novela de - rl.art.br · razão e emoção capítulo 56 pág: 2 cena 01. rua carioca. ext. tarde...
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 1
RAZÃO E EMOÇÃO
Novela de
Rômulo Guilherme
Criada e escrita por:
Rômulo Guilherme
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 2
CENA 01. RUA CARIOCA. EXT. TARDE
Continuação da última cena do capítulo anterior. Um
dos policias mata o outro bandido. Suelen coloca a mão
na barriga, na altura do seu útero, e percebe que está
sangrando. Fica desesperada, em pânico. Olha pros
lados. A visão já ficando turva, as forças indo
embora.
Suelen - (grita) Socorro! Alguém me ajuda!
Estou grávida!
Suelen caí, já desmaiada. Os policias vão lhe
socorrer. Curiosos aproximam-se.
Corta para:
CENA 02. CASA CHICO. INT. TARDE
Chico sente um aperto no peito, uma sensação estranha.
Instantes. Corta para:
CENA 03. PRONTO SOCORRO. CORREDOR. INT. TARDE
Suelen é levada desacordada, às pressas, em direção a
sala de emergência.
Corta para:
CENA 04. JOALHERIA. SALA DORA. INT. TARDE
Dora assina uns documentos que sua secretária lhe dá,
a medida que vai falando.
Secretária - Ficou sabendo do tiroteio que
acabou de acontecer?
Dora - Outro?
Secretária - Acabou de darem a notícia.
Dora - Isso parece que nunca vai ter fim!
Secretária - Parece que atingiu uma mulher
grávida.
Dora - (chocada) Que horror! Tomará que
ela e o bebê estejam bem.
Corta para:
CENA 05. RESTAURANTE INÊS. COZINHA. INT. TARDE
Inês aparece e aproxima-se de Nico. Funcionários
limpa, organizam a cozinha.
Inês - Tudo certo por aqui?
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Nico - Tudo no controle. E a tal mulher
que o Raul indicou pra trabalhar
aqui não deu mesmo as caras?
Inês - Nem sinal. Parece que desistiu.
Vou ligar pro Raul pra avisar que
ela não apareceu. Dar uma
satisfação.
Nico - Estranho, não?
O maître aparece.
Maître - Sua sogra está lá fora e quer
falar com você!
Nico e Inês se olham.
Nico - A jararaca apareceu!
Corta para:
CENA 06. RESTAURANTE INÊS. SALÃO. INT. TARDE
Inês, fria, séria, vem da cozinha e encontra com
Carolina.
Inês - Já fechamos pro almoço.
Carolina - Podemos conversar?
Corta rápido para:
CENA 07. RESTAURANTE INÊS. ESCRITÓRIO. INT. TARDE
Inês entra, seguida de Carolina, que fecha a porta.
Inês - Não temos nada pra conversar,
Carolina.
Carolina - Vamos agir como adultas e deixar
nossas diferenças de lado. Temos um
assunto pendente e vim pra falar
sobre isso.
Inês - Não vou discutir com você,
Carolina. Se você quer mesmo levar
essa história de tirar o Eduardo de
mim, vamos resolver isso na justiça.
Carolina - Podemos evitar chegar a esse
ponto. É por isso que tive o
trabalho e o dissabor de vir falar
com você.
Inês - Então fale de uma vez o que veio
me dizer.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 4
Carolina - Quero lhe propor um acordo: você
me entrega o Eduardo, pra que eu o
crie, e deixo que você o visite
sempre que quiser.
Inês fica chocada, sem acreditar no que acaba de ouvir
e começa a ri de forma debochada.
Carolina - Contei alguma piada por acaso?
Inês - Você só pode ter ficado louca,
Carolina.
Carolina - Pense bem, Inês. Vai ser um
desgaste a menos.
Inês - Não vou te entregar meu filho como
se fosse uma mercadoria, um produto
que não gostei e que agora estou
devolvendo.
Carolina - Vai ser melhor pra todos nos,
principalmente pro Eduardo. Temos
que pensar no bem estar dele, que
mesmo novinho, vai sentir o clima de
briga, de disputa entre nós duas.
Inês - É só no meu filho que eu penso,
Carolina e não tenho medo de briga.
Pelo meu filho eu sou capaz de tudo!
