núcleo de pós-graduação pitágoras escola satélite...
TRANSCRIPT
Núcleo de Pós-Graduação Pitágoras
Escola Satélite
Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho
DISCIPLINA: ERGONOMIA
Conceitos e Prática
Aula 64
Prof: Pia Coeli Rosciano
Introdução à Ergonomia
Conceito
• Ergonomia = ergo (trabalho) nomus (discurso) = discurso ou estudo sobre o trabalho.
• Princípios ergonômicos podem se aplicados também para a concepção de produtos que não são bens de capital ou ferremantas de trabalho.
Conceito
O 1º uso da palavra ergonomia foi em 1857, pelo polonês Jastrzebowski, que procurou inspiração nas ciências naturais para definir as leis do trabalho e e a utilização das forças e capacidades humanas.
Histórico
A preocupação com a ergonomia existe desde a pré-história, quando o homem escolhia a pedra com a forma mais anatômica às suas mãos e mais adequada para ferir os animal que iria caçar.
Histórico
• Momentos importantes:
Estudos sobre anatomia humana no Renascimento A higiene industrial do século XVII. O período entre guerras e o projeto de armas. A reconstrução econômica do pós guerra.
Histórico No Brasil os primeiros estudos ergonômicos aconteceram na década de 80 e estão associados com a informatização de setores produtivos, principalmente ao setor bancário e à atividade de processamento de dados.
Histórico • A Norma Regulamentadora NR 17, da Portaria 3.214 de
1978 do MTE, que dispõe sobre ergonomia, ilustra bem esta origem.
• Sua 1ª versão estava focada na avaliação do mobiliário, uso de teclado e monitor, nº de toques por minuto, etc.
• O principal objetivo era minimizar os casos de doenças
ósteo-musculares associadas a este tipo de trabalho.
Histórico A versão atual (1990) é mais abrangente:
“ Visa estabelecer parâmetros que permitam à adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente”.
Conceitos
• Diferença entre: Trabalho prescrito e Trabalho real Uso real e Uso prescrito. • A atividade como um sistema complexo: x4+ 5y3 + 3z2 ... ....
Conceitos • Ação situada:
Observação participante, Entrevistas, Pesquisa documental, Benchmarking.
• Entender para depois intervir
Análise Ergonômica do Trabalho
O ponto central da ergonomia é a atividade de trabalho.
A atividade é um sistema complexo porque nela convergem, simultâneamente e em correlação ,vários fatores:
Organização do processo
Organização do trabalho
Tecnologia/ meios de produção
Relações humanas
Fatores ambientais
Conhecimentos práticos e procedurais
Tempo e espaço
Formas de Intervenção
• Ergonomia de correção
• Ergononmia de concepção.
• Ergonomia física
• Ergonomia cognitiva, e
• Ergonomia organizacional.
• Macro ergonomia e Antropotecnologia
O conceito de Carga de trabalho • É tudo aquilo que cria uma dificuldade a mais na
consecução de um objetivo.
• Além de executar o que lhe foi determinado, o trabalhador, antes, deve “contornar” esta dificuldade. Trabalhar mais no mesmo tempo, às vezes colocando em risco a própria segurança e saúde,
• Mascarando erros e deficiências na qualidade final do trabalho executado.
O conceito de carga de trabalho • Produtividade e qualidade de vida produtiva • Os fatores de “auto regulação” formais e informais: Físicos (apoios) Cognitivos (conhecimentos) Organizacionais (cooperação induzida) Temporais, etc.
O conceito de carga de trabalho
Tipos de carga de trabalho: Física Cognitiva Organizacional Psiquica
Carga Física
Biomecânica = estudo dos movimentos do corpo
Antropometria = estudo das dimensões do corpo para adaptação aos projetos de produtos.
Carga Física Acessibilidade = aplicações de princípios de design universal para ambientes de uso coletivo. Dimensionamento de fluxos, sinalização e orientação nos locais de trabalho.
Condições ambientais = avaliação das possibilidades de adequação das tarefas às condições de ruido, calor, vibração, condições de iluminação, etc.
Carga física • Estudo de lay out = áreas para a execução de atividades,
manobras, espaços entre máquinas e equipamentos, mobilidade, circulações e formas de comunicação.
• Proposta projetual do local de trabalho x realidade pós- ocupação.
• Dimensionamentos e ampliações.
• Flexibilidade do espaço.
Carga física: locais de trabalho • Os andares em vãos livres e o uso de divisórias
• Aspectos econômicos.
• Generalização do espaço x contextualização da atividade
• Mobiliário tipo ilhas ou estações de trabalho.
• Instalações elétricas, iluminação e janelas.
• Ambiente com ventilação artificial
• Acústica, reverberação
• Organização do espaço segundo sequência de Trabalho.
