a oferta de terrenos, construindo, pois senão eram taxados e isso converteu o mercado imobiliário em um negocio super-rentável. A oferta de imóveis disparou e os preços poderiam baixar e todos comprariam suas casas.

Em 2002, veio à reforma tra-balhista com o objetivo de

facilitar e desonerar a contra-tação de funcionários. Bom, mais gente empregada com di-nheiro, adivinha: o preço sobe. Na verdade triplicou. Aqui temos um detalhe importante o salário se manteve igual. Ai entraram os bancos empres-tando e facilitando o credito. Você tinha 30 anos para pagar, passaram para 40 anos.

Em 2008, estoura a crise dos Estados Unidos da America, muito parecida como a espa-nhola. Acaba o credito bancá-rio e o efeito dominó surge. O PIB (Produto Interno Bruto) despenca, famílias empobre-cem do dia para a noite e daí para frente é onde estamos.Não sei se expliquei a primei-ra pergunta, o que aconteceu. Mas será está a pior crise da historia? Vamos voltar ao sé-culo XVII, na Europa. Total-mente comandada por reis e rainhas. Alguém começou a plantar uma flor, a tulipa. A flor caiu no gosto dos reis e rainhas, eles adoram e come-çam a plantar nos seus jardins, todos começam a ser interes-sar por tulipas, afinal se meu rei ou rainha gosta, eu tam-bém tenho que gostar. Pode-mos chamar de status, inveja, desejo, ou o que for, mas basi-camente é o desejo louco do ser humano em parecer igual aos superiores e superior ao que está ao seu lado. Na Ho-landa todos plantavam, com-pravam e vendiam tulipas.

Acredite se quiser, mas com uma única tulipa dava para comprar uma casa. Imagine

hoje você trocar uma rosa por um apartamento, era isso. O que aconteceu? Alguns ven-deram casas e compraram flores. Outros foram mais espertos compraram bulbos para plantar, afinal eram mais baratos que as tulipas, era só plantar uma quantidade maior e ter um lucro maior.

Foi criado um imenso siste-ma de negociação de flores. Alguns plantaram e não con-seguiram tirar flores bonitas, outras não eram bonitas, o in-teresse diminuiu pois a oferta aumentou e o que ouve? O mesmo da Espanha de hoje: famílias empobreceram do dia para a noite e daí pra fren-te… Este evento é conhecido como a crise das Tulipas e foi relatado como a primeira crise econômica que se tem noticia.

Crises econômicas não deve-riam ser explicadas por eco-

nomistas, mas sim por histo-riadores e psiquiatras. Tudo se resume a ambição humana, a tentativa de dinheiro fácil, a jogadas de gênios que querem enriquecer do dia para a noite.

Você pode achar que os plan-tadores de tulipas eram pesso-as loucas de séculos atrás, que não sabiam o que estavam fa-zendo, eram inferiores. Certo, pois bem pense um pouco o que os futuros habitantes do planeta Terra, daqui a quatro séculos acharão de nós que ficamos semanas acampados numa fila para comprarmos um celular que está sendo lançado, aquele que você esta desesperado para comprar.

Detalhe a pior crise da histó-ria sempre será a que estamos vivendo.

Aristides Campos Jannini

A crise econômica mundial só tem um culpado: AS FLORES !

Plantação de Tulipas Negras na Holanda

Century Paulista Hotel

Um espaço do tamanho dos seus sonhos

Rua Teixeira da Silva, 647 - Paraíso

Tel: (11) 3882-9977 - ramal 14 - Reservas

www.centuryflat.com.br

Page 15: O Vila Mariana - Ed.3

14O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 ECONOMIA

Todos sabem ou já ouviram que o mundo passa por uma crise muito grande. Normal-mente em períodos iguais a esse, sempre existe alguém diz que esta é a pior crise da historia da humanidade. Nor-malmente aparecem sempre duas perguntas: a primeira: como chegamos a isso? A se-gunda: será mesmo a pior cri-se da historia?

Vamos tentar mostrar rapida-mente o mecanismo que nos levou ao problema, usando a Espanha como exemplo. Por que a Espanha? Simples, é a bola da vez e praticamen-te todos os países usaram o mesmo padrão para gerar o buraco que o mundo está.

Algumas variações de país para país, mas de uma forma geral o mecanismo se repete.

Em 1998, o então primeiro--ministro espanhol Aznar, criou uma lei chamada “Nova Lei do Solo”. O objetivo era incentivar o numero de ter-renos taxando os nãos utili-zados. Qual o objetivo? Fácil, aumentar a oferta de terrenos, construindo, pois senão eram taxados e isso converteu o mercado imobiliário em um negocio super-rentável. A oferta de imóveis disparou e os preços poderiam baixar e todos comprariam suas casas.

Em 2002, veio à reforma tra-balhista com o objetivo de

facilitar e desonerar a contra-tação de funcionários. Bom, mais gente empregada com di-nheiro, adivinha: o preço sobe. Na verdade triplicou. Aqui temos um detalhe importante o salário se manteve igual. Ai entraram os bancos empres-tando e facilitando o credito. Você tinha 30 anos para pagar, passaram para 40 anos.

