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NEOPLASIAS BENIGNAS DO APARELHO GENITAL FEMININO

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NEOPLASIAS BENIGNASDO APARELHO GENITAL

FEMININO

O que é Neoplasia:Neoplasia, também denominadatumor , é uma forma de

proliferação celular não controlada pelo organismo, com tendência para a autonomia e perpetuação.

A palavra "neoplasia" vem do grego, onde neo = "novo" e plasis = "crescimento, multiplicação celular".

As neoplasias podem serbenignasoumalignas, de acordo com o seu potencial de causar danos ao indivíduo.

Neoplasia Benigna

Caracteriza-se pelo crescimento lento, normalmentecircunscrita por uma cápsula de tecido fibrosoque delimita o tumor, é localizada e não se infiltra ou invadetecidos vizinhos.

Na maioria dos casos o tumor pode ser removidofacilmente e não existe risco de metástase

NEOPLASIAS VULVARES

-A maioria dos tumores vulvares sólidos é benigna e justificam biópsia quando identificados na inspeção visual

-Lesões malignas são raras e têm origem em células epiteliais escamosas

- É raro o desenvolvimento de lesões vulvares sólidas como lesõesmetastáticas

ACROCÓRDON

- Pólipos FIBROEPITELIAIS benignos

- Associados a diabetes melito e a proliferação de fibroblastos mediadospela insulina

-Massa mole séssil ou pedunculada, geralmente da cor da pele e sem pelos,diâmetro variável

- A exérese da lesão é recomendada porestética ou por edema e/ou ulceraçãocausados por fricção

Medwave 2014;14(1):e5886 doi: 10.5867/medwave.2014.01.5886

Ceratose seborreica

-As lesões vulvares acompanham-se de lesões em pescoço, face ou tronco, aspecto verrucoso

-Bem circuncritas, ligeiramente elevadas, escuras, com superfícieáspera e gordurosa

-Tratamento: Cauterização química,eletrocoagulação, criocirurgia comnitrogênio líquido

CERATOACANTOMA

- Origem em glândulas pilossebáceas, crescimento rápido e baixo grau demalignidade

-Pápulas firmes, redondas que evoluem para nódulos de forma arredondada com crateras centrais

-Autolimitadas

- Recomenda-se excisão cirúrgica commargem de 3 a 5 mm, pelo baixopotencial de malignidade e semelhançacom carcinoma escamoso

SIRINGOMA

-Tumores écrinos (glândulas sudoríparas)

- Raramente a vulva está envolvida bilateralmente com múltiplas pápulascom 1 a 4 mm e consistência firme

-Aspecto não patognomônico, diagnóticocom biópsia por punch

-Tratamento reservado para pacientesque apresentam prurido: corticóidesanti histamínicos, ablação com laser

Cabello Ismael Cheng Flores,* Themis Gutiérrez Oliveros,** Diana González ***

Dermatología Rev Mex 2011;55(3):152-154

LEIOMIOMA

-Origina-se de músculo liso dentro do tecido erétil da vulva

- Transmigração pelo ligamento redondo

- Justifica-se excisão cirúrgica paraexcluir leiomiossarcoma

Verónica Aguilera Martínez,* Martha Elia Pérez Santana,** María de los Ángeles Ávila Contreras,***Eva Mendoza ****

Ginecol Obstet Mex 2011;79(6):382-385

LEIOMIOMA UTERINO (LM)

-Neoplasia benigna do músculo liso de origem miometrial

- Cada LM é derivado de um único miócito progenitor

- A mutação primária que inicia a tumorigênese é desconhecida

- Sua incidência varia entre 20 a 80% laudos histopatológicos e USG

Patologia

Plano de clivagem (enucleação)Atividade mitótica rara (sarcomas)

Suprimento vascular Degeneração: hialinacalcificadacística, mixóide

DOR!!!!!!! carnosa ou vermelhagordurosa

EFEITO DOS ESTROGÊNIOS

-Ambiente hiperestrogênico: maior densidade de receptores, níveis maisaltos de AROMATASE!

-O papel da progesterona não está claro

- Fatores Relacionados: menarca precoce, IMC alto, tabagismo, raça negra,hereditariedade para a mutação inicial

-Contraceptivos orais combinados não apresentam efeito sobre o risco

- Terapia de reposição hormonal parece aumentar pouco o risco- Não contra-indica TH ! ACOMPANHAR

CLASSIFICAÇÃO DOS LM UTERINOSLocalização e orientação de crescimento

0,4% colo uterinoMais raros: ovários, tuba, ligamentoLargo, vagina e vulva

CLASSIFICAÇÃO HISTEROSCÓPICA

European Society Hysteroscopy

Tipo 0 massa toda localizada dentro da cavidade uterinaTipo 1 menos de 50% dentro da cavidade uterinaTipo 2 mais que 50% circundados por miométrio

LEIOMIOMATOSE UTERINA

-Desenvolvimento de tumores externos ao útero, semelhantes aosmiomas em mulheres com LM uterinos, são infiltrativos e fazemdiagnóstico diferencial com leiomiossarcoma.

