o tabernáculo e a igreja - abraão de almeida

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E-book digitalizado por: Levita Com exclusividade para:

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Abrao de Almeida

O TABERNCULO EA IGREJAEntrando com ousadia no santurio de Deus

ndicePrefcio ............................................................................. Ao Leitor ..................................................,........................ 1. A Tipologia Bblica .......................................................... 2.0 Tabernculo .................................................................. 3. As Peas do Tabernculo ................................................. 4.0 Sacerdcio............................................,........................ 5. Os Sacrifcios.........................................,........................ 6.0 Cristo no Ptio............................................................. 7.0 Cristo no Lugar Santo.................................................. 8. O Cristo no Lugar Santssimo........................................ 5 7 10 20 35 48 64 83 104 119

PrefcioUm dos estudos mais proveitosos a que o crente pode dedicar-se o de Tipologia Bblica. Tipos so "sombras", ou seja, representaes da realidade. Em Hebreus 10.1 lemos: "...tendo a lei a sombra dos bens futuros, e no a imagem exata das coisas..." Os tipos, em certos casos, aparecem associados aos eventos relacionados como povo de Deus, como,por exemplo, a passagem de Israel pelo mar Vermelho (1 Corntios 10.1). Em outros casos, porm, certas instituies apresentam "tipos" de algo muito maior e mais abrangente. Outrossim, alguns objetos servem de tipo ou "sombra" daquilo que real,permanente, e de valor eterno. Para exemplificar este ltimo caso, temos o Tabernculo que Israel transportou durante 40 anos de sua peregrinao no deserto, quando a caminho da terra de Cana. O Tabernculo , na Bblia, descrito com vrias acepes e uma delas a de "tenda", que se podia armar e desarmar. A sua funo principal era a de servir como o lugar de encontro entre Deus e o homem. O Tabernculo tambm chamado de "Tenda do testemunho" em Nmeros 9.15. Era neste recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu povo: "... porta da tenda da congregao, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali" (xodo 29.42). Este lugar era santo, consagrado ao culto de Jeov, o Deus vivo e eterno. Como grande o contraste entre este Santurio e os santurios ou templos encontrados no Egito, Babilnia e Grcia, nos quais eram entronizados os dolos mudos e mortos das religies falsas. No culto a estas divindades prevalecia a mais vergonhosa imoralidade, mas no Santurio de Deus encontramos a santidade, a pureza e a reverncia. Este Tabernculo, bem como o templo de Salomo e o visto por Ezequiel nos captulos 40 a 43 de sua profecia, simbolizam a Igreja edificada "para morada de Deus em Esprito" (Efsios 2.22). Simboliza tambm o prprio crente cujo corpo " o templo do Esprito Santo" (1 Corntios 6.19). Ademais, o Tabernculo representa, por tipos, a realidade suprema do Cu, onde agora mesmo Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, comparece, "por ns, perante a face de Deus" (Hebreus 924). Assim se v que o estudo do Tabernculo, com seus ritos, cerimnias e sistema sacerdotal expe, diante de ns, um rico e vasto campo de lies espirituais que poderemos aproveitar, ao nos dedicarmos a este estudo. Esta obra, da pena ungida do escritor Abrao de Almeida, ser extremamente til para quem se dedica ao estudo de Tipologia Bblica. O leitor sentir-se-, aps estudar meticulosamente o assunto em pauta, impelido a ter um novo e feliz encontro com Deus. Pr. N. Lawrence Olson

Ao LeitorO templo levantado por Moiss no deserto, segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte Sinai pelo prprio Deus, o mais eloqente de todos os tipos rituais do antigo Pacto. Como uma prefigurao dos fatos do Novo Testamento, ele encontra como anttipos na Nova Aliana no somente Cristo e o cristo, mas tambm a Igreja no seu todo e mesmo o prprio Cu, uma vez que "Cristo no entrou num santurio feito por mo humana, rplica do verdadeiro, e sim no prprio cu, afim de comparecer, agora, diante da face de Deus a nosso favor" (Hebreus 924, A Bblia de Jerusalm). No estudo que o leitor tem em mos h abundantes referncias s divises do Tabernculo, ao seu rico e variado mobilirio, aos materiais empregados na sua construo, s cores, s diferentes ofertas, aos nmeros aplicados s peas e aos sacrifcios, etc, tudo com o sincero desejo de aprofundar-lhe os conhecimentos do plano divino para sua vida. Todas essas riquezas tipolgicas, associadas s grandes festas anuais e ao sacerdcio levtico, constituem preciosas e prticas lies sobre como viver hoje a verdadeira vida crist. Embora seja do conhecimento do autor que o Tabernculo tem sido objeto de muitas e edificantes obras, inclusive em portugus, este livro, entretanto, longe de pretender esgotar to frtil assunto, se prope a ser original. Ele focaliza o assunto do ponto de vista do crescimento espiritual, tomando por base a recomendao apostlica: "Antes crescei na graa e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 3.18). O crescimento na graa, segundo as divises daquele primeiro templo israelita, relaciona-se de perto com as trs pessoas da Trindade, uma vez que comeamos pelo Esprito Santo, prosseguimos na pessoa do Filho de Deus e alcanamos, no Pai, a medida da estatura da plenitude de Cristo. Nessa progresso esto as trs principais virtudes do cristianismo -a f, a esperana e o amor -bem como as fases da nossa frutificao: 30,60 e 100 por um, ou seja: fruto, mais fruto e muito fruto (Marcos 4.8; Joo 15.1-5; 1 Corntios 13.13). Por tais razes, sugiro ao leitor seguir a ordem dos captulos tal como eles se apresentam, para uma mais proveitosa assimilao do seu contedo. A fim de tornar este livro o mais claro possvel, os textos bblicos do Antigo Testamento relacionados com o Tabernculo foram extrados, de preferncia, da traduo coordenada por Ludovico Garmus para a Editora Vozes Ltda., edio do Crculo do Livro S A.,pelo fato de nesta Bblia os obscuros pesos, medidas e valores hebraicos, como cvados, talentos e sidos, estarem equiparados ao nosso conhecido sistema decimal. O versculo 10 de xodo 25, que trata das dimenses da arca, um bom exemplo de como este texto ficou mais compreensvel. Comparemos: "Tambm fars uma arca de madeira de accia; de dois cvados e meio ser o seu comprimento, de um cvado e meio a largura, edeum cavado emeioaaltura" (Almeida Revista e Atualizada no Brasil). "Fars uma arca de madeira de accia, com 125 cm de comprimento, por 75 cm de largura e 75 de altura" (Ludovico Garmus). Para as demais citaes, tanto no Novo como do Antigo Testamento, servi-me das edies Revista e Atualizada no Brasil (ARA) e Revista e Corrigida (ARC), respectivamente da Sociedade Bblica do Brasil e da Imprensa Bblica Brasileira, ambas na traduo de Joo Ferreira de Almeida. H, ainda, citaes da Traduo Brasileira e da Bblia de Jerusalm (Edies Paulinas). Por outro lado, conhecendo de perto a agitada vida moderna, com seu to pouco tempo para a leitura, intencionalmente transcrevi o maior nmero possvel de

passagens da Escritura, dando ao leitor oportunidade de comparar o meu comentrio com apropria Palavra de Deus, mesmo no tendo mo um exemplar da Bblia. O excepcional interesse demonstrado pelos que ouviram pelo menos um dos inmeros estudos acerca desse interessante tema, que ministrei no Brasil e Exterior, animou-me a escrever este livro. Alguns irmos chegaram a confessar, depois de acompanhar os passos do nosso crescimento cristo, que nunca mais foram os mesmos crentes. Eles tiveram uma clara viso dos elevados propsitos divinos para suas vidas, e entraram assim numa nova dimenso espiritual. E meu sincero desejo que o inesgotvel manancial de inspirao e ensinamento, que o Tabernculo, sacie no leitor amigo a sua mais profunda sede de Deus, e lhe d a necessria "intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus" (Hebreus 10.19), e assim experimentar "toda sorte de bno espiritual nas regies celestiais em Cristo" (Efsios 1.3). Quanto maior for o nmero dos que avanam ousadamente para o Santssimo Lugar, mais poderosamente brilhar, nas trevas densas deste mundo, a refulgente luz do testemunho cristo. No poderia encerrar estas notas sem antes tornar pblica minha gratido a algumas pessoas muito queridas, que tiveram importante participao nesta obra: Minha esposa Lcia, pelo constante estmulo e apoio. Eldir Gois, que foi minha eficiente secretria na CPAD, e minha filha Elase, pelas repetidas datilografias do texto. Ronaldo Antunes, pelas primorosas ilustraes. Pastor Lawrence Olson, pelo excelente prefcio. Professor Gustavo Kessler, pela segura reviso final. Bristol, agosto de 1985 Abrao de Almeida

1 A Tipologia BblicaAntes de considerarmos especificamente a tipologia do Tabernculo, achamos conveniente salientar aqui algumas definies de tipologia, bem como dar alguns poucos exemplos. Como procuramos ser, neste primeiro captulo, o mais conciso possvel, muitas passagens bblicas esto aqui apenas referenciadas, no transcritas. O tipo bblico uma representao pr-ordenada, pela qual pessoas, eventos e instituies do Antigo Testamento prefiguram pessoas, eventos e instituies do Novo Testamento. So figuras, ou lies, pelas quais Deus tem ensinado seu povo acerca do seu plano redentor e de seus elevados propsitos para a vida crist. So uma mostra de coisas vindouras e no a verdadeira imagem dessas coisas (Colossenses 2.17; Hebreus 8.5; 10.1). Todo o sistema mosaico, por exemplo, foi como um jardim de infncia no qual o povo de Deus foi educado nas coisas divinas e ensinado a ver assim a realidade das coisas futuras. A Bblia usa diversas palavras para tipos, tais como: sinal (Joo 20.25);figura (Atos 7.43; Romanos 5.14; 1 Corntios 10.11); forma (Romanos 6.17); parbola, alegoria (Hebreus 9.9); modelo (Atos 7.44; Hebreus 8.4,5); sombra (Colossenses 2.14; Hebreus 8.5), e exemplo (Filipenses 3.17; 1 Timteo 4.12; 1 Pedro 5.3; 2 Pedro 2.6). Alguns dos nomes para os anttipos: verdadeira figura (1 Pedro 3.21); mesma imagem (Hebreus 10.1); coisas celestiais (Hebreus 9.23); verdadeiro (Hebreus 9.24), e Esprito (2 Corntios 3.6). O tipo o objeto da lio, a revelao temporria de uma pessoa, um acontecimento ou uma instituio vindoura. O anttipo o cumprimento daquilo que havia sido predito. So necessrios um ou mais pontos de afinidade entre o tipo e o anttipo (Colossenses 2.14-17]; Hebreus 10.1). O tipo precisa ser proftico em todos os pontos de semelhana com o anttipo, e precisa verdadeiramente prefigurar as coisas vindouras (Joo 3.14; Romanos 5.14; Hebreus 8.5; 9.23,24; 1 Pedro 3.21). O tipo sempre terrestre, enquanto o anttipo pode ser tanto terrestre como celestial (Hebreus 8.5; 9.24; 1 Pedro 3.21). Desde que tipo e anttipo, ou seja, figura e cumprimento, necessitam ser prordenados como parte de um mesmo plano divino, eles no podem ser escolhidos pelo homem (2 Timteo 3.16). Por isso, a autoridade dos tipos e sua aplicao provm da Bblia, que exige o endosso de pelo menos trs testemunhos para confirmar uma verdade (2 Corntios 13.1). Feitas essas ligeiras observaes, consideremos agora alguns exemplos bblicos de tipos e anttipos. NO, A ARCA E O DILVIO Enoque, por haver andado com Deus, havia sido trasladado para o cu antes que a maldade humana chegasse ao auge e Deus tivesse de desencadear o julgamento do dilvio. A mistura dos filhos de Deus com os filhos dos homens havia gerado gigantes, valentes e vares de fama, mas Deus viu que "a maldade do homem se havia multiplicado na terra, e que era continuamente mau todo desgnio de seu corao" (Gnesis 6.5). Por isso Deus anunciou o dilvio: "Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Ento disse Deus a No: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra est cheia da violncia