Em 2008, estoura a crise dos Estados Unidos da America, muito parecida como a espa-nhola. Acaba o credito bancá-rio e o efeito dominó surge. O PIB (Produto Interno Bruto) despenca, famílias empobre-cem do dia para a noite e daí para frente é onde estamos.Não sei se expliquei a primei-ra pergunta, o que aconteceu. Mas será está a pior crise da historia? Vamos voltar ao sé-culo XVII, na Europa. Total-mente comandada por reis e rainhas. Alguém começou a plantar uma flor, a tulipa. A flor caiu no gosto dos reis e rainhas, eles adoram e come-çam a plantar nos seus jardins, todos começam a ser interes-sar por tulipas, afinal se meu rei ou rainha gosta, eu tam-bém tenho que gostar. Pode-mos chamar de status, inveja, desejo, ou o que for, mas basi-camente é o desejo louco do ser humano em parecer igual aos superiores e superior ao que está ao seu lado. Na Ho-landa todos plantavam, com-pravam e vendiam tulipas.

Acredite se quiser, mas com uma única tulipa dava para comprar uma casa. Imagine

hoje você trocar uma rosa por um apartamento, era isso. O que aconteceu? Alguns ven-deram casas e compraram flores. Outros foram mais espertos compraram bulbos para plantar, afinal eram mais baratos que as tulipas, era só plantar uma quantidade maior e ter um lucro maior.

Foi criado um imenso siste-ma de negociação de flores. Alguns plantaram e não con-seguiram tirar flores bonitas, outras não eram bonitas, o in-teresse diminuiu pois a oferta aumentou e o que ouve? O mesmo da Espanha de hoje: famílias empobreceram do dia para a noite e daí pra fren-te… Este evento é conhecido como a crise das Tulipas e foi relatado como a primeira crise econômica que se tem noticia.

Crises econômicas não deve-riam ser explicadas por eco-

nomistas, mas sim por histo-riadores e psiquiatras. Tudo se resume a ambição humana, a tentativa de dinheiro fácil, a jogadas de gênios que querem enriquecer do dia para a noite.

Você pode achar que os plan-tadores de tulipas eram pesso-as loucas de séculos atrás, que não sabiam o que estavam fa-zendo, eram inferiores. Certo, pois bem pense um pouco o que os futuros habitantes do planeta Terra, daqui a quatro séculos acharão de nós que ficamos semanas acampados numa fila para comprarmos um celular que está sendo lançado, aquele que você esta desesperado para comprar.

Detalhe a pior crise da histó-ria sempre será a que estamos vivendo.

Aristides Campos Jannini

A crise econômica mundial só tem um culpado: AS FLORES !

Plantação de Tulipas Negras na Holanda

Century Paulista Hotel

Um espaço do tamanho dos seus sonhos

Rua Teixeira da Silva, 647 - Paraíso

Tel: (11) 3882-9977 - ramal 14 - Reservas

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O VILA MARIANA - JULHO DE 201215

“Italia - Brasil Arte 2011-2012” um livro que destaca novos talentos e artistas consagrados

Encerrando as manifestações do Momento Italia - Brasil

Encerrando as centenas de eventos realizados de outu-bro de 2011 a fins de junho de 2012 do “Momento Itália--Brasil”, a Assembleia Legis-lativa de São Paulo acolheu o lançamento de um impor-tante livro de arte editado pelo Instituto de Recupera-ção do Patrimônio Histórico no Estado de São Paulo, pela Galeria Spazio Surreale e pelo Istituto Italiano di Cul-tura di San Paolo.

“Itália-Brasil Arte 2011-2012” de autoria do critico Emanuel von Lauenstein Massarani é na realidade o 4º volume de uma série idealizada por Livia Bucci representante no Brasil das Bienais Internacionais de Florença e Roma e da Feira de Arte de Padova e deseja ser um instrumento de regis-tro do intercâmbio artístico que a mais de vinte anos ini-ciou entre a Itália e o Brasil nos dois sentidos.

A solenidade presidida pelo Deputado Barros Munhoz, contou com a presença do Ministro Mauro Marsi-li, Cônsul Geral da Itália em São Paulo, do Ministro Barry Bystedt, Cônsul Ge-ral da Suécia em São Pau-lo, do Diretor do Istituto Italiano di Cultura di San Paolo, Professor Attilio De Gasperis, representantes do Circolo Italiano, o empresá-rio italiano Luciano Radici, da FIESP de São José dos Campos, o diretor do jornal O Vila Mariana, Heber Mi-celli, parlamentares e cente-nas de artistas.

O escritor Massarani abriu a sessão saudando os presentes e ressaltando que a passagem dos 150 anos da Unificação Italiana e da realização do Momento Itália-Brasil cons-tituíram um excelente incen-tivo às relações culturais e co-merciais entre os dois países.

“O lançamento de “Itália--Brasil Arte 2011-2012” – destacou – confirma a uti-

lidade e o percurso de uma idéia editorial que deseja contribuir no conhecimento das profundas transforma-ções também ocorridas no campo artístico, entre o sécu-lo XX e o Novo Milênio, in-fluenciando sem dúvida pin-tores, escultores e fotógrafos.O caminho percorrido com este projeto tem como fi-nalidade maior descobrir e divulgar novos talentos pa-ralelamente ao de artistas já

CULTURA

Autoridades italianas, parlamentares brasileiros e centenas de artistas presentes no lançamento

O empresário Luciano Radici homenageado pelo Deputado

Barros Munhoz com um Diploma de Reconhecimento

Capa do livro comemorativo

Ministro Mauro Marsili da Itália discursando

Na presença do crítico e diplomata Emanuel von Lauenstein Massarani, o presidente do Legislativo Paulista cumprimenta o

Consul Geral da Itália, Ministro Mauro Marsili

consagrados, seja de italianos no Brasil quanto de brasilei-ros na Itália.”