Carolina - Então deixe que a justiça decida
então, pois não vou poupar esforços
pra ficar com meu neto.
Inês - Tenho o Gustavo do meu lado, me
assessorando como advogado.
Carolina - Você enfeitiçou meu filho, como
enfeitiçou a Lívia.
Inês - (solta) Ao invés de você ficar se
preocupando comigo, devia estar se
preocupado com seu marido.
Carolina - (sem entender) Tá querendo dizer o
que com isso?
Inês - Sabe aquele ditado: quem avisa
amigo é? Eu não sou sua amiga, mas
estou te dando um aviso, um toque,
melhor dizendo.
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Carolina - (ameaçadora) Você não sabe com
quem está mexendo, Inês.
Inês - Não tenho medo de cara feia,
Carolina. E agora que uma já disse o
que queria pra outra, me dá licença,
pois ao contrário de umas, que vivem
no ócio, eu trabalho!
Carolina fuzila Inês com os olhos antes de sair. Inês
recosta na sua cadeira, tentando se recompor desse
embate. Nico entra.
Nico - Que energia negativa tem essa
mulher. Contaminou o ambiente.
Inês - Ela pode até tentar, mas não vai
me desequilibrar, me intimidar. O
Eduardo é meu filho. Meu e da Lívia.
Corta para:
CENA 08. CARRO CAROLINA. INT. TARDE
Carolina entra no carro, espumando de raiva, furiosa.
Roberto no volante.
Roberto - Tudo bem com a senhora?
Carolina - (tom) Vamos logo pra casa. Minha
cabeça parece que vai explodir.
Roberto liga o carro e acelera, partindo. Carolina
digerindo o que Inês lhe disse.
Corta para:
CENA 09. JARDIM BOTÂNICO. EXT. TARDE
Lupe e Nicole acabam de se beijarem e ficam abraçados
um de frente pro outro. Tudo bem carinhoso, romântico.
Lupe - Estava com saudade dos seus
beijos, dos seus carinhos, de você
por completa, Nicole.
Nicole - Não gostou dos beijos, dos
carinhos, da Melissa?
Lupe, brincando, pensa um pouco, provocando Lupe.
Lupe - São bons, mas prefiro os seus.
Nicole caí na brincadeira e dá uns tapinhas em Lupe,
que lhe abraça mais forte.
Nicole - Engraçadinho!
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Risos.
Nicole - Não sabe a raiva, o ódio que senti
quando vi você e a Melissa juntos.
Lupe - (se achando) Isso que dá ser um
homem desejado por todas.
Nicole - (rindo) Convencido!
Lupe - Vou terminar com a Melissa, assim
como eu espero que você termine com
o Jeferson.
Nicole - É claro. Terminar o que nem devia
ter recomeçado.
Lupe - Dar um pé na bunda naquele playboy
metido a beste.
Nicole - Você tinha alguma dúvida de que eu
iria terminar com o Jeferson?
Lupe - Só pra garantir.
Nicole - Você é o homem da minha vida e
depois do que o Jeferson fez, nem
sei se vou conseguir olhar direito
na cara dele de tanta raiva, nojo,
desprezo.
Lupe - Vi sim. E vai dizer que estamos
juntos novamente. Mais forte do que
antes.
Nicole - Sabe o que estou pensando aqui?
Lupe - O quê?
Nicole - Que os dois poderiam ficar juntos.
Quem sabe não se descobrem
apaixonados. Não tão apaixonados
como a gente, mas quem sabe.
Lupe - Vamos parar de falar desses dois e
vamos continuar aproveitando esse
nosso momento juntos, que está tão
gostoso...
Eles se beijam novamente.
Corta para:
CENA 10. CONSTRUTORA. SALA RAUL. INT. TARDE
Raul no celular.
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Raul - (cel.) Estranho ela não ter
aparecido. Ficou tão empolgado com a
possibilidade de trabalhar no seu
restaurante... (t) Agradeço pela
atenção, Inês.
Raul desliga.
Raul - Onde você se meteu, Suelen?
Corta para:
CENA 11. CEMITÉRIO. EXT. TARDE
Inês, muito emocionada, acaba de colocar um vaso de
flor em cima da lápide de Lívia.
