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O PAPEL DOS TECHNOLOGY BROKERS NA FACILITAÇÃO DA INOVAÇÃO ABERTA: UMA ANÁLISE DE TIPOS, CARACTERÍSTICAS E FUNCIONALIDADES MODELO Paulo Arthur Mauro (ELO Group) [email protected] Fernanda Nerva Burmann (ELO Group) [email protected] Armando Augusto Clemente (UFRJ) [email protected] Rafael Gomes Clemente (ELO Group) [email protected] Daniel Karrer da Cruz (ELO Group) [email protected] Atualmente, muitas organizações vivem o desafio da mudança de um modelo fechado para um modelo aberto de inovação. Diante deste contexto, este artigo apresenta um modelo de negócio que permite às empresas acelerarem seus processos de busca externa de tecnologia e conhecimento. Isto ocorre por meio do uso de agentes intermediários que conectam demandas de tecnologia à suas ofertas, os chamados technology brokers. Primeiramente, será apresentado um ensaio sobre a definição de technology broker baseado na literatura e no que é encontrado no mercado. Em seguida, a partir do levantamento dos serviços oferecidos pelos brokers, e da análise dos seus respectivos processos, será definida uma classificação para cada tipo de prática de acordo com critérios estabelecidos durante este trabalho. Por último, serão apresentadas funcionalidades modelo para cada tipo de serviço de brokering determinado anteriormente. Palavras-chaves: Technology broker, inovação aberta, intermediários XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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O PAPEL DOS TECHNOLOGY

BROKERS NA FACILITAÇÃO DA

INOVAÇÃO ABERTA: UMA ANÁLISE

DE TIPOS, CARACTERÍSTICAS E

FUNCIONALIDADES MODELO

Paulo Arthur Mauro (ELO Group)

[email protected]

Fernanda Nerva Burmann (ELO Group)

[email protected]

Armando Augusto Clemente (UFRJ)

[email protected]

Rafael Gomes Clemente (ELO Group)

[email protected]

Daniel Karrer da Cruz (ELO Group)

[email protected]

Atualmente, muitas organizações vivem o desafio da mudança de um

modelo fechado para um modelo aberto de inovação. Diante deste

contexto, este artigo apresenta um modelo de negócio que permite às

empresas acelerarem seus processos de busca externa de tecnologia e

conhecimento. Isto ocorre por meio do uso de agentes intermediários

que conectam demandas de tecnologia à suas ofertas, os chamados

technology brokers.Primeiramente, será apresentado um ensaio

sobre a definição de technology broker baseado na literatura e no que

é encontrado no mercado. Em seguida, a partir do levantamento dos

serviços oferecidos pelos brokers, e da análise dos seus respectivos

processos, será definida uma classificação para cada tipo de prática de

acordo com critérios estabelecidos durante este trabalho. Por último,

serão apresentadas funcionalidades modelo para cada tipo de serviço

de brokering determinado anteriormente.

Palavras-chaves: Technology broker, inovação aberta, intermediários

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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1. Introdução

Cada vez mais a inovação vem sendo vem sendo reconhecida como essencial para a

sobrevivência, e como a razão de sucesso de empresas. Isto se explica, pois, como colocado

por Schilling (2008), a introdução de novos produtos em uma determinada indústria gera um

círculo virtuoso de avanços no tipo de tecnologia tratado. Por exemplo, conforme empresas

como a Toyota, Nokia e Sony adotam novas tecnologias e aumentam suas velocidades de

inovação, elas levantam a barra para seus competidores, desencadeando reduções nos ciclos

de desenvolvimento e a introdução mais rápida de novos produtos. (SCHILLING, 2008)

Desta maneira, empresas que não acompanham a velocidade de inovação de seus mercados

não conseguem passar pelas barras cada vez mais altas – podendo ser retiradas destes.

Contudo, vale ressaltar que o surgimento de novos produtos ou serviços não acontece de

forma espontânea, ele é fruto do trabalho estruturado de entidades com processos de Pesquisa

e Desenvolvimento (P&D) e da comercialização de novos produtos. Assim, além da inovação

ser vital para sustentar e prosperar os negócios das companhias, sendo crítica para criar novos

negócios, ela é também um processo difícil de ser gerido.

Todavia, enquanto a inovação é crítica, o processo usual de gerir a inovação parece não

funcionar mais em determinadas indústrias. Enquanto ideias e capitais externos são

abundantes, algumas empresas se sufocam para encontrar e financiar oportunidades internas

de crescimento. (CHESBROUGH, 2003a) A problemática se desenvolve, então, em torno dos

limites da função de Pesquisa e Desenvolvimento trabalhada de maneira exclusivamente

interna nas empresas – o que foi denominado por Chesbrough (2003a) de Inovação Fechada.