dos homens: eis que os farei perecer juntamente com a terra. Faze uma arca de tbuas de cipreste... Assim fez No, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara: (Gnesis 6.1214,22). Nada menos do que o fim de toda a carne produziria efeito. Os valentes e os vares de fama tinham de ser igualmente varridos da face da terra. Tinha de haver completa destruio de tudo o que havia sido corrompido. Tal ocorre em nossos dias. Como nos tempos de No, a mensagem do iminente juzo divino no encontra aceitao por parte dos polticos, intelectuais, artistas, "valentes" e "vares de fama". A cultura, a poltica e a prpria religio parecem indicar que o "modus vivendi" prosseguir inaltervel. Os cidados continuam comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento. Falar em juzo uma loucura. Assim como a longanimidade de Deus esperava nos dias de No, assim tambm hoje Deus no quer que alguns se percam: "No retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrrio, ele longnimo para convosco, no querendo que nenhum perea, seno que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3.9). Assim como s havia uma arca, e esta s possua uma porta, assim tambm s h uma arca de salvao hoje. Ela foi terminada no Calvrio, e sua nica Porta, Jesus Cristo, ainda est aberta a todos que queiram abrigar-se do juzo divino (Joo 10.9). O tempo para a salvao hoje. Amanh pode ser tarde demais (Hebreus 3.7,8). ABRAO OFERECE ISAOUE "Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu nico filho, Isaque, a quem amas, e vaite terra de Mori; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abrao de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos, e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto, e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado... Tendo Abrao erguido os olhos, viu atrs de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abrao o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gnesis 22.2,3,13). Abrao estava disposto a obedecer, por isso levantou-se de madrugada e preparou-se para a longa viagem at o monte Mori. Cada incidente, ao longo do caminho, reveste-se de profundo significado. Ao p do monte, disse Abrao a seus moos: "Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moo iremos at ali, e havendo adorado, tornaremos a vs" (Gnesis 22.5). O "tornaremos" indica a f profunda do patriarca, para quem Deus era poderoso para substituir seu filho, ou mesmo ressuscitlo. pergunta natural de Isaque: "Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde est o cordeiro para o holocausto?" (Gnesis 22.7), Abrao responde com convico: "Deus provera para si o cordeiro para o holocausto" (v. 8). Deus o Pai, identificado neste texto como aquele que prove (Jeov Jir), honrou a f nele depositada, e proveu uma vtima substituta para Isaque, mas somente depois de Abrao haver ido at o fim na sua obedincia ordem do Senhor. Assim como Isaque, que j no era uma criana, poderia facilmente ter evitado tornar-se uma vtima, assim tambm o outro Isaque, o Senhor Jesus Cristo, poderia, se o desejasse, ter evitado a cruz. Eis as suas palavras: "Dou a minha vida pelas ovelhas... Ningum ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Este mandamento recebi de meu Pai" (Joo 10.15,18). O autor da carta aos Hebreus afirma que Cristo orou com grande clamor e lgrimas quele que podia livr-lo da morte (Hebreus 2.14,15), mas voluntariamente submeteu-se vontade do Pai, "sendo obediente at morte, e morte de

cruz" (Filipenses 2.8). Muito mais forte que o amor de Abrao por Isaque foi e ainda o amor do Pai Celestial por seu Filho Jesus. Contudo, para nos salvar Deus o entregou morte, provando o seu amor por ns, sendo ns ainda pecadores (Romanos 5.8; 8.32; Joo 3.16). Abrao encontrou substituto para Isaque, mas para Jesus no havia substituto. Sua orao para que, se possvel, o amargo clice do sofrimento e da morte lhe fosse tirado, teve de ser complementado por outra: "no seja, porm, o que eu quero, mas o que tu queres" (Marcos 14.35,36). UMA NOIVA PARA ISAQUE Se no drama de Mori - onde mais tarde se ergueria o Templo israelita - temos em Abrao e no cordeiro figuras de Deus Pai e Deus Filho, no casamento de Isaque deparamo-nos com tipos de toda a Trindade. Se Isaque foi um tipo fiel de Cristo em sua obedincia at morte, tambm o foi em relao ao seu casamento com Rebeca -uma noiva oriunda de sua parentela. Eliezer, em cuja mo estava toda a fazenda do seu senhor, tipifica o Esprito Santo enviado terra para preparar e levar at Cristo uma noiva "gloriosa, sem mcula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensvel" (Efsios 5.27). interessante notar como, na seqncia de Gnesis, Cristo morre no captulo 22 como o "cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo(Joo 1.29); no captulo seguinte d-se a morte de Sara, sua me natural, como tipo de Israel, e ento, no captulo 24, a Igreja chamada para ocupar sua elevada posio de noiva do Cordeiro, depois derrubada a parede de separao entre judeus e gentios (Efsios 2.14). Em sua misso de buscar uma noiva para Isaque, Eliezer tomou dez camelos, nos quais levou "vasos de prata e vasos de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca". Na Bblia, o nmero dez significa perfeita ordem divina, onde nada falta. Por isso a Rebeca do Novo Testamento, a Igreja de Cristo, no tem falta de nada. Ela recebeu da parte do Pai (Abrao), por intermdio do Esprito Santo (Eliezer), os seguintes dons: a. Vasos de prata. A prata smbolo de resgaste (xodo 30.12-16; Levtico 5.15), e aponta para a obra expiatria de Cristo no Calvrio. Os vasos de prata so a primeira coisa mencionada na relao dos presentes dados a Rebeca por Eliezer. Como noiva de Cristo, fomos salvos mediante o lavar regenerador e renovador do Esprito Santo, que aplicou nas nossas vidas o sangue purificador de Cristo (Tito 3.5; 1 Joo 1.7). b. Vasos de ouro. O ouro indica a glria de Deus, como o metal presente nos lugares Santo e Santssimo do Tabernculo, onde se manifestava a glria divina (2 Corntios 3.18). c. Vestidos. Rebeca recebeu de Eliezer vestidos. A Igreja jamais poder ser apresentada ao seu Noivo trajada dos trapos imundos da sua prpria justia. Por isso o Esprito Santo d-lhe vestidos apropriados - vestidos de salvao e vestidos de louvor (Isaas 61.3,10). JOS, O MAIS PERFEITO TIPO PE JESUS Quer olhemos para Cristo como o objeto do amor do Pai ou do dio de seus irmos, v-mo-lo maravilhosamente simbolizado em Jos, o primeiro filho de Jac e Raquel. O amor de Jac por Jos era to forte que seus irmos se encheram de inveja e

no podiam falar-lhe pacificamente. Assim como Jac no escondia seu amor pelo filho da sua velhice, assim tambm o Pai Celestial no escondeu seu amor por seu Filho. Os Evangelhos registram o testemunho audvel do prprio Deus, ocorrido em diversas ocasies (Mateus 3.17; 17.5). O prprio Jesus referiu-se diversas vezes ao amor com que era amado pelo Pai (Joo 15.9; 17.23,24). Por outro lado, os irmos de Jos, por no cederem ao pensamento de exaltao de Jos revelado em seus sonhos, e por no terem seus coraes em comunho com os elevados propsitos do filho amado de Jac, odiaram-no ao ponto de o venderem como escravo. Da mesma maneira se comportaram os judeus dos dias de Jesus, que veio para os que eram seus, mas os seus no o receberam (Joo 1.12). No o reconheceram nem como Rei de Israel nem como o Filho de Deus, porque seus olhos no estavam abertos para ver a sua glria, "como a glria do unignito do Pai, cheio de graa e de verdade" (Joo 1.14). Compare com Gnesis 37.4: "Vendo, pois, seus irmos, que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e j no lhe podiam falar pacificamente". Jesus, ao contar a parbola dos lavradores maus, fala de si mesmo quando diz: "E por ltimo enviou-lhes seu filho, dizendo: Tero respeito a meu filho. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este o herdeiro; vinde, matmo-lo, e apoderemo-nos da sua herana..'.'(Mateus 21.37-39). Veja o que a Bblia diz de Jos: "De longe o viram e, antes que chegasse, conspiraram contra ele para o matar" (Gnesis 37.18). Na bno de Jac a Jos (Gnesis 49.22-26) est escrito que os flecheiros lhe deram amargura, mas o Deus Todo-poderoso o abenoaria com bnos que excederiam as bnos de Abrao e Isaque. Assim aconteceu com Jesus, o bem amado do Pai. No tiveram respeito pelo Filho. Lanaram-no fora. Deus e os homens estavam em discrdia acerca de Cristo, e ainda o esto. Eles o crucificaram, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos. Os homens o colocaram entre malfeitores, porm Deus colocou-o sua direita, nas alturas. Os homens deram-lhe o lugar mais baixo na terra, mas Deus deu-lhe o lugar mais elevado nos cus, em inigualvel majestade. AS JORNADAS DE ISRAEL De dia numa nuvem e de noite numa coluna de fogo, o Senhor estava com seu povo para assisti-lo em todas as suas necessidades. Assim como "o Senhor ia adiante deles" (Nmeros 13.21), assim tambm Jesus, ao tirar para fora suas ovelhas, "vai adiante delas" (Joo 10.4). a. A passagem pelo mar. Todos os cavalos e carros de Fara partiram em perseguio aos israelitas e os acharam acampados em Pi-Hairote (xodo 14.9). Por que Deus ordenou que o povo acampasse, se corria tanto perigo? Por que Deus no atravessou logo o povo para longe das vistas do inimigo? Pela mesma razo porque Jesus ainda se demorou dois dias quando soube da doena de seu amigo Lzaro. A demora de Israel trouxe maior glria a Deus e maior vitria a eles prprios. Os egpcios foram derrotados para sempre! Na travessia do mar Vermelho vemos ainda uma preciosa lio aprendida por Israel. Hebreus 11.29 afirma que eles "pela f passaram o mar Vermelho". Isso significa que eles no viam o caminho, pois ento estariam seguindo por vista e no por f. O mar abria-se medida que o povo avanava, passo a passo, numa completa e contnua dependncia de Deus. b. Mara, Elin e Sinai. O calor abrasador do deserto fez com que Israel depressa se esquecesse dos grandes e recentes feitos de Deus. Os cnticos de vitria, de f e de louvor deram lugar ao medo, dvida e murmurao: "Que havemos de beber?" A