Inês - (abalado) Que saudades, meu amor.
sinto tanta sua falta... Me dê
forças pra lutar pelo nosso filho.
Não deixe que essa grande injustiça
se concretize como sua mãe tanto
deseja...
Corta para:
CENA 12. ANGRA. GERAIS. EXT. TARDE
Corta para:
CENA 13. CASA CHICO. COZINHA. INT. TARDE
Chico acaba de se servir de um bom pedaço de pudim.
Chico - Meu doce favorito.
Corta rápido para:
CENA 14. CASA CHICO. SALA. INT. TARDE
Chico senta no sofá e começa a comer o pudim, todo
animado, com a boca salivando.
Chico - Comer rápido, antes que a Suelen
apareça...
Chico come mais rápido. Seu celular, em cima da
mesinha de centro, começa a tocar e Chico atende.
Chico - (cel.) Alô? (estranha) Hospital?
(assusta) É minha filha. O que
aconteceu com a Suelen?... Baleada?
Chico leva um grande susto. De sua reação, corta para:
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1° INTERVALO COMERCIAL
CENA 15. HOSPITAL. SALA CIRURGIA. INT. TARDE
Suelen está sendo operada. Instantes. Corta para:
CENA 16. PRAIA. LUGAR AFASTADO. EXT. TARDE
Lucas, pensativo, observa o mar. Insert da cena 33, do
capítulo anterior.
Chico - Não acha que passou da hora de
contar pra Dora toda a verdade?
Lucas - Passou, Chico. Mas o medo de
perdê-la, depois de tudo o que
passamos, me impede, me bloqueia,
mesmo sabendo que é o que eu tenho
que fazer.
Chico - É melhor que a Dora saiba por
você, do que pela boca dos outros,
Lucas.
Fim do insert.
Lucas - Me dê forças e coragem, minha mãe
Iemanjá. Hoje vou contar tudo pra
Dora!
Binho vem correndo.
Binho - (afoito) Vem rápido, Lucas. O
Chico tá passando mal...
Lucas se assusta.
Corta para:
CENA 17. CASA CHICO. SALA. INT. TARDE
Chico, muito abalado, bebe água sentado no sofá,
tentando se recompor, diante da notícia que recebeu.
Lucas e Binho entram correndo.
Lucas - Que foi, meu amigo?
Chico - A Suelen foi balada, Lucas.
Lucas leva um grande susto.
Lucas - Baleada? Como aconteceu isso?
Chico - Uma funcionária do hospital, pra
onde ela foi levada, acabou de me
ligar...
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Chico continua falando, sem áudio. Lucas e Binho
atentos.
Corta para:
CENA 18. ESCRITÓRIO LUIZA E HEITOR. INT. TARDE
Luíza está recostada em sua cadeira, distante,
pensativa. Insert da cena 34, do capítulo 55:
Luíza entrando no restaurante. Um senhor, com quem
Luíza foi se encontrar, faz sinal e Luíza caminha em
direção a mesa. Nesse momento, vê Raul ainda segurando
a mão de Mafalda. Reage. Fica estarrecida com o que
vê. Momento.
Fim do insert.
Heitor entra, segurando um documento, aproxima-se da
mesa de Luíza, que está longe.
Heitor - (entregando) É pra você.
Luíza volta a si e pega o documento.
Luíza - Obrigada.
Heitor percebe Luíza estranha.
Heitor - Que cara é essa? Algum problema?
Luíza - Presenciei uma cena, que me deixou
chocada. E agora não sei o que faço:
se conto o que flagrei ou se guardo
pra mim.
Heitor - Traição?
Luíza - Envolvendo um casal de grandes
amigos.
Heitor - Que situação, hem?
Luíza - Nem fala. Estou entre a razão e o
coração.
Corta para:
CENA 19. JOALHERIA. SALA DORA. INT. TARDE
Dora trabalha. Sua secretária aparece na porta.
Secretária - Tem uma senhora querendo falar com
você.
Dora - Não estou esperando ninguém...
Uma senhora bem vestida, de aproximadamente 50 anos,
aparece.
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Senhora - Tenho uma entrega muito especial
pra você.
A secretária saí. A senhora tira da bolsa uma carta e
entrega pra Dora, que estranha, sem entender nada.
Dora - (estranha) Foi à senhora quem me
mandou uma carta recentemente?