Locais de trabalho:diretrizes de intervenção
• Observação de locais de trabalho similares, entrevistas, projeto participativo.
• Correta definição das prerrogativas de cada atividade, instrumentos de trabalho adotados, regras de como o trabalho é realmente executado.
• Benchmarking de espaços similares
• Projetos de áreas de uso coletivo, regras de conduta.
• Distâncias e percursos x perda de tempo
Carga física: locais de trabalho • Separação das áreas de trabalho das áreas de circulação.
• Proposta organizacional das atividades de trabalho, modelo de gestão.(Ex: gestão a vista)
• Trabalhos individuais e células coletivas
• Trabalho em equipe x privacidade; atendimento ao público
• Formas de controle da produtividade
• Orientação, visibilidade e barreiras físicas e visuais
Carga Cognitiva • Está relacionada com os conhecimentos necessários
para realizar uma determinada atividade.
• Conhecimentos práticos e teóricos
• Modalidades de treinamento
• Legibilidade e leiturabilidade
• Características da apresentação formal dos documentos com instruções de trabalho e manuais de equipamentos.
• Consultas a intranet ou internet interativas.
Carga Cognitiva
• Está relacionada com atividades que requerem memória, atenção e “ tomada de decisões”.
• Paradoxo: antecipar a ocorrência de problemas e agir prontamente sem ter o conhecimento sem ter o conhecimento suficiente sobre a situação para intervir.
• Está condicionada à eficiência dos sistemas de controle e informação presentes nos locais de trabalho.
Carga cognitiva
• Está condicionada à existência de procedimentos de emergência bem definidos
• É inerente a um alto grau de responsabilidade.
• Está mais presente em processos de trabalho aumomatizados e informatizados e atividades de manutenção de máquinas e equipamentos.
Carga cognitiva
• Insuficiência de participação dos trabalhadores na definição dos procedimentos.
• Falta de definição e estudo detalhado das competências requeridas para a realização das atividades.
Carga Cognitiva - Diretrizes de Intervenção
Melhoria das competências
Melhoria das condições de trabalho (manutenção e monitoramento de controles)
Melhoria dos históricos de falhas e modalidades de controle das variabilidades do processo produtivo.
Implantação de procedimentos específicos/emergências
Favorecer auto regulação/interação do coletivo trabalho.
Carga Organizacional
• Está presente em ambientes de trabalho altamente hierarquizados e pouco participativos.
• È inerente a contradições entre o que é exigido como resultado de uma atividade e a não disponibilização dos meios necessários e adequados para desenvolvê-las.
Carga Organizacional
• Assédio moral
• Stress psíquico: resultante de todas as outras formas de carga de trabalho.
• Efeitos psicosomáticos.
Maior causa de afastamentos do trabalho pelo INSS.
Macro ergonomia
• É inerente aos processos de transferência de tecnologia:
equipamentos,
processos e
modelos de organização do trabalho.
• Empresas multinacionais e mercado globalizado.
Análise Ergonômica do trabalho
• Análise da demanda
• Funcionamento da empresa
• Análise global da atividade
• Pré diagnóstico
• Análise sistemática
• Diagnóstico
• Recomendações
Metodologia de Análise Ergonômica do Trabalho
Análise da Demanda
Ferramentas
• Entrevistas
• Observações
• Pesquisa documental
• Benchmarking
Análise da Demanda
Objetivos
• Explicar o que é a intervenção
• Levantar queixas e dificuldades
• Dimensionar a avaliação
• Definir prioridades
• Cronograma
Análise da Demanda
Entender e avaliar:
• Expressão do problema
• Origens de demandas
• Conflitos de interesses
• Negociar proposição de intervenção
Análise da Demanda
Colocar a atividade como mediação entre as pessoas e o contexto de trabalho
EFEITO DO PROBLEMA
Localização Meio
ambiente Mão de
obra Método
Fluxo Relações pessoais
Medida Matéria prima
Componentes do sistema de trabalho a ser analisado
Funcionamento da Empresa
• A abrangência do levantamento de dados depende das características da empresa em estudo.
• Pesquisa de informações e fatos que melhoram o entendimento dos problemas da atividade de trabalho
Funcionamento da Empresa
• Aborda aspectos técnicos, organizacionais, sociais e geográficos da empresa em análise.