Usando da palavra, o Minis-tro Mauro Marsili salientou que a publicação do livro coincide de modo significati-vo com o desenrolar da gran-de manifestação de amizade ítalo-brasileira objetivo do Momento Itália-Brasil que enfocaram a contribuição dada pela Itália ao desenvol-vimento do Brasil e da pro-funda integração existente entre as duas culturas e evi-denciada em cada setor.

Encerrando a solenidade o Presidente do Legislati-vo Paulista fez questão de ressaltar a contribuição de Emanuel von Lauenstein Massarani na criação do Museu de Arte do Parla-mento de São Paulo, cujas obras além de constituírem uma atração importante para os visitantes do Palácio 9 de Julho, são uma excelente de-monstração da criatividade de nossos artistas.

Ao final da cerimonia, a Se-nhora Livia Bucci e o criti-co Emanuel von Lauenstein Massarani autografaram para os presentes o livro lançado.

Page 16: O Vila Mariana - Ed.3

16O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

A Ocupação Nelson Rodri-gues, segue a vocação desta série que já está na 13ª edição, e convida o visitante a mer-gulhar na vida e obra de um dos autores mais célebres do Brasil. Desde 20 de junho e até 29 de julho, a mostra com curadoria de Maria Lucia Ro-drigues, uma de suas filhas, cocuradoria de Sonia Muller, cenografia de Valdy Lopes Jn, e organização do Núcleo Cê-nicas do Itaú Cultural revela um perfil pouco conhecido do autor. Além da exposição, o instituto programa apresen-tações de peças rodrigueanas, no seu teatro na Avenida Pau-lista e também no palco do Auditório Ibirapuera, que está sob sua administração. No se-gundo semestre, a ocupação é exibida em itinerância única na Torre Malakoff, em Recife.

Para dar luz à origem, vida e obra de seu pai, Maria Lúcia optou por colocar na Ocupa-ção Nelson Rodrigues as pa-lavras do próprio dramaturgo para ele mesmo desenrolar o fio da meada, contar suas ex-periências, transmitiras suas opiniões sobre a vida que vi-veu e as opções que fez. “Que-remos que ele diga como era pequena, mesquinha e hipó-crita a sociedade de seu tempo e como ele fez a opção de ser livre; e para ser livre e poder opinar com a sua consciência, ele tinha que optar pela soli-dão intelectual”, observa ela.

Ainda nas palavras da cura-dora, apresenta ao público aspectos pouco conhecidos do “Pierrot do Meier“, como ele se denominou já no fim da vida. Assim, a curadoria foi atrás de suas origens, con-ta como era Recife, a cidade

em que ele nasceu, e de onde vem a sua família. Também traz à cena a família Rodri-gues formada por intelectuais e artistas, uns moradores em Pernambuco, outros no Rio de Janeiro. “Mostramos a sua ori-gem pernambucana, sua famí-lia, e sua grande humanidade que fizeram de si, por toda a vida, o outsider decidido que se recusava a aceitar o inacei-tável”, continua Maria Lúcia.

“Creio que a particularidade dessa exposição, em meio a tantos projetos para o ano de centenário do autor, é o fato de não estar apoiada nas aná-lises que foram feitas da obra e na personalidade Nelson Rodrigues. A exposição foi pensada para dar voz a sua consciência”, observa Sonia Sobral, gerente do Núcleo Cênicas do Itaú Cultural, que organiza a mostra.

Uma exposição bem original

Em 120 m2, a produção do Itaú Cultural opera novo mi-lagre e ergue o espaço expo-sitivo idealizado por Lopes Jn entre véus, mobília, espe-lhos d ‘água. Eles abrigam 10 projetores com jornais, frases de Nelson, fotos pessoais, da família, dos amigos, imagens feitas em Recife especialmen-te para a exposição. Mais fo-tografias e entrevistas são exi-bidas em quatro monitores.

Na mesa que estiliza o mo-mento de reunião da família, 10 tablets trazem jornais que se impregnaram na vida do dramaturgo, como A Crítica, de seu pai, e onde ele come-çou a escrever a suas primei-ras crônicas.

Durante meses, Maria Lú-cia e Sonia vasculharam ar-quivos de imagens. Somente para esta ocupação reuniram mais de 150 resgatadas entre o acervo da família, da Fu-narte, da Fundaj, do fotógrafo Silvestre Silva, e outros. Entre jornais, revistas e pôsteres, pelo menos 80 itens rela-cionados à vida, produção e criação de Nelson Rodrigues saíram da Biblioteca Nacional para esta ocupação. De Cân-dido Portinari, amigo dos Ro-drigues desde a sua mudança

para o Rio de Janeiro, tem três retratos em imagens digitali-zadas – um de Mario Rodri-gues, pai do dramaturgo, ou-tro de Maria Esther, sua mãe, e mais um de Roberto, um de seus irmãos.

A mostra apresenta, ainda, quatro áudios realizados pelo Museu da Imagem e do Som, em 1967,com depoimentos de Nelson, Fernanda Monte-negro, Augusto Rodrigues e Ziembinski, além de mais de uma hora de trechos gravados pela TV Cultura, uma crôni-ca de Carlos Heitor Cony e uma entrevista feita por Cla-rice Lispector ao dramaturgo. Para arrematar, pairam por toda a exposição, 100 frases de Nelson Rodrigues retira-das dos livros Menina Sem Estrela, O Óbvio Ululante e

A Cabra Vadia. Elas estão im-pressas, pintadas e projetadas naquele espaço como se fos-sem a voz do autor.