Senhora - Não.
Dora - Do que se trata essa carta?
Senhora - Não é minha. Como falei, é uma
entrega muito especial, de um grande
amigo seu.
Dora - Amigo?
Senhora - Essa carta é do Gabriel!
Dora reage, surpresa com o que escuta.
Dora - (revoltada) Que brincadeira de mal
gosto. O Gabriel está morto!
Senhora - Morto nesse plano, mas vivo no
plano espiritual.
Dora - (confusa) Eu não estou entendendo.
Senhora - Calma. Eu vou explicar tudo.
Corte descontínuo para Dora e a senhora no sofá,
tomando café, enquanto conversam.
Senhora - Eu sou médium. Seu amigo Gabriel
se comunicou comigo e te mandou essa
carta que psicografei.
Dora - Não acredito nessas coisas...
Senhora - Mesmo assim leia. Mas lei de
coração aberto. (t) A vida não
termina com a morte do nosso corpo
nesse plano em que estamos. Quando
desencarnamos, nosso espírito
continua vivendo num outro plano.
Apenas voltamos pra casa.
Dora - Acho bonito a religião espírita.
Mas depois da perda que tive, deixei
minha fé, crenças, um pouco de lado.
Senhora - A morte não é o fim e sim o
recomeço.
Dora fica muito mexida. Vai abrir a carta, mas a
senhora lhe detém.
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Senhora - Não abra agora. Abra quando você
se sentir preparada.
Dora encara a senhora, que lhe sorri.
Senhora - Agora preciso ir. Como Chico
dizia: sou apenas um carteiro, que
recebe e entrega as cartas.
A senhor saí. Dora encara a carta por alguns segundos,
até que resolve abri-la e começa a ler.
Gabriel - (voz) Querida amiga Dora, quantas
saudades! Em primeiro lugar, quero
que saiba que estou bem. Sinto muito
sua falta. Fico feliz em saber que
você está bem, ao lado do homem que
ama. (t) Desde que desencarnei,
ainda não consegui me desligar
totalmente do plano físico e dos
sentimentos humanos. Espíritos de
luz estão me auxiliando desde que
cheguei aqui, me preparando pra
minha nova caminhada e a me ajudando
a me conformar com minha passagem
inesperada e que aconteceu de uma
forma criminosa.
Dora fica assustada.
Gabriel - (voz) Eu fui ASSASSINADO! A Sílvia
ceifou minha vida, Dora. Ela é a
responsável pela minha morte!
Dora larga a carta, chocada, muito abalada.
Corta para:
CENA 20. MADUREIRA. RUA. EXT. TARDE
Lupe vem caminhando em direção a sua casa, quando vê
Olavo saindo do carro e entrando no prédio de Camila.
Corta para:
CENA 21. AP. CAMILA. SALA. INT. TARDE
Camila abre a porta. É Olavo.
Olavo - Nem vai me convidar pra entrar?
Camila - (fria) O que você quer aqui?
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Olavo - Vim te convidar pra gente dar uma
volta.
Camila - (ríspido) Não quero.
Camila tenta fechar a porta, mas Olavo consegue entrar
assim mesmo. Dá uma olhada na casa, com certo desdém.
Olavo - Você é muito burra mesmo. Se
quisesse podia morar num lugar muito
melhor do que esse.
Camila - Foi você quem mandou destruir a
loja do Cazé, não foi?
Olavo senta no sofá, bem a vontade.
Olavo - (cínico) Ficou bem destruída mesmo
(risos)
Camila se enfurece e parte pra cima de Olavo, querendo
extravasar sua raiva. Olavo lhe contém.
Camila - (nervosa) Desgraçado! Você tinha
que estar preso. Seu bandido!
Olavo - (tom) Ao invés de estar nervosa
assim, você tinha que me agradecer
pelo fato desse sujeito ainda estar
vivo, pois caso vocês não terminem
essa relação ridícula, eu o mando
direto pro quinto dos infernos, sem
direito a escala.
Camila e Olavo se encaram.
Corta para:
CENA 22. CASA LUPE E CAZÉ. INT. TARDE
Cazé agitado, diante do que Lupe fala.
Lupe - Vi ele entrando agora.