Igreja militante, que atravessa os desertos pecaminosos deste mundo, pode estar certa de que o mesmo Deus de Israel, que tornou doces as guas amargas de Mara (xodo 15.2327), continua dulcificando as amarguras da sua peregrinao por meio daquele madeiro verde (Lucas 23.31), uma vez lanado s guas da morte. A jornada entre Elin e o Sinai tem sido considerada uma das mais importantes na histria de Israel, pelo fato desse povo ter deixado as guas refrescantes do ministrio da graa de Deus em Elin (xodo 15.27), onde havia doze fontes de gua e setenta palmeiras (compare com Lucas 9.1; 10.1), para sujeitar-se lei das obras no Sinai. Nessa caminhada Deus providenciou para seu povo o man, a carne e a gua. A Igreja, como o Israel de Deus na dispensao da graa, desfruta do verdadeiro Man do cu (Joo 6.51), alimenta-se da "carne" do Filho do homem (Joo 6.53-56) e bebe gua pura da Rocha ferida (Joo 7.37). Constitui especial advertncia para ns o fato de Israel no ter sabido apreciar o paladar do po celestial. Nas suas murmuraes eles ofenderam a graa divina, dizendo: "Nossa alma tem fastio deste po to vil" (Nmeros 21.5). Seus coraes incrdulos e endurecidos estavam ainda nas panelas de carne do Egito (xodo 16.3; Atos 7.39). c. Do Sinai ao Jordo. A partir do Sinai, todas as jornadas de Israel seriam controladas por trombetas de prata sob os cuidados dos sacerdotes (Nmeros 10.1-10). Estes, ao notarem o movimento da nuvem, executariam o toque apropriado, ao qual cada israelita deveria estar atento. Recusar-se a avanar com o toque de avanar seria ficar nas trevas, e avanar sem o toque de avanar seria o mesmo que andar nas trevas. O caminho da obedincia, para Israel, se relacionava unicamente com a nuvem. O mesmo ocorre hoje. Se algum no obedece a Cristo, a Luz do mundo, se no ouve a sua voz e o segue, ainda permanece nas trevas (Joo 8.12; 1 Corntios 10.1; 1 Joo 1.6). O fracasso de Israel em Cades (Nmeros 13.25-33) pode ser explicado com uma s palavra: incredulidade. Cedo o povo esqueceu-se da fidelidade divina em prover todas as coisas, inclusive vitria sobre os mais poderosos inimigos. A Igreja sofre hoje as mesmas tentaes e manifesta as mesmas fraquezas dos israelitas do passado. Inmeros povos esto ainda por ser evangelizados exatamente porque os cristos tm medo de inimigos que consideram gigantes, como as fortes tradies catlicas, muulmanas, budistas etc, ou ideologias polticas hostis ao Evangelho, como o comunismo. A Igreja precisa ser valente como Josu e Calebe, no acovardar-se como os outros espias. Se a incredulidade prpria do homem natural, a f uma virtude do homem espiritual. Israel rebelou-se por estar na carne, e no no Esprito. A carne no pode herdar o reino de Deus, e por isso os incrdulos caram no deserto durante quarenta anos (Nmeros 14.21-23). Somente depois de carem no deserto todos os incrdulos (Nmeros 26.64,65), Moiss faz nova contagem do povo que vai possuir a terra. Dos 600 mil guerreiros, somente os dois homens de f, Josu e Calebe, ficam para receber o galardo da f. O DESCANSO EM CANA Capitaneados pelo sucessor de Moiss, Israel transpe o Jordo e toma posse da terra prometida, onde deveria repousar das suas peregrinaes. Todavia, muitos no puderam entrar por causa da incredulidade, como j vimos. "Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram; no foram, de fato, todos os que saram do Egito por intermdio de Moiss? E contra quem se indignou quarenta anos?...

Vemos, pois, que no puderam entrar por causa da incredulidade" (Hebreus 3.16-19). Depois de todas as suas obras criadas, Deus repousou no stimo dia, diz Gnesis 2.2, evidentemente referindo-se sustentao de todas as obras da criao e ao seu governo, que ento tiveram incio. O Salmo 95, citado pelo autor da Carta aos Hebreus, mostra que o repouso prometido por Deus ainda futuro, embora em alguns aspectos ele se manifeste em algumas antecipaes, incluindo apropria terra (Levtico 25.1-5). O reinado abenoado de Salomo, cujo prprio nome significa Paz, prefigura o reinado do Prncipe da Paz no Milnio (Isaas 9.6,7), quando estas palavras de Salomo tero significado ainda muito mais profundo: "Porm agora o Senhor meu Deus me tem dado descanso de todos os lados: adversrio no h, nem algum mau encontro" (1 Reis 5.4). Nesta presente dispensao da graa, Cristo concentra em sua Pessoa a plenitude do repouso prometido por Deus, razo por que nele o pecador encontra o verdadeiro descanso para sua alma cansada e aflita (Mateus 11.28,29). Por ser o verdadeiro anttipo do sbado, e o senhor dele (Marcos 2.28), escolheu ele de preferncia esse dia para dar descanso aos pobres e necessitados, embora ele mesmo, como homem "experimentado nos trabalhos" (Isaas 53.3), desconhecesse aqui repouso, pois no tinha onde reclinar a cabea (Mateus 8.20). O repouso pleno, entretanto, inclui a redeno final do nosso corpo, por ocasio da sua transformao ou ressurreio no glorioso dia da vinda de Cristo (2 Corntios 5.4,5; 1 Tessalonicenses 4.16,17), e para esse dia a Igreja militante avana peregrina, pois somente ento todas as suas provaes e dores definitivamente cessaro. A expresso usada por Deus "meu descanso" (Salmo 95.11), e isso quer dizer um verdadeiro, perfeito e eterno descanso. Assim como Josu, tipo de Cristo, introduziu o povo no descanso de Cana, assim o capito Jesus, como anttipo de Josu, introduzir o Israel de Deus do Novo Testamento, a Igreja, na Cana Celestial, onde nada haver que perturbe o sbado da eternidade, no qual o prprio Deus Trino se regozijar na obra de suas mos.

2 O TabernculoAfirma a Palavra de Deus que "tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela pacincia, e pela consolao das Escrituras, tenhamos esperana" (Romanos 15.4). O Tabernculo, construdo por Moiss no deserto, deixou profundas lies para a Igreja, tanto atravs da rica tipologia dos seus objetos, como tambm pelo significado espiritual do sacerdcio, dos sacrifcios e das celebraes anuais. AS OFERTAS Uma dessa importantes lies est nas ofertas do povo, atendendo ao apelo divino atravs de Moiss: "Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para mim. Recebereis a oferta de todos os que derem espontaneamente. Estas so as ofertas que recebereis: ouro, prata, bronze, tecidos de prpura violcea, vermelha e carmesim, Unho fino e crinas de cabra, peles de carneiro tintas de vermelho e peles de golfinho, madeira de accia, azeite de lmpada, blsamo para o leo de uno e para o incenso aromtico, pedras de nix e outras pedras de engaste para o fode e o peitoral" (xodo 25.2-7). "Todos os israelitas, homens e mulheres, dispostos a contribuir para as obras que o Senhor tinha mandado executar por meio de Moiss, trouxeram ao Senhor contribuies espontneas" (xodo 35.29). As ofertas espontneas foram to abundantes que os artfices interromperam seu trabalho para dizer a Moiss: "O povo traz muito mais que o necessrio para executar a construo que o Senhor mandou fazer. Ento Moiss mandou que se publicasse no acampamento a seguinte ordem: Ningum mais, nem homem nem mulher, promova campanhas para a coleta do santurio. E o povo deixou de trazer ofertas. O material j era suficiente para todos os trabalhos que se deviam executar, e at sobrava" (xodo 36.5-7).

Dize aos israelitas que ajuntem ofertas para mim..." Que lio preciosa! Como cada um deu espontaneamente do que possua: no foi necessrio descer ao Egito em busca de ajuda. Quando cada crente entende que a oferta parte vital na comunho com Deus e d liberalmente, a igreja no precisa descer ao "Egito" (ao mundo) e mendigar a ajuda dos infiis! Bem escreveu Arnold Doolan, em sua obra O Tabernculo no Deserto, p.15: "Que insigne exemplo de devoo ao Senhor e de obedincia ao seu mandamento. impossvel computar o valor de tudo quanto foi oferecido pelos israelitas, tudo dado espontaneamente e de muito boa vontade, para a construo do Tabernculo e dos seus apetrechos. Devia representar uma elevadssima soma. Contudo, o que mais impressiona o meu corao o fato de que tudo deram voluntariamente e de todo o corao. Eles ouviram a voz do Senhor e corresponderam imediatamente. Sem dvida, o Diabo era bastante astucioso para insinuar que aquela obra envolvia despesas extraordinrias, que o custo de vida seria elevado e que era prudente poupar ou guardar cuidadosamente o que possuam. Mas os filhos de Israel, naquele tempo da sua histria, tinham os seus olhos postos no Senhor, e a vontade do Senhor era de suprema importncia para todos eles". A ORDEM DAS TRIBOS NO ACAMPAMENTO Como um templo destinado a acompanhar os israelitas no deserto, o Tabernculo era desmontvel e podia ser conduzido de um lugar a outro. Para o honroso trabalho de cuidar e transportar os objetos componentes, foram escolhidas as famlias de Grson, Coate e Merari. Os gersonitas se acamparam atrs do santurio, ou seja, ao Ocidente, e cuidaram do exterior da tenda, como vigias. Os coatitas ficaram ao Sul, e eram responsveis pelo cuidado da Arca, da mesa, do candelabro, dos altares e de todos os vasos sagrados. Os meraritas situaram-se do lado Norte, e respondiam pela conservao e transporte das tbuas, das travessas, das colunas, das cordas, das estacas e das bases. Os exrcitos de Israel acampavam-se ao redor do Tabernculo observando a seguinte ordem: para o Oriente, guardando a porta de entrada do Tabernculo, ficava o exrcito de Jud, de 74.600 homens, e junto a ele, o de Issacar, de 54.400, e o de Zebulom, de 57.400 (Nmeros 2.3 a 9). Do lado Sul ficava o exrcito de Rben, de 46.500 soldados, e mais os de Simeo, de 59.300, e Gade, de 45.650 (Nmeros 1.2125). Do lado Norte ficavam os de D, de 62.700 soldados, de Aser, de 41.500, e de Naftali, de 53.400 (Nmeros 1.39-43). E, finalmente, do lado Oeste, ou seja, retaguarda do Tabernculo, ficavam os exrcitos de Efraim, de 40.500 soldados, de Manasses, de 32.200, e de Benjamim, de 35.400 (Nmeros 2.18-23). O Tabernculo olhava sempre para o Oriente, isto , para o lugar do nascimento do Sol, certamente apontando para a pessoa de Jesus, anunciado pelo profeta Malaquias como o Sol da Justia que traz a salvao debaixo das suas asas (Malaquias 4.2). As peas principais desse santurio tomavam a forma de uma cruz, tambm apontando para Jesus (2 Corntios 5.18). O fato de a tribo de Jud guardar a porta do Tabernculo muito significativo, pois, nas bnos de Jac a seus filhos, ele diz, no primeiro livro da Bblia, que Jud era como um leo, figura que aparece tambm no ltimo livro das Escrituras, onde Jesus nos apresentado como o Leo da Tribo de Jud (Gnesis 49.9; Apocalipse 5.5). SEPARAO E COMUNHO