Desta forma, considerando-se o risco dos limites da inovação fechada em conjunto com a

analogia das barras colocada por SCHILLING (2008), pode-se concluir que empresas que

atingem um limite de desenvolvimento interno sofrem o risco de não conseguirem atingir o

mesmo patamar de inovação de empresas que de alguma forma romperam estes limites –

sendo, assim, retiradas do mercado.

Figura 1- Fontes de inovação de um sistema

Fonte: Adaptado de SCHILLING (2008)

Assim, uma das maneiras de expandir os limites anteriormente colocados é conectar a função

de P&D interna com o resto do mundo (Figura 1) – formando uma verdadeira rede de

conhecimentos possivelmente aplicados para novos produtos e serviços. A inovação, em sua

forma aberta, deixa de ser, então, uma função apenas interna a empresa e se transforma em

um processo que pode ser realizado por uma rede complexa que engloba firmas,

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universidades, governo, sociedades não lucrativas e indivíduos. Cada parte pode colaborar

com uma peça para fazer com que a novidade seja lançada e o retorno, monetário ou não,

também é dado a cada uma das partes colaboradoras.

O sistema – quando observado como na figura, de maneira estática – pode parecer de

funcionamento simples, apesar dos diversos atores. Entretanto, duas outras problemáticas

advêm quando se possui a colaboração: as estratégias de colaboração, e o locus através do

qual o encontro dos atores pode acontecer. É importante ressaltar a inseparabilidade de ambos

os temas, dado que as estratégias são realizadas em um local virtual. Todavia, o foco deste

artigo será o tratamento da segunda problemática, o locus, que compreende a dificuldade

vivenciada pelas companhias em procurar externamente a(s) tecnologia(s) para o seu negócio,

ou seja, a inexistência de um ponto convergente para negociação de ofertas e demandas pode

dificultar a inovação aberta.

Olhando de maneira mais genérica, para facilitar o encontro de ofertas e demandas quaisquer

– pode existir o papel do broker. O broker é definido como a pessoa contratada para agir

como um agente ou intermediário na realização de contratos ou vendas (EISENMANN &

BROWN, 2001), podendo ser imóveis ou ações de empresas, por exemplo. De maneira mais

específica, para a transação de tecnologias existem os Technology Brokers. Os mesmos têm

como objetivo atender ao principal desafio na adoção do modelo de inovação aberta, a busca

pelas pessoas certas a fim de fomentar, apoiar e coordenar o trabalho colaborativo entre elas.

Os Technology Brokers são, então, agentes que aproximam as entidades colocadas na figura

anterior, buscando conectar demandas a ofertas. Eles atuam na rede, anteriormente colocada

facilitando os relacionamentos e principalmente guiando o foco tanto daqueles que buscam

quanto dos que ofertam. A figura a seguir representa o mesmo paradigma colocado por

Schilling (2008) com a presença de um agente broker.

Figura 2 – Fontes de inovação de um sistema com hub

Fonte: Adaptado de SCHILLING (2008)

A entrada do Technology Broker reduz a necessidade de contatos das empresas, mais

especificamente de suas áreas de P&D, com diversos atores diferentes – uma vez que existe

um nó central na rede. Este nó, por sua vez, gera mais valor quanto maior a quantidade de

conexões que conseguir realizar, e, com a evolução dos meios de comunicação cada vez mais

eficazes, maior a capacidade destes agentes de gerarem valor.

Eisenmann & Brown (2001) explicitam o poder da internet em aumentar a capacidade de

conexões dos brokers colocando que online brokers executam as mesmas funções dos

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anteriores, mas exploram a habilidade da internet de facilitar buscas e comunicações. Um

exemplo simples do poder da Internet na busca de tecnologia são os bancos de patente, que

podem ser vistos por todos.

Apesar do nó central que possibilita, por meio de redes, o acesso a informações espalhadas

sem a necessidade de diversos contatos, Chesbrough (2006) coloca que, mesmo com o auxílio

de intermediários, ainda existem diversos problemas para que a transferência de tecnologia de

fato ocorra e – tal como a necessidade de saber exatamente o que uma tecnologia faz antes de

se estar disposto a pagar por ela. No entanto, uma tecnologia, quando já totalmente aberta,

pode perder seu valor de negociação – pois não existe mais segredo industrial a ser vendido.

