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O jornalismo de moda no Rio Grande do Sul (Brasil): Donna ZH e Vitrine Roberta Dobrowoski Prof a . Dr a . Denise Castilhos de Araujo Universidade Feevale Índice Introdução 1 1 Jornalismo 2 2 Moda é comunicação 2 3 Jornalismo de moda 4 4 Caderno Donna ZH 5 5 Caderno Vitrine 6 6 Entrevistas 7 7 Análise comparativa dos dados 7 Considerações finais 10 Referências 11 Resumo Este estudo avalia a presença do jorna- lismo de moda na imprensa gaúcha, a partir da observação dos cadernos de moda Donna ZH (Zero Hora), e Vitrine (Correio do Povo). Percebe-se que essa área do jornalismo tem sido muito presente nos jornais, justificando- se, por isso, a necessidade de um olhar mais atento, tanto em relação à prática do jorna- lismo, como no conteúdo – moda- expresso. O artigo vale-se da análise de quatro edições de cada caderno de moda, bem como de en- trevistas com profissionais atuantes nesses fascículos. Palavras-chave: Comunicação; Jorna- lismo; Jornalismo de Moda. Abstract This study evaluates the presence of fa- shion journalism in the press of the state, from the observation schedules of fashion Donna ZH (Zero Hora), and Vitrine (Correio do Povo). It is felt that this area of journalism has been very present in newspapers, justi- fying therefore the need for a closer look, both in relation to the practice of journalism, and content – fashion. The paper draws on the analysis of four editions of every fashion notebooks, as well as interviews with profes- sionals involved in these issues. Keywords: Communication; Journalism; Journalism fashion. Introdução Este artigo discute a presença do jornalismo de moda na imprensa gaúcha, a partir da ob- servação dos cadernos Donna ZH, publicado

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O jornalismo de moda no Rio Grande do Sul (Brasil):Donna ZH e Vitrine

Roberta DobrowoskiProfa. Dra. Denise Castilhos de Araujo

Universidade Feevale

ÍndiceIntrodução 11 Jornalismo 22 Moda é comunicação 23 Jornalismo de moda 44 Caderno Donna ZH 55 Caderno Vitrine 66 Entrevistas 77 Análise comparativa dos dados 7Considerações finais 10Referências 11

Resumo

Este estudo avalia a presença do jorna-lismo de moda na imprensa gaúcha, a partirda observação dos cadernos de moda DonnaZH (Zero Hora), e Vitrine (Correio do Povo).Percebe-se que essa área do jornalismo temsido muito presente nos jornais, justificando-se, por isso, a necessidade de um olhar maisatento, tanto em relação à prática do jorna-lismo, como no conteúdo – moda- expresso.O artigo vale-se da análise de quatro ediçõesde cada caderno de moda, bem como de en-trevistas com profissionais atuantes nessesfascículos.

Palavras-chave: Comunicação; Jorna-lismo; Jornalismo de Moda.

Abstract

This study evaluates the presence of fa-shion journalism in the press of the state,from the observation schedules of fashionDonna ZH (Zero Hora), and Vitrine (Correiodo Povo). It is felt that this area of journalismhas been very present in newspapers, justi-fying therefore the need for a closer look,both in relation to the practice of journalism,and content – fashion. The paper draws onthe analysis of four editions of every fashionnotebooks, as well as interviews with profes-sionals involved in these issues.

Keywords: Communication; Journalism;Journalism fashion.

Introdução

Este artigo discute a presença do jornalismode moda na imprensa gaúcha, a partir da ob-servação dos cadernos Donna ZH, publicado

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aos domingos no jornal Zero Hora, e o Vi-trine, publicado aos sábados no jornal Cor-reio do Povo.

O jornalismo é uma profissão consagrada,a qual lida com notícias, fatos, divulgaçãode informações. Este estudo baseia-se nofato de existir uma área dentro do jornalismoainda em construção e ser pouco abordada,ou seja, o jornalismo de moda. É uma áreaem expansão, apesar de haver uma grandeausência de profissionais especializados, eno Brasil ainda há poucos jornalistas atuandoneste setor. O profissional necessita, alémdos conhecimentos básicos do jornalismo, oconhecimento específico no que diz respeitoà moda, o que servirá de base para criticar,opinar, descrever, apontar as característicase tendências de moda.