O Tabernculo estava separado da congregao por uma cerca constituda de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de linho branco, de dois metros e meio de altura. Isso fala da separao entre Deus e o pecador (xodo 38.1015,19 31; Isaas 59.2). O nmero 6 e seus mltiplos, como no caso dessas colunas, associam-se ao nmero 7, que o nmero de peas do Tabernculo. Como o 6 relaciona-se com o homem e o 7 com Deus, temos no Tabernculo a comunho, ou o encontro do homem com a Divindade. O nmero 6 aparece em muitos lugares do Tabernculo, como nas duas fileiras de pes da proposio, de seis cada uma, e no nmero de braos do candelabro de ouro (excetuando-se a haste central, que apresenta Jesus como o tronco que sustenta as varas). AS COLUNAS E OS VUS As quatro colunas da entrada do Tabernculo tm tambm um significado muito importante. Em xodo 27.16 lemos: "A porta do trio haver um reposteiro de vinte cvados, de estofo azul, prpura, carmesim e linho fino torcido, obra de bordador; as suas colunas sero quatro, as suas bases quatro". Estas quatro colunas representam ou falam da oportunidade para todos, pois o nmero quatro est sempre relacionado com a plenitude da Terra. Todos tm oportunidade de entrar no Santurio (Mateus 24.31; Joo 3.16). Os quatro vus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda, por suas cores significativas, apontam-nos os quatro Evangelhos, pela ordem em que estes aparecem no Novo Testamento. Comparemos essas cores com os retratos de Jesus que os quatro evangelistas nos deram: 1. A prpura. Esta cor se relaciona com a realeza e aponta para o Evangelho segundo Mateus, que o Evangelho do Rei. Mateus enfatiza este aspecto do carter de Jesus, quando, por 14 vezes, o chama de Filho de Davi, o famoso rei cuja descendncia Deus prometeu perpetuar no trono de Israel. O Messias viria como Rei, conforme a profecia de Zacarias 9.9: "Eis a o teu Rei". Por isso Mateus registra a genealogia de Jesus, pois um Rei precisa provar a sua ascendncia real. 2. O carmesim. O Evangelho segundo Marcos est relacionado com a cor carmesim, ou seja, como sangue, que aponta para o servo sofredor, para o Messias na cruz, conforme a profecia de Isaas 42.1: "Eis aqui o meu servo, a quem sustento; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele meu Esprito, e ele promulgar o direito para os gentios". Um servo no precisa de genealogia, por isso Marcos no trata da ascendncia do Senhor. Mateus, em seu Evangelho, focaliza a pessoa de Jesus do ponto de vista de sua realeza, e isto nos leva ao Lugar Santssimo do Tabernculo, onde Deus habitava sobre o Propiciatrio, entre os querubins da glria. Marcos, por sua vez, j apresenta os traos de Jesus do ponto de vista da cruz, como o servo sofredor, e isto nos leva ao altar de bronze, ou dos holocaustos. Percebemos esses pontos de vista claramente expressos em Mateus 13.23 e Marcos 4.8,20, respectivamente. Nesses textos, que tratam da Parbola do Semeador, a frutificao em Mateus decrescente, enquanto em Marcos crescente. Mateus diz: a 100, a 60 e a 30 por um, e Marcos registra: a30,a60ea 100 por um, e isso conforme as trs principais divises do Tabernculo: o Ptio, o Santurio e o Santo dos Santos. 3. Linho branco. No Evangelho segundo Lucas temos o linho branco apontando para o homem perfeito, para o carter justo de Jesus. Esse evangelista apresenta a pessoa do Salvador como o Filho do homem. E o Evangelho do Filho do homem. E como todo homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o mdico Lucas registra a ascendncia de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de Zacarias

6.12: "E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exrcitos: Eis aqui o homem cujo nome Renovo: ele brotar do seu lugar, e edificar o templo do Senhor". 4. Azul. Finalmente chegamos cortina azul, e essa cor indica sempre o Cu ou aquilo que celeste. Vemos em Joo o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Filho de Deus, cumpre a profecia de Isaas 40.9: "Tu, Sio, que anuncias boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalm, ergue a tua voz fortemente; levanta-a, no temas, e dize s cidades de Jud: Eis a est o vosso Deus". Joo no registra a genealogia de Jesus, pois Deus no tem genealogia. Dentre as referncias ao azul no Antigo Testamento destaca-se do cordo azul em Nmeros 15.38-40: "Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes que nos cantos das suas vestes faam borlas pelas suas geraes; e as borlas em cada canto presas por um cordo de azul. E as borlas vos sero para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e no seguireis os desejos do vosso corao, nem os dos vossos olhos, aps os quais andais adulterando. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a vosso Deus". a. A cor azul. Por ser um dos principais smbolos do cu, o azul revela o propsito profundo de Deus, de conduzir o seu povo a uma constante atitude de comunho como Pai Celestial, de quem deveriam receber graa e inspirao para uma vida santa, ou seja, de fidelidade aos seus elevados preceitos e, conseqentemente, de separao das concupiscncias mundanas. Note as palavras do Senhor: "no seguireis os desejos do vosso corao, nem os dos vossos olhos". Assim, mediante o memorial das fitas azuis fixadas nas franjas das suas vestes, os israelitas deveriam lembrar-se da sua responsabilidade de obedincia Lei do Concerto do Sinai, e de sua chamada para ser o povo santo do Senhor. Que preciosas lies espirituais nos do esses filactrios! Se Israel deveria atentar para aquele memorial celestial do Concerto da Lei, a fim de ser o povo santo do Senhor, quando mais ns, "gerao eleita, o sacerdcio real, a nao santa, o povo adquirido" (1 Pe 2.9), devemos buscar "as coisas que so de cima" e pensar "nas coisas que so de cima"! (Cl 3.1,2). Nos nossos vestidos de salvao (Is 61.10) no deve faltar o memorial do corpo de Jesus oferecido por ns na cruz. Ele mesmo, ao instituir a ceia nos elementos do po e do clice, disse: "fazei isto em memria de mim" (Lc 22.19; 1 Co 11.24,25). b. A perverso humana. O Senhor Jesus, ao referir-se s borlas usadas pelos judeus nos dias de seu ministrio terreno, mostra at onde o egosmo humano pode perverter uma instituio divina. Eles alargavam os seus filactrios, e alongavam as suas franjas, tudo com o fim de serem vistos pelos homens! (Mt 23.5). Eles foram alm do mandamento divino, tal como presentemente ocorre com o memorial da ceia do Senhor, criminosamente transformado por muitos em transubstanciao (transformao; dos elementos no corpo, sangue, alma e divindade de Jesus etc), e por outros em consubs-tanciao (unio de dois ou mais corpos numa mesma substncia). Assim como o memorial celestial dado aos israelitas transformou-se numa triste e egosta profanao do sagrado, assim tambm o solene memorial institudo por Jesus foi por muitos convertido em orgulho religioso. Cuidemos, irmos, para no perdermos o verdadeiro sentido do mandamento divino e conservarmos dele apenas a sua forma exterior para nossa prpria exaltao. Nossa divisa deve ser: "Santos sereis ao vosso Deus" OS METAIS

1. O bronze. Os metais do Tabernculo so muito expressivos. Seguindo a ordem de entrada do ptio para o Lugar Santssimo, encontramos as colunas revestidas de bronze e com suas bases de bronze, o grande altar todo revestido de bronze, situado logo aps a porta do Tabernculo e a pia, ou lavatrio, de bronze macio. As passagens bblicas de xodo 27.17; Nmeros 21.9; Jeremias 1.18; 6.28; 1 Corntios 13.1; 2 Corntios 5.21, indicam esse metal como o tipo de julgamento, de juzo. E o bronze, no Tabernculo, significa o julgamento do pecado. Tambm todos os cravos, ou pregos, usados nesse Santurio, eram desse mesmo metal e apontavam para a crucificao de Jesus no madeiro do Calvrio. 2. A prata. Por sua vez, a prata estava presente em todos os ganchos que ostentavam as cortinas do Tabernculo e tambm formava os capiteis ou faixas que ornamentavam essas cortinas. Tambm todas as tbuas do Santurio estavam apoiadas em bases de prata. Ora, a Bblia diz em xodo 30.12-16: "Quando fizeres a contagem dos israelitas, para que, ao serem recenseados, no os atinja alguma peste. Cada um que passar pelo censo dar cinco gramas de prata, segundo o peso padro do santurio. Estes cinco gramas sero, pois, o tributo dado ao Senhor. Quem passar pelo recenseamento com mais de 20 anos, pagar o tributo ao Senhor. O rico no dar mais nem o pobre menos do que cinco gramas ao pagar o tributo ao Senhor, como resgate de vossas vidas. O dinheiro deste resgate que receberes dos filhos de Israel, aplicars no servio da tenda de reunio. Servir para os israelitas como lembrana diante do Senhor, do resgate de vossas vidas". Tambm em Levtico 5.15: "A pessoa que cometer uma infidelidade e pecar por inadvertncia, desviando alguma das coisas consagradas ao Senhor, levar, em sacrifcio de reparao ao Senhor, um carneiro sem defeito, tirado do rebanho, avaliado em vinte gramas de prata, segundo o peso do santurio". A prata o smbolo de resgate, e o mesmo preo seria pago por todo o israelita, independentemente de suas posses. (Note bem: o rico no dar mais nem o pobre menos.) O preo pago era um s e isso aponta para o sacrifcio expiatrio de Jesus, que nos comprou com o seu precioso sangue, pagando um preo nico para o nosso resgate, e tambm mostra que todas as vidas tm valor igual diante de Deus. Em 1 Pedro 1.18 lemos: "Sabendo que no foi mediante coisas corruptveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso ftil procedimento que vossos pais vos legaram". E o apstolo Paulo afirma: "Porque fostes comprados por preo. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo" (1 Corntios 6.20). Se tirarmos a prata do Tabernculo, ele perder a sua base de sustentao, e tambm todas as suas cortinas cairo por terra. Sem a obra expiatria de Jesus na cruz, a Igreja no nada. Sem o resgate, sem a redeno realizada por Cristo, a Igreja deixa de ser Igreja. Ela perde at mesmo os seus ornamentos: os capiteis, ou as faixas de prata; ela perde toda a sua beleza, perde a manifestao do fruto do Esprito Santo e deixa de ser a noiva, a virgem, e se transforma numa meretriz. bom salientar que alguns lderes religiosos tm procurado enfraquecer ou diminuir a importncia do sacrifcio expiatrio de Jesus no Calvrio. No faz muito tempo, um dos papas da Igreja Romana declarou que a morte de Cristo no foi substitutiva, mas um ato de amor. Ora, quando enfraquecemos o valor da obra expiatria de Jesus, estamos retirando os ornamentos, os ganchos e as bases de prata do Tabernculo. Cada ao legalista, cada esforo feito puramente na base de obras, significa o enfraquecimento desta verdade bblica extraordinria, que a redeno, ou o resgate das nossas almas. 3. O ouro. Se entrssemos no Santurio propriamente dito, atravessando o segundo vu (que seria o primeiro da parte coberta), encontraramos nele as cinco colunas de ouro, que sustentavam, com seus colchetes, tambm de ouro, as cortinas, ou

o cortinado da entrada, e notaramos que as bases dessas colunas eram de bronze. Dentro do Santurio, direita de quem entra, ou seja, para o lado Norte, estava a mesa com os pes da proposio, ou pes de presena, feita de madeira de accia e toda revestida de ouro. Sobre ela ficavam os doze pes zimos. No lado Sul do Lugar Santo estava o Candelabro, todo feito de ouro batido. frente, junto cortina que separa o Lugar Santo do Lugar Santssimo, ficava o Altar de Ouro, feito de madeira de accia e todo revestido de ouro. Este altar era onde os sacerdotes queimavam o incenso sagrado, enquanto o povo orava a Deus. Isto acontecia todas as manhs e tardes, ao serem apagadas ou acesas as lmpadas do Tabernculo. O ouro que reveste a mesa, as colunas e a Arca, e de que se constituem os colchetes, o Candelabro, o Propiciatrio e os Querubins, aponta para a glria e a realeza de Cristo.