Este artigo pretende, então, com o foco no estudo de empresas consideradas technology

brokers no mercado atual, classificar os tipos de brokers existentes, expor suas características,

e chegar a uma crítica sobre as funcionalidades mais adequadas para cada tipo – propondo um

grupo ideal de funcionalidades que aumentariam o valor agregado dos serviços.

2. O Modelo de Negócio dos Technology Brokers

Caso existisse a necessidade de resumir em uma única frase – o modelo de negócios dos

technology brokers consiste em unir uma demanda de tecnologia à sua oferta. Contudo

Christensen, Grossman & Hwang (2009) coloca mais detalhadamente que existem três

modelos de negócio genéricos: lojas de solução, negócios que agregam valor em processos, e

redes facilitadoras.

2.1 Lojas de solução

Estas “lojas” são negócios que são estruturados para diagnosticar e resolver problemas não

estruturados. Empresas de consultoria, agências de propaganda, organizações de pesquisa e

desenvolvimento, e certas empresas que trabalham com leis caem nesta categoria. Lojas de

solução entregam valor primeiramente por meio das pessoas que empregam – experts que

criam de acordo com suas habilidades intuitivas, analíticas e de resolução de problemas para

diagnosticas a causa de problemas complicados. Após o diagnóstico, estes experts

recomendam soluções (...) clientes estão geralmente dispostos a pagar altos preços pelos

serviços dos profissionais das lojas de solução .(CHRISTENSEN, GROSSMAN, & HWANG,

2009)

2.2 Negócios que agregam valor em processos (VAP)

Organizações com modelos de negócio que agregam valor em processos pegam objetos

incompletos ou quebrados e transformam em resultados mais completos de maior valor.

Revendas, restaurantes, fabricantes de automóveis, refinarias de petróleo, e o trabalho de

diversas instituições de ensino são exemplos destes tipos de negócios. Algumas organizações

VAP são altamente eficientes e consistentes, enquanto outras são menos. (...) Procedimentos

do tipo VAP são possíveis apenas após a realização de um diagnóstico definitivo –

frequentemente em uma loja de solução. Quando procedimentos de VAP, tal como estes, são

organizacionalmente separados dos solution shops, custos de overhead caem

dramaticamente.” (CHRISTENSEN, GROSSMAN, & HWANG, 2009)

2.3 Redes Facilitadoras

Existem empresas nas quais pessoas trocam coisas umas com as outras. (...) Neste tipo de

negócio as empresas que obtêm lucro tendem a ser aquelas que facilitam a operação efetiva

das redes. Elas tipicamente ganham dinheiro por meio dos membros ou de taxas de uso.

Waterfront Media e WebMD estão construindo redes facilitadoras para pacientes com

doenças crônicas. Coletando um vasto conjunto de dados de pacientes, eles estão construindo

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a capacidade para pacientes acharem alguém com problemas semelhantes. (CHRISTENSEN,

GROSSMAN, & HWANG, 2009)

Christensen, Grossman & Hwang (2009) também ressaltam que pode existir, durante o

processo de geração de valor, a passagem de um modelo de negócio para o outro, e colocam

que a commoditização do conhecimento possibilita a migração da solução de problemas de

um pequeno grupo de experts para uma população maior de provedores menos custosos que

devem apenas seguir regras. Exemplos disto são a gravação de músicas de qualidade, que

anteriormente só poderiam ser criadas em estúdio e hoje são feitas domesticamente por

músicos amadores, e a criação de desenhos técnicos em três dimensões, que não requerem

mais laboratórios especializados e supercomputadores para criá-los.

Em análise de modelos de negócio, é cabível que as áreas internas de P&D atuem como lojas

de solução, como exemplificado na passagem acima. Entretanto, uma vez que o diagnóstico a

respeito de qual tecnologia precisa-se possuir é realizado, o processo de desenvolvimento

pode ficar mais barato caso haja a migração para outro modelo de negócio, como o de redes

facilitadoras – no caso, os technology brokers, que podem substituir a criação de tecnologias

internamente pela busca destas tecnologias prontas.

Não se pode desconsiderar, contudo, que o modelo de negócio dos technology brokers é

fortemente sujeito à externalidades de rede. Schilling (2008) define que em indústrias

caracterizadas por externalidades de rede o valor dos produtos para os clientes é uma função

não somente dos benefícios e custos embutidos no produto, mas também do valor criado pelo

tamanho da base instalada de usuários e disponibilidade de produtos complementares. A

autora complementa, ainda, que para um produto competir com base em suas utilidades

embutidas, estas devem ser maiores do que os valores combinados das utilidades embutidas

em outros produtos somados do valor de suas bases de cliente e produtos complementares.