O aumento gradativo da busca por infor-mações sobre moda tem estimulado a pre-sença cada vez mais intensa de editoriais demoda na mídia (TV, jornais, revistas).

1 Jornalismo

Jornalismo é um meio para divulgar as infor-mações, priorizando a imparcialidade, paraque o leitor conheça os fatos e possa formu-lar sua própria opinião.

Apenas no século XIX o jornalismo pas-sou a ser uma profissão de tempo integral,com a qual o profissional poderia sobrevivereconomicamente na Europa e nos EUA, poisaté então os jornalistas precisavam de umemprego adicional para garantir a estabili-dade.

Os textos devem ser bem elaborados, pre-cisos, com linguagem adequada e com infor-

mações necessárias, para que haja uma boacomunicação entre o enunciador e receptor.

De acordo com Valiera (2009), para quecada um forme sua opinião é preciso infor-mação, que, segundo ela, esta é a palavraque rege o jornalismo. Para que haja co-municação, os elementos necessários são oemissor, a mensagem, o receptor e o veículo.(VALIERA, 2009, módulo 2 – aula 2, p.1).

O estilo jornalístico, segundo Vilas Boas(1996, p.40), consiste exatamente em trans-formar a informação bruta em notícia legívele compreensível. Ele completa afirmandoque no jornalismo, a linguagem adotada é aque atinge o maior número possível de pes-soas.

2 Moda é comunicação

Segundo Barnard (2003), a palavra “fashion”pode ser usada na língua inglesa como verbo,no sentido de atividade, de fazer ou fabricar;ou como substantivo, significando algo comouma espécie, um gênero, uma forma ou fazerespecífico, tal como em “maneira ou con-duta”. O autor aponta que, assim como apalavra “fashion”, os termos “adornment”(adorno), “style” (estilo), “dress” (vesti-menta) “clothing” (indumentária) tambémpodem ser usados como verbos ou substan-tivos.

A função da roupa não é apenas paraagradar à vista, encobrir a nudez e alimentara vaidade, serve também para comunicar e,se preferir, para fazer divulgação da posiçãosocial, profissional ou intelectual de quem ausa.

Para Castilho e Martins (2005), a roupaé uma segunda pele que, recobrindo a

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primeira, compõe com ela a aparência finaldo sujeito. Já Baldini (2005) afirma que asroupas são consideradas como uma “exten-são da pele”, um “mecanismo para o controleda temperatura do corpo e, ainda, um meiopara definir socialmente a pessoa1”.

Castilho (2006, p.93) aponta que “o atode revestir-se o corpo com vestimentas, deseguir uma determinada moda é adotar figu-rativamente um parecer que declara, ao“outro”, dados sobre a identidade do su-jeito”. Diante disso, a autora reafirma queo corpo é o suporte de narrativa e, ao mesmotempo, é configurador da imagem que o su-jeito, segundo suas escolhas, assume nas in-terações das quais participa. Através docorpo revestido, o vestuário revela dados so-bre o sujeito e possibilita uma série de cons-truções discursivas.

A moda, em seu aspecto lúdico, permiteao sujeito protagonizar diferentes papéis so-ciais, como se fosse um ator habilitadoa representar diversos papéis, conforme acenografia e o direcionamento das cenas dasquais participa. Essa ludicidade, conformeCastilho (2006, p.133), “contribui para quea moda se mostre como um dos elementosda estratégia de promoção individual, per-tinente ao regime de visibilidade que o su-jeito manifesta num dado contexto”. A roupamarca o papel do sujeito na sociedade.

Diariamente tomamos decisões sobre ostatus e o papel social das pessoas queencontramos, baseados no que elas estãovestindo. Segundo Barnard (2003), trata-mos as roupas como “hieróglifos sociais”2

1 Marshall McLuhan, Gli strumenti Del comuni-care, Garzanti, Milão, 1967, p.124.

2 Termo de Marx (1954, p.79).

que escondem, mesmo quando comunicama posição social daqueles que as vestem.