-Os tumores invadem veias (uterinas, pélvicas) e câmaras cardíacaspodendo ser fatal

-A disseminação hematogênica pode ocorrer principalmente emmulheres com história recente ou remota de cirurgia pélvicaPulmões, TGI e cérebro = metástase de leiomioma benigno

- Leiomiomatose peritoneal disseminada

SINTOMAS

AssintomáticaDor aguda x crônica, pressãoQueixas urinárias, intestinaisCompressão do ureterMiomas paridos (sarcoma)

Sangramento x AnemiaDegeneração (dor aguda,febre,leucocitose,tratamento conservador)

Infertilidade, perdas gestacionais recidivantes(distorção da cavidade, oclusão do óstio tubário, inflamação endometrial, alterações vasculares, alteração nos mecanismos de contrações uterinas que impulsionam os sptz ou óvulo)

Sd. da eritrocitose miomatosa (produção deeritropoitina pelos rins ou miomas)

Sd. Pseudo Meigs (ascite/ derrame pleural)

DIAGNÓSTICO

• Anamnese• Exame físico• Hemograma, Bhcg• Ultrassonografia• Ultrassonografia com infusão

salina• Dopller colorido• Ressonância Magnética• Tomografia Computadorizada

(diferencial para apendicite)

RVO – Radiologia intervencionista Vascular eOncológicaAngioressonância

mioma

TRATAMENTO

-Acompanhamento (exame pélvico anual x USG), média de crescimentode 0,5cm/ano/ regressão espontânea

-Anti-inflamatórios não esteróides

- Terapia hormonal: COCs, progesterona, SIU-LNG

- Agonistas do GnRH: Redução de 40 a 50% no tamanho dos miomas

- Embolização das artérias uterinas

- Miomectomia/ Histerectomia

PÓLIPOS ECTOCERVICAIS

-Crescimento aumentado de estroma endocervical benigno coberto porepitélio

- Apresentam-se como massa única, vermelha, alongada, de consistênciamole, estendendo-se a partir do canal cervical

-Tamanhos variados- Assintomáticos (achados ao exame físico) ou sangramento pós-coito, corrimento vaginal

- A presença de AGUS na citologia determina a investigação de póliposem situação mais alta- Transformação maligna ou pré-maligna ocorre em 1% dos casos- Indicada retirada com avaliação histopatológica- Recorrência 6 a 1 5%

Clínica BedMed – Assistência integral à saúde da Mulher

PÓLIPOS ECTOCERVICAIS

Cervix, Benign / non-neoplastic lesions Endocervical polypReviewer:Dr. Branko Perunovic Revised:11 December 2013, last major update May 2007

Copyright: (c) 2007-2013, PathologyOutlines.com, Inc.

PÓLIPO ENDOMETRIAL

- Glândulas endometriais e estroma fibrótico cobertos por epitélio superficial, variam em tamanho, séssil ou pediculado

- Clínica- Fatores de risco para transformação maligna (4 a 5%)idade > 60 anos, pós-menopausa, tamoxifeno, pólipos > 1,5cm

- Fatores protetors: COCs, SIU-LNG- Infertilidade (metaloproteinases,citocinas, obstrução do óstio tubário)- Diagnóstico: USG, USG com infusão salina, histeroscopia

USG espessamento endometrial inespecíficomassa focal arredondada ou alongada com áreas císticas sonoluscentes (glândulas endometriais dilatadas)

Colpocitologia 5% presença de células endometrias benignasCéls. Glandulares atípicas de significado indeterminado(AGUS)

Conduta nos Pólipos Endometriais

FATOR DE RISCO

PRESENTE AUSENTE

POLIPECTOMIA SINTOMÁTICO ASSINTOMÁTICOHISTEROSCÓPICA

CONTROLE

NEOPLASIAS OVARIANAS

Neoplasias das céls. epiteliais-estromais superficiais

Tumores serosos

Tumoresmucinosos

Cisto porque são císticosAdenoma tumores da família epitélio-estromaFibroma quando componentes do estroma predominamSeroso céls. De revestimento semelhantes a tuba uterinaMucinoso céls de revestimento colunares produtoras de mucina

Neoplasias com proliferação celular intensa sem comportamento Invasivo baixo potencial de malignidade (“borderline”)