Neste âmbito, a Internet impulsiona a formação de redes, possibilitando o alcance a milhões

de usuários potenciais, incluindo usuários de nicho, e facilitando a busca por tecnologias. O

valor destas conexões é compreendido e apropriado por aqueles que realizam operações de

brokering online.

Basicamente, o processo de construção deste estudo se baseou em duas frentes macro com

relação de dependência: Framework e Estudos de Campo. O primeiro se destinou a uma busca

na literatura por artigos científicos que tenham como foco a relação entre empresas e

terceiros. Tal busca teve por objetivo a elaboração de um framework que consolidasse em um

único quadro os mecanismos de interação de conhecimento encontrados e selecionados.

Essa etapa inicial teve como produto um frame que foi utilizado no restante do estudo. Dessa

forma, sua concepção passou não somente pela consolidação das informações pesquisadas na

literatura, mas também por uma avaliação de profissionais que exerçam atividades

relacionadas e tenham, portanto, conhecimento aprofundado sobre o assunto.

Essa avaliação serviu para um aperfeiçoamento e construção de um frame final (ou revisado),

para que este fosse usado nos Estudos de Campo. Já nesta seção, fez-se a aplicação de um

questionário e do próprio frame nas empresas selecionadas, propiciando um entendimento de

sua realidade e seu posicionamento quanto à realização dos mecanismos de interação de

conhecimento mapeados.

3. Metodologia de Análise

A metodologia foi aplicada em 11 empresas consideradas technology brokers e, dentre elas,

destacam-se a AMIRA Internacional, associação independente de companhias mineradoras

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que busca e facilita projetos de pesquisa colaborativos, a P&G que, através de seu portal

Connect+Develop busca por tecnologias externas e comercializa suas patentes e a

Innocentive, portal que ajuda as empresas a encontrar soluções para seus problemas e permite

que desenvolvedores de soluções encontrem demanda para o seu conhecimento.

A metodologia usada para classificar os tipos de online technology brokers e propor melhorias

em suas funcionalidades foi pensada em quatro passos, detalhados nos itens a seguir.

3.1 Identificação dos technology brokers

A identificação dos technology brokers que farão parte do escopo desse estudo, envolve a

classificação na reta ilustrada na Figura 3. Todos os agentes externos que transacionam e, ao

mesmo tempo, participam da construção da tecnologia estão fora do escopo da análise por não

se adequarem a definição de broker.

Por fim, é importante relembrar que nem todos aqueles intermediários que não participam da

construção da tecnologia são considerados technology brokers, Para adequação nesta

classificação é necessário existir a transferência de uma tecnologia, ideia, ou algo semelhante

– e não somente valor.

Figura 3 - Critérios de determinação dos technology brokers

Fonte: Os autores

Esta etapa do estudo determinou de forma sistemática o escopo de estudo dos próximos

passos. Os seguintes tipos de serviços de brokering oferecidos pelas empresas foram

selecionados a partir da análise realizada.

Empresa Brokering realizado

AMIRA Pesquisa iniciada pelas empresas

membro

Pesquisa iniciada pelas instituições de

pesquisa

Pesquisa iniciada pela AMIRA

Battle of Concepts Batlle of Concepts

P&G P&G Needs

P&G Assets

Goldcorp Desafio Red Lake Mine

Innocentive Challengs – RTP

Challenges – eRFP

Challenges – Ideation

Challenges – Theoretical

Innocentive@Work

Innovation Exchange Innovation Challenges

Netflix Desafio Netflix Prize Cinematch

Ninesigma Request for proposals

Serviços Intermediários

P&G + NESTA Desafio P&G + NESTA

Yet2.com Technology Licensing

Technology Acquisition

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YourEncore High-Touch Projects

Comunidades de Inovação

Tabela 1 - Empresa X Tipos de brokering realizados

Fonte: Os autores

3.2 Estudo individual de cada technology broker

A partir do levantamento dos diversos technology brokers presentes no mercado e do estudo

de seus serviços, foi possível identificar que o processo de brokering pode conter desde a

identificação e a articulação do problema que determina a demanda tecnológica, até o controle

da implantação da solução pelo próprio technology broker. O macroprocesso em questão está

retratado na

Figura 4.