Moda e indumentária são formas de co-municação não-verbal. Segundo Baldini(2005), as roupas ajudam a demonstrar ascaracterísticas pessoais positivas, a adotarcertos aspectos da nossa imagem - por e-xemplo, a juventude - que nos torna fisica-mente atraentes, e também a marcar a nossapertença a um grupo.

Parece intuitivamente correto dizer queuma pessoa envia mensagem sobre si mesmaa outrem com os estilos e roupas que usa.Isso se confirma pelo fato das pessoas sele-cionarem suas roupas de acordo com o quefarão naquele dia, com o estado de humorem que se encontram, com quem esperamencontrar, etc.

De acordo com Mesquita (2004), a modaestimula sua função ligada à comunicaçãoe linguagem, assim como suas intersecçõescom estilos de vida. A maioria das pessoascontenta-se com a ideia de que as roupas queusam e as combinações que fazem com elas,possuem um significado qualquer. SegundoBarnard (2003, p.109), a “maior parte daspessoas também ficará feliz com a ideia deque fazem escolhas quanto ao que comprarou vestir, baseadas nos significados que elaspercebem que a roupa tem”. O autor com-plementa expondo que muitas pessoas ficamperfeitamente felizes em permitir que os sig-nificados da roupa dos outros influenciem amaneira pela qual se comportam em relaçãoa esses.

Tem sido visto, há algum tempo, o im-portante papel que os meios de comunicaçãotêm realizado no sentido de transmitir dis-cursos veiculados a partir da utilização damoda, é importante estabelecer a relação en-tre moda e o jornalismo.

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3 Jornalismo de moda

Segundo Joffily (1991, p.9), a moda é umadas maiores fontes de faturamento, via pu-blicidade, da mídia eletrônica. Na mídia im-pressa, a autora diz que é o principal atra-tivo para o público leitor feminino, com umenorme número de publicações.

Por algum momento, pode-se pensar queno jornalismo de moda não parece haver im-parcialidade alguma, no qual, a maioria dostextos é escrita de uma forma que pode serconsiderada completamente tendenciosa pormuitos. Para Valiera (2009) isto não é bemassim, uma vez que o jornalismo de modase diferencia das outras áreas do jornalismo,mas isto não quer dizer que é permitida aemissão de opinião em matérias jornalísticasinformativas. Compreendendo o processode adoção da moda e a divulgação de infor-mações desse segmento, é possível entenderas peculiaridades destes textos.

Sobre os cadernos de moda dos jornais,Valiera (2009) aponta que estes, geralmente,são publicados semanalmente. As matérias,segundo Joffily (1991), devem estar dirigidaspara as leitoras, em seu favor – para informá-la. “[...] o editorial de moda poderia não ape-nas apresentar o que há à disposição no mer-cado, mas também realizar “a crítica”, [...],avaliar as propostas dos estilistas, funcionaraté mesmo, em alguma medida, como umadefesa do consumidor, auxiliar a leitora a a-dequar a moda ao seu tipo físico e estilo devida.” (JOFFILY, 1991, p.87).

De acordo com Joffily (1991), existemtrês tipos de matérias de moda: tendência,serviço e comportamento. Segundo a autora,“a cada uma corresponde um enfoque tantodo texto quanto da foto ou ilustração. Entre-

tanto, no mais das vezes, esses três tipos dematéria se misturam”.

Quando se têm pautas sobre uma novatendência, seja ela de cor, estampa, forma oumaterial, geralmente reúnem-se várias peçasque a exemplifiquem e trabalha-se com acomposição da imagem de todas elas paraque fique bem ilustrada sua aplicação. Oobjetivo é informar à leitora os critérios aserem utilizados na renovação do guardar-roupa. O que vai entrar em voga é a notícia,e a leitora precisa ser informada, completaJoffily (1991).

De acordo com Valiera (2009), as infor-mações de desfile também podem ser abor-dadas de diferentes formas. Uma das formasé a partir de uma tendência apresentada napassarela, produzir uma matéria com dife-rentes produtos e marcas que seguem estamesma tendência.