Cazé - Eu vou até lá. A Camila pode estar
correndo algum risco.
Lupe - Vamos chamar a polícia primeiro.
Cazé - Não vai adiantar nada. Não temos
nenhuma prova de que foi ele o
responsável por ter colocado fogo na
loja.
Cazé caminha em direção a porta.
Lupe - Cuidado, Cazé. Esse cara já
mostrou do que é capaz.
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Cazé saí apressado; Lupe preocupado.
Corta para:
CENA 23. AP. CAMILA. SALA. INT. TARDE
Camila abre a porta, furiosa.
Camila - Saí!
Olavo - Não vai nem oferecer um cafezinho?
Camila - Dá o fora!
Olavo - (cafajeste) Você sabe ser mais
agradável, Camila. Será que esse
agrado só funciona na cama?
Camila lhe dá um tapa em Olavo, que reage, pronto pra
lhe devolver o tapa, quando Cazé chega e segura seu
braço.
Cazé - (firme) Você não vai encostar
nenhum dedo nela!
Close alternado deles.
Corta para:
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2° INTERVALO COMERCIAL
CENA 24. AP. CAMILA. INT. TARDE
Continuação imediata. Olavo se solta de Cazé.
Olavo - (debochado) Veio salvar sua amada
do vilão?
Cazé - Vim acabar com você, da mesma
forma que você acabou com minha
loja!
Cazé já dá um soco em Olavo, que perde o equilíbrio e
caí. Camila tenta segurar e acalmar Cazé.
Camila - Vai embora, Cazé.
Com os dois distraídos, Olavo levanta, o canto da sua
boca sangra. Tira sua arma da cintura e aponta em
direção a Cazé.
Olavo - Vem, valentão. Vamos ver quem é
mais forte agora.
Cazé - Não sabe brigar igual homem não?
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 14
Olavo - Posso meter um tiro bem no meio da
sua testa agora se eu quiser. Minha
mira é boa!
Cazé - (enfrenta) Atira então. Não tenho
medo da morte!
Olavo - Corajoso você!
Camila entra na frente de Cazé, tentando lhe proteger.
Camila - Abaixa essa arma, Olavo. Não faça
nada.
Lupe aparece.
Lupe - Chamei a polícia!
Olavo se assusta. Guarda a arma e antes de sair, fala,
num tom ameaçador:
Olavo - Isso ainda não acabou!
Olavo saí, empurrando Lupe do caminho. Camila abraça
Cazé bem forte.
Camila - Você é louco, Cazé.
Cazé - Louco por você, Camila. Não ia
deixar que ele fizesse nada contra
você.
Eles se abraçam novamente, mais forte e depois se
beijam, mais aliviados.
Corta para:
CENA 25. HOSPITAL. ENFERMARIA. INT. TARDE
Suelen ainda está apagada, devido à cirurgia. Chico,
emocionado, acaricia a filha; Lucas do lado, junto do
médico.
Chico - (preocupado) Minha filha não vai
acordar?
Médico - É a anestesia. Mas logo vai
passar.
Lucas - E qual é o estado dela, do bebê,
doutor?
Médico - Ela vai ficar bem. Mas como a bala
atingiu o feto, infelizmente não
pudemos fazer nada pra salvar a vida
dele. Lamento muito.
Lucas e Chico se olham, consternados, pesarosos.
Corta para:
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CENA 26. JOALHERIA. SALA DORA. INT. TARDE
Dora se recupera do choque que levou com a carta.
Insert do áudio da cena 19:
Gabriel - (voz) Eu fui ASSASSINADO! A Sílvia
ceifou minha vida, Dora.
Fica muito mexida, incomodada. Até que pega o papel e
saí da sala.
Corta para:
CENA 27. JOALHERIA. SALA SÍLVIA. INT. TARDE
Sílvia mexe em sua bolsa, guardando seus objetos,
demonstrando que está se preparando pra ir embora.
Dora entra, segurando a carta.
Sílvia - Quase que não me pega aqui mais.
Dora - Preciso te mostrar uma coisa.
Sílvia - Algum documento que não li ainda?
Dora entrega a carta pra Sílvia.
Dora - É uma carta, do Gabriel!
Sílvia fica surpresa com o que escuta.
Sílvia - (reage) Do Gabriel? Que loucura é
essa, Dora?