Figura 4 - Macroprocesso de brokering

Fonte: Os autores

Após a identificação do problema, o próprio broker pode aconselhar qual o tipo de canal mais

adequado para aquela determinada demanda tecnológica. Após a seleção do canal, pode ser

necessário que o broker estabeleça quebras deste problema em outros de menor complexidade

de forma a tornar o mesmo mais claro e garantir a confidencialidade do seeker. Após essa

etapa, quem está buscando a solução precisa divulgar esta necessidade e, para isso, o

technology broker oferece suporte como questionários bem detalhados para o problema em

questão, ou visitas ao seeker de forma a entender melhor sua demanda e poder encaminhar

para sua rede de provedores / pesquisadores, etc.

Após a divulgação do problema, o technology broker torna-se uma fonte de possíveis

soluções que podem vir da sua rede de provedores / pesquisadores ou de solvers, no caso dos

portais. Através da proximidade com aqueles que buscam a solução, o broker aproxima e

facilita a decisão da que melhor se aplica para um determinado caso. Além disso, o processo

de negociação da transferência de conhecimento e propriedade intelectual entre o seeker e o

solver após a seleção da solução também é responsabilidade do broker. Este é considerado um

dos maiores desafios do macroprocesso da Erro! Fonte de referência não encontrada.. Por

último, o technology broker pode analisar feedbacks de ambas as partes da negociação,

auxiliando na implantação da solução.

Neste passo, cada serviço oferecido pelos diversos brokers levantados no passo 1 será

detalhado dentro do macroprocesso apresentado anteriormente, como desenhado na matriz da

Figura 5.

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Figura 5 - Serviço X Processo de brokering

Fonte: Os autores

3.3 Identificação e classificação dos padrões de technology brokering encontrados

A partir da listagem dos serviços de technology brokering e de sua descrição dentro do

macroprocesso da Figura 5 é possível identificar semelhanças de atividades nos serviços

existentes. O conjunto dessas atividades semelhantes consistiu o que foi chamado de práticas

padrões de technology brokering. Tais práticas de technology brokering são métodos pelos

quais os agentes intermediários podem unir as demandas às ofertas. Estes métodos envolvem

ações diferentes para a transação de tecnologias em estágios de desenvolvimento diversos e

com resultados obtidos distintos.

A partir dos padrões encontrados no passo anterior, foram feitas classificações para cada

prática de technology brokering – tendo em vista que um mesmo ator pode realizar diversas

práticas. A seguir estão listadas as quatro práticas de brokering listadas.

Prática a: Desafios

Modalidade de brokering cujo objetivo principal é a busca por soluções internas ou externas à

fronteira da empresa através do oferecimento, e pagamento obrigatório, de um prêmio para a

melhor solução escolhida. Geralmente, estes desafios são colocados em portais online por sua

capacidade de atingir uma grande quantidade de pesquisadores, cientistas e especialistas que

podem estar espalhados em diversos países do mundo.

Vale ressaltar que muitas vezes as empresas podem criar seu próprio portal de challenging,

principalmente para a criação de grandes desafios com prêmios em altíssimo valor. Elas

podem, também, divulgar seus desafios através de portais especializados em serviços de

technology broker, que vão suportar todos os trâmites para a divulgação do challenge, coleta

de possíveis soluções e pagamento do prêmio. Os Autores entendem que a maior diferença

existente entre utilizar um portal próprio ou terceiro (também ocupado por diversos outros

desafios) é a repercussão que se pode alcançar. Um portal próprio lançado com um alto

prêmio pode atrair maior atenção das massas e da imprensa.

Prática b: Corretagem de Propriedade Intelectual (PI)

Trata-se da modalidade de que tem como objetivo a compra e venda direta de Propriedade

Intelectual, considerados 75% do valor de mercados de muitas organizações. Uma

característica específica deste tipo de prática, é que não acontece a etapa de criação da solução

por parte de quem resolve. O objetivo transacionado é já existente, cabendo assim somente

uma análise de adequação da PI possuída ou ofertada com as necessidades de quem busca.

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A realização do IP brokering, dessa forma, se materializa na venda ou licenciamento da

própria tecnologia, patentes e modelos de utilidade de uma das partes. O apoio do broker

ocorre para a divulgação e negociação das mesmas de forma a evitar o vazamento de

informações - e ajudando a aquisição defensiva ou estratégica de uma tecnologia externa. Em

geral, neste caso, o technology broker pode auxiliar o seu cliente na definição da necessidade

tecnológica, na identificação de possíveis soluções e na preparação de documentos para a

negociação de forma a garantir a confidencialidade das informações.