• Explicar determinantes da situação
• Ampliar problemas e seus nexos causais
• Especificar objetivos e conflitos
Funcionamento da Empresa
• Mercado ( cliente)
• Produto (qualidade,tipo, materiais)
• Histórico da empresa (origem, evolução, política)
• Geoeconomia localização,tecido industrial e social)
• População (sexo, idade, qualificação, saúde )
Funcionamento da Empresa
• Organização da produção (processos, fluxo, lay out, tecnologia)
• Organização do trabalho (turnos, divisão de tarefas, equipes de trabalho)
• Legislação (ambiental, segurança, qualidade)
• Traços (peculiaridades socioculturais)
Análise Global da Atividade
• Observação dos comportamentos
• Explicitação dos determinantes do comportamento
• Exigências reais da tarefa
• Condições de realização da atividade
• Respostas para questões da análise da demanda
Pré-diagnóstico
• Construção das hipóteses sobre as causas dos problemas determinados pela demanda
• Evitar a realização de análises e observações desvinculadas da problemática da intervenção
• Comprovar quantitativamente e/ou qualitativamente hipóteses colocadas
Análise Sistemática
• Estudo de Viabilidade
Técnica (projetos, impactos na rotina)
Financeira (recursos disponíveis e planejamento de gastos futuros)
Operacional (pessoas internas e externas p/execução da intervenção)
• Segundo processo de validação e auto-confrontação
Diagnóstico e Recomendações
• Diretrizes e especificação técnica de projetos para a solução dos problemas ergonômicos
• Elaboração de um plano de ação
• Cronograma de implantação das soluções propostas
• Acompanhamento
PROJETO ANÁLISE ERGONÕMICA
DO TRABALHO – Novembro 2012
PLANO DE AÇÃO – FONTES DE RISCO ERGONÔMICO DO
PÁTIO DE MANOBRAS
Data:
Responsável:
Agente Foto Ação Objetivo Responsável Custo Prazo Ok/não ok Observação
Análise Ergonômica de concepção
Análise de situação de referência
• Características da população de trabalhadores
• Como são as atividades
• Infraestrutura e tecnologia
• Fatores ambientais
• Fatores organizacionais
• Tarefas prescritas e tarefas reais
Análise ergonômica de Concepção
Formação do quadro futuro
Levantar dados sobre a empresa contratante do serviço:
Proposta de gestão e modelo de organização pretendido
Recursos financeiros
Disponibilidades estruturais
Descrição da população futura
Descrição das tarefas futuras
• Com base nas decisões sociais realizar as escolhas técnicas
Ergonomia de Concepção
Previsão da atividade futura
• Confrontar os dados da formação do quadro futuro com a situação de referência
• Avaliar modelos mentais dos projetistas e dos trabalhadores
• Reconstituição previsional da atividade futura provável
• Realizar modelo de proposta futura
Conhecimento em ergonomia
Avaliação e concepção
• Execução dos projetos
Análise da atividade real
• Análise pós-ocupação
• Feed back dos resultados alcançados
• Avaliação da população
• Avaliação das tarefas e atividades reais
Criação de modelos de reavaliação constantes e
dinâmicos com a participação dos trabalhadores
(gestão participativa).
Antropometria
Antropometria • Na elaboração de pesquisas antropométricas, verificar a
definição exata das medidas e as características da população em que a amostra foi baseada.
• Escolher dados para a amostragem significativamente representativa da população em estudo.
Antropometria • As dimensões antropométricas podem variar
segundo as etnias, a época em que se realizou a amostragem, a sociedade, etc.
• Projetos feitos no exterior nem sempre se adaptam ao biótipo brasileiro. Há maior diferença ocorre entre as mulheres
B i ó t i p o s
Antropometria • No uso de dados antropométricos, verificar qual a
tolerância aceitável para acomodar as diferentes dimensões encontradas na população de usuários.
• Calcular o intervalo de confiabilidade desejado. • Considerar as possibilidades de ajustes estáticos,
dinâmicos e funcionais. • Os objetos podem ser dimensionados para a média da
população (50%) ou para extremos (5% ou 95%) • Permitir a acomodação de pelo menos 90% dos usuários.
Antropometria • Projetos para o tipo médio (este indivíduo não existe).
• Projetos para os extremos (economicamente inviáveis)
• Projetos para o indivíduo
(é artesanato e não design industrial, produção seriada)
• Projeto para faixas de população.
• Adequação do objeto à função.
• Considerar necessidades de variação de postura e possibilidades de usar apoios.
Intervalo de confiabilidade 0% 5% 95% 100%
FAIXA DA POPULAÇÃO
A RESPONDER EXTREMO ABAIXO DO
MÍNIMO
EXTREMO ACIMA
DO MÁXIMO
50%
X 90%
Nº PESSOAS 100%
Tabelas antropométricas Referências internacionais DIN 33402 de junho de 1981 – Alemanha. Weight, hight and selected dimensions of adults –
U.S. Dept. Of health education and walfare , junho 1965.
Afnor x – 35-104 de 1980 – França.