O Tabernculo estava separado da congregao por uma cerca constituda de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de Unho branco, de dois metros e meio de altura OS NMEROS De uma maneira geral, os nmeros que aparecem no Tabernculo com mais freqncia so: 1. Trs. Corresponde s trs principais divises do Tabernculo: o Ptio, o Santurio e o Santo dos Santos, e indica sempre perfeio, ressurreio ou renovao. 2. Quatro. Este nmero, como j vimos, relaciona-se com a Terra e est presente nas colunas da entrada, nas cores do Tabernculo e concerne aos quatro Evangelhos, expresses que falam dos quatro cantos da terra, aos quatro reinos em Daniel, etc. 3. Cinco. Ele est na entrada do Lugar Santo, nas cinco colunas de ouro, e indica sempre a graa divina, como nas virgens prudentes (Mateus 25.2), nos irmos (Lucas 16.28), nos maridos (Joo 4.18) e nas palavras (1 Corntios 14.19), e ainda nas medidas do Tabernculo: 50 cvados de frente e 100 cvados de fundos, nmeros que so mltiplos de cinco. 4. Seis. Aparece nas fileiras de pes, no nmero de hastes que rodeiam a haste

central do Candelabro, e, tambm, como mltiplo no nmero de tbuas do Tabernculo (48 ou 6 x 8) e como mltiplo das colunas do Tabernculo, que eram 60. Esse nmero aponta sempre para o homem, que tem os seus dias e horas sempre divididos em 6. o nmero do homem. 5. Sete. Aponta para a perfeio espiritual ou plenitude espiritual, e no Tabernculo est presente nas lmpadas e nas peas principais. 6. Dez. Aparece como mltiplo de seis: 6 x 10 = 60 (sessenta colunas); 10 x 5 = 50 (cinqenta cvados de largura); e 10 x 10 = 100 (cem cvados de comprimento). Indica ordem perfeita e responsabilidade pessoal, como nos dez mandamentos, no dzimo, comprimento das tbuas, nas dez virgens, nas dez dracmas, no nmero de cortinas, etc. 7. Doze. Aparece no nmero de pes e, como mltiplo, nas tbuas do Tabernculo (20 tbuas do lado Sul, 20 do Norte, seis do Ocidente, e mais uma em cada canto ocidental da Tenda da Congregao, perfazendo 48 tbuas). Esse nmero sugere o perfeito viver, como nmero do povo de Deus: doze tribos de Israel e doze apstolos do Cordeiro, e o seu mltiplo - 48 - indica que o Tabernculo representa todo o povo de Deus, includo tanto o do Antigo como o do Novo Testamento. O nmero 48, como 4 x 12, relaciona o povo de Deus com a plenitude da Terra. Assim, todo o povo de Deus, de toda a Terra, est representado no Tabernculo. AS TBUAS 1. Sua origem. As tbuas vieram da floresta. Cada tbua representa um cristo. Ns, como crentes, fomos cortados, derrubados aos ps de Cristo pelo arrependimento, quando ouvimos o Evangelho, a Palavra de Deus. Como espada, ela nos colocou por terra, e, depois de derrubados, fomos trazidos para a Casa de Deus. Viemos da maneira como camos, mas na Casa de Deus fomos trabalhados, conforme Efsios 2.1-3: "Ele vos deu vida, estando vs mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o prncipe da potestade do ar, do esprito que agora atua nos filhos da desobedincia; entre os quais tambm todos ns andamos outrora, segundo as inclinaes da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e ramos, por natureza, filhos da ira, como tambm os demais". 2. Seu despojamento. Embora tenhamos sido trazidos para a Casa de Deus no estado bruto, passamos pelo despojamento. Para esse trabalho, o escultor, ou o carpinteiro, usa as ferramentas apropriadas para o desbaste da casca e dos ns. Tudo precisa ser despojado pelas afiadas ferramentas do hbil carpinteiro de Nazar: "Nele tambm fostes circuncidados, no por intermdio de mos, mas no despojamento do corpo da carne, que a circunciso de Cristo". "Agora, porm, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignao, maldade, maledicncia, linguagem obscena do vosso falar. No mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos" (Colossenses 2.11; 3.8,9). A nova vida como um bloco de pedra que deve ser trabalhado pelo escultor. Um pastor visitava uma oficina de escultura, onde tambm se fabricavam imagens religiosas, e deparou-se com uma pedra que estava recebendo os primeiros toques do artista. Ela ainda no tinha forma e nem possua qualquer semelhana com um ser humano, por isso o pastor perguntou o que era aquilo. O mestre respondeu prontamente: "Isto um santo". O ministro do Evangelho ficou surpreso, pois estava diante de traos to brutos e to rudes! Entretanto, atravs de suas ferramentas prprias, como o cinzel e as ponteiras, o artista transformaria aquele bloco de mrmore em um "santo"! Deus faz

o mesmo com a nossa vida. Ele nos tira da floresta do pecado, traz-nos para sua Casa e, com a ferramenta da sua Palavra, faz o despojamento de inmeras impurezas, como palavras torpes, maus hbitos, vcios, etc, tornando-nos homens e mulheres perfeitos em Cristo. 3. Seu revestimento. Note que essas tbuas foram cobertas de ouro. O ouro fala de realeza, de glria: "Revestirs as tbuas de ouro. De ouro fars tambm as argolas em que passaro as travessas, recobrindo inclusive estas de ouro" (xodo 26.29). Em Apocalipse 1.6 afirma a Bblia: "E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glria e o domnio pelos sculos dos sculos. Amm". "E para o nosso Deus os constituste reino e sacerdotes; e reinaro sobre a terra" (idem 5.10). Aqui o crente, depois de despojado de todas as rugas do pecado, glorificado com o ouro da glria de Deus, feito participante da realeza de Cristo e constitudo rei e sacerdote. 4. Suas bases. Estas tbuas, como j vimos, foram colocadas em bases de prata. Toda a nossa firmeza, toda nossa aparncia real descansa em bases de prata - smbolo de resgate, de redeno. H outro interessante aspecto relacionado com as tbuas: que, embora as madeiras fossem muito diferentes entre si quando trazidas para o Tabernculo, agora, depois de trabalhadas, ficaram todas iguais. Aos olhos de Deus no h uns melhores que outros. Deus no faz acepo de pessoas: "Onde no pode haver grego nem judeu, circunciso, brbaro, cita, escravo, livre; porm Cristo tudo e em todos"; "porque para com Deus no h acepo de pessoas" (Colossenses 3.11; Romanos 2.11). AS TRAVESSAS As travessas, ou barras de madeira que mantinham as tbuas de p e unidas, eram tambm revestidas de ouro: "Fars ainda travessas de madeira de accia; cinco para as tbuas dum lado do Tabernculo, cinco para as tbuas do outro lado do Tabernculo e cinco para as tbuas do Tabernculo ao lado posterior que olha para o Ocidente. A travessa do meio passar ao meio das tbuas de uma extremidade outra" (xodo 26.26-28). Essas travessas apontam para a unio espiritual descrita no Salmo 133 e em Joo 17.22,23. As travessas, por serem em grupos de cinco, apontam tambm para os ministrios descritos em 1 Corntios 12.5 e Efsios 4.9-13: "E tambm h diversidade nos servios, mas o Senhor o mesmo". "Ora, que quer dizer subiu, seno que tambm havia descido at s regies inferiores da terra? Aquele que desceu tambm o mesmo que subiu acima de todos os cus, para encher todas as cousas. E ele mesmo concedeu uns para apstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeioamento dos santos para o desempenho do seu servio, para a edificao do corpo de Cristo, at que todos cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, medida da estatura da plenitude de Cristo". Esses ministrios sustentam a Igreja. A COBERTURA Vejamos agora a cobertura do Santurio, ou Tenda da Congregao. O texto que nos fala dessa cobertura est em xodo 26.7-14: "Fars tambm onze cortinas de crina de cabra para que sirvam de cobertura para a morada. O comprimento de cada cortina ser de 15 metros por dois de largura. As onze cortinas tero as mesmas medidas. Unirs as cortinas em dois grupos separados, um de cinco e o outro de seis cortinas, dobrando a sexta cortina na parte dianteira da tenda. Fars 50 presilhas na barra da

ltima cortina do primeiro cortinado e 50 presilhas na barra do segundo cortinado. Fars tambm 50 colchetes de bronze, introduzindo-os nas presilhas e ligando assim a tenda para que forme um todo. A parte que sobrar das cortinas da tenda, isto , a metade, pender sobre a parte posterior da morada. Os 50 cm excedentes, de um e outro lado ao longo das cortinas da tenda, pendero sobre os dois lados da morada, cobrindo-a. Para a tenda fars tambm uma cobertura de peles de carneiro tintas de vermelho, e, por cima, outra cobertura de peles de golfinho". Seguindo a ordem do exterior para o interior, temos as seguintes coberturas: 1. Peles de golfinho. Por serem rsticas, quem olhasse a Tenda estando do lado de fora do Tabernculo nada veria de especial a chamar-lhe a ateno. Alm de parecidas com o deserto - cuja areia elas retinham - eram simples e sem beleza. Esta primeira cobertura indica a pessoa de Jesus segundo Isaas 53.2: O TABERNCULO

O trio do Tabernculo continha 25 metros de frente e 50 de fundos "Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz duma terra seca; no tinha aparncia nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse". Os que olham a Cristo sem t-lo antes conhecido e recebido como seu Salvador, nada podem ver de extraordinrio. Comparam-no a Buda, Zoroastro, Confcio, Aristteles, a um dos profetas bblicos ou consideram-no apenas um esprito aperfeioado por sucessivas encarnaes ou um revolucionrio ardente. Somente o cristo verdadeiro pode exclamar: "Vimos a sua glria, glria como do unignito do Pai" (Joo 1.14). 2. Peles de carneiro tintas de vermelho. Esta cobertura simboliza a expiao, pois o vermelho, como j vimos, tipifica o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvrio e aponta para Ele como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Joo 1.29). 3. Crina de cabras. A terceira cobertura, de onze cortinas de crina de cabras no tingida, indica a pureza da justia de Cristo. Jesus viveu uma vida santa, sem pecado, e por isso Ele podia perguntar: "Quem dentre vs me convence de pecado?" (Joo 8.46). 4. Linho fino. Finalmente, a quarta cobertura do santurio era constituda de dez cortinas de linho fino branco, com bordados primorosos em azul. Mais uma vez nos deparamos aqui com o carter celestial de Jesus, figurado na cor do Cu, de onde Ele veio e para onde vai nos levar: "No se turbe o vosso corao; credes em Deus, crede tambm em mim. Na casa de meu Pai h muitas moradas. Se no fosse assim eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vs tambm" (Joo 14.1-3).