Prática c: Corretagem de Projetos

A prática de corretagem de projetos é caracterizada pela conexão realizada não diretamente

com a tecnologia pronta para ser aplicada (ou em estágio avançado de desenvolvimento) mas

com outro ator que desenvolverá a tecnologia sob demanda. Esta categoria tangencia o que

pode ser chamado de knowledge brokering, contudo, tratamos aqui não apenas da entrega do

conhecimento, mas da contratação de um projeto, pesquisa ou serviço.

Os projetos ou serviços realizados geralmente possuem um entregável bem definido, e são

caracterizados pela interação constante entre provedor e comprador. Não há nesta prática,

como nos desafios ou request for proposals, um caráter de entrega única – no qual a oferta é

realizada e o comprador aceita ou recusa a compra ou apenas seleciona o melhor.

Por fim, é cabível ressaltar que a contratação destes projetos pode ser útil para diferentes

etapas do funil de desenvolvimento – podendo suprir necessidades de pesquisa de base, ou

levar a soluções de problema em estágio final. Não se pode, todavia, confundir este tipo de

serviço com um serviço de consultoria – dado que o foco colocado não é em quem soluciona

o problema, mas no agente que conecta a necessidade a quem soluciona.

Prática d: Chamada de Propostas

A prática de request for proposal ou Chamada de Propostas envolve, assim como nos

desafios, a exibição de um problema a ser solucionado e a coleta de soluções. Contudo,

existem duas grandes diferenças entre ambas as práticas: a não obrigatoriedade do pagamento

do prêmio e a possibilidade de contato mais extensivo, e não apenas pontual na entrega do

desafio.

Em termos práticos, a empresa que busca a solução divulga em um portal (próprio ou

terceirizado) suas necessidades de solução geralmente acompanhadas por uma breve

descrição do problema ou o que deseja dos solucionadores. Diversas pessoas podem, então,

enviar suas soluções e aguardar a avaliação do solicitante – que pode, ou não, optar por

comprar uma das soluções. Assim como em diversos tipos de transação de tecnologia, um

grande risco aqui encontrado é a segurança da Propriedade Intelectual – caso exista – da

solução oferecida.

De maneira resumida, a Tabela 2 representa as práticas colocadas e suas características:

Desafios Corretagem de PI Corretagem de

Projetos

Chamada de

Propostas

Objeto transacionado Soluções em

diversas áreas do

conhecimento

Propriedade

Intelectual

Projetos e

Pesquisas

Soluções em

diversas áreas do

conhecimento

Grau de interação entre

quem busca e quem oferta

Baixo - apenas nas

diretrizes e entrega

da solução

Médio - possíveis

discussões sobre a

PI a ser

transacionada

Alto - interações

durante o projeto

Médio - possíveis

discussões sobre as

propostas enviadas

Pagamento Obrigatório para a Caso haja escolha Financiamento do Caso haja escolha

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melhor solução de uma PI projeto de uma solução

Período de operação Período limitado

para envio de

propostas

Enquanto houver a

necessidade

Período

determinado do

projeto

Enquanto houver a

necessidade

Propriedade do Broker Próprio ou de

terceiros

Próprio ou de

terceiros

Terceirizado Próprio ou de

terceiros

Solucionadores Qualquer

indivíduo ou grupo

Qualquer

indivíduo ou grupo

que tenha PI

Rede de contatos

do broker ou

solucionadores

ativamente

buscados

Qualquer indivíduo

ou grupo

Solução Existente

anteriormente ou

criada para o

Challenge

PI existente antes

da procura

Contratada como

serviço

Existente

anteriormente,

criada para a

proposta ou

contratada como

serviço

Tabela 2 - Práticas de technology brokering X características

3.4 Proposição de funcionalidades para cada padrão

Enfim, com base no que foi encontrado nas pesquisas, foram propostas funcionalidades

modelo para cada prática de technology brokering. Trata-se de uma primeira visão estruturada

das funcionalidades deste agente intermediário. A tabela que compila essas funcionalidades

encontra-se no Anexo 1.

4. Conclusão

A velocidade de lançamento de produtos cada vez mais alta em diversas indústrias obriga as

empresas a seguirem este ritmo. Aqueles incapazes de acompanhar as novas tecnologias, ou

apenas de seguirem tendências rapidamente mutáveis, podem perder grandes fatias de

mercado ou até mesmo serem retirados do mesmo. Por causa disto, é necessário o

investimento em inovação como um exercício que funcione de maneira estruturada e puxada

pelas necessidades de mercado, e não apenas empurrado pelos momentos “Eureka!” de

grandes gênios.