Desdobramentos

Desta vez, a ocupação é em-balada também por uma série de eventos paralelos programados até o segundo semestre. No começo de ju-lho, o Itaú Cultural apresenta a peça Os Sete Gatinhos, com direção de Nelson Baskervil-le, que também dirige 17 X Nelson, no mesmo mês. Na ocasião, o instituto promove Encontro Com Nelson ao Pé da Cena. Com curadoria de Valmir Santos, o evento reúne três mesas com pares de dire-tores que rememoram seus percursos criativos diante de uma peça comum de Nelson Rodrigues – entre eles, Cibele Forjaz e Ana Kfoury.

Encerrando a programação em São Paulo, o Auditório Ibirapuera, agora sob admi-nistração do Itaú Cultural, apresenta Elas Não Gostam de Apanhar, um recital rodri-gueano, dirigido por Marcos Antônio Braz, com Cleyde Yáconis e Denise Fraga. Na sequência, a Ocupação Nel-son Rodrigues é montada em Recife na Torre Malakoff.

Um hotsite produzido pela equipe do Itaú Cultural fun-ciona como extensão da ex-posição. A conferir, a partir da abertura da mostra, em www.itaucultural.org.br/ocupacao

Itaú Cultural Avenida Paulista, 149Estação Brigadeiro do MetrôFones: 2168-1776/1777www.itaucultural.org.br

CULTURAEm boa hora idealizadas pelo Itaú Cultural

Nelson Rodrigues por ele mesmoem mostras e apresentações

Nova mostra da série Ocupação homenageia o dramaturgo trazendo as suas palavras registradas em memórias, experiências e opiniões; além de fotos de diversos acervos,

jornais, pôsteres, revistas, entrevistas sonoras, visuais e impressas

Foto: Autoria desconhecida.Acervo família Rodrigues

ATÉ �� JULHO ���� � ENTRADA FRANCA

Uma exposição que revela as origens, as histórias,a família e a trajetória de um dos maiores dramaturgosbrasileiros que, aos 8 anos, já escrevia sobre adultériosque acabavam em mortes.

CONHEÇA O LADOFAMÍLIA DE UM MENINOQUE PENSAVA EM TRAGÉDIAS,ADULTÉRIOS, INCESTOS,PERVERSÕES E OUTRASHISTÓRIAS CABELUDAS.

/itaucultural itaucultural.org.br/ocupacao fone 11 2168 1777 [email protected] paulista 149 são paulo sp 01311 000 [estação brigadeiro do metrô]

estacionamento conveniado, com entrada pela rua leôncio de carvalho classificação livre

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O VILA MARIANA - JULHO DE 201217CULTURA

Marilda Dib: de 26 de julho a 5 de agosto no museu de San Marco Argentano na Italia

Escultora brasileira homenageada na terra de seus antepassados

Marilda Arcuri DibSculture

Museo Civico Mario Morelli

San Marco Argentano

dal 26 luglio al 5 agosto 2012

A escultura “Chama da Liberdade” de Marilda Dib e o convite para sua exposição

Premiada nas Bienais de Roma e Florença e após ter exposto suas obras em Anzio e Nettuno (Itália), e em mu-seus e galerias brasileiras a es-cultora Marilda Dib será ho-menageada no dia 27 de julho na terra de seus antepassados italianos, em San Marco Ar-gentano, na provincia de Co-senza (Calabria).

Por ato do conselho munici-pal daquela cidade a artista foi incluida no Livro de Ouro dos cidadãos célebres que reune cidadãos ou descen-dentes de “Sanmarchesi” que tiveram sucesso no mundo. Por outro lado, o Museu Civi-co Mario Morelli apresentará até 5 de agosto uma exposi-ção de suas obras, incluida nas manifestaçoes da “Estate SanMarchese”.

Ainda este ano, também gra-ças às gestões de Livia Buc-ci, representante no brasil das Bienais de Florença e de

Roma, Marilda Dib partici-pará ainda da Mostra Efeito Bienal de Florença na Cidade de Assis, de 22 a 30 de setem-bro, na Feira Internacional de Padova de 9 a 12 de novem-bro e em Nettuno no Castelo Sangallo no quadro das ma-nifestações do “Gemellagio Nettuno - Jaguariuna” de 15 a 25 de novembro.

A opinião da crítica

Segundo o crítico de arte Emanuel von Lauenstein Massarani: “ Marilda Dib faz da escultura um organismo potenciado pela participa-ção humana. Se inicialmente o figurativo se constituía na matriz insubstituível da lin-guagem plástica da escultora Marilda Dib, na sua produção

atual é patente uma decisiva vontade de liberação do narra-tivo para assegurar às formas um valor somente intrínseco.

Trata-se de um caminho não fácil o escolhido e percorrido com humildade pela artista,

mas feito com o detalhismo do artesão e o coração do poeta.

O volume ocupa para esta es-cultora uma posição preemi-nente. Artista respeitosa da tradição, Marilda Dib molda suas peças até definir o fato plástico num sistema de volu-mes diversamente articulados nas suas relações espaciais e vinculados pela continuidade de superfícies diferenciadas por um extremo contraste, mas prontas a colher o fluir da luz e, em conseqüência, vivifi-car”.

Promotora e Embaixadora das Artes

Há mais de 20 anos Livia Buc-ci desenvolve um intercambio cultural e artistico entre a Ita-lia e o Brasil nos dois senti-

dos, ocasião em que fundou a Galeria Spazio Surreale, à rua Caconde 238 -Tel. 3884-8449.

Desde então vem realizando uma série de atividades de divulgação da arte contem-porânea italiana e brasilei-ra conquistando destaque e visibilidade em espaços pú-blicos e privados, do cenário cultural do Brasil, França, Itália, Principado de Monaco, Kuwait e Bélgica.