Dora - Leia. Estou chocada. Ele te acusa
de algo terrível, Sílvia!
Sílvia, muito cismada, senta e começa a ler a carta.
Corta para:
CENA 28. MANSÃO. QUARTO GUSTAVO. INT. TARDE
Gustavo está mexendo no seu notebook. Carolina entra,
aproxima-se carinhosa.
Carolina - Fico tão feliz em saber que você
resolveu voltar a morar aqui.
Gustavo - Só o tempo de resolver a questão
do Eduardo.
Carolina - Pena que pra ficar do lado daquela
mulher e contra mim.
Gustavo - Ao lado do que é justo, mãe. Do
que é certo!
Carolina - Mas eu sou sua mãe, Gustavo. Você
devia pensar nisso.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 16
Gustavo - E a senhora devia pensar na Lívia,
que tenho certeza que de onde ela
estiver não concordar com o que está
fazendo.
Carolina - Essa Inês só pode ser alguma
bruxa, macumbeira, sei lá o quê.
Consegue sempre colocar meus filhos
contra mim, me deixando como a vilã
da história.
Gustavo - Estou agora mesmo estudando casos
parecidos, pra me preparar melhor
pra essa guerra que a senhora
declarou.
Carolina - Só quero o bem do meu neto. E sei
que o bem dele é aqui comigo!
Gustavo - Isso vamos resolver na justiça, já
que pelo visto, a senhora não vai
desistir de levar isso a diante.
Carolina - Não mesmo!
Corta para:
CENA 29. JOALHERIA. SALA SÍLVIA. INT. TARDE
Sílvia termina de ler a carta e olha pra Dora.
Dora - Então? O que acha achou?
Sílvia - Não vai me dizer que você
acreditou nisso?
Dora - Estou sem reação, Sílvia. Sem
saber o que falar, o que dizer.
Nunca tinha passado por essa
situação. Estou arrepiada até agora!
Sílvia - (explode, nervosa) Pelo amor de
Deus, Dora! Não sei quem te mandou
essa carta, mas está querendo fazer
você voltar contra mim, me acusando
de algo absurdo, que não fiz.
Dora - Sinceramente, Sílvia: eu não te
reconheço mais há muito tempo.
Sílvia - Você acha que eu seria capaz de
matar alguém?
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 17
Dora - Posso ter me decepcionado muito
com você. (pausa dramática) Mas sei
que não seria capaz de tirar a vida
de alguém.
Sílvia - (aliviada) Ah, que bom. Achei que
iria acreditar nessa palhaçada aqui
(carta).
Dora pega a carta.
Sílvia - Queime isso, vai ser melhor pra
todos e principalmente pra mim. Não
quero ser acusada por aí de algo que
não fiz...
Dora fica muito cismada, incomodada, desconfortável
com essa situação. Saí da sala.
Sílvia - Era só o que me faltava ter que
ficar me preocupando com esse
desgraçado, que mesmo morto, quer me
ferrar!
Um vento entra pela janela, assustando Sílvia, que
debocha de sua reação.
Sílvia - Vai ficar com medo de alma penada
agora, Sílvia?!
Sílvia pega sua bolsa e saí. Um porta retrato de
Sílvia, em cima de sua mesa, caí misteriosamente.
Corta para:
CENA 30. MADUREIRA. RUA. EXT. TARDE
Virgínia e Joana acabam de sair do supermercado e
caminham pela rua.
Joana - Tá tudo tão caro, pela hora da
morte.
Virgínia deixa cair suas sacolas, tendo uma sensação
estranha, um pressentimento que de algo ruim vai
acontecer.
Joana - (preocupada) Que foi, mulher? Tá
passando mal?
Virgínia fica abafada, com a mão no peito.
Virgínia - Não sei. Um aperto, um nó na
garganta, uma sensação de que algo
ruim vai acontecer.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 18
Corta para:
CENA 31. EMPRESA ÔNIBUS. VESTIÁRIO. INT. TARDE
Clóvis, de uniforme, acaba de tirar do seu armário uma
garrafa de bebida. Senta no banco, abre e dá uma boa
golada. Instantes. Clóvis dá outro gole na bebida,
quando seu chefe entra e flagra a cena.