Tabelas antropométricas
Referências nacionais FIBGE, estudo nacional de defesa familiar R.J. 1977. Não existem tabelas normatizadas baseadas na mensuração da população brasileira.
Antropometria • A tipologia da população brasileira do sul e sudeste
se aproxima do tipo europeu mediterrâneo.
• Construção de uma tabela através da análise da atividade real de trabalho ou de uso.
• As modalidades de teste (planejar experimento).
• Solução de compromisso
• Dimensionamento de folgas
Antropometria e Estatística
• As medidas antropométricas seguem uma distribuição normal ou curva de Gauss.
• Percentis coeficientes
• 10-90% 1,282
• 05-95% 1,645
• 01-99% 2,326
Antropometria e Estatística
• Ex: numa amostra, a estatura média é de 167,7 cm e o desvio padrão é de 7,5 cm, para os percentis de 05-95% (coeficiente = 1,645) temos os seguintes intervalos:
• Para 5%: 167,7 – (7,5 x 1,645) = 155,4 cm
• Para 95% 167,7 + (7,5 x 1, 645) = 180,0 cm
ALTURA Nº DE
PESSOAS
1.50 1
1.53 3
1.54 5
1.55 28
1.56 56
1.60 70
1.62 56
1.64 28
1.65 5
1.68 3
1.70 1
TOTAL= 256
VARIAÇÃO DE ALTURAS
0
20
40
60
80
1.50
1.53
1.54
1.55
1.56
1.60
1.62
1.64
1.65
1.68
1.70
ALTURASN
º D
E P
ES
SO
AS
Antropometria e estatística O tamanho da amostra depende do desvio padrão e da precisão desejada das medidas, onde: n = (t.s / e)2
n = nº de sujeitos
t = coeficiente tabelado
s = desvio padrão ( quadrado da variância = s2)
e = precisão estatística desejada
Antropometria e estatística
Ex: determinar o tamanho da amostra para calcular a estatura média de uma população com desvio-padrão de 08 cm e precisão de 02 cm. O valor tabelado de t = 1,99.
N = (1,99 x 8 / 2)2= 63 pessoas.
CALCULO DO PERCENTIL PARA ALTURA
ALTURA Nº DE PESSOAS FREQUÊNCIA
ACUMULADA
1.50 1 1
1.53 3 4
1.54 5 9
1.55 28 37
1.56 56 93
1.60 70 163
1.62 56 219
1.64 28 247
1.65 5 252
1.68 3 255
1.70 1 256
TOTAL= 256
PeMIM = 5/100 X Nº DE PESSOAS MEDIDAS
PeMIM = 5/100 X 256 = 12, 8 9 NA COLUNA DE FREQUÊNCIA
A ALTURA = Pe MIM = 1.54 CM
PeMÉDIO = 50/100 X Nº DE PESSOAS MEDIDAS
PeMÉDIO = 50/100 X 256 = 128,0 163 NA COLUNA DE FREQ.
A ALTURA = Pe MÉDIO = 1.60 CM
Pe MAX = 95 / 100 X Nº PESSOAS MEDIDAS
Pe MAX = 95/100 X 256 = 243.2 247 NA COLUNA DE FREQUÊNCIA
A ALTURA = Pe MAX= 1.64 CM
Cálculo do Percentil
BIOMECÂNICA I
Biomecânica Ocupacional • O corpo como um sistemas de alavancas
• Postura estática e dinâmica
• O sistema músculo- esquelético
• Cálculo de forças
• As tabelas bionecânicas
• Os apoios
Sistema de alavancas
Sistema musculoesquelético
Coluna vertebral
Doenças da coluna
Tab
elas
de
fo
rça
Tab
ela
s d
e f
orç
a
Tab
ela
s d
e f
orç
a
Ta Be Las
de
For ça
Filme http://www.youtube.com/watch?v
=lJ6ND7oETUk&feature=related
Biomecânica II
Apoios
Apoios
Biomecânica Ocupacional • Objetos geométricos e anatômicos
• Senso sinestésico
• Esteriótipo popular
• Movimentos retos e curvilíneos
• Precisão, ritmos e terminações
• Compatibilidade de movimentos
• Domínio visual da área de trabalho
• Área de alcance e área ótima de trabalho
Objetos geométricos e anatômicos
Precisão, ritmo e terminações
Precisão, ritmo e terminações
Este
reó
tip
o p
op
ula
r
Este
reó
tip
o p
op
ula
r
ESTEREÓTIPO POPULAR
Senso Sinestésico
DOMÍNIO VISUAL
ÁREA DE ALCANCE E ÁREA ÓTIMA DE TRABALHO
FALTA DE ESTERIÓTIPO OU FALTA DE PADRÃO ?
MUITO OBRIGADO !