3 As Peas do TabernculoA ORDEM DAS PEAS Acerca da ordem em que os diferentes objetos do Tabernculo so descritos, transcrevo as palavras de C. H. Mackintosh: "Para a vista do homem parecer que h irregularidade na maneira como o Esprito apresenta o mobilirio do Tabernculo; mas, na realidade, como poderia esperar-se, existe a mais perfeita ordem, a preciso mais notvel, e a exatido mais minuciosa. Desde o captulo 25 ao captulo 30, inclusive, temos uma parte distinta do Livro de xodo. Esta parte subdivide-se em duas outras, das quais a primeira termina no versculo 19 do captulo 27, e a segunda no fim do captulo 30. A primeira comea com a descrio da Arca do Concerto, dentro do vu, e termina com o Altar de Bronze e o trio no qual o altar devia ser posto. Quer dizer, d-nos, em primeiro lugar, o trono do juzo do Senhor, sobre o qual Ele se assentava como Senhor de toda a terra; e este trono conduz-nos quele lugar onde o Senhor encontra o pecador, em virtude e com base na obra de uma expiao consumada. Depois, na segunda parte, temos a maneira de o homem se aproximar de Deus - os privilgios, as honras, e as responsabilidades daqueles que, como sacerdotes, podem aproximar-se da presena divina para prestarem culto e desfrutarem da sua comunho. Deste modo, a ordem perfeita e bela. Como poderia no ser, visto que divina? A Arca e o Altar de Bronze apresentam, em certo sentido, dois extremos. O primeiro era o trono de Deus estabelecido em justia e juzo (Salmo 89.14). O ltimo era o lugar onde o pecador podia aproximar-se, porque a misericrdia e a verdade iam adiante do rosto de Jeov. O homem, por si mesmo, no ousava aproximar-se da Arca para se encontrar com Deus, porque o caminho do santurio no estava ainda descoberto (Hebreus 9.8). Porm, Deus podia vir ao Altar de Bronze para encontrar o pecador. A justia e o juzo no podiam admitir o pecador no santurio; mas a misericrdia e a verdade podiam fazer sair Deus - no envolto naquele resplendor irresistvel e majestoso como costumava brilhar no meio das colunas msticas do seu trono - os querubins de glria-, mas rodeado daquele mistrio grandioso que nos apresentado simbolicamente, no mobilirio e nas ordenaes do Tabernculo. "Tudo isto pode muito bem recordar o caminho que percorreu aquele bendito Senhor que o anttipo de todos estes smbolos - a substncia destas sombras. Ele desceu do trono eterno de Deus no Cu at a profundidade da cruz, no Calvrio. Deixou toda a glria do Cu pela vergonha da Cruz, a fim de poder conduzir o seu povo remido, perdoado e aceito por si mesmo, e apresent-lo inculpvel diante daquele prprio trono que Ele havia abandonado por amor deles. O Senhor Jesus preenche, em sua prpria pessoa e obra, todo o espao entre o trono de Deus e o p da morte, assim como a distncia entre o p da morte e o trono de Deus. Nele Deus desceu, em perfeita graa, at o pecador, e nele o pecador conduzido, em perfeita justia, at Deus. Todo o caminho, desde a Arca ao Altar, est marcado com pegadas de amor; e todo o caminho desde o Altar de Bronze at a Arca de Deus estava salpicado com o sangue da expiao; e todo o adorador, ao passar por esse caminho maravilhoso, v o nome de Jesus impresso em tudo que se oferece sua vista. Que este nome venha a ser o mais precioso de nossos coraes!" (Estudos sobre o Livro do xodo, Depsitos de Literatura Crist, Lisboa, Portugal, 1978, pp. 215,216.)

Passemos, ento, aos objetos do Tabernculo. Da entrada do ptio para o Santo dos Santos, temos as peas na seguinte ordem: ALTAR DO HOLOCAUSTO Essa pea, tambm chamada na Bblia de o Altar da Transferncia, era a maior pea do Tabernculo e apontava para a cruz de Jesus. A Bblia a descreve assim: "Fars um altar de madeira de accia. Ser quadrado e ter dois metros e meio de comprimento e de largura, e um metro e meio de altura. Dos quatro cantos do altar fars sobressai* pontas e o revestirs de bronze. Fars vasos para as cinzas do altar, ps, aspersrios, garfos e braseiros, utenslios todos de bronze. Fars uma grelha de bronze em forma de rede, e nos seus quatro ngulos pors quatro argolas de bronze. Colocars sob a cornija do altar, de modo que fique meia altura. Fars varais para o altar, varais de madeira de accia, e os revestirs de bronze. Os varais sero enfiados nas argolas, e ficaro de ambos os lados do altar, quando este for transportado. Fars o altar de tbuas, oco por dentro, exatamente como te foi mostrado no monte". Esse altar era suficientemente grande para sobre ele serem imolados os animais do sacrifcio.

O Altar do Holocausto, a maior pea do Tabernculo, apontava para a cruz de Cristo BACIA DE BRONZE Simbolizando a Palavra de Deus, esta pea continha gua na qual os sacerdotes teriam de se lavar cada vez que ministrassem no Altar de Bronze. No sabemos quais as dimenses dessa pea, assim como tambm no conhecemos todo o extraordinrio poder purificador da Palavra de Deus: "Porque a Palavra de Deus viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra at o ponto de dividir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propsitos do corao. E no h criatura que no seja manifesta na sua presena; pelo contrrio, todas as coisas esto descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas" (Hebreus 4.12-13).

A MESA DOS PES DA PROPOSIO Essa mesa, que tambm se chamava Mesa da Presena, tinha um metro de comprimento, por 50 centmetros de largura e 75 de altura. Sobre ela ficavam os 12 pes da presena, representando todo o povo de Deus. Eram comidos pelos sacerdotes a cada sbado, e no mesmo dia substitudos. Esses pes indicam a pessoa de Jesus como o Po da Vida, o alimento espiritual do povo de Deus. O CANDELABRO No lado esquerdo de quem entra no Santurio est o Candelabro de Ouro, feito com ouro batido e pesando 30 quilos. Ele indica a iluminao e a direo do Esprito Santo: "Neste castial no se faz meno de outra coisa que no seja ouro. Tudo se far de uma s pea, obra batida de ouro puro (xodo 25.36). As sete lmpadas, as quais se acenderiam para alumiar diante dele, exprimem a perfeio da luz e energia do Esprito, baseadas e ligadas com a eficcia perfeita da obra de Cristo. A obra do Esprito Santo nunca poder ser separada da obra de Cristo. Isto indicado, de um modo duplo, nesta magnfica imagem do castial de ouro. As sete lmpadas estando ligadas cana de ouro batido indicam-nos a obra cumprida por Cristo como a nica base de manifestao do Esprito na Igreja. O Esprito Santo no foi dado antes de Jesus ter sido glorificado. (Compare-se Joo 7.39 com Atos 19.2-6.)Em Apocalipse, captulo 3, Cristo apresentado igreja de Sardo como aquele que tem os sete espritos. Quando o Senhor Jesus foi exaltado destra de Deus, ento derramou o Esprito S anto sobre a sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeio da sua posio no lugar santo, a sua prpria esfera de ser, de ao e de culto". (C. H. Mackintosh, ob. cit., p. 223.) O ALTAR DO INCENSO Representando as nossas oraes e a nossa adorao, o Altar do Incenso era uma pea de madeira toda coberta de ouro, tinha 50 centmetros de cada lado e um metro de altura. Ele ficava diante do terceiro vu. A ARCA Colocada dentro do Santo dos Santos, a Arca era uma pea de madeira de accia toda revestida de ouro por dentro e por fora. Media 125 centmetros de comprimento por 75 de largura e 75 de altura. Ela representa a base do trono de Deus, pois sobre ela ficava o Propiciatrio com os querubins da glria. Em Isaas 53.2 temos a humanidade de Jesus representada na accia, madeira do deserto. A Arca apontava para o testemunho de Deus: "Pendurars o vu debaixo dos colchetes e ali, por trs do vu, introduzirs a arca da aliana. O vu servir para separar o Lugar Santo, do Santssimo" (xodo 26.33). "Mas eu tenho maior testemunho do que o de Joo; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu fao, testemunham a meu respeito, de que o Pai me enviou. O Pai que me enviou, esse mesmo que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz nem visto a sua forma" (Joo 5.36,37). A Arca tipifica a presena de Deus com o seu povo: "Ali me encontrarei contigo, e de cima do propiciatrio, do meio dos dois querubins colocados sobre a arca da aliana, eu te comunicarei tudo que ordenar aos israelitas". "Eis que a virgem conceber e dar luz um filho, e ele ser chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)" - (xodo 25.22; Mateus 1.23). A Arca estava no Lugar

Santssimo. "Como ministro do santurio e do verdadeiro Tabernculo que o Senhor erigiu, no o homem. Porque Cristo no entrou em santurio feito por mos, figura do verdadeiro, porm no mesmo Cu, para comparecer, agora, por ns, diante de Deus" (Hebreus 8.2; 9.24).

As tbuas da Lei, a vara de Aro e o man foram colocados na Arca como testemunho s futuras geraes A Arca foi a primeira coisa mencionada por Deus quando ordenou a Moiss a construo do Tabernculo (xodo 25.10; Colossenses 1.19,20). Deus, quando traou o plano do Tabernculo, comeou com Ele mesmo. Como o homem no podia entrar na presena de Deus, Deus mesmo vinha ao encontro do homem no altar de bronze, "querendo com isto dar a entender o Esprito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar no se manifestou, enquanto o primeiro Tabernculo continua erguido" (Hebreus 9.8). As argolas e os varais, que aparecem em todas as peas do Tabernculo, indicam o carter ambulante desse santurio. A importncia da Arca para Israel pode ser avaliada pelos diversos nomes que lhe so dados no Antigo Testamento: A arca (xodo 25.10); a arca do testemunho (xodo 25.22); a arca do concerto (Nmeros 10.33); o concerto do Senhor (Josu 3.11); a arca do Senhor (Josu 3.13); a arca do concerto de Deus (Juizes 20.27); a arca do concerto do Senhor dos Exrcitos (1 Samuel 4.4); a arca do Senhor de Israel (1 Samuel 5.7); a arca do Senhor Deus (1 Reis 2.26); a arca do Concerto do Senhor (1 Reis 3.15); a arca de nosso Deus (1 Crnicas 13.3); a arca de Deus, o Senhor (1 Crnicas 13.6); a arca da tua fora (2 Crnicas 6.41; Salmo 132.8); a santa arca (2 Crnicas 35.3). Alguns desses nomes esto repetidos dezenas de vezes nas Escrituras, e a soma de todos eles chega a quase duas centenas. O CONTEDO DA ARCA 1. A Arca continha as tbuas da Lei. "Na Arca pors o documento da aliana que te darei" (xodo 25.16). Como as tbuas da Lei representavam a vontade de Deus para com o povo de Israel, elas apontavam para Jesus, que tinha a vontade de Deus no seu corao: "Agrada-me fazer a tua vontade, Deus meu; dentro em meu corao est a tua lei" (Salmo 40.8). Tambm apontavam para o crente (Jeremias 31.33). Moiss, ao descer do monte Sinai, indignado com a idolatria do povo, quebrou as tbuas escritas por Deus. "Logo que chegou perto do acampamento, as quebrou ao p da montanha" (xodo 32.19).