Antes de qualquer coisa, deve se salientar que a ação desta intusiasta promotora é uma veradedeira hostória de amor as artes e de respeito aos artista com o objetivo de promove-los.

Com adimiravel tenacidade, Livia Bucci prossegue sua ca-minhada como uma verdadei-ra “Embaixadora das Artes” contribuindo através da cultu-ra na aproximação de Nações.

A artista Marilda Dib

A obra “Fenix”

A incentivadora Livia Bucci

Page 17: O Vila Mariana - Ed.3

16O VILA MARIANA - JULHO DE 2012

A Ocupação Nelson Rodri-gues, segue a vocação desta série que já está na 13ª edição, e convida o visitante a mer-gulhar na vida e obra de um dos autores mais célebres do Brasil. Desde 20 de junho e até 29 de julho, a mostra com curadoria de Maria Lucia Ro-drigues, uma de suas filhas, cocuradoria de Sonia Muller, cenografia de Valdy Lopes Jn, e organização do Núcleo Cê-nicas do Itaú Cultural revela um perfil pouco conhecido do autor. Além da exposição, o instituto programa apresen-tações de peças rodrigueanas, no seu teatro na Avenida Pau-lista e também no palco do Auditório Ibirapuera, que está sob sua administração. No se-gundo semestre, a ocupação é exibida em itinerância única na Torre Malakoff, em Recife.

Para dar luz à origem, vida e obra de seu pai, Maria Lúcia optou por colocar na Ocupa-ção Nelson Rodrigues as pa-lavras do próprio dramaturgo para ele mesmo desenrolar o fio da meada, contar suas ex-periências, transmitiras suas opiniões sobre a vida que vi-veu e as opções que fez. “Que-remos que ele diga como era pequena, mesquinha e hipó-crita a sociedade de seu tempo e como ele fez a opção de ser livre; e para ser livre e poder opinar com a sua consciência, ele tinha que optar pela soli-dão intelectual”, observa ela.

Ainda nas palavras da cura-dora, apresenta ao público aspectos pouco conhecidos do “Pierrot do Meier“, como ele se denominou já no fim da vida. Assim, a curadoria foi atrás de suas origens, con-ta como era Recife, a cidade

em que ele nasceu, e de onde vem a sua família. Também traz à cena a família Rodri-gues formada por intelectuais e artistas, uns moradores em Pernambuco, outros no Rio de Janeiro. “Mostramos a sua ori-gem pernambucana, sua famí-lia, e sua grande humanidade que fizeram de si, por toda a vida, o outsider decidido que se recusava a aceitar o inacei-tável”, continua Maria Lúcia.

“Creio que a particularidade dessa exposição, em meio a tantos projetos para o ano de centenário do autor, é o fato de não estar apoiada nas aná-lises que foram feitas da obra e na personalidade Nelson Rodrigues. A exposição foi pensada para dar voz a sua consciência”, observa Sonia Sobral, gerente do Núcleo Cênicas do Itaú Cultural, que organiza a mostra.

Uma exposição bem original

Em 120 m2, a produção do Itaú Cultural opera novo mi-lagre e ergue o espaço expo-sitivo idealizado por Lopes Jn entre véus, mobília, espe-lhos d ‘água. Eles abrigam 10 projetores com jornais, frases de Nelson, fotos pessoais, da família, dos amigos, imagens feitas em Recife especialmen-te para a exposição. Mais fo-tografias e entrevistas são exi-bidas em quatro monitores.

Na mesa que estiliza o mo-mento de reunião da família, 10 tablets trazem jornais que se impregnaram na vida do dramaturgo, como A Crítica, de seu pai, e onde ele come-çou a escrever a suas primei-ras crônicas.

Durante meses, Maria Lú-cia e Sonia vasculharam ar-quivos de imagens. Somente para esta ocupação reuniram mais de 150 resgatadas entre o acervo da família, da Fu-narte, da Fundaj, do fotógrafo Silvestre Silva, e outros. Entre jornais, revistas e pôsteres, pelo menos 80 itens rela-cionados à vida, produção e criação de Nelson Rodrigues saíram da Biblioteca Nacional para esta ocupação. De Cân-dido Portinari, amigo dos Ro-drigues desde a sua mudança

para o Rio de Janeiro, tem três retratos em imagens digitali-zadas – um de Mario Rodri-gues, pai do dramaturgo, ou-tro de Maria Esther, sua mãe, e mais um de Roberto, um de seus irmãos.

A mostra apresenta, ainda, quatro áudios realizados pelo Museu da Imagem e do Som, em 1967,com depoimentos de Nelson, Fernanda Monte-negro, Augusto Rodrigues e Ziembinski, além de mais de uma hora de trechos gravados pela TV Cultura, uma crôni-ca de Carlos Heitor Cony e uma entrevista feita por Cla-rice Lispector ao dramaturgo. Para arrematar, pairam por toda a exposição, 100 frases de Nelson Rodrigues retira-das dos livros Menina Sem Estrela, O Óbvio Ululante e

A Cabra Vadia. Elas estão im-pressas, pintadas e projetadas naquele espaço como se fos-sem a voz do autor.

Desdobramentos

Desta vez, a ocupação é em-balada também por uma série de eventos paralelos programados até o segundo semestre. No começo de ju-lho, o Itaú Cultural apresenta a peça Os Sete Gatinhos, com direção de Nelson Baskervil-le, que também dirige 17 X Nelson, no mesmo mês. Na ocasião, o instituto promove Encontro Com Nelson ao Pé da Cena. Com curadoria de Valmir Santos, o evento reúne três mesas com pares de dire-tores que rememoram seus percursos criativos diante de uma peça comum de Nelson Rodrigues – entre eles, Cibele Forjaz e Ana Kfoury.