Esta necessidade é reconhecida pelas empresas, como pode ser comprovado por seus

crescentes investimentos em inovação – como exibido em pesquisas realizadas por grandes

consultorias como a Booz&Company e McKinsey. Contudo, para algumas indústrias, a

dinâmica de inovação é veloz o suficiente para tornar lentos os motores internos das

companhias – suas áreas de P&D internas.

Por isto, CHESBROUGH (2003a) coloca que quando o modelo de inovação fechada passa a

ser incapaz de acompanhar as mudanças tecnológicas, é necessário que as empresas realizem

a pesquisa e desenvolvimento com colaboração externa. Esta abertura pode ser feita de

diversas maneiras, e uma dela é por meio de intermediários, objeto de estudo do artigo

apresentado, os technology brokers.

Estes agentes criam a ponte entre as necessidades tecnológicas das empresas e possíveis

provedores destas tecnologias. Seu papel principal é criar redes que facilitem e reduzam o

trabalho das companhias quando precisam procurar externamente soluções para seus

problemas e empasses de P&D. Os technology brokers, contudo, podem realizar esta ponte de

diversas maneiras, sendo quatro principais identificadas neste trabalho: desafios, corretagem

de propriedade intelectual, corretagem de projetos e chamada de propostas.

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Cada uma destas maneiras, referidas neste trabalho como práticas de technology brokering,

possuem suas características específicas e funcionalidades que podem agregar maior valor ao

serviço prestado. Os Desafios, por exemplo, obrigam o pagamento de um prêmio e devem ser

feitos em portais próprios para melhor divulgação quando envolverem recompensas de grande

valor. A Corretagem de Propriedade Intelectual envolve a transação de patentes e outras PI, e

funciona de maneira mais eficaz se a oferta preceder a demanda. A Corretagem de Projetos

envolve a conexão entre uma necessidade e uma parte que ainda desenvolverá a solução,

gerando maior valor quando o intermediário já possuir uma rede de possíveis solucionadores

especializados no assunto. Por fim, a Chamada de Propostas envolve a exibição de um

problema e o recebimento de propostas de solução, e seu resultado pode ser mais efetivo caso

haja um direcionamento, do broker, para os solucionadores mais ativos em determinadas

áreas do conhecimento.

Logicamente, cada prática de technology brokering e o uso de determinadas funcionalidades

são condicionadas pelo ambiente no qual se executará a transação, assim como pelo objetivo

da mesma. Este trabalho não pretendeu definir de maneira rígida todos os padrões que devem

ser adotados, mas apenas direcionar e propor boas práticas que podem ser adequadas aos

diferentes tipos de corretagem de tecnologia.

Referências

AMIRA International. (s.d.). AMIRA. Acesso em Janeiro de 2011, disponível em AMIRA:

http://www.amira.com.au/

Battle of Concepts. (s.d.). Battle of Concepts Brasil. Acesso em Janeiro de 2011, disponível em Battle of

Concepts: http://www.battleofconcepts.com.br/

CHESBROUGH, H. W. Open innovation: the new imperative for creating and profiting from technology. 1 ed.

Boston: Harvard Business School Publishing Corporation, 2003a.

CHESBROUGH, H. W. The benefits of "not invented here". S. SILVERSTONE, Entrevistador. Harvard

Business School: Working Knowledge, 09 de Junho de 2003b.

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XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

12

TAPSCOTT, D., & WILLIAMS, A. D. Wikinomics: how mass collaboration changes everything. 1 ed. Nova

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YourEncore. (2011). YourEncore. Acesso em Janeiro de 2011, disponível em YourEncore:

http://www.yourencore.com/

ANEXO

Challenges - Desafios

Intermediários / Serviços

Oferecidos

Funcionalidades Modelo

Battle of Concepts O broker deve auxiliar as empresas na construção das propostas

dos desafios

O direito de uso das propostas enviadas para o desafio deve ser da

empresa que o propõe

O grupo que soluciona os desafios pode ser restrito ou

direcionado dependendo do interesse da empresa. Os valores dos

prêmios devem ser condizentes com o grupo de interesse.

Desafios grandes com prêmios de valor muito elevado devem ser

realizados em portais únicos

Quando houver possibilidade e necessidade, evidências físicas da

solução proposta podem ser requisitadas

Desafios nas quais a solução pode ter sua performance avaliada

podem ser encerrados pelo alcance de uma performance mínima,

e não por prazo temporal

Battle of Concepts

Goldcorp

Desafio Red Lake

Mine

InnoCentive

Challenges – RTP

Challenges Ideation

Challenges –

Theoretical

Innocentive@Work

Netflix

Desafio Netflix Prize

Cinematch

Fonte: Os autores

Tabela 3 - Modelo de funcionalidades para Challenges – Desafios

IP Brokering – Corretagem de Propriedade Intelectual

Intermediários / Serviços

Oferecidos

Funcionalidades Modelo

Connect + Develop Ao contrário de outras práticas, a corretagem de PI pode ser

facilitada caso haja oferta antes da demanda específica – dado

que a busca por uma patente é mais difícil do que a busca por

uma solução genérica.