2. A vara de Aro, florescida, fala da ressurreio de Cristo, e tambm, de um ministrio aprovado que d flores e frutos (Nmeros 17.5-9). Ajustiaeojuzo, simbolizados pelas tbuas da Lei e pela vara de Aro, no permitiam a presena do pecador. A graa e a misericrdia vieram por Cristo em esplendor e glria, "porque a Lei foi dada por intermdio de Moiss; a graa e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Joo 1.17). Jesus percorreu o caminho da glria ao p da morte, ou seja, do Propiciatrio, de entre os querubins da glria, at o Altar de Bronze, a cruz do Calvrio, e o percorreu tambm de volta, aspergindo o seu sangue em todos os lugares, at o trono de Deus. 3. O man, colocado num vaso dentro da Arca, indica proviso de Deus para o seu povo. "Moiss disse: O Senhor ordenou que se encha a quantidade de quatro litros e meio de man para guard-lo, a fim de que as geraes futuras possam ver com que alimento vos sustentei no deserto, quando vos libertei do Egito. Moiss disse para Aro: Toma um vaso, enche quatro litros e meio de man, e deposita diante do Senhor, para que seja guardado para as geraes futuras. Como o Senhor tinha mandado a Moiss, Aro depositou p man para que fosse guardado diante do documento da aliana" (xodo 16.32-34). "Este o po que desceu do cu, em nada semelhante quele que os vossos pais comeram, e contudo morreram: quem comer este po viver eternamente" (Joo 6.58). "Quem tem ouvidos, oua o que o Esprito diz s igrejas. Ao vencedor darlhe-ei do man escondido, bem como lhe darei uma pe-drinha branca e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ningum conhece, exceto aquele que o recebe" (Apocalipse 2.17). Acerca do profundo significado espiritual da Arca, ouamos ainda Mackintosh, o consagrado estudioso dos livros de Moiss: "A arca do concerto ocupa o primeiro lugar nas comunicaes divinas feitas a Moiss. A sua posio no Tabernculo era, tambm, notvel. Encerrada dentro do vu, no lugar santssimo, formava a base do trono de Jeov. O seu prprio nome apresentava alma a sua importncia. Uma arca, tanto quanto podemos compreender o significado da palavra, destinada a guardar intacto o que posto dentro dela. Foi numa arca que No e sua famlia, com todas as espcies de animais de criao, foram transportados com segurana sobre as ondas do juzo que cobriu a terra. Uma arca, como lemos no princpio, foi o vaso da f para preservar um menino formoso das guas da morte. Quando, portanto, lemos da arca do concerto, somos levados a crer que era destinada por Deus a guardar intacto o seu concerto, no meio de um povo dado ao erro. Nesta Arca, como sabemos, foram depositadas as segundas tbuas da Lei. Quanto s primeiras, foram quebradas ao p do monte, mostrando que o concerto do homem estava de todo abolido, e que o seu trabalho nunca poderia, de qualquer modo, formar a base do trono de governo de Jeov. A justia e o juzo so a habitao desse trono, quer seja no seu aspecto terrestre, quer no celestial. A Arca no podia conter as tbuas quebradas dentro do seu interior sagrado. O homem podia falhar no cumprimento dos votos que havia feito voluntariamente; porm a lei de Deus tem de ser conservada em toda a sua integridade divina e perfeio. Se Deus estabelecia o seu trono no meio do seu povo, s o podia fazer de uma maneira digna de si. O princpio do seu juzo e governo deve ser perfeito... "A Arca do Concerto devia acompanhar o povo em todas as suas peregrinaes. Nunca se deteve enquanto eles se mantiveram como um exrcito em viagens ou no conflito: foi adiante deles at o meio do Jordo; foi o seu ponto de reunio em todas as guerras de Cana; era a garantia segura e certa do poder para onde quer que ia. Nenhum poder do inimigo podia subsistir diante daquilo que era a expresso bem conhecida da presena e poder de Deus. A Arca devia ser a companheira inseparvel de Israel no

deserto; e as varas e as argolas eram a expresso exata do seu carter ambulante. "Contudo, a Arca no deveria viajar sempre. As aflies de Davi (Salmo 132.1), bem como as guerras de Israel deviam ter um fim. A orao: Levanta-te, Senhor, no teu repouso, tu e a arca da tua fora (Salmo 132.8), devia ainda ser feita e atendida. Esta petio sublime teve o seu cumprimento parcial nos dias auspiciosos de Salomo, quando os sacerdotes trouxeram a Arca do Concerto do Senhor ao seu lugar, ao orculo da casa, ao lugar santssimo, at debaixo das asas dos querubins, porque os querubins estendiam ambas as asas sobre o lugar da Arca: e cobriam os querubins a Arca e os seus varais por cima. E os varais se viam desde o santurio diante do orculo, porm de fora no se viam: e ficaram ali at ao dia de hoje (1 Reis 8.6 a 8). A areia do deserto devia ser trocada pelo piso de ouro do templo (1 Reis 6.30). As peregrinaes da Arca haviam chegado ao seu termo: adversrio no havia, nem algum mau encontro, e, portanto, fizeram sobressair os varais. "Esta no era a nica diferena entre a Arca no Tabernculo e no templo. O apstolo, falando da Arca na sua habitao do deserto, descreve-a como arca do concerto, cobertura de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o man, e a vara de Aro que tinha florescido, e as tbuas do concerto (Hebreus 9.4). Estes eram os objetos que a Arca continha durante as suas jornadas no deserto - o vaso de man era o memorial da fidelidade do Senhor em prover o necessrio para todas as necessidades dos seus remidos que peregrinam atravs do deserto, e a vara de Aro era um sinal para os filhos rebeldes para acabar com as suas murmuraes. (Compare-se xodo 16.32 a 34 e Nmeros 17.10.) Porm, quando chegou o momento em que os varais deviam ser retirados, logo que as peregrinaes e as guerras de Israel terminaram, quando a casa magnfica em excelncia (1 Crnicas 22.5) foi terminada, quando o sol da glria de Israel havia chegado, em figura, ao znite com o esplendor e a magnificncia do reino de Salomo, ento os memoriais das necessidades e faltas do deserto desapareceram, e nada ficou seno aquilo que constitua o fundamento eterno do trono do Deus de Israel e de toda a terra. Na arca nada havia, seno s duas tbuas de pedra, que Moiss ali pusera junto a Horebe (1 Reis 8.9). "Mas toda esta glria devia ser obscurecida pelas nuvens carregadas do fracasso humano e o descontentamento de Deus. Os ps devastadores dos incircuncisos haviam ainda de atravessar as runas dessa magnfica casa, e o desaparecimento do seu brilho e da sua glria devia provocar o assobio dos estranhos (1 Reis 9.8). Este no o momento de continuarem pormenores este assunto; limitar-me-ei a referir ao leitor a ltima meno que a Palavra de Deus faz da arca do concerto - uma passagem que nos transporte a uma poca em que a loucura humana e o pecado no perturbaro mais o lugar de repouso da Arca, e em que ela no ser guardada num tabernculo de cortinas nem tampouco num templo feito de mos. E tocou o stimo anjo a sua trombeta, e houve no cu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo e ele reinar para todo o sempre. E os vinte e quatro ancios, que esto assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Graas te damos, Senhor Deus todo-poderoso, que s, e que eras, e que hs de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. E ir aram-se as naes e veio a tua ira e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardo aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e grandes, e o tempo de destruir es os que destroem a terra. E abriu-se no cu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relmpagos e vozes e troves e terremotos e grande saraiva (Apocalipse 11.15 a 19)". (Ob. cit. pp. 217-220.)

O PROPICIATRIO Esta pea, feita de ouro puro, representa o trono de Deus (Isaas 6.1). Era um trono de misericrdia, pois a palavra propiciatrio significa "onde Deus nos propcio", nos favorvel. "Ele a propiciao pelos nossos pecados, e no somente pelos nossos prprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1 Joo 2.2). O Propiciatrio era guardado pelos querubins, smbolo do poder de Deus: "tendo expulso o homem, colocou diante do jardim do den os querubins com o cintilar da espada fulgurante, para guardar o caminho da rvore da vida" (Gnesis 3.24). Nos querubins resplandecia o fogo da glria de Deus, fazendo sombra sobre o Propiciatrio. Deus habitava entre os querubins, por isso o autor da carta aos Hebreus (9.5), quando descreve as peas principais do Tabernculo, diz: "E sobre ela os querubins da glria que com a sua sombra cobriam o Propiciatrio. Dessas coisas, todavia, no falaremos agora pormenorizadamente". Ora, se os querubins faziam sombra sobre o Propiciatrio porque estava sobre eles o "Shekinah", ou fogo terrvel, fogo de Deus, que neles resplandecia. Considerados em seu conjunto, a Arca e o Propiciatrio constituem uma admirvel figura do Senhor Jesus Cristo em sua adorvel pessoa e em sua perfeita obra. Mackintosh, a esse respeito, comenta: "Havendo engrandecido a Lei, na sua vida, e tornando-a honrosa, veio a ser, por meio da morte, a propiciao ou propiciatrio para todo aquele que cr. A misericrdia de Deus s podia repousar numa base de perfeita justia: ...a graa reina pela justia para a vida eterna por Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 5.21). O nico lugar prprio para o encontro entre Deus e o homem aquele onde a graa e a justia se encontram e se harmonizam perfeitamente. Nada seno a justia perfeita podia agradar a Deus; e nada seno a graa perfeita pode convir ao pecador. - Mas onde poderiam estes atributos se encontrarem? - Somente na Cruz. ali que a misericrdia e a verdade se encontraram; [que] a justia e a paz se beijaram (Salmo 85.10). E assim que a alma do pecador crente encontra paz. Ele v que a justia de Deus e a sua justificao repousam sobre o mesmo fundamento, isto , a obra consumada por Cristo. Quando o homem, sob a influncia poderosa da verdade de Deus, toma o seu lugar como pecador, Deus pode, no exerccio da graa, tomar o seu como Salvador, e ento toda a questo se acha solucionada, porque havendo a Cruz respondido a todas as exigncias da justia divina, os rios da graa podem correr sem impedimento. Quando o Deus justo e o pecador se encontram sobre uma plataforma salpicada de sangue tudo est solucionado para sempre - solucionado de maneira a glorificar a Deus perfeitamente e salvar o pecador para toda a eternidade. Seja Deus verdadeiro, ainda que todo o homem seja mentiroso; e quando o homem levado inteiramente ao ponto mais baixo da sua condio moral diante de Deus e est pronto a aceitar o lugar que a verdade de Deus lhe designa, ento reconhece que Deus se revelou como o Justo justificador. Isto deve dar paz conscincia; e no apenas paz, mas concede a capacidade de comungar com Deus e de ouvir os seus santos preceitos no conhecimento daquela relao em que a graa divina nos introduziu!" UNCO E ASPERSO A Bblia tambm fala da uno e da asperso do Tabernculo e diz que s foi enchido de glria divina depois de ter sido ungido de azeite santo e aspergido com sangue: "Ento Moiss pegou o leo da uno, ungiu o Tabernculo e tudo o que nele havia, para consagr-lo. Aspergiu sete vezes o altar, e ungiu-o com todos os utenslios,

bem como a bacia com o suporte, consagrando-os" (Levtico 8.10,11). "Tomando um pouco do sangue com o dedo, o sacerdote Eleazar, respingar sete vezes em direo fachada da tenda de reunio" (Nmeros 19.4).

"Ento Moiss pegou o leo da uno, ungiu o Tabernculo e tudo o que nele havia.. O nmero de asperses (sete) indica uno e asperso plenas. Somente na pessoa de um Salvador ungido e crucificado pde Deus habitar entre os homens. Jesus foi ungido no incio do seu ministrio, logo aps ter sido batizado no Jordo por Joo Batista. Ali o Esprito Santo desceu sobre Ele, ungindo-o. Finalmente, foi Ele aspergido no Calvrio com o seu prprio sangue purificador, derramado da sua fronte pelos espinhos da coroa, do seu lado pela lana do soldado romano e de suas mos e ps pelos cravos. Note-se que tais cravos, por serem de bronze, falam do julgamento dos nossos pecados: "No tocante a todos os vasos do tabernculo em todo o seu servio, at todos

os seus pregos, e todos os pregos do ptio, sero de cobre" (xodo 27.19, ARC).