Encerrando a programação em São Paulo, o Auditório Ibirapuera, agora sob admi-nistração do Itaú Cultural, apresenta Elas Não Gostam de Apanhar, um recital rodri-gueano, dirigido por Marcos Antônio Braz, com Cleyde Yáconis e Denise Fraga. Na sequência, a Ocupação Nel-son Rodrigues é montada em Recife na Torre Malakoff.

Um hotsite produzido pela equipe do Itaú Cultural fun-ciona como extensão da ex-posição. A conferir, a partir da abertura da mostra, em www.itaucultural.org.br/ocupacao

Itaú Cultural Avenida Paulista, 149Estação Brigadeiro do MetrôFones: 2168-1776/1777www.itaucultural.org.br

CULTURAEm boa hora idealizadas pelo Itaú Cultural

Nelson Rodrigues por ele mesmoem mostras e apresentações

Nova mostra da série Ocupação homenageia o dramaturgo trazendo as suas palavras registradas em memórias, experiências e opiniões; além de fotos de diversos acervos,

jornais, pôsteres, revistas, entrevistas sonoras, visuais e impressas

Foto: Autoria desconhecida.Acervo família Rodrigues

ATÉ �� JULHO ���� � ENTRADA FRANCA

Uma exposição que revela as origens, as histórias,a família e a trajetória de um dos maiores dramaturgosbrasileiros que, aos 8 anos, já escrevia sobre adultériosque acabavam em mortes.

CONHEÇA O LADOFAMÍLIA DE UM MENINOQUE PENSAVA EM TRAGÉDIAS,ADULTÉRIOS, INCESTOS,PERVERSÕES E OUTRASHISTÓRIAS CABELUDAS.

/itaucultural itaucultural.org.br/ocupacao fone 11 2168 1777 [email protected] paulista 149 são paulo sp 01311 000 [estação brigadeiro do metrô]

estacionamento conveniado, com entrada pela rua leôncio de carvalho classificação livre

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O VILA MARIANA - JULHO DE 201217CULTURA

Marilda Dib: de 26 de julho a 5 de agosto no museu de San Marco Argentano na Italia

Escultora brasileira homenageada na terra de seus antepassados

Marilda Arcuri DibSculture

Museo Civico Mario Morelli

San Marco Argentano

dal 26 luglio al 5 agosto 2012

A escultura “Chama da Liberdade” de Marilda Dib e o convite para sua exposição

Premiada nas Bienais de Roma e Florença e após ter exposto suas obras em Anzio e Nettuno (Itália), e em mu-seus e galerias brasileiras a es-cultora Marilda Dib será ho-menageada no dia 27 de julho na terra de seus antepassados italianos, em San Marco Ar-gentano, na provincia de Co-senza (Calabria).

Por ato do conselho munici-pal daquela cidade a artista foi incluida no Livro de Ouro dos cidadãos célebres que reune cidadãos ou descen-dentes de “Sanmarchesi” que tiveram sucesso no mundo. Por outro lado, o Museu Civi-co Mario Morelli apresentará até 5 de agosto uma exposi-ção de suas obras, incluida nas manifestaçoes da “Estate SanMarchese”.

Ainda este ano, também gra-ças às gestões de Livia Buc-ci, representante no brasil das Bienais de Florença e de

Roma, Marilda Dib partici-pará ainda da Mostra Efeito Bienal de Florença na Cidade de Assis, de 22 a 30 de setem-bro, na Feira Internacional de Padova de 9 a 12 de novem-bro e em Nettuno no Castelo Sangallo no quadro das ma-nifestações do “Gemellagio Nettuno - Jaguariuna” de 15 a 25 de novembro.

A opinião da crítica

Segundo o crítico de arte Emanuel von Lauenstein Massarani: “ Marilda Dib faz da escultura um organismo potenciado pela participa-ção humana. Se inicialmente o figurativo se constituía na matriz insubstituível da lin-guagem plástica da escultora Marilda Dib, na sua produção

atual é patente uma decisiva vontade de liberação do narra-tivo para assegurar às formas um valor somente intrínseco.

Trata-se de um caminho não fácil o escolhido e percorrido com humildade pela artista,

mas feito com o detalhismo do artesão e o coração do poeta.

O volume ocupa para esta es-cultora uma posição preemi-nente. Artista respeitosa da tradição, Marilda Dib molda suas peças até definir o fato plástico num sistema de volu-mes diversamente articulados nas suas relações espaciais e vinculados pela continuidade de superfícies diferenciadas por um extremo contraste, mas prontas a colher o fluir da luz e, em conseqüência, vivifi-car”.

Promotora e Embaixadora das Artes

Há mais de 20 anos Livia Buc-ci desenvolve um intercambio cultural e artistico entre a Ita-lia e o Brasil nos dois senti-

dos, ocasião em que fundou a Galeria Spazio Surreale, à rua Caconde 238 -Tel. 3884-8449.

Desde então vem realizando uma série de atividades de divulgação da arte contem-porânea italiana e brasilei-ra conquistando destaque e visibilidade em espaços pú-blicos e privados, do cenário cultural do Brasil, França, Itália, Principado de Monaco, Kuwait e Bélgica.

Antes de qualquer coisa, deve se salientar que a ação desta intusiasta promotora é uma veradedeira hostória de amor as artes e de respeito aos artista com o objetivo de promove-los.

Com adimiravel tenacidade, Livia Bucci prossegue sua ca-minhada como uma verdadei-ra “Embaixadora das Artes” contribuindo através da cultu-ra na aproximação de Nações.