As matérias de serviço informam à leitoracomo colocar a tendência na prática do seucotidiano: o que combina com o que, quaisas peças mais versáteis – para pesar menosno bolso. De acordo com Joffily (1991,p.96), a tendência em si não define queroupa a leitora vai vestir – é preciso adaptá-la às suas necessidades, limitações de poderaquisitivo, características de tipo físico.

Quando o tema em pauta está ligado àprodução de looks que envolvem a com-posição de várias peças ou a combinação deestampas diferentes entre si ou, ainda, qual-quer outra tendência que necessite de grandequantidade para que o leitor possa adotá-la,a matéria pode ser construída em forma deguia.

A matéria de comportamento envolve, porexemplo, mudanças de hábito de consumo.Perfis de estilistas e a apresentação das pro-postas que desenvolveram ao longo da sua

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carreira também são matérias de comporta-mento. (JOFFILY, 1991, p.99).

A maioria das publicações – principal-mente em seu espaço editorial – opta pormatérias de tendência. [...] “De uma formageral, matérias de comportamento (consi-deradas mais complexas), embora pouco fre-quentes são comuns a todas as publicações.Claro que isso varia de acordo com a imagemque se faz do público que se pretende atin-gir”. (JOFFILY, 1991, p.100, grifo da au-tora).

Texto e imagem devem dialogar dentro deuma publicação. Cada matéria traz uma in-tenção e um estilo, e, sem dúvida, um textoque acompanhe a vida da matéria é primor-dial. “Naturalmente, a partir da definição deum público – uma definição editorial – paraa revista, de um “clima” para a reportagem,uma redação irá criar o texto”. Joffily (1991)ainda destaca que, habitualmente, as publi-cações de moda procuram reduzir o espaçopara o texto, destacando mais as fotos.

Joffily (1991) relata que o jornalista demoda deve reagir contra essa tendência queo desvaloriza em termos salariais e de re-conhecimento pelo seu trabalho. Segundoa autora, “a função do jornalista é levantar,de uma forma simples e agradável para aleitura; [...] é contribuir para que o leitorrealize sua opção, para que ele não se perca,nem perca o contato com seus semelhantes ecom o meio social”.

Percebe-se, então, que tem havido umaintensa aproximação entre moda e jorna-lismo, através da produção de matérias, re-portagens, e, até mesmo cadernos específi-cos sobre moda, o que tem sido muito im-portante, pois o jornal revela, interpreta, su-gere, aponta para consumidores desses tex-tos tendências e novidades da moda.

4 Caderno Donna ZH

O caderno Donna ZH é um suplemento queintegra o jornal Zero Hora aos domingos,possui vinte páginas, com todas as fotoscoloridas, deixando-o mais atrativo para opúblico.

Dividido entre dez e doze seções, o DonnaZH apresenta a seção por aí com peque-nas notas a respeito de algumas novidadesde todo o mundo, seja sobre moda, arte,culinária, beleza ou artistas famosos. Naseção gente, uma história sobre uma pessoaanônima é contada ao leitor, para que possaconhecer um pouco sobre a história de vidadesse indivíduo; na seção cinema, o assuntoestá relacionado a esta área das artes, comtexto que trata sobre maquiagem de cinema.

A seção beleza é, praticamente, voltadapara as mulheres, com dicas para ficaremmais belas, como cuidar e manter a aparên-cia, seja para os cabelos ou pele, ou novi-dades do mundo da beleza. A seção seu es-tilo pode ser considerada como publicitária,uma vez que é destinada somente a anúnciospublicitários, seja na área da beleza, moda,estética, estudos e feiras na área da moda.A seção memória traz uma reportagem sobrealguma personalidade de muito sucesso quejá morreu, e a seção atualidade pode estarrelacionada a livro, teatro, cinema.

Estilo próprio é uma seção em que a jor-nalista escreve sobre os mais variados assun-tos, como se fosse uma seção de variedades,com entrevistas e depoimentos das pessoasque participam da reportagem, sendo estauma das poucas seções que apresenta duaspáginas. A seção livro traz ao leitor lança-mentos e novidades na literatura e, ainda, re-portagens sobre escritores. Na seção capa, o

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destaque é para a matéria trazida na capa docaderno, na qual é possível lê-la no interiordo caderno. A seção moda apresenta edito-riais de moda com fotos de modelos profis-sionais, em estúdio ou ao ar livre, inspiradasem alguma tendência. Esta seção ainda podetrazer uma reportagem sobre o tema que estána capa do caderno. A seção tendência tam-bém pode ser considerada como variedades,já que mostra a tendência do momento, sejareferente à decoração, arquitetura, lazer evinda do exterior ou não.