Teratoma Ovariano

Neoplasia de células germinativas, desenvolvida a partir do materialgenético contido em um oócito primário e geralmente possui os 3 folhetos germinativos (“teras”= monstro)

teratomas

imaturo maduro

cístico monodermalsólido

Teratoma Cístico Maduro

- 10 a 25% de todas as neoplasias ovarianas e 60% das neoplasiasovarianas benignas

- Crescimento lento (5 e 10cm)- 10% bilaterais - avaliação do ovário contralateral- Macro e Microscopia, elementos ectodérmicos geralmente predominam- Transformação maligna 1 a 3%, acima de 40 anos, 1% de todas as malignidades ovarianas- 15% sofrem torção, ruptura é rara*

Profª Sandra Almeida

Tumores Ovarianos Sólidos

Em geral massas ovarianas totalmente sólidas são benignasPodem se apresentar como massas sólidas:

- tumores do cordão sexual-estroma- tumor de Krukenberg- leiomioma e leiomiossarcomas ovarianos- carcinóide- linfoma primário- tumores de céls. Transicionais (Brenner)- síndrome do ovário restante

Sintomas

- Dor, sensação vaga de pressão- Dor intermitente torção em fase inicial- Dor intensa e aguda torção com isquemia- Sintomas atribuídos as grandes massas anexiais

Diagnóstico

Anamnese + Exame físicoExcluir gestação

Marcadores tumorais:- CA 125 (glicoproteina de alto peso molecular produzidas por céls

mesoteliais, não específico, elevado em 1% das pacientes saudáveis)- Alfa feto proteína (AFP) – tumor do saco vitelino, carcinoma de céls. embrionárias

- Inibinas A e B, marcadoras de céls. tumorais da granulosa- lactato-desidrogenase, disgerminoma- CA 19-9, tumores mucinosos

Exames de Imagem

USG transvaginal x USG abdominal

Cistos simples (benignos)Cistos com características indefinidas, provavelmente benignos-paredes finas com septação única, delgada ou calcificação focal daparede- Múltiplas septações delgadas (< 3mm)- Nódulo não hiperecóico, sem fluxo

Cistos com características sugestivas de malignidade- septações espessas (> 3mm)- nódulo com fluxo sanguíneo- nódulos císticos /sólidos/vegetações

OBS: Lembrar dos cistos funcionais (foliculares ou de CL)Não são neopásias e formam massa consequente ao acúmulo de Líquido intrafolicular, NÃO HÁ PROLIFERAÇÃO CELULAR!

Dopller colorido Agrega informações sobre a natureza da lesãopotencial maligno e presença de torção

Ressonância Magnética O valor agregado à USG é limitado namaioria dos quadros clínicos

Figura 2.Cisto funcional. A: USTV evidenciando ovário esquerdo com folículo dominante (F). B: Ultrassonografia abdominal evidenciando cisto simples, com conteúdo líquido anecoico, de contornos definidos, paredes delgadas. C,D: Imagens ilustrando as mesmas características, por meio da USTV, em pacientes distintas.

Ultrassonografia nas massas anexiais: aspectos de imagem*

Autho(rs): Francisco Andrade Neto1; Ricardo Palma-Dias2; Fabrício da Silva Costa3

Laparoscopia

Minilaparotomia permite alta no dia da cirurgia

Laparotomia Pacientes com baixo risco de malignidade e cisto de pequeno tamanho considerar incisão transversal baixa

Aspiração de Cisto Raramente há indicação para este procedimentoisoladamente

PAPEL DO GINECOLOGISTA GERAL PACIENTES COM ACHADOS SUSPEITOS DE MALIGNIDADE DEVEM SER

ENCAMINHADOS AO ONCOLOGISTA GINECOLÓGICO !!

Conduta

Acompanhamento de cistos(1) Evidência USG de cisto unilocular(2) Diâmetro do cisto < 5 cm(3) Nenhum aumento do cisto durante o período de observação(4) Níveis séricos de Ca 125 normais

Excisão Cirúrgica

Cistectomia x ooforectomia

Tamanho dalesão

Iadade da paciente

Achadosintraoperatórios

Neoplasia Benigna das Tubas Uterinas

- Raros (<1%), geralmente achados em peças de histerectomia-Geralmente sólidos- 1 a 2cm- mesoteliomas, leiomiomas, hemangiomas, lipomas, cistoadenofibromaangiomiolipoma

Risk of Malignancy IndexUltrasound score1 point each for (a)multilocular, (b) solid areas, (c) metástases(d) ascites, (e) bilateral lesiões(maximum total, 5 points)

Menopausal status (M)1 point for premenopausal3 points for postmenopausal (defined as no period for > 1 year or aswoman > 50 years who has undergone hysterectomy)

RMI = U x M x CA 125 (IU/mL)