A artista Marilda Dib

A obra “Fenix”

A incentivadora Livia Bucci

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18O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 CINEMA

Na Cinemateca Brasileira

Homenagem a Jorge Amado, cinema marginal,memorial do esporte olímpico e novos curtas

Fruto de parceria entre a Ci-nemateca Brasileira, a UNI-FESP e a FAP – Fundação de Apoio à UNIFESP, o UNI-VERCINE é uma atividade educativa voltada à forma-ção de público e à discussão de temas relativos ao campo das ciências humanas. Exibe mensalmente, aos sábados, filmes brasileiros, e promove debates com a presença de professores da UNIFESP e convidados.

Nesse mês, a atração é o longa Dona Flor e seus dois mari-

07 de julho de 2012

UNIVERCINE

Acompanhando a mos-tra A Boca em Roterdã, o projeto Curta Cinemateca apresenta uma série de do-cumentários sobre a histó-ria do cinema marginal e a Boca do Lixo, reunindo fil-mes sobre algumas de sua principais personalidades como os cineastas Ozual-do Candeias, Ody Fraga e Tony Vieira.

Carlos Reichenbach, a quem a Cinemateca rende suas homenagens, também

03 de julho a 04 de agosto

CURTA CINEMATECA

20 a 22 de julho

MEMÓRIA DO ESPORTE OLÍMPICO BRASILEIRO

Realização do Instituto de Po-líticas Relacionais, o projeto Memória do Esporte Olímpi-co Brasileiro fomenta a pro-dução de documentários que resgatam a história dos atletas olímpicos brasileiros. Parte do Programa Petrobras Esporte e Cidadania, o projeto conta com patrocínio da Petrobras e da ESPN Brasil, e apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e da Ci-nemateca Brasileira.

Neste mês, o público poderá conferir os filmes vencedores do edital para o projeto 2011.

Destaque para a projeção do longa México 1968 – a última olimpíada livre, de Ugo Gior-getti, que trata da primeira edição latino-americana das Olimpíadas, um marco na história dos Jogos por con-ta das tensões políticas que a atravessam, e Ouro, prata, bronze e… chumbo!, de José Roberto Torero, curta sobre a conquista das primeiras medalhas para o Brasil nas Olimpíadas de 1920, realiza-das na Bélgica. No dia 21/07, Giorgetti e Torero conversam com o público sobre a realiza-ção de seus documentários.

Dedicado à projeção de cur-tas-metragens de novos reali-zadores brasileiros, o projeto Curta Cinemateca Especial apresenta neste mês os fil-mes All you need is love, de Wagner Depintor, Aquém das nuvens, de Renata Martins, Livraria Ornabi, de Camilo Cassoli, Nuanças, de Geral-do Blay, e Susana, de Rodrigo Chevas e MC Fernandes.

27 de julho

CURTA CINEMATECA

ESPECIALdos, de Bruno Barreto. Basea-do no romance homônimo de Jorge Amado, que completa neste ano seu centenário de nascimento, o filme é uma das maiores bilheterias da história do cinema brasileiro. A projeção é seguida deba-te com a presença de Michel Delon, professor da Sorbonne Paris IV-Diderot e especialis-ta em história da literatura libertina francesa do século XVIII. A mediação é de An-dré Luiz Barros e professor de Letras da UNIFESP.

marca presença em diver-sas produções.

A seleção conta ainda com ficções de diretores que es-creveram a história do ci-nema da Boca e documen-tários sobre personagens da famosa região do centro paulistano.

Espaço de exibição per-manente para o curta-me-tragem brasileiro, o Curta Cinemateca acontece às terças e sábados, às 18h00.

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207

próximo ao Metrô Vila Mariana

Outras informações: (11) 3512-6111

(ramal 215)www.cinemateca.gov.br

ENTRADA FRANCA em todas as apresentações

Page 19: O Vila Mariana - Ed.3

18O VILA MARIANA - JULHO DE 2012 CINEMA

Na Cinemateca Brasileira

Homenagem a Jorge Amado, cinema marginal,memorial do esporte olímpico e novos curtas

Fruto de parceria entre a Ci-nemateca Brasileira, a UNI-FESP e a FAP – Fundação de Apoio à UNIFESP, o UNI-VERCINE é uma atividade educativa voltada à forma-ção de público e à discussão de temas relativos ao campo das ciências humanas. Exibe mensalmente, aos sábados, filmes brasileiros, e promove debates com a presença de professores da UNIFESP e convidados.

Nesse mês, a atração é o longa Dona Flor e seus dois mari-

07 de julho de 2012

UNIVERCINE

Acompanhando a mos-tra A Boca em Roterdã, o projeto Curta Cinemateca apresenta uma série de do-cumentários sobre a histó-ria do cinema marginal e a Boca do Lixo, reunindo fil-mes sobre algumas de sua principais personalidades como os cineastas Ozual-do Candeias, Ody Fraga e Tony Vieira.

Carlos Reichenbach, a quem a Cinemateca rende suas homenagens, também

03 de julho a 04 de agosto

CURTA CINEMATECA

20 a 22 de julho

MEMÓRIA DO ESPORTE OLÍMPICO BRASILEIRO

Realização do Instituto de Po-líticas Relacionais, o projeto Memória do Esporte Olímpi-co Brasileiro fomenta a pro-dução de documentários que resgatam a história dos atletas olímpicos brasileiros. Parte do Programa Petrobras Esporte e Cidadania, o projeto conta com patrocínio da Petrobras e da ESPN Brasil, e apoio da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e da Ci-nemateca Brasileira.