As seções palavras-cruzadas e horóscoposão, respectivamente, seções de diversão. Naúltima seção, intitulada autorretrato, pode-se encontrar uma entrevista com profissio-nais da música, cinema, televisão, moda, etc.O caderno possui cinco colunistas, Verís-simo, Moacyr Scliar, Xico Gonçalves, CéliaRibeiro e Martha Medeiros. Com exceçãoda coluna de Xico Gonçalves, cuja pauta éa moda, quais as tendências e como usá-las, bem como dicas de moda, os outroscolunistas escrevem crônicas, com situaçõesque eles mesmos puderam vivenciar, ou quetiveram a chance de presenciar, assuntos docotidiano ou apenas textos para refletirmos.O caderno ainda possui uma coluna chamadamaneiras modernas na qual é possível oleitor tirar dúvidas sobre diversas situaçõese como portar-se diante delas.

As seções não obedecem a uma mesma or-dem nas edições, assim como cada ediçãopode ter seções diferentes. O caderno DonnaZH ainda traz outras seções em suas ediçõescomo, discos, bem-estar, gente, memória,fitness, atualidade, entrevista, gastronomia,perfil, fotografia, estilo, entre outras. Issofaz com que o caderno tenha uma variedademuito grande de temas.

5 Caderno Vitrine

O caderno Vitrine é um suplemento que in-tegra o jornal Correio do Povo aos sába-dos. O caderno possui oito páginas, todascom fotos coloridas, deixando-o mais atra-tivo, inclusive as capas trazem fotografiasde desfiles para ilustrarem os textos apre-sentados. Estes textos falam sobre moda,mostrando as tendências do momento, sejaroupa ou novidades da área, um desfile quefoi destaque, as características que a modaapresenta/apresentará. A capa também trazum box3 com texto sucinto, oferecendo o-rientações da moda, seja referente ao textoprincipal ou não.

Divido em seis seções, o Vitrine apre-senta a seção saúde, com dicas e textos prin-cipais sobre como cuidar da aparência, dasaúde e do corpo, seja homem ou mulher e éilustrado com fotos referentes ao texto prin-cipal. Na seção beleza, é possível encon-trar diferentes dicas para a mulher ficar bela,seja para os cabelos ou pele, ou novidades domundo da beleza. Os textos em box são maissucintos, claros e objetivos. Já o texto princi-pal é ilustrado com imagens para identificaro assunto tratado.

A seção moda apresenta uma matériaprincipal que aborda itens como inspiração,cartela de cores, materiais e as linhas quecompõem a coleção de alguma marca e éilustrada com fotos. Alguns box, nesta seção,podem receber um pouco mais de ênfase,pois vêm ilustrados com uma foto referenteao assunto em voga.

A seção decoração é voltada para o lar,com novidades no que diz respeito a móveise acessórios para a casa. Na seção gastrono-

3 Caixa de texto.

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mia, o foco são as receitas, com fotos, paramostrar como ficará aquele prato e, ainda,pode apresentar texto de introdução à receita.A última seção, intitulada como gente, falasobre as celebridades do cinema, da tele-visão, da música, da moda, etc.

Cada seção possui box, onde são apresen-tados os assuntos referentes através de tex-tos claros, objetivos e sucintos. Os títulosdas seções sempre surgem do lado esquerdodo texto, na cor rosa, outros títulos aparecemna cor lilás ou rosa, o que torna o cadernomais feminino. Todas as seções, exceto a damoda, possuem um pequeno texto no cen-tro superior da folha, como se fosse a in-formação mais importante da seção, pois aolado deste pequeno texto, em letra itálica, háum ponto de exclamação.