Chefe - Bebendo em horário de serviço,
Clóvis!
Clóvis - Eu posso explicar!
Corta para:
CENA 32. EMPRESA ÔNIBUS. SALA CHEFIA. INT. TARDE
Clóvis sentado em frente ao seu chefe. Conversa a
meio.
Chefe - Explicar o quê, Clóvis? Eu vi você
bebendo. Não vai me dizer que tive
uma ilusão de ótica.
Clóvis - Foi só um golinho.
Chefe - Se foi um gole, uma garrafa
inteira, isso não importa. A questão
é que você estava bebendo em horário
de serviço. E isso que não posso
admitir, aceitar aqui na empresa.
Clóvis - Prometo que isso não vai acontecer
mais.
Chefe - Não vai mesmo. Eu sinto muito,
Clóvis, mas você está demitido!
Clóvis leva um grande susto. Fica em choque!
Corta para:
CENA 33. CASA VIRGÍNIA. COZINHA. INT. TARDE
Virgínia bebe um pouco de água. Joana, preocupada, do
seu lado.
Joana - Acho melhor irmos pra UPA. Pode
ser a pressão.
Virgínia - Estou bem.
Joana - Lembra da dona Irma? Passou mal,
pressão lá em cima, e morreu de
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 19
derrame, sem nem chance de ser
socorrida.
Virgínia - Foi só essa sensação estranha,
esse aperto no peito, mas está
passando...
Joana pega na mão de Virgínia.
Joana - São tantos problemas não é, minha
amiga? E tudo acaba caindo nas suas
costas.
Virgínia - Ter uma família não é fácil. Mas
não troca a minha por nada.
Joana - Sabe o que eu acho que você devia
fazer: mandar todo mundo dessa casa
tomar um banho de descarrego. Sei de
uma receita que é tiro é queda pra
tirar as energias ruins.
Virgínia ri, achando graça do que Joana fala.
Corta para:
CENA 34. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXT. ANOITECENDO
Planos gerais da cidade, da noite chegando.
Corta para:
CENA 35. RESTAURANTE INÊS. INT. NOITE
Cíntia, em uma mesa, toma sua bebida, esperando por
Marcos, que chega e se aproxima.
Cíntia - Que bom que você veio, meu filho.
Eles se cumprimentam, Marcos na defensiva, e sentam-
se.
Cíntia - Como você está? Parece que
esqueceu que tem mãe, que tem uma
família, que se preocupa com você?
Marcos - Estou bem, mãe. e já vou avisando
que se começa a perguntar se estou
usando ou não usando droga, eu
levanto e vou embora.
Cíntia - Calma, não precisa se armar desse
jeito. Não quero briga. Só quero ter
uma noite agradável com você,
Marcos.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 20
Marcos relaxa um pouco. O garçom aproxima-se com o
cardápio.
Cíntia - Pena que não deu pra sua irmã vir.
Saiu com o Jeferson.
Marcos - Nunca fui com a cara dele. A
Nicole merece um cara melhor.
Corte descontínuo para Marcos e Cíntia jantando.
Cíntia - Fiquei sabendo que você a Amanda
estão juntos e não sabe como isso me
deixou feliz.
Marcos - Estou gostando dela de verdade. Me
envolvendo por ela como me envolvi
apenas uma vez na vida por uma
mulher.
Cíntia - Que bom te ver assim, meu filho:
feliz, amando. Estava tão preocupada
com você. Tinha noites que eu nem
consiga dormir direito, pensando em
tantas coisas...
Marcos - Me imaginando na rua, usando
droga, como um craqueiro, não é?
Clima.
Cíntia - Só quero o seu bem, meu filho.
Nenhuma mãe quer ver seu filho
envolvido com droga. Não é certo,
mesmo que na sua visão não seja
errado. Mas enfim, você é crescido,
adulto, sabe bem o que faz da vida.
Só te peço pra se cuidar.
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CENA 36. CASA HEITOR. SALA. INT. NOITE
Heitor e Cíntia juntinhos no sofá.
Cíntia - Foi um jantar tão agradável. Senti
o Marcos tão próximo de mim, como há
muito tempo não sentia.
Heitor - Que bom, meu amor. Você estava tão
agoniada, preocupada.
Cíntia - Queria ver meu filho, tocar nele.