Neste mês, o público poderá conferir os filmes vencedores do edital para o projeto 2011.

Destaque para a projeção do longa México 1968 – a última olimpíada livre, de Ugo Gior-getti, que trata da primeira edição latino-americana das Olimpíadas, um marco na história dos Jogos por con-ta das tensões políticas que a atravessam, e Ouro, prata, bronze e… chumbo!, de José Roberto Torero, curta sobre a conquista das primeiras medalhas para o Brasil nas Olimpíadas de 1920, realiza-das na Bélgica. No dia 21/07, Giorgetti e Torero conversam com o público sobre a realiza-ção de seus documentários.

Dedicado à projeção de cur-tas-metragens de novos reali-zadores brasileiros, o projeto Curta Cinemateca Especial apresenta neste mês os fil-mes All you need is love, de Wagner Depintor, Aquém das nuvens, de Renata Martins, Livraria Ornabi, de Camilo Cassoli, Nuanças, de Geral-do Blay, e Susana, de Rodrigo Chevas e MC Fernandes.

27 de julho

CURTA CINEMATECA

ESPECIALdos, de Bruno Barreto. Basea-do no romance homônimo de Jorge Amado, que completa neste ano seu centenário de nascimento, o filme é uma das maiores bilheterias da história do cinema brasileiro. A projeção é seguida deba-te com a presença de Michel Delon, professor da Sorbonne Paris IV-Diderot e especialis-ta em história da literatura libertina francesa do século XVIII. A mediação é de An-dré Luiz Barros e professor de Letras da UNIFESP.

marca presença em diver-sas produções.

A seleção conta ainda com ficções de diretores que es-creveram a história do ci-nema da Boca e documen-tários sobre personagens da famosa região do centro paulistano.

Espaço de exibição per-manente para o curta-me-tragem brasileiro, o Curta Cinemateca acontece às terças e sábados, às 18h00.

CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207

próximo ao Metrô Vila Mariana

Outras informações: (11) 3512-6111

(ramal 215)www.cinemateca.gov.br

ENTRADA FRANCA em todas as apresentações

O VILA MARIANA - JULHO DE 201219

A psicoterapia não é para todo mundo. A terapia ana-lítica, como diria Jung, é um “confronto com o inconscien-te”, e exige muita coragem. Do ponto de vista junguiano, a análise é essencialmente um diálogo entre duas pessoas - o analista e o analisando. Seu objetivo é ajudar o analisando a entrar em contato com as suas próprias fontes internas de cura e crescimento e, assim, chegar a respostas e soluções individuais, porque a análise junguiana é adaptada para as necessidades e objetivos de cada indivíduo expondo, na prática, uma série de coisas.

A curto prazo o aconselha-mento poderá ser sobre um problema específico, tratado sempre com carinho e apoio nos períodos difíceis, ajudan-do na resolução de conflitos e

SAÚDEDevo procurar uma Psicoterapia?

A psicoterapia não é para todo mundo

eliminação de sintomas com orientações pelo desenvolvi-mento de potenciais criativos ou a se fazer descobrir novas possibilidades de vida.

A terapia junguiana é carac-terizada por muitas polarida-des, onde:- Ela enfatiza que não pode haver saúde psíquica sem o reconhecimento do lado es-curo da natureza humana, mas também sustenta que uma forma ética de vida é, em última análise, essencial para a realização individual, bem como o bem comum.

- Ela vê o encontro criati-vo com o mundo interior de sentimentos e imagens sim-bólicas como o coração da terapia, mas nunca se esque-ce da necessidade de colocar a experiência interior à prova no mundo cotidiano.

- Emboratenha descoberto até então muitas “leis” des-conhecidas da vida psíquica, não transformou em dogmas essas descobertas, mas man-tém uma confiança sem pre-conceitos a todas as manifes-tações da psique humana.

Assim, a análise Junguiana não se contenta com o mero alívio dos sintomas, mas tão sério quanto essa tarefa, tam-bém procura evitar a sua re-corrência ao lidar com suas causas mais profundas, que são geralmente uma questão de dificuldades básicas e de longo alcance: que é a falta do auto-conhecimento, da incapacidade de desenvolver o potencial criativo, das dú-vidas sobre o sentido da vida, ou mesmo da ausência de um orientação espiritual.

A perspectiva básica da Tera-pia Junguiana torna possível oferecer ajuda nestas áreas, não na forma de uma ideo-logia específica ou doutrina da salvação, mas por ajudar o indivíduo a descobrir o signi-ficado pessoal do seu eu / da sua própria alma.

Como Jung enfatizou muitas vezes, é finalmente dentro do indivíduo, e não no nível de medidas sociais coletivas, que os problemas do nosso tem-po devem ser resolvidos como bases para uma sociedade de-

mocrática saudável preserva-da e fortalecida.

E assim, para saber se este tipo de terapia faz parte da sua busca de vida, é preciso estar

preparado para sofrer uma descida às profundezas da psi-que e encontrar as imagens no inconsciente, em um esforço para se tornar consciente.

A Psicoterapia junguiana pode ser um recurso para você, caso:

- Você acredite que o inconsciente existe e que o propósito a que este serve é para exercer uma influência profunda, potencialmente muito valiosa sobre as atitudes do ego.

- Você sinceramente queira se tornar mais consciente.

- Você seja honesto e curioso o suficiente para enfrentar a verdade do inconsciente e experimentar uma transforma-ção da psique.

Vicente Miceli

[email protected]

O VILA MARIANAAnuncie no jornal

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(11) 9829-7229(11) 4999-5543

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