O caderno possui apenas dois colunistas,um responsável pela coluna Consultório, naseção saúde, e outra coluna escrita pelo es-tilista Rui Spohr, com seu próprio nome,onde apresenta seus croquis e textos sobremoda, arte ou comportamento.

6 Entrevistas

Com a finalidade de esclarecer o funciona-mento dos cadernos e a importância do jor-nalismo de moda, entrevistou-se MarianaKalil, editora do caderno Donna ZH, e oatual editor assistente do caderno Vitrine,Daniel Soares.

O colunista de moda Xico Gonçalves, docaderno Donna ZH e Rui Spohr, do cadernoVitrine foram entrevistados a fim de co-nhecer o processo de elaboração de pautase identificar a importância do jornalismo demoda nos cadernos.

Entrevistou-se a editora de moda docaderno Donna ZH Paola Deodoro e a jor-nalista da editoria de moda do caderno Vi-trine Vera Pinto, a fim de identificar a im-portância do jornalismo de moda dos cader-nos, o processo de elaboração das pautas demoda e produção dos editoriais.

Mariana Kalil e Paola Deodoro foram en-trevistadas na redação do jornal Zero Hora eRui Spohr foi entrevistado em seu atelier. JáDaniel Soares, Vera Pinto e Xico Gonçalvesresponderam a entrevista via e-mail.

7 Análise comparativa dos dados

Com base nas respostas dos entrevistados,pode-se perceber que as pautas de modado caderno Donna ZH são definidas a par-tir de observação, estando sempre atento aoque está acontecendo, seja comportamentoou tendência, sugestões de outros jornalis-tas também são bem-vindas. Para que nãohaja repetição de assunto, é pesquisado emsites, revistas e outros meios os assuntos quejá foram abordados. As pautas de modaque envolvem mais profissionais também sãodefinidas a partir de observação, porém emequipe, através da conversa entre a editorado caderno e a editora de moda. Já aspautas de moda dos editoriais são definidaspela própria editora de moda, mas é sem-pre comunicado a editora do caderno paraque possa ser decidido junto. O colunista demoda Xico Gonçalves sempre tem as pau-tas organizadas no início do mês, onde es-creve as tendências e como usá-las, contandoo histórico e o motivo de estar na moda, ou,então o colunista recebe dúvidas de leitores.Contudo, de um modo geral, as pautas de

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moda são produzidas através de observação,sugestões, conversa e pesquisa.

As pautas de moda na capa do cadernoVitrine são elaboradas através de agênciasde notícias e fotos, onde o editor e jorna-listas do caderno têm acesso aos vídeos efotos de desfiles internacionais, semanas demoda de Nova Iorque, Milão, Paris e Oci-dente e o desfile ou estilista que se desta-cou durante as semanas de moda é pautadona capa. E este mesmo processo ocorre comalgum evento local. Já na seção moda, aspautas são produzidas através dos materiaisque chegam das próprias grifes, tanto de foracomo daqui ou então a partir de sugestões dopessoal da editoria. Já, o colunista Rui Spohrtem sua coluna independente. Portanto, deum modo geral, as pautas de moda são pro-duzidas através de pesquisa na internet, ma-terial que chega das grifes e sugestões dosjornalistas da editoria de moda.

Tanto Xico Gonçalves quanto Rui Spohrnão são especializados em jornalismo demoda, porém trabalham com moda atual-mente, denotando, assim, o claro envolvi-mento com aquilo que ele escrevem.

No que diz respeito à produção dos edi-toriais de moda, os produtores de moda daequipe escolhida pela editora de moda, vãoàs lojas para pegarem as roupas emprestadas,de acordo com a pauta do editorial. Após,as produtoras levam as roupas para o es-túdio fotográfico e decidem, em conjuntocom Paola, o que será usado. Paola con-versa com o fotógrafo e o maquiador paradecidir o tipo de luz, locação, maquiagem epenteado que serão usadas pelo (a) modelo,na qual a agência parceira apresenta os mo-delos disponíveis. Todas estas informaçõessurgem da conversa que Paola Deodoro temcom Mariana Kalil. Atualmente, os edito-

riais de moda são publicados, em média,duas vezes por mês, pois é muito estressantee, às vezes, desnecessário, pois não tem temapara a temporada inteira. Como as coleçõesde inverno são desfiladas no verão, não temmotivos para apresentar blusões de invernoe isto é uma informação que fica presa nojornal. Outro fator importante para não ter e-ditorial de moda toda semana, é que ele podenão ficar muito bom, pois tem pouco tempopara produzir. Portanto, as matérias e re-portagens de moda são intercaladas com oseditoriais de moda, para quando publicar umeditorial de moda, ele esteja perfeito.