A exibição de detalhes da patente é necessária para gerar

interesse do comprador, com a cautela da segurança do que é

possuído.

O broker deve auxiliar os clientes na elaboração dos descritivos

de suas patentes para torna-las mais atrativas.

A venda ou licenciamento de pacotes de PIs complementares

pode tornar a compra mais atrativa.

O envio, por parte do broker, de tecnologias selecionadas para

grupos de interesse pode gerar maior uma maior quantidade de

transações.

O broker pode auxiliar as partes em definições de estratégias de

patentes, como patent pooling e defesas de patent trolling.

O broker deve apoiar ambas as partes na transferência da PI

P&G Assets

Yet2.com

Technology

Licensing

Connect + Develop

Fonte: Os autores

Tabela 4 - Modelo de funcionalidades para IP Brokering – Corretagem de Propriedade Intelectual

Project Brokering – Corretagem de Projetos

XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no

Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.

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Intermediários / Serviços

Oferecidos

Funcionalidades Modelo

AMIRA Quanto maior a rede com a qual o broker já possui relações e

acordos, maior o valor deste tipo de corretagem.

O broker busca ativamente solucionadores para o problema

colocado, chegando com propostas para o cliente.

Pesquisas ou projetos muito custosos podem ser compartilhados

por diversos compradores diferentes – é papel do broker

viabilizar este tipo de colaboração quando pertinente.

Os projetos e pesquisas podem ser sugeridos tanto pelos

compradores, quanto pelos fornecedores, quanto pelo broker que

pode conhecer bem os negócios e necessidades de seus clientes.

O broker deve auxiliar na definição do escopo do projeto, assim

como de seu cronograma e entregáveis

O controle e acompanhamento do projeto devem ser realizados

pelo intermediário, que reporta o status atual ao cliente.

Pesquisa iniciada

pelas empresas

membro

Pesquisa iniciada

pelas instituições de

pesquisa

Pesquisa iniciada

pela AMIRA

YourEncore

High-Touch Projects

Fonte: Os autores

Tabela 5 – Modelo de funcionalidades para Project Brokering – Corretagem de Projetos

Request for Proposal – Chamada de Propostas

Intermediários / Serviços

Oferecidos

Funcionalidades Modelo

Connect + Develop O broker deve auxiliar as empresas na descrição de suas

necessidades tecnológicas e de solução.

Solvers muito ativos podem se tornar parceiros dos brokers e até

mesmo das empresas clientes, caminhando para outras práticas

como corretagem de projetos.

Os Request for Proposal podem envolver tanto a transação de

uma tecnologia pronta quanto de um serviço a ser prestado. No

caso de serviços, a diferença para os corretores de projetos se dá

pelo fato de que não há busca ativa de solucionadores por parte

do broker. A necessidade de solução é enviada e propostas são

recebidas e selecionadas pela empresa cliente.

O corretor pode apoiar seu cliente na escolha das melhores

soluções propostas

Os Request for Proposals podem ser direcionados não somente a

soluções com necessidade de tecnologia, mas também a

necessidades de mercado. Por exemplo, produtos que tenham

potencial de valor maior do que

US$ 10 milhões.

O broker pode atuar como um filtro intermediário, eliminando

propostas que não atendam aos requerimentos do seu cliente e

reduzindo assim a necessidade de análise posterior

O intermediário pode auxiliar garantindo a propriedade

intelectual das ideias enviadas, aumentando a segurança e

estimulando assim o envio de mais ideias

O broker pode direcionar chamadas específicas para seus solvers

cadastrados mais ativos de acordo como suas especialidades e

áreas de conhecimento

P&G Needs

InnoCentive

Challenges – eRFP

Innovation Exchange

Innovation

Challenges

Nine Sigma

Request for proposals

Serviços

Intermediários

P&G + NESTA

Desafio P&G +

NESTA

Yet2.com

Technology

Acquisition

YourEncore

Comunidades de

Inovação

Fonte: Os autores

Tabela 6 – Modelo de funcionalidades para Request for Proposal – Chamada de Propostas