4 O SacerdcioA SEPARAO DOS SACERDOTES 1. Os sacerdotes se ocupavam em servir a Deus, enquanto os levitas em servir aos sacerdotes: "Depois manda que do meio dos israelitas se aproximem a ti o teu irmo Aro e seus filhos Nadabe, Abi, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes" (xodo 28.1). "O Senhor falou a Moiss, dizendo: Manda que a tribo de Levi se ponha disposio do sacerdote Aro e o sirva. Cuidaro do que ele e a comunidade em geral precisarem diante da tenda de reunio, e pelas obrigaes dos israelitas no servio da morada. Confiars os levitas a Aro e filhos. Eles lhe foram inteiramente entregues por parte dos israelitas" (Nmeros 3.5-9). A Igreja deve ser como um sacerdcio, a fim de oferecer sacrifcios espirituais a Deus: "Tambm vs mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdcio santo, a fim de oferecerdes sacrifcios espirituais, agradveis a Deus por intermdio de Jesus Cristo" (1 Pedro 2.5). 2. Os sacerdotes precisavam ser parentes do sumo sacerdote e vestirem-se formosamente, "pois tanto o que santifica, como os que so santificados, todos vm de um s. Por isso que ele no se envergonha de lhes chamar irmos" (Hebreus 2.11). O crente tem de pertencer famlia de Cristo pelo novo nascimento, e de estar vestido com vestes de justia e de glria. Jesus deixou isso bem claro na parbola das bodas: "E perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu" (Mateus 22.12). O novo nascimento a veste nupcial do crente: "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem no nascer da gua e do Esprito, no pode entrar no reino de Deus. O que nascido da carne, carne; e o que nascido do Esprito, esprito. No te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo" (Joo 3.5-7). A mesma lio aprendemos da parbola do filho prdigo, onde o Pai prove primeiramente o melhor vestido para aquele que se arrependera e voltara ao lar paterno. 3. Os sacerdotes eram constitudos em favor dos homens nas coisas pertencentes a Deus (Hebreus 5.1-3). Os crentes, como sacerdotes, entram na presena de Deus em favor dos homens. O sacerdcio universal dos crentes foi uma das doutrinas basilares da Reforma Protestante. A CONSAGRAO DOS SACERDOTES 1. Antes da mediao, o sacerdcio. Cristo no sacerdote para o mundo, mas para a Igreja. " por eles que eu rogo; no rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque so teus. No rogo somente por estes, mas tambm por aqueles que vierem a crer em mim, por intermdio da sua palavra" (Joo 17.9,20). 2. Os sacerdotes no se consagram a si mesmos. Eles so consagrados por outrem. Devemos apenas apresentar nossos corpos: "Rogo-vos, pois, irmos, pelas misericrdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifcio vivo, santo e agradvel a Deus, que o vosso culto racional" (Romanos 12.1). 3. Os sacerdotes tinham de ser lavados com gua. O texto de xodo 29.4 diz: "Mandars avanar Aro e seus dois filhos at a entrada da tenda de reunio, e os lavars com gua". A grande necessidade e a importncia da pureza moral, ou

santidade, podem ser avaliadas nestas passagens: "Retirai-vos, retirai-vos, sa de l, no toqueis cousas imundas; sado meio dela, purificai-vos, os que levais os utenslios do Senhor" (Isaas 52.11). "Declarou-lhe Jesus: Quem j se banhou no necessita de lavar seno os ps; quanto ao mais est todo limpo. Ora, vs estais limpos, mas no todos" (Joo 13.10). "Tendo, pois, amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do esprito, aperfeioando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Corntios 7.1). A gua smbolo do batismo. Aro, como tipo de Cristo, no precisava de lavar-se. Jesus no necessitava do batismo de Joo, mas sujeitou-se a ele, cumprindo, assim, toda a Escritura. "Ele, porm, o dissuadia dizendo: Eu que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque assim nos convm cumprir toda a justia. Ento ele o admitiu" (Mateus 3.14,15).

Us sacerdotes eram constitudos em favor dos homens nas coisas pertencentes a Deus 4. Aro foi primeiramente lavado e depois ungido: "Tomaras o leo da uno e, derramando-lhe sobre a cabea, o ungirs" (xodo 29.7). "Batizado Jesus, saiu logo da gua, e eis que se lhe abriram os cus, e viu o Esprito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele" (Mateus 3.16). "Oh! como bom e agradvel viverem unidos os irmos! E como o leo precioso sobre a cabea, o qual desce para a barba, a barba de

Aro!" (Salmo 133.1,2). Jesus, seguindo a ordem da consagrao dos sacerdotes, foi primeiramente batizado nas guas, e depois ungido com o Esprito Santo. 5. Aro, o sumo sacerdote, como tipo de Cristo, ungido antes dos sacrifcios. No caso dos sacerdotes, porm, como tipos dos crentes, o sangue precede a uno: "Tomaras o leo da uno e, derramando-lhe sobre a cabea, o ungirs. Depois mandars que se aproximem os filhos e os revestirs com as tnicas" (xodo 29. 7,8). "Derramou leo de uno sobre a cabea de Aro, e o ungiu para consagr-lo" (Levtico 8.12). "Mandou aproximarem-se os filhos de Aro, e untou-lhes com sangue o lobo da orelha direita, o polegar da mo direita e o polegar do p direito, e depois derramou o sangue em torno do altar. Moiss tomou um pouco do leo de uno e do sangue que estava sobre o altar, aspergiu Aro e suas vestes, bem como os filhos de Aro e suas vestes. Assim consagrou Aro, seus filhos e as respectivas vestes" (Levtico 8.24,30). 6. A uno do sumo sacerdote indicava que ele havia de estar cheio do Esprito Santo para edificao e alegria do povo: "No saireis da porta da tenda da congregao, para que no morrais: porque est sobre vs o leo da uno do Senhor. E fizeram conforme a palavra de Moiss" (Levtico 10.7). "O enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus no d o Esprito por medida" (Joo 3.34). "Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpvel, sem mcula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os cus" (Hebreus 7.26). Um detalhe interessante na consagrao do sacerdote que o sacerdcio de Jesus segundo a ordem de Melquisedeque e no segundo a de

Aro foi primeiramente lavado e depois ungido Aro. Somente o sacerdcio de Melquisedeque foi constitudo com juramento. "O Senhor jurou e no se arrepender: Tu s sacerdote para sempre, segundo a ordem de

Melquisedeque". "E visto que no sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, so feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e no se arrepender: Tu s sacerdote para sempre)" (Salmo 110.4 e Hebreus 7.20,21). O BEZERRO DA CONSAGRAO A ordem dos sacrifcios cerimoniais da consagrao dos sacerdotes est em xodo 29, comeando pelo versculo 10: 1. "Depois mandars trazer o bezerro diante da tenda de reunio; Aro e os filhos imporo as mos sobre a cabea do bezerro". O bezerro aponta para a pessoa de Jesus como o servo sofredor, cheio de mansido. O fato de Aro e seus filhos porem as mos sobre a vtima indica a sua identificao com ela: 2. "Ento sacrificars o bezerro diante do Senhor, entrada da tenda de reunio. Pegars uma parte do sangue do bezerro, e com o dedo untars as pontas do altar, e derramars todo o resto do sangue ao p do altar. Tomaras todo o sebo que cobre as vsceras, a membrana gordurosa do fgado, e os dois rins e o sebo que os envolve, e levars para queimar no altar" (vv. 11 a 13). O bezerro degolado, cujo sangue derramava-se base do altar, aponta para Jesus: "Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartir ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si os pecados de muitos, e pelos transgressores intercedeu" (Isaas 53.12). Compare com Levtico 17.11: "Porque a vida da carne est no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiao pelas vossas almas; porquanto o sangue que far expiao em virtude da vida". 3. As entranhas do animal eram queimadas sobre o altar, dentro do arraial. Jesus deixou-se gastar em favor do seu povo Israel. 4. O restante, como a carne, a pele, o estreo, etc, tudo deveria ser queimado fora do arraial, por ser oferta pelo pecado: "mas a carne do bezerro, a pele e os excrementos queimars fora do acampamento: sacrifcio pelo pecado" (xodo 29.14). "Pois aqueles animais, cujo sangue trazido para dentro do Santo dos Santos pelo sumo sacerdote, como oblao pelo pecado, tm os seus corpos queimados fora do acampamento" (Hebreus 13.11). Jesus foi morto fora das portas de Jerusalm. "Por meio de Jesus, pois, ofereamos a Deus, sempre, sacrifcio de louvor, que o fruto de lbios que confessam o seu nome. No negligencieis igualmente a prtica do bem e a mtua cooperao; pois com tais sacrifcios Deus se compraz" (Hebreus 13.15,16). Se queremos oferecer a Deus verdadeiros sacrifcios de louvor, nos quais Ele se compraz, temos de seguir o exemplo de Jesus, que ofereceu-se em sacrifcio na cruz, fora dos muros de Jerusalm. OS CARNEIROS DA CONSAGRAO 1. Depois de imporem as mos sobre o primeiro carneiro, que um tipo de Cristo como ofertante, degolam-no, partem-no em pedaos, lavam-lhe as entranhas e pernas e em seguida queimam-no totalmente. "Depois pegars um carneiro, e Aro e os filhos lhe imporo as mos sobre a cabea. Imolars o carneiro e, depois de lavar as vsceras e as patas, colocars sobre os outros pedaos e a cabea, e queimars todo o animal sobre o altar. um holocausto ao Senhor, de agradvel aroma, um sacrifcio ao Senhor, consumido pelo fogo" (xodo 29.15-18). As entranhas, bem como as pernas lavadas com gua, falam da plena santidade de Cristo, tanto ntima como exterior. Indicam, portanto, a nossa correta maneira de andar, conforme recomenda Hebreus 13.20,21: "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliana, vos aperfeioe em

todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vs o que agradvel diante dele, por Jesus Cristo, quem seja a glria para todo o sempre. Amm".

Ano, o sumo sacerdote, como tipo de Cristo, foi ungido antes dos sacrifcios 2. Depois tomava-se outro carneiro - tipo de Cristo como oferta - qual, mediante imposio de mos, era degolado, e com o seu sangue ungia-se a orelha direita e o dedo polegar da mo e do p direito de Aro e de seus filhos. Diz a Bblia: "Depois mandars pegar o outro carneiro, e Aro e os filhos lhe imporo as mos sobre a cabea. Imolars o carneiro e, com um pouco de sangue, untars o lbulo da orelha direita de Aro e de seus filhos, o polegar direito das mos e o polegar direito dos ps e aspergirs o sangue em volta do altar. Pegars um pouco do sangue de cima do altar e o leo da uno, e aspergirs sobre Aro e suas vestes, bem como sobre os filhos e suas vestes, consagrando-os assim com as vestes. Tirars a gordura do carneiro, isto , a cauda, o

sebo que cobre as vsceras e a membrana do fgado, os dois rins com o sebo que os envolve e a coxa direita, pois este o carneiro de consagrao" (xodo 29.19-22). A orelha indica que os ouvidos dos sacerdotes estavam ungidos e prontos para ouvir a Palavra de Deus. Os polegares da mo direita de Aro e seus filhos indicam a prtica do bem, as boas obras (Efsios 2.10), e os polegares dos ps indicam preparao paracaminhar pelo retocaminho (Salmo 1.1). Esta uno da orelha ponta dos dedos dos ps, indicando as extremidades do corpo, nos ensina a entregarmos toda a nossa vida a servio de Deus, tal como Davi: "Bendize, minha alma, ao Senhor. E tudo que h em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, minha alma ao Senhor, e no te esqueas de nem um s de seus benefcios" (Salmo 103.1,2). 3. O fato da uno com sangue apenas no lado direito identifica os sacerdotes com os escolhidos de Cristo, os quais esto direita: "E por as ovelhas sua direita, mas os cabritos esquerda: ento dir o Rei aos que estiverem sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos est preparado desde a fundao do mundo" (Mateus 25.33,34). O ALIMENTO DOS SACERDOTES "Tirars a gordura do carneiro, isto , a cauda, o sebo que cobre as vsceras com o sebo que os envolve e a coxa direita, pois este o carneiro de consagrao" (xodo 29.22). O crente, como sacerdote, alimenta-se da graa de Deus representada pelas gorduras (sebo), dos afetos de Cristo simbolizados pelas entranhas do animal, e vence pela fora dos ombros