A inspiração para os editoriais de modasurgem das sugestões de tendências da tem-porada e são captadas em diversas circuns-tâncias, como as viagens que a editora demoda do caderno Donna ZH realiza, ondeobserva as pessoas na rua e o trabalho dosstylists que a inspiram. Ao olhar as pessoasna rua, faz com que ajude a editora de modaa pensar em composições, como mistura detexturas e, principalmente, de volumes nahora de montar um look.

De acordo com as respostas dos entre-vistados, pode-se compreender que o jor-nalismo de moda no caderno Donna ZHé muito importante, porque atualmente sefala muito em moda e aqui no sul não temveículos especializados. O espaço da modaestá crescendo no caderno, não tem comonão abordar moda, seja na forma de en-trevista, editorial ou matéria de comporta-mento. A editora de moda do caderno DonnaZH acredita que um dia o jornalismo demoda irá trabalhar com o factual, como queestá acontecendo no momento. Já para os en-trevistados do caderno Vitrine, o jornalismode moda, sempre é um assunto importante,principalmente em um caderno de final de

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semana, na medida em que ocupa boa partedo caderno; geralmente a capa e a páginacentral, sendo o assunto com mais espaço,e esta foi a proposta do caderno desde seu i-nício, dar destaque ao mundo da moda local,nacional e internacional.

Observando as análises das quatro ediçõesdo caderno Donna ZH, as capas nem sem-pre trazem como assunto a moda, mas elasempre é abordada em alguma seção. Ascapas são coloridas e recebem o título eum texto introdutório de alguma matéria queserá abordada mais profundamente em al-guma seção no interior do caderno. O fatode a moda ser abordada em diferentes seçõesfaz com que o leitor percorra todo o cadernoem busca de pautas que estejam relacionadasa esse assunto. Referente às análises dasquatro edições do caderno Vitrine, as capassão sempre coloridas e relacionadas aos últi-mos desfiles nacionais ou internacionais, a-presentando, desta forma, as últimas tendên-cias e ilustrando-a com fotos de desfiles. Amatéria de capa pode abordar uma tendên-cia apresentada em diferentes desfiles ou umdesfile que foi destaque em alguma semanade moda.

No caderno Donna ZH, a seção moda, namaioria das vezes, apresenta um editorial demoda, sempre com mais de uma página. To-dos os editoriais recebem um título e umtexto introdutório de acordo com as tendên-cias para a estação. Todas as fotos que com-põem o editorial possuem uma legenda, in-formando a inspiração da foto e, ainda, podeapresentar a marca das roupas e acessóriosutilizados na foto. Ao final do editorial,sempre há um box com os créditos do edi-torial, como o fotógrafo que clicou, a pes-soa responsável pela produção, edição e es-tilo dos looks, os modelos participantes, o

profissional responsável pela maquiagem ecabelo. Os assistentes de fotografia, pro-dução e beleza, se houver, as lojas que par-ticiparam do editorial e a local onde foi fo-tografado, caso não seja em estúdio fotográ-fico.

O caderno Vitrine não apresenta um edi-torial de moda propriamente dito, o que eleapresenta, em sua seção moda, é a alternân-cia de matérias sobre as coleções de estilis-tas locais, devido à proximidade dos produ-tos com os consumidores de moda e com in-tuito de valorização de talentos locais. Ou,até mesmo, de marcas que não são do RioGrande do Sul, como afirma a jornalista daeditoria de moda Vera Pinto.