Heitor - Coisa de mãe.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 21
Cíntia - Exatamente! Meu coração ficou mais
leve, eu fiquei mais aliviada em ver
o Marcos bem, mesmo sem saber se ele
continua ou não se drogando.
Heitor - E acha que ele continua?
Cíntia - Na nossa última conversa Amanda me
disse que ela o intimou a escolher
entre ela ou as drogas. E se eles
estão juntos, é porque o Marcos fez
a escolha certa.
Heitor - Nada melhor do que viver um grande
amor pra fazer a vida entrar nos
eixos.
Cíntia - Amanda foi uma grande e grata
surpresa que o destino colocou na
vida do Marcos. Só espero que ele
não jogue tudo a perder.
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CENA 37. ANGRA. GERAIS. EXTERIOR. NOITE
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CENA 38. MAR. BARCO LUCAS. EXT. NOITE
Barco todo iluminado, flores vermelhas decorando,
música suave e delicada ao fundo. Lucas e Dora
juntinhos. Conversa a meio.
Dora - Fiquei sabendo desse tiroteio. Mas
não podia imaginar que a vítima
fosse a Suelen. E como ela está?
Lucas - Está bem. Mas perdeu o bebê.
Dora - Eu sinto muito, Lucas.
Lucas - Você pode até achar estranho o que
vou dizer, mas foi melhor assim. Um
filho tem que vir ao mundo por amor,
quando ambos os pais querem e
desejam a criança. E não era esse o
caso.
Dora - Mas é uma vida que se foi, Lucas.
Lucas - Como meu avó falava: Deus sabe o
que faz!
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 22
Dora caminha pelo barco.
Dora - Está tudo tão lindo, Lucas.
Lucas - Tudo isso pra você. (brinca) Até
pensei em me embrulhar de presente.
Mas aí quem iria pilotar o barco?
Dora - (rindo) Bobo!
Eles se beijam.
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CENA 39. ANGRA. PRAIA. EXT. NOITE
Leonel e Sílvia observam o barco de Lucas, que é
visível da praia todo iluminado. Sílvia segura o
controle remoto que vai acionar a bomba.
Sílvia - Chegou a hora!
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CENA 40. BARCO LUCAS. EXT. NOITE
Lucas e Dora se afastam, depois de um beijo ardente.
Lucas - Vou buscar o champagne.
Dora - Não demora.
Lucas vai pro interior do barco. Dora fica ali, com um
sorriso no rosto, leve. Seu celular toca. Ela pega o
aparelho e atende.
Dora - (cel.) Alô?
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CENA 41. MANSÃO RAUL. ESCRITÓRIO. INT. NOITE
Raul, sentado na sua cadeira, falando no celular.
Intercalar com cena anterior.
Raul - (cel.) Boa noite, Dora. É o Raul.
Dora - (cel.) O que você quer?
Raul - (cel.) Desculpe estar te ligando
esse horário. Sei que não é de bom
tom, ainda mais por não termos
intimidade. Mas já esperei de mais
pra contar algo que vai te deixar
chocada, Dora.
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Razão e Emoção Capítulo 56 Pág: 23
CENA 42. BARCO LUCAS. EXT. NOITE
Dora conversando com Raul.
Dora - (cel.) Amanhã conversamos, Raul.
Raul - (cel.) O Lucas está te enganando,
Dora. Vem te enganado todo esse
tempo, te escondendo um grande
segredo.
Dora é pega de surpresa, fica sem entender.
Dora - (cel.) Do que está falando?
Lucas, em slow, caminha em direção a Dora, segurando
uma champanheira, com uma garrafa de champagne
mergulhada no gelo, e duas taças. Dora olha pra Lucas
enquanto escuta o que Raul fala:
Raul - (cel.) O Lucas é pai do Marcos,
que foi o responsável pelo acidente
que matou sua filha Tabata!
Dora fica tão chocada, estarrecida, muito abalada, com
o que escuta, que deixa seu celular cair.
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CENA 43. ANGRA. PRAIA. EXTERIOR. NOITE
Sílvia e Leonel. Sílvia aperta, com toda satisfação, o
botão do controle do explosivo e o barco de Lucas vai
pelos ares com uma grande explosão. Instantes.
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FIM DO CAPÍTULO