Os dois cadernos apresentam um colu-nista de moda. No caderno Donna ZH, XicoGonçalves assina uma coluna que preencheuma página inteira e ilustrada com fotos quetenham a ver com o assunto abordado, sejafotografia de modelo, de roupa ou desenhosde moda. O colunista escreve sobre tendên-cias de moda, abordando cores, estampas,características das peças de roupa, silhue-tas, entre outras informações que sejam re-levantes para o leitor, no que diz respeitoàs últimas tendências. Xico Gonçalves tam-bém aborda o histórico de alguma peça deroupa ou estilista e diferentes maneiras deusar ou combinar alguma peça de roupa queseja tendência. Já no caderno Vitrine, quemassina a coluna de moda é Rui Spohr, naqual é sempre escrita em primeira pessoa eilustrada com croquis de moda desenhadospelo próprio estilista. Sua coluna não ocupatoda a página e, em uma das edições ana-lisadas, percebeu-se que Rui não escreve so-bre moda, assim como nem todas abordamtendências de moda, mas é sempre um as-sunto atual.

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Considerações finais

Para complementar o estudo, foram rea-lizadas entrevistas com os seguintes profis-sionais do caderno Donna ZH: MarianaKalil, editora geral; Paola Deodoro, editorade moda e Xico Gonçalves, colunista demoda. Já os profissionais entrevistados docaderno Vitrine foram: Daniel Soares, editorassistente; Vera Pinto, jornalista da editoriade moda e Rui Spohr, colunista de moda.

Observou-se, primeiramente, que a roupacompõe a aparência final do sujeito e quenos vestimos pensando na nossa aparência fi-nal, na forma que seremos vistos pelas outraspessoas. A roupa não serve apenas para co-brir a nudez, como proteção ou para alimen-tar a vaidade, serve para nos comunicarmos.O que vestimos serve para nos diferenciamosde outros grupos e de outras pessoas e paraexpressarmos nossa individualidade.

Moda pode ser considerada como umalinguagem não-verbal, uma vez que nãousa palavras escritas ou faladas, até mesmoquando as roupas se cobrem de palavrascomo grifes e slogans. As roupas nos au-xiliam a demonstrar as nossas característicaspessoais, a adotar certos aspectos da nossaimagem, por exemplo, a juventude e tambéma marcar a pertença a algum grupo.

De certa forma, é correto dizer que umapessoa envia mensagem sobre si mesma aosoutros, através dos estilos e roupas que usa,pelo fato de selecionar suas roupas con-forme suas atividades naquele dia. Mas,ainda, questiona-se de quem é que envia amensagem, se o usuário da roupa ou o es-tilista, que dotou de informação a produçãoda roupa.

Os textos de moda devem ser bem elabo-

rados, precisos, com linguagem adequada ecom informações necessárias, para que hajauma boa comunicação entre o enunciador ereceptor. A moda proporciona ao jornalismoo desenvolvimento de novas possibilidadese o emprego de novas linguagens. Os e-xemplos de matérias apresentados não são asúnicas maneiras de se elaborar matérias demoda.

Contudo, pode-se perceber que temhavido uma intensa aproximação entremoda e jornalismo, através da produção dematérias, reportagens e, até mesmo, cader-nos específicos sobre moda, o que temsido muito importante, pois o jornal revela,interpreta, sugere e aponta para consumi-dores desses textos tendências e novidadesda moda.

Os colunistas de moda Xico Gonçalves eRui Spohr não são profissionais especializa-dos em jornalismo de moda, porém traba-lham no segmento atualmente e possuem umamplo conhecimento.

Sobre a importância do jornalismo demoda nos cadernos, os profissionais doDonna ZH acreditam que, atualmente, fala-se muito sobre moda e aqui no Sul não temum veiculo especializado. Para os profis-sionais do Vitrine, a moda é importante a me-dida que ocupa boa parte do caderno, geral-mente a capa e página central, sendo o as-sunto com mais espaço.

Os cadernos não apresentam discussão deassuntos relevantes da área da moda. Ostextos das colunas de moda não são elabo-rados por colunistas especializados na áreade jornalismo de moda, mas verificou-se queestes colunistas trabalham com moda diaria-mente, seja estilista ou não, observando, as-sim, que suas experiências com a moda es-

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tão relacionadas com a prática ao escreveremsua coluna.

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12 Roberta Dobrowoski & Denise Castilhos de Araujo

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